Paisagismo e Jardinagem 2

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Notas sobre paisagismo

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  • JJaarrddiinnaaggeemm ee PPaaiissaaggiissmmoo

    Mdulo II

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  • Sumrio

    Unidade 3 Plantas Ornamentais..............................................................................3 3.1 rvores ............................................................................................................3 3.2 Arbustos......................................................................................................... 19 3.3 Trepadeiras..................................................................................................... 27 3.4 Folhagem ....................................................................................................... 30 3.5 Flores ............................................................................................................. 33 3.6 Gramas ornamentais ....................................................................................... 39

    Unidade 4 Jardinagem e Paisagismo..................................................................... 41 4.1 Elementos auxiliares na composio da paisagem........................................... 42

    4.2 Cuidados com o jardim................................................................................... 48 4.3 Roberto Burle Marx........................................................................................ 53

    Encerramento............................................................................................................ 57

    Bibliografia................................................................................................................ 58

  • 3

    Unidade 3 Plantas Ornamentais

    Ol aluno,

    Nesta unidade, vamos apresentar as plantas ornamentais que podero compor o seu jardim. Dividimos, para fins didticos, essa unidade entre rvores de grande, mdio e pequeno porte, arbustos (que so rvores menores do que aquelas de pequeno porte), trepadeiras, folhagens, flores e gramas.

    A partir desta exposio, voc conhecer uma maior variedade de espcies vegetais e poder pensar nas mais adequadas para a composio de sua rea verde.

    Bons estudos.

    3.1 rvores

    Agora que voc j conhece as etapas de construo do jardim, vamos passar a uma anlise das plantas que podem ser utilizadas. Adiante, no curso, veremos como

    combinar as espcies em relao ao estilo escolhido para o jardim.

    Neste primeiro momento, vamos ver as rvores de grande, pequeno e mdio porte que podero ser utilizadas para ornamentar e embelezar o espao.

    As rvores so as primeiras plantas ornamentais a serem escolhidas para compor o jardim. A vantagem delas para o projeto paisagstico que o custo de manuteno praticamente zero. Nos trs primeiros anos, aps serem plantadas, as rvores devem

    receber ateno do jardineiro com regas regulares, mas depois desse perodo a manuteno se resume retirada de ramos secos ou doentes.

    Alm disso, elas ajudam a diminuir o calor do espao atravs da sombra que promovem, o que muito vantajoso em um pas de clima tropical como o Brasil, assim

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    como reduzem a quantidade de partculas de poeira em suspenso no ar, que ficam presas s folhas das rvores, sendo levadas para o solo com a chuva. A seguir, vamos

    apresentar algumas espcies de rvore que podero ser incorporadas ao seu jardim.

    RVORES DE GRANDE PORTE

    Vamos ver, em primeiro lugar, quais as espcies mais comuns de rvores de grande porte existentes no Brasil. Junto de cada ilustrao h o nome comum da espcie e, entre parnteses, seu nome cientfico.

    Analise as rvores e, se voc tem um grande espao para construir o jardim, faa uso delas, em razo dos benefcios expostos anteriormente.

    Aoita-Cavalo (Luehea divaricata)

    rvore nativa da Serra do Mar, existente entre os estados de So Paulo e Rio de Janeiro, possui crescimento rpido, enraizamento profundo e galhos flexveis, sendo ideal para sombreamento e ornamentao. A folhagem perene, o que produz

    denso sombreamento.

    Tem a madeira branco-amarelada, dura, utilizada na marcenaria fina. uma planta resistente geada, sendo adequada para locais muito frios (como a regio

    Sul do Brasil).

    As flores so grandes, de cor branca-amarelada, sendo o verso das folhas

    esbranquiado.

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    Ararib (Centrolobium robustum)

    rvore alta com tronco reto e copa larga. Apresenta desenvolvimento rpido e possui flores amarelas, que recobrem as pontas dos ramos. Alm disso possui carter perene, florescendo em fevereiro.

    Cinamomo (Melia azedarach)

    Espcie de rvore originria da sia, bem adaptada ao clima brasileiro. uma rvore que atinge at 20 metros de altura, com copa arredondada e folhagem fina. Tem o desenvolvimento bastante rpido e o enraizamento superficial. As folhas caem no

    inverno. As flores so de colorao rseo-lils, conforme vemos na figura ao lado, e aromticas.

    Eucalipto-Ornamental (Eucalyptus ficifolia)

    uma bela espcie de eucalipto ornamental em razo da copa larga com folhagem verde e o particular efeito alaranjado das flores que ocorrem com grande volume. Possui o crescimento de mdia durao.

  • 6

    Eucalipto-Prateado (Eucalyptus cinerea)

    uma espcie bastante decorativa, pois suas folhas em tom entre azul e prateado contrastam com a folhagem verde ao redor.

    Possui crescimento rpido, chegando

    altura de 15 metros. ideal para climas subtropicais e tropicais de altitude, tendo a florao no outono e no inverno.

    Ginko (Ginkgo biloba) Espcie nica, com origem na China, ideal

    para climas temperados. rvore de porte majestoso que atinge at 40 metros de altura. As folhas, em formato de leque na cor verde-alface, tornam-se douradas no final do outono, quando caem das rvores. Seu cultivo fcil, mas seu crescimento lento nos primeiros anos. Existe

    no mundo h mais de 150 milhes de anos, sendo praticamente um fssil vivo.

    Guapuruv (Schizolobium parahyba) Linda espcie brasileira de tronco

    liso e alto, coberto por uma copa regular de folhas imensas divididas de maneira muito fina, lembrando a folhagem das samambaias. Tem flores amarelas e crescimento muito rpido.

    Perde totalmente as folhas no inverno, quando inicia a fase de florao e, aps as flores carem, comea novamente a brotao das folhas. Produz sombra bem leve, o que permite que seja plantada em gramados ou em canteiros sem causar prejuzo a outras espcies. Embora seja frequente

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    em quase todas as regies do Brasil, o cultivo dela no extremo Sul do pas no recomendvel.

    Magnlia-Branca (Magnolia grandiflora)

    rvore robusta e de porte largo, com folhas largas, verde-escuras. A folhagem permanente,

    formando sombra densa. As flores so enormes e belas, como ilustrado na figura acima, de at 20 cm de dimetro, que exalam perfume agradvel durante a noite. uma rvore resistente a geadas e, por isso, recomendvel que seja cultivada no Sul do Brasil.

    Paineira-Rosa (Chorisia speciosa) rvore de grande porte com copa

    robusta, ramos sem espinhos, tronco grosso na base e flores cor-de-rosa com grandes ptalas crespas que, quando nascem, ocupam toda a copa e depois se espalham pelo cho, formando uma bela camada rosa. Possui crescimento rpido e vigoroso, podendo chegar a 20

    m de altura.

  • 8

    Pinheiro-do-Brejo (Taxodium distichum)

    uma rvore que precisa de muita gua para se desenvolver e, por isso, ideal para ser cultivada em terrenos muito midos, como

    brejos (da o nome pinheiro-do-brejo).

    Ela pode ter at 45 m de altura e um de seus grandes atrativos so as folhas, que ficam

    amareladas e avermelhadas antes de carem no inverno (conforme ilustrado na figura acima).

    Samaneiro (Samanea saman)

    O samaneiro uma rvore magnfica, cuja copa que pode atingir at 30 m de dimetro, proporcionando uma enorme sombra para o

    espao (conforme vemos na figura acima). Ele possui um crescimento rpido, apresentando um porte grande, com a copa bem desenvolvida em

    cinco anos aps a plantao.

    As flores se assemelham a esponjas, em formas de pequenos globos avermelhados. Os frutos so legumes achatados muito nutritivos e de sabor adocicado, que so comumente

    utilizados para alimentar bois, vacas, porcos e cavalos.

    O samaneiro tem uma baixa resistncia ao frio, uma vez que suas folhas caem quando expostas a

    geadas. Por isso, seu cultivo na regio Sul do Brasil desaconselhado.

  • 9

    Seringueira-de-Jardim (Fcus elastica)

    uma rvore de grande porte que, na dcada de 1960, foi adaptada para a decorao de jardins e vasos com grande sucesso, sendo encontrada em todas as regies do Brasil.

    A Seringueira-de-Jardim uma rvore robusta e de

    rpido desenvolvimento, com a copa volumosa em formato de globo, tendo as folhas na cor verde escuro.

    As razes so muito vigorosas e, no caso da rvore ser

    plantada diretamente no solo, desaconselhvel que isso seja feito na proximidade de construes, ruas pavimentadas ou

    redes de esgoto, pois podem causar estragos a essas estruturas.

    Sucupira (Bowdichia virgiloides)

    A sucupira nativa da Amaznia, mas tambm encontrada em Minas Gerais e So Paulo. Atinge at 15 m de altura em regies quentes e midas.

    Possui a copa larga e muito ramificada. Na poca da primavera, as folhas

    caem e florescem lindas flores lilases, que exalam odor agradvel.

  • 10

    Tipuana (Tipuana tipu)

    A tipuana encontrada em todas as partes do Brasil, sendo uma rvore mais

    adaptada a climas temperados. Tem uma grande copa, que proporciona uma sombra mediana. A rvore floresce entre maio e julho, com flores amarelas e alaranjadas.

    RVORES DE MDIO PORTE

    rvore-dos-Viajantes (Ravenala madagascarensis)

    A rvore-dos-viajantes uma espcie de bananeira gigante, ideal para climas quentes e midos, que pode atingir at 30 m de altura, sendo que as folhas podem ter at 10 m de comprimento. Possui flores grandes e brancas. uma espcie que s pode ser cultivada em clima tropical, sendo frgil a geadas.

    Brana (Melanoxilon brauna)

    uma rvore comum nas regies litorneas do Brasil, com flores amarelas e em cachos. Possui

    tronco reto e liso.

    Na fase inicial do crescimento, desenvolve-se rapidamente, mas depois, com o passar do tempo, desenvolve-se de forma mais lenta.

  • 11

    Cajepute (Melaleuca leucandendron)

    O cajepute uma bela rvore de efeito ornamental por possuir porte elegante e

    silhueta estreita e esbelta. Quando jovem, a rvore possui ramos retos e folhas prateadas e estreitas. Com o passar do tempo, o tronco cresce coberto com uma casca dividida por

    escamas e com lminas leves, sendo que os troncos passam a ficar em forma de arcos.

    As flores parecem escovas cilndricas, com a cor variando entre branco e creme. uma espcie ideal para solos midos e pode ser cultivada at mesmo em reas de

    pntano.

    Canafstula (Cassia excelsa)

    uma rvore ornamental considerada muito bonita, devido aos seus cachos com flores amarelas, que podem ter at meio metro de comprimento.

    A canafstula pode atingir at seis metros de altura, sendo uma espcie que

    suporta geadas leves e regies altas. Seu florescimento se d entre novembro e maro.

    Cssia-Rosa (Cassia javanica)

    Essa espcie pode atingir at 10 m de altura e ideal para climas subtropicais, como ocorre na regio sudeste do Brasil.

    A copa pode atingir at 5 m de dimetro, com as flores grandes e rosadas, o que d um belo efeito ornamental.

    A florao ocorre entre outubro e janeiro.

  • 12

    Choro (Salix babylonica)

    uma linda rvore com belo efeito ornamental devido aos seus ramos

    compridos, que fazem uma espcie de dana quando expostos ao vento.

    Essa espcie tem seu desenvolvimento favorecido quando

    cultivada prxima a rios ou lagos. Seu crescimento lento.

    Cipreste-Portugus (Cupressus lusitanica)

    Espcie que pode atingir at 15 m de altura, com copa em formato de pirmide, o que a torna ideal para compor uma cerca-viva.

    Tem o desenvolvimento bem rpido e geralmente no sofre com a ao de pragas ou doenas comuns s plantas.

    Flamboyant (Delonix regia) uma rvore de beleza nica,

    com a copa grande, baixa altura e que pode atingir 10 m de dimetro, produzindo sombra densa. Possui flores vermelhas, alaranjadas ou amarelas.

    Essa espcie possui razes

    profundas e fortes e seu cultivo desaconselhvel em reas prximas a

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    edificaes ou canos de esgoto. A florescncia ocorre entre os meses de outubro e janeiro.

    Ip-Amarelo (Tabebuia chrysotricha)

    O ip-amarelo considerado uma rvore smbolo do Brasil com suas flores amarelas e com as folhas

    bem verdes. Essa espcie est presente em todo territrio brasileiro.

    A florada se d no inverno,

    quando a rvore perde as folhas e a copa se recobre com as flores

    conforme ilustrado acima. Quanto mais frio e seco for o clima, maior ser a intensidade da florada.

    Ip-Branco (Tabebuia odontodiscus)

    uma espcie que precisa de clima tropical para se desenvolver bem, no recomendada para regies frias onde ocorrem geadas.

    As flores so brancas com tubo levemente rosado. A florada ocorre entre agosto e setembro.

    Ip-Rosado (Tabebuia avellanedae)

    rvore de porte elegante, com copa arredondada, que pode atingir at trs metros de dimetro. Possui um carter ornamental indiscutvel.

  • 14

    Ip-Roxo (Tabebuia impetiginosa)

    Essa espcie se assemelha ao ip-rosa,

    mas possui porte maior, alcanando at 10 m

    de altura e seis metros de dimetro. As flores possuem cor roxa clara, sendo a florescncia entre maio e junho.

    Na dcada de 1970 houve grande procura pelas cascas dos ips roxos, pois muitos acreditavam que existiria uma

    propriedade curativa. O que pode ser comprovado que a casca exerce poder analgsico

    e curativo para algumas doenas de pele.

    Magnlia-Amarela (Michelia champaca)

    uma bela rvore de efeito ornamental, com copa em forma de pirmide, que pode atingir at quatro metros de dimetro e altura de at oito metros. Possui crescimento rpido.

    As flores exalam um perfume muito

    agradvel e so encontradas na cor amarela e laranja. Essa espcie causa grande quantidade de sujeira pela constante queda de flores e frutos.

    Pau-Brasil (Caesalpinia echinata)

    Espcie smbolo do Brasil, nativa de reas de mata atlntica e encostas litorneas, ficando protegida de ventos fortes que prejudicam o seu desenvolvimento. Possui crescimento lento e pode atingir at 10 m de

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    altura, com a copa de at quatro metros de dimetro. Sua florescncia ocorre entre setembro e outubro.

    Quaresmeira-Rosa (Tibouchina granulosa) e Quaresmeira-Roxa (Tibouchina granulosa)

    As quaresmeiras so espcies com bela copa arredondada e com muitos ramos. As flores so grandes, roxas ou rosas. A florao ocorre entre dezembro e julho, sendo que a florao maior entre maro e abril (poca da quaresma).

    RVORES DE PEQUENO PORTE

    Agora vamos conhecer as rvores de pequeno porte, ideais para jardins de pequena ou mdia extenso.

    Aleluia (Cassia multijuga)

    rvore de pequeno porte, cujas folhas caem durante o inverno. Sua florada amarela cresce em ramos que se curvam, apresentando

    notvel carter ornamental. Seus ramos so frgeis e se quebram com ventos muito fortes.

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    Alfeneiro-do-Japo (Lugustrum japonicum)

    Espcie com belas flores brancas, cuja copa tem formato arredondado. Os frutos

    so pequeninos e pretos e atraem pssaros

    para onde a rvore cultivada.

    As razes so superficiais e, por esse

    motivo, seu cultivo em reas prximas a

    edificaes ou redes de esgoto no recomendada.

    Cabo-Verde (Cassia spectabilis)

    rvore com belo efeito ornamental, com florescimento ainda enquanto jovem. Possui flores em ramos com formato triangular, com cor

    amarelo-ouro e em grande quantidade. A florao se d entre novembro e janeiro.

    Candelabro (Erytrina speciosa)

    Essa espcie pode atingir at quatro metros de altura, com a copa em forma de pirmide, o que pode ser facilmente adaptado com a poda.

    As flores parecem candelabros vermelho-sangue com ramos, o que confere

  • 17

    rvore grande caracterstica ornamental. A florao se d em julho.

    Escovinha (Callistemon speciosus)

    uma espcie extica e com grande feito ornamental, originria da Austrlia. Sua aparncia natural de arbusto, mas pode ser transformada em uma rvore de pequeno porte por meio das

    podas. Possui ramos longos e flexveis.

    Flamboyant-Ano (Caesalpinia pulcherrima)

    Espcie com copa leve e de formato arredondado, que pode chegar a trs metros de comprimento. As flores so vermelhas, com bordas amarelas, e antes de cair se tornam completamente vermelhas. No

    suporta climas frios com geadas.

    Hibisco (Hibiscus rosa-sinensis spp)

    Esta espcie pode ser utilizada como arbusto ou como pequena rvore, o que pode mudar de acordo com a poda. Existem vrios tipos de hibisco, cujas flores vo do branco ao vermelho.

    O hibisco floresce durante o ano inteiro, exceto em alguns dias do inverno, mas ele possui mais flores no

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    vero, durante a poca mais quente e chuvosa. No suporta regies com geadas.

    Ip-Mirim (Stenolobium stans)

    rvore com copa arredondada, cujas folhas caem durante os meses mais frios do inverno. Diferente dos outros tipos de ip, essa espcie floresce sem que as folhas caiam. As flores tm

    formato de sino na cor amarela.

    Pacov (Strelitzia augusta)

    Quando jovem, o pacov se parece muito com uma bananeira. medida que o tronco se desenvolve, os ramos formam um grande leque. As flores so muito exticas, o que confere a essa

    rvore grande carter ornamental. Muito sensvel ao frio intenso e s geadas.

    Poinsetia (Euphorbia pulcherrima)

    rvore de pequeno porte com crescimento rpido, rstica e bem resistente. As flores constituem-se de um tufo com folhas, que podem ser vermelho-escarlates ou brancas, sendo as flores bem pequenas. Pode ser plantada em regies de clima temperado, onde no existem geadas.

  • 19

    Quebra-Foice (Calliandra brevipes)

    rvore muito delicada, com copa densa e folhas finssimas. As flores se constituem de

    filamentos redondos, brancas perto do caule e rosadas nas pontas, parecendo com as flores do samaneiro. A florao ocorre em setembro.

    3.2 Arbustos

    Agora vamos conhecer alguns tipos de arbustos mais utilizados na composio de jardins. Eles podem ser de dois tipos: para ornamentao foliar, quando voc desejar decorar o jardim com arbustos no florferos, ou aqueles que contm flores.

    ARBUSTOS PARA ORNAMENTAO FOLIAR

    Acalifa (Acalypha spp)

    Esse arbusto possui grande carter ornamental devido ao seu colorido muito atraente e varivel. Dentre as muitas espcies

    dessa variedade, encontram-se folhas em

    diferentes formatos e de diversos tons de cores, como verdes com margens rosadas, creme com manchas verdes, castanho-avermelhados, com tons bronzeados,

    castanho-escuro, entre outros.

    Embora essa espcie prefira climas mais quentes, adapta-se com relativa facilidade at mesmo em regies de clima temperado, desde que esteja sempre exposta ao sol. A folhagem no deve receber muitas podas.

  • 20

    cer (Acer spp)

    Esse arbusto possui folhagem delicada, que se tinge de cor prpura no outono, antes

    que ela caia. Dentre as variedades mais adaptveis ao clima brasileiro, podemos apontar Acer japonicum aureo (com folhas em leque douradas), Acer negundo (com folhas verdes), Acer palmatum atropurpureum (com folhas vermelhas) e o Acer palmatum dissectum (folhas verdes).

    Essa espcie se adapta melhor em regies onde as quatro estaes so bem demarcadas, ou seja, lugares com o clima

    temperado.

    Bambu-Japons (Phyllostachys aurea)

    Essa espcie uma das mais belas para ser utilizada como ornamentao. Seu crescimento

    lento, possui caules finos e flexveis, armados por raminhos delicados com folhagem de cor amarelo-dourado. O bambu-japons prefere terras medianamente midas e permeveis, sendo que se desenvolve melhor em

    regies de clima temperado. A exposio dessa espcie s geadas fatal.

  • 21

    Buchinho (Buxus microphylla japonica)

    O buchinho muito encontrado nos jardins brasileiros, sendo amplamente utilizado na ornamentao, em particular entre as

    dcadas de 1920 e 1950, como um divisor das vias de acesso do jardim e como limitante do gramado. Para esse fim, eles podem receber poda em

    formatos geomtricos com linhas retas.

    Os buchinhos isolados podem ser podados por jardineiros habilidosos, que so capazes de fazer desenhos interessantes com esses arbustos, conforme vemos acima, o que pode enriquecer muito a composio da paisagem.

    Essa espcie tem preferncia pelo clima temperado, e no sofre grandes danos se exposta geada.

    ARBUSTOS PARA ORNAMENTAO FLORFERA

    Abutilon (Abutilon megapotamicum)

    Espcie de grande valor ornamental devido s flores que pendem dos galhos, que pode ser encontrada em diversas

    variedades: com flores cor-de-laranja, em formato de sino, ou com flores amarelas, rosadas, brancas ou vermelhas.

    A preferncia do abutilon pelos

  • 22

    climas tropical ou subtropical, sendo sensvel a temperaturas muito baixas. Pode ser utilizado para cobrir cercas e caramanches, o que depender da habilidade do

    jardineiro em podar a planta para tal fim.

    Azaleia (Rhododendron Simsii)

    Espcie de origem asitica que tem disseminao intensa por quase

    todas as regies brasileiras de clima temperado e subtropical. Isso a tornou planta corriqueira na maioria dos jardins, o que no tira seu grande carter ornamental pela beleza de sua florada. Em 1987 a flor foi adotada como smbolo da cidade de So Paulo,

    em funo do espetculo que proporciona na primavera para os habitantes desta cidade.

    Dependendo da variedade, a azaleia pode atingir dois metros de altura, com copa arredondada e trs metros de dimetro. As flores podem ser brancas, rosas, roxas, cor de salmo, carmim, vermelhas, lilases ou amarelas.

    Para se desenvolver, essa espcie precisa de terra frtil, com muito hmus, e cida. Ela no deve receber podas, pois essas eliminam inmeros de seus botais florais que se formam nas pontas dos ramos durante o outono. A florao se d entre agosto e novembro.

    Brinco-de-Princesa (Fuchsia spp.)

    O brinco-de-princesa uma espcie nativa da regio da Serra do Mar, que fica no

    litoral sudeste do Brasil. Ela no se adapta bem a climas muito quentes, pois nesses ambientes

  • 23

    sofre constantes ataques de pragas e doenas.

    Esta espcie um arbusto com flores que pendem em belos ramos, o que lhe confere grande valor ornamental. As flores so de diversas cores, podendo ser encontradas nas variedades vermelha com o suporte roxo, branco com suporte violeta, e em outras combinaes.

    O brinco-de-princesa deve ser posicionado em sombra, protegido do vento e em terra com bastante hmus e umidade constante.

    Camlia (Camellia japonica)

    A camlia foi introduzida no Brasil juntamente com a chegada da Famlia Real, no sculo XVIII e, desde ento, tem sido uma espcie muito apreciada para composio de jardins e paisagens no pas. A espcie se adaptou bem ao clima das regies temperadas, onde cultivada mais intensamente nas espcies branca e rosa. Mas existem outras variedades de camlias, com flores dobradas de ptalas lisas ou

    crespas, e em vrios tons de vermelho e rosa, que so mais cultivadas na Amrica do Norte e Europa.

    Para que ela se desenvolva, necessrio que seja acomodada em terra cida e cheia de hmus, bem drenada e com teor de umidade regular. A planta deve ser exposta ao sol. A florao ocorre durante o inverno.

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    Hortncia (Hydrangea macrophylla)

    Essa espcie de flor adapta-se melhor aos climas temperados da

    regio Sul e Sudeste do Brasil, sendo muito apreciada na formao de macios floridos, em particular em cidades como Gramado (RS), Campos do Jordo (SP) e Petrpolis (RJ). As flores tm colorao varivel em

    funo do pH do solo, existindo variedades azuis e vermelhas em

    vrios tons. Os solos mais cidos favorecem o aparecimento de tons azuis. Se voc deseja obter flores vermelhas, por exemplo, deve tornar a terra mais alcalina, o que pode ser feito pela incorporao de p calcrio na proporo de 400 g a cada metro quadrado de terra. A florao se d entre o vero e o outono.

    Primavera (Bougainvillea spp.)

    Essa espcie forma arbustos com ramos descendentes muito longos e flexveis, que podem ultrapassar 10 metros

    de comprimento. As flores so muito pequenas e o grande atrativo da primavera reside nas brcteas que envolvem as flores, que possuem cores variveis entre o

    prpuro e o branco, de acordo com a variedade da planta.

    O plantio da primavera deve ser feito unicamente em climas tropicais ou subtropicais, suportando apenas ocasionalmente climas temperados somente nas

    localidades mais quentes a planta chega ao auge de sua florada. No desenvolvimento desse arbusto, o tipo de solo exerce influncia decisiva e determina a intensidade da sua florao, que mais intensa em solos frteis e bem drenados. A adubao complementar

  • 25

    pode ser feita para melhores resultados serem alcanados, empregando-se fsforo saliente no solo.

    Para formar e manter o porte de arbusto, a planta deve ser podada criteriosamente at que se obtenha um tronco mais grosso com as ramagens na copa. Para isso preciso que se eliminem gradualmente as brotaes superficiais.

    Roseira (Rosa hybrida) Arbusto originrio da antiga Prsia, onde ainda

    existem alguns exemplares da planta. Foi na Frana e na Alemanha, atravs da seleo de algumas espcies devido combinao gentica, que as roseiras se tornaram mais

    resistentes ao frio e mais vigorosas. Isso acabou tornando a planta pouco resistente aos climas tropicais e

    subtropicais como encontramos no Brasil.

    Atualmente, devido s tcnicas de combinao gentica, existem muitas espcies que se adaptam a climas temperados e subtropicais e, por isso, se for comprar uma muda de rosa, faa-o de um canteiro bem conceituado para no ter decepes.

    A melhor poca do ano para o plantio nos meses mais frescos, sendo que a cova destinada ao plantio da roseira deve ter medidas de 50 x 50 x 50 cm, sendo preenchida com terra bem adubada para que suas razes, naturalmente profundas, possam se desenvolver sem dificuldades. A planta precisa de total exposio ao sol para crescer com beleza e vigor.

  • 26

    Vu-de-Noiva (Spiraea spp.)

    Tambm conhecido como

    buqu-de-noiva, este sem dvida um dos arbustos mais florferos da

    primavera.

    Bastante

    ramificado, com copa arredondada e

    galhos finos, possui folhas que caem durante o inverno, com reflexos levemente azulados. As flores so pequeninas e de grande valor ornamental, pois crescem de em forma de ramos que produzem um efeito semelhante a uma cascata.

    O vu-de-noiva uma espcie adequada para as regies de clima temperado, no se adaptando s regies muito quentes. Para se desenvolver, essa espcie necessita de solo bem drenado, com umidade constante. A poda deve ser feita aps a florada.

  • 27

    3.3 Trepadeiras

    Dando continuidade ao nosso estudo sobre as espcies ornamentais, veremos agora

    algumas variedades de trepadeiras que podem compor a paisagem de seu jardim. Elas podem ser cultivadas prximas aos muros ou sobre a cobertura de madeira ou ferro de uma via de acesso ao

    jardim, como vemos no Jardim Botnico do Rio de Janeiro.

    Vamos conhecer as espcies mais utilizadas na jardinagem brasileira.

    Amor-Agarradinho (Antigonon leptopus)

    As flores possuem vrias

    tonalidades, variando entre as cores rosa e branca. A florada se d no incio do outono e no incio do inverno com grande densidade de flores. uma espcie resistente seca e s geadas.

    Aps a florada, essa trepadeira deve receber poda drstica para que brote com mais vigor na estao seguinte com a

    chegada das chuvas de vero. No incio do seu cultivo, precisa ser presa com amarrilhos at que surjam gavinhas nas extremidades dos ramos. Em mdia, abrange uma rea de at quatro metros de extenso.

  • 28

    Cissus (Cissus spp.)

    Essa espcie de trepadeira de timo

    aproveitamento ornamental,

    possuindo grande variedade entre os tipos de folhas, sendo til para cobrir

    muros, cercas ou

    caramanches, pois ela se

    fixa com facilidade por meio de gavinhas, cujo

    crescimento rpido e vigoroso.

    uma espcie adequada para os climas quentes de regies tropicais e subtropicais, mas algumas variedades so bem adaptadas ao clima temperado sem

    inverno muito rigoroso. O cissus suporta bem a poda, at mesmo as severas, e ela deve ser aplicada quando a ocupao do espao precisar ser restrita. A planta pode abranger uma rea de at 15 m de extenso.

    Corao-de-Estudante (Thunbergia grandiflora)

    um cip rigoroso, til para cobertura de caramanches, muros ou prgulas. Sua florao muito bela, com flores em cachos roxos em grande quantidade, com incio no outono e durao at o

    inverno.

    O corao-de-estudante prefere os climas mais quentes, tpicos das regies tropicais e

    subtropicais, mas apresenta-se bem adaptado a regies temperadas, suportando at mesmo leves geadas. Deve receber poda constante. Pode ocupar uma rea de at oito metros de extenso.

  • 29

    Flor-de-Cera (Hoya carnosa spp.)

    Essa espcie, de crescimento lento, de grande valor ornamental, uma vez que possui

    flores delicadas e sobrepostas, bem pequenas, que parecem ser feitas de cera (da deriva seu nome).

    A flor-de-cera prefere os locais com sombra, desenvolvendo-se bem at mesmo em

    interiores e em vasos. Pode abranger uma rea de at dois metros de extenso.

    Hera (Hedera helix)

    uma das trepadeiras mais largamente utilizadas na composio de paisagens, pois se fixa muito bem nos suportes em que aplicada, podendo ser utilizada para caramanches, muros (como ilustrado ao lado) e prgulas, como em outros casos.

    A hera tem preferncia pelo clima

    temperado e subtropical, resistindo bem s geadas

    e aos perodos de seca. prefervel cultiv-la em local sombreado, mas se adapta bem exposio ao sol, desde que o local seja suficientemente mido. Essa espcie pode atingir uma extenso de at 20 m.

  • 30

    Lgrima-de-Cristo (Clerodendron thomsonae)

    A lgrima-de-cristo uma das trepadeiras mais apreciadas para compor a paisagem de um jardim, pois possui flores, que se formam na extremidade dos ramos, de cor branca, de onde surge uma coroa vermelha com antenas compridas.

    uma espcie adequada ao clima tropical e subtropical, embora se desenvolva bem em clima temperado, desde que no seja exposta a geadas ou invernos rigorosos. Essa espcie tem a abrangncia mdia de 4 m.

    3.4 Folhagem

    Agora que voc j conhece os diversos tipos de rvores, arbustos e trepadeiras que podem compor seu jardim, o momento de pensarmos os tipos de folhagem que podem ser utilizadas na composio da paisagem. Vamos conhecer as folhagens mais comumente encontradas nos jardins brasileiros e apresentar suas caractersticas.

  • 31

    Avenca (Adiantum spp.)

    A avenca possui uma folhagem delicada e graciosa, sendo muito utilizada na composio de

    paisagens clssicas. Para se desenvolver, ela precisa de local com sombra e abrigada de ventos fortes, e estar plantada em solo mido.

    Comigo-Ningum-Pode (Dieffenbachia spp.)

    Espcie nativa do Brasil, da regio amaznica, onde h muito calor e umidade, de onde conclumos que, para se desenvolver, a planta necessita destes fatores onde for cultivada. Ela suporta bem o clima temperado, mas morre se for exposta a geadas ou inverno intenso.

    importante ressaltar que, ainda que essa espcie seja de grande valor ornamental, ela possui uma seiva txica que pode causar at mesmo a morte de pessoas ou animais domsticos quando ingerida ou mastigada. Por isso, se pretender cultivar a comigo-ningum-pode em seu jardim ou residncia, bom que o faa ensinando as crianas que devem se manter afastados da planta. O cultivo dessa espcie no recomendado para casas com animais de estimao.

  • 32

    Espada-de-So-Jorge (Sansevieria spp.)

    uma planta rstica, que resiste bem a climas frios e a geadas. Ela se reproduz com

    rapidez, ocupando uma grande rea em pouco tempo, e, talvez por este motivo, no

    tenha sido muito utilizada nos ltimos anos nos trabalhos de paisagismo.

    Existem algumas espcies com

    crescimento mais demorado e que podem ser utilizadas na ornamentao de espaos

    restritos, como a S. trifasciata Hahnii Variegata, com as folhas de lamina amarelo creme, e a S. trifasciata Golden Hahnii, planta an, com folhas amarelo-douradas e faixa central de riscas verdes.

    Samambaia (Polypodium spp.)

    A samambaia possui muitas variedades, e largamente utilizada nas residncias brasileiras, tanto em vasos quanto plantada diretamente no solo. Elas precisam ser

    cultivadas em locais com sombra, terra mida e frtil, sempre abrigada de ventos, que podem destruir sua folhagem.

  • 33

    Tinhoro (Caladium spp.)

    Planta nativa da regio amaznica, uma das espcies mais bonitas para ser

    utilizada como ornamentao de jardins. Nas regies de clima temperado, no sul do Brasil, o tinhoro tem sido cultivado com sucesso durante o vero, mas a planta deve ser

    retirada da terra em abril e guardada em local quente e seco, protegida do frio do inverno, sendo replantada em setembro, quando ela ir se reproduzir.

    A espcie tem preferncia por uma exposio leve ao sol, requerendo regas constantes, pois necessita de muita umidade para se desenvolver.

    3.5 Flores

    As flores so um dos elementos mais apreciados na composio de paisagens pelos proprietrios. Elas possuem indiscutvel carter ornamental, pois enriquecem os jardins com sua beleza.

    Durante o curso, conhecemos algumas espcies de rvores, arbustos e trepadeiras

    que produzem flores. Agora veremos alguns tipos de variedades que nascem diretamente no solo, podendo ser cultivadas nele ou em vasos apropriados.

    Lembramos que, se for plantar as flores em vasos, importante que voc pense no

    tamanho potencial das razes da flor e no seu porte, o que, dependendo da espcie, pode pedir um vaso de maior tamanho.

    Para facilitar o estudo, vamos apresentar as flores divididas em duas categorias: a primeira composta por espcies anuais, ou seja, que esto em florao o ano todo, e a

  • 34

    segunda categoria a de espcies perenes, ou seja, que florescem em determinado perodo do ano.

    ESPCIES ANUAIS PARA FORRAO FLORFERA

    Amor-Perfeito (Viola tricolor)

    Essa flor precisa de sombra leve, floresce na

    primavera e no vero, pode chegar a at 15 cm e se desenvolve melhor em clima tropical. A semeadura deve ser feita entre setembro e maro.

    Begnia-An (Begonia semperflorens)

    A begnia-an necessita de sombra leve, pode ter as flores brancas, vermelhas ou rosas, sendo que chega a 20 cm de altura. Ela floresce o ano inteiro, preferindo o clima subtropical ou tropical moderado. A

    semeadura deve ser feita entre setembro e maro.

    Boca-de-Leo (Antirrhinum majus)

    Para se desenvolver, a boca-de-leo precisa ser colocada em local exposto ao sol, sendo que floresce o ano inteiro nas cores brancas, amarela, rosa e vermelha. Ela possui preferncia pelo clima subtropical e seus ramos

  • 35

    podem chegar a 60 cm de altura. A semeadura deve ser feita entre setembro e dezembro.

    Cravo (Dianthus caryophyllus)

    O cravo uma das mais belas flores ornamentais para a decorao de jardins. Para que ele se desenvolva, precisa ser cultivado em local exposto ao sol, sendo que floresce o ano

    inteiro, com cores que variam entre o

    vermelho, rosa e branco. A flor tem preferncia pelo clima subtropical, a altura de

    seus ramos pode chegar a 60 cm e a melhor poca para semeadura entre maro e maio.

    Crista-de-Galo (Celosia cristata)

    A crista-de-galo uma flor que pode chegar a altura de 50 cm, sendo necessrio que seja exposta ao sol para se desenvolver completamente. Suas flores, que abrem no vero e no outono, podem ser das cores amarela, vermelha ou roxa. A flor tem preferncia pelo clima subtropical e tropical moderado, sendo que a semeadura deve ser feita entre setembro e novembro.

    Margarida (Chrysanthemum maximum)

    A margarida, uma das flores mais populares cultivada nos jardins brasileiros, precisa ser cultivada exposta ao sol. Possui flores brancas na primavera e no vero. Seus ramos podem atingir a altura de 50 cm e ela tem preferncia pelo clima subtropical e tropical

  • 36

    moderado, sendo que o melhor perodo para semeadura entre maro e abril.

    Maria-Sem-Vergonha (Impatiens spp.)

    A Maria-Sem-Vergonha, outra flor muito popular cultivada no Brasil, deve ser abrigada meia sombra. Possui flores nas cores branca, vermelha, rosa e roxa, que

    florescem o ano inteiro. A semeadura deve ser feita entre agosto e abril, e seus ramos podem chegar a 50 cm de altura.

    Onze Horas (Portulaca grandiflora)

    Essa flor deve ser cultivada exposta ao sol, seus ramos podem chegar a 5 cm de altura, sendo que ela possui flores nas cores branca, roxa, vermelha, rosa e amarelo, que florescem o

    ano inteiro. Tem preferncia pelos climas subtropical e tropical moderado, e sua

    semeadura pode ser feita o ano inteiro.

    Petnia (Petunia hybrida)

    Por ser uma flor muito delicada, a petnia deve ser cultivada em sombra leve, podendo chegar a 35 cm de altura. A florao se d no inverno e na primavera, variando entre as cores rosa, branca, roxa e vermelha. A

    semeadura deve ser feita entre junho e agosto e a espcie tem preferncia pelos climas subtropical e tropical

  • 37

    moderado.

    Sempre-Viva (Helichrysum bracteatum)

    A sempre-viva, espcie de rara beleza, deve

    ser cultivada exposta ao sol, e se desenvolve plenamente no clima subtropical. Seus ramos podem chegar a 60 cm de altura e as flores variam entre as cores amarelo, branco, laranja, vermelho e roxo, com florao no vero e no outono, sendo que a

    semeadura deve ser feita entre setembro e maro.

    ESPCIES PERENES

    Aucena (Amaryllis spp)

    Para se desenvolver, a aucena precisa ser exposta ao sol e cultivada em clima subtropical. Pode chegar a 50 cm de altura, possui a flor nas cores branca, vermelha e rosa, e floresce na primavera.

    Copo-de-Leite (Zantedeschia spp)

    Tem preferncia pelo clima subtropical e pelo cultivo em sombra leve. A flor pode chegar a 40 cm de altura, nas cores branca, rosa e amarela. Floresce durante a primavera e o vero.

  • 38

    Gernio (Pelargonium zonale)

    O gernio tem preferncia pelo clima subtropical e tropical moderado, sendo que floresce

    durante o ano inteiro se for cultivada plenamente exposta ao sol. A flor pode chegar a 30 cm de altura, variando entre as cores vermelha, branca, rosa, laranja e roxa.

    Verbena (Verbena hybrida)

    A verbena floresce durante o vero, possuindo flores na cor roxa. Tem preferncia pelo cultivo em pleno sol em clima subtropical ou tropical moderado. Seus ramos podem chegar a 10 cm de altura.

    Violeta (Viola odorata)

    A violeta, flor tambm muito popular no Brasil, pode ser cultivada em vasos ou diretamente no solo, preferindo a exposio meia sombra em clima tropical moderado ou subtropical. A planta pode atingir uma altura de 10 cm, sendo que floresce no inverno e na primavera.

    Um detalhe importante que essa flor no

  • 39

    tolera umidade, portanto, deve ser regada com muita pouca gua, duas vezes por semana no vero e uma vez por semana no inverno. Outro cuidado a ser tomado com a violeta

    que suas folhas no podem ser molhadas, seja pela rega ou pela chuva, pois isso sufoca a planta, o que pode ocasionar sua morte precoce.

    3.6 Gramas ornamentais

    Agora que voc j conhece as flores, as rvores e os arbustos que podem compor seu jardim, vamos passar para o ltimo elemento a ser adicionado paisagem: a grama. Ao contrrio do que muitos pensam, existem diversos tipos de grama. Aqui, vamos ver as quatro variedades mais utilizadas na ornamentao brasileira, assim como veremos sua aplicao em um jardim muito conhecido na cidade do Rio de Janeiro.

    Grama Batatais (Paspalum notarum)

    A grama batatais utilizada na formao de gramados que precisam ser resistentes ao pisoteio intenso. Essa espcie vigorosa, sendo

    ideal para a formao rpida de gramados densos e baixos, resistente seca e geada. Essa espcie precisa receber poda mensal, assim

    como adubao mineral a cada seis meses e adubao orgnica anualmente.

    Grama Inglesa (Stenotaphrum secundatum)

    Atualmente pouco utilizada nos jardins brasileiros, mas j foi muito aplicada na composio de paisagens rsticas, pois bem resistente a secas e geadas, sendo bem adaptvel a

    diferentes localizaes. A desvantagem dessa espcie que cresce excessivamente, invadindo outras peas do jardim, no tolera pisoteio intenso e necessita de poda constante para se manter bonita e vigorosa.

  • 40

    Grama Preta (Ophiopogon japonicus)

    Tambm conhecida como pelo de urso, essa espcie no pertence mesma

    famlia das outras gramas, o que pode ser facilmente verificado pelo seu aspecto. Suas folhas, finas e estreitas, crescem em pequenos tufos que podem atingir 20 cm de altura, de

    colorao verde escuro. Isso permite que essa espcie componha uma paisagem com maior contraste entre os elementos devido a sua grande capacidade de adaptao sombra. Precisa de adubao constante e no tolera pisoteio intenso.

    Grama Seda (Cynodon dactylon)

    A grama seda considerada uma das espcies mais resistentes de grama, sendo utilizada em campos de futebol e de golfe, assim como em parques (conforme ilustra a figura ao lado, no Jardim Botnico do Rio de Janeiro).

    Ela uma espcie muito adaptvel, que cobre bem qualquer tipo de solo, inclusive

    os de baixa fertilidade e terrenos pedregosos. A grama seda forma gramados densos e deve ser podada mensalmente para que a agressividade de sua vegetao seja controlada.

  • 41

    Unidade 4 Jardinagem e Paisagismo

    Ol aluno,

    Na ltima unidade do curso de jardinagem e paisagismo mostraremos quais so os elementos auxiliares na composio de paisagens, que so de grande importncia para elevar o valor esttico e ornamental do seu jardim.

    Em seguida voc ver alguns conselhos para manter as plantas do jardim de forma saudvel no inverno e os cuidados que deve ter caso animais domsticos ou crianas tenham acesso rea verde.

    Por fim, falaremos do maior paisagista brasileiro, Roberto Burle Marx, referncia no nosso pas e no mundo quando o assunto paisagismo e jardinagem.

    Bom curso.

  • 42

    4.1 Elementos auxiliares na composio da paisagem

    Para construir um jardim, no basta colocar plantas. Por si s, elas so grande parte da paisagem, mas um jardim composto apenas por folhas, rvores e flores ser menos completo do que aquele que fizer uso dos elementos auxiliares. Eles podem ser pedras, dormentes, troncos, razes, vasos, holofotes, arandelas, cascatas, lago, caramancho, gazebos, pergolados e mveis de jardim.

    PEDRAS

    As pedras so consideradas os elementos auxiliares mais importantes na composio de contrastes na paisagem dos jardins. Como as pedras so elementos naturais, a harmonizao delas com as espcies vegetais perfeita, o que resulta em

    arranjos muito agradveis e atraentes (o que depende, em grande parte, do bom senso do paisagista).

    No Japo as pedras so utilizadas h muitos sculos como elementos decorativos

    principais, tanto nos jardins exteriores como nos interiores das residncias, templos e palcios.

    Isso teria origem nos princpios filosficos e religiosos no budismo e no xintosmo, por exemplo que determinam quais os conceitos adotados por cada escola paisagstica japonesa. Em Kioto, no Japo, existem jardins feitos predominantemente com pedras, como o Rock Garden of Ryoanji, conforme ilustrado abaixo.

  • 43

    As pedras, bem como os demais elementos, so sempre colocadas em posies previamente estudadas para que fiquem harmonizadas na composio da paisagem. O formato de cada pedra deve ser escolhido em relao direta com o ambiente em que ela ser colocada, em particular as mdias e grandes, para que o resultado da composio

    seja visualmente agradvel. Lembramos que as pedras pequenas tambm precisam ser cuidadosamente selecionadas, para que possam servir adequadamente s finalidades propostas, sem provocar desarmonia com os outros componentes da paisagem.

    DORMENTES, TRONCOS E RAIZES

    Os dormentes de estradas de ferro, por exemplo, so timos elementos para a composio de jardins ornamentais e podem ser aproveitados de diversas maneiras, como para a formao de escadas (conforme ilustrado abaixo), para revestir paredes

    impermeveis, assim como servem de fundo a diversas espcies de plantas, como as avencas e heras, por exemplo.

    Eles devem ser previamente tratados com substncias qumicas para a preservao da madeira, a fim de impedir sua contnua deteriorao e

    prevenir o ataque de cupins.

  • 44

    Os troncos utilizados para composio ornamental no devem ser aqueles arrancados da natureza para este fim, mas sim aqueles que podem ser aproveitados de

    rvores que j caram, ou os resduos de alguma rea do jardim.

    Quanto mais tortuosos e irregulares forem os troncos, melhor ser a utilizao deles na ornamentao, mas os compostos por linhas retas tambm podero ser

    utilizados, o que depender do senso esttico e experincia do paisagista. Eles precisam do mesmo tratamento dispensado aos dormentes para garantir a sua conservao.

    As razes so um dos elementos ornamentais auxiliares mais difceis de serem

    encontrados, mas proporcionam timos arranjos ornamentais para o jardim. As melhores razes so aquelas encontradas na beira de rios.

    VASOS, HOLOFOTES E ARANDELAS

    Os vasos possuem indiscutvel carter ornamental para os jardins e so largamente utilizados na composio paisagstica. Eles devem ser colocados em reas ao redor da composio principal e devem obrigatoriamente harmonizar-se com o estilo do jardim.

    desejvel que todos os vasos sejam do mesmo material e sejam compostos pelos mesmos estilos de forma e cor. Com isso obtm-se uma concentrao visual mais homognea, aumentando a atrao pelos pontos mais agradveis do jardim.

    Os holofotes, por sua vez, so responsveis pela iluminao dos grandes e mdios jardins, possibilitando o aproveitamento noturno com a manuteno da beleza visual do ambiente. Para isso, os holofotes que compem o jardim devem ser de foco dirigvel e blindado, para evitar a penetrao da gua da chuva ou da rega.

    Os pontos de iluminao devem ser decididos no projeto do jardim, o que possibilita que a rede de fiao eltrica seja implantada antes da obra de jardinagem que, se for feita aps a plantao, prejudicar as espcies vegetais. Alm de determinar os pontos de iluminao, o projetista indicar a potncia das lmpadas e o

  • 45

    distanciamento entre os holofotes e as plantas, a fim de evitar que as folhas sejam queimadas pelo calor da iluminao.

    importante que o paisagista conhea tambm as luzes mais indicadas para cada tipo de jardim, pois alguns tipos de iluminao so prejudiciais s plantas, como as lmpadas de mercrio, que interferem na vida noturna das espcies vegetais, deixando-

    as mais fracas e vulnerveis ao ataque de pragas e doenas. Alm disso, algumas luzes atraem insetos, como as luzes brancas, o que trar mariposas e, consequentemente, lagartas para o seu jardim, estragando as plantas.

    Um efeito muito bonito obtido quando alguns holofotes so posicionados em meio a um grupo de plantas, iluminando-as de dentro para fora, criando ilhas de luminosidade difusa em meio ao ambiente escuro no plano geral.

    Essas lmpadas produziro melhor efeito quando escolhidas na cor predominante de cada grupo, como, por exemplo, num grupo de acalifas, obtm-se o melhor resultado com as lmpadas de colorao vermelha; j entre plantas de folhagem verde, indica-se lmpadas igualmente verdes, conforme ilustra a composio abaixo.

    As arandelas so todo e qualquer aparelho de iluminao que apoiado em uma parede. Elas tambm so componentes auxiliares na

    iluminao das composies, sendo mais indicadas para reas menores e estilos clssicos de jardim. As arandelas devero ser escolhidas criteriosamente de acordo com a harmonizao e com o estilo do jardim.

    CASCATAS E LAGOS

    A gua sempre um dos elementos auxiliares mais importantes no paisagismo, assim, as diversas formas de sua presena so altamente desejveis no jardim, destacando-se as cascatas e os lagos.

  • 46

    Uma cascata pode ser construda com um projeto de um arquiteto se for de grandes propores, mas se no existir essa necessidade na sua composio, um bom

    paisagista saber orientar um bom jardineiro para a construo, usando diversos recursos baratos, como, por exemplo, movimentar gua por meio de pequenos engenhos motocontnuos (ao invs de motobombas, mais caras).

    Os lagos tambm so elementos importantes na paisagem, desde que ornem esteticamente com o estilo de jardim escolhido. O formato ou tamanho de um lago no jardim estar sempre ligado s propores da rea do terreno. Se for construir um lago em jardins de pequenas ou mdias propores, isso pode ser feito de modo simplificado e de custo bastante reduzido, conforme mostra a figura abaixo.

    Paisagismo, Jardinagem e Plantas Ornamentais, pg. 199

    CARAMANCHO, GAZEBO, PERGOLADO E MVEIS DE JARDIM

    O caramancho uma estrutura de madeira que cobre uma determinada rea, geralmente coberto por vegetao ou por alguma trepadeira. Em geral prefervel coloc-lo como uma dependncia parte no jardim do que uma mera decorao do mesmo.

  • 47

    Sempre que for possvel a projeo de um caramancho em jardins espaosos, sua construo resultar em um ambiente agradvel para os que habitam ou frequentam a

    propriedade.

    Ele pode ser construdo com material de alvenaria, mas o mais recomendvel que isso seja feito com madeira rolia ou bambu, que devem ser tratados com produtos qumicos, assim como as toras e os dormentes, com o objetivo de prevenir sua deteriorao. A preferncia por madeira se d porque, sendo um elemento natural, acaba se harmonizando melhor com a paisagem do que o material de alvenaria.

    De acordo com Barbosa, a presena do caramancho no jardim muito gratificante porque proporciona s pessoas, abrigadas do sol, o contato direto com as plantas, podendo o espao tambm ser aproveitado para diversos fins sociais, como churrasco em famlia ou reunio com amigos.

    O gazebo e o pergolado exercem as mesmas funes na paisagem. Apenas diferem do caramancho em relao ao modo como so construdos. O gazebo se assemelha a um coreto, parecendo com um quiosque pequeno. O pergolado pode ser

    feito de madeira, ferro ou concreto, mas sua estrutura superior vazada e no possui plantas. Veja abaixo.

    Gazebo Caramancho

  • 48

    Prgola

    Em relao aos mveis que iro compor o jardim, importante que sejam previamente posicionados, pois isso trar uma sensao maior de satisfao e bem estar s pessoas que frequentarem o espao, sem a impresso de que eles foram l colocados

    de forma improvisada. Assim sendo, posiciona-se os mveis de maneira para que permaneam abrigados da ao direta do sol e dos ventos fortes.

    Outro fator a ser observado a qualidade dos mveis, pois, ao considerar que eles

    ficaro ao ar livre, conclumos que tm que ser resistentes. Se quiser colocar mveis de madeira no jardim, eles devem ser protegidos por camadas de pintura com tinta adequada para exteriores, que so encontradas em lojas especializadas. Mveis construdos com madeiras frgeis, com o pinho, ou com as juntas coladas, devem ser evitados, pois se deterioram com facilidade.

    4.2 Cuidados com o jardim

    Vamos mostrar aqui, resumidamente, os passos que devem ser seguidos para a manuteno eficiente das espcies vegetais do jardim.

    Em primeiro lugar vem a preocupao com a rega das plantas, que um dos servios mais importantes da manuteno da vida vegetal, seno o mais importante deles. Nos dias quentes, a rega pode ser feita at duas vezes por dia (lembrando que o melhor perodo o comeo da manh e o final da tarde) e uma vez por dia nos dias mais frescos.

  • 49

    Quando uma planta sofre transplante de local, ela deve ser regada com mais frequncia para que possa aderir ao solo. importante ressaltar que, quando chove, o jardim no deve, em hiptese nenhuma, ser regado, pois isso encharca a terra e sufoca as plantas.

    Outro cuidado na manuteno do jardim proteger as mudas e plantas jovens da ao dos ventos fortes, colocando hastes de madeira junto s espcies vegetais como um suporte para sustent-las, estruturas que tambm so conhecidas como tutores. Essas hastes devero ser enterradas junto s plantas, que devem ser amarradas haste para que fiquem firmes (veja a figura a seguir).

    Essas hastes devem ser de madeira resistente e tero maior durabilidade se a parte que fica enterrada for previamente pintada com piche.

    A colocao dessas hastes deve ser feita por ocasio da colocao da planta na terra. A natureza das plantas que indica a necessidade ou no do

    tutoramento (colocao das hastes). No caso de trepadeiras, quando elas no so plantadas em local definitivo, exigem tutores, caso contrrio, teremos que lhes assegurar condies fceis para o

    seu desenvolvimento, com prgulas e caramanches.

    Quando as plantas crescem acabam dispensando os suportes, ento, esses so removidos e guardados para serem utilizados em outra oportunidade.

    Outro cuidado fundamental para manuteno da vida vegetal no jardim a poda, que veremos detalhadamente no prximo tpico.

  • 50

    Poda das plantas

    Podemos apontar os momentos em que a planta deve ser podada em cinco momentos: no transplante, na formao de cercas-vivas, na eliminao de partes doentes, para aumentar a quantidade de flores e para aumentar a densidade da copa.

    A planta que podada durante o transplante precisa dessa interveno para reduzir a quantidade de folhas e diminuir a transpirao, o que facilita a sua boa adaptao ao novo local onde ser colocada.

    Para formar cercas-vivas, a poda necessria desde o incio da plantao das espcies ornamentais, pois isso confere forma e densidade foliar para as espcies que compem a cerca-viva. Ao perceber que existem ramos desalinhados com o formato desejado da cerva-viva, pode-os.

    A poda de partes doentes consiste na eliminao dos locais atingidos por pragas e doenas. Voc j viu no curso como identificar esses males, portanto, faa um monitoramento constante das plantas do seu jardim. Pode as partes infectadas logo no incio, o que garantir a sade de todas as espcies vegetais do jardim.

    A poda com finalidade de aumentar a florao, em algumas espcies, deve ser feita no inverno, como nas hortnsias, por exemplo, o que estimula a florao na

    primavera seguinte.

    importante salientar que a poda deve ser executada por um jardineiro qualificado e experiente, que faa uso de bons materiais de jardinagem. Erros de poda podem comprometer a sade das plantas e at mesmo mat-las.

    Cuidados com as plantas no inverno

    Sabemos que no Brasil existem regies com inverno rigoroso e at mesmo com geadas, o que requer um cuidado especial com as plantas durante o inverno.

  • 51

    Considerando que, durante o ciclo de vida, as plantas entram em dormncia durante o inverno, este o melhor momento para transporte e para podas, pois as razes

    sofrem menos com essas aes do que em outros perodos do ano.

    No inverno deve ser feita a poda de limpeza, que visa a eliminao de ramos secos e quebrados, assim como a poda esttica, a fim de dar um melhor aspecto rvore ou ao

    arbusto, para que a espcie fique mais arejada e mais luz entre atravs dos espaos abertos, alcanando toda a planta.

    importante que se faa sempre uso de materiais afiados para evitar que fungos e outras bactrias entrem na planta. Aps a poda, voc pode passar um material selante nos instrumentos de jardinagem para a higienizao destes.

    Para prevenir que as folhas sejam queimadas pela ao das geadas, proteja-as com uma tela de cobertura e, na manh seguinte geada, molhe o jardim, o que ir derreter o gelo. Depois disso, descubra as plantas.

    Em seguida regue as plantas, pois se isso for feito no final da tarde elas passaro a

    noite molhadas, o que favorece o acmulo de gelo. Durante o inverno regue no mximo duas vezes por semana, pois a necessidade de gua diminui nesse perodo. A rega excessiva favorece o aparecimento de fungos nas plantas.

  • 52

    Dicas para ter um jardim seguro

    Por fim, colocamos uma leitura complementar para que voc veja os cuidados que deve tomar no planejamento e na manuteno em relao a crianas e animais que eventualmente iro acess-lo.

    Leitura Complementar

    Jardim Seguro

    Ao planejarmos um jardim, no devemos nos esquecer que ele deve ser, alm de bonito, seguro para as pessoas que nele convivem, principalmente para crianas, animais domsticos e pessoas idosas ou portadoras de necessidades especiais.

    O ideal que seja feita uma consulta com um profissional qualificado. Mas como isso nem sempre possvel, convm pesquisarmos quais so as

    plantas que no devem ser usadas, pois muitas delas podem causar graves intoxicaes quando ingeridas ou reaes alrgicas se tocadas.

    As plantas txicas mais comuns em nossos jardins so as azaleas (Rododendron), comigo-ningum-pode (Dieffenbachia amoena), copo-de-leite (Zantedeschia aethiopica), alamandas (Allamanda cathartica), crtons, giestas, mamona, praticamente todas as plantas do gnero Euphorbia (coroa-de-cristo e bico-de-papagaio), e muitos cactos, por causa do ltex leitoso que expelem ao serem cortadas, sendo este um bom indicativo de toxicidade.

    Os ces, principalmente quando filhotes, so muito curiosos a qualquer novidade colocada no jardim, e podem mastigar e engolir partes destas plantas. Em caso de intoxicao convm guardar a planta ingerida e procurar

    imediatamente orientao mdica. Outra dica para quem tem ces evitar misturar torta de mamona e farinha de osso para fazer adubao. A farinha de ossos atrai os ces e como a torta de mamona txica, isso pode provocar intoxicao nos ces.

    No caso das crianas o melhor orient-las sobre o perigo que as plantas

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    podem causar, e desestimul-las de provar folhas ou frutos desconhecidos. Outro problema tambm relativo s plantas so aquelas que possuem

    folhas pontiagudas, como algumas espcies de bromlias, agaves e cactos. Estas devem ser evitadas pelo risco de uma criana ou adulto com necessidades especiais, vir a cair sobre elas provocando cortes e arranhes na pele ou olhos.

    Devemos observar tambm o tipo de piso utilizado em caladas e outras reas de circulao no jardim. Lajotas devem ser antiderrapantes, principalmente nas reas molhadas como bordas de piscinas. Os dormentes, muito utilizados nos jardins, apesar de bonitos podem se tornar escorregadios em dias de chuva, devendo, portanto, ser evitados.

    Um fator importante que no deve ser esquecido quanto a disposio das plantas junto ao porto de entrada da residncia. Infelizmente, devido violncia nas grandes e tambm nas pequenas cidades, devemos evitar arbustos e rvores grandes na entrada, onde algum possa ficar escondido e surpreender o morador na chegada a sua residncia.

    Observando esses quesitos, podemos planejar reas verdes mais seguras, tornando nossos momentos de lazer mais tranquilos e agradveis. Fonte: Ana Batezati, Dicas de Jardinagem e Paisagismo. http://dicas-jardinagem-paisagismo.spaceblog.com.br/

    4.3 Roberto Burle Marx

    Roberto Burle Marx foi um dos maiores, se no o maior, paisagista brasileiro, tendo sido premiado internacionalmente por sua obra. Tambm produziu outros tipos de arte, como o desenho, a pintura, a escultura e a criao de outras obras.

    Nasceu em So Paulo, em 4 de agosto de 1909, mas passou a morar na cidade do Rio de Janeiro em 1913. Estudou pintura na Alemanha, tendo contato neste pas com as espcies nativas do Brasil conservadas no Jardim Botnico de Berlim.

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    Em funo de seus mltiplos talentos, as obras paisagsticas de Burle Marx eram frequentemente comparadas a pinturas abstratas, usando elementos retilneos, ou em

    curvas, sempre com a presena de espcies nativas da flora brasileira, sendo muito habilidoso na criao de contrastes entre as diferentes peas da paisagem. Roberto Burle Marx se definia como um artista de jardins.

    Ele inovou na utilizao de plantas nativas brasileiras em suas obras, valorizando as bromlias, por exemplo.

    Atualmente, podemos encontrar a obra de Burle Marx espalhada pelo mundo,

    como em Longwood Gardens, na Filadlfia (EUA), ou na Universidade da Califrnia (EUA).

    Mas foi no Brasil que sua obra obteve grande destaque. Burle Marx trabalhou em muitas paisagens conhecidas por muitos de ns, como no Aterro do Flamengo e no Jardim do Edifcio Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro; o Centro Cvico de Curitiba (PR) e diversos projetos paisagsticos para Pampulha, em Belo Horizonte (MG). A seguir, mostramos alguns exemplos da obra monumental desse grande paisagista

    brasileiro.

    Aterro do Flamengo RJ

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    Jardim do Edifcio Gustavo Capanema RJ

    Centro Cvico de Curitiba, Av. Cndido de Abreu PR

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    Jardim da Igreja da Pampulha, Belo Horizonte MG

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    Encerramento

    Prezado aluno,

    Chegamos ao final do curso de Jardinagem e Paisagismo. Neste curso voc aprendeu os conceitos bsicos sobre essas duas prticas, que tm a funo principal de nos trazer um maior contato com a natureza, o que melhora significantemente a

    qualidade de vida de todas as pessoas, em particular aquelas que moram nos grandes centros urbanos.

    Voc aprendeu como construir um jardim, quais so as plantas mais cultivadas no Brasil e quais so apropriadas a cada tipo de clima presente em nosso pas. Tambm passou a conhecer como se desenvolveu a jardinagem e o paisagismo no continente americano e quais foram as influncias mais importantes.

    Com essas informaes voc est habilitado a compor seu prprio jardim, alm de ser capaz de apreciar as paisagens verdes que compem a sua cidade.

    Desejamos-lhe sucesso e boa sorte.

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    Bibliografia

    Livros:

    - Barbosa, Antonio Carlos da Silva. Paisagismo, Jardinagem & Plantas Ornamentais.

    Iglu Editora Ltda, So Paulo, 1989.

    - Santos, M. Coutinho dos. Manual de Jardinagem e Paisagismo. Freira Bastos, Rio

    de Janeiro, 1978.

    - Dreykorn, Monika. O melhor da sabedoria popular. Readers Digest, Rio de Janeiro, 2010.

    Sites:

    - Aldeia das Flores. O que Jardinagem. acesso em 22 de junho de 2011.

    - Ana Batezati. Dicas de Paisagismo e Jardinagem. Como cuidar das plantas no inverno e dicas para ter um jardim seguro. < http://dicas-jardinagem-paisagismo.spaceblog.com.br/2/> acesso em 22 de junho de 2011.

    - Muticitro. Cuidados a serem tomados com as plantas no inverno. < http://www.multicitros.com.br/dicas-e-cuidados/4/cuidados-a-serem-tomados-com-as-plantas-no-inverno> acesso em 25 de julho de 2011.

    - Paisagismo Brasil. Anlise do solo. acesso em 27 de junho de 2011.

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    - Miriam Stumpf. Projetando as rvores no jardim. < http://www.fazfacil.com.br/jardim/paisagismo_arvores.html> acesso em 30 de junho de 2011.

    - Arquitetura e Interiores. Gazebo, Pergolado e Caramancho < http://vcsenatore.blogspot.com/2011/06/gazebopergolado-caramanchao.html> acesso em 5 de julho de 2011.