Palácio da Pena

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Palácio Nacional da Pena

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Trabalho elaborado por Laura Figueiras

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Palácio Nacional da Pena

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Contexto:

• Época Medieval (século XII): existia na serra de Sintra uma capela dedicada a Nossa Senhora da Pena.

• 1503: nesse local, foi erigido um pequeno mosteiro, mandado construir por D. Manuel I, como agradecimento da viagem de Vasco da Gama à Índia e doado à ordem de S. Jerónimo.

• 1755: o edifício sofreu danos graves devido ao terramoto, levando ao seu abandono.

• 1834: o governo liberal português extingue as ordens religiosas.

• 1838: o rei D. Fernando II compra o mosteiro.• 1842-54: realiza-se a recuperação do mosteiro

e a construção do palácio novo.• 1889: o palácio e parque são comprados pelo

estado.• 1910-12: o palácio é convertido em museu.• 1995: a Serra de Sintra é classificada, pela

UNESCO, como Paisagem Cultural-Património da Humanidade.

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Biografia – D. Fernando II:

Filho do príncipe Fernando de Saxe-Coburgo-Gotha e da princesa Antónia de Kohary, Fernando Augusto Francisco António nasceu em Corburgo a 29 de Outubro de 1816. Inicialmente Duque de Saxe-Coburgo-Gotha e mais tarde rei de Portugal pelo seu casamento com a rainha D. Maria II.A sua actividade política não foi muito marcante, tendo-se limitado a ser conselheiro de sua mulher e, mais tarde dos filhos.Assumiu a regência do reino após a morte de D. Maria II em 1835. dois anos mais tarde entregou o poder a seu filho, D. Pedro V.

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De elevada educação literária e artística, dedicou-se ao longo da vida ao desenvolvimento e à protecção das belas-artes nacionais. Foi protector da Academia das belas-artes de Lisboa, preocupou-se com a conservação dos monumentos portugueses (Batalha e Jerónimos), exerceu o mecenato em relação a diversos artistas, como Columbano e Bordalo Pinheiro. Interessou-se pelo património artístico nacional, comprando e recolhendo inúmeras peças de arte, que ainda hoje ornamentam alguns museus e palácios nacionais.Este príncipe foi ele próprio um artista, cantor, pintor, desenhista e gravador.Faleceu em Lisboa, a 15 de Dezembro de 1885.

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Construção:O projecto é encomendado ao mineralogista germânico Barão de Eschwege, que se inspira em obras como o palácio de Stolzenfels, o castelo de Rheinstein e o palácio de Babelsberg. O rei interveio de forma determinante na construção do palácio, ao nível dos detalhes decorativos e simbólicos.Sendo esta uma obra que reúne diversos estilos de distintas épocas, aqui podemos encontrar desde o neo-gótico ao neo-mourisco, passando por sugestões indianas e manuelinas.

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Planta do PalácioLegenda:    0. Entrada 1. Claustros 2. Copa e casa de jantar privada 3. Aposentos do Rei D. Carlos 5. Capela 6. Sacristia 7. Primeiro quarto das Damas 8. Segundo quarto das Damas 9. Quarto da Rainha 10.Toilette da Rainha 11. Quarto de vestir da Rainha 12. Sala de costura 13. Sala de estar privada da Família Real 14. Escritório da Rainha 15. Sala Árabe 16. Sala verde 17. Átrio de acesso ao terraço da Rainha 18. Primeira sala de passagem 19. Segunda sala de passagem 20. Sala Indiana 21. Sala de recepcção 22. Salão Nobre 23. Aposentos do Rei D. Manuel II 24. Sala dos Veados 25. Cozinhas

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Exteriores do Palácio

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Edifício das Cocheiras

Na fachada principal, possui um portal de arco em “asa de cesto”, em cima uma janela de influência neo-manuelina e num dos vértices, salienta-se uma guarita, que serve de minarete para o Parque. Esta é de referência islâmica, a sua cúpula é revestida de azulejos e é delimitada por merlões.

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Guarita e Torre cilíndrica

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Portal MonumentalEste portal é antecedido por uma ponte levadiça, a sua porta é de arco de volta perfeita, emoldurado por bolas, uma imitação do Cunhal das bolas, no Bairro Alto em Lisboa. A restante fachada e os dois minaretes são revestidos por pontas-de-diamante, inspiradas na Casa dos Bicos, em Lisboa.

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Pormenor do minarete

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Cada coluna da porta contém uma serpente que serve de guarda, assim como os duas figuras que se encontram nas guaritas (copiam as da Torre de Belém), uma face de leão e um réptil/crocodilo.

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Na parte superior, encontramos cinco merlões, em que o do meio possui duas espadas e os restantes a cruz de Cristo coberta de peles de animais, que estão associadas à ordem do Tosão de ouro.

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Logo de seguida segue-se uma ponte levadiça e um outro portal, constituído por uma torre hexagonal, ladeada por dois torreões circulares. Na torre principal observa-se a pedra de armas de D. Fernando.

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Pórtico do Tritão

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Também denominado por “Pórtico alegórico da criação do mundo”, este possui quatro arquivoltas em estilo neo-gótico, emoldurado por corais manuelinos.

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Janelas da fachada do pórtico do tritão

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Em cima, encontramos um tritão, figura meio homem, meio peixe. Este está assente sobre uma concha, sustentando a janela. Os seus cabelos transformam-se em troncos de árvores. Esta figura é inspirada no busto que sustenta a janela da sacristia do convento de Cristo em Tomar.

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Este mostrengo é entendido como uma celebração dos Descobrimentos e os motivos vegetais nele presentes são uma

referência à gesta marítima dos portugueses.

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O portal da para um corredor onde podemos encontrar uma porta rodeada de motivos vegetalistas, como folhas, flores e cabaças, sendo estas ultimas símbolo de fertilidade/abundância.

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Pátio dos Arcos

Aqui podemos salientar a grande torre cilíndrica, onde encontramos janelas com vãos (meias rosáceas).

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Pormenor das janelas com

vãos

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Uma das fachadas mais importantes é a porta das colunas torsas, que fazem lembrar a porta da Justiça no Alhambra.

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Estas colunas sustentam a grande varanda do Salão Nobre

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Estas colunas dão para um corredor onde encontramos motivos neo-mouriscos e arcos cegos polilobados inscritos nas paredes.

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Segue-se o pátio dos arcos, que tem vista para a grande lezíria a norte de Sintra.

Daqui observamos a torre do relógio, que teve como base a torre de Belém.

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Torre do Relógio

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Interiores do Palácio

Encontram-se recheados e acumulados de bens, provocando alguma escassez de espaço, mas achava-se necessário para ostentar um ambiente de luxo e requinte.

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Claustro

No claustro, de planta quadrangular, encontramos ainda pequenas partes do primitivo mosteiro. Cada parede é dividida por uma coluna com capitel em que, no andar inferior cada fachada apresenta dois pares de arcadas e no andar superior seis arcos segmentares.

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Este encontra-se dividido em dois andares, por uma cornija em forma de corda.

As paredes e chão são revestidas por azulejos mudéjares.

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No centro apresenta-se a floreira, assente numa grande concha, que por sua vez é suportada por quatro tartarugas.

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Sala de Jantar

O tecto apresenta uma abóbada de nervuras em estrela, sendo esta e as paredes, revestidas a azulejos.Encontra-se mobilada com armários, aparadores, tapete turco e cortinados de renda Suiça.Aqui salienta-se no centro da mesa, uma caravela estilizada, sustentada por Neptuno e pelas Ninfas.

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Aposentos de D. Carlos I

O quarto de D. Carlos I encontra-se guarnecido por mobiliário estilo império, constituído por cama, mesa-de-cabeceira, chaise-longue e espelho. Numa das casas de banho é possível visionar um water-closet, um chuveiro de águas quentes e frias, o primeiro deste estilo a ser importado para Portugal.

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Sendo este um rei artista, no seu atelier deparamos com caixas de tintas, pincéis e um conjunto de sete telas inacabadas, de temática amorosa. Uma das paredes é revestida por uma enorme tela onde se observa a serra de Sintra e, nela presente, o Palácio da Pena.

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Capela

Esta é uma das pequenas celas dos monges do antigo mosteiro, que o rei decidiu reaproveitar para construir uma pequena capela. É constituída por uma nave, capela-mor, sacristia e coro lateral. As suas paredes e tecto são revestidas por azulejos mudejáres.

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Neste espaço é de salientar o vitral da janela principal. Este apresenta, em cima, a esfera armilar e a cruz de Cristo, entre eles, as bandeiras com as armas de Portugal e de Saxe-Coburgo-Gotha .Do lado esquerdo está representada a Nossa Senhora da Pena, com Jesus nos braços e, ao seu lado direito S. Jorge.Em baixo, do lado esquerdo vemos o rei D. Manuel I com projecto para a Pena. Por último está Vasco da Gama e como fundo uma caravela e a Torre de Belém.

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Outra obra significativa e o retábulo da capela-mor, presente de D. João III para D. Leonor. Este é realizado em alabastro de duas qualidades, branco e preto. O primeiro reveste quase toda a obra, principalmente as figuras e fundos. O preto, assinala colunas e cornijas.Nele estão representadas a vida de Cristo e a da Virgem (Nª Sª da Pena).

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Quarto do Veador e Damas

Estas duas primeiras dependências do andar superior encontram-se revestidas a estuque. O quarto do veador é decorado com motivos vegetalistas, como folhas, troncos e pinhas, o quarto das damas com temas florais.

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Quarto da Rainha

No quarto da rainha as paredes são revestidas a estuque, com algumas aplicações de folha de ouro, reproduzindo padrões mouriscos. O mobiliário é constituído por cama, contador e bufete em pau-santo.

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Aqui destaca-se uma bacia e gomil pertencentes à colecção pessoal de D. Fernando.

O quarto de vestir encontra-se forrado a tecido ainda original e composto por mobiliário e acessórios.

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Sala de Saxe

A sala de saxe, como o nome indica, encontra-se guarnecida por porcelana de saxe.

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O escritório é composto por uma secretária e cadeira românticas, por alguns objectos pessoais como uma pequena menina em porcelana de saxe e um estudo a óleo do pintor Cristino Silva.

Escritório da Rainha

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A sala de estar privativa da família real é forrada a damasco, o mobiliário é eclético e de diversas proveniências

Sala de estar privativa

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Sala Árabe

As paredes desta divisão são revestidas a fresco, têmpera e, devido à falta de espaço e desprovida monumentalidade, trompe l’oeil, que lhe promove uma certa grandeza. Aqui encontramos o exotismo de D. Fernando, onde ele combina todo o tipo de estilos, que o levou à construção do palácio.

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Terraço da Rainha

Do terraço da rainha conseguimos ter diferentes perspectivas do palácio e uma vista para o monte do gigante, onde é possível observar a estátua do guerreiro, que representa o guarda do palácio. É um trabalho em bronze, criado para fomentar a mitologia Sintrense.

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Sala Indiana

As alusões indianas são reforçadas pelo mobiliário em teca, como cadeiras, canapé, mesa de centro e de apoio. Esta sala abre para a janela suportada pelo tritão.As paredes são cobertas de estuque com padrões mouriscos e indianizantes.A cobertura é feita por um tecto em madeira, decorado por motivos neo-mouriscos.

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Sala de Recepção

Trata-se de um pequeno apartamento pelo qual os convivas penetravam para acederem às restantes dependências. É acessível através da porta das “cabaças”, por uma escada em caracol.

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Salão Nobre

Era utilizado como sala de acolhimento e encontra-se ornamentada por estuques brancos e rosas.Desenvolve nas suas paredes diversos campos decorativos verticais, em que, na parte superior encontramos cartelas quadradas onde se inscrevem rosáceas em relevo.O mobiliário é variadíssimo, destacando-se o de origem indiana. Esta sala era orientada para os faustos e para o convívio íntimo.

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Aposentos de D. Manuel IINo grande torreão circular ficam situados os aposentos do último rei de Portugal, D. Manuel II.O quarto de dormir é uma divisão oval, as paredes são pintadas de vermelho forte e o mobiliário é extremamente sóbrio. A decoração é rematada pelo piano vertical usado pelo monarca, um conjunto de peças de Sévres, exibidas em vitrina, mobiliário romântico e pintura da época.

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Sala dos Veados

No piso inferior do torreão encontra-se a sala dos veados.Possui uma coluna cilíndrica ao centro, que consiste numa espécie de tronco de árvore, do alto da qual brotariam folhagens. Esta dependência foi usada inicialmente como sala de jantar. Devido ao seu arranjo em 1855, o seu destino final é alterado.

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Bibliografia:

•Pereira, Paulo; Carneiro, José Martins – “Guia Oficial da Pena – Palácio Nacional” – IPPAR e Scala Publishers, 2006.

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FIM

Laura Figueiras, nº18, 12ºF