PaisaGismo

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Paisagismo julho de 2013 ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 5ª Edição nº 005 Vol.01/2013 julho/2013 Paisagismo Talita Nicolau Queiroz - [email protected] Master em Arquitetura Instituto de Pós Graduação e Graduação- IPOG Belém/Setembro/2012 Resumo O objeto de estudo deste artigo é apresentar a importância do paisagismo. Além disso, no âmbito das possibilidades do trabalho, procurou-se ampliar os olhares na concepção do paisagismo sustentável, socioambiental no ambiente humano, com esta evolução ao adotar princípios da ecologia e a compreensão ambiental, pois é um meio que aumenta as relações da sociedade e natureza, que reflete visões de um mundo predominante, objetivando uma busca de uma cidade ideal, de um mundo melhor. Adotando uma pesquisa simples de modalidade bibliográfica. O resultado mostra a importância do paisagismo e a sustentabilidade no Brasil e nos ambientes para o bem estar social. Conclui-se com este estudo, que o paisagismo proporcionará cada vez mais melhorias para obter um mundo melhor. Palavras- chave: Paisagismo. Sustentabilidade. Concepção 1. Introdução O paisagismo é uma especialidade da arquitetura e pode ser definido como a arte e técnica de promover o projeto, planejamento, gestão e preservação de espaços livres. Recentemente tem-se trabalhado com o conceito de paisagismo sustentável que consiste em buscar integrar ao paisagismo as dimensões da sustentabilidade, ou seja, uso de plantas nativas, redução da manutenção e atração de ave-fauna selvagem. A sustentabilidade significa o uso dos recursos naturais de forma responsável e consciente, não prejudicando sua renovação pelas gerações futuras, pois conscientizar as pessoas que o paisagismo serve para manter o equilíbrio do ecossistema destruído pelo homem. As Conferências e Relatórios Internacionais realizados desde o início da década de 70, Conferência de Estocolmo (1972), até a Conferência das Nações Unidas Sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio + 20) realizada no Rio de Janeiro(2012) tem sido instrumentos importantes para que as lideranças mundiais e e sociedade reconheçam que é necessário promover mudanças nos padrões insustentáveis de consumo e produção. Este trabalho apresenta a história do paisagismo no Brasil, e destaca a importância do paisagismo sustentável como uma das ações importantes para a construção das “Cidades Sustentáveis”. 2. Paisagismo no Brasil No mundo oriental, os primeiros espaços verdes surgiram no século XVIII. No Brasil inicia-se o paisagismo com a chegada de D. João VI, em 1807. O Jardim Botânico do Rio de Janeiro foi destinado para cultivar espécies para a produção de carvão, matéria-prima para a fabricação de pólvora. Em meados do século XIX, por autoridade das mulheres, homens da corte solicitavam aos cônsules e embaixadores, sementes e mudas de espécies floríferas de plantas para ornamentar os jardins dos

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Apostila Paisagismo.

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    ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goinia - 5 Edio n 005 Vol.01/2013 julho/2013

    Paisagismo

    Talita Nicolau Queiroz - [email protected]

    Master em Arquitetura

    Instituto de Ps Graduao e Graduao- IPOG Belm/Setembro/2012

    Resumo

    O objeto de estudo deste artigo apresentar a importncia do paisagismo. Alm disso, no mbito das possibilidades do trabalho, procurou-se ampliar os olhares na concepo do paisagismo sustentvel, socioambiental no ambiente humano, com esta evoluo ao adotar princpios da ecologia e a compreenso ambiental, pois um meio que aumenta as relaes da sociedade e natureza, que reflete vises de um mundo predominante, objetivando uma busca de uma cidade ideal, de um mundo melhor. Adotando uma pesquisa simples de modalidade bibliogrfica. O resultado mostra a importncia do paisagismo e a sustentabilidade no Brasil e nos ambientes para o bem estar social. Conclui-se com este estudo, que o paisagismo proporcionar cada vez mais melhorias para obter um mundo melhor. Palavras- chave: Paisagismo. Sustentabilidade. Concepo

    1. Introduo

    O paisagismo uma especialidade da arquitetura e pode ser definido como a arte e tcnica de

    promover o projeto, planejamento, gesto e preservao de espaos livres. Recentemente tem-se

    trabalhado com o conceito de paisagismo sustentvel que consiste em buscar integrar ao paisagismo

    as dimenses da sustentabilidade, ou seja, uso de plantas nativas, reduo da manuteno e atrao

    de ave-fauna selvagem. A sustentabilidade significa o uso dos recursos naturais de forma

    responsvel e consciente, no prejudicando sua renovao pelas geraes futuras, pois conscientizar

    as pessoas que o paisagismo serve para manter o equilbrio do ecossistema destrudo pelo homem.

    As Conferncias e Relatrios Internacionais realizados desde o incio da dcada de 70, Conferncia

    de Estocolmo (1972), at a Conferncia das Naes Unidas Sobre Desenvolvimento Sustentvel

    (Rio + 20) realizada no Rio de Janeiro(2012) tem sido instrumentos importantes para que as

    lideranas mundiais e e sociedade reconheam que necessrio promover mudanas nos padres

    insustentveis de consumo e produo.

    Este trabalho apresenta a histria do paisagismo no Brasil, e destaca a importncia do paisagismo

    sustentvel como uma das aes importantes para a construo das Cidades Sustentveis.

    2. Paisagismo no Brasil

    No mundo oriental, os primeiros espaos verdes surgiram no sculo XVIII. No Brasil inicia-se o

    paisagismo com a chegada de D. Joo VI, em 1807. O Jardim Botnico do Rio de Janeiro foi

    destinado para cultivar espcies para a produo de carvo, matria-prima para a fabricao de

    plvora.

    Em meados do sculo XIX, por autoridade das mulheres, homens da corte solicitavam aos cnsules

    e embaixadores, sementes e mudas de espcies florferas de plantas para ornamentar os jardins dos

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    palacetes no Rio de Janeiro. Logo em seguida chegaram ao Brasil algumas espcies de sementes e

    mudas de espcies florferas: agapantos, roseiras, copos de leite, dlias, jasmins, lrios e craveiros,

    entre outras.

    A palmeira-imperial (Roystonea oleracea), originria da Venezuela e da Colmbia, chegou ao

    Brasil trazida pelos portugueses libertados da Ilha de MaurcioXIX.

    Quase um sculo depois, a espcie trazida ao Brasil foi a palmeira-real (Roystonea regia), nativa de

    Cuba e Porto Rico, de porte mais baixo e estipe mais grosso.

    A Frana se contituiu como o principal modelo de cultura paisagista. Dom Pedro II contratou o

    francs Auguste Franois Marie Glaziou em 1859, e se tornou o principal paisagista do imprio e

    que ocupou o cargo de Diretor Geral de Parques e Jardins da casa imperial e inspetor dos jardins

    municipais. Ele utilizou pela primeira vez, rvores florferas no paisagismo, ele implantou vrios

    jardins e parques pblicos na cidade do Rio de janeiro como parques da Quinta da Boa Vista, o de

    So Cristvo, o do Palcio de Vero de Petrpolis, o do Baro de Nova Friburgo, e a

    requalificao do passeio pblico com caminhos que davam para sentidos diferentes e grandes

    gramados, alm de um pequeno lago e at uma ilha artificial.

    FIGURA 01 Passeio pblico de Auguste Franois Marie Glaziou

    . Fonte: http://www.casaruibarbosa.gov.br/glaziou/biografia.htm

    Os jardins foram adaptados em residncias, palacetes, como os jardins da residncia das princesas

    imperiais, da famlia do Baro de Nova Friburgo, do Baro de Mau, no Rio de Janeiro, e de

    Tavares Guerra, em Petrpolis para estimular a sensibilidade paisagem.

    O atributo do paisagismo no pas foi surto de nacionalismo decorrente do ps-guerra.

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    FIGURA 02 Palacete Leopoldina.

    Fonte: http://www.casaruibarbosa.gov.br/glaziou/biografia.htm

    Em 1930, surge o trabalho, as idias do famoso Roberto Burle Marx, trazendo atravs do seu

    trabalho como paisagista toda uma proposta de valorizao da cultura brasileira.

    Um dos mais importantes, consagrados artistas brasileiros contemporneos, considerado o criador

    do jardim Moderno pelo Instituto Americano de Arquitetos (Sima, 1991). O surgimento de Burle

    Marx como paisagista foi iniciado nos anos 30 e est ligado a todo movimento da Arquitetura

    Moderna Brasileira. Nascido em So Paulo em 1909, muda-se ainda menino para o Rio de Janeiro.

    Aos 19 anos, viaja para a Alemanha para se aperfeioar como desenhista. De l que, casualmente,

    descobre a beleza das plantas tropicais, numa visita ao Jardim Botnico de Dahlen. De volta ao

    Brasil, Burle Marx comea a cultivar, colecionar e classificar plantas.

    Sua inovao foi a de criar, dentro de uma esttica ligada ao Modernismo, um paisagismo tropical

    com valorizao da flora brasileira. Com influncia cultural europia, plantas exticas costumavam

    predominar nos jardins brasileiros. Mas Burle Marx sempre apaixonado pelas plantas brasileiras

    desde quando, ainda era estudante em Berlim, no Jardim Botnico de Dahlem, a exuberncia da

    flora brasileira que no podia ver nos jardins de seu prprio pas.

    Pois trouxe para seus projetos grande nmero de plantas brasileiras nunca utilizadas anteriormente,

    muitas ignoradas ou desconhecidas em seu potencial esttico.

    Para este fim, outro aspecto de seu trabalho, o de pesquisador, foi extremamente importante. Sua

    curiosidade e preocupao com a flora brasileira levou-o a numerosas expedies cientficas atravs

    de florestas e matas brasileiras coletando, analisando, descobrindo novas plantas e introduzindo-as

    no paisagismo. Cada poca existe um estilo de jardim, porque h inmeras formas de se moldar o

    paisagismo. Combinar a personalidade com o que se almeja tambm gera um estilo.

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    FIGURA 03 Jardim do Aterro do Flamengo, Obra de Burle Max . Fonte: Google Maps

    3. Paisagismo e Sustentabilidade

    Sintetizando o paisagismo, originalmente considera-se que a paisagem um elemento a ser

    construdo, a criao de projetos de reas verdes, englobando tudo que interfere na paisagem tanto

    quanto os edifcios e o ambiente urbano, como reas livres de circulao, lazer, recreao,

    preservao ambiental, entre outros. As grandes cidades so dependentes do paisagismo, as reas

    verdes urbanas so um ajuste para o equilbrio ecolgico.

    O homem comea a perceber a qualidade de vida proporcionada pelo paisagismo que um

    planejamento das melhores formas de se adaptar a plantas de diversos tipos, cada qual com suas

    caractersticas, em um ambiente, natural ou no, proporcionando leveza, beleza, recursos naturais e

    qualidade de vida ao ser. O mesmo possui um forte poder ecolgico, biolgico, sustentvel e social

    no mundo.

    A arquitetura da paisagem, vulgo paisagismo no mais encarada como uma simples extenso da

    arquitetura. E sim um campo de estudo prprio, que em diversos pases do mundo possuem uma

    graduao especfica na formao deste profissional.

    Pois no Brasil a profisso de Paisagista ainda no reconhecida mesmo constando associaes de

    Arquitetos Paisagistas no Brasil, no pas s existe uma graduao especfica para curso, fica na

    Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Composio Paisagstica. A arquitetura paisagista

    uma forma que abrange o planejamento regional urbano, preservao do meio ambiente natural,

    adequar a planta realidade do local, e as espcies nativas so as mais indicadas para isso.

    O paisagista em um projeto primeiramente realiza um estudo preliminar, onde so levantados os

    dados do terreno, sua morfologia, a orientao em relao ao sol que ajudar na escolha da

    vegetao para utilizar no local, e o tipo de solo predominante, finalizando com levantamento da

    vegetao existente. No mesmo, pode utilizar vrios elementos construtivos como piscinas, quadras

    esportivas, prgolas, quiosques, churrasqueiras, acessos e escadas, pisos, muros e iluminao, alm

    da escolha da vegetao que melhor se adapte iluminao e solo da regio.

    Qual seria o significado real do contato com a natureza para o homem? As plantas e flores so

    mesmo calmantes? Todos ns j ouvimos algum dizer que um passeio no jardim muito relaxante.

    Cuidar das plantas nem se fala; teraputico, diz o senso comum (ALVES, 1982). A arquitetura da paisagem , uma arte assim como a prpria arquitetura, um campo

    multidisciplinar, envolvendo a matemtica, as cincias naturais e sociais, a engenharia, as

    artes, a tecnologia, a poltica, etc. Apesar de ser normalmente associado jardinagem pelo

    pblico leigo, a arquitectura paisagista envolve todos os possveis elementos constituintes

    da paisagem ecologica, sejam eles naturais ou

    no.(http://pt.wikipedia.org/wiki/Arquitetura_paisagista,2012:29)

    O termo sustentabilidade significa uso dos recursos naturais de forma responsvel e consciente, no

    prejudicando sua renovao e sua utilizao preservando o meio ambiente para no comprometer os

    recursos naturais pelas geraes futuras, mudana de atitudes e comportamentos em relao

    natureza, para que haja mais respeito quando escolhendo novos caminhos para suprir as

    necessidades humanas. Ou seja, assustentabilidade est diretamente relacionada ao

    desenvolvimento econmico e material sem agredir o meio ambiente, usando os recursos naturais

    de forma inteligente para que eles possam se manter no futuro. O contato com reas verdes, ainda

    que recriadas pelo ser humano, porm conservando as caractersticas do meio natural, traz

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    benefcios para a sade, como a diminuio do estresse, melhora na realizao das atividades

    laborais e bem-estar. (KAPLAN e KAPLAN, 1995).

    4. Paisagismo Sustentvel

    O paisagismo sustentvel o que se adapta realidade so solues que precisam de menor

    manuteno ou troca e proporciona a melhoria do meio ambiente urbano, possibilita no s na

    grande beleza, mas incentiva a biodiversidade e preservao do solo e da vegetao nativa,

    aproveitamento de todas as plantas e escolher materiais reciclados, reciclveis, ou renovveis

    existentes no local alm de melhorar a qualidade de vida do homem, hoje uma necessidade.

    A humanidade provoca modificaes que se transformam com o passar da histria ao interagir com

    os elementos de seu ambiente. Ao transformar o ambiente, o homem tambm muda sua prpria

    viso a respeito da natureza e do meio em que vive (BRASIL, 1997).

    Executar e manter um jardim dentro de casa, uma opo participativa e ativa na contribuio do

    desenvolvimento sustentvel de uma sociedade. A preocupao com a paisagem e o meio ambiente

    indispensvel quando a elaborao de projetos sustentveis, visando preservar o local em que

    vivemos.

    Um dos pontos mais importantes na hora de planejar, e adequar a sua rea de lazer avaliar quais

    espcies de plantas so mais adequadas para aquela regio, essas espcies so as nativas. Por isso,

    importante fazer o planejamento do que vai ser aquele local, qual ser a utilidade da rea e como ela

    ser distribuda, antes mesmo de sair plantando mudas aleatrias em toda a rea externa da casa, ou

    do projeto a executar.

    a) Espcies Nativas

    Paisagistas, empreendedores imobilirios, construtoras e os rgos pblicos tm procurado

    cada vez mais o uso de rvores nativas de grande porte , seja pela valorizao a curto prazo

    que essas composies proporcionam ao ambiente urbano, ou pela certeza de que o uso de

    nativas pode colaborar de forma eficiente com a recuperao do equilbrio do ecossistema

    local.

    ( http://www.anponline.org.br/conteudo/anp/programa.htm, 2012:22)

    Segundo a engenheira agrnoma e paisagista Juliana Favarato, A utilizao de plantas nativas importante para se restabelecer o micro clima do local, a ateno de pssaros e tambm garantir a

    prosperidade de um jardim. No plantio de rvores por exemplo, quando plantadas de maneira

    correta, podem conter deslizamentos de terra, recuperar crregos, absorver o excesso de gua de

    reas alagadias e at reduzir a poluio sonora em grandes cidades As espcies nativas so aquelas que tm crescido em um determinado local sem interveno do

    homem , um termo para descrever as plantas naturalizadas a uma determinada rea, em tempo

    geolgico um exemplo disso na regio Amaznica, que formada por distintos ecossistemas

    como florestas densas de terra firme, florestas estacionais, florestas de igap, campos alagados,

    vrzeas, savanas, refgios montanhosos e formaes pioneiras.

    Alm disso, existe uma grande diversidade de espcies arbreas que so de grande interesse para o

    homem, tanto para a explorao econmica como para recuperao do equilbrio ecolgico de

    ecossistemas, como a castanha do Par, Sumama entre outros.

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    FIGURA 04 Castanha do Par

    Fonte: Google Maps

    Nome cientifico: Bertholletia excelsa.

    Outros nomes comuns: castanha do par.

    Famlia: Lecythidaceae.

    Altura: chega a atingir at 60metros de altura.

    Caractersticas: ocorre nosestados brasileiros do Acre,Amazonas, Par, Roraima, eRondnia, bem

    como em boaparte do Maranho, Tocantins e do Mato Grosso. Sua madeira de tima qualidade

    paraconstruo civil e naval, bem como para esteios e obras externas.

    Fruto: chamado de ourio porque se apresenta na forma de uma cpsula (pixdio) globosadeprimida

    com tamanho que varia entre 8 cm e 15 cm de dimetro.

    Tronco: e ausente de galhos ate perto do topo, ereto e cilndrico.

    Copa: possui galhos bem separados e emergentes no dossel da floresta; as folhas so simples,

    arranjadas alternadamente nos galhos, medindo 17 cm a 36 cm de comprimento por 6 cm a 15cm de

    largura.

    Informaes silviculturais: a castanha-do-brasil uma espcie encontrada principalmente em solos

    pobres, bem estruturados e drenados, argilosos ou argilo-arenosos, sendo que sua maior ocorrncia

    nos solos detextura mdia a pesada. No encontrada em reas com drenagem deficiente nem em

    solos excessivamente compactados, dando-se bem em terras firmes e altas. Vegeta naturalmente em

    clima quente e mido, ou seja, em reas com mdias anuais

    de chuvas de 1.400 mm a 2.800 mm, temperatura de 24 C a

    27 C e umidade relativa de 79% a 86%.

    Quanto ao mtodo de reproduo, pode ser por enxertia

    por garfem. A castanha-do- brasil excelente opo para o

    reflorestamento de reas degradadas de pastagens ou de

    cultivos anuais, ao lado de outras espcies florestais.

    Usos principais: a amndoa pode ser consumida crua ou

    tostada em sorvete, bombons, tortas e outras iguarias

    regionais.

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    FIGURA 05 rvore Samama

    Fonte: Google Maps

    Nome cientfico: Ceiba pentandra (L.) Gaertn.

    Nome vulgar: samama.

    Famlia: Bombacaeae.

    Caractersticas: rvore de rpido crescimento, caduciflia, podendo atingir 50 m de altura e DAP

    acima de 180 cm; quando jovem tem os galhos e o tronco providos de grossos acleos cnicos

    solitrios ou no. O fuste cilndrico e fica ate 2/3 da altura sem ramificaes. Suas folhas so

    alternas, longas pecioladas, com 5 a 7 fololos. O fruto uma cpsula sublenhosa de,

    aproximadamente, 5 a 7 centmetros de dimetro por 8 a 16 centmetros de comprimento,

    obovide ou elipsoidal.

    Uso: madeira fcil de ser trabalhada, proporcionando uma superfcie de acabamento lisa, sua

    maciez combinada com a resistncia mecnica, credenciam-na para o uso na indstria de painis

    base de madeira, caixas, brinquedos e outros.

    Durante muito tempo, a utilizao principal da samama consistia no aproveitamento das

    painas que revestem suas sementes na fabricao de coletes salva-vidas.

    Caractersticas silviculturais: a samama propaga-se tanto por estaquia, como por semente.

    Quando propagada por semente, apresenta crescimento mais rpido. Colocar a semente para

    germinar logo aps colheita. O desenvolvimento das plantas no campo e bastante rpido, atingindo

    facilmente 5 m a 6 m aos 2 anos. No viveiro, nos prximos 45 dias, as mudas devero ser mantidas

    sobre leve sombreamento. Mais tarde e at o transplante para o campo, devero ser expostas a plena

    luz para adquirirem maior rusticidade.

    b) Telhado Verde

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    FIGURA 06 Telhado verde

    Fonte: Google Maps

    FIGURA 07 Detalhe das camadas do telhado verde

    Fonte: Google Maps

    O telhado verde, tambm conhecido como ecotelhado uma tendncia que em alguns anos vm

    ganhando mercado, um jardim suspenso, cobertura vegetal que pode ser instalado tanto em

    cobertura de prdios como em lajes ou sobre telhados convencionais, como o de telha cermica,

    fibrocimento, dentre outros, desde que a estrutura suporte a carga. Deve ser feita por uma equipe

    especializada, pois so necessrios vrios cuidados tcnicos para a aplicao.

    Na execuo precisa fazer impermeabilizao, manta geotxtil, instalaes hidrulicas, terra e

    plantas que sejam adequadas ao clima local, consiste na utilizao de plantas, geralmente rasteiras,

    para o fechamento superior da edificao que, no necessitam de poda, nem de regagem constante,

    alm de requerer pouca adubao.

    Essa cobertura obtem diversos benefcios ao homem, traz conforto trmico, absorve a gua das

    chuvas, assim atrasa seu escoamento para a rede pblica, evitando as enchentes , contribui para o

    isolamento acstico da construo, reduo da poluio do ar e no deixa de ser uma opo de lazer

    para a famlia.

    Se previsto no projeto, o telhado verde pode custar o mesmo de um convencional. "O preo do

    sistema instalado sobre uma laje empata com o de uma cobertura cermica ou de fibrocimento

    colocada sobre a mesma laje"( JOO MANUEL FEIJ)

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    e) Jardim Vertical

    No paisagismo as paredes verdes foram criadas para amenizar a falta de reas

    verdes nos centros urbanos e tambm para modificar a paisagem de locais com espaos pequenos, os mesmos so utilizados tanto em fachadas como em

    ambientes internos, dessa forma faz uma composio na arquitetura, purificando e embelezando as instalaes, os sistemas podem possuir irrigao

    automatizada por gotejamento ou o cuidado pode ser feito manualmente, dependendo do tamanho. As paredes verdes externas so utilizadas em

    fachadas at mesmo de prdios, um timo sistema para revitalizar, tm

    plantas escolhidas de acordo com a quantidade de luz, devido ao ambiente, se tornam grandes tapetes ecolgicos. Pois protegem contra a acumulao de

    energia solar, proporciona um maior conforto trmico, reduzem a necessidade do uso de ar-condicionado e assim gera uma economia de cerca de 30% de

    energia. J nos ambientes internos, alm de ser apropriada para pequenos espaos,

    equilibra a temperatura, diminui o barulho externo e limpa e purifica o ar, pois retm compostos orgnicos. um sistema muito prtico para se plantar flores,

    plantas, verduras e at mesmo legumes.

    FIGURA 08: Jardim vertical utilizando Samambaia

    Fonte: Google Maps

    Outro elemento muito utilizado, e que j faz parte do jardim vertical a

    madeira de demolio, proporciona diversas texturas: rstica, lisa, escura, envelhecida, sempre contribuindo com a originalidade do projeto com sua

    beleza e sofisticao carregam consigo o conceito de sustentabilidade, j que a peroba rosa de demolio uma madeira reutilizada e, desta forma, no

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    necessitamos de agredir a natureza de maneira alguma para que seu uso seja

    possvel. Desta forma possibilita um efeito esttico muito interessante e inovador de aproveitar o espao da varanda com a presena da natureza

    dentro de seu prprio apartamento. Ambientes saudveis contribuem para amenizar a carga do estresse mental, e auxiliam na

    concentrao dos trabalhadores, aumentando sua eficincia nas tarefas desenvolvidas. (FISCHER,

    1989).

    A Madeira de demolio provm do reaproveitamento da matria prima de casas antigas demolidas

    e que, se no fossem recicladas, as mesmas seriam descartadas ou queimadas e por possibilitarmos

    esta maneira de reutilizao que se torna um produto sustentvel no meio ambiente.

    O jardim vertical um elemento que faz toda a diferena em uma obra ou num ambiente, pois

    possuem vrias tcnicas e maneiras que trazem a beleza da natureza para dentro de sua casa, e

    deixam o ambiente mais agradvel e saudvel para as pessoas que o habitam. As tcnias que podem

    ser utilizadas so com trelias e vasos, fibra de coco, bloco pr-moldado, garrafa PET, entre outras.

    Reutilizar garrafas plsticas para compor o jardim vertical, ideal para casas que no tm grandes

    reas para jardins, o mesmo, se torna tambm uma soluo para os resduos, que deixam de ser

    descartados ao lixo e ganham uma nova utilidade, sendo totalmente diferente da original. As

    garrafas ficam suspensas, amarradas em cordas de varais.

    Voc sabia que um jardim vertical pode melhorar a qualidade de vida da sua famlia? As

    plantas ajudam a observar gs, poluentes e partculas de sujeira do ar, como fuligem, cinzas

    de cigarro e poluio. O resultado um ambiente mais bonito e com um ar de melhor

    qualidade, to importante nas grandes cidades.(JARDIM E VARANDA, 2012:7)

    FIGURA 09: Exemplo de horta com garrafas pet

    Fonte: http://revistacasaejardim.globo.com/Revista/Common/0,,EMI244491-16775,00-

    MARCELO+ROSENBAUM+CRIA+HORTA+ENGARRAFADA.html

    5.Sustentabilidade no Paisagismo

    A questo hoje no se pode pensar em paisagismo sem pensar em sustentabilidade

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    Com a sustentabilidade, construir um mundo melhor no so objetivos enfrentados, so os

    ingredientes essenciais para o sucesso a longo prazo, para chegar a uma cidade ideal, pois

    o paisagismo se compromete a desenvolver maneiras de construir com menor impacto ambiental e

    maiores ganhos sociais, para isso precisa ser : ecologicamente correto, economicamente vivel,

    culturalmente aceito e sociealmente justo.

    Sendo assim pode ser adaptado em construes novas ou j existentes, promovendo a busca pela

    igualdade social, a valorizao cultural, eficincia econmica para que o futuro exista.

    a) Irrigao por Gotejamento

    FIGURA 10 Irrigao por gotejamento com mangueira

    Fonte: http://jardinagemepaisagismo.com/irrigacao-por-gotejamento/

    A gua um dos elementos mais importantes em um jardim no sculo XXI, ameaada cada vez

    mais premente de escassez de gua no planeta. Na Terra, apenas 1,5 % da gua existente potvel e

    h continentes onde o lquido mais caro que o petrleo.

    Como ainda somos um continente abenoado com reservas considerveis de gua doce, dever do

    homem cuidar dessa preciosidade. Por conta disto, uma alternativa econmica e ecologicamente

    correta a implantao do sistema de irrigao por gotejamento, um mtodo econmico de levar a

    quantia de gua adequada diretamente para as plantas atravs de gotejadores.

    Criado para utilizar a gua para regar e fazer a irrigao nos locais determinados com pouco

    volume, gerando um controle para o mesmo, esse sistema evita evaporao e vazamentos.

    O gotejamento uma tcnica que vem sendo difundida principalmente entre produtores de

    hortalias, e utilizadas em estufas, vasos com plantas, bem como as mais longas linhas de cercas

    vivas e arbustos. Embora haja sistemas profissionais de gotejamento, possvel fazer uma rede de mangueiras interligadas, picotadas com pequenos orifcios perto das mudas ou plantas.

    Outro exemplo usar garrafas PET cheias de gua e com pequenos furos feitos nas tampinhas, ou

    com um Petgotta, um controlador que poe na boca da garrafa, as plantas podem ser cuidadas

    automaticamente sem desperdcio de gua, desta forma o desperdcio de gua eliminado, o

    escoamento controlado e a terra recebe a quantidade certa de lquido, sem haver possibilidade de

    encharcamento, e no deixa de ser uma soluo para os resduos, que deixam de ser descartados e

    ganham uma nova utilidade.

  • Paisagismo julho de 2013

    ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goinia - 5 Edio n 005 Vol.01/2013 julho/2013

    FIGURA 11 Irrigao por gotejamento com garrafa pet Fonte: http://www.vidasustentavel.net/sustentabilidade/irrigacao-por-gotejamento-com-garrafas-pet/

    b) Reaproveitamento de gua da chuva

    FIGURA 12 Exemplo de reaproveitamento de gua

    Fonte: http://www.ecocasa.com.br/produtos.asp?it=1212

    Para utilizar esse recurso natural utilizado calhas e coletores verticais e horizontais, dispositivos

    de descarte de slidos como folhas, gravetos entre outros.

    A criao de tanques e cisternas uma forma de reutilizar esse recurso natural, o reaproveitamento

    de gua da chuva, ajuda voc a economizar tanto em dinheiro como em gua potvel, pois pode

    ser usada em vasos sanitrios, na hora de regar o jardim, a horta, espelhos e fontes d`gua, na

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    ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goinia - 5 Edio n 005 Vol.01/2013 julho/2013

    lavagem de carros entre outros, desta forma vai amenizar os efeitos da impermeabilizao do solo,

    como enchentes e inundaes.

    A gua coletada de chuva s deve ser usada em ambientes urbanos para utilizao no potveis, ou

    seja, no deve ser usada para beber, tomar banho, fazer lavagem e cozimento de alimentos.

    O armazenamento pode ocorrer em cisternas ou em tanques subterrneos, o princpio captar gua

    de chuva antes que chegue no solo ou locais com trnsito de pessoas, para evitar sua contaminao

    para no precisar de equipamentos mais complexos.

    A arquiteta explica que a gua que cai sobre a cobertura das residncias pode ser bem

    utilizada, mas que para isso a casa precisa de calhas para encaminhar a chuva. A calha direciona a gua at tubos de queda ligados diretamente a uma cisterna ou encanadas at

    elas, porm, antes de chegar a essas cisternas, h necessidade de filtros para que, o material

    que possa vir junto com a gua, como folhas de rvores, sujeiras e sementes no entrem na

    cisterna junto com a gua.(MARIA REGINA FELIPE,2012:24)

    6. Concluso

    Conclui-se que quanto mais a natureza participa do espao, melhor a qualidade de vida no

    ambiente, uma sociedade mais responsvel e melhor relao com o meio ambiente.

    O pasagismo sustentavel garante a mdio e longo prazo contribuir para um planeta em boas

    condies para o desenvolvimento das diversas formas de vida, principalmente a vida

    humana. Contribuir para garantir os recursos naturais necessrios para satisfazer as

    necessidades presentes sem comprometer a capacidade das prximas geraes, desfrutarem de

    elevado padr de qualidade de vida. A expectativa que o paisagismo sutentvel pode

    contribuir efetivamente para as construo de CIDADES SUSENTVEIS .

    Referncias

    ALVES, R. Filosofia da cincia: introduo ao jogo e suas regras. 2. ed. So Paulo:

    Brasiliense, 1982.

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    New York, NY: Cambridge University Press; 1995.

    FISCHER, G. N. Psychologie des espaces de travail. Paris: Armand Colin, 1989.

    SILVA, A. T. : Evoluo Histrico-Cultural e Paisagstica das Praas Dr. Augusto Silva e Leonardo

    Venerando , Lavras, MG. 2006. 238p. Tese (Doutorado), Universidade Federal de Lavras/UFLA.

    Biografia. Disponvel em: . Acessado em

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    Saiba como Reaproveitar a gua da chuva. Disponvel em: < http://casa-e-

    jardim.hagah.com.br/especial/rs/decoracao-rs/19,0,3219912,Saiba-como-reaproveitar-a-agua-da-

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