Painel - edição 161 - ago.2008

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Em uma malha viária de 1.738.992 metros de extensão, ciclistas disputam espaço com todo tipo de veículo urbano. Nenhuma ciclovia, além da pioneira no Parque “Luiz Roberto Jábali”. painel Ano XI nº 161 agosto/2008 Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto 2008 anos Em uma malha viária de 1.738.992 metros de extensão, ciclistas disputam espaço com todo tipo de veículo urbano. Nenhuma ciclovia, além da pioneira no Parque “Luiz Roberto Jábali”. IMIGRAÇÃO JAPONESA As cores do Japão são reverenciadas em noite típica oriental comemorada na AEAARP. Pedala Ribeirão! Pedala Ribeirão! PROCURA-SE ENGENHEIROS Profissão que ficou sem lugar no mercado num passado recente, agora é disputada em todo o país. EM ÓRBITA Foi desenvolvida em São Carlos câmera que vai no satélite Cbers-3, a ser lançado em 2010.

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Revista oficial da Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto.

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Em uma malha viária de 1.738.992 metros de extensão, ciclistas disputam espaço com todo tipo de veículo urbano. Nenhuma

ciclovia, além da pioneira no Parque “Luiz Roberto Jábali”.

painelAno XI nº 161 agosto/2008 Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto

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Em uma malha viária de 1.738.992 metros de extensão, ciclistas disputam espaço com todo tipo de veículo urbano. Nenhuma

ciclovia, além da pioneira no Parque “Luiz Roberto Jábali”.

ImIgRAção JAPoNEsAAs cores do Japão são reverenciadas em noite típica oriental comemorada na AEAARP.

Pedala Ribeirão!Pedala Ribeirão!

PRocuRA-sE ENgENhEIRosProfissão que ficou sem lugar no mercado num passado recente, agora é disputada em todo o país.

Em óRbItAFoi desenvolvida em são carlos câmera que vai no satélite cbers-3, a ser lançado em 2010.

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60Eng. Civil

Roberto Maestrello

A CNA-Confederação da Agricultura e Pecuária divulgou em julho o resultado das exportações no primeiro semestre de 2008. Assim como a previsão de safra, anunciada em maio pela Conab, os números atuais registram novo recorde: US$ 33,8 bilhões, no primeiro semestre do ano, aumento de 16,3% em relação ao mesmo período de 2007. Somente no mês de junho, as vendas externas somaram US$ 6,5 bilhões. O Sinduscon-SP divulga periodicamente os números de vagas abertas pelo setor em todo o estado, registrando também na construção civil recordes sucessivos. O governo federal mantém firme no propósito de erguer as obras previstas no PAC-Programa de Aceleração do Crescimento, transformando o país em um gigantesco canteiro de obras.

Cabe perguntar: até que ponto temos capacidade de dar respostas ao volume deste crescimento? Como nós – e neste sujeito estão incluídos todos os cidadãos brasileiros – podemos colaborar com a crescente demanda por mão de obra especializada? A revista Painel traz informações acerca deste questionamento. Não há, como sabemos, profissionais da área tecnológica suficientes para atender à demanda provocada pelo PAC e pelo setor produtivo. Números de um levantamento encaminhado ao Banco Mundial e organizado, no Brasil, pela ABENGE dão a medida da carência: em território brasileiro há 1,5 estudantes de engenharia para cada 1000 habitantes.

Esta é uma discussão que entidades de classe, como a AEAARP, precisam fomentar para que os profissionais que exercem suas carreiras possam aproveitar o bom momento do mercado de trabalho e, ao mesmo tempo, possamos influenciar na formação de uma nova geração capaz de atender a estas necessidades.

O desafio é colocado também na organização do espaço urbano. Também nesta edição a Painel faz um perfil de um meio de transporte que é ainda muito usado como esporte: o ciclismo. A revisão do Plano Diretor prevê a criação de ciclovias em Ribeirão, o que garante segurança àqueles que já utilizam a bicicleta para se locomoverem na cidade e estimula outras pessoas a optarem pelo transporte em duas rodas, reduzindo a emissão de poluentes e o volume de automóveis nas ruas.

Os temas abordados nesta edição da Painel revelam a grandeza de nossa cidade e a importância que a engenharia tem, efetivamente, na produção de riquezas para o país. Há 60 anos, quando um grupo de abnegados se reuniu para fundar a AEAARP, os desafios eram outros. Nós crescemos com as conquistas do passado e buscamos seguir colaborando com outras, enfrentando novos desafios em busca da valorização profissional em benefício do ser humano que usufrui daquilo que construímos, projetamos, pesquisamos e implantamos.

Japoneses do Brasil:As cores japonesas, seus costumes e sua cultura tomaram conta da AEAARP em julho. Em uma iniciativa

inédita em nossa história, homenageamos três profissionais que se destacaram no exercício profissional e representam aqueles que têm a mesma origem: o engenheiro agrônomo Iwao Inada, o engenheiro civil e diretor da CETESB Otavio Okano, e o engenheiro agrônomo, vice-prefeito do município de São Simão, Mario Miahara. A festa, na sede da AEAARP, foi organizada com esmero pela comissão formada pelos engenheiros Marta Toyoshima, Hideo Kumassaka e Julio Tanaka.

O público, o clima e as apresentações culturais demonstraram como duas culturas tão diversas alcançaram uma harmonia capaz atravessar um século com tantas histórias de lutas e conquistas, dignificando este povo que a cada dia transforma-se cada vez mais em um povo brasileiro, pela miscigenação, pela disseminação de costumes, pelo intercambio cultural, tanto do Japão como do Brasil, a exemplo de todas as outras raças, como portugueses, espanhóis, italianos e tantas outras que há quinhentos anos dão um exemplo maravilhoso ao resto do mundo, de convivência pacífica, de compreensão e de respeito mútuo, numa verdadeira comunhão universal de raças, fazendo com isso a grandeza do nosso Brasil.

Por estas razões podemos dizer, com muito orgulho e altivez, que hoje somos todos brasileiros!

Eng. Civil Roberto Maestrello

Presidente da AEAARP

Editorial

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AssociAçãode engenhAriA ArquiteturA e AgronomiA de ribeirão Preto

Cemitério-parque 05Ribeirão Preto terá cemitério-parque de primeiro mundo

imigração japonesa 06AEAARP rende-se aos encantos da cultura japonesa

presidentes 09Conheça os homens que dirigiram a AEAARP

mobilidade urbana 10Sem ciclovias, trabalhadores e amantes do ciclismo disputam espaço no trânsito

teCnologia 14Câmera do satélite Cbers-3 para fotografar crosta terrestre foi desenvolvida em São Carlos

aeaarp 15Nova etapa de reformas prevê deck e espaço gourmet

informátiCa 15Petrobras investe R$ 5,8 milhões no maior computador da América Latina

artigo 16A planta do “verdadeiro” chá

profissão 18O engenheiro que virou suco já é coisa do passado

bioenergia 20FAPESP investe em pesquisa de bioenergia

agriCultura 21Safra de mamona cresce mais de 50%

Crea 22CREA-SP inicia parceria com Federação Paulista de Futebol para fiscalização em estádios

transportes 23Rodovia interoceânica permitirá aumento da exportação de produtos do agronegócio

notas e Cursos 24

biblioteCa 25APTA tem revista científica

Índice

ExpedienteRua João Penteado, 2237 - Ribeirão Preto-SP - Tel.: (16) 2102.1700Fax: (16) 2102.1700 - www.aeaarp.org.br / [email protected]

Roberto Maestrello José Roberto Hortêncio Romero Presidente Vice-presidente

DIRETORIA OPERACIONALDiretor-administrativo: Pedro Ailton GhideliDiretor-financeiro: Ronaldo Martins TrigoDiretor-financeiro Adjunto: Cecílio FráguasDiretor de Promoção da Ética de Exercício Profissional: José Aníbal Laguna

DIRETORIA FUNCIONALDiretor de Esportes e Lazer: Francisco Carlos FagionatoDiretora Comunicação e Cultura: Maria Inês CavalcantiDiretora Social: Luci Aparecida Silva

DIRETORIA TÉCNICAEngenharia, Agrimensura e Afins: Argemiro GonçalvesAgronomia, Alimentos e Afins: José Roberto ScarpelliniArquitetura, Urbanismo e Afins: Marcia de Paula Santos SantiagoEngenharia Civil, Saneamento e Afins: Luiz Umberto MenegucciEngenharia Elétrica, Eletrônica e Afins: Edson Luís DarcieGeologia e Minas: Caetano Dallora NetoEngenharia Mecânica, Mecatrônica, Ind. de Produção e Afins: Júlio Tadashi TanakaEngenharia Química e Afins: Denisse Reynals BerdalaEngenharia de Segurança e Afins: Edson BimComputação, Sistemas de Tecnologia da Informação e Afins: Giulio Roberto Azevedo PradoEngenharia de Meio Ambiente, Gestão Ambiental e Afins: Evandra Bussolo Barbin

DIRETORIA ESPECIALUniversitária: Onésimo Carvalho LimaDa Mulher: Maria Teresa Pereira LimaDe Ouvidoria: Geraldo Geraldi Junior

CONSELHO DELIBERATIVOPresidente: Marcos Vilela LemosAlexandre Sundfeld Barbin José Fernando Ferreira VieiraCarlos Alberto Palladini Filho Luiz Antonio BagatinEdes Junqueira Luiz Fernando CozacEdgard Cury Luiz Gustavo Leonel de CastroEricson Dias Mello Manoel Garcia FilhoHideo Kumasaka Marcos A. Spínola de CastroHugo Sérgio Barros Riccioppo Maria Cristina SalomãoInamar Ferraciolli de Carvalho Ricardo Aparecido DeBiagiJoão Paulo de S. C. Figueiredo Sylvio Xavier Teixeira Júnior

CONSELHEIRO TITULAR DO CREA-SP REPRESENTANTE DA AEAARPCâmara Especializada em Engenharia Civil: Ericson Dias Mello

REVISTA PAINELConselho Editorial: Maria Inês Cavalcanti, José Aníbal Laguna, Ericson Dias Mello e Hugo Sérgio Barros Riccioppo

Coordenação Editorial: Texto & Cia Comunicação – Rua Paschoal Bardaro, 269, cj 03, Ribeirão Preto-SP, Fone (16) 3916.2840, [email protected]

Editores: Blanche Amâncio – MTb 20907 e Daniela Antunes – MTb 25679 Colaboração: Luiza Pellicani

Publicidade: Promix Representações - (16) 3931.1555 - [email protected] Pajolla Júnior / Jóice Alves

Tiragem: 5.000 exemplaresLocação e Eventos: Solange Fecuri - (16) 2102.1718Editoração eletrônica: Mariana Mendonça Nader - [email protected] Impressão e Fotolito: São Francisco Gráfica e Editora Ltda.Fotos: Ezequiel Pereira e Texto & Cia.

Painel não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. Os mesmos também não expressam, necessariamente, a opinião da revista.

Horário de funcionamentoAEAARP CREADas 8h às 12h e das 13h às 17h Das 8h30 às 16h30Fora deste período, o atendimento é restrito à portaria.

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Cemitério-parque

Ribeirão Pretoterá cemitério-parque de primeiro mundo

do solo, apenas uma lápide com a identificação da pessoa sepultada no local.

Segundo o geólogo, Prof. Dr. Leziro Marques Silva, da Universidade São Judas Tadeu (SP), maior especialista do Brasil em necrochorume, o aqüífero está a pelo menos 200 metros de profundidade. Acima do depósito de água existe uma camada de basalto (pedra de coloração escura), com espessura de 180 metros, e, acima dessa camada, existe uma outra, com 20 metros de terra. As covas terão 2,5 metros de profundidade e serão totalmente reforçadas e impermeabilizadas. “Não haverá infiltração em nenhum sentido. No fundo de cada uma das três lajes dos jazigos haverá uma bacia de contenção onde os resíduos ficarão acumulados. Nessas bacias, será colocada uma substância oxidante que matará as bactérias acelerando o processo de secagem do necrochorume”, afirma o especialista.

NúmerosSegundo dados do Sincep-Sindicato dos Cemitérios e

Crematórios Particulares do Brasil, o segmento movimenta cerca de R$ 7 bilhões/ano, no Brasil. No país, há aproximadamente 270 cemitérios privados e 90% deles seguem o conceito de cemitério-parque. Deste total, 37% estão localizados no Estado de São Paulo. Apenas o Acre e o Amapá não possuem cemitério-parque.

Qualidade de vidaSegundo Maristela Moreira, gerente de serviços do Sincep,

há 18 cemitérios particulares somente na cidade de São Paulo. Destes, os mais conhecidos são o cemitério do Morumbi e o cemitério de Congonhas (próximo ao Jardim Marajoara), bairro nobre na zona sul da capital. “Os cemitérios-parque acabam se tornando um lugar para caminhadas, meditação e até exposição de obras de arte”, diz.

A experiência de algumas cidades que já possuem cemitério-parque registra a valorização dos imóveis no entorno do empreendimento. Em Alagoas, por exemplo, o cemitério parque “Campo Santo Parque das Flores” fica a 10 km da orla marítima de Maceió e é cercado por condomínios residenciais de alto padrão. “A maioria dos cemitérios-parque espalhados pelo Brasil tem imóveis de alto valor comercial como vizinhos”, afirma Maristela.

Ribeirão Preto vai ganhar um cemitério-parque. O Memorial Parque dos Girassóis será explorado por um período de 40 anos, sob regime de concessão, por cinco empresas que fazem parte do consórcio vencedor da licitação. Na prática, a Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto não terá de investir na construção e manutenção do novo cemitério-parque, pelo contrário, o município receberá 2% de todo o valor arrecadado mensalmente pelo empreendimento, além dos impostos.

Com quase 600 mil habitantes, a cidade de Ribeirão Preto possui, atualmente, três cemitérios públicos (Saudade, Bom Pastor e Bonfim Paulista), que geram altos custos para os cofres do município e que estão chegando ao limite da capacidade para novos sepultamentos, sendo um problema de interesse público.

ProjetoO Memorial Parque dos Girassóis vai ocupar um espaço de

242 mil m2, dentro da Fazenda São José (zona sul da cidade), que possui uma área total de 600 mil m2. A localização atende às exigências do edital que determina a construção do novo cemitério dentro de um raio de 10 km, a partir do centro da cidade, e a uma distância mínima de 4 km dos outros cemitérios já existentes. Outra exigência é que o empreendimento fique fora da zona leste, área de recarga do Aqüífero Guarani.

No projeto urbanístico do Memorial está previsto o plantio de árvores nativas que irão formar um cinturão verde, isolando a área destinada aos sepultamentos. “Além do cinturão verde, também deixaremos uma faixa de terra que vai garantir total isolamento em relação a outras áreas, bairros e condomínios próximos ao cemitério-parque. Também vamos manter uma grande área de reserva ambiental, com mais de 100 mil m2, ao longo do córrego Retiro Saudoso que corta um dos trechos da fazenda”, explica Sílvio Contart, arquiteto e urbanista responsável pelo projeto.

Também está prevista a construção de seis salas de velório, capela ecumênica, café/lanchonete, sala de estar e de um amplo estacionamento com cerca de 300 vagas, tudo dentro da área do cemitério-parque e com total segurança.

CapacidadeAo todo, serão disponibilizados 40 mil jazigos subterrâneos

com três gavetas cada um. Não haverá túmulos acima do nível

Revista Painel 5

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imigração japonesa

AEAARP6

As exposições de arte contemporânea e sumie deram uma cor especial à sede da AEAARP, que, no dia 19 de junho, rendeu-se ao exotismo da cultura oriental em uma homenagem aos 100 anos da chegada dos primeiros imigrantes japoneses no Brasil.

O artista Shozo Mishima, nascido no Japão, apresentou várias obras de arte, que ficaram expostas até o dia 5 de agosto. Mishima naturalizou-se brasileiro e escolheu Ribeirão Preto para viver. Ele nasceu em Hiroshima e aqui ficou conhecido pelos seus trabalhos em escultura e artes plásticas, que já lhe renderam vários prêmios.

A artesã Massumi Wakasugui apresentou a arte do sumie, técnica de pintura japonesa com tinta monocromática. Wakasugui é natural de Mirandópolis-SP e vive em Ribeirão Preto desde 1976. Ela estuda e pesquisa sumie desde 1997. O sumie surgiu nos mosteiros budistas da China durante a dinastia Sung (960-1274) e foi levado ao Japão no século XIV. Trata-se de uma pintura que apresenta traços semelhantes aos da caligrafia e segue a mesma técnica da escrita – pinceladas que exigem controle, energia e concentração.

Durante a de abertura do evento comemorativo na AEAARP, foram homenageados três profissionais: o engenheiro agrônomo aposentado Iwao Inada, o engenheiro civil e diretor da CETESB Otavio Okano e o engenheiro agrônomo, vice-prefeito do município de São Simão, Mario Miahara, que falaram sobre a origem de suas famílias e carreira profissional, emocionando a platéia em alguns momentos.

Um dos pontos altos do evento foi a apresentação do grupo “Yukio Yamashita”, de taiko (taiko é um instrumento de percussão, com superfície confeccionada com pele de animais, que pode ser tocado com baquetas ou com as mãos), e do grupo da Associação Cultural Japonesa de Ribeirão Preto, que fez uma apresentação de odori (dança típica japonesa). Os participantes puderam apreciar a coreografia que o grupo, com 12 integrantes, montou especialmente para ser apresentada ao príncipe herdeiro do Japão, Naruhito, durante sua recente visita ao Brasil.

O evento contou com a participação do presidente Associação Nipo-brasileira Teruo Abe, e o presidente da Associação Cultural Nipo-brasileira de Ribeirão Preto, Massaro Fugiy. E foi encerrado com um típico jantar japonês.

A AEAARP constituiu uma Comissão Organizadora da Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa, formada pelos engenheiros Marta Toyoshima, Hideo Kumasaka e Julio Tanaka.

AEAARP rende-se aos encantos

Dança do Centenário da Imigração JaponesaA música e coreografia foram feitas especialmente para a comemoração

do centenário da imigração japonesa. A coreografia foi apresentada por crianças, jovens e senhoras da Associação Cultural Japonesa de Ribeirão Preto com a orientação da professora Kyofujima Kan Etsushi. No dia 21 de junho esta coreografia foi selecionada e apresentada ao príncipe Naruhito nas comemorações do centenário da imigração..

Yosakoi SoranDança que simboliza os movimentos dos pescadores. Nasceu

da fusão do Yosakoi da província de Koti e do Soran Bushi de Hokkaido. O grupo de dança, formado por crianças e jovens da Associação Cultural Japonesa, tem o objetivo de preservar a cultura japonesa. Este grupo se apresentou no dia 27 de julho deste ano do VI Festival Yosakoi Soran na Via Funchal - São Paulo.

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Revista Painel 7

da cultura japonesaTaiko

Yosakoi Soran

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imigração japonesa

Tereza Nakano Cardim de Oliveira, Giulio Prado e Roberto Maestrello.

Confraternizando com os convidados, Maria Inês Cavalcanti, Isamara Caputo e Rubens Bíscaro.

Patrocínio

Giulio Prado homenageia Marta Toyoshima

Homenageados Iwao Inada, Mario Miahara e Otavio Okano.

Hideo Kumasaka entrega placa comemorativa a Iwao Inada.

Jantar típico

Julio Tanaka entrega placa de homenagem a Mario Miahara.

Luiz Gustavo Leonel de Castro com a esposa e filho.

Marta Toyoshima com familiares.

Marta Toyoshima cumprimenta Otavio Okano.

Iwao Inada, Teruo Abe, da Associação Nipo-Brasileira, Roberto Maestrello, presidente da AEAARP, Massaro Fugiy, da Associação Cultural, Otavio Okano e Mario Miahara.

Hideo Kumasaka, Marta Toyoshima, Iwao Inada, Julio Tanaka, Roberto Maestrello, Otavio Okano, Maria Inês Cavalcanti.

Platéia reúne associados, amigos e familiares dos homenageados.

Iwao Inada e familiares. Teruo Abe, Mario Miahara e a esposa, Massaro Fugiy e Hideo Kumasaka.

Mario Miahara com amigos. Shozo Mishima

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A Revista Painel apresenta nesta edição os presidentes do período compreendido entre 1984 e 1990. Cleder Corral Provêncio, Marcos Vilela Lemos, Juarez Correia Barros Junior e Helton Figueiredo de Oliveira dirigiram a Associação na época que começa nos anos de abertura política e chega até a última década do século XX.

ConhEçA os homEns quE diRigiRAm A AEAARP

Cleder Corral Provencio - Gestão 1984-1986

Engenheiro eletricista, trabalhou para incrementar o quadro de associados. Em sua gestão, foi iniciada a obra de construção da sede da Associação na rua João Penteado. Foi conselheiro e diretor do CREA.

Marcos Vilela Lemos - Gestão 1986-1988

Engenheiro Agrônomo, ocupou diversos cargos na Diretoria e Conselho da AEAARP. É Conselheiro no CREA-SP, tendo sido diretor administrativo em 2007. Atualmente é presidente do Conselho Deliberativo da AEAARP. Em sua gestão pautou seus trabalhos com o objetivo de integrar e ampliar o quadro de associados, promoveu a participação na entidade, tendo neste período implantado a quadra poliesportiva com o intuito de possibilitar aos associados práticas esportivas e maior integração em sua sede. Neste período, trabalhou para que em Ribeirão Preto fosse implantada a Delegacia Regional do Sindicato dos Engenheiros, onde a AEAARP abrigou inicialmente as primeiras diretorias. Durante sua gestão a AEAARP trabalhou muito para que fosse criada a Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente, o que ocorreu no final do Governo João Gilberto, mas somente com Secretaria Municipal do Meio Ambiente.

Juarez Correia Barros Junior - Gestão 1988-1990

A gestão caracterizou-se pela continuidade de três frentes de ação “muito bem iniciadas pelas gestões dos presidentes Clever Corral Provencio e Marcos Villela Lemos de quem fui, respectivamente, tesoureiro e vice-presidente”, explica o engenheiro Juarez Correia Barros Junior, que foram: a consolidação da nova sede própria que recebeu como complemento um espaço externo para confraternização dos associados, conhecido como “quiosque” e doado por aquele que viria a ser mais tarde presidente da entidade, o engenheiro José Batista Ferreira; o fortalecimento da ação da Associação junto ao Crea-SP, ao Sindicato dos Engenheiros e à Federação das Associações de Engenharia; e a consolidação de fontes de arrecadação, seja buscando a redução da inadimplência que, segundo o ex-presidente, atingia à época um patamar superior a 25%, seja tornando mais atrativo o convênio-saúde, seja ainda promovendo inúmeros encontros de associados e seus familiares em animados churrascos e bingos, com renda revertida para obras de ampliação. “Vale lembrar que com a introdução das câmaras técnicas promovemos inúmeros eventos técnicos voltados para áreas específicas de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, tendo com resultado um aumento expressivo do número de associados”, conclui.

Helton Figueiredo de Oliveira - Gestão 1990-1992

A posse de Helton Figueiredo de Oliveira na presidência e sua diretoria coincidiu com o início do governo do ex-presidente Collor. “Diante da nova realidade do país, definimos, junto com a diretoria, priorizarmos três pontos em nossa gestão: melhoria e profissionalização da gestão administrativa e financeira, ampliação do quadro social ativo e aumento de nossa participação comunitária. Com a colaboração e apoio do Conselho Deliberativo, tivemos sucesso em nossas ações. Do lado administrativo e financeiro, pela primeira vez em nossa história, a AEAARP tornou-se auto-suficiente, gerando recursos suficientes para sua expansão e crescimento sustentado”, diz o engenheiro. Em termos de associados, segundo ele, a entidade passou de cerca de 200 associados ativos para, após dois anos, mais de 1.200 associados contribuintes. “Por fim participamos e reativamos em nossa gestão de diversos conselhos comunitários, como os Conselhos Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente, da Fundação Pólo de Alta Tecnologia de Ribeirão Preto, do Conselho Fiscal da COHAB entre outros”.

presidentes

Para ajudar a escrever esta história, a AEAARP solicita às pessoas que tiverem algum documento referente à trajetória da entidade, que colaborem cedendo cópia para auxiliar na reconstrução dos 60 anos da Associação. A diretoria

agradece as colaborações que já chegaram para a equipe de pesquisa.

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mobilidade urbana

Sem ciclovias, trabalhadores e amantes

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“ “Ribeirão tem 1.800 m de ciclovia e a malha viária total da cidade é de 1.738.992 m.

Não muito tempo atrás, ainda era possível, em Ribeirao Preto, encerrar a jornada diária de trabalho e enfrentar o trânsito no horá-rio de “pico” das 18h sem sentir na pele o aborrecido congestionamento das grandes cidades. Mas este sinal dos bons tempos já se foi. Agora, filas de veícu-los se formam nas prin-cipais ruas e avenidas da cidade ao cair da tarde, quando disputam o mes-mo espaço os inúmeros ônibus de estudan-tes que chegam de toda a região para todas as escolas de cursos noturnos, motoristas particulares que saem do trabalho, outros tantos estudantes em veículos particulares apressados para chegarem a tempo às au-las, pais que pegam seus filhos nas escolas, vans e ônibus da frota de transporte público e também particular da cidade e municípios vizinhos, caminhões, moto-táxis, fora os tra-

balhadores noturnos das universidades, aca-demias, bancos, polícias, enfim, uma plurali-dade de motoristas, motoqueiros e corajosos ciclistas, denunciando um emaranhado de problemas que pede solução.

O cenário culmina num caótico trânsito que ain-da pega de surpresa alguns motoristas de-savisados que esquece-ram-se do congestiona-mento das 18h e saíram

para fazer supermercado ou outra atividade que bem poderia ter ficado para depois.

O caos no trânsito ainda é bom assunto para o noticiário local, seja pela lentidão nas ruas e avenidas, aumento dos acidentes, queixas em relação ao transporte público ou à insegurança de pedestres, motoristas, motoqueiros e ciclistas. E, para complicar, a frota ribeirão-pretana de veículos não pára de crescer: em comparação feita pela Tran-

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do ciclismo disputam espaço no trânsito

Revista Painel 7

serp entre os anos de 2005 a 2007, o aumento de veículos na cidade foi de 15,8%. Mas, para facilitar, poucos itens podem ser listados aqui. Um deles é o crescente apelo mundial às alternativas não poluentes, como o transpor-te por bicicletas.

Apesar de ser visível o número de ciclistas disputando espaço nas ruas da cidade, Ribeirão só tem uma única da ciclovia no Parque “Luiz Roberto Jábali” de 1.800 metros. A malha viária total da cidade é de 1.738.992 metros de extensão, sendo 1.690.150 metros de vias pavimentadas e outros 48.840 metros sem pavimentação, segundo dados da Secretaria Municipal de Obras Públicas.

Pela cidade, os ciclistas, se quiserem, que procurem as trilhas para seu esporte sobre duas rodas ou enfrentem o trânsito pesado das ruas, pois as ciclovias ou ciclofaixas ainda são sonhos para os amantes da bicicleta ou mes-mo para os que dela dependem para o trabalho – muitos são trabalhadores que percorrem vários quilômetros diá-rios para economizarem com transporte público. Afinal, quem decidir deixar o carro ou a moto em casa e quem não tem outra opção além da bicicleta para ir trabalhar pedalando esbarra em problemas de infra-estrutura nas vias públicas e na falta de ciclovias ou ciclofaixas para garantir segurança aos ciclistas.

Em sua tese de doutorado, pela Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo, Renata Cardoso Magagnin lembra que “atualmente, várias cidades do mundo buscam alternativas para resolver seus problemas urbanos. A expansão desordenada provocada pela grande concentração de pessoas nas cidades, associada à falta de infra-estrutura urbana e a dependência do transporte individual motorizado,

tem levado a uma deterioração da qualidade de vida da população nos centros urbanos”.

Ela ressalta que “historicamente, questões de plane-jamento urbano encontram-se associadas de forma in-trínseca a aspectos de transporte, isto é, o crescimento das cidades influencia e é influenciado pelos meios de transporte disponíveis à sua população. Mais ainda, a forma como se dá o processo de circulação urbana inter-fere diretamente na demanda por transportes, nas áreas destinadas a estacionamento, nos congestionamentos, etc. Apesar disso, houve no passado períodos em que o planejamento de transportes foi realizado de forma dis-sociada do planejamento urbano ou mesmo de qualquer outro plano. Nestes casos, os planejadores de transpor-tes utilizavam modelos matemáticos para produzir pla-nos (desenvolvidos para períodos de 20 anos, permitindo atualizações a cada 5 anos) que visavam solucionar os problemas de demanda e oferta de transportes na cida-de, mas que estavam muitas vezes desvinculados do pla-nejamento de uso do solo. Atualmente, por outro lado, o planejamento de transportes (demanda e oferta) utili-za modelos que incluem em sua análise aspectos mais amplos do que aqueles considerados antigamente. Atra-vés destes modelos são hoje consideradas, entre outras, questões ambientais e de uso do solo”.

A pesquisadora ainda fala da importância do conceito de mobilidade urbana sustentável, que prioriza o trans-porte coletivo e o não-motorizado, que também é não po-luente, que inclui a bicicleta, e ainda o transporte a pé, mas ressalta ela que esta visão é “desconsiderada pela maioria dos planejadores que dão prioridade à utilização de automóveis”.

Cacaio Fortes Guimarães é apaixonado por ciclismo e aproveita as trilhas da região além de

programar muitos passeios com os amigos.

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transporte

“É comum na cidade ver pessoas indo para o trabalho de bicicleta, é tão comum quanto se deslocar de automóvel. O que não há é facilidade para a prática”, diz a jornalista Luiza Pellicani, que, todas as manhãs, cruza a cidade para chegar à assessoria de imprensa onde trabalha. São aproximadamente 6 km do Jardim Palmares até o Jardim Irajá. Durante o traje-to, o perigo constante são os novos buracos no asfalto e o desrespeito dos motoristas que não utilizam setas. “Por volta das 7h45 passo num trecho da Francisco Junqueira e, nesse horário, inúmeras bicicletas lotam os canteiros da avenida di-vidindo a faixa da pista com os motoristas de carros, ônibus, motos e caminhões”, comenta.

Já Ailton Luiz Banzi Junior, programador de CNC, já se ma-chucou por causa da despreocupação de um motorista. “O motorista abriu a porta justamente quando estava passando e eu caí no asfalto. Se existisse uma ciclovia, isso não acon-teceria”.

O empresário Fábio Marques tem o ciclismo como esporte e acredita que com uma ciclovia em Ribeirão Preto e mais segu-rança ele e outras pessoas adotariam mais esse tipo de trans-porte. “Isso por causa da ineficiência do transporte público, alto custo do combustível e o tempo desperdiçado no trânsito que pode ser revertido para uma melhor qualidade de vida. A ciclovia preveniria um pouco o contato dos ciclistas com os veículos automotores reduzindo o risco de acidentes”.

O educador físico Leonardo Alves utiliza a bicicleta como

Profissionais optam pela bicicleta para irem ao trabalhomeio de transporte há nove meses. Percorre pontos onde o fluxo de veículos é alto, entre eles as avenidas Jerônimo Gon-çalves e Nove de julho. E acredita que para o ciclista o risco no trânsito em Ribeirão é constante. “Muitos motoristas des-respeitam os ciclistas e a falta de visibilidade no fim de tarde aumenta o risco de acidentes”. Ele aconselha: “Quem utiliza a bicicleta como meio de transporte ganha em estilo de vida, a pessoa acaba melhorando seu condicionamento físico, o que acarreta na melhora de sua saúde física e mental, lembrando também que financeiramente é bem mais econômico e vanta-joso”, esclarece Alves.

Luiza Pellicani corta a cidade do Jd. Palmares até o Jd. Irajá para trababalhar.

Plano Viário prevê mais espaços para bicicletas em Ribeirão

Artigo 18 São as seguintes as definições dos componentes do Sistema Cicloviário:

I - ciclovia - via destinada ao tráfego exclusivo de bicicletas, separada fisicamente da circulação geral de veículos, com as seguintes características:

a) largura mínima: 2,80 metros para pista bidirecional; b) largura mínima: 1,20 metro para pista unidirecional; c) declividade longitudinal máxima: 5%; d) declividade transversal máxima: 2% e mínima: 1%; e) raio mínimo de curvatura: 3,00 metros.

II - ciclofaixa - via destinada ao tráfego preferencial de bicicletas, separada do tráfego geral de veículos, através de sinalização visual com as seguintes características:

a) largura mínima: 2,00 metros para pista unidirecional; b) as características de declividade obedecem às características das

vias onde estiver implantada; c) raio mínimo de curvatura: 3,00 metros;

III - estacionamentos - dispositivos com capacidade para estacionar até 10 bicicletas, por um curto espaço de tempo, instalado em locais de fluxo de pessoas;

IV - bicicletários - estacionamentos com alta capacidade de vagas, cercados, localizados junto a grandes pólos geradores de tráfego, praças, parques, vias públicas, supermercados, universidades, shopping centers, indústrias, escolas, locais de transbordo de viagens do sistema de transporte coletivo urbano etc;

V - o sistema cicloviário, nos seus componentes físicos, completa-se com tratamento específico das interseções existentes ao longo da ciclovia e ciclofaixa, bem como com sinalização própria.

No dia 22 de agosto de 2007, foi publicada pelo Diário Oficial do Município a Lei Complementar 2204, de autoria do Executivo Municipal, que dispõe sobre o Plano Viário. O artigo 18 da Lei trata exclusivamente do Sistema Cicloviário.

As dotações para execução do Plano Viário devem ser previstas no Orçamento Municipal e a priorização das obras é indicada no Programa Qüinqüenal de Obras Viárias – o Programa terá de ser elaborado dentro do período de 12 meses, a partir da promulgação da Lei. O Sistema Cicloviário conforme a Lei 2204 compreenderá um conjunto de ciclovias e ciclofaixas, bem como da sinalização específica, dos estacionamentos e bicicletários necessários à criação de uma infra-estrutura segura para circulação de bicicletas.

Segundo o secretário de Planejamento Marcos Spínola de Castro, as ciclovias já estão sendo previstas em novos empreendimentos – e duas novas já têm endereço certo: uma será junto à avenida municipal Lucas Nogueira Garcez, que ladeia o campus da USP, e a outra será dentro do Parque Ecológico e Social “Prof. Dr. Rubens Cione” – no dia 1º de agosto a Prefeitura assinou Lei Complementar 2.292/2008, declarando de interesse social a área de 256.854,35 m2, correspondente à Fazenda Baixadão, na região oeste da cidade. O investimento total na obra será de aproximadamente R$ 2,5 milhões, sendo R$ 2 milhões do Governo do Estado e o restante de contrapartida da Prefeitura.

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CO2Segundo o projeto Planeta Sus-

tentável (planetasustentavel.abril.com.br), a questão ambiental também é

muito discutida, pois um carro 1.0 movido a gasolina libera 2,3 kg de CO2 por litro de

combustível; a versão a álcool libera 1,5 kg de CO2 por litro. Assim o uso da bicicleta represen-ta uma mudança de comportamento com grande impacto positivo, não só para a saúde do ciclis-ta, como também para o meio ambiente e a cidade. Se um profissional escolhe pedalar

ao invés de dirigir seu carro até o local de trabalho, deixa de lançar para a

atmosfera, em uma semana, cerca 15 kg de CO2.

Carteiros e PM sobre duas rodasNa cidade de Ribeirão Preto, 12% dos carteiros realizam distribuição

domiciliária com bicicleta. Segundo Erivelto Marcal de Siqueira, representante dos Correios, os registros de acidentes são extremamente raros, estabelecendo relação com o percentual geral da cidade. “A ciclovia seria, num grupo importante de ações, uma daquelas que contribuiriam para o sucesso na gestão de trânsito e a melhor visualização das bicicletas poderiam já trazer mais segurança aos seus usuários” opina Siqueira.

A Polícia Militar de Ribeirão Preto informa que dos acidentes de trânsito registrados na cidade, apenas 1,36% envolve bicicletas, dos quais 18,35% sem vítimas; ou seja, 98,64% dos acidentes de trânsito acontecem com automóveis, caminhões, motos, ônibus e utilitários.

A Cidade do Rio de Janeiro tem hoje a maior malha cicloviária do país e a segunda da América Latina, com 140 km de extensão, abrangendo todas as regiões do município (centro, zonas sul, norte e oeste). O projeto “Ciclovias Cariocas”, criado em agosto de 1993, tem como principal objetivo viabilizar o uso da bicicleta para deslocamentos de pequenas e médias distâncias na cidade. Estima-se que existam no Rio de Janeiro cerca de três milhões de bicicletas, mais que o dobro da frota de automóveis.

No Rio de Janeiro

Revista Painel 13

Passeio

Para interessados, todas as quintas-feiras, às 19h30, cerca de 30 a 40 ciclistas se reúnem na avenida Presidente Vargas 1083 para um passeio de cerca de 25 a 30 km de bicicleta. Adair Francisco da Silva, 56 anos, da Bike Center, é um dos incentivadores do passeio, feito junto com o vizinho da Multibike e outros amantes do esporte por ruas e avenidas da cidade. Quem quiser se juntar ao grupo ou experimentar o passeio, é só comparecer no endereço. Aos finais de semana, Adair promovetrilhas de cerca de 50 km, cada vez com um roteiro diferente.

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AEAARP14

Pesquisas Espaciais). Além disso, a fabricação desse sub-

sistema do Cbers-3 por um parceiro nacional auxilia o país a obter inde-pendência tecnológica em áreas al-tamente sensíveis do ponto de vista estratégico. A fase atual do desenvol-vimento da câmera é a de realização de testes funcionais no modelo de engenharia da MUX. Esse modelo é um protótipo que vem antes do mo-delo de qualificação e do equipamen-to que efetivamente vai voar. O mode-lo de engenharia já seguiu neste mês de julho para a China, onde vai pas-sar por testes elétricos na integração com outros sistemas.

Nos experimentos realizados aqui a câmera é submetida a ensaios desti-nados a confirmar se suporta as car-gas de lançamento e as condições de temperatura e vácuo no espaço, além de verificar se ela atende aos requisitos de envelhecimento e com-patibilidade eletromagnética man-tendo seu desempenho funcional. Segundo o Inpe, os ensaios, feitos no Laboratório de Integração e Testes do instituto, mostraram que não houve degradação do desempenho óptico do equipamento. “A câmera tem pas-sado com sucesso pelos testes”, in-forma Selingardi, do Inpe.

A realização desses experimentos é um importante passo na longa cami-nhada iniciada em dezembro de 2004, quando a Opto venceu a licitação in-ternacional para fabricação da câme-ra. A MUX começou a ser projetada já no mês seguinte e a primeira etapa do trabalho (a conclusão do projeto pre-liminar) ficou pronta no final daquele ano. Para ter idéia da complexidade do projeto preliminar, basta dizer que ele foi composto por mais de 450 do-cumentos e 16 mil páginas.

Agência Fapesphttp://www.agencia.fapesp.br/

O lançamento do próximo Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terres-tres (Cbers-3), previsto para abril de 2010, será um momento importante não apenas para o Programa Espa-cial Brasileiro – já que este é o quar-to artefato da série e boa parte dele está sendo desenvolvida no País –, mas também para a Opto Eletrônica, empresa com sede em São Carlos, no interior paulista, responsável pelo projeto e fabricação de uma das câ-meras do satélite capaz de fotografar a crosta terrestre.

O aparelho, batizado de câmera multiespectral MUX, representa um importante salto tecnológico para a indústria nacional, porque é o pri-meiro do gênero a ser inteiramente feito no País. As imagens geradas dos territórios do Brasil e da China serão destinadas ao monitoramento ambiental e ao gerenciamento de re-cursos naturais.

Para conseguir tal feito, a imagem terá uma resolução da superfície ter-restre de 20 metros de lado, caracte-rística responsável pela nitidez, num parâmetro que não é pouca coisa, levando-se em conta que o Cbers-3 será colocado em órbita a 800 quilô-metros de altitude. Isso equivale a en-xergar um trem na superfície da Terra ou uma mosca a cerca de 400 metros. A faixa de largura imageada, que é a extensão do território visto em uma li-nha na imagem, é de 120 quilômetros de largura.

“A fabricação da MUX pela Opto atende à diretriz do Programa Espacial Brasileiro de fomentar o desenvolvimento de tecnologia de ponta dentro da indústria do País, capacitando nossas empresas para participar de forma competitiva no mercado espacial internacional”, ressalta o engenheiro Mario Selingardi, responsável técnico pelo projeto no Inpe (Instituto Nacional de

teCnologia

Câmera do satélite Cbers-3 para fotografar crosta terrestre foi desenvolvida em São Carlos

Camera Mux -RBNA

Equipe P&D Opto

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informátiCa

Petrobras investe R$ 5,8 milhões no maior computador da

América LatinaA Cimcorp, integradora e provedora de soluções

de tecnologia da informação e outsourcing, desen-volveu para a Universidade Federal do Rio de Ja-neiro o maior computador da América Latina a ser utilizado para pesquisas acadêmicas. Batizada de Netuno, a máquina foi financiada pela Petrobras, que se beneficiará dos estudos na área de oceano-grafia e geofísica realizados pelo Núcleo de Com-putação Eletrônica (NCE) da UFRJ.

O supercomputador, que pesa 15 toneladas e está instalado em 10 gabinetes de 2,2 metros de altura cada, tem a capacidade computacional má-xima de 16,2 teraflops (16 trilhões e 200 milhões de operações matemáticas de ponto flutuante

por segundo), com poder de processamento de 256 servidores, o que permite estudos com alto nível de detalhamento. Por meio dele, é possível, por exemplo, calcular a probabilidade de petróleo em uma determinada região do oceano, estudar correntes e vórtices marinhos, realizar previsões meteorológicas (prever desastres como maremoto ou tsunami, por exemplo) e alterações no grau de salinidade da água do mar.

A máquina é a primeira de uma série de seis su-percomputadores que a Petrobras pretende ins-talar em universidades brasileiras. O orçamento previsto, sem contar os recursos dessa primeira empreitada, é de R$ 24 milhões.

aeaarp

A nova fase de reformas da sede da AEAARP já está sendo discutida. O projeto está pronto e a Painel adianta os detalhes da obra. O espaço do sa-lão de festas será valorizado com um deck e um espaço gourmet.

O deck terá 61,5 m2 e será anexo ao salão de festas, com a proposta de am-pliar a área para receber convidados e valorizar o local. O espaço gourmet, que ocupa uma área de 11,70m x 7m, terá portas de vidro que permitirão isolá-lo da cozinha, quando esta for usada por serviços de buffet.

O projeto é assinado pelo arquiteto Carlos Alberto Gabarra e a expectativa é que a obra tenha início em meados de agosto e seja esteja finalizada para as comemorações do final do ano.

nova etapa de reformas prevê deck e espaço gourmet

Revista Painel 15

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após sua colheita são levadas para secagem. Para este tipo de chá as folhas devem sofrer o menor tempo possível de fermentação e para isso, existem variedades cuja fermentação pós-colheita é mais lenta. O chá verde tem sabor levemente amargo.

-Chá preto: ao contrário do chá verde, para a ob-tenção deste tipo de chá, as folhas passam por um processo de fermentação antes do seu processa-mento. Essa fermentação é um processo natural que se inicia logo após o corte da folha. Esse chá tem sabor mais acentuado do que o chá verde.

-Chá oolong: para esse tipo de chá as folhas pas-sam por uma fermentação mediana que fica entre o chá verde e o chá preto. Tem um sabor mais sua-ve e é pouco comum no mercado ocidental.

-Chá branco: é um tipo de chá mais difícil de ser encontrado, pois é obtido das folhas dos brotos mais novos. Como no chá verde, as folhas do chá branco devem sofrer o menor tempo possível de fermentação antes da secagem.

Para se obter a bebida chá verde, as folhas de C. sinensis devem passar por um processo de infu-são, deixando a água fervente agir em média por 30 segundos. Caso este tempo seja excedido, a bebida pode apresentar um sabor mais amargo. Deve-se lembrar que para os povos orientais a adição de açúcar na bebida não a é forma mais correta de apreciá-la.

Desde a antiguidade existem relatos sobre as características medicinais do chá de C. sinensis e seus benefícios à saúde, mas somente agora as pesquisas que comprovam seus efeitos vêm sendo realizadas. Estudiosos afirmam que ao consumir-mos o chá ingerimos algumas substâncias como catequinas e alguns polifenóis que possuem ativi-dades antioxidantes que auxiliam na neutralização dos radicais livres, combatendo o envelhecimento precoce celular, reduzindo arteriosclerose, além de bloquear algumas alterações celulares.

Pesquisas realizadas com células endoteliais de artérias coronárias humanas em cultura mostra-ram que o LDL (colesterol ruim) quando oxidado é tóxico para as células prejudicando sua prolifera-ção e mobilidade espontânea, no entanto a bebida obtida pela infusão de chá verde possui flavonói-des que inibem esta oxidação (Tijburg et al., 1997; Xavier et al., 2004).

Segundo Manfredini et al., (2004), grande parte dos experimentos realizado com a bebida obtida

Chá é o produto obtido da infusão das folhas da planta Camellia sinensis (L.) O. Kuntze. Originária da China, atualmente é cultivada em vários países que apresentam temperatura moderada entre 15 a 25ºC e altitudes variando de 0 a 3.200 metros.

Essa planta de porte arbóreo, pertencente à fa-mília Theaceae, apresenta folhas simples e alter-nadas de coloração verde escura com nervuras bem marcadas, margens serrilhadas e coriáceas. Possui flores brancas com pétalas amareladas que geralmente aparecem isoladas na axila das folhas e apresentam perfume marcante. Os frutos são do tipo cápsula, de tamanho pequeno, com 1 a 3 se-mentes. Sua propagação pode ser feita também por meio de estacas, cujo principal objetivo é manter as mesmas características da planta matriz.

Devido à apreciação do chá pelos povos orientais, desde os tempos antigos, o consumo desta bebi-da pelos chineses foi transformado em tradição. No Japão esta bebida foi introduzida pelos mon-ges no século IX, que a consumiam antes de suas meditações, pois acreditavam que o chá tinha efei-to estimulante. Segundo a jornalista Rose Abielo Blanco, editora do site ‘Jardim de Flores’ (www.jardimdeflores.com.br), o verdadeiro chá tem que possuir em sua composição a planta C. sinensis, caso contrário ele deve ser considerado uma infu-são ou tisana.

No Brasil, o estado de São Paulo é o principal pro-dutor de chá verde. A Camellia sinensis, é cultiva-da em São Miguel Arcanjo, onde são registradas altas produtividades desta planta possivelmente devido ao clima da região, e nas regiões do Vale do Ribeira onde sua importância econômica fica atrás somente da bananicultura. Em outros esta-dos, existem relatos sobre o plantio desta cultura no Paraná, especificamente na cidade de Curitiba, mas as informações quanto o seu manejo e produ-tividade ainda são poucas.

Apesar de ser uma planta que pode atingir até 15 metros de altura, para a produção de chá ela é mantida com porte em torno de 50 a 80 cm de ma-neira que isso facilite o seu manejo e a coleta das folhas novas das brotações.

Poucas pessoas sabem, mas das folhas da C. sinensis podem ser obtidos quatro tipos de chás, cujas diferenças dependem do tipo de processa-mento pós-colheita:

-Chá verde: é obtido de folhas novas, que logo

A planta do

artigo

AEAARP16

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Referência bibliográficaBLANCO, R.A. Os benefícios do chá verde (Camellia sinensis). Disponível em: <http://www.jardimdeflores.com.br/sinergia/S08chaverde.htm> Acesso em: 01 jul. 2008.TIJBURG, L.B.M.; WISEMAN, S.A.; MEIJER, G.W.; WESTSTRATE, J.A. Effects of green tea, black tea and dietary lipophilic antioxi-dants on LDL oxidizability and atherosclerosis in hypercholestero-laemic rabbits. Artherosclerosis, v.135, p.37-47, 1997. MANFREDINI, V.; MARTINS, V.D.; BENFATO, M.S. Chá verde: bene-fícios para saúde humana. Infarma, v.16, n.9-10, p.68-70, 2004.XAVIER, H.T.; ABDALLA, D.S.P.; MARTINEZ, T.L.R.; RAMIRES, J.A.F.; GAGLIARDI, A.R.T. Efeitos da lipoproteína LDL-oxidada sobre a pro-liferação e a motilidade espontânea in vitro de células endoteliais de artérias coronárias humanas. Arquivos Brasileiros de Cardio-logia, v.83, n.6, p.488-492, 2004.

Luigi Tancredi Campo Dall’Orto: aluno de graduação do curso de Engenharia Agronômica da UFSCar-Universidade Federal de São Carlos.

Eduardo Suguino: pesquisador científico da APTA-Ribeirão Preto - Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

Autores:

das folhas de C. sinensis demonstraram que os efeitos antimu-tagênicos e anticarcinogênico acontecem quando o chá é pre-parado na forma verde.

Existem ainda relatos de que ele possui efeitos estimulantes, de ativação do sistema imunológico, prevenção de cáries, de ação antiinflamatória, antigripal, anti-séptica, adstringente, as-sim como da prevenção de doenças cardíacas e circulatórias, mas para que se obtenham os efeitos desejados é prudente optar pelo acompanhamento de profissionais capacitados, ao invés da automedicação.

Pessoas com problemas cardíacos ou hipertensos devem evi-tar o consumo do chá, alertam os farmacêuticos, pois o mesmo pode causar a aceleração do metabolismo, além de ser incom-patível com indivíduos que sofrem de insônia, hipertireoidismo, problema renal, gastrite, ansiedade e taquicardia.

O chá contém cafeína em sua composição, e essa substância pode causar dor de cabeça, náuseas e até aumentar a pressão arterial. Outro cuidado a ser tomado diz respeito à deficiência de ferro no organismo, pois segundo alguns nutricionistas, a ab-sorção deste mineral, por algumas pessoas, pode ser dificultada pela presença do tanino presente no chá.

Mesmo que este chá pareça uma bebida milagrosa com mui-tos benefícios a saúde, devemos sempre nos atentar que o uso indiscriminado pode causar problemas, principalmente porque a concentração das substâncias presentes na planta é variável dependendo de fatores edafoclimáticos, tais como luminosida-de, altitude, tratos culturais e até a injúria por certos patógenos.

“vERdAdEiRo” cháExiste um ditado que diz: “A dose é que faz o veneno”, por isso o ideal seria que cada pessoa, antes de consumir chá, procurasse orientação médica, para assim saber qual a dosagem ideal para o seu organismo, fazendo seu uso medicinal corretamente.

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profissão

o EngEnhEiRo“O engenheiro que virou suco” era o nome de uma lanchonete

na avenida Paulista, em São Paulo, aberta na década de 1980 por um profissional for-mado pela USP-Universidade de São Paulo que não con-seguiu colocação no mer-cado de trabalho em um período de forte recessão, pouco crescimento e al-guma instabilidade políti-

ca. O estabelecimento foi estampado em reportagens e

até hoje inspira artigos, mas que tratam de outras profissões. “Isso não existe mais na Engenharia”, afirma Glauco Eduardo Pereira, coordenador da Câmara de Agronomia do CREA-SP e reitor do Centro Universitário Moura Lacerda. Procurados como agulha no palheiro, engenheiros de várias áreas fazem falta no mercado de trabalho e a ausência dessa mão-de-obra dá o tom do momento pelo qual o país está passando: de crescimento, mas sem planejamento.

No Brasil, 23 mil engenheiros são formados por ano, segundo o CONFEA. Marcos Túlio de Melo, presidente do Conselho, afir-ma que mesmo que fossem 50 mil, seriam insuficientes para atender as necessidades do País. “Faltam profissionais em áre-as vitais para o desenvolvimento como infra-estrutura, petróleo e gás, por exemplo. Até a engenharia civil carece de profissio-nais”, afirma. Esta carência não é exclusivamente brasileira. Melo diz que os EUA precisam de 100 mil engenheiros por ano, formam 70 mil e buscam os 30 mil restantes em outros países. Na Coréia, 80 mil engenheiros são formados anualmente e o país tenta não importar cérebros.

Paulo Bernardo, ministro do Planejamento, na apresentação que fez do PAC-Programa de Aceleração do Crescimento na AEAARP disse que o país carece de 50 mil engenheiros para tocar as obras do programa. Nas contas do reitor do Moura Lacerda, todo o setor produtivo precisa de pelo menos 200 mil engenheiros que as instituições de ensino não serão capazes de formar em curto prazo, uma vez que somente a graduação consome cinco anos nos bancos universitários.

Pereira avalia que em um período de cerca de 20 anos, en-tre a década de 1980 e o início desde século, a procura pelos cursos de Engenharia caiu em decorrência da saturação do mercado, o mesmo que há três anos vem dando sinais de que precisa de mais profissionais da área. “O lançamento do PAC acentuou o problema”, afirma.

O presidente do CONFEA, diz que a falta de profissionais habilitados é um dos grandes problemas do PAC, tanto do ponto de vista da quantidade de profissionais disponíveis

quanto em relação à qualidade. “Até os anos de 1970, quando o País lembrava um grande canteiro de obras, a Engenharia, em suas diversas modalidades, era das carreiras profissionais mais disputadas”, lembra. O cenário dos anos que se seguiram foi de baixo índice de crescimento econômico que provocou o abandono da área pelos jovens em idade de prestar o vestibular, além do desmonte das equipes técnicas dos órgãos públicos e a perda da cultura técnica.

Melo aponta ainda que para a execução de um programa como o PAC, em um país desenvolvido, o caminho seria diferente daquele escolhido pelo governo federal. “As obras do PAC, re-lativas à infra-estrutura, exigem pesquisa, estudos técnicos e ambientais, e mais uma série de outros aspectos que resultam em projetos executivos completos que demandam longo tempo de maturação. Nos países desenvolvidos, um projeto pode levar cinco anos para ser considerado pronto e apenas um para ser construído. O Brasil inverteu esse processo, faz o projeto a to-que de caixa, o que resulta em obras inacabadas, mal feitas ou superfaturadas”, alerta.

A falta de profissionais de Engenharia é o mote de um movi-mento, o Cresce Brasil, lançado em 2006 pela Federação Nacio-nal dos Engenheiros, foi pauta de extensa reportagem na edi-ção de julho da revista Fapesp (Procuram-se engenheiros, edi-ção 149, julho de 2008 - www.fapesp.br). O movimento alerta para a necessidade de dobrar o número de profissionais forma-dos nos próximos 10 anos para atender à demanda da média de crescimento do PIB nacional, que superou o índice de 5% em 2007. De acordo com a reporta-gem, a meta da Petrobras de contratar 60 mil pós-graduados em um prazo de três anos esbarra na falta de profissionais.

Segundo o Capes-Coordenação de Aperfeiçoamento de Pes-soal de Nível Superior, dos 20 mil doutores e 30 mil mestres formados todos os anos, pouco mais de 10% estão nas áreas de Engenharia ou Ciência da Computação.

Um estudo encaminhado ao Banco Mundial sobre a inclusão das questões ligadas ao empreendedorismo nos cursos mos-trou que o Brasil tem 1,5 estudante de engenharia por grupo de 1.000 habitantes. Na Argentina são 3 e no Chile 4,5. Os dois pa-íses integram o levantamento, organizado no Brasil pela ABEN-GE- Associação Brasileira de Ensino de Engenharia.

Solução está na educação básicaMelo acredita que o estímulo ao aprendizado da Matemática

nos ensinos fundamental e médio podem estimular a opção por esta carreira quando chegar o momento do vestibular. “O pró-prio ensino da Engenharia terá que mudar. Hoje o engenheiro tem que falar mais que um idioma, saber se expressar, saber tra-balhar em equipe, ter disponibilidade de viajar e mais uma série de características exigidas nestes tempos modernos, como a constante revisão de nossos conhecimentos”, afirma. Segundo

Glauco Eduardo Pereira

Marcos Túlio de Melo foto Alberto Ruy

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que virou suco já é coisa do passado Engenheiros do mundo inteiro estarão no Brasil

O 3º Congresso Mundial de Engenheiros, o WEC 2008 que acontece de 2 a 6 de dezembro em Brasília, vai pautar também a carência de pessoal especializado no mercado de trabalho. O Fórum do Estudante e do Jovem Profissional, que acontecerá no WEC 2008, será um instrumento de estímulo aos jovens. Nele, a qualidade da formação, o mercado de trabalho e a importância do sistema de representação profissional que para continuar forte, precisa renovar suas lideranças. Até meados de julho, o WEC registrava 2.100 inscrições, 1.796 de profissionais brasileiros e 304 estrangeiros. Estavam inscritos 85 trabalhos técnicos nacionais e 171 internacionais, além de 37 trabalhos no Fórum dos Estudantes e Jovens Engenheiros.

Inscrições e informações: www.wec2008.org.br

COBENGEO Congresso acontecerá entre os dias 9 e 12 de setembro em São Paulo. É promovido pela ABENGE desde 1973 e este ano tem como parceiros a Escola de Engenharia Mauá do Centro Universitário do Instituto Mauá de Tecnologia e a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.

ele, o sistema CONFEA/CREA já trabalha com a carteira de identificação profissional abrindo espaço para as qualificações adquiridas após a formação no bacharelado.

O COBENGE-Congresso Brasileiro de Educa-ção em Engenharia deste ano coloca o assun-to em pauta. O tema do evento é “Educação, Mercado e Desenvolvimento: Mais e Melhores Engenheiros” e propõe a discussão de duas idéias básicas. A primeira, o fato de o ensino em geral, e particularmente o da Engenharia em todos os seus níveis, ser condição indispen-sável ao desenvolvimento socioeconômico do País. A segunda, o de que engenheiros têm que ser cada vez melhor formados, sendo necessá-ria a discussão e a definição de quais sejam os atributos de uma melhor formação. Na visão da ABENGE, “o nível de desenvolvimento que se pretende para o país passa necessariamente pela existência de um grande número de enge-nheiros, o que exige mais infra-estrutura para sua formação e maior atratividade da profissão para os jovens”.

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anúncio gráfica

FAPEsP invEstE Em PEsquisA dE

bioenergia

bioenergiaA FAPESP-Fundação de Amparo à Pesquisa do

Estado de São Paulo, o CNPq-Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e o Pronex-Programa de Apoio aos Núcleos de Ex-celência investirão R$ 38 milhões no programa Bioen-Programa FAPESP de Pesquisa em Bioe-nergia, lançado no início de julho em Sao Paulo. A Dedini, líder na produção de equipamentos para usinas de açúcar e álcool, é uma das par-

ceiras do projeto. O convênio com a empresa prevê investimentos da ordem de R$ 100 milhões em cinco anos, divididos em partes iguais pelos parceiros.

O convênio apóia projetos coopera-tivos a serem es-tabelecidos entre pesquisadores da

Dedini e de universidades e instituições de pesquisa, públi-cas ou privadas, no estado de São Paulo. Essa é maior parce-ria já firmada entre a FAPESP e uma empresa privada.

O objetivo do Bioen é aprimorar a produtividade do etanol bra-sileiro e avançar tanto em ciência básica quanto em desenvol-vimento tecnológico relacionados à geração de energia a partir de biomassa. O programa terá cinco vertentes. A primeira é a de pesquisa sobre biomassa, com foco no melhoramento da cana-de-açúcar. A segunda está vinculada ao aprimoramento de processos de fabricação de biocombustíveis. A terceira des-tina-se a estudos sobre aplicações do etanol para motores au-tomotivos. A quarta é ligada a pesquisas sobre biorrefinarias e alcoolquímica. E a quinta irá debruçar-se sobre os impactos so-ciais e ambientais da produção e do uso de biocombustíveis.

“O Brasil tem vantagens acentuadas na produção de eta-nol de primeira geração, feito a partir da fermentação da sa-carose, mas há vários desafios que precisamos vencer para melhorar sua produtividade”, afirmou o diretor científico da FAPESP, Carlos Henrique de Brito Cruz, durante o lançamen-to do programa. “Também há oportunidades importantes de desenvolvimento tecnológico do etanol de segunda geração, produzido a partir de celulose, que vem sendo alvo de pesqui-sas em muitos países. O Bioen atua em ambas as frentes”. Brito Cruz lembrou que a liderança científica conquistada pelo Brasil na pesquisa sobre etanol impõe a responsabilida-de de continuar avançando.

O presidente da FAPESP, Celso Lafer, lembrou que a pesqui-sa científica e tecnológica na área de bioenergia tem impor-tância estratégica também sob o ponto de vista diplomático. “O Brasil tem feito esforços no sentido de argumentar em defesa do etanol nacional, afirmando sua sustentabilidade ambiental e social. Só teremos condições de sustentar essa articulação diplomática se ela vier acompanhada de um co-nhecimento sólido, com publicações de abrangência inter-

nacional, legitimando nossa posição”, disse. Também foram celebrados convênios no âmbito do Bioen

que articulam o esforço de pesquisa com empresas e outras entidades. Um deles é a primeira chamada de propostas para Convênio FAPESP/Dedini para Apoio à Pesquisa sobre Proces-sos Industriais para a Fabricação de Etanol de Cana-de-açúcar, que investirá inicialmente R$ 20 milhões em projetos coope-rativos envolvendo especialistas da empresa e de universida-des e instituições de pesquisa paulistas. O Convênio FAPESP/Dedini prevê investimentos da ordem de R$ 100 milhões em cinco anos, divididos em partes iguais pelos dois parceiros.

Segundo a Agência Fapesp, a Dedini não é a única empresa parceira da FAPESP no campo da pesquisa de biocombustí-veis. Em 2006, a Fundação, em parceria com o BNDES, firmou um convênio com a Oxiteno, do Grupo Ultra, para o desenvol-vimento de sete projetos cooperativos em que se investiga desde o processo de hidrólise enzimática do bagaço da cana-de-açúcar para obtenção de açúcares até a bioprodução de etanol de celulose para obtenção de compostos químicos usados para produção de plásticos e fibras sintéticas. No iní-cio deste ano a FAPESP e a Braskem também estabeleceram um convênio para o desenvolvimento de biopolímeros.

Além dos convênios com as três empresas, também faz parte do Programa Bioen uma chamada de propostas no valor de R$ 5 milhões para o convênio entre a FAPESP e a Fapemig-Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais de pesquisa em biocombustíveis. Cada instituição oferece R$ 2,5 milhões para projetos de pesquisa em colaboração entre pesquisadores de São Paulo e Minas Gerais em temas relacionados a etanol. O programa também é beneficiado pela destinação pela FAPESP de R$ 10 milhões para auxílios regulares e para o programa Apoio ao Jovem Pesquisador.

Primeira etapa do convênio FAPESP/Dedini consumirá R$ 20 milhões

Na primeira chamada os recursos serão destinados exclusivamente às propostas que forem selecionadas pela FAPESP e pela Dedini, com a participação do Comitê Gestor da Cooperação. De acordo com José Luiz Olivério, vice-presidente de Tecnologia e Desenvolvimento da Dedini, a chamada será dividida em duas frentes, uma de melhoria nos processos tradicionais e outra direcionada ao chamado etanol de segunda geração, produzido através da celulose do bagaço da cana. “Nesta etapa, serão aplicados cerca de R$ 20 milhões. Acreditamos que será suficiente para muitos projetos nessas áreas, já que se trata de uma chamada ampla e abrangente”, disse Olivério.

A previsão é que sejam fomentados projetos em: aperfeiçoamento de tecnologias em uso na planta de demonstração de hidrólise ácida da empresa, ou bem como o desenvolvimento de inovações nessas tecnologias; produção de energia a partir de subprodutos de cana-de-açúcar; formas de reduzir o consumo de energia durante o processo industrial; e formas de aumentar a eficiência dos processos de destilação e fermentação. Segundo Olivério, um dos focos será desenvolver métodos de produção de etanol a partir de celulose tanto no processo de hidrólise ácida quanto enzimática. “Já temos a tecnologia, mas precisamos desenvolvê-la de forma competitiva”. O convênio permitirá que pesquisadores das universidades e empresas trabalhem cooperativamente.

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anúncio gráfica

O Brasil vai colher 146 mil toneladas de mamona, sa-fra 55,8% maior que a anterior, de acordo com estudo da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O re-corde é resultado do aumento do uso do óleo da mamo-na pela indústria e ao crescimento da área cultivada.

A oleaginosa é usada pela aviação na produção de um fluido, que impede o congelamento do combustível nos tanques de avião e foguetes, e na fabricação de lentes de contato, batom, espuma para colchões, tintas e adu-bos. “É aproveitada em mais de 500 itens pela indústria química”, informou a analista da Conab, Zilá Áquila

A resistência da planta ao clima do semi-árido brasi-leiro transformou a mamona em fonte de renda para agricultores familiares. Atualmente, cerca 93% da pro-dução do País é do Nordeste.

Nos primeiros seis meses deste ano, o Brasil arreca-dou US$ 6,18 milhões com as exportações de óleos de-rivados da mamona.

agriCultura

sAFRA dE mAmonA cresce mais de 50%

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que retomou suas atividades na Presidência do Crea-SP após um período de licença encerrado em 29 de junho.

“Nada resiste ao trabalho. Quando se faz um bom trabalho, o reconhecimento vem com o apoio, com o voto”, disse o presidente, referindo-se à vitória nas eleições de 04 de junho, que o conduzirá, a partir de janeiro, a um novo mandato de três anos na Presidên-cia do Crea-SP.

O presidente agradeceu o apoio de todos os conse-lheiros na pessoa do diretor administrativo Valdemar Antônio Demétrio, que exerceu a Presidência em seu período de licença. “Todas as decisões aqui tomadas na minha ausência foram justas e perfeitas, conduzi-das com serenidade e deliberadas de forma tranqüi-la. Tudo transcorreu de forma inqüestionável”, disse.

Na ocasião, o presidente também entregou a pla-ca comemorativa e o certificado ao técnico em ele-trotécnica Gilberto Takao Sakamoto, indicado pelos representantes dos técnicos de nível médio para ser homenageado, entre os descendentes de japoneses radicados em São Paulo, em destaque ao Centenário da Imigração Japonesa no Brasil, completando as-sim o quadro de homenageados reunidos na Plenária do mês anterior.

Presidente do Crea-SP acompanhou delegação da Fentec em visita a Genebra

O presidente do Crea-SP, engenheiro José Tadeu da Silva, esteve em Genebra, Suíça, no mês de junho, acompanhando a delegação da Fentec-Federação Nacional dos Técnicos Industriais, que participou, no dia 18, da reunião do Comitê Executivo da ICEM-Federação Internacional dos Sindicatos de Química, Energia, Minas e Indústrias Diversas, que reuniu pro-fissionais de diversas categorias para debater ques-tões globais do trabalho.

A reunião discutiu temas que afetam diretamente os profissionais liberais brasileiros, como educação, justiça social no âmbito do trabalho, estabilidade econômica, relações de trabalho e imigração laboral. A visita teve como objetivo estabelecer um panora-ma geral sobre a relação dos profissionais liberais no Brasil e no mundo, assim como debater o futuro do trabalho.

Da comitiva, fizeram parte o presidente da CNPL-Confederação Nacional das Profissões Liberais, Francisco Antonio Feijó, e seu vice-presidente, téc. ind. edif. Wilson Wanderlei Vieira, também diretor de Relações Institucionais do Crea-SP.

O presidente do Crea-SP viajou a convite da CNPL e da Fentec, não havendo portanto despesas para o Conselho.

A convite do presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), Marco Paulo Del Nero, o presidente do Crea-SP, engenheiro civil José Tadeu da Silva, e o su-perintendente de Relações Institucionais do Conselho, engenheiro civil Gilberto Campos, estiveram, no dia 11 de julho, na sede da Federação para dar início às con-versações que culminarão na assinatura de um convê-nio de parceria entre as entidades, para fiscalização do exercício profissional e das atividades de Engenharia, Arquitetura e Agronomia nos estádios paulistas.

A idéia da Federação é contar com a ajuda do Crea-SP, representado pelo superintendente Gilber-to Campos, nos trabalhos da comissão de inspeção de estádios da FPF, visando ao desenvolvimento de uma ação voltada à segurança nos estádios de São Paulo, tanto no que se refere às condições de uso da população torcedora como de todos os profissionais envolvidos na prática esportiva.

Partindo inicialmente de um protocolo de intenções, o Crea-SP deverá entregar à FPF um relatório com as normas de segurança para uso e manutenção dos es-tádios paulistas. Para a elaboração desse relatório, o Crea-SP constituirá um Grupo de Trabalho com pro-fissionais especializados na matéria. Nas primeiras tratativas, o Crea-SP se dispôs a divulgar a parceria entre os profissionais do Sistema Confea/Crea, ofere-cendo à Federação um contingente altamente creden-ciado para elaborar as vistorias necessárias, inicial-mente em todos os estádios que receberão os jogos do Campeonato Paulista de Futebol da Série A-1.

O Conselho já pratica o mesmo tipo de parceria com outros órgãos (como a Defensoria Pública, entre tan-tos) e, segundo José Tadeu, “no seu objetivo máximo de salvaguardar a segurança da sociedade, o Crea-SP visa, com esta parceria, garantir para os torcedo-res uma participação tranqüila nesses eventos. Se há uma categoria profissional totalmente capacitada a cumprir com essa enorme responsabilidade – até para não perdermos mais tempo quanto aos prepara-tivos para a Copa do Mundo de 2014, que vai requerer do brasileiro uma nova cultura de planejamento – , essa categoria é a dos engenheiros, arquitetos, agrô-nomos e demais técnicos da área tecnológica do es-tado de São Paulo”.

A primeira reunião de trabalho foi realizada no dia 21 de julho, na sede da Federação (veja vídeo com en-trevista do presidente José Tadeu da Silva em www.futebolpaulista.com.br/tvfpf.php).

José Tadeu da Silva retoma atividades na Presi-dência do Crea-SP

A Sessão Plenária de julho, realizada em São Paulo, já foi conduzida pelo engenheiro José Tadeu da Silva,

CREA-sP inicia parceria com Federação Paulista de

Futebol para fiscalização em estádios

Crea

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Rodovia interoceânica PERmitiRÁ AumEnto dA EXPoRtAçÃo dE PRodutos do AgRonEgóCio

transportes

Um corredor rodoviário com cerca de três mil quilômetros de exten-são vai facilitar o escoamento da produção do setor agrícola e viabili-zar o aumento da exportação de grãos brasileiros. Trata-se da rodovia interoceânica que vai percorrer o Brasil, a Bolívia e o Chile, ligando o oceano Atlântico ao Pacífico e tem inauguração prevista para setembro de 2009. Com a utilização da nova via, a comercialização internacional de grãos deverá atingir 135 milhões de toneladas a partir de 2010, boa parte deles produzidos no Centro-Oeste.

A estrutura e os benefícios do corredor rodoviário interoceânico fo-ram anunciados no início de julho, em Campo Grande (MS), durante encontro de representantes do governo dos três países envolvidos no projeto. Segundo o secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Co-operativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Márcio Portocarrero, a criação da rodovia vai propiciar o cres-cimento da economia brasileira no setor agropecuário e permitir maior vazão dos produtos para o mercado externo, especialmente a Ásia.

“Podemos afirmar que o transporte é, atualmente, um dos maiores gargalos da produção agropecuária. A rodovia vai beneficiar os pro-dutores do País, que terão acesso mais rápido e fácil ao mercado asi-ático, um grande consumidor dos nossos produtos”, destacou. Com a possibilidade de escoar a produção pelo oceano Pacífico, Portocarrero afirmou ainda que haverá uma redução de cerca de sete mil quilômetros

de rota marítima, com relação ao percurso feito atualmente pelo oceano Atlântico.

Segundo informações do governo brasileiro, produtos como a cana-de-açúcar, soja e algodão serão os principais beneficiados pela iniciati-va. A pecuária em grande escala e a agroindústria também sentirão os efeitos positivos da nova rodovia.

A principal vantagem será a redução no custo do transporte. Compa-rando o Brasil aos Estados Unidos, maior produtor mundial de soja, o País gasta até dez vezes mais para transportar até a China uma tonelada de soja produzida nos estados da região Centro-Oeste. “Ganharemos muito em competitividade”, comemorou Portocarrero.

Rodovia no Brasil Em terras brasileiras, a via terá uma extensão de cerca de 1,5 mil

quilômetros, complementados pela Bolívia, que contribui com 1,6 mil quilômetros, e pelo Chile, que participa do projeto com mais 233 qui-lômetros de rodovia. De uma ponta à outra, o corredor liga o porto de Santos, em São Paulo, aos portos de Arica e Iquique, no Chile.

O Governo Federal está investindo cerca de R$ 340 milhões nas obras da rodovia, a maior parte destinada à construção de pontes e pequenos acessos, além da recuperação e manutenção na infra-estrutura viária, em regiões próximas à fronteira com a Bolívia.

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notas e Cursos

Prêmio de SustentabilidadeEstão abertas as inscrições para o Prêmio

von Martius de Sustentabilidade. No site www.premiovonmartius.com.br, a Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha disponibiliza informações. O prazo para inscrever os trabalhos vai até 26/9.

Desde 2007, a premiação é realizada de maneira rotativa pelas capitais do Brasil. A escolha de Curitiba para a 9ª edição deve-se ao forte vínculo da cidade com questões ambientais, o que inclui preocupação com manutenção de sua área verde. Curitiba detém os mais altos índices de áreas verdes entre as metrópoles do País. Os seus mais de 30 parques e bosques totalizam 82 milhões de m2 (52m2 de área verde/ habitante), três vezes maior que a área mínima recomendada pela ONU. O Prêmio reconhece projetos de todo o Brasil que promovam o desenvolvimento econômico, social e cultural alinhado com o conceito de desenvolvimento sustentável. Podem concorrer iniciativas de empresas, instituições públicas ou privadas, indivíduos e organizações não governamentais, associadas ou não à entidade promotora. Dividido em três categorias – Humanidade, Tecnologia e Natureza –, o Prêmio reúne mais de 1.400 projetos inscritos em apenas oito anos.

A cerimônia de entrega do Prêmio será este ano, mais uma vez, carbon free. Isto será feito em parceria com a BRTÜV, empresa es-pecializada em certificação e qualificação de produtos e serviços. Ela fará um levantamen-to de todas as emissões de gás carbônico re-lacionadas ao evento e identificará a forma mais adequada para a sua neutralização.

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NOTAS curSOS

SindusCon-SP promove curso de Departamento Pessoal e Cálculo Trabalhista

Nos dias 8 e 9 de setembro, o SindusCon-SP promoverá o curso “Departamento Pessoal – Modelo na Construção Civil e Cálculos Trabalhistas”. Voltado para contadores, chefes de recursos humanos e assistentes de departamento pessoal, o curso abordará critérios de estabilidade, afastamentos, término de obras e tratamento de trabalhadores temporários, além de contratos de pessoal com empresas prestadoras de serviço e as regras de tratamento aos estagiários das construtoras.

As aulas serão ministradas pelo especialista em Direito do Trabalho e Direito Previdenciário Mariano Carneiro. O evento, com carga horária de 16 horas, será realizado na sede do SindusCon-SP, à rua Dona Veridiana, 55 – Santa Cecília, São Paulo – em ambos os dias das 8h30 às 17h30. As vagas são limitadas. O valor para os associados é de R$ 350,00 e não associados R$ 500,00. www.sindusconsp.com.br

SindusCon-RP realiza curso em canteiro de obrasO SindusCon-RP e o Senai-Serviço Nacional

de Aprendizagem Industrial estão levando algumas das aulas do Programa de Capacitação Profissional aos canteiros de obras. A primeira aula in company foi ministrada no canteiro de obras da Construtora Copema, dentro dos cursos de Pedreiro Assentador e de Pedreiro Revestidor/Azulejista. Os cursos são ministrados por docentes do Senai e têm carga horária de 100 horas. Os alunos aprendem na prática, levantando e desmanchando pequenas paredes e observando aspectos como o esquadro, alinhamento, textura da massa, entre outros.

O Programa de Qualificação Profissional para a Construção Civil oferece 800 vagas gratuitas para os cursos de Pintor de Obras, Pedreiro Assentador de Tijolos, Pedreiro Revestidor, Carpinteiro de Formas, Instalador Hidráulico, Eletricista Instalador Predial, além dos cursos de Metrologia aplicada à Construção Civil, Mantenedor de Obras e Instalador de Gesso Acartonado.

Informações e inscrições no Senai/RP: na Rua Capitão Salomão, 1.813, Campos Elíseos, das 8h às 11h30, das 13h30 às 17h, e das 19h às 21h, (16) 3632-6900; Escola de Ensino Profissional “Dr. Celso Charuri”, Av. Luiz Galvão César, nº 273, Planalto Verde, (16) 3639-9670 / 3975-2080.

ARquITETA E uRBANISTAThaina Correa CarolliENGENHEIRA ELETRICISTAMaria Angelica Martuscelli ENGENHEIRO AGRONOMOLeandro Vieira ENGENHEIRO CIVILJose Geraldo Garcia Leal William Assis MatosMaria Paula Amorim Santos ENGENHEIRO quíMICOSidnei Aires Brandão ESTuDANTE - AGRONOMIA E AFINSReinaldo Passarelli TéCNICO EM ELETROTéCNICASylvio Lanari do Val

ConfeaO plenário do Senado aprovou por unanimidade dia 11 de julho o Projeto de Lei nº 123/2006, de autoria do deputado Edson Ezequiel (PMDB-RJ), que estabelece a representação federativa no Plenário do Confea. Para o presidente do Confea, Marcos Túlio de Melo, a ação significa uma modernização da legislação. “Agora teremos uma representação mais adequada”, ressaltou. Pela legislação atual, de 1966, o Confea tem 18 assentos (15 representações estaduais e três de instituições de ensino). Com a nova regra, serão 31 conselheiros (um por Estado, três de instituições de ensino superior e um representante de escolas técnicas). O projeto segue agora para a sanção presidencial.

Construtoras paulistas fundam associação de compras

Construtoras paulistas formalizaram, dia 26 de junho, a criação da Compracon-Associação de Compras da Construção Civil do Estado de São Paulo, que objetiva promover aquisições coletivas de materiais e também atuar nas negociações com fornecedores, otimizando o poder de compra dos associados, além de viabilizar processos de importação de produtos, quando conveniente.

Além da aquisição de insumos, a Compracon poderá prestar serviços às construtoras, como logística de fornecimento de materiais, locação de máquinas, andaimes e equipamentos, e outros serviços que as associadas decidirem contratar conjuntamente. Até mesmo computadores e outros equipamentos e serviços não diretamente ligados à construção poderão ser adquiridos de forma conjunta.

Além da aquisição de insumos, a Asso-ciação poderá desenvolver mecanismos de ações conjuntas para logística de forne-cimento de materiais, locação de equipa-mentos e andaimes e outros serviços que as associadas decidirem contratar conjun-tamente. Até mesmo itens não diretamente ligados à construção poderão ser adquiridos de forma conjunta, como computadores, EPI’s e outros equipamentos e serviços.

Plano Diretor e Código de ObrasA Câmara Municipal de Ribeirão Preto

aprovou, em sessão extraordinária, o Projeto de Lei Complementar 2157/07 que altera a Lei de Uso e Ocupação do Solo. Na justifi-cativa do projeto, o poder público argumenta que a alteração é necessária para adequar a legislação ao interesse público e eliminar uma “incoerência” apresentada entre o texto da lei e o mapa. Na mesma sessão os vere-adores aprovaram uma alteração no código de obras que obrigada a manutenção de 20 mil m2 de área verde no entorno dos crema-tórios a título de compensação ambiental.

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QuASE 6.000 OBRAS DE FuNDAçõES EM

27 ANOS DE ATIvIDADES.

• • • • • • • • • • • •

Último encontroO presidente licenciado do IAB-SP, Joa-

quim Manoel Guedes Sobrinho, morreu aos 76 anos no dia 27 de julho em São Paulo. De acordo com informações da Agência USP, ele foi vítima de atropelamento na avenida 9 de Julho, próximo do apartamento onde morava. Professor da FAU-USP, mesma fa-culdade onde se formou em 1954, participou de mais de 500 projetos, entre os quais se destacam os planos para as cidades de Nova Marabá (1973) e Nova Barcarena (1979) no Pará, Nova Caraíba (1976), na Bahia, além de residências (entre as mais importantes estão a Cunha Lima, de 1958, a W. Pereira, de 1968, e a Fabrizio Beer, de 1971) e edifícios públicos. Dias antes do acidente, Guedes se encontrou com os arquitetos Carlos e Dulce Palladini na Itália, durante o XXIII Congresso da UIA.

Os arquitetos Aldo Rossi,

Dulce Palladini e Joaquim Guedes, no Congresso da

uIA em Turim.

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biblioteCa

APtA tem revista científicaA APTA-Agência Paulista de Tecnologia dos

Agronegócios está disponibilizando downlo-ad gratuito da primeira edição de sua revista Tecnologia & Inovação Agropecuária, que acaba de ser lançada.

A publicação, que aborda na capa o tema “Água na agropecuária”, tem caráter téc-nico-científico e trará, a cada semestre, artigos e entrevistas sobre tecnologias geradas pelas unidades de pesquisa da agência e por outras instituições de pes-quisa e desenvolvimento da agricultura no Estado de São Paulo.

Os artigos da primeira edição da re-vista foram divididos nos seguintes eixos

temáticos: “Água e conservação de solo”, “Água e pecuária”, “Aqüicultura sustentável”, “Aspectos econômicos da água na agropecuária”, “Ciclo hi-

drológico e agropecuária”, “Irrigação sustentável”, “Legislação de recursos hídricos”, “Manejo e con-servação de corpos d’água”, “Qualidade de água” e “Tratamento e reuso da água”.

O periódico tem como público-alvo produtores rurais, extensionistas, estudantes, professores e demais agentes ligados ao desenvolvimento da agropecuária nacional.

A revista Tecnologia & Inovação Agropecuária tem as seguintes seções: carta do editor, artigos convidados, artigos técnico-científicos, além de entrevistas com especialistas no tema focado.

As inscrições de artigos técnicos já estão abertas para a segunda edição.

O download da publicação pode ser feito no seguinte endereço: http://dge.apta.sp.gov.br/publicacoes/T%26IA

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