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RESUMO

Neste projeto de conclusatildeo de curso consideramos a logiacutestica na cadeia

produtiva de accedilaiacute no Estado do Paraacute propondo um meacutetodo quantitativo baseado em

programaccedilatildeo matemaacutetica para anaacutelise da cadeiaO trabalho eacute justificado pela intensa expansatildeo do processamento de sucos de

frutas uma vez que as polpas de fruta passaram a ocupar papel de relevacircncia no

agronegoacutecio brasileiro tanto no acircmbito nacional como no internacional Paralelamente

a polpa de accedilaiacute ganhou forccedila na miacutedia nos produtos farmacecircuticos e nas academias de

ginaacutestica o que impulsionou suas vendas de tal forma que a produccedilatildeo extrativista natildeo

era mais suficiente para satisfazer a demanda crescente

Entre os problemas enfrentados pelas agroinduacutestrias eacute possiacutevel citar baixa

qualificaccedilatildeo da matildeo de obra difiacutecil acesso a financiamento atuaccedilatildeo de atravessadores e

logiacutestica deficitaacuteria entre outros

Dessa forma este trabalho apresenta uma revisatildeo bibliograacutefica sobre a cadeia

produtiva do accedilaiacute e propotildee um modelo de localizaccedilatildeo de facilidades que possibilita a

anaacutelise de viabilidade da cadeia produtiva que simule a dinacircmica da cadeia com mais

atores seja beneficiadores ou produtores atendendo agrave clientes nacionais eou

internacionais de modo que seja possiacutevel encontrar alternativas de melhoria e sugestatildeo

de cenaacuterios para expansotildees futuras

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IacuteNDICE DE FIGURAS

Figura 1Mesorregiotildees do Estado do Paraacute Fonte Silva 2004 17

Figura 2 Microrregiotildees do Nordeste paraense Fonte Silva 2004 24

Figura 3 Mesorregiatildeo metropolitana de Beleacutem Fonte Silva 2004 24

Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008) 33

Figura 5 Os atores do sistema de comercializaccedilatildeo do accedilaiacute e suas inter-relaccedilotildees

adaptado de Pessoa 2007 38

Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute 50

Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo 51

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IacuteNDICE DE TABELAS

Tabela 1 Balanccedilo entre oferta de frutos e demanda de polpa de accedilaiacute do Estado

do Paraacute no periacuteodo de 2001 a 2005 Fonte (Santana et al 2006) 14

Tabela 2 Evoluccedilatildeo da aacuterea colhida produccedilatildeo rendimento e preccedilo do accedilaiacute no

Estado do Paraacute 1996 a 2009 16

Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA-

Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 26

Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008

Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a

2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST 41

Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008

Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST 42

Tabela 6 Produccedilatildeo de accedilaiacute (extrativismo) de 2003 a 2008 Fonte IBGE -

Produccedilatildeo da Extraccedilatildeo Vegetal e da Silvicultura 43

Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de

accedilaizeiro produccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$) 44

Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare deaccedilaizal nativo para produccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$) 44

Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de

accedilaizeiro produccedilatildeo de frutos em terra firme (R$) 45

Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em

pesquisas de campo 47

Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009 48

Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute 48 Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute 48

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1 Introduccedilatildeo 6

11 Contextualizaccedilatildeo e Justificativa 6

12 Objetivos 8

13 Materiais e Meacutetodos 9

2 Visatildeo Geral 11

21 Agronegoacutecio 11

22 O Accedilaiacute 18

23 Logiacutestica 29

24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de

facilidades 34

3 Definiccedilatildeo do Problema e Propost 38

31 Caracterizaccedilatildeo da Cadeia Produtiva do Accedilaiacute 38

32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo

matemaacutetico 40

33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute 49

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos Futuros 59

5 Bibliografia 61

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1 Introduccedilatildeo

11 Contextualizaccedilatildeo e Justificativa

A dinacircmica da globalizaccedilatildeo a velocidade de propagaccedilatildeo da informaccedilatildeo o

interesse pela alimentaccedilatildeo saudaacutevel e o consequumlente aumento da demanda produzirammudanccedilas substanciais na atividade econocircmica agroindustrial O Brasil eacute um dos liacutederes

mundiais na produccedilatildeo e exportaccedilatildeo de vaacuterios produtos agropecuaacuterios eacute o primeiro

produtor e exportador de cafeacute accediluacutecar e suco de laranja Lidera ainda o ranking das

vendas externas de aacutelcool soja carne bovina carne de frango e tabaco (Andriguetto et

al 2008)

As projeccedilotildees indicam que o Brasil tambeacutem seraacute em pouco tempo o principal

poacutelo mundial de produccedilatildeo de algodatildeo e biocombustiacuteveis feitos a partir de cana-de-accediluacutecar e oacuteleos vegetais Outros destaques satildeo milho arroz frutas frescas cacau

castanhas nozes aleacutem de suiacutenos e pescados (Andriguetto et al 2008)

Dessa forma as agroinduacutestrias iniciaram o processo de melhoria e ajustes em

produtos processos e nas formas de organizaccedilatildeo para desta maneira encontrarem

alternativas de eficiecircncia produtiva crescimento ou mesmo de sobrevivecircncia frente aos

novos desafios impostos pela competitividade (Silva 2004)

Lauschner (1995) apud Rosa (2003) define agroinduacutestria em sentido amplo

como sendo ldquoa unidade produtiva que transforma o produto agropecuaacuterio natural ou

manufaturado para utilizaccedilatildeo intermediaacuteria ou finalrdquo Em sentido restrito a

agroinduacutestria eacute ldquoa unidade produtiva que transforma para a utilizaccedilatildeo intermediaacuteria ou

final o produto agropecuaacuterio ou seus subprodutos natildeo manufaturadosrdquo

Segundo Pinazza (1999) apud Rosa (2003) ldquoA agroinduacutestria apresenta-se como

instrumento analiacutetico e experimental para a realizaccedilatildeo de diagnoacutesticos e simulaccedilotildees de

estrateacutegias para as cadeias produtivasrdquo Deve-se levar em conta desde a produccedilatildeo ateacute o

abastecimento final Os agentes fornecedores de insumos e fatores de produccedilatildeo os

produtores os armazenadores os processadores e distribuidores aleacutem dos prestadores

de serviccedilo satildeo objeto de observaccedilatildeo individual e em conjunto

As empresas brasileiras do segmento agroindustrial de frutas aproveitam a

oportunidade para atingirem outras fatias de mercado e consumidores diversos

ajustando-se agraves tendecircncias de consumo mundial dos produtos derivados de frutas como

polpas sucos neacutectares geleacuteias doces etc Um caso eacute a agroinduacutestria do Accedilaiacute no Estado

do Paraacute responsaacutevel pela produccedilatildeo de 95 do fruto (Silva 2004)

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O accedilaizeiro eacute uma palmeira cujo fruto eacute o accedilaiacute espeacutecie nativa da Amazocircnia

encontrada em terrenos de vaacuterzea no estuaacuterio dos rios Tocantins Paraacute e Amazonas O

accedilaiacute ateacute o final do seacuteculo XX era considerado um produto da alimentaccedilatildeo baacutesica das

populaccedilotildees ribeirinhas e das camadas de baixa renda sendo consumido com farinha de

mandioca e peixe entre outros A produccedilatildeo do accedilaiacute era ateacute entatildeo predominantemente

extrativista objetivando o consumo domeacutestico com pouca venda de excedente (Santana

et al 2006)

A partir de meados da deacutecada de 90 o suco de accedilaiacute foi gradativamente

conquistando novas fronteiras de mercado atendendo natildeo apenas ao mercado local

mas tambeacutem as outras regiotildees do paiacutes e ainda o mercado internacional

principalmente os Estados Unidos paiacuteses da Uniatildeo Europeacuteia Japatildeo e Cone Sul

(Santana Gomes apud Silva et al2006 )

No Brasil a demanda de accedilaiacute vem crescendo entre os consumidores com maior

niacutevel de renda A motivaccedilatildeo do consumo se daacute por razotildees que vatildeo aleacutem da necessidade

alimentar envolvendo questotildees culturais e principalmente por esteacutetica e sauacutede (Silva

apud Silva et al2006)

A produccedilatildeo extrativista entretanto natildeo conseguiu seguir o aumento da

demanda de forma que o crescimento do mercado de polpa do fruto de accedilaiacute tem

induzido o plantio em terra firme (Homma et al 2006) e a implantaccedilatildeo de plantas

industriais para realizar o processamento ou as agroinduacutestrias existentes introduziram

o accedilaiacute na linha de produccedilatildeo visando atender aos mercados externo e interno (Santana et

al 2006)

Embora a exploraccedilatildeo do accedilaiacute apresente grande possibilidade de alavancagem e

desenvolvimento da economia regional a logiacutestica e principalmente o transporte na

regiatildeo produtora eacute bastante deficitaacuteria uma vez que a venda do produto depende em

grande escala das embarcaccedilotildees que fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos dofrete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores Tais fatores encarecem o custo do produto que

recai sobre o consumidor (Limal et al 2008)

A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do

transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto

procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2002)

Atualmente a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees praacuteticas de realizaccedilatildeo das

metas definidas pelo setor de marketing como prazos de entrega miacutenimos Sem oplanejamento logiacutestico e de rede de distribuiccedilatildeo tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se

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concretizar (Bowersox et al 2002) Segundo Ballou (2001) configurar a rede de

distribuiccedilatildeo eacute especificar a estrutura por meio do qual os produtos passaratildeo de seus

pontos de origem ateacute os pontos de demanda determinando quais instalaccedilotildees devem ser

usadas quantas instalaccedilotildees devem existir quais os produtos e clientes designados a

elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas e como as instalaccedilotildees

deveriam ser atendidas

O mercado do accedilaiacute estaacute haacute alguns anos em raacutepido crescimento o que tem

aumentado a demanda o preccedilo dos frutos e tambeacutem atraiacutedo novos investimentos Entre

outros inclui-se investimentos na produccedilatildeo intensiva de frutos em terra firme cuja

viabilidade depende tambeacutem dos custos da logiacutestica de entrega da mateacuteria prima nas

induacutestrias de processamento

Neste cenaacuterio eacute importante que haja um trabalho que organize as informaccedilotildees

disponiacuteveis sobre a cadeia produtiva do accedilaiacute no Paraacute uma vez que eacute um assunto que

ainda natildeo foi exaustivamente tratado na literatura e ainda para incentivar a coleta de

dados mais precisos e o investimento e a expansatildeo no agronegoacutecio da polpa de accedilaiacute

Ainda este trabalho propotildee uma ferramenta dentro do campo da Pesquisa

Operacional baseada em programaccedilatildeo matemaacutetica que possibilite a anaacutelise de

viabilidade da cadeia produtiva que simule a dinacircmica da cadeia com mais atores seja

beneficiadores ou produtores atendendo agrave clientes nacionais eou internacionais de

modo que seja possiacutevel encontrar alternativas de melhoria e sugestatildeo de cenaacuterios para

expansotildees futuras

Segundo Almeida (2010) dentro da aacuterea dos meacutetodos quantitativos as

aplicaccedilotildees de Pesquisa Operacional tecircm se mostrado eficazes em diversas aacutereas de

aplicaccedilotildees e os modelos matemaacuteticos e computacionais propostos quase sempre podem

ser utilizados diretamente como ferramentas de auxiacutelio agrave tomada de decisatildeo

12 Objetivos

Geral

A proposta desse trabalho eacute utilizar ferramentas de anaacutelise do sistema logiacutestico

na anaacutelise da cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute estudando um modelo de

localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees baseado em programaccedilatildeo matemaacutetica que incorpora

decisotildees de fluxo para auxiliar no planejamento estrutural da cadeia de produccedilatildeo do

Accedilaiacute no Paraacute Para chegar nesse resultado tem-se os seguintes objetivos especiacuteficos

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Especiacuteficos

bull Revisatildeo de trabalhos encontrados na literatura sobre a cadeia produtiva

do accedilaiacute no Paraacute

bull Levantamento de dados necessaacuterios para posterior validaccedilatildeo do modelo

1 Custos de produccedilatildeo do fruto localizaccedilatildeo dos spots de produccedilatildeo e sua

capacidade

2 Custos de processamento do fruto localizaccedilatildeo das induacutestrias de

beneficiamento e sua capacidade

3 Custos de transporte do fruto para os beneficiadores e da polpa de

accedilaiacute para o mercado nacional e internacional

4 Principais centros consumidores da polpa de accedilaiacute e sua demanda

bull Desenvolvimento do modelo matemaacutetico de localizaccedilatildeo de facilidades

13 Materiais e Meacutetodos

Este trabalho de conclusatildeo de curso eacute conduzido segundo o meacutetodo de

modelagemSimulaccedilatildeo Eacute um meacutetodo em que os modelos desenvolvidos satildeo

representaccedilotildees de operaccedilotildees que acontecem na realidade Cada modelo pressupotildee

variaacuteveis ligadas por relaccedilotildees de causa e efeito desenvolvidas dentro de um

determinado domiacutenio e que natildeo podem ser alteradas pelo pesquisador Essas variaacuteveis

podem ser fiacutesicas como posiccedilatildeo de inventaacuterio e taxa de utilizaccedilatildeo ou econocircmicas

como contribuiccedilatildeo ao lucro e custos (Betrand e Fransoo 2002) As variaacuteveis definidas

neste trabalho satildeo fiacutesicas

Os estudos de PO no geral seguem etapas caracteriacutesticas Na literatura haacute

variaccedilotildees quanto agrave denominaccedilatildeo e ao nuacutemero de etapas Segundo Hillier e Lieberman

(2006) apud Almeida (2010) haacute uma seacuterie de seis etapas usuais sugeridas para serem

utilizadas por equipes de PO para enfrentar problemas reais

1 Definir o problema de interesse e coletar dados

2 Formular um modelo matemaacutetico para representar o problema

3 Desenvolver um procedimento computacional a fim de derivar soluccedilotildees para

o problema a partir do modelo

4 Testar o modelo e aprimoraacute-lo conforme necessaacuterio

5 Preparar para a aplicaccedilatildeo contiacutenua do modelo conforme prescrito pela

gerecircncia

6 ImplementarNesse projeto de conclusatildeo de curso nos restringiremos agraves fases 1 e 2

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2 Visatildeo Geral

21 Agronegoacutecio

O termo agronegoacutecio ou agribusiness engloba os fornecedores de bens e

serviccedilos para a agricultura os produtores rurais os processadores os transformadores edistribuidores e todos os envolvidos na geraccedilatildeo e fluxo dos produtos de origem agriacutecola

ateacute o consumidor final Os agentes que afetam e coordenam o fluxo dos produtos tais

como o governo os mercados as entidades comerciais financeiras e de serviccedilos

tambeacutem satildeo parte do agronegoacutecio (Costa 2002)

A Associaccedilatildeo Brasileira de Agribusiness (ABAG apud Costa 2002) descreve as

funccedilotildees do agronegoacutecio em sete niacuteveis

a) suprimentos agrave produccedilatildeob) produccedilatildeo

c) transformaccedilatildeo

d) acondicionamento

e) armazenamento

f) distribuiccedilatildeo e

g) consumo

Por sua vez o termo lsquoagroinduacutestriarsquo natildeo deve ser confundido com agronegoacutecio

uma vez que o primeiro eacute uma parte do segundo De acordo com a ABAG apud Costa

2002 agroinduacutestria se aplicaria do niacutevel lsquosuprimentos agrave produccedilatildeorsquo ateacute

lsquoacondicionamento

Para Ramalho 1988 apud Silva 2004 a agroinduacutestria eacute caracterizada como

sendo o primeiro processamento da mateacuteria prima originada do setor agropecuaacuterio

tendo por mercado a exportaccedilatildeo e outras induacutestrias

Jaacute para Santana 2003 apud Silva 2004 agroinduacutestria eacute a empresa ou

organizaccedilatildeo que realiza o processamento industrial dos produtos agriacutecolas pecuaacuterios

florestais e extrativos oriundos do meio rural e de seus subprodutos e que planeja a

cadeia produtiva para frente identificando mercados canais de distribuiccedilatildeo logiacutestica de

transporte e clientes para os produtos do setor rural

Segundo Batalha apud Costa 2002 a literatura que trata do tema agroindustrial

no Brasil tem feito confusatildeo entre as expressotildees lsquoSistema Agroindustrialrsquo lsquoComplexo

Agroindustrialrsquo lsquoCadeia de Produccedilatildeo Agroindustrialrsquo e lsquoAgronegoacuteciorsquo Tais expressotildees

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se aplicam a diferentes objetivos cada uma delas reflete um niacutevel de anaacutelise do Sistema

Agroindustrial

Sistema Agroindustrial (SAI) eacute o conjunto de atividades que concorrem para a

produccedilatildeo de produtos agroindustriais desde a produccedilatildeo dos insumos (sementes adubos

maacutequinas agriacutecolas etc) ateacute a chegada do produto final (queijo polpas de frutas massas

etc) na mesa do consumidor Natildeo estaacute associado a qualquer mateacuteria-prima agropecuaacuteria

ou produto final especiacutefico (Batalha apud Rosa 2003) O SAI eacute composto por seis

conjuntos de atores agricultura pecuaacuteria e pesca induacutestrias agroalimentares

distribuiccedilatildeo agriacutecola e alimentar comeacutercio internacional consumidor induacutestrias e

serviccedilos de apoio (Costa 2002)

Complexo agroindustrial (CAI) tem como ponto de partida determinada mateacuteria-

prima A arquitetura de um complexo agroindustrial eacute tida pela ldquoexplosatildeordquo da mateacuteria-

prima principal que o originou segundo os diferentes processos industriais e comerciais

que ela pode sofrer ateacute se transformar em diferentes produtos finais A formaccedilatildeo de um

CAI exige a participaccedilatildeo de um conjunto de cadeias de produccedilatildeo cada uma delas

associada a um produto ou famiacutelia de produtos (Batalha apud Costa 2002)

Jaacute a cadeia de produccedilatildeo agroindustrial (CPA) eacute definida a partir da identificaccedilatildeo

de determinado produto final Apoacutes esta identificaccedilatildeo conveacutem ir encadeando de

jusante a montante as vaacuterias operaccedilotildees teacutecnicas comerciais e logiacutesticas necessaacuterias a

sua produccedilatildeo (Rosa 2003)

De acordo com Alves (1997) apud Costa (2002) a CPA pode ser segmentada

em trecircs macro-segmentos

a) Comercializaccedilatildeo representando as empresas que estatildeo em contato com o

cliente final da cadeia de produccedilatildeo e que viabilizam o consumo e o comeacutercio dos

produtos finais (supermercados mercearias restaurantes cantinas etc) Podem

ser incluiacutedas tambeacutem neste macro-segmento as empresas responsaacuteveis somentepela logiacutestica de distribuiccedilatildeo

b) Industrializaccedilatildeo representando as firmas responsaacuteveis pela transformaccedilatildeo das

mateacuterias-primas em produtos finais destinados ao consumidor O consumidor

pode ser uma unidade familiar ou uma agroinduacutestria

c) Produccedilatildeo de mateacuterias-primas reunindo as firmas que fornecem as mateacuterias-

primas iniciais para que outras empresas avancem no processo de produccedilatildeo do

produto final (agricultura pecuaacuteria pesca etc)

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Batalha apud Costa 2002 afirma que o termo agronegoacutecio deve vir

acompanhado de um delimitador O enfoque pode partir do mais global (agronegoacutecio

brasileiro) ao mais especiacutefico (agronegoacutecio da soja ou do suco de laranja)

211 Agronegoacutecio no Brasil

O Brasil eacute um dos liacutederes mundiais na produccedilatildeo e exportaccedilatildeo de vaacuterios produtos

agropecuaacuterios eacute o primeiro produtor e exportador de cafeacute accediluacutecar e suco de laranja

Lidera ainda o ranking das vendas externas de aacutelcool soja carne bovina carne de

frango e tabaco (Andriguetto et al 2008)

As projeccedilotildees indicam que o Brasil tambeacutem seraacute em pouco tempo o principal

poacutelo mundial de produccedilatildeo de algodatildeo e biocombustiacuteveis feitos a partir de cana-de-

accediluacutecar e oacuteleos vegetais Outros destaques satildeo milho arroz frutas frescas cacau

castanhas nozes aleacutem de suiacutenos e pescados (Andriguetto et al 2008)

O agronegoacutecio brasileiro emprega atualmente 177 milhotildees de trabalhadores

somente no campo e eacute hoje a principal locomotiva da economia brasileira respondendo

por 235 do Produto Interno Bruto (PIB) 36 das exportaccedilotildees totais e 37 dos

empregos brasileiros Nos uacuteltimos anos poucos paiacuteses tiveram crescimento tatildeo

expressivo no comeacutercio internacional do agronegoacutecio quanto o Brasil (Andriguetto et

al 2008)

Ao mesmo tempo em que se expande o agronegoacutecio brasileiro sofre um

processo crescente de integraccedilatildeo ao mercado com mudanccedilas em suas estrateacutegias de

produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo Segundo Alves apud Costa 2002 isso acontece devido ao fato

de que haacute um aumento na preocupaccedilatildeo com a qualidade dos alimentos Aleacutem disso os

produtores tecircm procurado ampliar a sua linha de produtos com maior valor agregado e

adequar suas formas organizacionais agraves necessidades do mercado que estaacute aquecido

devido agrave presenccedila de novos haacutebitos de consumo alimentar (Costa 2002)Todos os fatores acima descritos vecircm forccedilando os produtores agriacutecolas a

tentarem reduzir custos de produccedilatildeo e de distribuiccedilatildeo Dessa forma a competitividade

no setor agroindustrial depende cada vez mais da sua inserccedilatildeo na cadeia de suprimento

a reduccedilatildeo de custos unitaacuterios e o aumento da produtividade global do setor demandam

maior ecircnfase em tecnologias de poacutes-colheita e de processamento em fatores que afetam

os tempos e custos de transporte e armazenamento e ainda em serviccedilos de apoio que

agilizem a movimentaccedilatildeo fiacutesica dos produtos e o acesso a informaccedilotildees relacionadas aosnegoacutecios (Costa 2002)

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O Brasil eacute um dos trecircs maiores produtores de frutas do mundo ficando somente

atraacutes da China e Iacutendia representando cerca de 5 da produccedilatildeo mundial Sua produccedilatildeo

superou 40 milhotildees de toneladas em 2008 (Agecircncia Sebrae 2009) A proacutexima seccedilatildeo

discutiraacute brevemente a agroinduacutestria de frutas no paiacutes

212 Agroinduacutestria de frutas no Brasil

Embora seja um dos maiores exportadores de frutas do mundo a carecircncia em

marketing do setor frutiacutecola dificulta a expansatildeo comercial da fruta brasileira uma vez

que existe baixo conhecimento da maioria das frutas tropicais no mercado internacional

Apesar disso nos uacuteltimos 14 anos o Brasil aumentou em mais de 11 vezes as

exportaccedilotildees de frutas frescas passando de US$ 54 milhotildees no iniacutecio da deacutecada de 1990

para mais de US$ 642 milhotildees no ano de 2007 (919 mil toneladas) Somando-se as

frutas secas e castanhas de caju foram exportadas um milhatildeo de toneladas equivalente

a US$ 9677 milhotildees (Andriguetto et al 2008)

Jaacute o processamento de sucos de fruta estaacute em franca expansatildeo ocupando papel

de relevacircncia no agronegoacutecio mundial com destaque para os paiacuteses em

desenvolvimento que satildeo responsaacuteveis pela metade das exportaccedilotildees mundiais A

demanda atual eacute crescente para sucos e polpas de frutas tropicais principalmente de

abacaxi maracujaacute manga e banana que satildeo responsaacuteveis pela maioria das exportaccedilotildees

(Andriguetto et al 2008)

Poreacutem desde meados da deacutecada de 90 a polpa de accedilaiacute ganhou espaccedilo na miacutedia

nacional e internacional aumentando a demanda do produto como estaacute exposto na

Tabela 1 A conversatildeo do fruto em polpa eacute em meacutedia de 223 kg de frutos para 10 kg

de polpa

Tabela 1 Balanccedilo entre oferta de frutos e demanda de polpa de accedilaiacute do Estado do Paraacute no periacuteodode 2001 a 2005 Fonte (Santana et al 2006)

Demanda de polpa e vinho de accedilaiacute

Ano

Ofertade frutode accedilaiacute

(t)

Oferta depolpa

aproximada

Mercado do

Paraacute (t)

Mercadonacional

(t)

MercadoInternacional

(t)

DemandaTotal(t)

2001 118302 53050224 117843 8527 395 126765

2002 364879 163622870 130559 11231 1060 142850

2003 392130 175843049 163615 22597 2119 188331

2004 454071 203619283 177102 29636 3622 210360

2005 505094 226499552 204730 47098 5138 256966

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A expansatildeo gradativa do mercado de frutas processadas tem se caracterizando

por uma seacuterie de fatores dentre os quais a preocupaccedilatildeo de consumidores com a sauacutede o

que resulta em aumento da procura e consumo de produtos naturais com pouco ou

nenhum aditivo quiacutemico A quantidade exportada de sucos de frutas em 2007 foi de

237 milhotildees de doacutelares relativos a 216 milhotildees de toneladas sendo 5126 maior que

em 2006 e 100 maior que em 2005(Andriguetto et al 2008)

Segundo Barros apud Silva 2004 as polpas de frutas mostram-se como uma

oportunidade para o Brasil pois existe o potencial de se transformar no novo produto

que ampliaraacute a participaccedilatildeo brasileira no setor externo No Brasil um caso em grande

expansatildeo que merece atenccedilatildeo eacute a agroinduacutestria do accedilaiacute no Estado do Paraacute responsaacutevel

pela produccedilatildeo de 95 do fruto (Silva 2004) A Tabela 2 no proacuteximo toacutepico mostra o

crescimento da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute

Na proacutexima seccedilatildeo apresentamos uma descriccedilatildeo sucinta da agroinduacutestria de

frutas tropicais no Paraacute

213 Agroinduacutestria de frutas no Paraacute

A regiatildeo Norte reuacutene condiccedilotildees favoraacuteveis para o desenvolvimento das

agroinduacutestrias de frutas pois apresenta grande variedade de fruteiras extrativas proacuteprias

da regiatildeo e solo e clima que permitem a exploraccedilatildeo de fruteiras tiacutepicas de aacutereas tropicais

(Silva 2006)

O Paraacute aparece como um dos maiores produtores brasileiros de frutas da uacuteltima

deacutecada destacando-se pelas produccedilotildees de abacaxi banana coco e laranja e em menor

escala de maracujaacute mamatildeo limatildeo e acerola aleacutem das frutas regionais (exoacuteticas) como

o accedilaiacute bacuri cupuaccedilu taperebaacute e muruci que a cada ano ganham mais mercado o que

favorece os empreendimentos do setor frutiacutecola(Silva 2004)

O Estado do Paraacute eacute hoje responsaacutevel por 95 da produccedilatildeo de accedilaiacute no Brasil edevido a sua importacircncia cultural o accedilaiacute transformou-se atraveacutes de lei na bebida e fruta

siacutembolo do estado do Paraacute e agora passou a ser priorizado como produto econocircmico

capaz de gerar renda para a populaccedilatildeo local e divisas para o paiacutes (Andrade et al 2008)

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Tabela 2 Evoluccedilatildeo da aacuterea colhida produccedilatildeo rendimento e preccedilo do accedilaiacute no Estado do Paraacute 1996 a2009

Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute

ANOAacuteREA

PLANTADA

(haacute)

AacuteREACOLHIDA

(haacute)

QUANTIDADECULTIVADA ( t )

QUANTIDADEEXTRATIVA ( t )

QUANTIDADETOTAL

PRODUZIDA ( t )

RENDIMENTO(thaacute)

PRECcedilO(R$t)

1996 1054 10366 103698 114064 9835 469791997 933 7913 92021 99934 8481 350841998 852 7278 110557 117835 8542 412271999 690 4662 107663 112325 6757 472862000 727 5207 112676 117883 7162 499352001 627 4558 113744 118302 7270 558992002 16115 242557 122322 364879 15052 642082003 3097 18479 257282 134848 392130 13923 686982004 8593 26671 363428 90643 454071 13626 699962005 6297 34203 415921 89173 505094 12160

2006 8041 49455 472040 88551 560591 95452007 5249 51545 497591 93788 591379 96542008 59202 59202 581290 100202 681492 98192009 61814 61814 604805 104354 709159 9784

A induacutestria de suco e polpa de frutas regionais para exportaccedilatildeo teve como

pioneira a Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-Accedilu (CAMTA) fundada no ano de

1949 Em 1988 foi concluiacuteda a faacutebrica de sucos da Associaccedilatildeo de Fomento Agriacutecola de

Tomeacute-Accedilu (ASFATA) fundada em 1981 que passou para a administraccedilatildeo da CAMTA

em 1991 A agroinduacutestria de sucos e concentrados de frutas regionais foi uma das que

mais cresceu nos uacuteltimos dez anos (Homma 2003)

O Estado do Paraacute possui hoje cerca das 140 empresas produtoras de polpa de

frutas distribuiacutedas em todo o estado poreacutem as regiotildees Metropolitana de Beleacutem e

Nordeste Paraense concentram cerca de 82 do total das unidades (Brasil apud Silva

2004) Entretanto a mesorregiatildeo do Marajoacute eacute a que concentra a maior produccedilatildeo de

fruto detendo cerca de 80 da produccedilatildeo Para melhor visualizaccedilatildeo veja a Figura 1

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17

Figura 1Mesorregiotildees do Estado do Paraacute Fonte Silva 2004

No primeiro semestre de 2004 a produccedilatildeo exportada do mix de polpa de frutas

atingiu o valor de US$ 504 milhotildees com uma evoluccedilatildeo de 2447 em relaccedilatildeo ao

mesmo periacuteodo de 2003 Desse total apenas 75 da produccedilatildeo de polpa de frutas

regional foi exportado para os Estados Unidos e alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeacuteia e

Aacutesia o maior percentual de exportaccedilatildeo (755) ficou com o mercado nacional e o

restante (17) foi absorvido pelo mercado local (Santana apud Silva2004)A agroinduacutestria de frutas destaca-se como uma atividade estrateacutegica para o

desenvolvimento de regiotildees produtoras na aacuterea de fruticultura uma vez que tem elevada

capacidade de gerar emprego e renda e criar uma demanda estaacutevel para a produccedilatildeo de

frutas jaacute que apresenta um grande potencial de agregaccedilatildeo de valor aos produtos

primaacuterios a partir do processamento e elaboraccedilatildeo de sucos polpas e doces aleacutem de

promover a induccedilatildeo e difusatildeo de tecnologia no meio rural (Silva 2006)

Por sua vez o accedilaiacute lidera o mercado da fruticultura nacional a exportaccedilatildeo chegaa 500 mil toneladasano O crescimento do interesse nacional e internacional pelo suco

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do fruto entretanto fez com que o preccedilo do produto aumentasse para o consumidor

(SAGRI 2010)

22 O Accedilaiacute

221 O accedilaizeiro

O accedilaizeiro ( Euterpe oleracea Mart) planta pertencente agrave ordem dos Arecales

ao gecircnero Euterpe da famiacutelia Palmae eacute uma palmeira nativa da Amazocircnia abundante

nas aacutereas de vaacuterzeas da regiatildeo Para os nativos essa palmeira representa uma importante

fonte natural de recursos Poullet apud Padilha et al afirma que o accedilaiacute eacute um dos

produtos mais importantes da vida alimentar e cultural da populaccedilatildeo regional Rogez

apud Padilha et al(2000) por sua vez considera o accedilaizeiro a palmeira mais produtiva

do ecossistema que abriga a populaccedilatildeo do delta do Amazonas

Os accedilaizais nativos nas aacutereas de vaacuterzeas satildeo encontrados no estuaacuterio dos rios

Tocantins Paraacute e Amazonas Nas vaacuterzeas o manejo dos accedilaizais nativos tem

promovido a derrubada verde sem queima para construccedilatildeo de canais para facilitar a

drenagem da aacutegua inundada com grande movimentaccedilatildeo de canoas e barcos para o

transporte de frutos com seacuterias consequumlecircncias para flora e fauna (Homma et al 2006)

O manejo consiste em aumentar a populaccedilatildeo de accedilaizeiros que ocorrem

naturalmente na floresta de vaacuterzea Com essa teacutecninca a produtividade do accedilaizeiro

dobra de 42 tha para 84 tha de frutos Baseia-se na eliminaccedilatildeo das plantas de espeacutecies

arbustivas e arboacutereas de baixo valor comercial cujos espaccedilos livres satildeo ocupados por

plantas de accedilaizeiros oriundas de sementes que germinam espontaneamente de mudas

preparadas ou transplantadas das proximidades e por outras espeacutecies produzidas

especialmente para esse fim (Embrapa)

A vantagem da teacutecnica de manejo eacute que natildeo exige investimento em infra-

estrutura consistindo na realizaccedilatildeo das seguintes praacuteticas limpeza da aacuterea (roccedilagem davegetaccedilatildeo de menor porte e eliminaccedilatildeo de parte das aacutervores maiores) desbastes dos

perfilhosestipes das touceiras de baixo vigor vegetativo preparoaquisiccedilatildeo e plantio de

mudas de accedilaizeiros frutiacuteferas e florestais manutenccedilatildeo do accedilaizal (Embrapa)

A importacircncia socioeconocircmica do accedilaizeiro decorre do seu enorme potencial de

aproveitamento integral de mateacuteria-prima O principal aproveitamento eacute a extraccedilatildeo do

accedilaiacute mas as sementes (caroccedilos) do accedilaizeiro satildeo aproveitadas no artesanato e como

adubo orgacircnico A planta fornece ainda um oacutetimo palmito e as suas folhas satildeo utilizadaspara cobertura de casas dos habitantes do interior da regiatildeo (Homma 2006) De acordo

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com Padilha et al existe ainda um outro uso uma vez que a a produccedilatildeo de polpa varia

em torno de apenas 5 a 15 do volume do fruto haacute uma grande quantidade de resiacuteduos

gerados no processamento que pode ser empregado para geraccedilatildeo de energia teacutermica e

eleacutetrica

Poreacutem para a populaccedilatildeo ribeirinha a possibilidade mais lucrativa proporcionada

pelo accedilaizeiro eacute a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de seu fruto in natura A produccedilatildeo de

frutos para o mercado local eacute uma atividade de baixo custo e de excelente rentabilidade

econocircmica (Homma 2006)

222 O fruto

O accedilaiacute ateacute o final do seacuteculo XX era considerado um produto da alimentaccedilatildeo

baacutesica das populaccedilotildees ribeirinhas e das camadas de baixa renda dos centros urbanos da

economia Amazocircnica onde eacute consumido com farinha de mandioca e peixe entre

outros A produccedilatildeo do accedilaiacute era ateacute entatildeo predominantemente extrativista objetivando o

consumo domeacutestico com pouca venda de excedente (Santana et al 2006)

No entanto desde meados da deacutecada de 90 as academias de ginaacutestica

descobriram o fruto e seu alto valor energeacutetico o que fez com que o accedilaiacute ganhasse

espaccedilo na miacutedia nacional e internacional A demanda do produto aumentou entatildeo

intensamente uma vez que as camadas de maior poder aquisitivo tambeacutem passaram a

consumiacute-lo (Santana et al 2006)

Este aumento pode ser atribuiacutedo agraves propriedades nutricionais e valor caloacuterico do

accedilaiacute uma vez que eacute um alimento rico em proteiacutenas fibras lipiacutedios vitamina E e

minerais como manganecircs cobre boro e cromo Aleacutem disso o accedilaiacute possui um elevado

teor de pigmentos antocianinas que satildeo beneacuteficos agrave sauacutede pois favorecem a circulaccedilatildeo

sanguumliacutenea e protegem o organismo contra a arteriosclerose (Alexandre et al2004)

A demanda pelo accedilaiacute estaacute em alta o produto tem boas possibilidades demercado principalmente no Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia Goiaacutes e na Regiatildeo

Nordeste No Rio de Janeiro o accedilaiacute eacute oferecido nas praias e se tornou muito popular

entre os adeptos da cultura da sauacutede e entre os frequumlentadores de academias Eacute

tambeacutem vendido diretamente ao consumidor e comeccedila a ganhar popularidade entre os

nativos e turistas Eacute estimado que no Rio de Janeiro sejam consumidas 500

toneladasmecircs em Satildeo Paulo 150 toneladasmecircs e outros Estados somam 200

toneladasmecircs Nesses locais em alguns pontos de venda o que se consome eacute o accedilaiacute

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fino que misturado com outros produtos perde o gosto o odor e ateacute o valor caloacuterico da

fruta (Homma 2006)

Em 2000 iniciou-se a exportaccedilatildeo de polpa congelada de accedilaiacute para os Estados

Unidos e para a Itaacutelia Esse mercado externo cresceu 20 ao ano de 2003 a 2006 com a

comercializaccedilatildeo do accedilaiacute concentrado em latas e com a popularizaccedilatildeo da mistura com

diversas outras frutas feitas em academias de ginaacutestica (Homma 2006)

A partir de 2002 observou-se o aumento da aacuterea colhida com accedilaiacute que se

manifesta num salto de 16115 ha (2002) para 26671 ha (2004) ou seja uma taxa de

crescimento de 6550 num periacuteodo de trecircs anos (Santana et al 2006)

Essa significativa taxa meacutedia de crescimento da aacuterea colhida do accedilaiacute pode

significar uma resposta dos produtores ao crescimento da demanda pelo fruto do accedilaiacute

nos uacuteltimos anos De fato o crescimento da demanda regional nacional e mesmo

internacional do accedilaiacute pode estar induzindo os produtores rurais a aumentarem aacuterea

plantada do accedilaiacute A expansatildeo da aacuterea colhida indica o grande interesse dos produtores

rurais quanto agrave necessidade da formaccedilatildeo de uma base produtiva de cultivo do accedilaiacute como

condiccedilatildeo baacutesica para a atraccedilatildeo de agroinduacutestrias de processamento (Santana et al

2006)

Assim crecirc-se que estaacute em curso uma mudanccedila do padratildeo agriacutecola da fruticultura

do Paraacute de uma base produtiva extrativa para uma base produtiva de cultivo Poreacutem

uma mudanccedila desse tipo requer uma seacuterie de adaptaccedilotildees de natureza agronocircmica

sobretudo quanto ao controle de pragas e doenccedilas que podem se manifestar nos cultivos

de grande escala(Santana et al 2006)

O crescimento do mercado de polpa do fruto de accedilaiacute tem induzido tambeacutem o

plantio em terra firme (Homma et al 2006) e a implantaccedilatildeo de plantas industriais para

realizar o processamento ou as agroinduacutestrias existentes introduziram o accedilaiacute na linha

de produccedilatildeo visando atender aos mercados externo e interno (Santana et al 2006)O plantio de accedilaizeiro em terra firme apresenta excelente alternativa para a

recuperaccedilatildeo de aacutereas desmatadas como tambeacutem para reduzir a pressatildeo sobre o

ecossistema de vaacuterzea que eacute mais fraacutegil Aleacutem disso o plantio em terra firme apresenta

a vantagem de facilitar o transporte rodoviaacuterio e o beneficiamento sem depender do

transporte fluvial mais lento (Santana et al 2006)

O processamento ou seja as atividades de lavagem pasteurizaccedilatildeo

congelamento e desidrataccedilatildeo em escala industrial tem como vantagens melhorar a

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higiene e a qualidade do produto reduzindo ao maacuteximo os riscos de contaminaccedilatildeo

microbioloacutegica (Homma et al 2006)

O processo de obtenccedilatildeo da polpa de accedilaiacute consiste em imergir o fruto em aacutegua

morna por tempo determinado a fim de amolecer o mesocarpo antes do despolpamento

Apoacutes o amolecimento o despolpamento eacute realizado com o auxiacutelio de maacutequinas

mecacircnicas eleacutetricas ou manualmente com ou sem adiccedilatildeo de aacutegua Em seguida o

produto obtido passa por uma peneira de forma a obter a polpa para consumo

(Alexandre et al2004)

Os produtos obtidos do fruto do accedilaiacute satildeo classificados de acordo com a adiccedilatildeo

ou natildeo de aacutegua e seus quantitativos ou seja a porcentagem de soacutelidos totais Assim os

produtos incluem

bull polpa de accedilaiacute polpa extraiacuteda sem adiccedilatildeo de aacutegua e sem filtraccedilatildeo

bull accedilaiacute grosso ou especial polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

com soacutelidos totais acima de 14

bull accedilaiacute meacutedio ou regular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

com soacutelidos totais entre 11 e 14

bull accedilaiacute fino ou popular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

apresentando soacutelidos totais entre 8 e 11 (Alexandre et al2004)

O accedilaiacute eacute altamente pereciacutevel o seu tempo maacuteximo de conservaccedilatildeo mesmo sob

refrigeraccedilatildeo eacute de 12 horas O fator responsaacutevel por esta alta perecibilidade eacute a elevada

carga microbiana juntamente com a degradaccedilatildeo enzimaacutetica responsaacuteveis pelas

alteraccedilotildees de cor e aparecimento do sabor azedo Atualmente a conservaccedilatildeo da polpa

de accedilaiacute eacute feita pelo processo de congelamento (Alexandre et al2004)

223 Agroinduacutestrias

Tendo como marco referencial a entrada em funcionamento da faacutebrica de

beneficiamento de polpa de frutas da CAMTA em 1991 a agroinduacutestria de frutas do

Estado do Paraacute teve um grande crescimento a partir da deacutecada de 90 As primeiras frutas

que tiveram seu processo de beneficiamento foram o maracujaacute cupuaccedilu e acerola

Posteriormente foram incluiacutedas a laranja accedilaiacute graviola carambola goiaba cajaacute

manga bacuri muruci e abacaxi (Homma 2002)

A Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-accediluacute ndash CAMTA destacava-se como uma

das principais compradoras dos consoacutercios produtores de accedilaiacute da regiatildeo negociando

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preccedilos diferentes entre os municiacutepios Estas negociaccedilotildees acirravam a concorrecircncia entre

os produtores e consequumlentemente deixava os preccedilos abaixo do mercado Esta praacutetica

prejudicava igualmente a todos os produtores (Homma 2002)

Nesse contexto a FASEAmazocircnia exerceu papel fundamental suscitando as

discussotildees sobre a criaccedilatildeo de um consoacutercio de produtores que pudessem negociar como

as empresas processadoras do fruto produccedilatildeo em escala ampliada a preccedilos melhores e

mais estaacuteveis (Soares e Costa 2005) A FASE eacute uma organizaccedilatildeo natildeo governamental

sem fins lucrativos que atua em seis estados brasileiros e tem sua sede nacional no Rio

de Janeiro Desde suas origens esteve comprometida com o trabalho de organizaccedilatildeo e

desenvolvimento local comunitaacuterio e associativo (FASE 2010)

Em 2000 o consoacutercio foi estruturado entre os municiacutepios de Abaetetuba

Barcarena Igarapeacute-Miri e Cametaacute (Soares e Costa 2005)

Em Abaetetuba a principal organizaccedilatildeo eacute a Cooperativa de Fruticultores de

Abaetetuba ndash COFRUTA Em Barcarena como a Associaccedilatildeo dos Batedores de Accedilaiacute de

Barcarena ndash COOPBAB e entidades parceiras com o STR ndash Barcarena Cooperativa da

Colocircnia de Pesca Z-13 e Associaccedilatildeo de Trabalhadores Rurais do Arapajoacute Em Cametaacute

com a Cooperativa de Resistecircncia de Cametaacute ndash CART e entidades parceiras como STR

ndash Cametaacute Colocircnia de Pescadores Z-16 e Associaccedilatildeo de Preservaccedilatildeo do Meio Ambiente

e Igarapeacute-Miri com a Associaccedilatildeo Mutiratildeo dos Trabalhadores Rurais de Igarapeacute-Miri

como as entidades parceiras como a Associaccedilatildeo de Mulheres de Igarapeacute-Miri

Associaccedilatildeo Boa esperanccedila STR ndash Igarapeacute-Miri e AMPRISA Em 2003 o nuacutemero total

de famiacutelias envolvidas no consoacutercio chegou a 919 (Soares e Costa 2005)

Apoacutes a delimitaccedilatildeo das organizaccedilotildees e parcerias para fornecimento do fruto

estas organizaccedilotildees passaram a negociar sua produccedilatildeo em conjunto atraveacutes do consoacutercio

e com preccedilos igualmente vantajosos para todas as entidades O volume comercializado

aumentou significativamente principalmente em funccedilatildeo da popularizaccedilatildeo do frutoaumentando tambeacutem o nuacutemero de empresas processadoras na regiatildeo Atualmente

comercializam com o consoacutercio a Sambazon Fly CAMTA Amazon Fruit Accedilaiacute Brasil

e Amazon Drink(Soares e Costa 2005)

A SAMBAZON destaca-se uma vez que tem exportado o fruto para o mercado

americano e estabelecendo contratos baseado no chamado mercado ldquojustordquo Com a

ampliaccedilatildeo da exportaccedilatildeo e as exigecircncias do mercado americano houve a necessidade de

reconhecimento do accedilaiacute enquanto produto agroecoloacutegico de origem orgacircnica jaacute que suaproduccedilatildeo natildeo utiliza insumos quiacutemicos Em 2003 a agecircncia de certificaccedilatildeo Guaranteed

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Organic Certification Agency ndash GOCA entregou a certificaccedilatildeo as cooperativas e

associaccedilotildees (Soares e Costa 2005)

A SAMBAZON estabeleceu contrato com as organizaccedilotildees para que o primeiro

certificado fosse pago por ela e posteriormente a renovaccedilatildeo ficaria sob

responsabilidade das proacuteprias organizaccedilotildees Segundo Sobrinho 2005 apud Soares e

Costa 2005 no periacuteodo de agosto de 2004 a janeiro de 2005 o preccedilo meacutedio por

tonelada pago aos produtores no comeacutercio justo superou em 25 os preccedilos correntes

praticados pelos atravessadores na regiatildeo (Soares e Costa 2005)

O percurso do accedilaiacute da propriedade ateacute a pedra do municiacutepio eacute feito de barco e eacute

de responsabilidade da cooperativa tais gastos satildeo incluiacutedos integralmente no custo do

produto Poreacutem os gastos com transporte da pedra do municiacutepio ateacute a empresa

processadora satildeo assumidos pela empresa processadora (Soares e Costa 2005)

Os gastos com transporte satildeo proporcionais ao tempo de viagem do setor ateacute a

pedra do municiacutepio As menores distacircncias encontradas entre os setores e a ldquopedrardquo

encontram-se em Barcarena e as maiores distacircncias em Cametaacute (Soares e Costa 2005)

Dessa forma os preccedilos praticados em Barcarena satildeo altos por sua proximidade

com Beleacutem que tem mercado consumidor praticamente garantido E em Cametaacute os

preccedilos praticados satildeo geralmente abaixo da meacutedia dos outros municiacutepios pela maior

distancia (Soares e Costa 2005)

Estima-se que 70 a 80 da polpa de accedilaiacute vendidas no Paiacutes satildeo produzidas no

Paraacute e os maiores compradores satildeo Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia e alguns Estados

do Nordeste

Sabe-se que as induacutestrias processadoras se concentram nas mesorregiotildees

Nordeste Paraense e Metropolitana de Beleacutem Somente em Beleacutem existem 3 mil pontos

de venda de accedilaiacute (Homma 2002) A Figura 2 e a Figura 3 representam as regiotildees do

Nordeste paraense e Metropolitana de Beleacutem respectivamente

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Figura 2 Microrregiotildees do Nordeste paraense Fonte Silva 2004

Figura 3 Mesorregiatildeo metropolitana de Beleacutem Fonte Silva 2004

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A razatildeo para que as duas mesorregiotildees sejam detentoras de maior percentual de

induacutestrias eacute no caso das empresas que fazem mais de um tipo de produto a

proximidade do principal mercado consumidor Beleacutem do Paraacute que vem se habituando

a consumir algumas polpas de frutas amazocircnicas e outras frutas regionais e tropicais na

forma congelada adquiridas nas redes de supermercados sobretudo na entressafra No

caso das empresas uniproduto satildeo as vias de acesso facilitada atraveacutes da BR316 que

interliga as duas mesorregiotildees paraenses com o resto do Paiacutes e assim escoam a

produccedilatildeo da polpa congelada especialmente do accedilaiacute (Silva 2004)

A polpa congelada e mais recentemente a exportaccedilatildeo sob a forma desidratada

ou seja o poacute e sucos pasteurizados apresentam tendecircncias de crescimento e vem

influenciando os produtores do Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins mais precisamente

dos municiacutepios de Cametaacute Igarapeacute-Miri Abaetetuba e Barcarena que neste processo

representam os fornecedores da mateacuteria-prima para as empresas beneficiadoras do

produto que alcanccedilaram o mercado internacional consumidor( Andrade et al2008)

A regiatildeo eacute grande produtora e consumidora de accedilaiacute A cidade de Igarapeacute-Miri

conquistou o tiacutetulo de ldquoCapital Mundial do Accedilaiacuterdquo Ainda a produccedilatildeo desta regiatildeo eacute

reconhecida por ser de alta qualidade seja no rendimento na produccedilatildeo e no sabor da

fruta Os principais produtos ou grupo de produtos gerados pela atividade da fruticultura

no Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins no estado do Paraacute satildeo polpas de frutas como

cupuaccedilu maracujaacute taperebaacute abacaxi e accedilaiacute in natura sendo este uacuteltimo o de maior

importacircncia econocircmica e de maior quantidade de produccedilatildeo (Andrade et al 2008)

A produccedilatildeo dos principais municiacutepios em 2008 pode ser vista na Tabela 3

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Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico daProduccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008

MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)

MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)

2008 2008

TOTAL GERAL581290

IGARAPEacute-MIRI 153000 TAILAcircNDIA 1253

ABAETETUBA 131250 ITUPIRANGA 1200

CAMETAacute 40544 NOVA ESP DO PIRIAacute 1200

ACARAacute 39600 BAIAtildeO 1000

LIMOEIRO DO AJURU 35040 NOVO REPARTIMENTO 1000

BUJARU 30955 PORTO DE MOZ 1000

TOMEacute ACcedilU 24000 ALMEIRIM 720

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 21384 CASTANHAL 634

PONTA DE PEDRAS 14991 VIGIA 500

OEIRAS DO PARAacute 14000 SANTA MARIA DO PARAacute 480

MOJU 12185 BAGRE 420

BARCARENA 12000 ANAPU 390

TUCURUIacute 11500 IGARAPEacute-ACcedilU 300

SANTA ISABEL DO PARAacute 6200 MARACANAtilde 275

PORTEL 4800 ALTAMIRA 240

CURRALINHO 3000 CAPITAtildeO POCcedilO 187

GURUPAacute 2812 PACAJAacute 180

SANTO ANTOcircNIO DO TAUAacute 2500 PRAINHA 156IRITUIA 2340 S FRANCISCO DO PARA 120

BREU BRANCO 1800 NOVO PROGRESSO 100

CACHOEIRA DO ARARI 1540 VISEU 60

BREVES 1500 MEDICILAcircNDIA 50

S SEBASTIAtildeO DA BVISTA 1500 FARO 28

MUANAacute 1332 AUGUSTO CORREA 24

O arranjo produtivo de polpa de frutas paraense eacute heterogecircneo em tamanho com

predominacircncia de microempresas em tecnologia de modo que apenas oito empresaspossuem tecnologia de pasteurizaccedilatildeo na diversificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo de produto a

maioria das empresas processa apenas accedilaiacute e ainda no grau de inserccedilatildeo nos mercados

local nacional e internacional (Santana et al 2006)

O principal produto industrial eacute a polpa de accedilaiacute pasteurizada eou congelada Em

menor escala existem os blends que eacute o accedilaiacute misturado com guaranaacute banana morango

e etc accedilaiacute em poacute geleacuteia licor vinho neacutectar suco bombons sorvetes cafeacute etc

(Santana et al 2006)

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224 Dificuldades das agroinduacutestrias

Silva em seu trabalho O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das

agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute 2004 fez um levantamento das

dificuldades que as empresas enfrentam Os entrevistados principalmente das empresas

que soacute produzem a polpa de accedilaiacute afirmam que caso dispusessem de cacircmaras de

congelamento e armazenamento e pasteurizadores natildeo haveria necessidade de sair do

Estado do Paraacute no periacuteodo da entressafra (coincidente com o veratildeo do Sudeste e Sul do

Brasil e com o periacuteodo de feacuterias e carnaval quando haacute elevaccedilatildeo da demanda de polpa de

accedilaiacute) pois teriam produtos em estoque originando mais receitas empregos e tributos

em acircmbito estadual ainda seriam mais competitivas pois ldquovecircem o accedilaiacute do Paraacute como

imbatiacutevel no mercadordquo

Os entrevistados por Silva 2004 citaram tambeacutem suas necessidades de

qualificaccedilatildeo de matildeo-de-obra nas aacutereas de produccedilatildeo manipulaccedilatildeo de alimentos e

administrativa Outra dificuldade enfrentada pelas empresas de polpa de frutas do

Estado do Paraacute eacute a falta de uma interaccedilatildeo mais permanente com o sistema de creacutedito

pois do total de empresas entrevistadas 769 natildeo obtiveram creacutedito de curto prazo

(capital de giro) nos uacuteltimos cinco anos e 50 tambeacutem natildeo obtiveram creacutedito ou

financiamento de longo prazo (projeto incentivado creacutedito para investimento como a

compra de equipamentos e outros) ou seja natildeo acessaram recursos por um periacuteodo

maior do que trecircs anos

Andrade et al 2008 afirmam que os gargalos da produccedilatildeo de polpa de accedilaiacute estatildeo

relacionados ao desempenho na aacuterea da gestatildeo principalmente para a melhoria das

habilidades de negociaccedilatildeo e teacutecnicas de venda pois o processo de comercializaccedilatildeo

nestes municiacutepios ainda eacute bastante complexo sendo considerado como um dos

principais entraves junto agrave falta de recursos dos produtores Destacam-se tambeacutem as

dificuldades de infra-estrutura no transporte que inviabilizam em muito o intuito de seatingir um bom planejamento da produccedilatildeo

Limal et al 2008 tambeacutem ressalta problemas logiacutesticos poreacutem relacionados ao

do produtor de accedilaiacute para as induacutestrias Para os autores a logiacutestica eacute bastante deficitaacuteria

uma vez que a venda do produto depende em grande escala das embarcaccedilotildees que

fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos do frete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores

Tais fatores encarecem o custo do produto que recai sobre o consumidor

Segundo informaccedilotildees obtidas em pesquisa de campo o transporte fluvial eacuterealizado pelas embarcaccedilotildees dos proacuteprios ribeirinhos ndash aqueles que tiverem condiccedilotildees

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23 Logiacutestica

De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de

planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de

mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde

o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias

dos clientes (CSCMP2010)

A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do

transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto

procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)

Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees

praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de

entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se

concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da

rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees

possiacuteveis (Bowersox et al (2001)

Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes

questotildees

bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao

cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por

exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta

definiccedilatildeo

bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais

baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o

nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de

atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas

instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de

centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado

tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e

programaccedilatildeo de transportadores

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Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o

serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo

possiacutevel

Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por

uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a

montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal

de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto

passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele

condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a

partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais

estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos

Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer

deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela

movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para

suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da

produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o

mercado consumidor

A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs

aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a

distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas

referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais

e produtos (Costa 2002)

Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais

devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de

suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em

termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da

qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda

determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos

e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas

e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)

Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor

nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede

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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades

de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de

mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)

Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias

em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades

tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de

veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees

Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de

facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de

facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)

Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda

estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem

nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto

neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de

hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo

possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo

puramente extrativista

232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional

O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees

geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios

entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de

transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de

transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)

De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades

envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos

de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo

Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos

por quais facilidades para minimizar o custo total

Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa

Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote

e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura

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Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al

(2008) eacute utilizado no estudo

O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de

lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na

Figura 4

Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)

No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam

para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou

armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados

Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com

pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que

manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas

Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que

o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao

cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais

adequados

A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que

as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste

trabalho de conclusatildeo de curso

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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de

facilidades

O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de

diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes

espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui

manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e

estoque de produtos

Notaccedilotildees utilizadas no modelo

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW

LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k

isin LP

P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P

LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento

LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta

LP c e LP o satildeo definidos analogamente

Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada

capacidade do armazeacutem j no tempo t

capacidade da planta k no tempo t

Tem-se ainda

demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t

Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso

definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das

facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque

Para isin LW

o e isin T

custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T

Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo e fechamento

Para isin LW c

custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento

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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP

custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no

periacuteodo t

custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t

custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo

t+1

custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i

Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)

Para isin LW o e isin T

= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c

= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento

= 0 caso contraacuterio

eacute definido analogamente

Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j

no periacuteodo t

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k

no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i

periacuteodo t

estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t

Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda

≔ 1 991270 isin LW o

991270 isin

LW c

Funccedilatildeo Objetivo

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Min =

isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)

Sujeito a

+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)

isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)

leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)

+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)

le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)

isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)

isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)

0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)

isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)

A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que

os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e

que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de

produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1

(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de

produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave

parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t

enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute

existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo

As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de

plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o

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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver

pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento

A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e

(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo

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PampE

A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca

investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da

Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo

MEP e ITP

O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)

possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37

ou 38 induacutestrias

Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos

mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que

apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada

O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90

estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo

(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o

fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos

Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega

ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros

ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da

bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria

A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador

individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra

clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a

Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a

Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO

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ITS e ITT

Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento

bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola

Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo

incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para

fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que

comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)

que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)

produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute

Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual

proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada

Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos

de bebida agrave base de accedilaiacute

No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com

qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no

Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos

32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo

matemaacutetico

Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com

pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute

para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos

simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por

exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados

histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da

demanda

a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas

Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi

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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute

cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo

porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m

um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para

as cidades

Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se

como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a

Tabela 5

Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS

AacuteREA (ha)

DESTINADA A COLHEITA COLHIDA

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500

BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000

BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064

CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320

IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840

MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000

MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148

TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600

TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150

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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000

UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998

AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600

ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200

ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500

MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000

OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185

UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000

OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000

UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000

Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem

devido a falhas nas coletas dos dados

Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute

ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o

periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A

divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas

cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado

amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a

safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo

Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do

Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute

2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas

20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais

de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute

aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano

A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que

acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos

Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou

R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos

satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial

consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa

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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da

Tabela 7

Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007

Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007

Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de

accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os

coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando

tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a

produccedilatildeo inicia desde o 1o ano

Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146

Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848

Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788

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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico

plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute

existente

De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de

custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois

hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende

para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo

numa estimativa de seus gastos de transporte

Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo

utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa

Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela

9

Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167

Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109

c) Demanda dos Beneficiadores

Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade

maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente

pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da

capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de

chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena

de perda dos frutos

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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte

Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos

frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de

confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O

transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h

tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na

tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios

chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que

entregam para as empresas beneficiadoras locais

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio

transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista

ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a

12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200

Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$

050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo

compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma

de R$100 a $150 ao preccedilo

e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme

Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido

ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o

transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de

pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem

considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de

heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os

custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa

margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o

investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano

(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas

propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio

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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre

quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para

efeitos de expansatildeo

f) Manejo de accedilaizais nativos

O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo

uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia

Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano

o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute

positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute

maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de

produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo

g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores

De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a

localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados

individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em

uma tabela como a Tabela 10 abaixo

Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo

h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos

Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e

8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de

produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser

considerados os mesmos para cada tipo de produto

i) Demanda

O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores

para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas

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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009

AnoToneladas

Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo

2001 11784300 852700 39500

2002 13055900 1123100 113651

2003 16361500 2259700 273000

2004 17710200 2963600 504100

2005 20473000 4709800 565700

2006 24493100 5837900 668100

2007 24717300 6516200 923500

2008 27100000 7300000 1173500

2009 29800000 8020000 1250780

A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12

Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3

A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10

j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa

em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer

(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel

tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo

do cliente

O trajeto varia entre 80 e 240 km

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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores

Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas

Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas

Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo

desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o

Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das

maiores exportadoras a empresa DaFruta

33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute

Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia

representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)

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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute

Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores

beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em

cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme

Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras

uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo

apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)

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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo

do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees

Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo

Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea

1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t

2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado

Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme

3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo

t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de

implantaccedilatildeo

4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe

5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele

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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes

6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo

que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia

7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a

capacidade de processamento

8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo

9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no

periacuteodo atual

10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida

O modelo matemaacutetico

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB

LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por

k isin LP

LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio

do planejamento

LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista

LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme

indexados por l isin LT

LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo

LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme

P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por

p isin P

Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm

capacidade limitada

Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea

capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em

quilogramas de fruto por hectare

aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP

Para

isin LP o e

isin T

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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo

custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare

Para isin LP c

custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare

O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque

consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita

custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo

t

Dados referentes aos cultivos em terra firme

capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado

em quilogramas de fruto por hectare

Para isin LT c

aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de

planejamento

Para isin LT o

nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme

no spot l

qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares

e qe =5 Tem-se que

Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20

hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para

evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear

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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j

Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)

Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no

periacuteodo t em kg

quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no

periacuteodo t em kg

produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg

accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg

accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t

accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t

produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t

estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t

Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas

Para isin LPo

= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo

= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io

Variaacuteveis auxiliares

= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no

periacuteodo t

A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma

dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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58

leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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59

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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60

Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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61

Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

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MARTEL A VIEIRA D R Anaacutelise e Projetos de redes Logiacutestica 2008

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Centro de Ciecircncias Exatas e Tecnologia Programa de Poacutes graduaccedilatildeo em

Engenharia de Produccedilatildeo UFSCAR 2009

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Amazocircnia Ci amp Desenv v 2 n 3 2006

SILVA M C N Competitividades das Agroinduacutestrias de polpa de frutas das

mesorregiotildees Metropolitana de Beleacutem e Nordeste Paraense (1996 a 2003)

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade da Amazocircnia 2006

SILVA M N A O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das

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Economia Rural) Centro de Ciecircncias Agraacuterias Universidade Federal do Cearaacute

2004

SOARES L C C COSTA F A Os limites do agroextrativismo no Baixo

Tocantins 2005

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2

RESUMO

Neste projeto de conclusatildeo de curso consideramos a logiacutestica na cadeia

produtiva de accedilaiacute no Estado do Paraacute propondo um meacutetodo quantitativo baseado em

programaccedilatildeo matemaacutetica para anaacutelise da cadeiaO trabalho eacute justificado pela intensa expansatildeo do processamento de sucos de

frutas uma vez que as polpas de fruta passaram a ocupar papel de relevacircncia no

agronegoacutecio brasileiro tanto no acircmbito nacional como no internacional Paralelamente

a polpa de accedilaiacute ganhou forccedila na miacutedia nos produtos farmacecircuticos e nas academias de

ginaacutestica o que impulsionou suas vendas de tal forma que a produccedilatildeo extrativista natildeo

era mais suficiente para satisfazer a demanda crescente

Entre os problemas enfrentados pelas agroinduacutestrias eacute possiacutevel citar baixa

qualificaccedilatildeo da matildeo de obra difiacutecil acesso a financiamento atuaccedilatildeo de atravessadores e

logiacutestica deficitaacuteria entre outros

Dessa forma este trabalho apresenta uma revisatildeo bibliograacutefica sobre a cadeia

produtiva do accedilaiacute e propotildee um modelo de localizaccedilatildeo de facilidades que possibilita a

anaacutelise de viabilidade da cadeia produtiva que simule a dinacircmica da cadeia com mais

atores seja beneficiadores ou produtores atendendo agrave clientes nacionais eou

internacionais de modo que seja possiacutevel encontrar alternativas de melhoria e sugestatildeo

de cenaacuterios para expansotildees futuras

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3

IacuteNDICE DE FIGURAS

Figura 1Mesorregiotildees do Estado do Paraacute Fonte Silva 2004 17

Figura 2 Microrregiotildees do Nordeste paraense Fonte Silva 2004 24

Figura 3 Mesorregiatildeo metropolitana de Beleacutem Fonte Silva 2004 24

Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008) 33

Figura 5 Os atores do sistema de comercializaccedilatildeo do accedilaiacute e suas inter-relaccedilotildees

adaptado de Pessoa 2007 38

Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute 50

Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo 51

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4

IacuteNDICE DE TABELAS

Tabela 1 Balanccedilo entre oferta de frutos e demanda de polpa de accedilaiacute do Estado

do Paraacute no periacuteodo de 2001 a 2005 Fonte (Santana et al 2006) 14

Tabela 2 Evoluccedilatildeo da aacuterea colhida produccedilatildeo rendimento e preccedilo do accedilaiacute no

Estado do Paraacute 1996 a 2009 16

Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA-

Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 26

Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008

Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a

2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST 41

Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008

Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST 42

Tabela 6 Produccedilatildeo de accedilaiacute (extrativismo) de 2003 a 2008 Fonte IBGE -

Produccedilatildeo da Extraccedilatildeo Vegetal e da Silvicultura 43

Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de

accedilaizeiro produccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$) 44

Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare deaccedilaizal nativo para produccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$) 44

Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de

accedilaizeiro produccedilatildeo de frutos em terra firme (R$) 45

Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em

pesquisas de campo 47

Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009 48

Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute 48 Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute 48

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5

983107983151983150983156983141983290983140983151

1 Introduccedilatildeo 6

11 Contextualizaccedilatildeo e Justificativa 6

12 Objetivos 8

13 Materiais e Meacutetodos 9

2 Visatildeo Geral 11

21 Agronegoacutecio 11

22 O Accedilaiacute 18

23 Logiacutestica 29

24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de

facilidades 34

3 Definiccedilatildeo do Problema e Propost 38

31 Caracterizaccedilatildeo da Cadeia Produtiva do Accedilaiacute 38

32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo

matemaacutetico 40

33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute 49

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos Futuros 59

5 Bibliografia 61

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6

1 Introduccedilatildeo

11 Contextualizaccedilatildeo e Justificativa

A dinacircmica da globalizaccedilatildeo a velocidade de propagaccedilatildeo da informaccedilatildeo o

interesse pela alimentaccedilatildeo saudaacutevel e o consequumlente aumento da demanda produzirammudanccedilas substanciais na atividade econocircmica agroindustrial O Brasil eacute um dos liacutederes

mundiais na produccedilatildeo e exportaccedilatildeo de vaacuterios produtos agropecuaacuterios eacute o primeiro

produtor e exportador de cafeacute accediluacutecar e suco de laranja Lidera ainda o ranking das

vendas externas de aacutelcool soja carne bovina carne de frango e tabaco (Andriguetto et

al 2008)

As projeccedilotildees indicam que o Brasil tambeacutem seraacute em pouco tempo o principal

poacutelo mundial de produccedilatildeo de algodatildeo e biocombustiacuteveis feitos a partir de cana-de-accediluacutecar e oacuteleos vegetais Outros destaques satildeo milho arroz frutas frescas cacau

castanhas nozes aleacutem de suiacutenos e pescados (Andriguetto et al 2008)

Dessa forma as agroinduacutestrias iniciaram o processo de melhoria e ajustes em

produtos processos e nas formas de organizaccedilatildeo para desta maneira encontrarem

alternativas de eficiecircncia produtiva crescimento ou mesmo de sobrevivecircncia frente aos

novos desafios impostos pela competitividade (Silva 2004)

Lauschner (1995) apud Rosa (2003) define agroinduacutestria em sentido amplo

como sendo ldquoa unidade produtiva que transforma o produto agropecuaacuterio natural ou

manufaturado para utilizaccedilatildeo intermediaacuteria ou finalrdquo Em sentido restrito a

agroinduacutestria eacute ldquoa unidade produtiva que transforma para a utilizaccedilatildeo intermediaacuteria ou

final o produto agropecuaacuterio ou seus subprodutos natildeo manufaturadosrdquo

Segundo Pinazza (1999) apud Rosa (2003) ldquoA agroinduacutestria apresenta-se como

instrumento analiacutetico e experimental para a realizaccedilatildeo de diagnoacutesticos e simulaccedilotildees de

estrateacutegias para as cadeias produtivasrdquo Deve-se levar em conta desde a produccedilatildeo ateacute o

abastecimento final Os agentes fornecedores de insumos e fatores de produccedilatildeo os

produtores os armazenadores os processadores e distribuidores aleacutem dos prestadores

de serviccedilo satildeo objeto de observaccedilatildeo individual e em conjunto

As empresas brasileiras do segmento agroindustrial de frutas aproveitam a

oportunidade para atingirem outras fatias de mercado e consumidores diversos

ajustando-se agraves tendecircncias de consumo mundial dos produtos derivados de frutas como

polpas sucos neacutectares geleacuteias doces etc Um caso eacute a agroinduacutestria do Accedilaiacute no Estado

do Paraacute responsaacutevel pela produccedilatildeo de 95 do fruto (Silva 2004)

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O accedilaizeiro eacute uma palmeira cujo fruto eacute o accedilaiacute espeacutecie nativa da Amazocircnia

encontrada em terrenos de vaacuterzea no estuaacuterio dos rios Tocantins Paraacute e Amazonas O

accedilaiacute ateacute o final do seacuteculo XX era considerado um produto da alimentaccedilatildeo baacutesica das

populaccedilotildees ribeirinhas e das camadas de baixa renda sendo consumido com farinha de

mandioca e peixe entre outros A produccedilatildeo do accedilaiacute era ateacute entatildeo predominantemente

extrativista objetivando o consumo domeacutestico com pouca venda de excedente (Santana

et al 2006)

A partir de meados da deacutecada de 90 o suco de accedilaiacute foi gradativamente

conquistando novas fronteiras de mercado atendendo natildeo apenas ao mercado local

mas tambeacutem as outras regiotildees do paiacutes e ainda o mercado internacional

principalmente os Estados Unidos paiacuteses da Uniatildeo Europeacuteia Japatildeo e Cone Sul

(Santana Gomes apud Silva et al2006 )

No Brasil a demanda de accedilaiacute vem crescendo entre os consumidores com maior

niacutevel de renda A motivaccedilatildeo do consumo se daacute por razotildees que vatildeo aleacutem da necessidade

alimentar envolvendo questotildees culturais e principalmente por esteacutetica e sauacutede (Silva

apud Silva et al2006)

A produccedilatildeo extrativista entretanto natildeo conseguiu seguir o aumento da

demanda de forma que o crescimento do mercado de polpa do fruto de accedilaiacute tem

induzido o plantio em terra firme (Homma et al 2006) e a implantaccedilatildeo de plantas

industriais para realizar o processamento ou as agroinduacutestrias existentes introduziram

o accedilaiacute na linha de produccedilatildeo visando atender aos mercados externo e interno (Santana et

al 2006)

Embora a exploraccedilatildeo do accedilaiacute apresente grande possibilidade de alavancagem e

desenvolvimento da economia regional a logiacutestica e principalmente o transporte na

regiatildeo produtora eacute bastante deficitaacuteria uma vez que a venda do produto depende em

grande escala das embarcaccedilotildees que fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos dofrete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores Tais fatores encarecem o custo do produto que

recai sobre o consumidor (Limal et al 2008)

A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do

transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto

procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2002)

Atualmente a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees praacuteticas de realizaccedilatildeo das

metas definidas pelo setor de marketing como prazos de entrega miacutenimos Sem oplanejamento logiacutestico e de rede de distribuiccedilatildeo tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se

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concretizar (Bowersox et al 2002) Segundo Ballou (2001) configurar a rede de

distribuiccedilatildeo eacute especificar a estrutura por meio do qual os produtos passaratildeo de seus

pontos de origem ateacute os pontos de demanda determinando quais instalaccedilotildees devem ser

usadas quantas instalaccedilotildees devem existir quais os produtos e clientes designados a

elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas e como as instalaccedilotildees

deveriam ser atendidas

O mercado do accedilaiacute estaacute haacute alguns anos em raacutepido crescimento o que tem

aumentado a demanda o preccedilo dos frutos e tambeacutem atraiacutedo novos investimentos Entre

outros inclui-se investimentos na produccedilatildeo intensiva de frutos em terra firme cuja

viabilidade depende tambeacutem dos custos da logiacutestica de entrega da mateacuteria prima nas

induacutestrias de processamento

Neste cenaacuterio eacute importante que haja um trabalho que organize as informaccedilotildees

disponiacuteveis sobre a cadeia produtiva do accedilaiacute no Paraacute uma vez que eacute um assunto que

ainda natildeo foi exaustivamente tratado na literatura e ainda para incentivar a coleta de

dados mais precisos e o investimento e a expansatildeo no agronegoacutecio da polpa de accedilaiacute

Ainda este trabalho propotildee uma ferramenta dentro do campo da Pesquisa

Operacional baseada em programaccedilatildeo matemaacutetica que possibilite a anaacutelise de

viabilidade da cadeia produtiva que simule a dinacircmica da cadeia com mais atores seja

beneficiadores ou produtores atendendo agrave clientes nacionais eou internacionais de

modo que seja possiacutevel encontrar alternativas de melhoria e sugestatildeo de cenaacuterios para

expansotildees futuras

Segundo Almeida (2010) dentro da aacuterea dos meacutetodos quantitativos as

aplicaccedilotildees de Pesquisa Operacional tecircm se mostrado eficazes em diversas aacutereas de

aplicaccedilotildees e os modelos matemaacuteticos e computacionais propostos quase sempre podem

ser utilizados diretamente como ferramentas de auxiacutelio agrave tomada de decisatildeo

12 Objetivos

Geral

A proposta desse trabalho eacute utilizar ferramentas de anaacutelise do sistema logiacutestico

na anaacutelise da cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute estudando um modelo de

localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees baseado em programaccedilatildeo matemaacutetica que incorpora

decisotildees de fluxo para auxiliar no planejamento estrutural da cadeia de produccedilatildeo do

Accedilaiacute no Paraacute Para chegar nesse resultado tem-se os seguintes objetivos especiacuteficos

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Especiacuteficos

bull Revisatildeo de trabalhos encontrados na literatura sobre a cadeia produtiva

do accedilaiacute no Paraacute

bull Levantamento de dados necessaacuterios para posterior validaccedilatildeo do modelo

1 Custos de produccedilatildeo do fruto localizaccedilatildeo dos spots de produccedilatildeo e sua

capacidade

2 Custos de processamento do fruto localizaccedilatildeo das induacutestrias de

beneficiamento e sua capacidade

3 Custos de transporte do fruto para os beneficiadores e da polpa de

accedilaiacute para o mercado nacional e internacional

4 Principais centros consumidores da polpa de accedilaiacute e sua demanda

bull Desenvolvimento do modelo matemaacutetico de localizaccedilatildeo de facilidades

13 Materiais e Meacutetodos

Este trabalho de conclusatildeo de curso eacute conduzido segundo o meacutetodo de

modelagemSimulaccedilatildeo Eacute um meacutetodo em que os modelos desenvolvidos satildeo

representaccedilotildees de operaccedilotildees que acontecem na realidade Cada modelo pressupotildee

variaacuteveis ligadas por relaccedilotildees de causa e efeito desenvolvidas dentro de um

determinado domiacutenio e que natildeo podem ser alteradas pelo pesquisador Essas variaacuteveis

podem ser fiacutesicas como posiccedilatildeo de inventaacuterio e taxa de utilizaccedilatildeo ou econocircmicas

como contribuiccedilatildeo ao lucro e custos (Betrand e Fransoo 2002) As variaacuteveis definidas

neste trabalho satildeo fiacutesicas

Os estudos de PO no geral seguem etapas caracteriacutesticas Na literatura haacute

variaccedilotildees quanto agrave denominaccedilatildeo e ao nuacutemero de etapas Segundo Hillier e Lieberman

(2006) apud Almeida (2010) haacute uma seacuterie de seis etapas usuais sugeridas para serem

utilizadas por equipes de PO para enfrentar problemas reais

1 Definir o problema de interesse e coletar dados

2 Formular um modelo matemaacutetico para representar o problema

3 Desenvolver um procedimento computacional a fim de derivar soluccedilotildees para

o problema a partir do modelo

4 Testar o modelo e aprimoraacute-lo conforme necessaacuterio

5 Preparar para a aplicaccedilatildeo contiacutenua do modelo conforme prescrito pela

gerecircncia

6 ImplementarNesse projeto de conclusatildeo de curso nos restringiremos agraves fases 1 e 2

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2 Visatildeo Geral

21 Agronegoacutecio

O termo agronegoacutecio ou agribusiness engloba os fornecedores de bens e

serviccedilos para a agricultura os produtores rurais os processadores os transformadores edistribuidores e todos os envolvidos na geraccedilatildeo e fluxo dos produtos de origem agriacutecola

ateacute o consumidor final Os agentes que afetam e coordenam o fluxo dos produtos tais

como o governo os mercados as entidades comerciais financeiras e de serviccedilos

tambeacutem satildeo parte do agronegoacutecio (Costa 2002)

A Associaccedilatildeo Brasileira de Agribusiness (ABAG apud Costa 2002) descreve as

funccedilotildees do agronegoacutecio em sete niacuteveis

a) suprimentos agrave produccedilatildeob) produccedilatildeo

c) transformaccedilatildeo

d) acondicionamento

e) armazenamento

f) distribuiccedilatildeo e

g) consumo

Por sua vez o termo lsquoagroinduacutestriarsquo natildeo deve ser confundido com agronegoacutecio

uma vez que o primeiro eacute uma parte do segundo De acordo com a ABAG apud Costa

2002 agroinduacutestria se aplicaria do niacutevel lsquosuprimentos agrave produccedilatildeorsquo ateacute

lsquoacondicionamento

Para Ramalho 1988 apud Silva 2004 a agroinduacutestria eacute caracterizada como

sendo o primeiro processamento da mateacuteria prima originada do setor agropecuaacuterio

tendo por mercado a exportaccedilatildeo e outras induacutestrias

Jaacute para Santana 2003 apud Silva 2004 agroinduacutestria eacute a empresa ou

organizaccedilatildeo que realiza o processamento industrial dos produtos agriacutecolas pecuaacuterios

florestais e extrativos oriundos do meio rural e de seus subprodutos e que planeja a

cadeia produtiva para frente identificando mercados canais de distribuiccedilatildeo logiacutestica de

transporte e clientes para os produtos do setor rural

Segundo Batalha apud Costa 2002 a literatura que trata do tema agroindustrial

no Brasil tem feito confusatildeo entre as expressotildees lsquoSistema Agroindustrialrsquo lsquoComplexo

Agroindustrialrsquo lsquoCadeia de Produccedilatildeo Agroindustrialrsquo e lsquoAgronegoacuteciorsquo Tais expressotildees

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se aplicam a diferentes objetivos cada uma delas reflete um niacutevel de anaacutelise do Sistema

Agroindustrial

Sistema Agroindustrial (SAI) eacute o conjunto de atividades que concorrem para a

produccedilatildeo de produtos agroindustriais desde a produccedilatildeo dos insumos (sementes adubos

maacutequinas agriacutecolas etc) ateacute a chegada do produto final (queijo polpas de frutas massas

etc) na mesa do consumidor Natildeo estaacute associado a qualquer mateacuteria-prima agropecuaacuteria

ou produto final especiacutefico (Batalha apud Rosa 2003) O SAI eacute composto por seis

conjuntos de atores agricultura pecuaacuteria e pesca induacutestrias agroalimentares

distribuiccedilatildeo agriacutecola e alimentar comeacutercio internacional consumidor induacutestrias e

serviccedilos de apoio (Costa 2002)

Complexo agroindustrial (CAI) tem como ponto de partida determinada mateacuteria-

prima A arquitetura de um complexo agroindustrial eacute tida pela ldquoexplosatildeordquo da mateacuteria-

prima principal que o originou segundo os diferentes processos industriais e comerciais

que ela pode sofrer ateacute se transformar em diferentes produtos finais A formaccedilatildeo de um

CAI exige a participaccedilatildeo de um conjunto de cadeias de produccedilatildeo cada uma delas

associada a um produto ou famiacutelia de produtos (Batalha apud Costa 2002)

Jaacute a cadeia de produccedilatildeo agroindustrial (CPA) eacute definida a partir da identificaccedilatildeo

de determinado produto final Apoacutes esta identificaccedilatildeo conveacutem ir encadeando de

jusante a montante as vaacuterias operaccedilotildees teacutecnicas comerciais e logiacutesticas necessaacuterias a

sua produccedilatildeo (Rosa 2003)

De acordo com Alves (1997) apud Costa (2002) a CPA pode ser segmentada

em trecircs macro-segmentos

a) Comercializaccedilatildeo representando as empresas que estatildeo em contato com o

cliente final da cadeia de produccedilatildeo e que viabilizam o consumo e o comeacutercio dos

produtos finais (supermercados mercearias restaurantes cantinas etc) Podem

ser incluiacutedas tambeacutem neste macro-segmento as empresas responsaacuteveis somentepela logiacutestica de distribuiccedilatildeo

b) Industrializaccedilatildeo representando as firmas responsaacuteveis pela transformaccedilatildeo das

mateacuterias-primas em produtos finais destinados ao consumidor O consumidor

pode ser uma unidade familiar ou uma agroinduacutestria

c) Produccedilatildeo de mateacuterias-primas reunindo as firmas que fornecem as mateacuterias-

primas iniciais para que outras empresas avancem no processo de produccedilatildeo do

produto final (agricultura pecuaacuteria pesca etc)

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Batalha apud Costa 2002 afirma que o termo agronegoacutecio deve vir

acompanhado de um delimitador O enfoque pode partir do mais global (agronegoacutecio

brasileiro) ao mais especiacutefico (agronegoacutecio da soja ou do suco de laranja)

211 Agronegoacutecio no Brasil

O Brasil eacute um dos liacutederes mundiais na produccedilatildeo e exportaccedilatildeo de vaacuterios produtos

agropecuaacuterios eacute o primeiro produtor e exportador de cafeacute accediluacutecar e suco de laranja

Lidera ainda o ranking das vendas externas de aacutelcool soja carne bovina carne de

frango e tabaco (Andriguetto et al 2008)

As projeccedilotildees indicam que o Brasil tambeacutem seraacute em pouco tempo o principal

poacutelo mundial de produccedilatildeo de algodatildeo e biocombustiacuteveis feitos a partir de cana-de-

accediluacutecar e oacuteleos vegetais Outros destaques satildeo milho arroz frutas frescas cacau

castanhas nozes aleacutem de suiacutenos e pescados (Andriguetto et al 2008)

O agronegoacutecio brasileiro emprega atualmente 177 milhotildees de trabalhadores

somente no campo e eacute hoje a principal locomotiva da economia brasileira respondendo

por 235 do Produto Interno Bruto (PIB) 36 das exportaccedilotildees totais e 37 dos

empregos brasileiros Nos uacuteltimos anos poucos paiacuteses tiveram crescimento tatildeo

expressivo no comeacutercio internacional do agronegoacutecio quanto o Brasil (Andriguetto et

al 2008)

Ao mesmo tempo em que se expande o agronegoacutecio brasileiro sofre um

processo crescente de integraccedilatildeo ao mercado com mudanccedilas em suas estrateacutegias de

produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo Segundo Alves apud Costa 2002 isso acontece devido ao fato

de que haacute um aumento na preocupaccedilatildeo com a qualidade dos alimentos Aleacutem disso os

produtores tecircm procurado ampliar a sua linha de produtos com maior valor agregado e

adequar suas formas organizacionais agraves necessidades do mercado que estaacute aquecido

devido agrave presenccedila de novos haacutebitos de consumo alimentar (Costa 2002)Todos os fatores acima descritos vecircm forccedilando os produtores agriacutecolas a

tentarem reduzir custos de produccedilatildeo e de distribuiccedilatildeo Dessa forma a competitividade

no setor agroindustrial depende cada vez mais da sua inserccedilatildeo na cadeia de suprimento

a reduccedilatildeo de custos unitaacuterios e o aumento da produtividade global do setor demandam

maior ecircnfase em tecnologias de poacutes-colheita e de processamento em fatores que afetam

os tempos e custos de transporte e armazenamento e ainda em serviccedilos de apoio que

agilizem a movimentaccedilatildeo fiacutesica dos produtos e o acesso a informaccedilotildees relacionadas aosnegoacutecios (Costa 2002)

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O Brasil eacute um dos trecircs maiores produtores de frutas do mundo ficando somente

atraacutes da China e Iacutendia representando cerca de 5 da produccedilatildeo mundial Sua produccedilatildeo

superou 40 milhotildees de toneladas em 2008 (Agecircncia Sebrae 2009) A proacutexima seccedilatildeo

discutiraacute brevemente a agroinduacutestria de frutas no paiacutes

212 Agroinduacutestria de frutas no Brasil

Embora seja um dos maiores exportadores de frutas do mundo a carecircncia em

marketing do setor frutiacutecola dificulta a expansatildeo comercial da fruta brasileira uma vez

que existe baixo conhecimento da maioria das frutas tropicais no mercado internacional

Apesar disso nos uacuteltimos 14 anos o Brasil aumentou em mais de 11 vezes as

exportaccedilotildees de frutas frescas passando de US$ 54 milhotildees no iniacutecio da deacutecada de 1990

para mais de US$ 642 milhotildees no ano de 2007 (919 mil toneladas) Somando-se as

frutas secas e castanhas de caju foram exportadas um milhatildeo de toneladas equivalente

a US$ 9677 milhotildees (Andriguetto et al 2008)

Jaacute o processamento de sucos de fruta estaacute em franca expansatildeo ocupando papel

de relevacircncia no agronegoacutecio mundial com destaque para os paiacuteses em

desenvolvimento que satildeo responsaacuteveis pela metade das exportaccedilotildees mundiais A

demanda atual eacute crescente para sucos e polpas de frutas tropicais principalmente de

abacaxi maracujaacute manga e banana que satildeo responsaacuteveis pela maioria das exportaccedilotildees

(Andriguetto et al 2008)

Poreacutem desde meados da deacutecada de 90 a polpa de accedilaiacute ganhou espaccedilo na miacutedia

nacional e internacional aumentando a demanda do produto como estaacute exposto na

Tabela 1 A conversatildeo do fruto em polpa eacute em meacutedia de 223 kg de frutos para 10 kg

de polpa

Tabela 1 Balanccedilo entre oferta de frutos e demanda de polpa de accedilaiacute do Estado do Paraacute no periacuteodode 2001 a 2005 Fonte (Santana et al 2006)

Demanda de polpa e vinho de accedilaiacute

Ano

Ofertade frutode accedilaiacute

(t)

Oferta depolpa

aproximada

Mercado do

Paraacute (t)

Mercadonacional

(t)

MercadoInternacional

(t)

DemandaTotal(t)

2001 118302 53050224 117843 8527 395 126765

2002 364879 163622870 130559 11231 1060 142850

2003 392130 175843049 163615 22597 2119 188331

2004 454071 203619283 177102 29636 3622 210360

2005 505094 226499552 204730 47098 5138 256966

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A expansatildeo gradativa do mercado de frutas processadas tem se caracterizando

por uma seacuterie de fatores dentre os quais a preocupaccedilatildeo de consumidores com a sauacutede o

que resulta em aumento da procura e consumo de produtos naturais com pouco ou

nenhum aditivo quiacutemico A quantidade exportada de sucos de frutas em 2007 foi de

237 milhotildees de doacutelares relativos a 216 milhotildees de toneladas sendo 5126 maior que

em 2006 e 100 maior que em 2005(Andriguetto et al 2008)

Segundo Barros apud Silva 2004 as polpas de frutas mostram-se como uma

oportunidade para o Brasil pois existe o potencial de se transformar no novo produto

que ampliaraacute a participaccedilatildeo brasileira no setor externo No Brasil um caso em grande

expansatildeo que merece atenccedilatildeo eacute a agroinduacutestria do accedilaiacute no Estado do Paraacute responsaacutevel

pela produccedilatildeo de 95 do fruto (Silva 2004) A Tabela 2 no proacuteximo toacutepico mostra o

crescimento da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute

Na proacutexima seccedilatildeo apresentamos uma descriccedilatildeo sucinta da agroinduacutestria de

frutas tropicais no Paraacute

213 Agroinduacutestria de frutas no Paraacute

A regiatildeo Norte reuacutene condiccedilotildees favoraacuteveis para o desenvolvimento das

agroinduacutestrias de frutas pois apresenta grande variedade de fruteiras extrativas proacuteprias

da regiatildeo e solo e clima que permitem a exploraccedilatildeo de fruteiras tiacutepicas de aacutereas tropicais

(Silva 2006)

O Paraacute aparece como um dos maiores produtores brasileiros de frutas da uacuteltima

deacutecada destacando-se pelas produccedilotildees de abacaxi banana coco e laranja e em menor

escala de maracujaacute mamatildeo limatildeo e acerola aleacutem das frutas regionais (exoacuteticas) como

o accedilaiacute bacuri cupuaccedilu taperebaacute e muruci que a cada ano ganham mais mercado o que

favorece os empreendimentos do setor frutiacutecola(Silva 2004)

O Estado do Paraacute eacute hoje responsaacutevel por 95 da produccedilatildeo de accedilaiacute no Brasil edevido a sua importacircncia cultural o accedilaiacute transformou-se atraveacutes de lei na bebida e fruta

siacutembolo do estado do Paraacute e agora passou a ser priorizado como produto econocircmico

capaz de gerar renda para a populaccedilatildeo local e divisas para o paiacutes (Andrade et al 2008)

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Tabela 2 Evoluccedilatildeo da aacuterea colhida produccedilatildeo rendimento e preccedilo do accedilaiacute no Estado do Paraacute 1996 a2009

Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute

ANOAacuteREA

PLANTADA

(haacute)

AacuteREACOLHIDA

(haacute)

QUANTIDADECULTIVADA ( t )

QUANTIDADEEXTRATIVA ( t )

QUANTIDADETOTAL

PRODUZIDA ( t )

RENDIMENTO(thaacute)

PRECcedilO(R$t)

1996 1054 10366 103698 114064 9835 469791997 933 7913 92021 99934 8481 350841998 852 7278 110557 117835 8542 412271999 690 4662 107663 112325 6757 472862000 727 5207 112676 117883 7162 499352001 627 4558 113744 118302 7270 558992002 16115 242557 122322 364879 15052 642082003 3097 18479 257282 134848 392130 13923 686982004 8593 26671 363428 90643 454071 13626 699962005 6297 34203 415921 89173 505094 12160

2006 8041 49455 472040 88551 560591 95452007 5249 51545 497591 93788 591379 96542008 59202 59202 581290 100202 681492 98192009 61814 61814 604805 104354 709159 9784

A induacutestria de suco e polpa de frutas regionais para exportaccedilatildeo teve como

pioneira a Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-Accedilu (CAMTA) fundada no ano de

1949 Em 1988 foi concluiacuteda a faacutebrica de sucos da Associaccedilatildeo de Fomento Agriacutecola de

Tomeacute-Accedilu (ASFATA) fundada em 1981 que passou para a administraccedilatildeo da CAMTA

em 1991 A agroinduacutestria de sucos e concentrados de frutas regionais foi uma das que

mais cresceu nos uacuteltimos dez anos (Homma 2003)

O Estado do Paraacute possui hoje cerca das 140 empresas produtoras de polpa de

frutas distribuiacutedas em todo o estado poreacutem as regiotildees Metropolitana de Beleacutem e

Nordeste Paraense concentram cerca de 82 do total das unidades (Brasil apud Silva

2004) Entretanto a mesorregiatildeo do Marajoacute eacute a que concentra a maior produccedilatildeo de

fruto detendo cerca de 80 da produccedilatildeo Para melhor visualizaccedilatildeo veja a Figura 1

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Figura 1Mesorregiotildees do Estado do Paraacute Fonte Silva 2004

No primeiro semestre de 2004 a produccedilatildeo exportada do mix de polpa de frutas

atingiu o valor de US$ 504 milhotildees com uma evoluccedilatildeo de 2447 em relaccedilatildeo ao

mesmo periacuteodo de 2003 Desse total apenas 75 da produccedilatildeo de polpa de frutas

regional foi exportado para os Estados Unidos e alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeacuteia e

Aacutesia o maior percentual de exportaccedilatildeo (755) ficou com o mercado nacional e o

restante (17) foi absorvido pelo mercado local (Santana apud Silva2004)A agroinduacutestria de frutas destaca-se como uma atividade estrateacutegica para o

desenvolvimento de regiotildees produtoras na aacuterea de fruticultura uma vez que tem elevada

capacidade de gerar emprego e renda e criar uma demanda estaacutevel para a produccedilatildeo de

frutas jaacute que apresenta um grande potencial de agregaccedilatildeo de valor aos produtos

primaacuterios a partir do processamento e elaboraccedilatildeo de sucos polpas e doces aleacutem de

promover a induccedilatildeo e difusatildeo de tecnologia no meio rural (Silva 2006)

Por sua vez o accedilaiacute lidera o mercado da fruticultura nacional a exportaccedilatildeo chegaa 500 mil toneladasano O crescimento do interesse nacional e internacional pelo suco

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do fruto entretanto fez com que o preccedilo do produto aumentasse para o consumidor

(SAGRI 2010)

22 O Accedilaiacute

221 O accedilaizeiro

O accedilaizeiro ( Euterpe oleracea Mart) planta pertencente agrave ordem dos Arecales

ao gecircnero Euterpe da famiacutelia Palmae eacute uma palmeira nativa da Amazocircnia abundante

nas aacutereas de vaacuterzeas da regiatildeo Para os nativos essa palmeira representa uma importante

fonte natural de recursos Poullet apud Padilha et al afirma que o accedilaiacute eacute um dos

produtos mais importantes da vida alimentar e cultural da populaccedilatildeo regional Rogez

apud Padilha et al(2000) por sua vez considera o accedilaizeiro a palmeira mais produtiva

do ecossistema que abriga a populaccedilatildeo do delta do Amazonas

Os accedilaizais nativos nas aacutereas de vaacuterzeas satildeo encontrados no estuaacuterio dos rios

Tocantins Paraacute e Amazonas Nas vaacuterzeas o manejo dos accedilaizais nativos tem

promovido a derrubada verde sem queima para construccedilatildeo de canais para facilitar a

drenagem da aacutegua inundada com grande movimentaccedilatildeo de canoas e barcos para o

transporte de frutos com seacuterias consequumlecircncias para flora e fauna (Homma et al 2006)

O manejo consiste em aumentar a populaccedilatildeo de accedilaizeiros que ocorrem

naturalmente na floresta de vaacuterzea Com essa teacutecninca a produtividade do accedilaizeiro

dobra de 42 tha para 84 tha de frutos Baseia-se na eliminaccedilatildeo das plantas de espeacutecies

arbustivas e arboacutereas de baixo valor comercial cujos espaccedilos livres satildeo ocupados por

plantas de accedilaizeiros oriundas de sementes que germinam espontaneamente de mudas

preparadas ou transplantadas das proximidades e por outras espeacutecies produzidas

especialmente para esse fim (Embrapa)

A vantagem da teacutecnica de manejo eacute que natildeo exige investimento em infra-

estrutura consistindo na realizaccedilatildeo das seguintes praacuteticas limpeza da aacuterea (roccedilagem davegetaccedilatildeo de menor porte e eliminaccedilatildeo de parte das aacutervores maiores) desbastes dos

perfilhosestipes das touceiras de baixo vigor vegetativo preparoaquisiccedilatildeo e plantio de

mudas de accedilaizeiros frutiacuteferas e florestais manutenccedilatildeo do accedilaizal (Embrapa)

A importacircncia socioeconocircmica do accedilaizeiro decorre do seu enorme potencial de

aproveitamento integral de mateacuteria-prima O principal aproveitamento eacute a extraccedilatildeo do

accedilaiacute mas as sementes (caroccedilos) do accedilaizeiro satildeo aproveitadas no artesanato e como

adubo orgacircnico A planta fornece ainda um oacutetimo palmito e as suas folhas satildeo utilizadaspara cobertura de casas dos habitantes do interior da regiatildeo (Homma 2006) De acordo

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com Padilha et al existe ainda um outro uso uma vez que a a produccedilatildeo de polpa varia

em torno de apenas 5 a 15 do volume do fruto haacute uma grande quantidade de resiacuteduos

gerados no processamento que pode ser empregado para geraccedilatildeo de energia teacutermica e

eleacutetrica

Poreacutem para a populaccedilatildeo ribeirinha a possibilidade mais lucrativa proporcionada

pelo accedilaizeiro eacute a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de seu fruto in natura A produccedilatildeo de

frutos para o mercado local eacute uma atividade de baixo custo e de excelente rentabilidade

econocircmica (Homma 2006)

222 O fruto

O accedilaiacute ateacute o final do seacuteculo XX era considerado um produto da alimentaccedilatildeo

baacutesica das populaccedilotildees ribeirinhas e das camadas de baixa renda dos centros urbanos da

economia Amazocircnica onde eacute consumido com farinha de mandioca e peixe entre

outros A produccedilatildeo do accedilaiacute era ateacute entatildeo predominantemente extrativista objetivando o

consumo domeacutestico com pouca venda de excedente (Santana et al 2006)

No entanto desde meados da deacutecada de 90 as academias de ginaacutestica

descobriram o fruto e seu alto valor energeacutetico o que fez com que o accedilaiacute ganhasse

espaccedilo na miacutedia nacional e internacional A demanda do produto aumentou entatildeo

intensamente uma vez que as camadas de maior poder aquisitivo tambeacutem passaram a

consumiacute-lo (Santana et al 2006)

Este aumento pode ser atribuiacutedo agraves propriedades nutricionais e valor caloacuterico do

accedilaiacute uma vez que eacute um alimento rico em proteiacutenas fibras lipiacutedios vitamina E e

minerais como manganecircs cobre boro e cromo Aleacutem disso o accedilaiacute possui um elevado

teor de pigmentos antocianinas que satildeo beneacuteficos agrave sauacutede pois favorecem a circulaccedilatildeo

sanguumliacutenea e protegem o organismo contra a arteriosclerose (Alexandre et al2004)

A demanda pelo accedilaiacute estaacute em alta o produto tem boas possibilidades demercado principalmente no Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia Goiaacutes e na Regiatildeo

Nordeste No Rio de Janeiro o accedilaiacute eacute oferecido nas praias e se tornou muito popular

entre os adeptos da cultura da sauacutede e entre os frequumlentadores de academias Eacute

tambeacutem vendido diretamente ao consumidor e comeccedila a ganhar popularidade entre os

nativos e turistas Eacute estimado que no Rio de Janeiro sejam consumidas 500

toneladasmecircs em Satildeo Paulo 150 toneladasmecircs e outros Estados somam 200

toneladasmecircs Nesses locais em alguns pontos de venda o que se consome eacute o accedilaiacute

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fino que misturado com outros produtos perde o gosto o odor e ateacute o valor caloacuterico da

fruta (Homma 2006)

Em 2000 iniciou-se a exportaccedilatildeo de polpa congelada de accedilaiacute para os Estados

Unidos e para a Itaacutelia Esse mercado externo cresceu 20 ao ano de 2003 a 2006 com a

comercializaccedilatildeo do accedilaiacute concentrado em latas e com a popularizaccedilatildeo da mistura com

diversas outras frutas feitas em academias de ginaacutestica (Homma 2006)

A partir de 2002 observou-se o aumento da aacuterea colhida com accedilaiacute que se

manifesta num salto de 16115 ha (2002) para 26671 ha (2004) ou seja uma taxa de

crescimento de 6550 num periacuteodo de trecircs anos (Santana et al 2006)

Essa significativa taxa meacutedia de crescimento da aacuterea colhida do accedilaiacute pode

significar uma resposta dos produtores ao crescimento da demanda pelo fruto do accedilaiacute

nos uacuteltimos anos De fato o crescimento da demanda regional nacional e mesmo

internacional do accedilaiacute pode estar induzindo os produtores rurais a aumentarem aacuterea

plantada do accedilaiacute A expansatildeo da aacuterea colhida indica o grande interesse dos produtores

rurais quanto agrave necessidade da formaccedilatildeo de uma base produtiva de cultivo do accedilaiacute como

condiccedilatildeo baacutesica para a atraccedilatildeo de agroinduacutestrias de processamento (Santana et al

2006)

Assim crecirc-se que estaacute em curso uma mudanccedila do padratildeo agriacutecola da fruticultura

do Paraacute de uma base produtiva extrativa para uma base produtiva de cultivo Poreacutem

uma mudanccedila desse tipo requer uma seacuterie de adaptaccedilotildees de natureza agronocircmica

sobretudo quanto ao controle de pragas e doenccedilas que podem se manifestar nos cultivos

de grande escala(Santana et al 2006)

O crescimento do mercado de polpa do fruto de accedilaiacute tem induzido tambeacutem o

plantio em terra firme (Homma et al 2006) e a implantaccedilatildeo de plantas industriais para

realizar o processamento ou as agroinduacutestrias existentes introduziram o accedilaiacute na linha

de produccedilatildeo visando atender aos mercados externo e interno (Santana et al 2006)O plantio de accedilaizeiro em terra firme apresenta excelente alternativa para a

recuperaccedilatildeo de aacutereas desmatadas como tambeacutem para reduzir a pressatildeo sobre o

ecossistema de vaacuterzea que eacute mais fraacutegil Aleacutem disso o plantio em terra firme apresenta

a vantagem de facilitar o transporte rodoviaacuterio e o beneficiamento sem depender do

transporte fluvial mais lento (Santana et al 2006)

O processamento ou seja as atividades de lavagem pasteurizaccedilatildeo

congelamento e desidrataccedilatildeo em escala industrial tem como vantagens melhorar a

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higiene e a qualidade do produto reduzindo ao maacuteximo os riscos de contaminaccedilatildeo

microbioloacutegica (Homma et al 2006)

O processo de obtenccedilatildeo da polpa de accedilaiacute consiste em imergir o fruto em aacutegua

morna por tempo determinado a fim de amolecer o mesocarpo antes do despolpamento

Apoacutes o amolecimento o despolpamento eacute realizado com o auxiacutelio de maacutequinas

mecacircnicas eleacutetricas ou manualmente com ou sem adiccedilatildeo de aacutegua Em seguida o

produto obtido passa por uma peneira de forma a obter a polpa para consumo

(Alexandre et al2004)

Os produtos obtidos do fruto do accedilaiacute satildeo classificados de acordo com a adiccedilatildeo

ou natildeo de aacutegua e seus quantitativos ou seja a porcentagem de soacutelidos totais Assim os

produtos incluem

bull polpa de accedilaiacute polpa extraiacuteda sem adiccedilatildeo de aacutegua e sem filtraccedilatildeo

bull accedilaiacute grosso ou especial polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

com soacutelidos totais acima de 14

bull accedilaiacute meacutedio ou regular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

com soacutelidos totais entre 11 e 14

bull accedilaiacute fino ou popular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

apresentando soacutelidos totais entre 8 e 11 (Alexandre et al2004)

O accedilaiacute eacute altamente pereciacutevel o seu tempo maacuteximo de conservaccedilatildeo mesmo sob

refrigeraccedilatildeo eacute de 12 horas O fator responsaacutevel por esta alta perecibilidade eacute a elevada

carga microbiana juntamente com a degradaccedilatildeo enzimaacutetica responsaacuteveis pelas

alteraccedilotildees de cor e aparecimento do sabor azedo Atualmente a conservaccedilatildeo da polpa

de accedilaiacute eacute feita pelo processo de congelamento (Alexandre et al2004)

223 Agroinduacutestrias

Tendo como marco referencial a entrada em funcionamento da faacutebrica de

beneficiamento de polpa de frutas da CAMTA em 1991 a agroinduacutestria de frutas do

Estado do Paraacute teve um grande crescimento a partir da deacutecada de 90 As primeiras frutas

que tiveram seu processo de beneficiamento foram o maracujaacute cupuaccedilu e acerola

Posteriormente foram incluiacutedas a laranja accedilaiacute graviola carambola goiaba cajaacute

manga bacuri muruci e abacaxi (Homma 2002)

A Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-accediluacute ndash CAMTA destacava-se como uma

das principais compradoras dos consoacutercios produtores de accedilaiacute da regiatildeo negociando

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preccedilos diferentes entre os municiacutepios Estas negociaccedilotildees acirravam a concorrecircncia entre

os produtores e consequumlentemente deixava os preccedilos abaixo do mercado Esta praacutetica

prejudicava igualmente a todos os produtores (Homma 2002)

Nesse contexto a FASEAmazocircnia exerceu papel fundamental suscitando as

discussotildees sobre a criaccedilatildeo de um consoacutercio de produtores que pudessem negociar como

as empresas processadoras do fruto produccedilatildeo em escala ampliada a preccedilos melhores e

mais estaacuteveis (Soares e Costa 2005) A FASE eacute uma organizaccedilatildeo natildeo governamental

sem fins lucrativos que atua em seis estados brasileiros e tem sua sede nacional no Rio

de Janeiro Desde suas origens esteve comprometida com o trabalho de organizaccedilatildeo e

desenvolvimento local comunitaacuterio e associativo (FASE 2010)

Em 2000 o consoacutercio foi estruturado entre os municiacutepios de Abaetetuba

Barcarena Igarapeacute-Miri e Cametaacute (Soares e Costa 2005)

Em Abaetetuba a principal organizaccedilatildeo eacute a Cooperativa de Fruticultores de

Abaetetuba ndash COFRUTA Em Barcarena como a Associaccedilatildeo dos Batedores de Accedilaiacute de

Barcarena ndash COOPBAB e entidades parceiras com o STR ndash Barcarena Cooperativa da

Colocircnia de Pesca Z-13 e Associaccedilatildeo de Trabalhadores Rurais do Arapajoacute Em Cametaacute

com a Cooperativa de Resistecircncia de Cametaacute ndash CART e entidades parceiras como STR

ndash Cametaacute Colocircnia de Pescadores Z-16 e Associaccedilatildeo de Preservaccedilatildeo do Meio Ambiente

e Igarapeacute-Miri com a Associaccedilatildeo Mutiratildeo dos Trabalhadores Rurais de Igarapeacute-Miri

como as entidades parceiras como a Associaccedilatildeo de Mulheres de Igarapeacute-Miri

Associaccedilatildeo Boa esperanccedila STR ndash Igarapeacute-Miri e AMPRISA Em 2003 o nuacutemero total

de famiacutelias envolvidas no consoacutercio chegou a 919 (Soares e Costa 2005)

Apoacutes a delimitaccedilatildeo das organizaccedilotildees e parcerias para fornecimento do fruto

estas organizaccedilotildees passaram a negociar sua produccedilatildeo em conjunto atraveacutes do consoacutercio

e com preccedilos igualmente vantajosos para todas as entidades O volume comercializado

aumentou significativamente principalmente em funccedilatildeo da popularizaccedilatildeo do frutoaumentando tambeacutem o nuacutemero de empresas processadoras na regiatildeo Atualmente

comercializam com o consoacutercio a Sambazon Fly CAMTA Amazon Fruit Accedilaiacute Brasil

e Amazon Drink(Soares e Costa 2005)

A SAMBAZON destaca-se uma vez que tem exportado o fruto para o mercado

americano e estabelecendo contratos baseado no chamado mercado ldquojustordquo Com a

ampliaccedilatildeo da exportaccedilatildeo e as exigecircncias do mercado americano houve a necessidade de

reconhecimento do accedilaiacute enquanto produto agroecoloacutegico de origem orgacircnica jaacute que suaproduccedilatildeo natildeo utiliza insumos quiacutemicos Em 2003 a agecircncia de certificaccedilatildeo Guaranteed

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Organic Certification Agency ndash GOCA entregou a certificaccedilatildeo as cooperativas e

associaccedilotildees (Soares e Costa 2005)

A SAMBAZON estabeleceu contrato com as organizaccedilotildees para que o primeiro

certificado fosse pago por ela e posteriormente a renovaccedilatildeo ficaria sob

responsabilidade das proacuteprias organizaccedilotildees Segundo Sobrinho 2005 apud Soares e

Costa 2005 no periacuteodo de agosto de 2004 a janeiro de 2005 o preccedilo meacutedio por

tonelada pago aos produtores no comeacutercio justo superou em 25 os preccedilos correntes

praticados pelos atravessadores na regiatildeo (Soares e Costa 2005)

O percurso do accedilaiacute da propriedade ateacute a pedra do municiacutepio eacute feito de barco e eacute

de responsabilidade da cooperativa tais gastos satildeo incluiacutedos integralmente no custo do

produto Poreacutem os gastos com transporte da pedra do municiacutepio ateacute a empresa

processadora satildeo assumidos pela empresa processadora (Soares e Costa 2005)

Os gastos com transporte satildeo proporcionais ao tempo de viagem do setor ateacute a

pedra do municiacutepio As menores distacircncias encontradas entre os setores e a ldquopedrardquo

encontram-se em Barcarena e as maiores distacircncias em Cametaacute (Soares e Costa 2005)

Dessa forma os preccedilos praticados em Barcarena satildeo altos por sua proximidade

com Beleacutem que tem mercado consumidor praticamente garantido E em Cametaacute os

preccedilos praticados satildeo geralmente abaixo da meacutedia dos outros municiacutepios pela maior

distancia (Soares e Costa 2005)

Estima-se que 70 a 80 da polpa de accedilaiacute vendidas no Paiacutes satildeo produzidas no

Paraacute e os maiores compradores satildeo Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia e alguns Estados

do Nordeste

Sabe-se que as induacutestrias processadoras se concentram nas mesorregiotildees

Nordeste Paraense e Metropolitana de Beleacutem Somente em Beleacutem existem 3 mil pontos

de venda de accedilaiacute (Homma 2002) A Figura 2 e a Figura 3 representam as regiotildees do

Nordeste paraense e Metropolitana de Beleacutem respectivamente

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Figura 2 Microrregiotildees do Nordeste paraense Fonte Silva 2004

Figura 3 Mesorregiatildeo metropolitana de Beleacutem Fonte Silva 2004

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A razatildeo para que as duas mesorregiotildees sejam detentoras de maior percentual de

induacutestrias eacute no caso das empresas que fazem mais de um tipo de produto a

proximidade do principal mercado consumidor Beleacutem do Paraacute que vem se habituando

a consumir algumas polpas de frutas amazocircnicas e outras frutas regionais e tropicais na

forma congelada adquiridas nas redes de supermercados sobretudo na entressafra No

caso das empresas uniproduto satildeo as vias de acesso facilitada atraveacutes da BR316 que

interliga as duas mesorregiotildees paraenses com o resto do Paiacutes e assim escoam a

produccedilatildeo da polpa congelada especialmente do accedilaiacute (Silva 2004)

A polpa congelada e mais recentemente a exportaccedilatildeo sob a forma desidratada

ou seja o poacute e sucos pasteurizados apresentam tendecircncias de crescimento e vem

influenciando os produtores do Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins mais precisamente

dos municiacutepios de Cametaacute Igarapeacute-Miri Abaetetuba e Barcarena que neste processo

representam os fornecedores da mateacuteria-prima para as empresas beneficiadoras do

produto que alcanccedilaram o mercado internacional consumidor( Andrade et al2008)

A regiatildeo eacute grande produtora e consumidora de accedilaiacute A cidade de Igarapeacute-Miri

conquistou o tiacutetulo de ldquoCapital Mundial do Accedilaiacuterdquo Ainda a produccedilatildeo desta regiatildeo eacute

reconhecida por ser de alta qualidade seja no rendimento na produccedilatildeo e no sabor da

fruta Os principais produtos ou grupo de produtos gerados pela atividade da fruticultura

no Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins no estado do Paraacute satildeo polpas de frutas como

cupuaccedilu maracujaacute taperebaacute abacaxi e accedilaiacute in natura sendo este uacuteltimo o de maior

importacircncia econocircmica e de maior quantidade de produccedilatildeo (Andrade et al 2008)

A produccedilatildeo dos principais municiacutepios em 2008 pode ser vista na Tabela 3

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Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico daProduccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008

MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)

MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)

2008 2008

TOTAL GERAL581290

IGARAPEacute-MIRI 153000 TAILAcircNDIA 1253

ABAETETUBA 131250 ITUPIRANGA 1200

CAMETAacute 40544 NOVA ESP DO PIRIAacute 1200

ACARAacute 39600 BAIAtildeO 1000

LIMOEIRO DO AJURU 35040 NOVO REPARTIMENTO 1000

BUJARU 30955 PORTO DE MOZ 1000

TOMEacute ACcedilU 24000 ALMEIRIM 720

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 21384 CASTANHAL 634

PONTA DE PEDRAS 14991 VIGIA 500

OEIRAS DO PARAacute 14000 SANTA MARIA DO PARAacute 480

MOJU 12185 BAGRE 420

BARCARENA 12000 ANAPU 390

TUCURUIacute 11500 IGARAPEacute-ACcedilU 300

SANTA ISABEL DO PARAacute 6200 MARACANAtilde 275

PORTEL 4800 ALTAMIRA 240

CURRALINHO 3000 CAPITAtildeO POCcedilO 187

GURUPAacute 2812 PACAJAacute 180

SANTO ANTOcircNIO DO TAUAacute 2500 PRAINHA 156IRITUIA 2340 S FRANCISCO DO PARA 120

BREU BRANCO 1800 NOVO PROGRESSO 100

CACHOEIRA DO ARARI 1540 VISEU 60

BREVES 1500 MEDICILAcircNDIA 50

S SEBASTIAtildeO DA BVISTA 1500 FARO 28

MUANAacute 1332 AUGUSTO CORREA 24

O arranjo produtivo de polpa de frutas paraense eacute heterogecircneo em tamanho com

predominacircncia de microempresas em tecnologia de modo que apenas oito empresaspossuem tecnologia de pasteurizaccedilatildeo na diversificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo de produto a

maioria das empresas processa apenas accedilaiacute e ainda no grau de inserccedilatildeo nos mercados

local nacional e internacional (Santana et al 2006)

O principal produto industrial eacute a polpa de accedilaiacute pasteurizada eou congelada Em

menor escala existem os blends que eacute o accedilaiacute misturado com guaranaacute banana morango

e etc accedilaiacute em poacute geleacuteia licor vinho neacutectar suco bombons sorvetes cafeacute etc

(Santana et al 2006)

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224 Dificuldades das agroinduacutestrias

Silva em seu trabalho O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das

agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute 2004 fez um levantamento das

dificuldades que as empresas enfrentam Os entrevistados principalmente das empresas

que soacute produzem a polpa de accedilaiacute afirmam que caso dispusessem de cacircmaras de

congelamento e armazenamento e pasteurizadores natildeo haveria necessidade de sair do

Estado do Paraacute no periacuteodo da entressafra (coincidente com o veratildeo do Sudeste e Sul do

Brasil e com o periacuteodo de feacuterias e carnaval quando haacute elevaccedilatildeo da demanda de polpa de

accedilaiacute) pois teriam produtos em estoque originando mais receitas empregos e tributos

em acircmbito estadual ainda seriam mais competitivas pois ldquovecircem o accedilaiacute do Paraacute como

imbatiacutevel no mercadordquo

Os entrevistados por Silva 2004 citaram tambeacutem suas necessidades de

qualificaccedilatildeo de matildeo-de-obra nas aacutereas de produccedilatildeo manipulaccedilatildeo de alimentos e

administrativa Outra dificuldade enfrentada pelas empresas de polpa de frutas do

Estado do Paraacute eacute a falta de uma interaccedilatildeo mais permanente com o sistema de creacutedito

pois do total de empresas entrevistadas 769 natildeo obtiveram creacutedito de curto prazo

(capital de giro) nos uacuteltimos cinco anos e 50 tambeacutem natildeo obtiveram creacutedito ou

financiamento de longo prazo (projeto incentivado creacutedito para investimento como a

compra de equipamentos e outros) ou seja natildeo acessaram recursos por um periacuteodo

maior do que trecircs anos

Andrade et al 2008 afirmam que os gargalos da produccedilatildeo de polpa de accedilaiacute estatildeo

relacionados ao desempenho na aacuterea da gestatildeo principalmente para a melhoria das

habilidades de negociaccedilatildeo e teacutecnicas de venda pois o processo de comercializaccedilatildeo

nestes municiacutepios ainda eacute bastante complexo sendo considerado como um dos

principais entraves junto agrave falta de recursos dos produtores Destacam-se tambeacutem as

dificuldades de infra-estrutura no transporte que inviabilizam em muito o intuito de seatingir um bom planejamento da produccedilatildeo

Limal et al 2008 tambeacutem ressalta problemas logiacutesticos poreacutem relacionados ao

do produtor de accedilaiacute para as induacutestrias Para os autores a logiacutestica eacute bastante deficitaacuteria

uma vez que a venda do produto depende em grande escala das embarcaccedilotildees que

fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos do frete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores

Tais fatores encarecem o custo do produto que recai sobre o consumidor

Segundo informaccedilotildees obtidas em pesquisa de campo o transporte fluvial eacuterealizado pelas embarcaccedilotildees dos proacuteprios ribeirinhos ndash aqueles que tiverem condiccedilotildees

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23 Logiacutestica

De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de

planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de

mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde

o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias

dos clientes (CSCMP2010)

A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do

transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto

procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)

Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees

praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de

entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se

concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da

rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees

possiacuteveis (Bowersox et al (2001)

Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes

questotildees

bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao

cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por

exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta

definiccedilatildeo

bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais

baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o

nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de

atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas

instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de

centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado

tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e

programaccedilatildeo de transportadores

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Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o

serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo

possiacutevel

Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por

uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a

montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal

de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto

passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele

condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a

partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais

estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos

Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer

deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela

movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para

suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da

produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o

mercado consumidor

A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs

aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a

distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas

referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais

e produtos (Costa 2002)

Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais

devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de

suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em

termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da

qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda

determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos

e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas

e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)

Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor

nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede

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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades

de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de

mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)

Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias

em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades

tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de

veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees

Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de

facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de

facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)

Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda

estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem

nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto

neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de

hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo

possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo

puramente extrativista

232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional

O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees

geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios

entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de

transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de

transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)

De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades

envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos

de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo

Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos

por quais facilidades para minimizar o custo total

Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa

Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote

e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura

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Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al

(2008) eacute utilizado no estudo

O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de

lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na

Figura 4

Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)

No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam

para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou

armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados

Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com

pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que

manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas

Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que

o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao

cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais

adequados

A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que

as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste

trabalho de conclusatildeo de curso

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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de

facilidades

O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de

diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes

espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui

manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e

estoque de produtos

Notaccedilotildees utilizadas no modelo

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW

LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k

isin LP

P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P

LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento

LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta

LP c e LP o satildeo definidos analogamente

Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada

capacidade do armazeacutem j no tempo t

capacidade da planta k no tempo t

Tem-se ainda

demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t

Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso

definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das

facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque

Para isin LW

o e isin T

custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T

Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo e fechamento

Para isin LW c

custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento

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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP

custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no

periacuteodo t

custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t

custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo

t+1

custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i

Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)

Para isin LW o e isin T

= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c

= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento

= 0 caso contraacuterio

eacute definido analogamente

Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j

no periacuteodo t

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k

no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i

periacuteodo t

estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t

Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda

≔ 1 991270 isin LW o

991270 isin

LW c

Funccedilatildeo Objetivo

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Min =

isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)

Sujeito a

+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)

isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)

leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)

+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)

le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)

isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)

isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)

0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)

isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)

A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que

os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e

que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de

produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1

(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de

produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave

parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t

enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute

existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo

As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de

plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o

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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver

pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento

A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e

(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo

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PampE

A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca

investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da

Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo

MEP e ITP

O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)

possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37

ou 38 induacutestrias

Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos

mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que

apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada

O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90

estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo

(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o

fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos

Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega

ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros

ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da

bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria

A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador

individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra

clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a

Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a

Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO

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ITS e ITT

Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento

bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola

Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo

incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para

fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que

comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)

que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)

produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute

Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual

proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada

Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos

de bebida agrave base de accedilaiacute

No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com

qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no

Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos

32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo

matemaacutetico

Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com

pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute

para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos

simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por

exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados

histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da

demanda

a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas

Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi

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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute

cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo

porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m

um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para

as cidades

Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se

como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a

Tabela 5

Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS

AacuteREA (ha)

DESTINADA A COLHEITA COLHIDA

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500

BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000

BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064

CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320

IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840

MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000

MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148

TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600

TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150

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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000

UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998

AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600

ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200

ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500

MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000

OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185

UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000

OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000

UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000

Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem

devido a falhas nas coletas dos dados

Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute

ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o

periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A

divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas

cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado

amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a

safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo

Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do

Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute

2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas

20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais

de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute

aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano

A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que

acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos

Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou

R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos

satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial

consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa

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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da

Tabela 7

Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007

Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007

Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de

accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os

coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando

tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a

produccedilatildeo inicia desde o 1o ano

Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146

Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848

Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788

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45

Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico

plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute

existente

De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de

custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois

hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende

para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo

numa estimativa de seus gastos de transporte

Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo

utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa

Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela

9

Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167

Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109

c) Demanda dos Beneficiadores

Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade

maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente

pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da

capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de

chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena

de perda dos frutos

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46

d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte

Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos

frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de

confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O

transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h

tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na

tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios

chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que

entregam para as empresas beneficiadoras locais

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio

transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista

ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a

12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200

Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$

050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo

compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma

de R$100 a $150 ao preccedilo

e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme

Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido

ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o

transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de

pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem

considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de

heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os

custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa

margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o

investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano

(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas

propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio

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47

Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre

quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para

efeitos de expansatildeo

f) Manejo de accedilaizais nativos

O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo

uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia

Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano

o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute

positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute

maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de

produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo

g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores

De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a

localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados

individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em

uma tabela como a Tabela 10 abaixo

Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo

h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos

Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e

8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de

produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser

considerados os mesmos para cada tipo de produto

i) Demanda

O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores

para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas

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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009

AnoToneladas

Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo

2001 11784300 852700 39500

2002 13055900 1123100 113651

2003 16361500 2259700 273000

2004 17710200 2963600 504100

2005 20473000 4709800 565700

2006 24493100 5837900 668100

2007 24717300 6516200 923500

2008 27100000 7300000 1173500

2009 29800000 8020000 1250780

A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12

Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3

A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10

j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa

em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer

(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel

tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo

do cliente

O trajeto varia entre 80 e 240 km

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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores

Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas

Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas

Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo

desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o

Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das

maiores exportadoras a empresa DaFruta

33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute

Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia

representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)

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50

Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute

Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores

beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em

cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme

Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras

uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo

apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)

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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo

do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees

Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo

Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea

1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t

2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado

Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme

3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo

t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de

implantaccedilatildeo

4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe

5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele

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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes

6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo

que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia

7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a

capacidade de processamento

8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo

9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no

periacuteodo atual

10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida

O modelo matemaacutetico

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB

LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por

k isin LP

LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio

do planejamento

LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista

LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme

indexados por l isin LT

LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo

LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme

P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por

p isin P

Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm

capacidade limitada

Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea

capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em

quilogramas de fruto por hectare

aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP

Para

isin LP o e

isin T

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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo

custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare

Para isin LP c

custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare

O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque

consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita

custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo

t

Dados referentes aos cultivos em terra firme

capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado

em quilogramas de fruto por hectare

Para isin LT c

aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de

planejamento

Para isin LT o

nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme

no spot l

qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares

e qe =5 Tem-se que

Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20

hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para

evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear

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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j

Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)

Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no

periacuteodo t em kg

quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no

periacuteodo t em kg

produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg

accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg

accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t

accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t

produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t

estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t

Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas

Para isin LPo

= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo

= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io

Variaacuteveis auxiliares

= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no

periacuteodo t

A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma

dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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60

Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

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Centro de Ciecircncias Exatas e Tecnologia Programa de Poacutes graduaccedilatildeo em

Engenharia de Produccedilatildeo UFSCAR 2009

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Londrina Universidade Estadual de Maringaacute 2003

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Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade da Amazocircnia 2006

SILVA M N A O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das

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Economia Rural) Centro de Ciecircncias Agraacuterias Universidade Federal do Cearaacute

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Tocantins 2005

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3

IacuteNDICE DE FIGURAS

Figura 1Mesorregiotildees do Estado do Paraacute Fonte Silva 2004 17

Figura 2 Microrregiotildees do Nordeste paraense Fonte Silva 2004 24

Figura 3 Mesorregiatildeo metropolitana de Beleacutem Fonte Silva 2004 24

Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008) 33

Figura 5 Os atores do sistema de comercializaccedilatildeo do accedilaiacute e suas inter-relaccedilotildees

adaptado de Pessoa 2007 38

Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute 50

Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo 51

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4

IacuteNDICE DE TABELAS

Tabela 1 Balanccedilo entre oferta de frutos e demanda de polpa de accedilaiacute do Estado

do Paraacute no periacuteodo de 2001 a 2005 Fonte (Santana et al 2006) 14

Tabela 2 Evoluccedilatildeo da aacuterea colhida produccedilatildeo rendimento e preccedilo do accedilaiacute no

Estado do Paraacute 1996 a 2009 16

Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA-

Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 26

Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008

Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a

2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST 41

Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008

Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST 42

Tabela 6 Produccedilatildeo de accedilaiacute (extrativismo) de 2003 a 2008 Fonte IBGE -

Produccedilatildeo da Extraccedilatildeo Vegetal e da Silvicultura 43

Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de

accedilaizeiro produccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$) 44

Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare deaccedilaizal nativo para produccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$) 44

Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de

accedilaizeiro produccedilatildeo de frutos em terra firme (R$) 45

Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em

pesquisas de campo 47

Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009 48

Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute 48 Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute 48

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5

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1 Introduccedilatildeo 6

11 Contextualizaccedilatildeo e Justificativa 6

12 Objetivos 8

13 Materiais e Meacutetodos 9

2 Visatildeo Geral 11

21 Agronegoacutecio 11

22 O Accedilaiacute 18

23 Logiacutestica 29

24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de

facilidades 34

3 Definiccedilatildeo do Problema e Propost 38

31 Caracterizaccedilatildeo da Cadeia Produtiva do Accedilaiacute 38

32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo

matemaacutetico 40

33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute 49

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos Futuros 59

5 Bibliografia 61

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6

1 Introduccedilatildeo

11 Contextualizaccedilatildeo e Justificativa

A dinacircmica da globalizaccedilatildeo a velocidade de propagaccedilatildeo da informaccedilatildeo o

interesse pela alimentaccedilatildeo saudaacutevel e o consequumlente aumento da demanda produzirammudanccedilas substanciais na atividade econocircmica agroindustrial O Brasil eacute um dos liacutederes

mundiais na produccedilatildeo e exportaccedilatildeo de vaacuterios produtos agropecuaacuterios eacute o primeiro

produtor e exportador de cafeacute accediluacutecar e suco de laranja Lidera ainda o ranking das

vendas externas de aacutelcool soja carne bovina carne de frango e tabaco (Andriguetto et

al 2008)

As projeccedilotildees indicam que o Brasil tambeacutem seraacute em pouco tempo o principal

poacutelo mundial de produccedilatildeo de algodatildeo e biocombustiacuteveis feitos a partir de cana-de-accediluacutecar e oacuteleos vegetais Outros destaques satildeo milho arroz frutas frescas cacau

castanhas nozes aleacutem de suiacutenos e pescados (Andriguetto et al 2008)

Dessa forma as agroinduacutestrias iniciaram o processo de melhoria e ajustes em

produtos processos e nas formas de organizaccedilatildeo para desta maneira encontrarem

alternativas de eficiecircncia produtiva crescimento ou mesmo de sobrevivecircncia frente aos

novos desafios impostos pela competitividade (Silva 2004)

Lauschner (1995) apud Rosa (2003) define agroinduacutestria em sentido amplo

como sendo ldquoa unidade produtiva que transforma o produto agropecuaacuterio natural ou

manufaturado para utilizaccedilatildeo intermediaacuteria ou finalrdquo Em sentido restrito a

agroinduacutestria eacute ldquoa unidade produtiva que transforma para a utilizaccedilatildeo intermediaacuteria ou

final o produto agropecuaacuterio ou seus subprodutos natildeo manufaturadosrdquo

Segundo Pinazza (1999) apud Rosa (2003) ldquoA agroinduacutestria apresenta-se como

instrumento analiacutetico e experimental para a realizaccedilatildeo de diagnoacutesticos e simulaccedilotildees de

estrateacutegias para as cadeias produtivasrdquo Deve-se levar em conta desde a produccedilatildeo ateacute o

abastecimento final Os agentes fornecedores de insumos e fatores de produccedilatildeo os

produtores os armazenadores os processadores e distribuidores aleacutem dos prestadores

de serviccedilo satildeo objeto de observaccedilatildeo individual e em conjunto

As empresas brasileiras do segmento agroindustrial de frutas aproveitam a

oportunidade para atingirem outras fatias de mercado e consumidores diversos

ajustando-se agraves tendecircncias de consumo mundial dos produtos derivados de frutas como

polpas sucos neacutectares geleacuteias doces etc Um caso eacute a agroinduacutestria do Accedilaiacute no Estado

do Paraacute responsaacutevel pela produccedilatildeo de 95 do fruto (Silva 2004)

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7

O accedilaizeiro eacute uma palmeira cujo fruto eacute o accedilaiacute espeacutecie nativa da Amazocircnia

encontrada em terrenos de vaacuterzea no estuaacuterio dos rios Tocantins Paraacute e Amazonas O

accedilaiacute ateacute o final do seacuteculo XX era considerado um produto da alimentaccedilatildeo baacutesica das

populaccedilotildees ribeirinhas e das camadas de baixa renda sendo consumido com farinha de

mandioca e peixe entre outros A produccedilatildeo do accedilaiacute era ateacute entatildeo predominantemente

extrativista objetivando o consumo domeacutestico com pouca venda de excedente (Santana

et al 2006)

A partir de meados da deacutecada de 90 o suco de accedilaiacute foi gradativamente

conquistando novas fronteiras de mercado atendendo natildeo apenas ao mercado local

mas tambeacutem as outras regiotildees do paiacutes e ainda o mercado internacional

principalmente os Estados Unidos paiacuteses da Uniatildeo Europeacuteia Japatildeo e Cone Sul

(Santana Gomes apud Silva et al2006 )

No Brasil a demanda de accedilaiacute vem crescendo entre os consumidores com maior

niacutevel de renda A motivaccedilatildeo do consumo se daacute por razotildees que vatildeo aleacutem da necessidade

alimentar envolvendo questotildees culturais e principalmente por esteacutetica e sauacutede (Silva

apud Silva et al2006)

A produccedilatildeo extrativista entretanto natildeo conseguiu seguir o aumento da

demanda de forma que o crescimento do mercado de polpa do fruto de accedilaiacute tem

induzido o plantio em terra firme (Homma et al 2006) e a implantaccedilatildeo de plantas

industriais para realizar o processamento ou as agroinduacutestrias existentes introduziram

o accedilaiacute na linha de produccedilatildeo visando atender aos mercados externo e interno (Santana et

al 2006)

Embora a exploraccedilatildeo do accedilaiacute apresente grande possibilidade de alavancagem e

desenvolvimento da economia regional a logiacutestica e principalmente o transporte na

regiatildeo produtora eacute bastante deficitaacuteria uma vez que a venda do produto depende em

grande escala das embarcaccedilotildees que fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos dofrete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores Tais fatores encarecem o custo do produto que

recai sobre o consumidor (Limal et al 2008)

A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do

transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto

procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2002)

Atualmente a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees praacuteticas de realizaccedilatildeo das

metas definidas pelo setor de marketing como prazos de entrega miacutenimos Sem oplanejamento logiacutestico e de rede de distribuiccedilatildeo tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se

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8

concretizar (Bowersox et al 2002) Segundo Ballou (2001) configurar a rede de

distribuiccedilatildeo eacute especificar a estrutura por meio do qual os produtos passaratildeo de seus

pontos de origem ateacute os pontos de demanda determinando quais instalaccedilotildees devem ser

usadas quantas instalaccedilotildees devem existir quais os produtos e clientes designados a

elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas e como as instalaccedilotildees

deveriam ser atendidas

O mercado do accedilaiacute estaacute haacute alguns anos em raacutepido crescimento o que tem

aumentado a demanda o preccedilo dos frutos e tambeacutem atraiacutedo novos investimentos Entre

outros inclui-se investimentos na produccedilatildeo intensiva de frutos em terra firme cuja

viabilidade depende tambeacutem dos custos da logiacutestica de entrega da mateacuteria prima nas

induacutestrias de processamento

Neste cenaacuterio eacute importante que haja um trabalho que organize as informaccedilotildees

disponiacuteveis sobre a cadeia produtiva do accedilaiacute no Paraacute uma vez que eacute um assunto que

ainda natildeo foi exaustivamente tratado na literatura e ainda para incentivar a coleta de

dados mais precisos e o investimento e a expansatildeo no agronegoacutecio da polpa de accedilaiacute

Ainda este trabalho propotildee uma ferramenta dentro do campo da Pesquisa

Operacional baseada em programaccedilatildeo matemaacutetica que possibilite a anaacutelise de

viabilidade da cadeia produtiva que simule a dinacircmica da cadeia com mais atores seja

beneficiadores ou produtores atendendo agrave clientes nacionais eou internacionais de

modo que seja possiacutevel encontrar alternativas de melhoria e sugestatildeo de cenaacuterios para

expansotildees futuras

Segundo Almeida (2010) dentro da aacuterea dos meacutetodos quantitativos as

aplicaccedilotildees de Pesquisa Operacional tecircm se mostrado eficazes em diversas aacutereas de

aplicaccedilotildees e os modelos matemaacuteticos e computacionais propostos quase sempre podem

ser utilizados diretamente como ferramentas de auxiacutelio agrave tomada de decisatildeo

12 Objetivos

Geral

A proposta desse trabalho eacute utilizar ferramentas de anaacutelise do sistema logiacutestico

na anaacutelise da cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute estudando um modelo de

localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees baseado em programaccedilatildeo matemaacutetica que incorpora

decisotildees de fluxo para auxiliar no planejamento estrutural da cadeia de produccedilatildeo do

Accedilaiacute no Paraacute Para chegar nesse resultado tem-se os seguintes objetivos especiacuteficos

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9

Especiacuteficos

bull Revisatildeo de trabalhos encontrados na literatura sobre a cadeia produtiva

do accedilaiacute no Paraacute

bull Levantamento de dados necessaacuterios para posterior validaccedilatildeo do modelo

1 Custos de produccedilatildeo do fruto localizaccedilatildeo dos spots de produccedilatildeo e sua

capacidade

2 Custos de processamento do fruto localizaccedilatildeo das induacutestrias de

beneficiamento e sua capacidade

3 Custos de transporte do fruto para os beneficiadores e da polpa de

accedilaiacute para o mercado nacional e internacional

4 Principais centros consumidores da polpa de accedilaiacute e sua demanda

bull Desenvolvimento do modelo matemaacutetico de localizaccedilatildeo de facilidades

13 Materiais e Meacutetodos

Este trabalho de conclusatildeo de curso eacute conduzido segundo o meacutetodo de

modelagemSimulaccedilatildeo Eacute um meacutetodo em que os modelos desenvolvidos satildeo

representaccedilotildees de operaccedilotildees que acontecem na realidade Cada modelo pressupotildee

variaacuteveis ligadas por relaccedilotildees de causa e efeito desenvolvidas dentro de um

determinado domiacutenio e que natildeo podem ser alteradas pelo pesquisador Essas variaacuteveis

podem ser fiacutesicas como posiccedilatildeo de inventaacuterio e taxa de utilizaccedilatildeo ou econocircmicas

como contribuiccedilatildeo ao lucro e custos (Betrand e Fransoo 2002) As variaacuteveis definidas

neste trabalho satildeo fiacutesicas

Os estudos de PO no geral seguem etapas caracteriacutesticas Na literatura haacute

variaccedilotildees quanto agrave denominaccedilatildeo e ao nuacutemero de etapas Segundo Hillier e Lieberman

(2006) apud Almeida (2010) haacute uma seacuterie de seis etapas usuais sugeridas para serem

utilizadas por equipes de PO para enfrentar problemas reais

1 Definir o problema de interesse e coletar dados

2 Formular um modelo matemaacutetico para representar o problema

3 Desenvolver um procedimento computacional a fim de derivar soluccedilotildees para

o problema a partir do modelo

4 Testar o modelo e aprimoraacute-lo conforme necessaacuterio

5 Preparar para a aplicaccedilatildeo contiacutenua do modelo conforme prescrito pela

gerecircncia

6 ImplementarNesse projeto de conclusatildeo de curso nos restringiremos agraves fases 1 e 2

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2 Visatildeo Geral

21 Agronegoacutecio

O termo agronegoacutecio ou agribusiness engloba os fornecedores de bens e

serviccedilos para a agricultura os produtores rurais os processadores os transformadores edistribuidores e todos os envolvidos na geraccedilatildeo e fluxo dos produtos de origem agriacutecola

ateacute o consumidor final Os agentes que afetam e coordenam o fluxo dos produtos tais

como o governo os mercados as entidades comerciais financeiras e de serviccedilos

tambeacutem satildeo parte do agronegoacutecio (Costa 2002)

A Associaccedilatildeo Brasileira de Agribusiness (ABAG apud Costa 2002) descreve as

funccedilotildees do agronegoacutecio em sete niacuteveis

a) suprimentos agrave produccedilatildeob) produccedilatildeo

c) transformaccedilatildeo

d) acondicionamento

e) armazenamento

f) distribuiccedilatildeo e

g) consumo

Por sua vez o termo lsquoagroinduacutestriarsquo natildeo deve ser confundido com agronegoacutecio

uma vez que o primeiro eacute uma parte do segundo De acordo com a ABAG apud Costa

2002 agroinduacutestria se aplicaria do niacutevel lsquosuprimentos agrave produccedilatildeorsquo ateacute

lsquoacondicionamento

Para Ramalho 1988 apud Silva 2004 a agroinduacutestria eacute caracterizada como

sendo o primeiro processamento da mateacuteria prima originada do setor agropecuaacuterio

tendo por mercado a exportaccedilatildeo e outras induacutestrias

Jaacute para Santana 2003 apud Silva 2004 agroinduacutestria eacute a empresa ou

organizaccedilatildeo que realiza o processamento industrial dos produtos agriacutecolas pecuaacuterios

florestais e extrativos oriundos do meio rural e de seus subprodutos e que planeja a

cadeia produtiva para frente identificando mercados canais de distribuiccedilatildeo logiacutestica de

transporte e clientes para os produtos do setor rural

Segundo Batalha apud Costa 2002 a literatura que trata do tema agroindustrial

no Brasil tem feito confusatildeo entre as expressotildees lsquoSistema Agroindustrialrsquo lsquoComplexo

Agroindustrialrsquo lsquoCadeia de Produccedilatildeo Agroindustrialrsquo e lsquoAgronegoacuteciorsquo Tais expressotildees

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se aplicam a diferentes objetivos cada uma delas reflete um niacutevel de anaacutelise do Sistema

Agroindustrial

Sistema Agroindustrial (SAI) eacute o conjunto de atividades que concorrem para a

produccedilatildeo de produtos agroindustriais desde a produccedilatildeo dos insumos (sementes adubos

maacutequinas agriacutecolas etc) ateacute a chegada do produto final (queijo polpas de frutas massas

etc) na mesa do consumidor Natildeo estaacute associado a qualquer mateacuteria-prima agropecuaacuteria

ou produto final especiacutefico (Batalha apud Rosa 2003) O SAI eacute composto por seis

conjuntos de atores agricultura pecuaacuteria e pesca induacutestrias agroalimentares

distribuiccedilatildeo agriacutecola e alimentar comeacutercio internacional consumidor induacutestrias e

serviccedilos de apoio (Costa 2002)

Complexo agroindustrial (CAI) tem como ponto de partida determinada mateacuteria-

prima A arquitetura de um complexo agroindustrial eacute tida pela ldquoexplosatildeordquo da mateacuteria-

prima principal que o originou segundo os diferentes processos industriais e comerciais

que ela pode sofrer ateacute se transformar em diferentes produtos finais A formaccedilatildeo de um

CAI exige a participaccedilatildeo de um conjunto de cadeias de produccedilatildeo cada uma delas

associada a um produto ou famiacutelia de produtos (Batalha apud Costa 2002)

Jaacute a cadeia de produccedilatildeo agroindustrial (CPA) eacute definida a partir da identificaccedilatildeo

de determinado produto final Apoacutes esta identificaccedilatildeo conveacutem ir encadeando de

jusante a montante as vaacuterias operaccedilotildees teacutecnicas comerciais e logiacutesticas necessaacuterias a

sua produccedilatildeo (Rosa 2003)

De acordo com Alves (1997) apud Costa (2002) a CPA pode ser segmentada

em trecircs macro-segmentos

a) Comercializaccedilatildeo representando as empresas que estatildeo em contato com o

cliente final da cadeia de produccedilatildeo e que viabilizam o consumo e o comeacutercio dos

produtos finais (supermercados mercearias restaurantes cantinas etc) Podem

ser incluiacutedas tambeacutem neste macro-segmento as empresas responsaacuteveis somentepela logiacutestica de distribuiccedilatildeo

b) Industrializaccedilatildeo representando as firmas responsaacuteveis pela transformaccedilatildeo das

mateacuterias-primas em produtos finais destinados ao consumidor O consumidor

pode ser uma unidade familiar ou uma agroinduacutestria

c) Produccedilatildeo de mateacuterias-primas reunindo as firmas que fornecem as mateacuterias-

primas iniciais para que outras empresas avancem no processo de produccedilatildeo do

produto final (agricultura pecuaacuteria pesca etc)

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Batalha apud Costa 2002 afirma que o termo agronegoacutecio deve vir

acompanhado de um delimitador O enfoque pode partir do mais global (agronegoacutecio

brasileiro) ao mais especiacutefico (agronegoacutecio da soja ou do suco de laranja)

211 Agronegoacutecio no Brasil

O Brasil eacute um dos liacutederes mundiais na produccedilatildeo e exportaccedilatildeo de vaacuterios produtos

agropecuaacuterios eacute o primeiro produtor e exportador de cafeacute accediluacutecar e suco de laranja

Lidera ainda o ranking das vendas externas de aacutelcool soja carne bovina carne de

frango e tabaco (Andriguetto et al 2008)

As projeccedilotildees indicam que o Brasil tambeacutem seraacute em pouco tempo o principal

poacutelo mundial de produccedilatildeo de algodatildeo e biocombustiacuteveis feitos a partir de cana-de-

accediluacutecar e oacuteleos vegetais Outros destaques satildeo milho arroz frutas frescas cacau

castanhas nozes aleacutem de suiacutenos e pescados (Andriguetto et al 2008)

O agronegoacutecio brasileiro emprega atualmente 177 milhotildees de trabalhadores

somente no campo e eacute hoje a principal locomotiva da economia brasileira respondendo

por 235 do Produto Interno Bruto (PIB) 36 das exportaccedilotildees totais e 37 dos

empregos brasileiros Nos uacuteltimos anos poucos paiacuteses tiveram crescimento tatildeo

expressivo no comeacutercio internacional do agronegoacutecio quanto o Brasil (Andriguetto et

al 2008)

Ao mesmo tempo em que se expande o agronegoacutecio brasileiro sofre um

processo crescente de integraccedilatildeo ao mercado com mudanccedilas em suas estrateacutegias de

produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo Segundo Alves apud Costa 2002 isso acontece devido ao fato

de que haacute um aumento na preocupaccedilatildeo com a qualidade dos alimentos Aleacutem disso os

produtores tecircm procurado ampliar a sua linha de produtos com maior valor agregado e

adequar suas formas organizacionais agraves necessidades do mercado que estaacute aquecido

devido agrave presenccedila de novos haacutebitos de consumo alimentar (Costa 2002)Todos os fatores acima descritos vecircm forccedilando os produtores agriacutecolas a

tentarem reduzir custos de produccedilatildeo e de distribuiccedilatildeo Dessa forma a competitividade

no setor agroindustrial depende cada vez mais da sua inserccedilatildeo na cadeia de suprimento

a reduccedilatildeo de custos unitaacuterios e o aumento da produtividade global do setor demandam

maior ecircnfase em tecnologias de poacutes-colheita e de processamento em fatores que afetam

os tempos e custos de transporte e armazenamento e ainda em serviccedilos de apoio que

agilizem a movimentaccedilatildeo fiacutesica dos produtos e o acesso a informaccedilotildees relacionadas aosnegoacutecios (Costa 2002)

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O Brasil eacute um dos trecircs maiores produtores de frutas do mundo ficando somente

atraacutes da China e Iacutendia representando cerca de 5 da produccedilatildeo mundial Sua produccedilatildeo

superou 40 milhotildees de toneladas em 2008 (Agecircncia Sebrae 2009) A proacutexima seccedilatildeo

discutiraacute brevemente a agroinduacutestria de frutas no paiacutes

212 Agroinduacutestria de frutas no Brasil

Embora seja um dos maiores exportadores de frutas do mundo a carecircncia em

marketing do setor frutiacutecola dificulta a expansatildeo comercial da fruta brasileira uma vez

que existe baixo conhecimento da maioria das frutas tropicais no mercado internacional

Apesar disso nos uacuteltimos 14 anos o Brasil aumentou em mais de 11 vezes as

exportaccedilotildees de frutas frescas passando de US$ 54 milhotildees no iniacutecio da deacutecada de 1990

para mais de US$ 642 milhotildees no ano de 2007 (919 mil toneladas) Somando-se as

frutas secas e castanhas de caju foram exportadas um milhatildeo de toneladas equivalente

a US$ 9677 milhotildees (Andriguetto et al 2008)

Jaacute o processamento de sucos de fruta estaacute em franca expansatildeo ocupando papel

de relevacircncia no agronegoacutecio mundial com destaque para os paiacuteses em

desenvolvimento que satildeo responsaacuteveis pela metade das exportaccedilotildees mundiais A

demanda atual eacute crescente para sucos e polpas de frutas tropicais principalmente de

abacaxi maracujaacute manga e banana que satildeo responsaacuteveis pela maioria das exportaccedilotildees

(Andriguetto et al 2008)

Poreacutem desde meados da deacutecada de 90 a polpa de accedilaiacute ganhou espaccedilo na miacutedia

nacional e internacional aumentando a demanda do produto como estaacute exposto na

Tabela 1 A conversatildeo do fruto em polpa eacute em meacutedia de 223 kg de frutos para 10 kg

de polpa

Tabela 1 Balanccedilo entre oferta de frutos e demanda de polpa de accedilaiacute do Estado do Paraacute no periacuteodode 2001 a 2005 Fonte (Santana et al 2006)

Demanda de polpa e vinho de accedilaiacute

Ano

Ofertade frutode accedilaiacute

(t)

Oferta depolpa

aproximada

Mercado do

Paraacute (t)

Mercadonacional

(t)

MercadoInternacional

(t)

DemandaTotal(t)

2001 118302 53050224 117843 8527 395 126765

2002 364879 163622870 130559 11231 1060 142850

2003 392130 175843049 163615 22597 2119 188331

2004 454071 203619283 177102 29636 3622 210360

2005 505094 226499552 204730 47098 5138 256966

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A expansatildeo gradativa do mercado de frutas processadas tem se caracterizando

por uma seacuterie de fatores dentre os quais a preocupaccedilatildeo de consumidores com a sauacutede o

que resulta em aumento da procura e consumo de produtos naturais com pouco ou

nenhum aditivo quiacutemico A quantidade exportada de sucos de frutas em 2007 foi de

237 milhotildees de doacutelares relativos a 216 milhotildees de toneladas sendo 5126 maior que

em 2006 e 100 maior que em 2005(Andriguetto et al 2008)

Segundo Barros apud Silva 2004 as polpas de frutas mostram-se como uma

oportunidade para o Brasil pois existe o potencial de se transformar no novo produto

que ampliaraacute a participaccedilatildeo brasileira no setor externo No Brasil um caso em grande

expansatildeo que merece atenccedilatildeo eacute a agroinduacutestria do accedilaiacute no Estado do Paraacute responsaacutevel

pela produccedilatildeo de 95 do fruto (Silva 2004) A Tabela 2 no proacuteximo toacutepico mostra o

crescimento da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute

Na proacutexima seccedilatildeo apresentamos uma descriccedilatildeo sucinta da agroinduacutestria de

frutas tropicais no Paraacute

213 Agroinduacutestria de frutas no Paraacute

A regiatildeo Norte reuacutene condiccedilotildees favoraacuteveis para o desenvolvimento das

agroinduacutestrias de frutas pois apresenta grande variedade de fruteiras extrativas proacuteprias

da regiatildeo e solo e clima que permitem a exploraccedilatildeo de fruteiras tiacutepicas de aacutereas tropicais

(Silva 2006)

O Paraacute aparece como um dos maiores produtores brasileiros de frutas da uacuteltima

deacutecada destacando-se pelas produccedilotildees de abacaxi banana coco e laranja e em menor

escala de maracujaacute mamatildeo limatildeo e acerola aleacutem das frutas regionais (exoacuteticas) como

o accedilaiacute bacuri cupuaccedilu taperebaacute e muruci que a cada ano ganham mais mercado o que

favorece os empreendimentos do setor frutiacutecola(Silva 2004)

O Estado do Paraacute eacute hoje responsaacutevel por 95 da produccedilatildeo de accedilaiacute no Brasil edevido a sua importacircncia cultural o accedilaiacute transformou-se atraveacutes de lei na bebida e fruta

siacutembolo do estado do Paraacute e agora passou a ser priorizado como produto econocircmico

capaz de gerar renda para a populaccedilatildeo local e divisas para o paiacutes (Andrade et al 2008)

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Tabela 2 Evoluccedilatildeo da aacuterea colhida produccedilatildeo rendimento e preccedilo do accedilaiacute no Estado do Paraacute 1996 a2009

Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute

ANOAacuteREA

PLANTADA

(haacute)

AacuteREACOLHIDA

(haacute)

QUANTIDADECULTIVADA ( t )

QUANTIDADEEXTRATIVA ( t )

QUANTIDADETOTAL

PRODUZIDA ( t )

RENDIMENTO(thaacute)

PRECcedilO(R$t)

1996 1054 10366 103698 114064 9835 469791997 933 7913 92021 99934 8481 350841998 852 7278 110557 117835 8542 412271999 690 4662 107663 112325 6757 472862000 727 5207 112676 117883 7162 499352001 627 4558 113744 118302 7270 558992002 16115 242557 122322 364879 15052 642082003 3097 18479 257282 134848 392130 13923 686982004 8593 26671 363428 90643 454071 13626 699962005 6297 34203 415921 89173 505094 12160

2006 8041 49455 472040 88551 560591 95452007 5249 51545 497591 93788 591379 96542008 59202 59202 581290 100202 681492 98192009 61814 61814 604805 104354 709159 9784

A induacutestria de suco e polpa de frutas regionais para exportaccedilatildeo teve como

pioneira a Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-Accedilu (CAMTA) fundada no ano de

1949 Em 1988 foi concluiacuteda a faacutebrica de sucos da Associaccedilatildeo de Fomento Agriacutecola de

Tomeacute-Accedilu (ASFATA) fundada em 1981 que passou para a administraccedilatildeo da CAMTA

em 1991 A agroinduacutestria de sucos e concentrados de frutas regionais foi uma das que

mais cresceu nos uacuteltimos dez anos (Homma 2003)

O Estado do Paraacute possui hoje cerca das 140 empresas produtoras de polpa de

frutas distribuiacutedas em todo o estado poreacutem as regiotildees Metropolitana de Beleacutem e

Nordeste Paraense concentram cerca de 82 do total das unidades (Brasil apud Silva

2004) Entretanto a mesorregiatildeo do Marajoacute eacute a que concentra a maior produccedilatildeo de

fruto detendo cerca de 80 da produccedilatildeo Para melhor visualizaccedilatildeo veja a Figura 1

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Figura 1Mesorregiotildees do Estado do Paraacute Fonte Silva 2004

No primeiro semestre de 2004 a produccedilatildeo exportada do mix de polpa de frutas

atingiu o valor de US$ 504 milhotildees com uma evoluccedilatildeo de 2447 em relaccedilatildeo ao

mesmo periacuteodo de 2003 Desse total apenas 75 da produccedilatildeo de polpa de frutas

regional foi exportado para os Estados Unidos e alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeacuteia e

Aacutesia o maior percentual de exportaccedilatildeo (755) ficou com o mercado nacional e o

restante (17) foi absorvido pelo mercado local (Santana apud Silva2004)A agroinduacutestria de frutas destaca-se como uma atividade estrateacutegica para o

desenvolvimento de regiotildees produtoras na aacuterea de fruticultura uma vez que tem elevada

capacidade de gerar emprego e renda e criar uma demanda estaacutevel para a produccedilatildeo de

frutas jaacute que apresenta um grande potencial de agregaccedilatildeo de valor aos produtos

primaacuterios a partir do processamento e elaboraccedilatildeo de sucos polpas e doces aleacutem de

promover a induccedilatildeo e difusatildeo de tecnologia no meio rural (Silva 2006)

Por sua vez o accedilaiacute lidera o mercado da fruticultura nacional a exportaccedilatildeo chegaa 500 mil toneladasano O crescimento do interesse nacional e internacional pelo suco

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do fruto entretanto fez com que o preccedilo do produto aumentasse para o consumidor

(SAGRI 2010)

22 O Accedilaiacute

221 O accedilaizeiro

O accedilaizeiro ( Euterpe oleracea Mart) planta pertencente agrave ordem dos Arecales

ao gecircnero Euterpe da famiacutelia Palmae eacute uma palmeira nativa da Amazocircnia abundante

nas aacutereas de vaacuterzeas da regiatildeo Para os nativos essa palmeira representa uma importante

fonte natural de recursos Poullet apud Padilha et al afirma que o accedilaiacute eacute um dos

produtos mais importantes da vida alimentar e cultural da populaccedilatildeo regional Rogez

apud Padilha et al(2000) por sua vez considera o accedilaizeiro a palmeira mais produtiva

do ecossistema que abriga a populaccedilatildeo do delta do Amazonas

Os accedilaizais nativos nas aacutereas de vaacuterzeas satildeo encontrados no estuaacuterio dos rios

Tocantins Paraacute e Amazonas Nas vaacuterzeas o manejo dos accedilaizais nativos tem

promovido a derrubada verde sem queima para construccedilatildeo de canais para facilitar a

drenagem da aacutegua inundada com grande movimentaccedilatildeo de canoas e barcos para o

transporte de frutos com seacuterias consequumlecircncias para flora e fauna (Homma et al 2006)

O manejo consiste em aumentar a populaccedilatildeo de accedilaizeiros que ocorrem

naturalmente na floresta de vaacuterzea Com essa teacutecninca a produtividade do accedilaizeiro

dobra de 42 tha para 84 tha de frutos Baseia-se na eliminaccedilatildeo das plantas de espeacutecies

arbustivas e arboacutereas de baixo valor comercial cujos espaccedilos livres satildeo ocupados por

plantas de accedilaizeiros oriundas de sementes que germinam espontaneamente de mudas

preparadas ou transplantadas das proximidades e por outras espeacutecies produzidas

especialmente para esse fim (Embrapa)

A vantagem da teacutecnica de manejo eacute que natildeo exige investimento em infra-

estrutura consistindo na realizaccedilatildeo das seguintes praacuteticas limpeza da aacuterea (roccedilagem davegetaccedilatildeo de menor porte e eliminaccedilatildeo de parte das aacutervores maiores) desbastes dos

perfilhosestipes das touceiras de baixo vigor vegetativo preparoaquisiccedilatildeo e plantio de

mudas de accedilaizeiros frutiacuteferas e florestais manutenccedilatildeo do accedilaizal (Embrapa)

A importacircncia socioeconocircmica do accedilaizeiro decorre do seu enorme potencial de

aproveitamento integral de mateacuteria-prima O principal aproveitamento eacute a extraccedilatildeo do

accedilaiacute mas as sementes (caroccedilos) do accedilaizeiro satildeo aproveitadas no artesanato e como

adubo orgacircnico A planta fornece ainda um oacutetimo palmito e as suas folhas satildeo utilizadaspara cobertura de casas dos habitantes do interior da regiatildeo (Homma 2006) De acordo

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com Padilha et al existe ainda um outro uso uma vez que a a produccedilatildeo de polpa varia

em torno de apenas 5 a 15 do volume do fruto haacute uma grande quantidade de resiacuteduos

gerados no processamento que pode ser empregado para geraccedilatildeo de energia teacutermica e

eleacutetrica

Poreacutem para a populaccedilatildeo ribeirinha a possibilidade mais lucrativa proporcionada

pelo accedilaizeiro eacute a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de seu fruto in natura A produccedilatildeo de

frutos para o mercado local eacute uma atividade de baixo custo e de excelente rentabilidade

econocircmica (Homma 2006)

222 O fruto

O accedilaiacute ateacute o final do seacuteculo XX era considerado um produto da alimentaccedilatildeo

baacutesica das populaccedilotildees ribeirinhas e das camadas de baixa renda dos centros urbanos da

economia Amazocircnica onde eacute consumido com farinha de mandioca e peixe entre

outros A produccedilatildeo do accedilaiacute era ateacute entatildeo predominantemente extrativista objetivando o

consumo domeacutestico com pouca venda de excedente (Santana et al 2006)

No entanto desde meados da deacutecada de 90 as academias de ginaacutestica

descobriram o fruto e seu alto valor energeacutetico o que fez com que o accedilaiacute ganhasse

espaccedilo na miacutedia nacional e internacional A demanda do produto aumentou entatildeo

intensamente uma vez que as camadas de maior poder aquisitivo tambeacutem passaram a

consumiacute-lo (Santana et al 2006)

Este aumento pode ser atribuiacutedo agraves propriedades nutricionais e valor caloacuterico do

accedilaiacute uma vez que eacute um alimento rico em proteiacutenas fibras lipiacutedios vitamina E e

minerais como manganecircs cobre boro e cromo Aleacutem disso o accedilaiacute possui um elevado

teor de pigmentos antocianinas que satildeo beneacuteficos agrave sauacutede pois favorecem a circulaccedilatildeo

sanguumliacutenea e protegem o organismo contra a arteriosclerose (Alexandre et al2004)

A demanda pelo accedilaiacute estaacute em alta o produto tem boas possibilidades demercado principalmente no Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia Goiaacutes e na Regiatildeo

Nordeste No Rio de Janeiro o accedilaiacute eacute oferecido nas praias e se tornou muito popular

entre os adeptos da cultura da sauacutede e entre os frequumlentadores de academias Eacute

tambeacutem vendido diretamente ao consumidor e comeccedila a ganhar popularidade entre os

nativos e turistas Eacute estimado que no Rio de Janeiro sejam consumidas 500

toneladasmecircs em Satildeo Paulo 150 toneladasmecircs e outros Estados somam 200

toneladasmecircs Nesses locais em alguns pontos de venda o que se consome eacute o accedilaiacute

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fino que misturado com outros produtos perde o gosto o odor e ateacute o valor caloacuterico da

fruta (Homma 2006)

Em 2000 iniciou-se a exportaccedilatildeo de polpa congelada de accedilaiacute para os Estados

Unidos e para a Itaacutelia Esse mercado externo cresceu 20 ao ano de 2003 a 2006 com a

comercializaccedilatildeo do accedilaiacute concentrado em latas e com a popularizaccedilatildeo da mistura com

diversas outras frutas feitas em academias de ginaacutestica (Homma 2006)

A partir de 2002 observou-se o aumento da aacuterea colhida com accedilaiacute que se

manifesta num salto de 16115 ha (2002) para 26671 ha (2004) ou seja uma taxa de

crescimento de 6550 num periacuteodo de trecircs anos (Santana et al 2006)

Essa significativa taxa meacutedia de crescimento da aacuterea colhida do accedilaiacute pode

significar uma resposta dos produtores ao crescimento da demanda pelo fruto do accedilaiacute

nos uacuteltimos anos De fato o crescimento da demanda regional nacional e mesmo

internacional do accedilaiacute pode estar induzindo os produtores rurais a aumentarem aacuterea

plantada do accedilaiacute A expansatildeo da aacuterea colhida indica o grande interesse dos produtores

rurais quanto agrave necessidade da formaccedilatildeo de uma base produtiva de cultivo do accedilaiacute como

condiccedilatildeo baacutesica para a atraccedilatildeo de agroinduacutestrias de processamento (Santana et al

2006)

Assim crecirc-se que estaacute em curso uma mudanccedila do padratildeo agriacutecola da fruticultura

do Paraacute de uma base produtiva extrativa para uma base produtiva de cultivo Poreacutem

uma mudanccedila desse tipo requer uma seacuterie de adaptaccedilotildees de natureza agronocircmica

sobretudo quanto ao controle de pragas e doenccedilas que podem se manifestar nos cultivos

de grande escala(Santana et al 2006)

O crescimento do mercado de polpa do fruto de accedilaiacute tem induzido tambeacutem o

plantio em terra firme (Homma et al 2006) e a implantaccedilatildeo de plantas industriais para

realizar o processamento ou as agroinduacutestrias existentes introduziram o accedilaiacute na linha

de produccedilatildeo visando atender aos mercados externo e interno (Santana et al 2006)O plantio de accedilaizeiro em terra firme apresenta excelente alternativa para a

recuperaccedilatildeo de aacutereas desmatadas como tambeacutem para reduzir a pressatildeo sobre o

ecossistema de vaacuterzea que eacute mais fraacutegil Aleacutem disso o plantio em terra firme apresenta

a vantagem de facilitar o transporte rodoviaacuterio e o beneficiamento sem depender do

transporte fluvial mais lento (Santana et al 2006)

O processamento ou seja as atividades de lavagem pasteurizaccedilatildeo

congelamento e desidrataccedilatildeo em escala industrial tem como vantagens melhorar a

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higiene e a qualidade do produto reduzindo ao maacuteximo os riscos de contaminaccedilatildeo

microbioloacutegica (Homma et al 2006)

O processo de obtenccedilatildeo da polpa de accedilaiacute consiste em imergir o fruto em aacutegua

morna por tempo determinado a fim de amolecer o mesocarpo antes do despolpamento

Apoacutes o amolecimento o despolpamento eacute realizado com o auxiacutelio de maacutequinas

mecacircnicas eleacutetricas ou manualmente com ou sem adiccedilatildeo de aacutegua Em seguida o

produto obtido passa por uma peneira de forma a obter a polpa para consumo

(Alexandre et al2004)

Os produtos obtidos do fruto do accedilaiacute satildeo classificados de acordo com a adiccedilatildeo

ou natildeo de aacutegua e seus quantitativos ou seja a porcentagem de soacutelidos totais Assim os

produtos incluem

bull polpa de accedilaiacute polpa extraiacuteda sem adiccedilatildeo de aacutegua e sem filtraccedilatildeo

bull accedilaiacute grosso ou especial polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

com soacutelidos totais acima de 14

bull accedilaiacute meacutedio ou regular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

com soacutelidos totais entre 11 e 14

bull accedilaiacute fino ou popular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

apresentando soacutelidos totais entre 8 e 11 (Alexandre et al2004)

O accedilaiacute eacute altamente pereciacutevel o seu tempo maacuteximo de conservaccedilatildeo mesmo sob

refrigeraccedilatildeo eacute de 12 horas O fator responsaacutevel por esta alta perecibilidade eacute a elevada

carga microbiana juntamente com a degradaccedilatildeo enzimaacutetica responsaacuteveis pelas

alteraccedilotildees de cor e aparecimento do sabor azedo Atualmente a conservaccedilatildeo da polpa

de accedilaiacute eacute feita pelo processo de congelamento (Alexandre et al2004)

223 Agroinduacutestrias

Tendo como marco referencial a entrada em funcionamento da faacutebrica de

beneficiamento de polpa de frutas da CAMTA em 1991 a agroinduacutestria de frutas do

Estado do Paraacute teve um grande crescimento a partir da deacutecada de 90 As primeiras frutas

que tiveram seu processo de beneficiamento foram o maracujaacute cupuaccedilu e acerola

Posteriormente foram incluiacutedas a laranja accedilaiacute graviola carambola goiaba cajaacute

manga bacuri muruci e abacaxi (Homma 2002)

A Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-accediluacute ndash CAMTA destacava-se como uma

das principais compradoras dos consoacutercios produtores de accedilaiacute da regiatildeo negociando

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22

preccedilos diferentes entre os municiacutepios Estas negociaccedilotildees acirravam a concorrecircncia entre

os produtores e consequumlentemente deixava os preccedilos abaixo do mercado Esta praacutetica

prejudicava igualmente a todos os produtores (Homma 2002)

Nesse contexto a FASEAmazocircnia exerceu papel fundamental suscitando as

discussotildees sobre a criaccedilatildeo de um consoacutercio de produtores que pudessem negociar como

as empresas processadoras do fruto produccedilatildeo em escala ampliada a preccedilos melhores e

mais estaacuteveis (Soares e Costa 2005) A FASE eacute uma organizaccedilatildeo natildeo governamental

sem fins lucrativos que atua em seis estados brasileiros e tem sua sede nacional no Rio

de Janeiro Desde suas origens esteve comprometida com o trabalho de organizaccedilatildeo e

desenvolvimento local comunitaacuterio e associativo (FASE 2010)

Em 2000 o consoacutercio foi estruturado entre os municiacutepios de Abaetetuba

Barcarena Igarapeacute-Miri e Cametaacute (Soares e Costa 2005)

Em Abaetetuba a principal organizaccedilatildeo eacute a Cooperativa de Fruticultores de

Abaetetuba ndash COFRUTA Em Barcarena como a Associaccedilatildeo dos Batedores de Accedilaiacute de

Barcarena ndash COOPBAB e entidades parceiras com o STR ndash Barcarena Cooperativa da

Colocircnia de Pesca Z-13 e Associaccedilatildeo de Trabalhadores Rurais do Arapajoacute Em Cametaacute

com a Cooperativa de Resistecircncia de Cametaacute ndash CART e entidades parceiras como STR

ndash Cametaacute Colocircnia de Pescadores Z-16 e Associaccedilatildeo de Preservaccedilatildeo do Meio Ambiente

e Igarapeacute-Miri com a Associaccedilatildeo Mutiratildeo dos Trabalhadores Rurais de Igarapeacute-Miri

como as entidades parceiras como a Associaccedilatildeo de Mulheres de Igarapeacute-Miri

Associaccedilatildeo Boa esperanccedila STR ndash Igarapeacute-Miri e AMPRISA Em 2003 o nuacutemero total

de famiacutelias envolvidas no consoacutercio chegou a 919 (Soares e Costa 2005)

Apoacutes a delimitaccedilatildeo das organizaccedilotildees e parcerias para fornecimento do fruto

estas organizaccedilotildees passaram a negociar sua produccedilatildeo em conjunto atraveacutes do consoacutercio

e com preccedilos igualmente vantajosos para todas as entidades O volume comercializado

aumentou significativamente principalmente em funccedilatildeo da popularizaccedilatildeo do frutoaumentando tambeacutem o nuacutemero de empresas processadoras na regiatildeo Atualmente

comercializam com o consoacutercio a Sambazon Fly CAMTA Amazon Fruit Accedilaiacute Brasil

e Amazon Drink(Soares e Costa 2005)

A SAMBAZON destaca-se uma vez que tem exportado o fruto para o mercado

americano e estabelecendo contratos baseado no chamado mercado ldquojustordquo Com a

ampliaccedilatildeo da exportaccedilatildeo e as exigecircncias do mercado americano houve a necessidade de

reconhecimento do accedilaiacute enquanto produto agroecoloacutegico de origem orgacircnica jaacute que suaproduccedilatildeo natildeo utiliza insumos quiacutemicos Em 2003 a agecircncia de certificaccedilatildeo Guaranteed

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23

Organic Certification Agency ndash GOCA entregou a certificaccedilatildeo as cooperativas e

associaccedilotildees (Soares e Costa 2005)

A SAMBAZON estabeleceu contrato com as organizaccedilotildees para que o primeiro

certificado fosse pago por ela e posteriormente a renovaccedilatildeo ficaria sob

responsabilidade das proacuteprias organizaccedilotildees Segundo Sobrinho 2005 apud Soares e

Costa 2005 no periacuteodo de agosto de 2004 a janeiro de 2005 o preccedilo meacutedio por

tonelada pago aos produtores no comeacutercio justo superou em 25 os preccedilos correntes

praticados pelos atravessadores na regiatildeo (Soares e Costa 2005)

O percurso do accedilaiacute da propriedade ateacute a pedra do municiacutepio eacute feito de barco e eacute

de responsabilidade da cooperativa tais gastos satildeo incluiacutedos integralmente no custo do

produto Poreacutem os gastos com transporte da pedra do municiacutepio ateacute a empresa

processadora satildeo assumidos pela empresa processadora (Soares e Costa 2005)

Os gastos com transporte satildeo proporcionais ao tempo de viagem do setor ateacute a

pedra do municiacutepio As menores distacircncias encontradas entre os setores e a ldquopedrardquo

encontram-se em Barcarena e as maiores distacircncias em Cametaacute (Soares e Costa 2005)

Dessa forma os preccedilos praticados em Barcarena satildeo altos por sua proximidade

com Beleacutem que tem mercado consumidor praticamente garantido E em Cametaacute os

preccedilos praticados satildeo geralmente abaixo da meacutedia dos outros municiacutepios pela maior

distancia (Soares e Costa 2005)

Estima-se que 70 a 80 da polpa de accedilaiacute vendidas no Paiacutes satildeo produzidas no

Paraacute e os maiores compradores satildeo Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia e alguns Estados

do Nordeste

Sabe-se que as induacutestrias processadoras se concentram nas mesorregiotildees

Nordeste Paraense e Metropolitana de Beleacutem Somente em Beleacutem existem 3 mil pontos

de venda de accedilaiacute (Homma 2002) A Figura 2 e a Figura 3 representam as regiotildees do

Nordeste paraense e Metropolitana de Beleacutem respectivamente

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Figura 2 Microrregiotildees do Nordeste paraense Fonte Silva 2004

Figura 3 Mesorregiatildeo metropolitana de Beleacutem Fonte Silva 2004

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A razatildeo para que as duas mesorregiotildees sejam detentoras de maior percentual de

induacutestrias eacute no caso das empresas que fazem mais de um tipo de produto a

proximidade do principal mercado consumidor Beleacutem do Paraacute que vem se habituando

a consumir algumas polpas de frutas amazocircnicas e outras frutas regionais e tropicais na

forma congelada adquiridas nas redes de supermercados sobretudo na entressafra No

caso das empresas uniproduto satildeo as vias de acesso facilitada atraveacutes da BR316 que

interliga as duas mesorregiotildees paraenses com o resto do Paiacutes e assim escoam a

produccedilatildeo da polpa congelada especialmente do accedilaiacute (Silva 2004)

A polpa congelada e mais recentemente a exportaccedilatildeo sob a forma desidratada

ou seja o poacute e sucos pasteurizados apresentam tendecircncias de crescimento e vem

influenciando os produtores do Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins mais precisamente

dos municiacutepios de Cametaacute Igarapeacute-Miri Abaetetuba e Barcarena que neste processo

representam os fornecedores da mateacuteria-prima para as empresas beneficiadoras do

produto que alcanccedilaram o mercado internacional consumidor( Andrade et al2008)

A regiatildeo eacute grande produtora e consumidora de accedilaiacute A cidade de Igarapeacute-Miri

conquistou o tiacutetulo de ldquoCapital Mundial do Accedilaiacuterdquo Ainda a produccedilatildeo desta regiatildeo eacute

reconhecida por ser de alta qualidade seja no rendimento na produccedilatildeo e no sabor da

fruta Os principais produtos ou grupo de produtos gerados pela atividade da fruticultura

no Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins no estado do Paraacute satildeo polpas de frutas como

cupuaccedilu maracujaacute taperebaacute abacaxi e accedilaiacute in natura sendo este uacuteltimo o de maior

importacircncia econocircmica e de maior quantidade de produccedilatildeo (Andrade et al 2008)

A produccedilatildeo dos principais municiacutepios em 2008 pode ser vista na Tabela 3

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Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico daProduccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008

MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)

MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)

2008 2008

TOTAL GERAL581290

IGARAPEacute-MIRI 153000 TAILAcircNDIA 1253

ABAETETUBA 131250 ITUPIRANGA 1200

CAMETAacute 40544 NOVA ESP DO PIRIAacute 1200

ACARAacute 39600 BAIAtildeO 1000

LIMOEIRO DO AJURU 35040 NOVO REPARTIMENTO 1000

BUJARU 30955 PORTO DE MOZ 1000

TOMEacute ACcedilU 24000 ALMEIRIM 720

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 21384 CASTANHAL 634

PONTA DE PEDRAS 14991 VIGIA 500

OEIRAS DO PARAacute 14000 SANTA MARIA DO PARAacute 480

MOJU 12185 BAGRE 420

BARCARENA 12000 ANAPU 390

TUCURUIacute 11500 IGARAPEacute-ACcedilU 300

SANTA ISABEL DO PARAacute 6200 MARACANAtilde 275

PORTEL 4800 ALTAMIRA 240

CURRALINHO 3000 CAPITAtildeO POCcedilO 187

GURUPAacute 2812 PACAJAacute 180

SANTO ANTOcircNIO DO TAUAacute 2500 PRAINHA 156IRITUIA 2340 S FRANCISCO DO PARA 120

BREU BRANCO 1800 NOVO PROGRESSO 100

CACHOEIRA DO ARARI 1540 VISEU 60

BREVES 1500 MEDICILAcircNDIA 50

S SEBASTIAtildeO DA BVISTA 1500 FARO 28

MUANAacute 1332 AUGUSTO CORREA 24

O arranjo produtivo de polpa de frutas paraense eacute heterogecircneo em tamanho com

predominacircncia de microempresas em tecnologia de modo que apenas oito empresaspossuem tecnologia de pasteurizaccedilatildeo na diversificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo de produto a

maioria das empresas processa apenas accedilaiacute e ainda no grau de inserccedilatildeo nos mercados

local nacional e internacional (Santana et al 2006)

O principal produto industrial eacute a polpa de accedilaiacute pasteurizada eou congelada Em

menor escala existem os blends que eacute o accedilaiacute misturado com guaranaacute banana morango

e etc accedilaiacute em poacute geleacuteia licor vinho neacutectar suco bombons sorvetes cafeacute etc

(Santana et al 2006)

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224 Dificuldades das agroinduacutestrias

Silva em seu trabalho O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das

agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute 2004 fez um levantamento das

dificuldades que as empresas enfrentam Os entrevistados principalmente das empresas

que soacute produzem a polpa de accedilaiacute afirmam que caso dispusessem de cacircmaras de

congelamento e armazenamento e pasteurizadores natildeo haveria necessidade de sair do

Estado do Paraacute no periacuteodo da entressafra (coincidente com o veratildeo do Sudeste e Sul do

Brasil e com o periacuteodo de feacuterias e carnaval quando haacute elevaccedilatildeo da demanda de polpa de

accedilaiacute) pois teriam produtos em estoque originando mais receitas empregos e tributos

em acircmbito estadual ainda seriam mais competitivas pois ldquovecircem o accedilaiacute do Paraacute como

imbatiacutevel no mercadordquo

Os entrevistados por Silva 2004 citaram tambeacutem suas necessidades de

qualificaccedilatildeo de matildeo-de-obra nas aacutereas de produccedilatildeo manipulaccedilatildeo de alimentos e

administrativa Outra dificuldade enfrentada pelas empresas de polpa de frutas do

Estado do Paraacute eacute a falta de uma interaccedilatildeo mais permanente com o sistema de creacutedito

pois do total de empresas entrevistadas 769 natildeo obtiveram creacutedito de curto prazo

(capital de giro) nos uacuteltimos cinco anos e 50 tambeacutem natildeo obtiveram creacutedito ou

financiamento de longo prazo (projeto incentivado creacutedito para investimento como a

compra de equipamentos e outros) ou seja natildeo acessaram recursos por um periacuteodo

maior do que trecircs anos

Andrade et al 2008 afirmam que os gargalos da produccedilatildeo de polpa de accedilaiacute estatildeo

relacionados ao desempenho na aacuterea da gestatildeo principalmente para a melhoria das

habilidades de negociaccedilatildeo e teacutecnicas de venda pois o processo de comercializaccedilatildeo

nestes municiacutepios ainda eacute bastante complexo sendo considerado como um dos

principais entraves junto agrave falta de recursos dos produtores Destacam-se tambeacutem as

dificuldades de infra-estrutura no transporte que inviabilizam em muito o intuito de seatingir um bom planejamento da produccedilatildeo

Limal et al 2008 tambeacutem ressalta problemas logiacutesticos poreacutem relacionados ao

do produtor de accedilaiacute para as induacutestrias Para os autores a logiacutestica eacute bastante deficitaacuteria

uma vez que a venda do produto depende em grande escala das embarcaccedilotildees que

fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos do frete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores

Tais fatores encarecem o custo do produto que recai sobre o consumidor

Segundo informaccedilotildees obtidas em pesquisa de campo o transporte fluvial eacuterealizado pelas embarcaccedilotildees dos proacuteprios ribeirinhos ndash aqueles que tiverem condiccedilotildees

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23 Logiacutestica

De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de

planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de

mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde

o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias

dos clientes (CSCMP2010)

A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do

transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto

procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)

Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees

praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de

entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se

concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da

rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees

possiacuteveis (Bowersox et al (2001)

Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes

questotildees

bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao

cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por

exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta

definiccedilatildeo

bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais

baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o

nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de

atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas

instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de

centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado

tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e

programaccedilatildeo de transportadores

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Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o

serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo

possiacutevel

Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por

uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a

montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal

de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto

passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele

condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a

partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais

estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos

Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer

deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela

movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para

suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da

produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o

mercado consumidor

A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs

aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a

distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas

referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais

e produtos (Costa 2002)

Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais

devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de

suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em

termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da

qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda

determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos

e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas

e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)

Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor

nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede

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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades

de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de

mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)

Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias

em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades

tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de

veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees

Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de

facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de

facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)

Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda

estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem

nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto

neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de

hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo

possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo

puramente extrativista

232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional

O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees

geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios

entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de

transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de

transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)

De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades

envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos

de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo

Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos

por quais facilidades para minimizar o custo total

Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa

Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote

e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura

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Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al

(2008) eacute utilizado no estudo

O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de

lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na

Figura 4

Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)

No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam

para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou

armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados

Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com

pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que

manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas

Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que

o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao

cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais

adequados

A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que

as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste

trabalho de conclusatildeo de curso

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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de

facilidades

O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de

diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes

espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui

manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e

estoque de produtos

Notaccedilotildees utilizadas no modelo

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW

LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k

isin LP

P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P

LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento

LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta

LP c e LP o satildeo definidos analogamente

Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada

capacidade do armazeacutem j no tempo t

capacidade da planta k no tempo t

Tem-se ainda

demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t

Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso

definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das

facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque

Para isin LW

o e isin T

custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T

Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo e fechamento

Para isin LW c

custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento

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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP

custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no

periacuteodo t

custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t

custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo

t+1

custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i

Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)

Para isin LW o e isin T

= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c

= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento

= 0 caso contraacuterio

eacute definido analogamente

Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j

no periacuteodo t

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k

no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i

periacuteodo t

estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t

Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda

≔ 1 991270 isin LW o

991270 isin

LW c

Funccedilatildeo Objetivo

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Min =

isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)

Sujeito a

+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)

isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)

leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)

+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)

le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)

isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)

isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)

0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)

isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)

A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que

os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e

que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de

produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1

(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de

produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave

parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t

enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute

existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo

As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de

plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o

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37

caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver

pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento

A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e

(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo

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PampE

A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca

investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da

Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo

MEP e ITP

O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)

possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37

ou 38 induacutestrias

Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos

mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que

apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada

O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90

estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo

(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o

fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos

Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega

ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros

ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da

bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria

A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador

individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra

clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a

Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a

Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO

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ITS e ITT

Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento

bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola

Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo

incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para

fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que

comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)

que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)

produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute

Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual

proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada

Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos

de bebida agrave base de accedilaiacute

No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com

qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no

Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos

32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo

matemaacutetico

Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com

pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute

para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos

simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por

exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados

histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da

demanda

a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas

Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi

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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute

cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo

porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m

um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para

as cidades

Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se

como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a

Tabela 5

Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS

AacuteREA (ha)

DESTINADA A COLHEITA COLHIDA

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500

BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000

BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064

CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320

IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840

MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000

MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148

TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600

TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150

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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000

UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998

AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600

ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200

ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500

MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000

OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185

UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000

OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000

UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000

Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem

devido a falhas nas coletas dos dados

Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute

ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o

periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A

divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas

cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado

amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a

safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo

Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do

Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute

2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas

20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais

de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute

aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano

A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que

acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos

Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou

R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos

satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial

consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa

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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da

Tabela 7

Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007

Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007

Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de

accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os

coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando

tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a

produccedilatildeo inicia desde o 1o ano

Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146

Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848

Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788

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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico

plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute

existente

De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de

custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois

hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende

para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo

numa estimativa de seus gastos de transporte

Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo

utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa

Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela

9

Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167

Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109

c) Demanda dos Beneficiadores

Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade

maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente

pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da

capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de

chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena

de perda dos frutos

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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte

Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos

frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de

confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O

transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h

tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na

tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios

chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que

entregam para as empresas beneficiadoras locais

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio

transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista

ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a

12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200

Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$

050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo

compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma

de R$100 a $150 ao preccedilo

e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme

Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido

ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o

transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de

pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem

considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de

heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os

custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa

margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o

investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano

(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas

propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio

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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre

quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para

efeitos de expansatildeo

f) Manejo de accedilaizais nativos

O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo

uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia

Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano

o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute

positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute

maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de

produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo

g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores

De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a

localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados

individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em

uma tabela como a Tabela 10 abaixo

Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo

h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos

Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e

8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de

produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser

considerados os mesmos para cada tipo de produto

i) Demanda

O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores

para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas

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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009

AnoToneladas

Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo

2001 11784300 852700 39500

2002 13055900 1123100 113651

2003 16361500 2259700 273000

2004 17710200 2963600 504100

2005 20473000 4709800 565700

2006 24493100 5837900 668100

2007 24717300 6516200 923500

2008 27100000 7300000 1173500

2009 29800000 8020000 1250780

A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12

Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3

A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10

j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa

em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer

(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel

tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo

do cliente

O trajeto varia entre 80 e 240 km

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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores

Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas

Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas

Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo

desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o

Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das

maiores exportadoras a empresa DaFruta

33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute

Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia

representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)

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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute

Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores

beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em

cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme

Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras

uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo

apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)

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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo

do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees

Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo

Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea

1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t

2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado

Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme

3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo

t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de

implantaccedilatildeo

4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe

5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele

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52

Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes

6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo

que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia

7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a

capacidade de processamento

8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo

9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no

periacuteodo atual

10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida

O modelo matemaacutetico

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB

LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por

k isin LP

LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio

do planejamento

LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista

LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme

indexados por l isin LT

LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo

LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme

P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por

p isin P

Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm

capacidade limitada

Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea

capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em

quilogramas de fruto por hectare

aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP

Para

isin LP o e

isin T

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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo

custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare

Para isin LP c

custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare

O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque

consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita

custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo

t

Dados referentes aos cultivos em terra firme

capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado

em quilogramas de fruto por hectare

Para isin LT c

aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de

planejamento

Para isin LT o

nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme

no spot l

qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares

e qe =5 Tem-se que

Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20

hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para

evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear

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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j

Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)

Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no

periacuteodo t em kg

quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no

periacuteodo t em kg

produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg

accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg

accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t

accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t

produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t

estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t

Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas

Para isin LPo

= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo

= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io

Variaacuteveis auxiliares

= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no

periacuteodo t

A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma

dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

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Amazocircnia Ci amp Desenv v 2 n 3 2006

SILVA M C N Competitividades das Agroinduacutestrias de polpa de frutas das

mesorregiotildees Metropolitana de Beleacutem e Nordeste Paraense (1996 a 2003)

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade da Amazocircnia 2006

SILVA M N A O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das

agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

Economia Rural) Centro de Ciecircncias Agraacuterias Universidade Federal do Cearaacute

2004

SOARES L C C COSTA F A Os limites do agroextrativismo no Baixo

Tocantins 2005

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4

IacuteNDICE DE TABELAS

Tabela 1 Balanccedilo entre oferta de frutos e demanda de polpa de accedilaiacute do Estado

do Paraacute no periacuteodo de 2001 a 2005 Fonte (Santana et al 2006) 14

Tabela 2 Evoluccedilatildeo da aacuterea colhida produccedilatildeo rendimento e preccedilo do accedilaiacute no

Estado do Paraacute 1996 a 2009 16

Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA-

Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 26

Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008

Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a

2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST 41

Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008

Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST 42

Tabela 6 Produccedilatildeo de accedilaiacute (extrativismo) de 2003 a 2008 Fonte IBGE -

Produccedilatildeo da Extraccedilatildeo Vegetal e da Silvicultura 43

Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de

accedilaizeiro produccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$) 44

Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare deaccedilaizal nativo para produccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$) 44

Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de

accedilaizeiro produccedilatildeo de frutos em terra firme (R$) 45

Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em

pesquisas de campo 47

Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009 48

Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute 48 Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute 48

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5

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1 Introduccedilatildeo 6

11 Contextualizaccedilatildeo e Justificativa 6

12 Objetivos 8

13 Materiais e Meacutetodos 9

2 Visatildeo Geral 11

21 Agronegoacutecio 11

22 O Accedilaiacute 18

23 Logiacutestica 29

24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de

facilidades 34

3 Definiccedilatildeo do Problema e Propost 38

31 Caracterizaccedilatildeo da Cadeia Produtiva do Accedilaiacute 38

32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo

matemaacutetico 40

33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute 49

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos Futuros 59

5 Bibliografia 61

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6

1 Introduccedilatildeo

11 Contextualizaccedilatildeo e Justificativa

A dinacircmica da globalizaccedilatildeo a velocidade de propagaccedilatildeo da informaccedilatildeo o

interesse pela alimentaccedilatildeo saudaacutevel e o consequumlente aumento da demanda produzirammudanccedilas substanciais na atividade econocircmica agroindustrial O Brasil eacute um dos liacutederes

mundiais na produccedilatildeo e exportaccedilatildeo de vaacuterios produtos agropecuaacuterios eacute o primeiro

produtor e exportador de cafeacute accediluacutecar e suco de laranja Lidera ainda o ranking das

vendas externas de aacutelcool soja carne bovina carne de frango e tabaco (Andriguetto et

al 2008)

As projeccedilotildees indicam que o Brasil tambeacutem seraacute em pouco tempo o principal

poacutelo mundial de produccedilatildeo de algodatildeo e biocombustiacuteveis feitos a partir de cana-de-accediluacutecar e oacuteleos vegetais Outros destaques satildeo milho arroz frutas frescas cacau

castanhas nozes aleacutem de suiacutenos e pescados (Andriguetto et al 2008)

Dessa forma as agroinduacutestrias iniciaram o processo de melhoria e ajustes em

produtos processos e nas formas de organizaccedilatildeo para desta maneira encontrarem

alternativas de eficiecircncia produtiva crescimento ou mesmo de sobrevivecircncia frente aos

novos desafios impostos pela competitividade (Silva 2004)

Lauschner (1995) apud Rosa (2003) define agroinduacutestria em sentido amplo

como sendo ldquoa unidade produtiva que transforma o produto agropecuaacuterio natural ou

manufaturado para utilizaccedilatildeo intermediaacuteria ou finalrdquo Em sentido restrito a

agroinduacutestria eacute ldquoa unidade produtiva que transforma para a utilizaccedilatildeo intermediaacuteria ou

final o produto agropecuaacuterio ou seus subprodutos natildeo manufaturadosrdquo

Segundo Pinazza (1999) apud Rosa (2003) ldquoA agroinduacutestria apresenta-se como

instrumento analiacutetico e experimental para a realizaccedilatildeo de diagnoacutesticos e simulaccedilotildees de

estrateacutegias para as cadeias produtivasrdquo Deve-se levar em conta desde a produccedilatildeo ateacute o

abastecimento final Os agentes fornecedores de insumos e fatores de produccedilatildeo os

produtores os armazenadores os processadores e distribuidores aleacutem dos prestadores

de serviccedilo satildeo objeto de observaccedilatildeo individual e em conjunto

As empresas brasileiras do segmento agroindustrial de frutas aproveitam a

oportunidade para atingirem outras fatias de mercado e consumidores diversos

ajustando-se agraves tendecircncias de consumo mundial dos produtos derivados de frutas como

polpas sucos neacutectares geleacuteias doces etc Um caso eacute a agroinduacutestria do Accedilaiacute no Estado

do Paraacute responsaacutevel pela produccedilatildeo de 95 do fruto (Silva 2004)

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7

O accedilaizeiro eacute uma palmeira cujo fruto eacute o accedilaiacute espeacutecie nativa da Amazocircnia

encontrada em terrenos de vaacuterzea no estuaacuterio dos rios Tocantins Paraacute e Amazonas O

accedilaiacute ateacute o final do seacuteculo XX era considerado um produto da alimentaccedilatildeo baacutesica das

populaccedilotildees ribeirinhas e das camadas de baixa renda sendo consumido com farinha de

mandioca e peixe entre outros A produccedilatildeo do accedilaiacute era ateacute entatildeo predominantemente

extrativista objetivando o consumo domeacutestico com pouca venda de excedente (Santana

et al 2006)

A partir de meados da deacutecada de 90 o suco de accedilaiacute foi gradativamente

conquistando novas fronteiras de mercado atendendo natildeo apenas ao mercado local

mas tambeacutem as outras regiotildees do paiacutes e ainda o mercado internacional

principalmente os Estados Unidos paiacuteses da Uniatildeo Europeacuteia Japatildeo e Cone Sul

(Santana Gomes apud Silva et al2006 )

No Brasil a demanda de accedilaiacute vem crescendo entre os consumidores com maior

niacutevel de renda A motivaccedilatildeo do consumo se daacute por razotildees que vatildeo aleacutem da necessidade

alimentar envolvendo questotildees culturais e principalmente por esteacutetica e sauacutede (Silva

apud Silva et al2006)

A produccedilatildeo extrativista entretanto natildeo conseguiu seguir o aumento da

demanda de forma que o crescimento do mercado de polpa do fruto de accedilaiacute tem

induzido o plantio em terra firme (Homma et al 2006) e a implantaccedilatildeo de plantas

industriais para realizar o processamento ou as agroinduacutestrias existentes introduziram

o accedilaiacute na linha de produccedilatildeo visando atender aos mercados externo e interno (Santana et

al 2006)

Embora a exploraccedilatildeo do accedilaiacute apresente grande possibilidade de alavancagem e

desenvolvimento da economia regional a logiacutestica e principalmente o transporte na

regiatildeo produtora eacute bastante deficitaacuteria uma vez que a venda do produto depende em

grande escala das embarcaccedilotildees que fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos dofrete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores Tais fatores encarecem o custo do produto que

recai sobre o consumidor (Limal et al 2008)

A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do

transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto

procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2002)

Atualmente a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees praacuteticas de realizaccedilatildeo das

metas definidas pelo setor de marketing como prazos de entrega miacutenimos Sem oplanejamento logiacutestico e de rede de distribuiccedilatildeo tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se

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8

concretizar (Bowersox et al 2002) Segundo Ballou (2001) configurar a rede de

distribuiccedilatildeo eacute especificar a estrutura por meio do qual os produtos passaratildeo de seus

pontos de origem ateacute os pontos de demanda determinando quais instalaccedilotildees devem ser

usadas quantas instalaccedilotildees devem existir quais os produtos e clientes designados a

elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas e como as instalaccedilotildees

deveriam ser atendidas

O mercado do accedilaiacute estaacute haacute alguns anos em raacutepido crescimento o que tem

aumentado a demanda o preccedilo dos frutos e tambeacutem atraiacutedo novos investimentos Entre

outros inclui-se investimentos na produccedilatildeo intensiva de frutos em terra firme cuja

viabilidade depende tambeacutem dos custos da logiacutestica de entrega da mateacuteria prima nas

induacutestrias de processamento

Neste cenaacuterio eacute importante que haja um trabalho que organize as informaccedilotildees

disponiacuteveis sobre a cadeia produtiva do accedilaiacute no Paraacute uma vez que eacute um assunto que

ainda natildeo foi exaustivamente tratado na literatura e ainda para incentivar a coleta de

dados mais precisos e o investimento e a expansatildeo no agronegoacutecio da polpa de accedilaiacute

Ainda este trabalho propotildee uma ferramenta dentro do campo da Pesquisa

Operacional baseada em programaccedilatildeo matemaacutetica que possibilite a anaacutelise de

viabilidade da cadeia produtiva que simule a dinacircmica da cadeia com mais atores seja

beneficiadores ou produtores atendendo agrave clientes nacionais eou internacionais de

modo que seja possiacutevel encontrar alternativas de melhoria e sugestatildeo de cenaacuterios para

expansotildees futuras

Segundo Almeida (2010) dentro da aacuterea dos meacutetodos quantitativos as

aplicaccedilotildees de Pesquisa Operacional tecircm se mostrado eficazes em diversas aacutereas de

aplicaccedilotildees e os modelos matemaacuteticos e computacionais propostos quase sempre podem

ser utilizados diretamente como ferramentas de auxiacutelio agrave tomada de decisatildeo

12 Objetivos

Geral

A proposta desse trabalho eacute utilizar ferramentas de anaacutelise do sistema logiacutestico

na anaacutelise da cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute estudando um modelo de

localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees baseado em programaccedilatildeo matemaacutetica que incorpora

decisotildees de fluxo para auxiliar no planejamento estrutural da cadeia de produccedilatildeo do

Accedilaiacute no Paraacute Para chegar nesse resultado tem-se os seguintes objetivos especiacuteficos

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9

Especiacuteficos

bull Revisatildeo de trabalhos encontrados na literatura sobre a cadeia produtiva

do accedilaiacute no Paraacute

bull Levantamento de dados necessaacuterios para posterior validaccedilatildeo do modelo

1 Custos de produccedilatildeo do fruto localizaccedilatildeo dos spots de produccedilatildeo e sua

capacidade

2 Custos de processamento do fruto localizaccedilatildeo das induacutestrias de

beneficiamento e sua capacidade

3 Custos de transporte do fruto para os beneficiadores e da polpa de

accedilaiacute para o mercado nacional e internacional

4 Principais centros consumidores da polpa de accedilaiacute e sua demanda

bull Desenvolvimento do modelo matemaacutetico de localizaccedilatildeo de facilidades

13 Materiais e Meacutetodos

Este trabalho de conclusatildeo de curso eacute conduzido segundo o meacutetodo de

modelagemSimulaccedilatildeo Eacute um meacutetodo em que os modelos desenvolvidos satildeo

representaccedilotildees de operaccedilotildees que acontecem na realidade Cada modelo pressupotildee

variaacuteveis ligadas por relaccedilotildees de causa e efeito desenvolvidas dentro de um

determinado domiacutenio e que natildeo podem ser alteradas pelo pesquisador Essas variaacuteveis

podem ser fiacutesicas como posiccedilatildeo de inventaacuterio e taxa de utilizaccedilatildeo ou econocircmicas

como contribuiccedilatildeo ao lucro e custos (Betrand e Fransoo 2002) As variaacuteveis definidas

neste trabalho satildeo fiacutesicas

Os estudos de PO no geral seguem etapas caracteriacutesticas Na literatura haacute

variaccedilotildees quanto agrave denominaccedilatildeo e ao nuacutemero de etapas Segundo Hillier e Lieberman

(2006) apud Almeida (2010) haacute uma seacuterie de seis etapas usuais sugeridas para serem

utilizadas por equipes de PO para enfrentar problemas reais

1 Definir o problema de interesse e coletar dados

2 Formular um modelo matemaacutetico para representar o problema

3 Desenvolver um procedimento computacional a fim de derivar soluccedilotildees para

o problema a partir do modelo

4 Testar o modelo e aprimoraacute-lo conforme necessaacuterio

5 Preparar para a aplicaccedilatildeo contiacutenua do modelo conforme prescrito pela

gerecircncia

6 ImplementarNesse projeto de conclusatildeo de curso nos restringiremos agraves fases 1 e 2

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2 Visatildeo Geral

21 Agronegoacutecio

O termo agronegoacutecio ou agribusiness engloba os fornecedores de bens e

serviccedilos para a agricultura os produtores rurais os processadores os transformadores edistribuidores e todos os envolvidos na geraccedilatildeo e fluxo dos produtos de origem agriacutecola

ateacute o consumidor final Os agentes que afetam e coordenam o fluxo dos produtos tais

como o governo os mercados as entidades comerciais financeiras e de serviccedilos

tambeacutem satildeo parte do agronegoacutecio (Costa 2002)

A Associaccedilatildeo Brasileira de Agribusiness (ABAG apud Costa 2002) descreve as

funccedilotildees do agronegoacutecio em sete niacuteveis

a) suprimentos agrave produccedilatildeob) produccedilatildeo

c) transformaccedilatildeo

d) acondicionamento

e) armazenamento

f) distribuiccedilatildeo e

g) consumo

Por sua vez o termo lsquoagroinduacutestriarsquo natildeo deve ser confundido com agronegoacutecio

uma vez que o primeiro eacute uma parte do segundo De acordo com a ABAG apud Costa

2002 agroinduacutestria se aplicaria do niacutevel lsquosuprimentos agrave produccedilatildeorsquo ateacute

lsquoacondicionamento

Para Ramalho 1988 apud Silva 2004 a agroinduacutestria eacute caracterizada como

sendo o primeiro processamento da mateacuteria prima originada do setor agropecuaacuterio

tendo por mercado a exportaccedilatildeo e outras induacutestrias

Jaacute para Santana 2003 apud Silva 2004 agroinduacutestria eacute a empresa ou

organizaccedilatildeo que realiza o processamento industrial dos produtos agriacutecolas pecuaacuterios

florestais e extrativos oriundos do meio rural e de seus subprodutos e que planeja a

cadeia produtiva para frente identificando mercados canais de distribuiccedilatildeo logiacutestica de

transporte e clientes para os produtos do setor rural

Segundo Batalha apud Costa 2002 a literatura que trata do tema agroindustrial

no Brasil tem feito confusatildeo entre as expressotildees lsquoSistema Agroindustrialrsquo lsquoComplexo

Agroindustrialrsquo lsquoCadeia de Produccedilatildeo Agroindustrialrsquo e lsquoAgronegoacuteciorsquo Tais expressotildees

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12

se aplicam a diferentes objetivos cada uma delas reflete um niacutevel de anaacutelise do Sistema

Agroindustrial

Sistema Agroindustrial (SAI) eacute o conjunto de atividades que concorrem para a

produccedilatildeo de produtos agroindustriais desde a produccedilatildeo dos insumos (sementes adubos

maacutequinas agriacutecolas etc) ateacute a chegada do produto final (queijo polpas de frutas massas

etc) na mesa do consumidor Natildeo estaacute associado a qualquer mateacuteria-prima agropecuaacuteria

ou produto final especiacutefico (Batalha apud Rosa 2003) O SAI eacute composto por seis

conjuntos de atores agricultura pecuaacuteria e pesca induacutestrias agroalimentares

distribuiccedilatildeo agriacutecola e alimentar comeacutercio internacional consumidor induacutestrias e

serviccedilos de apoio (Costa 2002)

Complexo agroindustrial (CAI) tem como ponto de partida determinada mateacuteria-

prima A arquitetura de um complexo agroindustrial eacute tida pela ldquoexplosatildeordquo da mateacuteria-

prima principal que o originou segundo os diferentes processos industriais e comerciais

que ela pode sofrer ateacute se transformar em diferentes produtos finais A formaccedilatildeo de um

CAI exige a participaccedilatildeo de um conjunto de cadeias de produccedilatildeo cada uma delas

associada a um produto ou famiacutelia de produtos (Batalha apud Costa 2002)

Jaacute a cadeia de produccedilatildeo agroindustrial (CPA) eacute definida a partir da identificaccedilatildeo

de determinado produto final Apoacutes esta identificaccedilatildeo conveacutem ir encadeando de

jusante a montante as vaacuterias operaccedilotildees teacutecnicas comerciais e logiacutesticas necessaacuterias a

sua produccedilatildeo (Rosa 2003)

De acordo com Alves (1997) apud Costa (2002) a CPA pode ser segmentada

em trecircs macro-segmentos

a) Comercializaccedilatildeo representando as empresas que estatildeo em contato com o

cliente final da cadeia de produccedilatildeo e que viabilizam o consumo e o comeacutercio dos

produtos finais (supermercados mercearias restaurantes cantinas etc) Podem

ser incluiacutedas tambeacutem neste macro-segmento as empresas responsaacuteveis somentepela logiacutestica de distribuiccedilatildeo

b) Industrializaccedilatildeo representando as firmas responsaacuteveis pela transformaccedilatildeo das

mateacuterias-primas em produtos finais destinados ao consumidor O consumidor

pode ser uma unidade familiar ou uma agroinduacutestria

c) Produccedilatildeo de mateacuterias-primas reunindo as firmas que fornecem as mateacuterias-

primas iniciais para que outras empresas avancem no processo de produccedilatildeo do

produto final (agricultura pecuaacuteria pesca etc)

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13

Batalha apud Costa 2002 afirma que o termo agronegoacutecio deve vir

acompanhado de um delimitador O enfoque pode partir do mais global (agronegoacutecio

brasileiro) ao mais especiacutefico (agronegoacutecio da soja ou do suco de laranja)

211 Agronegoacutecio no Brasil

O Brasil eacute um dos liacutederes mundiais na produccedilatildeo e exportaccedilatildeo de vaacuterios produtos

agropecuaacuterios eacute o primeiro produtor e exportador de cafeacute accediluacutecar e suco de laranja

Lidera ainda o ranking das vendas externas de aacutelcool soja carne bovina carne de

frango e tabaco (Andriguetto et al 2008)

As projeccedilotildees indicam que o Brasil tambeacutem seraacute em pouco tempo o principal

poacutelo mundial de produccedilatildeo de algodatildeo e biocombustiacuteveis feitos a partir de cana-de-

accediluacutecar e oacuteleos vegetais Outros destaques satildeo milho arroz frutas frescas cacau

castanhas nozes aleacutem de suiacutenos e pescados (Andriguetto et al 2008)

O agronegoacutecio brasileiro emprega atualmente 177 milhotildees de trabalhadores

somente no campo e eacute hoje a principal locomotiva da economia brasileira respondendo

por 235 do Produto Interno Bruto (PIB) 36 das exportaccedilotildees totais e 37 dos

empregos brasileiros Nos uacuteltimos anos poucos paiacuteses tiveram crescimento tatildeo

expressivo no comeacutercio internacional do agronegoacutecio quanto o Brasil (Andriguetto et

al 2008)

Ao mesmo tempo em que se expande o agronegoacutecio brasileiro sofre um

processo crescente de integraccedilatildeo ao mercado com mudanccedilas em suas estrateacutegias de

produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo Segundo Alves apud Costa 2002 isso acontece devido ao fato

de que haacute um aumento na preocupaccedilatildeo com a qualidade dos alimentos Aleacutem disso os

produtores tecircm procurado ampliar a sua linha de produtos com maior valor agregado e

adequar suas formas organizacionais agraves necessidades do mercado que estaacute aquecido

devido agrave presenccedila de novos haacutebitos de consumo alimentar (Costa 2002)Todos os fatores acima descritos vecircm forccedilando os produtores agriacutecolas a

tentarem reduzir custos de produccedilatildeo e de distribuiccedilatildeo Dessa forma a competitividade

no setor agroindustrial depende cada vez mais da sua inserccedilatildeo na cadeia de suprimento

a reduccedilatildeo de custos unitaacuterios e o aumento da produtividade global do setor demandam

maior ecircnfase em tecnologias de poacutes-colheita e de processamento em fatores que afetam

os tempos e custos de transporte e armazenamento e ainda em serviccedilos de apoio que

agilizem a movimentaccedilatildeo fiacutesica dos produtos e o acesso a informaccedilotildees relacionadas aosnegoacutecios (Costa 2002)

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O Brasil eacute um dos trecircs maiores produtores de frutas do mundo ficando somente

atraacutes da China e Iacutendia representando cerca de 5 da produccedilatildeo mundial Sua produccedilatildeo

superou 40 milhotildees de toneladas em 2008 (Agecircncia Sebrae 2009) A proacutexima seccedilatildeo

discutiraacute brevemente a agroinduacutestria de frutas no paiacutes

212 Agroinduacutestria de frutas no Brasil

Embora seja um dos maiores exportadores de frutas do mundo a carecircncia em

marketing do setor frutiacutecola dificulta a expansatildeo comercial da fruta brasileira uma vez

que existe baixo conhecimento da maioria das frutas tropicais no mercado internacional

Apesar disso nos uacuteltimos 14 anos o Brasil aumentou em mais de 11 vezes as

exportaccedilotildees de frutas frescas passando de US$ 54 milhotildees no iniacutecio da deacutecada de 1990

para mais de US$ 642 milhotildees no ano de 2007 (919 mil toneladas) Somando-se as

frutas secas e castanhas de caju foram exportadas um milhatildeo de toneladas equivalente

a US$ 9677 milhotildees (Andriguetto et al 2008)

Jaacute o processamento de sucos de fruta estaacute em franca expansatildeo ocupando papel

de relevacircncia no agronegoacutecio mundial com destaque para os paiacuteses em

desenvolvimento que satildeo responsaacuteveis pela metade das exportaccedilotildees mundiais A

demanda atual eacute crescente para sucos e polpas de frutas tropicais principalmente de

abacaxi maracujaacute manga e banana que satildeo responsaacuteveis pela maioria das exportaccedilotildees

(Andriguetto et al 2008)

Poreacutem desde meados da deacutecada de 90 a polpa de accedilaiacute ganhou espaccedilo na miacutedia

nacional e internacional aumentando a demanda do produto como estaacute exposto na

Tabela 1 A conversatildeo do fruto em polpa eacute em meacutedia de 223 kg de frutos para 10 kg

de polpa

Tabela 1 Balanccedilo entre oferta de frutos e demanda de polpa de accedilaiacute do Estado do Paraacute no periacuteodode 2001 a 2005 Fonte (Santana et al 2006)

Demanda de polpa e vinho de accedilaiacute

Ano

Ofertade frutode accedilaiacute

(t)

Oferta depolpa

aproximada

Mercado do

Paraacute (t)

Mercadonacional

(t)

MercadoInternacional

(t)

DemandaTotal(t)

2001 118302 53050224 117843 8527 395 126765

2002 364879 163622870 130559 11231 1060 142850

2003 392130 175843049 163615 22597 2119 188331

2004 454071 203619283 177102 29636 3622 210360

2005 505094 226499552 204730 47098 5138 256966

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15

A expansatildeo gradativa do mercado de frutas processadas tem se caracterizando

por uma seacuterie de fatores dentre os quais a preocupaccedilatildeo de consumidores com a sauacutede o

que resulta em aumento da procura e consumo de produtos naturais com pouco ou

nenhum aditivo quiacutemico A quantidade exportada de sucos de frutas em 2007 foi de

237 milhotildees de doacutelares relativos a 216 milhotildees de toneladas sendo 5126 maior que

em 2006 e 100 maior que em 2005(Andriguetto et al 2008)

Segundo Barros apud Silva 2004 as polpas de frutas mostram-se como uma

oportunidade para o Brasil pois existe o potencial de se transformar no novo produto

que ampliaraacute a participaccedilatildeo brasileira no setor externo No Brasil um caso em grande

expansatildeo que merece atenccedilatildeo eacute a agroinduacutestria do accedilaiacute no Estado do Paraacute responsaacutevel

pela produccedilatildeo de 95 do fruto (Silva 2004) A Tabela 2 no proacuteximo toacutepico mostra o

crescimento da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute

Na proacutexima seccedilatildeo apresentamos uma descriccedilatildeo sucinta da agroinduacutestria de

frutas tropicais no Paraacute

213 Agroinduacutestria de frutas no Paraacute

A regiatildeo Norte reuacutene condiccedilotildees favoraacuteveis para o desenvolvimento das

agroinduacutestrias de frutas pois apresenta grande variedade de fruteiras extrativas proacuteprias

da regiatildeo e solo e clima que permitem a exploraccedilatildeo de fruteiras tiacutepicas de aacutereas tropicais

(Silva 2006)

O Paraacute aparece como um dos maiores produtores brasileiros de frutas da uacuteltima

deacutecada destacando-se pelas produccedilotildees de abacaxi banana coco e laranja e em menor

escala de maracujaacute mamatildeo limatildeo e acerola aleacutem das frutas regionais (exoacuteticas) como

o accedilaiacute bacuri cupuaccedilu taperebaacute e muruci que a cada ano ganham mais mercado o que

favorece os empreendimentos do setor frutiacutecola(Silva 2004)

O Estado do Paraacute eacute hoje responsaacutevel por 95 da produccedilatildeo de accedilaiacute no Brasil edevido a sua importacircncia cultural o accedilaiacute transformou-se atraveacutes de lei na bebida e fruta

siacutembolo do estado do Paraacute e agora passou a ser priorizado como produto econocircmico

capaz de gerar renda para a populaccedilatildeo local e divisas para o paiacutes (Andrade et al 2008)

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Tabela 2 Evoluccedilatildeo da aacuterea colhida produccedilatildeo rendimento e preccedilo do accedilaiacute no Estado do Paraacute 1996 a2009

Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute

ANOAacuteREA

PLANTADA

(haacute)

AacuteREACOLHIDA

(haacute)

QUANTIDADECULTIVADA ( t )

QUANTIDADEEXTRATIVA ( t )

QUANTIDADETOTAL

PRODUZIDA ( t )

RENDIMENTO(thaacute)

PRECcedilO(R$t)

1996 1054 10366 103698 114064 9835 469791997 933 7913 92021 99934 8481 350841998 852 7278 110557 117835 8542 412271999 690 4662 107663 112325 6757 472862000 727 5207 112676 117883 7162 499352001 627 4558 113744 118302 7270 558992002 16115 242557 122322 364879 15052 642082003 3097 18479 257282 134848 392130 13923 686982004 8593 26671 363428 90643 454071 13626 699962005 6297 34203 415921 89173 505094 12160

2006 8041 49455 472040 88551 560591 95452007 5249 51545 497591 93788 591379 96542008 59202 59202 581290 100202 681492 98192009 61814 61814 604805 104354 709159 9784

A induacutestria de suco e polpa de frutas regionais para exportaccedilatildeo teve como

pioneira a Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-Accedilu (CAMTA) fundada no ano de

1949 Em 1988 foi concluiacuteda a faacutebrica de sucos da Associaccedilatildeo de Fomento Agriacutecola de

Tomeacute-Accedilu (ASFATA) fundada em 1981 que passou para a administraccedilatildeo da CAMTA

em 1991 A agroinduacutestria de sucos e concentrados de frutas regionais foi uma das que

mais cresceu nos uacuteltimos dez anos (Homma 2003)

O Estado do Paraacute possui hoje cerca das 140 empresas produtoras de polpa de

frutas distribuiacutedas em todo o estado poreacutem as regiotildees Metropolitana de Beleacutem e

Nordeste Paraense concentram cerca de 82 do total das unidades (Brasil apud Silva

2004) Entretanto a mesorregiatildeo do Marajoacute eacute a que concentra a maior produccedilatildeo de

fruto detendo cerca de 80 da produccedilatildeo Para melhor visualizaccedilatildeo veja a Figura 1

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Figura 1Mesorregiotildees do Estado do Paraacute Fonte Silva 2004

No primeiro semestre de 2004 a produccedilatildeo exportada do mix de polpa de frutas

atingiu o valor de US$ 504 milhotildees com uma evoluccedilatildeo de 2447 em relaccedilatildeo ao

mesmo periacuteodo de 2003 Desse total apenas 75 da produccedilatildeo de polpa de frutas

regional foi exportado para os Estados Unidos e alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeacuteia e

Aacutesia o maior percentual de exportaccedilatildeo (755) ficou com o mercado nacional e o

restante (17) foi absorvido pelo mercado local (Santana apud Silva2004)A agroinduacutestria de frutas destaca-se como uma atividade estrateacutegica para o

desenvolvimento de regiotildees produtoras na aacuterea de fruticultura uma vez que tem elevada

capacidade de gerar emprego e renda e criar uma demanda estaacutevel para a produccedilatildeo de

frutas jaacute que apresenta um grande potencial de agregaccedilatildeo de valor aos produtos

primaacuterios a partir do processamento e elaboraccedilatildeo de sucos polpas e doces aleacutem de

promover a induccedilatildeo e difusatildeo de tecnologia no meio rural (Silva 2006)

Por sua vez o accedilaiacute lidera o mercado da fruticultura nacional a exportaccedilatildeo chegaa 500 mil toneladasano O crescimento do interesse nacional e internacional pelo suco

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do fruto entretanto fez com que o preccedilo do produto aumentasse para o consumidor

(SAGRI 2010)

22 O Accedilaiacute

221 O accedilaizeiro

O accedilaizeiro ( Euterpe oleracea Mart) planta pertencente agrave ordem dos Arecales

ao gecircnero Euterpe da famiacutelia Palmae eacute uma palmeira nativa da Amazocircnia abundante

nas aacutereas de vaacuterzeas da regiatildeo Para os nativos essa palmeira representa uma importante

fonte natural de recursos Poullet apud Padilha et al afirma que o accedilaiacute eacute um dos

produtos mais importantes da vida alimentar e cultural da populaccedilatildeo regional Rogez

apud Padilha et al(2000) por sua vez considera o accedilaizeiro a palmeira mais produtiva

do ecossistema que abriga a populaccedilatildeo do delta do Amazonas

Os accedilaizais nativos nas aacutereas de vaacuterzeas satildeo encontrados no estuaacuterio dos rios

Tocantins Paraacute e Amazonas Nas vaacuterzeas o manejo dos accedilaizais nativos tem

promovido a derrubada verde sem queima para construccedilatildeo de canais para facilitar a

drenagem da aacutegua inundada com grande movimentaccedilatildeo de canoas e barcos para o

transporte de frutos com seacuterias consequumlecircncias para flora e fauna (Homma et al 2006)

O manejo consiste em aumentar a populaccedilatildeo de accedilaizeiros que ocorrem

naturalmente na floresta de vaacuterzea Com essa teacutecninca a produtividade do accedilaizeiro

dobra de 42 tha para 84 tha de frutos Baseia-se na eliminaccedilatildeo das plantas de espeacutecies

arbustivas e arboacutereas de baixo valor comercial cujos espaccedilos livres satildeo ocupados por

plantas de accedilaizeiros oriundas de sementes que germinam espontaneamente de mudas

preparadas ou transplantadas das proximidades e por outras espeacutecies produzidas

especialmente para esse fim (Embrapa)

A vantagem da teacutecnica de manejo eacute que natildeo exige investimento em infra-

estrutura consistindo na realizaccedilatildeo das seguintes praacuteticas limpeza da aacuterea (roccedilagem davegetaccedilatildeo de menor porte e eliminaccedilatildeo de parte das aacutervores maiores) desbastes dos

perfilhosestipes das touceiras de baixo vigor vegetativo preparoaquisiccedilatildeo e plantio de

mudas de accedilaizeiros frutiacuteferas e florestais manutenccedilatildeo do accedilaizal (Embrapa)

A importacircncia socioeconocircmica do accedilaizeiro decorre do seu enorme potencial de

aproveitamento integral de mateacuteria-prima O principal aproveitamento eacute a extraccedilatildeo do

accedilaiacute mas as sementes (caroccedilos) do accedilaizeiro satildeo aproveitadas no artesanato e como

adubo orgacircnico A planta fornece ainda um oacutetimo palmito e as suas folhas satildeo utilizadaspara cobertura de casas dos habitantes do interior da regiatildeo (Homma 2006) De acordo

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com Padilha et al existe ainda um outro uso uma vez que a a produccedilatildeo de polpa varia

em torno de apenas 5 a 15 do volume do fruto haacute uma grande quantidade de resiacuteduos

gerados no processamento que pode ser empregado para geraccedilatildeo de energia teacutermica e

eleacutetrica

Poreacutem para a populaccedilatildeo ribeirinha a possibilidade mais lucrativa proporcionada

pelo accedilaizeiro eacute a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de seu fruto in natura A produccedilatildeo de

frutos para o mercado local eacute uma atividade de baixo custo e de excelente rentabilidade

econocircmica (Homma 2006)

222 O fruto

O accedilaiacute ateacute o final do seacuteculo XX era considerado um produto da alimentaccedilatildeo

baacutesica das populaccedilotildees ribeirinhas e das camadas de baixa renda dos centros urbanos da

economia Amazocircnica onde eacute consumido com farinha de mandioca e peixe entre

outros A produccedilatildeo do accedilaiacute era ateacute entatildeo predominantemente extrativista objetivando o

consumo domeacutestico com pouca venda de excedente (Santana et al 2006)

No entanto desde meados da deacutecada de 90 as academias de ginaacutestica

descobriram o fruto e seu alto valor energeacutetico o que fez com que o accedilaiacute ganhasse

espaccedilo na miacutedia nacional e internacional A demanda do produto aumentou entatildeo

intensamente uma vez que as camadas de maior poder aquisitivo tambeacutem passaram a

consumiacute-lo (Santana et al 2006)

Este aumento pode ser atribuiacutedo agraves propriedades nutricionais e valor caloacuterico do

accedilaiacute uma vez que eacute um alimento rico em proteiacutenas fibras lipiacutedios vitamina E e

minerais como manganecircs cobre boro e cromo Aleacutem disso o accedilaiacute possui um elevado

teor de pigmentos antocianinas que satildeo beneacuteficos agrave sauacutede pois favorecem a circulaccedilatildeo

sanguumliacutenea e protegem o organismo contra a arteriosclerose (Alexandre et al2004)

A demanda pelo accedilaiacute estaacute em alta o produto tem boas possibilidades demercado principalmente no Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia Goiaacutes e na Regiatildeo

Nordeste No Rio de Janeiro o accedilaiacute eacute oferecido nas praias e se tornou muito popular

entre os adeptos da cultura da sauacutede e entre os frequumlentadores de academias Eacute

tambeacutem vendido diretamente ao consumidor e comeccedila a ganhar popularidade entre os

nativos e turistas Eacute estimado que no Rio de Janeiro sejam consumidas 500

toneladasmecircs em Satildeo Paulo 150 toneladasmecircs e outros Estados somam 200

toneladasmecircs Nesses locais em alguns pontos de venda o que se consome eacute o accedilaiacute

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fino que misturado com outros produtos perde o gosto o odor e ateacute o valor caloacuterico da

fruta (Homma 2006)

Em 2000 iniciou-se a exportaccedilatildeo de polpa congelada de accedilaiacute para os Estados

Unidos e para a Itaacutelia Esse mercado externo cresceu 20 ao ano de 2003 a 2006 com a

comercializaccedilatildeo do accedilaiacute concentrado em latas e com a popularizaccedilatildeo da mistura com

diversas outras frutas feitas em academias de ginaacutestica (Homma 2006)

A partir de 2002 observou-se o aumento da aacuterea colhida com accedilaiacute que se

manifesta num salto de 16115 ha (2002) para 26671 ha (2004) ou seja uma taxa de

crescimento de 6550 num periacuteodo de trecircs anos (Santana et al 2006)

Essa significativa taxa meacutedia de crescimento da aacuterea colhida do accedilaiacute pode

significar uma resposta dos produtores ao crescimento da demanda pelo fruto do accedilaiacute

nos uacuteltimos anos De fato o crescimento da demanda regional nacional e mesmo

internacional do accedilaiacute pode estar induzindo os produtores rurais a aumentarem aacuterea

plantada do accedilaiacute A expansatildeo da aacuterea colhida indica o grande interesse dos produtores

rurais quanto agrave necessidade da formaccedilatildeo de uma base produtiva de cultivo do accedilaiacute como

condiccedilatildeo baacutesica para a atraccedilatildeo de agroinduacutestrias de processamento (Santana et al

2006)

Assim crecirc-se que estaacute em curso uma mudanccedila do padratildeo agriacutecola da fruticultura

do Paraacute de uma base produtiva extrativa para uma base produtiva de cultivo Poreacutem

uma mudanccedila desse tipo requer uma seacuterie de adaptaccedilotildees de natureza agronocircmica

sobretudo quanto ao controle de pragas e doenccedilas que podem se manifestar nos cultivos

de grande escala(Santana et al 2006)

O crescimento do mercado de polpa do fruto de accedilaiacute tem induzido tambeacutem o

plantio em terra firme (Homma et al 2006) e a implantaccedilatildeo de plantas industriais para

realizar o processamento ou as agroinduacutestrias existentes introduziram o accedilaiacute na linha

de produccedilatildeo visando atender aos mercados externo e interno (Santana et al 2006)O plantio de accedilaizeiro em terra firme apresenta excelente alternativa para a

recuperaccedilatildeo de aacutereas desmatadas como tambeacutem para reduzir a pressatildeo sobre o

ecossistema de vaacuterzea que eacute mais fraacutegil Aleacutem disso o plantio em terra firme apresenta

a vantagem de facilitar o transporte rodoviaacuterio e o beneficiamento sem depender do

transporte fluvial mais lento (Santana et al 2006)

O processamento ou seja as atividades de lavagem pasteurizaccedilatildeo

congelamento e desidrataccedilatildeo em escala industrial tem como vantagens melhorar a

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higiene e a qualidade do produto reduzindo ao maacuteximo os riscos de contaminaccedilatildeo

microbioloacutegica (Homma et al 2006)

O processo de obtenccedilatildeo da polpa de accedilaiacute consiste em imergir o fruto em aacutegua

morna por tempo determinado a fim de amolecer o mesocarpo antes do despolpamento

Apoacutes o amolecimento o despolpamento eacute realizado com o auxiacutelio de maacutequinas

mecacircnicas eleacutetricas ou manualmente com ou sem adiccedilatildeo de aacutegua Em seguida o

produto obtido passa por uma peneira de forma a obter a polpa para consumo

(Alexandre et al2004)

Os produtos obtidos do fruto do accedilaiacute satildeo classificados de acordo com a adiccedilatildeo

ou natildeo de aacutegua e seus quantitativos ou seja a porcentagem de soacutelidos totais Assim os

produtos incluem

bull polpa de accedilaiacute polpa extraiacuteda sem adiccedilatildeo de aacutegua e sem filtraccedilatildeo

bull accedilaiacute grosso ou especial polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

com soacutelidos totais acima de 14

bull accedilaiacute meacutedio ou regular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

com soacutelidos totais entre 11 e 14

bull accedilaiacute fino ou popular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

apresentando soacutelidos totais entre 8 e 11 (Alexandre et al2004)

O accedilaiacute eacute altamente pereciacutevel o seu tempo maacuteximo de conservaccedilatildeo mesmo sob

refrigeraccedilatildeo eacute de 12 horas O fator responsaacutevel por esta alta perecibilidade eacute a elevada

carga microbiana juntamente com a degradaccedilatildeo enzimaacutetica responsaacuteveis pelas

alteraccedilotildees de cor e aparecimento do sabor azedo Atualmente a conservaccedilatildeo da polpa

de accedilaiacute eacute feita pelo processo de congelamento (Alexandre et al2004)

223 Agroinduacutestrias

Tendo como marco referencial a entrada em funcionamento da faacutebrica de

beneficiamento de polpa de frutas da CAMTA em 1991 a agroinduacutestria de frutas do

Estado do Paraacute teve um grande crescimento a partir da deacutecada de 90 As primeiras frutas

que tiveram seu processo de beneficiamento foram o maracujaacute cupuaccedilu e acerola

Posteriormente foram incluiacutedas a laranja accedilaiacute graviola carambola goiaba cajaacute

manga bacuri muruci e abacaxi (Homma 2002)

A Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-accediluacute ndash CAMTA destacava-se como uma

das principais compradoras dos consoacutercios produtores de accedilaiacute da regiatildeo negociando

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preccedilos diferentes entre os municiacutepios Estas negociaccedilotildees acirravam a concorrecircncia entre

os produtores e consequumlentemente deixava os preccedilos abaixo do mercado Esta praacutetica

prejudicava igualmente a todos os produtores (Homma 2002)

Nesse contexto a FASEAmazocircnia exerceu papel fundamental suscitando as

discussotildees sobre a criaccedilatildeo de um consoacutercio de produtores que pudessem negociar como

as empresas processadoras do fruto produccedilatildeo em escala ampliada a preccedilos melhores e

mais estaacuteveis (Soares e Costa 2005) A FASE eacute uma organizaccedilatildeo natildeo governamental

sem fins lucrativos que atua em seis estados brasileiros e tem sua sede nacional no Rio

de Janeiro Desde suas origens esteve comprometida com o trabalho de organizaccedilatildeo e

desenvolvimento local comunitaacuterio e associativo (FASE 2010)

Em 2000 o consoacutercio foi estruturado entre os municiacutepios de Abaetetuba

Barcarena Igarapeacute-Miri e Cametaacute (Soares e Costa 2005)

Em Abaetetuba a principal organizaccedilatildeo eacute a Cooperativa de Fruticultores de

Abaetetuba ndash COFRUTA Em Barcarena como a Associaccedilatildeo dos Batedores de Accedilaiacute de

Barcarena ndash COOPBAB e entidades parceiras com o STR ndash Barcarena Cooperativa da

Colocircnia de Pesca Z-13 e Associaccedilatildeo de Trabalhadores Rurais do Arapajoacute Em Cametaacute

com a Cooperativa de Resistecircncia de Cametaacute ndash CART e entidades parceiras como STR

ndash Cametaacute Colocircnia de Pescadores Z-16 e Associaccedilatildeo de Preservaccedilatildeo do Meio Ambiente

e Igarapeacute-Miri com a Associaccedilatildeo Mutiratildeo dos Trabalhadores Rurais de Igarapeacute-Miri

como as entidades parceiras como a Associaccedilatildeo de Mulheres de Igarapeacute-Miri

Associaccedilatildeo Boa esperanccedila STR ndash Igarapeacute-Miri e AMPRISA Em 2003 o nuacutemero total

de famiacutelias envolvidas no consoacutercio chegou a 919 (Soares e Costa 2005)

Apoacutes a delimitaccedilatildeo das organizaccedilotildees e parcerias para fornecimento do fruto

estas organizaccedilotildees passaram a negociar sua produccedilatildeo em conjunto atraveacutes do consoacutercio

e com preccedilos igualmente vantajosos para todas as entidades O volume comercializado

aumentou significativamente principalmente em funccedilatildeo da popularizaccedilatildeo do frutoaumentando tambeacutem o nuacutemero de empresas processadoras na regiatildeo Atualmente

comercializam com o consoacutercio a Sambazon Fly CAMTA Amazon Fruit Accedilaiacute Brasil

e Amazon Drink(Soares e Costa 2005)

A SAMBAZON destaca-se uma vez que tem exportado o fruto para o mercado

americano e estabelecendo contratos baseado no chamado mercado ldquojustordquo Com a

ampliaccedilatildeo da exportaccedilatildeo e as exigecircncias do mercado americano houve a necessidade de

reconhecimento do accedilaiacute enquanto produto agroecoloacutegico de origem orgacircnica jaacute que suaproduccedilatildeo natildeo utiliza insumos quiacutemicos Em 2003 a agecircncia de certificaccedilatildeo Guaranteed

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Organic Certification Agency ndash GOCA entregou a certificaccedilatildeo as cooperativas e

associaccedilotildees (Soares e Costa 2005)

A SAMBAZON estabeleceu contrato com as organizaccedilotildees para que o primeiro

certificado fosse pago por ela e posteriormente a renovaccedilatildeo ficaria sob

responsabilidade das proacuteprias organizaccedilotildees Segundo Sobrinho 2005 apud Soares e

Costa 2005 no periacuteodo de agosto de 2004 a janeiro de 2005 o preccedilo meacutedio por

tonelada pago aos produtores no comeacutercio justo superou em 25 os preccedilos correntes

praticados pelos atravessadores na regiatildeo (Soares e Costa 2005)

O percurso do accedilaiacute da propriedade ateacute a pedra do municiacutepio eacute feito de barco e eacute

de responsabilidade da cooperativa tais gastos satildeo incluiacutedos integralmente no custo do

produto Poreacutem os gastos com transporte da pedra do municiacutepio ateacute a empresa

processadora satildeo assumidos pela empresa processadora (Soares e Costa 2005)

Os gastos com transporte satildeo proporcionais ao tempo de viagem do setor ateacute a

pedra do municiacutepio As menores distacircncias encontradas entre os setores e a ldquopedrardquo

encontram-se em Barcarena e as maiores distacircncias em Cametaacute (Soares e Costa 2005)

Dessa forma os preccedilos praticados em Barcarena satildeo altos por sua proximidade

com Beleacutem que tem mercado consumidor praticamente garantido E em Cametaacute os

preccedilos praticados satildeo geralmente abaixo da meacutedia dos outros municiacutepios pela maior

distancia (Soares e Costa 2005)

Estima-se que 70 a 80 da polpa de accedilaiacute vendidas no Paiacutes satildeo produzidas no

Paraacute e os maiores compradores satildeo Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia e alguns Estados

do Nordeste

Sabe-se que as induacutestrias processadoras se concentram nas mesorregiotildees

Nordeste Paraense e Metropolitana de Beleacutem Somente em Beleacutem existem 3 mil pontos

de venda de accedilaiacute (Homma 2002) A Figura 2 e a Figura 3 representam as regiotildees do

Nordeste paraense e Metropolitana de Beleacutem respectivamente

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Figura 2 Microrregiotildees do Nordeste paraense Fonte Silva 2004

Figura 3 Mesorregiatildeo metropolitana de Beleacutem Fonte Silva 2004

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A razatildeo para que as duas mesorregiotildees sejam detentoras de maior percentual de

induacutestrias eacute no caso das empresas que fazem mais de um tipo de produto a

proximidade do principal mercado consumidor Beleacutem do Paraacute que vem se habituando

a consumir algumas polpas de frutas amazocircnicas e outras frutas regionais e tropicais na

forma congelada adquiridas nas redes de supermercados sobretudo na entressafra No

caso das empresas uniproduto satildeo as vias de acesso facilitada atraveacutes da BR316 que

interliga as duas mesorregiotildees paraenses com o resto do Paiacutes e assim escoam a

produccedilatildeo da polpa congelada especialmente do accedilaiacute (Silva 2004)

A polpa congelada e mais recentemente a exportaccedilatildeo sob a forma desidratada

ou seja o poacute e sucos pasteurizados apresentam tendecircncias de crescimento e vem

influenciando os produtores do Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins mais precisamente

dos municiacutepios de Cametaacute Igarapeacute-Miri Abaetetuba e Barcarena que neste processo

representam os fornecedores da mateacuteria-prima para as empresas beneficiadoras do

produto que alcanccedilaram o mercado internacional consumidor( Andrade et al2008)

A regiatildeo eacute grande produtora e consumidora de accedilaiacute A cidade de Igarapeacute-Miri

conquistou o tiacutetulo de ldquoCapital Mundial do Accedilaiacuterdquo Ainda a produccedilatildeo desta regiatildeo eacute

reconhecida por ser de alta qualidade seja no rendimento na produccedilatildeo e no sabor da

fruta Os principais produtos ou grupo de produtos gerados pela atividade da fruticultura

no Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins no estado do Paraacute satildeo polpas de frutas como

cupuaccedilu maracujaacute taperebaacute abacaxi e accedilaiacute in natura sendo este uacuteltimo o de maior

importacircncia econocircmica e de maior quantidade de produccedilatildeo (Andrade et al 2008)

A produccedilatildeo dos principais municiacutepios em 2008 pode ser vista na Tabela 3

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Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico daProduccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008

MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)

MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)

2008 2008

TOTAL GERAL581290

IGARAPEacute-MIRI 153000 TAILAcircNDIA 1253

ABAETETUBA 131250 ITUPIRANGA 1200

CAMETAacute 40544 NOVA ESP DO PIRIAacute 1200

ACARAacute 39600 BAIAtildeO 1000

LIMOEIRO DO AJURU 35040 NOVO REPARTIMENTO 1000

BUJARU 30955 PORTO DE MOZ 1000

TOMEacute ACcedilU 24000 ALMEIRIM 720

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 21384 CASTANHAL 634

PONTA DE PEDRAS 14991 VIGIA 500

OEIRAS DO PARAacute 14000 SANTA MARIA DO PARAacute 480

MOJU 12185 BAGRE 420

BARCARENA 12000 ANAPU 390

TUCURUIacute 11500 IGARAPEacute-ACcedilU 300

SANTA ISABEL DO PARAacute 6200 MARACANAtilde 275

PORTEL 4800 ALTAMIRA 240

CURRALINHO 3000 CAPITAtildeO POCcedilO 187

GURUPAacute 2812 PACAJAacute 180

SANTO ANTOcircNIO DO TAUAacute 2500 PRAINHA 156IRITUIA 2340 S FRANCISCO DO PARA 120

BREU BRANCO 1800 NOVO PROGRESSO 100

CACHOEIRA DO ARARI 1540 VISEU 60

BREVES 1500 MEDICILAcircNDIA 50

S SEBASTIAtildeO DA BVISTA 1500 FARO 28

MUANAacute 1332 AUGUSTO CORREA 24

O arranjo produtivo de polpa de frutas paraense eacute heterogecircneo em tamanho com

predominacircncia de microempresas em tecnologia de modo que apenas oito empresaspossuem tecnologia de pasteurizaccedilatildeo na diversificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo de produto a

maioria das empresas processa apenas accedilaiacute e ainda no grau de inserccedilatildeo nos mercados

local nacional e internacional (Santana et al 2006)

O principal produto industrial eacute a polpa de accedilaiacute pasteurizada eou congelada Em

menor escala existem os blends que eacute o accedilaiacute misturado com guaranaacute banana morango

e etc accedilaiacute em poacute geleacuteia licor vinho neacutectar suco bombons sorvetes cafeacute etc

(Santana et al 2006)

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224 Dificuldades das agroinduacutestrias

Silva em seu trabalho O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das

agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute 2004 fez um levantamento das

dificuldades que as empresas enfrentam Os entrevistados principalmente das empresas

que soacute produzem a polpa de accedilaiacute afirmam que caso dispusessem de cacircmaras de

congelamento e armazenamento e pasteurizadores natildeo haveria necessidade de sair do

Estado do Paraacute no periacuteodo da entressafra (coincidente com o veratildeo do Sudeste e Sul do

Brasil e com o periacuteodo de feacuterias e carnaval quando haacute elevaccedilatildeo da demanda de polpa de

accedilaiacute) pois teriam produtos em estoque originando mais receitas empregos e tributos

em acircmbito estadual ainda seriam mais competitivas pois ldquovecircem o accedilaiacute do Paraacute como

imbatiacutevel no mercadordquo

Os entrevistados por Silva 2004 citaram tambeacutem suas necessidades de

qualificaccedilatildeo de matildeo-de-obra nas aacutereas de produccedilatildeo manipulaccedilatildeo de alimentos e

administrativa Outra dificuldade enfrentada pelas empresas de polpa de frutas do

Estado do Paraacute eacute a falta de uma interaccedilatildeo mais permanente com o sistema de creacutedito

pois do total de empresas entrevistadas 769 natildeo obtiveram creacutedito de curto prazo

(capital de giro) nos uacuteltimos cinco anos e 50 tambeacutem natildeo obtiveram creacutedito ou

financiamento de longo prazo (projeto incentivado creacutedito para investimento como a

compra de equipamentos e outros) ou seja natildeo acessaram recursos por um periacuteodo

maior do que trecircs anos

Andrade et al 2008 afirmam que os gargalos da produccedilatildeo de polpa de accedilaiacute estatildeo

relacionados ao desempenho na aacuterea da gestatildeo principalmente para a melhoria das

habilidades de negociaccedilatildeo e teacutecnicas de venda pois o processo de comercializaccedilatildeo

nestes municiacutepios ainda eacute bastante complexo sendo considerado como um dos

principais entraves junto agrave falta de recursos dos produtores Destacam-se tambeacutem as

dificuldades de infra-estrutura no transporte que inviabilizam em muito o intuito de seatingir um bom planejamento da produccedilatildeo

Limal et al 2008 tambeacutem ressalta problemas logiacutesticos poreacutem relacionados ao

do produtor de accedilaiacute para as induacutestrias Para os autores a logiacutestica eacute bastante deficitaacuteria

uma vez que a venda do produto depende em grande escala das embarcaccedilotildees que

fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos do frete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores

Tais fatores encarecem o custo do produto que recai sobre o consumidor

Segundo informaccedilotildees obtidas em pesquisa de campo o transporte fluvial eacuterealizado pelas embarcaccedilotildees dos proacuteprios ribeirinhos ndash aqueles que tiverem condiccedilotildees

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29

23 Logiacutestica

De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de

planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de

mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde

o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias

dos clientes (CSCMP2010)

A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do

transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto

procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)

Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees

praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de

entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se

concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da

rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees

possiacuteveis (Bowersox et al (2001)

Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes

questotildees

bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao

cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por

exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta

definiccedilatildeo

bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais

baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o

nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de

atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas

instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de

centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado

tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e

programaccedilatildeo de transportadores

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30

Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o

serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo

possiacutevel

Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por

uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a

montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal

de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto

passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele

condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a

partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais

estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos

Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer

deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela

movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para

suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da

produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o

mercado consumidor

A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs

aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a

distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas

referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais

e produtos (Costa 2002)

Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais

devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de

suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em

termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da

qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda

determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos

e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas

e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)

Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor

nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede

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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades

de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de

mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)

Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias

em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades

tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de

veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees

Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de

facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de

facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)

Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda

estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem

nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto

neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de

hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo

possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo

puramente extrativista

232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional

O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees

geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios

entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de

transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de

transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)

De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades

envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos

de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo

Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos

por quais facilidades para minimizar o custo total

Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa

Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote

e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura

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33

Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al

(2008) eacute utilizado no estudo

O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de

lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na

Figura 4

Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)

No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam

para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou

armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados

Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com

pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que

manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas

Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que

o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao

cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais

adequados

A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que

as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste

trabalho de conclusatildeo de curso

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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de

facilidades

O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de

diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes

espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui

manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e

estoque de produtos

Notaccedilotildees utilizadas no modelo

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW

LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k

isin LP

P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P

LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento

LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta

LP c e LP o satildeo definidos analogamente

Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada

capacidade do armazeacutem j no tempo t

capacidade da planta k no tempo t

Tem-se ainda

demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t

Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso

definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das

facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque

Para isin LW

o e isin T

custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T

Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo e fechamento

Para isin LW c

custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento

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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP

custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no

periacuteodo t

custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t

custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo

t+1

custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i

Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)

Para isin LW o e isin T

= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c

= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento

= 0 caso contraacuterio

eacute definido analogamente

Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j

no periacuteodo t

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k

no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i

periacuteodo t

estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t

Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda

≔ 1 991270 isin LW o

991270 isin

LW c

Funccedilatildeo Objetivo

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Min =

isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)

Sujeito a

+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)

isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)

leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)

+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)

le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)

isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)

isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)

0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)

isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)

A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que

os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e

que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de

produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1

(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de

produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave

parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t

enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute

existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo

As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de

plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o

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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver

pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento

A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e

(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo

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PampE

A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca

investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da

Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo

MEP e ITP

O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)

possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37

ou 38 induacutestrias

Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos

mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que

apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada

O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90

estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo

(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o

fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos

Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega

ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros

ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da

bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria

A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador

individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra

clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a

Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a

Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO

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ITS e ITT

Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento

bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola

Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo

incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para

fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que

comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)

que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)

produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute

Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual

proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada

Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos

de bebida agrave base de accedilaiacute

No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com

qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no

Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos

32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo

matemaacutetico

Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com

pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute

para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos

simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por

exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados

histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da

demanda

a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas

Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi

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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute

cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo

porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m

um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para

as cidades

Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se

como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a

Tabela 5

Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS

AacuteREA (ha)

DESTINADA A COLHEITA COLHIDA

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500

BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000

BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064

CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320

IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840

MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000

MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148

TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600

TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150

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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000

UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998

AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600

ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200

ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500

MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000

OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185

UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000

OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000

UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000

Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem

devido a falhas nas coletas dos dados

Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute

ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o

periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A

divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas

cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado

amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a

safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo

Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do

Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute

2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas

20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais

de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute

aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano

A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que

acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos

Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou

R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos

satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial

consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa

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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da

Tabela 7

Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007

Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007

Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de

accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os

coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando

tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a

produccedilatildeo inicia desde o 1o ano

Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146

Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848

Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788

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45

Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico

plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute

existente

De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de

custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois

hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende

para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo

numa estimativa de seus gastos de transporte

Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo

utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa

Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela

9

Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167

Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109

c) Demanda dos Beneficiadores

Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade

maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente

pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da

capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de

chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena

de perda dos frutos

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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte

Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos

frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de

confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O

transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h

tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na

tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios

chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que

entregam para as empresas beneficiadoras locais

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio

transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista

ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a

12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200

Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$

050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo

compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma

de R$100 a $150 ao preccedilo

e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme

Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido

ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o

transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de

pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem

considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de

heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os

custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa

margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o

investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano

(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas

propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio

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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre

quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para

efeitos de expansatildeo

f) Manejo de accedilaizais nativos

O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo

uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia

Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano

o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute

positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute

maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de

produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo

g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores

De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a

localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados

individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em

uma tabela como a Tabela 10 abaixo

Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo

h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos

Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e

8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de

produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser

considerados os mesmos para cada tipo de produto

i) Demanda

O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores

para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas

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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009

AnoToneladas

Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo

2001 11784300 852700 39500

2002 13055900 1123100 113651

2003 16361500 2259700 273000

2004 17710200 2963600 504100

2005 20473000 4709800 565700

2006 24493100 5837900 668100

2007 24717300 6516200 923500

2008 27100000 7300000 1173500

2009 29800000 8020000 1250780

A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12

Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3

A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10

j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa

em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer

(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel

tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo

do cliente

O trajeto varia entre 80 e 240 km

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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores

Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas

Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas

Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo

desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o

Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das

maiores exportadoras a empresa DaFruta

33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute

Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia

representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)

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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute

Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores

beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em

cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme

Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras

uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo

apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)

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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo

do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees

Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo

Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea

1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t

2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado

Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme

3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo

t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de

implantaccedilatildeo

4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe

5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele

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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes

6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo

que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia

7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a

capacidade de processamento

8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo

9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no

periacuteodo atual

10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida

O modelo matemaacutetico

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB

LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por

k isin LP

LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio

do planejamento

LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista

LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme

indexados por l isin LT

LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo

LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme

P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por

p isin P

Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm

capacidade limitada

Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea

capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em

quilogramas de fruto por hectare

aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP

Para

isin LP o e

isin T

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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo

custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare

Para isin LP c

custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare

O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque

consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita

custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo

t

Dados referentes aos cultivos em terra firme

capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado

em quilogramas de fruto por hectare

Para isin LT c

aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de

planejamento

Para isin LT o

nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme

no spot l

qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares

e qe =5 Tem-se que

Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20

hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para

evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear

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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j

Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)

Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no

periacuteodo t em kg

quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no

periacuteodo t em kg

produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg

accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg

accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t

accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t

produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t

estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t

Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas

Para isin LPo

= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo

= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io

Variaacuteveis auxiliares

= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no

periacuteodo t

A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma

dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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58

leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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59

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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60

Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

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5

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1 Introduccedilatildeo 6

11 Contextualizaccedilatildeo e Justificativa 6

12 Objetivos 8

13 Materiais e Meacutetodos 9

2 Visatildeo Geral 11

21 Agronegoacutecio 11

22 O Accedilaiacute 18

23 Logiacutestica 29

24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de

facilidades 34

3 Definiccedilatildeo do Problema e Propost 38

31 Caracterizaccedilatildeo da Cadeia Produtiva do Accedilaiacute 38

32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo

matemaacutetico 40

33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute 49

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos Futuros 59

5 Bibliografia 61

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6

1 Introduccedilatildeo

11 Contextualizaccedilatildeo e Justificativa

A dinacircmica da globalizaccedilatildeo a velocidade de propagaccedilatildeo da informaccedilatildeo o

interesse pela alimentaccedilatildeo saudaacutevel e o consequumlente aumento da demanda produzirammudanccedilas substanciais na atividade econocircmica agroindustrial O Brasil eacute um dos liacutederes

mundiais na produccedilatildeo e exportaccedilatildeo de vaacuterios produtos agropecuaacuterios eacute o primeiro

produtor e exportador de cafeacute accediluacutecar e suco de laranja Lidera ainda o ranking das

vendas externas de aacutelcool soja carne bovina carne de frango e tabaco (Andriguetto et

al 2008)

As projeccedilotildees indicam que o Brasil tambeacutem seraacute em pouco tempo o principal

poacutelo mundial de produccedilatildeo de algodatildeo e biocombustiacuteveis feitos a partir de cana-de-accediluacutecar e oacuteleos vegetais Outros destaques satildeo milho arroz frutas frescas cacau

castanhas nozes aleacutem de suiacutenos e pescados (Andriguetto et al 2008)

Dessa forma as agroinduacutestrias iniciaram o processo de melhoria e ajustes em

produtos processos e nas formas de organizaccedilatildeo para desta maneira encontrarem

alternativas de eficiecircncia produtiva crescimento ou mesmo de sobrevivecircncia frente aos

novos desafios impostos pela competitividade (Silva 2004)

Lauschner (1995) apud Rosa (2003) define agroinduacutestria em sentido amplo

como sendo ldquoa unidade produtiva que transforma o produto agropecuaacuterio natural ou

manufaturado para utilizaccedilatildeo intermediaacuteria ou finalrdquo Em sentido restrito a

agroinduacutestria eacute ldquoa unidade produtiva que transforma para a utilizaccedilatildeo intermediaacuteria ou

final o produto agropecuaacuterio ou seus subprodutos natildeo manufaturadosrdquo

Segundo Pinazza (1999) apud Rosa (2003) ldquoA agroinduacutestria apresenta-se como

instrumento analiacutetico e experimental para a realizaccedilatildeo de diagnoacutesticos e simulaccedilotildees de

estrateacutegias para as cadeias produtivasrdquo Deve-se levar em conta desde a produccedilatildeo ateacute o

abastecimento final Os agentes fornecedores de insumos e fatores de produccedilatildeo os

produtores os armazenadores os processadores e distribuidores aleacutem dos prestadores

de serviccedilo satildeo objeto de observaccedilatildeo individual e em conjunto

As empresas brasileiras do segmento agroindustrial de frutas aproveitam a

oportunidade para atingirem outras fatias de mercado e consumidores diversos

ajustando-se agraves tendecircncias de consumo mundial dos produtos derivados de frutas como

polpas sucos neacutectares geleacuteias doces etc Um caso eacute a agroinduacutestria do Accedilaiacute no Estado

do Paraacute responsaacutevel pela produccedilatildeo de 95 do fruto (Silva 2004)

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7

O accedilaizeiro eacute uma palmeira cujo fruto eacute o accedilaiacute espeacutecie nativa da Amazocircnia

encontrada em terrenos de vaacuterzea no estuaacuterio dos rios Tocantins Paraacute e Amazonas O

accedilaiacute ateacute o final do seacuteculo XX era considerado um produto da alimentaccedilatildeo baacutesica das

populaccedilotildees ribeirinhas e das camadas de baixa renda sendo consumido com farinha de

mandioca e peixe entre outros A produccedilatildeo do accedilaiacute era ateacute entatildeo predominantemente

extrativista objetivando o consumo domeacutestico com pouca venda de excedente (Santana

et al 2006)

A partir de meados da deacutecada de 90 o suco de accedilaiacute foi gradativamente

conquistando novas fronteiras de mercado atendendo natildeo apenas ao mercado local

mas tambeacutem as outras regiotildees do paiacutes e ainda o mercado internacional

principalmente os Estados Unidos paiacuteses da Uniatildeo Europeacuteia Japatildeo e Cone Sul

(Santana Gomes apud Silva et al2006 )

No Brasil a demanda de accedilaiacute vem crescendo entre os consumidores com maior

niacutevel de renda A motivaccedilatildeo do consumo se daacute por razotildees que vatildeo aleacutem da necessidade

alimentar envolvendo questotildees culturais e principalmente por esteacutetica e sauacutede (Silva

apud Silva et al2006)

A produccedilatildeo extrativista entretanto natildeo conseguiu seguir o aumento da

demanda de forma que o crescimento do mercado de polpa do fruto de accedilaiacute tem

induzido o plantio em terra firme (Homma et al 2006) e a implantaccedilatildeo de plantas

industriais para realizar o processamento ou as agroinduacutestrias existentes introduziram

o accedilaiacute na linha de produccedilatildeo visando atender aos mercados externo e interno (Santana et

al 2006)

Embora a exploraccedilatildeo do accedilaiacute apresente grande possibilidade de alavancagem e

desenvolvimento da economia regional a logiacutestica e principalmente o transporte na

regiatildeo produtora eacute bastante deficitaacuteria uma vez que a venda do produto depende em

grande escala das embarcaccedilotildees que fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos dofrete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores Tais fatores encarecem o custo do produto que

recai sobre o consumidor (Limal et al 2008)

A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do

transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto

procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2002)

Atualmente a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees praacuteticas de realizaccedilatildeo das

metas definidas pelo setor de marketing como prazos de entrega miacutenimos Sem oplanejamento logiacutestico e de rede de distribuiccedilatildeo tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se

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8

concretizar (Bowersox et al 2002) Segundo Ballou (2001) configurar a rede de

distribuiccedilatildeo eacute especificar a estrutura por meio do qual os produtos passaratildeo de seus

pontos de origem ateacute os pontos de demanda determinando quais instalaccedilotildees devem ser

usadas quantas instalaccedilotildees devem existir quais os produtos e clientes designados a

elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas e como as instalaccedilotildees

deveriam ser atendidas

O mercado do accedilaiacute estaacute haacute alguns anos em raacutepido crescimento o que tem

aumentado a demanda o preccedilo dos frutos e tambeacutem atraiacutedo novos investimentos Entre

outros inclui-se investimentos na produccedilatildeo intensiva de frutos em terra firme cuja

viabilidade depende tambeacutem dos custos da logiacutestica de entrega da mateacuteria prima nas

induacutestrias de processamento

Neste cenaacuterio eacute importante que haja um trabalho que organize as informaccedilotildees

disponiacuteveis sobre a cadeia produtiva do accedilaiacute no Paraacute uma vez que eacute um assunto que

ainda natildeo foi exaustivamente tratado na literatura e ainda para incentivar a coleta de

dados mais precisos e o investimento e a expansatildeo no agronegoacutecio da polpa de accedilaiacute

Ainda este trabalho propotildee uma ferramenta dentro do campo da Pesquisa

Operacional baseada em programaccedilatildeo matemaacutetica que possibilite a anaacutelise de

viabilidade da cadeia produtiva que simule a dinacircmica da cadeia com mais atores seja

beneficiadores ou produtores atendendo agrave clientes nacionais eou internacionais de

modo que seja possiacutevel encontrar alternativas de melhoria e sugestatildeo de cenaacuterios para

expansotildees futuras

Segundo Almeida (2010) dentro da aacuterea dos meacutetodos quantitativos as

aplicaccedilotildees de Pesquisa Operacional tecircm se mostrado eficazes em diversas aacutereas de

aplicaccedilotildees e os modelos matemaacuteticos e computacionais propostos quase sempre podem

ser utilizados diretamente como ferramentas de auxiacutelio agrave tomada de decisatildeo

12 Objetivos

Geral

A proposta desse trabalho eacute utilizar ferramentas de anaacutelise do sistema logiacutestico

na anaacutelise da cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute estudando um modelo de

localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees baseado em programaccedilatildeo matemaacutetica que incorpora

decisotildees de fluxo para auxiliar no planejamento estrutural da cadeia de produccedilatildeo do

Accedilaiacute no Paraacute Para chegar nesse resultado tem-se os seguintes objetivos especiacuteficos

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9

Especiacuteficos

bull Revisatildeo de trabalhos encontrados na literatura sobre a cadeia produtiva

do accedilaiacute no Paraacute

bull Levantamento de dados necessaacuterios para posterior validaccedilatildeo do modelo

1 Custos de produccedilatildeo do fruto localizaccedilatildeo dos spots de produccedilatildeo e sua

capacidade

2 Custos de processamento do fruto localizaccedilatildeo das induacutestrias de

beneficiamento e sua capacidade

3 Custos de transporte do fruto para os beneficiadores e da polpa de

accedilaiacute para o mercado nacional e internacional

4 Principais centros consumidores da polpa de accedilaiacute e sua demanda

bull Desenvolvimento do modelo matemaacutetico de localizaccedilatildeo de facilidades

13 Materiais e Meacutetodos

Este trabalho de conclusatildeo de curso eacute conduzido segundo o meacutetodo de

modelagemSimulaccedilatildeo Eacute um meacutetodo em que os modelos desenvolvidos satildeo

representaccedilotildees de operaccedilotildees que acontecem na realidade Cada modelo pressupotildee

variaacuteveis ligadas por relaccedilotildees de causa e efeito desenvolvidas dentro de um

determinado domiacutenio e que natildeo podem ser alteradas pelo pesquisador Essas variaacuteveis

podem ser fiacutesicas como posiccedilatildeo de inventaacuterio e taxa de utilizaccedilatildeo ou econocircmicas

como contribuiccedilatildeo ao lucro e custos (Betrand e Fransoo 2002) As variaacuteveis definidas

neste trabalho satildeo fiacutesicas

Os estudos de PO no geral seguem etapas caracteriacutesticas Na literatura haacute

variaccedilotildees quanto agrave denominaccedilatildeo e ao nuacutemero de etapas Segundo Hillier e Lieberman

(2006) apud Almeida (2010) haacute uma seacuterie de seis etapas usuais sugeridas para serem

utilizadas por equipes de PO para enfrentar problemas reais

1 Definir o problema de interesse e coletar dados

2 Formular um modelo matemaacutetico para representar o problema

3 Desenvolver um procedimento computacional a fim de derivar soluccedilotildees para

o problema a partir do modelo

4 Testar o modelo e aprimoraacute-lo conforme necessaacuterio

5 Preparar para a aplicaccedilatildeo contiacutenua do modelo conforme prescrito pela

gerecircncia

6 ImplementarNesse projeto de conclusatildeo de curso nos restringiremos agraves fases 1 e 2

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2 Visatildeo Geral

21 Agronegoacutecio

O termo agronegoacutecio ou agribusiness engloba os fornecedores de bens e

serviccedilos para a agricultura os produtores rurais os processadores os transformadores edistribuidores e todos os envolvidos na geraccedilatildeo e fluxo dos produtos de origem agriacutecola

ateacute o consumidor final Os agentes que afetam e coordenam o fluxo dos produtos tais

como o governo os mercados as entidades comerciais financeiras e de serviccedilos

tambeacutem satildeo parte do agronegoacutecio (Costa 2002)

A Associaccedilatildeo Brasileira de Agribusiness (ABAG apud Costa 2002) descreve as

funccedilotildees do agronegoacutecio em sete niacuteveis

a) suprimentos agrave produccedilatildeob) produccedilatildeo

c) transformaccedilatildeo

d) acondicionamento

e) armazenamento

f) distribuiccedilatildeo e

g) consumo

Por sua vez o termo lsquoagroinduacutestriarsquo natildeo deve ser confundido com agronegoacutecio

uma vez que o primeiro eacute uma parte do segundo De acordo com a ABAG apud Costa

2002 agroinduacutestria se aplicaria do niacutevel lsquosuprimentos agrave produccedilatildeorsquo ateacute

lsquoacondicionamento

Para Ramalho 1988 apud Silva 2004 a agroinduacutestria eacute caracterizada como

sendo o primeiro processamento da mateacuteria prima originada do setor agropecuaacuterio

tendo por mercado a exportaccedilatildeo e outras induacutestrias

Jaacute para Santana 2003 apud Silva 2004 agroinduacutestria eacute a empresa ou

organizaccedilatildeo que realiza o processamento industrial dos produtos agriacutecolas pecuaacuterios

florestais e extrativos oriundos do meio rural e de seus subprodutos e que planeja a

cadeia produtiva para frente identificando mercados canais de distribuiccedilatildeo logiacutestica de

transporte e clientes para os produtos do setor rural

Segundo Batalha apud Costa 2002 a literatura que trata do tema agroindustrial

no Brasil tem feito confusatildeo entre as expressotildees lsquoSistema Agroindustrialrsquo lsquoComplexo

Agroindustrialrsquo lsquoCadeia de Produccedilatildeo Agroindustrialrsquo e lsquoAgronegoacuteciorsquo Tais expressotildees

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se aplicam a diferentes objetivos cada uma delas reflete um niacutevel de anaacutelise do Sistema

Agroindustrial

Sistema Agroindustrial (SAI) eacute o conjunto de atividades que concorrem para a

produccedilatildeo de produtos agroindustriais desde a produccedilatildeo dos insumos (sementes adubos

maacutequinas agriacutecolas etc) ateacute a chegada do produto final (queijo polpas de frutas massas

etc) na mesa do consumidor Natildeo estaacute associado a qualquer mateacuteria-prima agropecuaacuteria

ou produto final especiacutefico (Batalha apud Rosa 2003) O SAI eacute composto por seis

conjuntos de atores agricultura pecuaacuteria e pesca induacutestrias agroalimentares

distribuiccedilatildeo agriacutecola e alimentar comeacutercio internacional consumidor induacutestrias e

serviccedilos de apoio (Costa 2002)

Complexo agroindustrial (CAI) tem como ponto de partida determinada mateacuteria-

prima A arquitetura de um complexo agroindustrial eacute tida pela ldquoexplosatildeordquo da mateacuteria-

prima principal que o originou segundo os diferentes processos industriais e comerciais

que ela pode sofrer ateacute se transformar em diferentes produtos finais A formaccedilatildeo de um

CAI exige a participaccedilatildeo de um conjunto de cadeias de produccedilatildeo cada uma delas

associada a um produto ou famiacutelia de produtos (Batalha apud Costa 2002)

Jaacute a cadeia de produccedilatildeo agroindustrial (CPA) eacute definida a partir da identificaccedilatildeo

de determinado produto final Apoacutes esta identificaccedilatildeo conveacutem ir encadeando de

jusante a montante as vaacuterias operaccedilotildees teacutecnicas comerciais e logiacutesticas necessaacuterias a

sua produccedilatildeo (Rosa 2003)

De acordo com Alves (1997) apud Costa (2002) a CPA pode ser segmentada

em trecircs macro-segmentos

a) Comercializaccedilatildeo representando as empresas que estatildeo em contato com o

cliente final da cadeia de produccedilatildeo e que viabilizam o consumo e o comeacutercio dos

produtos finais (supermercados mercearias restaurantes cantinas etc) Podem

ser incluiacutedas tambeacutem neste macro-segmento as empresas responsaacuteveis somentepela logiacutestica de distribuiccedilatildeo

b) Industrializaccedilatildeo representando as firmas responsaacuteveis pela transformaccedilatildeo das

mateacuterias-primas em produtos finais destinados ao consumidor O consumidor

pode ser uma unidade familiar ou uma agroinduacutestria

c) Produccedilatildeo de mateacuterias-primas reunindo as firmas que fornecem as mateacuterias-

primas iniciais para que outras empresas avancem no processo de produccedilatildeo do

produto final (agricultura pecuaacuteria pesca etc)

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Batalha apud Costa 2002 afirma que o termo agronegoacutecio deve vir

acompanhado de um delimitador O enfoque pode partir do mais global (agronegoacutecio

brasileiro) ao mais especiacutefico (agronegoacutecio da soja ou do suco de laranja)

211 Agronegoacutecio no Brasil

O Brasil eacute um dos liacutederes mundiais na produccedilatildeo e exportaccedilatildeo de vaacuterios produtos

agropecuaacuterios eacute o primeiro produtor e exportador de cafeacute accediluacutecar e suco de laranja

Lidera ainda o ranking das vendas externas de aacutelcool soja carne bovina carne de

frango e tabaco (Andriguetto et al 2008)

As projeccedilotildees indicam que o Brasil tambeacutem seraacute em pouco tempo o principal

poacutelo mundial de produccedilatildeo de algodatildeo e biocombustiacuteveis feitos a partir de cana-de-

accediluacutecar e oacuteleos vegetais Outros destaques satildeo milho arroz frutas frescas cacau

castanhas nozes aleacutem de suiacutenos e pescados (Andriguetto et al 2008)

O agronegoacutecio brasileiro emprega atualmente 177 milhotildees de trabalhadores

somente no campo e eacute hoje a principal locomotiva da economia brasileira respondendo

por 235 do Produto Interno Bruto (PIB) 36 das exportaccedilotildees totais e 37 dos

empregos brasileiros Nos uacuteltimos anos poucos paiacuteses tiveram crescimento tatildeo

expressivo no comeacutercio internacional do agronegoacutecio quanto o Brasil (Andriguetto et

al 2008)

Ao mesmo tempo em que se expande o agronegoacutecio brasileiro sofre um

processo crescente de integraccedilatildeo ao mercado com mudanccedilas em suas estrateacutegias de

produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo Segundo Alves apud Costa 2002 isso acontece devido ao fato

de que haacute um aumento na preocupaccedilatildeo com a qualidade dos alimentos Aleacutem disso os

produtores tecircm procurado ampliar a sua linha de produtos com maior valor agregado e

adequar suas formas organizacionais agraves necessidades do mercado que estaacute aquecido

devido agrave presenccedila de novos haacutebitos de consumo alimentar (Costa 2002)Todos os fatores acima descritos vecircm forccedilando os produtores agriacutecolas a

tentarem reduzir custos de produccedilatildeo e de distribuiccedilatildeo Dessa forma a competitividade

no setor agroindustrial depende cada vez mais da sua inserccedilatildeo na cadeia de suprimento

a reduccedilatildeo de custos unitaacuterios e o aumento da produtividade global do setor demandam

maior ecircnfase em tecnologias de poacutes-colheita e de processamento em fatores que afetam

os tempos e custos de transporte e armazenamento e ainda em serviccedilos de apoio que

agilizem a movimentaccedilatildeo fiacutesica dos produtos e o acesso a informaccedilotildees relacionadas aosnegoacutecios (Costa 2002)

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O Brasil eacute um dos trecircs maiores produtores de frutas do mundo ficando somente

atraacutes da China e Iacutendia representando cerca de 5 da produccedilatildeo mundial Sua produccedilatildeo

superou 40 milhotildees de toneladas em 2008 (Agecircncia Sebrae 2009) A proacutexima seccedilatildeo

discutiraacute brevemente a agroinduacutestria de frutas no paiacutes

212 Agroinduacutestria de frutas no Brasil

Embora seja um dos maiores exportadores de frutas do mundo a carecircncia em

marketing do setor frutiacutecola dificulta a expansatildeo comercial da fruta brasileira uma vez

que existe baixo conhecimento da maioria das frutas tropicais no mercado internacional

Apesar disso nos uacuteltimos 14 anos o Brasil aumentou em mais de 11 vezes as

exportaccedilotildees de frutas frescas passando de US$ 54 milhotildees no iniacutecio da deacutecada de 1990

para mais de US$ 642 milhotildees no ano de 2007 (919 mil toneladas) Somando-se as

frutas secas e castanhas de caju foram exportadas um milhatildeo de toneladas equivalente

a US$ 9677 milhotildees (Andriguetto et al 2008)

Jaacute o processamento de sucos de fruta estaacute em franca expansatildeo ocupando papel

de relevacircncia no agronegoacutecio mundial com destaque para os paiacuteses em

desenvolvimento que satildeo responsaacuteveis pela metade das exportaccedilotildees mundiais A

demanda atual eacute crescente para sucos e polpas de frutas tropicais principalmente de

abacaxi maracujaacute manga e banana que satildeo responsaacuteveis pela maioria das exportaccedilotildees

(Andriguetto et al 2008)

Poreacutem desde meados da deacutecada de 90 a polpa de accedilaiacute ganhou espaccedilo na miacutedia

nacional e internacional aumentando a demanda do produto como estaacute exposto na

Tabela 1 A conversatildeo do fruto em polpa eacute em meacutedia de 223 kg de frutos para 10 kg

de polpa

Tabela 1 Balanccedilo entre oferta de frutos e demanda de polpa de accedilaiacute do Estado do Paraacute no periacuteodode 2001 a 2005 Fonte (Santana et al 2006)

Demanda de polpa e vinho de accedilaiacute

Ano

Ofertade frutode accedilaiacute

(t)

Oferta depolpa

aproximada

Mercado do

Paraacute (t)

Mercadonacional

(t)

MercadoInternacional

(t)

DemandaTotal(t)

2001 118302 53050224 117843 8527 395 126765

2002 364879 163622870 130559 11231 1060 142850

2003 392130 175843049 163615 22597 2119 188331

2004 454071 203619283 177102 29636 3622 210360

2005 505094 226499552 204730 47098 5138 256966

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A expansatildeo gradativa do mercado de frutas processadas tem se caracterizando

por uma seacuterie de fatores dentre os quais a preocupaccedilatildeo de consumidores com a sauacutede o

que resulta em aumento da procura e consumo de produtos naturais com pouco ou

nenhum aditivo quiacutemico A quantidade exportada de sucos de frutas em 2007 foi de

237 milhotildees de doacutelares relativos a 216 milhotildees de toneladas sendo 5126 maior que

em 2006 e 100 maior que em 2005(Andriguetto et al 2008)

Segundo Barros apud Silva 2004 as polpas de frutas mostram-se como uma

oportunidade para o Brasil pois existe o potencial de se transformar no novo produto

que ampliaraacute a participaccedilatildeo brasileira no setor externo No Brasil um caso em grande

expansatildeo que merece atenccedilatildeo eacute a agroinduacutestria do accedilaiacute no Estado do Paraacute responsaacutevel

pela produccedilatildeo de 95 do fruto (Silva 2004) A Tabela 2 no proacuteximo toacutepico mostra o

crescimento da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute

Na proacutexima seccedilatildeo apresentamos uma descriccedilatildeo sucinta da agroinduacutestria de

frutas tropicais no Paraacute

213 Agroinduacutestria de frutas no Paraacute

A regiatildeo Norte reuacutene condiccedilotildees favoraacuteveis para o desenvolvimento das

agroinduacutestrias de frutas pois apresenta grande variedade de fruteiras extrativas proacuteprias

da regiatildeo e solo e clima que permitem a exploraccedilatildeo de fruteiras tiacutepicas de aacutereas tropicais

(Silva 2006)

O Paraacute aparece como um dos maiores produtores brasileiros de frutas da uacuteltima

deacutecada destacando-se pelas produccedilotildees de abacaxi banana coco e laranja e em menor

escala de maracujaacute mamatildeo limatildeo e acerola aleacutem das frutas regionais (exoacuteticas) como

o accedilaiacute bacuri cupuaccedilu taperebaacute e muruci que a cada ano ganham mais mercado o que

favorece os empreendimentos do setor frutiacutecola(Silva 2004)

O Estado do Paraacute eacute hoje responsaacutevel por 95 da produccedilatildeo de accedilaiacute no Brasil edevido a sua importacircncia cultural o accedilaiacute transformou-se atraveacutes de lei na bebida e fruta

siacutembolo do estado do Paraacute e agora passou a ser priorizado como produto econocircmico

capaz de gerar renda para a populaccedilatildeo local e divisas para o paiacutes (Andrade et al 2008)

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Tabela 2 Evoluccedilatildeo da aacuterea colhida produccedilatildeo rendimento e preccedilo do accedilaiacute no Estado do Paraacute 1996 a2009

Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute

ANOAacuteREA

PLANTADA

(haacute)

AacuteREACOLHIDA

(haacute)

QUANTIDADECULTIVADA ( t )

QUANTIDADEEXTRATIVA ( t )

QUANTIDADETOTAL

PRODUZIDA ( t )

RENDIMENTO(thaacute)

PRECcedilO(R$t)

1996 1054 10366 103698 114064 9835 469791997 933 7913 92021 99934 8481 350841998 852 7278 110557 117835 8542 412271999 690 4662 107663 112325 6757 472862000 727 5207 112676 117883 7162 499352001 627 4558 113744 118302 7270 558992002 16115 242557 122322 364879 15052 642082003 3097 18479 257282 134848 392130 13923 686982004 8593 26671 363428 90643 454071 13626 699962005 6297 34203 415921 89173 505094 12160

2006 8041 49455 472040 88551 560591 95452007 5249 51545 497591 93788 591379 96542008 59202 59202 581290 100202 681492 98192009 61814 61814 604805 104354 709159 9784

A induacutestria de suco e polpa de frutas regionais para exportaccedilatildeo teve como

pioneira a Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-Accedilu (CAMTA) fundada no ano de

1949 Em 1988 foi concluiacuteda a faacutebrica de sucos da Associaccedilatildeo de Fomento Agriacutecola de

Tomeacute-Accedilu (ASFATA) fundada em 1981 que passou para a administraccedilatildeo da CAMTA

em 1991 A agroinduacutestria de sucos e concentrados de frutas regionais foi uma das que

mais cresceu nos uacuteltimos dez anos (Homma 2003)

O Estado do Paraacute possui hoje cerca das 140 empresas produtoras de polpa de

frutas distribuiacutedas em todo o estado poreacutem as regiotildees Metropolitana de Beleacutem e

Nordeste Paraense concentram cerca de 82 do total das unidades (Brasil apud Silva

2004) Entretanto a mesorregiatildeo do Marajoacute eacute a que concentra a maior produccedilatildeo de

fruto detendo cerca de 80 da produccedilatildeo Para melhor visualizaccedilatildeo veja a Figura 1

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Figura 1Mesorregiotildees do Estado do Paraacute Fonte Silva 2004

No primeiro semestre de 2004 a produccedilatildeo exportada do mix de polpa de frutas

atingiu o valor de US$ 504 milhotildees com uma evoluccedilatildeo de 2447 em relaccedilatildeo ao

mesmo periacuteodo de 2003 Desse total apenas 75 da produccedilatildeo de polpa de frutas

regional foi exportado para os Estados Unidos e alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeacuteia e

Aacutesia o maior percentual de exportaccedilatildeo (755) ficou com o mercado nacional e o

restante (17) foi absorvido pelo mercado local (Santana apud Silva2004)A agroinduacutestria de frutas destaca-se como uma atividade estrateacutegica para o

desenvolvimento de regiotildees produtoras na aacuterea de fruticultura uma vez que tem elevada

capacidade de gerar emprego e renda e criar uma demanda estaacutevel para a produccedilatildeo de

frutas jaacute que apresenta um grande potencial de agregaccedilatildeo de valor aos produtos

primaacuterios a partir do processamento e elaboraccedilatildeo de sucos polpas e doces aleacutem de

promover a induccedilatildeo e difusatildeo de tecnologia no meio rural (Silva 2006)

Por sua vez o accedilaiacute lidera o mercado da fruticultura nacional a exportaccedilatildeo chegaa 500 mil toneladasano O crescimento do interesse nacional e internacional pelo suco

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do fruto entretanto fez com que o preccedilo do produto aumentasse para o consumidor

(SAGRI 2010)

22 O Accedilaiacute

221 O accedilaizeiro

O accedilaizeiro ( Euterpe oleracea Mart) planta pertencente agrave ordem dos Arecales

ao gecircnero Euterpe da famiacutelia Palmae eacute uma palmeira nativa da Amazocircnia abundante

nas aacutereas de vaacuterzeas da regiatildeo Para os nativos essa palmeira representa uma importante

fonte natural de recursos Poullet apud Padilha et al afirma que o accedilaiacute eacute um dos

produtos mais importantes da vida alimentar e cultural da populaccedilatildeo regional Rogez

apud Padilha et al(2000) por sua vez considera o accedilaizeiro a palmeira mais produtiva

do ecossistema que abriga a populaccedilatildeo do delta do Amazonas

Os accedilaizais nativos nas aacutereas de vaacuterzeas satildeo encontrados no estuaacuterio dos rios

Tocantins Paraacute e Amazonas Nas vaacuterzeas o manejo dos accedilaizais nativos tem

promovido a derrubada verde sem queima para construccedilatildeo de canais para facilitar a

drenagem da aacutegua inundada com grande movimentaccedilatildeo de canoas e barcos para o

transporte de frutos com seacuterias consequumlecircncias para flora e fauna (Homma et al 2006)

O manejo consiste em aumentar a populaccedilatildeo de accedilaizeiros que ocorrem

naturalmente na floresta de vaacuterzea Com essa teacutecninca a produtividade do accedilaizeiro

dobra de 42 tha para 84 tha de frutos Baseia-se na eliminaccedilatildeo das plantas de espeacutecies

arbustivas e arboacutereas de baixo valor comercial cujos espaccedilos livres satildeo ocupados por

plantas de accedilaizeiros oriundas de sementes que germinam espontaneamente de mudas

preparadas ou transplantadas das proximidades e por outras espeacutecies produzidas

especialmente para esse fim (Embrapa)

A vantagem da teacutecnica de manejo eacute que natildeo exige investimento em infra-

estrutura consistindo na realizaccedilatildeo das seguintes praacuteticas limpeza da aacuterea (roccedilagem davegetaccedilatildeo de menor porte e eliminaccedilatildeo de parte das aacutervores maiores) desbastes dos

perfilhosestipes das touceiras de baixo vigor vegetativo preparoaquisiccedilatildeo e plantio de

mudas de accedilaizeiros frutiacuteferas e florestais manutenccedilatildeo do accedilaizal (Embrapa)

A importacircncia socioeconocircmica do accedilaizeiro decorre do seu enorme potencial de

aproveitamento integral de mateacuteria-prima O principal aproveitamento eacute a extraccedilatildeo do

accedilaiacute mas as sementes (caroccedilos) do accedilaizeiro satildeo aproveitadas no artesanato e como

adubo orgacircnico A planta fornece ainda um oacutetimo palmito e as suas folhas satildeo utilizadaspara cobertura de casas dos habitantes do interior da regiatildeo (Homma 2006) De acordo

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com Padilha et al existe ainda um outro uso uma vez que a a produccedilatildeo de polpa varia

em torno de apenas 5 a 15 do volume do fruto haacute uma grande quantidade de resiacuteduos

gerados no processamento que pode ser empregado para geraccedilatildeo de energia teacutermica e

eleacutetrica

Poreacutem para a populaccedilatildeo ribeirinha a possibilidade mais lucrativa proporcionada

pelo accedilaizeiro eacute a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de seu fruto in natura A produccedilatildeo de

frutos para o mercado local eacute uma atividade de baixo custo e de excelente rentabilidade

econocircmica (Homma 2006)

222 O fruto

O accedilaiacute ateacute o final do seacuteculo XX era considerado um produto da alimentaccedilatildeo

baacutesica das populaccedilotildees ribeirinhas e das camadas de baixa renda dos centros urbanos da

economia Amazocircnica onde eacute consumido com farinha de mandioca e peixe entre

outros A produccedilatildeo do accedilaiacute era ateacute entatildeo predominantemente extrativista objetivando o

consumo domeacutestico com pouca venda de excedente (Santana et al 2006)

No entanto desde meados da deacutecada de 90 as academias de ginaacutestica

descobriram o fruto e seu alto valor energeacutetico o que fez com que o accedilaiacute ganhasse

espaccedilo na miacutedia nacional e internacional A demanda do produto aumentou entatildeo

intensamente uma vez que as camadas de maior poder aquisitivo tambeacutem passaram a

consumiacute-lo (Santana et al 2006)

Este aumento pode ser atribuiacutedo agraves propriedades nutricionais e valor caloacuterico do

accedilaiacute uma vez que eacute um alimento rico em proteiacutenas fibras lipiacutedios vitamina E e

minerais como manganecircs cobre boro e cromo Aleacutem disso o accedilaiacute possui um elevado

teor de pigmentos antocianinas que satildeo beneacuteficos agrave sauacutede pois favorecem a circulaccedilatildeo

sanguumliacutenea e protegem o organismo contra a arteriosclerose (Alexandre et al2004)

A demanda pelo accedilaiacute estaacute em alta o produto tem boas possibilidades demercado principalmente no Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia Goiaacutes e na Regiatildeo

Nordeste No Rio de Janeiro o accedilaiacute eacute oferecido nas praias e se tornou muito popular

entre os adeptos da cultura da sauacutede e entre os frequumlentadores de academias Eacute

tambeacutem vendido diretamente ao consumidor e comeccedila a ganhar popularidade entre os

nativos e turistas Eacute estimado que no Rio de Janeiro sejam consumidas 500

toneladasmecircs em Satildeo Paulo 150 toneladasmecircs e outros Estados somam 200

toneladasmecircs Nesses locais em alguns pontos de venda o que se consome eacute o accedilaiacute

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fino que misturado com outros produtos perde o gosto o odor e ateacute o valor caloacuterico da

fruta (Homma 2006)

Em 2000 iniciou-se a exportaccedilatildeo de polpa congelada de accedilaiacute para os Estados

Unidos e para a Itaacutelia Esse mercado externo cresceu 20 ao ano de 2003 a 2006 com a

comercializaccedilatildeo do accedilaiacute concentrado em latas e com a popularizaccedilatildeo da mistura com

diversas outras frutas feitas em academias de ginaacutestica (Homma 2006)

A partir de 2002 observou-se o aumento da aacuterea colhida com accedilaiacute que se

manifesta num salto de 16115 ha (2002) para 26671 ha (2004) ou seja uma taxa de

crescimento de 6550 num periacuteodo de trecircs anos (Santana et al 2006)

Essa significativa taxa meacutedia de crescimento da aacuterea colhida do accedilaiacute pode

significar uma resposta dos produtores ao crescimento da demanda pelo fruto do accedilaiacute

nos uacuteltimos anos De fato o crescimento da demanda regional nacional e mesmo

internacional do accedilaiacute pode estar induzindo os produtores rurais a aumentarem aacuterea

plantada do accedilaiacute A expansatildeo da aacuterea colhida indica o grande interesse dos produtores

rurais quanto agrave necessidade da formaccedilatildeo de uma base produtiva de cultivo do accedilaiacute como

condiccedilatildeo baacutesica para a atraccedilatildeo de agroinduacutestrias de processamento (Santana et al

2006)

Assim crecirc-se que estaacute em curso uma mudanccedila do padratildeo agriacutecola da fruticultura

do Paraacute de uma base produtiva extrativa para uma base produtiva de cultivo Poreacutem

uma mudanccedila desse tipo requer uma seacuterie de adaptaccedilotildees de natureza agronocircmica

sobretudo quanto ao controle de pragas e doenccedilas que podem se manifestar nos cultivos

de grande escala(Santana et al 2006)

O crescimento do mercado de polpa do fruto de accedilaiacute tem induzido tambeacutem o

plantio em terra firme (Homma et al 2006) e a implantaccedilatildeo de plantas industriais para

realizar o processamento ou as agroinduacutestrias existentes introduziram o accedilaiacute na linha

de produccedilatildeo visando atender aos mercados externo e interno (Santana et al 2006)O plantio de accedilaizeiro em terra firme apresenta excelente alternativa para a

recuperaccedilatildeo de aacutereas desmatadas como tambeacutem para reduzir a pressatildeo sobre o

ecossistema de vaacuterzea que eacute mais fraacutegil Aleacutem disso o plantio em terra firme apresenta

a vantagem de facilitar o transporte rodoviaacuterio e o beneficiamento sem depender do

transporte fluvial mais lento (Santana et al 2006)

O processamento ou seja as atividades de lavagem pasteurizaccedilatildeo

congelamento e desidrataccedilatildeo em escala industrial tem como vantagens melhorar a

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higiene e a qualidade do produto reduzindo ao maacuteximo os riscos de contaminaccedilatildeo

microbioloacutegica (Homma et al 2006)

O processo de obtenccedilatildeo da polpa de accedilaiacute consiste em imergir o fruto em aacutegua

morna por tempo determinado a fim de amolecer o mesocarpo antes do despolpamento

Apoacutes o amolecimento o despolpamento eacute realizado com o auxiacutelio de maacutequinas

mecacircnicas eleacutetricas ou manualmente com ou sem adiccedilatildeo de aacutegua Em seguida o

produto obtido passa por uma peneira de forma a obter a polpa para consumo

(Alexandre et al2004)

Os produtos obtidos do fruto do accedilaiacute satildeo classificados de acordo com a adiccedilatildeo

ou natildeo de aacutegua e seus quantitativos ou seja a porcentagem de soacutelidos totais Assim os

produtos incluem

bull polpa de accedilaiacute polpa extraiacuteda sem adiccedilatildeo de aacutegua e sem filtraccedilatildeo

bull accedilaiacute grosso ou especial polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

com soacutelidos totais acima de 14

bull accedilaiacute meacutedio ou regular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

com soacutelidos totais entre 11 e 14

bull accedilaiacute fino ou popular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

apresentando soacutelidos totais entre 8 e 11 (Alexandre et al2004)

O accedilaiacute eacute altamente pereciacutevel o seu tempo maacuteximo de conservaccedilatildeo mesmo sob

refrigeraccedilatildeo eacute de 12 horas O fator responsaacutevel por esta alta perecibilidade eacute a elevada

carga microbiana juntamente com a degradaccedilatildeo enzimaacutetica responsaacuteveis pelas

alteraccedilotildees de cor e aparecimento do sabor azedo Atualmente a conservaccedilatildeo da polpa

de accedilaiacute eacute feita pelo processo de congelamento (Alexandre et al2004)

223 Agroinduacutestrias

Tendo como marco referencial a entrada em funcionamento da faacutebrica de

beneficiamento de polpa de frutas da CAMTA em 1991 a agroinduacutestria de frutas do

Estado do Paraacute teve um grande crescimento a partir da deacutecada de 90 As primeiras frutas

que tiveram seu processo de beneficiamento foram o maracujaacute cupuaccedilu e acerola

Posteriormente foram incluiacutedas a laranja accedilaiacute graviola carambola goiaba cajaacute

manga bacuri muruci e abacaxi (Homma 2002)

A Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-accediluacute ndash CAMTA destacava-se como uma

das principais compradoras dos consoacutercios produtores de accedilaiacute da regiatildeo negociando

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preccedilos diferentes entre os municiacutepios Estas negociaccedilotildees acirravam a concorrecircncia entre

os produtores e consequumlentemente deixava os preccedilos abaixo do mercado Esta praacutetica

prejudicava igualmente a todos os produtores (Homma 2002)

Nesse contexto a FASEAmazocircnia exerceu papel fundamental suscitando as

discussotildees sobre a criaccedilatildeo de um consoacutercio de produtores que pudessem negociar como

as empresas processadoras do fruto produccedilatildeo em escala ampliada a preccedilos melhores e

mais estaacuteveis (Soares e Costa 2005) A FASE eacute uma organizaccedilatildeo natildeo governamental

sem fins lucrativos que atua em seis estados brasileiros e tem sua sede nacional no Rio

de Janeiro Desde suas origens esteve comprometida com o trabalho de organizaccedilatildeo e

desenvolvimento local comunitaacuterio e associativo (FASE 2010)

Em 2000 o consoacutercio foi estruturado entre os municiacutepios de Abaetetuba

Barcarena Igarapeacute-Miri e Cametaacute (Soares e Costa 2005)

Em Abaetetuba a principal organizaccedilatildeo eacute a Cooperativa de Fruticultores de

Abaetetuba ndash COFRUTA Em Barcarena como a Associaccedilatildeo dos Batedores de Accedilaiacute de

Barcarena ndash COOPBAB e entidades parceiras com o STR ndash Barcarena Cooperativa da

Colocircnia de Pesca Z-13 e Associaccedilatildeo de Trabalhadores Rurais do Arapajoacute Em Cametaacute

com a Cooperativa de Resistecircncia de Cametaacute ndash CART e entidades parceiras como STR

ndash Cametaacute Colocircnia de Pescadores Z-16 e Associaccedilatildeo de Preservaccedilatildeo do Meio Ambiente

e Igarapeacute-Miri com a Associaccedilatildeo Mutiratildeo dos Trabalhadores Rurais de Igarapeacute-Miri

como as entidades parceiras como a Associaccedilatildeo de Mulheres de Igarapeacute-Miri

Associaccedilatildeo Boa esperanccedila STR ndash Igarapeacute-Miri e AMPRISA Em 2003 o nuacutemero total

de famiacutelias envolvidas no consoacutercio chegou a 919 (Soares e Costa 2005)

Apoacutes a delimitaccedilatildeo das organizaccedilotildees e parcerias para fornecimento do fruto

estas organizaccedilotildees passaram a negociar sua produccedilatildeo em conjunto atraveacutes do consoacutercio

e com preccedilos igualmente vantajosos para todas as entidades O volume comercializado

aumentou significativamente principalmente em funccedilatildeo da popularizaccedilatildeo do frutoaumentando tambeacutem o nuacutemero de empresas processadoras na regiatildeo Atualmente

comercializam com o consoacutercio a Sambazon Fly CAMTA Amazon Fruit Accedilaiacute Brasil

e Amazon Drink(Soares e Costa 2005)

A SAMBAZON destaca-se uma vez que tem exportado o fruto para o mercado

americano e estabelecendo contratos baseado no chamado mercado ldquojustordquo Com a

ampliaccedilatildeo da exportaccedilatildeo e as exigecircncias do mercado americano houve a necessidade de

reconhecimento do accedilaiacute enquanto produto agroecoloacutegico de origem orgacircnica jaacute que suaproduccedilatildeo natildeo utiliza insumos quiacutemicos Em 2003 a agecircncia de certificaccedilatildeo Guaranteed

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Organic Certification Agency ndash GOCA entregou a certificaccedilatildeo as cooperativas e

associaccedilotildees (Soares e Costa 2005)

A SAMBAZON estabeleceu contrato com as organizaccedilotildees para que o primeiro

certificado fosse pago por ela e posteriormente a renovaccedilatildeo ficaria sob

responsabilidade das proacuteprias organizaccedilotildees Segundo Sobrinho 2005 apud Soares e

Costa 2005 no periacuteodo de agosto de 2004 a janeiro de 2005 o preccedilo meacutedio por

tonelada pago aos produtores no comeacutercio justo superou em 25 os preccedilos correntes

praticados pelos atravessadores na regiatildeo (Soares e Costa 2005)

O percurso do accedilaiacute da propriedade ateacute a pedra do municiacutepio eacute feito de barco e eacute

de responsabilidade da cooperativa tais gastos satildeo incluiacutedos integralmente no custo do

produto Poreacutem os gastos com transporte da pedra do municiacutepio ateacute a empresa

processadora satildeo assumidos pela empresa processadora (Soares e Costa 2005)

Os gastos com transporte satildeo proporcionais ao tempo de viagem do setor ateacute a

pedra do municiacutepio As menores distacircncias encontradas entre os setores e a ldquopedrardquo

encontram-se em Barcarena e as maiores distacircncias em Cametaacute (Soares e Costa 2005)

Dessa forma os preccedilos praticados em Barcarena satildeo altos por sua proximidade

com Beleacutem que tem mercado consumidor praticamente garantido E em Cametaacute os

preccedilos praticados satildeo geralmente abaixo da meacutedia dos outros municiacutepios pela maior

distancia (Soares e Costa 2005)

Estima-se que 70 a 80 da polpa de accedilaiacute vendidas no Paiacutes satildeo produzidas no

Paraacute e os maiores compradores satildeo Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia e alguns Estados

do Nordeste

Sabe-se que as induacutestrias processadoras se concentram nas mesorregiotildees

Nordeste Paraense e Metropolitana de Beleacutem Somente em Beleacutem existem 3 mil pontos

de venda de accedilaiacute (Homma 2002) A Figura 2 e a Figura 3 representam as regiotildees do

Nordeste paraense e Metropolitana de Beleacutem respectivamente

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Figura 2 Microrregiotildees do Nordeste paraense Fonte Silva 2004

Figura 3 Mesorregiatildeo metropolitana de Beleacutem Fonte Silva 2004

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A razatildeo para que as duas mesorregiotildees sejam detentoras de maior percentual de

induacutestrias eacute no caso das empresas que fazem mais de um tipo de produto a

proximidade do principal mercado consumidor Beleacutem do Paraacute que vem se habituando

a consumir algumas polpas de frutas amazocircnicas e outras frutas regionais e tropicais na

forma congelada adquiridas nas redes de supermercados sobretudo na entressafra No

caso das empresas uniproduto satildeo as vias de acesso facilitada atraveacutes da BR316 que

interliga as duas mesorregiotildees paraenses com o resto do Paiacutes e assim escoam a

produccedilatildeo da polpa congelada especialmente do accedilaiacute (Silva 2004)

A polpa congelada e mais recentemente a exportaccedilatildeo sob a forma desidratada

ou seja o poacute e sucos pasteurizados apresentam tendecircncias de crescimento e vem

influenciando os produtores do Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins mais precisamente

dos municiacutepios de Cametaacute Igarapeacute-Miri Abaetetuba e Barcarena que neste processo

representam os fornecedores da mateacuteria-prima para as empresas beneficiadoras do

produto que alcanccedilaram o mercado internacional consumidor( Andrade et al2008)

A regiatildeo eacute grande produtora e consumidora de accedilaiacute A cidade de Igarapeacute-Miri

conquistou o tiacutetulo de ldquoCapital Mundial do Accedilaiacuterdquo Ainda a produccedilatildeo desta regiatildeo eacute

reconhecida por ser de alta qualidade seja no rendimento na produccedilatildeo e no sabor da

fruta Os principais produtos ou grupo de produtos gerados pela atividade da fruticultura

no Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins no estado do Paraacute satildeo polpas de frutas como

cupuaccedilu maracujaacute taperebaacute abacaxi e accedilaiacute in natura sendo este uacuteltimo o de maior

importacircncia econocircmica e de maior quantidade de produccedilatildeo (Andrade et al 2008)

A produccedilatildeo dos principais municiacutepios em 2008 pode ser vista na Tabela 3

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Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico daProduccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008

MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)

MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)

2008 2008

TOTAL GERAL581290

IGARAPEacute-MIRI 153000 TAILAcircNDIA 1253

ABAETETUBA 131250 ITUPIRANGA 1200

CAMETAacute 40544 NOVA ESP DO PIRIAacute 1200

ACARAacute 39600 BAIAtildeO 1000

LIMOEIRO DO AJURU 35040 NOVO REPARTIMENTO 1000

BUJARU 30955 PORTO DE MOZ 1000

TOMEacute ACcedilU 24000 ALMEIRIM 720

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 21384 CASTANHAL 634

PONTA DE PEDRAS 14991 VIGIA 500

OEIRAS DO PARAacute 14000 SANTA MARIA DO PARAacute 480

MOJU 12185 BAGRE 420

BARCARENA 12000 ANAPU 390

TUCURUIacute 11500 IGARAPEacute-ACcedilU 300

SANTA ISABEL DO PARAacute 6200 MARACANAtilde 275

PORTEL 4800 ALTAMIRA 240

CURRALINHO 3000 CAPITAtildeO POCcedilO 187

GURUPAacute 2812 PACAJAacute 180

SANTO ANTOcircNIO DO TAUAacute 2500 PRAINHA 156IRITUIA 2340 S FRANCISCO DO PARA 120

BREU BRANCO 1800 NOVO PROGRESSO 100

CACHOEIRA DO ARARI 1540 VISEU 60

BREVES 1500 MEDICILAcircNDIA 50

S SEBASTIAtildeO DA BVISTA 1500 FARO 28

MUANAacute 1332 AUGUSTO CORREA 24

O arranjo produtivo de polpa de frutas paraense eacute heterogecircneo em tamanho com

predominacircncia de microempresas em tecnologia de modo que apenas oito empresaspossuem tecnologia de pasteurizaccedilatildeo na diversificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo de produto a

maioria das empresas processa apenas accedilaiacute e ainda no grau de inserccedilatildeo nos mercados

local nacional e internacional (Santana et al 2006)

O principal produto industrial eacute a polpa de accedilaiacute pasteurizada eou congelada Em

menor escala existem os blends que eacute o accedilaiacute misturado com guaranaacute banana morango

e etc accedilaiacute em poacute geleacuteia licor vinho neacutectar suco bombons sorvetes cafeacute etc

(Santana et al 2006)

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224 Dificuldades das agroinduacutestrias

Silva em seu trabalho O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das

agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute 2004 fez um levantamento das

dificuldades que as empresas enfrentam Os entrevistados principalmente das empresas

que soacute produzem a polpa de accedilaiacute afirmam que caso dispusessem de cacircmaras de

congelamento e armazenamento e pasteurizadores natildeo haveria necessidade de sair do

Estado do Paraacute no periacuteodo da entressafra (coincidente com o veratildeo do Sudeste e Sul do

Brasil e com o periacuteodo de feacuterias e carnaval quando haacute elevaccedilatildeo da demanda de polpa de

accedilaiacute) pois teriam produtos em estoque originando mais receitas empregos e tributos

em acircmbito estadual ainda seriam mais competitivas pois ldquovecircem o accedilaiacute do Paraacute como

imbatiacutevel no mercadordquo

Os entrevistados por Silva 2004 citaram tambeacutem suas necessidades de

qualificaccedilatildeo de matildeo-de-obra nas aacutereas de produccedilatildeo manipulaccedilatildeo de alimentos e

administrativa Outra dificuldade enfrentada pelas empresas de polpa de frutas do

Estado do Paraacute eacute a falta de uma interaccedilatildeo mais permanente com o sistema de creacutedito

pois do total de empresas entrevistadas 769 natildeo obtiveram creacutedito de curto prazo

(capital de giro) nos uacuteltimos cinco anos e 50 tambeacutem natildeo obtiveram creacutedito ou

financiamento de longo prazo (projeto incentivado creacutedito para investimento como a

compra de equipamentos e outros) ou seja natildeo acessaram recursos por um periacuteodo

maior do que trecircs anos

Andrade et al 2008 afirmam que os gargalos da produccedilatildeo de polpa de accedilaiacute estatildeo

relacionados ao desempenho na aacuterea da gestatildeo principalmente para a melhoria das

habilidades de negociaccedilatildeo e teacutecnicas de venda pois o processo de comercializaccedilatildeo

nestes municiacutepios ainda eacute bastante complexo sendo considerado como um dos

principais entraves junto agrave falta de recursos dos produtores Destacam-se tambeacutem as

dificuldades de infra-estrutura no transporte que inviabilizam em muito o intuito de seatingir um bom planejamento da produccedilatildeo

Limal et al 2008 tambeacutem ressalta problemas logiacutesticos poreacutem relacionados ao

do produtor de accedilaiacute para as induacutestrias Para os autores a logiacutestica eacute bastante deficitaacuteria

uma vez que a venda do produto depende em grande escala das embarcaccedilotildees que

fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos do frete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores

Tais fatores encarecem o custo do produto que recai sobre o consumidor

Segundo informaccedilotildees obtidas em pesquisa de campo o transporte fluvial eacuterealizado pelas embarcaccedilotildees dos proacuteprios ribeirinhos ndash aqueles que tiverem condiccedilotildees

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23 Logiacutestica

De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de

planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de

mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde

o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias

dos clientes (CSCMP2010)

A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do

transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto

procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)

Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees

praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de

entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se

concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da

rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees

possiacuteveis (Bowersox et al (2001)

Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes

questotildees

bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao

cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por

exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta

definiccedilatildeo

bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais

baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o

nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de

atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas

instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de

centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado

tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e

programaccedilatildeo de transportadores

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Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o

serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo

possiacutevel

Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por

uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a

montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal

de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto

passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele

condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a

partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais

estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos

Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer

deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela

movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para

suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da

produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o

mercado consumidor

A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs

aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a

distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas

referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais

e produtos (Costa 2002)

Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais

devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de

suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em

termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da

qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda

determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos

e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas

e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)

Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor

nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede

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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades

de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de

mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)

Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias

em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades

tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de

veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees

Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de

facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de

facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)

Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda

estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem

nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto

neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de

hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo

possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo

puramente extrativista

232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional

O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees

geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios

entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de

transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de

transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)

De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades

envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos

de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo

Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos

por quais facilidades para minimizar o custo total

Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa

Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote

e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura

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Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al

(2008) eacute utilizado no estudo

O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de

lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na

Figura 4

Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)

No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam

para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou

armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados

Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com

pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que

manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas

Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que

o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao

cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais

adequados

A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que

as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste

trabalho de conclusatildeo de curso

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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de

facilidades

O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de

diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes

espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui

manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e

estoque de produtos

Notaccedilotildees utilizadas no modelo

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW

LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k

isin LP

P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P

LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento

LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta

LP c e LP o satildeo definidos analogamente

Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada

capacidade do armazeacutem j no tempo t

capacidade da planta k no tempo t

Tem-se ainda

demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t

Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso

definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das

facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque

Para isin LW

o e isin T

custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T

Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo e fechamento

Para isin LW c

custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento

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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP

custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no

periacuteodo t

custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t

custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo

t+1

custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i

Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)

Para isin LW o e isin T

= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c

= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento

= 0 caso contraacuterio

eacute definido analogamente

Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j

no periacuteodo t

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k

no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i

periacuteodo t

estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t

Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda

≔ 1 991270 isin LW o

991270 isin

LW c

Funccedilatildeo Objetivo

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Min =

isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)

Sujeito a

+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)

isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)

leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)

+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)

le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)

isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)

isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)

0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)

isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)

A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que

os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e

que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de

produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1

(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de

produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave

parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t

enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute

existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo

As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de

plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o

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37

caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver

pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento

A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e

(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo

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PampE

A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca

investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da

Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo

MEP e ITP

O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)

possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37

ou 38 induacutestrias

Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos

mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que

apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada

O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90

estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo

(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o

fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos

Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega

ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros

ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da

bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria

A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador

individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra

clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a

Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a

Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO

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ITS e ITT

Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento

bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola

Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo

incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para

fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que

comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)

que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)

produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute

Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual

proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada

Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos

de bebida agrave base de accedilaiacute

No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com

qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no

Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos

32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo

matemaacutetico

Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com

pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute

para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos

simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por

exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados

histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da

demanda

a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas

Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi

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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute

cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo

porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m

um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para

as cidades

Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se

como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a

Tabela 5

Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS

AacuteREA (ha)

DESTINADA A COLHEITA COLHIDA

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500

BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000

BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064

CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320

IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840

MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000

MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148

TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600

TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150

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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000

UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998

AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600

ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200

ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500

MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000

OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185

UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000

OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000

UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000

Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem

devido a falhas nas coletas dos dados

Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute

ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o

periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A

divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas

cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado

amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a

safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo

Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do

Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute

2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas

20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais

de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute

aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano

A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que

acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos

Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou

R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos

satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial

consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa

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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da

Tabela 7

Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007

Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007

Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de

accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os

coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando

tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a

produccedilatildeo inicia desde o 1o ano

Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146

Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848

Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788

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45

Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico

plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute

existente

De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de

custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois

hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende

para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo

numa estimativa de seus gastos de transporte

Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo

utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa

Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela

9

Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167

Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109

c) Demanda dos Beneficiadores

Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade

maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente

pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da

capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de

chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena

de perda dos frutos

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46

d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte

Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos

frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de

confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O

transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h

tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na

tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios

chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que

entregam para as empresas beneficiadoras locais

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio

transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista

ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a

12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200

Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$

050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo

compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma

de R$100 a $150 ao preccedilo

e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme

Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido

ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o

transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de

pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem

considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de

heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os

custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa

margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o

investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano

(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas

propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio

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47

Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre

quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para

efeitos de expansatildeo

f) Manejo de accedilaizais nativos

O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo

uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia

Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano

o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute

positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute

maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de

produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo

g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores

De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a

localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados

individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em

uma tabela como a Tabela 10 abaixo

Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo

h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos

Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e

8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de

produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser

considerados os mesmos para cada tipo de produto

i) Demanda

O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores

para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas

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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009

AnoToneladas

Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo

2001 11784300 852700 39500

2002 13055900 1123100 113651

2003 16361500 2259700 273000

2004 17710200 2963600 504100

2005 20473000 4709800 565700

2006 24493100 5837900 668100

2007 24717300 6516200 923500

2008 27100000 7300000 1173500

2009 29800000 8020000 1250780

A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12

Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3

A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10

j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa

em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer

(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel

tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo

do cliente

O trajeto varia entre 80 e 240 km

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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores

Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas

Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas

Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo

desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o

Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das

maiores exportadoras a empresa DaFruta

33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute

Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia

representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)

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50

Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute

Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores

beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em

cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme

Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras

uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo

apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)

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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo

do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees

Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo

Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea

1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t

2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado

Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme

3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo

t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de

implantaccedilatildeo

4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe

5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele

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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes

6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo

que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia

7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a

capacidade de processamento

8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo

9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no

periacuteodo atual

10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida

O modelo matemaacutetico

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB

LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por

k isin LP

LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio

do planejamento

LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista

LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme

indexados por l isin LT

LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo

LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme

P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por

p isin P

Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm

capacidade limitada

Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea

capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em

quilogramas de fruto por hectare

aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP

Para

isin LP o e

isin T

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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo

custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare

Para isin LP c

custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare

O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque

consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita

custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo

t

Dados referentes aos cultivos em terra firme

capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado

em quilogramas de fruto por hectare

Para isin LT c

aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de

planejamento

Para isin LT o

nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme

no spot l

qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares

e qe =5 Tem-se que

Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20

hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para

evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear

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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j

Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)

Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no

periacuteodo t em kg

quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no

periacuteodo t em kg

produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg

accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg

accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t

accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t

produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t

estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t

Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas

Para isin LPo

= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo

= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io

Variaacuteveis auxiliares

= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no

periacuteodo t

A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma

dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

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Americano de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica e VI Encontro Latino de Poacutes Graduaccedilatildeo

Universidade do Vale do Paraiacuteba 2008

MARTEL A VIEIRA D R Anaacutelise e Projetos de redes Logiacutestica 2008

MARTINEZ L Planejamento de Longo Prazo de uma Rede de Distribuiccedilatildeo

Multi-Produto Capacitada XL Simpoacutesio Brasileiro de Pesquisa Operacional

Joatildeo Pessoa Anais XL Simpoacutesio Brasileiro de Pesquisa Operacional 2008

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65

MELKOTE S DASKIN M S Capacitated facility locationnetwork design

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MELO MT NICKEL S SALDANHA-DA-GAMA F Facility Location

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PAIVA R P O Modelagem do planejamento agregado da produccedilatildeo em usinas

cooperadas do setor sucroenergeacutetico utilizando programaccedilatildeo matemaacutetica e

otimizaccedilatildeo robusta Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo)

Centro de Ciecircncias Exatas e Tecnologia Programa de Poacutes graduaccedilatildeo em

Engenharia de Produccedilatildeo UFSCAR 2009

PESSOA J D C Pesquisa de campo 2007 Pesquisador vinculado agrave

EMBRAPA Satildeo Carlos

ROSA L A B Comercializaccedilatildeo na Agroinduacutestria de pequeno porte a

experiecircncia de agricultores agroindustriais familiares do municiacutepio de Londrina

ndash PR Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Gestatildeo de Negoacutecios) Universidade Estadual de

Londrina Universidade Estadual de Maringaacute 2003

SAGRI Secretaria do Estado da Agricultura Seminaacuterio Setorizado do Accedilaiacute

discute problemas na produccedilatildeo Disponiacutevel emhttpwwwsagripagovbrq=node184

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Acesso em jun 2010

SANTANA A C CARVALHO D F MENDES FA T Organizaccedilatildeo e

competitividade das empresas de polpas de frutas no Estado do Paraacute 1995 a

2004 Unama 2006

SILVA I M SANTANA A C REIS M S Anaacutelise dos retornos sociais

orioundos de adoccedilatildeo tecnoloacutegica na cultura de accedilaiacute no estado do Paraacute

Amazocircnia Ci amp Desenv v 2 n 3 2006

SILVA M C N Competitividades das Agroinduacutestrias de polpa de frutas das

mesorregiotildees Metropolitana de Beleacutem e Nordeste Paraense (1996 a 2003)

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade da Amazocircnia 2006

SILVA M N A O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das

agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

Economia Rural) Centro de Ciecircncias Agraacuterias Universidade Federal do Cearaacute

2004

SOARES L C C COSTA F A Os limites do agroextrativismo no Baixo

Tocantins 2005

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1 Introduccedilatildeo

11 Contextualizaccedilatildeo e Justificativa

A dinacircmica da globalizaccedilatildeo a velocidade de propagaccedilatildeo da informaccedilatildeo o

interesse pela alimentaccedilatildeo saudaacutevel e o consequumlente aumento da demanda produzirammudanccedilas substanciais na atividade econocircmica agroindustrial O Brasil eacute um dos liacutederes

mundiais na produccedilatildeo e exportaccedilatildeo de vaacuterios produtos agropecuaacuterios eacute o primeiro

produtor e exportador de cafeacute accediluacutecar e suco de laranja Lidera ainda o ranking das

vendas externas de aacutelcool soja carne bovina carne de frango e tabaco (Andriguetto et

al 2008)

As projeccedilotildees indicam que o Brasil tambeacutem seraacute em pouco tempo o principal

poacutelo mundial de produccedilatildeo de algodatildeo e biocombustiacuteveis feitos a partir de cana-de-accediluacutecar e oacuteleos vegetais Outros destaques satildeo milho arroz frutas frescas cacau

castanhas nozes aleacutem de suiacutenos e pescados (Andriguetto et al 2008)

Dessa forma as agroinduacutestrias iniciaram o processo de melhoria e ajustes em

produtos processos e nas formas de organizaccedilatildeo para desta maneira encontrarem

alternativas de eficiecircncia produtiva crescimento ou mesmo de sobrevivecircncia frente aos

novos desafios impostos pela competitividade (Silva 2004)

Lauschner (1995) apud Rosa (2003) define agroinduacutestria em sentido amplo

como sendo ldquoa unidade produtiva que transforma o produto agropecuaacuterio natural ou

manufaturado para utilizaccedilatildeo intermediaacuteria ou finalrdquo Em sentido restrito a

agroinduacutestria eacute ldquoa unidade produtiva que transforma para a utilizaccedilatildeo intermediaacuteria ou

final o produto agropecuaacuterio ou seus subprodutos natildeo manufaturadosrdquo

Segundo Pinazza (1999) apud Rosa (2003) ldquoA agroinduacutestria apresenta-se como

instrumento analiacutetico e experimental para a realizaccedilatildeo de diagnoacutesticos e simulaccedilotildees de

estrateacutegias para as cadeias produtivasrdquo Deve-se levar em conta desde a produccedilatildeo ateacute o

abastecimento final Os agentes fornecedores de insumos e fatores de produccedilatildeo os

produtores os armazenadores os processadores e distribuidores aleacutem dos prestadores

de serviccedilo satildeo objeto de observaccedilatildeo individual e em conjunto

As empresas brasileiras do segmento agroindustrial de frutas aproveitam a

oportunidade para atingirem outras fatias de mercado e consumidores diversos

ajustando-se agraves tendecircncias de consumo mundial dos produtos derivados de frutas como

polpas sucos neacutectares geleacuteias doces etc Um caso eacute a agroinduacutestria do Accedilaiacute no Estado

do Paraacute responsaacutevel pela produccedilatildeo de 95 do fruto (Silva 2004)

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O accedilaizeiro eacute uma palmeira cujo fruto eacute o accedilaiacute espeacutecie nativa da Amazocircnia

encontrada em terrenos de vaacuterzea no estuaacuterio dos rios Tocantins Paraacute e Amazonas O

accedilaiacute ateacute o final do seacuteculo XX era considerado um produto da alimentaccedilatildeo baacutesica das

populaccedilotildees ribeirinhas e das camadas de baixa renda sendo consumido com farinha de

mandioca e peixe entre outros A produccedilatildeo do accedilaiacute era ateacute entatildeo predominantemente

extrativista objetivando o consumo domeacutestico com pouca venda de excedente (Santana

et al 2006)

A partir de meados da deacutecada de 90 o suco de accedilaiacute foi gradativamente

conquistando novas fronteiras de mercado atendendo natildeo apenas ao mercado local

mas tambeacutem as outras regiotildees do paiacutes e ainda o mercado internacional

principalmente os Estados Unidos paiacuteses da Uniatildeo Europeacuteia Japatildeo e Cone Sul

(Santana Gomes apud Silva et al2006 )

No Brasil a demanda de accedilaiacute vem crescendo entre os consumidores com maior

niacutevel de renda A motivaccedilatildeo do consumo se daacute por razotildees que vatildeo aleacutem da necessidade

alimentar envolvendo questotildees culturais e principalmente por esteacutetica e sauacutede (Silva

apud Silva et al2006)

A produccedilatildeo extrativista entretanto natildeo conseguiu seguir o aumento da

demanda de forma que o crescimento do mercado de polpa do fruto de accedilaiacute tem

induzido o plantio em terra firme (Homma et al 2006) e a implantaccedilatildeo de plantas

industriais para realizar o processamento ou as agroinduacutestrias existentes introduziram

o accedilaiacute na linha de produccedilatildeo visando atender aos mercados externo e interno (Santana et

al 2006)

Embora a exploraccedilatildeo do accedilaiacute apresente grande possibilidade de alavancagem e

desenvolvimento da economia regional a logiacutestica e principalmente o transporte na

regiatildeo produtora eacute bastante deficitaacuteria uma vez que a venda do produto depende em

grande escala das embarcaccedilotildees que fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos dofrete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores Tais fatores encarecem o custo do produto que

recai sobre o consumidor (Limal et al 2008)

A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do

transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto

procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2002)

Atualmente a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees praacuteticas de realizaccedilatildeo das

metas definidas pelo setor de marketing como prazos de entrega miacutenimos Sem oplanejamento logiacutestico e de rede de distribuiccedilatildeo tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se

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concretizar (Bowersox et al 2002) Segundo Ballou (2001) configurar a rede de

distribuiccedilatildeo eacute especificar a estrutura por meio do qual os produtos passaratildeo de seus

pontos de origem ateacute os pontos de demanda determinando quais instalaccedilotildees devem ser

usadas quantas instalaccedilotildees devem existir quais os produtos e clientes designados a

elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas e como as instalaccedilotildees

deveriam ser atendidas

O mercado do accedilaiacute estaacute haacute alguns anos em raacutepido crescimento o que tem

aumentado a demanda o preccedilo dos frutos e tambeacutem atraiacutedo novos investimentos Entre

outros inclui-se investimentos na produccedilatildeo intensiva de frutos em terra firme cuja

viabilidade depende tambeacutem dos custos da logiacutestica de entrega da mateacuteria prima nas

induacutestrias de processamento

Neste cenaacuterio eacute importante que haja um trabalho que organize as informaccedilotildees

disponiacuteveis sobre a cadeia produtiva do accedilaiacute no Paraacute uma vez que eacute um assunto que

ainda natildeo foi exaustivamente tratado na literatura e ainda para incentivar a coleta de

dados mais precisos e o investimento e a expansatildeo no agronegoacutecio da polpa de accedilaiacute

Ainda este trabalho propotildee uma ferramenta dentro do campo da Pesquisa

Operacional baseada em programaccedilatildeo matemaacutetica que possibilite a anaacutelise de

viabilidade da cadeia produtiva que simule a dinacircmica da cadeia com mais atores seja

beneficiadores ou produtores atendendo agrave clientes nacionais eou internacionais de

modo que seja possiacutevel encontrar alternativas de melhoria e sugestatildeo de cenaacuterios para

expansotildees futuras

Segundo Almeida (2010) dentro da aacuterea dos meacutetodos quantitativos as

aplicaccedilotildees de Pesquisa Operacional tecircm se mostrado eficazes em diversas aacutereas de

aplicaccedilotildees e os modelos matemaacuteticos e computacionais propostos quase sempre podem

ser utilizados diretamente como ferramentas de auxiacutelio agrave tomada de decisatildeo

12 Objetivos

Geral

A proposta desse trabalho eacute utilizar ferramentas de anaacutelise do sistema logiacutestico

na anaacutelise da cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute estudando um modelo de

localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees baseado em programaccedilatildeo matemaacutetica que incorpora

decisotildees de fluxo para auxiliar no planejamento estrutural da cadeia de produccedilatildeo do

Accedilaiacute no Paraacute Para chegar nesse resultado tem-se os seguintes objetivos especiacuteficos

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Especiacuteficos

bull Revisatildeo de trabalhos encontrados na literatura sobre a cadeia produtiva

do accedilaiacute no Paraacute

bull Levantamento de dados necessaacuterios para posterior validaccedilatildeo do modelo

1 Custos de produccedilatildeo do fruto localizaccedilatildeo dos spots de produccedilatildeo e sua

capacidade

2 Custos de processamento do fruto localizaccedilatildeo das induacutestrias de

beneficiamento e sua capacidade

3 Custos de transporte do fruto para os beneficiadores e da polpa de

accedilaiacute para o mercado nacional e internacional

4 Principais centros consumidores da polpa de accedilaiacute e sua demanda

bull Desenvolvimento do modelo matemaacutetico de localizaccedilatildeo de facilidades

13 Materiais e Meacutetodos

Este trabalho de conclusatildeo de curso eacute conduzido segundo o meacutetodo de

modelagemSimulaccedilatildeo Eacute um meacutetodo em que os modelos desenvolvidos satildeo

representaccedilotildees de operaccedilotildees que acontecem na realidade Cada modelo pressupotildee

variaacuteveis ligadas por relaccedilotildees de causa e efeito desenvolvidas dentro de um

determinado domiacutenio e que natildeo podem ser alteradas pelo pesquisador Essas variaacuteveis

podem ser fiacutesicas como posiccedilatildeo de inventaacuterio e taxa de utilizaccedilatildeo ou econocircmicas

como contribuiccedilatildeo ao lucro e custos (Betrand e Fransoo 2002) As variaacuteveis definidas

neste trabalho satildeo fiacutesicas

Os estudos de PO no geral seguem etapas caracteriacutesticas Na literatura haacute

variaccedilotildees quanto agrave denominaccedilatildeo e ao nuacutemero de etapas Segundo Hillier e Lieberman

(2006) apud Almeida (2010) haacute uma seacuterie de seis etapas usuais sugeridas para serem

utilizadas por equipes de PO para enfrentar problemas reais

1 Definir o problema de interesse e coletar dados

2 Formular um modelo matemaacutetico para representar o problema

3 Desenvolver um procedimento computacional a fim de derivar soluccedilotildees para

o problema a partir do modelo

4 Testar o modelo e aprimoraacute-lo conforme necessaacuterio

5 Preparar para a aplicaccedilatildeo contiacutenua do modelo conforme prescrito pela

gerecircncia

6 ImplementarNesse projeto de conclusatildeo de curso nos restringiremos agraves fases 1 e 2

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2 Visatildeo Geral

21 Agronegoacutecio

O termo agronegoacutecio ou agribusiness engloba os fornecedores de bens e

serviccedilos para a agricultura os produtores rurais os processadores os transformadores edistribuidores e todos os envolvidos na geraccedilatildeo e fluxo dos produtos de origem agriacutecola

ateacute o consumidor final Os agentes que afetam e coordenam o fluxo dos produtos tais

como o governo os mercados as entidades comerciais financeiras e de serviccedilos

tambeacutem satildeo parte do agronegoacutecio (Costa 2002)

A Associaccedilatildeo Brasileira de Agribusiness (ABAG apud Costa 2002) descreve as

funccedilotildees do agronegoacutecio em sete niacuteveis

a) suprimentos agrave produccedilatildeob) produccedilatildeo

c) transformaccedilatildeo

d) acondicionamento

e) armazenamento

f) distribuiccedilatildeo e

g) consumo

Por sua vez o termo lsquoagroinduacutestriarsquo natildeo deve ser confundido com agronegoacutecio

uma vez que o primeiro eacute uma parte do segundo De acordo com a ABAG apud Costa

2002 agroinduacutestria se aplicaria do niacutevel lsquosuprimentos agrave produccedilatildeorsquo ateacute

lsquoacondicionamento

Para Ramalho 1988 apud Silva 2004 a agroinduacutestria eacute caracterizada como

sendo o primeiro processamento da mateacuteria prima originada do setor agropecuaacuterio

tendo por mercado a exportaccedilatildeo e outras induacutestrias

Jaacute para Santana 2003 apud Silva 2004 agroinduacutestria eacute a empresa ou

organizaccedilatildeo que realiza o processamento industrial dos produtos agriacutecolas pecuaacuterios

florestais e extrativos oriundos do meio rural e de seus subprodutos e que planeja a

cadeia produtiva para frente identificando mercados canais de distribuiccedilatildeo logiacutestica de

transporte e clientes para os produtos do setor rural

Segundo Batalha apud Costa 2002 a literatura que trata do tema agroindustrial

no Brasil tem feito confusatildeo entre as expressotildees lsquoSistema Agroindustrialrsquo lsquoComplexo

Agroindustrialrsquo lsquoCadeia de Produccedilatildeo Agroindustrialrsquo e lsquoAgronegoacuteciorsquo Tais expressotildees

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se aplicam a diferentes objetivos cada uma delas reflete um niacutevel de anaacutelise do Sistema

Agroindustrial

Sistema Agroindustrial (SAI) eacute o conjunto de atividades que concorrem para a

produccedilatildeo de produtos agroindustriais desde a produccedilatildeo dos insumos (sementes adubos

maacutequinas agriacutecolas etc) ateacute a chegada do produto final (queijo polpas de frutas massas

etc) na mesa do consumidor Natildeo estaacute associado a qualquer mateacuteria-prima agropecuaacuteria

ou produto final especiacutefico (Batalha apud Rosa 2003) O SAI eacute composto por seis

conjuntos de atores agricultura pecuaacuteria e pesca induacutestrias agroalimentares

distribuiccedilatildeo agriacutecola e alimentar comeacutercio internacional consumidor induacutestrias e

serviccedilos de apoio (Costa 2002)

Complexo agroindustrial (CAI) tem como ponto de partida determinada mateacuteria-

prima A arquitetura de um complexo agroindustrial eacute tida pela ldquoexplosatildeordquo da mateacuteria-

prima principal que o originou segundo os diferentes processos industriais e comerciais

que ela pode sofrer ateacute se transformar em diferentes produtos finais A formaccedilatildeo de um

CAI exige a participaccedilatildeo de um conjunto de cadeias de produccedilatildeo cada uma delas

associada a um produto ou famiacutelia de produtos (Batalha apud Costa 2002)

Jaacute a cadeia de produccedilatildeo agroindustrial (CPA) eacute definida a partir da identificaccedilatildeo

de determinado produto final Apoacutes esta identificaccedilatildeo conveacutem ir encadeando de

jusante a montante as vaacuterias operaccedilotildees teacutecnicas comerciais e logiacutesticas necessaacuterias a

sua produccedilatildeo (Rosa 2003)

De acordo com Alves (1997) apud Costa (2002) a CPA pode ser segmentada

em trecircs macro-segmentos

a) Comercializaccedilatildeo representando as empresas que estatildeo em contato com o

cliente final da cadeia de produccedilatildeo e que viabilizam o consumo e o comeacutercio dos

produtos finais (supermercados mercearias restaurantes cantinas etc) Podem

ser incluiacutedas tambeacutem neste macro-segmento as empresas responsaacuteveis somentepela logiacutestica de distribuiccedilatildeo

b) Industrializaccedilatildeo representando as firmas responsaacuteveis pela transformaccedilatildeo das

mateacuterias-primas em produtos finais destinados ao consumidor O consumidor

pode ser uma unidade familiar ou uma agroinduacutestria

c) Produccedilatildeo de mateacuterias-primas reunindo as firmas que fornecem as mateacuterias-

primas iniciais para que outras empresas avancem no processo de produccedilatildeo do

produto final (agricultura pecuaacuteria pesca etc)

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Batalha apud Costa 2002 afirma que o termo agronegoacutecio deve vir

acompanhado de um delimitador O enfoque pode partir do mais global (agronegoacutecio

brasileiro) ao mais especiacutefico (agronegoacutecio da soja ou do suco de laranja)

211 Agronegoacutecio no Brasil

O Brasil eacute um dos liacutederes mundiais na produccedilatildeo e exportaccedilatildeo de vaacuterios produtos

agropecuaacuterios eacute o primeiro produtor e exportador de cafeacute accediluacutecar e suco de laranja

Lidera ainda o ranking das vendas externas de aacutelcool soja carne bovina carne de

frango e tabaco (Andriguetto et al 2008)

As projeccedilotildees indicam que o Brasil tambeacutem seraacute em pouco tempo o principal

poacutelo mundial de produccedilatildeo de algodatildeo e biocombustiacuteveis feitos a partir de cana-de-

accediluacutecar e oacuteleos vegetais Outros destaques satildeo milho arroz frutas frescas cacau

castanhas nozes aleacutem de suiacutenos e pescados (Andriguetto et al 2008)

O agronegoacutecio brasileiro emprega atualmente 177 milhotildees de trabalhadores

somente no campo e eacute hoje a principal locomotiva da economia brasileira respondendo

por 235 do Produto Interno Bruto (PIB) 36 das exportaccedilotildees totais e 37 dos

empregos brasileiros Nos uacuteltimos anos poucos paiacuteses tiveram crescimento tatildeo

expressivo no comeacutercio internacional do agronegoacutecio quanto o Brasil (Andriguetto et

al 2008)

Ao mesmo tempo em que se expande o agronegoacutecio brasileiro sofre um

processo crescente de integraccedilatildeo ao mercado com mudanccedilas em suas estrateacutegias de

produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo Segundo Alves apud Costa 2002 isso acontece devido ao fato

de que haacute um aumento na preocupaccedilatildeo com a qualidade dos alimentos Aleacutem disso os

produtores tecircm procurado ampliar a sua linha de produtos com maior valor agregado e

adequar suas formas organizacionais agraves necessidades do mercado que estaacute aquecido

devido agrave presenccedila de novos haacutebitos de consumo alimentar (Costa 2002)Todos os fatores acima descritos vecircm forccedilando os produtores agriacutecolas a

tentarem reduzir custos de produccedilatildeo e de distribuiccedilatildeo Dessa forma a competitividade

no setor agroindustrial depende cada vez mais da sua inserccedilatildeo na cadeia de suprimento

a reduccedilatildeo de custos unitaacuterios e o aumento da produtividade global do setor demandam

maior ecircnfase em tecnologias de poacutes-colheita e de processamento em fatores que afetam

os tempos e custos de transporte e armazenamento e ainda em serviccedilos de apoio que

agilizem a movimentaccedilatildeo fiacutesica dos produtos e o acesso a informaccedilotildees relacionadas aosnegoacutecios (Costa 2002)

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O Brasil eacute um dos trecircs maiores produtores de frutas do mundo ficando somente

atraacutes da China e Iacutendia representando cerca de 5 da produccedilatildeo mundial Sua produccedilatildeo

superou 40 milhotildees de toneladas em 2008 (Agecircncia Sebrae 2009) A proacutexima seccedilatildeo

discutiraacute brevemente a agroinduacutestria de frutas no paiacutes

212 Agroinduacutestria de frutas no Brasil

Embora seja um dos maiores exportadores de frutas do mundo a carecircncia em

marketing do setor frutiacutecola dificulta a expansatildeo comercial da fruta brasileira uma vez

que existe baixo conhecimento da maioria das frutas tropicais no mercado internacional

Apesar disso nos uacuteltimos 14 anos o Brasil aumentou em mais de 11 vezes as

exportaccedilotildees de frutas frescas passando de US$ 54 milhotildees no iniacutecio da deacutecada de 1990

para mais de US$ 642 milhotildees no ano de 2007 (919 mil toneladas) Somando-se as

frutas secas e castanhas de caju foram exportadas um milhatildeo de toneladas equivalente

a US$ 9677 milhotildees (Andriguetto et al 2008)

Jaacute o processamento de sucos de fruta estaacute em franca expansatildeo ocupando papel

de relevacircncia no agronegoacutecio mundial com destaque para os paiacuteses em

desenvolvimento que satildeo responsaacuteveis pela metade das exportaccedilotildees mundiais A

demanda atual eacute crescente para sucos e polpas de frutas tropicais principalmente de

abacaxi maracujaacute manga e banana que satildeo responsaacuteveis pela maioria das exportaccedilotildees

(Andriguetto et al 2008)

Poreacutem desde meados da deacutecada de 90 a polpa de accedilaiacute ganhou espaccedilo na miacutedia

nacional e internacional aumentando a demanda do produto como estaacute exposto na

Tabela 1 A conversatildeo do fruto em polpa eacute em meacutedia de 223 kg de frutos para 10 kg

de polpa

Tabela 1 Balanccedilo entre oferta de frutos e demanda de polpa de accedilaiacute do Estado do Paraacute no periacuteodode 2001 a 2005 Fonte (Santana et al 2006)

Demanda de polpa e vinho de accedilaiacute

Ano

Ofertade frutode accedilaiacute

(t)

Oferta depolpa

aproximada

Mercado do

Paraacute (t)

Mercadonacional

(t)

MercadoInternacional

(t)

DemandaTotal(t)

2001 118302 53050224 117843 8527 395 126765

2002 364879 163622870 130559 11231 1060 142850

2003 392130 175843049 163615 22597 2119 188331

2004 454071 203619283 177102 29636 3622 210360

2005 505094 226499552 204730 47098 5138 256966

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A expansatildeo gradativa do mercado de frutas processadas tem se caracterizando

por uma seacuterie de fatores dentre os quais a preocupaccedilatildeo de consumidores com a sauacutede o

que resulta em aumento da procura e consumo de produtos naturais com pouco ou

nenhum aditivo quiacutemico A quantidade exportada de sucos de frutas em 2007 foi de

237 milhotildees de doacutelares relativos a 216 milhotildees de toneladas sendo 5126 maior que

em 2006 e 100 maior que em 2005(Andriguetto et al 2008)

Segundo Barros apud Silva 2004 as polpas de frutas mostram-se como uma

oportunidade para o Brasil pois existe o potencial de se transformar no novo produto

que ampliaraacute a participaccedilatildeo brasileira no setor externo No Brasil um caso em grande

expansatildeo que merece atenccedilatildeo eacute a agroinduacutestria do accedilaiacute no Estado do Paraacute responsaacutevel

pela produccedilatildeo de 95 do fruto (Silva 2004) A Tabela 2 no proacuteximo toacutepico mostra o

crescimento da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute

Na proacutexima seccedilatildeo apresentamos uma descriccedilatildeo sucinta da agroinduacutestria de

frutas tropicais no Paraacute

213 Agroinduacutestria de frutas no Paraacute

A regiatildeo Norte reuacutene condiccedilotildees favoraacuteveis para o desenvolvimento das

agroinduacutestrias de frutas pois apresenta grande variedade de fruteiras extrativas proacuteprias

da regiatildeo e solo e clima que permitem a exploraccedilatildeo de fruteiras tiacutepicas de aacutereas tropicais

(Silva 2006)

O Paraacute aparece como um dos maiores produtores brasileiros de frutas da uacuteltima

deacutecada destacando-se pelas produccedilotildees de abacaxi banana coco e laranja e em menor

escala de maracujaacute mamatildeo limatildeo e acerola aleacutem das frutas regionais (exoacuteticas) como

o accedilaiacute bacuri cupuaccedilu taperebaacute e muruci que a cada ano ganham mais mercado o que

favorece os empreendimentos do setor frutiacutecola(Silva 2004)

O Estado do Paraacute eacute hoje responsaacutevel por 95 da produccedilatildeo de accedilaiacute no Brasil edevido a sua importacircncia cultural o accedilaiacute transformou-se atraveacutes de lei na bebida e fruta

siacutembolo do estado do Paraacute e agora passou a ser priorizado como produto econocircmico

capaz de gerar renda para a populaccedilatildeo local e divisas para o paiacutes (Andrade et al 2008)

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Tabela 2 Evoluccedilatildeo da aacuterea colhida produccedilatildeo rendimento e preccedilo do accedilaiacute no Estado do Paraacute 1996 a2009

Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute

ANOAacuteREA

PLANTADA

(haacute)

AacuteREACOLHIDA

(haacute)

QUANTIDADECULTIVADA ( t )

QUANTIDADEEXTRATIVA ( t )

QUANTIDADETOTAL

PRODUZIDA ( t )

RENDIMENTO(thaacute)

PRECcedilO(R$t)

1996 1054 10366 103698 114064 9835 469791997 933 7913 92021 99934 8481 350841998 852 7278 110557 117835 8542 412271999 690 4662 107663 112325 6757 472862000 727 5207 112676 117883 7162 499352001 627 4558 113744 118302 7270 558992002 16115 242557 122322 364879 15052 642082003 3097 18479 257282 134848 392130 13923 686982004 8593 26671 363428 90643 454071 13626 699962005 6297 34203 415921 89173 505094 12160

2006 8041 49455 472040 88551 560591 95452007 5249 51545 497591 93788 591379 96542008 59202 59202 581290 100202 681492 98192009 61814 61814 604805 104354 709159 9784

A induacutestria de suco e polpa de frutas regionais para exportaccedilatildeo teve como

pioneira a Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-Accedilu (CAMTA) fundada no ano de

1949 Em 1988 foi concluiacuteda a faacutebrica de sucos da Associaccedilatildeo de Fomento Agriacutecola de

Tomeacute-Accedilu (ASFATA) fundada em 1981 que passou para a administraccedilatildeo da CAMTA

em 1991 A agroinduacutestria de sucos e concentrados de frutas regionais foi uma das que

mais cresceu nos uacuteltimos dez anos (Homma 2003)

O Estado do Paraacute possui hoje cerca das 140 empresas produtoras de polpa de

frutas distribuiacutedas em todo o estado poreacutem as regiotildees Metropolitana de Beleacutem e

Nordeste Paraense concentram cerca de 82 do total das unidades (Brasil apud Silva

2004) Entretanto a mesorregiatildeo do Marajoacute eacute a que concentra a maior produccedilatildeo de

fruto detendo cerca de 80 da produccedilatildeo Para melhor visualizaccedilatildeo veja a Figura 1

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17

Figura 1Mesorregiotildees do Estado do Paraacute Fonte Silva 2004

No primeiro semestre de 2004 a produccedilatildeo exportada do mix de polpa de frutas

atingiu o valor de US$ 504 milhotildees com uma evoluccedilatildeo de 2447 em relaccedilatildeo ao

mesmo periacuteodo de 2003 Desse total apenas 75 da produccedilatildeo de polpa de frutas

regional foi exportado para os Estados Unidos e alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeacuteia e

Aacutesia o maior percentual de exportaccedilatildeo (755) ficou com o mercado nacional e o

restante (17) foi absorvido pelo mercado local (Santana apud Silva2004)A agroinduacutestria de frutas destaca-se como uma atividade estrateacutegica para o

desenvolvimento de regiotildees produtoras na aacuterea de fruticultura uma vez que tem elevada

capacidade de gerar emprego e renda e criar uma demanda estaacutevel para a produccedilatildeo de

frutas jaacute que apresenta um grande potencial de agregaccedilatildeo de valor aos produtos

primaacuterios a partir do processamento e elaboraccedilatildeo de sucos polpas e doces aleacutem de

promover a induccedilatildeo e difusatildeo de tecnologia no meio rural (Silva 2006)

Por sua vez o accedilaiacute lidera o mercado da fruticultura nacional a exportaccedilatildeo chegaa 500 mil toneladasano O crescimento do interesse nacional e internacional pelo suco

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do fruto entretanto fez com que o preccedilo do produto aumentasse para o consumidor

(SAGRI 2010)

22 O Accedilaiacute

221 O accedilaizeiro

O accedilaizeiro ( Euterpe oleracea Mart) planta pertencente agrave ordem dos Arecales

ao gecircnero Euterpe da famiacutelia Palmae eacute uma palmeira nativa da Amazocircnia abundante

nas aacutereas de vaacuterzeas da regiatildeo Para os nativos essa palmeira representa uma importante

fonte natural de recursos Poullet apud Padilha et al afirma que o accedilaiacute eacute um dos

produtos mais importantes da vida alimentar e cultural da populaccedilatildeo regional Rogez

apud Padilha et al(2000) por sua vez considera o accedilaizeiro a palmeira mais produtiva

do ecossistema que abriga a populaccedilatildeo do delta do Amazonas

Os accedilaizais nativos nas aacutereas de vaacuterzeas satildeo encontrados no estuaacuterio dos rios

Tocantins Paraacute e Amazonas Nas vaacuterzeas o manejo dos accedilaizais nativos tem

promovido a derrubada verde sem queima para construccedilatildeo de canais para facilitar a

drenagem da aacutegua inundada com grande movimentaccedilatildeo de canoas e barcos para o

transporte de frutos com seacuterias consequumlecircncias para flora e fauna (Homma et al 2006)

O manejo consiste em aumentar a populaccedilatildeo de accedilaizeiros que ocorrem

naturalmente na floresta de vaacuterzea Com essa teacutecninca a produtividade do accedilaizeiro

dobra de 42 tha para 84 tha de frutos Baseia-se na eliminaccedilatildeo das plantas de espeacutecies

arbustivas e arboacutereas de baixo valor comercial cujos espaccedilos livres satildeo ocupados por

plantas de accedilaizeiros oriundas de sementes que germinam espontaneamente de mudas

preparadas ou transplantadas das proximidades e por outras espeacutecies produzidas

especialmente para esse fim (Embrapa)

A vantagem da teacutecnica de manejo eacute que natildeo exige investimento em infra-

estrutura consistindo na realizaccedilatildeo das seguintes praacuteticas limpeza da aacuterea (roccedilagem davegetaccedilatildeo de menor porte e eliminaccedilatildeo de parte das aacutervores maiores) desbastes dos

perfilhosestipes das touceiras de baixo vigor vegetativo preparoaquisiccedilatildeo e plantio de

mudas de accedilaizeiros frutiacuteferas e florestais manutenccedilatildeo do accedilaizal (Embrapa)

A importacircncia socioeconocircmica do accedilaizeiro decorre do seu enorme potencial de

aproveitamento integral de mateacuteria-prima O principal aproveitamento eacute a extraccedilatildeo do

accedilaiacute mas as sementes (caroccedilos) do accedilaizeiro satildeo aproveitadas no artesanato e como

adubo orgacircnico A planta fornece ainda um oacutetimo palmito e as suas folhas satildeo utilizadaspara cobertura de casas dos habitantes do interior da regiatildeo (Homma 2006) De acordo

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com Padilha et al existe ainda um outro uso uma vez que a a produccedilatildeo de polpa varia

em torno de apenas 5 a 15 do volume do fruto haacute uma grande quantidade de resiacuteduos

gerados no processamento que pode ser empregado para geraccedilatildeo de energia teacutermica e

eleacutetrica

Poreacutem para a populaccedilatildeo ribeirinha a possibilidade mais lucrativa proporcionada

pelo accedilaizeiro eacute a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de seu fruto in natura A produccedilatildeo de

frutos para o mercado local eacute uma atividade de baixo custo e de excelente rentabilidade

econocircmica (Homma 2006)

222 O fruto

O accedilaiacute ateacute o final do seacuteculo XX era considerado um produto da alimentaccedilatildeo

baacutesica das populaccedilotildees ribeirinhas e das camadas de baixa renda dos centros urbanos da

economia Amazocircnica onde eacute consumido com farinha de mandioca e peixe entre

outros A produccedilatildeo do accedilaiacute era ateacute entatildeo predominantemente extrativista objetivando o

consumo domeacutestico com pouca venda de excedente (Santana et al 2006)

No entanto desde meados da deacutecada de 90 as academias de ginaacutestica

descobriram o fruto e seu alto valor energeacutetico o que fez com que o accedilaiacute ganhasse

espaccedilo na miacutedia nacional e internacional A demanda do produto aumentou entatildeo

intensamente uma vez que as camadas de maior poder aquisitivo tambeacutem passaram a

consumiacute-lo (Santana et al 2006)

Este aumento pode ser atribuiacutedo agraves propriedades nutricionais e valor caloacuterico do

accedilaiacute uma vez que eacute um alimento rico em proteiacutenas fibras lipiacutedios vitamina E e

minerais como manganecircs cobre boro e cromo Aleacutem disso o accedilaiacute possui um elevado

teor de pigmentos antocianinas que satildeo beneacuteficos agrave sauacutede pois favorecem a circulaccedilatildeo

sanguumliacutenea e protegem o organismo contra a arteriosclerose (Alexandre et al2004)

A demanda pelo accedilaiacute estaacute em alta o produto tem boas possibilidades demercado principalmente no Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia Goiaacutes e na Regiatildeo

Nordeste No Rio de Janeiro o accedilaiacute eacute oferecido nas praias e se tornou muito popular

entre os adeptos da cultura da sauacutede e entre os frequumlentadores de academias Eacute

tambeacutem vendido diretamente ao consumidor e comeccedila a ganhar popularidade entre os

nativos e turistas Eacute estimado que no Rio de Janeiro sejam consumidas 500

toneladasmecircs em Satildeo Paulo 150 toneladasmecircs e outros Estados somam 200

toneladasmecircs Nesses locais em alguns pontos de venda o que se consome eacute o accedilaiacute

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fino que misturado com outros produtos perde o gosto o odor e ateacute o valor caloacuterico da

fruta (Homma 2006)

Em 2000 iniciou-se a exportaccedilatildeo de polpa congelada de accedilaiacute para os Estados

Unidos e para a Itaacutelia Esse mercado externo cresceu 20 ao ano de 2003 a 2006 com a

comercializaccedilatildeo do accedilaiacute concentrado em latas e com a popularizaccedilatildeo da mistura com

diversas outras frutas feitas em academias de ginaacutestica (Homma 2006)

A partir de 2002 observou-se o aumento da aacuterea colhida com accedilaiacute que se

manifesta num salto de 16115 ha (2002) para 26671 ha (2004) ou seja uma taxa de

crescimento de 6550 num periacuteodo de trecircs anos (Santana et al 2006)

Essa significativa taxa meacutedia de crescimento da aacuterea colhida do accedilaiacute pode

significar uma resposta dos produtores ao crescimento da demanda pelo fruto do accedilaiacute

nos uacuteltimos anos De fato o crescimento da demanda regional nacional e mesmo

internacional do accedilaiacute pode estar induzindo os produtores rurais a aumentarem aacuterea

plantada do accedilaiacute A expansatildeo da aacuterea colhida indica o grande interesse dos produtores

rurais quanto agrave necessidade da formaccedilatildeo de uma base produtiva de cultivo do accedilaiacute como

condiccedilatildeo baacutesica para a atraccedilatildeo de agroinduacutestrias de processamento (Santana et al

2006)

Assim crecirc-se que estaacute em curso uma mudanccedila do padratildeo agriacutecola da fruticultura

do Paraacute de uma base produtiva extrativa para uma base produtiva de cultivo Poreacutem

uma mudanccedila desse tipo requer uma seacuterie de adaptaccedilotildees de natureza agronocircmica

sobretudo quanto ao controle de pragas e doenccedilas que podem se manifestar nos cultivos

de grande escala(Santana et al 2006)

O crescimento do mercado de polpa do fruto de accedilaiacute tem induzido tambeacutem o

plantio em terra firme (Homma et al 2006) e a implantaccedilatildeo de plantas industriais para

realizar o processamento ou as agroinduacutestrias existentes introduziram o accedilaiacute na linha

de produccedilatildeo visando atender aos mercados externo e interno (Santana et al 2006)O plantio de accedilaizeiro em terra firme apresenta excelente alternativa para a

recuperaccedilatildeo de aacutereas desmatadas como tambeacutem para reduzir a pressatildeo sobre o

ecossistema de vaacuterzea que eacute mais fraacutegil Aleacutem disso o plantio em terra firme apresenta

a vantagem de facilitar o transporte rodoviaacuterio e o beneficiamento sem depender do

transporte fluvial mais lento (Santana et al 2006)

O processamento ou seja as atividades de lavagem pasteurizaccedilatildeo

congelamento e desidrataccedilatildeo em escala industrial tem como vantagens melhorar a

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higiene e a qualidade do produto reduzindo ao maacuteximo os riscos de contaminaccedilatildeo

microbioloacutegica (Homma et al 2006)

O processo de obtenccedilatildeo da polpa de accedilaiacute consiste em imergir o fruto em aacutegua

morna por tempo determinado a fim de amolecer o mesocarpo antes do despolpamento

Apoacutes o amolecimento o despolpamento eacute realizado com o auxiacutelio de maacutequinas

mecacircnicas eleacutetricas ou manualmente com ou sem adiccedilatildeo de aacutegua Em seguida o

produto obtido passa por uma peneira de forma a obter a polpa para consumo

(Alexandre et al2004)

Os produtos obtidos do fruto do accedilaiacute satildeo classificados de acordo com a adiccedilatildeo

ou natildeo de aacutegua e seus quantitativos ou seja a porcentagem de soacutelidos totais Assim os

produtos incluem

bull polpa de accedilaiacute polpa extraiacuteda sem adiccedilatildeo de aacutegua e sem filtraccedilatildeo

bull accedilaiacute grosso ou especial polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

com soacutelidos totais acima de 14

bull accedilaiacute meacutedio ou regular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

com soacutelidos totais entre 11 e 14

bull accedilaiacute fino ou popular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

apresentando soacutelidos totais entre 8 e 11 (Alexandre et al2004)

O accedilaiacute eacute altamente pereciacutevel o seu tempo maacuteximo de conservaccedilatildeo mesmo sob

refrigeraccedilatildeo eacute de 12 horas O fator responsaacutevel por esta alta perecibilidade eacute a elevada

carga microbiana juntamente com a degradaccedilatildeo enzimaacutetica responsaacuteveis pelas

alteraccedilotildees de cor e aparecimento do sabor azedo Atualmente a conservaccedilatildeo da polpa

de accedilaiacute eacute feita pelo processo de congelamento (Alexandre et al2004)

223 Agroinduacutestrias

Tendo como marco referencial a entrada em funcionamento da faacutebrica de

beneficiamento de polpa de frutas da CAMTA em 1991 a agroinduacutestria de frutas do

Estado do Paraacute teve um grande crescimento a partir da deacutecada de 90 As primeiras frutas

que tiveram seu processo de beneficiamento foram o maracujaacute cupuaccedilu e acerola

Posteriormente foram incluiacutedas a laranja accedilaiacute graviola carambola goiaba cajaacute

manga bacuri muruci e abacaxi (Homma 2002)

A Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-accediluacute ndash CAMTA destacava-se como uma

das principais compradoras dos consoacutercios produtores de accedilaiacute da regiatildeo negociando

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preccedilos diferentes entre os municiacutepios Estas negociaccedilotildees acirravam a concorrecircncia entre

os produtores e consequumlentemente deixava os preccedilos abaixo do mercado Esta praacutetica

prejudicava igualmente a todos os produtores (Homma 2002)

Nesse contexto a FASEAmazocircnia exerceu papel fundamental suscitando as

discussotildees sobre a criaccedilatildeo de um consoacutercio de produtores que pudessem negociar como

as empresas processadoras do fruto produccedilatildeo em escala ampliada a preccedilos melhores e

mais estaacuteveis (Soares e Costa 2005) A FASE eacute uma organizaccedilatildeo natildeo governamental

sem fins lucrativos que atua em seis estados brasileiros e tem sua sede nacional no Rio

de Janeiro Desde suas origens esteve comprometida com o trabalho de organizaccedilatildeo e

desenvolvimento local comunitaacuterio e associativo (FASE 2010)

Em 2000 o consoacutercio foi estruturado entre os municiacutepios de Abaetetuba

Barcarena Igarapeacute-Miri e Cametaacute (Soares e Costa 2005)

Em Abaetetuba a principal organizaccedilatildeo eacute a Cooperativa de Fruticultores de

Abaetetuba ndash COFRUTA Em Barcarena como a Associaccedilatildeo dos Batedores de Accedilaiacute de

Barcarena ndash COOPBAB e entidades parceiras com o STR ndash Barcarena Cooperativa da

Colocircnia de Pesca Z-13 e Associaccedilatildeo de Trabalhadores Rurais do Arapajoacute Em Cametaacute

com a Cooperativa de Resistecircncia de Cametaacute ndash CART e entidades parceiras como STR

ndash Cametaacute Colocircnia de Pescadores Z-16 e Associaccedilatildeo de Preservaccedilatildeo do Meio Ambiente

e Igarapeacute-Miri com a Associaccedilatildeo Mutiratildeo dos Trabalhadores Rurais de Igarapeacute-Miri

como as entidades parceiras como a Associaccedilatildeo de Mulheres de Igarapeacute-Miri

Associaccedilatildeo Boa esperanccedila STR ndash Igarapeacute-Miri e AMPRISA Em 2003 o nuacutemero total

de famiacutelias envolvidas no consoacutercio chegou a 919 (Soares e Costa 2005)

Apoacutes a delimitaccedilatildeo das organizaccedilotildees e parcerias para fornecimento do fruto

estas organizaccedilotildees passaram a negociar sua produccedilatildeo em conjunto atraveacutes do consoacutercio

e com preccedilos igualmente vantajosos para todas as entidades O volume comercializado

aumentou significativamente principalmente em funccedilatildeo da popularizaccedilatildeo do frutoaumentando tambeacutem o nuacutemero de empresas processadoras na regiatildeo Atualmente

comercializam com o consoacutercio a Sambazon Fly CAMTA Amazon Fruit Accedilaiacute Brasil

e Amazon Drink(Soares e Costa 2005)

A SAMBAZON destaca-se uma vez que tem exportado o fruto para o mercado

americano e estabelecendo contratos baseado no chamado mercado ldquojustordquo Com a

ampliaccedilatildeo da exportaccedilatildeo e as exigecircncias do mercado americano houve a necessidade de

reconhecimento do accedilaiacute enquanto produto agroecoloacutegico de origem orgacircnica jaacute que suaproduccedilatildeo natildeo utiliza insumos quiacutemicos Em 2003 a agecircncia de certificaccedilatildeo Guaranteed

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Organic Certification Agency ndash GOCA entregou a certificaccedilatildeo as cooperativas e

associaccedilotildees (Soares e Costa 2005)

A SAMBAZON estabeleceu contrato com as organizaccedilotildees para que o primeiro

certificado fosse pago por ela e posteriormente a renovaccedilatildeo ficaria sob

responsabilidade das proacuteprias organizaccedilotildees Segundo Sobrinho 2005 apud Soares e

Costa 2005 no periacuteodo de agosto de 2004 a janeiro de 2005 o preccedilo meacutedio por

tonelada pago aos produtores no comeacutercio justo superou em 25 os preccedilos correntes

praticados pelos atravessadores na regiatildeo (Soares e Costa 2005)

O percurso do accedilaiacute da propriedade ateacute a pedra do municiacutepio eacute feito de barco e eacute

de responsabilidade da cooperativa tais gastos satildeo incluiacutedos integralmente no custo do

produto Poreacutem os gastos com transporte da pedra do municiacutepio ateacute a empresa

processadora satildeo assumidos pela empresa processadora (Soares e Costa 2005)

Os gastos com transporte satildeo proporcionais ao tempo de viagem do setor ateacute a

pedra do municiacutepio As menores distacircncias encontradas entre os setores e a ldquopedrardquo

encontram-se em Barcarena e as maiores distacircncias em Cametaacute (Soares e Costa 2005)

Dessa forma os preccedilos praticados em Barcarena satildeo altos por sua proximidade

com Beleacutem que tem mercado consumidor praticamente garantido E em Cametaacute os

preccedilos praticados satildeo geralmente abaixo da meacutedia dos outros municiacutepios pela maior

distancia (Soares e Costa 2005)

Estima-se que 70 a 80 da polpa de accedilaiacute vendidas no Paiacutes satildeo produzidas no

Paraacute e os maiores compradores satildeo Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia e alguns Estados

do Nordeste

Sabe-se que as induacutestrias processadoras se concentram nas mesorregiotildees

Nordeste Paraense e Metropolitana de Beleacutem Somente em Beleacutem existem 3 mil pontos

de venda de accedilaiacute (Homma 2002) A Figura 2 e a Figura 3 representam as regiotildees do

Nordeste paraense e Metropolitana de Beleacutem respectivamente

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Figura 2 Microrregiotildees do Nordeste paraense Fonte Silva 2004

Figura 3 Mesorregiatildeo metropolitana de Beleacutem Fonte Silva 2004

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A razatildeo para que as duas mesorregiotildees sejam detentoras de maior percentual de

induacutestrias eacute no caso das empresas que fazem mais de um tipo de produto a

proximidade do principal mercado consumidor Beleacutem do Paraacute que vem se habituando

a consumir algumas polpas de frutas amazocircnicas e outras frutas regionais e tropicais na

forma congelada adquiridas nas redes de supermercados sobretudo na entressafra No

caso das empresas uniproduto satildeo as vias de acesso facilitada atraveacutes da BR316 que

interliga as duas mesorregiotildees paraenses com o resto do Paiacutes e assim escoam a

produccedilatildeo da polpa congelada especialmente do accedilaiacute (Silva 2004)

A polpa congelada e mais recentemente a exportaccedilatildeo sob a forma desidratada

ou seja o poacute e sucos pasteurizados apresentam tendecircncias de crescimento e vem

influenciando os produtores do Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins mais precisamente

dos municiacutepios de Cametaacute Igarapeacute-Miri Abaetetuba e Barcarena que neste processo

representam os fornecedores da mateacuteria-prima para as empresas beneficiadoras do

produto que alcanccedilaram o mercado internacional consumidor( Andrade et al2008)

A regiatildeo eacute grande produtora e consumidora de accedilaiacute A cidade de Igarapeacute-Miri

conquistou o tiacutetulo de ldquoCapital Mundial do Accedilaiacuterdquo Ainda a produccedilatildeo desta regiatildeo eacute

reconhecida por ser de alta qualidade seja no rendimento na produccedilatildeo e no sabor da

fruta Os principais produtos ou grupo de produtos gerados pela atividade da fruticultura

no Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins no estado do Paraacute satildeo polpas de frutas como

cupuaccedilu maracujaacute taperebaacute abacaxi e accedilaiacute in natura sendo este uacuteltimo o de maior

importacircncia econocircmica e de maior quantidade de produccedilatildeo (Andrade et al 2008)

A produccedilatildeo dos principais municiacutepios em 2008 pode ser vista na Tabela 3

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Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico daProduccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008

MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)

MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)

2008 2008

TOTAL GERAL581290

IGARAPEacute-MIRI 153000 TAILAcircNDIA 1253

ABAETETUBA 131250 ITUPIRANGA 1200

CAMETAacute 40544 NOVA ESP DO PIRIAacute 1200

ACARAacute 39600 BAIAtildeO 1000

LIMOEIRO DO AJURU 35040 NOVO REPARTIMENTO 1000

BUJARU 30955 PORTO DE MOZ 1000

TOMEacute ACcedilU 24000 ALMEIRIM 720

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 21384 CASTANHAL 634

PONTA DE PEDRAS 14991 VIGIA 500

OEIRAS DO PARAacute 14000 SANTA MARIA DO PARAacute 480

MOJU 12185 BAGRE 420

BARCARENA 12000 ANAPU 390

TUCURUIacute 11500 IGARAPEacute-ACcedilU 300

SANTA ISABEL DO PARAacute 6200 MARACANAtilde 275

PORTEL 4800 ALTAMIRA 240

CURRALINHO 3000 CAPITAtildeO POCcedilO 187

GURUPAacute 2812 PACAJAacute 180

SANTO ANTOcircNIO DO TAUAacute 2500 PRAINHA 156IRITUIA 2340 S FRANCISCO DO PARA 120

BREU BRANCO 1800 NOVO PROGRESSO 100

CACHOEIRA DO ARARI 1540 VISEU 60

BREVES 1500 MEDICILAcircNDIA 50

S SEBASTIAtildeO DA BVISTA 1500 FARO 28

MUANAacute 1332 AUGUSTO CORREA 24

O arranjo produtivo de polpa de frutas paraense eacute heterogecircneo em tamanho com

predominacircncia de microempresas em tecnologia de modo que apenas oito empresaspossuem tecnologia de pasteurizaccedilatildeo na diversificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo de produto a

maioria das empresas processa apenas accedilaiacute e ainda no grau de inserccedilatildeo nos mercados

local nacional e internacional (Santana et al 2006)

O principal produto industrial eacute a polpa de accedilaiacute pasteurizada eou congelada Em

menor escala existem os blends que eacute o accedilaiacute misturado com guaranaacute banana morango

e etc accedilaiacute em poacute geleacuteia licor vinho neacutectar suco bombons sorvetes cafeacute etc

(Santana et al 2006)

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224 Dificuldades das agroinduacutestrias

Silva em seu trabalho O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das

agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute 2004 fez um levantamento das

dificuldades que as empresas enfrentam Os entrevistados principalmente das empresas

que soacute produzem a polpa de accedilaiacute afirmam que caso dispusessem de cacircmaras de

congelamento e armazenamento e pasteurizadores natildeo haveria necessidade de sair do

Estado do Paraacute no periacuteodo da entressafra (coincidente com o veratildeo do Sudeste e Sul do

Brasil e com o periacuteodo de feacuterias e carnaval quando haacute elevaccedilatildeo da demanda de polpa de

accedilaiacute) pois teriam produtos em estoque originando mais receitas empregos e tributos

em acircmbito estadual ainda seriam mais competitivas pois ldquovecircem o accedilaiacute do Paraacute como

imbatiacutevel no mercadordquo

Os entrevistados por Silva 2004 citaram tambeacutem suas necessidades de

qualificaccedilatildeo de matildeo-de-obra nas aacutereas de produccedilatildeo manipulaccedilatildeo de alimentos e

administrativa Outra dificuldade enfrentada pelas empresas de polpa de frutas do

Estado do Paraacute eacute a falta de uma interaccedilatildeo mais permanente com o sistema de creacutedito

pois do total de empresas entrevistadas 769 natildeo obtiveram creacutedito de curto prazo

(capital de giro) nos uacuteltimos cinco anos e 50 tambeacutem natildeo obtiveram creacutedito ou

financiamento de longo prazo (projeto incentivado creacutedito para investimento como a

compra de equipamentos e outros) ou seja natildeo acessaram recursos por um periacuteodo

maior do que trecircs anos

Andrade et al 2008 afirmam que os gargalos da produccedilatildeo de polpa de accedilaiacute estatildeo

relacionados ao desempenho na aacuterea da gestatildeo principalmente para a melhoria das

habilidades de negociaccedilatildeo e teacutecnicas de venda pois o processo de comercializaccedilatildeo

nestes municiacutepios ainda eacute bastante complexo sendo considerado como um dos

principais entraves junto agrave falta de recursos dos produtores Destacam-se tambeacutem as

dificuldades de infra-estrutura no transporte que inviabilizam em muito o intuito de seatingir um bom planejamento da produccedilatildeo

Limal et al 2008 tambeacutem ressalta problemas logiacutesticos poreacutem relacionados ao

do produtor de accedilaiacute para as induacutestrias Para os autores a logiacutestica eacute bastante deficitaacuteria

uma vez que a venda do produto depende em grande escala das embarcaccedilotildees que

fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos do frete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores

Tais fatores encarecem o custo do produto que recai sobre o consumidor

Segundo informaccedilotildees obtidas em pesquisa de campo o transporte fluvial eacuterealizado pelas embarcaccedilotildees dos proacuteprios ribeirinhos ndash aqueles que tiverem condiccedilotildees

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29

23 Logiacutestica

De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de

planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de

mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde

o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias

dos clientes (CSCMP2010)

A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do

transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto

procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)

Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees

praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de

entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se

concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da

rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees

possiacuteveis (Bowersox et al (2001)

Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes

questotildees

bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao

cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por

exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta

definiccedilatildeo

bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais

baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o

nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de

atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas

instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de

centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado

tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e

programaccedilatildeo de transportadores

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30

Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o

serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo

possiacutevel

Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por

uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a

montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal

de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto

passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele

condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a

partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais

estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos

Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer

deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela

movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para

suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da

produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o

mercado consumidor

A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs

aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a

distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas

referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais

e produtos (Costa 2002)

Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais

devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de

suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em

termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da

qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda

determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos

e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas

e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)

Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor

nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede

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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades

de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de

mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)

Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias

em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades

tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de

veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees

Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de

facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de

facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)

Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda

estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem

nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto

neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de

hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo

possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo

puramente extrativista

232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional

O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees

geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios

entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de

transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de

transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)

De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades

envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos

de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo

Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos

por quais facilidades para minimizar o custo total

Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa

Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote

e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura

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33

Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al

(2008) eacute utilizado no estudo

O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de

lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na

Figura 4

Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)

No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam

para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou

armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados

Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com

pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que

manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas

Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que

o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao

cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais

adequados

A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que

as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste

trabalho de conclusatildeo de curso

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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de

facilidades

O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de

diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes

espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui

manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e

estoque de produtos

Notaccedilotildees utilizadas no modelo

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW

LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k

isin LP

P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P

LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento

LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta

LP c e LP o satildeo definidos analogamente

Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada

capacidade do armazeacutem j no tempo t

capacidade da planta k no tempo t

Tem-se ainda

demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t

Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso

definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das

facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque

Para isin LW

o e isin T

custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T

Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo e fechamento

Para isin LW c

custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento

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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP

custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no

periacuteodo t

custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t

custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo

t+1

custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i

Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)

Para isin LW o e isin T

= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c

= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento

= 0 caso contraacuterio

eacute definido analogamente

Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j

no periacuteodo t

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k

no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i

periacuteodo t

estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t

Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda

≔ 1 991270 isin LW o

991270 isin

LW c

Funccedilatildeo Objetivo

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Min =

isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)

Sujeito a

+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)

isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)

leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)

+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)

le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)

isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)

isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)

0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)

isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)

A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que

os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e

que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de

produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1

(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de

produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave

parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t

enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute

existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo

As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de

plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o

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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver

pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento

A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e

(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo

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PampE

A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca

investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da

Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo

MEP e ITP

O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)

possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37

ou 38 induacutestrias

Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos

mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que

apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada

O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90

estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo

(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o

fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos

Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega

ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros

ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da

bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria

A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador

individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra

clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a

Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a

Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO

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ITS e ITT

Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento

bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola

Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo

incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para

fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que

comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)

que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)

produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute

Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual

proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada

Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos

de bebida agrave base de accedilaiacute

No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com

qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no

Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos

32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo

matemaacutetico

Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com

pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute

para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos

simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por

exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados

histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da

demanda

a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas

Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi

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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute

cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo

porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m

um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para

as cidades

Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se

como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a

Tabela 5

Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS

AacuteREA (ha)

DESTINADA A COLHEITA COLHIDA

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500

BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000

BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064

CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320

IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840

MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000

MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148

TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600

TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150

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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000

UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998

AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600

ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200

ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500

MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000

OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185

UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000

OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000

UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000

Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem

devido a falhas nas coletas dos dados

Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute

ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o

periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A

divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas

cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado

amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a

safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo

Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do

Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute

2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas

20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais

de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute

aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano

A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que

acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos

Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou

R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos

satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial

consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa

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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da

Tabela 7

Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007

Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007

Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de

accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os

coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando

tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a

produccedilatildeo inicia desde o 1o ano

Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146

Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848

Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788

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45

Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico

plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute

existente

De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de

custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois

hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende

para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo

numa estimativa de seus gastos de transporte

Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo

utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa

Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela

9

Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167

Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109

c) Demanda dos Beneficiadores

Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade

maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente

pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da

capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de

chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena

de perda dos frutos

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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte

Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos

frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de

confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O

transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h

tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na

tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios

chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que

entregam para as empresas beneficiadoras locais

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio

transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista

ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a

12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200

Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$

050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo

compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma

de R$100 a $150 ao preccedilo

e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme

Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido

ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o

transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de

pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem

considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de

heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os

custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa

margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o

investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano

(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas

propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio

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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre

quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para

efeitos de expansatildeo

f) Manejo de accedilaizais nativos

O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo

uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia

Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano

o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute

positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute

maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de

produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo

g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores

De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a

localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados

individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em

uma tabela como a Tabela 10 abaixo

Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo

h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos

Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e

8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de

produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser

considerados os mesmos para cada tipo de produto

i) Demanda

O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores

para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas

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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009

AnoToneladas

Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo

2001 11784300 852700 39500

2002 13055900 1123100 113651

2003 16361500 2259700 273000

2004 17710200 2963600 504100

2005 20473000 4709800 565700

2006 24493100 5837900 668100

2007 24717300 6516200 923500

2008 27100000 7300000 1173500

2009 29800000 8020000 1250780

A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12

Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3

A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10

j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa

em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer

(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel

tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo

do cliente

O trajeto varia entre 80 e 240 km

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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores

Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas

Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas

Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo

desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o

Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das

maiores exportadoras a empresa DaFruta

33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute

Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia

representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)

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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute

Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores

beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em

cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme

Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras

uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo

apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)

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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo

do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees

Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo

Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea

1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t

2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado

Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme

3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo

t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de

implantaccedilatildeo

4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe

5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele

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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes

6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo

que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia

7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a

capacidade de processamento

8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo

9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no

periacuteodo atual

10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida

O modelo matemaacutetico

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB

LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por

k isin LP

LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio

do planejamento

LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista

LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme

indexados por l isin LT

LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo

LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme

P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por

p isin P

Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm

capacidade limitada

Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea

capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em

quilogramas de fruto por hectare

aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP

Para

isin LP o e

isin T

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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo

custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare

Para isin LP c

custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare

O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque

consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita

custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo

t

Dados referentes aos cultivos em terra firme

capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado

em quilogramas de fruto por hectare

Para isin LT c

aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de

planejamento

Para isin LT o

nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme

no spot l

qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares

e qe =5 Tem-se que

Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20

hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para

evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear

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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j

Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)

Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no

periacuteodo t em kg

quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no

periacuteodo t em kg

produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg

accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg

accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t

accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t

produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t

estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t

Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas

Para isin LPo

= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo

= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io

Variaacuteveis auxiliares

= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no

periacuteodo t

A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma

dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

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O accedilaizeiro eacute uma palmeira cujo fruto eacute o accedilaiacute espeacutecie nativa da Amazocircnia

encontrada em terrenos de vaacuterzea no estuaacuterio dos rios Tocantins Paraacute e Amazonas O

accedilaiacute ateacute o final do seacuteculo XX era considerado um produto da alimentaccedilatildeo baacutesica das

populaccedilotildees ribeirinhas e das camadas de baixa renda sendo consumido com farinha de

mandioca e peixe entre outros A produccedilatildeo do accedilaiacute era ateacute entatildeo predominantemente

extrativista objetivando o consumo domeacutestico com pouca venda de excedente (Santana

et al 2006)

A partir de meados da deacutecada de 90 o suco de accedilaiacute foi gradativamente

conquistando novas fronteiras de mercado atendendo natildeo apenas ao mercado local

mas tambeacutem as outras regiotildees do paiacutes e ainda o mercado internacional

principalmente os Estados Unidos paiacuteses da Uniatildeo Europeacuteia Japatildeo e Cone Sul

(Santana Gomes apud Silva et al2006 )

No Brasil a demanda de accedilaiacute vem crescendo entre os consumidores com maior

niacutevel de renda A motivaccedilatildeo do consumo se daacute por razotildees que vatildeo aleacutem da necessidade

alimentar envolvendo questotildees culturais e principalmente por esteacutetica e sauacutede (Silva

apud Silva et al2006)

A produccedilatildeo extrativista entretanto natildeo conseguiu seguir o aumento da

demanda de forma que o crescimento do mercado de polpa do fruto de accedilaiacute tem

induzido o plantio em terra firme (Homma et al 2006) e a implantaccedilatildeo de plantas

industriais para realizar o processamento ou as agroinduacutestrias existentes introduziram

o accedilaiacute na linha de produccedilatildeo visando atender aos mercados externo e interno (Santana et

al 2006)

Embora a exploraccedilatildeo do accedilaiacute apresente grande possibilidade de alavancagem e

desenvolvimento da economia regional a logiacutestica e principalmente o transporte na

regiatildeo produtora eacute bastante deficitaacuteria uma vez que a venda do produto depende em

grande escala das embarcaccedilotildees que fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos dofrete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores Tais fatores encarecem o custo do produto que

recai sobre o consumidor (Limal et al 2008)

A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do

transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto

procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2002)

Atualmente a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees praacuteticas de realizaccedilatildeo das

metas definidas pelo setor de marketing como prazos de entrega miacutenimos Sem oplanejamento logiacutestico e de rede de distribuiccedilatildeo tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se

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concretizar (Bowersox et al 2002) Segundo Ballou (2001) configurar a rede de

distribuiccedilatildeo eacute especificar a estrutura por meio do qual os produtos passaratildeo de seus

pontos de origem ateacute os pontos de demanda determinando quais instalaccedilotildees devem ser

usadas quantas instalaccedilotildees devem existir quais os produtos e clientes designados a

elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas e como as instalaccedilotildees

deveriam ser atendidas

O mercado do accedilaiacute estaacute haacute alguns anos em raacutepido crescimento o que tem

aumentado a demanda o preccedilo dos frutos e tambeacutem atraiacutedo novos investimentos Entre

outros inclui-se investimentos na produccedilatildeo intensiva de frutos em terra firme cuja

viabilidade depende tambeacutem dos custos da logiacutestica de entrega da mateacuteria prima nas

induacutestrias de processamento

Neste cenaacuterio eacute importante que haja um trabalho que organize as informaccedilotildees

disponiacuteveis sobre a cadeia produtiva do accedilaiacute no Paraacute uma vez que eacute um assunto que

ainda natildeo foi exaustivamente tratado na literatura e ainda para incentivar a coleta de

dados mais precisos e o investimento e a expansatildeo no agronegoacutecio da polpa de accedilaiacute

Ainda este trabalho propotildee uma ferramenta dentro do campo da Pesquisa

Operacional baseada em programaccedilatildeo matemaacutetica que possibilite a anaacutelise de

viabilidade da cadeia produtiva que simule a dinacircmica da cadeia com mais atores seja

beneficiadores ou produtores atendendo agrave clientes nacionais eou internacionais de

modo que seja possiacutevel encontrar alternativas de melhoria e sugestatildeo de cenaacuterios para

expansotildees futuras

Segundo Almeida (2010) dentro da aacuterea dos meacutetodos quantitativos as

aplicaccedilotildees de Pesquisa Operacional tecircm se mostrado eficazes em diversas aacutereas de

aplicaccedilotildees e os modelos matemaacuteticos e computacionais propostos quase sempre podem

ser utilizados diretamente como ferramentas de auxiacutelio agrave tomada de decisatildeo

12 Objetivos

Geral

A proposta desse trabalho eacute utilizar ferramentas de anaacutelise do sistema logiacutestico

na anaacutelise da cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute estudando um modelo de

localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees baseado em programaccedilatildeo matemaacutetica que incorpora

decisotildees de fluxo para auxiliar no planejamento estrutural da cadeia de produccedilatildeo do

Accedilaiacute no Paraacute Para chegar nesse resultado tem-se os seguintes objetivos especiacuteficos

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Especiacuteficos

bull Revisatildeo de trabalhos encontrados na literatura sobre a cadeia produtiva

do accedilaiacute no Paraacute

bull Levantamento de dados necessaacuterios para posterior validaccedilatildeo do modelo

1 Custos de produccedilatildeo do fruto localizaccedilatildeo dos spots de produccedilatildeo e sua

capacidade

2 Custos de processamento do fruto localizaccedilatildeo das induacutestrias de

beneficiamento e sua capacidade

3 Custos de transporte do fruto para os beneficiadores e da polpa de

accedilaiacute para o mercado nacional e internacional

4 Principais centros consumidores da polpa de accedilaiacute e sua demanda

bull Desenvolvimento do modelo matemaacutetico de localizaccedilatildeo de facilidades

13 Materiais e Meacutetodos

Este trabalho de conclusatildeo de curso eacute conduzido segundo o meacutetodo de

modelagemSimulaccedilatildeo Eacute um meacutetodo em que os modelos desenvolvidos satildeo

representaccedilotildees de operaccedilotildees que acontecem na realidade Cada modelo pressupotildee

variaacuteveis ligadas por relaccedilotildees de causa e efeito desenvolvidas dentro de um

determinado domiacutenio e que natildeo podem ser alteradas pelo pesquisador Essas variaacuteveis

podem ser fiacutesicas como posiccedilatildeo de inventaacuterio e taxa de utilizaccedilatildeo ou econocircmicas

como contribuiccedilatildeo ao lucro e custos (Betrand e Fransoo 2002) As variaacuteveis definidas

neste trabalho satildeo fiacutesicas

Os estudos de PO no geral seguem etapas caracteriacutesticas Na literatura haacute

variaccedilotildees quanto agrave denominaccedilatildeo e ao nuacutemero de etapas Segundo Hillier e Lieberman

(2006) apud Almeida (2010) haacute uma seacuterie de seis etapas usuais sugeridas para serem

utilizadas por equipes de PO para enfrentar problemas reais

1 Definir o problema de interesse e coletar dados

2 Formular um modelo matemaacutetico para representar o problema

3 Desenvolver um procedimento computacional a fim de derivar soluccedilotildees para

o problema a partir do modelo

4 Testar o modelo e aprimoraacute-lo conforme necessaacuterio

5 Preparar para a aplicaccedilatildeo contiacutenua do modelo conforme prescrito pela

gerecircncia

6 ImplementarNesse projeto de conclusatildeo de curso nos restringiremos agraves fases 1 e 2

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2 Visatildeo Geral

21 Agronegoacutecio

O termo agronegoacutecio ou agribusiness engloba os fornecedores de bens e

serviccedilos para a agricultura os produtores rurais os processadores os transformadores edistribuidores e todos os envolvidos na geraccedilatildeo e fluxo dos produtos de origem agriacutecola

ateacute o consumidor final Os agentes que afetam e coordenam o fluxo dos produtos tais

como o governo os mercados as entidades comerciais financeiras e de serviccedilos

tambeacutem satildeo parte do agronegoacutecio (Costa 2002)

A Associaccedilatildeo Brasileira de Agribusiness (ABAG apud Costa 2002) descreve as

funccedilotildees do agronegoacutecio em sete niacuteveis

a) suprimentos agrave produccedilatildeob) produccedilatildeo

c) transformaccedilatildeo

d) acondicionamento

e) armazenamento

f) distribuiccedilatildeo e

g) consumo

Por sua vez o termo lsquoagroinduacutestriarsquo natildeo deve ser confundido com agronegoacutecio

uma vez que o primeiro eacute uma parte do segundo De acordo com a ABAG apud Costa

2002 agroinduacutestria se aplicaria do niacutevel lsquosuprimentos agrave produccedilatildeorsquo ateacute

lsquoacondicionamento

Para Ramalho 1988 apud Silva 2004 a agroinduacutestria eacute caracterizada como

sendo o primeiro processamento da mateacuteria prima originada do setor agropecuaacuterio

tendo por mercado a exportaccedilatildeo e outras induacutestrias

Jaacute para Santana 2003 apud Silva 2004 agroinduacutestria eacute a empresa ou

organizaccedilatildeo que realiza o processamento industrial dos produtos agriacutecolas pecuaacuterios

florestais e extrativos oriundos do meio rural e de seus subprodutos e que planeja a

cadeia produtiva para frente identificando mercados canais de distribuiccedilatildeo logiacutestica de

transporte e clientes para os produtos do setor rural

Segundo Batalha apud Costa 2002 a literatura que trata do tema agroindustrial

no Brasil tem feito confusatildeo entre as expressotildees lsquoSistema Agroindustrialrsquo lsquoComplexo

Agroindustrialrsquo lsquoCadeia de Produccedilatildeo Agroindustrialrsquo e lsquoAgronegoacuteciorsquo Tais expressotildees

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se aplicam a diferentes objetivos cada uma delas reflete um niacutevel de anaacutelise do Sistema

Agroindustrial

Sistema Agroindustrial (SAI) eacute o conjunto de atividades que concorrem para a

produccedilatildeo de produtos agroindustriais desde a produccedilatildeo dos insumos (sementes adubos

maacutequinas agriacutecolas etc) ateacute a chegada do produto final (queijo polpas de frutas massas

etc) na mesa do consumidor Natildeo estaacute associado a qualquer mateacuteria-prima agropecuaacuteria

ou produto final especiacutefico (Batalha apud Rosa 2003) O SAI eacute composto por seis

conjuntos de atores agricultura pecuaacuteria e pesca induacutestrias agroalimentares

distribuiccedilatildeo agriacutecola e alimentar comeacutercio internacional consumidor induacutestrias e

serviccedilos de apoio (Costa 2002)

Complexo agroindustrial (CAI) tem como ponto de partida determinada mateacuteria-

prima A arquitetura de um complexo agroindustrial eacute tida pela ldquoexplosatildeordquo da mateacuteria-

prima principal que o originou segundo os diferentes processos industriais e comerciais

que ela pode sofrer ateacute se transformar em diferentes produtos finais A formaccedilatildeo de um

CAI exige a participaccedilatildeo de um conjunto de cadeias de produccedilatildeo cada uma delas

associada a um produto ou famiacutelia de produtos (Batalha apud Costa 2002)

Jaacute a cadeia de produccedilatildeo agroindustrial (CPA) eacute definida a partir da identificaccedilatildeo

de determinado produto final Apoacutes esta identificaccedilatildeo conveacutem ir encadeando de

jusante a montante as vaacuterias operaccedilotildees teacutecnicas comerciais e logiacutesticas necessaacuterias a

sua produccedilatildeo (Rosa 2003)

De acordo com Alves (1997) apud Costa (2002) a CPA pode ser segmentada

em trecircs macro-segmentos

a) Comercializaccedilatildeo representando as empresas que estatildeo em contato com o

cliente final da cadeia de produccedilatildeo e que viabilizam o consumo e o comeacutercio dos

produtos finais (supermercados mercearias restaurantes cantinas etc) Podem

ser incluiacutedas tambeacutem neste macro-segmento as empresas responsaacuteveis somentepela logiacutestica de distribuiccedilatildeo

b) Industrializaccedilatildeo representando as firmas responsaacuteveis pela transformaccedilatildeo das

mateacuterias-primas em produtos finais destinados ao consumidor O consumidor

pode ser uma unidade familiar ou uma agroinduacutestria

c) Produccedilatildeo de mateacuterias-primas reunindo as firmas que fornecem as mateacuterias-

primas iniciais para que outras empresas avancem no processo de produccedilatildeo do

produto final (agricultura pecuaacuteria pesca etc)

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Batalha apud Costa 2002 afirma que o termo agronegoacutecio deve vir

acompanhado de um delimitador O enfoque pode partir do mais global (agronegoacutecio

brasileiro) ao mais especiacutefico (agronegoacutecio da soja ou do suco de laranja)

211 Agronegoacutecio no Brasil

O Brasil eacute um dos liacutederes mundiais na produccedilatildeo e exportaccedilatildeo de vaacuterios produtos

agropecuaacuterios eacute o primeiro produtor e exportador de cafeacute accediluacutecar e suco de laranja

Lidera ainda o ranking das vendas externas de aacutelcool soja carne bovina carne de

frango e tabaco (Andriguetto et al 2008)

As projeccedilotildees indicam que o Brasil tambeacutem seraacute em pouco tempo o principal

poacutelo mundial de produccedilatildeo de algodatildeo e biocombustiacuteveis feitos a partir de cana-de-

accediluacutecar e oacuteleos vegetais Outros destaques satildeo milho arroz frutas frescas cacau

castanhas nozes aleacutem de suiacutenos e pescados (Andriguetto et al 2008)

O agronegoacutecio brasileiro emprega atualmente 177 milhotildees de trabalhadores

somente no campo e eacute hoje a principal locomotiva da economia brasileira respondendo

por 235 do Produto Interno Bruto (PIB) 36 das exportaccedilotildees totais e 37 dos

empregos brasileiros Nos uacuteltimos anos poucos paiacuteses tiveram crescimento tatildeo

expressivo no comeacutercio internacional do agronegoacutecio quanto o Brasil (Andriguetto et

al 2008)

Ao mesmo tempo em que se expande o agronegoacutecio brasileiro sofre um

processo crescente de integraccedilatildeo ao mercado com mudanccedilas em suas estrateacutegias de

produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo Segundo Alves apud Costa 2002 isso acontece devido ao fato

de que haacute um aumento na preocupaccedilatildeo com a qualidade dos alimentos Aleacutem disso os

produtores tecircm procurado ampliar a sua linha de produtos com maior valor agregado e

adequar suas formas organizacionais agraves necessidades do mercado que estaacute aquecido

devido agrave presenccedila de novos haacutebitos de consumo alimentar (Costa 2002)Todos os fatores acima descritos vecircm forccedilando os produtores agriacutecolas a

tentarem reduzir custos de produccedilatildeo e de distribuiccedilatildeo Dessa forma a competitividade

no setor agroindustrial depende cada vez mais da sua inserccedilatildeo na cadeia de suprimento

a reduccedilatildeo de custos unitaacuterios e o aumento da produtividade global do setor demandam

maior ecircnfase em tecnologias de poacutes-colheita e de processamento em fatores que afetam

os tempos e custos de transporte e armazenamento e ainda em serviccedilos de apoio que

agilizem a movimentaccedilatildeo fiacutesica dos produtos e o acesso a informaccedilotildees relacionadas aosnegoacutecios (Costa 2002)

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O Brasil eacute um dos trecircs maiores produtores de frutas do mundo ficando somente

atraacutes da China e Iacutendia representando cerca de 5 da produccedilatildeo mundial Sua produccedilatildeo

superou 40 milhotildees de toneladas em 2008 (Agecircncia Sebrae 2009) A proacutexima seccedilatildeo

discutiraacute brevemente a agroinduacutestria de frutas no paiacutes

212 Agroinduacutestria de frutas no Brasil

Embora seja um dos maiores exportadores de frutas do mundo a carecircncia em

marketing do setor frutiacutecola dificulta a expansatildeo comercial da fruta brasileira uma vez

que existe baixo conhecimento da maioria das frutas tropicais no mercado internacional

Apesar disso nos uacuteltimos 14 anos o Brasil aumentou em mais de 11 vezes as

exportaccedilotildees de frutas frescas passando de US$ 54 milhotildees no iniacutecio da deacutecada de 1990

para mais de US$ 642 milhotildees no ano de 2007 (919 mil toneladas) Somando-se as

frutas secas e castanhas de caju foram exportadas um milhatildeo de toneladas equivalente

a US$ 9677 milhotildees (Andriguetto et al 2008)

Jaacute o processamento de sucos de fruta estaacute em franca expansatildeo ocupando papel

de relevacircncia no agronegoacutecio mundial com destaque para os paiacuteses em

desenvolvimento que satildeo responsaacuteveis pela metade das exportaccedilotildees mundiais A

demanda atual eacute crescente para sucos e polpas de frutas tropicais principalmente de

abacaxi maracujaacute manga e banana que satildeo responsaacuteveis pela maioria das exportaccedilotildees

(Andriguetto et al 2008)

Poreacutem desde meados da deacutecada de 90 a polpa de accedilaiacute ganhou espaccedilo na miacutedia

nacional e internacional aumentando a demanda do produto como estaacute exposto na

Tabela 1 A conversatildeo do fruto em polpa eacute em meacutedia de 223 kg de frutos para 10 kg

de polpa

Tabela 1 Balanccedilo entre oferta de frutos e demanda de polpa de accedilaiacute do Estado do Paraacute no periacuteodode 2001 a 2005 Fonte (Santana et al 2006)

Demanda de polpa e vinho de accedilaiacute

Ano

Ofertade frutode accedilaiacute

(t)

Oferta depolpa

aproximada

Mercado do

Paraacute (t)

Mercadonacional

(t)

MercadoInternacional

(t)

DemandaTotal(t)

2001 118302 53050224 117843 8527 395 126765

2002 364879 163622870 130559 11231 1060 142850

2003 392130 175843049 163615 22597 2119 188331

2004 454071 203619283 177102 29636 3622 210360

2005 505094 226499552 204730 47098 5138 256966

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A expansatildeo gradativa do mercado de frutas processadas tem se caracterizando

por uma seacuterie de fatores dentre os quais a preocupaccedilatildeo de consumidores com a sauacutede o

que resulta em aumento da procura e consumo de produtos naturais com pouco ou

nenhum aditivo quiacutemico A quantidade exportada de sucos de frutas em 2007 foi de

237 milhotildees de doacutelares relativos a 216 milhotildees de toneladas sendo 5126 maior que

em 2006 e 100 maior que em 2005(Andriguetto et al 2008)

Segundo Barros apud Silva 2004 as polpas de frutas mostram-se como uma

oportunidade para o Brasil pois existe o potencial de se transformar no novo produto

que ampliaraacute a participaccedilatildeo brasileira no setor externo No Brasil um caso em grande

expansatildeo que merece atenccedilatildeo eacute a agroinduacutestria do accedilaiacute no Estado do Paraacute responsaacutevel

pela produccedilatildeo de 95 do fruto (Silva 2004) A Tabela 2 no proacuteximo toacutepico mostra o

crescimento da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute

Na proacutexima seccedilatildeo apresentamos uma descriccedilatildeo sucinta da agroinduacutestria de

frutas tropicais no Paraacute

213 Agroinduacutestria de frutas no Paraacute

A regiatildeo Norte reuacutene condiccedilotildees favoraacuteveis para o desenvolvimento das

agroinduacutestrias de frutas pois apresenta grande variedade de fruteiras extrativas proacuteprias

da regiatildeo e solo e clima que permitem a exploraccedilatildeo de fruteiras tiacutepicas de aacutereas tropicais

(Silva 2006)

O Paraacute aparece como um dos maiores produtores brasileiros de frutas da uacuteltima

deacutecada destacando-se pelas produccedilotildees de abacaxi banana coco e laranja e em menor

escala de maracujaacute mamatildeo limatildeo e acerola aleacutem das frutas regionais (exoacuteticas) como

o accedilaiacute bacuri cupuaccedilu taperebaacute e muruci que a cada ano ganham mais mercado o que

favorece os empreendimentos do setor frutiacutecola(Silva 2004)

O Estado do Paraacute eacute hoje responsaacutevel por 95 da produccedilatildeo de accedilaiacute no Brasil edevido a sua importacircncia cultural o accedilaiacute transformou-se atraveacutes de lei na bebida e fruta

siacutembolo do estado do Paraacute e agora passou a ser priorizado como produto econocircmico

capaz de gerar renda para a populaccedilatildeo local e divisas para o paiacutes (Andrade et al 2008)

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Tabela 2 Evoluccedilatildeo da aacuterea colhida produccedilatildeo rendimento e preccedilo do accedilaiacute no Estado do Paraacute 1996 a2009

Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute

ANOAacuteREA

PLANTADA

(haacute)

AacuteREACOLHIDA

(haacute)

QUANTIDADECULTIVADA ( t )

QUANTIDADEEXTRATIVA ( t )

QUANTIDADETOTAL

PRODUZIDA ( t )

RENDIMENTO(thaacute)

PRECcedilO(R$t)

1996 1054 10366 103698 114064 9835 469791997 933 7913 92021 99934 8481 350841998 852 7278 110557 117835 8542 412271999 690 4662 107663 112325 6757 472862000 727 5207 112676 117883 7162 499352001 627 4558 113744 118302 7270 558992002 16115 242557 122322 364879 15052 642082003 3097 18479 257282 134848 392130 13923 686982004 8593 26671 363428 90643 454071 13626 699962005 6297 34203 415921 89173 505094 12160

2006 8041 49455 472040 88551 560591 95452007 5249 51545 497591 93788 591379 96542008 59202 59202 581290 100202 681492 98192009 61814 61814 604805 104354 709159 9784

A induacutestria de suco e polpa de frutas regionais para exportaccedilatildeo teve como

pioneira a Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-Accedilu (CAMTA) fundada no ano de

1949 Em 1988 foi concluiacuteda a faacutebrica de sucos da Associaccedilatildeo de Fomento Agriacutecola de

Tomeacute-Accedilu (ASFATA) fundada em 1981 que passou para a administraccedilatildeo da CAMTA

em 1991 A agroinduacutestria de sucos e concentrados de frutas regionais foi uma das que

mais cresceu nos uacuteltimos dez anos (Homma 2003)

O Estado do Paraacute possui hoje cerca das 140 empresas produtoras de polpa de

frutas distribuiacutedas em todo o estado poreacutem as regiotildees Metropolitana de Beleacutem e

Nordeste Paraense concentram cerca de 82 do total das unidades (Brasil apud Silva

2004) Entretanto a mesorregiatildeo do Marajoacute eacute a que concentra a maior produccedilatildeo de

fruto detendo cerca de 80 da produccedilatildeo Para melhor visualizaccedilatildeo veja a Figura 1

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Figura 1Mesorregiotildees do Estado do Paraacute Fonte Silva 2004

No primeiro semestre de 2004 a produccedilatildeo exportada do mix de polpa de frutas

atingiu o valor de US$ 504 milhotildees com uma evoluccedilatildeo de 2447 em relaccedilatildeo ao

mesmo periacuteodo de 2003 Desse total apenas 75 da produccedilatildeo de polpa de frutas

regional foi exportado para os Estados Unidos e alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeacuteia e

Aacutesia o maior percentual de exportaccedilatildeo (755) ficou com o mercado nacional e o

restante (17) foi absorvido pelo mercado local (Santana apud Silva2004)A agroinduacutestria de frutas destaca-se como uma atividade estrateacutegica para o

desenvolvimento de regiotildees produtoras na aacuterea de fruticultura uma vez que tem elevada

capacidade de gerar emprego e renda e criar uma demanda estaacutevel para a produccedilatildeo de

frutas jaacute que apresenta um grande potencial de agregaccedilatildeo de valor aos produtos

primaacuterios a partir do processamento e elaboraccedilatildeo de sucos polpas e doces aleacutem de

promover a induccedilatildeo e difusatildeo de tecnologia no meio rural (Silva 2006)

Por sua vez o accedilaiacute lidera o mercado da fruticultura nacional a exportaccedilatildeo chegaa 500 mil toneladasano O crescimento do interesse nacional e internacional pelo suco

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do fruto entretanto fez com que o preccedilo do produto aumentasse para o consumidor

(SAGRI 2010)

22 O Accedilaiacute

221 O accedilaizeiro

O accedilaizeiro ( Euterpe oleracea Mart) planta pertencente agrave ordem dos Arecales

ao gecircnero Euterpe da famiacutelia Palmae eacute uma palmeira nativa da Amazocircnia abundante

nas aacutereas de vaacuterzeas da regiatildeo Para os nativos essa palmeira representa uma importante

fonte natural de recursos Poullet apud Padilha et al afirma que o accedilaiacute eacute um dos

produtos mais importantes da vida alimentar e cultural da populaccedilatildeo regional Rogez

apud Padilha et al(2000) por sua vez considera o accedilaizeiro a palmeira mais produtiva

do ecossistema que abriga a populaccedilatildeo do delta do Amazonas

Os accedilaizais nativos nas aacutereas de vaacuterzeas satildeo encontrados no estuaacuterio dos rios

Tocantins Paraacute e Amazonas Nas vaacuterzeas o manejo dos accedilaizais nativos tem

promovido a derrubada verde sem queima para construccedilatildeo de canais para facilitar a

drenagem da aacutegua inundada com grande movimentaccedilatildeo de canoas e barcos para o

transporte de frutos com seacuterias consequumlecircncias para flora e fauna (Homma et al 2006)

O manejo consiste em aumentar a populaccedilatildeo de accedilaizeiros que ocorrem

naturalmente na floresta de vaacuterzea Com essa teacutecninca a produtividade do accedilaizeiro

dobra de 42 tha para 84 tha de frutos Baseia-se na eliminaccedilatildeo das plantas de espeacutecies

arbustivas e arboacutereas de baixo valor comercial cujos espaccedilos livres satildeo ocupados por

plantas de accedilaizeiros oriundas de sementes que germinam espontaneamente de mudas

preparadas ou transplantadas das proximidades e por outras espeacutecies produzidas

especialmente para esse fim (Embrapa)

A vantagem da teacutecnica de manejo eacute que natildeo exige investimento em infra-

estrutura consistindo na realizaccedilatildeo das seguintes praacuteticas limpeza da aacuterea (roccedilagem davegetaccedilatildeo de menor porte e eliminaccedilatildeo de parte das aacutervores maiores) desbastes dos

perfilhosestipes das touceiras de baixo vigor vegetativo preparoaquisiccedilatildeo e plantio de

mudas de accedilaizeiros frutiacuteferas e florestais manutenccedilatildeo do accedilaizal (Embrapa)

A importacircncia socioeconocircmica do accedilaizeiro decorre do seu enorme potencial de

aproveitamento integral de mateacuteria-prima O principal aproveitamento eacute a extraccedilatildeo do

accedilaiacute mas as sementes (caroccedilos) do accedilaizeiro satildeo aproveitadas no artesanato e como

adubo orgacircnico A planta fornece ainda um oacutetimo palmito e as suas folhas satildeo utilizadaspara cobertura de casas dos habitantes do interior da regiatildeo (Homma 2006) De acordo

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com Padilha et al existe ainda um outro uso uma vez que a a produccedilatildeo de polpa varia

em torno de apenas 5 a 15 do volume do fruto haacute uma grande quantidade de resiacuteduos

gerados no processamento que pode ser empregado para geraccedilatildeo de energia teacutermica e

eleacutetrica

Poreacutem para a populaccedilatildeo ribeirinha a possibilidade mais lucrativa proporcionada

pelo accedilaizeiro eacute a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de seu fruto in natura A produccedilatildeo de

frutos para o mercado local eacute uma atividade de baixo custo e de excelente rentabilidade

econocircmica (Homma 2006)

222 O fruto

O accedilaiacute ateacute o final do seacuteculo XX era considerado um produto da alimentaccedilatildeo

baacutesica das populaccedilotildees ribeirinhas e das camadas de baixa renda dos centros urbanos da

economia Amazocircnica onde eacute consumido com farinha de mandioca e peixe entre

outros A produccedilatildeo do accedilaiacute era ateacute entatildeo predominantemente extrativista objetivando o

consumo domeacutestico com pouca venda de excedente (Santana et al 2006)

No entanto desde meados da deacutecada de 90 as academias de ginaacutestica

descobriram o fruto e seu alto valor energeacutetico o que fez com que o accedilaiacute ganhasse

espaccedilo na miacutedia nacional e internacional A demanda do produto aumentou entatildeo

intensamente uma vez que as camadas de maior poder aquisitivo tambeacutem passaram a

consumiacute-lo (Santana et al 2006)

Este aumento pode ser atribuiacutedo agraves propriedades nutricionais e valor caloacuterico do

accedilaiacute uma vez que eacute um alimento rico em proteiacutenas fibras lipiacutedios vitamina E e

minerais como manganecircs cobre boro e cromo Aleacutem disso o accedilaiacute possui um elevado

teor de pigmentos antocianinas que satildeo beneacuteficos agrave sauacutede pois favorecem a circulaccedilatildeo

sanguumliacutenea e protegem o organismo contra a arteriosclerose (Alexandre et al2004)

A demanda pelo accedilaiacute estaacute em alta o produto tem boas possibilidades demercado principalmente no Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia Goiaacutes e na Regiatildeo

Nordeste No Rio de Janeiro o accedilaiacute eacute oferecido nas praias e se tornou muito popular

entre os adeptos da cultura da sauacutede e entre os frequumlentadores de academias Eacute

tambeacutem vendido diretamente ao consumidor e comeccedila a ganhar popularidade entre os

nativos e turistas Eacute estimado que no Rio de Janeiro sejam consumidas 500

toneladasmecircs em Satildeo Paulo 150 toneladasmecircs e outros Estados somam 200

toneladasmecircs Nesses locais em alguns pontos de venda o que se consome eacute o accedilaiacute

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fino que misturado com outros produtos perde o gosto o odor e ateacute o valor caloacuterico da

fruta (Homma 2006)

Em 2000 iniciou-se a exportaccedilatildeo de polpa congelada de accedilaiacute para os Estados

Unidos e para a Itaacutelia Esse mercado externo cresceu 20 ao ano de 2003 a 2006 com a

comercializaccedilatildeo do accedilaiacute concentrado em latas e com a popularizaccedilatildeo da mistura com

diversas outras frutas feitas em academias de ginaacutestica (Homma 2006)

A partir de 2002 observou-se o aumento da aacuterea colhida com accedilaiacute que se

manifesta num salto de 16115 ha (2002) para 26671 ha (2004) ou seja uma taxa de

crescimento de 6550 num periacuteodo de trecircs anos (Santana et al 2006)

Essa significativa taxa meacutedia de crescimento da aacuterea colhida do accedilaiacute pode

significar uma resposta dos produtores ao crescimento da demanda pelo fruto do accedilaiacute

nos uacuteltimos anos De fato o crescimento da demanda regional nacional e mesmo

internacional do accedilaiacute pode estar induzindo os produtores rurais a aumentarem aacuterea

plantada do accedilaiacute A expansatildeo da aacuterea colhida indica o grande interesse dos produtores

rurais quanto agrave necessidade da formaccedilatildeo de uma base produtiva de cultivo do accedilaiacute como

condiccedilatildeo baacutesica para a atraccedilatildeo de agroinduacutestrias de processamento (Santana et al

2006)

Assim crecirc-se que estaacute em curso uma mudanccedila do padratildeo agriacutecola da fruticultura

do Paraacute de uma base produtiva extrativa para uma base produtiva de cultivo Poreacutem

uma mudanccedila desse tipo requer uma seacuterie de adaptaccedilotildees de natureza agronocircmica

sobretudo quanto ao controle de pragas e doenccedilas que podem se manifestar nos cultivos

de grande escala(Santana et al 2006)

O crescimento do mercado de polpa do fruto de accedilaiacute tem induzido tambeacutem o

plantio em terra firme (Homma et al 2006) e a implantaccedilatildeo de plantas industriais para

realizar o processamento ou as agroinduacutestrias existentes introduziram o accedilaiacute na linha

de produccedilatildeo visando atender aos mercados externo e interno (Santana et al 2006)O plantio de accedilaizeiro em terra firme apresenta excelente alternativa para a

recuperaccedilatildeo de aacutereas desmatadas como tambeacutem para reduzir a pressatildeo sobre o

ecossistema de vaacuterzea que eacute mais fraacutegil Aleacutem disso o plantio em terra firme apresenta

a vantagem de facilitar o transporte rodoviaacuterio e o beneficiamento sem depender do

transporte fluvial mais lento (Santana et al 2006)

O processamento ou seja as atividades de lavagem pasteurizaccedilatildeo

congelamento e desidrataccedilatildeo em escala industrial tem como vantagens melhorar a

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higiene e a qualidade do produto reduzindo ao maacuteximo os riscos de contaminaccedilatildeo

microbioloacutegica (Homma et al 2006)

O processo de obtenccedilatildeo da polpa de accedilaiacute consiste em imergir o fruto em aacutegua

morna por tempo determinado a fim de amolecer o mesocarpo antes do despolpamento

Apoacutes o amolecimento o despolpamento eacute realizado com o auxiacutelio de maacutequinas

mecacircnicas eleacutetricas ou manualmente com ou sem adiccedilatildeo de aacutegua Em seguida o

produto obtido passa por uma peneira de forma a obter a polpa para consumo

(Alexandre et al2004)

Os produtos obtidos do fruto do accedilaiacute satildeo classificados de acordo com a adiccedilatildeo

ou natildeo de aacutegua e seus quantitativos ou seja a porcentagem de soacutelidos totais Assim os

produtos incluem

bull polpa de accedilaiacute polpa extraiacuteda sem adiccedilatildeo de aacutegua e sem filtraccedilatildeo

bull accedilaiacute grosso ou especial polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

com soacutelidos totais acima de 14

bull accedilaiacute meacutedio ou regular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

com soacutelidos totais entre 11 e 14

bull accedilaiacute fino ou popular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

apresentando soacutelidos totais entre 8 e 11 (Alexandre et al2004)

O accedilaiacute eacute altamente pereciacutevel o seu tempo maacuteximo de conservaccedilatildeo mesmo sob

refrigeraccedilatildeo eacute de 12 horas O fator responsaacutevel por esta alta perecibilidade eacute a elevada

carga microbiana juntamente com a degradaccedilatildeo enzimaacutetica responsaacuteveis pelas

alteraccedilotildees de cor e aparecimento do sabor azedo Atualmente a conservaccedilatildeo da polpa

de accedilaiacute eacute feita pelo processo de congelamento (Alexandre et al2004)

223 Agroinduacutestrias

Tendo como marco referencial a entrada em funcionamento da faacutebrica de

beneficiamento de polpa de frutas da CAMTA em 1991 a agroinduacutestria de frutas do

Estado do Paraacute teve um grande crescimento a partir da deacutecada de 90 As primeiras frutas

que tiveram seu processo de beneficiamento foram o maracujaacute cupuaccedilu e acerola

Posteriormente foram incluiacutedas a laranja accedilaiacute graviola carambola goiaba cajaacute

manga bacuri muruci e abacaxi (Homma 2002)

A Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-accediluacute ndash CAMTA destacava-se como uma

das principais compradoras dos consoacutercios produtores de accedilaiacute da regiatildeo negociando

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preccedilos diferentes entre os municiacutepios Estas negociaccedilotildees acirravam a concorrecircncia entre

os produtores e consequumlentemente deixava os preccedilos abaixo do mercado Esta praacutetica

prejudicava igualmente a todos os produtores (Homma 2002)

Nesse contexto a FASEAmazocircnia exerceu papel fundamental suscitando as

discussotildees sobre a criaccedilatildeo de um consoacutercio de produtores que pudessem negociar como

as empresas processadoras do fruto produccedilatildeo em escala ampliada a preccedilos melhores e

mais estaacuteveis (Soares e Costa 2005) A FASE eacute uma organizaccedilatildeo natildeo governamental

sem fins lucrativos que atua em seis estados brasileiros e tem sua sede nacional no Rio

de Janeiro Desde suas origens esteve comprometida com o trabalho de organizaccedilatildeo e

desenvolvimento local comunitaacuterio e associativo (FASE 2010)

Em 2000 o consoacutercio foi estruturado entre os municiacutepios de Abaetetuba

Barcarena Igarapeacute-Miri e Cametaacute (Soares e Costa 2005)

Em Abaetetuba a principal organizaccedilatildeo eacute a Cooperativa de Fruticultores de

Abaetetuba ndash COFRUTA Em Barcarena como a Associaccedilatildeo dos Batedores de Accedilaiacute de

Barcarena ndash COOPBAB e entidades parceiras com o STR ndash Barcarena Cooperativa da

Colocircnia de Pesca Z-13 e Associaccedilatildeo de Trabalhadores Rurais do Arapajoacute Em Cametaacute

com a Cooperativa de Resistecircncia de Cametaacute ndash CART e entidades parceiras como STR

ndash Cametaacute Colocircnia de Pescadores Z-16 e Associaccedilatildeo de Preservaccedilatildeo do Meio Ambiente

e Igarapeacute-Miri com a Associaccedilatildeo Mutiratildeo dos Trabalhadores Rurais de Igarapeacute-Miri

como as entidades parceiras como a Associaccedilatildeo de Mulheres de Igarapeacute-Miri

Associaccedilatildeo Boa esperanccedila STR ndash Igarapeacute-Miri e AMPRISA Em 2003 o nuacutemero total

de famiacutelias envolvidas no consoacutercio chegou a 919 (Soares e Costa 2005)

Apoacutes a delimitaccedilatildeo das organizaccedilotildees e parcerias para fornecimento do fruto

estas organizaccedilotildees passaram a negociar sua produccedilatildeo em conjunto atraveacutes do consoacutercio

e com preccedilos igualmente vantajosos para todas as entidades O volume comercializado

aumentou significativamente principalmente em funccedilatildeo da popularizaccedilatildeo do frutoaumentando tambeacutem o nuacutemero de empresas processadoras na regiatildeo Atualmente

comercializam com o consoacutercio a Sambazon Fly CAMTA Amazon Fruit Accedilaiacute Brasil

e Amazon Drink(Soares e Costa 2005)

A SAMBAZON destaca-se uma vez que tem exportado o fruto para o mercado

americano e estabelecendo contratos baseado no chamado mercado ldquojustordquo Com a

ampliaccedilatildeo da exportaccedilatildeo e as exigecircncias do mercado americano houve a necessidade de

reconhecimento do accedilaiacute enquanto produto agroecoloacutegico de origem orgacircnica jaacute que suaproduccedilatildeo natildeo utiliza insumos quiacutemicos Em 2003 a agecircncia de certificaccedilatildeo Guaranteed

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23

Organic Certification Agency ndash GOCA entregou a certificaccedilatildeo as cooperativas e

associaccedilotildees (Soares e Costa 2005)

A SAMBAZON estabeleceu contrato com as organizaccedilotildees para que o primeiro

certificado fosse pago por ela e posteriormente a renovaccedilatildeo ficaria sob

responsabilidade das proacuteprias organizaccedilotildees Segundo Sobrinho 2005 apud Soares e

Costa 2005 no periacuteodo de agosto de 2004 a janeiro de 2005 o preccedilo meacutedio por

tonelada pago aos produtores no comeacutercio justo superou em 25 os preccedilos correntes

praticados pelos atravessadores na regiatildeo (Soares e Costa 2005)

O percurso do accedilaiacute da propriedade ateacute a pedra do municiacutepio eacute feito de barco e eacute

de responsabilidade da cooperativa tais gastos satildeo incluiacutedos integralmente no custo do

produto Poreacutem os gastos com transporte da pedra do municiacutepio ateacute a empresa

processadora satildeo assumidos pela empresa processadora (Soares e Costa 2005)

Os gastos com transporte satildeo proporcionais ao tempo de viagem do setor ateacute a

pedra do municiacutepio As menores distacircncias encontradas entre os setores e a ldquopedrardquo

encontram-se em Barcarena e as maiores distacircncias em Cametaacute (Soares e Costa 2005)

Dessa forma os preccedilos praticados em Barcarena satildeo altos por sua proximidade

com Beleacutem que tem mercado consumidor praticamente garantido E em Cametaacute os

preccedilos praticados satildeo geralmente abaixo da meacutedia dos outros municiacutepios pela maior

distancia (Soares e Costa 2005)

Estima-se que 70 a 80 da polpa de accedilaiacute vendidas no Paiacutes satildeo produzidas no

Paraacute e os maiores compradores satildeo Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia e alguns Estados

do Nordeste

Sabe-se que as induacutestrias processadoras se concentram nas mesorregiotildees

Nordeste Paraense e Metropolitana de Beleacutem Somente em Beleacutem existem 3 mil pontos

de venda de accedilaiacute (Homma 2002) A Figura 2 e a Figura 3 representam as regiotildees do

Nordeste paraense e Metropolitana de Beleacutem respectivamente

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Figura 2 Microrregiotildees do Nordeste paraense Fonte Silva 2004

Figura 3 Mesorregiatildeo metropolitana de Beleacutem Fonte Silva 2004

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A razatildeo para que as duas mesorregiotildees sejam detentoras de maior percentual de

induacutestrias eacute no caso das empresas que fazem mais de um tipo de produto a

proximidade do principal mercado consumidor Beleacutem do Paraacute que vem se habituando

a consumir algumas polpas de frutas amazocircnicas e outras frutas regionais e tropicais na

forma congelada adquiridas nas redes de supermercados sobretudo na entressafra No

caso das empresas uniproduto satildeo as vias de acesso facilitada atraveacutes da BR316 que

interliga as duas mesorregiotildees paraenses com o resto do Paiacutes e assim escoam a

produccedilatildeo da polpa congelada especialmente do accedilaiacute (Silva 2004)

A polpa congelada e mais recentemente a exportaccedilatildeo sob a forma desidratada

ou seja o poacute e sucos pasteurizados apresentam tendecircncias de crescimento e vem

influenciando os produtores do Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins mais precisamente

dos municiacutepios de Cametaacute Igarapeacute-Miri Abaetetuba e Barcarena que neste processo

representam os fornecedores da mateacuteria-prima para as empresas beneficiadoras do

produto que alcanccedilaram o mercado internacional consumidor( Andrade et al2008)

A regiatildeo eacute grande produtora e consumidora de accedilaiacute A cidade de Igarapeacute-Miri

conquistou o tiacutetulo de ldquoCapital Mundial do Accedilaiacuterdquo Ainda a produccedilatildeo desta regiatildeo eacute

reconhecida por ser de alta qualidade seja no rendimento na produccedilatildeo e no sabor da

fruta Os principais produtos ou grupo de produtos gerados pela atividade da fruticultura

no Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins no estado do Paraacute satildeo polpas de frutas como

cupuaccedilu maracujaacute taperebaacute abacaxi e accedilaiacute in natura sendo este uacuteltimo o de maior

importacircncia econocircmica e de maior quantidade de produccedilatildeo (Andrade et al 2008)

A produccedilatildeo dos principais municiacutepios em 2008 pode ser vista na Tabela 3

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Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico daProduccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008

MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)

MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)

2008 2008

TOTAL GERAL581290

IGARAPEacute-MIRI 153000 TAILAcircNDIA 1253

ABAETETUBA 131250 ITUPIRANGA 1200

CAMETAacute 40544 NOVA ESP DO PIRIAacute 1200

ACARAacute 39600 BAIAtildeO 1000

LIMOEIRO DO AJURU 35040 NOVO REPARTIMENTO 1000

BUJARU 30955 PORTO DE MOZ 1000

TOMEacute ACcedilU 24000 ALMEIRIM 720

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 21384 CASTANHAL 634

PONTA DE PEDRAS 14991 VIGIA 500

OEIRAS DO PARAacute 14000 SANTA MARIA DO PARAacute 480

MOJU 12185 BAGRE 420

BARCARENA 12000 ANAPU 390

TUCURUIacute 11500 IGARAPEacute-ACcedilU 300

SANTA ISABEL DO PARAacute 6200 MARACANAtilde 275

PORTEL 4800 ALTAMIRA 240

CURRALINHO 3000 CAPITAtildeO POCcedilO 187

GURUPAacute 2812 PACAJAacute 180

SANTO ANTOcircNIO DO TAUAacute 2500 PRAINHA 156IRITUIA 2340 S FRANCISCO DO PARA 120

BREU BRANCO 1800 NOVO PROGRESSO 100

CACHOEIRA DO ARARI 1540 VISEU 60

BREVES 1500 MEDICILAcircNDIA 50

S SEBASTIAtildeO DA BVISTA 1500 FARO 28

MUANAacute 1332 AUGUSTO CORREA 24

O arranjo produtivo de polpa de frutas paraense eacute heterogecircneo em tamanho com

predominacircncia de microempresas em tecnologia de modo que apenas oito empresaspossuem tecnologia de pasteurizaccedilatildeo na diversificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo de produto a

maioria das empresas processa apenas accedilaiacute e ainda no grau de inserccedilatildeo nos mercados

local nacional e internacional (Santana et al 2006)

O principal produto industrial eacute a polpa de accedilaiacute pasteurizada eou congelada Em

menor escala existem os blends que eacute o accedilaiacute misturado com guaranaacute banana morango

e etc accedilaiacute em poacute geleacuteia licor vinho neacutectar suco bombons sorvetes cafeacute etc

(Santana et al 2006)

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224 Dificuldades das agroinduacutestrias

Silva em seu trabalho O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das

agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute 2004 fez um levantamento das

dificuldades que as empresas enfrentam Os entrevistados principalmente das empresas

que soacute produzem a polpa de accedilaiacute afirmam que caso dispusessem de cacircmaras de

congelamento e armazenamento e pasteurizadores natildeo haveria necessidade de sair do

Estado do Paraacute no periacuteodo da entressafra (coincidente com o veratildeo do Sudeste e Sul do

Brasil e com o periacuteodo de feacuterias e carnaval quando haacute elevaccedilatildeo da demanda de polpa de

accedilaiacute) pois teriam produtos em estoque originando mais receitas empregos e tributos

em acircmbito estadual ainda seriam mais competitivas pois ldquovecircem o accedilaiacute do Paraacute como

imbatiacutevel no mercadordquo

Os entrevistados por Silva 2004 citaram tambeacutem suas necessidades de

qualificaccedilatildeo de matildeo-de-obra nas aacutereas de produccedilatildeo manipulaccedilatildeo de alimentos e

administrativa Outra dificuldade enfrentada pelas empresas de polpa de frutas do

Estado do Paraacute eacute a falta de uma interaccedilatildeo mais permanente com o sistema de creacutedito

pois do total de empresas entrevistadas 769 natildeo obtiveram creacutedito de curto prazo

(capital de giro) nos uacuteltimos cinco anos e 50 tambeacutem natildeo obtiveram creacutedito ou

financiamento de longo prazo (projeto incentivado creacutedito para investimento como a

compra de equipamentos e outros) ou seja natildeo acessaram recursos por um periacuteodo

maior do que trecircs anos

Andrade et al 2008 afirmam que os gargalos da produccedilatildeo de polpa de accedilaiacute estatildeo

relacionados ao desempenho na aacuterea da gestatildeo principalmente para a melhoria das

habilidades de negociaccedilatildeo e teacutecnicas de venda pois o processo de comercializaccedilatildeo

nestes municiacutepios ainda eacute bastante complexo sendo considerado como um dos

principais entraves junto agrave falta de recursos dos produtores Destacam-se tambeacutem as

dificuldades de infra-estrutura no transporte que inviabilizam em muito o intuito de seatingir um bom planejamento da produccedilatildeo

Limal et al 2008 tambeacutem ressalta problemas logiacutesticos poreacutem relacionados ao

do produtor de accedilaiacute para as induacutestrias Para os autores a logiacutestica eacute bastante deficitaacuteria

uma vez que a venda do produto depende em grande escala das embarcaccedilotildees que

fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos do frete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores

Tais fatores encarecem o custo do produto que recai sobre o consumidor

Segundo informaccedilotildees obtidas em pesquisa de campo o transporte fluvial eacuterealizado pelas embarcaccedilotildees dos proacuteprios ribeirinhos ndash aqueles que tiverem condiccedilotildees

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23 Logiacutestica

De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de

planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de

mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde

o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias

dos clientes (CSCMP2010)

A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do

transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto

procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)

Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees

praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de

entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se

concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da

rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees

possiacuteveis (Bowersox et al (2001)

Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes

questotildees

bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao

cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por

exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta

definiccedilatildeo

bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais

baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o

nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de

atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas

instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de

centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado

tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e

programaccedilatildeo de transportadores

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Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o

serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo

possiacutevel

Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por

uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a

montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal

de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto

passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele

condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a

partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais

estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos

Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer

deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela

movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para

suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da

produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o

mercado consumidor

A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs

aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a

distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas

referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais

e produtos (Costa 2002)

Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais

devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de

suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em

termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da

qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda

determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos

e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas

e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)

Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor

nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede

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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades

de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de

mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)

Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias

em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades

tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de

veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees

Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de

facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de

facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)

Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda

estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem

nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto

neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de

hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo

possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo

puramente extrativista

232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional

O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees

geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios

entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de

transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de

transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)

De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades

envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos

de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo

Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos

por quais facilidades para minimizar o custo total

Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa

Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote

e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura

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Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al

(2008) eacute utilizado no estudo

O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de

lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na

Figura 4

Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)

No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam

para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou

armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados

Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com

pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que

manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas

Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que

o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao

cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais

adequados

A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que

as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste

trabalho de conclusatildeo de curso

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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de

facilidades

O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de

diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes

espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui

manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e

estoque de produtos

Notaccedilotildees utilizadas no modelo

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW

LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k

isin LP

P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P

LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento

LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta

LP c e LP o satildeo definidos analogamente

Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada

capacidade do armazeacutem j no tempo t

capacidade da planta k no tempo t

Tem-se ainda

demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t

Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso

definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das

facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque

Para isin LW

o e isin T

custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T

Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo e fechamento

Para isin LW c

custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento

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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP

custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no

periacuteodo t

custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t

custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo

t+1

custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i

Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)

Para isin LW o e isin T

= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c

= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento

= 0 caso contraacuterio

eacute definido analogamente

Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j

no periacuteodo t

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k

no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i

periacuteodo t

estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t

Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda

≔ 1 991270 isin LW o

991270 isin

LW c

Funccedilatildeo Objetivo

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Min =

isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)

Sujeito a

+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)

isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)

leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)

+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)

le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)

isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)

isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)

0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)

isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)

A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que

os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e

que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de

produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1

(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de

produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave

parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t

enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute

existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo

As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de

plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o

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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver

pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento

A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e

(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo

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PampE

A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca

investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da

Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo

MEP e ITP

O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)

possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37

ou 38 induacutestrias

Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos

mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que

apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada

O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90

estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo

(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o

fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos

Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega

ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros

ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da

bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria

A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador

individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra

clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a

Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a

Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO

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ITS e ITT

Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento

bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola

Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo

incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para

fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que

comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)

que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)

produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute

Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual

proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada

Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos

de bebida agrave base de accedilaiacute

No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com

qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no

Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos

32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo

matemaacutetico

Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com

pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute

para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos

simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por

exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados

histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da

demanda

a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas

Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi

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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute

cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo

porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m

um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para

as cidades

Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se

como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a

Tabela 5

Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS

AacuteREA (ha)

DESTINADA A COLHEITA COLHIDA

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500

BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000

BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064

CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320

IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840

MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000

MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148

TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600

TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150

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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000

UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998

AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600

ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200

ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500

MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000

OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185

UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000

OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000

UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000

Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem

devido a falhas nas coletas dos dados

Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute

ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o

periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A

divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas

cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado

amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a

safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo

Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do

Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute

2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas

20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais

de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute

aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano

A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que

acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos

Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou

R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos

satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial

consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa

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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da

Tabela 7

Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007

Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007

Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de

accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os

coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando

tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a

produccedilatildeo inicia desde o 1o ano

Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146

Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848

Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788

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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico

plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute

existente

De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de

custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois

hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende

para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo

numa estimativa de seus gastos de transporte

Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo

utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa

Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela

9

Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167

Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109

c) Demanda dos Beneficiadores

Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade

maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente

pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da

capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de

chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena

de perda dos frutos

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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte

Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos

frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de

confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O

transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h

tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na

tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios

chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que

entregam para as empresas beneficiadoras locais

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio

transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista

ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a

12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200

Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$

050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo

compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma

de R$100 a $150 ao preccedilo

e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme

Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido

ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o

transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de

pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem

considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de

heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os

custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa

margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o

investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano

(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas

propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio

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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre

quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para

efeitos de expansatildeo

f) Manejo de accedilaizais nativos

O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo

uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia

Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano

o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute

positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute

maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de

produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo

g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores

De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a

localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados

individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em

uma tabela como a Tabela 10 abaixo

Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo

h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos

Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e

8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de

produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser

considerados os mesmos para cada tipo de produto

i) Demanda

O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores

para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas

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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009

AnoToneladas

Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo

2001 11784300 852700 39500

2002 13055900 1123100 113651

2003 16361500 2259700 273000

2004 17710200 2963600 504100

2005 20473000 4709800 565700

2006 24493100 5837900 668100

2007 24717300 6516200 923500

2008 27100000 7300000 1173500

2009 29800000 8020000 1250780

A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12

Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3

A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10

j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa

em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer

(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel

tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo

do cliente

O trajeto varia entre 80 e 240 km

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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores

Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas

Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas

Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo

desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o

Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das

maiores exportadoras a empresa DaFruta

33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute

Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia

representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)

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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute

Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores

beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em

cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme

Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras

uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo

apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)

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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo

do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees

Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo

Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea

1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t

2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado

Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme

3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo

t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de

implantaccedilatildeo

4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe

5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele

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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes

6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo

que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia

7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a

capacidade de processamento

8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo

9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no

periacuteodo atual

10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida

O modelo matemaacutetico

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB

LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por

k isin LP

LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio

do planejamento

LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista

LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme

indexados por l isin LT

LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo

LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme

P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por

p isin P

Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm

capacidade limitada

Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea

capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em

quilogramas de fruto por hectare

aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP

Para

isin LP o e

isin T

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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo

custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare

Para isin LP c

custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare

O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque

consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita

custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo

t

Dados referentes aos cultivos em terra firme

capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado

em quilogramas de fruto por hectare

Para isin LT c

aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de

planejamento

Para isin LT o

nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme

no spot l

qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares

e qe =5 Tem-se que

Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20

hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para

evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear

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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j

Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)

Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no

periacuteodo t em kg

quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no

periacuteodo t em kg

produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg

accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg

accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t

accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t

produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t

estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t

Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas

Para isin LPo

= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo

= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io

Variaacuteveis auxiliares

= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no

periacuteodo t

A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma

dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

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8

concretizar (Bowersox et al 2002) Segundo Ballou (2001) configurar a rede de

distribuiccedilatildeo eacute especificar a estrutura por meio do qual os produtos passaratildeo de seus

pontos de origem ateacute os pontos de demanda determinando quais instalaccedilotildees devem ser

usadas quantas instalaccedilotildees devem existir quais os produtos e clientes designados a

elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas e como as instalaccedilotildees

deveriam ser atendidas

O mercado do accedilaiacute estaacute haacute alguns anos em raacutepido crescimento o que tem

aumentado a demanda o preccedilo dos frutos e tambeacutem atraiacutedo novos investimentos Entre

outros inclui-se investimentos na produccedilatildeo intensiva de frutos em terra firme cuja

viabilidade depende tambeacutem dos custos da logiacutestica de entrega da mateacuteria prima nas

induacutestrias de processamento

Neste cenaacuterio eacute importante que haja um trabalho que organize as informaccedilotildees

disponiacuteveis sobre a cadeia produtiva do accedilaiacute no Paraacute uma vez que eacute um assunto que

ainda natildeo foi exaustivamente tratado na literatura e ainda para incentivar a coleta de

dados mais precisos e o investimento e a expansatildeo no agronegoacutecio da polpa de accedilaiacute

Ainda este trabalho propotildee uma ferramenta dentro do campo da Pesquisa

Operacional baseada em programaccedilatildeo matemaacutetica que possibilite a anaacutelise de

viabilidade da cadeia produtiva que simule a dinacircmica da cadeia com mais atores seja

beneficiadores ou produtores atendendo agrave clientes nacionais eou internacionais de

modo que seja possiacutevel encontrar alternativas de melhoria e sugestatildeo de cenaacuterios para

expansotildees futuras

Segundo Almeida (2010) dentro da aacuterea dos meacutetodos quantitativos as

aplicaccedilotildees de Pesquisa Operacional tecircm se mostrado eficazes em diversas aacutereas de

aplicaccedilotildees e os modelos matemaacuteticos e computacionais propostos quase sempre podem

ser utilizados diretamente como ferramentas de auxiacutelio agrave tomada de decisatildeo

12 Objetivos

Geral

A proposta desse trabalho eacute utilizar ferramentas de anaacutelise do sistema logiacutestico

na anaacutelise da cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute estudando um modelo de

localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees baseado em programaccedilatildeo matemaacutetica que incorpora

decisotildees de fluxo para auxiliar no planejamento estrutural da cadeia de produccedilatildeo do

Accedilaiacute no Paraacute Para chegar nesse resultado tem-se os seguintes objetivos especiacuteficos

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Especiacuteficos

bull Revisatildeo de trabalhos encontrados na literatura sobre a cadeia produtiva

do accedilaiacute no Paraacute

bull Levantamento de dados necessaacuterios para posterior validaccedilatildeo do modelo

1 Custos de produccedilatildeo do fruto localizaccedilatildeo dos spots de produccedilatildeo e sua

capacidade

2 Custos de processamento do fruto localizaccedilatildeo das induacutestrias de

beneficiamento e sua capacidade

3 Custos de transporte do fruto para os beneficiadores e da polpa de

accedilaiacute para o mercado nacional e internacional

4 Principais centros consumidores da polpa de accedilaiacute e sua demanda

bull Desenvolvimento do modelo matemaacutetico de localizaccedilatildeo de facilidades

13 Materiais e Meacutetodos

Este trabalho de conclusatildeo de curso eacute conduzido segundo o meacutetodo de

modelagemSimulaccedilatildeo Eacute um meacutetodo em que os modelos desenvolvidos satildeo

representaccedilotildees de operaccedilotildees que acontecem na realidade Cada modelo pressupotildee

variaacuteveis ligadas por relaccedilotildees de causa e efeito desenvolvidas dentro de um

determinado domiacutenio e que natildeo podem ser alteradas pelo pesquisador Essas variaacuteveis

podem ser fiacutesicas como posiccedilatildeo de inventaacuterio e taxa de utilizaccedilatildeo ou econocircmicas

como contribuiccedilatildeo ao lucro e custos (Betrand e Fransoo 2002) As variaacuteveis definidas

neste trabalho satildeo fiacutesicas

Os estudos de PO no geral seguem etapas caracteriacutesticas Na literatura haacute

variaccedilotildees quanto agrave denominaccedilatildeo e ao nuacutemero de etapas Segundo Hillier e Lieberman

(2006) apud Almeida (2010) haacute uma seacuterie de seis etapas usuais sugeridas para serem

utilizadas por equipes de PO para enfrentar problemas reais

1 Definir o problema de interesse e coletar dados

2 Formular um modelo matemaacutetico para representar o problema

3 Desenvolver um procedimento computacional a fim de derivar soluccedilotildees para

o problema a partir do modelo

4 Testar o modelo e aprimoraacute-lo conforme necessaacuterio

5 Preparar para a aplicaccedilatildeo contiacutenua do modelo conforme prescrito pela

gerecircncia

6 ImplementarNesse projeto de conclusatildeo de curso nos restringiremos agraves fases 1 e 2

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2 Visatildeo Geral

21 Agronegoacutecio

O termo agronegoacutecio ou agribusiness engloba os fornecedores de bens e

serviccedilos para a agricultura os produtores rurais os processadores os transformadores edistribuidores e todos os envolvidos na geraccedilatildeo e fluxo dos produtos de origem agriacutecola

ateacute o consumidor final Os agentes que afetam e coordenam o fluxo dos produtos tais

como o governo os mercados as entidades comerciais financeiras e de serviccedilos

tambeacutem satildeo parte do agronegoacutecio (Costa 2002)

A Associaccedilatildeo Brasileira de Agribusiness (ABAG apud Costa 2002) descreve as

funccedilotildees do agronegoacutecio em sete niacuteveis

a) suprimentos agrave produccedilatildeob) produccedilatildeo

c) transformaccedilatildeo

d) acondicionamento

e) armazenamento

f) distribuiccedilatildeo e

g) consumo

Por sua vez o termo lsquoagroinduacutestriarsquo natildeo deve ser confundido com agronegoacutecio

uma vez que o primeiro eacute uma parte do segundo De acordo com a ABAG apud Costa

2002 agroinduacutestria se aplicaria do niacutevel lsquosuprimentos agrave produccedilatildeorsquo ateacute

lsquoacondicionamento

Para Ramalho 1988 apud Silva 2004 a agroinduacutestria eacute caracterizada como

sendo o primeiro processamento da mateacuteria prima originada do setor agropecuaacuterio

tendo por mercado a exportaccedilatildeo e outras induacutestrias

Jaacute para Santana 2003 apud Silva 2004 agroinduacutestria eacute a empresa ou

organizaccedilatildeo que realiza o processamento industrial dos produtos agriacutecolas pecuaacuterios

florestais e extrativos oriundos do meio rural e de seus subprodutos e que planeja a

cadeia produtiva para frente identificando mercados canais de distribuiccedilatildeo logiacutestica de

transporte e clientes para os produtos do setor rural

Segundo Batalha apud Costa 2002 a literatura que trata do tema agroindustrial

no Brasil tem feito confusatildeo entre as expressotildees lsquoSistema Agroindustrialrsquo lsquoComplexo

Agroindustrialrsquo lsquoCadeia de Produccedilatildeo Agroindustrialrsquo e lsquoAgronegoacuteciorsquo Tais expressotildees

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se aplicam a diferentes objetivos cada uma delas reflete um niacutevel de anaacutelise do Sistema

Agroindustrial

Sistema Agroindustrial (SAI) eacute o conjunto de atividades que concorrem para a

produccedilatildeo de produtos agroindustriais desde a produccedilatildeo dos insumos (sementes adubos

maacutequinas agriacutecolas etc) ateacute a chegada do produto final (queijo polpas de frutas massas

etc) na mesa do consumidor Natildeo estaacute associado a qualquer mateacuteria-prima agropecuaacuteria

ou produto final especiacutefico (Batalha apud Rosa 2003) O SAI eacute composto por seis

conjuntos de atores agricultura pecuaacuteria e pesca induacutestrias agroalimentares

distribuiccedilatildeo agriacutecola e alimentar comeacutercio internacional consumidor induacutestrias e

serviccedilos de apoio (Costa 2002)

Complexo agroindustrial (CAI) tem como ponto de partida determinada mateacuteria-

prima A arquitetura de um complexo agroindustrial eacute tida pela ldquoexplosatildeordquo da mateacuteria-

prima principal que o originou segundo os diferentes processos industriais e comerciais

que ela pode sofrer ateacute se transformar em diferentes produtos finais A formaccedilatildeo de um

CAI exige a participaccedilatildeo de um conjunto de cadeias de produccedilatildeo cada uma delas

associada a um produto ou famiacutelia de produtos (Batalha apud Costa 2002)

Jaacute a cadeia de produccedilatildeo agroindustrial (CPA) eacute definida a partir da identificaccedilatildeo

de determinado produto final Apoacutes esta identificaccedilatildeo conveacutem ir encadeando de

jusante a montante as vaacuterias operaccedilotildees teacutecnicas comerciais e logiacutesticas necessaacuterias a

sua produccedilatildeo (Rosa 2003)

De acordo com Alves (1997) apud Costa (2002) a CPA pode ser segmentada

em trecircs macro-segmentos

a) Comercializaccedilatildeo representando as empresas que estatildeo em contato com o

cliente final da cadeia de produccedilatildeo e que viabilizam o consumo e o comeacutercio dos

produtos finais (supermercados mercearias restaurantes cantinas etc) Podem

ser incluiacutedas tambeacutem neste macro-segmento as empresas responsaacuteveis somentepela logiacutestica de distribuiccedilatildeo

b) Industrializaccedilatildeo representando as firmas responsaacuteveis pela transformaccedilatildeo das

mateacuterias-primas em produtos finais destinados ao consumidor O consumidor

pode ser uma unidade familiar ou uma agroinduacutestria

c) Produccedilatildeo de mateacuterias-primas reunindo as firmas que fornecem as mateacuterias-

primas iniciais para que outras empresas avancem no processo de produccedilatildeo do

produto final (agricultura pecuaacuteria pesca etc)

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Batalha apud Costa 2002 afirma que o termo agronegoacutecio deve vir

acompanhado de um delimitador O enfoque pode partir do mais global (agronegoacutecio

brasileiro) ao mais especiacutefico (agronegoacutecio da soja ou do suco de laranja)

211 Agronegoacutecio no Brasil

O Brasil eacute um dos liacutederes mundiais na produccedilatildeo e exportaccedilatildeo de vaacuterios produtos

agropecuaacuterios eacute o primeiro produtor e exportador de cafeacute accediluacutecar e suco de laranja

Lidera ainda o ranking das vendas externas de aacutelcool soja carne bovina carne de

frango e tabaco (Andriguetto et al 2008)

As projeccedilotildees indicam que o Brasil tambeacutem seraacute em pouco tempo o principal

poacutelo mundial de produccedilatildeo de algodatildeo e biocombustiacuteveis feitos a partir de cana-de-

accediluacutecar e oacuteleos vegetais Outros destaques satildeo milho arroz frutas frescas cacau

castanhas nozes aleacutem de suiacutenos e pescados (Andriguetto et al 2008)

O agronegoacutecio brasileiro emprega atualmente 177 milhotildees de trabalhadores

somente no campo e eacute hoje a principal locomotiva da economia brasileira respondendo

por 235 do Produto Interno Bruto (PIB) 36 das exportaccedilotildees totais e 37 dos

empregos brasileiros Nos uacuteltimos anos poucos paiacuteses tiveram crescimento tatildeo

expressivo no comeacutercio internacional do agronegoacutecio quanto o Brasil (Andriguetto et

al 2008)

Ao mesmo tempo em que se expande o agronegoacutecio brasileiro sofre um

processo crescente de integraccedilatildeo ao mercado com mudanccedilas em suas estrateacutegias de

produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo Segundo Alves apud Costa 2002 isso acontece devido ao fato

de que haacute um aumento na preocupaccedilatildeo com a qualidade dos alimentos Aleacutem disso os

produtores tecircm procurado ampliar a sua linha de produtos com maior valor agregado e

adequar suas formas organizacionais agraves necessidades do mercado que estaacute aquecido

devido agrave presenccedila de novos haacutebitos de consumo alimentar (Costa 2002)Todos os fatores acima descritos vecircm forccedilando os produtores agriacutecolas a

tentarem reduzir custos de produccedilatildeo e de distribuiccedilatildeo Dessa forma a competitividade

no setor agroindustrial depende cada vez mais da sua inserccedilatildeo na cadeia de suprimento

a reduccedilatildeo de custos unitaacuterios e o aumento da produtividade global do setor demandam

maior ecircnfase em tecnologias de poacutes-colheita e de processamento em fatores que afetam

os tempos e custos de transporte e armazenamento e ainda em serviccedilos de apoio que

agilizem a movimentaccedilatildeo fiacutesica dos produtos e o acesso a informaccedilotildees relacionadas aosnegoacutecios (Costa 2002)

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O Brasil eacute um dos trecircs maiores produtores de frutas do mundo ficando somente

atraacutes da China e Iacutendia representando cerca de 5 da produccedilatildeo mundial Sua produccedilatildeo

superou 40 milhotildees de toneladas em 2008 (Agecircncia Sebrae 2009) A proacutexima seccedilatildeo

discutiraacute brevemente a agroinduacutestria de frutas no paiacutes

212 Agroinduacutestria de frutas no Brasil

Embora seja um dos maiores exportadores de frutas do mundo a carecircncia em

marketing do setor frutiacutecola dificulta a expansatildeo comercial da fruta brasileira uma vez

que existe baixo conhecimento da maioria das frutas tropicais no mercado internacional

Apesar disso nos uacuteltimos 14 anos o Brasil aumentou em mais de 11 vezes as

exportaccedilotildees de frutas frescas passando de US$ 54 milhotildees no iniacutecio da deacutecada de 1990

para mais de US$ 642 milhotildees no ano de 2007 (919 mil toneladas) Somando-se as

frutas secas e castanhas de caju foram exportadas um milhatildeo de toneladas equivalente

a US$ 9677 milhotildees (Andriguetto et al 2008)

Jaacute o processamento de sucos de fruta estaacute em franca expansatildeo ocupando papel

de relevacircncia no agronegoacutecio mundial com destaque para os paiacuteses em

desenvolvimento que satildeo responsaacuteveis pela metade das exportaccedilotildees mundiais A

demanda atual eacute crescente para sucos e polpas de frutas tropicais principalmente de

abacaxi maracujaacute manga e banana que satildeo responsaacuteveis pela maioria das exportaccedilotildees

(Andriguetto et al 2008)

Poreacutem desde meados da deacutecada de 90 a polpa de accedilaiacute ganhou espaccedilo na miacutedia

nacional e internacional aumentando a demanda do produto como estaacute exposto na

Tabela 1 A conversatildeo do fruto em polpa eacute em meacutedia de 223 kg de frutos para 10 kg

de polpa

Tabela 1 Balanccedilo entre oferta de frutos e demanda de polpa de accedilaiacute do Estado do Paraacute no periacuteodode 2001 a 2005 Fonte (Santana et al 2006)

Demanda de polpa e vinho de accedilaiacute

Ano

Ofertade frutode accedilaiacute

(t)

Oferta depolpa

aproximada

Mercado do

Paraacute (t)

Mercadonacional

(t)

MercadoInternacional

(t)

DemandaTotal(t)

2001 118302 53050224 117843 8527 395 126765

2002 364879 163622870 130559 11231 1060 142850

2003 392130 175843049 163615 22597 2119 188331

2004 454071 203619283 177102 29636 3622 210360

2005 505094 226499552 204730 47098 5138 256966

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A expansatildeo gradativa do mercado de frutas processadas tem se caracterizando

por uma seacuterie de fatores dentre os quais a preocupaccedilatildeo de consumidores com a sauacutede o

que resulta em aumento da procura e consumo de produtos naturais com pouco ou

nenhum aditivo quiacutemico A quantidade exportada de sucos de frutas em 2007 foi de

237 milhotildees de doacutelares relativos a 216 milhotildees de toneladas sendo 5126 maior que

em 2006 e 100 maior que em 2005(Andriguetto et al 2008)

Segundo Barros apud Silva 2004 as polpas de frutas mostram-se como uma

oportunidade para o Brasil pois existe o potencial de se transformar no novo produto

que ampliaraacute a participaccedilatildeo brasileira no setor externo No Brasil um caso em grande

expansatildeo que merece atenccedilatildeo eacute a agroinduacutestria do accedilaiacute no Estado do Paraacute responsaacutevel

pela produccedilatildeo de 95 do fruto (Silva 2004) A Tabela 2 no proacuteximo toacutepico mostra o

crescimento da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute

Na proacutexima seccedilatildeo apresentamos uma descriccedilatildeo sucinta da agroinduacutestria de

frutas tropicais no Paraacute

213 Agroinduacutestria de frutas no Paraacute

A regiatildeo Norte reuacutene condiccedilotildees favoraacuteveis para o desenvolvimento das

agroinduacutestrias de frutas pois apresenta grande variedade de fruteiras extrativas proacuteprias

da regiatildeo e solo e clima que permitem a exploraccedilatildeo de fruteiras tiacutepicas de aacutereas tropicais

(Silva 2006)

O Paraacute aparece como um dos maiores produtores brasileiros de frutas da uacuteltima

deacutecada destacando-se pelas produccedilotildees de abacaxi banana coco e laranja e em menor

escala de maracujaacute mamatildeo limatildeo e acerola aleacutem das frutas regionais (exoacuteticas) como

o accedilaiacute bacuri cupuaccedilu taperebaacute e muruci que a cada ano ganham mais mercado o que

favorece os empreendimentos do setor frutiacutecola(Silva 2004)

O Estado do Paraacute eacute hoje responsaacutevel por 95 da produccedilatildeo de accedilaiacute no Brasil edevido a sua importacircncia cultural o accedilaiacute transformou-se atraveacutes de lei na bebida e fruta

siacutembolo do estado do Paraacute e agora passou a ser priorizado como produto econocircmico

capaz de gerar renda para a populaccedilatildeo local e divisas para o paiacutes (Andrade et al 2008)

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Tabela 2 Evoluccedilatildeo da aacuterea colhida produccedilatildeo rendimento e preccedilo do accedilaiacute no Estado do Paraacute 1996 a2009

Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute

ANOAacuteREA

PLANTADA

(haacute)

AacuteREACOLHIDA

(haacute)

QUANTIDADECULTIVADA ( t )

QUANTIDADEEXTRATIVA ( t )

QUANTIDADETOTAL

PRODUZIDA ( t )

RENDIMENTO(thaacute)

PRECcedilO(R$t)

1996 1054 10366 103698 114064 9835 469791997 933 7913 92021 99934 8481 350841998 852 7278 110557 117835 8542 412271999 690 4662 107663 112325 6757 472862000 727 5207 112676 117883 7162 499352001 627 4558 113744 118302 7270 558992002 16115 242557 122322 364879 15052 642082003 3097 18479 257282 134848 392130 13923 686982004 8593 26671 363428 90643 454071 13626 699962005 6297 34203 415921 89173 505094 12160

2006 8041 49455 472040 88551 560591 95452007 5249 51545 497591 93788 591379 96542008 59202 59202 581290 100202 681492 98192009 61814 61814 604805 104354 709159 9784

A induacutestria de suco e polpa de frutas regionais para exportaccedilatildeo teve como

pioneira a Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-Accedilu (CAMTA) fundada no ano de

1949 Em 1988 foi concluiacuteda a faacutebrica de sucos da Associaccedilatildeo de Fomento Agriacutecola de

Tomeacute-Accedilu (ASFATA) fundada em 1981 que passou para a administraccedilatildeo da CAMTA

em 1991 A agroinduacutestria de sucos e concentrados de frutas regionais foi uma das que

mais cresceu nos uacuteltimos dez anos (Homma 2003)

O Estado do Paraacute possui hoje cerca das 140 empresas produtoras de polpa de

frutas distribuiacutedas em todo o estado poreacutem as regiotildees Metropolitana de Beleacutem e

Nordeste Paraense concentram cerca de 82 do total das unidades (Brasil apud Silva

2004) Entretanto a mesorregiatildeo do Marajoacute eacute a que concentra a maior produccedilatildeo de

fruto detendo cerca de 80 da produccedilatildeo Para melhor visualizaccedilatildeo veja a Figura 1

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Figura 1Mesorregiotildees do Estado do Paraacute Fonte Silva 2004

No primeiro semestre de 2004 a produccedilatildeo exportada do mix de polpa de frutas

atingiu o valor de US$ 504 milhotildees com uma evoluccedilatildeo de 2447 em relaccedilatildeo ao

mesmo periacuteodo de 2003 Desse total apenas 75 da produccedilatildeo de polpa de frutas

regional foi exportado para os Estados Unidos e alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeacuteia e

Aacutesia o maior percentual de exportaccedilatildeo (755) ficou com o mercado nacional e o

restante (17) foi absorvido pelo mercado local (Santana apud Silva2004)A agroinduacutestria de frutas destaca-se como uma atividade estrateacutegica para o

desenvolvimento de regiotildees produtoras na aacuterea de fruticultura uma vez que tem elevada

capacidade de gerar emprego e renda e criar uma demanda estaacutevel para a produccedilatildeo de

frutas jaacute que apresenta um grande potencial de agregaccedilatildeo de valor aos produtos

primaacuterios a partir do processamento e elaboraccedilatildeo de sucos polpas e doces aleacutem de

promover a induccedilatildeo e difusatildeo de tecnologia no meio rural (Silva 2006)

Por sua vez o accedilaiacute lidera o mercado da fruticultura nacional a exportaccedilatildeo chegaa 500 mil toneladasano O crescimento do interesse nacional e internacional pelo suco

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do fruto entretanto fez com que o preccedilo do produto aumentasse para o consumidor

(SAGRI 2010)

22 O Accedilaiacute

221 O accedilaizeiro

O accedilaizeiro ( Euterpe oleracea Mart) planta pertencente agrave ordem dos Arecales

ao gecircnero Euterpe da famiacutelia Palmae eacute uma palmeira nativa da Amazocircnia abundante

nas aacutereas de vaacuterzeas da regiatildeo Para os nativos essa palmeira representa uma importante

fonte natural de recursos Poullet apud Padilha et al afirma que o accedilaiacute eacute um dos

produtos mais importantes da vida alimentar e cultural da populaccedilatildeo regional Rogez

apud Padilha et al(2000) por sua vez considera o accedilaizeiro a palmeira mais produtiva

do ecossistema que abriga a populaccedilatildeo do delta do Amazonas

Os accedilaizais nativos nas aacutereas de vaacuterzeas satildeo encontrados no estuaacuterio dos rios

Tocantins Paraacute e Amazonas Nas vaacuterzeas o manejo dos accedilaizais nativos tem

promovido a derrubada verde sem queima para construccedilatildeo de canais para facilitar a

drenagem da aacutegua inundada com grande movimentaccedilatildeo de canoas e barcos para o

transporte de frutos com seacuterias consequumlecircncias para flora e fauna (Homma et al 2006)

O manejo consiste em aumentar a populaccedilatildeo de accedilaizeiros que ocorrem

naturalmente na floresta de vaacuterzea Com essa teacutecninca a produtividade do accedilaizeiro

dobra de 42 tha para 84 tha de frutos Baseia-se na eliminaccedilatildeo das plantas de espeacutecies

arbustivas e arboacutereas de baixo valor comercial cujos espaccedilos livres satildeo ocupados por

plantas de accedilaizeiros oriundas de sementes que germinam espontaneamente de mudas

preparadas ou transplantadas das proximidades e por outras espeacutecies produzidas

especialmente para esse fim (Embrapa)

A vantagem da teacutecnica de manejo eacute que natildeo exige investimento em infra-

estrutura consistindo na realizaccedilatildeo das seguintes praacuteticas limpeza da aacuterea (roccedilagem davegetaccedilatildeo de menor porte e eliminaccedilatildeo de parte das aacutervores maiores) desbastes dos

perfilhosestipes das touceiras de baixo vigor vegetativo preparoaquisiccedilatildeo e plantio de

mudas de accedilaizeiros frutiacuteferas e florestais manutenccedilatildeo do accedilaizal (Embrapa)

A importacircncia socioeconocircmica do accedilaizeiro decorre do seu enorme potencial de

aproveitamento integral de mateacuteria-prima O principal aproveitamento eacute a extraccedilatildeo do

accedilaiacute mas as sementes (caroccedilos) do accedilaizeiro satildeo aproveitadas no artesanato e como

adubo orgacircnico A planta fornece ainda um oacutetimo palmito e as suas folhas satildeo utilizadaspara cobertura de casas dos habitantes do interior da regiatildeo (Homma 2006) De acordo

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com Padilha et al existe ainda um outro uso uma vez que a a produccedilatildeo de polpa varia

em torno de apenas 5 a 15 do volume do fruto haacute uma grande quantidade de resiacuteduos

gerados no processamento que pode ser empregado para geraccedilatildeo de energia teacutermica e

eleacutetrica

Poreacutem para a populaccedilatildeo ribeirinha a possibilidade mais lucrativa proporcionada

pelo accedilaizeiro eacute a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de seu fruto in natura A produccedilatildeo de

frutos para o mercado local eacute uma atividade de baixo custo e de excelente rentabilidade

econocircmica (Homma 2006)

222 O fruto

O accedilaiacute ateacute o final do seacuteculo XX era considerado um produto da alimentaccedilatildeo

baacutesica das populaccedilotildees ribeirinhas e das camadas de baixa renda dos centros urbanos da

economia Amazocircnica onde eacute consumido com farinha de mandioca e peixe entre

outros A produccedilatildeo do accedilaiacute era ateacute entatildeo predominantemente extrativista objetivando o

consumo domeacutestico com pouca venda de excedente (Santana et al 2006)

No entanto desde meados da deacutecada de 90 as academias de ginaacutestica

descobriram o fruto e seu alto valor energeacutetico o que fez com que o accedilaiacute ganhasse

espaccedilo na miacutedia nacional e internacional A demanda do produto aumentou entatildeo

intensamente uma vez que as camadas de maior poder aquisitivo tambeacutem passaram a

consumiacute-lo (Santana et al 2006)

Este aumento pode ser atribuiacutedo agraves propriedades nutricionais e valor caloacuterico do

accedilaiacute uma vez que eacute um alimento rico em proteiacutenas fibras lipiacutedios vitamina E e

minerais como manganecircs cobre boro e cromo Aleacutem disso o accedilaiacute possui um elevado

teor de pigmentos antocianinas que satildeo beneacuteficos agrave sauacutede pois favorecem a circulaccedilatildeo

sanguumliacutenea e protegem o organismo contra a arteriosclerose (Alexandre et al2004)

A demanda pelo accedilaiacute estaacute em alta o produto tem boas possibilidades demercado principalmente no Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia Goiaacutes e na Regiatildeo

Nordeste No Rio de Janeiro o accedilaiacute eacute oferecido nas praias e se tornou muito popular

entre os adeptos da cultura da sauacutede e entre os frequumlentadores de academias Eacute

tambeacutem vendido diretamente ao consumidor e comeccedila a ganhar popularidade entre os

nativos e turistas Eacute estimado que no Rio de Janeiro sejam consumidas 500

toneladasmecircs em Satildeo Paulo 150 toneladasmecircs e outros Estados somam 200

toneladasmecircs Nesses locais em alguns pontos de venda o que se consome eacute o accedilaiacute

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fino que misturado com outros produtos perde o gosto o odor e ateacute o valor caloacuterico da

fruta (Homma 2006)

Em 2000 iniciou-se a exportaccedilatildeo de polpa congelada de accedilaiacute para os Estados

Unidos e para a Itaacutelia Esse mercado externo cresceu 20 ao ano de 2003 a 2006 com a

comercializaccedilatildeo do accedilaiacute concentrado em latas e com a popularizaccedilatildeo da mistura com

diversas outras frutas feitas em academias de ginaacutestica (Homma 2006)

A partir de 2002 observou-se o aumento da aacuterea colhida com accedilaiacute que se

manifesta num salto de 16115 ha (2002) para 26671 ha (2004) ou seja uma taxa de

crescimento de 6550 num periacuteodo de trecircs anos (Santana et al 2006)

Essa significativa taxa meacutedia de crescimento da aacuterea colhida do accedilaiacute pode

significar uma resposta dos produtores ao crescimento da demanda pelo fruto do accedilaiacute

nos uacuteltimos anos De fato o crescimento da demanda regional nacional e mesmo

internacional do accedilaiacute pode estar induzindo os produtores rurais a aumentarem aacuterea

plantada do accedilaiacute A expansatildeo da aacuterea colhida indica o grande interesse dos produtores

rurais quanto agrave necessidade da formaccedilatildeo de uma base produtiva de cultivo do accedilaiacute como

condiccedilatildeo baacutesica para a atraccedilatildeo de agroinduacutestrias de processamento (Santana et al

2006)

Assim crecirc-se que estaacute em curso uma mudanccedila do padratildeo agriacutecola da fruticultura

do Paraacute de uma base produtiva extrativa para uma base produtiva de cultivo Poreacutem

uma mudanccedila desse tipo requer uma seacuterie de adaptaccedilotildees de natureza agronocircmica

sobretudo quanto ao controle de pragas e doenccedilas que podem se manifestar nos cultivos

de grande escala(Santana et al 2006)

O crescimento do mercado de polpa do fruto de accedilaiacute tem induzido tambeacutem o

plantio em terra firme (Homma et al 2006) e a implantaccedilatildeo de plantas industriais para

realizar o processamento ou as agroinduacutestrias existentes introduziram o accedilaiacute na linha

de produccedilatildeo visando atender aos mercados externo e interno (Santana et al 2006)O plantio de accedilaizeiro em terra firme apresenta excelente alternativa para a

recuperaccedilatildeo de aacutereas desmatadas como tambeacutem para reduzir a pressatildeo sobre o

ecossistema de vaacuterzea que eacute mais fraacutegil Aleacutem disso o plantio em terra firme apresenta

a vantagem de facilitar o transporte rodoviaacuterio e o beneficiamento sem depender do

transporte fluvial mais lento (Santana et al 2006)

O processamento ou seja as atividades de lavagem pasteurizaccedilatildeo

congelamento e desidrataccedilatildeo em escala industrial tem como vantagens melhorar a

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higiene e a qualidade do produto reduzindo ao maacuteximo os riscos de contaminaccedilatildeo

microbioloacutegica (Homma et al 2006)

O processo de obtenccedilatildeo da polpa de accedilaiacute consiste em imergir o fruto em aacutegua

morna por tempo determinado a fim de amolecer o mesocarpo antes do despolpamento

Apoacutes o amolecimento o despolpamento eacute realizado com o auxiacutelio de maacutequinas

mecacircnicas eleacutetricas ou manualmente com ou sem adiccedilatildeo de aacutegua Em seguida o

produto obtido passa por uma peneira de forma a obter a polpa para consumo

(Alexandre et al2004)

Os produtos obtidos do fruto do accedilaiacute satildeo classificados de acordo com a adiccedilatildeo

ou natildeo de aacutegua e seus quantitativos ou seja a porcentagem de soacutelidos totais Assim os

produtos incluem

bull polpa de accedilaiacute polpa extraiacuteda sem adiccedilatildeo de aacutegua e sem filtraccedilatildeo

bull accedilaiacute grosso ou especial polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

com soacutelidos totais acima de 14

bull accedilaiacute meacutedio ou regular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

com soacutelidos totais entre 11 e 14

bull accedilaiacute fino ou popular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

apresentando soacutelidos totais entre 8 e 11 (Alexandre et al2004)

O accedilaiacute eacute altamente pereciacutevel o seu tempo maacuteximo de conservaccedilatildeo mesmo sob

refrigeraccedilatildeo eacute de 12 horas O fator responsaacutevel por esta alta perecibilidade eacute a elevada

carga microbiana juntamente com a degradaccedilatildeo enzimaacutetica responsaacuteveis pelas

alteraccedilotildees de cor e aparecimento do sabor azedo Atualmente a conservaccedilatildeo da polpa

de accedilaiacute eacute feita pelo processo de congelamento (Alexandre et al2004)

223 Agroinduacutestrias

Tendo como marco referencial a entrada em funcionamento da faacutebrica de

beneficiamento de polpa de frutas da CAMTA em 1991 a agroinduacutestria de frutas do

Estado do Paraacute teve um grande crescimento a partir da deacutecada de 90 As primeiras frutas

que tiveram seu processo de beneficiamento foram o maracujaacute cupuaccedilu e acerola

Posteriormente foram incluiacutedas a laranja accedilaiacute graviola carambola goiaba cajaacute

manga bacuri muruci e abacaxi (Homma 2002)

A Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-accediluacute ndash CAMTA destacava-se como uma

das principais compradoras dos consoacutercios produtores de accedilaiacute da regiatildeo negociando

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preccedilos diferentes entre os municiacutepios Estas negociaccedilotildees acirravam a concorrecircncia entre

os produtores e consequumlentemente deixava os preccedilos abaixo do mercado Esta praacutetica

prejudicava igualmente a todos os produtores (Homma 2002)

Nesse contexto a FASEAmazocircnia exerceu papel fundamental suscitando as

discussotildees sobre a criaccedilatildeo de um consoacutercio de produtores que pudessem negociar como

as empresas processadoras do fruto produccedilatildeo em escala ampliada a preccedilos melhores e

mais estaacuteveis (Soares e Costa 2005) A FASE eacute uma organizaccedilatildeo natildeo governamental

sem fins lucrativos que atua em seis estados brasileiros e tem sua sede nacional no Rio

de Janeiro Desde suas origens esteve comprometida com o trabalho de organizaccedilatildeo e

desenvolvimento local comunitaacuterio e associativo (FASE 2010)

Em 2000 o consoacutercio foi estruturado entre os municiacutepios de Abaetetuba

Barcarena Igarapeacute-Miri e Cametaacute (Soares e Costa 2005)

Em Abaetetuba a principal organizaccedilatildeo eacute a Cooperativa de Fruticultores de

Abaetetuba ndash COFRUTA Em Barcarena como a Associaccedilatildeo dos Batedores de Accedilaiacute de

Barcarena ndash COOPBAB e entidades parceiras com o STR ndash Barcarena Cooperativa da

Colocircnia de Pesca Z-13 e Associaccedilatildeo de Trabalhadores Rurais do Arapajoacute Em Cametaacute

com a Cooperativa de Resistecircncia de Cametaacute ndash CART e entidades parceiras como STR

ndash Cametaacute Colocircnia de Pescadores Z-16 e Associaccedilatildeo de Preservaccedilatildeo do Meio Ambiente

e Igarapeacute-Miri com a Associaccedilatildeo Mutiratildeo dos Trabalhadores Rurais de Igarapeacute-Miri

como as entidades parceiras como a Associaccedilatildeo de Mulheres de Igarapeacute-Miri

Associaccedilatildeo Boa esperanccedila STR ndash Igarapeacute-Miri e AMPRISA Em 2003 o nuacutemero total

de famiacutelias envolvidas no consoacutercio chegou a 919 (Soares e Costa 2005)

Apoacutes a delimitaccedilatildeo das organizaccedilotildees e parcerias para fornecimento do fruto

estas organizaccedilotildees passaram a negociar sua produccedilatildeo em conjunto atraveacutes do consoacutercio

e com preccedilos igualmente vantajosos para todas as entidades O volume comercializado

aumentou significativamente principalmente em funccedilatildeo da popularizaccedilatildeo do frutoaumentando tambeacutem o nuacutemero de empresas processadoras na regiatildeo Atualmente

comercializam com o consoacutercio a Sambazon Fly CAMTA Amazon Fruit Accedilaiacute Brasil

e Amazon Drink(Soares e Costa 2005)

A SAMBAZON destaca-se uma vez que tem exportado o fruto para o mercado

americano e estabelecendo contratos baseado no chamado mercado ldquojustordquo Com a

ampliaccedilatildeo da exportaccedilatildeo e as exigecircncias do mercado americano houve a necessidade de

reconhecimento do accedilaiacute enquanto produto agroecoloacutegico de origem orgacircnica jaacute que suaproduccedilatildeo natildeo utiliza insumos quiacutemicos Em 2003 a agecircncia de certificaccedilatildeo Guaranteed

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Organic Certification Agency ndash GOCA entregou a certificaccedilatildeo as cooperativas e

associaccedilotildees (Soares e Costa 2005)

A SAMBAZON estabeleceu contrato com as organizaccedilotildees para que o primeiro

certificado fosse pago por ela e posteriormente a renovaccedilatildeo ficaria sob

responsabilidade das proacuteprias organizaccedilotildees Segundo Sobrinho 2005 apud Soares e

Costa 2005 no periacuteodo de agosto de 2004 a janeiro de 2005 o preccedilo meacutedio por

tonelada pago aos produtores no comeacutercio justo superou em 25 os preccedilos correntes

praticados pelos atravessadores na regiatildeo (Soares e Costa 2005)

O percurso do accedilaiacute da propriedade ateacute a pedra do municiacutepio eacute feito de barco e eacute

de responsabilidade da cooperativa tais gastos satildeo incluiacutedos integralmente no custo do

produto Poreacutem os gastos com transporte da pedra do municiacutepio ateacute a empresa

processadora satildeo assumidos pela empresa processadora (Soares e Costa 2005)

Os gastos com transporte satildeo proporcionais ao tempo de viagem do setor ateacute a

pedra do municiacutepio As menores distacircncias encontradas entre os setores e a ldquopedrardquo

encontram-se em Barcarena e as maiores distacircncias em Cametaacute (Soares e Costa 2005)

Dessa forma os preccedilos praticados em Barcarena satildeo altos por sua proximidade

com Beleacutem que tem mercado consumidor praticamente garantido E em Cametaacute os

preccedilos praticados satildeo geralmente abaixo da meacutedia dos outros municiacutepios pela maior

distancia (Soares e Costa 2005)

Estima-se que 70 a 80 da polpa de accedilaiacute vendidas no Paiacutes satildeo produzidas no

Paraacute e os maiores compradores satildeo Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia e alguns Estados

do Nordeste

Sabe-se que as induacutestrias processadoras se concentram nas mesorregiotildees

Nordeste Paraense e Metropolitana de Beleacutem Somente em Beleacutem existem 3 mil pontos

de venda de accedilaiacute (Homma 2002) A Figura 2 e a Figura 3 representam as regiotildees do

Nordeste paraense e Metropolitana de Beleacutem respectivamente

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Figura 2 Microrregiotildees do Nordeste paraense Fonte Silva 2004

Figura 3 Mesorregiatildeo metropolitana de Beleacutem Fonte Silva 2004

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A razatildeo para que as duas mesorregiotildees sejam detentoras de maior percentual de

induacutestrias eacute no caso das empresas que fazem mais de um tipo de produto a

proximidade do principal mercado consumidor Beleacutem do Paraacute que vem se habituando

a consumir algumas polpas de frutas amazocircnicas e outras frutas regionais e tropicais na

forma congelada adquiridas nas redes de supermercados sobretudo na entressafra No

caso das empresas uniproduto satildeo as vias de acesso facilitada atraveacutes da BR316 que

interliga as duas mesorregiotildees paraenses com o resto do Paiacutes e assim escoam a

produccedilatildeo da polpa congelada especialmente do accedilaiacute (Silva 2004)

A polpa congelada e mais recentemente a exportaccedilatildeo sob a forma desidratada

ou seja o poacute e sucos pasteurizados apresentam tendecircncias de crescimento e vem

influenciando os produtores do Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins mais precisamente

dos municiacutepios de Cametaacute Igarapeacute-Miri Abaetetuba e Barcarena que neste processo

representam os fornecedores da mateacuteria-prima para as empresas beneficiadoras do

produto que alcanccedilaram o mercado internacional consumidor( Andrade et al2008)

A regiatildeo eacute grande produtora e consumidora de accedilaiacute A cidade de Igarapeacute-Miri

conquistou o tiacutetulo de ldquoCapital Mundial do Accedilaiacuterdquo Ainda a produccedilatildeo desta regiatildeo eacute

reconhecida por ser de alta qualidade seja no rendimento na produccedilatildeo e no sabor da

fruta Os principais produtos ou grupo de produtos gerados pela atividade da fruticultura

no Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins no estado do Paraacute satildeo polpas de frutas como

cupuaccedilu maracujaacute taperebaacute abacaxi e accedilaiacute in natura sendo este uacuteltimo o de maior

importacircncia econocircmica e de maior quantidade de produccedilatildeo (Andrade et al 2008)

A produccedilatildeo dos principais municiacutepios em 2008 pode ser vista na Tabela 3

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Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico daProduccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008

MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)

MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)

2008 2008

TOTAL GERAL581290

IGARAPEacute-MIRI 153000 TAILAcircNDIA 1253

ABAETETUBA 131250 ITUPIRANGA 1200

CAMETAacute 40544 NOVA ESP DO PIRIAacute 1200

ACARAacute 39600 BAIAtildeO 1000

LIMOEIRO DO AJURU 35040 NOVO REPARTIMENTO 1000

BUJARU 30955 PORTO DE MOZ 1000

TOMEacute ACcedilU 24000 ALMEIRIM 720

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 21384 CASTANHAL 634

PONTA DE PEDRAS 14991 VIGIA 500

OEIRAS DO PARAacute 14000 SANTA MARIA DO PARAacute 480

MOJU 12185 BAGRE 420

BARCARENA 12000 ANAPU 390

TUCURUIacute 11500 IGARAPEacute-ACcedilU 300

SANTA ISABEL DO PARAacute 6200 MARACANAtilde 275

PORTEL 4800 ALTAMIRA 240

CURRALINHO 3000 CAPITAtildeO POCcedilO 187

GURUPAacute 2812 PACAJAacute 180

SANTO ANTOcircNIO DO TAUAacute 2500 PRAINHA 156IRITUIA 2340 S FRANCISCO DO PARA 120

BREU BRANCO 1800 NOVO PROGRESSO 100

CACHOEIRA DO ARARI 1540 VISEU 60

BREVES 1500 MEDICILAcircNDIA 50

S SEBASTIAtildeO DA BVISTA 1500 FARO 28

MUANAacute 1332 AUGUSTO CORREA 24

O arranjo produtivo de polpa de frutas paraense eacute heterogecircneo em tamanho com

predominacircncia de microempresas em tecnologia de modo que apenas oito empresaspossuem tecnologia de pasteurizaccedilatildeo na diversificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo de produto a

maioria das empresas processa apenas accedilaiacute e ainda no grau de inserccedilatildeo nos mercados

local nacional e internacional (Santana et al 2006)

O principal produto industrial eacute a polpa de accedilaiacute pasteurizada eou congelada Em

menor escala existem os blends que eacute o accedilaiacute misturado com guaranaacute banana morango

e etc accedilaiacute em poacute geleacuteia licor vinho neacutectar suco bombons sorvetes cafeacute etc

(Santana et al 2006)

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224 Dificuldades das agroinduacutestrias

Silva em seu trabalho O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das

agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute 2004 fez um levantamento das

dificuldades que as empresas enfrentam Os entrevistados principalmente das empresas

que soacute produzem a polpa de accedilaiacute afirmam que caso dispusessem de cacircmaras de

congelamento e armazenamento e pasteurizadores natildeo haveria necessidade de sair do

Estado do Paraacute no periacuteodo da entressafra (coincidente com o veratildeo do Sudeste e Sul do

Brasil e com o periacuteodo de feacuterias e carnaval quando haacute elevaccedilatildeo da demanda de polpa de

accedilaiacute) pois teriam produtos em estoque originando mais receitas empregos e tributos

em acircmbito estadual ainda seriam mais competitivas pois ldquovecircem o accedilaiacute do Paraacute como

imbatiacutevel no mercadordquo

Os entrevistados por Silva 2004 citaram tambeacutem suas necessidades de

qualificaccedilatildeo de matildeo-de-obra nas aacutereas de produccedilatildeo manipulaccedilatildeo de alimentos e

administrativa Outra dificuldade enfrentada pelas empresas de polpa de frutas do

Estado do Paraacute eacute a falta de uma interaccedilatildeo mais permanente com o sistema de creacutedito

pois do total de empresas entrevistadas 769 natildeo obtiveram creacutedito de curto prazo

(capital de giro) nos uacuteltimos cinco anos e 50 tambeacutem natildeo obtiveram creacutedito ou

financiamento de longo prazo (projeto incentivado creacutedito para investimento como a

compra de equipamentos e outros) ou seja natildeo acessaram recursos por um periacuteodo

maior do que trecircs anos

Andrade et al 2008 afirmam que os gargalos da produccedilatildeo de polpa de accedilaiacute estatildeo

relacionados ao desempenho na aacuterea da gestatildeo principalmente para a melhoria das

habilidades de negociaccedilatildeo e teacutecnicas de venda pois o processo de comercializaccedilatildeo

nestes municiacutepios ainda eacute bastante complexo sendo considerado como um dos

principais entraves junto agrave falta de recursos dos produtores Destacam-se tambeacutem as

dificuldades de infra-estrutura no transporte que inviabilizam em muito o intuito de seatingir um bom planejamento da produccedilatildeo

Limal et al 2008 tambeacutem ressalta problemas logiacutesticos poreacutem relacionados ao

do produtor de accedilaiacute para as induacutestrias Para os autores a logiacutestica eacute bastante deficitaacuteria

uma vez que a venda do produto depende em grande escala das embarcaccedilotildees que

fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos do frete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores

Tais fatores encarecem o custo do produto que recai sobre o consumidor

Segundo informaccedilotildees obtidas em pesquisa de campo o transporte fluvial eacuterealizado pelas embarcaccedilotildees dos proacuteprios ribeirinhos ndash aqueles que tiverem condiccedilotildees

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23 Logiacutestica

De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de

planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de

mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde

o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias

dos clientes (CSCMP2010)

A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do

transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto

procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)

Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees

praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de

entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se

concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da

rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees

possiacuteveis (Bowersox et al (2001)

Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes

questotildees

bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao

cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por

exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta

definiccedilatildeo

bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais

baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o

nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de

atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas

instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de

centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado

tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e

programaccedilatildeo de transportadores

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Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o

serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo

possiacutevel

Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por

uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a

montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal

de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto

passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele

condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a

partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais

estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos

Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer

deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela

movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para

suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da

produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o

mercado consumidor

A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs

aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a

distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas

referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais

e produtos (Costa 2002)

Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais

devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de

suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em

termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da

qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda

determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos

e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas

e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)

Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor

nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede

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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades

de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de

mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)

Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias

em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades

tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de

veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees

Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de

facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de

facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)

Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda

estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem

nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto

neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de

hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo

possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo

puramente extrativista

232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional

O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees

geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios

entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de

transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de

transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)

De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades

envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos

de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo

Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos

por quais facilidades para minimizar o custo total

Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa

Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote

e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura

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Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al

(2008) eacute utilizado no estudo

O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de

lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na

Figura 4

Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)

No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam

para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou

armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados

Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com

pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que

manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas

Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que

o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao

cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais

adequados

A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que

as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste

trabalho de conclusatildeo de curso

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34

24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de

facilidades

O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de

diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes

espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui

manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e

estoque de produtos

Notaccedilotildees utilizadas no modelo

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW

LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k

isin LP

P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P

LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento

LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta

LP c e LP o satildeo definidos analogamente

Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada

capacidade do armazeacutem j no tempo t

capacidade da planta k no tempo t

Tem-se ainda

demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t

Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso

definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das

facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque

Para isin LW

o e isin T

custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T

Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo e fechamento

Para isin LW c

custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento

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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP

custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no

periacuteodo t

custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t

custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo

t+1

custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i

Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)

Para isin LW o e isin T

= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c

= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento

= 0 caso contraacuterio

eacute definido analogamente

Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j

no periacuteodo t

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k

no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i

periacuteodo t

estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t

Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda

≔ 1 991270 isin LW o

991270 isin

LW c

Funccedilatildeo Objetivo

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Min =

isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)

Sujeito a

+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)

isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)

leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)

+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)

le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)

isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)

isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)

0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)

isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)

A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que

os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e

que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de

produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1

(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de

produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave

parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t

enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute

existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo

As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de

plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o

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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver

pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento

A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e

(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo

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PampE

A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca

investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da

Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo

MEP e ITP

O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)

possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37

ou 38 induacutestrias

Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos

mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que

apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada

O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90

estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo

(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o

fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos

Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega

ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros

ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da

bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria

A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador

individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra

clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a

Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a

Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO

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ITS e ITT

Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento

bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola

Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo

incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para

fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que

comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)

que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)

produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute

Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual

proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada

Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos

de bebida agrave base de accedilaiacute

No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com

qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no

Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos

32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo

matemaacutetico

Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com

pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute

para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos

simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por

exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados

histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da

demanda

a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas

Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi

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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute

cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo

porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m

um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para

as cidades

Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se

como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a

Tabela 5

Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS

AacuteREA (ha)

DESTINADA A COLHEITA COLHIDA

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500

BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000

BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064

CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320

IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840

MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000

MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148

TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600

TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150

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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000

UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998

AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600

ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200

ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500

MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000

OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185

UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000

OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000

UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000

Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem

devido a falhas nas coletas dos dados

Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute

ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o

periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A

divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas

cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado

amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a

safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo

Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do

Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute

2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas

20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais

de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute

aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano

A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que

acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos

Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou

R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos

satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial

consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa

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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da

Tabela 7

Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007

Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007

Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de

accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os

coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando

tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a

produccedilatildeo inicia desde o 1o ano

Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146

Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848

Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788

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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico

plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute

existente

De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de

custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois

hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende

para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo

numa estimativa de seus gastos de transporte

Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo

utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa

Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela

9

Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167

Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109

c) Demanda dos Beneficiadores

Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade

maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente

pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da

capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de

chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena

de perda dos frutos

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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte

Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos

frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de

confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O

transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h

tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na

tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios

chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que

entregam para as empresas beneficiadoras locais

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio

transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista

ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a

12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200

Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$

050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo

compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma

de R$100 a $150 ao preccedilo

e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme

Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido

ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o

transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de

pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem

considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de

heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os

custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa

margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o

investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano

(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas

propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio

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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre

quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para

efeitos de expansatildeo

f) Manejo de accedilaizais nativos

O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo

uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia

Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano

o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute

positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute

maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de

produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo

g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores

De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a

localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados

individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em

uma tabela como a Tabela 10 abaixo

Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo

h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos

Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e

8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de

produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser

considerados os mesmos para cada tipo de produto

i) Demanda

O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores

para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas

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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009

AnoToneladas

Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo

2001 11784300 852700 39500

2002 13055900 1123100 113651

2003 16361500 2259700 273000

2004 17710200 2963600 504100

2005 20473000 4709800 565700

2006 24493100 5837900 668100

2007 24717300 6516200 923500

2008 27100000 7300000 1173500

2009 29800000 8020000 1250780

A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12

Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3

A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10

j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa

em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer

(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel

tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo

do cliente

O trajeto varia entre 80 e 240 km

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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores

Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas

Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas

Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo

desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o

Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das

maiores exportadoras a empresa DaFruta

33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute

Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia

representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)

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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute

Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores

beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em

cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme

Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras

uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo

apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)

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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo

do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees

Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo

Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea

1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t

2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado

Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme

3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo

t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de

implantaccedilatildeo

4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe

5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele

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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes

6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo

que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia

7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a

capacidade de processamento

8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo

9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no

periacuteodo atual

10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida

O modelo matemaacutetico

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB

LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por

k isin LP

LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio

do planejamento

LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista

LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme

indexados por l isin LT

LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo

LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme

P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por

p isin P

Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm

capacidade limitada

Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea

capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em

quilogramas de fruto por hectare

aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP

Para

isin LP o e

isin T

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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo

custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare

Para isin LP c

custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare

O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque

consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita

custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo

t

Dados referentes aos cultivos em terra firme

capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado

em quilogramas de fruto por hectare

Para isin LT c

aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de

planejamento

Para isin LT o

nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme

no spot l

qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares

e qe =5 Tem-se que

Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20

hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para

evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear

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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j

Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)

Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no

periacuteodo t em kg

quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no

periacuteodo t em kg

produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg

accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg

accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t

accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t

produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t

estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t

Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas

Para isin LPo

= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo

= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io

Variaacuteveis auxiliares

= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no

periacuteodo t

A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma

dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

5 Bibliografia

AGEcircNCIA SEBRAE Brasil eacute o terceiro maior produtor de frutas do mundo

2009

Disponiacutevel em

httpwwwcanalruralcombrcanalruraljspdefaultjspuf=1amplocal

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ALEXANDRE D CUNHA R L HUBINGER M D Conservaccedilatildeo do accedilaiacute

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Especiacuteficos

bull Revisatildeo de trabalhos encontrados na literatura sobre a cadeia produtiva

do accedilaiacute no Paraacute

bull Levantamento de dados necessaacuterios para posterior validaccedilatildeo do modelo

1 Custos de produccedilatildeo do fruto localizaccedilatildeo dos spots de produccedilatildeo e sua

capacidade

2 Custos de processamento do fruto localizaccedilatildeo das induacutestrias de

beneficiamento e sua capacidade

3 Custos de transporte do fruto para os beneficiadores e da polpa de

accedilaiacute para o mercado nacional e internacional

4 Principais centros consumidores da polpa de accedilaiacute e sua demanda

bull Desenvolvimento do modelo matemaacutetico de localizaccedilatildeo de facilidades

13 Materiais e Meacutetodos

Este trabalho de conclusatildeo de curso eacute conduzido segundo o meacutetodo de

modelagemSimulaccedilatildeo Eacute um meacutetodo em que os modelos desenvolvidos satildeo

representaccedilotildees de operaccedilotildees que acontecem na realidade Cada modelo pressupotildee

variaacuteveis ligadas por relaccedilotildees de causa e efeito desenvolvidas dentro de um

determinado domiacutenio e que natildeo podem ser alteradas pelo pesquisador Essas variaacuteveis

podem ser fiacutesicas como posiccedilatildeo de inventaacuterio e taxa de utilizaccedilatildeo ou econocircmicas

como contribuiccedilatildeo ao lucro e custos (Betrand e Fransoo 2002) As variaacuteveis definidas

neste trabalho satildeo fiacutesicas

Os estudos de PO no geral seguem etapas caracteriacutesticas Na literatura haacute

variaccedilotildees quanto agrave denominaccedilatildeo e ao nuacutemero de etapas Segundo Hillier e Lieberman

(2006) apud Almeida (2010) haacute uma seacuterie de seis etapas usuais sugeridas para serem

utilizadas por equipes de PO para enfrentar problemas reais

1 Definir o problema de interesse e coletar dados

2 Formular um modelo matemaacutetico para representar o problema

3 Desenvolver um procedimento computacional a fim de derivar soluccedilotildees para

o problema a partir do modelo

4 Testar o modelo e aprimoraacute-lo conforme necessaacuterio

5 Preparar para a aplicaccedilatildeo contiacutenua do modelo conforme prescrito pela

gerecircncia

6 ImplementarNesse projeto de conclusatildeo de curso nos restringiremos agraves fases 1 e 2

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2 Visatildeo Geral

21 Agronegoacutecio

O termo agronegoacutecio ou agribusiness engloba os fornecedores de bens e

serviccedilos para a agricultura os produtores rurais os processadores os transformadores edistribuidores e todos os envolvidos na geraccedilatildeo e fluxo dos produtos de origem agriacutecola

ateacute o consumidor final Os agentes que afetam e coordenam o fluxo dos produtos tais

como o governo os mercados as entidades comerciais financeiras e de serviccedilos

tambeacutem satildeo parte do agronegoacutecio (Costa 2002)

A Associaccedilatildeo Brasileira de Agribusiness (ABAG apud Costa 2002) descreve as

funccedilotildees do agronegoacutecio em sete niacuteveis

a) suprimentos agrave produccedilatildeob) produccedilatildeo

c) transformaccedilatildeo

d) acondicionamento

e) armazenamento

f) distribuiccedilatildeo e

g) consumo

Por sua vez o termo lsquoagroinduacutestriarsquo natildeo deve ser confundido com agronegoacutecio

uma vez que o primeiro eacute uma parte do segundo De acordo com a ABAG apud Costa

2002 agroinduacutestria se aplicaria do niacutevel lsquosuprimentos agrave produccedilatildeorsquo ateacute

lsquoacondicionamento

Para Ramalho 1988 apud Silva 2004 a agroinduacutestria eacute caracterizada como

sendo o primeiro processamento da mateacuteria prima originada do setor agropecuaacuterio

tendo por mercado a exportaccedilatildeo e outras induacutestrias

Jaacute para Santana 2003 apud Silva 2004 agroinduacutestria eacute a empresa ou

organizaccedilatildeo que realiza o processamento industrial dos produtos agriacutecolas pecuaacuterios

florestais e extrativos oriundos do meio rural e de seus subprodutos e que planeja a

cadeia produtiva para frente identificando mercados canais de distribuiccedilatildeo logiacutestica de

transporte e clientes para os produtos do setor rural

Segundo Batalha apud Costa 2002 a literatura que trata do tema agroindustrial

no Brasil tem feito confusatildeo entre as expressotildees lsquoSistema Agroindustrialrsquo lsquoComplexo

Agroindustrialrsquo lsquoCadeia de Produccedilatildeo Agroindustrialrsquo e lsquoAgronegoacuteciorsquo Tais expressotildees

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se aplicam a diferentes objetivos cada uma delas reflete um niacutevel de anaacutelise do Sistema

Agroindustrial

Sistema Agroindustrial (SAI) eacute o conjunto de atividades que concorrem para a

produccedilatildeo de produtos agroindustriais desde a produccedilatildeo dos insumos (sementes adubos

maacutequinas agriacutecolas etc) ateacute a chegada do produto final (queijo polpas de frutas massas

etc) na mesa do consumidor Natildeo estaacute associado a qualquer mateacuteria-prima agropecuaacuteria

ou produto final especiacutefico (Batalha apud Rosa 2003) O SAI eacute composto por seis

conjuntos de atores agricultura pecuaacuteria e pesca induacutestrias agroalimentares

distribuiccedilatildeo agriacutecola e alimentar comeacutercio internacional consumidor induacutestrias e

serviccedilos de apoio (Costa 2002)

Complexo agroindustrial (CAI) tem como ponto de partida determinada mateacuteria-

prima A arquitetura de um complexo agroindustrial eacute tida pela ldquoexplosatildeordquo da mateacuteria-

prima principal que o originou segundo os diferentes processos industriais e comerciais

que ela pode sofrer ateacute se transformar em diferentes produtos finais A formaccedilatildeo de um

CAI exige a participaccedilatildeo de um conjunto de cadeias de produccedilatildeo cada uma delas

associada a um produto ou famiacutelia de produtos (Batalha apud Costa 2002)

Jaacute a cadeia de produccedilatildeo agroindustrial (CPA) eacute definida a partir da identificaccedilatildeo

de determinado produto final Apoacutes esta identificaccedilatildeo conveacutem ir encadeando de

jusante a montante as vaacuterias operaccedilotildees teacutecnicas comerciais e logiacutesticas necessaacuterias a

sua produccedilatildeo (Rosa 2003)

De acordo com Alves (1997) apud Costa (2002) a CPA pode ser segmentada

em trecircs macro-segmentos

a) Comercializaccedilatildeo representando as empresas que estatildeo em contato com o

cliente final da cadeia de produccedilatildeo e que viabilizam o consumo e o comeacutercio dos

produtos finais (supermercados mercearias restaurantes cantinas etc) Podem

ser incluiacutedas tambeacutem neste macro-segmento as empresas responsaacuteveis somentepela logiacutestica de distribuiccedilatildeo

b) Industrializaccedilatildeo representando as firmas responsaacuteveis pela transformaccedilatildeo das

mateacuterias-primas em produtos finais destinados ao consumidor O consumidor

pode ser uma unidade familiar ou uma agroinduacutestria

c) Produccedilatildeo de mateacuterias-primas reunindo as firmas que fornecem as mateacuterias-

primas iniciais para que outras empresas avancem no processo de produccedilatildeo do

produto final (agricultura pecuaacuteria pesca etc)

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Batalha apud Costa 2002 afirma que o termo agronegoacutecio deve vir

acompanhado de um delimitador O enfoque pode partir do mais global (agronegoacutecio

brasileiro) ao mais especiacutefico (agronegoacutecio da soja ou do suco de laranja)

211 Agronegoacutecio no Brasil

O Brasil eacute um dos liacutederes mundiais na produccedilatildeo e exportaccedilatildeo de vaacuterios produtos

agropecuaacuterios eacute o primeiro produtor e exportador de cafeacute accediluacutecar e suco de laranja

Lidera ainda o ranking das vendas externas de aacutelcool soja carne bovina carne de

frango e tabaco (Andriguetto et al 2008)

As projeccedilotildees indicam que o Brasil tambeacutem seraacute em pouco tempo o principal

poacutelo mundial de produccedilatildeo de algodatildeo e biocombustiacuteveis feitos a partir de cana-de-

accediluacutecar e oacuteleos vegetais Outros destaques satildeo milho arroz frutas frescas cacau

castanhas nozes aleacutem de suiacutenos e pescados (Andriguetto et al 2008)

O agronegoacutecio brasileiro emprega atualmente 177 milhotildees de trabalhadores

somente no campo e eacute hoje a principal locomotiva da economia brasileira respondendo

por 235 do Produto Interno Bruto (PIB) 36 das exportaccedilotildees totais e 37 dos

empregos brasileiros Nos uacuteltimos anos poucos paiacuteses tiveram crescimento tatildeo

expressivo no comeacutercio internacional do agronegoacutecio quanto o Brasil (Andriguetto et

al 2008)

Ao mesmo tempo em que se expande o agronegoacutecio brasileiro sofre um

processo crescente de integraccedilatildeo ao mercado com mudanccedilas em suas estrateacutegias de

produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo Segundo Alves apud Costa 2002 isso acontece devido ao fato

de que haacute um aumento na preocupaccedilatildeo com a qualidade dos alimentos Aleacutem disso os

produtores tecircm procurado ampliar a sua linha de produtos com maior valor agregado e

adequar suas formas organizacionais agraves necessidades do mercado que estaacute aquecido

devido agrave presenccedila de novos haacutebitos de consumo alimentar (Costa 2002)Todos os fatores acima descritos vecircm forccedilando os produtores agriacutecolas a

tentarem reduzir custos de produccedilatildeo e de distribuiccedilatildeo Dessa forma a competitividade

no setor agroindustrial depende cada vez mais da sua inserccedilatildeo na cadeia de suprimento

a reduccedilatildeo de custos unitaacuterios e o aumento da produtividade global do setor demandam

maior ecircnfase em tecnologias de poacutes-colheita e de processamento em fatores que afetam

os tempos e custos de transporte e armazenamento e ainda em serviccedilos de apoio que

agilizem a movimentaccedilatildeo fiacutesica dos produtos e o acesso a informaccedilotildees relacionadas aosnegoacutecios (Costa 2002)

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O Brasil eacute um dos trecircs maiores produtores de frutas do mundo ficando somente

atraacutes da China e Iacutendia representando cerca de 5 da produccedilatildeo mundial Sua produccedilatildeo

superou 40 milhotildees de toneladas em 2008 (Agecircncia Sebrae 2009) A proacutexima seccedilatildeo

discutiraacute brevemente a agroinduacutestria de frutas no paiacutes

212 Agroinduacutestria de frutas no Brasil

Embora seja um dos maiores exportadores de frutas do mundo a carecircncia em

marketing do setor frutiacutecola dificulta a expansatildeo comercial da fruta brasileira uma vez

que existe baixo conhecimento da maioria das frutas tropicais no mercado internacional

Apesar disso nos uacuteltimos 14 anos o Brasil aumentou em mais de 11 vezes as

exportaccedilotildees de frutas frescas passando de US$ 54 milhotildees no iniacutecio da deacutecada de 1990

para mais de US$ 642 milhotildees no ano de 2007 (919 mil toneladas) Somando-se as

frutas secas e castanhas de caju foram exportadas um milhatildeo de toneladas equivalente

a US$ 9677 milhotildees (Andriguetto et al 2008)

Jaacute o processamento de sucos de fruta estaacute em franca expansatildeo ocupando papel

de relevacircncia no agronegoacutecio mundial com destaque para os paiacuteses em

desenvolvimento que satildeo responsaacuteveis pela metade das exportaccedilotildees mundiais A

demanda atual eacute crescente para sucos e polpas de frutas tropicais principalmente de

abacaxi maracujaacute manga e banana que satildeo responsaacuteveis pela maioria das exportaccedilotildees

(Andriguetto et al 2008)

Poreacutem desde meados da deacutecada de 90 a polpa de accedilaiacute ganhou espaccedilo na miacutedia

nacional e internacional aumentando a demanda do produto como estaacute exposto na

Tabela 1 A conversatildeo do fruto em polpa eacute em meacutedia de 223 kg de frutos para 10 kg

de polpa

Tabela 1 Balanccedilo entre oferta de frutos e demanda de polpa de accedilaiacute do Estado do Paraacute no periacuteodode 2001 a 2005 Fonte (Santana et al 2006)

Demanda de polpa e vinho de accedilaiacute

Ano

Ofertade frutode accedilaiacute

(t)

Oferta depolpa

aproximada

Mercado do

Paraacute (t)

Mercadonacional

(t)

MercadoInternacional

(t)

DemandaTotal(t)

2001 118302 53050224 117843 8527 395 126765

2002 364879 163622870 130559 11231 1060 142850

2003 392130 175843049 163615 22597 2119 188331

2004 454071 203619283 177102 29636 3622 210360

2005 505094 226499552 204730 47098 5138 256966

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A expansatildeo gradativa do mercado de frutas processadas tem se caracterizando

por uma seacuterie de fatores dentre os quais a preocupaccedilatildeo de consumidores com a sauacutede o

que resulta em aumento da procura e consumo de produtos naturais com pouco ou

nenhum aditivo quiacutemico A quantidade exportada de sucos de frutas em 2007 foi de

237 milhotildees de doacutelares relativos a 216 milhotildees de toneladas sendo 5126 maior que

em 2006 e 100 maior que em 2005(Andriguetto et al 2008)

Segundo Barros apud Silva 2004 as polpas de frutas mostram-se como uma

oportunidade para o Brasil pois existe o potencial de se transformar no novo produto

que ampliaraacute a participaccedilatildeo brasileira no setor externo No Brasil um caso em grande

expansatildeo que merece atenccedilatildeo eacute a agroinduacutestria do accedilaiacute no Estado do Paraacute responsaacutevel

pela produccedilatildeo de 95 do fruto (Silva 2004) A Tabela 2 no proacuteximo toacutepico mostra o

crescimento da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute

Na proacutexima seccedilatildeo apresentamos uma descriccedilatildeo sucinta da agroinduacutestria de

frutas tropicais no Paraacute

213 Agroinduacutestria de frutas no Paraacute

A regiatildeo Norte reuacutene condiccedilotildees favoraacuteveis para o desenvolvimento das

agroinduacutestrias de frutas pois apresenta grande variedade de fruteiras extrativas proacuteprias

da regiatildeo e solo e clima que permitem a exploraccedilatildeo de fruteiras tiacutepicas de aacutereas tropicais

(Silva 2006)

O Paraacute aparece como um dos maiores produtores brasileiros de frutas da uacuteltima

deacutecada destacando-se pelas produccedilotildees de abacaxi banana coco e laranja e em menor

escala de maracujaacute mamatildeo limatildeo e acerola aleacutem das frutas regionais (exoacuteticas) como

o accedilaiacute bacuri cupuaccedilu taperebaacute e muruci que a cada ano ganham mais mercado o que

favorece os empreendimentos do setor frutiacutecola(Silva 2004)

O Estado do Paraacute eacute hoje responsaacutevel por 95 da produccedilatildeo de accedilaiacute no Brasil edevido a sua importacircncia cultural o accedilaiacute transformou-se atraveacutes de lei na bebida e fruta

siacutembolo do estado do Paraacute e agora passou a ser priorizado como produto econocircmico

capaz de gerar renda para a populaccedilatildeo local e divisas para o paiacutes (Andrade et al 2008)

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Tabela 2 Evoluccedilatildeo da aacuterea colhida produccedilatildeo rendimento e preccedilo do accedilaiacute no Estado do Paraacute 1996 a2009

Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute

ANOAacuteREA

PLANTADA

(haacute)

AacuteREACOLHIDA

(haacute)

QUANTIDADECULTIVADA ( t )

QUANTIDADEEXTRATIVA ( t )

QUANTIDADETOTAL

PRODUZIDA ( t )

RENDIMENTO(thaacute)

PRECcedilO(R$t)

1996 1054 10366 103698 114064 9835 469791997 933 7913 92021 99934 8481 350841998 852 7278 110557 117835 8542 412271999 690 4662 107663 112325 6757 472862000 727 5207 112676 117883 7162 499352001 627 4558 113744 118302 7270 558992002 16115 242557 122322 364879 15052 642082003 3097 18479 257282 134848 392130 13923 686982004 8593 26671 363428 90643 454071 13626 699962005 6297 34203 415921 89173 505094 12160

2006 8041 49455 472040 88551 560591 95452007 5249 51545 497591 93788 591379 96542008 59202 59202 581290 100202 681492 98192009 61814 61814 604805 104354 709159 9784

A induacutestria de suco e polpa de frutas regionais para exportaccedilatildeo teve como

pioneira a Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-Accedilu (CAMTA) fundada no ano de

1949 Em 1988 foi concluiacuteda a faacutebrica de sucos da Associaccedilatildeo de Fomento Agriacutecola de

Tomeacute-Accedilu (ASFATA) fundada em 1981 que passou para a administraccedilatildeo da CAMTA

em 1991 A agroinduacutestria de sucos e concentrados de frutas regionais foi uma das que

mais cresceu nos uacuteltimos dez anos (Homma 2003)

O Estado do Paraacute possui hoje cerca das 140 empresas produtoras de polpa de

frutas distribuiacutedas em todo o estado poreacutem as regiotildees Metropolitana de Beleacutem e

Nordeste Paraense concentram cerca de 82 do total das unidades (Brasil apud Silva

2004) Entretanto a mesorregiatildeo do Marajoacute eacute a que concentra a maior produccedilatildeo de

fruto detendo cerca de 80 da produccedilatildeo Para melhor visualizaccedilatildeo veja a Figura 1

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Figura 1Mesorregiotildees do Estado do Paraacute Fonte Silva 2004

No primeiro semestre de 2004 a produccedilatildeo exportada do mix de polpa de frutas

atingiu o valor de US$ 504 milhotildees com uma evoluccedilatildeo de 2447 em relaccedilatildeo ao

mesmo periacuteodo de 2003 Desse total apenas 75 da produccedilatildeo de polpa de frutas

regional foi exportado para os Estados Unidos e alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeacuteia e

Aacutesia o maior percentual de exportaccedilatildeo (755) ficou com o mercado nacional e o

restante (17) foi absorvido pelo mercado local (Santana apud Silva2004)A agroinduacutestria de frutas destaca-se como uma atividade estrateacutegica para o

desenvolvimento de regiotildees produtoras na aacuterea de fruticultura uma vez que tem elevada

capacidade de gerar emprego e renda e criar uma demanda estaacutevel para a produccedilatildeo de

frutas jaacute que apresenta um grande potencial de agregaccedilatildeo de valor aos produtos

primaacuterios a partir do processamento e elaboraccedilatildeo de sucos polpas e doces aleacutem de

promover a induccedilatildeo e difusatildeo de tecnologia no meio rural (Silva 2006)

Por sua vez o accedilaiacute lidera o mercado da fruticultura nacional a exportaccedilatildeo chegaa 500 mil toneladasano O crescimento do interesse nacional e internacional pelo suco

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do fruto entretanto fez com que o preccedilo do produto aumentasse para o consumidor

(SAGRI 2010)

22 O Accedilaiacute

221 O accedilaizeiro

O accedilaizeiro ( Euterpe oleracea Mart) planta pertencente agrave ordem dos Arecales

ao gecircnero Euterpe da famiacutelia Palmae eacute uma palmeira nativa da Amazocircnia abundante

nas aacutereas de vaacuterzeas da regiatildeo Para os nativos essa palmeira representa uma importante

fonte natural de recursos Poullet apud Padilha et al afirma que o accedilaiacute eacute um dos

produtos mais importantes da vida alimentar e cultural da populaccedilatildeo regional Rogez

apud Padilha et al(2000) por sua vez considera o accedilaizeiro a palmeira mais produtiva

do ecossistema que abriga a populaccedilatildeo do delta do Amazonas

Os accedilaizais nativos nas aacutereas de vaacuterzeas satildeo encontrados no estuaacuterio dos rios

Tocantins Paraacute e Amazonas Nas vaacuterzeas o manejo dos accedilaizais nativos tem

promovido a derrubada verde sem queima para construccedilatildeo de canais para facilitar a

drenagem da aacutegua inundada com grande movimentaccedilatildeo de canoas e barcos para o

transporte de frutos com seacuterias consequumlecircncias para flora e fauna (Homma et al 2006)

O manejo consiste em aumentar a populaccedilatildeo de accedilaizeiros que ocorrem

naturalmente na floresta de vaacuterzea Com essa teacutecninca a produtividade do accedilaizeiro

dobra de 42 tha para 84 tha de frutos Baseia-se na eliminaccedilatildeo das plantas de espeacutecies

arbustivas e arboacutereas de baixo valor comercial cujos espaccedilos livres satildeo ocupados por

plantas de accedilaizeiros oriundas de sementes que germinam espontaneamente de mudas

preparadas ou transplantadas das proximidades e por outras espeacutecies produzidas

especialmente para esse fim (Embrapa)

A vantagem da teacutecnica de manejo eacute que natildeo exige investimento em infra-

estrutura consistindo na realizaccedilatildeo das seguintes praacuteticas limpeza da aacuterea (roccedilagem davegetaccedilatildeo de menor porte e eliminaccedilatildeo de parte das aacutervores maiores) desbastes dos

perfilhosestipes das touceiras de baixo vigor vegetativo preparoaquisiccedilatildeo e plantio de

mudas de accedilaizeiros frutiacuteferas e florestais manutenccedilatildeo do accedilaizal (Embrapa)

A importacircncia socioeconocircmica do accedilaizeiro decorre do seu enorme potencial de

aproveitamento integral de mateacuteria-prima O principal aproveitamento eacute a extraccedilatildeo do

accedilaiacute mas as sementes (caroccedilos) do accedilaizeiro satildeo aproveitadas no artesanato e como

adubo orgacircnico A planta fornece ainda um oacutetimo palmito e as suas folhas satildeo utilizadaspara cobertura de casas dos habitantes do interior da regiatildeo (Homma 2006) De acordo

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com Padilha et al existe ainda um outro uso uma vez que a a produccedilatildeo de polpa varia

em torno de apenas 5 a 15 do volume do fruto haacute uma grande quantidade de resiacuteduos

gerados no processamento que pode ser empregado para geraccedilatildeo de energia teacutermica e

eleacutetrica

Poreacutem para a populaccedilatildeo ribeirinha a possibilidade mais lucrativa proporcionada

pelo accedilaizeiro eacute a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de seu fruto in natura A produccedilatildeo de

frutos para o mercado local eacute uma atividade de baixo custo e de excelente rentabilidade

econocircmica (Homma 2006)

222 O fruto

O accedilaiacute ateacute o final do seacuteculo XX era considerado um produto da alimentaccedilatildeo

baacutesica das populaccedilotildees ribeirinhas e das camadas de baixa renda dos centros urbanos da

economia Amazocircnica onde eacute consumido com farinha de mandioca e peixe entre

outros A produccedilatildeo do accedilaiacute era ateacute entatildeo predominantemente extrativista objetivando o

consumo domeacutestico com pouca venda de excedente (Santana et al 2006)

No entanto desde meados da deacutecada de 90 as academias de ginaacutestica

descobriram o fruto e seu alto valor energeacutetico o que fez com que o accedilaiacute ganhasse

espaccedilo na miacutedia nacional e internacional A demanda do produto aumentou entatildeo

intensamente uma vez que as camadas de maior poder aquisitivo tambeacutem passaram a

consumiacute-lo (Santana et al 2006)

Este aumento pode ser atribuiacutedo agraves propriedades nutricionais e valor caloacuterico do

accedilaiacute uma vez que eacute um alimento rico em proteiacutenas fibras lipiacutedios vitamina E e

minerais como manganecircs cobre boro e cromo Aleacutem disso o accedilaiacute possui um elevado

teor de pigmentos antocianinas que satildeo beneacuteficos agrave sauacutede pois favorecem a circulaccedilatildeo

sanguumliacutenea e protegem o organismo contra a arteriosclerose (Alexandre et al2004)

A demanda pelo accedilaiacute estaacute em alta o produto tem boas possibilidades demercado principalmente no Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia Goiaacutes e na Regiatildeo

Nordeste No Rio de Janeiro o accedilaiacute eacute oferecido nas praias e se tornou muito popular

entre os adeptos da cultura da sauacutede e entre os frequumlentadores de academias Eacute

tambeacutem vendido diretamente ao consumidor e comeccedila a ganhar popularidade entre os

nativos e turistas Eacute estimado que no Rio de Janeiro sejam consumidas 500

toneladasmecircs em Satildeo Paulo 150 toneladasmecircs e outros Estados somam 200

toneladasmecircs Nesses locais em alguns pontos de venda o que se consome eacute o accedilaiacute

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fino que misturado com outros produtos perde o gosto o odor e ateacute o valor caloacuterico da

fruta (Homma 2006)

Em 2000 iniciou-se a exportaccedilatildeo de polpa congelada de accedilaiacute para os Estados

Unidos e para a Itaacutelia Esse mercado externo cresceu 20 ao ano de 2003 a 2006 com a

comercializaccedilatildeo do accedilaiacute concentrado em latas e com a popularizaccedilatildeo da mistura com

diversas outras frutas feitas em academias de ginaacutestica (Homma 2006)

A partir de 2002 observou-se o aumento da aacuterea colhida com accedilaiacute que se

manifesta num salto de 16115 ha (2002) para 26671 ha (2004) ou seja uma taxa de

crescimento de 6550 num periacuteodo de trecircs anos (Santana et al 2006)

Essa significativa taxa meacutedia de crescimento da aacuterea colhida do accedilaiacute pode

significar uma resposta dos produtores ao crescimento da demanda pelo fruto do accedilaiacute

nos uacuteltimos anos De fato o crescimento da demanda regional nacional e mesmo

internacional do accedilaiacute pode estar induzindo os produtores rurais a aumentarem aacuterea

plantada do accedilaiacute A expansatildeo da aacuterea colhida indica o grande interesse dos produtores

rurais quanto agrave necessidade da formaccedilatildeo de uma base produtiva de cultivo do accedilaiacute como

condiccedilatildeo baacutesica para a atraccedilatildeo de agroinduacutestrias de processamento (Santana et al

2006)

Assim crecirc-se que estaacute em curso uma mudanccedila do padratildeo agriacutecola da fruticultura

do Paraacute de uma base produtiva extrativa para uma base produtiva de cultivo Poreacutem

uma mudanccedila desse tipo requer uma seacuterie de adaptaccedilotildees de natureza agronocircmica

sobretudo quanto ao controle de pragas e doenccedilas que podem se manifestar nos cultivos

de grande escala(Santana et al 2006)

O crescimento do mercado de polpa do fruto de accedilaiacute tem induzido tambeacutem o

plantio em terra firme (Homma et al 2006) e a implantaccedilatildeo de plantas industriais para

realizar o processamento ou as agroinduacutestrias existentes introduziram o accedilaiacute na linha

de produccedilatildeo visando atender aos mercados externo e interno (Santana et al 2006)O plantio de accedilaizeiro em terra firme apresenta excelente alternativa para a

recuperaccedilatildeo de aacutereas desmatadas como tambeacutem para reduzir a pressatildeo sobre o

ecossistema de vaacuterzea que eacute mais fraacutegil Aleacutem disso o plantio em terra firme apresenta

a vantagem de facilitar o transporte rodoviaacuterio e o beneficiamento sem depender do

transporte fluvial mais lento (Santana et al 2006)

O processamento ou seja as atividades de lavagem pasteurizaccedilatildeo

congelamento e desidrataccedilatildeo em escala industrial tem como vantagens melhorar a

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higiene e a qualidade do produto reduzindo ao maacuteximo os riscos de contaminaccedilatildeo

microbioloacutegica (Homma et al 2006)

O processo de obtenccedilatildeo da polpa de accedilaiacute consiste em imergir o fruto em aacutegua

morna por tempo determinado a fim de amolecer o mesocarpo antes do despolpamento

Apoacutes o amolecimento o despolpamento eacute realizado com o auxiacutelio de maacutequinas

mecacircnicas eleacutetricas ou manualmente com ou sem adiccedilatildeo de aacutegua Em seguida o

produto obtido passa por uma peneira de forma a obter a polpa para consumo

(Alexandre et al2004)

Os produtos obtidos do fruto do accedilaiacute satildeo classificados de acordo com a adiccedilatildeo

ou natildeo de aacutegua e seus quantitativos ou seja a porcentagem de soacutelidos totais Assim os

produtos incluem

bull polpa de accedilaiacute polpa extraiacuteda sem adiccedilatildeo de aacutegua e sem filtraccedilatildeo

bull accedilaiacute grosso ou especial polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

com soacutelidos totais acima de 14

bull accedilaiacute meacutedio ou regular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

com soacutelidos totais entre 11 e 14

bull accedilaiacute fino ou popular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

apresentando soacutelidos totais entre 8 e 11 (Alexandre et al2004)

O accedilaiacute eacute altamente pereciacutevel o seu tempo maacuteximo de conservaccedilatildeo mesmo sob

refrigeraccedilatildeo eacute de 12 horas O fator responsaacutevel por esta alta perecibilidade eacute a elevada

carga microbiana juntamente com a degradaccedilatildeo enzimaacutetica responsaacuteveis pelas

alteraccedilotildees de cor e aparecimento do sabor azedo Atualmente a conservaccedilatildeo da polpa

de accedilaiacute eacute feita pelo processo de congelamento (Alexandre et al2004)

223 Agroinduacutestrias

Tendo como marco referencial a entrada em funcionamento da faacutebrica de

beneficiamento de polpa de frutas da CAMTA em 1991 a agroinduacutestria de frutas do

Estado do Paraacute teve um grande crescimento a partir da deacutecada de 90 As primeiras frutas

que tiveram seu processo de beneficiamento foram o maracujaacute cupuaccedilu e acerola

Posteriormente foram incluiacutedas a laranja accedilaiacute graviola carambola goiaba cajaacute

manga bacuri muruci e abacaxi (Homma 2002)

A Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-accediluacute ndash CAMTA destacava-se como uma

das principais compradoras dos consoacutercios produtores de accedilaiacute da regiatildeo negociando

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preccedilos diferentes entre os municiacutepios Estas negociaccedilotildees acirravam a concorrecircncia entre

os produtores e consequumlentemente deixava os preccedilos abaixo do mercado Esta praacutetica

prejudicava igualmente a todos os produtores (Homma 2002)

Nesse contexto a FASEAmazocircnia exerceu papel fundamental suscitando as

discussotildees sobre a criaccedilatildeo de um consoacutercio de produtores que pudessem negociar como

as empresas processadoras do fruto produccedilatildeo em escala ampliada a preccedilos melhores e

mais estaacuteveis (Soares e Costa 2005) A FASE eacute uma organizaccedilatildeo natildeo governamental

sem fins lucrativos que atua em seis estados brasileiros e tem sua sede nacional no Rio

de Janeiro Desde suas origens esteve comprometida com o trabalho de organizaccedilatildeo e

desenvolvimento local comunitaacuterio e associativo (FASE 2010)

Em 2000 o consoacutercio foi estruturado entre os municiacutepios de Abaetetuba

Barcarena Igarapeacute-Miri e Cametaacute (Soares e Costa 2005)

Em Abaetetuba a principal organizaccedilatildeo eacute a Cooperativa de Fruticultores de

Abaetetuba ndash COFRUTA Em Barcarena como a Associaccedilatildeo dos Batedores de Accedilaiacute de

Barcarena ndash COOPBAB e entidades parceiras com o STR ndash Barcarena Cooperativa da

Colocircnia de Pesca Z-13 e Associaccedilatildeo de Trabalhadores Rurais do Arapajoacute Em Cametaacute

com a Cooperativa de Resistecircncia de Cametaacute ndash CART e entidades parceiras como STR

ndash Cametaacute Colocircnia de Pescadores Z-16 e Associaccedilatildeo de Preservaccedilatildeo do Meio Ambiente

e Igarapeacute-Miri com a Associaccedilatildeo Mutiratildeo dos Trabalhadores Rurais de Igarapeacute-Miri

como as entidades parceiras como a Associaccedilatildeo de Mulheres de Igarapeacute-Miri

Associaccedilatildeo Boa esperanccedila STR ndash Igarapeacute-Miri e AMPRISA Em 2003 o nuacutemero total

de famiacutelias envolvidas no consoacutercio chegou a 919 (Soares e Costa 2005)

Apoacutes a delimitaccedilatildeo das organizaccedilotildees e parcerias para fornecimento do fruto

estas organizaccedilotildees passaram a negociar sua produccedilatildeo em conjunto atraveacutes do consoacutercio

e com preccedilos igualmente vantajosos para todas as entidades O volume comercializado

aumentou significativamente principalmente em funccedilatildeo da popularizaccedilatildeo do frutoaumentando tambeacutem o nuacutemero de empresas processadoras na regiatildeo Atualmente

comercializam com o consoacutercio a Sambazon Fly CAMTA Amazon Fruit Accedilaiacute Brasil

e Amazon Drink(Soares e Costa 2005)

A SAMBAZON destaca-se uma vez que tem exportado o fruto para o mercado

americano e estabelecendo contratos baseado no chamado mercado ldquojustordquo Com a

ampliaccedilatildeo da exportaccedilatildeo e as exigecircncias do mercado americano houve a necessidade de

reconhecimento do accedilaiacute enquanto produto agroecoloacutegico de origem orgacircnica jaacute que suaproduccedilatildeo natildeo utiliza insumos quiacutemicos Em 2003 a agecircncia de certificaccedilatildeo Guaranteed

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Organic Certification Agency ndash GOCA entregou a certificaccedilatildeo as cooperativas e

associaccedilotildees (Soares e Costa 2005)

A SAMBAZON estabeleceu contrato com as organizaccedilotildees para que o primeiro

certificado fosse pago por ela e posteriormente a renovaccedilatildeo ficaria sob

responsabilidade das proacuteprias organizaccedilotildees Segundo Sobrinho 2005 apud Soares e

Costa 2005 no periacuteodo de agosto de 2004 a janeiro de 2005 o preccedilo meacutedio por

tonelada pago aos produtores no comeacutercio justo superou em 25 os preccedilos correntes

praticados pelos atravessadores na regiatildeo (Soares e Costa 2005)

O percurso do accedilaiacute da propriedade ateacute a pedra do municiacutepio eacute feito de barco e eacute

de responsabilidade da cooperativa tais gastos satildeo incluiacutedos integralmente no custo do

produto Poreacutem os gastos com transporte da pedra do municiacutepio ateacute a empresa

processadora satildeo assumidos pela empresa processadora (Soares e Costa 2005)

Os gastos com transporte satildeo proporcionais ao tempo de viagem do setor ateacute a

pedra do municiacutepio As menores distacircncias encontradas entre os setores e a ldquopedrardquo

encontram-se em Barcarena e as maiores distacircncias em Cametaacute (Soares e Costa 2005)

Dessa forma os preccedilos praticados em Barcarena satildeo altos por sua proximidade

com Beleacutem que tem mercado consumidor praticamente garantido E em Cametaacute os

preccedilos praticados satildeo geralmente abaixo da meacutedia dos outros municiacutepios pela maior

distancia (Soares e Costa 2005)

Estima-se que 70 a 80 da polpa de accedilaiacute vendidas no Paiacutes satildeo produzidas no

Paraacute e os maiores compradores satildeo Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia e alguns Estados

do Nordeste

Sabe-se que as induacutestrias processadoras se concentram nas mesorregiotildees

Nordeste Paraense e Metropolitana de Beleacutem Somente em Beleacutem existem 3 mil pontos

de venda de accedilaiacute (Homma 2002) A Figura 2 e a Figura 3 representam as regiotildees do

Nordeste paraense e Metropolitana de Beleacutem respectivamente

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Figura 2 Microrregiotildees do Nordeste paraense Fonte Silva 2004

Figura 3 Mesorregiatildeo metropolitana de Beleacutem Fonte Silva 2004

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A razatildeo para que as duas mesorregiotildees sejam detentoras de maior percentual de

induacutestrias eacute no caso das empresas que fazem mais de um tipo de produto a

proximidade do principal mercado consumidor Beleacutem do Paraacute que vem se habituando

a consumir algumas polpas de frutas amazocircnicas e outras frutas regionais e tropicais na

forma congelada adquiridas nas redes de supermercados sobretudo na entressafra No

caso das empresas uniproduto satildeo as vias de acesso facilitada atraveacutes da BR316 que

interliga as duas mesorregiotildees paraenses com o resto do Paiacutes e assim escoam a

produccedilatildeo da polpa congelada especialmente do accedilaiacute (Silva 2004)

A polpa congelada e mais recentemente a exportaccedilatildeo sob a forma desidratada

ou seja o poacute e sucos pasteurizados apresentam tendecircncias de crescimento e vem

influenciando os produtores do Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins mais precisamente

dos municiacutepios de Cametaacute Igarapeacute-Miri Abaetetuba e Barcarena que neste processo

representam os fornecedores da mateacuteria-prima para as empresas beneficiadoras do

produto que alcanccedilaram o mercado internacional consumidor( Andrade et al2008)

A regiatildeo eacute grande produtora e consumidora de accedilaiacute A cidade de Igarapeacute-Miri

conquistou o tiacutetulo de ldquoCapital Mundial do Accedilaiacuterdquo Ainda a produccedilatildeo desta regiatildeo eacute

reconhecida por ser de alta qualidade seja no rendimento na produccedilatildeo e no sabor da

fruta Os principais produtos ou grupo de produtos gerados pela atividade da fruticultura

no Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins no estado do Paraacute satildeo polpas de frutas como

cupuaccedilu maracujaacute taperebaacute abacaxi e accedilaiacute in natura sendo este uacuteltimo o de maior

importacircncia econocircmica e de maior quantidade de produccedilatildeo (Andrade et al 2008)

A produccedilatildeo dos principais municiacutepios em 2008 pode ser vista na Tabela 3

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Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico daProduccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008

MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)

MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)

2008 2008

TOTAL GERAL581290

IGARAPEacute-MIRI 153000 TAILAcircNDIA 1253

ABAETETUBA 131250 ITUPIRANGA 1200

CAMETAacute 40544 NOVA ESP DO PIRIAacute 1200

ACARAacute 39600 BAIAtildeO 1000

LIMOEIRO DO AJURU 35040 NOVO REPARTIMENTO 1000

BUJARU 30955 PORTO DE MOZ 1000

TOMEacute ACcedilU 24000 ALMEIRIM 720

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 21384 CASTANHAL 634

PONTA DE PEDRAS 14991 VIGIA 500

OEIRAS DO PARAacute 14000 SANTA MARIA DO PARAacute 480

MOJU 12185 BAGRE 420

BARCARENA 12000 ANAPU 390

TUCURUIacute 11500 IGARAPEacute-ACcedilU 300

SANTA ISABEL DO PARAacute 6200 MARACANAtilde 275

PORTEL 4800 ALTAMIRA 240

CURRALINHO 3000 CAPITAtildeO POCcedilO 187

GURUPAacute 2812 PACAJAacute 180

SANTO ANTOcircNIO DO TAUAacute 2500 PRAINHA 156IRITUIA 2340 S FRANCISCO DO PARA 120

BREU BRANCO 1800 NOVO PROGRESSO 100

CACHOEIRA DO ARARI 1540 VISEU 60

BREVES 1500 MEDICILAcircNDIA 50

S SEBASTIAtildeO DA BVISTA 1500 FARO 28

MUANAacute 1332 AUGUSTO CORREA 24

O arranjo produtivo de polpa de frutas paraense eacute heterogecircneo em tamanho com

predominacircncia de microempresas em tecnologia de modo que apenas oito empresaspossuem tecnologia de pasteurizaccedilatildeo na diversificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo de produto a

maioria das empresas processa apenas accedilaiacute e ainda no grau de inserccedilatildeo nos mercados

local nacional e internacional (Santana et al 2006)

O principal produto industrial eacute a polpa de accedilaiacute pasteurizada eou congelada Em

menor escala existem os blends que eacute o accedilaiacute misturado com guaranaacute banana morango

e etc accedilaiacute em poacute geleacuteia licor vinho neacutectar suco bombons sorvetes cafeacute etc

(Santana et al 2006)

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224 Dificuldades das agroinduacutestrias

Silva em seu trabalho O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das

agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute 2004 fez um levantamento das

dificuldades que as empresas enfrentam Os entrevistados principalmente das empresas

que soacute produzem a polpa de accedilaiacute afirmam que caso dispusessem de cacircmaras de

congelamento e armazenamento e pasteurizadores natildeo haveria necessidade de sair do

Estado do Paraacute no periacuteodo da entressafra (coincidente com o veratildeo do Sudeste e Sul do

Brasil e com o periacuteodo de feacuterias e carnaval quando haacute elevaccedilatildeo da demanda de polpa de

accedilaiacute) pois teriam produtos em estoque originando mais receitas empregos e tributos

em acircmbito estadual ainda seriam mais competitivas pois ldquovecircem o accedilaiacute do Paraacute como

imbatiacutevel no mercadordquo

Os entrevistados por Silva 2004 citaram tambeacutem suas necessidades de

qualificaccedilatildeo de matildeo-de-obra nas aacutereas de produccedilatildeo manipulaccedilatildeo de alimentos e

administrativa Outra dificuldade enfrentada pelas empresas de polpa de frutas do

Estado do Paraacute eacute a falta de uma interaccedilatildeo mais permanente com o sistema de creacutedito

pois do total de empresas entrevistadas 769 natildeo obtiveram creacutedito de curto prazo

(capital de giro) nos uacuteltimos cinco anos e 50 tambeacutem natildeo obtiveram creacutedito ou

financiamento de longo prazo (projeto incentivado creacutedito para investimento como a

compra de equipamentos e outros) ou seja natildeo acessaram recursos por um periacuteodo

maior do que trecircs anos

Andrade et al 2008 afirmam que os gargalos da produccedilatildeo de polpa de accedilaiacute estatildeo

relacionados ao desempenho na aacuterea da gestatildeo principalmente para a melhoria das

habilidades de negociaccedilatildeo e teacutecnicas de venda pois o processo de comercializaccedilatildeo

nestes municiacutepios ainda eacute bastante complexo sendo considerado como um dos

principais entraves junto agrave falta de recursos dos produtores Destacam-se tambeacutem as

dificuldades de infra-estrutura no transporte que inviabilizam em muito o intuito de seatingir um bom planejamento da produccedilatildeo

Limal et al 2008 tambeacutem ressalta problemas logiacutesticos poreacutem relacionados ao

do produtor de accedilaiacute para as induacutestrias Para os autores a logiacutestica eacute bastante deficitaacuteria

uma vez que a venda do produto depende em grande escala das embarcaccedilotildees que

fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos do frete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores

Tais fatores encarecem o custo do produto que recai sobre o consumidor

Segundo informaccedilotildees obtidas em pesquisa de campo o transporte fluvial eacuterealizado pelas embarcaccedilotildees dos proacuteprios ribeirinhos ndash aqueles que tiverem condiccedilotildees

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23 Logiacutestica

De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de

planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de

mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde

o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias

dos clientes (CSCMP2010)

A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do

transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto

procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)

Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees

praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de

entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se

concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da

rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees

possiacuteveis (Bowersox et al (2001)

Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes

questotildees

bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao

cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por

exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta

definiccedilatildeo

bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais

baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o

nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de

atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas

instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de

centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado

tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e

programaccedilatildeo de transportadores

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Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o

serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo

possiacutevel

Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por

uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a

montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal

de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto

passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele

condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a

partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais

estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos

Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer

deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela

movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para

suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da

produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o

mercado consumidor

A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs

aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a

distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas

referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais

e produtos (Costa 2002)

Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais

devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de

suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em

termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da

qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda

determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos

e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas

e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)

Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor

nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede

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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades

de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de

mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)

Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias

em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades

tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de

veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees

Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de

facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de

facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)

Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda

estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem

nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto

neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de

hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo

possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo

puramente extrativista

232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional

O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees

geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios

entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de

transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de

transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)

De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades

envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos

de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo

Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos

por quais facilidades para minimizar o custo total

Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa

Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote

e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura

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Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al

(2008) eacute utilizado no estudo

O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de

lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na

Figura 4

Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)

No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam

para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou

armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados

Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com

pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que

manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas

Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que

o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao

cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais

adequados

A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que

as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste

trabalho de conclusatildeo de curso

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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de

facilidades

O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de

diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes

espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui

manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e

estoque de produtos

Notaccedilotildees utilizadas no modelo

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW

LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k

isin LP

P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P

LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento

LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta

LP c e LP o satildeo definidos analogamente

Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada

capacidade do armazeacutem j no tempo t

capacidade da planta k no tempo t

Tem-se ainda

demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t

Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso

definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das

facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque

Para isin LW

o e isin T

custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T

Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo e fechamento

Para isin LW c

custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento

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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP

custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no

periacuteodo t

custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t

custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo

t+1

custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i

Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)

Para isin LW o e isin T

= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c

= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento

= 0 caso contraacuterio

eacute definido analogamente

Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j

no periacuteodo t

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k

no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i

periacuteodo t

estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t

Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda

≔ 1 991270 isin LW o

991270 isin

LW c

Funccedilatildeo Objetivo

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Min =

isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)

Sujeito a

+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)

isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)

leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)

+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)

le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)

isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)

isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)

0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)

isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)

A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que

os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e

que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de

produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1

(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de

produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave

parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t

enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute

existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo

As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de

plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o

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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver

pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento

A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e

(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo

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PampE

A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca

investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da

Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo

MEP e ITP

O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)

possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37

ou 38 induacutestrias

Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos

mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que

apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada

O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90

estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo

(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o

fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos

Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega

ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros

ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da

bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria

A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador

individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra

clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a

Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a

Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO

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ITS e ITT

Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento

bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola

Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo

incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para

fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que

comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)

que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)

produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute

Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual

proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada

Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos

de bebida agrave base de accedilaiacute

No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com

qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no

Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos

32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo

matemaacutetico

Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com

pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute

para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos

simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por

exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados

histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da

demanda

a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas

Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi

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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute

cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo

porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m

um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para

as cidades

Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se

como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a

Tabela 5

Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS

AacuteREA (ha)

DESTINADA A COLHEITA COLHIDA

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500

BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000

BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064

CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320

IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840

MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000

MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148

TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600

TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150

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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000

UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998

AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600

ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200

ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500

MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000

OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185

UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000

OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000

UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000

Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem

devido a falhas nas coletas dos dados

Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute

ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o

periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A

divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas

cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado

amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a

safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo

Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do

Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute

2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas

20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais

de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute

aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano

A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que

acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos

Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou

R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos

satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial

consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa

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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da

Tabela 7

Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007

Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007

Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de

accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os

coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando

tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a

produccedilatildeo inicia desde o 1o ano

Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146

Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848

Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788

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45

Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico

plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute

existente

De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de

custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois

hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende

para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo

numa estimativa de seus gastos de transporte

Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo

utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa

Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela

9

Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167

Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109

c) Demanda dos Beneficiadores

Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade

maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente

pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da

capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de

chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena

de perda dos frutos

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46

d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte

Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos

frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de

confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O

transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h

tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na

tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios

chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que

entregam para as empresas beneficiadoras locais

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio

transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista

ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a

12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200

Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$

050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo

compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma

de R$100 a $150 ao preccedilo

e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme

Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido

ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o

transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de

pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem

considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de

heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os

custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa

margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o

investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano

(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas

propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio

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47

Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre

quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para

efeitos de expansatildeo

f) Manejo de accedilaizais nativos

O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo

uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia

Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano

o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute

positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute

maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de

produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo

g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores

De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a

localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados

individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em

uma tabela como a Tabela 10 abaixo

Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo

h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos

Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e

8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de

produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser

considerados os mesmos para cada tipo de produto

i) Demanda

O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores

para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas

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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009

AnoToneladas

Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo

2001 11784300 852700 39500

2002 13055900 1123100 113651

2003 16361500 2259700 273000

2004 17710200 2963600 504100

2005 20473000 4709800 565700

2006 24493100 5837900 668100

2007 24717300 6516200 923500

2008 27100000 7300000 1173500

2009 29800000 8020000 1250780

A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12

Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3

A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10

j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa

em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer

(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel

tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo

do cliente

O trajeto varia entre 80 e 240 km

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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores

Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas

Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas

Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo

desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o

Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das

maiores exportadoras a empresa DaFruta

33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute

Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia

representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)

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50

Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute

Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores

beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em

cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme

Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras

uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo

apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)

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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo

do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees

Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo

Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea

1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t

2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado

Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme

3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo

t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de

implantaccedilatildeo

4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe

5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele

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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes

6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo

que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia

7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a

capacidade de processamento

8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo

9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no

periacuteodo atual

10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida

O modelo matemaacutetico

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB

LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por

k isin LP

LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio

do planejamento

LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista

LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme

indexados por l isin LT

LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo

LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme

P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por

p isin P

Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm

capacidade limitada

Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea

capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em

quilogramas de fruto por hectare

aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP

Para

isin LP o e

isin T

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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo

custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare

Para isin LP c

custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare

O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque

consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita

custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo

t

Dados referentes aos cultivos em terra firme

capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado

em quilogramas de fruto por hectare

Para isin LT c

aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de

planejamento

Para isin LT o

nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme

no spot l

qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares

e qe =5 Tem-se que

Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20

hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para

evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear

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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j

Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)

Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no

periacuteodo t em kg

quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no

periacuteodo t em kg

produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg

accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg

accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t

accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t

produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t

estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t

Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas

Para isin LPo

= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo

= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io

Variaacuteveis auxiliares

= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no

periacuteodo t

A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma

dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

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2 Visatildeo Geral

21 Agronegoacutecio

O termo agronegoacutecio ou agribusiness engloba os fornecedores de bens e

serviccedilos para a agricultura os produtores rurais os processadores os transformadores edistribuidores e todos os envolvidos na geraccedilatildeo e fluxo dos produtos de origem agriacutecola

ateacute o consumidor final Os agentes que afetam e coordenam o fluxo dos produtos tais

como o governo os mercados as entidades comerciais financeiras e de serviccedilos

tambeacutem satildeo parte do agronegoacutecio (Costa 2002)

A Associaccedilatildeo Brasileira de Agribusiness (ABAG apud Costa 2002) descreve as

funccedilotildees do agronegoacutecio em sete niacuteveis

a) suprimentos agrave produccedilatildeob) produccedilatildeo

c) transformaccedilatildeo

d) acondicionamento

e) armazenamento

f) distribuiccedilatildeo e

g) consumo

Por sua vez o termo lsquoagroinduacutestriarsquo natildeo deve ser confundido com agronegoacutecio

uma vez que o primeiro eacute uma parte do segundo De acordo com a ABAG apud Costa

2002 agroinduacutestria se aplicaria do niacutevel lsquosuprimentos agrave produccedilatildeorsquo ateacute

lsquoacondicionamento

Para Ramalho 1988 apud Silva 2004 a agroinduacutestria eacute caracterizada como

sendo o primeiro processamento da mateacuteria prima originada do setor agropecuaacuterio

tendo por mercado a exportaccedilatildeo e outras induacutestrias

Jaacute para Santana 2003 apud Silva 2004 agroinduacutestria eacute a empresa ou

organizaccedilatildeo que realiza o processamento industrial dos produtos agriacutecolas pecuaacuterios

florestais e extrativos oriundos do meio rural e de seus subprodutos e que planeja a

cadeia produtiva para frente identificando mercados canais de distribuiccedilatildeo logiacutestica de

transporte e clientes para os produtos do setor rural

Segundo Batalha apud Costa 2002 a literatura que trata do tema agroindustrial

no Brasil tem feito confusatildeo entre as expressotildees lsquoSistema Agroindustrialrsquo lsquoComplexo

Agroindustrialrsquo lsquoCadeia de Produccedilatildeo Agroindustrialrsquo e lsquoAgronegoacuteciorsquo Tais expressotildees

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se aplicam a diferentes objetivos cada uma delas reflete um niacutevel de anaacutelise do Sistema

Agroindustrial

Sistema Agroindustrial (SAI) eacute o conjunto de atividades que concorrem para a

produccedilatildeo de produtos agroindustriais desde a produccedilatildeo dos insumos (sementes adubos

maacutequinas agriacutecolas etc) ateacute a chegada do produto final (queijo polpas de frutas massas

etc) na mesa do consumidor Natildeo estaacute associado a qualquer mateacuteria-prima agropecuaacuteria

ou produto final especiacutefico (Batalha apud Rosa 2003) O SAI eacute composto por seis

conjuntos de atores agricultura pecuaacuteria e pesca induacutestrias agroalimentares

distribuiccedilatildeo agriacutecola e alimentar comeacutercio internacional consumidor induacutestrias e

serviccedilos de apoio (Costa 2002)

Complexo agroindustrial (CAI) tem como ponto de partida determinada mateacuteria-

prima A arquitetura de um complexo agroindustrial eacute tida pela ldquoexplosatildeordquo da mateacuteria-

prima principal que o originou segundo os diferentes processos industriais e comerciais

que ela pode sofrer ateacute se transformar em diferentes produtos finais A formaccedilatildeo de um

CAI exige a participaccedilatildeo de um conjunto de cadeias de produccedilatildeo cada uma delas

associada a um produto ou famiacutelia de produtos (Batalha apud Costa 2002)

Jaacute a cadeia de produccedilatildeo agroindustrial (CPA) eacute definida a partir da identificaccedilatildeo

de determinado produto final Apoacutes esta identificaccedilatildeo conveacutem ir encadeando de

jusante a montante as vaacuterias operaccedilotildees teacutecnicas comerciais e logiacutesticas necessaacuterias a

sua produccedilatildeo (Rosa 2003)

De acordo com Alves (1997) apud Costa (2002) a CPA pode ser segmentada

em trecircs macro-segmentos

a) Comercializaccedilatildeo representando as empresas que estatildeo em contato com o

cliente final da cadeia de produccedilatildeo e que viabilizam o consumo e o comeacutercio dos

produtos finais (supermercados mercearias restaurantes cantinas etc) Podem

ser incluiacutedas tambeacutem neste macro-segmento as empresas responsaacuteveis somentepela logiacutestica de distribuiccedilatildeo

b) Industrializaccedilatildeo representando as firmas responsaacuteveis pela transformaccedilatildeo das

mateacuterias-primas em produtos finais destinados ao consumidor O consumidor

pode ser uma unidade familiar ou uma agroinduacutestria

c) Produccedilatildeo de mateacuterias-primas reunindo as firmas que fornecem as mateacuterias-

primas iniciais para que outras empresas avancem no processo de produccedilatildeo do

produto final (agricultura pecuaacuteria pesca etc)

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Batalha apud Costa 2002 afirma que o termo agronegoacutecio deve vir

acompanhado de um delimitador O enfoque pode partir do mais global (agronegoacutecio

brasileiro) ao mais especiacutefico (agronegoacutecio da soja ou do suco de laranja)

211 Agronegoacutecio no Brasil

O Brasil eacute um dos liacutederes mundiais na produccedilatildeo e exportaccedilatildeo de vaacuterios produtos

agropecuaacuterios eacute o primeiro produtor e exportador de cafeacute accediluacutecar e suco de laranja

Lidera ainda o ranking das vendas externas de aacutelcool soja carne bovina carne de

frango e tabaco (Andriguetto et al 2008)

As projeccedilotildees indicam que o Brasil tambeacutem seraacute em pouco tempo o principal

poacutelo mundial de produccedilatildeo de algodatildeo e biocombustiacuteveis feitos a partir de cana-de-

accediluacutecar e oacuteleos vegetais Outros destaques satildeo milho arroz frutas frescas cacau

castanhas nozes aleacutem de suiacutenos e pescados (Andriguetto et al 2008)

O agronegoacutecio brasileiro emprega atualmente 177 milhotildees de trabalhadores

somente no campo e eacute hoje a principal locomotiva da economia brasileira respondendo

por 235 do Produto Interno Bruto (PIB) 36 das exportaccedilotildees totais e 37 dos

empregos brasileiros Nos uacuteltimos anos poucos paiacuteses tiveram crescimento tatildeo

expressivo no comeacutercio internacional do agronegoacutecio quanto o Brasil (Andriguetto et

al 2008)

Ao mesmo tempo em que se expande o agronegoacutecio brasileiro sofre um

processo crescente de integraccedilatildeo ao mercado com mudanccedilas em suas estrateacutegias de

produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo Segundo Alves apud Costa 2002 isso acontece devido ao fato

de que haacute um aumento na preocupaccedilatildeo com a qualidade dos alimentos Aleacutem disso os

produtores tecircm procurado ampliar a sua linha de produtos com maior valor agregado e

adequar suas formas organizacionais agraves necessidades do mercado que estaacute aquecido

devido agrave presenccedila de novos haacutebitos de consumo alimentar (Costa 2002)Todos os fatores acima descritos vecircm forccedilando os produtores agriacutecolas a

tentarem reduzir custos de produccedilatildeo e de distribuiccedilatildeo Dessa forma a competitividade

no setor agroindustrial depende cada vez mais da sua inserccedilatildeo na cadeia de suprimento

a reduccedilatildeo de custos unitaacuterios e o aumento da produtividade global do setor demandam

maior ecircnfase em tecnologias de poacutes-colheita e de processamento em fatores que afetam

os tempos e custos de transporte e armazenamento e ainda em serviccedilos de apoio que

agilizem a movimentaccedilatildeo fiacutesica dos produtos e o acesso a informaccedilotildees relacionadas aosnegoacutecios (Costa 2002)

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O Brasil eacute um dos trecircs maiores produtores de frutas do mundo ficando somente

atraacutes da China e Iacutendia representando cerca de 5 da produccedilatildeo mundial Sua produccedilatildeo

superou 40 milhotildees de toneladas em 2008 (Agecircncia Sebrae 2009) A proacutexima seccedilatildeo

discutiraacute brevemente a agroinduacutestria de frutas no paiacutes

212 Agroinduacutestria de frutas no Brasil

Embora seja um dos maiores exportadores de frutas do mundo a carecircncia em

marketing do setor frutiacutecola dificulta a expansatildeo comercial da fruta brasileira uma vez

que existe baixo conhecimento da maioria das frutas tropicais no mercado internacional

Apesar disso nos uacuteltimos 14 anos o Brasil aumentou em mais de 11 vezes as

exportaccedilotildees de frutas frescas passando de US$ 54 milhotildees no iniacutecio da deacutecada de 1990

para mais de US$ 642 milhotildees no ano de 2007 (919 mil toneladas) Somando-se as

frutas secas e castanhas de caju foram exportadas um milhatildeo de toneladas equivalente

a US$ 9677 milhotildees (Andriguetto et al 2008)

Jaacute o processamento de sucos de fruta estaacute em franca expansatildeo ocupando papel

de relevacircncia no agronegoacutecio mundial com destaque para os paiacuteses em

desenvolvimento que satildeo responsaacuteveis pela metade das exportaccedilotildees mundiais A

demanda atual eacute crescente para sucos e polpas de frutas tropicais principalmente de

abacaxi maracujaacute manga e banana que satildeo responsaacuteveis pela maioria das exportaccedilotildees

(Andriguetto et al 2008)

Poreacutem desde meados da deacutecada de 90 a polpa de accedilaiacute ganhou espaccedilo na miacutedia

nacional e internacional aumentando a demanda do produto como estaacute exposto na

Tabela 1 A conversatildeo do fruto em polpa eacute em meacutedia de 223 kg de frutos para 10 kg

de polpa

Tabela 1 Balanccedilo entre oferta de frutos e demanda de polpa de accedilaiacute do Estado do Paraacute no periacuteodode 2001 a 2005 Fonte (Santana et al 2006)

Demanda de polpa e vinho de accedilaiacute

Ano

Ofertade frutode accedilaiacute

(t)

Oferta depolpa

aproximada

Mercado do

Paraacute (t)

Mercadonacional

(t)

MercadoInternacional

(t)

DemandaTotal(t)

2001 118302 53050224 117843 8527 395 126765

2002 364879 163622870 130559 11231 1060 142850

2003 392130 175843049 163615 22597 2119 188331

2004 454071 203619283 177102 29636 3622 210360

2005 505094 226499552 204730 47098 5138 256966

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A expansatildeo gradativa do mercado de frutas processadas tem se caracterizando

por uma seacuterie de fatores dentre os quais a preocupaccedilatildeo de consumidores com a sauacutede o

que resulta em aumento da procura e consumo de produtos naturais com pouco ou

nenhum aditivo quiacutemico A quantidade exportada de sucos de frutas em 2007 foi de

237 milhotildees de doacutelares relativos a 216 milhotildees de toneladas sendo 5126 maior que

em 2006 e 100 maior que em 2005(Andriguetto et al 2008)

Segundo Barros apud Silva 2004 as polpas de frutas mostram-se como uma

oportunidade para o Brasil pois existe o potencial de se transformar no novo produto

que ampliaraacute a participaccedilatildeo brasileira no setor externo No Brasil um caso em grande

expansatildeo que merece atenccedilatildeo eacute a agroinduacutestria do accedilaiacute no Estado do Paraacute responsaacutevel

pela produccedilatildeo de 95 do fruto (Silva 2004) A Tabela 2 no proacuteximo toacutepico mostra o

crescimento da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute

Na proacutexima seccedilatildeo apresentamos uma descriccedilatildeo sucinta da agroinduacutestria de

frutas tropicais no Paraacute

213 Agroinduacutestria de frutas no Paraacute

A regiatildeo Norte reuacutene condiccedilotildees favoraacuteveis para o desenvolvimento das

agroinduacutestrias de frutas pois apresenta grande variedade de fruteiras extrativas proacuteprias

da regiatildeo e solo e clima que permitem a exploraccedilatildeo de fruteiras tiacutepicas de aacutereas tropicais

(Silva 2006)

O Paraacute aparece como um dos maiores produtores brasileiros de frutas da uacuteltima

deacutecada destacando-se pelas produccedilotildees de abacaxi banana coco e laranja e em menor

escala de maracujaacute mamatildeo limatildeo e acerola aleacutem das frutas regionais (exoacuteticas) como

o accedilaiacute bacuri cupuaccedilu taperebaacute e muruci que a cada ano ganham mais mercado o que

favorece os empreendimentos do setor frutiacutecola(Silva 2004)

O Estado do Paraacute eacute hoje responsaacutevel por 95 da produccedilatildeo de accedilaiacute no Brasil edevido a sua importacircncia cultural o accedilaiacute transformou-se atraveacutes de lei na bebida e fruta

siacutembolo do estado do Paraacute e agora passou a ser priorizado como produto econocircmico

capaz de gerar renda para a populaccedilatildeo local e divisas para o paiacutes (Andrade et al 2008)

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Tabela 2 Evoluccedilatildeo da aacuterea colhida produccedilatildeo rendimento e preccedilo do accedilaiacute no Estado do Paraacute 1996 a2009

Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute

ANOAacuteREA

PLANTADA

(haacute)

AacuteREACOLHIDA

(haacute)

QUANTIDADECULTIVADA ( t )

QUANTIDADEEXTRATIVA ( t )

QUANTIDADETOTAL

PRODUZIDA ( t )

RENDIMENTO(thaacute)

PRECcedilO(R$t)

1996 1054 10366 103698 114064 9835 469791997 933 7913 92021 99934 8481 350841998 852 7278 110557 117835 8542 412271999 690 4662 107663 112325 6757 472862000 727 5207 112676 117883 7162 499352001 627 4558 113744 118302 7270 558992002 16115 242557 122322 364879 15052 642082003 3097 18479 257282 134848 392130 13923 686982004 8593 26671 363428 90643 454071 13626 699962005 6297 34203 415921 89173 505094 12160

2006 8041 49455 472040 88551 560591 95452007 5249 51545 497591 93788 591379 96542008 59202 59202 581290 100202 681492 98192009 61814 61814 604805 104354 709159 9784

A induacutestria de suco e polpa de frutas regionais para exportaccedilatildeo teve como

pioneira a Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-Accedilu (CAMTA) fundada no ano de

1949 Em 1988 foi concluiacuteda a faacutebrica de sucos da Associaccedilatildeo de Fomento Agriacutecola de

Tomeacute-Accedilu (ASFATA) fundada em 1981 que passou para a administraccedilatildeo da CAMTA

em 1991 A agroinduacutestria de sucos e concentrados de frutas regionais foi uma das que

mais cresceu nos uacuteltimos dez anos (Homma 2003)

O Estado do Paraacute possui hoje cerca das 140 empresas produtoras de polpa de

frutas distribuiacutedas em todo o estado poreacutem as regiotildees Metropolitana de Beleacutem e

Nordeste Paraense concentram cerca de 82 do total das unidades (Brasil apud Silva

2004) Entretanto a mesorregiatildeo do Marajoacute eacute a que concentra a maior produccedilatildeo de

fruto detendo cerca de 80 da produccedilatildeo Para melhor visualizaccedilatildeo veja a Figura 1

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Figura 1Mesorregiotildees do Estado do Paraacute Fonte Silva 2004

No primeiro semestre de 2004 a produccedilatildeo exportada do mix de polpa de frutas

atingiu o valor de US$ 504 milhotildees com uma evoluccedilatildeo de 2447 em relaccedilatildeo ao

mesmo periacuteodo de 2003 Desse total apenas 75 da produccedilatildeo de polpa de frutas

regional foi exportado para os Estados Unidos e alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeacuteia e

Aacutesia o maior percentual de exportaccedilatildeo (755) ficou com o mercado nacional e o

restante (17) foi absorvido pelo mercado local (Santana apud Silva2004)A agroinduacutestria de frutas destaca-se como uma atividade estrateacutegica para o

desenvolvimento de regiotildees produtoras na aacuterea de fruticultura uma vez que tem elevada

capacidade de gerar emprego e renda e criar uma demanda estaacutevel para a produccedilatildeo de

frutas jaacute que apresenta um grande potencial de agregaccedilatildeo de valor aos produtos

primaacuterios a partir do processamento e elaboraccedilatildeo de sucos polpas e doces aleacutem de

promover a induccedilatildeo e difusatildeo de tecnologia no meio rural (Silva 2006)

Por sua vez o accedilaiacute lidera o mercado da fruticultura nacional a exportaccedilatildeo chegaa 500 mil toneladasano O crescimento do interesse nacional e internacional pelo suco

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do fruto entretanto fez com que o preccedilo do produto aumentasse para o consumidor

(SAGRI 2010)

22 O Accedilaiacute

221 O accedilaizeiro

O accedilaizeiro ( Euterpe oleracea Mart) planta pertencente agrave ordem dos Arecales

ao gecircnero Euterpe da famiacutelia Palmae eacute uma palmeira nativa da Amazocircnia abundante

nas aacutereas de vaacuterzeas da regiatildeo Para os nativos essa palmeira representa uma importante

fonte natural de recursos Poullet apud Padilha et al afirma que o accedilaiacute eacute um dos

produtos mais importantes da vida alimentar e cultural da populaccedilatildeo regional Rogez

apud Padilha et al(2000) por sua vez considera o accedilaizeiro a palmeira mais produtiva

do ecossistema que abriga a populaccedilatildeo do delta do Amazonas

Os accedilaizais nativos nas aacutereas de vaacuterzeas satildeo encontrados no estuaacuterio dos rios

Tocantins Paraacute e Amazonas Nas vaacuterzeas o manejo dos accedilaizais nativos tem

promovido a derrubada verde sem queima para construccedilatildeo de canais para facilitar a

drenagem da aacutegua inundada com grande movimentaccedilatildeo de canoas e barcos para o

transporte de frutos com seacuterias consequumlecircncias para flora e fauna (Homma et al 2006)

O manejo consiste em aumentar a populaccedilatildeo de accedilaizeiros que ocorrem

naturalmente na floresta de vaacuterzea Com essa teacutecninca a produtividade do accedilaizeiro

dobra de 42 tha para 84 tha de frutos Baseia-se na eliminaccedilatildeo das plantas de espeacutecies

arbustivas e arboacutereas de baixo valor comercial cujos espaccedilos livres satildeo ocupados por

plantas de accedilaizeiros oriundas de sementes que germinam espontaneamente de mudas

preparadas ou transplantadas das proximidades e por outras espeacutecies produzidas

especialmente para esse fim (Embrapa)

A vantagem da teacutecnica de manejo eacute que natildeo exige investimento em infra-

estrutura consistindo na realizaccedilatildeo das seguintes praacuteticas limpeza da aacuterea (roccedilagem davegetaccedilatildeo de menor porte e eliminaccedilatildeo de parte das aacutervores maiores) desbastes dos

perfilhosestipes das touceiras de baixo vigor vegetativo preparoaquisiccedilatildeo e plantio de

mudas de accedilaizeiros frutiacuteferas e florestais manutenccedilatildeo do accedilaizal (Embrapa)

A importacircncia socioeconocircmica do accedilaizeiro decorre do seu enorme potencial de

aproveitamento integral de mateacuteria-prima O principal aproveitamento eacute a extraccedilatildeo do

accedilaiacute mas as sementes (caroccedilos) do accedilaizeiro satildeo aproveitadas no artesanato e como

adubo orgacircnico A planta fornece ainda um oacutetimo palmito e as suas folhas satildeo utilizadaspara cobertura de casas dos habitantes do interior da regiatildeo (Homma 2006) De acordo

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com Padilha et al existe ainda um outro uso uma vez que a a produccedilatildeo de polpa varia

em torno de apenas 5 a 15 do volume do fruto haacute uma grande quantidade de resiacuteduos

gerados no processamento que pode ser empregado para geraccedilatildeo de energia teacutermica e

eleacutetrica

Poreacutem para a populaccedilatildeo ribeirinha a possibilidade mais lucrativa proporcionada

pelo accedilaizeiro eacute a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de seu fruto in natura A produccedilatildeo de

frutos para o mercado local eacute uma atividade de baixo custo e de excelente rentabilidade

econocircmica (Homma 2006)

222 O fruto

O accedilaiacute ateacute o final do seacuteculo XX era considerado um produto da alimentaccedilatildeo

baacutesica das populaccedilotildees ribeirinhas e das camadas de baixa renda dos centros urbanos da

economia Amazocircnica onde eacute consumido com farinha de mandioca e peixe entre

outros A produccedilatildeo do accedilaiacute era ateacute entatildeo predominantemente extrativista objetivando o

consumo domeacutestico com pouca venda de excedente (Santana et al 2006)

No entanto desde meados da deacutecada de 90 as academias de ginaacutestica

descobriram o fruto e seu alto valor energeacutetico o que fez com que o accedilaiacute ganhasse

espaccedilo na miacutedia nacional e internacional A demanda do produto aumentou entatildeo

intensamente uma vez que as camadas de maior poder aquisitivo tambeacutem passaram a

consumiacute-lo (Santana et al 2006)

Este aumento pode ser atribuiacutedo agraves propriedades nutricionais e valor caloacuterico do

accedilaiacute uma vez que eacute um alimento rico em proteiacutenas fibras lipiacutedios vitamina E e

minerais como manganecircs cobre boro e cromo Aleacutem disso o accedilaiacute possui um elevado

teor de pigmentos antocianinas que satildeo beneacuteficos agrave sauacutede pois favorecem a circulaccedilatildeo

sanguumliacutenea e protegem o organismo contra a arteriosclerose (Alexandre et al2004)

A demanda pelo accedilaiacute estaacute em alta o produto tem boas possibilidades demercado principalmente no Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia Goiaacutes e na Regiatildeo

Nordeste No Rio de Janeiro o accedilaiacute eacute oferecido nas praias e se tornou muito popular

entre os adeptos da cultura da sauacutede e entre os frequumlentadores de academias Eacute

tambeacutem vendido diretamente ao consumidor e comeccedila a ganhar popularidade entre os

nativos e turistas Eacute estimado que no Rio de Janeiro sejam consumidas 500

toneladasmecircs em Satildeo Paulo 150 toneladasmecircs e outros Estados somam 200

toneladasmecircs Nesses locais em alguns pontos de venda o que se consome eacute o accedilaiacute

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fino que misturado com outros produtos perde o gosto o odor e ateacute o valor caloacuterico da

fruta (Homma 2006)

Em 2000 iniciou-se a exportaccedilatildeo de polpa congelada de accedilaiacute para os Estados

Unidos e para a Itaacutelia Esse mercado externo cresceu 20 ao ano de 2003 a 2006 com a

comercializaccedilatildeo do accedilaiacute concentrado em latas e com a popularizaccedilatildeo da mistura com

diversas outras frutas feitas em academias de ginaacutestica (Homma 2006)

A partir de 2002 observou-se o aumento da aacuterea colhida com accedilaiacute que se

manifesta num salto de 16115 ha (2002) para 26671 ha (2004) ou seja uma taxa de

crescimento de 6550 num periacuteodo de trecircs anos (Santana et al 2006)

Essa significativa taxa meacutedia de crescimento da aacuterea colhida do accedilaiacute pode

significar uma resposta dos produtores ao crescimento da demanda pelo fruto do accedilaiacute

nos uacuteltimos anos De fato o crescimento da demanda regional nacional e mesmo

internacional do accedilaiacute pode estar induzindo os produtores rurais a aumentarem aacuterea

plantada do accedilaiacute A expansatildeo da aacuterea colhida indica o grande interesse dos produtores

rurais quanto agrave necessidade da formaccedilatildeo de uma base produtiva de cultivo do accedilaiacute como

condiccedilatildeo baacutesica para a atraccedilatildeo de agroinduacutestrias de processamento (Santana et al

2006)

Assim crecirc-se que estaacute em curso uma mudanccedila do padratildeo agriacutecola da fruticultura

do Paraacute de uma base produtiva extrativa para uma base produtiva de cultivo Poreacutem

uma mudanccedila desse tipo requer uma seacuterie de adaptaccedilotildees de natureza agronocircmica

sobretudo quanto ao controle de pragas e doenccedilas que podem se manifestar nos cultivos

de grande escala(Santana et al 2006)

O crescimento do mercado de polpa do fruto de accedilaiacute tem induzido tambeacutem o

plantio em terra firme (Homma et al 2006) e a implantaccedilatildeo de plantas industriais para

realizar o processamento ou as agroinduacutestrias existentes introduziram o accedilaiacute na linha

de produccedilatildeo visando atender aos mercados externo e interno (Santana et al 2006)O plantio de accedilaizeiro em terra firme apresenta excelente alternativa para a

recuperaccedilatildeo de aacutereas desmatadas como tambeacutem para reduzir a pressatildeo sobre o

ecossistema de vaacuterzea que eacute mais fraacutegil Aleacutem disso o plantio em terra firme apresenta

a vantagem de facilitar o transporte rodoviaacuterio e o beneficiamento sem depender do

transporte fluvial mais lento (Santana et al 2006)

O processamento ou seja as atividades de lavagem pasteurizaccedilatildeo

congelamento e desidrataccedilatildeo em escala industrial tem como vantagens melhorar a

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higiene e a qualidade do produto reduzindo ao maacuteximo os riscos de contaminaccedilatildeo

microbioloacutegica (Homma et al 2006)

O processo de obtenccedilatildeo da polpa de accedilaiacute consiste em imergir o fruto em aacutegua

morna por tempo determinado a fim de amolecer o mesocarpo antes do despolpamento

Apoacutes o amolecimento o despolpamento eacute realizado com o auxiacutelio de maacutequinas

mecacircnicas eleacutetricas ou manualmente com ou sem adiccedilatildeo de aacutegua Em seguida o

produto obtido passa por uma peneira de forma a obter a polpa para consumo

(Alexandre et al2004)

Os produtos obtidos do fruto do accedilaiacute satildeo classificados de acordo com a adiccedilatildeo

ou natildeo de aacutegua e seus quantitativos ou seja a porcentagem de soacutelidos totais Assim os

produtos incluem

bull polpa de accedilaiacute polpa extraiacuteda sem adiccedilatildeo de aacutegua e sem filtraccedilatildeo

bull accedilaiacute grosso ou especial polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

com soacutelidos totais acima de 14

bull accedilaiacute meacutedio ou regular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

com soacutelidos totais entre 11 e 14

bull accedilaiacute fino ou popular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

apresentando soacutelidos totais entre 8 e 11 (Alexandre et al2004)

O accedilaiacute eacute altamente pereciacutevel o seu tempo maacuteximo de conservaccedilatildeo mesmo sob

refrigeraccedilatildeo eacute de 12 horas O fator responsaacutevel por esta alta perecibilidade eacute a elevada

carga microbiana juntamente com a degradaccedilatildeo enzimaacutetica responsaacuteveis pelas

alteraccedilotildees de cor e aparecimento do sabor azedo Atualmente a conservaccedilatildeo da polpa

de accedilaiacute eacute feita pelo processo de congelamento (Alexandre et al2004)

223 Agroinduacutestrias

Tendo como marco referencial a entrada em funcionamento da faacutebrica de

beneficiamento de polpa de frutas da CAMTA em 1991 a agroinduacutestria de frutas do

Estado do Paraacute teve um grande crescimento a partir da deacutecada de 90 As primeiras frutas

que tiveram seu processo de beneficiamento foram o maracujaacute cupuaccedilu e acerola

Posteriormente foram incluiacutedas a laranja accedilaiacute graviola carambola goiaba cajaacute

manga bacuri muruci e abacaxi (Homma 2002)

A Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-accediluacute ndash CAMTA destacava-se como uma

das principais compradoras dos consoacutercios produtores de accedilaiacute da regiatildeo negociando

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preccedilos diferentes entre os municiacutepios Estas negociaccedilotildees acirravam a concorrecircncia entre

os produtores e consequumlentemente deixava os preccedilos abaixo do mercado Esta praacutetica

prejudicava igualmente a todos os produtores (Homma 2002)

Nesse contexto a FASEAmazocircnia exerceu papel fundamental suscitando as

discussotildees sobre a criaccedilatildeo de um consoacutercio de produtores que pudessem negociar como

as empresas processadoras do fruto produccedilatildeo em escala ampliada a preccedilos melhores e

mais estaacuteveis (Soares e Costa 2005) A FASE eacute uma organizaccedilatildeo natildeo governamental

sem fins lucrativos que atua em seis estados brasileiros e tem sua sede nacional no Rio

de Janeiro Desde suas origens esteve comprometida com o trabalho de organizaccedilatildeo e

desenvolvimento local comunitaacuterio e associativo (FASE 2010)

Em 2000 o consoacutercio foi estruturado entre os municiacutepios de Abaetetuba

Barcarena Igarapeacute-Miri e Cametaacute (Soares e Costa 2005)

Em Abaetetuba a principal organizaccedilatildeo eacute a Cooperativa de Fruticultores de

Abaetetuba ndash COFRUTA Em Barcarena como a Associaccedilatildeo dos Batedores de Accedilaiacute de

Barcarena ndash COOPBAB e entidades parceiras com o STR ndash Barcarena Cooperativa da

Colocircnia de Pesca Z-13 e Associaccedilatildeo de Trabalhadores Rurais do Arapajoacute Em Cametaacute

com a Cooperativa de Resistecircncia de Cametaacute ndash CART e entidades parceiras como STR

ndash Cametaacute Colocircnia de Pescadores Z-16 e Associaccedilatildeo de Preservaccedilatildeo do Meio Ambiente

e Igarapeacute-Miri com a Associaccedilatildeo Mutiratildeo dos Trabalhadores Rurais de Igarapeacute-Miri

como as entidades parceiras como a Associaccedilatildeo de Mulheres de Igarapeacute-Miri

Associaccedilatildeo Boa esperanccedila STR ndash Igarapeacute-Miri e AMPRISA Em 2003 o nuacutemero total

de famiacutelias envolvidas no consoacutercio chegou a 919 (Soares e Costa 2005)

Apoacutes a delimitaccedilatildeo das organizaccedilotildees e parcerias para fornecimento do fruto

estas organizaccedilotildees passaram a negociar sua produccedilatildeo em conjunto atraveacutes do consoacutercio

e com preccedilos igualmente vantajosos para todas as entidades O volume comercializado

aumentou significativamente principalmente em funccedilatildeo da popularizaccedilatildeo do frutoaumentando tambeacutem o nuacutemero de empresas processadoras na regiatildeo Atualmente

comercializam com o consoacutercio a Sambazon Fly CAMTA Amazon Fruit Accedilaiacute Brasil

e Amazon Drink(Soares e Costa 2005)

A SAMBAZON destaca-se uma vez que tem exportado o fruto para o mercado

americano e estabelecendo contratos baseado no chamado mercado ldquojustordquo Com a

ampliaccedilatildeo da exportaccedilatildeo e as exigecircncias do mercado americano houve a necessidade de

reconhecimento do accedilaiacute enquanto produto agroecoloacutegico de origem orgacircnica jaacute que suaproduccedilatildeo natildeo utiliza insumos quiacutemicos Em 2003 a agecircncia de certificaccedilatildeo Guaranteed

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Organic Certification Agency ndash GOCA entregou a certificaccedilatildeo as cooperativas e

associaccedilotildees (Soares e Costa 2005)

A SAMBAZON estabeleceu contrato com as organizaccedilotildees para que o primeiro

certificado fosse pago por ela e posteriormente a renovaccedilatildeo ficaria sob

responsabilidade das proacuteprias organizaccedilotildees Segundo Sobrinho 2005 apud Soares e

Costa 2005 no periacuteodo de agosto de 2004 a janeiro de 2005 o preccedilo meacutedio por

tonelada pago aos produtores no comeacutercio justo superou em 25 os preccedilos correntes

praticados pelos atravessadores na regiatildeo (Soares e Costa 2005)

O percurso do accedilaiacute da propriedade ateacute a pedra do municiacutepio eacute feito de barco e eacute

de responsabilidade da cooperativa tais gastos satildeo incluiacutedos integralmente no custo do

produto Poreacutem os gastos com transporte da pedra do municiacutepio ateacute a empresa

processadora satildeo assumidos pela empresa processadora (Soares e Costa 2005)

Os gastos com transporte satildeo proporcionais ao tempo de viagem do setor ateacute a

pedra do municiacutepio As menores distacircncias encontradas entre os setores e a ldquopedrardquo

encontram-se em Barcarena e as maiores distacircncias em Cametaacute (Soares e Costa 2005)

Dessa forma os preccedilos praticados em Barcarena satildeo altos por sua proximidade

com Beleacutem que tem mercado consumidor praticamente garantido E em Cametaacute os

preccedilos praticados satildeo geralmente abaixo da meacutedia dos outros municiacutepios pela maior

distancia (Soares e Costa 2005)

Estima-se que 70 a 80 da polpa de accedilaiacute vendidas no Paiacutes satildeo produzidas no

Paraacute e os maiores compradores satildeo Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia e alguns Estados

do Nordeste

Sabe-se que as induacutestrias processadoras se concentram nas mesorregiotildees

Nordeste Paraense e Metropolitana de Beleacutem Somente em Beleacutem existem 3 mil pontos

de venda de accedilaiacute (Homma 2002) A Figura 2 e a Figura 3 representam as regiotildees do

Nordeste paraense e Metropolitana de Beleacutem respectivamente

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Figura 2 Microrregiotildees do Nordeste paraense Fonte Silva 2004

Figura 3 Mesorregiatildeo metropolitana de Beleacutem Fonte Silva 2004

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A razatildeo para que as duas mesorregiotildees sejam detentoras de maior percentual de

induacutestrias eacute no caso das empresas que fazem mais de um tipo de produto a

proximidade do principal mercado consumidor Beleacutem do Paraacute que vem se habituando

a consumir algumas polpas de frutas amazocircnicas e outras frutas regionais e tropicais na

forma congelada adquiridas nas redes de supermercados sobretudo na entressafra No

caso das empresas uniproduto satildeo as vias de acesso facilitada atraveacutes da BR316 que

interliga as duas mesorregiotildees paraenses com o resto do Paiacutes e assim escoam a

produccedilatildeo da polpa congelada especialmente do accedilaiacute (Silva 2004)

A polpa congelada e mais recentemente a exportaccedilatildeo sob a forma desidratada

ou seja o poacute e sucos pasteurizados apresentam tendecircncias de crescimento e vem

influenciando os produtores do Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins mais precisamente

dos municiacutepios de Cametaacute Igarapeacute-Miri Abaetetuba e Barcarena que neste processo

representam os fornecedores da mateacuteria-prima para as empresas beneficiadoras do

produto que alcanccedilaram o mercado internacional consumidor( Andrade et al2008)

A regiatildeo eacute grande produtora e consumidora de accedilaiacute A cidade de Igarapeacute-Miri

conquistou o tiacutetulo de ldquoCapital Mundial do Accedilaiacuterdquo Ainda a produccedilatildeo desta regiatildeo eacute

reconhecida por ser de alta qualidade seja no rendimento na produccedilatildeo e no sabor da

fruta Os principais produtos ou grupo de produtos gerados pela atividade da fruticultura

no Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins no estado do Paraacute satildeo polpas de frutas como

cupuaccedilu maracujaacute taperebaacute abacaxi e accedilaiacute in natura sendo este uacuteltimo o de maior

importacircncia econocircmica e de maior quantidade de produccedilatildeo (Andrade et al 2008)

A produccedilatildeo dos principais municiacutepios em 2008 pode ser vista na Tabela 3

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Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico daProduccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008

MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)

MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)

2008 2008

TOTAL GERAL581290

IGARAPEacute-MIRI 153000 TAILAcircNDIA 1253

ABAETETUBA 131250 ITUPIRANGA 1200

CAMETAacute 40544 NOVA ESP DO PIRIAacute 1200

ACARAacute 39600 BAIAtildeO 1000

LIMOEIRO DO AJURU 35040 NOVO REPARTIMENTO 1000

BUJARU 30955 PORTO DE MOZ 1000

TOMEacute ACcedilU 24000 ALMEIRIM 720

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 21384 CASTANHAL 634

PONTA DE PEDRAS 14991 VIGIA 500

OEIRAS DO PARAacute 14000 SANTA MARIA DO PARAacute 480

MOJU 12185 BAGRE 420

BARCARENA 12000 ANAPU 390

TUCURUIacute 11500 IGARAPEacute-ACcedilU 300

SANTA ISABEL DO PARAacute 6200 MARACANAtilde 275

PORTEL 4800 ALTAMIRA 240

CURRALINHO 3000 CAPITAtildeO POCcedilO 187

GURUPAacute 2812 PACAJAacute 180

SANTO ANTOcircNIO DO TAUAacute 2500 PRAINHA 156IRITUIA 2340 S FRANCISCO DO PARA 120

BREU BRANCO 1800 NOVO PROGRESSO 100

CACHOEIRA DO ARARI 1540 VISEU 60

BREVES 1500 MEDICILAcircNDIA 50

S SEBASTIAtildeO DA BVISTA 1500 FARO 28

MUANAacute 1332 AUGUSTO CORREA 24

O arranjo produtivo de polpa de frutas paraense eacute heterogecircneo em tamanho com

predominacircncia de microempresas em tecnologia de modo que apenas oito empresaspossuem tecnologia de pasteurizaccedilatildeo na diversificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo de produto a

maioria das empresas processa apenas accedilaiacute e ainda no grau de inserccedilatildeo nos mercados

local nacional e internacional (Santana et al 2006)

O principal produto industrial eacute a polpa de accedilaiacute pasteurizada eou congelada Em

menor escala existem os blends que eacute o accedilaiacute misturado com guaranaacute banana morango

e etc accedilaiacute em poacute geleacuteia licor vinho neacutectar suco bombons sorvetes cafeacute etc

(Santana et al 2006)

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224 Dificuldades das agroinduacutestrias

Silva em seu trabalho O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das

agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute 2004 fez um levantamento das

dificuldades que as empresas enfrentam Os entrevistados principalmente das empresas

que soacute produzem a polpa de accedilaiacute afirmam que caso dispusessem de cacircmaras de

congelamento e armazenamento e pasteurizadores natildeo haveria necessidade de sair do

Estado do Paraacute no periacuteodo da entressafra (coincidente com o veratildeo do Sudeste e Sul do

Brasil e com o periacuteodo de feacuterias e carnaval quando haacute elevaccedilatildeo da demanda de polpa de

accedilaiacute) pois teriam produtos em estoque originando mais receitas empregos e tributos

em acircmbito estadual ainda seriam mais competitivas pois ldquovecircem o accedilaiacute do Paraacute como

imbatiacutevel no mercadordquo

Os entrevistados por Silva 2004 citaram tambeacutem suas necessidades de

qualificaccedilatildeo de matildeo-de-obra nas aacutereas de produccedilatildeo manipulaccedilatildeo de alimentos e

administrativa Outra dificuldade enfrentada pelas empresas de polpa de frutas do

Estado do Paraacute eacute a falta de uma interaccedilatildeo mais permanente com o sistema de creacutedito

pois do total de empresas entrevistadas 769 natildeo obtiveram creacutedito de curto prazo

(capital de giro) nos uacuteltimos cinco anos e 50 tambeacutem natildeo obtiveram creacutedito ou

financiamento de longo prazo (projeto incentivado creacutedito para investimento como a

compra de equipamentos e outros) ou seja natildeo acessaram recursos por um periacuteodo

maior do que trecircs anos

Andrade et al 2008 afirmam que os gargalos da produccedilatildeo de polpa de accedilaiacute estatildeo

relacionados ao desempenho na aacuterea da gestatildeo principalmente para a melhoria das

habilidades de negociaccedilatildeo e teacutecnicas de venda pois o processo de comercializaccedilatildeo

nestes municiacutepios ainda eacute bastante complexo sendo considerado como um dos

principais entraves junto agrave falta de recursos dos produtores Destacam-se tambeacutem as

dificuldades de infra-estrutura no transporte que inviabilizam em muito o intuito de seatingir um bom planejamento da produccedilatildeo

Limal et al 2008 tambeacutem ressalta problemas logiacutesticos poreacutem relacionados ao

do produtor de accedilaiacute para as induacutestrias Para os autores a logiacutestica eacute bastante deficitaacuteria

uma vez que a venda do produto depende em grande escala das embarcaccedilotildees que

fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos do frete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores

Tais fatores encarecem o custo do produto que recai sobre o consumidor

Segundo informaccedilotildees obtidas em pesquisa de campo o transporte fluvial eacuterealizado pelas embarcaccedilotildees dos proacuteprios ribeirinhos ndash aqueles que tiverem condiccedilotildees

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23 Logiacutestica

De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de

planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de

mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde

o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias

dos clientes (CSCMP2010)

A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do

transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto

procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)

Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees

praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de

entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se

concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da

rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees

possiacuteveis (Bowersox et al (2001)

Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes

questotildees

bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao

cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por

exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta

definiccedilatildeo

bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais

baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o

nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de

atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas

instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de

centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado

tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e

programaccedilatildeo de transportadores

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30

Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o

serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo

possiacutevel

Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por

uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a

montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal

de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto

passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele

condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a

partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais

estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos

Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer

deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela

movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para

suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da

produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o

mercado consumidor

A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs

aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a

distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas

referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais

e produtos (Costa 2002)

Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais

devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de

suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em

termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da

qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda

determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos

e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas

e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)

Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor

nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede

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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades

de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de

mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)

Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias

em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades

tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de

veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees

Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de

facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de

facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)

Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda

estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem

nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto

neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de

hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo

possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo

puramente extrativista

232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional

O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees

geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios

entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de

transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de

transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)

De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades

envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos

de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo

Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos

por quais facilidades para minimizar o custo total

Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa

Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote

e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura

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33

Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al

(2008) eacute utilizado no estudo

O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de

lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na

Figura 4

Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)

No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam

para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou

armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados

Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com

pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que

manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas

Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que

o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao

cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais

adequados

A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que

as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste

trabalho de conclusatildeo de curso

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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de

facilidades

O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de

diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes

espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui

manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e

estoque de produtos

Notaccedilotildees utilizadas no modelo

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW

LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k

isin LP

P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P

LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento

LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta

LP c e LP o satildeo definidos analogamente

Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada

capacidade do armazeacutem j no tempo t

capacidade da planta k no tempo t

Tem-se ainda

demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t

Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso

definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das

facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque

Para isin LW

o e isin T

custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T

Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo e fechamento

Para isin LW c

custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento

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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP

custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no

periacuteodo t

custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t

custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo

t+1

custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i

Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)

Para isin LW o e isin T

= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c

= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento

= 0 caso contraacuterio

eacute definido analogamente

Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j

no periacuteodo t

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k

no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i

periacuteodo t

estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t

Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda

≔ 1 991270 isin LW o

991270 isin

LW c

Funccedilatildeo Objetivo

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Min =

isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)

Sujeito a

+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)

isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)

leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)

+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)

le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)

isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)

isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)

0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)

isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)

A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que

os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e

que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de

produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1

(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de

produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave

parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t

enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute

existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo

As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de

plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o

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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver

pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento

A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e

(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo

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PampE

A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca

investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da

Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo

MEP e ITP

O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)

possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37

ou 38 induacutestrias

Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos

mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que

apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada

O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90

estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo

(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o

fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos

Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega

ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros

ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da

bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria

A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador

individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra

clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a

Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a

Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO

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ITS e ITT

Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento

bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola

Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo

incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para

fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que

comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)

que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)

produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute

Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual

proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada

Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos

de bebida agrave base de accedilaiacute

No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com

qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no

Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos

32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo

matemaacutetico

Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com

pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute

para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos

simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por

exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados

histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da

demanda

a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas

Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi

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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute

cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo

porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m

um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para

as cidades

Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se

como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a

Tabela 5

Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS

AacuteREA (ha)

DESTINADA A COLHEITA COLHIDA

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500

BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000

BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064

CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320

IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840

MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000

MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148

TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600

TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150

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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000

UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998

AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600

ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200

ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500

MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000

OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185

UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000

OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000

UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000

Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem

devido a falhas nas coletas dos dados

Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute

ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o

periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A

divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas

cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado

amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a

safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo

Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do

Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute

2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas

20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais

de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute

aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano

A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que

acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos

Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou

R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos

satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial

consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa

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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da

Tabela 7

Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007

Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007

Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de

accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os

coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando

tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a

produccedilatildeo inicia desde o 1o ano

Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146

Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848

Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788

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45

Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico

plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute

existente

De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de

custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois

hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende

para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo

numa estimativa de seus gastos de transporte

Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo

utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa

Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela

9

Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167

Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109

c) Demanda dos Beneficiadores

Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade

maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente

pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da

capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de

chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena

de perda dos frutos

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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte

Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos

frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de

confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O

transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h

tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na

tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios

chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que

entregam para as empresas beneficiadoras locais

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio

transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista

ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a

12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200

Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$

050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo

compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma

de R$100 a $150 ao preccedilo

e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme

Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido

ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o

transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de

pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem

considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de

heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os

custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa

margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o

investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano

(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas

propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio

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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre

quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para

efeitos de expansatildeo

f) Manejo de accedilaizais nativos

O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo

uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia

Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano

o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute

positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute

maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de

produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo

g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores

De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a

localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados

individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em

uma tabela como a Tabela 10 abaixo

Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo

h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos

Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e

8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de

produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser

considerados os mesmos para cada tipo de produto

i) Demanda

O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores

para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas

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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009

AnoToneladas

Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo

2001 11784300 852700 39500

2002 13055900 1123100 113651

2003 16361500 2259700 273000

2004 17710200 2963600 504100

2005 20473000 4709800 565700

2006 24493100 5837900 668100

2007 24717300 6516200 923500

2008 27100000 7300000 1173500

2009 29800000 8020000 1250780

A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12

Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3

A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10

j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa

em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer

(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel

tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo

do cliente

O trajeto varia entre 80 e 240 km

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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores

Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas

Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas

Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo

desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o

Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das

maiores exportadoras a empresa DaFruta

33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute

Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia

representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)

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50

Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute

Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores

beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em

cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme

Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras

uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo

apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)

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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo

do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees

Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo

Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea

1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t

2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado

Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme

3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo

t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de

implantaccedilatildeo

4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe

5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele

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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes

6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo

que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia

7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a

capacidade de processamento

8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo

9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no

periacuteodo atual

10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida

O modelo matemaacutetico

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB

LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por

k isin LP

LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio

do planejamento

LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista

LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme

indexados por l isin LT

LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo

LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme

P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por

p isin P

Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm

capacidade limitada

Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea

capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em

quilogramas de fruto por hectare

aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP

Para

isin LP o e

isin T

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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo

custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare

Para isin LP c

custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare

O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque

consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita

custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo

t

Dados referentes aos cultivos em terra firme

capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado

em quilogramas de fruto por hectare

Para isin LT c

aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de

planejamento

Para isin LT o

nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme

no spot l

qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares

e qe =5 Tem-se que

Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20

hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para

evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear

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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j

Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)

Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no

periacuteodo t em kg

quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no

periacuteodo t em kg

produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg

accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg

accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t

accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t

produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t

estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t

Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas

Para isin LPo

= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo

= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io

Variaacuteveis auxiliares

= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no

periacuteodo t

A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma

dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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59

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

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2 Visatildeo Geral

21 Agronegoacutecio

O termo agronegoacutecio ou agribusiness engloba os fornecedores de bens e

serviccedilos para a agricultura os produtores rurais os processadores os transformadores edistribuidores e todos os envolvidos na geraccedilatildeo e fluxo dos produtos de origem agriacutecola

ateacute o consumidor final Os agentes que afetam e coordenam o fluxo dos produtos tais

como o governo os mercados as entidades comerciais financeiras e de serviccedilos

tambeacutem satildeo parte do agronegoacutecio (Costa 2002)

A Associaccedilatildeo Brasileira de Agribusiness (ABAG apud Costa 2002) descreve as

funccedilotildees do agronegoacutecio em sete niacuteveis

a) suprimentos agrave produccedilatildeob) produccedilatildeo

c) transformaccedilatildeo

d) acondicionamento

e) armazenamento

f) distribuiccedilatildeo e

g) consumo

Por sua vez o termo lsquoagroinduacutestriarsquo natildeo deve ser confundido com agronegoacutecio

uma vez que o primeiro eacute uma parte do segundo De acordo com a ABAG apud Costa

2002 agroinduacutestria se aplicaria do niacutevel lsquosuprimentos agrave produccedilatildeorsquo ateacute

lsquoacondicionamento

Para Ramalho 1988 apud Silva 2004 a agroinduacutestria eacute caracterizada como

sendo o primeiro processamento da mateacuteria prima originada do setor agropecuaacuterio

tendo por mercado a exportaccedilatildeo e outras induacutestrias

Jaacute para Santana 2003 apud Silva 2004 agroinduacutestria eacute a empresa ou

organizaccedilatildeo que realiza o processamento industrial dos produtos agriacutecolas pecuaacuterios

florestais e extrativos oriundos do meio rural e de seus subprodutos e que planeja a

cadeia produtiva para frente identificando mercados canais de distribuiccedilatildeo logiacutestica de

transporte e clientes para os produtos do setor rural

Segundo Batalha apud Costa 2002 a literatura que trata do tema agroindustrial

no Brasil tem feito confusatildeo entre as expressotildees lsquoSistema Agroindustrialrsquo lsquoComplexo

Agroindustrialrsquo lsquoCadeia de Produccedilatildeo Agroindustrialrsquo e lsquoAgronegoacuteciorsquo Tais expressotildees

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se aplicam a diferentes objetivos cada uma delas reflete um niacutevel de anaacutelise do Sistema

Agroindustrial

Sistema Agroindustrial (SAI) eacute o conjunto de atividades que concorrem para a

produccedilatildeo de produtos agroindustriais desde a produccedilatildeo dos insumos (sementes adubos

maacutequinas agriacutecolas etc) ateacute a chegada do produto final (queijo polpas de frutas massas

etc) na mesa do consumidor Natildeo estaacute associado a qualquer mateacuteria-prima agropecuaacuteria

ou produto final especiacutefico (Batalha apud Rosa 2003) O SAI eacute composto por seis

conjuntos de atores agricultura pecuaacuteria e pesca induacutestrias agroalimentares

distribuiccedilatildeo agriacutecola e alimentar comeacutercio internacional consumidor induacutestrias e

serviccedilos de apoio (Costa 2002)

Complexo agroindustrial (CAI) tem como ponto de partida determinada mateacuteria-

prima A arquitetura de um complexo agroindustrial eacute tida pela ldquoexplosatildeordquo da mateacuteria-

prima principal que o originou segundo os diferentes processos industriais e comerciais

que ela pode sofrer ateacute se transformar em diferentes produtos finais A formaccedilatildeo de um

CAI exige a participaccedilatildeo de um conjunto de cadeias de produccedilatildeo cada uma delas

associada a um produto ou famiacutelia de produtos (Batalha apud Costa 2002)

Jaacute a cadeia de produccedilatildeo agroindustrial (CPA) eacute definida a partir da identificaccedilatildeo

de determinado produto final Apoacutes esta identificaccedilatildeo conveacutem ir encadeando de

jusante a montante as vaacuterias operaccedilotildees teacutecnicas comerciais e logiacutesticas necessaacuterias a

sua produccedilatildeo (Rosa 2003)

De acordo com Alves (1997) apud Costa (2002) a CPA pode ser segmentada

em trecircs macro-segmentos

a) Comercializaccedilatildeo representando as empresas que estatildeo em contato com o

cliente final da cadeia de produccedilatildeo e que viabilizam o consumo e o comeacutercio dos

produtos finais (supermercados mercearias restaurantes cantinas etc) Podem

ser incluiacutedas tambeacutem neste macro-segmento as empresas responsaacuteveis somentepela logiacutestica de distribuiccedilatildeo

b) Industrializaccedilatildeo representando as firmas responsaacuteveis pela transformaccedilatildeo das

mateacuterias-primas em produtos finais destinados ao consumidor O consumidor

pode ser uma unidade familiar ou uma agroinduacutestria

c) Produccedilatildeo de mateacuterias-primas reunindo as firmas que fornecem as mateacuterias-

primas iniciais para que outras empresas avancem no processo de produccedilatildeo do

produto final (agricultura pecuaacuteria pesca etc)

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Batalha apud Costa 2002 afirma que o termo agronegoacutecio deve vir

acompanhado de um delimitador O enfoque pode partir do mais global (agronegoacutecio

brasileiro) ao mais especiacutefico (agronegoacutecio da soja ou do suco de laranja)

211 Agronegoacutecio no Brasil

O Brasil eacute um dos liacutederes mundiais na produccedilatildeo e exportaccedilatildeo de vaacuterios produtos

agropecuaacuterios eacute o primeiro produtor e exportador de cafeacute accediluacutecar e suco de laranja

Lidera ainda o ranking das vendas externas de aacutelcool soja carne bovina carne de

frango e tabaco (Andriguetto et al 2008)

As projeccedilotildees indicam que o Brasil tambeacutem seraacute em pouco tempo o principal

poacutelo mundial de produccedilatildeo de algodatildeo e biocombustiacuteveis feitos a partir de cana-de-

accediluacutecar e oacuteleos vegetais Outros destaques satildeo milho arroz frutas frescas cacau

castanhas nozes aleacutem de suiacutenos e pescados (Andriguetto et al 2008)

O agronegoacutecio brasileiro emprega atualmente 177 milhotildees de trabalhadores

somente no campo e eacute hoje a principal locomotiva da economia brasileira respondendo

por 235 do Produto Interno Bruto (PIB) 36 das exportaccedilotildees totais e 37 dos

empregos brasileiros Nos uacuteltimos anos poucos paiacuteses tiveram crescimento tatildeo

expressivo no comeacutercio internacional do agronegoacutecio quanto o Brasil (Andriguetto et

al 2008)

Ao mesmo tempo em que se expande o agronegoacutecio brasileiro sofre um

processo crescente de integraccedilatildeo ao mercado com mudanccedilas em suas estrateacutegias de

produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo Segundo Alves apud Costa 2002 isso acontece devido ao fato

de que haacute um aumento na preocupaccedilatildeo com a qualidade dos alimentos Aleacutem disso os

produtores tecircm procurado ampliar a sua linha de produtos com maior valor agregado e

adequar suas formas organizacionais agraves necessidades do mercado que estaacute aquecido

devido agrave presenccedila de novos haacutebitos de consumo alimentar (Costa 2002)Todos os fatores acima descritos vecircm forccedilando os produtores agriacutecolas a

tentarem reduzir custos de produccedilatildeo e de distribuiccedilatildeo Dessa forma a competitividade

no setor agroindustrial depende cada vez mais da sua inserccedilatildeo na cadeia de suprimento

a reduccedilatildeo de custos unitaacuterios e o aumento da produtividade global do setor demandam

maior ecircnfase em tecnologias de poacutes-colheita e de processamento em fatores que afetam

os tempos e custos de transporte e armazenamento e ainda em serviccedilos de apoio que

agilizem a movimentaccedilatildeo fiacutesica dos produtos e o acesso a informaccedilotildees relacionadas aosnegoacutecios (Costa 2002)

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O Brasil eacute um dos trecircs maiores produtores de frutas do mundo ficando somente

atraacutes da China e Iacutendia representando cerca de 5 da produccedilatildeo mundial Sua produccedilatildeo

superou 40 milhotildees de toneladas em 2008 (Agecircncia Sebrae 2009) A proacutexima seccedilatildeo

discutiraacute brevemente a agroinduacutestria de frutas no paiacutes

212 Agroinduacutestria de frutas no Brasil

Embora seja um dos maiores exportadores de frutas do mundo a carecircncia em

marketing do setor frutiacutecola dificulta a expansatildeo comercial da fruta brasileira uma vez

que existe baixo conhecimento da maioria das frutas tropicais no mercado internacional

Apesar disso nos uacuteltimos 14 anos o Brasil aumentou em mais de 11 vezes as

exportaccedilotildees de frutas frescas passando de US$ 54 milhotildees no iniacutecio da deacutecada de 1990

para mais de US$ 642 milhotildees no ano de 2007 (919 mil toneladas) Somando-se as

frutas secas e castanhas de caju foram exportadas um milhatildeo de toneladas equivalente

a US$ 9677 milhotildees (Andriguetto et al 2008)

Jaacute o processamento de sucos de fruta estaacute em franca expansatildeo ocupando papel

de relevacircncia no agronegoacutecio mundial com destaque para os paiacuteses em

desenvolvimento que satildeo responsaacuteveis pela metade das exportaccedilotildees mundiais A

demanda atual eacute crescente para sucos e polpas de frutas tropicais principalmente de

abacaxi maracujaacute manga e banana que satildeo responsaacuteveis pela maioria das exportaccedilotildees

(Andriguetto et al 2008)

Poreacutem desde meados da deacutecada de 90 a polpa de accedilaiacute ganhou espaccedilo na miacutedia

nacional e internacional aumentando a demanda do produto como estaacute exposto na

Tabela 1 A conversatildeo do fruto em polpa eacute em meacutedia de 223 kg de frutos para 10 kg

de polpa

Tabela 1 Balanccedilo entre oferta de frutos e demanda de polpa de accedilaiacute do Estado do Paraacute no periacuteodode 2001 a 2005 Fonte (Santana et al 2006)

Demanda de polpa e vinho de accedilaiacute

Ano

Ofertade frutode accedilaiacute

(t)

Oferta depolpa

aproximada

Mercado do

Paraacute (t)

Mercadonacional

(t)

MercadoInternacional

(t)

DemandaTotal(t)

2001 118302 53050224 117843 8527 395 126765

2002 364879 163622870 130559 11231 1060 142850

2003 392130 175843049 163615 22597 2119 188331

2004 454071 203619283 177102 29636 3622 210360

2005 505094 226499552 204730 47098 5138 256966

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15

A expansatildeo gradativa do mercado de frutas processadas tem se caracterizando

por uma seacuterie de fatores dentre os quais a preocupaccedilatildeo de consumidores com a sauacutede o

que resulta em aumento da procura e consumo de produtos naturais com pouco ou

nenhum aditivo quiacutemico A quantidade exportada de sucos de frutas em 2007 foi de

237 milhotildees de doacutelares relativos a 216 milhotildees de toneladas sendo 5126 maior que

em 2006 e 100 maior que em 2005(Andriguetto et al 2008)

Segundo Barros apud Silva 2004 as polpas de frutas mostram-se como uma

oportunidade para o Brasil pois existe o potencial de se transformar no novo produto

que ampliaraacute a participaccedilatildeo brasileira no setor externo No Brasil um caso em grande

expansatildeo que merece atenccedilatildeo eacute a agroinduacutestria do accedilaiacute no Estado do Paraacute responsaacutevel

pela produccedilatildeo de 95 do fruto (Silva 2004) A Tabela 2 no proacuteximo toacutepico mostra o

crescimento da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute

Na proacutexima seccedilatildeo apresentamos uma descriccedilatildeo sucinta da agroinduacutestria de

frutas tropicais no Paraacute

213 Agroinduacutestria de frutas no Paraacute

A regiatildeo Norte reuacutene condiccedilotildees favoraacuteveis para o desenvolvimento das

agroinduacutestrias de frutas pois apresenta grande variedade de fruteiras extrativas proacuteprias

da regiatildeo e solo e clima que permitem a exploraccedilatildeo de fruteiras tiacutepicas de aacutereas tropicais

(Silva 2006)

O Paraacute aparece como um dos maiores produtores brasileiros de frutas da uacuteltima

deacutecada destacando-se pelas produccedilotildees de abacaxi banana coco e laranja e em menor

escala de maracujaacute mamatildeo limatildeo e acerola aleacutem das frutas regionais (exoacuteticas) como

o accedilaiacute bacuri cupuaccedilu taperebaacute e muruci que a cada ano ganham mais mercado o que

favorece os empreendimentos do setor frutiacutecola(Silva 2004)

O Estado do Paraacute eacute hoje responsaacutevel por 95 da produccedilatildeo de accedilaiacute no Brasil edevido a sua importacircncia cultural o accedilaiacute transformou-se atraveacutes de lei na bebida e fruta

siacutembolo do estado do Paraacute e agora passou a ser priorizado como produto econocircmico

capaz de gerar renda para a populaccedilatildeo local e divisas para o paiacutes (Andrade et al 2008)

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16

Tabela 2 Evoluccedilatildeo da aacuterea colhida produccedilatildeo rendimento e preccedilo do accedilaiacute no Estado do Paraacute 1996 a2009

Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute

ANOAacuteREA

PLANTADA

(haacute)

AacuteREACOLHIDA

(haacute)

QUANTIDADECULTIVADA ( t )

QUANTIDADEEXTRATIVA ( t )

QUANTIDADETOTAL

PRODUZIDA ( t )

RENDIMENTO(thaacute)

PRECcedilO(R$t)

1996 1054 10366 103698 114064 9835 469791997 933 7913 92021 99934 8481 350841998 852 7278 110557 117835 8542 412271999 690 4662 107663 112325 6757 472862000 727 5207 112676 117883 7162 499352001 627 4558 113744 118302 7270 558992002 16115 242557 122322 364879 15052 642082003 3097 18479 257282 134848 392130 13923 686982004 8593 26671 363428 90643 454071 13626 699962005 6297 34203 415921 89173 505094 12160

2006 8041 49455 472040 88551 560591 95452007 5249 51545 497591 93788 591379 96542008 59202 59202 581290 100202 681492 98192009 61814 61814 604805 104354 709159 9784

A induacutestria de suco e polpa de frutas regionais para exportaccedilatildeo teve como

pioneira a Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-Accedilu (CAMTA) fundada no ano de

1949 Em 1988 foi concluiacuteda a faacutebrica de sucos da Associaccedilatildeo de Fomento Agriacutecola de

Tomeacute-Accedilu (ASFATA) fundada em 1981 que passou para a administraccedilatildeo da CAMTA

em 1991 A agroinduacutestria de sucos e concentrados de frutas regionais foi uma das que

mais cresceu nos uacuteltimos dez anos (Homma 2003)

O Estado do Paraacute possui hoje cerca das 140 empresas produtoras de polpa de

frutas distribuiacutedas em todo o estado poreacutem as regiotildees Metropolitana de Beleacutem e

Nordeste Paraense concentram cerca de 82 do total das unidades (Brasil apud Silva

2004) Entretanto a mesorregiatildeo do Marajoacute eacute a que concentra a maior produccedilatildeo de

fruto detendo cerca de 80 da produccedilatildeo Para melhor visualizaccedilatildeo veja a Figura 1

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17

Figura 1Mesorregiotildees do Estado do Paraacute Fonte Silva 2004

No primeiro semestre de 2004 a produccedilatildeo exportada do mix de polpa de frutas

atingiu o valor de US$ 504 milhotildees com uma evoluccedilatildeo de 2447 em relaccedilatildeo ao

mesmo periacuteodo de 2003 Desse total apenas 75 da produccedilatildeo de polpa de frutas

regional foi exportado para os Estados Unidos e alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeacuteia e

Aacutesia o maior percentual de exportaccedilatildeo (755) ficou com o mercado nacional e o

restante (17) foi absorvido pelo mercado local (Santana apud Silva2004)A agroinduacutestria de frutas destaca-se como uma atividade estrateacutegica para o

desenvolvimento de regiotildees produtoras na aacuterea de fruticultura uma vez que tem elevada

capacidade de gerar emprego e renda e criar uma demanda estaacutevel para a produccedilatildeo de

frutas jaacute que apresenta um grande potencial de agregaccedilatildeo de valor aos produtos

primaacuterios a partir do processamento e elaboraccedilatildeo de sucos polpas e doces aleacutem de

promover a induccedilatildeo e difusatildeo de tecnologia no meio rural (Silva 2006)

Por sua vez o accedilaiacute lidera o mercado da fruticultura nacional a exportaccedilatildeo chegaa 500 mil toneladasano O crescimento do interesse nacional e internacional pelo suco

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do fruto entretanto fez com que o preccedilo do produto aumentasse para o consumidor

(SAGRI 2010)

22 O Accedilaiacute

221 O accedilaizeiro

O accedilaizeiro ( Euterpe oleracea Mart) planta pertencente agrave ordem dos Arecales

ao gecircnero Euterpe da famiacutelia Palmae eacute uma palmeira nativa da Amazocircnia abundante

nas aacutereas de vaacuterzeas da regiatildeo Para os nativos essa palmeira representa uma importante

fonte natural de recursos Poullet apud Padilha et al afirma que o accedilaiacute eacute um dos

produtos mais importantes da vida alimentar e cultural da populaccedilatildeo regional Rogez

apud Padilha et al(2000) por sua vez considera o accedilaizeiro a palmeira mais produtiva

do ecossistema que abriga a populaccedilatildeo do delta do Amazonas

Os accedilaizais nativos nas aacutereas de vaacuterzeas satildeo encontrados no estuaacuterio dos rios

Tocantins Paraacute e Amazonas Nas vaacuterzeas o manejo dos accedilaizais nativos tem

promovido a derrubada verde sem queima para construccedilatildeo de canais para facilitar a

drenagem da aacutegua inundada com grande movimentaccedilatildeo de canoas e barcos para o

transporte de frutos com seacuterias consequumlecircncias para flora e fauna (Homma et al 2006)

O manejo consiste em aumentar a populaccedilatildeo de accedilaizeiros que ocorrem

naturalmente na floresta de vaacuterzea Com essa teacutecninca a produtividade do accedilaizeiro

dobra de 42 tha para 84 tha de frutos Baseia-se na eliminaccedilatildeo das plantas de espeacutecies

arbustivas e arboacutereas de baixo valor comercial cujos espaccedilos livres satildeo ocupados por

plantas de accedilaizeiros oriundas de sementes que germinam espontaneamente de mudas

preparadas ou transplantadas das proximidades e por outras espeacutecies produzidas

especialmente para esse fim (Embrapa)

A vantagem da teacutecnica de manejo eacute que natildeo exige investimento em infra-

estrutura consistindo na realizaccedilatildeo das seguintes praacuteticas limpeza da aacuterea (roccedilagem davegetaccedilatildeo de menor porte e eliminaccedilatildeo de parte das aacutervores maiores) desbastes dos

perfilhosestipes das touceiras de baixo vigor vegetativo preparoaquisiccedilatildeo e plantio de

mudas de accedilaizeiros frutiacuteferas e florestais manutenccedilatildeo do accedilaizal (Embrapa)

A importacircncia socioeconocircmica do accedilaizeiro decorre do seu enorme potencial de

aproveitamento integral de mateacuteria-prima O principal aproveitamento eacute a extraccedilatildeo do

accedilaiacute mas as sementes (caroccedilos) do accedilaizeiro satildeo aproveitadas no artesanato e como

adubo orgacircnico A planta fornece ainda um oacutetimo palmito e as suas folhas satildeo utilizadaspara cobertura de casas dos habitantes do interior da regiatildeo (Homma 2006) De acordo

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com Padilha et al existe ainda um outro uso uma vez que a a produccedilatildeo de polpa varia

em torno de apenas 5 a 15 do volume do fruto haacute uma grande quantidade de resiacuteduos

gerados no processamento que pode ser empregado para geraccedilatildeo de energia teacutermica e

eleacutetrica

Poreacutem para a populaccedilatildeo ribeirinha a possibilidade mais lucrativa proporcionada

pelo accedilaizeiro eacute a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de seu fruto in natura A produccedilatildeo de

frutos para o mercado local eacute uma atividade de baixo custo e de excelente rentabilidade

econocircmica (Homma 2006)

222 O fruto

O accedilaiacute ateacute o final do seacuteculo XX era considerado um produto da alimentaccedilatildeo

baacutesica das populaccedilotildees ribeirinhas e das camadas de baixa renda dos centros urbanos da

economia Amazocircnica onde eacute consumido com farinha de mandioca e peixe entre

outros A produccedilatildeo do accedilaiacute era ateacute entatildeo predominantemente extrativista objetivando o

consumo domeacutestico com pouca venda de excedente (Santana et al 2006)

No entanto desde meados da deacutecada de 90 as academias de ginaacutestica

descobriram o fruto e seu alto valor energeacutetico o que fez com que o accedilaiacute ganhasse

espaccedilo na miacutedia nacional e internacional A demanda do produto aumentou entatildeo

intensamente uma vez que as camadas de maior poder aquisitivo tambeacutem passaram a

consumiacute-lo (Santana et al 2006)

Este aumento pode ser atribuiacutedo agraves propriedades nutricionais e valor caloacuterico do

accedilaiacute uma vez que eacute um alimento rico em proteiacutenas fibras lipiacutedios vitamina E e

minerais como manganecircs cobre boro e cromo Aleacutem disso o accedilaiacute possui um elevado

teor de pigmentos antocianinas que satildeo beneacuteficos agrave sauacutede pois favorecem a circulaccedilatildeo

sanguumliacutenea e protegem o organismo contra a arteriosclerose (Alexandre et al2004)

A demanda pelo accedilaiacute estaacute em alta o produto tem boas possibilidades demercado principalmente no Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia Goiaacutes e na Regiatildeo

Nordeste No Rio de Janeiro o accedilaiacute eacute oferecido nas praias e se tornou muito popular

entre os adeptos da cultura da sauacutede e entre os frequumlentadores de academias Eacute

tambeacutem vendido diretamente ao consumidor e comeccedila a ganhar popularidade entre os

nativos e turistas Eacute estimado que no Rio de Janeiro sejam consumidas 500

toneladasmecircs em Satildeo Paulo 150 toneladasmecircs e outros Estados somam 200

toneladasmecircs Nesses locais em alguns pontos de venda o que se consome eacute o accedilaiacute

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fino que misturado com outros produtos perde o gosto o odor e ateacute o valor caloacuterico da

fruta (Homma 2006)

Em 2000 iniciou-se a exportaccedilatildeo de polpa congelada de accedilaiacute para os Estados

Unidos e para a Itaacutelia Esse mercado externo cresceu 20 ao ano de 2003 a 2006 com a

comercializaccedilatildeo do accedilaiacute concentrado em latas e com a popularizaccedilatildeo da mistura com

diversas outras frutas feitas em academias de ginaacutestica (Homma 2006)

A partir de 2002 observou-se o aumento da aacuterea colhida com accedilaiacute que se

manifesta num salto de 16115 ha (2002) para 26671 ha (2004) ou seja uma taxa de

crescimento de 6550 num periacuteodo de trecircs anos (Santana et al 2006)

Essa significativa taxa meacutedia de crescimento da aacuterea colhida do accedilaiacute pode

significar uma resposta dos produtores ao crescimento da demanda pelo fruto do accedilaiacute

nos uacuteltimos anos De fato o crescimento da demanda regional nacional e mesmo

internacional do accedilaiacute pode estar induzindo os produtores rurais a aumentarem aacuterea

plantada do accedilaiacute A expansatildeo da aacuterea colhida indica o grande interesse dos produtores

rurais quanto agrave necessidade da formaccedilatildeo de uma base produtiva de cultivo do accedilaiacute como

condiccedilatildeo baacutesica para a atraccedilatildeo de agroinduacutestrias de processamento (Santana et al

2006)

Assim crecirc-se que estaacute em curso uma mudanccedila do padratildeo agriacutecola da fruticultura

do Paraacute de uma base produtiva extrativa para uma base produtiva de cultivo Poreacutem

uma mudanccedila desse tipo requer uma seacuterie de adaptaccedilotildees de natureza agronocircmica

sobretudo quanto ao controle de pragas e doenccedilas que podem se manifestar nos cultivos

de grande escala(Santana et al 2006)

O crescimento do mercado de polpa do fruto de accedilaiacute tem induzido tambeacutem o

plantio em terra firme (Homma et al 2006) e a implantaccedilatildeo de plantas industriais para

realizar o processamento ou as agroinduacutestrias existentes introduziram o accedilaiacute na linha

de produccedilatildeo visando atender aos mercados externo e interno (Santana et al 2006)O plantio de accedilaizeiro em terra firme apresenta excelente alternativa para a

recuperaccedilatildeo de aacutereas desmatadas como tambeacutem para reduzir a pressatildeo sobre o

ecossistema de vaacuterzea que eacute mais fraacutegil Aleacutem disso o plantio em terra firme apresenta

a vantagem de facilitar o transporte rodoviaacuterio e o beneficiamento sem depender do

transporte fluvial mais lento (Santana et al 2006)

O processamento ou seja as atividades de lavagem pasteurizaccedilatildeo

congelamento e desidrataccedilatildeo em escala industrial tem como vantagens melhorar a

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higiene e a qualidade do produto reduzindo ao maacuteximo os riscos de contaminaccedilatildeo

microbioloacutegica (Homma et al 2006)

O processo de obtenccedilatildeo da polpa de accedilaiacute consiste em imergir o fruto em aacutegua

morna por tempo determinado a fim de amolecer o mesocarpo antes do despolpamento

Apoacutes o amolecimento o despolpamento eacute realizado com o auxiacutelio de maacutequinas

mecacircnicas eleacutetricas ou manualmente com ou sem adiccedilatildeo de aacutegua Em seguida o

produto obtido passa por uma peneira de forma a obter a polpa para consumo

(Alexandre et al2004)

Os produtos obtidos do fruto do accedilaiacute satildeo classificados de acordo com a adiccedilatildeo

ou natildeo de aacutegua e seus quantitativos ou seja a porcentagem de soacutelidos totais Assim os

produtos incluem

bull polpa de accedilaiacute polpa extraiacuteda sem adiccedilatildeo de aacutegua e sem filtraccedilatildeo

bull accedilaiacute grosso ou especial polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

com soacutelidos totais acima de 14

bull accedilaiacute meacutedio ou regular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

com soacutelidos totais entre 11 e 14

bull accedilaiacute fino ou popular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

apresentando soacutelidos totais entre 8 e 11 (Alexandre et al2004)

O accedilaiacute eacute altamente pereciacutevel o seu tempo maacuteximo de conservaccedilatildeo mesmo sob

refrigeraccedilatildeo eacute de 12 horas O fator responsaacutevel por esta alta perecibilidade eacute a elevada

carga microbiana juntamente com a degradaccedilatildeo enzimaacutetica responsaacuteveis pelas

alteraccedilotildees de cor e aparecimento do sabor azedo Atualmente a conservaccedilatildeo da polpa

de accedilaiacute eacute feita pelo processo de congelamento (Alexandre et al2004)

223 Agroinduacutestrias

Tendo como marco referencial a entrada em funcionamento da faacutebrica de

beneficiamento de polpa de frutas da CAMTA em 1991 a agroinduacutestria de frutas do

Estado do Paraacute teve um grande crescimento a partir da deacutecada de 90 As primeiras frutas

que tiveram seu processo de beneficiamento foram o maracujaacute cupuaccedilu e acerola

Posteriormente foram incluiacutedas a laranja accedilaiacute graviola carambola goiaba cajaacute

manga bacuri muruci e abacaxi (Homma 2002)

A Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-accediluacute ndash CAMTA destacava-se como uma

das principais compradoras dos consoacutercios produtores de accedilaiacute da regiatildeo negociando

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preccedilos diferentes entre os municiacutepios Estas negociaccedilotildees acirravam a concorrecircncia entre

os produtores e consequumlentemente deixava os preccedilos abaixo do mercado Esta praacutetica

prejudicava igualmente a todos os produtores (Homma 2002)

Nesse contexto a FASEAmazocircnia exerceu papel fundamental suscitando as

discussotildees sobre a criaccedilatildeo de um consoacutercio de produtores que pudessem negociar como

as empresas processadoras do fruto produccedilatildeo em escala ampliada a preccedilos melhores e

mais estaacuteveis (Soares e Costa 2005) A FASE eacute uma organizaccedilatildeo natildeo governamental

sem fins lucrativos que atua em seis estados brasileiros e tem sua sede nacional no Rio

de Janeiro Desde suas origens esteve comprometida com o trabalho de organizaccedilatildeo e

desenvolvimento local comunitaacuterio e associativo (FASE 2010)

Em 2000 o consoacutercio foi estruturado entre os municiacutepios de Abaetetuba

Barcarena Igarapeacute-Miri e Cametaacute (Soares e Costa 2005)

Em Abaetetuba a principal organizaccedilatildeo eacute a Cooperativa de Fruticultores de

Abaetetuba ndash COFRUTA Em Barcarena como a Associaccedilatildeo dos Batedores de Accedilaiacute de

Barcarena ndash COOPBAB e entidades parceiras com o STR ndash Barcarena Cooperativa da

Colocircnia de Pesca Z-13 e Associaccedilatildeo de Trabalhadores Rurais do Arapajoacute Em Cametaacute

com a Cooperativa de Resistecircncia de Cametaacute ndash CART e entidades parceiras como STR

ndash Cametaacute Colocircnia de Pescadores Z-16 e Associaccedilatildeo de Preservaccedilatildeo do Meio Ambiente

e Igarapeacute-Miri com a Associaccedilatildeo Mutiratildeo dos Trabalhadores Rurais de Igarapeacute-Miri

como as entidades parceiras como a Associaccedilatildeo de Mulheres de Igarapeacute-Miri

Associaccedilatildeo Boa esperanccedila STR ndash Igarapeacute-Miri e AMPRISA Em 2003 o nuacutemero total

de famiacutelias envolvidas no consoacutercio chegou a 919 (Soares e Costa 2005)

Apoacutes a delimitaccedilatildeo das organizaccedilotildees e parcerias para fornecimento do fruto

estas organizaccedilotildees passaram a negociar sua produccedilatildeo em conjunto atraveacutes do consoacutercio

e com preccedilos igualmente vantajosos para todas as entidades O volume comercializado

aumentou significativamente principalmente em funccedilatildeo da popularizaccedilatildeo do frutoaumentando tambeacutem o nuacutemero de empresas processadoras na regiatildeo Atualmente

comercializam com o consoacutercio a Sambazon Fly CAMTA Amazon Fruit Accedilaiacute Brasil

e Amazon Drink(Soares e Costa 2005)

A SAMBAZON destaca-se uma vez que tem exportado o fruto para o mercado

americano e estabelecendo contratos baseado no chamado mercado ldquojustordquo Com a

ampliaccedilatildeo da exportaccedilatildeo e as exigecircncias do mercado americano houve a necessidade de

reconhecimento do accedilaiacute enquanto produto agroecoloacutegico de origem orgacircnica jaacute que suaproduccedilatildeo natildeo utiliza insumos quiacutemicos Em 2003 a agecircncia de certificaccedilatildeo Guaranteed

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Organic Certification Agency ndash GOCA entregou a certificaccedilatildeo as cooperativas e

associaccedilotildees (Soares e Costa 2005)

A SAMBAZON estabeleceu contrato com as organizaccedilotildees para que o primeiro

certificado fosse pago por ela e posteriormente a renovaccedilatildeo ficaria sob

responsabilidade das proacuteprias organizaccedilotildees Segundo Sobrinho 2005 apud Soares e

Costa 2005 no periacuteodo de agosto de 2004 a janeiro de 2005 o preccedilo meacutedio por

tonelada pago aos produtores no comeacutercio justo superou em 25 os preccedilos correntes

praticados pelos atravessadores na regiatildeo (Soares e Costa 2005)

O percurso do accedilaiacute da propriedade ateacute a pedra do municiacutepio eacute feito de barco e eacute

de responsabilidade da cooperativa tais gastos satildeo incluiacutedos integralmente no custo do

produto Poreacutem os gastos com transporte da pedra do municiacutepio ateacute a empresa

processadora satildeo assumidos pela empresa processadora (Soares e Costa 2005)

Os gastos com transporte satildeo proporcionais ao tempo de viagem do setor ateacute a

pedra do municiacutepio As menores distacircncias encontradas entre os setores e a ldquopedrardquo

encontram-se em Barcarena e as maiores distacircncias em Cametaacute (Soares e Costa 2005)

Dessa forma os preccedilos praticados em Barcarena satildeo altos por sua proximidade

com Beleacutem que tem mercado consumidor praticamente garantido E em Cametaacute os

preccedilos praticados satildeo geralmente abaixo da meacutedia dos outros municiacutepios pela maior

distancia (Soares e Costa 2005)

Estima-se que 70 a 80 da polpa de accedilaiacute vendidas no Paiacutes satildeo produzidas no

Paraacute e os maiores compradores satildeo Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia e alguns Estados

do Nordeste

Sabe-se que as induacutestrias processadoras se concentram nas mesorregiotildees

Nordeste Paraense e Metropolitana de Beleacutem Somente em Beleacutem existem 3 mil pontos

de venda de accedilaiacute (Homma 2002) A Figura 2 e a Figura 3 representam as regiotildees do

Nordeste paraense e Metropolitana de Beleacutem respectivamente

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Figura 2 Microrregiotildees do Nordeste paraense Fonte Silva 2004

Figura 3 Mesorregiatildeo metropolitana de Beleacutem Fonte Silva 2004

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A razatildeo para que as duas mesorregiotildees sejam detentoras de maior percentual de

induacutestrias eacute no caso das empresas que fazem mais de um tipo de produto a

proximidade do principal mercado consumidor Beleacutem do Paraacute que vem se habituando

a consumir algumas polpas de frutas amazocircnicas e outras frutas regionais e tropicais na

forma congelada adquiridas nas redes de supermercados sobretudo na entressafra No

caso das empresas uniproduto satildeo as vias de acesso facilitada atraveacutes da BR316 que

interliga as duas mesorregiotildees paraenses com o resto do Paiacutes e assim escoam a

produccedilatildeo da polpa congelada especialmente do accedilaiacute (Silva 2004)

A polpa congelada e mais recentemente a exportaccedilatildeo sob a forma desidratada

ou seja o poacute e sucos pasteurizados apresentam tendecircncias de crescimento e vem

influenciando os produtores do Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins mais precisamente

dos municiacutepios de Cametaacute Igarapeacute-Miri Abaetetuba e Barcarena que neste processo

representam os fornecedores da mateacuteria-prima para as empresas beneficiadoras do

produto que alcanccedilaram o mercado internacional consumidor( Andrade et al2008)

A regiatildeo eacute grande produtora e consumidora de accedilaiacute A cidade de Igarapeacute-Miri

conquistou o tiacutetulo de ldquoCapital Mundial do Accedilaiacuterdquo Ainda a produccedilatildeo desta regiatildeo eacute

reconhecida por ser de alta qualidade seja no rendimento na produccedilatildeo e no sabor da

fruta Os principais produtos ou grupo de produtos gerados pela atividade da fruticultura

no Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins no estado do Paraacute satildeo polpas de frutas como

cupuaccedilu maracujaacute taperebaacute abacaxi e accedilaiacute in natura sendo este uacuteltimo o de maior

importacircncia econocircmica e de maior quantidade de produccedilatildeo (Andrade et al 2008)

A produccedilatildeo dos principais municiacutepios em 2008 pode ser vista na Tabela 3

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Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico daProduccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008

MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)

MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)

2008 2008

TOTAL GERAL581290

IGARAPEacute-MIRI 153000 TAILAcircNDIA 1253

ABAETETUBA 131250 ITUPIRANGA 1200

CAMETAacute 40544 NOVA ESP DO PIRIAacute 1200

ACARAacute 39600 BAIAtildeO 1000

LIMOEIRO DO AJURU 35040 NOVO REPARTIMENTO 1000

BUJARU 30955 PORTO DE MOZ 1000

TOMEacute ACcedilU 24000 ALMEIRIM 720

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 21384 CASTANHAL 634

PONTA DE PEDRAS 14991 VIGIA 500

OEIRAS DO PARAacute 14000 SANTA MARIA DO PARAacute 480

MOJU 12185 BAGRE 420

BARCARENA 12000 ANAPU 390

TUCURUIacute 11500 IGARAPEacute-ACcedilU 300

SANTA ISABEL DO PARAacute 6200 MARACANAtilde 275

PORTEL 4800 ALTAMIRA 240

CURRALINHO 3000 CAPITAtildeO POCcedilO 187

GURUPAacute 2812 PACAJAacute 180

SANTO ANTOcircNIO DO TAUAacute 2500 PRAINHA 156IRITUIA 2340 S FRANCISCO DO PARA 120

BREU BRANCO 1800 NOVO PROGRESSO 100

CACHOEIRA DO ARARI 1540 VISEU 60

BREVES 1500 MEDICILAcircNDIA 50

S SEBASTIAtildeO DA BVISTA 1500 FARO 28

MUANAacute 1332 AUGUSTO CORREA 24

O arranjo produtivo de polpa de frutas paraense eacute heterogecircneo em tamanho com

predominacircncia de microempresas em tecnologia de modo que apenas oito empresaspossuem tecnologia de pasteurizaccedilatildeo na diversificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo de produto a

maioria das empresas processa apenas accedilaiacute e ainda no grau de inserccedilatildeo nos mercados

local nacional e internacional (Santana et al 2006)

O principal produto industrial eacute a polpa de accedilaiacute pasteurizada eou congelada Em

menor escala existem os blends que eacute o accedilaiacute misturado com guaranaacute banana morango

e etc accedilaiacute em poacute geleacuteia licor vinho neacutectar suco bombons sorvetes cafeacute etc

(Santana et al 2006)

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224 Dificuldades das agroinduacutestrias

Silva em seu trabalho O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das

agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute 2004 fez um levantamento das

dificuldades que as empresas enfrentam Os entrevistados principalmente das empresas

que soacute produzem a polpa de accedilaiacute afirmam que caso dispusessem de cacircmaras de

congelamento e armazenamento e pasteurizadores natildeo haveria necessidade de sair do

Estado do Paraacute no periacuteodo da entressafra (coincidente com o veratildeo do Sudeste e Sul do

Brasil e com o periacuteodo de feacuterias e carnaval quando haacute elevaccedilatildeo da demanda de polpa de

accedilaiacute) pois teriam produtos em estoque originando mais receitas empregos e tributos

em acircmbito estadual ainda seriam mais competitivas pois ldquovecircem o accedilaiacute do Paraacute como

imbatiacutevel no mercadordquo

Os entrevistados por Silva 2004 citaram tambeacutem suas necessidades de

qualificaccedilatildeo de matildeo-de-obra nas aacutereas de produccedilatildeo manipulaccedilatildeo de alimentos e

administrativa Outra dificuldade enfrentada pelas empresas de polpa de frutas do

Estado do Paraacute eacute a falta de uma interaccedilatildeo mais permanente com o sistema de creacutedito

pois do total de empresas entrevistadas 769 natildeo obtiveram creacutedito de curto prazo

(capital de giro) nos uacuteltimos cinco anos e 50 tambeacutem natildeo obtiveram creacutedito ou

financiamento de longo prazo (projeto incentivado creacutedito para investimento como a

compra de equipamentos e outros) ou seja natildeo acessaram recursos por um periacuteodo

maior do que trecircs anos

Andrade et al 2008 afirmam que os gargalos da produccedilatildeo de polpa de accedilaiacute estatildeo

relacionados ao desempenho na aacuterea da gestatildeo principalmente para a melhoria das

habilidades de negociaccedilatildeo e teacutecnicas de venda pois o processo de comercializaccedilatildeo

nestes municiacutepios ainda eacute bastante complexo sendo considerado como um dos

principais entraves junto agrave falta de recursos dos produtores Destacam-se tambeacutem as

dificuldades de infra-estrutura no transporte que inviabilizam em muito o intuito de seatingir um bom planejamento da produccedilatildeo

Limal et al 2008 tambeacutem ressalta problemas logiacutesticos poreacutem relacionados ao

do produtor de accedilaiacute para as induacutestrias Para os autores a logiacutestica eacute bastante deficitaacuteria

uma vez que a venda do produto depende em grande escala das embarcaccedilotildees que

fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos do frete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores

Tais fatores encarecem o custo do produto que recai sobre o consumidor

Segundo informaccedilotildees obtidas em pesquisa de campo o transporte fluvial eacuterealizado pelas embarcaccedilotildees dos proacuteprios ribeirinhos ndash aqueles que tiverem condiccedilotildees

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29

23 Logiacutestica

De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de

planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de

mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde

o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias

dos clientes (CSCMP2010)

A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do

transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto

procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)

Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees

praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de

entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se

concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da

rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees

possiacuteveis (Bowersox et al (2001)

Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes

questotildees

bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao

cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por

exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta

definiccedilatildeo

bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais

baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o

nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de

atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas

instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de

centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado

tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e

programaccedilatildeo de transportadores

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30

Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o

serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo

possiacutevel

Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por

uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a

montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal

de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto

passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele

condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a

partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais

estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos

Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer

deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela

movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para

suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da

produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o

mercado consumidor

A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs

aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a

distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas

referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais

e produtos (Costa 2002)

Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais

devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de

suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em

termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da

qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda

determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos

e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas

e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)

Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor

nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede

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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades

de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de

mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)

Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias

em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades

tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de

veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees

Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de

facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de

facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)

Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda

estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem

nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto

neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de

hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo

possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo

puramente extrativista

232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional

O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees

geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios

entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de

transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de

transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)

De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades

envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos

de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo

Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos

por quais facilidades para minimizar o custo total

Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa

Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote

e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura

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33

Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al

(2008) eacute utilizado no estudo

O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de

lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na

Figura 4

Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)

No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam

para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou

armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados

Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com

pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que

manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas

Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que

o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao

cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais

adequados

A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que

as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste

trabalho de conclusatildeo de curso

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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de

facilidades

O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de

diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes

espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui

manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e

estoque de produtos

Notaccedilotildees utilizadas no modelo

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW

LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k

isin LP

P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P

LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento

LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta

LP c e LP o satildeo definidos analogamente

Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada

capacidade do armazeacutem j no tempo t

capacidade da planta k no tempo t

Tem-se ainda

demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t

Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso

definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das

facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque

Para isin LW

o e isin T

custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T

Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo e fechamento

Para isin LW c

custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento

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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP

custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no

periacuteodo t

custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t

custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo

t+1

custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i

Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)

Para isin LW o e isin T

= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c

= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento

= 0 caso contraacuterio

eacute definido analogamente

Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j

no periacuteodo t

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k

no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i

periacuteodo t

estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t

Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda

≔ 1 991270 isin LW o

991270 isin

LW c

Funccedilatildeo Objetivo

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Min =

isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)

Sujeito a

+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)

isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)

leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)

+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)

le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)

isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)

isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)

0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)

isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)

A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que

os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e

que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de

produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1

(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de

produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave

parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t

enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute

existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo

As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de

plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o

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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver

pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento

A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e

(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo

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PampE

A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca

investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da

Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo

MEP e ITP

O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)

possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37

ou 38 induacutestrias

Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos

mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que

apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada

O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90

estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo

(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o

fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos

Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega

ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros

ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da

bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria

A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador

individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra

clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a

Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a

Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO

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ITS e ITT

Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento

bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola

Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo

incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para

fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que

comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)

que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)

produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute

Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual

proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada

Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos

de bebida agrave base de accedilaiacute

No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com

qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no

Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos

32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo

matemaacutetico

Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com

pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute

para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos

simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por

exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados

histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da

demanda

a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas

Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi

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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute

cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo

porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m

um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para

as cidades

Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se

como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a

Tabela 5

Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS

AacuteREA (ha)

DESTINADA A COLHEITA COLHIDA

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500

BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000

BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064

CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320

IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840

MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000

MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148

TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600

TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150

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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000

UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998

AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600

ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200

ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500

MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000

OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185

UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000

OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000

UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000

Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem

devido a falhas nas coletas dos dados

Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute

ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o

periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A

divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas

cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado

amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a

safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo

Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do

Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute

2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas

20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais

de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute

aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano

A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que

acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos

Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou

R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos

satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial

consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa

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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da

Tabela 7

Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007

Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007

Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de

accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os

coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando

tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a

produccedilatildeo inicia desde o 1o ano

Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146

Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848

Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788

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45

Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico

plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute

existente

De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de

custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois

hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende

para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo

numa estimativa de seus gastos de transporte

Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo

utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa

Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela

9

Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167

Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109

c) Demanda dos Beneficiadores

Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade

maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente

pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da

capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de

chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena

de perda dos frutos

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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte

Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos

frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de

confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O

transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h

tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na

tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios

chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que

entregam para as empresas beneficiadoras locais

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio

transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista

ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a

12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200

Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$

050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo

compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma

de R$100 a $150 ao preccedilo

e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme

Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido

ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o

transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de

pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem

considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de

heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os

custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa

margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o

investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano

(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas

propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio

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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre

quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para

efeitos de expansatildeo

f) Manejo de accedilaizais nativos

O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo

uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia

Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano

o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute

positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute

maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de

produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo

g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores

De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a

localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados

individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em

uma tabela como a Tabela 10 abaixo

Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo

h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos

Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e

8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de

produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser

considerados os mesmos para cada tipo de produto

i) Demanda

O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores

para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas

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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009

AnoToneladas

Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo

2001 11784300 852700 39500

2002 13055900 1123100 113651

2003 16361500 2259700 273000

2004 17710200 2963600 504100

2005 20473000 4709800 565700

2006 24493100 5837900 668100

2007 24717300 6516200 923500

2008 27100000 7300000 1173500

2009 29800000 8020000 1250780

A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12

Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3

A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10

j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa

em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer

(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel

tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo

do cliente

O trajeto varia entre 80 e 240 km

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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores

Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas

Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas

Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo

desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o

Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das

maiores exportadoras a empresa DaFruta

33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute

Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia

representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)

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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute

Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores

beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em

cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme

Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras

uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo

apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)

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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo

do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees

Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo

Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea

1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t

2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado

Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme

3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo

t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de

implantaccedilatildeo

4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe

5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele

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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes

6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo

que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia

7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a

capacidade de processamento

8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo

9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no

periacuteodo atual

10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida

O modelo matemaacutetico

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB

LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por

k isin LP

LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio

do planejamento

LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista

LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme

indexados por l isin LT

LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo

LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme

P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por

p isin P

Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm

capacidade limitada

Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea

capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em

quilogramas de fruto por hectare

aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP

Para

isin LP o e

isin T

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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo

custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare

Para isin LP c

custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare

O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque

consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita

custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo

t

Dados referentes aos cultivos em terra firme

capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado

em quilogramas de fruto por hectare

Para isin LT c

aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de

planejamento

Para isin LT o

nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme

no spot l

qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares

e qe =5 Tem-se que

Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20

hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para

evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear

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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j

Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)

Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no

periacuteodo t em kg

quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no

periacuteodo t em kg

produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg

accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg

accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t

accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t

produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t

estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t

Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas

Para isin LPo

= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo

= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io

Variaacuteveis auxiliares

= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no

periacuteodo t

A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma

dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

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12

se aplicam a diferentes objetivos cada uma delas reflete um niacutevel de anaacutelise do Sistema

Agroindustrial

Sistema Agroindustrial (SAI) eacute o conjunto de atividades que concorrem para a

produccedilatildeo de produtos agroindustriais desde a produccedilatildeo dos insumos (sementes adubos

maacutequinas agriacutecolas etc) ateacute a chegada do produto final (queijo polpas de frutas massas

etc) na mesa do consumidor Natildeo estaacute associado a qualquer mateacuteria-prima agropecuaacuteria

ou produto final especiacutefico (Batalha apud Rosa 2003) O SAI eacute composto por seis

conjuntos de atores agricultura pecuaacuteria e pesca induacutestrias agroalimentares

distribuiccedilatildeo agriacutecola e alimentar comeacutercio internacional consumidor induacutestrias e

serviccedilos de apoio (Costa 2002)

Complexo agroindustrial (CAI) tem como ponto de partida determinada mateacuteria-

prima A arquitetura de um complexo agroindustrial eacute tida pela ldquoexplosatildeordquo da mateacuteria-

prima principal que o originou segundo os diferentes processos industriais e comerciais

que ela pode sofrer ateacute se transformar em diferentes produtos finais A formaccedilatildeo de um

CAI exige a participaccedilatildeo de um conjunto de cadeias de produccedilatildeo cada uma delas

associada a um produto ou famiacutelia de produtos (Batalha apud Costa 2002)

Jaacute a cadeia de produccedilatildeo agroindustrial (CPA) eacute definida a partir da identificaccedilatildeo

de determinado produto final Apoacutes esta identificaccedilatildeo conveacutem ir encadeando de

jusante a montante as vaacuterias operaccedilotildees teacutecnicas comerciais e logiacutesticas necessaacuterias a

sua produccedilatildeo (Rosa 2003)

De acordo com Alves (1997) apud Costa (2002) a CPA pode ser segmentada

em trecircs macro-segmentos

a) Comercializaccedilatildeo representando as empresas que estatildeo em contato com o

cliente final da cadeia de produccedilatildeo e que viabilizam o consumo e o comeacutercio dos

produtos finais (supermercados mercearias restaurantes cantinas etc) Podem

ser incluiacutedas tambeacutem neste macro-segmento as empresas responsaacuteveis somentepela logiacutestica de distribuiccedilatildeo

b) Industrializaccedilatildeo representando as firmas responsaacuteveis pela transformaccedilatildeo das

mateacuterias-primas em produtos finais destinados ao consumidor O consumidor

pode ser uma unidade familiar ou uma agroinduacutestria

c) Produccedilatildeo de mateacuterias-primas reunindo as firmas que fornecem as mateacuterias-

primas iniciais para que outras empresas avancem no processo de produccedilatildeo do

produto final (agricultura pecuaacuteria pesca etc)

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Batalha apud Costa 2002 afirma que o termo agronegoacutecio deve vir

acompanhado de um delimitador O enfoque pode partir do mais global (agronegoacutecio

brasileiro) ao mais especiacutefico (agronegoacutecio da soja ou do suco de laranja)

211 Agronegoacutecio no Brasil

O Brasil eacute um dos liacutederes mundiais na produccedilatildeo e exportaccedilatildeo de vaacuterios produtos

agropecuaacuterios eacute o primeiro produtor e exportador de cafeacute accediluacutecar e suco de laranja

Lidera ainda o ranking das vendas externas de aacutelcool soja carne bovina carne de

frango e tabaco (Andriguetto et al 2008)

As projeccedilotildees indicam que o Brasil tambeacutem seraacute em pouco tempo o principal

poacutelo mundial de produccedilatildeo de algodatildeo e biocombustiacuteveis feitos a partir de cana-de-

accediluacutecar e oacuteleos vegetais Outros destaques satildeo milho arroz frutas frescas cacau

castanhas nozes aleacutem de suiacutenos e pescados (Andriguetto et al 2008)

O agronegoacutecio brasileiro emprega atualmente 177 milhotildees de trabalhadores

somente no campo e eacute hoje a principal locomotiva da economia brasileira respondendo

por 235 do Produto Interno Bruto (PIB) 36 das exportaccedilotildees totais e 37 dos

empregos brasileiros Nos uacuteltimos anos poucos paiacuteses tiveram crescimento tatildeo

expressivo no comeacutercio internacional do agronegoacutecio quanto o Brasil (Andriguetto et

al 2008)

Ao mesmo tempo em que se expande o agronegoacutecio brasileiro sofre um

processo crescente de integraccedilatildeo ao mercado com mudanccedilas em suas estrateacutegias de

produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo Segundo Alves apud Costa 2002 isso acontece devido ao fato

de que haacute um aumento na preocupaccedilatildeo com a qualidade dos alimentos Aleacutem disso os

produtores tecircm procurado ampliar a sua linha de produtos com maior valor agregado e

adequar suas formas organizacionais agraves necessidades do mercado que estaacute aquecido

devido agrave presenccedila de novos haacutebitos de consumo alimentar (Costa 2002)Todos os fatores acima descritos vecircm forccedilando os produtores agriacutecolas a

tentarem reduzir custos de produccedilatildeo e de distribuiccedilatildeo Dessa forma a competitividade

no setor agroindustrial depende cada vez mais da sua inserccedilatildeo na cadeia de suprimento

a reduccedilatildeo de custos unitaacuterios e o aumento da produtividade global do setor demandam

maior ecircnfase em tecnologias de poacutes-colheita e de processamento em fatores que afetam

os tempos e custos de transporte e armazenamento e ainda em serviccedilos de apoio que

agilizem a movimentaccedilatildeo fiacutesica dos produtos e o acesso a informaccedilotildees relacionadas aosnegoacutecios (Costa 2002)

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O Brasil eacute um dos trecircs maiores produtores de frutas do mundo ficando somente

atraacutes da China e Iacutendia representando cerca de 5 da produccedilatildeo mundial Sua produccedilatildeo

superou 40 milhotildees de toneladas em 2008 (Agecircncia Sebrae 2009) A proacutexima seccedilatildeo

discutiraacute brevemente a agroinduacutestria de frutas no paiacutes

212 Agroinduacutestria de frutas no Brasil

Embora seja um dos maiores exportadores de frutas do mundo a carecircncia em

marketing do setor frutiacutecola dificulta a expansatildeo comercial da fruta brasileira uma vez

que existe baixo conhecimento da maioria das frutas tropicais no mercado internacional

Apesar disso nos uacuteltimos 14 anos o Brasil aumentou em mais de 11 vezes as

exportaccedilotildees de frutas frescas passando de US$ 54 milhotildees no iniacutecio da deacutecada de 1990

para mais de US$ 642 milhotildees no ano de 2007 (919 mil toneladas) Somando-se as

frutas secas e castanhas de caju foram exportadas um milhatildeo de toneladas equivalente

a US$ 9677 milhotildees (Andriguetto et al 2008)

Jaacute o processamento de sucos de fruta estaacute em franca expansatildeo ocupando papel

de relevacircncia no agronegoacutecio mundial com destaque para os paiacuteses em

desenvolvimento que satildeo responsaacuteveis pela metade das exportaccedilotildees mundiais A

demanda atual eacute crescente para sucos e polpas de frutas tropicais principalmente de

abacaxi maracujaacute manga e banana que satildeo responsaacuteveis pela maioria das exportaccedilotildees

(Andriguetto et al 2008)

Poreacutem desde meados da deacutecada de 90 a polpa de accedilaiacute ganhou espaccedilo na miacutedia

nacional e internacional aumentando a demanda do produto como estaacute exposto na

Tabela 1 A conversatildeo do fruto em polpa eacute em meacutedia de 223 kg de frutos para 10 kg

de polpa

Tabela 1 Balanccedilo entre oferta de frutos e demanda de polpa de accedilaiacute do Estado do Paraacute no periacuteodode 2001 a 2005 Fonte (Santana et al 2006)

Demanda de polpa e vinho de accedilaiacute

Ano

Ofertade frutode accedilaiacute

(t)

Oferta depolpa

aproximada

Mercado do

Paraacute (t)

Mercadonacional

(t)

MercadoInternacional

(t)

DemandaTotal(t)

2001 118302 53050224 117843 8527 395 126765

2002 364879 163622870 130559 11231 1060 142850

2003 392130 175843049 163615 22597 2119 188331

2004 454071 203619283 177102 29636 3622 210360

2005 505094 226499552 204730 47098 5138 256966

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A expansatildeo gradativa do mercado de frutas processadas tem se caracterizando

por uma seacuterie de fatores dentre os quais a preocupaccedilatildeo de consumidores com a sauacutede o

que resulta em aumento da procura e consumo de produtos naturais com pouco ou

nenhum aditivo quiacutemico A quantidade exportada de sucos de frutas em 2007 foi de

237 milhotildees de doacutelares relativos a 216 milhotildees de toneladas sendo 5126 maior que

em 2006 e 100 maior que em 2005(Andriguetto et al 2008)

Segundo Barros apud Silva 2004 as polpas de frutas mostram-se como uma

oportunidade para o Brasil pois existe o potencial de se transformar no novo produto

que ampliaraacute a participaccedilatildeo brasileira no setor externo No Brasil um caso em grande

expansatildeo que merece atenccedilatildeo eacute a agroinduacutestria do accedilaiacute no Estado do Paraacute responsaacutevel

pela produccedilatildeo de 95 do fruto (Silva 2004) A Tabela 2 no proacuteximo toacutepico mostra o

crescimento da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute

Na proacutexima seccedilatildeo apresentamos uma descriccedilatildeo sucinta da agroinduacutestria de

frutas tropicais no Paraacute

213 Agroinduacutestria de frutas no Paraacute

A regiatildeo Norte reuacutene condiccedilotildees favoraacuteveis para o desenvolvimento das

agroinduacutestrias de frutas pois apresenta grande variedade de fruteiras extrativas proacuteprias

da regiatildeo e solo e clima que permitem a exploraccedilatildeo de fruteiras tiacutepicas de aacutereas tropicais

(Silva 2006)

O Paraacute aparece como um dos maiores produtores brasileiros de frutas da uacuteltima

deacutecada destacando-se pelas produccedilotildees de abacaxi banana coco e laranja e em menor

escala de maracujaacute mamatildeo limatildeo e acerola aleacutem das frutas regionais (exoacuteticas) como

o accedilaiacute bacuri cupuaccedilu taperebaacute e muruci que a cada ano ganham mais mercado o que

favorece os empreendimentos do setor frutiacutecola(Silva 2004)

O Estado do Paraacute eacute hoje responsaacutevel por 95 da produccedilatildeo de accedilaiacute no Brasil edevido a sua importacircncia cultural o accedilaiacute transformou-se atraveacutes de lei na bebida e fruta

siacutembolo do estado do Paraacute e agora passou a ser priorizado como produto econocircmico

capaz de gerar renda para a populaccedilatildeo local e divisas para o paiacutes (Andrade et al 2008)

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Tabela 2 Evoluccedilatildeo da aacuterea colhida produccedilatildeo rendimento e preccedilo do accedilaiacute no Estado do Paraacute 1996 a2009

Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute

ANOAacuteREA

PLANTADA

(haacute)

AacuteREACOLHIDA

(haacute)

QUANTIDADECULTIVADA ( t )

QUANTIDADEEXTRATIVA ( t )

QUANTIDADETOTAL

PRODUZIDA ( t )

RENDIMENTO(thaacute)

PRECcedilO(R$t)

1996 1054 10366 103698 114064 9835 469791997 933 7913 92021 99934 8481 350841998 852 7278 110557 117835 8542 412271999 690 4662 107663 112325 6757 472862000 727 5207 112676 117883 7162 499352001 627 4558 113744 118302 7270 558992002 16115 242557 122322 364879 15052 642082003 3097 18479 257282 134848 392130 13923 686982004 8593 26671 363428 90643 454071 13626 699962005 6297 34203 415921 89173 505094 12160

2006 8041 49455 472040 88551 560591 95452007 5249 51545 497591 93788 591379 96542008 59202 59202 581290 100202 681492 98192009 61814 61814 604805 104354 709159 9784

A induacutestria de suco e polpa de frutas regionais para exportaccedilatildeo teve como

pioneira a Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-Accedilu (CAMTA) fundada no ano de

1949 Em 1988 foi concluiacuteda a faacutebrica de sucos da Associaccedilatildeo de Fomento Agriacutecola de

Tomeacute-Accedilu (ASFATA) fundada em 1981 que passou para a administraccedilatildeo da CAMTA

em 1991 A agroinduacutestria de sucos e concentrados de frutas regionais foi uma das que

mais cresceu nos uacuteltimos dez anos (Homma 2003)

O Estado do Paraacute possui hoje cerca das 140 empresas produtoras de polpa de

frutas distribuiacutedas em todo o estado poreacutem as regiotildees Metropolitana de Beleacutem e

Nordeste Paraense concentram cerca de 82 do total das unidades (Brasil apud Silva

2004) Entretanto a mesorregiatildeo do Marajoacute eacute a que concentra a maior produccedilatildeo de

fruto detendo cerca de 80 da produccedilatildeo Para melhor visualizaccedilatildeo veja a Figura 1

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Figura 1Mesorregiotildees do Estado do Paraacute Fonte Silva 2004

No primeiro semestre de 2004 a produccedilatildeo exportada do mix de polpa de frutas

atingiu o valor de US$ 504 milhotildees com uma evoluccedilatildeo de 2447 em relaccedilatildeo ao

mesmo periacuteodo de 2003 Desse total apenas 75 da produccedilatildeo de polpa de frutas

regional foi exportado para os Estados Unidos e alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeacuteia e

Aacutesia o maior percentual de exportaccedilatildeo (755) ficou com o mercado nacional e o

restante (17) foi absorvido pelo mercado local (Santana apud Silva2004)A agroinduacutestria de frutas destaca-se como uma atividade estrateacutegica para o

desenvolvimento de regiotildees produtoras na aacuterea de fruticultura uma vez que tem elevada

capacidade de gerar emprego e renda e criar uma demanda estaacutevel para a produccedilatildeo de

frutas jaacute que apresenta um grande potencial de agregaccedilatildeo de valor aos produtos

primaacuterios a partir do processamento e elaboraccedilatildeo de sucos polpas e doces aleacutem de

promover a induccedilatildeo e difusatildeo de tecnologia no meio rural (Silva 2006)

Por sua vez o accedilaiacute lidera o mercado da fruticultura nacional a exportaccedilatildeo chegaa 500 mil toneladasano O crescimento do interesse nacional e internacional pelo suco

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do fruto entretanto fez com que o preccedilo do produto aumentasse para o consumidor

(SAGRI 2010)

22 O Accedilaiacute

221 O accedilaizeiro

O accedilaizeiro ( Euterpe oleracea Mart) planta pertencente agrave ordem dos Arecales

ao gecircnero Euterpe da famiacutelia Palmae eacute uma palmeira nativa da Amazocircnia abundante

nas aacutereas de vaacuterzeas da regiatildeo Para os nativos essa palmeira representa uma importante

fonte natural de recursos Poullet apud Padilha et al afirma que o accedilaiacute eacute um dos

produtos mais importantes da vida alimentar e cultural da populaccedilatildeo regional Rogez

apud Padilha et al(2000) por sua vez considera o accedilaizeiro a palmeira mais produtiva

do ecossistema que abriga a populaccedilatildeo do delta do Amazonas

Os accedilaizais nativos nas aacutereas de vaacuterzeas satildeo encontrados no estuaacuterio dos rios

Tocantins Paraacute e Amazonas Nas vaacuterzeas o manejo dos accedilaizais nativos tem

promovido a derrubada verde sem queima para construccedilatildeo de canais para facilitar a

drenagem da aacutegua inundada com grande movimentaccedilatildeo de canoas e barcos para o

transporte de frutos com seacuterias consequumlecircncias para flora e fauna (Homma et al 2006)

O manejo consiste em aumentar a populaccedilatildeo de accedilaizeiros que ocorrem

naturalmente na floresta de vaacuterzea Com essa teacutecninca a produtividade do accedilaizeiro

dobra de 42 tha para 84 tha de frutos Baseia-se na eliminaccedilatildeo das plantas de espeacutecies

arbustivas e arboacutereas de baixo valor comercial cujos espaccedilos livres satildeo ocupados por

plantas de accedilaizeiros oriundas de sementes que germinam espontaneamente de mudas

preparadas ou transplantadas das proximidades e por outras espeacutecies produzidas

especialmente para esse fim (Embrapa)

A vantagem da teacutecnica de manejo eacute que natildeo exige investimento em infra-

estrutura consistindo na realizaccedilatildeo das seguintes praacuteticas limpeza da aacuterea (roccedilagem davegetaccedilatildeo de menor porte e eliminaccedilatildeo de parte das aacutervores maiores) desbastes dos

perfilhosestipes das touceiras de baixo vigor vegetativo preparoaquisiccedilatildeo e plantio de

mudas de accedilaizeiros frutiacuteferas e florestais manutenccedilatildeo do accedilaizal (Embrapa)

A importacircncia socioeconocircmica do accedilaizeiro decorre do seu enorme potencial de

aproveitamento integral de mateacuteria-prima O principal aproveitamento eacute a extraccedilatildeo do

accedilaiacute mas as sementes (caroccedilos) do accedilaizeiro satildeo aproveitadas no artesanato e como

adubo orgacircnico A planta fornece ainda um oacutetimo palmito e as suas folhas satildeo utilizadaspara cobertura de casas dos habitantes do interior da regiatildeo (Homma 2006) De acordo

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com Padilha et al existe ainda um outro uso uma vez que a a produccedilatildeo de polpa varia

em torno de apenas 5 a 15 do volume do fruto haacute uma grande quantidade de resiacuteduos

gerados no processamento que pode ser empregado para geraccedilatildeo de energia teacutermica e

eleacutetrica

Poreacutem para a populaccedilatildeo ribeirinha a possibilidade mais lucrativa proporcionada

pelo accedilaizeiro eacute a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de seu fruto in natura A produccedilatildeo de

frutos para o mercado local eacute uma atividade de baixo custo e de excelente rentabilidade

econocircmica (Homma 2006)

222 O fruto

O accedilaiacute ateacute o final do seacuteculo XX era considerado um produto da alimentaccedilatildeo

baacutesica das populaccedilotildees ribeirinhas e das camadas de baixa renda dos centros urbanos da

economia Amazocircnica onde eacute consumido com farinha de mandioca e peixe entre

outros A produccedilatildeo do accedilaiacute era ateacute entatildeo predominantemente extrativista objetivando o

consumo domeacutestico com pouca venda de excedente (Santana et al 2006)

No entanto desde meados da deacutecada de 90 as academias de ginaacutestica

descobriram o fruto e seu alto valor energeacutetico o que fez com que o accedilaiacute ganhasse

espaccedilo na miacutedia nacional e internacional A demanda do produto aumentou entatildeo

intensamente uma vez que as camadas de maior poder aquisitivo tambeacutem passaram a

consumiacute-lo (Santana et al 2006)

Este aumento pode ser atribuiacutedo agraves propriedades nutricionais e valor caloacuterico do

accedilaiacute uma vez que eacute um alimento rico em proteiacutenas fibras lipiacutedios vitamina E e

minerais como manganecircs cobre boro e cromo Aleacutem disso o accedilaiacute possui um elevado

teor de pigmentos antocianinas que satildeo beneacuteficos agrave sauacutede pois favorecem a circulaccedilatildeo

sanguumliacutenea e protegem o organismo contra a arteriosclerose (Alexandre et al2004)

A demanda pelo accedilaiacute estaacute em alta o produto tem boas possibilidades demercado principalmente no Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia Goiaacutes e na Regiatildeo

Nordeste No Rio de Janeiro o accedilaiacute eacute oferecido nas praias e se tornou muito popular

entre os adeptos da cultura da sauacutede e entre os frequumlentadores de academias Eacute

tambeacutem vendido diretamente ao consumidor e comeccedila a ganhar popularidade entre os

nativos e turistas Eacute estimado que no Rio de Janeiro sejam consumidas 500

toneladasmecircs em Satildeo Paulo 150 toneladasmecircs e outros Estados somam 200

toneladasmecircs Nesses locais em alguns pontos de venda o que se consome eacute o accedilaiacute

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fino que misturado com outros produtos perde o gosto o odor e ateacute o valor caloacuterico da

fruta (Homma 2006)

Em 2000 iniciou-se a exportaccedilatildeo de polpa congelada de accedilaiacute para os Estados

Unidos e para a Itaacutelia Esse mercado externo cresceu 20 ao ano de 2003 a 2006 com a

comercializaccedilatildeo do accedilaiacute concentrado em latas e com a popularizaccedilatildeo da mistura com

diversas outras frutas feitas em academias de ginaacutestica (Homma 2006)

A partir de 2002 observou-se o aumento da aacuterea colhida com accedilaiacute que se

manifesta num salto de 16115 ha (2002) para 26671 ha (2004) ou seja uma taxa de

crescimento de 6550 num periacuteodo de trecircs anos (Santana et al 2006)

Essa significativa taxa meacutedia de crescimento da aacuterea colhida do accedilaiacute pode

significar uma resposta dos produtores ao crescimento da demanda pelo fruto do accedilaiacute

nos uacuteltimos anos De fato o crescimento da demanda regional nacional e mesmo

internacional do accedilaiacute pode estar induzindo os produtores rurais a aumentarem aacuterea

plantada do accedilaiacute A expansatildeo da aacuterea colhida indica o grande interesse dos produtores

rurais quanto agrave necessidade da formaccedilatildeo de uma base produtiva de cultivo do accedilaiacute como

condiccedilatildeo baacutesica para a atraccedilatildeo de agroinduacutestrias de processamento (Santana et al

2006)

Assim crecirc-se que estaacute em curso uma mudanccedila do padratildeo agriacutecola da fruticultura

do Paraacute de uma base produtiva extrativa para uma base produtiva de cultivo Poreacutem

uma mudanccedila desse tipo requer uma seacuterie de adaptaccedilotildees de natureza agronocircmica

sobretudo quanto ao controle de pragas e doenccedilas que podem se manifestar nos cultivos

de grande escala(Santana et al 2006)

O crescimento do mercado de polpa do fruto de accedilaiacute tem induzido tambeacutem o

plantio em terra firme (Homma et al 2006) e a implantaccedilatildeo de plantas industriais para

realizar o processamento ou as agroinduacutestrias existentes introduziram o accedilaiacute na linha

de produccedilatildeo visando atender aos mercados externo e interno (Santana et al 2006)O plantio de accedilaizeiro em terra firme apresenta excelente alternativa para a

recuperaccedilatildeo de aacutereas desmatadas como tambeacutem para reduzir a pressatildeo sobre o

ecossistema de vaacuterzea que eacute mais fraacutegil Aleacutem disso o plantio em terra firme apresenta

a vantagem de facilitar o transporte rodoviaacuterio e o beneficiamento sem depender do

transporte fluvial mais lento (Santana et al 2006)

O processamento ou seja as atividades de lavagem pasteurizaccedilatildeo

congelamento e desidrataccedilatildeo em escala industrial tem como vantagens melhorar a

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higiene e a qualidade do produto reduzindo ao maacuteximo os riscos de contaminaccedilatildeo

microbioloacutegica (Homma et al 2006)

O processo de obtenccedilatildeo da polpa de accedilaiacute consiste em imergir o fruto em aacutegua

morna por tempo determinado a fim de amolecer o mesocarpo antes do despolpamento

Apoacutes o amolecimento o despolpamento eacute realizado com o auxiacutelio de maacutequinas

mecacircnicas eleacutetricas ou manualmente com ou sem adiccedilatildeo de aacutegua Em seguida o

produto obtido passa por uma peneira de forma a obter a polpa para consumo

(Alexandre et al2004)

Os produtos obtidos do fruto do accedilaiacute satildeo classificados de acordo com a adiccedilatildeo

ou natildeo de aacutegua e seus quantitativos ou seja a porcentagem de soacutelidos totais Assim os

produtos incluem

bull polpa de accedilaiacute polpa extraiacuteda sem adiccedilatildeo de aacutegua e sem filtraccedilatildeo

bull accedilaiacute grosso ou especial polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

com soacutelidos totais acima de 14

bull accedilaiacute meacutedio ou regular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

com soacutelidos totais entre 11 e 14

bull accedilaiacute fino ou popular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

apresentando soacutelidos totais entre 8 e 11 (Alexandre et al2004)

O accedilaiacute eacute altamente pereciacutevel o seu tempo maacuteximo de conservaccedilatildeo mesmo sob

refrigeraccedilatildeo eacute de 12 horas O fator responsaacutevel por esta alta perecibilidade eacute a elevada

carga microbiana juntamente com a degradaccedilatildeo enzimaacutetica responsaacuteveis pelas

alteraccedilotildees de cor e aparecimento do sabor azedo Atualmente a conservaccedilatildeo da polpa

de accedilaiacute eacute feita pelo processo de congelamento (Alexandre et al2004)

223 Agroinduacutestrias

Tendo como marco referencial a entrada em funcionamento da faacutebrica de

beneficiamento de polpa de frutas da CAMTA em 1991 a agroinduacutestria de frutas do

Estado do Paraacute teve um grande crescimento a partir da deacutecada de 90 As primeiras frutas

que tiveram seu processo de beneficiamento foram o maracujaacute cupuaccedilu e acerola

Posteriormente foram incluiacutedas a laranja accedilaiacute graviola carambola goiaba cajaacute

manga bacuri muruci e abacaxi (Homma 2002)

A Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-accediluacute ndash CAMTA destacava-se como uma

das principais compradoras dos consoacutercios produtores de accedilaiacute da regiatildeo negociando

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preccedilos diferentes entre os municiacutepios Estas negociaccedilotildees acirravam a concorrecircncia entre

os produtores e consequumlentemente deixava os preccedilos abaixo do mercado Esta praacutetica

prejudicava igualmente a todos os produtores (Homma 2002)

Nesse contexto a FASEAmazocircnia exerceu papel fundamental suscitando as

discussotildees sobre a criaccedilatildeo de um consoacutercio de produtores que pudessem negociar como

as empresas processadoras do fruto produccedilatildeo em escala ampliada a preccedilos melhores e

mais estaacuteveis (Soares e Costa 2005) A FASE eacute uma organizaccedilatildeo natildeo governamental

sem fins lucrativos que atua em seis estados brasileiros e tem sua sede nacional no Rio

de Janeiro Desde suas origens esteve comprometida com o trabalho de organizaccedilatildeo e

desenvolvimento local comunitaacuterio e associativo (FASE 2010)

Em 2000 o consoacutercio foi estruturado entre os municiacutepios de Abaetetuba

Barcarena Igarapeacute-Miri e Cametaacute (Soares e Costa 2005)

Em Abaetetuba a principal organizaccedilatildeo eacute a Cooperativa de Fruticultores de

Abaetetuba ndash COFRUTA Em Barcarena como a Associaccedilatildeo dos Batedores de Accedilaiacute de

Barcarena ndash COOPBAB e entidades parceiras com o STR ndash Barcarena Cooperativa da

Colocircnia de Pesca Z-13 e Associaccedilatildeo de Trabalhadores Rurais do Arapajoacute Em Cametaacute

com a Cooperativa de Resistecircncia de Cametaacute ndash CART e entidades parceiras como STR

ndash Cametaacute Colocircnia de Pescadores Z-16 e Associaccedilatildeo de Preservaccedilatildeo do Meio Ambiente

e Igarapeacute-Miri com a Associaccedilatildeo Mutiratildeo dos Trabalhadores Rurais de Igarapeacute-Miri

como as entidades parceiras como a Associaccedilatildeo de Mulheres de Igarapeacute-Miri

Associaccedilatildeo Boa esperanccedila STR ndash Igarapeacute-Miri e AMPRISA Em 2003 o nuacutemero total

de famiacutelias envolvidas no consoacutercio chegou a 919 (Soares e Costa 2005)

Apoacutes a delimitaccedilatildeo das organizaccedilotildees e parcerias para fornecimento do fruto

estas organizaccedilotildees passaram a negociar sua produccedilatildeo em conjunto atraveacutes do consoacutercio

e com preccedilos igualmente vantajosos para todas as entidades O volume comercializado

aumentou significativamente principalmente em funccedilatildeo da popularizaccedilatildeo do frutoaumentando tambeacutem o nuacutemero de empresas processadoras na regiatildeo Atualmente

comercializam com o consoacutercio a Sambazon Fly CAMTA Amazon Fruit Accedilaiacute Brasil

e Amazon Drink(Soares e Costa 2005)

A SAMBAZON destaca-se uma vez que tem exportado o fruto para o mercado

americano e estabelecendo contratos baseado no chamado mercado ldquojustordquo Com a

ampliaccedilatildeo da exportaccedilatildeo e as exigecircncias do mercado americano houve a necessidade de

reconhecimento do accedilaiacute enquanto produto agroecoloacutegico de origem orgacircnica jaacute que suaproduccedilatildeo natildeo utiliza insumos quiacutemicos Em 2003 a agecircncia de certificaccedilatildeo Guaranteed

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Organic Certification Agency ndash GOCA entregou a certificaccedilatildeo as cooperativas e

associaccedilotildees (Soares e Costa 2005)

A SAMBAZON estabeleceu contrato com as organizaccedilotildees para que o primeiro

certificado fosse pago por ela e posteriormente a renovaccedilatildeo ficaria sob

responsabilidade das proacuteprias organizaccedilotildees Segundo Sobrinho 2005 apud Soares e

Costa 2005 no periacuteodo de agosto de 2004 a janeiro de 2005 o preccedilo meacutedio por

tonelada pago aos produtores no comeacutercio justo superou em 25 os preccedilos correntes

praticados pelos atravessadores na regiatildeo (Soares e Costa 2005)

O percurso do accedilaiacute da propriedade ateacute a pedra do municiacutepio eacute feito de barco e eacute

de responsabilidade da cooperativa tais gastos satildeo incluiacutedos integralmente no custo do

produto Poreacutem os gastos com transporte da pedra do municiacutepio ateacute a empresa

processadora satildeo assumidos pela empresa processadora (Soares e Costa 2005)

Os gastos com transporte satildeo proporcionais ao tempo de viagem do setor ateacute a

pedra do municiacutepio As menores distacircncias encontradas entre os setores e a ldquopedrardquo

encontram-se em Barcarena e as maiores distacircncias em Cametaacute (Soares e Costa 2005)

Dessa forma os preccedilos praticados em Barcarena satildeo altos por sua proximidade

com Beleacutem que tem mercado consumidor praticamente garantido E em Cametaacute os

preccedilos praticados satildeo geralmente abaixo da meacutedia dos outros municiacutepios pela maior

distancia (Soares e Costa 2005)

Estima-se que 70 a 80 da polpa de accedilaiacute vendidas no Paiacutes satildeo produzidas no

Paraacute e os maiores compradores satildeo Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia e alguns Estados

do Nordeste

Sabe-se que as induacutestrias processadoras se concentram nas mesorregiotildees

Nordeste Paraense e Metropolitana de Beleacutem Somente em Beleacutem existem 3 mil pontos

de venda de accedilaiacute (Homma 2002) A Figura 2 e a Figura 3 representam as regiotildees do

Nordeste paraense e Metropolitana de Beleacutem respectivamente

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Figura 2 Microrregiotildees do Nordeste paraense Fonte Silva 2004

Figura 3 Mesorregiatildeo metropolitana de Beleacutem Fonte Silva 2004

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A razatildeo para que as duas mesorregiotildees sejam detentoras de maior percentual de

induacutestrias eacute no caso das empresas que fazem mais de um tipo de produto a

proximidade do principal mercado consumidor Beleacutem do Paraacute que vem se habituando

a consumir algumas polpas de frutas amazocircnicas e outras frutas regionais e tropicais na

forma congelada adquiridas nas redes de supermercados sobretudo na entressafra No

caso das empresas uniproduto satildeo as vias de acesso facilitada atraveacutes da BR316 que

interliga as duas mesorregiotildees paraenses com o resto do Paiacutes e assim escoam a

produccedilatildeo da polpa congelada especialmente do accedilaiacute (Silva 2004)

A polpa congelada e mais recentemente a exportaccedilatildeo sob a forma desidratada

ou seja o poacute e sucos pasteurizados apresentam tendecircncias de crescimento e vem

influenciando os produtores do Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins mais precisamente

dos municiacutepios de Cametaacute Igarapeacute-Miri Abaetetuba e Barcarena que neste processo

representam os fornecedores da mateacuteria-prima para as empresas beneficiadoras do

produto que alcanccedilaram o mercado internacional consumidor( Andrade et al2008)

A regiatildeo eacute grande produtora e consumidora de accedilaiacute A cidade de Igarapeacute-Miri

conquistou o tiacutetulo de ldquoCapital Mundial do Accedilaiacuterdquo Ainda a produccedilatildeo desta regiatildeo eacute

reconhecida por ser de alta qualidade seja no rendimento na produccedilatildeo e no sabor da

fruta Os principais produtos ou grupo de produtos gerados pela atividade da fruticultura

no Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins no estado do Paraacute satildeo polpas de frutas como

cupuaccedilu maracujaacute taperebaacute abacaxi e accedilaiacute in natura sendo este uacuteltimo o de maior

importacircncia econocircmica e de maior quantidade de produccedilatildeo (Andrade et al 2008)

A produccedilatildeo dos principais municiacutepios em 2008 pode ser vista na Tabela 3

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Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico daProduccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008

MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)

MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)

2008 2008

TOTAL GERAL581290

IGARAPEacute-MIRI 153000 TAILAcircNDIA 1253

ABAETETUBA 131250 ITUPIRANGA 1200

CAMETAacute 40544 NOVA ESP DO PIRIAacute 1200

ACARAacute 39600 BAIAtildeO 1000

LIMOEIRO DO AJURU 35040 NOVO REPARTIMENTO 1000

BUJARU 30955 PORTO DE MOZ 1000

TOMEacute ACcedilU 24000 ALMEIRIM 720

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 21384 CASTANHAL 634

PONTA DE PEDRAS 14991 VIGIA 500

OEIRAS DO PARAacute 14000 SANTA MARIA DO PARAacute 480

MOJU 12185 BAGRE 420

BARCARENA 12000 ANAPU 390

TUCURUIacute 11500 IGARAPEacute-ACcedilU 300

SANTA ISABEL DO PARAacute 6200 MARACANAtilde 275

PORTEL 4800 ALTAMIRA 240

CURRALINHO 3000 CAPITAtildeO POCcedilO 187

GURUPAacute 2812 PACAJAacute 180

SANTO ANTOcircNIO DO TAUAacute 2500 PRAINHA 156IRITUIA 2340 S FRANCISCO DO PARA 120

BREU BRANCO 1800 NOVO PROGRESSO 100

CACHOEIRA DO ARARI 1540 VISEU 60

BREVES 1500 MEDICILAcircNDIA 50

S SEBASTIAtildeO DA BVISTA 1500 FARO 28

MUANAacute 1332 AUGUSTO CORREA 24

O arranjo produtivo de polpa de frutas paraense eacute heterogecircneo em tamanho com

predominacircncia de microempresas em tecnologia de modo que apenas oito empresaspossuem tecnologia de pasteurizaccedilatildeo na diversificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo de produto a

maioria das empresas processa apenas accedilaiacute e ainda no grau de inserccedilatildeo nos mercados

local nacional e internacional (Santana et al 2006)

O principal produto industrial eacute a polpa de accedilaiacute pasteurizada eou congelada Em

menor escala existem os blends que eacute o accedilaiacute misturado com guaranaacute banana morango

e etc accedilaiacute em poacute geleacuteia licor vinho neacutectar suco bombons sorvetes cafeacute etc

(Santana et al 2006)

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224 Dificuldades das agroinduacutestrias

Silva em seu trabalho O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das

agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute 2004 fez um levantamento das

dificuldades que as empresas enfrentam Os entrevistados principalmente das empresas

que soacute produzem a polpa de accedilaiacute afirmam que caso dispusessem de cacircmaras de

congelamento e armazenamento e pasteurizadores natildeo haveria necessidade de sair do

Estado do Paraacute no periacuteodo da entressafra (coincidente com o veratildeo do Sudeste e Sul do

Brasil e com o periacuteodo de feacuterias e carnaval quando haacute elevaccedilatildeo da demanda de polpa de

accedilaiacute) pois teriam produtos em estoque originando mais receitas empregos e tributos

em acircmbito estadual ainda seriam mais competitivas pois ldquovecircem o accedilaiacute do Paraacute como

imbatiacutevel no mercadordquo

Os entrevistados por Silva 2004 citaram tambeacutem suas necessidades de

qualificaccedilatildeo de matildeo-de-obra nas aacutereas de produccedilatildeo manipulaccedilatildeo de alimentos e

administrativa Outra dificuldade enfrentada pelas empresas de polpa de frutas do

Estado do Paraacute eacute a falta de uma interaccedilatildeo mais permanente com o sistema de creacutedito

pois do total de empresas entrevistadas 769 natildeo obtiveram creacutedito de curto prazo

(capital de giro) nos uacuteltimos cinco anos e 50 tambeacutem natildeo obtiveram creacutedito ou

financiamento de longo prazo (projeto incentivado creacutedito para investimento como a

compra de equipamentos e outros) ou seja natildeo acessaram recursos por um periacuteodo

maior do que trecircs anos

Andrade et al 2008 afirmam que os gargalos da produccedilatildeo de polpa de accedilaiacute estatildeo

relacionados ao desempenho na aacuterea da gestatildeo principalmente para a melhoria das

habilidades de negociaccedilatildeo e teacutecnicas de venda pois o processo de comercializaccedilatildeo

nestes municiacutepios ainda eacute bastante complexo sendo considerado como um dos

principais entraves junto agrave falta de recursos dos produtores Destacam-se tambeacutem as

dificuldades de infra-estrutura no transporte que inviabilizam em muito o intuito de seatingir um bom planejamento da produccedilatildeo

Limal et al 2008 tambeacutem ressalta problemas logiacutesticos poreacutem relacionados ao

do produtor de accedilaiacute para as induacutestrias Para os autores a logiacutestica eacute bastante deficitaacuteria

uma vez que a venda do produto depende em grande escala das embarcaccedilotildees que

fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos do frete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores

Tais fatores encarecem o custo do produto que recai sobre o consumidor

Segundo informaccedilotildees obtidas em pesquisa de campo o transporte fluvial eacuterealizado pelas embarcaccedilotildees dos proacuteprios ribeirinhos ndash aqueles que tiverem condiccedilotildees

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29

23 Logiacutestica

De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de

planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de

mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde

o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias

dos clientes (CSCMP2010)

A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do

transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto

procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)

Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees

praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de

entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se

concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da

rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees

possiacuteveis (Bowersox et al (2001)

Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes

questotildees

bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao

cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por

exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta

definiccedilatildeo

bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais

baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o

nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de

atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas

instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de

centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado

tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e

programaccedilatildeo de transportadores

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30

Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o

serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo

possiacutevel

Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por

uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a

montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal

de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto

passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele

condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a

partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais

estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos

Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer

deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela

movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para

suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da

produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o

mercado consumidor

A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs

aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a

distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas

referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais

e produtos (Costa 2002)

Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais

devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de

suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em

termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da

qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda

determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos

e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas

e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)

Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor

nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede

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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades

de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de

mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)

Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias

em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades

tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de

veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees

Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de

facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de

facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)

Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda

estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem

nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto

neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de

hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo

possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo

puramente extrativista

232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional

O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees

geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios

entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de

transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de

transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)

De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades

envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos

de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo

Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos

por quais facilidades para minimizar o custo total

Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa

Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote

e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura

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33

Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al

(2008) eacute utilizado no estudo

O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de

lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na

Figura 4

Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)

No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam

para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou

armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados

Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com

pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que

manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas

Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que

o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao

cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais

adequados

A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que

as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste

trabalho de conclusatildeo de curso

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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de

facilidades

O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de

diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes

espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui

manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e

estoque de produtos

Notaccedilotildees utilizadas no modelo

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW

LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k

isin LP

P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P

LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento

LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta

LP c e LP o satildeo definidos analogamente

Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada

capacidade do armazeacutem j no tempo t

capacidade da planta k no tempo t

Tem-se ainda

demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t

Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso

definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das

facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque

Para isin LW

o e isin T

custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T

Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo e fechamento

Para isin LW c

custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento

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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP

custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no

periacuteodo t

custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t

custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo

t+1

custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i

Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)

Para isin LW o e isin T

= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c

= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento

= 0 caso contraacuterio

eacute definido analogamente

Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j

no periacuteodo t

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k

no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i

periacuteodo t

estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t

Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda

≔ 1 991270 isin LW o

991270 isin

LW c

Funccedilatildeo Objetivo

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Min =

isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)

Sujeito a

+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)

isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)

leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)

+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)

le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)

isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)

isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)

0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)

isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)

A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que

os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e

que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de

produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1

(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de

produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave

parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t

enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute

existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo

As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de

plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o

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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver

pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento

A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e

(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo

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PampE

A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca

investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da

Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo

MEP e ITP

O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)

possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37

ou 38 induacutestrias

Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos

mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que

apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada

O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90

estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo

(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o

fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos

Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega

ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros

ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da

bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria

A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador

individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra

clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a

Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a

Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO

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ITS e ITT

Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento

bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola

Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo

incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para

fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que

comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)

que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)

produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute

Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual

proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada

Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos

de bebida agrave base de accedilaiacute

No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com

qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no

Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos

32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo

matemaacutetico

Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com

pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute

para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos

simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por

exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados

histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da

demanda

a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas

Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi

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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute

cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo

porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m

um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para

as cidades

Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se

como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a

Tabela 5

Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS

AacuteREA (ha)

DESTINADA A COLHEITA COLHIDA

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500

BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000

BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064

CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320

IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840

MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000

MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148

TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600

TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150

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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000

UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998

AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600

ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200

ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500

MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000

OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185

UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000

OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000

UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000

Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem

devido a falhas nas coletas dos dados

Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute

ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o

periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A

divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas

cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado

amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a

safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo

Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do

Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute

2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas

20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais

de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute

aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano

A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que

acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos

Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou

R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos

satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial

consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa

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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da

Tabela 7

Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007

Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007

Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de

accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os

coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando

tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a

produccedilatildeo inicia desde o 1o ano

Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146

Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848

Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788

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45

Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico

plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute

existente

De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de

custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois

hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende

para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo

numa estimativa de seus gastos de transporte

Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo

utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa

Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela

9

Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167

Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109

c) Demanda dos Beneficiadores

Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade

maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente

pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da

capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de

chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena

de perda dos frutos

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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte

Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos

frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de

confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O

transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h

tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na

tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios

chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que

entregam para as empresas beneficiadoras locais

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio

transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista

ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a

12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200

Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$

050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo

compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma

de R$100 a $150 ao preccedilo

e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme

Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido

ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o

transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de

pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem

considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de

heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os

custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa

margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o

investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano

(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas

propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio

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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre

quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para

efeitos de expansatildeo

f) Manejo de accedilaizais nativos

O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo

uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia

Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano

o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute

positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute

maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de

produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo

g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores

De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a

localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados

individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em

uma tabela como a Tabela 10 abaixo

Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo

h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos

Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e

8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de

produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser

considerados os mesmos para cada tipo de produto

i) Demanda

O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores

para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas

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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009

AnoToneladas

Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo

2001 11784300 852700 39500

2002 13055900 1123100 113651

2003 16361500 2259700 273000

2004 17710200 2963600 504100

2005 20473000 4709800 565700

2006 24493100 5837900 668100

2007 24717300 6516200 923500

2008 27100000 7300000 1173500

2009 29800000 8020000 1250780

A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12

Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3

A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10

j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa

em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer

(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel

tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo

do cliente

O trajeto varia entre 80 e 240 km

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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores

Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas

Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas

Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo

desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o

Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das

maiores exportadoras a empresa DaFruta

33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute

Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia

representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)

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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute

Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores

beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em

cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme

Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras

uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo

apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)

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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo

do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees

Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo

Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea

1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t

2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado

Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme

3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo

t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de

implantaccedilatildeo

4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe

5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele

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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes

6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo

que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia

7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a

capacidade de processamento

8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo

9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no

periacuteodo atual

10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida

O modelo matemaacutetico

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB

LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por

k isin LP

LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio

do planejamento

LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista

LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme

indexados por l isin LT

LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo

LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme

P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por

p isin P

Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm

capacidade limitada

Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea

capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em

quilogramas de fruto por hectare

aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP

Para

isin LP o e

isin T

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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo

custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare

Para isin LP c

custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare

O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque

consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita

custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo

t

Dados referentes aos cultivos em terra firme

capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado

em quilogramas de fruto por hectare

Para isin LT c

aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de

planejamento

Para isin LT o

nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme

no spot l

qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares

e qe =5 Tem-se que

Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20

hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para

evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear

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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j

Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)

Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no

periacuteodo t em kg

quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no

periacuteodo t em kg

produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg

accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg

accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t

accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t

produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t

estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t

Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas

Para isin LPo

= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo

= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io

Variaacuteveis auxiliares

= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no

periacuteodo t

A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma

dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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60

Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

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13

Batalha apud Costa 2002 afirma que o termo agronegoacutecio deve vir

acompanhado de um delimitador O enfoque pode partir do mais global (agronegoacutecio

brasileiro) ao mais especiacutefico (agronegoacutecio da soja ou do suco de laranja)

211 Agronegoacutecio no Brasil

O Brasil eacute um dos liacutederes mundiais na produccedilatildeo e exportaccedilatildeo de vaacuterios produtos

agropecuaacuterios eacute o primeiro produtor e exportador de cafeacute accediluacutecar e suco de laranja

Lidera ainda o ranking das vendas externas de aacutelcool soja carne bovina carne de

frango e tabaco (Andriguetto et al 2008)

As projeccedilotildees indicam que o Brasil tambeacutem seraacute em pouco tempo o principal

poacutelo mundial de produccedilatildeo de algodatildeo e biocombustiacuteveis feitos a partir de cana-de-

accediluacutecar e oacuteleos vegetais Outros destaques satildeo milho arroz frutas frescas cacau

castanhas nozes aleacutem de suiacutenos e pescados (Andriguetto et al 2008)

O agronegoacutecio brasileiro emprega atualmente 177 milhotildees de trabalhadores

somente no campo e eacute hoje a principal locomotiva da economia brasileira respondendo

por 235 do Produto Interno Bruto (PIB) 36 das exportaccedilotildees totais e 37 dos

empregos brasileiros Nos uacuteltimos anos poucos paiacuteses tiveram crescimento tatildeo

expressivo no comeacutercio internacional do agronegoacutecio quanto o Brasil (Andriguetto et

al 2008)

Ao mesmo tempo em que se expande o agronegoacutecio brasileiro sofre um

processo crescente de integraccedilatildeo ao mercado com mudanccedilas em suas estrateacutegias de

produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo Segundo Alves apud Costa 2002 isso acontece devido ao fato

de que haacute um aumento na preocupaccedilatildeo com a qualidade dos alimentos Aleacutem disso os

produtores tecircm procurado ampliar a sua linha de produtos com maior valor agregado e

adequar suas formas organizacionais agraves necessidades do mercado que estaacute aquecido

devido agrave presenccedila de novos haacutebitos de consumo alimentar (Costa 2002)Todos os fatores acima descritos vecircm forccedilando os produtores agriacutecolas a

tentarem reduzir custos de produccedilatildeo e de distribuiccedilatildeo Dessa forma a competitividade

no setor agroindustrial depende cada vez mais da sua inserccedilatildeo na cadeia de suprimento

a reduccedilatildeo de custos unitaacuterios e o aumento da produtividade global do setor demandam

maior ecircnfase em tecnologias de poacutes-colheita e de processamento em fatores que afetam

os tempos e custos de transporte e armazenamento e ainda em serviccedilos de apoio que

agilizem a movimentaccedilatildeo fiacutesica dos produtos e o acesso a informaccedilotildees relacionadas aosnegoacutecios (Costa 2002)

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O Brasil eacute um dos trecircs maiores produtores de frutas do mundo ficando somente

atraacutes da China e Iacutendia representando cerca de 5 da produccedilatildeo mundial Sua produccedilatildeo

superou 40 milhotildees de toneladas em 2008 (Agecircncia Sebrae 2009) A proacutexima seccedilatildeo

discutiraacute brevemente a agroinduacutestria de frutas no paiacutes

212 Agroinduacutestria de frutas no Brasil

Embora seja um dos maiores exportadores de frutas do mundo a carecircncia em

marketing do setor frutiacutecola dificulta a expansatildeo comercial da fruta brasileira uma vez

que existe baixo conhecimento da maioria das frutas tropicais no mercado internacional

Apesar disso nos uacuteltimos 14 anos o Brasil aumentou em mais de 11 vezes as

exportaccedilotildees de frutas frescas passando de US$ 54 milhotildees no iniacutecio da deacutecada de 1990

para mais de US$ 642 milhotildees no ano de 2007 (919 mil toneladas) Somando-se as

frutas secas e castanhas de caju foram exportadas um milhatildeo de toneladas equivalente

a US$ 9677 milhotildees (Andriguetto et al 2008)

Jaacute o processamento de sucos de fruta estaacute em franca expansatildeo ocupando papel

de relevacircncia no agronegoacutecio mundial com destaque para os paiacuteses em

desenvolvimento que satildeo responsaacuteveis pela metade das exportaccedilotildees mundiais A

demanda atual eacute crescente para sucos e polpas de frutas tropicais principalmente de

abacaxi maracujaacute manga e banana que satildeo responsaacuteveis pela maioria das exportaccedilotildees

(Andriguetto et al 2008)

Poreacutem desde meados da deacutecada de 90 a polpa de accedilaiacute ganhou espaccedilo na miacutedia

nacional e internacional aumentando a demanda do produto como estaacute exposto na

Tabela 1 A conversatildeo do fruto em polpa eacute em meacutedia de 223 kg de frutos para 10 kg

de polpa

Tabela 1 Balanccedilo entre oferta de frutos e demanda de polpa de accedilaiacute do Estado do Paraacute no periacuteodode 2001 a 2005 Fonte (Santana et al 2006)

Demanda de polpa e vinho de accedilaiacute

Ano

Ofertade frutode accedilaiacute

(t)

Oferta depolpa

aproximada

Mercado do

Paraacute (t)

Mercadonacional

(t)

MercadoInternacional

(t)

DemandaTotal(t)

2001 118302 53050224 117843 8527 395 126765

2002 364879 163622870 130559 11231 1060 142850

2003 392130 175843049 163615 22597 2119 188331

2004 454071 203619283 177102 29636 3622 210360

2005 505094 226499552 204730 47098 5138 256966

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15

A expansatildeo gradativa do mercado de frutas processadas tem se caracterizando

por uma seacuterie de fatores dentre os quais a preocupaccedilatildeo de consumidores com a sauacutede o

que resulta em aumento da procura e consumo de produtos naturais com pouco ou

nenhum aditivo quiacutemico A quantidade exportada de sucos de frutas em 2007 foi de

237 milhotildees de doacutelares relativos a 216 milhotildees de toneladas sendo 5126 maior que

em 2006 e 100 maior que em 2005(Andriguetto et al 2008)

Segundo Barros apud Silva 2004 as polpas de frutas mostram-se como uma

oportunidade para o Brasil pois existe o potencial de se transformar no novo produto

que ampliaraacute a participaccedilatildeo brasileira no setor externo No Brasil um caso em grande

expansatildeo que merece atenccedilatildeo eacute a agroinduacutestria do accedilaiacute no Estado do Paraacute responsaacutevel

pela produccedilatildeo de 95 do fruto (Silva 2004) A Tabela 2 no proacuteximo toacutepico mostra o

crescimento da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute

Na proacutexima seccedilatildeo apresentamos uma descriccedilatildeo sucinta da agroinduacutestria de

frutas tropicais no Paraacute

213 Agroinduacutestria de frutas no Paraacute

A regiatildeo Norte reuacutene condiccedilotildees favoraacuteveis para o desenvolvimento das

agroinduacutestrias de frutas pois apresenta grande variedade de fruteiras extrativas proacuteprias

da regiatildeo e solo e clima que permitem a exploraccedilatildeo de fruteiras tiacutepicas de aacutereas tropicais

(Silva 2006)

O Paraacute aparece como um dos maiores produtores brasileiros de frutas da uacuteltima

deacutecada destacando-se pelas produccedilotildees de abacaxi banana coco e laranja e em menor

escala de maracujaacute mamatildeo limatildeo e acerola aleacutem das frutas regionais (exoacuteticas) como

o accedilaiacute bacuri cupuaccedilu taperebaacute e muruci que a cada ano ganham mais mercado o que

favorece os empreendimentos do setor frutiacutecola(Silva 2004)

O Estado do Paraacute eacute hoje responsaacutevel por 95 da produccedilatildeo de accedilaiacute no Brasil edevido a sua importacircncia cultural o accedilaiacute transformou-se atraveacutes de lei na bebida e fruta

siacutembolo do estado do Paraacute e agora passou a ser priorizado como produto econocircmico

capaz de gerar renda para a populaccedilatildeo local e divisas para o paiacutes (Andrade et al 2008)

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16

Tabela 2 Evoluccedilatildeo da aacuterea colhida produccedilatildeo rendimento e preccedilo do accedilaiacute no Estado do Paraacute 1996 a2009

Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute

ANOAacuteREA

PLANTADA

(haacute)

AacuteREACOLHIDA

(haacute)

QUANTIDADECULTIVADA ( t )

QUANTIDADEEXTRATIVA ( t )

QUANTIDADETOTAL

PRODUZIDA ( t )

RENDIMENTO(thaacute)

PRECcedilO(R$t)

1996 1054 10366 103698 114064 9835 469791997 933 7913 92021 99934 8481 350841998 852 7278 110557 117835 8542 412271999 690 4662 107663 112325 6757 472862000 727 5207 112676 117883 7162 499352001 627 4558 113744 118302 7270 558992002 16115 242557 122322 364879 15052 642082003 3097 18479 257282 134848 392130 13923 686982004 8593 26671 363428 90643 454071 13626 699962005 6297 34203 415921 89173 505094 12160

2006 8041 49455 472040 88551 560591 95452007 5249 51545 497591 93788 591379 96542008 59202 59202 581290 100202 681492 98192009 61814 61814 604805 104354 709159 9784

A induacutestria de suco e polpa de frutas regionais para exportaccedilatildeo teve como

pioneira a Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-Accedilu (CAMTA) fundada no ano de

1949 Em 1988 foi concluiacuteda a faacutebrica de sucos da Associaccedilatildeo de Fomento Agriacutecola de

Tomeacute-Accedilu (ASFATA) fundada em 1981 que passou para a administraccedilatildeo da CAMTA

em 1991 A agroinduacutestria de sucos e concentrados de frutas regionais foi uma das que

mais cresceu nos uacuteltimos dez anos (Homma 2003)

O Estado do Paraacute possui hoje cerca das 140 empresas produtoras de polpa de

frutas distribuiacutedas em todo o estado poreacutem as regiotildees Metropolitana de Beleacutem e

Nordeste Paraense concentram cerca de 82 do total das unidades (Brasil apud Silva

2004) Entretanto a mesorregiatildeo do Marajoacute eacute a que concentra a maior produccedilatildeo de

fruto detendo cerca de 80 da produccedilatildeo Para melhor visualizaccedilatildeo veja a Figura 1

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17

Figura 1Mesorregiotildees do Estado do Paraacute Fonte Silva 2004

No primeiro semestre de 2004 a produccedilatildeo exportada do mix de polpa de frutas

atingiu o valor de US$ 504 milhotildees com uma evoluccedilatildeo de 2447 em relaccedilatildeo ao

mesmo periacuteodo de 2003 Desse total apenas 75 da produccedilatildeo de polpa de frutas

regional foi exportado para os Estados Unidos e alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeacuteia e

Aacutesia o maior percentual de exportaccedilatildeo (755) ficou com o mercado nacional e o

restante (17) foi absorvido pelo mercado local (Santana apud Silva2004)A agroinduacutestria de frutas destaca-se como uma atividade estrateacutegica para o

desenvolvimento de regiotildees produtoras na aacuterea de fruticultura uma vez que tem elevada

capacidade de gerar emprego e renda e criar uma demanda estaacutevel para a produccedilatildeo de

frutas jaacute que apresenta um grande potencial de agregaccedilatildeo de valor aos produtos

primaacuterios a partir do processamento e elaboraccedilatildeo de sucos polpas e doces aleacutem de

promover a induccedilatildeo e difusatildeo de tecnologia no meio rural (Silva 2006)

Por sua vez o accedilaiacute lidera o mercado da fruticultura nacional a exportaccedilatildeo chegaa 500 mil toneladasano O crescimento do interesse nacional e internacional pelo suco

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do fruto entretanto fez com que o preccedilo do produto aumentasse para o consumidor

(SAGRI 2010)

22 O Accedilaiacute

221 O accedilaizeiro

O accedilaizeiro ( Euterpe oleracea Mart) planta pertencente agrave ordem dos Arecales

ao gecircnero Euterpe da famiacutelia Palmae eacute uma palmeira nativa da Amazocircnia abundante

nas aacutereas de vaacuterzeas da regiatildeo Para os nativos essa palmeira representa uma importante

fonte natural de recursos Poullet apud Padilha et al afirma que o accedilaiacute eacute um dos

produtos mais importantes da vida alimentar e cultural da populaccedilatildeo regional Rogez

apud Padilha et al(2000) por sua vez considera o accedilaizeiro a palmeira mais produtiva

do ecossistema que abriga a populaccedilatildeo do delta do Amazonas

Os accedilaizais nativos nas aacutereas de vaacuterzeas satildeo encontrados no estuaacuterio dos rios

Tocantins Paraacute e Amazonas Nas vaacuterzeas o manejo dos accedilaizais nativos tem

promovido a derrubada verde sem queima para construccedilatildeo de canais para facilitar a

drenagem da aacutegua inundada com grande movimentaccedilatildeo de canoas e barcos para o

transporte de frutos com seacuterias consequumlecircncias para flora e fauna (Homma et al 2006)

O manejo consiste em aumentar a populaccedilatildeo de accedilaizeiros que ocorrem

naturalmente na floresta de vaacuterzea Com essa teacutecninca a produtividade do accedilaizeiro

dobra de 42 tha para 84 tha de frutos Baseia-se na eliminaccedilatildeo das plantas de espeacutecies

arbustivas e arboacutereas de baixo valor comercial cujos espaccedilos livres satildeo ocupados por

plantas de accedilaizeiros oriundas de sementes que germinam espontaneamente de mudas

preparadas ou transplantadas das proximidades e por outras espeacutecies produzidas

especialmente para esse fim (Embrapa)

A vantagem da teacutecnica de manejo eacute que natildeo exige investimento em infra-

estrutura consistindo na realizaccedilatildeo das seguintes praacuteticas limpeza da aacuterea (roccedilagem davegetaccedilatildeo de menor porte e eliminaccedilatildeo de parte das aacutervores maiores) desbastes dos

perfilhosestipes das touceiras de baixo vigor vegetativo preparoaquisiccedilatildeo e plantio de

mudas de accedilaizeiros frutiacuteferas e florestais manutenccedilatildeo do accedilaizal (Embrapa)

A importacircncia socioeconocircmica do accedilaizeiro decorre do seu enorme potencial de

aproveitamento integral de mateacuteria-prima O principal aproveitamento eacute a extraccedilatildeo do

accedilaiacute mas as sementes (caroccedilos) do accedilaizeiro satildeo aproveitadas no artesanato e como

adubo orgacircnico A planta fornece ainda um oacutetimo palmito e as suas folhas satildeo utilizadaspara cobertura de casas dos habitantes do interior da regiatildeo (Homma 2006) De acordo

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com Padilha et al existe ainda um outro uso uma vez que a a produccedilatildeo de polpa varia

em torno de apenas 5 a 15 do volume do fruto haacute uma grande quantidade de resiacuteduos

gerados no processamento que pode ser empregado para geraccedilatildeo de energia teacutermica e

eleacutetrica

Poreacutem para a populaccedilatildeo ribeirinha a possibilidade mais lucrativa proporcionada

pelo accedilaizeiro eacute a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de seu fruto in natura A produccedilatildeo de

frutos para o mercado local eacute uma atividade de baixo custo e de excelente rentabilidade

econocircmica (Homma 2006)

222 O fruto

O accedilaiacute ateacute o final do seacuteculo XX era considerado um produto da alimentaccedilatildeo

baacutesica das populaccedilotildees ribeirinhas e das camadas de baixa renda dos centros urbanos da

economia Amazocircnica onde eacute consumido com farinha de mandioca e peixe entre

outros A produccedilatildeo do accedilaiacute era ateacute entatildeo predominantemente extrativista objetivando o

consumo domeacutestico com pouca venda de excedente (Santana et al 2006)

No entanto desde meados da deacutecada de 90 as academias de ginaacutestica

descobriram o fruto e seu alto valor energeacutetico o que fez com que o accedilaiacute ganhasse

espaccedilo na miacutedia nacional e internacional A demanda do produto aumentou entatildeo

intensamente uma vez que as camadas de maior poder aquisitivo tambeacutem passaram a

consumiacute-lo (Santana et al 2006)

Este aumento pode ser atribuiacutedo agraves propriedades nutricionais e valor caloacuterico do

accedilaiacute uma vez que eacute um alimento rico em proteiacutenas fibras lipiacutedios vitamina E e

minerais como manganecircs cobre boro e cromo Aleacutem disso o accedilaiacute possui um elevado

teor de pigmentos antocianinas que satildeo beneacuteficos agrave sauacutede pois favorecem a circulaccedilatildeo

sanguumliacutenea e protegem o organismo contra a arteriosclerose (Alexandre et al2004)

A demanda pelo accedilaiacute estaacute em alta o produto tem boas possibilidades demercado principalmente no Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia Goiaacutes e na Regiatildeo

Nordeste No Rio de Janeiro o accedilaiacute eacute oferecido nas praias e se tornou muito popular

entre os adeptos da cultura da sauacutede e entre os frequumlentadores de academias Eacute

tambeacutem vendido diretamente ao consumidor e comeccedila a ganhar popularidade entre os

nativos e turistas Eacute estimado que no Rio de Janeiro sejam consumidas 500

toneladasmecircs em Satildeo Paulo 150 toneladasmecircs e outros Estados somam 200

toneladasmecircs Nesses locais em alguns pontos de venda o que se consome eacute o accedilaiacute

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fino que misturado com outros produtos perde o gosto o odor e ateacute o valor caloacuterico da

fruta (Homma 2006)

Em 2000 iniciou-se a exportaccedilatildeo de polpa congelada de accedilaiacute para os Estados

Unidos e para a Itaacutelia Esse mercado externo cresceu 20 ao ano de 2003 a 2006 com a

comercializaccedilatildeo do accedilaiacute concentrado em latas e com a popularizaccedilatildeo da mistura com

diversas outras frutas feitas em academias de ginaacutestica (Homma 2006)

A partir de 2002 observou-se o aumento da aacuterea colhida com accedilaiacute que se

manifesta num salto de 16115 ha (2002) para 26671 ha (2004) ou seja uma taxa de

crescimento de 6550 num periacuteodo de trecircs anos (Santana et al 2006)

Essa significativa taxa meacutedia de crescimento da aacuterea colhida do accedilaiacute pode

significar uma resposta dos produtores ao crescimento da demanda pelo fruto do accedilaiacute

nos uacuteltimos anos De fato o crescimento da demanda regional nacional e mesmo

internacional do accedilaiacute pode estar induzindo os produtores rurais a aumentarem aacuterea

plantada do accedilaiacute A expansatildeo da aacuterea colhida indica o grande interesse dos produtores

rurais quanto agrave necessidade da formaccedilatildeo de uma base produtiva de cultivo do accedilaiacute como

condiccedilatildeo baacutesica para a atraccedilatildeo de agroinduacutestrias de processamento (Santana et al

2006)

Assim crecirc-se que estaacute em curso uma mudanccedila do padratildeo agriacutecola da fruticultura

do Paraacute de uma base produtiva extrativa para uma base produtiva de cultivo Poreacutem

uma mudanccedila desse tipo requer uma seacuterie de adaptaccedilotildees de natureza agronocircmica

sobretudo quanto ao controle de pragas e doenccedilas que podem se manifestar nos cultivos

de grande escala(Santana et al 2006)

O crescimento do mercado de polpa do fruto de accedilaiacute tem induzido tambeacutem o

plantio em terra firme (Homma et al 2006) e a implantaccedilatildeo de plantas industriais para

realizar o processamento ou as agroinduacutestrias existentes introduziram o accedilaiacute na linha

de produccedilatildeo visando atender aos mercados externo e interno (Santana et al 2006)O plantio de accedilaizeiro em terra firme apresenta excelente alternativa para a

recuperaccedilatildeo de aacutereas desmatadas como tambeacutem para reduzir a pressatildeo sobre o

ecossistema de vaacuterzea que eacute mais fraacutegil Aleacutem disso o plantio em terra firme apresenta

a vantagem de facilitar o transporte rodoviaacuterio e o beneficiamento sem depender do

transporte fluvial mais lento (Santana et al 2006)

O processamento ou seja as atividades de lavagem pasteurizaccedilatildeo

congelamento e desidrataccedilatildeo em escala industrial tem como vantagens melhorar a

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higiene e a qualidade do produto reduzindo ao maacuteximo os riscos de contaminaccedilatildeo

microbioloacutegica (Homma et al 2006)

O processo de obtenccedilatildeo da polpa de accedilaiacute consiste em imergir o fruto em aacutegua

morna por tempo determinado a fim de amolecer o mesocarpo antes do despolpamento

Apoacutes o amolecimento o despolpamento eacute realizado com o auxiacutelio de maacutequinas

mecacircnicas eleacutetricas ou manualmente com ou sem adiccedilatildeo de aacutegua Em seguida o

produto obtido passa por uma peneira de forma a obter a polpa para consumo

(Alexandre et al2004)

Os produtos obtidos do fruto do accedilaiacute satildeo classificados de acordo com a adiccedilatildeo

ou natildeo de aacutegua e seus quantitativos ou seja a porcentagem de soacutelidos totais Assim os

produtos incluem

bull polpa de accedilaiacute polpa extraiacuteda sem adiccedilatildeo de aacutegua e sem filtraccedilatildeo

bull accedilaiacute grosso ou especial polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

com soacutelidos totais acima de 14

bull accedilaiacute meacutedio ou regular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

com soacutelidos totais entre 11 e 14

bull accedilaiacute fino ou popular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

apresentando soacutelidos totais entre 8 e 11 (Alexandre et al2004)

O accedilaiacute eacute altamente pereciacutevel o seu tempo maacuteximo de conservaccedilatildeo mesmo sob

refrigeraccedilatildeo eacute de 12 horas O fator responsaacutevel por esta alta perecibilidade eacute a elevada

carga microbiana juntamente com a degradaccedilatildeo enzimaacutetica responsaacuteveis pelas

alteraccedilotildees de cor e aparecimento do sabor azedo Atualmente a conservaccedilatildeo da polpa

de accedilaiacute eacute feita pelo processo de congelamento (Alexandre et al2004)

223 Agroinduacutestrias

Tendo como marco referencial a entrada em funcionamento da faacutebrica de

beneficiamento de polpa de frutas da CAMTA em 1991 a agroinduacutestria de frutas do

Estado do Paraacute teve um grande crescimento a partir da deacutecada de 90 As primeiras frutas

que tiveram seu processo de beneficiamento foram o maracujaacute cupuaccedilu e acerola

Posteriormente foram incluiacutedas a laranja accedilaiacute graviola carambola goiaba cajaacute

manga bacuri muruci e abacaxi (Homma 2002)

A Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-accediluacute ndash CAMTA destacava-se como uma

das principais compradoras dos consoacutercios produtores de accedilaiacute da regiatildeo negociando

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preccedilos diferentes entre os municiacutepios Estas negociaccedilotildees acirravam a concorrecircncia entre

os produtores e consequumlentemente deixava os preccedilos abaixo do mercado Esta praacutetica

prejudicava igualmente a todos os produtores (Homma 2002)

Nesse contexto a FASEAmazocircnia exerceu papel fundamental suscitando as

discussotildees sobre a criaccedilatildeo de um consoacutercio de produtores que pudessem negociar como

as empresas processadoras do fruto produccedilatildeo em escala ampliada a preccedilos melhores e

mais estaacuteveis (Soares e Costa 2005) A FASE eacute uma organizaccedilatildeo natildeo governamental

sem fins lucrativos que atua em seis estados brasileiros e tem sua sede nacional no Rio

de Janeiro Desde suas origens esteve comprometida com o trabalho de organizaccedilatildeo e

desenvolvimento local comunitaacuterio e associativo (FASE 2010)

Em 2000 o consoacutercio foi estruturado entre os municiacutepios de Abaetetuba

Barcarena Igarapeacute-Miri e Cametaacute (Soares e Costa 2005)

Em Abaetetuba a principal organizaccedilatildeo eacute a Cooperativa de Fruticultores de

Abaetetuba ndash COFRUTA Em Barcarena como a Associaccedilatildeo dos Batedores de Accedilaiacute de

Barcarena ndash COOPBAB e entidades parceiras com o STR ndash Barcarena Cooperativa da

Colocircnia de Pesca Z-13 e Associaccedilatildeo de Trabalhadores Rurais do Arapajoacute Em Cametaacute

com a Cooperativa de Resistecircncia de Cametaacute ndash CART e entidades parceiras como STR

ndash Cametaacute Colocircnia de Pescadores Z-16 e Associaccedilatildeo de Preservaccedilatildeo do Meio Ambiente

e Igarapeacute-Miri com a Associaccedilatildeo Mutiratildeo dos Trabalhadores Rurais de Igarapeacute-Miri

como as entidades parceiras como a Associaccedilatildeo de Mulheres de Igarapeacute-Miri

Associaccedilatildeo Boa esperanccedila STR ndash Igarapeacute-Miri e AMPRISA Em 2003 o nuacutemero total

de famiacutelias envolvidas no consoacutercio chegou a 919 (Soares e Costa 2005)

Apoacutes a delimitaccedilatildeo das organizaccedilotildees e parcerias para fornecimento do fruto

estas organizaccedilotildees passaram a negociar sua produccedilatildeo em conjunto atraveacutes do consoacutercio

e com preccedilos igualmente vantajosos para todas as entidades O volume comercializado

aumentou significativamente principalmente em funccedilatildeo da popularizaccedilatildeo do frutoaumentando tambeacutem o nuacutemero de empresas processadoras na regiatildeo Atualmente

comercializam com o consoacutercio a Sambazon Fly CAMTA Amazon Fruit Accedilaiacute Brasil

e Amazon Drink(Soares e Costa 2005)

A SAMBAZON destaca-se uma vez que tem exportado o fruto para o mercado

americano e estabelecendo contratos baseado no chamado mercado ldquojustordquo Com a

ampliaccedilatildeo da exportaccedilatildeo e as exigecircncias do mercado americano houve a necessidade de

reconhecimento do accedilaiacute enquanto produto agroecoloacutegico de origem orgacircnica jaacute que suaproduccedilatildeo natildeo utiliza insumos quiacutemicos Em 2003 a agecircncia de certificaccedilatildeo Guaranteed

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Organic Certification Agency ndash GOCA entregou a certificaccedilatildeo as cooperativas e

associaccedilotildees (Soares e Costa 2005)

A SAMBAZON estabeleceu contrato com as organizaccedilotildees para que o primeiro

certificado fosse pago por ela e posteriormente a renovaccedilatildeo ficaria sob

responsabilidade das proacuteprias organizaccedilotildees Segundo Sobrinho 2005 apud Soares e

Costa 2005 no periacuteodo de agosto de 2004 a janeiro de 2005 o preccedilo meacutedio por

tonelada pago aos produtores no comeacutercio justo superou em 25 os preccedilos correntes

praticados pelos atravessadores na regiatildeo (Soares e Costa 2005)

O percurso do accedilaiacute da propriedade ateacute a pedra do municiacutepio eacute feito de barco e eacute

de responsabilidade da cooperativa tais gastos satildeo incluiacutedos integralmente no custo do

produto Poreacutem os gastos com transporte da pedra do municiacutepio ateacute a empresa

processadora satildeo assumidos pela empresa processadora (Soares e Costa 2005)

Os gastos com transporte satildeo proporcionais ao tempo de viagem do setor ateacute a

pedra do municiacutepio As menores distacircncias encontradas entre os setores e a ldquopedrardquo

encontram-se em Barcarena e as maiores distacircncias em Cametaacute (Soares e Costa 2005)

Dessa forma os preccedilos praticados em Barcarena satildeo altos por sua proximidade

com Beleacutem que tem mercado consumidor praticamente garantido E em Cametaacute os

preccedilos praticados satildeo geralmente abaixo da meacutedia dos outros municiacutepios pela maior

distancia (Soares e Costa 2005)

Estima-se que 70 a 80 da polpa de accedilaiacute vendidas no Paiacutes satildeo produzidas no

Paraacute e os maiores compradores satildeo Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia e alguns Estados

do Nordeste

Sabe-se que as induacutestrias processadoras se concentram nas mesorregiotildees

Nordeste Paraense e Metropolitana de Beleacutem Somente em Beleacutem existem 3 mil pontos

de venda de accedilaiacute (Homma 2002) A Figura 2 e a Figura 3 representam as regiotildees do

Nordeste paraense e Metropolitana de Beleacutem respectivamente

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Figura 2 Microrregiotildees do Nordeste paraense Fonte Silva 2004

Figura 3 Mesorregiatildeo metropolitana de Beleacutem Fonte Silva 2004

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A razatildeo para que as duas mesorregiotildees sejam detentoras de maior percentual de

induacutestrias eacute no caso das empresas que fazem mais de um tipo de produto a

proximidade do principal mercado consumidor Beleacutem do Paraacute que vem se habituando

a consumir algumas polpas de frutas amazocircnicas e outras frutas regionais e tropicais na

forma congelada adquiridas nas redes de supermercados sobretudo na entressafra No

caso das empresas uniproduto satildeo as vias de acesso facilitada atraveacutes da BR316 que

interliga as duas mesorregiotildees paraenses com o resto do Paiacutes e assim escoam a

produccedilatildeo da polpa congelada especialmente do accedilaiacute (Silva 2004)

A polpa congelada e mais recentemente a exportaccedilatildeo sob a forma desidratada

ou seja o poacute e sucos pasteurizados apresentam tendecircncias de crescimento e vem

influenciando os produtores do Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins mais precisamente

dos municiacutepios de Cametaacute Igarapeacute-Miri Abaetetuba e Barcarena que neste processo

representam os fornecedores da mateacuteria-prima para as empresas beneficiadoras do

produto que alcanccedilaram o mercado internacional consumidor( Andrade et al2008)

A regiatildeo eacute grande produtora e consumidora de accedilaiacute A cidade de Igarapeacute-Miri

conquistou o tiacutetulo de ldquoCapital Mundial do Accedilaiacuterdquo Ainda a produccedilatildeo desta regiatildeo eacute

reconhecida por ser de alta qualidade seja no rendimento na produccedilatildeo e no sabor da

fruta Os principais produtos ou grupo de produtos gerados pela atividade da fruticultura

no Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins no estado do Paraacute satildeo polpas de frutas como

cupuaccedilu maracujaacute taperebaacute abacaxi e accedilaiacute in natura sendo este uacuteltimo o de maior

importacircncia econocircmica e de maior quantidade de produccedilatildeo (Andrade et al 2008)

A produccedilatildeo dos principais municiacutepios em 2008 pode ser vista na Tabela 3

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Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico daProduccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008

MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)

MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)

2008 2008

TOTAL GERAL581290

IGARAPEacute-MIRI 153000 TAILAcircNDIA 1253

ABAETETUBA 131250 ITUPIRANGA 1200

CAMETAacute 40544 NOVA ESP DO PIRIAacute 1200

ACARAacute 39600 BAIAtildeO 1000

LIMOEIRO DO AJURU 35040 NOVO REPARTIMENTO 1000

BUJARU 30955 PORTO DE MOZ 1000

TOMEacute ACcedilU 24000 ALMEIRIM 720

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 21384 CASTANHAL 634

PONTA DE PEDRAS 14991 VIGIA 500

OEIRAS DO PARAacute 14000 SANTA MARIA DO PARAacute 480

MOJU 12185 BAGRE 420

BARCARENA 12000 ANAPU 390

TUCURUIacute 11500 IGARAPEacute-ACcedilU 300

SANTA ISABEL DO PARAacute 6200 MARACANAtilde 275

PORTEL 4800 ALTAMIRA 240

CURRALINHO 3000 CAPITAtildeO POCcedilO 187

GURUPAacute 2812 PACAJAacute 180

SANTO ANTOcircNIO DO TAUAacute 2500 PRAINHA 156IRITUIA 2340 S FRANCISCO DO PARA 120

BREU BRANCO 1800 NOVO PROGRESSO 100

CACHOEIRA DO ARARI 1540 VISEU 60

BREVES 1500 MEDICILAcircNDIA 50

S SEBASTIAtildeO DA BVISTA 1500 FARO 28

MUANAacute 1332 AUGUSTO CORREA 24

O arranjo produtivo de polpa de frutas paraense eacute heterogecircneo em tamanho com

predominacircncia de microempresas em tecnologia de modo que apenas oito empresaspossuem tecnologia de pasteurizaccedilatildeo na diversificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo de produto a

maioria das empresas processa apenas accedilaiacute e ainda no grau de inserccedilatildeo nos mercados

local nacional e internacional (Santana et al 2006)

O principal produto industrial eacute a polpa de accedilaiacute pasteurizada eou congelada Em

menor escala existem os blends que eacute o accedilaiacute misturado com guaranaacute banana morango

e etc accedilaiacute em poacute geleacuteia licor vinho neacutectar suco bombons sorvetes cafeacute etc

(Santana et al 2006)

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224 Dificuldades das agroinduacutestrias

Silva em seu trabalho O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das

agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute 2004 fez um levantamento das

dificuldades que as empresas enfrentam Os entrevistados principalmente das empresas

que soacute produzem a polpa de accedilaiacute afirmam que caso dispusessem de cacircmaras de

congelamento e armazenamento e pasteurizadores natildeo haveria necessidade de sair do

Estado do Paraacute no periacuteodo da entressafra (coincidente com o veratildeo do Sudeste e Sul do

Brasil e com o periacuteodo de feacuterias e carnaval quando haacute elevaccedilatildeo da demanda de polpa de

accedilaiacute) pois teriam produtos em estoque originando mais receitas empregos e tributos

em acircmbito estadual ainda seriam mais competitivas pois ldquovecircem o accedilaiacute do Paraacute como

imbatiacutevel no mercadordquo

Os entrevistados por Silva 2004 citaram tambeacutem suas necessidades de

qualificaccedilatildeo de matildeo-de-obra nas aacutereas de produccedilatildeo manipulaccedilatildeo de alimentos e

administrativa Outra dificuldade enfrentada pelas empresas de polpa de frutas do

Estado do Paraacute eacute a falta de uma interaccedilatildeo mais permanente com o sistema de creacutedito

pois do total de empresas entrevistadas 769 natildeo obtiveram creacutedito de curto prazo

(capital de giro) nos uacuteltimos cinco anos e 50 tambeacutem natildeo obtiveram creacutedito ou

financiamento de longo prazo (projeto incentivado creacutedito para investimento como a

compra de equipamentos e outros) ou seja natildeo acessaram recursos por um periacuteodo

maior do que trecircs anos

Andrade et al 2008 afirmam que os gargalos da produccedilatildeo de polpa de accedilaiacute estatildeo

relacionados ao desempenho na aacuterea da gestatildeo principalmente para a melhoria das

habilidades de negociaccedilatildeo e teacutecnicas de venda pois o processo de comercializaccedilatildeo

nestes municiacutepios ainda eacute bastante complexo sendo considerado como um dos

principais entraves junto agrave falta de recursos dos produtores Destacam-se tambeacutem as

dificuldades de infra-estrutura no transporte que inviabilizam em muito o intuito de seatingir um bom planejamento da produccedilatildeo

Limal et al 2008 tambeacutem ressalta problemas logiacutesticos poreacutem relacionados ao

do produtor de accedilaiacute para as induacutestrias Para os autores a logiacutestica eacute bastante deficitaacuteria

uma vez que a venda do produto depende em grande escala das embarcaccedilotildees que

fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos do frete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores

Tais fatores encarecem o custo do produto que recai sobre o consumidor

Segundo informaccedilotildees obtidas em pesquisa de campo o transporte fluvial eacuterealizado pelas embarcaccedilotildees dos proacuteprios ribeirinhos ndash aqueles que tiverem condiccedilotildees

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29

23 Logiacutestica

De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de

planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de

mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde

o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias

dos clientes (CSCMP2010)

A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do

transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto

procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)

Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees

praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de

entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se

concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da

rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees

possiacuteveis (Bowersox et al (2001)

Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes

questotildees

bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao

cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por

exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta

definiccedilatildeo

bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais

baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o

nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de

atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas

instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de

centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado

tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e

programaccedilatildeo de transportadores

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30

Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o

serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo

possiacutevel

Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por

uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a

montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal

de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto

passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele

condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a

partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais

estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos

Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer

deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela

movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para

suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da

produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o

mercado consumidor

A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs

aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a

distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas

referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais

e produtos (Costa 2002)

Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais

devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de

suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em

termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da

qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda

determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos

e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas

e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)

Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor

nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede

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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades

de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de

mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)

Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias

em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades

tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de

veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees

Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de

facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de

facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)

Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda

estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem

nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto

neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de

hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo

possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo

puramente extrativista

232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional

O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees

geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios

entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de

transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de

transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)

De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades

envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos

de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo

Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos

por quais facilidades para minimizar o custo total

Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa

Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote

e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura

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33

Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al

(2008) eacute utilizado no estudo

O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de

lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na

Figura 4

Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)

No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam

para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou

armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados

Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com

pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que

manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas

Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que

o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao

cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais

adequados

A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que

as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste

trabalho de conclusatildeo de curso

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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de

facilidades

O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de

diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes

espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui

manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e

estoque de produtos

Notaccedilotildees utilizadas no modelo

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW

LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k

isin LP

P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P

LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento

LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta

LP c e LP o satildeo definidos analogamente

Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada

capacidade do armazeacutem j no tempo t

capacidade da planta k no tempo t

Tem-se ainda

demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t

Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso

definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das

facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque

Para isin LW

o e isin T

custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T

Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo e fechamento

Para isin LW c

custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento

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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP

custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no

periacuteodo t

custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t

custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo

t+1

custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i

Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)

Para isin LW o e isin T

= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c

= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento

= 0 caso contraacuterio

eacute definido analogamente

Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j

no periacuteodo t

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k

no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i

periacuteodo t

estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t

Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda

≔ 1 991270 isin LW o

991270 isin

LW c

Funccedilatildeo Objetivo

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Min =

isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)

Sujeito a

+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)

isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)

leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)

+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)

le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)

isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)

isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)

0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)

isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)

A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que

os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e

que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de

produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1

(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de

produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave

parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t

enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute

existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo

As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de

plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o

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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver

pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento

A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e

(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo

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PampE

A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca

investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da

Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo

MEP e ITP

O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)

possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37

ou 38 induacutestrias

Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos

mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que

apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada

O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90

estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo

(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o

fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos

Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega

ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros

ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da

bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria

A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador

individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra

clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a

Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a

Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO

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ITS e ITT

Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento

bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola

Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo

incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para

fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que

comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)

que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)

produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute

Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual

proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada

Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos

de bebida agrave base de accedilaiacute

No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com

qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no

Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos

32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo

matemaacutetico

Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com

pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute

para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos

simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por

exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados

histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da

demanda

a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas

Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi

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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute

cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo

porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m

um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para

as cidades

Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se

como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a

Tabela 5

Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS

AacuteREA (ha)

DESTINADA A COLHEITA COLHIDA

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500

BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000

BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064

CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320

IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840

MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000

MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148

TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600

TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150

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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000

UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998

AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600

ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200

ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500

MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000

OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185

UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000

OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000

UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000

Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem

devido a falhas nas coletas dos dados

Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute

ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o

periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A

divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas

cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado

amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a

safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo

Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do

Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute

2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas

20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais

de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute

aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano

A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que

acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos

Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou

R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos

satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial

consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa

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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da

Tabela 7

Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007

Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007

Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de

accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os

coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando

tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a

produccedilatildeo inicia desde o 1o ano

Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146

Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848

Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788

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45

Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico

plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute

existente

De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de

custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois

hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende

para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo

numa estimativa de seus gastos de transporte

Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo

utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa

Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela

9

Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167

Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109

c) Demanda dos Beneficiadores

Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade

maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente

pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da

capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de

chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena

de perda dos frutos

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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte

Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos

frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de

confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O

transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h

tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na

tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios

chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que

entregam para as empresas beneficiadoras locais

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio

transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista

ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a

12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200

Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$

050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo

compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma

de R$100 a $150 ao preccedilo

e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme

Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido

ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o

transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de

pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem

considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de

heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os

custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa

margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o

investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano

(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas

propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio

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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre

quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para

efeitos de expansatildeo

f) Manejo de accedilaizais nativos

O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo

uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia

Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano

o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute

positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute

maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de

produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo

g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores

De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a

localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados

individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em

uma tabela como a Tabela 10 abaixo

Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo

h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos

Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e

8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de

produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser

considerados os mesmos para cada tipo de produto

i) Demanda

O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores

para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas

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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009

AnoToneladas

Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo

2001 11784300 852700 39500

2002 13055900 1123100 113651

2003 16361500 2259700 273000

2004 17710200 2963600 504100

2005 20473000 4709800 565700

2006 24493100 5837900 668100

2007 24717300 6516200 923500

2008 27100000 7300000 1173500

2009 29800000 8020000 1250780

A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12

Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3

A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10

j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa

em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer

(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel

tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo

do cliente

O trajeto varia entre 80 e 240 km

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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores

Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas

Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas

Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo

desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o

Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das

maiores exportadoras a empresa DaFruta

33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute

Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia

representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)

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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute

Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores

beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em

cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme

Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras

uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo

apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)

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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo

do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees

Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo

Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea

1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t

2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado

Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme

3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo

t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de

implantaccedilatildeo

4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe

5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele

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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes

6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo

que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia

7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a

capacidade de processamento

8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo

9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no

periacuteodo atual

10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida

O modelo matemaacutetico

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB

LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por

k isin LP

LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio

do planejamento

LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista

LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme

indexados por l isin LT

LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo

LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme

P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por

p isin P

Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm

capacidade limitada

Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea

capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em

quilogramas de fruto por hectare

aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP

Para

isin LP o e

isin T

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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo

custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare

Para isin LP c

custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare

O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque

consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita

custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo

t

Dados referentes aos cultivos em terra firme

capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado

em quilogramas de fruto por hectare

Para isin LT c

aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de

planejamento

Para isin LT o

nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme

no spot l

qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares

e qe =5 Tem-se que

Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20

hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para

evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear

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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j

Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)

Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no

periacuteodo t em kg

quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no

periacuteodo t em kg

produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg

accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg

accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t

accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t

produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t

estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t

Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas

Para isin LPo

= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo

= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io

Variaacuteveis auxiliares

= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no

periacuteodo t

A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma

dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

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O Brasil eacute um dos trecircs maiores produtores de frutas do mundo ficando somente

atraacutes da China e Iacutendia representando cerca de 5 da produccedilatildeo mundial Sua produccedilatildeo

superou 40 milhotildees de toneladas em 2008 (Agecircncia Sebrae 2009) A proacutexima seccedilatildeo

discutiraacute brevemente a agroinduacutestria de frutas no paiacutes

212 Agroinduacutestria de frutas no Brasil

Embora seja um dos maiores exportadores de frutas do mundo a carecircncia em

marketing do setor frutiacutecola dificulta a expansatildeo comercial da fruta brasileira uma vez

que existe baixo conhecimento da maioria das frutas tropicais no mercado internacional

Apesar disso nos uacuteltimos 14 anos o Brasil aumentou em mais de 11 vezes as

exportaccedilotildees de frutas frescas passando de US$ 54 milhotildees no iniacutecio da deacutecada de 1990

para mais de US$ 642 milhotildees no ano de 2007 (919 mil toneladas) Somando-se as

frutas secas e castanhas de caju foram exportadas um milhatildeo de toneladas equivalente

a US$ 9677 milhotildees (Andriguetto et al 2008)

Jaacute o processamento de sucos de fruta estaacute em franca expansatildeo ocupando papel

de relevacircncia no agronegoacutecio mundial com destaque para os paiacuteses em

desenvolvimento que satildeo responsaacuteveis pela metade das exportaccedilotildees mundiais A

demanda atual eacute crescente para sucos e polpas de frutas tropicais principalmente de

abacaxi maracujaacute manga e banana que satildeo responsaacuteveis pela maioria das exportaccedilotildees

(Andriguetto et al 2008)

Poreacutem desde meados da deacutecada de 90 a polpa de accedilaiacute ganhou espaccedilo na miacutedia

nacional e internacional aumentando a demanda do produto como estaacute exposto na

Tabela 1 A conversatildeo do fruto em polpa eacute em meacutedia de 223 kg de frutos para 10 kg

de polpa

Tabela 1 Balanccedilo entre oferta de frutos e demanda de polpa de accedilaiacute do Estado do Paraacute no periacuteodode 2001 a 2005 Fonte (Santana et al 2006)

Demanda de polpa e vinho de accedilaiacute

Ano

Ofertade frutode accedilaiacute

(t)

Oferta depolpa

aproximada

Mercado do

Paraacute (t)

Mercadonacional

(t)

MercadoInternacional

(t)

DemandaTotal(t)

2001 118302 53050224 117843 8527 395 126765

2002 364879 163622870 130559 11231 1060 142850

2003 392130 175843049 163615 22597 2119 188331

2004 454071 203619283 177102 29636 3622 210360

2005 505094 226499552 204730 47098 5138 256966

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A expansatildeo gradativa do mercado de frutas processadas tem se caracterizando

por uma seacuterie de fatores dentre os quais a preocupaccedilatildeo de consumidores com a sauacutede o

que resulta em aumento da procura e consumo de produtos naturais com pouco ou

nenhum aditivo quiacutemico A quantidade exportada de sucos de frutas em 2007 foi de

237 milhotildees de doacutelares relativos a 216 milhotildees de toneladas sendo 5126 maior que

em 2006 e 100 maior que em 2005(Andriguetto et al 2008)

Segundo Barros apud Silva 2004 as polpas de frutas mostram-se como uma

oportunidade para o Brasil pois existe o potencial de se transformar no novo produto

que ampliaraacute a participaccedilatildeo brasileira no setor externo No Brasil um caso em grande

expansatildeo que merece atenccedilatildeo eacute a agroinduacutestria do accedilaiacute no Estado do Paraacute responsaacutevel

pela produccedilatildeo de 95 do fruto (Silva 2004) A Tabela 2 no proacuteximo toacutepico mostra o

crescimento da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute

Na proacutexima seccedilatildeo apresentamos uma descriccedilatildeo sucinta da agroinduacutestria de

frutas tropicais no Paraacute

213 Agroinduacutestria de frutas no Paraacute

A regiatildeo Norte reuacutene condiccedilotildees favoraacuteveis para o desenvolvimento das

agroinduacutestrias de frutas pois apresenta grande variedade de fruteiras extrativas proacuteprias

da regiatildeo e solo e clima que permitem a exploraccedilatildeo de fruteiras tiacutepicas de aacutereas tropicais

(Silva 2006)

O Paraacute aparece como um dos maiores produtores brasileiros de frutas da uacuteltima

deacutecada destacando-se pelas produccedilotildees de abacaxi banana coco e laranja e em menor

escala de maracujaacute mamatildeo limatildeo e acerola aleacutem das frutas regionais (exoacuteticas) como

o accedilaiacute bacuri cupuaccedilu taperebaacute e muruci que a cada ano ganham mais mercado o que

favorece os empreendimentos do setor frutiacutecola(Silva 2004)

O Estado do Paraacute eacute hoje responsaacutevel por 95 da produccedilatildeo de accedilaiacute no Brasil edevido a sua importacircncia cultural o accedilaiacute transformou-se atraveacutes de lei na bebida e fruta

siacutembolo do estado do Paraacute e agora passou a ser priorizado como produto econocircmico

capaz de gerar renda para a populaccedilatildeo local e divisas para o paiacutes (Andrade et al 2008)

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Tabela 2 Evoluccedilatildeo da aacuterea colhida produccedilatildeo rendimento e preccedilo do accedilaiacute no Estado do Paraacute 1996 a2009

Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute

ANOAacuteREA

PLANTADA

(haacute)

AacuteREACOLHIDA

(haacute)

QUANTIDADECULTIVADA ( t )

QUANTIDADEEXTRATIVA ( t )

QUANTIDADETOTAL

PRODUZIDA ( t )

RENDIMENTO(thaacute)

PRECcedilO(R$t)

1996 1054 10366 103698 114064 9835 469791997 933 7913 92021 99934 8481 350841998 852 7278 110557 117835 8542 412271999 690 4662 107663 112325 6757 472862000 727 5207 112676 117883 7162 499352001 627 4558 113744 118302 7270 558992002 16115 242557 122322 364879 15052 642082003 3097 18479 257282 134848 392130 13923 686982004 8593 26671 363428 90643 454071 13626 699962005 6297 34203 415921 89173 505094 12160

2006 8041 49455 472040 88551 560591 95452007 5249 51545 497591 93788 591379 96542008 59202 59202 581290 100202 681492 98192009 61814 61814 604805 104354 709159 9784

A induacutestria de suco e polpa de frutas regionais para exportaccedilatildeo teve como

pioneira a Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-Accedilu (CAMTA) fundada no ano de

1949 Em 1988 foi concluiacuteda a faacutebrica de sucos da Associaccedilatildeo de Fomento Agriacutecola de

Tomeacute-Accedilu (ASFATA) fundada em 1981 que passou para a administraccedilatildeo da CAMTA

em 1991 A agroinduacutestria de sucos e concentrados de frutas regionais foi uma das que

mais cresceu nos uacuteltimos dez anos (Homma 2003)

O Estado do Paraacute possui hoje cerca das 140 empresas produtoras de polpa de

frutas distribuiacutedas em todo o estado poreacutem as regiotildees Metropolitana de Beleacutem e

Nordeste Paraense concentram cerca de 82 do total das unidades (Brasil apud Silva

2004) Entretanto a mesorregiatildeo do Marajoacute eacute a que concentra a maior produccedilatildeo de

fruto detendo cerca de 80 da produccedilatildeo Para melhor visualizaccedilatildeo veja a Figura 1

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17

Figura 1Mesorregiotildees do Estado do Paraacute Fonte Silva 2004

No primeiro semestre de 2004 a produccedilatildeo exportada do mix de polpa de frutas

atingiu o valor de US$ 504 milhotildees com uma evoluccedilatildeo de 2447 em relaccedilatildeo ao

mesmo periacuteodo de 2003 Desse total apenas 75 da produccedilatildeo de polpa de frutas

regional foi exportado para os Estados Unidos e alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeacuteia e

Aacutesia o maior percentual de exportaccedilatildeo (755) ficou com o mercado nacional e o

restante (17) foi absorvido pelo mercado local (Santana apud Silva2004)A agroinduacutestria de frutas destaca-se como uma atividade estrateacutegica para o

desenvolvimento de regiotildees produtoras na aacuterea de fruticultura uma vez que tem elevada

capacidade de gerar emprego e renda e criar uma demanda estaacutevel para a produccedilatildeo de

frutas jaacute que apresenta um grande potencial de agregaccedilatildeo de valor aos produtos

primaacuterios a partir do processamento e elaboraccedilatildeo de sucos polpas e doces aleacutem de

promover a induccedilatildeo e difusatildeo de tecnologia no meio rural (Silva 2006)

Por sua vez o accedilaiacute lidera o mercado da fruticultura nacional a exportaccedilatildeo chegaa 500 mil toneladasano O crescimento do interesse nacional e internacional pelo suco

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do fruto entretanto fez com que o preccedilo do produto aumentasse para o consumidor

(SAGRI 2010)

22 O Accedilaiacute

221 O accedilaizeiro

O accedilaizeiro ( Euterpe oleracea Mart) planta pertencente agrave ordem dos Arecales

ao gecircnero Euterpe da famiacutelia Palmae eacute uma palmeira nativa da Amazocircnia abundante

nas aacutereas de vaacuterzeas da regiatildeo Para os nativos essa palmeira representa uma importante

fonte natural de recursos Poullet apud Padilha et al afirma que o accedilaiacute eacute um dos

produtos mais importantes da vida alimentar e cultural da populaccedilatildeo regional Rogez

apud Padilha et al(2000) por sua vez considera o accedilaizeiro a palmeira mais produtiva

do ecossistema que abriga a populaccedilatildeo do delta do Amazonas

Os accedilaizais nativos nas aacutereas de vaacuterzeas satildeo encontrados no estuaacuterio dos rios

Tocantins Paraacute e Amazonas Nas vaacuterzeas o manejo dos accedilaizais nativos tem

promovido a derrubada verde sem queima para construccedilatildeo de canais para facilitar a

drenagem da aacutegua inundada com grande movimentaccedilatildeo de canoas e barcos para o

transporte de frutos com seacuterias consequumlecircncias para flora e fauna (Homma et al 2006)

O manejo consiste em aumentar a populaccedilatildeo de accedilaizeiros que ocorrem

naturalmente na floresta de vaacuterzea Com essa teacutecninca a produtividade do accedilaizeiro

dobra de 42 tha para 84 tha de frutos Baseia-se na eliminaccedilatildeo das plantas de espeacutecies

arbustivas e arboacutereas de baixo valor comercial cujos espaccedilos livres satildeo ocupados por

plantas de accedilaizeiros oriundas de sementes que germinam espontaneamente de mudas

preparadas ou transplantadas das proximidades e por outras espeacutecies produzidas

especialmente para esse fim (Embrapa)

A vantagem da teacutecnica de manejo eacute que natildeo exige investimento em infra-

estrutura consistindo na realizaccedilatildeo das seguintes praacuteticas limpeza da aacuterea (roccedilagem davegetaccedilatildeo de menor porte e eliminaccedilatildeo de parte das aacutervores maiores) desbastes dos

perfilhosestipes das touceiras de baixo vigor vegetativo preparoaquisiccedilatildeo e plantio de

mudas de accedilaizeiros frutiacuteferas e florestais manutenccedilatildeo do accedilaizal (Embrapa)

A importacircncia socioeconocircmica do accedilaizeiro decorre do seu enorme potencial de

aproveitamento integral de mateacuteria-prima O principal aproveitamento eacute a extraccedilatildeo do

accedilaiacute mas as sementes (caroccedilos) do accedilaizeiro satildeo aproveitadas no artesanato e como

adubo orgacircnico A planta fornece ainda um oacutetimo palmito e as suas folhas satildeo utilizadaspara cobertura de casas dos habitantes do interior da regiatildeo (Homma 2006) De acordo

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com Padilha et al existe ainda um outro uso uma vez que a a produccedilatildeo de polpa varia

em torno de apenas 5 a 15 do volume do fruto haacute uma grande quantidade de resiacuteduos

gerados no processamento que pode ser empregado para geraccedilatildeo de energia teacutermica e

eleacutetrica

Poreacutem para a populaccedilatildeo ribeirinha a possibilidade mais lucrativa proporcionada

pelo accedilaizeiro eacute a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de seu fruto in natura A produccedilatildeo de

frutos para o mercado local eacute uma atividade de baixo custo e de excelente rentabilidade

econocircmica (Homma 2006)

222 O fruto

O accedilaiacute ateacute o final do seacuteculo XX era considerado um produto da alimentaccedilatildeo

baacutesica das populaccedilotildees ribeirinhas e das camadas de baixa renda dos centros urbanos da

economia Amazocircnica onde eacute consumido com farinha de mandioca e peixe entre

outros A produccedilatildeo do accedilaiacute era ateacute entatildeo predominantemente extrativista objetivando o

consumo domeacutestico com pouca venda de excedente (Santana et al 2006)

No entanto desde meados da deacutecada de 90 as academias de ginaacutestica

descobriram o fruto e seu alto valor energeacutetico o que fez com que o accedilaiacute ganhasse

espaccedilo na miacutedia nacional e internacional A demanda do produto aumentou entatildeo

intensamente uma vez que as camadas de maior poder aquisitivo tambeacutem passaram a

consumiacute-lo (Santana et al 2006)

Este aumento pode ser atribuiacutedo agraves propriedades nutricionais e valor caloacuterico do

accedilaiacute uma vez que eacute um alimento rico em proteiacutenas fibras lipiacutedios vitamina E e

minerais como manganecircs cobre boro e cromo Aleacutem disso o accedilaiacute possui um elevado

teor de pigmentos antocianinas que satildeo beneacuteficos agrave sauacutede pois favorecem a circulaccedilatildeo

sanguumliacutenea e protegem o organismo contra a arteriosclerose (Alexandre et al2004)

A demanda pelo accedilaiacute estaacute em alta o produto tem boas possibilidades demercado principalmente no Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia Goiaacutes e na Regiatildeo

Nordeste No Rio de Janeiro o accedilaiacute eacute oferecido nas praias e se tornou muito popular

entre os adeptos da cultura da sauacutede e entre os frequumlentadores de academias Eacute

tambeacutem vendido diretamente ao consumidor e comeccedila a ganhar popularidade entre os

nativos e turistas Eacute estimado que no Rio de Janeiro sejam consumidas 500

toneladasmecircs em Satildeo Paulo 150 toneladasmecircs e outros Estados somam 200

toneladasmecircs Nesses locais em alguns pontos de venda o que se consome eacute o accedilaiacute

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fino que misturado com outros produtos perde o gosto o odor e ateacute o valor caloacuterico da

fruta (Homma 2006)

Em 2000 iniciou-se a exportaccedilatildeo de polpa congelada de accedilaiacute para os Estados

Unidos e para a Itaacutelia Esse mercado externo cresceu 20 ao ano de 2003 a 2006 com a

comercializaccedilatildeo do accedilaiacute concentrado em latas e com a popularizaccedilatildeo da mistura com

diversas outras frutas feitas em academias de ginaacutestica (Homma 2006)

A partir de 2002 observou-se o aumento da aacuterea colhida com accedilaiacute que se

manifesta num salto de 16115 ha (2002) para 26671 ha (2004) ou seja uma taxa de

crescimento de 6550 num periacuteodo de trecircs anos (Santana et al 2006)

Essa significativa taxa meacutedia de crescimento da aacuterea colhida do accedilaiacute pode

significar uma resposta dos produtores ao crescimento da demanda pelo fruto do accedilaiacute

nos uacuteltimos anos De fato o crescimento da demanda regional nacional e mesmo

internacional do accedilaiacute pode estar induzindo os produtores rurais a aumentarem aacuterea

plantada do accedilaiacute A expansatildeo da aacuterea colhida indica o grande interesse dos produtores

rurais quanto agrave necessidade da formaccedilatildeo de uma base produtiva de cultivo do accedilaiacute como

condiccedilatildeo baacutesica para a atraccedilatildeo de agroinduacutestrias de processamento (Santana et al

2006)

Assim crecirc-se que estaacute em curso uma mudanccedila do padratildeo agriacutecola da fruticultura

do Paraacute de uma base produtiva extrativa para uma base produtiva de cultivo Poreacutem

uma mudanccedila desse tipo requer uma seacuterie de adaptaccedilotildees de natureza agronocircmica

sobretudo quanto ao controle de pragas e doenccedilas que podem se manifestar nos cultivos

de grande escala(Santana et al 2006)

O crescimento do mercado de polpa do fruto de accedilaiacute tem induzido tambeacutem o

plantio em terra firme (Homma et al 2006) e a implantaccedilatildeo de plantas industriais para

realizar o processamento ou as agroinduacutestrias existentes introduziram o accedilaiacute na linha

de produccedilatildeo visando atender aos mercados externo e interno (Santana et al 2006)O plantio de accedilaizeiro em terra firme apresenta excelente alternativa para a

recuperaccedilatildeo de aacutereas desmatadas como tambeacutem para reduzir a pressatildeo sobre o

ecossistema de vaacuterzea que eacute mais fraacutegil Aleacutem disso o plantio em terra firme apresenta

a vantagem de facilitar o transporte rodoviaacuterio e o beneficiamento sem depender do

transporte fluvial mais lento (Santana et al 2006)

O processamento ou seja as atividades de lavagem pasteurizaccedilatildeo

congelamento e desidrataccedilatildeo em escala industrial tem como vantagens melhorar a

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higiene e a qualidade do produto reduzindo ao maacuteximo os riscos de contaminaccedilatildeo

microbioloacutegica (Homma et al 2006)

O processo de obtenccedilatildeo da polpa de accedilaiacute consiste em imergir o fruto em aacutegua

morna por tempo determinado a fim de amolecer o mesocarpo antes do despolpamento

Apoacutes o amolecimento o despolpamento eacute realizado com o auxiacutelio de maacutequinas

mecacircnicas eleacutetricas ou manualmente com ou sem adiccedilatildeo de aacutegua Em seguida o

produto obtido passa por uma peneira de forma a obter a polpa para consumo

(Alexandre et al2004)

Os produtos obtidos do fruto do accedilaiacute satildeo classificados de acordo com a adiccedilatildeo

ou natildeo de aacutegua e seus quantitativos ou seja a porcentagem de soacutelidos totais Assim os

produtos incluem

bull polpa de accedilaiacute polpa extraiacuteda sem adiccedilatildeo de aacutegua e sem filtraccedilatildeo

bull accedilaiacute grosso ou especial polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

com soacutelidos totais acima de 14

bull accedilaiacute meacutedio ou regular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

com soacutelidos totais entre 11 e 14

bull accedilaiacute fino ou popular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

apresentando soacutelidos totais entre 8 e 11 (Alexandre et al2004)

O accedilaiacute eacute altamente pereciacutevel o seu tempo maacuteximo de conservaccedilatildeo mesmo sob

refrigeraccedilatildeo eacute de 12 horas O fator responsaacutevel por esta alta perecibilidade eacute a elevada

carga microbiana juntamente com a degradaccedilatildeo enzimaacutetica responsaacuteveis pelas

alteraccedilotildees de cor e aparecimento do sabor azedo Atualmente a conservaccedilatildeo da polpa

de accedilaiacute eacute feita pelo processo de congelamento (Alexandre et al2004)

223 Agroinduacutestrias

Tendo como marco referencial a entrada em funcionamento da faacutebrica de

beneficiamento de polpa de frutas da CAMTA em 1991 a agroinduacutestria de frutas do

Estado do Paraacute teve um grande crescimento a partir da deacutecada de 90 As primeiras frutas

que tiveram seu processo de beneficiamento foram o maracujaacute cupuaccedilu e acerola

Posteriormente foram incluiacutedas a laranja accedilaiacute graviola carambola goiaba cajaacute

manga bacuri muruci e abacaxi (Homma 2002)

A Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-accediluacute ndash CAMTA destacava-se como uma

das principais compradoras dos consoacutercios produtores de accedilaiacute da regiatildeo negociando

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preccedilos diferentes entre os municiacutepios Estas negociaccedilotildees acirravam a concorrecircncia entre

os produtores e consequumlentemente deixava os preccedilos abaixo do mercado Esta praacutetica

prejudicava igualmente a todos os produtores (Homma 2002)

Nesse contexto a FASEAmazocircnia exerceu papel fundamental suscitando as

discussotildees sobre a criaccedilatildeo de um consoacutercio de produtores que pudessem negociar como

as empresas processadoras do fruto produccedilatildeo em escala ampliada a preccedilos melhores e

mais estaacuteveis (Soares e Costa 2005) A FASE eacute uma organizaccedilatildeo natildeo governamental

sem fins lucrativos que atua em seis estados brasileiros e tem sua sede nacional no Rio

de Janeiro Desde suas origens esteve comprometida com o trabalho de organizaccedilatildeo e

desenvolvimento local comunitaacuterio e associativo (FASE 2010)

Em 2000 o consoacutercio foi estruturado entre os municiacutepios de Abaetetuba

Barcarena Igarapeacute-Miri e Cametaacute (Soares e Costa 2005)

Em Abaetetuba a principal organizaccedilatildeo eacute a Cooperativa de Fruticultores de

Abaetetuba ndash COFRUTA Em Barcarena como a Associaccedilatildeo dos Batedores de Accedilaiacute de

Barcarena ndash COOPBAB e entidades parceiras com o STR ndash Barcarena Cooperativa da

Colocircnia de Pesca Z-13 e Associaccedilatildeo de Trabalhadores Rurais do Arapajoacute Em Cametaacute

com a Cooperativa de Resistecircncia de Cametaacute ndash CART e entidades parceiras como STR

ndash Cametaacute Colocircnia de Pescadores Z-16 e Associaccedilatildeo de Preservaccedilatildeo do Meio Ambiente

e Igarapeacute-Miri com a Associaccedilatildeo Mutiratildeo dos Trabalhadores Rurais de Igarapeacute-Miri

como as entidades parceiras como a Associaccedilatildeo de Mulheres de Igarapeacute-Miri

Associaccedilatildeo Boa esperanccedila STR ndash Igarapeacute-Miri e AMPRISA Em 2003 o nuacutemero total

de famiacutelias envolvidas no consoacutercio chegou a 919 (Soares e Costa 2005)

Apoacutes a delimitaccedilatildeo das organizaccedilotildees e parcerias para fornecimento do fruto

estas organizaccedilotildees passaram a negociar sua produccedilatildeo em conjunto atraveacutes do consoacutercio

e com preccedilos igualmente vantajosos para todas as entidades O volume comercializado

aumentou significativamente principalmente em funccedilatildeo da popularizaccedilatildeo do frutoaumentando tambeacutem o nuacutemero de empresas processadoras na regiatildeo Atualmente

comercializam com o consoacutercio a Sambazon Fly CAMTA Amazon Fruit Accedilaiacute Brasil

e Amazon Drink(Soares e Costa 2005)

A SAMBAZON destaca-se uma vez que tem exportado o fruto para o mercado

americano e estabelecendo contratos baseado no chamado mercado ldquojustordquo Com a

ampliaccedilatildeo da exportaccedilatildeo e as exigecircncias do mercado americano houve a necessidade de

reconhecimento do accedilaiacute enquanto produto agroecoloacutegico de origem orgacircnica jaacute que suaproduccedilatildeo natildeo utiliza insumos quiacutemicos Em 2003 a agecircncia de certificaccedilatildeo Guaranteed

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Organic Certification Agency ndash GOCA entregou a certificaccedilatildeo as cooperativas e

associaccedilotildees (Soares e Costa 2005)

A SAMBAZON estabeleceu contrato com as organizaccedilotildees para que o primeiro

certificado fosse pago por ela e posteriormente a renovaccedilatildeo ficaria sob

responsabilidade das proacuteprias organizaccedilotildees Segundo Sobrinho 2005 apud Soares e

Costa 2005 no periacuteodo de agosto de 2004 a janeiro de 2005 o preccedilo meacutedio por

tonelada pago aos produtores no comeacutercio justo superou em 25 os preccedilos correntes

praticados pelos atravessadores na regiatildeo (Soares e Costa 2005)

O percurso do accedilaiacute da propriedade ateacute a pedra do municiacutepio eacute feito de barco e eacute

de responsabilidade da cooperativa tais gastos satildeo incluiacutedos integralmente no custo do

produto Poreacutem os gastos com transporte da pedra do municiacutepio ateacute a empresa

processadora satildeo assumidos pela empresa processadora (Soares e Costa 2005)

Os gastos com transporte satildeo proporcionais ao tempo de viagem do setor ateacute a

pedra do municiacutepio As menores distacircncias encontradas entre os setores e a ldquopedrardquo

encontram-se em Barcarena e as maiores distacircncias em Cametaacute (Soares e Costa 2005)

Dessa forma os preccedilos praticados em Barcarena satildeo altos por sua proximidade

com Beleacutem que tem mercado consumidor praticamente garantido E em Cametaacute os

preccedilos praticados satildeo geralmente abaixo da meacutedia dos outros municiacutepios pela maior

distancia (Soares e Costa 2005)

Estima-se que 70 a 80 da polpa de accedilaiacute vendidas no Paiacutes satildeo produzidas no

Paraacute e os maiores compradores satildeo Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia e alguns Estados

do Nordeste

Sabe-se que as induacutestrias processadoras se concentram nas mesorregiotildees

Nordeste Paraense e Metropolitana de Beleacutem Somente em Beleacutem existem 3 mil pontos

de venda de accedilaiacute (Homma 2002) A Figura 2 e a Figura 3 representam as regiotildees do

Nordeste paraense e Metropolitana de Beleacutem respectivamente

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Figura 2 Microrregiotildees do Nordeste paraense Fonte Silva 2004

Figura 3 Mesorregiatildeo metropolitana de Beleacutem Fonte Silva 2004

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A razatildeo para que as duas mesorregiotildees sejam detentoras de maior percentual de

induacutestrias eacute no caso das empresas que fazem mais de um tipo de produto a

proximidade do principal mercado consumidor Beleacutem do Paraacute que vem se habituando

a consumir algumas polpas de frutas amazocircnicas e outras frutas regionais e tropicais na

forma congelada adquiridas nas redes de supermercados sobretudo na entressafra No

caso das empresas uniproduto satildeo as vias de acesso facilitada atraveacutes da BR316 que

interliga as duas mesorregiotildees paraenses com o resto do Paiacutes e assim escoam a

produccedilatildeo da polpa congelada especialmente do accedilaiacute (Silva 2004)

A polpa congelada e mais recentemente a exportaccedilatildeo sob a forma desidratada

ou seja o poacute e sucos pasteurizados apresentam tendecircncias de crescimento e vem

influenciando os produtores do Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins mais precisamente

dos municiacutepios de Cametaacute Igarapeacute-Miri Abaetetuba e Barcarena que neste processo

representam os fornecedores da mateacuteria-prima para as empresas beneficiadoras do

produto que alcanccedilaram o mercado internacional consumidor( Andrade et al2008)

A regiatildeo eacute grande produtora e consumidora de accedilaiacute A cidade de Igarapeacute-Miri

conquistou o tiacutetulo de ldquoCapital Mundial do Accedilaiacuterdquo Ainda a produccedilatildeo desta regiatildeo eacute

reconhecida por ser de alta qualidade seja no rendimento na produccedilatildeo e no sabor da

fruta Os principais produtos ou grupo de produtos gerados pela atividade da fruticultura

no Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins no estado do Paraacute satildeo polpas de frutas como

cupuaccedilu maracujaacute taperebaacute abacaxi e accedilaiacute in natura sendo este uacuteltimo o de maior

importacircncia econocircmica e de maior quantidade de produccedilatildeo (Andrade et al 2008)

A produccedilatildeo dos principais municiacutepios em 2008 pode ser vista na Tabela 3

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Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico daProduccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008

MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)

MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)

2008 2008

TOTAL GERAL581290

IGARAPEacute-MIRI 153000 TAILAcircNDIA 1253

ABAETETUBA 131250 ITUPIRANGA 1200

CAMETAacute 40544 NOVA ESP DO PIRIAacute 1200

ACARAacute 39600 BAIAtildeO 1000

LIMOEIRO DO AJURU 35040 NOVO REPARTIMENTO 1000

BUJARU 30955 PORTO DE MOZ 1000

TOMEacute ACcedilU 24000 ALMEIRIM 720

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 21384 CASTANHAL 634

PONTA DE PEDRAS 14991 VIGIA 500

OEIRAS DO PARAacute 14000 SANTA MARIA DO PARAacute 480

MOJU 12185 BAGRE 420

BARCARENA 12000 ANAPU 390

TUCURUIacute 11500 IGARAPEacute-ACcedilU 300

SANTA ISABEL DO PARAacute 6200 MARACANAtilde 275

PORTEL 4800 ALTAMIRA 240

CURRALINHO 3000 CAPITAtildeO POCcedilO 187

GURUPAacute 2812 PACAJAacute 180

SANTO ANTOcircNIO DO TAUAacute 2500 PRAINHA 156IRITUIA 2340 S FRANCISCO DO PARA 120

BREU BRANCO 1800 NOVO PROGRESSO 100

CACHOEIRA DO ARARI 1540 VISEU 60

BREVES 1500 MEDICILAcircNDIA 50

S SEBASTIAtildeO DA BVISTA 1500 FARO 28

MUANAacute 1332 AUGUSTO CORREA 24

O arranjo produtivo de polpa de frutas paraense eacute heterogecircneo em tamanho com

predominacircncia de microempresas em tecnologia de modo que apenas oito empresaspossuem tecnologia de pasteurizaccedilatildeo na diversificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo de produto a

maioria das empresas processa apenas accedilaiacute e ainda no grau de inserccedilatildeo nos mercados

local nacional e internacional (Santana et al 2006)

O principal produto industrial eacute a polpa de accedilaiacute pasteurizada eou congelada Em

menor escala existem os blends que eacute o accedilaiacute misturado com guaranaacute banana morango

e etc accedilaiacute em poacute geleacuteia licor vinho neacutectar suco bombons sorvetes cafeacute etc

(Santana et al 2006)

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224 Dificuldades das agroinduacutestrias

Silva em seu trabalho O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das

agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute 2004 fez um levantamento das

dificuldades que as empresas enfrentam Os entrevistados principalmente das empresas

que soacute produzem a polpa de accedilaiacute afirmam que caso dispusessem de cacircmaras de

congelamento e armazenamento e pasteurizadores natildeo haveria necessidade de sair do

Estado do Paraacute no periacuteodo da entressafra (coincidente com o veratildeo do Sudeste e Sul do

Brasil e com o periacuteodo de feacuterias e carnaval quando haacute elevaccedilatildeo da demanda de polpa de

accedilaiacute) pois teriam produtos em estoque originando mais receitas empregos e tributos

em acircmbito estadual ainda seriam mais competitivas pois ldquovecircem o accedilaiacute do Paraacute como

imbatiacutevel no mercadordquo

Os entrevistados por Silva 2004 citaram tambeacutem suas necessidades de

qualificaccedilatildeo de matildeo-de-obra nas aacutereas de produccedilatildeo manipulaccedilatildeo de alimentos e

administrativa Outra dificuldade enfrentada pelas empresas de polpa de frutas do

Estado do Paraacute eacute a falta de uma interaccedilatildeo mais permanente com o sistema de creacutedito

pois do total de empresas entrevistadas 769 natildeo obtiveram creacutedito de curto prazo

(capital de giro) nos uacuteltimos cinco anos e 50 tambeacutem natildeo obtiveram creacutedito ou

financiamento de longo prazo (projeto incentivado creacutedito para investimento como a

compra de equipamentos e outros) ou seja natildeo acessaram recursos por um periacuteodo

maior do que trecircs anos

Andrade et al 2008 afirmam que os gargalos da produccedilatildeo de polpa de accedilaiacute estatildeo

relacionados ao desempenho na aacuterea da gestatildeo principalmente para a melhoria das

habilidades de negociaccedilatildeo e teacutecnicas de venda pois o processo de comercializaccedilatildeo

nestes municiacutepios ainda eacute bastante complexo sendo considerado como um dos

principais entraves junto agrave falta de recursos dos produtores Destacam-se tambeacutem as

dificuldades de infra-estrutura no transporte que inviabilizam em muito o intuito de seatingir um bom planejamento da produccedilatildeo

Limal et al 2008 tambeacutem ressalta problemas logiacutesticos poreacutem relacionados ao

do produtor de accedilaiacute para as induacutestrias Para os autores a logiacutestica eacute bastante deficitaacuteria

uma vez que a venda do produto depende em grande escala das embarcaccedilotildees que

fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos do frete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores

Tais fatores encarecem o custo do produto que recai sobre o consumidor

Segundo informaccedilotildees obtidas em pesquisa de campo o transporte fluvial eacuterealizado pelas embarcaccedilotildees dos proacuteprios ribeirinhos ndash aqueles que tiverem condiccedilotildees

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23 Logiacutestica

De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de

planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de

mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde

o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias

dos clientes (CSCMP2010)

A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do

transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto

procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)

Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees

praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de

entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se

concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da

rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees

possiacuteveis (Bowersox et al (2001)

Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes

questotildees

bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao

cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por

exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta

definiccedilatildeo

bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais

baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o

nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de

atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas

instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de

centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado

tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e

programaccedilatildeo de transportadores

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Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o

serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo

possiacutevel

Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por

uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a

montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal

de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto

passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele

condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a

partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais

estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos

Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer

deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela

movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para

suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da

produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o

mercado consumidor

A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs

aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a

distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas

referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais

e produtos (Costa 2002)

Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais

devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de

suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em

termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da

qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda

determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos

e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas

e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)

Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor

nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede

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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades

de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de

mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)

Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias

em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades

tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de

veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees

Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de

facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de

facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)

Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda

estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem

nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto

neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de

hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo

possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo

puramente extrativista

232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional

O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees

geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios

entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de

transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de

transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)

De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades

envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos

de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo

Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos

por quais facilidades para minimizar o custo total

Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa

Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote

e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura

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Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al

(2008) eacute utilizado no estudo

O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de

lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na

Figura 4

Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)

No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam

para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou

armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados

Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com

pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que

manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas

Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que

o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao

cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais

adequados

A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que

as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste

trabalho de conclusatildeo de curso

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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de

facilidades

O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de

diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes

espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui

manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e

estoque de produtos

Notaccedilotildees utilizadas no modelo

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW

LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k

isin LP

P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P

LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento

LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta

LP c e LP o satildeo definidos analogamente

Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada

capacidade do armazeacutem j no tempo t

capacidade da planta k no tempo t

Tem-se ainda

demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t

Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso

definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das

facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque

Para isin LW

o e isin T

custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T

Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo e fechamento

Para isin LW c

custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento

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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP

custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no

periacuteodo t

custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t

custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo

t+1

custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i

Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)

Para isin LW o e isin T

= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c

= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento

= 0 caso contraacuterio

eacute definido analogamente

Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j

no periacuteodo t

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k

no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i

periacuteodo t

estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t

Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda

≔ 1 991270 isin LW o

991270 isin

LW c

Funccedilatildeo Objetivo

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Min =

isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)

Sujeito a

+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)

isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)

leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)

+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)

le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)

isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)

isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)

0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)

isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)

A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que

os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e

que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de

produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1

(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de

produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave

parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t

enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute

existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo

As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de

plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o

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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver

pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento

A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e

(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo

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PampE

A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca

investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da

Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo

MEP e ITP

O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)

possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37

ou 38 induacutestrias

Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos

mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que

apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada

O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90

estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo

(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o

fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos

Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega

ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros

ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da

bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria

A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador

individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra

clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a

Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a

Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO

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ITS e ITT

Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento

bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola

Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo

incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para

fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que

comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)

que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)

produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute

Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual

proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada

Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos

de bebida agrave base de accedilaiacute

No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com

qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no

Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos

32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo

matemaacutetico

Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com

pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute

para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos

simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por

exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados

histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da

demanda

a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas

Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi

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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute

cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo

porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m

um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para

as cidades

Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se

como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a

Tabela 5

Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS

AacuteREA (ha)

DESTINADA A COLHEITA COLHIDA

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500

BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000

BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064

CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320

IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840

MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000

MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148

TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600

TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150

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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000

UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998

AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600

ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200

ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500

MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000

OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185

UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000

OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000

UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000

Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem

devido a falhas nas coletas dos dados

Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute

ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o

periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A

divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas

cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado

amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a

safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo

Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do

Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute

2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas

20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais

de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute

aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano

A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que

acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos

Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou

R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos

satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial

consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa

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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da

Tabela 7

Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007

Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007

Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de

accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os

coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando

tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a

produccedilatildeo inicia desde o 1o ano

Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146

Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848

Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788

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45

Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico

plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute

existente

De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de

custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois

hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende

para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo

numa estimativa de seus gastos de transporte

Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo

utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa

Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela

9

Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167

Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109

c) Demanda dos Beneficiadores

Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade

maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente

pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da

capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de

chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena

de perda dos frutos

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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte

Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos

frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de

confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O

transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h

tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na

tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios

chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que

entregam para as empresas beneficiadoras locais

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio

transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista

ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a

12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200

Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$

050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo

compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma

de R$100 a $150 ao preccedilo

e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme

Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido

ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o

transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de

pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem

considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de

heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os

custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa

margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o

investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano

(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas

propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio

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47

Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre

quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para

efeitos de expansatildeo

f) Manejo de accedilaizais nativos

O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo

uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia

Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano

o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute

positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute

maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de

produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo

g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores

De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a

localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados

individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em

uma tabela como a Tabela 10 abaixo

Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo

h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos

Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e

8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de

produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser

considerados os mesmos para cada tipo de produto

i) Demanda

O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores

para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas

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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009

AnoToneladas

Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo

2001 11784300 852700 39500

2002 13055900 1123100 113651

2003 16361500 2259700 273000

2004 17710200 2963600 504100

2005 20473000 4709800 565700

2006 24493100 5837900 668100

2007 24717300 6516200 923500

2008 27100000 7300000 1173500

2009 29800000 8020000 1250780

A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12

Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3

A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10

j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa

em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer

(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel

tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo

do cliente

O trajeto varia entre 80 e 240 km

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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores

Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas

Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas

Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo

desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o

Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das

maiores exportadoras a empresa DaFruta

33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute

Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia

representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)

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50

Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute

Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores

beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em

cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme

Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras

uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo

apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)

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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo

do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees

Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo

Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea

1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t

2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado

Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme

3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo

t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de

implantaccedilatildeo

4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe

5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele

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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes

6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo

que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia

7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a

capacidade de processamento

8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo

9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no

periacuteodo atual

10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida

O modelo matemaacutetico

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB

LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por

k isin LP

LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio

do planejamento

LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista

LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme

indexados por l isin LT

LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo

LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme

P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por

p isin P

Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm

capacidade limitada

Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea

capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em

quilogramas de fruto por hectare

aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP

Para

isin LP o e

isin T

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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo

custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare

Para isin LP c

custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare

O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque

consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita

custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo

t

Dados referentes aos cultivos em terra firme

capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado

em quilogramas de fruto por hectare

Para isin LT c

aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de

planejamento

Para isin LT o

nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme

no spot l

qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares

e qe =5 Tem-se que

Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20

hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para

evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear

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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j

Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)

Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no

periacuteodo t em kg

quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no

periacuteodo t em kg

produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg

accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg

accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t

accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t

produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t

estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t

Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas

Para isin LPo

= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo

= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io

Variaacuteveis auxiliares

= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no

periacuteodo t

A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma

dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

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A expansatildeo gradativa do mercado de frutas processadas tem se caracterizando

por uma seacuterie de fatores dentre os quais a preocupaccedilatildeo de consumidores com a sauacutede o

que resulta em aumento da procura e consumo de produtos naturais com pouco ou

nenhum aditivo quiacutemico A quantidade exportada de sucos de frutas em 2007 foi de

237 milhotildees de doacutelares relativos a 216 milhotildees de toneladas sendo 5126 maior que

em 2006 e 100 maior que em 2005(Andriguetto et al 2008)

Segundo Barros apud Silva 2004 as polpas de frutas mostram-se como uma

oportunidade para o Brasil pois existe o potencial de se transformar no novo produto

que ampliaraacute a participaccedilatildeo brasileira no setor externo No Brasil um caso em grande

expansatildeo que merece atenccedilatildeo eacute a agroinduacutestria do accedilaiacute no Estado do Paraacute responsaacutevel

pela produccedilatildeo de 95 do fruto (Silva 2004) A Tabela 2 no proacuteximo toacutepico mostra o

crescimento da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute

Na proacutexima seccedilatildeo apresentamos uma descriccedilatildeo sucinta da agroinduacutestria de

frutas tropicais no Paraacute

213 Agroinduacutestria de frutas no Paraacute

A regiatildeo Norte reuacutene condiccedilotildees favoraacuteveis para o desenvolvimento das

agroinduacutestrias de frutas pois apresenta grande variedade de fruteiras extrativas proacuteprias

da regiatildeo e solo e clima que permitem a exploraccedilatildeo de fruteiras tiacutepicas de aacutereas tropicais

(Silva 2006)

O Paraacute aparece como um dos maiores produtores brasileiros de frutas da uacuteltima

deacutecada destacando-se pelas produccedilotildees de abacaxi banana coco e laranja e em menor

escala de maracujaacute mamatildeo limatildeo e acerola aleacutem das frutas regionais (exoacuteticas) como

o accedilaiacute bacuri cupuaccedilu taperebaacute e muruci que a cada ano ganham mais mercado o que

favorece os empreendimentos do setor frutiacutecola(Silva 2004)

O Estado do Paraacute eacute hoje responsaacutevel por 95 da produccedilatildeo de accedilaiacute no Brasil edevido a sua importacircncia cultural o accedilaiacute transformou-se atraveacutes de lei na bebida e fruta

siacutembolo do estado do Paraacute e agora passou a ser priorizado como produto econocircmico

capaz de gerar renda para a populaccedilatildeo local e divisas para o paiacutes (Andrade et al 2008)

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Tabela 2 Evoluccedilatildeo da aacuterea colhida produccedilatildeo rendimento e preccedilo do accedilaiacute no Estado do Paraacute 1996 a2009

Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute

ANOAacuteREA

PLANTADA

(haacute)

AacuteREACOLHIDA

(haacute)

QUANTIDADECULTIVADA ( t )

QUANTIDADEEXTRATIVA ( t )

QUANTIDADETOTAL

PRODUZIDA ( t )

RENDIMENTO(thaacute)

PRECcedilO(R$t)

1996 1054 10366 103698 114064 9835 469791997 933 7913 92021 99934 8481 350841998 852 7278 110557 117835 8542 412271999 690 4662 107663 112325 6757 472862000 727 5207 112676 117883 7162 499352001 627 4558 113744 118302 7270 558992002 16115 242557 122322 364879 15052 642082003 3097 18479 257282 134848 392130 13923 686982004 8593 26671 363428 90643 454071 13626 699962005 6297 34203 415921 89173 505094 12160

2006 8041 49455 472040 88551 560591 95452007 5249 51545 497591 93788 591379 96542008 59202 59202 581290 100202 681492 98192009 61814 61814 604805 104354 709159 9784

A induacutestria de suco e polpa de frutas regionais para exportaccedilatildeo teve como

pioneira a Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-Accedilu (CAMTA) fundada no ano de

1949 Em 1988 foi concluiacuteda a faacutebrica de sucos da Associaccedilatildeo de Fomento Agriacutecola de

Tomeacute-Accedilu (ASFATA) fundada em 1981 que passou para a administraccedilatildeo da CAMTA

em 1991 A agroinduacutestria de sucos e concentrados de frutas regionais foi uma das que

mais cresceu nos uacuteltimos dez anos (Homma 2003)

O Estado do Paraacute possui hoje cerca das 140 empresas produtoras de polpa de

frutas distribuiacutedas em todo o estado poreacutem as regiotildees Metropolitana de Beleacutem e

Nordeste Paraense concentram cerca de 82 do total das unidades (Brasil apud Silva

2004) Entretanto a mesorregiatildeo do Marajoacute eacute a que concentra a maior produccedilatildeo de

fruto detendo cerca de 80 da produccedilatildeo Para melhor visualizaccedilatildeo veja a Figura 1

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Figura 1Mesorregiotildees do Estado do Paraacute Fonte Silva 2004

No primeiro semestre de 2004 a produccedilatildeo exportada do mix de polpa de frutas

atingiu o valor de US$ 504 milhotildees com uma evoluccedilatildeo de 2447 em relaccedilatildeo ao

mesmo periacuteodo de 2003 Desse total apenas 75 da produccedilatildeo de polpa de frutas

regional foi exportado para os Estados Unidos e alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeacuteia e

Aacutesia o maior percentual de exportaccedilatildeo (755) ficou com o mercado nacional e o

restante (17) foi absorvido pelo mercado local (Santana apud Silva2004)A agroinduacutestria de frutas destaca-se como uma atividade estrateacutegica para o

desenvolvimento de regiotildees produtoras na aacuterea de fruticultura uma vez que tem elevada

capacidade de gerar emprego e renda e criar uma demanda estaacutevel para a produccedilatildeo de

frutas jaacute que apresenta um grande potencial de agregaccedilatildeo de valor aos produtos

primaacuterios a partir do processamento e elaboraccedilatildeo de sucos polpas e doces aleacutem de

promover a induccedilatildeo e difusatildeo de tecnologia no meio rural (Silva 2006)

Por sua vez o accedilaiacute lidera o mercado da fruticultura nacional a exportaccedilatildeo chegaa 500 mil toneladasano O crescimento do interesse nacional e internacional pelo suco

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do fruto entretanto fez com que o preccedilo do produto aumentasse para o consumidor

(SAGRI 2010)

22 O Accedilaiacute

221 O accedilaizeiro

O accedilaizeiro ( Euterpe oleracea Mart) planta pertencente agrave ordem dos Arecales

ao gecircnero Euterpe da famiacutelia Palmae eacute uma palmeira nativa da Amazocircnia abundante

nas aacutereas de vaacuterzeas da regiatildeo Para os nativos essa palmeira representa uma importante

fonte natural de recursos Poullet apud Padilha et al afirma que o accedilaiacute eacute um dos

produtos mais importantes da vida alimentar e cultural da populaccedilatildeo regional Rogez

apud Padilha et al(2000) por sua vez considera o accedilaizeiro a palmeira mais produtiva

do ecossistema que abriga a populaccedilatildeo do delta do Amazonas

Os accedilaizais nativos nas aacutereas de vaacuterzeas satildeo encontrados no estuaacuterio dos rios

Tocantins Paraacute e Amazonas Nas vaacuterzeas o manejo dos accedilaizais nativos tem

promovido a derrubada verde sem queima para construccedilatildeo de canais para facilitar a

drenagem da aacutegua inundada com grande movimentaccedilatildeo de canoas e barcos para o

transporte de frutos com seacuterias consequumlecircncias para flora e fauna (Homma et al 2006)

O manejo consiste em aumentar a populaccedilatildeo de accedilaizeiros que ocorrem

naturalmente na floresta de vaacuterzea Com essa teacutecninca a produtividade do accedilaizeiro

dobra de 42 tha para 84 tha de frutos Baseia-se na eliminaccedilatildeo das plantas de espeacutecies

arbustivas e arboacutereas de baixo valor comercial cujos espaccedilos livres satildeo ocupados por

plantas de accedilaizeiros oriundas de sementes que germinam espontaneamente de mudas

preparadas ou transplantadas das proximidades e por outras espeacutecies produzidas

especialmente para esse fim (Embrapa)

A vantagem da teacutecnica de manejo eacute que natildeo exige investimento em infra-

estrutura consistindo na realizaccedilatildeo das seguintes praacuteticas limpeza da aacuterea (roccedilagem davegetaccedilatildeo de menor porte e eliminaccedilatildeo de parte das aacutervores maiores) desbastes dos

perfilhosestipes das touceiras de baixo vigor vegetativo preparoaquisiccedilatildeo e plantio de

mudas de accedilaizeiros frutiacuteferas e florestais manutenccedilatildeo do accedilaizal (Embrapa)

A importacircncia socioeconocircmica do accedilaizeiro decorre do seu enorme potencial de

aproveitamento integral de mateacuteria-prima O principal aproveitamento eacute a extraccedilatildeo do

accedilaiacute mas as sementes (caroccedilos) do accedilaizeiro satildeo aproveitadas no artesanato e como

adubo orgacircnico A planta fornece ainda um oacutetimo palmito e as suas folhas satildeo utilizadaspara cobertura de casas dos habitantes do interior da regiatildeo (Homma 2006) De acordo

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com Padilha et al existe ainda um outro uso uma vez que a a produccedilatildeo de polpa varia

em torno de apenas 5 a 15 do volume do fruto haacute uma grande quantidade de resiacuteduos

gerados no processamento que pode ser empregado para geraccedilatildeo de energia teacutermica e

eleacutetrica

Poreacutem para a populaccedilatildeo ribeirinha a possibilidade mais lucrativa proporcionada

pelo accedilaizeiro eacute a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de seu fruto in natura A produccedilatildeo de

frutos para o mercado local eacute uma atividade de baixo custo e de excelente rentabilidade

econocircmica (Homma 2006)

222 O fruto

O accedilaiacute ateacute o final do seacuteculo XX era considerado um produto da alimentaccedilatildeo

baacutesica das populaccedilotildees ribeirinhas e das camadas de baixa renda dos centros urbanos da

economia Amazocircnica onde eacute consumido com farinha de mandioca e peixe entre

outros A produccedilatildeo do accedilaiacute era ateacute entatildeo predominantemente extrativista objetivando o

consumo domeacutestico com pouca venda de excedente (Santana et al 2006)

No entanto desde meados da deacutecada de 90 as academias de ginaacutestica

descobriram o fruto e seu alto valor energeacutetico o que fez com que o accedilaiacute ganhasse

espaccedilo na miacutedia nacional e internacional A demanda do produto aumentou entatildeo

intensamente uma vez que as camadas de maior poder aquisitivo tambeacutem passaram a

consumiacute-lo (Santana et al 2006)

Este aumento pode ser atribuiacutedo agraves propriedades nutricionais e valor caloacuterico do

accedilaiacute uma vez que eacute um alimento rico em proteiacutenas fibras lipiacutedios vitamina E e

minerais como manganecircs cobre boro e cromo Aleacutem disso o accedilaiacute possui um elevado

teor de pigmentos antocianinas que satildeo beneacuteficos agrave sauacutede pois favorecem a circulaccedilatildeo

sanguumliacutenea e protegem o organismo contra a arteriosclerose (Alexandre et al2004)

A demanda pelo accedilaiacute estaacute em alta o produto tem boas possibilidades demercado principalmente no Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia Goiaacutes e na Regiatildeo

Nordeste No Rio de Janeiro o accedilaiacute eacute oferecido nas praias e se tornou muito popular

entre os adeptos da cultura da sauacutede e entre os frequumlentadores de academias Eacute

tambeacutem vendido diretamente ao consumidor e comeccedila a ganhar popularidade entre os

nativos e turistas Eacute estimado que no Rio de Janeiro sejam consumidas 500

toneladasmecircs em Satildeo Paulo 150 toneladasmecircs e outros Estados somam 200

toneladasmecircs Nesses locais em alguns pontos de venda o que se consome eacute o accedilaiacute

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fino que misturado com outros produtos perde o gosto o odor e ateacute o valor caloacuterico da

fruta (Homma 2006)

Em 2000 iniciou-se a exportaccedilatildeo de polpa congelada de accedilaiacute para os Estados

Unidos e para a Itaacutelia Esse mercado externo cresceu 20 ao ano de 2003 a 2006 com a

comercializaccedilatildeo do accedilaiacute concentrado em latas e com a popularizaccedilatildeo da mistura com

diversas outras frutas feitas em academias de ginaacutestica (Homma 2006)

A partir de 2002 observou-se o aumento da aacuterea colhida com accedilaiacute que se

manifesta num salto de 16115 ha (2002) para 26671 ha (2004) ou seja uma taxa de

crescimento de 6550 num periacuteodo de trecircs anos (Santana et al 2006)

Essa significativa taxa meacutedia de crescimento da aacuterea colhida do accedilaiacute pode

significar uma resposta dos produtores ao crescimento da demanda pelo fruto do accedilaiacute

nos uacuteltimos anos De fato o crescimento da demanda regional nacional e mesmo

internacional do accedilaiacute pode estar induzindo os produtores rurais a aumentarem aacuterea

plantada do accedilaiacute A expansatildeo da aacuterea colhida indica o grande interesse dos produtores

rurais quanto agrave necessidade da formaccedilatildeo de uma base produtiva de cultivo do accedilaiacute como

condiccedilatildeo baacutesica para a atraccedilatildeo de agroinduacutestrias de processamento (Santana et al

2006)

Assim crecirc-se que estaacute em curso uma mudanccedila do padratildeo agriacutecola da fruticultura

do Paraacute de uma base produtiva extrativa para uma base produtiva de cultivo Poreacutem

uma mudanccedila desse tipo requer uma seacuterie de adaptaccedilotildees de natureza agronocircmica

sobretudo quanto ao controle de pragas e doenccedilas que podem se manifestar nos cultivos

de grande escala(Santana et al 2006)

O crescimento do mercado de polpa do fruto de accedilaiacute tem induzido tambeacutem o

plantio em terra firme (Homma et al 2006) e a implantaccedilatildeo de plantas industriais para

realizar o processamento ou as agroinduacutestrias existentes introduziram o accedilaiacute na linha

de produccedilatildeo visando atender aos mercados externo e interno (Santana et al 2006)O plantio de accedilaizeiro em terra firme apresenta excelente alternativa para a

recuperaccedilatildeo de aacutereas desmatadas como tambeacutem para reduzir a pressatildeo sobre o

ecossistema de vaacuterzea que eacute mais fraacutegil Aleacutem disso o plantio em terra firme apresenta

a vantagem de facilitar o transporte rodoviaacuterio e o beneficiamento sem depender do

transporte fluvial mais lento (Santana et al 2006)

O processamento ou seja as atividades de lavagem pasteurizaccedilatildeo

congelamento e desidrataccedilatildeo em escala industrial tem como vantagens melhorar a

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higiene e a qualidade do produto reduzindo ao maacuteximo os riscos de contaminaccedilatildeo

microbioloacutegica (Homma et al 2006)

O processo de obtenccedilatildeo da polpa de accedilaiacute consiste em imergir o fruto em aacutegua

morna por tempo determinado a fim de amolecer o mesocarpo antes do despolpamento

Apoacutes o amolecimento o despolpamento eacute realizado com o auxiacutelio de maacutequinas

mecacircnicas eleacutetricas ou manualmente com ou sem adiccedilatildeo de aacutegua Em seguida o

produto obtido passa por uma peneira de forma a obter a polpa para consumo

(Alexandre et al2004)

Os produtos obtidos do fruto do accedilaiacute satildeo classificados de acordo com a adiccedilatildeo

ou natildeo de aacutegua e seus quantitativos ou seja a porcentagem de soacutelidos totais Assim os

produtos incluem

bull polpa de accedilaiacute polpa extraiacuteda sem adiccedilatildeo de aacutegua e sem filtraccedilatildeo

bull accedilaiacute grosso ou especial polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

com soacutelidos totais acima de 14

bull accedilaiacute meacutedio ou regular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

com soacutelidos totais entre 11 e 14

bull accedilaiacute fino ou popular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

apresentando soacutelidos totais entre 8 e 11 (Alexandre et al2004)

O accedilaiacute eacute altamente pereciacutevel o seu tempo maacuteximo de conservaccedilatildeo mesmo sob

refrigeraccedilatildeo eacute de 12 horas O fator responsaacutevel por esta alta perecibilidade eacute a elevada

carga microbiana juntamente com a degradaccedilatildeo enzimaacutetica responsaacuteveis pelas

alteraccedilotildees de cor e aparecimento do sabor azedo Atualmente a conservaccedilatildeo da polpa

de accedilaiacute eacute feita pelo processo de congelamento (Alexandre et al2004)

223 Agroinduacutestrias

Tendo como marco referencial a entrada em funcionamento da faacutebrica de

beneficiamento de polpa de frutas da CAMTA em 1991 a agroinduacutestria de frutas do

Estado do Paraacute teve um grande crescimento a partir da deacutecada de 90 As primeiras frutas

que tiveram seu processo de beneficiamento foram o maracujaacute cupuaccedilu e acerola

Posteriormente foram incluiacutedas a laranja accedilaiacute graviola carambola goiaba cajaacute

manga bacuri muruci e abacaxi (Homma 2002)

A Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-accediluacute ndash CAMTA destacava-se como uma

das principais compradoras dos consoacutercios produtores de accedilaiacute da regiatildeo negociando

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preccedilos diferentes entre os municiacutepios Estas negociaccedilotildees acirravam a concorrecircncia entre

os produtores e consequumlentemente deixava os preccedilos abaixo do mercado Esta praacutetica

prejudicava igualmente a todos os produtores (Homma 2002)

Nesse contexto a FASEAmazocircnia exerceu papel fundamental suscitando as

discussotildees sobre a criaccedilatildeo de um consoacutercio de produtores que pudessem negociar como

as empresas processadoras do fruto produccedilatildeo em escala ampliada a preccedilos melhores e

mais estaacuteveis (Soares e Costa 2005) A FASE eacute uma organizaccedilatildeo natildeo governamental

sem fins lucrativos que atua em seis estados brasileiros e tem sua sede nacional no Rio

de Janeiro Desde suas origens esteve comprometida com o trabalho de organizaccedilatildeo e

desenvolvimento local comunitaacuterio e associativo (FASE 2010)

Em 2000 o consoacutercio foi estruturado entre os municiacutepios de Abaetetuba

Barcarena Igarapeacute-Miri e Cametaacute (Soares e Costa 2005)

Em Abaetetuba a principal organizaccedilatildeo eacute a Cooperativa de Fruticultores de

Abaetetuba ndash COFRUTA Em Barcarena como a Associaccedilatildeo dos Batedores de Accedilaiacute de

Barcarena ndash COOPBAB e entidades parceiras com o STR ndash Barcarena Cooperativa da

Colocircnia de Pesca Z-13 e Associaccedilatildeo de Trabalhadores Rurais do Arapajoacute Em Cametaacute

com a Cooperativa de Resistecircncia de Cametaacute ndash CART e entidades parceiras como STR

ndash Cametaacute Colocircnia de Pescadores Z-16 e Associaccedilatildeo de Preservaccedilatildeo do Meio Ambiente

e Igarapeacute-Miri com a Associaccedilatildeo Mutiratildeo dos Trabalhadores Rurais de Igarapeacute-Miri

como as entidades parceiras como a Associaccedilatildeo de Mulheres de Igarapeacute-Miri

Associaccedilatildeo Boa esperanccedila STR ndash Igarapeacute-Miri e AMPRISA Em 2003 o nuacutemero total

de famiacutelias envolvidas no consoacutercio chegou a 919 (Soares e Costa 2005)

Apoacutes a delimitaccedilatildeo das organizaccedilotildees e parcerias para fornecimento do fruto

estas organizaccedilotildees passaram a negociar sua produccedilatildeo em conjunto atraveacutes do consoacutercio

e com preccedilos igualmente vantajosos para todas as entidades O volume comercializado

aumentou significativamente principalmente em funccedilatildeo da popularizaccedilatildeo do frutoaumentando tambeacutem o nuacutemero de empresas processadoras na regiatildeo Atualmente

comercializam com o consoacutercio a Sambazon Fly CAMTA Amazon Fruit Accedilaiacute Brasil

e Amazon Drink(Soares e Costa 2005)

A SAMBAZON destaca-se uma vez que tem exportado o fruto para o mercado

americano e estabelecendo contratos baseado no chamado mercado ldquojustordquo Com a

ampliaccedilatildeo da exportaccedilatildeo e as exigecircncias do mercado americano houve a necessidade de

reconhecimento do accedilaiacute enquanto produto agroecoloacutegico de origem orgacircnica jaacute que suaproduccedilatildeo natildeo utiliza insumos quiacutemicos Em 2003 a agecircncia de certificaccedilatildeo Guaranteed

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Organic Certification Agency ndash GOCA entregou a certificaccedilatildeo as cooperativas e

associaccedilotildees (Soares e Costa 2005)

A SAMBAZON estabeleceu contrato com as organizaccedilotildees para que o primeiro

certificado fosse pago por ela e posteriormente a renovaccedilatildeo ficaria sob

responsabilidade das proacuteprias organizaccedilotildees Segundo Sobrinho 2005 apud Soares e

Costa 2005 no periacuteodo de agosto de 2004 a janeiro de 2005 o preccedilo meacutedio por

tonelada pago aos produtores no comeacutercio justo superou em 25 os preccedilos correntes

praticados pelos atravessadores na regiatildeo (Soares e Costa 2005)

O percurso do accedilaiacute da propriedade ateacute a pedra do municiacutepio eacute feito de barco e eacute

de responsabilidade da cooperativa tais gastos satildeo incluiacutedos integralmente no custo do

produto Poreacutem os gastos com transporte da pedra do municiacutepio ateacute a empresa

processadora satildeo assumidos pela empresa processadora (Soares e Costa 2005)

Os gastos com transporte satildeo proporcionais ao tempo de viagem do setor ateacute a

pedra do municiacutepio As menores distacircncias encontradas entre os setores e a ldquopedrardquo

encontram-se em Barcarena e as maiores distacircncias em Cametaacute (Soares e Costa 2005)

Dessa forma os preccedilos praticados em Barcarena satildeo altos por sua proximidade

com Beleacutem que tem mercado consumidor praticamente garantido E em Cametaacute os

preccedilos praticados satildeo geralmente abaixo da meacutedia dos outros municiacutepios pela maior

distancia (Soares e Costa 2005)

Estima-se que 70 a 80 da polpa de accedilaiacute vendidas no Paiacutes satildeo produzidas no

Paraacute e os maiores compradores satildeo Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia e alguns Estados

do Nordeste

Sabe-se que as induacutestrias processadoras se concentram nas mesorregiotildees

Nordeste Paraense e Metropolitana de Beleacutem Somente em Beleacutem existem 3 mil pontos

de venda de accedilaiacute (Homma 2002) A Figura 2 e a Figura 3 representam as regiotildees do

Nordeste paraense e Metropolitana de Beleacutem respectivamente

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Figura 2 Microrregiotildees do Nordeste paraense Fonte Silva 2004

Figura 3 Mesorregiatildeo metropolitana de Beleacutem Fonte Silva 2004

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A razatildeo para que as duas mesorregiotildees sejam detentoras de maior percentual de

induacutestrias eacute no caso das empresas que fazem mais de um tipo de produto a

proximidade do principal mercado consumidor Beleacutem do Paraacute que vem se habituando

a consumir algumas polpas de frutas amazocircnicas e outras frutas regionais e tropicais na

forma congelada adquiridas nas redes de supermercados sobretudo na entressafra No

caso das empresas uniproduto satildeo as vias de acesso facilitada atraveacutes da BR316 que

interliga as duas mesorregiotildees paraenses com o resto do Paiacutes e assim escoam a

produccedilatildeo da polpa congelada especialmente do accedilaiacute (Silva 2004)

A polpa congelada e mais recentemente a exportaccedilatildeo sob a forma desidratada

ou seja o poacute e sucos pasteurizados apresentam tendecircncias de crescimento e vem

influenciando os produtores do Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins mais precisamente

dos municiacutepios de Cametaacute Igarapeacute-Miri Abaetetuba e Barcarena que neste processo

representam os fornecedores da mateacuteria-prima para as empresas beneficiadoras do

produto que alcanccedilaram o mercado internacional consumidor( Andrade et al2008)

A regiatildeo eacute grande produtora e consumidora de accedilaiacute A cidade de Igarapeacute-Miri

conquistou o tiacutetulo de ldquoCapital Mundial do Accedilaiacuterdquo Ainda a produccedilatildeo desta regiatildeo eacute

reconhecida por ser de alta qualidade seja no rendimento na produccedilatildeo e no sabor da

fruta Os principais produtos ou grupo de produtos gerados pela atividade da fruticultura

no Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins no estado do Paraacute satildeo polpas de frutas como

cupuaccedilu maracujaacute taperebaacute abacaxi e accedilaiacute in natura sendo este uacuteltimo o de maior

importacircncia econocircmica e de maior quantidade de produccedilatildeo (Andrade et al 2008)

A produccedilatildeo dos principais municiacutepios em 2008 pode ser vista na Tabela 3

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Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico daProduccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008

MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)

MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)

2008 2008

TOTAL GERAL581290

IGARAPEacute-MIRI 153000 TAILAcircNDIA 1253

ABAETETUBA 131250 ITUPIRANGA 1200

CAMETAacute 40544 NOVA ESP DO PIRIAacute 1200

ACARAacute 39600 BAIAtildeO 1000

LIMOEIRO DO AJURU 35040 NOVO REPARTIMENTO 1000

BUJARU 30955 PORTO DE MOZ 1000

TOMEacute ACcedilU 24000 ALMEIRIM 720

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 21384 CASTANHAL 634

PONTA DE PEDRAS 14991 VIGIA 500

OEIRAS DO PARAacute 14000 SANTA MARIA DO PARAacute 480

MOJU 12185 BAGRE 420

BARCARENA 12000 ANAPU 390

TUCURUIacute 11500 IGARAPEacute-ACcedilU 300

SANTA ISABEL DO PARAacute 6200 MARACANAtilde 275

PORTEL 4800 ALTAMIRA 240

CURRALINHO 3000 CAPITAtildeO POCcedilO 187

GURUPAacute 2812 PACAJAacute 180

SANTO ANTOcircNIO DO TAUAacute 2500 PRAINHA 156IRITUIA 2340 S FRANCISCO DO PARA 120

BREU BRANCO 1800 NOVO PROGRESSO 100

CACHOEIRA DO ARARI 1540 VISEU 60

BREVES 1500 MEDICILAcircNDIA 50

S SEBASTIAtildeO DA BVISTA 1500 FARO 28

MUANAacute 1332 AUGUSTO CORREA 24

O arranjo produtivo de polpa de frutas paraense eacute heterogecircneo em tamanho com

predominacircncia de microempresas em tecnologia de modo que apenas oito empresaspossuem tecnologia de pasteurizaccedilatildeo na diversificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo de produto a

maioria das empresas processa apenas accedilaiacute e ainda no grau de inserccedilatildeo nos mercados

local nacional e internacional (Santana et al 2006)

O principal produto industrial eacute a polpa de accedilaiacute pasteurizada eou congelada Em

menor escala existem os blends que eacute o accedilaiacute misturado com guaranaacute banana morango

e etc accedilaiacute em poacute geleacuteia licor vinho neacutectar suco bombons sorvetes cafeacute etc

(Santana et al 2006)

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224 Dificuldades das agroinduacutestrias

Silva em seu trabalho O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das

agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute 2004 fez um levantamento das

dificuldades que as empresas enfrentam Os entrevistados principalmente das empresas

que soacute produzem a polpa de accedilaiacute afirmam que caso dispusessem de cacircmaras de

congelamento e armazenamento e pasteurizadores natildeo haveria necessidade de sair do

Estado do Paraacute no periacuteodo da entressafra (coincidente com o veratildeo do Sudeste e Sul do

Brasil e com o periacuteodo de feacuterias e carnaval quando haacute elevaccedilatildeo da demanda de polpa de

accedilaiacute) pois teriam produtos em estoque originando mais receitas empregos e tributos

em acircmbito estadual ainda seriam mais competitivas pois ldquovecircem o accedilaiacute do Paraacute como

imbatiacutevel no mercadordquo

Os entrevistados por Silva 2004 citaram tambeacutem suas necessidades de

qualificaccedilatildeo de matildeo-de-obra nas aacutereas de produccedilatildeo manipulaccedilatildeo de alimentos e

administrativa Outra dificuldade enfrentada pelas empresas de polpa de frutas do

Estado do Paraacute eacute a falta de uma interaccedilatildeo mais permanente com o sistema de creacutedito

pois do total de empresas entrevistadas 769 natildeo obtiveram creacutedito de curto prazo

(capital de giro) nos uacuteltimos cinco anos e 50 tambeacutem natildeo obtiveram creacutedito ou

financiamento de longo prazo (projeto incentivado creacutedito para investimento como a

compra de equipamentos e outros) ou seja natildeo acessaram recursos por um periacuteodo

maior do que trecircs anos

Andrade et al 2008 afirmam que os gargalos da produccedilatildeo de polpa de accedilaiacute estatildeo

relacionados ao desempenho na aacuterea da gestatildeo principalmente para a melhoria das

habilidades de negociaccedilatildeo e teacutecnicas de venda pois o processo de comercializaccedilatildeo

nestes municiacutepios ainda eacute bastante complexo sendo considerado como um dos

principais entraves junto agrave falta de recursos dos produtores Destacam-se tambeacutem as

dificuldades de infra-estrutura no transporte que inviabilizam em muito o intuito de seatingir um bom planejamento da produccedilatildeo

Limal et al 2008 tambeacutem ressalta problemas logiacutesticos poreacutem relacionados ao

do produtor de accedilaiacute para as induacutestrias Para os autores a logiacutestica eacute bastante deficitaacuteria

uma vez que a venda do produto depende em grande escala das embarcaccedilotildees que

fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos do frete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores

Tais fatores encarecem o custo do produto que recai sobre o consumidor

Segundo informaccedilotildees obtidas em pesquisa de campo o transporte fluvial eacuterealizado pelas embarcaccedilotildees dos proacuteprios ribeirinhos ndash aqueles que tiverem condiccedilotildees

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23 Logiacutestica

De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de

planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de

mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde

o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias

dos clientes (CSCMP2010)

A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do

transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto

procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)

Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees

praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de

entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se

concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da

rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees

possiacuteveis (Bowersox et al (2001)

Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes

questotildees

bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao

cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por

exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta

definiccedilatildeo

bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais

baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o

nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de

atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas

instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de

centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado

tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e

programaccedilatildeo de transportadores

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Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o

serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo

possiacutevel

Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por

uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a

montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal

de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto

passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele

condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a

partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais

estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos

Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer

deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela

movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para

suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da

produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o

mercado consumidor

A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs

aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a

distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas

referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais

e produtos (Costa 2002)

Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais

devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de

suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em

termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da

qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda

determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos

e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas

e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)

Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor

nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede

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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades

de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de

mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)

Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias

em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades

tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de

veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees

Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de

facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de

facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)

Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda

estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem

nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto

neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de

hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo

possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo

puramente extrativista

232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional

O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees

geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios

entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de

transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de

transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)

De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades

envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos

de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo

Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos

por quais facilidades para minimizar o custo total

Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa

Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote

e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura

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Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al

(2008) eacute utilizado no estudo

O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de

lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na

Figura 4

Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)

No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam

para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou

armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados

Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com

pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que

manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas

Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que

o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao

cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais

adequados

A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que

as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste

trabalho de conclusatildeo de curso

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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de

facilidades

O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de

diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes

espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui

manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e

estoque de produtos

Notaccedilotildees utilizadas no modelo

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW

LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k

isin LP

P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P

LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento

LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta

LP c e LP o satildeo definidos analogamente

Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada

capacidade do armazeacutem j no tempo t

capacidade da planta k no tempo t

Tem-se ainda

demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t

Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso

definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das

facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque

Para isin LW

o e isin T

custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T

Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo e fechamento

Para isin LW c

custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento

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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP

custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no

periacuteodo t

custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t

custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo

t+1

custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i

Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)

Para isin LW o e isin T

= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c

= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento

= 0 caso contraacuterio

eacute definido analogamente

Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j

no periacuteodo t

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k

no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i

periacuteodo t

estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t

Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda

≔ 1 991270 isin LW o

991270 isin

LW c

Funccedilatildeo Objetivo

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Min =

isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)

Sujeito a

+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)

isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)

leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)

+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)

le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)

isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)

isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)

0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)

isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)

A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que

os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e

que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de

produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1

(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de

produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave

parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t

enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute

existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo

As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de

plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o

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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver

pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento

A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e

(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo

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PampE

A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca

investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da

Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo

MEP e ITP

O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)

possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37

ou 38 induacutestrias

Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos

mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que

apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada

O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90

estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo

(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o

fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos

Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega

ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros

ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da

bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria

A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador

individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra

clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a

Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a

Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO

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ITS e ITT

Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento

bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola

Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo

incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para

fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que

comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)

que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)

produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute

Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual

proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada

Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos

de bebida agrave base de accedilaiacute

No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com

qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no

Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos

32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo

matemaacutetico

Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com

pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute

para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos

simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por

exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados

histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da

demanda

a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas

Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi

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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute

cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo

porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m

um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para

as cidades

Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se

como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a

Tabela 5

Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS

AacuteREA (ha)

DESTINADA A COLHEITA COLHIDA

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500

BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000

BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064

CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320

IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840

MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000

MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148

TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600

TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150

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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000

UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998

AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600

ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200

ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500

MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000

OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185

UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000

OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000

UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000

Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem

devido a falhas nas coletas dos dados

Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute

ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o

periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A

divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas

cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado

amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a

safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo

Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do

Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute

2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas

20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais

de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute

aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano

A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que

acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos

Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou

R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos

satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial

consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa

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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da

Tabela 7

Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007

Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007

Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de

accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os

coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando

tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a

produccedilatildeo inicia desde o 1o ano

Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146

Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848

Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788

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45

Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico

plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute

existente

De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de

custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois

hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende

para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo

numa estimativa de seus gastos de transporte

Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo

utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa

Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela

9

Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167

Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109

c) Demanda dos Beneficiadores

Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade

maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente

pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da

capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de

chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena

de perda dos frutos

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46

d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte

Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos

frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de

confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O

transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h

tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na

tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios

chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que

entregam para as empresas beneficiadoras locais

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio

transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista

ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a

12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200

Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$

050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo

compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma

de R$100 a $150 ao preccedilo

e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme

Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido

ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o

transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de

pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem

considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de

heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os

custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa

margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o

investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano

(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas

propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio

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47

Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre

quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para

efeitos de expansatildeo

f) Manejo de accedilaizais nativos

O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo

uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia

Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano

o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute

positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute

maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de

produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo

g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores

De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a

localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados

individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em

uma tabela como a Tabela 10 abaixo

Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo

h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos

Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e

8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de

produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser

considerados os mesmos para cada tipo de produto

i) Demanda

O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores

para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas

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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009

AnoToneladas

Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo

2001 11784300 852700 39500

2002 13055900 1123100 113651

2003 16361500 2259700 273000

2004 17710200 2963600 504100

2005 20473000 4709800 565700

2006 24493100 5837900 668100

2007 24717300 6516200 923500

2008 27100000 7300000 1173500

2009 29800000 8020000 1250780

A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12

Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3

A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10

j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa

em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer

(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel

tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo

do cliente

O trajeto varia entre 80 e 240 km

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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores

Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas

Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas

Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo

desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o

Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das

maiores exportadoras a empresa DaFruta

33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute

Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia

representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)

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50

Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute

Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores

beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em

cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme

Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras

uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo

apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)

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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo

do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees

Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo

Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea

1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t

2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado

Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme

3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo

t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de

implantaccedilatildeo

4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe

5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele

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52

Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes

6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo

que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia

7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a

capacidade de processamento

8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo

9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no

periacuteodo atual

10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida

O modelo matemaacutetico

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB

LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por

k isin LP

LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio

do planejamento

LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista

LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme

indexados por l isin LT

LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo

LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme

P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por

p isin P

Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm

capacidade limitada

Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea

capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em

quilogramas de fruto por hectare

aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP

Para

isin LP o e

isin T

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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo

custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare

Para isin LP c

custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare

O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque

consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita

custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo

t

Dados referentes aos cultivos em terra firme

capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado

em quilogramas de fruto por hectare

Para isin LT c

aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de

planejamento

Para isin LT o

nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme

no spot l

qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares

e qe =5 Tem-se que

Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20

hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para

evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear

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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j

Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)

Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no

periacuteodo t em kg

quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no

periacuteodo t em kg

produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg

accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg

accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t

accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t

produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t

estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t

Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas

Para isin LPo

= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo

= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io

Variaacuteveis auxiliares

= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no

periacuteodo t

A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma

dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

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MARTINEZ L Planejamento de Longo Prazo de uma Rede de Distribuiccedilatildeo

Multi-Produto Capacitada XL Simpoacutesio Brasileiro de Pesquisa Operacional

Joatildeo Pessoa Anais XL Simpoacutesio Brasileiro de Pesquisa Operacional 2008

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MELO MT NICKEL S SALDANHA-DA-GAMA F Facility Location

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caroccedilos de accedilaiacute para geraccedilatildeo de energia Biomassa amp Energia 3 2005

PAIVA R P O Modelagem do planejamento agregado da produccedilatildeo em usinas

cooperadas do setor sucroenergeacutetico utilizando programaccedilatildeo matemaacutetica e

otimizaccedilatildeo robusta Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo)

Centro de Ciecircncias Exatas e Tecnologia Programa de Poacutes graduaccedilatildeo em

Engenharia de Produccedilatildeo UFSCAR 2009

PESSOA J D C Pesquisa de campo 2007 Pesquisador vinculado agrave

EMBRAPA Satildeo Carlos

ROSA L A B Comercializaccedilatildeo na Agroinduacutestria de pequeno porte a

experiecircncia de agricultores agroindustriais familiares do municiacutepio de Londrina

ndash PR Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Gestatildeo de Negoacutecios) Universidade Estadual de

Londrina Universidade Estadual de Maringaacute 2003

SAGRI Secretaria do Estado da Agricultura Seminaacuterio Setorizado do Accedilaiacute

discute problemas na produccedilatildeo Disponiacutevel emhttpwwwsagripagovbrq=node184

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SANTANA A C CARVALHO D F MENDES FA T Organizaccedilatildeo e

competitividade das empresas de polpas de frutas no Estado do Paraacute 1995 a

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SILVA I M SANTANA A C REIS M S Anaacutelise dos retornos sociais

orioundos de adoccedilatildeo tecnoloacutegica na cultura de accedilaiacute no estado do Paraacute

Amazocircnia Ci amp Desenv v 2 n 3 2006

SILVA M C N Competitividades das Agroinduacutestrias de polpa de frutas das

mesorregiotildees Metropolitana de Beleacutem e Nordeste Paraense (1996 a 2003)

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade da Amazocircnia 2006

SILVA M N A O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das

agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

Economia Rural) Centro de Ciecircncias Agraacuterias Universidade Federal do Cearaacute

2004

SOARES L C C COSTA F A Os limites do agroextrativismo no Baixo

Tocantins 2005

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Tabela 2 Evoluccedilatildeo da aacuterea colhida produccedilatildeo rendimento e preccedilo do accedilaiacute no Estado do Paraacute 1996 a2009

Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute

ANOAacuteREA

PLANTADA

(haacute)

AacuteREACOLHIDA

(haacute)

QUANTIDADECULTIVADA ( t )

QUANTIDADEEXTRATIVA ( t )

QUANTIDADETOTAL

PRODUZIDA ( t )

RENDIMENTO(thaacute)

PRECcedilO(R$t)

1996 1054 10366 103698 114064 9835 469791997 933 7913 92021 99934 8481 350841998 852 7278 110557 117835 8542 412271999 690 4662 107663 112325 6757 472862000 727 5207 112676 117883 7162 499352001 627 4558 113744 118302 7270 558992002 16115 242557 122322 364879 15052 642082003 3097 18479 257282 134848 392130 13923 686982004 8593 26671 363428 90643 454071 13626 699962005 6297 34203 415921 89173 505094 12160

2006 8041 49455 472040 88551 560591 95452007 5249 51545 497591 93788 591379 96542008 59202 59202 581290 100202 681492 98192009 61814 61814 604805 104354 709159 9784

A induacutestria de suco e polpa de frutas regionais para exportaccedilatildeo teve como

pioneira a Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-Accedilu (CAMTA) fundada no ano de

1949 Em 1988 foi concluiacuteda a faacutebrica de sucos da Associaccedilatildeo de Fomento Agriacutecola de

Tomeacute-Accedilu (ASFATA) fundada em 1981 que passou para a administraccedilatildeo da CAMTA

em 1991 A agroinduacutestria de sucos e concentrados de frutas regionais foi uma das que

mais cresceu nos uacuteltimos dez anos (Homma 2003)

O Estado do Paraacute possui hoje cerca das 140 empresas produtoras de polpa de

frutas distribuiacutedas em todo o estado poreacutem as regiotildees Metropolitana de Beleacutem e

Nordeste Paraense concentram cerca de 82 do total das unidades (Brasil apud Silva

2004) Entretanto a mesorregiatildeo do Marajoacute eacute a que concentra a maior produccedilatildeo de

fruto detendo cerca de 80 da produccedilatildeo Para melhor visualizaccedilatildeo veja a Figura 1

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17

Figura 1Mesorregiotildees do Estado do Paraacute Fonte Silva 2004

No primeiro semestre de 2004 a produccedilatildeo exportada do mix de polpa de frutas

atingiu o valor de US$ 504 milhotildees com uma evoluccedilatildeo de 2447 em relaccedilatildeo ao

mesmo periacuteodo de 2003 Desse total apenas 75 da produccedilatildeo de polpa de frutas

regional foi exportado para os Estados Unidos e alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeacuteia e

Aacutesia o maior percentual de exportaccedilatildeo (755) ficou com o mercado nacional e o

restante (17) foi absorvido pelo mercado local (Santana apud Silva2004)A agroinduacutestria de frutas destaca-se como uma atividade estrateacutegica para o

desenvolvimento de regiotildees produtoras na aacuterea de fruticultura uma vez que tem elevada

capacidade de gerar emprego e renda e criar uma demanda estaacutevel para a produccedilatildeo de

frutas jaacute que apresenta um grande potencial de agregaccedilatildeo de valor aos produtos

primaacuterios a partir do processamento e elaboraccedilatildeo de sucos polpas e doces aleacutem de

promover a induccedilatildeo e difusatildeo de tecnologia no meio rural (Silva 2006)

Por sua vez o accedilaiacute lidera o mercado da fruticultura nacional a exportaccedilatildeo chegaa 500 mil toneladasano O crescimento do interesse nacional e internacional pelo suco

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do fruto entretanto fez com que o preccedilo do produto aumentasse para o consumidor

(SAGRI 2010)

22 O Accedilaiacute

221 O accedilaizeiro

O accedilaizeiro ( Euterpe oleracea Mart) planta pertencente agrave ordem dos Arecales

ao gecircnero Euterpe da famiacutelia Palmae eacute uma palmeira nativa da Amazocircnia abundante

nas aacutereas de vaacuterzeas da regiatildeo Para os nativos essa palmeira representa uma importante

fonte natural de recursos Poullet apud Padilha et al afirma que o accedilaiacute eacute um dos

produtos mais importantes da vida alimentar e cultural da populaccedilatildeo regional Rogez

apud Padilha et al(2000) por sua vez considera o accedilaizeiro a palmeira mais produtiva

do ecossistema que abriga a populaccedilatildeo do delta do Amazonas

Os accedilaizais nativos nas aacutereas de vaacuterzeas satildeo encontrados no estuaacuterio dos rios

Tocantins Paraacute e Amazonas Nas vaacuterzeas o manejo dos accedilaizais nativos tem

promovido a derrubada verde sem queima para construccedilatildeo de canais para facilitar a

drenagem da aacutegua inundada com grande movimentaccedilatildeo de canoas e barcos para o

transporte de frutos com seacuterias consequumlecircncias para flora e fauna (Homma et al 2006)

O manejo consiste em aumentar a populaccedilatildeo de accedilaizeiros que ocorrem

naturalmente na floresta de vaacuterzea Com essa teacutecninca a produtividade do accedilaizeiro

dobra de 42 tha para 84 tha de frutos Baseia-se na eliminaccedilatildeo das plantas de espeacutecies

arbustivas e arboacutereas de baixo valor comercial cujos espaccedilos livres satildeo ocupados por

plantas de accedilaizeiros oriundas de sementes que germinam espontaneamente de mudas

preparadas ou transplantadas das proximidades e por outras espeacutecies produzidas

especialmente para esse fim (Embrapa)

A vantagem da teacutecnica de manejo eacute que natildeo exige investimento em infra-

estrutura consistindo na realizaccedilatildeo das seguintes praacuteticas limpeza da aacuterea (roccedilagem davegetaccedilatildeo de menor porte e eliminaccedilatildeo de parte das aacutervores maiores) desbastes dos

perfilhosestipes das touceiras de baixo vigor vegetativo preparoaquisiccedilatildeo e plantio de

mudas de accedilaizeiros frutiacuteferas e florestais manutenccedilatildeo do accedilaizal (Embrapa)

A importacircncia socioeconocircmica do accedilaizeiro decorre do seu enorme potencial de

aproveitamento integral de mateacuteria-prima O principal aproveitamento eacute a extraccedilatildeo do

accedilaiacute mas as sementes (caroccedilos) do accedilaizeiro satildeo aproveitadas no artesanato e como

adubo orgacircnico A planta fornece ainda um oacutetimo palmito e as suas folhas satildeo utilizadaspara cobertura de casas dos habitantes do interior da regiatildeo (Homma 2006) De acordo

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com Padilha et al existe ainda um outro uso uma vez que a a produccedilatildeo de polpa varia

em torno de apenas 5 a 15 do volume do fruto haacute uma grande quantidade de resiacuteduos

gerados no processamento que pode ser empregado para geraccedilatildeo de energia teacutermica e

eleacutetrica

Poreacutem para a populaccedilatildeo ribeirinha a possibilidade mais lucrativa proporcionada

pelo accedilaizeiro eacute a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de seu fruto in natura A produccedilatildeo de

frutos para o mercado local eacute uma atividade de baixo custo e de excelente rentabilidade

econocircmica (Homma 2006)

222 O fruto

O accedilaiacute ateacute o final do seacuteculo XX era considerado um produto da alimentaccedilatildeo

baacutesica das populaccedilotildees ribeirinhas e das camadas de baixa renda dos centros urbanos da

economia Amazocircnica onde eacute consumido com farinha de mandioca e peixe entre

outros A produccedilatildeo do accedilaiacute era ateacute entatildeo predominantemente extrativista objetivando o

consumo domeacutestico com pouca venda de excedente (Santana et al 2006)

No entanto desde meados da deacutecada de 90 as academias de ginaacutestica

descobriram o fruto e seu alto valor energeacutetico o que fez com que o accedilaiacute ganhasse

espaccedilo na miacutedia nacional e internacional A demanda do produto aumentou entatildeo

intensamente uma vez que as camadas de maior poder aquisitivo tambeacutem passaram a

consumiacute-lo (Santana et al 2006)

Este aumento pode ser atribuiacutedo agraves propriedades nutricionais e valor caloacuterico do

accedilaiacute uma vez que eacute um alimento rico em proteiacutenas fibras lipiacutedios vitamina E e

minerais como manganecircs cobre boro e cromo Aleacutem disso o accedilaiacute possui um elevado

teor de pigmentos antocianinas que satildeo beneacuteficos agrave sauacutede pois favorecem a circulaccedilatildeo

sanguumliacutenea e protegem o organismo contra a arteriosclerose (Alexandre et al2004)

A demanda pelo accedilaiacute estaacute em alta o produto tem boas possibilidades demercado principalmente no Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia Goiaacutes e na Regiatildeo

Nordeste No Rio de Janeiro o accedilaiacute eacute oferecido nas praias e se tornou muito popular

entre os adeptos da cultura da sauacutede e entre os frequumlentadores de academias Eacute

tambeacutem vendido diretamente ao consumidor e comeccedila a ganhar popularidade entre os

nativos e turistas Eacute estimado que no Rio de Janeiro sejam consumidas 500

toneladasmecircs em Satildeo Paulo 150 toneladasmecircs e outros Estados somam 200

toneladasmecircs Nesses locais em alguns pontos de venda o que se consome eacute o accedilaiacute

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fino que misturado com outros produtos perde o gosto o odor e ateacute o valor caloacuterico da

fruta (Homma 2006)

Em 2000 iniciou-se a exportaccedilatildeo de polpa congelada de accedilaiacute para os Estados

Unidos e para a Itaacutelia Esse mercado externo cresceu 20 ao ano de 2003 a 2006 com a

comercializaccedilatildeo do accedilaiacute concentrado em latas e com a popularizaccedilatildeo da mistura com

diversas outras frutas feitas em academias de ginaacutestica (Homma 2006)

A partir de 2002 observou-se o aumento da aacuterea colhida com accedilaiacute que se

manifesta num salto de 16115 ha (2002) para 26671 ha (2004) ou seja uma taxa de

crescimento de 6550 num periacuteodo de trecircs anos (Santana et al 2006)

Essa significativa taxa meacutedia de crescimento da aacuterea colhida do accedilaiacute pode

significar uma resposta dos produtores ao crescimento da demanda pelo fruto do accedilaiacute

nos uacuteltimos anos De fato o crescimento da demanda regional nacional e mesmo

internacional do accedilaiacute pode estar induzindo os produtores rurais a aumentarem aacuterea

plantada do accedilaiacute A expansatildeo da aacuterea colhida indica o grande interesse dos produtores

rurais quanto agrave necessidade da formaccedilatildeo de uma base produtiva de cultivo do accedilaiacute como

condiccedilatildeo baacutesica para a atraccedilatildeo de agroinduacutestrias de processamento (Santana et al

2006)

Assim crecirc-se que estaacute em curso uma mudanccedila do padratildeo agriacutecola da fruticultura

do Paraacute de uma base produtiva extrativa para uma base produtiva de cultivo Poreacutem

uma mudanccedila desse tipo requer uma seacuterie de adaptaccedilotildees de natureza agronocircmica

sobretudo quanto ao controle de pragas e doenccedilas que podem se manifestar nos cultivos

de grande escala(Santana et al 2006)

O crescimento do mercado de polpa do fruto de accedilaiacute tem induzido tambeacutem o

plantio em terra firme (Homma et al 2006) e a implantaccedilatildeo de plantas industriais para

realizar o processamento ou as agroinduacutestrias existentes introduziram o accedilaiacute na linha

de produccedilatildeo visando atender aos mercados externo e interno (Santana et al 2006)O plantio de accedilaizeiro em terra firme apresenta excelente alternativa para a

recuperaccedilatildeo de aacutereas desmatadas como tambeacutem para reduzir a pressatildeo sobre o

ecossistema de vaacuterzea que eacute mais fraacutegil Aleacutem disso o plantio em terra firme apresenta

a vantagem de facilitar o transporte rodoviaacuterio e o beneficiamento sem depender do

transporte fluvial mais lento (Santana et al 2006)

O processamento ou seja as atividades de lavagem pasteurizaccedilatildeo

congelamento e desidrataccedilatildeo em escala industrial tem como vantagens melhorar a

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higiene e a qualidade do produto reduzindo ao maacuteximo os riscos de contaminaccedilatildeo

microbioloacutegica (Homma et al 2006)

O processo de obtenccedilatildeo da polpa de accedilaiacute consiste em imergir o fruto em aacutegua

morna por tempo determinado a fim de amolecer o mesocarpo antes do despolpamento

Apoacutes o amolecimento o despolpamento eacute realizado com o auxiacutelio de maacutequinas

mecacircnicas eleacutetricas ou manualmente com ou sem adiccedilatildeo de aacutegua Em seguida o

produto obtido passa por uma peneira de forma a obter a polpa para consumo

(Alexandre et al2004)

Os produtos obtidos do fruto do accedilaiacute satildeo classificados de acordo com a adiccedilatildeo

ou natildeo de aacutegua e seus quantitativos ou seja a porcentagem de soacutelidos totais Assim os

produtos incluem

bull polpa de accedilaiacute polpa extraiacuteda sem adiccedilatildeo de aacutegua e sem filtraccedilatildeo

bull accedilaiacute grosso ou especial polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

com soacutelidos totais acima de 14

bull accedilaiacute meacutedio ou regular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

com soacutelidos totais entre 11 e 14

bull accedilaiacute fino ou popular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

apresentando soacutelidos totais entre 8 e 11 (Alexandre et al2004)

O accedilaiacute eacute altamente pereciacutevel o seu tempo maacuteximo de conservaccedilatildeo mesmo sob

refrigeraccedilatildeo eacute de 12 horas O fator responsaacutevel por esta alta perecibilidade eacute a elevada

carga microbiana juntamente com a degradaccedilatildeo enzimaacutetica responsaacuteveis pelas

alteraccedilotildees de cor e aparecimento do sabor azedo Atualmente a conservaccedilatildeo da polpa

de accedilaiacute eacute feita pelo processo de congelamento (Alexandre et al2004)

223 Agroinduacutestrias

Tendo como marco referencial a entrada em funcionamento da faacutebrica de

beneficiamento de polpa de frutas da CAMTA em 1991 a agroinduacutestria de frutas do

Estado do Paraacute teve um grande crescimento a partir da deacutecada de 90 As primeiras frutas

que tiveram seu processo de beneficiamento foram o maracujaacute cupuaccedilu e acerola

Posteriormente foram incluiacutedas a laranja accedilaiacute graviola carambola goiaba cajaacute

manga bacuri muruci e abacaxi (Homma 2002)

A Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-accediluacute ndash CAMTA destacava-se como uma

das principais compradoras dos consoacutercios produtores de accedilaiacute da regiatildeo negociando

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preccedilos diferentes entre os municiacutepios Estas negociaccedilotildees acirravam a concorrecircncia entre

os produtores e consequumlentemente deixava os preccedilos abaixo do mercado Esta praacutetica

prejudicava igualmente a todos os produtores (Homma 2002)

Nesse contexto a FASEAmazocircnia exerceu papel fundamental suscitando as

discussotildees sobre a criaccedilatildeo de um consoacutercio de produtores que pudessem negociar como

as empresas processadoras do fruto produccedilatildeo em escala ampliada a preccedilos melhores e

mais estaacuteveis (Soares e Costa 2005) A FASE eacute uma organizaccedilatildeo natildeo governamental

sem fins lucrativos que atua em seis estados brasileiros e tem sua sede nacional no Rio

de Janeiro Desde suas origens esteve comprometida com o trabalho de organizaccedilatildeo e

desenvolvimento local comunitaacuterio e associativo (FASE 2010)

Em 2000 o consoacutercio foi estruturado entre os municiacutepios de Abaetetuba

Barcarena Igarapeacute-Miri e Cametaacute (Soares e Costa 2005)

Em Abaetetuba a principal organizaccedilatildeo eacute a Cooperativa de Fruticultores de

Abaetetuba ndash COFRUTA Em Barcarena como a Associaccedilatildeo dos Batedores de Accedilaiacute de

Barcarena ndash COOPBAB e entidades parceiras com o STR ndash Barcarena Cooperativa da

Colocircnia de Pesca Z-13 e Associaccedilatildeo de Trabalhadores Rurais do Arapajoacute Em Cametaacute

com a Cooperativa de Resistecircncia de Cametaacute ndash CART e entidades parceiras como STR

ndash Cametaacute Colocircnia de Pescadores Z-16 e Associaccedilatildeo de Preservaccedilatildeo do Meio Ambiente

e Igarapeacute-Miri com a Associaccedilatildeo Mutiratildeo dos Trabalhadores Rurais de Igarapeacute-Miri

como as entidades parceiras como a Associaccedilatildeo de Mulheres de Igarapeacute-Miri

Associaccedilatildeo Boa esperanccedila STR ndash Igarapeacute-Miri e AMPRISA Em 2003 o nuacutemero total

de famiacutelias envolvidas no consoacutercio chegou a 919 (Soares e Costa 2005)

Apoacutes a delimitaccedilatildeo das organizaccedilotildees e parcerias para fornecimento do fruto

estas organizaccedilotildees passaram a negociar sua produccedilatildeo em conjunto atraveacutes do consoacutercio

e com preccedilos igualmente vantajosos para todas as entidades O volume comercializado

aumentou significativamente principalmente em funccedilatildeo da popularizaccedilatildeo do frutoaumentando tambeacutem o nuacutemero de empresas processadoras na regiatildeo Atualmente

comercializam com o consoacutercio a Sambazon Fly CAMTA Amazon Fruit Accedilaiacute Brasil

e Amazon Drink(Soares e Costa 2005)

A SAMBAZON destaca-se uma vez que tem exportado o fruto para o mercado

americano e estabelecendo contratos baseado no chamado mercado ldquojustordquo Com a

ampliaccedilatildeo da exportaccedilatildeo e as exigecircncias do mercado americano houve a necessidade de

reconhecimento do accedilaiacute enquanto produto agroecoloacutegico de origem orgacircnica jaacute que suaproduccedilatildeo natildeo utiliza insumos quiacutemicos Em 2003 a agecircncia de certificaccedilatildeo Guaranteed

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Organic Certification Agency ndash GOCA entregou a certificaccedilatildeo as cooperativas e

associaccedilotildees (Soares e Costa 2005)

A SAMBAZON estabeleceu contrato com as organizaccedilotildees para que o primeiro

certificado fosse pago por ela e posteriormente a renovaccedilatildeo ficaria sob

responsabilidade das proacuteprias organizaccedilotildees Segundo Sobrinho 2005 apud Soares e

Costa 2005 no periacuteodo de agosto de 2004 a janeiro de 2005 o preccedilo meacutedio por

tonelada pago aos produtores no comeacutercio justo superou em 25 os preccedilos correntes

praticados pelos atravessadores na regiatildeo (Soares e Costa 2005)

O percurso do accedilaiacute da propriedade ateacute a pedra do municiacutepio eacute feito de barco e eacute

de responsabilidade da cooperativa tais gastos satildeo incluiacutedos integralmente no custo do

produto Poreacutem os gastos com transporte da pedra do municiacutepio ateacute a empresa

processadora satildeo assumidos pela empresa processadora (Soares e Costa 2005)

Os gastos com transporte satildeo proporcionais ao tempo de viagem do setor ateacute a

pedra do municiacutepio As menores distacircncias encontradas entre os setores e a ldquopedrardquo

encontram-se em Barcarena e as maiores distacircncias em Cametaacute (Soares e Costa 2005)

Dessa forma os preccedilos praticados em Barcarena satildeo altos por sua proximidade

com Beleacutem que tem mercado consumidor praticamente garantido E em Cametaacute os

preccedilos praticados satildeo geralmente abaixo da meacutedia dos outros municiacutepios pela maior

distancia (Soares e Costa 2005)

Estima-se que 70 a 80 da polpa de accedilaiacute vendidas no Paiacutes satildeo produzidas no

Paraacute e os maiores compradores satildeo Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia e alguns Estados

do Nordeste

Sabe-se que as induacutestrias processadoras se concentram nas mesorregiotildees

Nordeste Paraense e Metropolitana de Beleacutem Somente em Beleacutem existem 3 mil pontos

de venda de accedilaiacute (Homma 2002) A Figura 2 e a Figura 3 representam as regiotildees do

Nordeste paraense e Metropolitana de Beleacutem respectivamente

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Figura 2 Microrregiotildees do Nordeste paraense Fonte Silva 2004

Figura 3 Mesorregiatildeo metropolitana de Beleacutem Fonte Silva 2004

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A razatildeo para que as duas mesorregiotildees sejam detentoras de maior percentual de

induacutestrias eacute no caso das empresas que fazem mais de um tipo de produto a

proximidade do principal mercado consumidor Beleacutem do Paraacute que vem se habituando

a consumir algumas polpas de frutas amazocircnicas e outras frutas regionais e tropicais na

forma congelada adquiridas nas redes de supermercados sobretudo na entressafra No

caso das empresas uniproduto satildeo as vias de acesso facilitada atraveacutes da BR316 que

interliga as duas mesorregiotildees paraenses com o resto do Paiacutes e assim escoam a

produccedilatildeo da polpa congelada especialmente do accedilaiacute (Silva 2004)

A polpa congelada e mais recentemente a exportaccedilatildeo sob a forma desidratada

ou seja o poacute e sucos pasteurizados apresentam tendecircncias de crescimento e vem

influenciando os produtores do Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins mais precisamente

dos municiacutepios de Cametaacute Igarapeacute-Miri Abaetetuba e Barcarena que neste processo

representam os fornecedores da mateacuteria-prima para as empresas beneficiadoras do

produto que alcanccedilaram o mercado internacional consumidor( Andrade et al2008)

A regiatildeo eacute grande produtora e consumidora de accedilaiacute A cidade de Igarapeacute-Miri

conquistou o tiacutetulo de ldquoCapital Mundial do Accedilaiacuterdquo Ainda a produccedilatildeo desta regiatildeo eacute

reconhecida por ser de alta qualidade seja no rendimento na produccedilatildeo e no sabor da

fruta Os principais produtos ou grupo de produtos gerados pela atividade da fruticultura

no Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins no estado do Paraacute satildeo polpas de frutas como

cupuaccedilu maracujaacute taperebaacute abacaxi e accedilaiacute in natura sendo este uacuteltimo o de maior

importacircncia econocircmica e de maior quantidade de produccedilatildeo (Andrade et al 2008)

A produccedilatildeo dos principais municiacutepios em 2008 pode ser vista na Tabela 3

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Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico daProduccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008

MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)

MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)

2008 2008

TOTAL GERAL581290

IGARAPEacute-MIRI 153000 TAILAcircNDIA 1253

ABAETETUBA 131250 ITUPIRANGA 1200

CAMETAacute 40544 NOVA ESP DO PIRIAacute 1200

ACARAacute 39600 BAIAtildeO 1000

LIMOEIRO DO AJURU 35040 NOVO REPARTIMENTO 1000

BUJARU 30955 PORTO DE MOZ 1000

TOMEacute ACcedilU 24000 ALMEIRIM 720

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 21384 CASTANHAL 634

PONTA DE PEDRAS 14991 VIGIA 500

OEIRAS DO PARAacute 14000 SANTA MARIA DO PARAacute 480

MOJU 12185 BAGRE 420

BARCARENA 12000 ANAPU 390

TUCURUIacute 11500 IGARAPEacute-ACcedilU 300

SANTA ISABEL DO PARAacute 6200 MARACANAtilde 275

PORTEL 4800 ALTAMIRA 240

CURRALINHO 3000 CAPITAtildeO POCcedilO 187

GURUPAacute 2812 PACAJAacute 180

SANTO ANTOcircNIO DO TAUAacute 2500 PRAINHA 156IRITUIA 2340 S FRANCISCO DO PARA 120

BREU BRANCO 1800 NOVO PROGRESSO 100

CACHOEIRA DO ARARI 1540 VISEU 60

BREVES 1500 MEDICILAcircNDIA 50

S SEBASTIAtildeO DA BVISTA 1500 FARO 28

MUANAacute 1332 AUGUSTO CORREA 24

O arranjo produtivo de polpa de frutas paraense eacute heterogecircneo em tamanho com

predominacircncia de microempresas em tecnologia de modo que apenas oito empresaspossuem tecnologia de pasteurizaccedilatildeo na diversificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo de produto a

maioria das empresas processa apenas accedilaiacute e ainda no grau de inserccedilatildeo nos mercados

local nacional e internacional (Santana et al 2006)

O principal produto industrial eacute a polpa de accedilaiacute pasteurizada eou congelada Em

menor escala existem os blends que eacute o accedilaiacute misturado com guaranaacute banana morango

e etc accedilaiacute em poacute geleacuteia licor vinho neacutectar suco bombons sorvetes cafeacute etc

(Santana et al 2006)

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27

224 Dificuldades das agroinduacutestrias

Silva em seu trabalho O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das

agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute 2004 fez um levantamento das

dificuldades que as empresas enfrentam Os entrevistados principalmente das empresas

que soacute produzem a polpa de accedilaiacute afirmam que caso dispusessem de cacircmaras de

congelamento e armazenamento e pasteurizadores natildeo haveria necessidade de sair do

Estado do Paraacute no periacuteodo da entressafra (coincidente com o veratildeo do Sudeste e Sul do

Brasil e com o periacuteodo de feacuterias e carnaval quando haacute elevaccedilatildeo da demanda de polpa de

accedilaiacute) pois teriam produtos em estoque originando mais receitas empregos e tributos

em acircmbito estadual ainda seriam mais competitivas pois ldquovecircem o accedilaiacute do Paraacute como

imbatiacutevel no mercadordquo

Os entrevistados por Silva 2004 citaram tambeacutem suas necessidades de

qualificaccedilatildeo de matildeo-de-obra nas aacutereas de produccedilatildeo manipulaccedilatildeo de alimentos e

administrativa Outra dificuldade enfrentada pelas empresas de polpa de frutas do

Estado do Paraacute eacute a falta de uma interaccedilatildeo mais permanente com o sistema de creacutedito

pois do total de empresas entrevistadas 769 natildeo obtiveram creacutedito de curto prazo

(capital de giro) nos uacuteltimos cinco anos e 50 tambeacutem natildeo obtiveram creacutedito ou

financiamento de longo prazo (projeto incentivado creacutedito para investimento como a

compra de equipamentos e outros) ou seja natildeo acessaram recursos por um periacuteodo

maior do que trecircs anos

Andrade et al 2008 afirmam que os gargalos da produccedilatildeo de polpa de accedilaiacute estatildeo

relacionados ao desempenho na aacuterea da gestatildeo principalmente para a melhoria das

habilidades de negociaccedilatildeo e teacutecnicas de venda pois o processo de comercializaccedilatildeo

nestes municiacutepios ainda eacute bastante complexo sendo considerado como um dos

principais entraves junto agrave falta de recursos dos produtores Destacam-se tambeacutem as

dificuldades de infra-estrutura no transporte que inviabilizam em muito o intuito de seatingir um bom planejamento da produccedilatildeo

Limal et al 2008 tambeacutem ressalta problemas logiacutesticos poreacutem relacionados ao

do produtor de accedilaiacute para as induacutestrias Para os autores a logiacutestica eacute bastante deficitaacuteria

uma vez que a venda do produto depende em grande escala das embarcaccedilotildees que

fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos do frete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores

Tais fatores encarecem o custo do produto que recai sobre o consumidor

Segundo informaccedilotildees obtidas em pesquisa de campo o transporte fluvial eacuterealizado pelas embarcaccedilotildees dos proacuteprios ribeirinhos ndash aqueles que tiverem condiccedilotildees

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23 Logiacutestica

De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de

planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de

mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde

o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias

dos clientes (CSCMP2010)

A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do

transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto

procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)

Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees

praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de

entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se

concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da

rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees

possiacuteveis (Bowersox et al (2001)

Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes

questotildees

bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao

cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por

exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta

definiccedilatildeo

bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais

baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o

nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de

atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas

instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de

centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado

tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e

programaccedilatildeo de transportadores

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30

Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o

serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo

possiacutevel

Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por

uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a

montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal

de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto

passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele

condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a

partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais

estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos

Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer

deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela

movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para

suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da

produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o

mercado consumidor

A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs

aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a

distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas

referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais

e produtos (Costa 2002)

Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais

devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de

suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em

termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da

qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda

determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos

e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas

e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)

Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor

nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede

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32

exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades

de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de

mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)

Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias

em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades

tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de

veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees

Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de

facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de

facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)

Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda

estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem

nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto

neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de

hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo

possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo

puramente extrativista

232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional

O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees

geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios

entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de

transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de

transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)

De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades

envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos

de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo

Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos

por quais facilidades para minimizar o custo total

Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa

Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote

e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura

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Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al

(2008) eacute utilizado no estudo

O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de

lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na

Figura 4

Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)

No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam

para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou

armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados

Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com

pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que

manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas

Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que

o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao

cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais

adequados

A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que

as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste

trabalho de conclusatildeo de curso

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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de

facilidades

O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de

diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes

espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui

manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e

estoque de produtos

Notaccedilotildees utilizadas no modelo

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW

LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k

isin LP

P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P

LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento

LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta

LP c e LP o satildeo definidos analogamente

Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada

capacidade do armazeacutem j no tempo t

capacidade da planta k no tempo t

Tem-se ainda

demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t

Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso

definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das

facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque

Para isin LW

o e isin T

custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T

Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo e fechamento

Para isin LW c

custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento

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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP

custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no

periacuteodo t

custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t

custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo

t+1

custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i

Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)

Para isin LW o e isin T

= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c

= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento

= 0 caso contraacuterio

eacute definido analogamente

Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j

no periacuteodo t

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k

no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i

periacuteodo t

estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t

Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda

≔ 1 991270 isin LW o

991270 isin

LW c

Funccedilatildeo Objetivo

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Min =

isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)

Sujeito a

+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)

isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)

leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)

+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)

le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)

isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)

isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)

0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)

isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)

A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que

os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e

que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de

produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1

(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de

produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave

parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t

enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute

existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo

As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de

plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o

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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver

pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento

A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e

(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo

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PampE

A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca

investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da

Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo

MEP e ITP

O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)

possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37

ou 38 induacutestrias

Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos

mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que

apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada

O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90

estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo

(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o

fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos

Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega

ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros

ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da

bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria

A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador

individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra

clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a

Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a

Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO

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ITS e ITT

Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento

bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola

Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo

incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para

fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que

comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)

que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)

produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute

Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual

proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada

Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos

de bebida agrave base de accedilaiacute

No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com

qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no

Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos

32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo

matemaacutetico

Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com

pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute

para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos

simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por

exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados

histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da

demanda

a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas

Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi

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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute

cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo

porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m

um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para

as cidades

Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se

como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a

Tabela 5

Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS

AacuteREA (ha)

DESTINADA A COLHEITA COLHIDA

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500

BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000

BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064

CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320

IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840

MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000

MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148

TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600

TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150

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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000

UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998

AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600

ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200

ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500

MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000

OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185

UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000

OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000

UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000

Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem

devido a falhas nas coletas dos dados

Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute

ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o

periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A

divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas

cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado

amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a

safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo

Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do

Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute

2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas

20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais

de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute

aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano

A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que

acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos

Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou

R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos

satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial

consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa

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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da

Tabela 7

Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007

Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007

Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de

accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os

coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando

tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a

produccedilatildeo inicia desde o 1o ano

Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146

Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848

Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788

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45

Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico

plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute

existente

De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de

custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois

hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende

para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo

numa estimativa de seus gastos de transporte

Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo

utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa

Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela

9

Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167

Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109

c) Demanda dos Beneficiadores

Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade

maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente

pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da

capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de

chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena

de perda dos frutos

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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte

Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos

frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de

confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O

transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h

tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na

tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios

chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que

entregam para as empresas beneficiadoras locais

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio

transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista

ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a

12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200

Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$

050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo

compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma

de R$100 a $150 ao preccedilo

e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme

Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido

ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o

transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de

pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem

considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de

heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os

custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa

margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o

investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano

(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas

propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio

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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre

quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para

efeitos de expansatildeo

f) Manejo de accedilaizais nativos

O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo

uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia

Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano

o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute

positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute

maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de

produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo

g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores

De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a

localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados

individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em

uma tabela como a Tabela 10 abaixo

Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo

h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos

Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e

8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de

produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser

considerados os mesmos para cada tipo de produto

i) Demanda

O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores

para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas

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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009

AnoToneladas

Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo

2001 11784300 852700 39500

2002 13055900 1123100 113651

2003 16361500 2259700 273000

2004 17710200 2963600 504100

2005 20473000 4709800 565700

2006 24493100 5837900 668100

2007 24717300 6516200 923500

2008 27100000 7300000 1173500

2009 29800000 8020000 1250780

A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12

Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3

A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10

j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa

em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer

(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel

tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo

do cliente

O trajeto varia entre 80 e 240 km

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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores

Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas

Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas

Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo

desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o

Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das

maiores exportadoras a empresa DaFruta

33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute

Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia

representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)

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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute

Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores

beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em

cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme

Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras

uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo

apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)

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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo

do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees

Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo

Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea

1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t

2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado

Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme

3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo

t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de

implantaccedilatildeo

4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe

5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele

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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes

6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo

que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia

7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a

capacidade de processamento

8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo

9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no

periacuteodo atual

10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida

O modelo matemaacutetico

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB

LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por

k isin LP

LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio

do planejamento

LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista

LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme

indexados por l isin LT

LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo

LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme

P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por

p isin P

Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm

capacidade limitada

Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea

capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em

quilogramas de fruto por hectare

aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP

Para

isin LP o e

isin T

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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo

custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare

Para isin LP c

custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare

O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque

consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita

custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo

t

Dados referentes aos cultivos em terra firme

capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado

em quilogramas de fruto por hectare

Para isin LT c

aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de

planejamento

Para isin LT o

nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme

no spot l

qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares

e qe =5 Tem-se que

Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20

hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para

evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear

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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j

Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)

Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no

periacuteodo t em kg

quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no

periacuteodo t em kg

produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg

accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg

accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t

accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t

produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t

estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t

Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas

Para isin LPo

= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo

= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io

Variaacuteveis auxiliares

= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no

periacuteodo t

A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma

dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

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17

Figura 1Mesorregiotildees do Estado do Paraacute Fonte Silva 2004

No primeiro semestre de 2004 a produccedilatildeo exportada do mix de polpa de frutas

atingiu o valor de US$ 504 milhotildees com uma evoluccedilatildeo de 2447 em relaccedilatildeo ao

mesmo periacuteodo de 2003 Desse total apenas 75 da produccedilatildeo de polpa de frutas

regional foi exportado para os Estados Unidos e alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeacuteia e

Aacutesia o maior percentual de exportaccedilatildeo (755) ficou com o mercado nacional e o

restante (17) foi absorvido pelo mercado local (Santana apud Silva2004)A agroinduacutestria de frutas destaca-se como uma atividade estrateacutegica para o

desenvolvimento de regiotildees produtoras na aacuterea de fruticultura uma vez que tem elevada

capacidade de gerar emprego e renda e criar uma demanda estaacutevel para a produccedilatildeo de

frutas jaacute que apresenta um grande potencial de agregaccedilatildeo de valor aos produtos

primaacuterios a partir do processamento e elaboraccedilatildeo de sucos polpas e doces aleacutem de

promover a induccedilatildeo e difusatildeo de tecnologia no meio rural (Silva 2006)

Por sua vez o accedilaiacute lidera o mercado da fruticultura nacional a exportaccedilatildeo chegaa 500 mil toneladasano O crescimento do interesse nacional e internacional pelo suco

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do fruto entretanto fez com que o preccedilo do produto aumentasse para o consumidor

(SAGRI 2010)

22 O Accedilaiacute

221 O accedilaizeiro

O accedilaizeiro ( Euterpe oleracea Mart) planta pertencente agrave ordem dos Arecales

ao gecircnero Euterpe da famiacutelia Palmae eacute uma palmeira nativa da Amazocircnia abundante

nas aacutereas de vaacuterzeas da regiatildeo Para os nativos essa palmeira representa uma importante

fonte natural de recursos Poullet apud Padilha et al afirma que o accedilaiacute eacute um dos

produtos mais importantes da vida alimentar e cultural da populaccedilatildeo regional Rogez

apud Padilha et al(2000) por sua vez considera o accedilaizeiro a palmeira mais produtiva

do ecossistema que abriga a populaccedilatildeo do delta do Amazonas

Os accedilaizais nativos nas aacutereas de vaacuterzeas satildeo encontrados no estuaacuterio dos rios

Tocantins Paraacute e Amazonas Nas vaacuterzeas o manejo dos accedilaizais nativos tem

promovido a derrubada verde sem queima para construccedilatildeo de canais para facilitar a

drenagem da aacutegua inundada com grande movimentaccedilatildeo de canoas e barcos para o

transporte de frutos com seacuterias consequumlecircncias para flora e fauna (Homma et al 2006)

O manejo consiste em aumentar a populaccedilatildeo de accedilaizeiros que ocorrem

naturalmente na floresta de vaacuterzea Com essa teacutecninca a produtividade do accedilaizeiro

dobra de 42 tha para 84 tha de frutos Baseia-se na eliminaccedilatildeo das plantas de espeacutecies

arbustivas e arboacutereas de baixo valor comercial cujos espaccedilos livres satildeo ocupados por

plantas de accedilaizeiros oriundas de sementes que germinam espontaneamente de mudas

preparadas ou transplantadas das proximidades e por outras espeacutecies produzidas

especialmente para esse fim (Embrapa)

A vantagem da teacutecnica de manejo eacute que natildeo exige investimento em infra-

estrutura consistindo na realizaccedilatildeo das seguintes praacuteticas limpeza da aacuterea (roccedilagem davegetaccedilatildeo de menor porte e eliminaccedilatildeo de parte das aacutervores maiores) desbastes dos

perfilhosestipes das touceiras de baixo vigor vegetativo preparoaquisiccedilatildeo e plantio de

mudas de accedilaizeiros frutiacuteferas e florestais manutenccedilatildeo do accedilaizal (Embrapa)

A importacircncia socioeconocircmica do accedilaizeiro decorre do seu enorme potencial de

aproveitamento integral de mateacuteria-prima O principal aproveitamento eacute a extraccedilatildeo do

accedilaiacute mas as sementes (caroccedilos) do accedilaizeiro satildeo aproveitadas no artesanato e como

adubo orgacircnico A planta fornece ainda um oacutetimo palmito e as suas folhas satildeo utilizadaspara cobertura de casas dos habitantes do interior da regiatildeo (Homma 2006) De acordo

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com Padilha et al existe ainda um outro uso uma vez que a a produccedilatildeo de polpa varia

em torno de apenas 5 a 15 do volume do fruto haacute uma grande quantidade de resiacuteduos

gerados no processamento que pode ser empregado para geraccedilatildeo de energia teacutermica e

eleacutetrica

Poreacutem para a populaccedilatildeo ribeirinha a possibilidade mais lucrativa proporcionada

pelo accedilaizeiro eacute a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de seu fruto in natura A produccedilatildeo de

frutos para o mercado local eacute uma atividade de baixo custo e de excelente rentabilidade

econocircmica (Homma 2006)

222 O fruto

O accedilaiacute ateacute o final do seacuteculo XX era considerado um produto da alimentaccedilatildeo

baacutesica das populaccedilotildees ribeirinhas e das camadas de baixa renda dos centros urbanos da

economia Amazocircnica onde eacute consumido com farinha de mandioca e peixe entre

outros A produccedilatildeo do accedilaiacute era ateacute entatildeo predominantemente extrativista objetivando o

consumo domeacutestico com pouca venda de excedente (Santana et al 2006)

No entanto desde meados da deacutecada de 90 as academias de ginaacutestica

descobriram o fruto e seu alto valor energeacutetico o que fez com que o accedilaiacute ganhasse

espaccedilo na miacutedia nacional e internacional A demanda do produto aumentou entatildeo

intensamente uma vez que as camadas de maior poder aquisitivo tambeacutem passaram a

consumiacute-lo (Santana et al 2006)

Este aumento pode ser atribuiacutedo agraves propriedades nutricionais e valor caloacuterico do

accedilaiacute uma vez que eacute um alimento rico em proteiacutenas fibras lipiacutedios vitamina E e

minerais como manganecircs cobre boro e cromo Aleacutem disso o accedilaiacute possui um elevado

teor de pigmentos antocianinas que satildeo beneacuteficos agrave sauacutede pois favorecem a circulaccedilatildeo

sanguumliacutenea e protegem o organismo contra a arteriosclerose (Alexandre et al2004)

A demanda pelo accedilaiacute estaacute em alta o produto tem boas possibilidades demercado principalmente no Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia Goiaacutes e na Regiatildeo

Nordeste No Rio de Janeiro o accedilaiacute eacute oferecido nas praias e se tornou muito popular

entre os adeptos da cultura da sauacutede e entre os frequumlentadores de academias Eacute

tambeacutem vendido diretamente ao consumidor e comeccedila a ganhar popularidade entre os

nativos e turistas Eacute estimado que no Rio de Janeiro sejam consumidas 500

toneladasmecircs em Satildeo Paulo 150 toneladasmecircs e outros Estados somam 200

toneladasmecircs Nesses locais em alguns pontos de venda o que se consome eacute o accedilaiacute

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fino que misturado com outros produtos perde o gosto o odor e ateacute o valor caloacuterico da

fruta (Homma 2006)

Em 2000 iniciou-se a exportaccedilatildeo de polpa congelada de accedilaiacute para os Estados

Unidos e para a Itaacutelia Esse mercado externo cresceu 20 ao ano de 2003 a 2006 com a

comercializaccedilatildeo do accedilaiacute concentrado em latas e com a popularizaccedilatildeo da mistura com

diversas outras frutas feitas em academias de ginaacutestica (Homma 2006)

A partir de 2002 observou-se o aumento da aacuterea colhida com accedilaiacute que se

manifesta num salto de 16115 ha (2002) para 26671 ha (2004) ou seja uma taxa de

crescimento de 6550 num periacuteodo de trecircs anos (Santana et al 2006)

Essa significativa taxa meacutedia de crescimento da aacuterea colhida do accedilaiacute pode

significar uma resposta dos produtores ao crescimento da demanda pelo fruto do accedilaiacute

nos uacuteltimos anos De fato o crescimento da demanda regional nacional e mesmo

internacional do accedilaiacute pode estar induzindo os produtores rurais a aumentarem aacuterea

plantada do accedilaiacute A expansatildeo da aacuterea colhida indica o grande interesse dos produtores

rurais quanto agrave necessidade da formaccedilatildeo de uma base produtiva de cultivo do accedilaiacute como

condiccedilatildeo baacutesica para a atraccedilatildeo de agroinduacutestrias de processamento (Santana et al

2006)

Assim crecirc-se que estaacute em curso uma mudanccedila do padratildeo agriacutecola da fruticultura

do Paraacute de uma base produtiva extrativa para uma base produtiva de cultivo Poreacutem

uma mudanccedila desse tipo requer uma seacuterie de adaptaccedilotildees de natureza agronocircmica

sobretudo quanto ao controle de pragas e doenccedilas que podem se manifestar nos cultivos

de grande escala(Santana et al 2006)

O crescimento do mercado de polpa do fruto de accedilaiacute tem induzido tambeacutem o

plantio em terra firme (Homma et al 2006) e a implantaccedilatildeo de plantas industriais para

realizar o processamento ou as agroinduacutestrias existentes introduziram o accedilaiacute na linha

de produccedilatildeo visando atender aos mercados externo e interno (Santana et al 2006)O plantio de accedilaizeiro em terra firme apresenta excelente alternativa para a

recuperaccedilatildeo de aacutereas desmatadas como tambeacutem para reduzir a pressatildeo sobre o

ecossistema de vaacuterzea que eacute mais fraacutegil Aleacutem disso o plantio em terra firme apresenta

a vantagem de facilitar o transporte rodoviaacuterio e o beneficiamento sem depender do

transporte fluvial mais lento (Santana et al 2006)

O processamento ou seja as atividades de lavagem pasteurizaccedilatildeo

congelamento e desidrataccedilatildeo em escala industrial tem como vantagens melhorar a

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higiene e a qualidade do produto reduzindo ao maacuteximo os riscos de contaminaccedilatildeo

microbioloacutegica (Homma et al 2006)

O processo de obtenccedilatildeo da polpa de accedilaiacute consiste em imergir o fruto em aacutegua

morna por tempo determinado a fim de amolecer o mesocarpo antes do despolpamento

Apoacutes o amolecimento o despolpamento eacute realizado com o auxiacutelio de maacutequinas

mecacircnicas eleacutetricas ou manualmente com ou sem adiccedilatildeo de aacutegua Em seguida o

produto obtido passa por uma peneira de forma a obter a polpa para consumo

(Alexandre et al2004)

Os produtos obtidos do fruto do accedilaiacute satildeo classificados de acordo com a adiccedilatildeo

ou natildeo de aacutegua e seus quantitativos ou seja a porcentagem de soacutelidos totais Assim os

produtos incluem

bull polpa de accedilaiacute polpa extraiacuteda sem adiccedilatildeo de aacutegua e sem filtraccedilatildeo

bull accedilaiacute grosso ou especial polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

com soacutelidos totais acima de 14

bull accedilaiacute meacutedio ou regular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

com soacutelidos totais entre 11 e 14

bull accedilaiacute fino ou popular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

apresentando soacutelidos totais entre 8 e 11 (Alexandre et al2004)

O accedilaiacute eacute altamente pereciacutevel o seu tempo maacuteximo de conservaccedilatildeo mesmo sob

refrigeraccedilatildeo eacute de 12 horas O fator responsaacutevel por esta alta perecibilidade eacute a elevada

carga microbiana juntamente com a degradaccedilatildeo enzimaacutetica responsaacuteveis pelas

alteraccedilotildees de cor e aparecimento do sabor azedo Atualmente a conservaccedilatildeo da polpa

de accedilaiacute eacute feita pelo processo de congelamento (Alexandre et al2004)

223 Agroinduacutestrias

Tendo como marco referencial a entrada em funcionamento da faacutebrica de

beneficiamento de polpa de frutas da CAMTA em 1991 a agroinduacutestria de frutas do

Estado do Paraacute teve um grande crescimento a partir da deacutecada de 90 As primeiras frutas

que tiveram seu processo de beneficiamento foram o maracujaacute cupuaccedilu e acerola

Posteriormente foram incluiacutedas a laranja accedilaiacute graviola carambola goiaba cajaacute

manga bacuri muruci e abacaxi (Homma 2002)

A Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-accediluacute ndash CAMTA destacava-se como uma

das principais compradoras dos consoacutercios produtores de accedilaiacute da regiatildeo negociando

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preccedilos diferentes entre os municiacutepios Estas negociaccedilotildees acirravam a concorrecircncia entre

os produtores e consequumlentemente deixava os preccedilos abaixo do mercado Esta praacutetica

prejudicava igualmente a todos os produtores (Homma 2002)

Nesse contexto a FASEAmazocircnia exerceu papel fundamental suscitando as

discussotildees sobre a criaccedilatildeo de um consoacutercio de produtores que pudessem negociar como

as empresas processadoras do fruto produccedilatildeo em escala ampliada a preccedilos melhores e

mais estaacuteveis (Soares e Costa 2005) A FASE eacute uma organizaccedilatildeo natildeo governamental

sem fins lucrativos que atua em seis estados brasileiros e tem sua sede nacional no Rio

de Janeiro Desde suas origens esteve comprometida com o trabalho de organizaccedilatildeo e

desenvolvimento local comunitaacuterio e associativo (FASE 2010)

Em 2000 o consoacutercio foi estruturado entre os municiacutepios de Abaetetuba

Barcarena Igarapeacute-Miri e Cametaacute (Soares e Costa 2005)

Em Abaetetuba a principal organizaccedilatildeo eacute a Cooperativa de Fruticultores de

Abaetetuba ndash COFRUTA Em Barcarena como a Associaccedilatildeo dos Batedores de Accedilaiacute de

Barcarena ndash COOPBAB e entidades parceiras com o STR ndash Barcarena Cooperativa da

Colocircnia de Pesca Z-13 e Associaccedilatildeo de Trabalhadores Rurais do Arapajoacute Em Cametaacute

com a Cooperativa de Resistecircncia de Cametaacute ndash CART e entidades parceiras como STR

ndash Cametaacute Colocircnia de Pescadores Z-16 e Associaccedilatildeo de Preservaccedilatildeo do Meio Ambiente

e Igarapeacute-Miri com a Associaccedilatildeo Mutiratildeo dos Trabalhadores Rurais de Igarapeacute-Miri

como as entidades parceiras como a Associaccedilatildeo de Mulheres de Igarapeacute-Miri

Associaccedilatildeo Boa esperanccedila STR ndash Igarapeacute-Miri e AMPRISA Em 2003 o nuacutemero total

de famiacutelias envolvidas no consoacutercio chegou a 919 (Soares e Costa 2005)

Apoacutes a delimitaccedilatildeo das organizaccedilotildees e parcerias para fornecimento do fruto

estas organizaccedilotildees passaram a negociar sua produccedilatildeo em conjunto atraveacutes do consoacutercio

e com preccedilos igualmente vantajosos para todas as entidades O volume comercializado

aumentou significativamente principalmente em funccedilatildeo da popularizaccedilatildeo do frutoaumentando tambeacutem o nuacutemero de empresas processadoras na regiatildeo Atualmente

comercializam com o consoacutercio a Sambazon Fly CAMTA Amazon Fruit Accedilaiacute Brasil

e Amazon Drink(Soares e Costa 2005)

A SAMBAZON destaca-se uma vez que tem exportado o fruto para o mercado

americano e estabelecendo contratos baseado no chamado mercado ldquojustordquo Com a

ampliaccedilatildeo da exportaccedilatildeo e as exigecircncias do mercado americano houve a necessidade de

reconhecimento do accedilaiacute enquanto produto agroecoloacutegico de origem orgacircnica jaacute que suaproduccedilatildeo natildeo utiliza insumos quiacutemicos Em 2003 a agecircncia de certificaccedilatildeo Guaranteed

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Organic Certification Agency ndash GOCA entregou a certificaccedilatildeo as cooperativas e

associaccedilotildees (Soares e Costa 2005)

A SAMBAZON estabeleceu contrato com as organizaccedilotildees para que o primeiro

certificado fosse pago por ela e posteriormente a renovaccedilatildeo ficaria sob

responsabilidade das proacuteprias organizaccedilotildees Segundo Sobrinho 2005 apud Soares e

Costa 2005 no periacuteodo de agosto de 2004 a janeiro de 2005 o preccedilo meacutedio por

tonelada pago aos produtores no comeacutercio justo superou em 25 os preccedilos correntes

praticados pelos atravessadores na regiatildeo (Soares e Costa 2005)

O percurso do accedilaiacute da propriedade ateacute a pedra do municiacutepio eacute feito de barco e eacute

de responsabilidade da cooperativa tais gastos satildeo incluiacutedos integralmente no custo do

produto Poreacutem os gastos com transporte da pedra do municiacutepio ateacute a empresa

processadora satildeo assumidos pela empresa processadora (Soares e Costa 2005)

Os gastos com transporte satildeo proporcionais ao tempo de viagem do setor ateacute a

pedra do municiacutepio As menores distacircncias encontradas entre os setores e a ldquopedrardquo

encontram-se em Barcarena e as maiores distacircncias em Cametaacute (Soares e Costa 2005)

Dessa forma os preccedilos praticados em Barcarena satildeo altos por sua proximidade

com Beleacutem que tem mercado consumidor praticamente garantido E em Cametaacute os

preccedilos praticados satildeo geralmente abaixo da meacutedia dos outros municiacutepios pela maior

distancia (Soares e Costa 2005)

Estima-se que 70 a 80 da polpa de accedilaiacute vendidas no Paiacutes satildeo produzidas no

Paraacute e os maiores compradores satildeo Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia e alguns Estados

do Nordeste

Sabe-se que as induacutestrias processadoras se concentram nas mesorregiotildees

Nordeste Paraense e Metropolitana de Beleacutem Somente em Beleacutem existem 3 mil pontos

de venda de accedilaiacute (Homma 2002) A Figura 2 e a Figura 3 representam as regiotildees do

Nordeste paraense e Metropolitana de Beleacutem respectivamente

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Figura 2 Microrregiotildees do Nordeste paraense Fonte Silva 2004

Figura 3 Mesorregiatildeo metropolitana de Beleacutem Fonte Silva 2004

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A razatildeo para que as duas mesorregiotildees sejam detentoras de maior percentual de

induacutestrias eacute no caso das empresas que fazem mais de um tipo de produto a

proximidade do principal mercado consumidor Beleacutem do Paraacute que vem se habituando

a consumir algumas polpas de frutas amazocircnicas e outras frutas regionais e tropicais na

forma congelada adquiridas nas redes de supermercados sobretudo na entressafra No

caso das empresas uniproduto satildeo as vias de acesso facilitada atraveacutes da BR316 que

interliga as duas mesorregiotildees paraenses com o resto do Paiacutes e assim escoam a

produccedilatildeo da polpa congelada especialmente do accedilaiacute (Silva 2004)

A polpa congelada e mais recentemente a exportaccedilatildeo sob a forma desidratada

ou seja o poacute e sucos pasteurizados apresentam tendecircncias de crescimento e vem

influenciando os produtores do Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins mais precisamente

dos municiacutepios de Cametaacute Igarapeacute-Miri Abaetetuba e Barcarena que neste processo

representam os fornecedores da mateacuteria-prima para as empresas beneficiadoras do

produto que alcanccedilaram o mercado internacional consumidor( Andrade et al2008)

A regiatildeo eacute grande produtora e consumidora de accedilaiacute A cidade de Igarapeacute-Miri

conquistou o tiacutetulo de ldquoCapital Mundial do Accedilaiacuterdquo Ainda a produccedilatildeo desta regiatildeo eacute

reconhecida por ser de alta qualidade seja no rendimento na produccedilatildeo e no sabor da

fruta Os principais produtos ou grupo de produtos gerados pela atividade da fruticultura

no Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins no estado do Paraacute satildeo polpas de frutas como

cupuaccedilu maracujaacute taperebaacute abacaxi e accedilaiacute in natura sendo este uacuteltimo o de maior

importacircncia econocircmica e de maior quantidade de produccedilatildeo (Andrade et al 2008)

A produccedilatildeo dos principais municiacutepios em 2008 pode ser vista na Tabela 3

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Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico daProduccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008

MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)

MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)

2008 2008

TOTAL GERAL581290

IGARAPEacute-MIRI 153000 TAILAcircNDIA 1253

ABAETETUBA 131250 ITUPIRANGA 1200

CAMETAacute 40544 NOVA ESP DO PIRIAacute 1200

ACARAacute 39600 BAIAtildeO 1000

LIMOEIRO DO AJURU 35040 NOVO REPARTIMENTO 1000

BUJARU 30955 PORTO DE MOZ 1000

TOMEacute ACcedilU 24000 ALMEIRIM 720

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 21384 CASTANHAL 634

PONTA DE PEDRAS 14991 VIGIA 500

OEIRAS DO PARAacute 14000 SANTA MARIA DO PARAacute 480

MOJU 12185 BAGRE 420

BARCARENA 12000 ANAPU 390

TUCURUIacute 11500 IGARAPEacute-ACcedilU 300

SANTA ISABEL DO PARAacute 6200 MARACANAtilde 275

PORTEL 4800 ALTAMIRA 240

CURRALINHO 3000 CAPITAtildeO POCcedilO 187

GURUPAacute 2812 PACAJAacute 180

SANTO ANTOcircNIO DO TAUAacute 2500 PRAINHA 156IRITUIA 2340 S FRANCISCO DO PARA 120

BREU BRANCO 1800 NOVO PROGRESSO 100

CACHOEIRA DO ARARI 1540 VISEU 60

BREVES 1500 MEDICILAcircNDIA 50

S SEBASTIAtildeO DA BVISTA 1500 FARO 28

MUANAacute 1332 AUGUSTO CORREA 24

O arranjo produtivo de polpa de frutas paraense eacute heterogecircneo em tamanho com

predominacircncia de microempresas em tecnologia de modo que apenas oito empresaspossuem tecnologia de pasteurizaccedilatildeo na diversificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo de produto a

maioria das empresas processa apenas accedilaiacute e ainda no grau de inserccedilatildeo nos mercados

local nacional e internacional (Santana et al 2006)

O principal produto industrial eacute a polpa de accedilaiacute pasteurizada eou congelada Em

menor escala existem os blends que eacute o accedilaiacute misturado com guaranaacute banana morango

e etc accedilaiacute em poacute geleacuteia licor vinho neacutectar suco bombons sorvetes cafeacute etc

(Santana et al 2006)

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224 Dificuldades das agroinduacutestrias

Silva em seu trabalho O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das

agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute 2004 fez um levantamento das

dificuldades que as empresas enfrentam Os entrevistados principalmente das empresas

que soacute produzem a polpa de accedilaiacute afirmam que caso dispusessem de cacircmaras de

congelamento e armazenamento e pasteurizadores natildeo haveria necessidade de sair do

Estado do Paraacute no periacuteodo da entressafra (coincidente com o veratildeo do Sudeste e Sul do

Brasil e com o periacuteodo de feacuterias e carnaval quando haacute elevaccedilatildeo da demanda de polpa de

accedilaiacute) pois teriam produtos em estoque originando mais receitas empregos e tributos

em acircmbito estadual ainda seriam mais competitivas pois ldquovecircem o accedilaiacute do Paraacute como

imbatiacutevel no mercadordquo

Os entrevistados por Silva 2004 citaram tambeacutem suas necessidades de

qualificaccedilatildeo de matildeo-de-obra nas aacutereas de produccedilatildeo manipulaccedilatildeo de alimentos e

administrativa Outra dificuldade enfrentada pelas empresas de polpa de frutas do

Estado do Paraacute eacute a falta de uma interaccedilatildeo mais permanente com o sistema de creacutedito

pois do total de empresas entrevistadas 769 natildeo obtiveram creacutedito de curto prazo

(capital de giro) nos uacuteltimos cinco anos e 50 tambeacutem natildeo obtiveram creacutedito ou

financiamento de longo prazo (projeto incentivado creacutedito para investimento como a

compra de equipamentos e outros) ou seja natildeo acessaram recursos por um periacuteodo

maior do que trecircs anos

Andrade et al 2008 afirmam que os gargalos da produccedilatildeo de polpa de accedilaiacute estatildeo

relacionados ao desempenho na aacuterea da gestatildeo principalmente para a melhoria das

habilidades de negociaccedilatildeo e teacutecnicas de venda pois o processo de comercializaccedilatildeo

nestes municiacutepios ainda eacute bastante complexo sendo considerado como um dos

principais entraves junto agrave falta de recursos dos produtores Destacam-se tambeacutem as

dificuldades de infra-estrutura no transporte que inviabilizam em muito o intuito de seatingir um bom planejamento da produccedilatildeo

Limal et al 2008 tambeacutem ressalta problemas logiacutesticos poreacutem relacionados ao

do produtor de accedilaiacute para as induacutestrias Para os autores a logiacutestica eacute bastante deficitaacuteria

uma vez que a venda do produto depende em grande escala das embarcaccedilotildees que

fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos do frete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores

Tais fatores encarecem o custo do produto que recai sobre o consumidor

Segundo informaccedilotildees obtidas em pesquisa de campo o transporte fluvial eacuterealizado pelas embarcaccedilotildees dos proacuteprios ribeirinhos ndash aqueles que tiverem condiccedilotildees

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23 Logiacutestica

De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de

planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de

mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde

o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias

dos clientes (CSCMP2010)

A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do

transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto

procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)

Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees

praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de

entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se

concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da

rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees

possiacuteveis (Bowersox et al (2001)

Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes

questotildees

bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao

cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por

exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta

definiccedilatildeo

bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais

baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o

nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de

atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas

instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de

centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado

tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e

programaccedilatildeo de transportadores

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Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o

serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo

possiacutevel

Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por

uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a

montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal

de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto

passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele

condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a

partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais

estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos

Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer

deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela

movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para

suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da

produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o

mercado consumidor

A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs

aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a

distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas

referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais

e produtos (Costa 2002)

Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais

devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de

suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em

termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da

qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda

determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos

e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas

e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)

Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor

nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede

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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades

de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de

mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)

Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias

em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades

tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de

veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees

Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de

facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de

facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)

Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda

estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem

nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto

neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de

hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo

possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo

puramente extrativista

232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional

O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees

geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios

entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de

transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de

transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)

De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades

envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos

de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo

Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos

por quais facilidades para minimizar o custo total

Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa

Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote

e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura

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Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al

(2008) eacute utilizado no estudo

O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de

lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na

Figura 4

Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)

No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam

para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou

armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados

Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com

pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que

manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas

Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que

o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao

cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais

adequados

A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que

as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste

trabalho de conclusatildeo de curso

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34

24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de

facilidades

O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de

diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes

espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui

manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e

estoque de produtos

Notaccedilotildees utilizadas no modelo

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW

LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k

isin LP

P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P

LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento

LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta

LP c e LP o satildeo definidos analogamente

Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada

capacidade do armazeacutem j no tempo t

capacidade da planta k no tempo t

Tem-se ainda

demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t

Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso

definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das

facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque

Para isin LW

o e isin T

custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T

Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo e fechamento

Para isin LW c

custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento

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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP

custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no

periacuteodo t

custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t

custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo

t+1

custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i

Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)

Para isin LW o e isin T

= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c

= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento

= 0 caso contraacuterio

eacute definido analogamente

Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j

no periacuteodo t

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k

no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i

periacuteodo t

estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t

Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda

≔ 1 991270 isin LW o

991270 isin

LW c

Funccedilatildeo Objetivo

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Min =

isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)

Sujeito a

+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)

isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)

leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)

+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)

le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)

isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)

isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)

0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)

isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)

A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que

os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e

que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de

produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1

(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de

produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave

parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t

enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute

existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo

As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de

plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o

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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver

pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento

A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e

(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo

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PampE

A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca

investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da

Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo

MEP e ITP

O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)

possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37

ou 38 induacutestrias

Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos

mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que

apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada

O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90

estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo

(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o

fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos

Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega

ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros

ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da

bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria

A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador

individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra

clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a

Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a

Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO

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ITS e ITT

Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento

bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola

Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo

incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para

fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que

comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)

que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)

produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute

Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual

proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada

Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos

de bebida agrave base de accedilaiacute

No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com

qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no

Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos

32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo

matemaacutetico

Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com

pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute

para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos

simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por

exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados

histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da

demanda

a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas

Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi

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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute

cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo

porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m

um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para

as cidades

Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se

como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a

Tabela 5

Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS

AacuteREA (ha)

DESTINADA A COLHEITA COLHIDA

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500

BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000

BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064

CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320

IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840

MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000

MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148

TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600

TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150

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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000

UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998

AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600

ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200

ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500

MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000

OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185

UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000

OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000

UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000

Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem

devido a falhas nas coletas dos dados

Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute

ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o

periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A

divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas

cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado

amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a

safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo

Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do

Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute

2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas

20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais

de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute

aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano

A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que

acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos

Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou

R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos

satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial

consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa

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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da

Tabela 7

Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007

Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007

Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de

accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os

coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando

tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a

produccedilatildeo inicia desde o 1o ano

Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146

Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848

Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788

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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico

plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute

existente

De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de

custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois

hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende

para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo

numa estimativa de seus gastos de transporte

Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo

utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa

Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela

9

Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167

Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109

c) Demanda dos Beneficiadores

Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade

maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente

pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da

capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de

chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena

de perda dos frutos

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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte

Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos

frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de

confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O

transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h

tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na

tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios

chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que

entregam para as empresas beneficiadoras locais

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio

transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista

ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a

12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200

Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$

050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo

compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma

de R$100 a $150 ao preccedilo

e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme

Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido

ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o

transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de

pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem

considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de

heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os

custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa

margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o

investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano

(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas

propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio

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47

Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre

quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para

efeitos de expansatildeo

f) Manejo de accedilaizais nativos

O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo

uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia

Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano

o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute

positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute

maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de

produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo

g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores

De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a

localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados

individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em

uma tabela como a Tabela 10 abaixo

Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo

h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos

Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e

8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de

produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser

considerados os mesmos para cada tipo de produto

i) Demanda

O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores

para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas

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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009

AnoToneladas

Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo

2001 11784300 852700 39500

2002 13055900 1123100 113651

2003 16361500 2259700 273000

2004 17710200 2963600 504100

2005 20473000 4709800 565700

2006 24493100 5837900 668100

2007 24717300 6516200 923500

2008 27100000 7300000 1173500

2009 29800000 8020000 1250780

A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12

Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3

A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10

j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa

em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer

(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel

tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo

do cliente

O trajeto varia entre 80 e 240 km

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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores

Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas

Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas

Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo

desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o

Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das

maiores exportadoras a empresa DaFruta

33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute

Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia

representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)

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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute

Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores

beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em

cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme

Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras

uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo

apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)

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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo

do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees

Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo

Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea

1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t

2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado

Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme

3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo

t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de

implantaccedilatildeo

4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe

5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele

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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes

6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo

que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia

7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a

capacidade de processamento

8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo

9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no

periacuteodo atual

10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida

O modelo matemaacutetico

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB

LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por

k isin LP

LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio

do planejamento

LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista

LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme

indexados por l isin LT

LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo

LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme

P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por

p isin P

Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm

capacidade limitada

Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea

capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em

quilogramas de fruto por hectare

aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP

Para

isin LP o e

isin T

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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo

custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare

Para isin LP c

custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare

O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque

consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita

custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo

t

Dados referentes aos cultivos em terra firme

capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado

em quilogramas de fruto por hectare

Para isin LT c

aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de

planejamento

Para isin LT o

nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme

no spot l

qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares

e qe =5 Tem-se que

Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20

hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para

evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear

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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j

Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)

Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no

periacuteodo t em kg

quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no

periacuteodo t em kg

produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg

accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg

accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t

accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t

produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t

estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t

Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas

Para isin LPo

= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo

= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io

Variaacuteveis auxiliares

= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no

periacuteodo t

A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma

dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

5 Bibliografia

AGEcircNCIA SEBRAE Brasil eacute o terceiro maior produtor de frutas do mundo

2009

Disponiacutevel em

httpwwwcanalruralcombrcanalruraljspdefaultjspuf=1amplocal

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ALEXANDRE D CUNHA R L HUBINGER M D Conservaccedilatildeo do accedilaiacute

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do fruto entretanto fez com que o preccedilo do produto aumentasse para o consumidor

(SAGRI 2010)

22 O Accedilaiacute

221 O accedilaizeiro

O accedilaizeiro ( Euterpe oleracea Mart) planta pertencente agrave ordem dos Arecales

ao gecircnero Euterpe da famiacutelia Palmae eacute uma palmeira nativa da Amazocircnia abundante

nas aacutereas de vaacuterzeas da regiatildeo Para os nativos essa palmeira representa uma importante

fonte natural de recursos Poullet apud Padilha et al afirma que o accedilaiacute eacute um dos

produtos mais importantes da vida alimentar e cultural da populaccedilatildeo regional Rogez

apud Padilha et al(2000) por sua vez considera o accedilaizeiro a palmeira mais produtiva

do ecossistema que abriga a populaccedilatildeo do delta do Amazonas

Os accedilaizais nativos nas aacutereas de vaacuterzeas satildeo encontrados no estuaacuterio dos rios

Tocantins Paraacute e Amazonas Nas vaacuterzeas o manejo dos accedilaizais nativos tem

promovido a derrubada verde sem queima para construccedilatildeo de canais para facilitar a

drenagem da aacutegua inundada com grande movimentaccedilatildeo de canoas e barcos para o

transporte de frutos com seacuterias consequumlecircncias para flora e fauna (Homma et al 2006)

O manejo consiste em aumentar a populaccedilatildeo de accedilaizeiros que ocorrem

naturalmente na floresta de vaacuterzea Com essa teacutecninca a produtividade do accedilaizeiro

dobra de 42 tha para 84 tha de frutos Baseia-se na eliminaccedilatildeo das plantas de espeacutecies

arbustivas e arboacutereas de baixo valor comercial cujos espaccedilos livres satildeo ocupados por

plantas de accedilaizeiros oriundas de sementes que germinam espontaneamente de mudas

preparadas ou transplantadas das proximidades e por outras espeacutecies produzidas

especialmente para esse fim (Embrapa)

A vantagem da teacutecnica de manejo eacute que natildeo exige investimento em infra-

estrutura consistindo na realizaccedilatildeo das seguintes praacuteticas limpeza da aacuterea (roccedilagem davegetaccedilatildeo de menor porte e eliminaccedilatildeo de parte das aacutervores maiores) desbastes dos

perfilhosestipes das touceiras de baixo vigor vegetativo preparoaquisiccedilatildeo e plantio de

mudas de accedilaizeiros frutiacuteferas e florestais manutenccedilatildeo do accedilaizal (Embrapa)

A importacircncia socioeconocircmica do accedilaizeiro decorre do seu enorme potencial de

aproveitamento integral de mateacuteria-prima O principal aproveitamento eacute a extraccedilatildeo do

accedilaiacute mas as sementes (caroccedilos) do accedilaizeiro satildeo aproveitadas no artesanato e como

adubo orgacircnico A planta fornece ainda um oacutetimo palmito e as suas folhas satildeo utilizadaspara cobertura de casas dos habitantes do interior da regiatildeo (Homma 2006) De acordo

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com Padilha et al existe ainda um outro uso uma vez que a a produccedilatildeo de polpa varia

em torno de apenas 5 a 15 do volume do fruto haacute uma grande quantidade de resiacuteduos

gerados no processamento que pode ser empregado para geraccedilatildeo de energia teacutermica e

eleacutetrica

Poreacutem para a populaccedilatildeo ribeirinha a possibilidade mais lucrativa proporcionada

pelo accedilaizeiro eacute a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de seu fruto in natura A produccedilatildeo de

frutos para o mercado local eacute uma atividade de baixo custo e de excelente rentabilidade

econocircmica (Homma 2006)

222 O fruto

O accedilaiacute ateacute o final do seacuteculo XX era considerado um produto da alimentaccedilatildeo

baacutesica das populaccedilotildees ribeirinhas e das camadas de baixa renda dos centros urbanos da

economia Amazocircnica onde eacute consumido com farinha de mandioca e peixe entre

outros A produccedilatildeo do accedilaiacute era ateacute entatildeo predominantemente extrativista objetivando o

consumo domeacutestico com pouca venda de excedente (Santana et al 2006)

No entanto desde meados da deacutecada de 90 as academias de ginaacutestica

descobriram o fruto e seu alto valor energeacutetico o que fez com que o accedilaiacute ganhasse

espaccedilo na miacutedia nacional e internacional A demanda do produto aumentou entatildeo

intensamente uma vez que as camadas de maior poder aquisitivo tambeacutem passaram a

consumiacute-lo (Santana et al 2006)

Este aumento pode ser atribuiacutedo agraves propriedades nutricionais e valor caloacuterico do

accedilaiacute uma vez que eacute um alimento rico em proteiacutenas fibras lipiacutedios vitamina E e

minerais como manganecircs cobre boro e cromo Aleacutem disso o accedilaiacute possui um elevado

teor de pigmentos antocianinas que satildeo beneacuteficos agrave sauacutede pois favorecem a circulaccedilatildeo

sanguumliacutenea e protegem o organismo contra a arteriosclerose (Alexandre et al2004)

A demanda pelo accedilaiacute estaacute em alta o produto tem boas possibilidades demercado principalmente no Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia Goiaacutes e na Regiatildeo

Nordeste No Rio de Janeiro o accedilaiacute eacute oferecido nas praias e se tornou muito popular

entre os adeptos da cultura da sauacutede e entre os frequumlentadores de academias Eacute

tambeacutem vendido diretamente ao consumidor e comeccedila a ganhar popularidade entre os

nativos e turistas Eacute estimado que no Rio de Janeiro sejam consumidas 500

toneladasmecircs em Satildeo Paulo 150 toneladasmecircs e outros Estados somam 200

toneladasmecircs Nesses locais em alguns pontos de venda o que se consome eacute o accedilaiacute

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fino que misturado com outros produtos perde o gosto o odor e ateacute o valor caloacuterico da

fruta (Homma 2006)

Em 2000 iniciou-se a exportaccedilatildeo de polpa congelada de accedilaiacute para os Estados

Unidos e para a Itaacutelia Esse mercado externo cresceu 20 ao ano de 2003 a 2006 com a

comercializaccedilatildeo do accedilaiacute concentrado em latas e com a popularizaccedilatildeo da mistura com

diversas outras frutas feitas em academias de ginaacutestica (Homma 2006)

A partir de 2002 observou-se o aumento da aacuterea colhida com accedilaiacute que se

manifesta num salto de 16115 ha (2002) para 26671 ha (2004) ou seja uma taxa de

crescimento de 6550 num periacuteodo de trecircs anos (Santana et al 2006)

Essa significativa taxa meacutedia de crescimento da aacuterea colhida do accedilaiacute pode

significar uma resposta dos produtores ao crescimento da demanda pelo fruto do accedilaiacute

nos uacuteltimos anos De fato o crescimento da demanda regional nacional e mesmo

internacional do accedilaiacute pode estar induzindo os produtores rurais a aumentarem aacuterea

plantada do accedilaiacute A expansatildeo da aacuterea colhida indica o grande interesse dos produtores

rurais quanto agrave necessidade da formaccedilatildeo de uma base produtiva de cultivo do accedilaiacute como

condiccedilatildeo baacutesica para a atraccedilatildeo de agroinduacutestrias de processamento (Santana et al

2006)

Assim crecirc-se que estaacute em curso uma mudanccedila do padratildeo agriacutecola da fruticultura

do Paraacute de uma base produtiva extrativa para uma base produtiva de cultivo Poreacutem

uma mudanccedila desse tipo requer uma seacuterie de adaptaccedilotildees de natureza agronocircmica

sobretudo quanto ao controle de pragas e doenccedilas que podem se manifestar nos cultivos

de grande escala(Santana et al 2006)

O crescimento do mercado de polpa do fruto de accedilaiacute tem induzido tambeacutem o

plantio em terra firme (Homma et al 2006) e a implantaccedilatildeo de plantas industriais para

realizar o processamento ou as agroinduacutestrias existentes introduziram o accedilaiacute na linha

de produccedilatildeo visando atender aos mercados externo e interno (Santana et al 2006)O plantio de accedilaizeiro em terra firme apresenta excelente alternativa para a

recuperaccedilatildeo de aacutereas desmatadas como tambeacutem para reduzir a pressatildeo sobre o

ecossistema de vaacuterzea que eacute mais fraacutegil Aleacutem disso o plantio em terra firme apresenta

a vantagem de facilitar o transporte rodoviaacuterio e o beneficiamento sem depender do

transporte fluvial mais lento (Santana et al 2006)

O processamento ou seja as atividades de lavagem pasteurizaccedilatildeo

congelamento e desidrataccedilatildeo em escala industrial tem como vantagens melhorar a

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higiene e a qualidade do produto reduzindo ao maacuteximo os riscos de contaminaccedilatildeo

microbioloacutegica (Homma et al 2006)

O processo de obtenccedilatildeo da polpa de accedilaiacute consiste em imergir o fruto em aacutegua

morna por tempo determinado a fim de amolecer o mesocarpo antes do despolpamento

Apoacutes o amolecimento o despolpamento eacute realizado com o auxiacutelio de maacutequinas

mecacircnicas eleacutetricas ou manualmente com ou sem adiccedilatildeo de aacutegua Em seguida o

produto obtido passa por uma peneira de forma a obter a polpa para consumo

(Alexandre et al2004)

Os produtos obtidos do fruto do accedilaiacute satildeo classificados de acordo com a adiccedilatildeo

ou natildeo de aacutegua e seus quantitativos ou seja a porcentagem de soacutelidos totais Assim os

produtos incluem

bull polpa de accedilaiacute polpa extraiacuteda sem adiccedilatildeo de aacutegua e sem filtraccedilatildeo

bull accedilaiacute grosso ou especial polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

com soacutelidos totais acima de 14

bull accedilaiacute meacutedio ou regular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

com soacutelidos totais entre 11 e 14

bull accedilaiacute fino ou popular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

apresentando soacutelidos totais entre 8 e 11 (Alexandre et al2004)

O accedilaiacute eacute altamente pereciacutevel o seu tempo maacuteximo de conservaccedilatildeo mesmo sob

refrigeraccedilatildeo eacute de 12 horas O fator responsaacutevel por esta alta perecibilidade eacute a elevada

carga microbiana juntamente com a degradaccedilatildeo enzimaacutetica responsaacuteveis pelas

alteraccedilotildees de cor e aparecimento do sabor azedo Atualmente a conservaccedilatildeo da polpa

de accedilaiacute eacute feita pelo processo de congelamento (Alexandre et al2004)

223 Agroinduacutestrias

Tendo como marco referencial a entrada em funcionamento da faacutebrica de

beneficiamento de polpa de frutas da CAMTA em 1991 a agroinduacutestria de frutas do

Estado do Paraacute teve um grande crescimento a partir da deacutecada de 90 As primeiras frutas

que tiveram seu processo de beneficiamento foram o maracujaacute cupuaccedilu e acerola

Posteriormente foram incluiacutedas a laranja accedilaiacute graviola carambola goiaba cajaacute

manga bacuri muruci e abacaxi (Homma 2002)

A Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-accediluacute ndash CAMTA destacava-se como uma

das principais compradoras dos consoacutercios produtores de accedilaiacute da regiatildeo negociando

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preccedilos diferentes entre os municiacutepios Estas negociaccedilotildees acirravam a concorrecircncia entre

os produtores e consequumlentemente deixava os preccedilos abaixo do mercado Esta praacutetica

prejudicava igualmente a todos os produtores (Homma 2002)

Nesse contexto a FASEAmazocircnia exerceu papel fundamental suscitando as

discussotildees sobre a criaccedilatildeo de um consoacutercio de produtores que pudessem negociar como

as empresas processadoras do fruto produccedilatildeo em escala ampliada a preccedilos melhores e

mais estaacuteveis (Soares e Costa 2005) A FASE eacute uma organizaccedilatildeo natildeo governamental

sem fins lucrativos que atua em seis estados brasileiros e tem sua sede nacional no Rio

de Janeiro Desde suas origens esteve comprometida com o trabalho de organizaccedilatildeo e

desenvolvimento local comunitaacuterio e associativo (FASE 2010)

Em 2000 o consoacutercio foi estruturado entre os municiacutepios de Abaetetuba

Barcarena Igarapeacute-Miri e Cametaacute (Soares e Costa 2005)

Em Abaetetuba a principal organizaccedilatildeo eacute a Cooperativa de Fruticultores de

Abaetetuba ndash COFRUTA Em Barcarena como a Associaccedilatildeo dos Batedores de Accedilaiacute de

Barcarena ndash COOPBAB e entidades parceiras com o STR ndash Barcarena Cooperativa da

Colocircnia de Pesca Z-13 e Associaccedilatildeo de Trabalhadores Rurais do Arapajoacute Em Cametaacute

com a Cooperativa de Resistecircncia de Cametaacute ndash CART e entidades parceiras como STR

ndash Cametaacute Colocircnia de Pescadores Z-16 e Associaccedilatildeo de Preservaccedilatildeo do Meio Ambiente

e Igarapeacute-Miri com a Associaccedilatildeo Mutiratildeo dos Trabalhadores Rurais de Igarapeacute-Miri

como as entidades parceiras como a Associaccedilatildeo de Mulheres de Igarapeacute-Miri

Associaccedilatildeo Boa esperanccedila STR ndash Igarapeacute-Miri e AMPRISA Em 2003 o nuacutemero total

de famiacutelias envolvidas no consoacutercio chegou a 919 (Soares e Costa 2005)

Apoacutes a delimitaccedilatildeo das organizaccedilotildees e parcerias para fornecimento do fruto

estas organizaccedilotildees passaram a negociar sua produccedilatildeo em conjunto atraveacutes do consoacutercio

e com preccedilos igualmente vantajosos para todas as entidades O volume comercializado

aumentou significativamente principalmente em funccedilatildeo da popularizaccedilatildeo do frutoaumentando tambeacutem o nuacutemero de empresas processadoras na regiatildeo Atualmente

comercializam com o consoacutercio a Sambazon Fly CAMTA Amazon Fruit Accedilaiacute Brasil

e Amazon Drink(Soares e Costa 2005)

A SAMBAZON destaca-se uma vez que tem exportado o fruto para o mercado

americano e estabelecendo contratos baseado no chamado mercado ldquojustordquo Com a

ampliaccedilatildeo da exportaccedilatildeo e as exigecircncias do mercado americano houve a necessidade de

reconhecimento do accedilaiacute enquanto produto agroecoloacutegico de origem orgacircnica jaacute que suaproduccedilatildeo natildeo utiliza insumos quiacutemicos Em 2003 a agecircncia de certificaccedilatildeo Guaranteed

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Organic Certification Agency ndash GOCA entregou a certificaccedilatildeo as cooperativas e

associaccedilotildees (Soares e Costa 2005)

A SAMBAZON estabeleceu contrato com as organizaccedilotildees para que o primeiro

certificado fosse pago por ela e posteriormente a renovaccedilatildeo ficaria sob

responsabilidade das proacuteprias organizaccedilotildees Segundo Sobrinho 2005 apud Soares e

Costa 2005 no periacuteodo de agosto de 2004 a janeiro de 2005 o preccedilo meacutedio por

tonelada pago aos produtores no comeacutercio justo superou em 25 os preccedilos correntes

praticados pelos atravessadores na regiatildeo (Soares e Costa 2005)

O percurso do accedilaiacute da propriedade ateacute a pedra do municiacutepio eacute feito de barco e eacute

de responsabilidade da cooperativa tais gastos satildeo incluiacutedos integralmente no custo do

produto Poreacutem os gastos com transporte da pedra do municiacutepio ateacute a empresa

processadora satildeo assumidos pela empresa processadora (Soares e Costa 2005)

Os gastos com transporte satildeo proporcionais ao tempo de viagem do setor ateacute a

pedra do municiacutepio As menores distacircncias encontradas entre os setores e a ldquopedrardquo

encontram-se em Barcarena e as maiores distacircncias em Cametaacute (Soares e Costa 2005)

Dessa forma os preccedilos praticados em Barcarena satildeo altos por sua proximidade

com Beleacutem que tem mercado consumidor praticamente garantido E em Cametaacute os

preccedilos praticados satildeo geralmente abaixo da meacutedia dos outros municiacutepios pela maior

distancia (Soares e Costa 2005)

Estima-se que 70 a 80 da polpa de accedilaiacute vendidas no Paiacutes satildeo produzidas no

Paraacute e os maiores compradores satildeo Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia e alguns Estados

do Nordeste

Sabe-se que as induacutestrias processadoras se concentram nas mesorregiotildees

Nordeste Paraense e Metropolitana de Beleacutem Somente em Beleacutem existem 3 mil pontos

de venda de accedilaiacute (Homma 2002) A Figura 2 e a Figura 3 representam as regiotildees do

Nordeste paraense e Metropolitana de Beleacutem respectivamente

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Figura 2 Microrregiotildees do Nordeste paraense Fonte Silva 2004

Figura 3 Mesorregiatildeo metropolitana de Beleacutem Fonte Silva 2004

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A razatildeo para que as duas mesorregiotildees sejam detentoras de maior percentual de

induacutestrias eacute no caso das empresas que fazem mais de um tipo de produto a

proximidade do principal mercado consumidor Beleacutem do Paraacute que vem se habituando

a consumir algumas polpas de frutas amazocircnicas e outras frutas regionais e tropicais na

forma congelada adquiridas nas redes de supermercados sobretudo na entressafra No

caso das empresas uniproduto satildeo as vias de acesso facilitada atraveacutes da BR316 que

interliga as duas mesorregiotildees paraenses com o resto do Paiacutes e assim escoam a

produccedilatildeo da polpa congelada especialmente do accedilaiacute (Silva 2004)

A polpa congelada e mais recentemente a exportaccedilatildeo sob a forma desidratada

ou seja o poacute e sucos pasteurizados apresentam tendecircncias de crescimento e vem

influenciando os produtores do Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins mais precisamente

dos municiacutepios de Cametaacute Igarapeacute-Miri Abaetetuba e Barcarena que neste processo

representam os fornecedores da mateacuteria-prima para as empresas beneficiadoras do

produto que alcanccedilaram o mercado internacional consumidor( Andrade et al2008)

A regiatildeo eacute grande produtora e consumidora de accedilaiacute A cidade de Igarapeacute-Miri

conquistou o tiacutetulo de ldquoCapital Mundial do Accedilaiacuterdquo Ainda a produccedilatildeo desta regiatildeo eacute

reconhecida por ser de alta qualidade seja no rendimento na produccedilatildeo e no sabor da

fruta Os principais produtos ou grupo de produtos gerados pela atividade da fruticultura

no Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins no estado do Paraacute satildeo polpas de frutas como

cupuaccedilu maracujaacute taperebaacute abacaxi e accedilaiacute in natura sendo este uacuteltimo o de maior

importacircncia econocircmica e de maior quantidade de produccedilatildeo (Andrade et al 2008)

A produccedilatildeo dos principais municiacutepios em 2008 pode ser vista na Tabela 3

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Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico daProduccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008

MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)

MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)

2008 2008

TOTAL GERAL581290

IGARAPEacute-MIRI 153000 TAILAcircNDIA 1253

ABAETETUBA 131250 ITUPIRANGA 1200

CAMETAacute 40544 NOVA ESP DO PIRIAacute 1200

ACARAacute 39600 BAIAtildeO 1000

LIMOEIRO DO AJURU 35040 NOVO REPARTIMENTO 1000

BUJARU 30955 PORTO DE MOZ 1000

TOMEacute ACcedilU 24000 ALMEIRIM 720

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 21384 CASTANHAL 634

PONTA DE PEDRAS 14991 VIGIA 500

OEIRAS DO PARAacute 14000 SANTA MARIA DO PARAacute 480

MOJU 12185 BAGRE 420

BARCARENA 12000 ANAPU 390

TUCURUIacute 11500 IGARAPEacute-ACcedilU 300

SANTA ISABEL DO PARAacute 6200 MARACANAtilde 275

PORTEL 4800 ALTAMIRA 240

CURRALINHO 3000 CAPITAtildeO POCcedilO 187

GURUPAacute 2812 PACAJAacute 180

SANTO ANTOcircNIO DO TAUAacute 2500 PRAINHA 156IRITUIA 2340 S FRANCISCO DO PARA 120

BREU BRANCO 1800 NOVO PROGRESSO 100

CACHOEIRA DO ARARI 1540 VISEU 60

BREVES 1500 MEDICILAcircNDIA 50

S SEBASTIAtildeO DA BVISTA 1500 FARO 28

MUANAacute 1332 AUGUSTO CORREA 24

O arranjo produtivo de polpa de frutas paraense eacute heterogecircneo em tamanho com

predominacircncia de microempresas em tecnologia de modo que apenas oito empresaspossuem tecnologia de pasteurizaccedilatildeo na diversificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo de produto a

maioria das empresas processa apenas accedilaiacute e ainda no grau de inserccedilatildeo nos mercados

local nacional e internacional (Santana et al 2006)

O principal produto industrial eacute a polpa de accedilaiacute pasteurizada eou congelada Em

menor escala existem os blends que eacute o accedilaiacute misturado com guaranaacute banana morango

e etc accedilaiacute em poacute geleacuteia licor vinho neacutectar suco bombons sorvetes cafeacute etc

(Santana et al 2006)

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224 Dificuldades das agroinduacutestrias

Silva em seu trabalho O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das

agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute 2004 fez um levantamento das

dificuldades que as empresas enfrentam Os entrevistados principalmente das empresas

que soacute produzem a polpa de accedilaiacute afirmam que caso dispusessem de cacircmaras de

congelamento e armazenamento e pasteurizadores natildeo haveria necessidade de sair do

Estado do Paraacute no periacuteodo da entressafra (coincidente com o veratildeo do Sudeste e Sul do

Brasil e com o periacuteodo de feacuterias e carnaval quando haacute elevaccedilatildeo da demanda de polpa de

accedilaiacute) pois teriam produtos em estoque originando mais receitas empregos e tributos

em acircmbito estadual ainda seriam mais competitivas pois ldquovecircem o accedilaiacute do Paraacute como

imbatiacutevel no mercadordquo

Os entrevistados por Silva 2004 citaram tambeacutem suas necessidades de

qualificaccedilatildeo de matildeo-de-obra nas aacutereas de produccedilatildeo manipulaccedilatildeo de alimentos e

administrativa Outra dificuldade enfrentada pelas empresas de polpa de frutas do

Estado do Paraacute eacute a falta de uma interaccedilatildeo mais permanente com o sistema de creacutedito

pois do total de empresas entrevistadas 769 natildeo obtiveram creacutedito de curto prazo

(capital de giro) nos uacuteltimos cinco anos e 50 tambeacutem natildeo obtiveram creacutedito ou

financiamento de longo prazo (projeto incentivado creacutedito para investimento como a

compra de equipamentos e outros) ou seja natildeo acessaram recursos por um periacuteodo

maior do que trecircs anos

Andrade et al 2008 afirmam que os gargalos da produccedilatildeo de polpa de accedilaiacute estatildeo

relacionados ao desempenho na aacuterea da gestatildeo principalmente para a melhoria das

habilidades de negociaccedilatildeo e teacutecnicas de venda pois o processo de comercializaccedilatildeo

nestes municiacutepios ainda eacute bastante complexo sendo considerado como um dos

principais entraves junto agrave falta de recursos dos produtores Destacam-se tambeacutem as

dificuldades de infra-estrutura no transporte que inviabilizam em muito o intuito de seatingir um bom planejamento da produccedilatildeo

Limal et al 2008 tambeacutem ressalta problemas logiacutesticos poreacutem relacionados ao

do produtor de accedilaiacute para as induacutestrias Para os autores a logiacutestica eacute bastante deficitaacuteria

uma vez que a venda do produto depende em grande escala das embarcaccedilotildees que

fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos do frete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores

Tais fatores encarecem o custo do produto que recai sobre o consumidor

Segundo informaccedilotildees obtidas em pesquisa de campo o transporte fluvial eacuterealizado pelas embarcaccedilotildees dos proacuteprios ribeirinhos ndash aqueles que tiverem condiccedilotildees

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23 Logiacutestica

De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de

planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de

mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde

o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias

dos clientes (CSCMP2010)

A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do

transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto

procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)

Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees

praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de

entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se

concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da

rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees

possiacuteveis (Bowersox et al (2001)

Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes

questotildees

bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao

cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por

exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta

definiccedilatildeo

bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais

baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o

nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de

atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas

instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de

centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado

tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e

programaccedilatildeo de transportadores

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30

Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o

serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo

possiacutevel

Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por

uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a

montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal

de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto

passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele

condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a

partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais

estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos

Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer

deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela

movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para

suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da

produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o

mercado consumidor

A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs

aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a

distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas

referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais

e produtos (Costa 2002)

Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais

devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de

suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em

termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da

qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda

determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos

e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas

e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)

Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor

nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede

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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades

de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de

mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)

Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias

em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades

tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de

veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees

Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de

facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de

facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)

Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda

estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem

nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto

neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de

hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo

possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo

puramente extrativista

232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional

O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees

geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios

entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de

transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de

transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)

De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades

envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos

de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo

Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos

por quais facilidades para minimizar o custo total

Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa

Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote

e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura

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Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al

(2008) eacute utilizado no estudo

O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de

lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na

Figura 4

Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)

No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam

para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou

armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados

Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com

pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que

manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas

Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que

o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao

cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais

adequados

A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que

as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste

trabalho de conclusatildeo de curso

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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de

facilidades

O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de

diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes

espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui

manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e

estoque de produtos

Notaccedilotildees utilizadas no modelo

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW

LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k

isin LP

P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P

LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento

LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta

LP c e LP o satildeo definidos analogamente

Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada

capacidade do armazeacutem j no tempo t

capacidade da planta k no tempo t

Tem-se ainda

demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t

Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso

definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das

facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque

Para isin LW

o e isin T

custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T

Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo e fechamento

Para isin LW c

custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento

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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP

custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no

periacuteodo t

custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t

custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo

t+1

custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i

Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)

Para isin LW o e isin T

= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c

= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento

= 0 caso contraacuterio

eacute definido analogamente

Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j

no periacuteodo t

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k

no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i

periacuteodo t

estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t

Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda

≔ 1 991270 isin LW o

991270 isin

LW c

Funccedilatildeo Objetivo

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Min =

isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)

Sujeito a

+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)

isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)

leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)

+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)

le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)

isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)

isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)

0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)

isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)

A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que

os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e

que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de

produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1

(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de

produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave

parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t

enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute

existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo

As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de

plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o

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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver

pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento

A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e

(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo

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PampE

A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca

investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da

Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo

MEP e ITP

O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)

possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37

ou 38 induacutestrias

Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos

mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que

apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada

O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90

estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo

(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o

fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos

Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega

ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros

ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da

bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria

A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador

individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra

clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a

Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a

Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO

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ITS e ITT

Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento

bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola

Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo

incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para

fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que

comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)

que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)

produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute

Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual

proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada

Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos

de bebida agrave base de accedilaiacute

No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com

qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no

Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos

32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo

matemaacutetico

Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com

pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute

para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos

simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por

exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados

histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da

demanda

a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas

Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi

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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute

cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo

porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m

um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para

as cidades

Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se

como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a

Tabela 5

Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS

AacuteREA (ha)

DESTINADA A COLHEITA COLHIDA

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500

BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000

BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064

CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320

IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840

MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000

MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148

TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600

TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150

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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000

UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998

AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600

ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200

ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500

MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000

OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185

UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000

OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000

UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000

Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem

devido a falhas nas coletas dos dados

Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute

ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o

periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A

divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas

cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado

amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a

safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo

Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do

Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute

2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas

20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais

de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute

aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano

A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que

acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos

Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou

R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos

satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial

consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa

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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da

Tabela 7

Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007

Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007

Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de

accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os

coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando

tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a

produccedilatildeo inicia desde o 1o ano

Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146

Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848

Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788

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45

Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico

plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute

existente

De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de

custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois

hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende

para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo

numa estimativa de seus gastos de transporte

Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo

utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa

Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela

9

Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167

Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109

c) Demanda dos Beneficiadores

Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade

maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente

pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da

capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de

chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena

de perda dos frutos

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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte

Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos

frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de

confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O

transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h

tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na

tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios

chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que

entregam para as empresas beneficiadoras locais

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio

transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista

ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a

12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200

Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$

050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo

compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma

de R$100 a $150 ao preccedilo

e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme

Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido

ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o

transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de

pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem

considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de

heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os

custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa

margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o

investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano

(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas

propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio

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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre

quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para

efeitos de expansatildeo

f) Manejo de accedilaizais nativos

O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo

uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia

Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano

o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute

positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute

maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de

produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo

g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores

De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a

localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados

individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em

uma tabela como a Tabela 10 abaixo

Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo

h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos

Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e

8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de

produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser

considerados os mesmos para cada tipo de produto

i) Demanda

O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores

para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas

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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009

AnoToneladas

Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo

2001 11784300 852700 39500

2002 13055900 1123100 113651

2003 16361500 2259700 273000

2004 17710200 2963600 504100

2005 20473000 4709800 565700

2006 24493100 5837900 668100

2007 24717300 6516200 923500

2008 27100000 7300000 1173500

2009 29800000 8020000 1250780

A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12

Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3

A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10

j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa

em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer

(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel

tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo

do cliente

O trajeto varia entre 80 e 240 km

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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores

Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas

Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas

Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo

desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o

Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das

maiores exportadoras a empresa DaFruta

33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute

Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia

representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)

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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute

Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores

beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em

cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme

Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras

uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo

apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)

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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo

do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees

Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo

Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea

1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t

2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado

Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme

3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo

t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de

implantaccedilatildeo

4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe

5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele

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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes

6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo

que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia

7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a

capacidade de processamento

8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo

9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no

periacuteodo atual

10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida

O modelo matemaacutetico

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB

LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por

k isin LP

LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio

do planejamento

LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista

LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme

indexados por l isin LT

LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo

LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme

P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por

p isin P

Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm

capacidade limitada

Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea

capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em

quilogramas de fruto por hectare

aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP

Para

isin LP o e

isin T

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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo

custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare

Para isin LP c

custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare

O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque

consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita

custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo

t

Dados referentes aos cultivos em terra firme

capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado

em quilogramas de fruto por hectare

Para isin LT c

aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de

planejamento

Para isin LT o

nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme

no spot l

qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares

e qe =5 Tem-se que

Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20

hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para

evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear

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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j

Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)

Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no

periacuteodo t em kg

quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no

periacuteodo t em kg

produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg

accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg

accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t

accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t

produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t

estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t

Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas

Para isin LPo

= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo

= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io

Variaacuteveis auxiliares

= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no

periacuteodo t

A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma

dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

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com Padilha et al existe ainda um outro uso uma vez que a a produccedilatildeo de polpa varia

em torno de apenas 5 a 15 do volume do fruto haacute uma grande quantidade de resiacuteduos

gerados no processamento que pode ser empregado para geraccedilatildeo de energia teacutermica e

eleacutetrica

Poreacutem para a populaccedilatildeo ribeirinha a possibilidade mais lucrativa proporcionada

pelo accedilaizeiro eacute a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de seu fruto in natura A produccedilatildeo de

frutos para o mercado local eacute uma atividade de baixo custo e de excelente rentabilidade

econocircmica (Homma 2006)

222 O fruto

O accedilaiacute ateacute o final do seacuteculo XX era considerado um produto da alimentaccedilatildeo

baacutesica das populaccedilotildees ribeirinhas e das camadas de baixa renda dos centros urbanos da

economia Amazocircnica onde eacute consumido com farinha de mandioca e peixe entre

outros A produccedilatildeo do accedilaiacute era ateacute entatildeo predominantemente extrativista objetivando o

consumo domeacutestico com pouca venda de excedente (Santana et al 2006)

No entanto desde meados da deacutecada de 90 as academias de ginaacutestica

descobriram o fruto e seu alto valor energeacutetico o que fez com que o accedilaiacute ganhasse

espaccedilo na miacutedia nacional e internacional A demanda do produto aumentou entatildeo

intensamente uma vez que as camadas de maior poder aquisitivo tambeacutem passaram a

consumiacute-lo (Santana et al 2006)

Este aumento pode ser atribuiacutedo agraves propriedades nutricionais e valor caloacuterico do

accedilaiacute uma vez que eacute um alimento rico em proteiacutenas fibras lipiacutedios vitamina E e

minerais como manganecircs cobre boro e cromo Aleacutem disso o accedilaiacute possui um elevado

teor de pigmentos antocianinas que satildeo beneacuteficos agrave sauacutede pois favorecem a circulaccedilatildeo

sanguumliacutenea e protegem o organismo contra a arteriosclerose (Alexandre et al2004)

A demanda pelo accedilaiacute estaacute em alta o produto tem boas possibilidades demercado principalmente no Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia Goiaacutes e na Regiatildeo

Nordeste No Rio de Janeiro o accedilaiacute eacute oferecido nas praias e se tornou muito popular

entre os adeptos da cultura da sauacutede e entre os frequumlentadores de academias Eacute

tambeacutem vendido diretamente ao consumidor e comeccedila a ganhar popularidade entre os

nativos e turistas Eacute estimado que no Rio de Janeiro sejam consumidas 500

toneladasmecircs em Satildeo Paulo 150 toneladasmecircs e outros Estados somam 200

toneladasmecircs Nesses locais em alguns pontos de venda o que se consome eacute o accedilaiacute

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fino que misturado com outros produtos perde o gosto o odor e ateacute o valor caloacuterico da

fruta (Homma 2006)

Em 2000 iniciou-se a exportaccedilatildeo de polpa congelada de accedilaiacute para os Estados

Unidos e para a Itaacutelia Esse mercado externo cresceu 20 ao ano de 2003 a 2006 com a

comercializaccedilatildeo do accedilaiacute concentrado em latas e com a popularizaccedilatildeo da mistura com

diversas outras frutas feitas em academias de ginaacutestica (Homma 2006)

A partir de 2002 observou-se o aumento da aacuterea colhida com accedilaiacute que se

manifesta num salto de 16115 ha (2002) para 26671 ha (2004) ou seja uma taxa de

crescimento de 6550 num periacuteodo de trecircs anos (Santana et al 2006)

Essa significativa taxa meacutedia de crescimento da aacuterea colhida do accedilaiacute pode

significar uma resposta dos produtores ao crescimento da demanda pelo fruto do accedilaiacute

nos uacuteltimos anos De fato o crescimento da demanda regional nacional e mesmo

internacional do accedilaiacute pode estar induzindo os produtores rurais a aumentarem aacuterea

plantada do accedilaiacute A expansatildeo da aacuterea colhida indica o grande interesse dos produtores

rurais quanto agrave necessidade da formaccedilatildeo de uma base produtiva de cultivo do accedilaiacute como

condiccedilatildeo baacutesica para a atraccedilatildeo de agroinduacutestrias de processamento (Santana et al

2006)

Assim crecirc-se que estaacute em curso uma mudanccedila do padratildeo agriacutecola da fruticultura

do Paraacute de uma base produtiva extrativa para uma base produtiva de cultivo Poreacutem

uma mudanccedila desse tipo requer uma seacuterie de adaptaccedilotildees de natureza agronocircmica

sobretudo quanto ao controle de pragas e doenccedilas que podem se manifestar nos cultivos

de grande escala(Santana et al 2006)

O crescimento do mercado de polpa do fruto de accedilaiacute tem induzido tambeacutem o

plantio em terra firme (Homma et al 2006) e a implantaccedilatildeo de plantas industriais para

realizar o processamento ou as agroinduacutestrias existentes introduziram o accedilaiacute na linha

de produccedilatildeo visando atender aos mercados externo e interno (Santana et al 2006)O plantio de accedilaizeiro em terra firme apresenta excelente alternativa para a

recuperaccedilatildeo de aacutereas desmatadas como tambeacutem para reduzir a pressatildeo sobre o

ecossistema de vaacuterzea que eacute mais fraacutegil Aleacutem disso o plantio em terra firme apresenta

a vantagem de facilitar o transporte rodoviaacuterio e o beneficiamento sem depender do

transporte fluvial mais lento (Santana et al 2006)

O processamento ou seja as atividades de lavagem pasteurizaccedilatildeo

congelamento e desidrataccedilatildeo em escala industrial tem como vantagens melhorar a

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21

higiene e a qualidade do produto reduzindo ao maacuteximo os riscos de contaminaccedilatildeo

microbioloacutegica (Homma et al 2006)

O processo de obtenccedilatildeo da polpa de accedilaiacute consiste em imergir o fruto em aacutegua

morna por tempo determinado a fim de amolecer o mesocarpo antes do despolpamento

Apoacutes o amolecimento o despolpamento eacute realizado com o auxiacutelio de maacutequinas

mecacircnicas eleacutetricas ou manualmente com ou sem adiccedilatildeo de aacutegua Em seguida o

produto obtido passa por uma peneira de forma a obter a polpa para consumo

(Alexandre et al2004)

Os produtos obtidos do fruto do accedilaiacute satildeo classificados de acordo com a adiccedilatildeo

ou natildeo de aacutegua e seus quantitativos ou seja a porcentagem de soacutelidos totais Assim os

produtos incluem

bull polpa de accedilaiacute polpa extraiacuteda sem adiccedilatildeo de aacutegua e sem filtraccedilatildeo

bull accedilaiacute grosso ou especial polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

com soacutelidos totais acima de 14

bull accedilaiacute meacutedio ou regular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

com soacutelidos totais entre 11 e 14

bull accedilaiacute fino ou popular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

apresentando soacutelidos totais entre 8 e 11 (Alexandre et al2004)

O accedilaiacute eacute altamente pereciacutevel o seu tempo maacuteximo de conservaccedilatildeo mesmo sob

refrigeraccedilatildeo eacute de 12 horas O fator responsaacutevel por esta alta perecibilidade eacute a elevada

carga microbiana juntamente com a degradaccedilatildeo enzimaacutetica responsaacuteveis pelas

alteraccedilotildees de cor e aparecimento do sabor azedo Atualmente a conservaccedilatildeo da polpa

de accedilaiacute eacute feita pelo processo de congelamento (Alexandre et al2004)

223 Agroinduacutestrias

Tendo como marco referencial a entrada em funcionamento da faacutebrica de

beneficiamento de polpa de frutas da CAMTA em 1991 a agroinduacutestria de frutas do

Estado do Paraacute teve um grande crescimento a partir da deacutecada de 90 As primeiras frutas

que tiveram seu processo de beneficiamento foram o maracujaacute cupuaccedilu e acerola

Posteriormente foram incluiacutedas a laranja accedilaiacute graviola carambola goiaba cajaacute

manga bacuri muruci e abacaxi (Homma 2002)

A Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-accediluacute ndash CAMTA destacava-se como uma

das principais compradoras dos consoacutercios produtores de accedilaiacute da regiatildeo negociando

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22

preccedilos diferentes entre os municiacutepios Estas negociaccedilotildees acirravam a concorrecircncia entre

os produtores e consequumlentemente deixava os preccedilos abaixo do mercado Esta praacutetica

prejudicava igualmente a todos os produtores (Homma 2002)

Nesse contexto a FASEAmazocircnia exerceu papel fundamental suscitando as

discussotildees sobre a criaccedilatildeo de um consoacutercio de produtores que pudessem negociar como

as empresas processadoras do fruto produccedilatildeo em escala ampliada a preccedilos melhores e

mais estaacuteveis (Soares e Costa 2005) A FASE eacute uma organizaccedilatildeo natildeo governamental

sem fins lucrativos que atua em seis estados brasileiros e tem sua sede nacional no Rio

de Janeiro Desde suas origens esteve comprometida com o trabalho de organizaccedilatildeo e

desenvolvimento local comunitaacuterio e associativo (FASE 2010)

Em 2000 o consoacutercio foi estruturado entre os municiacutepios de Abaetetuba

Barcarena Igarapeacute-Miri e Cametaacute (Soares e Costa 2005)

Em Abaetetuba a principal organizaccedilatildeo eacute a Cooperativa de Fruticultores de

Abaetetuba ndash COFRUTA Em Barcarena como a Associaccedilatildeo dos Batedores de Accedilaiacute de

Barcarena ndash COOPBAB e entidades parceiras com o STR ndash Barcarena Cooperativa da

Colocircnia de Pesca Z-13 e Associaccedilatildeo de Trabalhadores Rurais do Arapajoacute Em Cametaacute

com a Cooperativa de Resistecircncia de Cametaacute ndash CART e entidades parceiras como STR

ndash Cametaacute Colocircnia de Pescadores Z-16 e Associaccedilatildeo de Preservaccedilatildeo do Meio Ambiente

e Igarapeacute-Miri com a Associaccedilatildeo Mutiratildeo dos Trabalhadores Rurais de Igarapeacute-Miri

como as entidades parceiras como a Associaccedilatildeo de Mulheres de Igarapeacute-Miri

Associaccedilatildeo Boa esperanccedila STR ndash Igarapeacute-Miri e AMPRISA Em 2003 o nuacutemero total

de famiacutelias envolvidas no consoacutercio chegou a 919 (Soares e Costa 2005)

Apoacutes a delimitaccedilatildeo das organizaccedilotildees e parcerias para fornecimento do fruto

estas organizaccedilotildees passaram a negociar sua produccedilatildeo em conjunto atraveacutes do consoacutercio

e com preccedilos igualmente vantajosos para todas as entidades O volume comercializado

aumentou significativamente principalmente em funccedilatildeo da popularizaccedilatildeo do frutoaumentando tambeacutem o nuacutemero de empresas processadoras na regiatildeo Atualmente

comercializam com o consoacutercio a Sambazon Fly CAMTA Amazon Fruit Accedilaiacute Brasil

e Amazon Drink(Soares e Costa 2005)

A SAMBAZON destaca-se uma vez que tem exportado o fruto para o mercado

americano e estabelecendo contratos baseado no chamado mercado ldquojustordquo Com a

ampliaccedilatildeo da exportaccedilatildeo e as exigecircncias do mercado americano houve a necessidade de

reconhecimento do accedilaiacute enquanto produto agroecoloacutegico de origem orgacircnica jaacute que suaproduccedilatildeo natildeo utiliza insumos quiacutemicos Em 2003 a agecircncia de certificaccedilatildeo Guaranteed

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Organic Certification Agency ndash GOCA entregou a certificaccedilatildeo as cooperativas e

associaccedilotildees (Soares e Costa 2005)

A SAMBAZON estabeleceu contrato com as organizaccedilotildees para que o primeiro

certificado fosse pago por ela e posteriormente a renovaccedilatildeo ficaria sob

responsabilidade das proacuteprias organizaccedilotildees Segundo Sobrinho 2005 apud Soares e

Costa 2005 no periacuteodo de agosto de 2004 a janeiro de 2005 o preccedilo meacutedio por

tonelada pago aos produtores no comeacutercio justo superou em 25 os preccedilos correntes

praticados pelos atravessadores na regiatildeo (Soares e Costa 2005)

O percurso do accedilaiacute da propriedade ateacute a pedra do municiacutepio eacute feito de barco e eacute

de responsabilidade da cooperativa tais gastos satildeo incluiacutedos integralmente no custo do

produto Poreacutem os gastos com transporte da pedra do municiacutepio ateacute a empresa

processadora satildeo assumidos pela empresa processadora (Soares e Costa 2005)

Os gastos com transporte satildeo proporcionais ao tempo de viagem do setor ateacute a

pedra do municiacutepio As menores distacircncias encontradas entre os setores e a ldquopedrardquo

encontram-se em Barcarena e as maiores distacircncias em Cametaacute (Soares e Costa 2005)

Dessa forma os preccedilos praticados em Barcarena satildeo altos por sua proximidade

com Beleacutem que tem mercado consumidor praticamente garantido E em Cametaacute os

preccedilos praticados satildeo geralmente abaixo da meacutedia dos outros municiacutepios pela maior

distancia (Soares e Costa 2005)

Estima-se que 70 a 80 da polpa de accedilaiacute vendidas no Paiacutes satildeo produzidas no

Paraacute e os maiores compradores satildeo Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia e alguns Estados

do Nordeste

Sabe-se que as induacutestrias processadoras se concentram nas mesorregiotildees

Nordeste Paraense e Metropolitana de Beleacutem Somente em Beleacutem existem 3 mil pontos

de venda de accedilaiacute (Homma 2002) A Figura 2 e a Figura 3 representam as regiotildees do

Nordeste paraense e Metropolitana de Beleacutem respectivamente

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Figura 2 Microrregiotildees do Nordeste paraense Fonte Silva 2004

Figura 3 Mesorregiatildeo metropolitana de Beleacutem Fonte Silva 2004

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A razatildeo para que as duas mesorregiotildees sejam detentoras de maior percentual de

induacutestrias eacute no caso das empresas que fazem mais de um tipo de produto a

proximidade do principal mercado consumidor Beleacutem do Paraacute que vem se habituando

a consumir algumas polpas de frutas amazocircnicas e outras frutas regionais e tropicais na

forma congelada adquiridas nas redes de supermercados sobretudo na entressafra No

caso das empresas uniproduto satildeo as vias de acesso facilitada atraveacutes da BR316 que

interliga as duas mesorregiotildees paraenses com o resto do Paiacutes e assim escoam a

produccedilatildeo da polpa congelada especialmente do accedilaiacute (Silva 2004)

A polpa congelada e mais recentemente a exportaccedilatildeo sob a forma desidratada

ou seja o poacute e sucos pasteurizados apresentam tendecircncias de crescimento e vem

influenciando os produtores do Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins mais precisamente

dos municiacutepios de Cametaacute Igarapeacute-Miri Abaetetuba e Barcarena que neste processo

representam os fornecedores da mateacuteria-prima para as empresas beneficiadoras do

produto que alcanccedilaram o mercado internacional consumidor( Andrade et al2008)

A regiatildeo eacute grande produtora e consumidora de accedilaiacute A cidade de Igarapeacute-Miri

conquistou o tiacutetulo de ldquoCapital Mundial do Accedilaiacuterdquo Ainda a produccedilatildeo desta regiatildeo eacute

reconhecida por ser de alta qualidade seja no rendimento na produccedilatildeo e no sabor da

fruta Os principais produtos ou grupo de produtos gerados pela atividade da fruticultura

no Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins no estado do Paraacute satildeo polpas de frutas como

cupuaccedilu maracujaacute taperebaacute abacaxi e accedilaiacute in natura sendo este uacuteltimo o de maior

importacircncia econocircmica e de maior quantidade de produccedilatildeo (Andrade et al 2008)

A produccedilatildeo dos principais municiacutepios em 2008 pode ser vista na Tabela 3

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Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico daProduccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008

MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)

MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)

2008 2008

TOTAL GERAL581290

IGARAPEacute-MIRI 153000 TAILAcircNDIA 1253

ABAETETUBA 131250 ITUPIRANGA 1200

CAMETAacute 40544 NOVA ESP DO PIRIAacute 1200

ACARAacute 39600 BAIAtildeO 1000

LIMOEIRO DO AJURU 35040 NOVO REPARTIMENTO 1000

BUJARU 30955 PORTO DE MOZ 1000

TOMEacute ACcedilU 24000 ALMEIRIM 720

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 21384 CASTANHAL 634

PONTA DE PEDRAS 14991 VIGIA 500

OEIRAS DO PARAacute 14000 SANTA MARIA DO PARAacute 480

MOJU 12185 BAGRE 420

BARCARENA 12000 ANAPU 390

TUCURUIacute 11500 IGARAPEacute-ACcedilU 300

SANTA ISABEL DO PARAacute 6200 MARACANAtilde 275

PORTEL 4800 ALTAMIRA 240

CURRALINHO 3000 CAPITAtildeO POCcedilO 187

GURUPAacute 2812 PACAJAacute 180

SANTO ANTOcircNIO DO TAUAacute 2500 PRAINHA 156IRITUIA 2340 S FRANCISCO DO PARA 120

BREU BRANCO 1800 NOVO PROGRESSO 100

CACHOEIRA DO ARARI 1540 VISEU 60

BREVES 1500 MEDICILAcircNDIA 50

S SEBASTIAtildeO DA BVISTA 1500 FARO 28

MUANAacute 1332 AUGUSTO CORREA 24

O arranjo produtivo de polpa de frutas paraense eacute heterogecircneo em tamanho com

predominacircncia de microempresas em tecnologia de modo que apenas oito empresaspossuem tecnologia de pasteurizaccedilatildeo na diversificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo de produto a

maioria das empresas processa apenas accedilaiacute e ainda no grau de inserccedilatildeo nos mercados

local nacional e internacional (Santana et al 2006)

O principal produto industrial eacute a polpa de accedilaiacute pasteurizada eou congelada Em

menor escala existem os blends que eacute o accedilaiacute misturado com guaranaacute banana morango

e etc accedilaiacute em poacute geleacuteia licor vinho neacutectar suco bombons sorvetes cafeacute etc

(Santana et al 2006)

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224 Dificuldades das agroinduacutestrias

Silva em seu trabalho O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das

agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute 2004 fez um levantamento das

dificuldades que as empresas enfrentam Os entrevistados principalmente das empresas

que soacute produzem a polpa de accedilaiacute afirmam que caso dispusessem de cacircmaras de

congelamento e armazenamento e pasteurizadores natildeo haveria necessidade de sair do

Estado do Paraacute no periacuteodo da entressafra (coincidente com o veratildeo do Sudeste e Sul do

Brasil e com o periacuteodo de feacuterias e carnaval quando haacute elevaccedilatildeo da demanda de polpa de

accedilaiacute) pois teriam produtos em estoque originando mais receitas empregos e tributos

em acircmbito estadual ainda seriam mais competitivas pois ldquovecircem o accedilaiacute do Paraacute como

imbatiacutevel no mercadordquo

Os entrevistados por Silva 2004 citaram tambeacutem suas necessidades de

qualificaccedilatildeo de matildeo-de-obra nas aacutereas de produccedilatildeo manipulaccedilatildeo de alimentos e

administrativa Outra dificuldade enfrentada pelas empresas de polpa de frutas do

Estado do Paraacute eacute a falta de uma interaccedilatildeo mais permanente com o sistema de creacutedito

pois do total de empresas entrevistadas 769 natildeo obtiveram creacutedito de curto prazo

(capital de giro) nos uacuteltimos cinco anos e 50 tambeacutem natildeo obtiveram creacutedito ou

financiamento de longo prazo (projeto incentivado creacutedito para investimento como a

compra de equipamentos e outros) ou seja natildeo acessaram recursos por um periacuteodo

maior do que trecircs anos

Andrade et al 2008 afirmam que os gargalos da produccedilatildeo de polpa de accedilaiacute estatildeo

relacionados ao desempenho na aacuterea da gestatildeo principalmente para a melhoria das

habilidades de negociaccedilatildeo e teacutecnicas de venda pois o processo de comercializaccedilatildeo

nestes municiacutepios ainda eacute bastante complexo sendo considerado como um dos

principais entraves junto agrave falta de recursos dos produtores Destacam-se tambeacutem as

dificuldades de infra-estrutura no transporte que inviabilizam em muito o intuito de seatingir um bom planejamento da produccedilatildeo

Limal et al 2008 tambeacutem ressalta problemas logiacutesticos poreacutem relacionados ao

do produtor de accedilaiacute para as induacutestrias Para os autores a logiacutestica eacute bastante deficitaacuteria

uma vez que a venda do produto depende em grande escala das embarcaccedilotildees que

fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos do frete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores

Tais fatores encarecem o custo do produto que recai sobre o consumidor

Segundo informaccedilotildees obtidas em pesquisa de campo o transporte fluvial eacuterealizado pelas embarcaccedilotildees dos proacuteprios ribeirinhos ndash aqueles que tiverem condiccedilotildees

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23 Logiacutestica

De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de

planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de

mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde

o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias

dos clientes (CSCMP2010)

A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do

transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto

procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)

Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees

praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de

entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se

concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da

rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees

possiacuteveis (Bowersox et al (2001)

Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes

questotildees

bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao

cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por

exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta

definiccedilatildeo

bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais

baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o

nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de

atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas

instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de

centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado

tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e

programaccedilatildeo de transportadores

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Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o

serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo

possiacutevel

Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por

uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a

montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal

de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto

passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele

condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a

partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais

estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos

Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer

deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela

movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para

suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da

produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o

mercado consumidor

A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs

aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a

distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas

referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais

e produtos (Costa 2002)

Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais

devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de

suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em

termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da

qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda

determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos

e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas

e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)

Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor

nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede

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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades

de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de

mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)

Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias

em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades

tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de

veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees

Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de

facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de

facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)

Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda

estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem

nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto

neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de

hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo

possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo

puramente extrativista

232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional

O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees

geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios

entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de

transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de

transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)

De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades

envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos

de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo

Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos

por quais facilidades para minimizar o custo total

Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa

Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote

e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura

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Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al

(2008) eacute utilizado no estudo

O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de

lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na

Figura 4

Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)

No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam

para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou

armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados

Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com

pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que

manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas

Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que

o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao

cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais

adequados

A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que

as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste

trabalho de conclusatildeo de curso

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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de

facilidades

O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de

diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes

espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui

manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e

estoque de produtos

Notaccedilotildees utilizadas no modelo

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW

LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k

isin LP

P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P

LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento

LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta

LP c e LP o satildeo definidos analogamente

Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada

capacidade do armazeacutem j no tempo t

capacidade da planta k no tempo t

Tem-se ainda

demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t

Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso

definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das

facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque

Para isin LW

o e isin T

custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T

Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo e fechamento

Para isin LW c

custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento

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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP

custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no

periacuteodo t

custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t

custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo

t+1

custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i

Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)

Para isin LW o e isin T

= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c

= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento

= 0 caso contraacuterio

eacute definido analogamente

Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j

no periacuteodo t

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k

no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i

periacuteodo t

estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t

Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda

≔ 1 991270 isin LW o

991270 isin

LW c

Funccedilatildeo Objetivo

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Min =

isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)

Sujeito a

+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)

isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)

leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)

+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)

le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)

isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)

isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)

0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)

isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)

A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que

os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e

que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de

produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1

(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de

produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave

parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t

enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute

existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo

As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de

plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o

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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver

pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento

A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e

(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo

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39

PampE

A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca

investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da

Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo

MEP e ITP

O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)

possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37

ou 38 induacutestrias

Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos

mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que

apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada

O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90

estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo

(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o

fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos

Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega

ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros

ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da

bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria

A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador

individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra

clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a

Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a

Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO

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ITS e ITT

Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento

bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola

Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo

incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para

fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que

comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)

que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)

produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute

Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual

proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada

Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos

de bebida agrave base de accedilaiacute

No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com

qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no

Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos

32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo

matemaacutetico

Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com

pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute

para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos

simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por

exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados

histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da

demanda

a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas

Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi

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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute

cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo

porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m

um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para

as cidades

Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se

como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a

Tabela 5

Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS

AacuteREA (ha)

DESTINADA A COLHEITA COLHIDA

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500

BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000

BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064

CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320

IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840

MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000

MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148

TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600

TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150

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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000

UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998

AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600

ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200

ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500

MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000

OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185

UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000

OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000

UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000

Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem

devido a falhas nas coletas dos dados

Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute

ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o

periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A

divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas

cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado

amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a

safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo

Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do

Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute

2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas

20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais

de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute

aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano

A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que

acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos

Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou

R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos

satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial

consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa

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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da

Tabela 7

Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007

Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007

Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de

accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os

coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando

tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a

produccedilatildeo inicia desde o 1o ano

Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146

Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848

Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788

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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico

plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute

existente

De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de

custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois

hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende

para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo

numa estimativa de seus gastos de transporte

Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo

utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa

Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela

9

Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167

Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109

c) Demanda dos Beneficiadores

Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade

maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente

pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da

capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de

chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena

de perda dos frutos

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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte

Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos

frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de

confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O

transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h

tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na

tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios

chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que

entregam para as empresas beneficiadoras locais

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio

transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista

ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a

12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200

Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$

050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo

compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma

de R$100 a $150 ao preccedilo

e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme

Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido

ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o

transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de

pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem

considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de

heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os

custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa

margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o

investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano

(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas

propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio

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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre

quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para

efeitos de expansatildeo

f) Manejo de accedilaizais nativos

O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo

uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia

Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano

o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute

positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute

maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de

produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo

g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores

De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a

localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados

individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em

uma tabela como a Tabela 10 abaixo

Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo

h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos

Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e

8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de

produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser

considerados os mesmos para cada tipo de produto

i) Demanda

O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores

para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas

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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009

AnoToneladas

Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo

2001 11784300 852700 39500

2002 13055900 1123100 113651

2003 16361500 2259700 273000

2004 17710200 2963600 504100

2005 20473000 4709800 565700

2006 24493100 5837900 668100

2007 24717300 6516200 923500

2008 27100000 7300000 1173500

2009 29800000 8020000 1250780

A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12

Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3

A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10

j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa

em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer

(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel

tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo

do cliente

O trajeto varia entre 80 e 240 km

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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores

Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas

Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas

Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo

desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o

Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das

maiores exportadoras a empresa DaFruta

33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute

Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia

representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)

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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute

Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores

beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em

cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme

Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras

uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo

apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)

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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo

do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees

Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo

Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea

1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t

2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado

Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme

3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo

t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de

implantaccedilatildeo

4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe

5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele

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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes

6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo

que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia

7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a

capacidade de processamento

8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo

9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no

periacuteodo atual

10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida

O modelo matemaacutetico

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB

LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por

k isin LP

LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio

do planejamento

LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista

LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme

indexados por l isin LT

LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo

LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme

P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por

p isin P

Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm

capacidade limitada

Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea

capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em

quilogramas de fruto por hectare

aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP

Para

isin LP o e

isin T

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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo

custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare

Para isin LP c

custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare

O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque

consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita

custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo

t

Dados referentes aos cultivos em terra firme

capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado

em quilogramas de fruto por hectare

Para isin LT c

aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de

planejamento

Para isin LT o

nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme

no spot l

qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares

e qe =5 Tem-se que

Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20

hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para

evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear

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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j

Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)

Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no

periacuteodo t em kg

quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no

periacuteodo t em kg

produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg

accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg

accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t

accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t

produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t

estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t

Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas

Para isin LPo

= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo

= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io

Variaacuteveis auxiliares

= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no

periacuteodo t

A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma

dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

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20

fino que misturado com outros produtos perde o gosto o odor e ateacute o valor caloacuterico da

fruta (Homma 2006)

Em 2000 iniciou-se a exportaccedilatildeo de polpa congelada de accedilaiacute para os Estados

Unidos e para a Itaacutelia Esse mercado externo cresceu 20 ao ano de 2003 a 2006 com a

comercializaccedilatildeo do accedilaiacute concentrado em latas e com a popularizaccedilatildeo da mistura com

diversas outras frutas feitas em academias de ginaacutestica (Homma 2006)

A partir de 2002 observou-se o aumento da aacuterea colhida com accedilaiacute que se

manifesta num salto de 16115 ha (2002) para 26671 ha (2004) ou seja uma taxa de

crescimento de 6550 num periacuteodo de trecircs anos (Santana et al 2006)

Essa significativa taxa meacutedia de crescimento da aacuterea colhida do accedilaiacute pode

significar uma resposta dos produtores ao crescimento da demanda pelo fruto do accedilaiacute

nos uacuteltimos anos De fato o crescimento da demanda regional nacional e mesmo

internacional do accedilaiacute pode estar induzindo os produtores rurais a aumentarem aacuterea

plantada do accedilaiacute A expansatildeo da aacuterea colhida indica o grande interesse dos produtores

rurais quanto agrave necessidade da formaccedilatildeo de uma base produtiva de cultivo do accedilaiacute como

condiccedilatildeo baacutesica para a atraccedilatildeo de agroinduacutestrias de processamento (Santana et al

2006)

Assim crecirc-se que estaacute em curso uma mudanccedila do padratildeo agriacutecola da fruticultura

do Paraacute de uma base produtiva extrativa para uma base produtiva de cultivo Poreacutem

uma mudanccedila desse tipo requer uma seacuterie de adaptaccedilotildees de natureza agronocircmica

sobretudo quanto ao controle de pragas e doenccedilas que podem se manifestar nos cultivos

de grande escala(Santana et al 2006)

O crescimento do mercado de polpa do fruto de accedilaiacute tem induzido tambeacutem o

plantio em terra firme (Homma et al 2006) e a implantaccedilatildeo de plantas industriais para

realizar o processamento ou as agroinduacutestrias existentes introduziram o accedilaiacute na linha

de produccedilatildeo visando atender aos mercados externo e interno (Santana et al 2006)O plantio de accedilaizeiro em terra firme apresenta excelente alternativa para a

recuperaccedilatildeo de aacutereas desmatadas como tambeacutem para reduzir a pressatildeo sobre o

ecossistema de vaacuterzea que eacute mais fraacutegil Aleacutem disso o plantio em terra firme apresenta

a vantagem de facilitar o transporte rodoviaacuterio e o beneficiamento sem depender do

transporte fluvial mais lento (Santana et al 2006)

O processamento ou seja as atividades de lavagem pasteurizaccedilatildeo

congelamento e desidrataccedilatildeo em escala industrial tem como vantagens melhorar a

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higiene e a qualidade do produto reduzindo ao maacuteximo os riscos de contaminaccedilatildeo

microbioloacutegica (Homma et al 2006)

O processo de obtenccedilatildeo da polpa de accedilaiacute consiste em imergir o fruto em aacutegua

morna por tempo determinado a fim de amolecer o mesocarpo antes do despolpamento

Apoacutes o amolecimento o despolpamento eacute realizado com o auxiacutelio de maacutequinas

mecacircnicas eleacutetricas ou manualmente com ou sem adiccedilatildeo de aacutegua Em seguida o

produto obtido passa por uma peneira de forma a obter a polpa para consumo

(Alexandre et al2004)

Os produtos obtidos do fruto do accedilaiacute satildeo classificados de acordo com a adiccedilatildeo

ou natildeo de aacutegua e seus quantitativos ou seja a porcentagem de soacutelidos totais Assim os

produtos incluem

bull polpa de accedilaiacute polpa extraiacuteda sem adiccedilatildeo de aacutegua e sem filtraccedilatildeo

bull accedilaiacute grosso ou especial polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

com soacutelidos totais acima de 14

bull accedilaiacute meacutedio ou regular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

com soacutelidos totais entre 11 e 14

bull accedilaiacute fino ou popular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

apresentando soacutelidos totais entre 8 e 11 (Alexandre et al2004)

O accedilaiacute eacute altamente pereciacutevel o seu tempo maacuteximo de conservaccedilatildeo mesmo sob

refrigeraccedilatildeo eacute de 12 horas O fator responsaacutevel por esta alta perecibilidade eacute a elevada

carga microbiana juntamente com a degradaccedilatildeo enzimaacutetica responsaacuteveis pelas

alteraccedilotildees de cor e aparecimento do sabor azedo Atualmente a conservaccedilatildeo da polpa

de accedilaiacute eacute feita pelo processo de congelamento (Alexandre et al2004)

223 Agroinduacutestrias

Tendo como marco referencial a entrada em funcionamento da faacutebrica de

beneficiamento de polpa de frutas da CAMTA em 1991 a agroinduacutestria de frutas do

Estado do Paraacute teve um grande crescimento a partir da deacutecada de 90 As primeiras frutas

que tiveram seu processo de beneficiamento foram o maracujaacute cupuaccedilu e acerola

Posteriormente foram incluiacutedas a laranja accedilaiacute graviola carambola goiaba cajaacute

manga bacuri muruci e abacaxi (Homma 2002)

A Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-accediluacute ndash CAMTA destacava-se como uma

das principais compradoras dos consoacutercios produtores de accedilaiacute da regiatildeo negociando

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preccedilos diferentes entre os municiacutepios Estas negociaccedilotildees acirravam a concorrecircncia entre

os produtores e consequumlentemente deixava os preccedilos abaixo do mercado Esta praacutetica

prejudicava igualmente a todos os produtores (Homma 2002)

Nesse contexto a FASEAmazocircnia exerceu papel fundamental suscitando as

discussotildees sobre a criaccedilatildeo de um consoacutercio de produtores que pudessem negociar como

as empresas processadoras do fruto produccedilatildeo em escala ampliada a preccedilos melhores e

mais estaacuteveis (Soares e Costa 2005) A FASE eacute uma organizaccedilatildeo natildeo governamental

sem fins lucrativos que atua em seis estados brasileiros e tem sua sede nacional no Rio

de Janeiro Desde suas origens esteve comprometida com o trabalho de organizaccedilatildeo e

desenvolvimento local comunitaacuterio e associativo (FASE 2010)

Em 2000 o consoacutercio foi estruturado entre os municiacutepios de Abaetetuba

Barcarena Igarapeacute-Miri e Cametaacute (Soares e Costa 2005)

Em Abaetetuba a principal organizaccedilatildeo eacute a Cooperativa de Fruticultores de

Abaetetuba ndash COFRUTA Em Barcarena como a Associaccedilatildeo dos Batedores de Accedilaiacute de

Barcarena ndash COOPBAB e entidades parceiras com o STR ndash Barcarena Cooperativa da

Colocircnia de Pesca Z-13 e Associaccedilatildeo de Trabalhadores Rurais do Arapajoacute Em Cametaacute

com a Cooperativa de Resistecircncia de Cametaacute ndash CART e entidades parceiras como STR

ndash Cametaacute Colocircnia de Pescadores Z-16 e Associaccedilatildeo de Preservaccedilatildeo do Meio Ambiente

e Igarapeacute-Miri com a Associaccedilatildeo Mutiratildeo dos Trabalhadores Rurais de Igarapeacute-Miri

como as entidades parceiras como a Associaccedilatildeo de Mulheres de Igarapeacute-Miri

Associaccedilatildeo Boa esperanccedila STR ndash Igarapeacute-Miri e AMPRISA Em 2003 o nuacutemero total

de famiacutelias envolvidas no consoacutercio chegou a 919 (Soares e Costa 2005)

Apoacutes a delimitaccedilatildeo das organizaccedilotildees e parcerias para fornecimento do fruto

estas organizaccedilotildees passaram a negociar sua produccedilatildeo em conjunto atraveacutes do consoacutercio

e com preccedilos igualmente vantajosos para todas as entidades O volume comercializado

aumentou significativamente principalmente em funccedilatildeo da popularizaccedilatildeo do frutoaumentando tambeacutem o nuacutemero de empresas processadoras na regiatildeo Atualmente

comercializam com o consoacutercio a Sambazon Fly CAMTA Amazon Fruit Accedilaiacute Brasil

e Amazon Drink(Soares e Costa 2005)

A SAMBAZON destaca-se uma vez que tem exportado o fruto para o mercado

americano e estabelecendo contratos baseado no chamado mercado ldquojustordquo Com a

ampliaccedilatildeo da exportaccedilatildeo e as exigecircncias do mercado americano houve a necessidade de

reconhecimento do accedilaiacute enquanto produto agroecoloacutegico de origem orgacircnica jaacute que suaproduccedilatildeo natildeo utiliza insumos quiacutemicos Em 2003 a agecircncia de certificaccedilatildeo Guaranteed

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Organic Certification Agency ndash GOCA entregou a certificaccedilatildeo as cooperativas e

associaccedilotildees (Soares e Costa 2005)

A SAMBAZON estabeleceu contrato com as organizaccedilotildees para que o primeiro

certificado fosse pago por ela e posteriormente a renovaccedilatildeo ficaria sob

responsabilidade das proacuteprias organizaccedilotildees Segundo Sobrinho 2005 apud Soares e

Costa 2005 no periacuteodo de agosto de 2004 a janeiro de 2005 o preccedilo meacutedio por

tonelada pago aos produtores no comeacutercio justo superou em 25 os preccedilos correntes

praticados pelos atravessadores na regiatildeo (Soares e Costa 2005)

O percurso do accedilaiacute da propriedade ateacute a pedra do municiacutepio eacute feito de barco e eacute

de responsabilidade da cooperativa tais gastos satildeo incluiacutedos integralmente no custo do

produto Poreacutem os gastos com transporte da pedra do municiacutepio ateacute a empresa

processadora satildeo assumidos pela empresa processadora (Soares e Costa 2005)

Os gastos com transporte satildeo proporcionais ao tempo de viagem do setor ateacute a

pedra do municiacutepio As menores distacircncias encontradas entre os setores e a ldquopedrardquo

encontram-se em Barcarena e as maiores distacircncias em Cametaacute (Soares e Costa 2005)

Dessa forma os preccedilos praticados em Barcarena satildeo altos por sua proximidade

com Beleacutem que tem mercado consumidor praticamente garantido E em Cametaacute os

preccedilos praticados satildeo geralmente abaixo da meacutedia dos outros municiacutepios pela maior

distancia (Soares e Costa 2005)

Estima-se que 70 a 80 da polpa de accedilaiacute vendidas no Paiacutes satildeo produzidas no

Paraacute e os maiores compradores satildeo Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia e alguns Estados

do Nordeste

Sabe-se que as induacutestrias processadoras se concentram nas mesorregiotildees

Nordeste Paraense e Metropolitana de Beleacutem Somente em Beleacutem existem 3 mil pontos

de venda de accedilaiacute (Homma 2002) A Figura 2 e a Figura 3 representam as regiotildees do

Nordeste paraense e Metropolitana de Beleacutem respectivamente

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Figura 2 Microrregiotildees do Nordeste paraense Fonte Silva 2004

Figura 3 Mesorregiatildeo metropolitana de Beleacutem Fonte Silva 2004

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A razatildeo para que as duas mesorregiotildees sejam detentoras de maior percentual de

induacutestrias eacute no caso das empresas que fazem mais de um tipo de produto a

proximidade do principal mercado consumidor Beleacutem do Paraacute que vem se habituando

a consumir algumas polpas de frutas amazocircnicas e outras frutas regionais e tropicais na

forma congelada adquiridas nas redes de supermercados sobretudo na entressafra No

caso das empresas uniproduto satildeo as vias de acesso facilitada atraveacutes da BR316 que

interliga as duas mesorregiotildees paraenses com o resto do Paiacutes e assim escoam a

produccedilatildeo da polpa congelada especialmente do accedilaiacute (Silva 2004)

A polpa congelada e mais recentemente a exportaccedilatildeo sob a forma desidratada

ou seja o poacute e sucos pasteurizados apresentam tendecircncias de crescimento e vem

influenciando os produtores do Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins mais precisamente

dos municiacutepios de Cametaacute Igarapeacute-Miri Abaetetuba e Barcarena que neste processo

representam os fornecedores da mateacuteria-prima para as empresas beneficiadoras do

produto que alcanccedilaram o mercado internacional consumidor( Andrade et al2008)

A regiatildeo eacute grande produtora e consumidora de accedilaiacute A cidade de Igarapeacute-Miri

conquistou o tiacutetulo de ldquoCapital Mundial do Accedilaiacuterdquo Ainda a produccedilatildeo desta regiatildeo eacute

reconhecida por ser de alta qualidade seja no rendimento na produccedilatildeo e no sabor da

fruta Os principais produtos ou grupo de produtos gerados pela atividade da fruticultura

no Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins no estado do Paraacute satildeo polpas de frutas como

cupuaccedilu maracujaacute taperebaacute abacaxi e accedilaiacute in natura sendo este uacuteltimo o de maior

importacircncia econocircmica e de maior quantidade de produccedilatildeo (Andrade et al 2008)

A produccedilatildeo dos principais municiacutepios em 2008 pode ser vista na Tabela 3

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Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico daProduccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008

MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)

MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)

2008 2008

TOTAL GERAL581290

IGARAPEacute-MIRI 153000 TAILAcircNDIA 1253

ABAETETUBA 131250 ITUPIRANGA 1200

CAMETAacute 40544 NOVA ESP DO PIRIAacute 1200

ACARAacute 39600 BAIAtildeO 1000

LIMOEIRO DO AJURU 35040 NOVO REPARTIMENTO 1000

BUJARU 30955 PORTO DE MOZ 1000

TOMEacute ACcedilU 24000 ALMEIRIM 720

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 21384 CASTANHAL 634

PONTA DE PEDRAS 14991 VIGIA 500

OEIRAS DO PARAacute 14000 SANTA MARIA DO PARAacute 480

MOJU 12185 BAGRE 420

BARCARENA 12000 ANAPU 390

TUCURUIacute 11500 IGARAPEacute-ACcedilU 300

SANTA ISABEL DO PARAacute 6200 MARACANAtilde 275

PORTEL 4800 ALTAMIRA 240

CURRALINHO 3000 CAPITAtildeO POCcedilO 187

GURUPAacute 2812 PACAJAacute 180

SANTO ANTOcircNIO DO TAUAacute 2500 PRAINHA 156IRITUIA 2340 S FRANCISCO DO PARA 120

BREU BRANCO 1800 NOVO PROGRESSO 100

CACHOEIRA DO ARARI 1540 VISEU 60

BREVES 1500 MEDICILAcircNDIA 50

S SEBASTIAtildeO DA BVISTA 1500 FARO 28

MUANAacute 1332 AUGUSTO CORREA 24

O arranjo produtivo de polpa de frutas paraense eacute heterogecircneo em tamanho com

predominacircncia de microempresas em tecnologia de modo que apenas oito empresaspossuem tecnologia de pasteurizaccedilatildeo na diversificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo de produto a

maioria das empresas processa apenas accedilaiacute e ainda no grau de inserccedilatildeo nos mercados

local nacional e internacional (Santana et al 2006)

O principal produto industrial eacute a polpa de accedilaiacute pasteurizada eou congelada Em

menor escala existem os blends que eacute o accedilaiacute misturado com guaranaacute banana morango

e etc accedilaiacute em poacute geleacuteia licor vinho neacutectar suco bombons sorvetes cafeacute etc

(Santana et al 2006)

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224 Dificuldades das agroinduacutestrias

Silva em seu trabalho O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das

agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute 2004 fez um levantamento das

dificuldades que as empresas enfrentam Os entrevistados principalmente das empresas

que soacute produzem a polpa de accedilaiacute afirmam que caso dispusessem de cacircmaras de

congelamento e armazenamento e pasteurizadores natildeo haveria necessidade de sair do

Estado do Paraacute no periacuteodo da entressafra (coincidente com o veratildeo do Sudeste e Sul do

Brasil e com o periacuteodo de feacuterias e carnaval quando haacute elevaccedilatildeo da demanda de polpa de

accedilaiacute) pois teriam produtos em estoque originando mais receitas empregos e tributos

em acircmbito estadual ainda seriam mais competitivas pois ldquovecircem o accedilaiacute do Paraacute como

imbatiacutevel no mercadordquo

Os entrevistados por Silva 2004 citaram tambeacutem suas necessidades de

qualificaccedilatildeo de matildeo-de-obra nas aacutereas de produccedilatildeo manipulaccedilatildeo de alimentos e

administrativa Outra dificuldade enfrentada pelas empresas de polpa de frutas do

Estado do Paraacute eacute a falta de uma interaccedilatildeo mais permanente com o sistema de creacutedito

pois do total de empresas entrevistadas 769 natildeo obtiveram creacutedito de curto prazo

(capital de giro) nos uacuteltimos cinco anos e 50 tambeacutem natildeo obtiveram creacutedito ou

financiamento de longo prazo (projeto incentivado creacutedito para investimento como a

compra de equipamentos e outros) ou seja natildeo acessaram recursos por um periacuteodo

maior do que trecircs anos

Andrade et al 2008 afirmam que os gargalos da produccedilatildeo de polpa de accedilaiacute estatildeo

relacionados ao desempenho na aacuterea da gestatildeo principalmente para a melhoria das

habilidades de negociaccedilatildeo e teacutecnicas de venda pois o processo de comercializaccedilatildeo

nestes municiacutepios ainda eacute bastante complexo sendo considerado como um dos

principais entraves junto agrave falta de recursos dos produtores Destacam-se tambeacutem as

dificuldades de infra-estrutura no transporte que inviabilizam em muito o intuito de seatingir um bom planejamento da produccedilatildeo

Limal et al 2008 tambeacutem ressalta problemas logiacutesticos poreacutem relacionados ao

do produtor de accedilaiacute para as induacutestrias Para os autores a logiacutestica eacute bastante deficitaacuteria

uma vez que a venda do produto depende em grande escala das embarcaccedilotildees que

fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos do frete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores

Tais fatores encarecem o custo do produto que recai sobre o consumidor

Segundo informaccedilotildees obtidas em pesquisa de campo o transporte fluvial eacuterealizado pelas embarcaccedilotildees dos proacuteprios ribeirinhos ndash aqueles que tiverem condiccedilotildees

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23 Logiacutestica

De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de

planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de

mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde

o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias

dos clientes (CSCMP2010)

A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do

transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto

procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)

Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees

praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de

entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se

concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da

rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees

possiacuteveis (Bowersox et al (2001)

Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes

questotildees

bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao

cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por

exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta

definiccedilatildeo

bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais

baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o

nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de

atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas

instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de

centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado

tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e

programaccedilatildeo de transportadores

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Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o

serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo

possiacutevel

Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por

uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a

montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal

de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto

passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele

condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a

partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais

estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos

Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer

deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela

movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para

suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da

produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o

mercado consumidor

A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs

aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a

distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas

referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais

e produtos (Costa 2002)

Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais

devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de

suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em

termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da

qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda

determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos

e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas

e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)

Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor

nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede

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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades

de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de

mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)

Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias

em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades

tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de

veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees

Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de

facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de

facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)

Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda

estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem

nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto

neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de

hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo

possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo

puramente extrativista

232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional

O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees

geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios

entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de

transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de

transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)

De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades

envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos

de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo

Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos

por quais facilidades para minimizar o custo total

Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa

Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote

e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura

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Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al

(2008) eacute utilizado no estudo

O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de

lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na

Figura 4

Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)

No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam

para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou

armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados

Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com

pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que

manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas

Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que

o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao

cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais

adequados

A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que

as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste

trabalho de conclusatildeo de curso

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34

24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de

facilidades

O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de

diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes

espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui

manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e

estoque de produtos

Notaccedilotildees utilizadas no modelo

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW

LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k

isin LP

P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P

LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento

LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta

LP c e LP o satildeo definidos analogamente

Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada

capacidade do armazeacutem j no tempo t

capacidade da planta k no tempo t

Tem-se ainda

demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t

Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso

definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das

facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque

Para isin LW

o e isin T

custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T

Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo e fechamento

Para isin LW c

custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento

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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP

custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no

periacuteodo t

custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t

custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo

t+1

custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i

Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)

Para isin LW o e isin T

= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c

= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento

= 0 caso contraacuterio

eacute definido analogamente

Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j

no periacuteodo t

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k

no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i

periacuteodo t

estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t

Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda

≔ 1 991270 isin LW o

991270 isin

LW c

Funccedilatildeo Objetivo

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Min =

isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)

Sujeito a

+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)

isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)

leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)

+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)

le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)

isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)

isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)

0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)

isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)

A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que

os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e

que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de

produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1

(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de

produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave

parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t

enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute

existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo

As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de

plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o

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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver

pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento

A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e

(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo

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PampE

A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca

investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da

Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo

MEP e ITP

O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)

possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37

ou 38 induacutestrias

Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos

mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que

apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada

O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90

estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo

(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o

fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos

Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega

ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros

ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da

bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria

A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador

individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra

clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a

Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a

Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO

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ITS e ITT

Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento

bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola

Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo

incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para

fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que

comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)

que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)

produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute

Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual

proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada

Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos

de bebida agrave base de accedilaiacute

No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com

qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no

Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos

32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo

matemaacutetico

Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com

pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute

para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos

simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por

exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados

histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da

demanda

a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas

Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi

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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute

cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo

porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m

um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para

as cidades

Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se

como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a

Tabela 5

Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS

AacuteREA (ha)

DESTINADA A COLHEITA COLHIDA

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500

BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000

BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064

CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320

IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840

MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000

MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148

TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600

TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150

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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000

UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998

AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600

ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200

ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500

MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000

OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185

UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000

OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000

UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000

Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem

devido a falhas nas coletas dos dados

Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute

ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o

periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A

divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas

cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado

amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a

safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo

Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do

Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute

2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas

20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais

de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute

aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano

A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que

acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos

Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou

R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos

satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial

consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa

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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da

Tabela 7

Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007

Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007

Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de

accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os

coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando

tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a

produccedilatildeo inicia desde o 1o ano

Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146

Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848

Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788

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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico

plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute

existente

De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de

custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois

hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende

para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo

numa estimativa de seus gastos de transporte

Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo

utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa

Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela

9

Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167

Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109

c) Demanda dos Beneficiadores

Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade

maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente

pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da

capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de

chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena

de perda dos frutos

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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte

Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos

frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de

confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O

transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h

tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na

tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios

chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que

entregam para as empresas beneficiadoras locais

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio

transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista

ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a

12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200

Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$

050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo

compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma

de R$100 a $150 ao preccedilo

e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme

Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido

ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o

transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de

pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem

considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de

heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os

custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa

margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o

investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano

(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas

propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio

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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre

quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para

efeitos de expansatildeo

f) Manejo de accedilaizais nativos

O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo

uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia

Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano

o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute

positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute

maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de

produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo

g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores

De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a

localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados

individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em

uma tabela como a Tabela 10 abaixo

Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo

h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos

Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e

8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de

produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser

considerados os mesmos para cada tipo de produto

i) Demanda

O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores

para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas

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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009

AnoToneladas

Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo

2001 11784300 852700 39500

2002 13055900 1123100 113651

2003 16361500 2259700 273000

2004 17710200 2963600 504100

2005 20473000 4709800 565700

2006 24493100 5837900 668100

2007 24717300 6516200 923500

2008 27100000 7300000 1173500

2009 29800000 8020000 1250780

A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12

Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3

A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10

j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa

em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer

(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel

tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo

do cliente

O trajeto varia entre 80 e 240 km

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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores

Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas

Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas

Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo

desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o

Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das

maiores exportadoras a empresa DaFruta

33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute

Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia

representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)

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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute

Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores

beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em

cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme

Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras

uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo

apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)

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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo

do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees

Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo

Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea

1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t

2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado

Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme

3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo

t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de

implantaccedilatildeo

4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe

5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele

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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes

6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo

que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia

7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a

capacidade de processamento

8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo

9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no

periacuteodo atual

10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida

O modelo matemaacutetico

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB

LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por

k isin LP

LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio

do planejamento

LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista

LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme

indexados por l isin LT

LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo

LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme

P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por

p isin P

Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm

capacidade limitada

Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea

capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em

quilogramas de fruto por hectare

aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP

Para

isin LP o e

isin T

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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo

custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare

Para isin LP c

custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare

O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque

consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita

custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo

t

Dados referentes aos cultivos em terra firme

capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado

em quilogramas de fruto por hectare

Para isin LT c

aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de

planejamento

Para isin LT o

nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme

no spot l

qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares

e qe =5 Tem-se que

Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20

hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para

evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear

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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j

Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)

Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no

periacuteodo t em kg

quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no

periacuteodo t em kg

produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg

accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg

accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t

accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t

produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t

estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t

Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas

Para isin LPo

= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo

= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io

Variaacuteveis auxiliares

= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no

periacuteodo t

A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma

dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

5 Bibliografia

AGEcircNCIA SEBRAE Brasil eacute o terceiro maior produtor de frutas do mundo

2009

Disponiacutevel em

httpwwwcanalruralcombrcanalruraljspdefaultjspuf=1amplocal

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ALEXANDRE D CUNHA R L HUBINGER M D Conservaccedilatildeo do accedilaiacute

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higiene e a qualidade do produto reduzindo ao maacuteximo os riscos de contaminaccedilatildeo

microbioloacutegica (Homma et al 2006)

O processo de obtenccedilatildeo da polpa de accedilaiacute consiste em imergir o fruto em aacutegua

morna por tempo determinado a fim de amolecer o mesocarpo antes do despolpamento

Apoacutes o amolecimento o despolpamento eacute realizado com o auxiacutelio de maacutequinas

mecacircnicas eleacutetricas ou manualmente com ou sem adiccedilatildeo de aacutegua Em seguida o

produto obtido passa por uma peneira de forma a obter a polpa para consumo

(Alexandre et al2004)

Os produtos obtidos do fruto do accedilaiacute satildeo classificados de acordo com a adiccedilatildeo

ou natildeo de aacutegua e seus quantitativos ou seja a porcentagem de soacutelidos totais Assim os

produtos incluem

bull polpa de accedilaiacute polpa extraiacuteda sem adiccedilatildeo de aacutegua e sem filtraccedilatildeo

bull accedilaiacute grosso ou especial polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

com soacutelidos totais acima de 14

bull accedilaiacute meacutedio ou regular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

com soacutelidos totais entre 11 e 14

bull accedilaiacute fino ou popular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo

apresentando soacutelidos totais entre 8 e 11 (Alexandre et al2004)

O accedilaiacute eacute altamente pereciacutevel o seu tempo maacuteximo de conservaccedilatildeo mesmo sob

refrigeraccedilatildeo eacute de 12 horas O fator responsaacutevel por esta alta perecibilidade eacute a elevada

carga microbiana juntamente com a degradaccedilatildeo enzimaacutetica responsaacuteveis pelas

alteraccedilotildees de cor e aparecimento do sabor azedo Atualmente a conservaccedilatildeo da polpa

de accedilaiacute eacute feita pelo processo de congelamento (Alexandre et al2004)

223 Agroinduacutestrias

Tendo como marco referencial a entrada em funcionamento da faacutebrica de

beneficiamento de polpa de frutas da CAMTA em 1991 a agroinduacutestria de frutas do

Estado do Paraacute teve um grande crescimento a partir da deacutecada de 90 As primeiras frutas

que tiveram seu processo de beneficiamento foram o maracujaacute cupuaccedilu e acerola

Posteriormente foram incluiacutedas a laranja accedilaiacute graviola carambola goiaba cajaacute

manga bacuri muruci e abacaxi (Homma 2002)

A Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-accediluacute ndash CAMTA destacava-se como uma

das principais compradoras dos consoacutercios produtores de accedilaiacute da regiatildeo negociando

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preccedilos diferentes entre os municiacutepios Estas negociaccedilotildees acirravam a concorrecircncia entre

os produtores e consequumlentemente deixava os preccedilos abaixo do mercado Esta praacutetica

prejudicava igualmente a todos os produtores (Homma 2002)

Nesse contexto a FASEAmazocircnia exerceu papel fundamental suscitando as

discussotildees sobre a criaccedilatildeo de um consoacutercio de produtores que pudessem negociar como

as empresas processadoras do fruto produccedilatildeo em escala ampliada a preccedilos melhores e

mais estaacuteveis (Soares e Costa 2005) A FASE eacute uma organizaccedilatildeo natildeo governamental

sem fins lucrativos que atua em seis estados brasileiros e tem sua sede nacional no Rio

de Janeiro Desde suas origens esteve comprometida com o trabalho de organizaccedilatildeo e

desenvolvimento local comunitaacuterio e associativo (FASE 2010)

Em 2000 o consoacutercio foi estruturado entre os municiacutepios de Abaetetuba

Barcarena Igarapeacute-Miri e Cametaacute (Soares e Costa 2005)

Em Abaetetuba a principal organizaccedilatildeo eacute a Cooperativa de Fruticultores de

Abaetetuba ndash COFRUTA Em Barcarena como a Associaccedilatildeo dos Batedores de Accedilaiacute de

Barcarena ndash COOPBAB e entidades parceiras com o STR ndash Barcarena Cooperativa da

Colocircnia de Pesca Z-13 e Associaccedilatildeo de Trabalhadores Rurais do Arapajoacute Em Cametaacute

com a Cooperativa de Resistecircncia de Cametaacute ndash CART e entidades parceiras como STR

ndash Cametaacute Colocircnia de Pescadores Z-16 e Associaccedilatildeo de Preservaccedilatildeo do Meio Ambiente

e Igarapeacute-Miri com a Associaccedilatildeo Mutiratildeo dos Trabalhadores Rurais de Igarapeacute-Miri

como as entidades parceiras como a Associaccedilatildeo de Mulheres de Igarapeacute-Miri

Associaccedilatildeo Boa esperanccedila STR ndash Igarapeacute-Miri e AMPRISA Em 2003 o nuacutemero total

de famiacutelias envolvidas no consoacutercio chegou a 919 (Soares e Costa 2005)

Apoacutes a delimitaccedilatildeo das organizaccedilotildees e parcerias para fornecimento do fruto

estas organizaccedilotildees passaram a negociar sua produccedilatildeo em conjunto atraveacutes do consoacutercio

e com preccedilos igualmente vantajosos para todas as entidades O volume comercializado

aumentou significativamente principalmente em funccedilatildeo da popularizaccedilatildeo do frutoaumentando tambeacutem o nuacutemero de empresas processadoras na regiatildeo Atualmente

comercializam com o consoacutercio a Sambazon Fly CAMTA Amazon Fruit Accedilaiacute Brasil

e Amazon Drink(Soares e Costa 2005)

A SAMBAZON destaca-se uma vez que tem exportado o fruto para o mercado

americano e estabelecendo contratos baseado no chamado mercado ldquojustordquo Com a

ampliaccedilatildeo da exportaccedilatildeo e as exigecircncias do mercado americano houve a necessidade de

reconhecimento do accedilaiacute enquanto produto agroecoloacutegico de origem orgacircnica jaacute que suaproduccedilatildeo natildeo utiliza insumos quiacutemicos Em 2003 a agecircncia de certificaccedilatildeo Guaranteed

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Organic Certification Agency ndash GOCA entregou a certificaccedilatildeo as cooperativas e

associaccedilotildees (Soares e Costa 2005)

A SAMBAZON estabeleceu contrato com as organizaccedilotildees para que o primeiro

certificado fosse pago por ela e posteriormente a renovaccedilatildeo ficaria sob

responsabilidade das proacuteprias organizaccedilotildees Segundo Sobrinho 2005 apud Soares e

Costa 2005 no periacuteodo de agosto de 2004 a janeiro de 2005 o preccedilo meacutedio por

tonelada pago aos produtores no comeacutercio justo superou em 25 os preccedilos correntes

praticados pelos atravessadores na regiatildeo (Soares e Costa 2005)

O percurso do accedilaiacute da propriedade ateacute a pedra do municiacutepio eacute feito de barco e eacute

de responsabilidade da cooperativa tais gastos satildeo incluiacutedos integralmente no custo do

produto Poreacutem os gastos com transporte da pedra do municiacutepio ateacute a empresa

processadora satildeo assumidos pela empresa processadora (Soares e Costa 2005)

Os gastos com transporte satildeo proporcionais ao tempo de viagem do setor ateacute a

pedra do municiacutepio As menores distacircncias encontradas entre os setores e a ldquopedrardquo

encontram-se em Barcarena e as maiores distacircncias em Cametaacute (Soares e Costa 2005)

Dessa forma os preccedilos praticados em Barcarena satildeo altos por sua proximidade

com Beleacutem que tem mercado consumidor praticamente garantido E em Cametaacute os

preccedilos praticados satildeo geralmente abaixo da meacutedia dos outros municiacutepios pela maior

distancia (Soares e Costa 2005)

Estima-se que 70 a 80 da polpa de accedilaiacute vendidas no Paiacutes satildeo produzidas no

Paraacute e os maiores compradores satildeo Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia e alguns Estados

do Nordeste

Sabe-se que as induacutestrias processadoras se concentram nas mesorregiotildees

Nordeste Paraense e Metropolitana de Beleacutem Somente em Beleacutem existem 3 mil pontos

de venda de accedilaiacute (Homma 2002) A Figura 2 e a Figura 3 representam as regiotildees do

Nordeste paraense e Metropolitana de Beleacutem respectivamente

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Figura 2 Microrregiotildees do Nordeste paraense Fonte Silva 2004

Figura 3 Mesorregiatildeo metropolitana de Beleacutem Fonte Silva 2004

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A razatildeo para que as duas mesorregiotildees sejam detentoras de maior percentual de

induacutestrias eacute no caso das empresas que fazem mais de um tipo de produto a

proximidade do principal mercado consumidor Beleacutem do Paraacute que vem se habituando

a consumir algumas polpas de frutas amazocircnicas e outras frutas regionais e tropicais na

forma congelada adquiridas nas redes de supermercados sobretudo na entressafra No

caso das empresas uniproduto satildeo as vias de acesso facilitada atraveacutes da BR316 que

interliga as duas mesorregiotildees paraenses com o resto do Paiacutes e assim escoam a

produccedilatildeo da polpa congelada especialmente do accedilaiacute (Silva 2004)

A polpa congelada e mais recentemente a exportaccedilatildeo sob a forma desidratada

ou seja o poacute e sucos pasteurizados apresentam tendecircncias de crescimento e vem

influenciando os produtores do Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins mais precisamente

dos municiacutepios de Cametaacute Igarapeacute-Miri Abaetetuba e Barcarena que neste processo

representam os fornecedores da mateacuteria-prima para as empresas beneficiadoras do

produto que alcanccedilaram o mercado internacional consumidor( Andrade et al2008)

A regiatildeo eacute grande produtora e consumidora de accedilaiacute A cidade de Igarapeacute-Miri

conquistou o tiacutetulo de ldquoCapital Mundial do Accedilaiacuterdquo Ainda a produccedilatildeo desta regiatildeo eacute

reconhecida por ser de alta qualidade seja no rendimento na produccedilatildeo e no sabor da

fruta Os principais produtos ou grupo de produtos gerados pela atividade da fruticultura

no Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins no estado do Paraacute satildeo polpas de frutas como

cupuaccedilu maracujaacute taperebaacute abacaxi e accedilaiacute in natura sendo este uacuteltimo o de maior

importacircncia econocircmica e de maior quantidade de produccedilatildeo (Andrade et al 2008)

A produccedilatildeo dos principais municiacutepios em 2008 pode ser vista na Tabela 3

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Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico daProduccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008

MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)

MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)

2008 2008

TOTAL GERAL581290

IGARAPEacute-MIRI 153000 TAILAcircNDIA 1253

ABAETETUBA 131250 ITUPIRANGA 1200

CAMETAacute 40544 NOVA ESP DO PIRIAacute 1200

ACARAacute 39600 BAIAtildeO 1000

LIMOEIRO DO AJURU 35040 NOVO REPARTIMENTO 1000

BUJARU 30955 PORTO DE MOZ 1000

TOMEacute ACcedilU 24000 ALMEIRIM 720

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 21384 CASTANHAL 634

PONTA DE PEDRAS 14991 VIGIA 500

OEIRAS DO PARAacute 14000 SANTA MARIA DO PARAacute 480

MOJU 12185 BAGRE 420

BARCARENA 12000 ANAPU 390

TUCURUIacute 11500 IGARAPEacute-ACcedilU 300

SANTA ISABEL DO PARAacute 6200 MARACANAtilde 275

PORTEL 4800 ALTAMIRA 240

CURRALINHO 3000 CAPITAtildeO POCcedilO 187

GURUPAacute 2812 PACAJAacute 180

SANTO ANTOcircNIO DO TAUAacute 2500 PRAINHA 156IRITUIA 2340 S FRANCISCO DO PARA 120

BREU BRANCO 1800 NOVO PROGRESSO 100

CACHOEIRA DO ARARI 1540 VISEU 60

BREVES 1500 MEDICILAcircNDIA 50

S SEBASTIAtildeO DA BVISTA 1500 FARO 28

MUANAacute 1332 AUGUSTO CORREA 24

O arranjo produtivo de polpa de frutas paraense eacute heterogecircneo em tamanho com

predominacircncia de microempresas em tecnologia de modo que apenas oito empresaspossuem tecnologia de pasteurizaccedilatildeo na diversificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo de produto a

maioria das empresas processa apenas accedilaiacute e ainda no grau de inserccedilatildeo nos mercados

local nacional e internacional (Santana et al 2006)

O principal produto industrial eacute a polpa de accedilaiacute pasteurizada eou congelada Em

menor escala existem os blends que eacute o accedilaiacute misturado com guaranaacute banana morango

e etc accedilaiacute em poacute geleacuteia licor vinho neacutectar suco bombons sorvetes cafeacute etc

(Santana et al 2006)

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224 Dificuldades das agroinduacutestrias

Silva em seu trabalho O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das

agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute 2004 fez um levantamento das

dificuldades que as empresas enfrentam Os entrevistados principalmente das empresas

que soacute produzem a polpa de accedilaiacute afirmam que caso dispusessem de cacircmaras de

congelamento e armazenamento e pasteurizadores natildeo haveria necessidade de sair do

Estado do Paraacute no periacuteodo da entressafra (coincidente com o veratildeo do Sudeste e Sul do

Brasil e com o periacuteodo de feacuterias e carnaval quando haacute elevaccedilatildeo da demanda de polpa de

accedilaiacute) pois teriam produtos em estoque originando mais receitas empregos e tributos

em acircmbito estadual ainda seriam mais competitivas pois ldquovecircem o accedilaiacute do Paraacute como

imbatiacutevel no mercadordquo

Os entrevistados por Silva 2004 citaram tambeacutem suas necessidades de

qualificaccedilatildeo de matildeo-de-obra nas aacutereas de produccedilatildeo manipulaccedilatildeo de alimentos e

administrativa Outra dificuldade enfrentada pelas empresas de polpa de frutas do

Estado do Paraacute eacute a falta de uma interaccedilatildeo mais permanente com o sistema de creacutedito

pois do total de empresas entrevistadas 769 natildeo obtiveram creacutedito de curto prazo

(capital de giro) nos uacuteltimos cinco anos e 50 tambeacutem natildeo obtiveram creacutedito ou

financiamento de longo prazo (projeto incentivado creacutedito para investimento como a

compra de equipamentos e outros) ou seja natildeo acessaram recursos por um periacuteodo

maior do que trecircs anos

Andrade et al 2008 afirmam que os gargalos da produccedilatildeo de polpa de accedilaiacute estatildeo

relacionados ao desempenho na aacuterea da gestatildeo principalmente para a melhoria das

habilidades de negociaccedilatildeo e teacutecnicas de venda pois o processo de comercializaccedilatildeo

nestes municiacutepios ainda eacute bastante complexo sendo considerado como um dos

principais entraves junto agrave falta de recursos dos produtores Destacam-se tambeacutem as

dificuldades de infra-estrutura no transporte que inviabilizam em muito o intuito de seatingir um bom planejamento da produccedilatildeo

Limal et al 2008 tambeacutem ressalta problemas logiacutesticos poreacutem relacionados ao

do produtor de accedilaiacute para as induacutestrias Para os autores a logiacutestica eacute bastante deficitaacuteria

uma vez que a venda do produto depende em grande escala das embarcaccedilotildees que

fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos do frete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores

Tais fatores encarecem o custo do produto que recai sobre o consumidor

Segundo informaccedilotildees obtidas em pesquisa de campo o transporte fluvial eacuterealizado pelas embarcaccedilotildees dos proacuteprios ribeirinhos ndash aqueles que tiverem condiccedilotildees

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23 Logiacutestica

De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de

planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de

mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde

o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias

dos clientes (CSCMP2010)

A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do

transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto

procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)

Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees

praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de

entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se

concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da

rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees

possiacuteveis (Bowersox et al (2001)

Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes

questotildees

bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao

cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por

exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta

definiccedilatildeo

bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais

baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o

nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de

atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas

instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de

centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado

tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e

programaccedilatildeo de transportadores

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Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o

serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo

possiacutevel

Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por

uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a

montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal

de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto

passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele

condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a

partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais

estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos

Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer

deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela

movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para

suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da

produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o

mercado consumidor

A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs

aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a

distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas

referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais

e produtos (Costa 2002)

Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais

devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de

suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em

termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da

qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda

determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos

e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas

e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)

Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor

nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede

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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades

de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de

mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)

Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias

em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades

tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de

veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees

Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de

facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de

facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)

Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda

estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem

nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto

neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de

hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo

possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo

puramente extrativista

232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional

O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees

geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios

entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de

transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de

transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)

De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades

envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos

de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo

Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos

por quais facilidades para minimizar o custo total

Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa

Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote

e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura

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33

Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al

(2008) eacute utilizado no estudo

O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de

lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na

Figura 4

Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)

No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam

para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou

armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados

Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com

pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que

manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas

Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que

o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao

cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais

adequados

A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que

as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste

trabalho de conclusatildeo de curso

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34

24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de

facilidades

O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de

diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes

espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui

manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e

estoque de produtos

Notaccedilotildees utilizadas no modelo

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW

LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k

isin LP

P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P

LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento

LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta

LP c e LP o satildeo definidos analogamente

Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada

capacidade do armazeacutem j no tempo t

capacidade da planta k no tempo t

Tem-se ainda

demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t

Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso

definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das

facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque

Para isin LW

o e isin T

custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T

Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo e fechamento

Para isin LW c

custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento

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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP

custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no

periacuteodo t

custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t

custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo

t+1

custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i

Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)

Para isin LW o e isin T

= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c

= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento

= 0 caso contraacuterio

eacute definido analogamente

Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j

no periacuteodo t

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k

no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i

periacuteodo t

estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t

Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda

≔ 1 991270 isin LW o

991270 isin

LW c

Funccedilatildeo Objetivo

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Min =

isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)

Sujeito a

+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)

isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)

leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)

+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)

le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)

isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)

isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)

0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)

isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)

A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que

os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e

que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de

produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1

(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de

produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave

parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t

enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute

existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo

As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de

plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o

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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver

pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento

A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e

(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo

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PampE

A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca

investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da

Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo

MEP e ITP

O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)

possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37

ou 38 induacutestrias

Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos

mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que

apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada

O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90

estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo

(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o

fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos

Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega

ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros

ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da

bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria

A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador

individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra

clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a

Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a

Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO

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ITS e ITT

Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento

bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola

Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo

incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para

fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que

comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)

que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)

produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute

Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual

proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada

Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos

de bebida agrave base de accedilaiacute

No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com

qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no

Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos

32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo

matemaacutetico

Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com

pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute

para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos

simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por

exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados

histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da

demanda

a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas

Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi

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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute

cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo

porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m

um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para

as cidades

Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se

como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a

Tabela 5

Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS

AacuteREA (ha)

DESTINADA A COLHEITA COLHIDA

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500

BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000

BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064

CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320

IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840

MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000

MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148

TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600

TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150

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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000

UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998

AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600

ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200

ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500

MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000

OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185

UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000

OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000

UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000

Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem

devido a falhas nas coletas dos dados

Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute

ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o

periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A

divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas

cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado

amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a

safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo

Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do

Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute

2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas

20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais

de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute

aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano

A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que

acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos

Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou

R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos

satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial

consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa

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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da

Tabela 7

Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007

Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007

Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de

accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os

coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando

tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a

produccedilatildeo inicia desde o 1o ano

Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146

Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848

Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788

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45

Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico

plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute

existente

De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de

custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois

hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende

para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo

numa estimativa de seus gastos de transporte

Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo

utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa

Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela

9

Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167

Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109

c) Demanda dos Beneficiadores

Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade

maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente

pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da

capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de

chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena

de perda dos frutos

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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte

Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos

frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de

confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O

transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h

tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na

tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios

chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que

entregam para as empresas beneficiadoras locais

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio

transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista

ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a

12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200

Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$

050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo

compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma

de R$100 a $150 ao preccedilo

e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme

Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido

ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o

transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de

pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem

considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de

heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os

custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa

margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o

investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano

(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas

propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio

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47

Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre

quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para

efeitos de expansatildeo

f) Manejo de accedilaizais nativos

O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo

uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia

Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano

o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute

positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute

maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de

produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo

g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores

De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a

localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados

individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em

uma tabela como a Tabela 10 abaixo

Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo

h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos

Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e

8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de

produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser

considerados os mesmos para cada tipo de produto

i) Demanda

O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores

para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas

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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009

AnoToneladas

Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo

2001 11784300 852700 39500

2002 13055900 1123100 113651

2003 16361500 2259700 273000

2004 17710200 2963600 504100

2005 20473000 4709800 565700

2006 24493100 5837900 668100

2007 24717300 6516200 923500

2008 27100000 7300000 1173500

2009 29800000 8020000 1250780

A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12

Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3

A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10

j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa

em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer

(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel

tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo

do cliente

O trajeto varia entre 80 e 240 km

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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores

Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas

Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas

Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo

desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o

Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das

maiores exportadoras a empresa DaFruta

33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute

Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia

representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)

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50

Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute

Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores

beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em

cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme

Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras

uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo

apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)

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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo

do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees

Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo

Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea

1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t

2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado

Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme

3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo

t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de

implantaccedilatildeo

4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe

5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele

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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes

6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo

que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia

7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a

capacidade de processamento

8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo

9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no

periacuteodo atual

10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida

O modelo matemaacutetico

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB

LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por

k isin LP

LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio

do planejamento

LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista

LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme

indexados por l isin LT

LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo

LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme

P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por

p isin P

Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm

capacidade limitada

Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea

capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em

quilogramas de fruto por hectare

aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP

Para

isin LP o e

isin T

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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo

custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare

Para isin LP c

custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare

O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque

consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita

custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo

t

Dados referentes aos cultivos em terra firme

capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado

em quilogramas de fruto por hectare

Para isin LT c

aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de

planejamento

Para isin LT o

nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme

no spot l

qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares

e qe =5 Tem-se que

Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20

hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para

evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear

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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j

Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)

Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no

periacuteodo t em kg

quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no

periacuteodo t em kg

produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg

accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg

accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t

accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t

produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t

estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t

Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas

Para isin LPo

= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo

= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io

Variaacuteveis auxiliares

= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no

periacuteodo t

A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma

dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

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preccedilos diferentes entre os municiacutepios Estas negociaccedilotildees acirravam a concorrecircncia entre

os produtores e consequumlentemente deixava os preccedilos abaixo do mercado Esta praacutetica

prejudicava igualmente a todos os produtores (Homma 2002)

Nesse contexto a FASEAmazocircnia exerceu papel fundamental suscitando as

discussotildees sobre a criaccedilatildeo de um consoacutercio de produtores que pudessem negociar como

as empresas processadoras do fruto produccedilatildeo em escala ampliada a preccedilos melhores e

mais estaacuteveis (Soares e Costa 2005) A FASE eacute uma organizaccedilatildeo natildeo governamental

sem fins lucrativos que atua em seis estados brasileiros e tem sua sede nacional no Rio

de Janeiro Desde suas origens esteve comprometida com o trabalho de organizaccedilatildeo e

desenvolvimento local comunitaacuterio e associativo (FASE 2010)

Em 2000 o consoacutercio foi estruturado entre os municiacutepios de Abaetetuba

Barcarena Igarapeacute-Miri e Cametaacute (Soares e Costa 2005)

Em Abaetetuba a principal organizaccedilatildeo eacute a Cooperativa de Fruticultores de

Abaetetuba ndash COFRUTA Em Barcarena como a Associaccedilatildeo dos Batedores de Accedilaiacute de

Barcarena ndash COOPBAB e entidades parceiras com o STR ndash Barcarena Cooperativa da

Colocircnia de Pesca Z-13 e Associaccedilatildeo de Trabalhadores Rurais do Arapajoacute Em Cametaacute

com a Cooperativa de Resistecircncia de Cametaacute ndash CART e entidades parceiras como STR

ndash Cametaacute Colocircnia de Pescadores Z-16 e Associaccedilatildeo de Preservaccedilatildeo do Meio Ambiente

e Igarapeacute-Miri com a Associaccedilatildeo Mutiratildeo dos Trabalhadores Rurais de Igarapeacute-Miri

como as entidades parceiras como a Associaccedilatildeo de Mulheres de Igarapeacute-Miri

Associaccedilatildeo Boa esperanccedila STR ndash Igarapeacute-Miri e AMPRISA Em 2003 o nuacutemero total

de famiacutelias envolvidas no consoacutercio chegou a 919 (Soares e Costa 2005)

Apoacutes a delimitaccedilatildeo das organizaccedilotildees e parcerias para fornecimento do fruto

estas organizaccedilotildees passaram a negociar sua produccedilatildeo em conjunto atraveacutes do consoacutercio

e com preccedilos igualmente vantajosos para todas as entidades O volume comercializado

aumentou significativamente principalmente em funccedilatildeo da popularizaccedilatildeo do frutoaumentando tambeacutem o nuacutemero de empresas processadoras na regiatildeo Atualmente

comercializam com o consoacutercio a Sambazon Fly CAMTA Amazon Fruit Accedilaiacute Brasil

e Amazon Drink(Soares e Costa 2005)

A SAMBAZON destaca-se uma vez que tem exportado o fruto para o mercado

americano e estabelecendo contratos baseado no chamado mercado ldquojustordquo Com a

ampliaccedilatildeo da exportaccedilatildeo e as exigecircncias do mercado americano houve a necessidade de

reconhecimento do accedilaiacute enquanto produto agroecoloacutegico de origem orgacircnica jaacute que suaproduccedilatildeo natildeo utiliza insumos quiacutemicos Em 2003 a agecircncia de certificaccedilatildeo Guaranteed

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Organic Certification Agency ndash GOCA entregou a certificaccedilatildeo as cooperativas e

associaccedilotildees (Soares e Costa 2005)

A SAMBAZON estabeleceu contrato com as organizaccedilotildees para que o primeiro

certificado fosse pago por ela e posteriormente a renovaccedilatildeo ficaria sob

responsabilidade das proacuteprias organizaccedilotildees Segundo Sobrinho 2005 apud Soares e

Costa 2005 no periacuteodo de agosto de 2004 a janeiro de 2005 o preccedilo meacutedio por

tonelada pago aos produtores no comeacutercio justo superou em 25 os preccedilos correntes

praticados pelos atravessadores na regiatildeo (Soares e Costa 2005)

O percurso do accedilaiacute da propriedade ateacute a pedra do municiacutepio eacute feito de barco e eacute

de responsabilidade da cooperativa tais gastos satildeo incluiacutedos integralmente no custo do

produto Poreacutem os gastos com transporte da pedra do municiacutepio ateacute a empresa

processadora satildeo assumidos pela empresa processadora (Soares e Costa 2005)

Os gastos com transporte satildeo proporcionais ao tempo de viagem do setor ateacute a

pedra do municiacutepio As menores distacircncias encontradas entre os setores e a ldquopedrardquo

encontram-se em Barcarena e as maiores distacircncias em Cametaacute (Soares e Costa 2005)

Dessa forma os preccedilos praticados em Barcarena satildeo altos por sua proximidade

com Beleacutem que tem mercado consumidor praticamente garantido E em Cametaacute os

preccedilos praticados satildeo geralmente abaixo da meacutedia dos outros municiacutepios pela maior

distancia (Soares e Costa 2005)

Estima-se que 70 a 80 da polpa de accedilaiacute vendidas no Paiacutes satildeo produzidas no

Paraacute e os maiores compradores satildeo Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia e alguns Estados

do Nordeste

Sabe-se que as induacutestrias processadoras se concentram nas mesorregiotildees

Nordeste Paraense e Metropolitana de Beleacutem Somente em Beleacutem existem 3 mil pontos

de venda de accedilaiacute (Homma 2002) A Figura 2 e a Figura 3 representam as regiotildees do

Nordeste paraense e Metropolitana de Beleacutem respectivamente

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Figura 2 Microrregiotildees do Nordeste paraense Fonte Silva 2004

Figura 3 Mesorregiatildeo metropolitana de Beleacutem Fonte Silva 2004

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A razatildeo para que as duas mesorregiotildees sejam detentoras de maior percentual de

induacutestrias eacute no caso das empresas que fazem mais de um tipo de produto a

proximidade do principal mercado consumidor Beleacutem do Paraacute que vem se habituando

a consumir algumas polpas de frutas amazocircnicas e outras frutas regionais e tropicais na

forma congelada adquiridas nas redes de supermercados sobretudo na entressafra No

caso das empresas uniproduto satildeo as vias de acesso facilitada atraveacutes da BR316 que

interliga as duas mesorregiotildees paraenses com o resto do Paiacutes e assim escoam a

produccedilatildeo da polpa congelada especialmente do accedilaiacute (Silva 2004)

A polpa congelada e mais recentemente a exportaccedilatildeo sob a forma desidratada

ou seja o poacute e sucos pasteurizados apresentam tendecircncias de crescimento e vem

influenciando os produtores do Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins mais precisamente

dos municiacutepios de Cametaacute Igarapeacute-Miri Abaetetuba e Barcarena que neste processo

representam os fornecedores da mateacuteria-prima para as empresas beneficiadoras do

produto que alcanccedilaram o mercado internacional consumidor( Andrade et al2008)

A regiatildeo eacute grande produtora e consumidora de accedilaiacute A cidade de Igarapeacute-Miri

conquistou o tiacutetulo de ldquoCapital Mundial do Accedilaiacuterdquo Ainda a produccedilatildeo desta regiatildeo eacute

reconhecida por ser de alta qualidade seja no rendimento na produccedilatildeo e no sabor da

fruta Os principais produtos ou grupo de produtos gerados pela atividade da fruticultura

no Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins no estado do Paraacute satildeo polpas de frutas como

cupuaccedilu maracujaacute taperebaacute abacaxi e accedilaiacute in natura sendo este uacuteltimo o de maior

importacircncia econocircmica e de maior quantidade de produccedilatildeo (Andrade et al 2008)

A produccedilatildeo dos principais municiacutepios em 2008 pode ser vista na Tabela 3

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Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico daProduccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008

MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)

MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)

2008 2008

TOTAL GERAL581290

IGARAPEacute-MIRI 153000 TAILAcircNDIA 1253

ABAETETUBA 131250 ITUPIRANGA 1200

CAMETAacute 40544 NOVA ESP DO PIRIAacute 1200

ACARAacute 39600 BAIAtildeO 1000

LIMOEIRO DO AJURU 35040 NOVO REPARTIMENTO 1000

BUJARU 30955 PORTO DE MOZ 1000

TOMEacute ACcedilU 24000 ALMEIRIM 720

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 21384 CASTANHAL 634

PONTA DE PEDRAS 14991 VIGIA 500

OEIRAS DO PARAacute 14000 SANTA MARIA DO PARAacute 480

MOJU 12185 BAGRE 420

BARCARENA 12000 ANAPU 390

TUCURUIacute 11500 IGARAPEacute-ACcedilU 300

SANTA ISABEL DO PARAacute 6200 MARACANAtilde 275

PORTEL 4800 ALTAMIRA 240

CURRALINHO 3000 CAPITAtildeO POCcedilO 187

GURUPAacute 2812 PACAJAacute 180

SANTO ANTOcircNIO DO TAUAacute 2500 PRAINHA 156IRITUIA 2340 S FRANCISCO DO PARA 120

BREU BRANCO 1800 NOVO PROGRESSO 100

CACHOEIRA DO ARARI 1540 VISEU 60

BREVES 1500 MEDICILAcircNDIA 50

S SEBASTIAtildeO DA BVISTA 1500 FARO 28

MUANAacute 1332 AUGUSTO CORREA 24

O arranjo produtivo de polpa de frutas paraense eacute heterogecircneo em tamanho com

predominacircncia de microempresas em tecnologia de modo que apenas oito empresaspossuem tecnologia de pasteurizaccedilatildeo na diversificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo de produto a

maioria das empresas processa apenas accedilaiacute e ainda no grau de inserccedilatildeo nos mercados

local nacional e internacional (Santana et al 2006)

O principal produto industrial eacute a polpa de accedilaiacute pasteurizada eou congelada Em

menor escala existem os blends que eacute o accedilaiacute misturado com guaranaacute banana morango

e etc accedilaiacute em poacute geleacuteia licor vinho neacutectar suco bombons sorvetes cafeacute etc

(Santana et al 2006)

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224 Dificuldades das agroinduacutestrias

Silva em seu trabalho O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das

agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute 2004 fez um levantamento das

dificuldades que as empresas enfrentam Os entrevistados principalmente das empresas

que soacute produzem a polpa de accedilaiacute afirmam que caso dispusessem de cacircmaras de

congelamento e armazenamento e pasteurizadores natildeo haveria necessidade de sair do

Estado do Paraacute no periacuteodo da entressafra (coincidente com o veratildeo do Sudeste e Sul do

Brasil e com o periacuteodo de feacuterias e carnaval quando haacute elevaccedilatildeo da demanda de polpa de

accedilaiacute) pois teriam produtos em estoque originando mais receitas empregos e tributos

em acircmbito estadual ainda seriam mais competitivas pois ldquovecircem o accedilaiacute do Paraacute como

imbatiacutevel no mercadordquo

Os entrevistados por Silva 2004 citaram tambeacutem suas necessidades de

qualificaccedilatildeo de matildeo-de-obra nas aacutereas de produccedilatildeo manipulaccedilatildeo de alimentos e

administrativa Outra dificuldade enfrentada pelas empresas de polpa de frutas do

Estado do Paraacute eacute a falta de uma interaccedilatildeo mais permanente com o sistema de creacutedito

pois do total de empresas entrevistadas 769 natildeo obtiveram creacutedito de curto prazo

(capital de giro) nos uacuteltimos cinco anos e 50 tambeacutem natildeo obtiveram creacutedito ou

financiamento de longo prazo (projeto incentivado creacutedito para investimento como a

compra de equipamentos e outros) ou seja natildeo acessaram recursos por um periacuteodo

maior do que trecircs anos

Andrade et al 2008 afirmam que os gargalos da produccedilatildeo de polpa de accedilaiacute estatildeo

relacionados ao desempenho na aacuterea da gestatildeo principalmente para a melhoria das

habilidades de negociaccedilatildeo e teacutecnicas de venda pois o processo de comercializaccedilatildeo

nestes municiacutepios ainda eacute bastante complexo sendo considerado como um dos

principais entraves junto agrave falta de recursos dos produtores Destacam-se tambeacutem as

dificuldades de infra-estrutura no transporte que inviabilizam em muito o intuito de seatingir um bom planejamento da produccedilatildeo

Limal et al 2008 tambeacutem ressalta problemas logiacutesticos poreacutem relacionados ao

do produtor de accedilaiacute para as induacutestrias Para os autores a logiacutestica eacute bastante deficitaacuteria

uma vez que a venda do produto depende em grande escala das embarcaccedilotildees que

fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos do frete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores

Tais fatores encarecem o custo do produto que recai sobre o consumidor

Segundo informaccedilotildees obtidas em pesquisa de campo o transporte fluvial eacuterealizado pelas embarcaccedilotildees dos proacuteprios ribeirinhos ndash aqueles que tiverem condiccedilotildees

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23 Logiacutestica

De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de

planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de

mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde

o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias

dos clientes (CSCMP2010)

A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do

transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto

procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)

Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees

praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de

entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se

concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da

rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees

possiacuteveis (Bowersox et al (2001)

Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes

questotildees

bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao

cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por

exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta

definiccedilatildeo

bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais

baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o

nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de

atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas

instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de

centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado

tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e

programaccedilatildeo de transportadores

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Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o

serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo

possiacutevel

Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por

uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a

montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal

de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto

passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele

condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a

partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais

estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos

Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer

deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela

movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para

suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da

produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o

mercado consumidor

A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs

aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a

distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas

referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais

e produtos (Costa 2002)

Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais

devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de

suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em

termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da

qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda

determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos

e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas

e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)

Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor

nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede

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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades

de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de

mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)

Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias

em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades

tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de

veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees

Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de

facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de

facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)

Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda

estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem

nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto

neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de

hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo

possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo

puramente extrativista

232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional

O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees

geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios

entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de

transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de

transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)

De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades

envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos

de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo

Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos

por quais facilidades para minimizar o custo total

Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa

Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote

e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura

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Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al

(2008) eacute utilizado no estudo

O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de

lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na

Figura 4

Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)

No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam

para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou

armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados

Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com

pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que

manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas

Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que

o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao

cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais

adequados

A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que

as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste

trabalho de conclusatildeo de curso

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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de

facilidades

O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de

diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes

espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui

manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e

estoque de produtos

Notaccedilotildees utilizadas no modelo

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW

LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k

isin LP

P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P

LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento

LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta

LP c e LP o satildeo definidos analogamente

Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada

capacidade do armazeacutem j no tempo t

capacidade da planta k no tempo t

Tem-se ainda

demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t

Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso

definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das

facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque

Para isin LW

o e isin T

custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T

Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo e fechamento

Para isin LW c

custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento

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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP

custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no

periacuteodo t

custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t

custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo

t+1

custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i

Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)

Para isin LW o e isin T

= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c

= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento

= 0 caso contraacuterio

eacute definido analogamente

Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j

no periacuteodo t

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k

no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i

periacuteodo t

estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t

Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda

≔ 1 991270 isin LW o

991270 isin

LW c

Funccedilatildeo Objetivo

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Min =

isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)

Sujeito a

+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)

isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)

leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)

+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)

le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)

isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)

isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)

0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)

isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)

A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que

os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e

que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de

produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1

(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de

produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave

parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t

enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute

existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo

As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de

plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o

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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver

pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento

A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e

(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo

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PampE

A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca

investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da

Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo

MEP e ITP

O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)

possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37

ou 38 induacutestrias

Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos

mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que

apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada

O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90

estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo

(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o

fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos

Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega

ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros

ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da

bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria

A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador

individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra

clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a

Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a

Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO

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ITS e ITT

Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento

bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola

Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo

incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para

fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que

comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)

que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)

produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute

Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual

proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada

Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos

de bebida agrave base de accedilaiacute

No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com

qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no

Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos

32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo

matemaacutetico

Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com

pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute

para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos

simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por

exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados

histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da

demanda

a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas

Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi

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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute

cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo

porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m

um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para

as cidades

Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se

como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a

Tabela 5

Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS

AacuteREA (ha)

DESTINADA A COLHEITA COLHIDA

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500

BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000

BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064

CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320

IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840

MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000

MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148

TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600

TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150

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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000

UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998

AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600

ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200

ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500

MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000

OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185

UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000

OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000

UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000

Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem

devido a falhas nas coletas dos dados

Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute

ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o

periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A

divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas

cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado

amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a

safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo

Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do

Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute

2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas

20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais

de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute

aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano

A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que

acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos

Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou

R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos

satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial

consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa

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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da

Tabela 7

Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007

Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007

Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de

accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os

coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando

tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a

produccedilatildeo inicia desde o 1o ano

Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146

Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848

Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788

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45

Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico

plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute

existente

De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de

custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois

hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende

para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo

numa estimativa de seus gastos de transporte

Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo

utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa

Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela

9

Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167

Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109

c) Demanda dos Beneficiadores

Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade

maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente

pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da

capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de

chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena

de perda dos frutos

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46

d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte

Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos

frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de

confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O

transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h

tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na

tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios

chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que

entregam para as empresas beneficiadoras locais

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio

transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista

ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a

12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200

Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$

050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo

compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma

de R$100 a $150 ao preccedilo

e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme

Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido

ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o

transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de

pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem

considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de

heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os

custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa

margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o

investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano

(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas

propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio

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47

Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre

quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para

efeitos de expansatildeo

f) Manejo de accedilaizais nativos

O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo

uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia

Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano

o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute

positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute

maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de

produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo

g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores

De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a

localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados

individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em

uma tabela como a Tabela 10 abaixo

Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo

h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos

Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e

8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de

produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser

considerados os mesmos para cada tipo de produto

i) Demanda

O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores

para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas

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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009

AnoToneladas

Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo

2001 11784300 852700 39500

2002 13055900 1123100 113651

2003 16361500 2259700 273000

2004 17710200 2963600 504100

2005 20473000 4709800 565700

2006 24493100 5837900 668100

2007 24717300 6516200 923500

2008 27100000 7300000 1173500

2009 29800000 8020000 1250780

A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12

Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3

A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10

j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa

em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer

(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel

tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo

do cliente

O trajeto varia entre 80 e 240 km

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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores

Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas

Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas

Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo

desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o

Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das

maiores exportadoras a empresa DaFruta

33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute

Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia

representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)

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50

Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute

Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores

beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em

cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme

Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras

uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo

apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)

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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo

do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees

Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo

Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea

1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t

2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado

Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme

3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo

t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de

implantaccedilatildeo

4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe

5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele

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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes

6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo

que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia

7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a

capacidade de processamento

8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo

9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no

periacuteodo atual

10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida

O modelo matemaacutetico

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB

LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por

k isin LP

LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio

do planejamento

LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista

LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme

indexados por l isin LT

LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo

LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme

P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por

p isin P

Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm

capacidade limitada

Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea

capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em

quilogramas de fruto por hectare

aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP

Para

isin LP o e

isin T

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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo

custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare

Para isin LP c

custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare

O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque

consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita

custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo

t

Dados referentes aos cultivos em terra firme

capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado

em quilogramas de fruto por hectare

Para isin LT c

aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de

planejamento

Para isin LT o

nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme

no spot l

qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares

e qe =5 Tem-se que

Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20

hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para

evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear

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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j

Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)

Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no

periacuteodo t em kg

quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no

periacuteodo t em kg

produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg

accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg

accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t

accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t

produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t

estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t

Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas

Para isin LPo

= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo

= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io

Variaacuteveis auxiliares

= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no

periacuteodo t

A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma

dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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60

Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

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Organic Certification Agency ndash GOCA entregou a certificaccedilatildeo as cooperativas e

associaccedilotildees (Soares e Costa 2005)

A SAMBAZON estabeleceu contrato com as organizaccedilotildees para que o primeiro

certificado fosse pago por ela e posteriormente a renovaccedilatildeo ficaria sob

responsabilidade das proacuteprias organizaccedilotildees Segundo Sobrinho 2005 apud Soares e

Costa 2005 no periacuteodo de agosto de 2004 a janeiro de 2005 o preccedilo meacutedio por

tonelada pago aos produtores no comeacutercio justo superou em 25 os preccedilos correntes

praticados pelos atravessadores na regiatildeo (Soares e Costa 2005)

O percurso do accedilaiacute da propriedade ateacute a pedra do municiacutepio eacute feito de barco e eacute

de responsabilidade da cooperativa tais gastos satildeo incluiacutedos integralmente no custo do

produto Poreacutem os gastos com transporte da pedra do municiacutepio ateacute a empresa

processadora satildeo assumidos pela empresa processadora (Soares e Costa 2005)

Os gastos com transporte satildeo proporcionais ao tempo de viagem do setor ateacute a

pedra do municiacutepio As menores distacircncias encontradas entre os setores e a ldquopedrardquo

encontram-se em Barcarena e as maiores distacircncias em Cametaacute (Soares e Costa 2005)

Dessa forma os preccedilos praticados em Barcarena satildeo altos por sua proximidade

com Beleacutem que tem mercado consumidor praticamente garantido E em Cametaacute os

preccedilos praticados satildeo geralmente abaixo da meacutedia dos outros municiacutepios pela maior

distancia (Soares e Costa 2005)

Estima-se que 70 a 80 da polpa de accedilaiacute vendidas no Paiacutes satildeo produzidas no

Paraacute e os maiores compradores satildeo Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia e alguns Estados

do Nordeste

Sabe-se que as induacutestrias processadoras se concentram nas mesorregiotildees

Nordeste Paraense e Metropolitana de Beleacutem Somente em Beleacutem existem 3 mil pontos

de venda de accedilaiacute (Homma 2002) A Figura 2 e a Figura 3 representam as regiotildees do

Nordeste paraense e Metropolitana de Beleacutem respectivamente

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Figura 2 Microrregiotildees do Nordeste paraense Fonte Silva 2004

Figura 3 Mesorregiatildeo metropolitana de Beleacutem Fonte Silva 2004

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A razatildeo para que as duas mesorregiotildees sejam detentoras de maior percentual de

induacutestrias eacute no caso das empresas que fazem mais de um tipo de produto a

proximidade do principal mercado consumidor Beleacutem do Paraacute que vem se habituando

a consumir algumas polpas de frutas amazocircnicas e outras frutas regionais e tropicais na

forma congelada adquiridas nas redes de supermercados sobretudo na entressafra No

caso das empresas uniproduto satildeo as vias de acesso facilitada atraveacutes da BR316 que

interliga as duas mesorregiotildees paraenses com o resto do Paiacutes e assim escoam a

produccedilatildeo da polpa congelada especialmente do accedilaiacute (Silva 2004)

A polpa congelada e mais recentemente a exportaccedilatildeo sob a forma desidratada

ou seja o poacute e sucos pasteurizados apresentam tendecircncias de crescimento e vem

influenciando os produtores do Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins mais precisamente

dos municiacutepios de Cametaacute Igarapeacute-Miri Abaetetuba e Barcarena que neste processo

representam os fornecedores da mateacuteria-prima para as empresas beneficiadoras do

produto que alcanccedilaram o mercado internacional consumidor( Andrade et al2008)

A regiatildeo eacute grande produtora e consumidora de accedilaiacute A cidade de Igarapeacute-Miri

conquistou o tiacutetulo de ldquoCapital Mundial do Accedilaiacuterdquo Ainda a produccedilatildeo desta regiatildeo eacute

reconhecida por ser de alta qualidade seja no rendimento na produccedilatildeo e no sabor da

fruta Os principais produtos ou grupo de produtos gerados pela atividade da fruticultura

no Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins no estado do Paraacute satildeo polpas de frutas como

cupuaccedilu maracujaacute taperebaacute abacaxi e accedilaiacute in natura sendo este uacuteltimo o de maior

importacircncia econocircmica e de maior quantidade de produccedilatildeo (Andrade et al 2008)

A produccedilatildeo dos principais municiacutepios em 2008 pode ser vista na Tabela 3

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Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico daProduccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008

MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)

MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)

2008 2008

TOTAL GERAL581290

IGARAPEacute-MIRI 153000 TAILAcircNDIA 1253

ABAETETUBA 131250 ITUPIRANGA 1200

CAMETAacute 40544 NOVA ESP DO PIRIAacute 1200

ACARAacute 39600 BAIAtildeO 1000

LIMOEIRO DO AJURU 35040 NOVO REPARTIMENTO 1000

BUJARU 30955 PORTO DE MOZ 1000

TOMEacute ACcedilU 24000 ALMEIRIM 720

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 21384 CASTANHAL 634

PONTA DE PEDRAS 14991 VIGIA 500

OEIRAS DO PARAacute 14000 SANTA MARIA DO PARAacute 480

MOJU 12185 BAGRE 420

BARCARENA 12000 ANAPU 390

TUCURUIacute 11500 IGARAPEacute-ACcedilU 300

SANTA ISABEL DO PARAacute 6200 MARACANAtilde 275

PORTEL 4800 ALTAMIRA 240

CURRALINHO 3000 CAPITAtildeO POCcedilO 187

GURUPAacute 2812 PACAJAacute 180

SANTO ANTOcircNIO DO TAUAacute 2500 PRAINHA 156IRITUIA 2340 S FRANCISCO DO PARA 120

BREU BRANCO 1800 NOVO PROGRESSO 100

CACHOEIRA DO ARARI 1540 VISEU 60

BREVES 1500 MEDICILAcircNDIA 50

S SEBASTIAtildeO DA BVISTA 1500 FARO 28

MUANAacute 1332 AUGUSTO CORREA 24

O arranjo produtivo de polpa de frutas paraense eacute heterogecircneo em tamanho com

predominacircncia de microempresas em tecnologia de modo que apenas oito empresaspossuem tecnologia de pasteurizaccedilatildeo na diversificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo de produto a

maioria das empresas processa apenas accedilaiacute e ainda no grau de inserccedilatildeo nos mercados

local nacional e internacional (Santana et al 2006)

O principal produto industrial eacute a polpa de accedilaiacute pasteurizada eou congelada Em

menor escala existem os blends que eacute o accedilaiacute misturado com guaranaacute banana morango

e etc accedilaiacute em poacute geleacuteia licor vinho neacutectar suco bombons sorvetes cafeacute etc

(Santana et al 2006)

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224 Dificuldades das agroinduacutestrias

Silva em seu trabalho O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das

agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute 2004 fez um levantamento das

dificuldades que as empresas enfrentam Os entrevistados principalmente das empresas

que soacute produzem a polpa de accedilaiacute afirmam que caso dispusessem de cacircmaras de

congelamento e armazenamento e pasteurizadores natildeo haveria necessidade de sair do

Estado do Paraacute no periacuteodo da entressafra (coincidente com o veratildeo do Sudeste e Sul do

Brasil e com o periacuteodo de feacuterias e carnaval quando haacute elevaccedilatildeo da demanda de polpa de

accedilaiacute) pois teriam produtos em estoque originando mais receitas empregos e tributos

em acircmbito estadual ainda seriam mais competitivas pois ldquovecircem o accedilaiacute do Paraacute como

imbatiacutevel no mercadordquo

Os entrevistados por Silva 2004 citaram tambeacutem suas necessidades de

qualificaccedilatildeo de matildeo-de-obra nas aacutereas de produccedilatildeo manipulaccedilatildeo de alimentos e

administrativa Outra dificuldade enfrentada pelas empresas de polpa de frutas do

Estado do Paraacute eacute a falta de uma interaccedilatildeo mais permanente com o sistema de creacutedito

pois do total de empresas entrevistadas 769 natildeo obtiveram creacutedito de curto prazo

(capital de giro) nos uacuteltimos cinco anos e 50 tambeacutem natildeo obtiveram creacutedito ou

financiamento de longo prazo (projeto incentivado creacutedito para investimento como a

compra de equipamentos e outros) ou seja natildeo acessaram recursos por um periacuteodo

maior do que trecircs anos

Andrade et al 2008 afirmam que os gargalos da produccedilatildeo de polpa de accedilaiacute estatildeo

relacionados ao desempenho na aacuterea da gestatildeo principalmente para a melhoria das

habilidades de negociaccedilatildeo e teacutecnicas de venda pois o processo de comercializaccedilatildeo

nestes municiacutepios ainda eacute bastante complexo sendo considerado como um dos

principais entraves junto agrave falta de recursos dos produtores Destacam-se tambeacutem as

dificuldades de infra-estrutura no transporte que inviabilizam em muito o intuito de seatingir um bom planejamento da produccedilatildeo

Limal et al 2008 tambeacutem ressalta problemas logiacutesticos poreacutem relacionados ao

do produtor de accedilaiacute para as induacutestrias Para os autores a logiacutestica eacute bastante deficitaacuteria

uma vez que a venda do produto depende em grande escala das embarcaccedilotildees que

fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos do frete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores

Tais fatores encarecem o custo do produto que recai sobre o consumidor

Segundo informaccedilotildees obtidas em pesquisa de campo o transporte fluvial eacuterealizado pelas embarcaccedilotildees dos proacuteprios ribeirinhos ndash aqueles que tiverem condiccedilotildees

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23 Logiacutestica

De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de

planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de

mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde

o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias

dos clientes (CSCMP2010)

A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do

transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto

procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)

Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees

praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de

entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se

concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da

rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees

possiacuteveis (Bowersox et al (2001)

Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes

questotildees

bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao

cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por

exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta

definiccedilatildeo

bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais

baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o

nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de

atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas

instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de

centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado

tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e

programaccedilatildeo de transportadores

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Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o

serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo

possiacutevel

Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por

uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a

montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal

de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto

passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele

condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a

partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais

estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos

Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer

deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela

movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para

suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da

produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o

mercado consumidor

A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs

aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a

distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas

referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais

e produtos (Costa 2002)

Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais

devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de

suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em

termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da

qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda

determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos

e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas

e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)

Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor

nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede

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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades

de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de

mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)

Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias

em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades

tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de

veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees

Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de

facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de

facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)

Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda

estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem

nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto

neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de

hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo

possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo

puramente extrativista

232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional

O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees

geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios

entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de

transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de

transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)

De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades

envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos

de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo

Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos

por quais facilidades para minimizar o custo total

Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa

Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote

e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura

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33

Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al

(2008) eacute utilizado no estudo

O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de

lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na

Figura 4

Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)

No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam

para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou

armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados

Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com

pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que

manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas

Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que

o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao

cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais

adequados

A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que

as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste

trabalho de conclusatildeo de curso

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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de

facilidades

O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de

diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes

espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui

manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e

estoque de produtos

Notaccedilotildees utilizadas no modelo

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW

LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k

isin LP

P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P

LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento

LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta

LP c e LP o satildeo definidos analogamente

Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada

capacidade do armazeacutem j no tempo t

capacidade da planta k no tempo t

Tem-se ainda

demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t

Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso

definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das

facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque

Para isin LW

o e isin T

custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T

Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo e fechamento

Para isin LW c

custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento

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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP

custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no

periacuteodo t

custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t

custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo

t+1

custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i

Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)

Para isin LW o e isin T

= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c

= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento

= 0 caso contraacuterio

eacute definido analogamente

Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j

no periacuteodo t

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k

no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i

periacuteodo t

estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t

Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda

≔ 1 991270 isin LW o

991270 isin

LW c

Funccedilatildeo Objetivo

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Min =

isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)

Sujeito a

+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)

isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)

leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)

+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)

le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)

isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)

isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)

0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)

isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)

A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que

os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e

que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de

produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1

(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de

produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave

parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t

enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute

existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo

As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de

plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o

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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver

pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento

A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e

(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo

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PampE

A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca

investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da

Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo

MEP e ITP

O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)

possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37

ou 38 induacutestrias

Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos

mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que

apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada

O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90

estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo

(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o

fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos

Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega

ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros

ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da

bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria

A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador

individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra

clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a

Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a

Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO

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ITS e ITT

Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento

bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola

Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo

incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para

fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que

comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)

que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)

produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute

Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual

proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada

Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos

de bebida agrave base de accedilaiacute

No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com

qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no

Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos

32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo

matemaacutetico

Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com

pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute

para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos

simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por

exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados

histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da

demanda

a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas

Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi

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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute

cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo

porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m

um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para

as cidades

Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se

como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a

Tabela 5

Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS

AacuteREA (ha)

DESTINADA A COLHEITA COLHIDA

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500

BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000

BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064

CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320

IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840

MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000

MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148

TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600

TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150

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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000

UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998

AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600

ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200

ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500

MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000

OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185

UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000

OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000

UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000

Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem

devido a falhas nas coletas dos dados

Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute

ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o

periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A

divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas

cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado

amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a

safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo

Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do

Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute

2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas

20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais

de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute

aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano

A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que

acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos

Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou

R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos

satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial

consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa

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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da

Tabela 7

Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007

Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007

Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de

accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os

coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando

tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a

produccedilatildeo inicia desde o 1o ano

Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146

Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848

Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788

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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico

plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute

existente

De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de

custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois

hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende

para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo

numa estimativa de seus gastos de transporte

Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo

utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa

Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela

9

Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167

Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109

c) Demanda dos Beneficiadores

Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade

maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente

pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da

capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de

chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena

de perda dos frutos

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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte

Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos

frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de

confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O

transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h

tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na

tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios

chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que

entregam para as empresas beneficiadoras locais

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio

transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista

ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a

12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200

Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$

050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo

compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma

de R$100 a $150 ao preccedilo

e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme

Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido

ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o

transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de

pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem

considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de

heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os

custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa

margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o

investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano

(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas

propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio

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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre

quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para

efeitos de expansatildeo

f) Manejo de accedilaizais nativos

O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo

uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia

Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano

o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute

positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute

maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de

produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo

g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores

De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a

localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados

individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em

uma tabela como a Tabela 10 abaixo

Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo

h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos

Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e

8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de

produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser

considerados os mesmos para cada tipo de produto

i) Demanda

O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores

para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas

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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009

AnoToneladas

Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo

2001 11784300 852700 39500

2002 13055900 1123100 113651

2003 16361500 2259700 273000

2004 17710200 2963600 504100

2005 20473000 4709800 565700

2006 24493100 5837900 668100

2007 24717300 6516200 923500

2008 27100000 7300000 1173500

2009 29800000 8020000 1250780

A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12

Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3

A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10

j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa

em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer

(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel

tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo

do cliente

O trajeto varia entre 80 e 240 km

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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores

Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas

Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas

Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo

desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o

Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das

maiores exportadoras a empresa DaFruta

33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute

Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia

representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)

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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute

Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores

beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em

cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme

Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras

uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo

apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)

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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo

do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees

Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo

Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea

1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t

2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado

Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme

3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo

t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de

implantaccedilatildeo

4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe

5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele

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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes

6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo

que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia

7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a

capacidade de processamento

8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo

9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no

periacuteodo atual

10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida

O modelo matemaacutetico

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB

LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por

k isin LP

LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio

do planejamento

LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista

LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme

indexados por l isin LT

LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo

LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme

P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por

p isin P

Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm

capacidade limitada

Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea

capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em

quilogramas de fruto por hectare

aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP

Para

isin LP o e

isin T

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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo

custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare

Para isin LP c

custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare

O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque

consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita

custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo

t

Dados referentes aos cultivos em terra firme

capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado

em quilogramas de fruto por hectare

Para isin LT c

aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de

planejamento

Para isin LT o

nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme

no spot l

qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares

e qe =5 Tem-se que

Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20

hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para

evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear

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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j

Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)

Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no

periacuteodo t em kg

quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no

periacuteodo t em kg

produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg

accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg

accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t

accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t

produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t

estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t

Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas

Para isin LPo

= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo

= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io

Variaacuteveis auxiliares

= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no

periacuteodo t

A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma

dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

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Figura 2 Microrregiotildees do Nordeste paraense Fonte Silva 2004

Figura 3 Mesorregiatildeo metropolitana de Beleacutem Fonte Silva 2004

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A razatildeo para que as duas mesorregiotildees sejam detentoras de maior percentual de

induacutestrias eacute no caso das empresas que fazem mais de um tipo de produto a

proximidade do principal mercado consumidor Beleacutem do Paraacute que vem se habituando

a consumir algumas polpas de frutas amazocircnicas e outras frutas regionais e tropicais na

forma congelada adquiridas nas redes de supermercados sobretudo na entressafra No

caso das empresas uniproduto satildeo as vias de acesso facilitada atraveacutes da BR316 que

interliga as duas mesorregiotildees paraenses com o resto do Paiacutes e assim escoam a

produccedilatildeo da polpa congelada especialmente do accedilaiacute (Silva 2004)

A polpa congelada e mais recentemente a exportaccedilatildeo sob a forma desidratada

ou seja o poacute e sucos pasteurizados apresentam tendecircncias de crescimento e vem

influenciando os produtores do Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins mais precisamente

dos municiacutepios de Cametaacute Igarapeacute-Miri Abaetetuba e Barcarena que neste processo

representam os fornecedores da mateacuteria-prima para as empresas beneficiadoras do

produto que alcanccedilaram o mercado internacional consumidor( Andrade et al2008)

A regiatildeo eacute grande produtora e consumidora de accedilaiacute A cidade de Igarapeacute-Miri

conquistou o tiacutetulo de ldquoCapital Mundial do Accedilaiacuterdquo Ainda a produccedilatildeo desta regiatildeo eacute

reconhecida por ser de alta qualidade seja no rendimento na produccedilatildeo e no sabor da

fruta Os principais produtos ou grupo de produtos gerados pela atividade da fruticultura

no Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins no estado do Paraacute satildeo polpas de frutas como

cupuaccedilu maracujaacute taperebaacute abacaxi e accedilaiacute in natura sendo este uacuteltimo o de maior

importacircncia econocircmica e de maior quantidade de produccedilatildeo (Andrade et al 2008)

A produccedilatildeo dos principais municiacutepios em 2008 pode ser vista na Tabela 3

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Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico daProduccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008

MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)

MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)

2008 2008

TOTAL GERAL581290

IGARAPEacute-MIRI 153000 TAILAcircNDIA 1253

ABAETETUBA 131250 ITUPIRANGA 1200

CAMETAacute 40544 NOVA ESP DO PIRIAacute 1200

ACARAacute 39600 BAIAtildeO 1000

LIMOEIRO DO AJURU 35040 NOVO REPARTIMENTO 1000

BUJARU 30955 PORTO DE MOZ 1000

TOMEacute ACcedilU 24000 ALMEIRIM 720

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 21384 CASTANHAL 634

PONTA DE PEDRAS 14991 VIGIA 500

OEIRAS DO PARAacute 14000 SANTA MARIA DO PARAacute 480

MOJU 12185 BAGRE 420

BARCARENA 12000 ANAPU 390

TUCURUIacute 11500 IGARAPEacute-ACcedilU 300

SANTA ISABEL DO PARAacute 6200 MARACANAtilde 275

PORTEL 4800 ALTAMIRA 240

CURRALINHO 3000 CAPITAtildeO POCcedilO 187

GURUPAacute 2812 PACAJAacute 180

SANTO ANTOcircNIO DO TAUAacute 2500 PRAINHA 156IRITUIA 2340 S FRANCISCO DO PARA 120

BREU BRANCO 1800 NOVO PROGRESSO 100

CACHOEIRA DO ARARI 1540 VISEU 60

BREVES 1500 MEDICILAcircNDIA 50

S SEBASTIAtildeO DA BVISTA 1500 FARO 28

MUANAacute 1332 AUGUSTO CORREA 24

O arranjo produtivo de polpa de frutas paraense eacute heterogecircneo em tamanho com

predominacircncia de microempresas em tecnologia de modo que apenas oito empresaspossuem tecnologia de pasteurizaccedilatildeo na diversificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo de produto a

maioria das empresas processa apenas accedilaiacute e ainda no grau de inserccedilatildeo nos mercados

local nacional e internacional (Santana et al 2006)

O principal produto industrial eacute a polpa de accedilaiacute pasteurizada eou congelada Em

menor escala existem os blends que eacute o accedilaiacute misturado com guaranaacute banana morango

e etc accedilaiacute em poacute geleacuteia licor vinho neacutectar suco bombons sorvetes cafeacute etc

(Santana et al 2006)

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224 Dificuldades das agroinduacutestrias

Silva em seu trabalho O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das

agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute 2004 fez um levantamento das

dificuldades que as empresas enfrentam Os entrevistados principalmente das empresas

que soacute produzem a polpa de accedilaiacute afirmam que caso dispusessem de cacircmaras de

congelamento e armazenamento e pasteurizadores natildeo haveria necessidade de sair do

Estado do Paraacute no periacuteodo da entressafra (coincidente com o veratildeo do Sudeste e Sul do

Brasil e com o periacuteodo de feacuterias e carnaval quando haacute elevaccedilatildeo da demanda de polpa de

accedilaiacute) pois teriam produtos em estoque originando mais receitas empregos e tributos

em acircmbito estadual ainda seriam mais competitivas pois ldquovecircem o accedilaiacute do Paraacute como

imbatiacutevel no mercadordquo

Os entrevistados por Silva 2004 citaram tambeacutem suas necessidades de

qualificaccedilatildeo de matildeo-de-obra nas aacutereas de produccedilatildeo manipulaccedilatildeo de alimentos e

administrativa Outra dificuldade enfrentada pelas empresas de polpa de frutas do

Estado do Paraacute eacute a falta de uma interaccedilatildeo mais permanente com o sistema de creacutedito

pois do total de empresas entrevistadas 769 natildeo obtiveram creacutedito de curto prazo

(capital de giro) nos uacuteltimos cinco anos e 50 tambeacutem natildeo obtiveram creacutedito ou

financiamento de longo prazo (projeto incentivado creacutedito para investimento como a

compra de equipamentos e outros) ou seja natildeo acessaram recursos por um periacuteodo

maior do que trecircs anos

Andrade et al 2008 afirmam que os gargalos da produccedilatildeo de polpa de accedilaiacute estatildeo

relacionados ao desempenho na aacuterea da gestatildeo principalmente para a melhoria das

habilidades de negociaccedilatildeo e teacutecnicas de venda pois o processo de comercializaccedilatildeo

nestes municiacutepios ainda eacute bastante complexo sendo considerado como um dos

principais entraves junto agrave falta de recursos dos produtores Destacam-se tambeacutem as

dificuldades de infra-estrutura no transporte que inviabilizam em muito o intuito de seatingir um bom planejamento da produccedilatildeo

Limal et al 2008 tambeacutem ressalta problemas logiacutesticos poreacutem relacionados ao

do produtor de accedilaiacute para as induacutestrias Para os autores a logiacutestica eacute bastante deficitaacuteria

uma vez que a venda do produto depende em grande escala das embarcaccedilotildees que

fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos do frete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores

Tais fatores encarecem o custo do produto que recai sobre o consumidor

Segundo informaccedilotildees obtidas em pesquisa de campo o transporte fluvial eacuterealizado pelas embarcaccedilotildees dos proacuteprios ribeirinhos ndash aqueles que tiverem condiccedilotildees

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23 Logiacutestica

De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de

planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de

mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde

o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias

dos clientes (CSCMP2010)

A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do

transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto

procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)

Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees

praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de

entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se

concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da

rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees

possiacuteveis (Bowersox et al (2001)

Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes

questotildees

bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao

cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por

exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta

definiccedilatildeo

bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais

baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o

nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de

atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas

instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de

centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado

tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e

programaccedilatildeo de transportadores

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Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o

serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo

possiacutevel

Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por

uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a

montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal

de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto

passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele

condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a

partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais

estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos

Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer

deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela

movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para

suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da

produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o

mercado consumidor

A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs

aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a

distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas

referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais

e produtos (Costa 2002)

Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais

devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de

suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em

termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da

qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda

determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos

e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas

e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)

Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor

nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede

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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades

de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de

mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)

Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias

em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades

tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de

veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees

Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de

facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de

facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)

Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda

estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem

nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto

neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de

hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo

possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo

puramente extrativista

232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional

O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees

geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios

entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de

transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de

transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)

De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades

envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos

de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo

Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos

por quais facilidades para minimizar o custo total

Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa

Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote

e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura

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Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al

(2008) eacute utilizado no estudo

O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de

lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na

Figura 4

Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)

No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam

para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou

armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados

Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com

pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que

manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas

Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que

o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao

cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais

adequados

A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que

as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste

trabalho de conclusatildeo de curso

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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de

facilidades

O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de

diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes

espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui

manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e

estoque de produtos

Notaccedilotildees utilizadas no modelo

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW

LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k

isin LP

P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P

LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento

LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta

LP c e LP o satildeo definidos analogamente

Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada

capacidade do armazeacutem j no tempo t

capacidade da planta k no tempo t

Tem-se ainda

demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t

Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso

definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das

facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque

Para isin LW

o e isin T

custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T

Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo e fechamento

Para isin LW c

custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento

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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP

custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no

periacuteodo t

custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t

custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo

t+1

custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i

Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)

Para isin LW o e isin T

= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c

= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento

= 0 caso contraacuterio

eacute definido analogamente

Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j

no periacuteodo t

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k

no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i

periacuteodo t

estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t

Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda

≔ 1 991270 isin LW o

991270 isin

LW c

Funccedilatildeo Objetivo

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36

Min =

isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)

Sujeito a

+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)

isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)

leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)

+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)

le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)

isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)

isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)

0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)

isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)

A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que

os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e

que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de

produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1

(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de

produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave

parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t

enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute

existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo

As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de

plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o

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37

caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver

pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento

A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e

(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo

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PampE

A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca

investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da

Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo

MEP e ITP

O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)

possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37

ou 38 induacutestrias

Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos

mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que

apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada

O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90

estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo

(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o

fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos

Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega

ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros

ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da

bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria

A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador

individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra

clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a

Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a

Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO

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ITS e ITT

Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento

bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola

Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo

incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para

fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que

comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)

que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)

produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute

Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual

proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada

Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos

de bebida agrave base de accedilaiacute

No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com

qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no

Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos

32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo

matemaacutetico

Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com

pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute

para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos

simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por

exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados

histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da

demanda

a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas

Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi

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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute

cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo

porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m

um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para

as cidades

Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se

como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a

Tabela 5

Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS

AacuteREA (ha)

DESTINADA A COLHEITA COLHIDA

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500

BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000

BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064

CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320

IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840

MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000

MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148

TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600

TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150

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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000

UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998

AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600

ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200

ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500

MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000

OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185

UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000

OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000

UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000

Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem

devido a falhas nas coletas dos dados

Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute

ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o

periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A

divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas

cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado

amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a

safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo

Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do

Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute

2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas

20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais

de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute

aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano

A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que

acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos

Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou

R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos

satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial

consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa

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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da

Tabela 7

Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007

Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007

Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de

accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os

coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando

tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a

produccedilatildeo inicia desde o 1o ano

Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146

Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848

Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788

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45

Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico

plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute

existente

De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de

custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois

hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende

para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo

numa estimativa de seus gastos de transporte

Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo

utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa

Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela

9

Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167

Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109

c) Demanda dos Beneficiadores

Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade

maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente

pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da

capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de

chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena

de perda dos frutos

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46

d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte

Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos

frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de

confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O

transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h

tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na

tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios

chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que

entregam para as empresas beneficiadoras locais

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio

transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista

ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a

12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200

Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$

050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo

compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma

de R$100 a $150 ao preccedilo

e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme

Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido

ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o

transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de

pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem

considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de

heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os

custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa

margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o

investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano

(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas

propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio

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47

Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre

quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para

efeitos de expansatildeo

f) Manejo de accedilaizais nativos

O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo

uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia

Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano

o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute

positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute

maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de

produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo

g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores

De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a

localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados

individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em

uma tabela como a Tabela 10 abaixo

Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo

h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos

Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e

8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de

produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser

considerados os mesmos para cada tipo de produto

i) Demanda

O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores

para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas

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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009

AnoToneladas

Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo

2001 11784300 852700 39500

2002 13055900 1123100 113651

2003 16361500 2259700 273000

2004 17710200 2963600 504100

2005 20473000 4709800 565700

2006 24493100 5837900 668100

2007 24717300 6516200 923500

2008 27100000 7300000 1173500

2009 29800000 8020000 1250780

A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12

Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3

A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10

j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa

em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer

(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel

tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo

do cliente

O trajeto varia entre 80 e 240 km

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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores

Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas

Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas

Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo

desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o

Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das

maiores exportadoras a empresa DaFruta

33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute

Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia

representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)

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50

Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute

Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores

beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em

cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme

Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras

uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo

apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)

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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo

do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees

Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo

Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea

1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t

2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado

Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme

3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo

t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de

implantaccedilatildeo

4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe

5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele

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52

Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes

6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo

que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia

7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a

capacidade de processamento

8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo

9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no

periacuteodo atual

10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida

O modelo matemaacutetico

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB

LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por

k isin LP

LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio

do planejamento

LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista

LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme

indexados por l isin LT

LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo

LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme

P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por

p isin P

Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm

capacidade limitada

Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea

capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em

quilogramas de fruto por hectare

aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP

Para

isin LP o e

isin T

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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo

custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare

Para isin LP c

custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare

O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque

consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita

custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo

t

Dados referentes aos cultivos em terra firme

capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado

em quilogramas de fruto por hectare

Para isin LT c

aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de

planejamento

Para isin LT o

nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme

no spot l

qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares

e qe =5 Tem-se que

Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20

hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para

evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear

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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j

Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)

Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no

periacuteodo t em kg

quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no

periacuteodo t em kg

produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg

accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg

accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t

accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t

produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t

estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t

Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas

Para isin LPo

= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo

= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io

Variaacuteveis auxiliares

= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no

periacuteodo t

A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma

dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

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potencial econocircmico do accedilaiacute na mesorregiatildeo do Marajoacute X Encontro Latino

Americano de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica e VI Encontro Latino de Poacutes Graduaccedilatildeo

Universidade do Vale do Paraiacuteba 2008

MARTEL A VIEIRA D R Anaacutelise e Projetos de redes Logiacutestica 2008

MARTINEZ L Planejamento de Longo Prazo de uma Rede de Distribuiccedilatildeo

Multi-Produto Capacitada XL Simpoacutesio Brasileiro de Pesquisa Operacional

Joatildeo Pessoa Anais XL Simpoacutesio Brasileiro de Pesquisa Operacional 2008

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PAIVA R P O Modelagem do planejamento agregado da produccedilatildeo em usinas

cooperadas do setor sucroenergeacutetico utilizando programaccedilatildeo matemaacutetica e

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Centro de Ciecircncias Exatas e Tecnologia Programa de Poacutes graduaccedilatildeo em

Engenharia de Produccedilatildeo UFSCAR 2009

PESSOA J D C Pesquisa de campo 2007 Pesquisador vinculado agrave

EMBRAPA Satildeo Carlos

ROSA L A B Comercializaccedilatildeo na Agroinduacutestria de pequeno porte a

experiecircncia de agricultores agroindustriais familiares do municiacutepio de Londrina

ndash PR Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Gestatildeo de Negoacutecios) Universidade Estadual de

Londrina Universidade Estadual de Maringaacute 2003

SAGRI Secretaria do Estado da Agricultura Seminaacuterio Setorizado do Accedilaiacute

discute problemas na produccedilatildeo Disponiacutevel emhttpwwwsagripagovbrq=node184

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orioundos de adoccedilatildeo tecnoloacutegica na cultura de accedilaiacute no estado do Paraacute

Amazocircnia Ci amp Desenv v 2 n 3 2006

SILVA M C N Competitividades das Agroinduacutestrias de polpa de frutas das

mesorregiotildees Metropolitana de Beleacutem e Nordeste Paraense (1996 a 2003)

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade da Amazocircnia 2006

SILVA M N A O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das

agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

Economia Rural) Centro de Ciecircncias Agraacuterias Universidade Federal do Cearaacute

2004

SOARES L C C COSTA F A Os limites do agroextrativismo no Baixo

Tocantins 2005

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A razatildeo para que as duas mesorregiotildees sejam detentoras de maior percentual de

induacutestrias eacute no caso das empresas que fazem mais de um tipo de produto a

proximidade do principal mercado consumidor Beleacutem do Paraacute que vem se habituando

a consumir algumas polpas de frutas amazocircnicas e outras frutas regionais e tropicais na

forma congelada adquiridas nas redes de supermercados sobretudo na entressafra No

caso das empresas uniproduto satildeo as vias de acesso facilitada atraveacutes da BR316 que

interliga as duas mesorregiotildees paraenses com o resto do Paiacutes e assim escoam a

produccedilatildeo da polpa congelada especialmente do accedilaiacute (Silva 2004)

A polpa congelada e mais recentemente a exportaccedilatildeo sob a forma desidratada

ou seja o poacute e sucos pasteurizados apresentam tendecircncias de crescimento e vem

influenciando os produtores do Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins mais precisamente

dos municiacutepios de Cametaacute Igarapeacute-Miri Abaetetuba e Barcarena que neste processo

representam os fornecedores da mateacuteria-prima para as empresas beneficiadoras do

produto que alcanccedilaram o mercado internacional consumidor( Andrade et al2008)

A regiatildeo eacute grande produtora e consumidora de accedilaiacute A cidade de Igarapeacute-Miri

conquistou o tiacutetulo de ldquoCapital Mundial do Accedilaiacuterdquo Ainda a produccedilatildeo desta regiatildeo eacute

reconhecida por ser de alta qualidade seja no rendimento na produccedilatildeo e no sabor da

fruta Os principais produtos ou grupo de produtos gerados pela atividade da fruticultura

no Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins no estado do Paraacute satildeo polpas de frutas como

cupuaccedilu maracujaacute taperebaacute abacaxi e accedilaiacute in natura sendo este uacuteltimo o de maior

importacircncia econocircmica e de maior quantidade de produccedilatildeo (Andrade et al 2008)

A produccedilatildeo dos principais municiacutepios em 2008 pode ser vista na Tabela 3

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Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico daProduccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008

MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)

MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)

2008 2008

TOTAL GERAL581290

IGARAPEacute-MIRI 153000 TAILAcircNDIA 1253

ABAETETUBA 131250 ITUPIRANGA 1200

CAMETAacute 40544 NOVA ESP DO PIRIAacute 1200

ACARAacute 39600 BAIAtildeO 1000

LIMOEIRO DO AJURU 35040 NOVO REPARTIMENTO 1000

BUJARU 30955 PORTO DE MOZ 1000

TOMEacute ACcedilU 24000 ALMEIRIM 720

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 21384 CASTANHAL 634

PONTA DE PEDRAS 14991 VIGIA 500

OEIRAS DO PARAacute 14000 SANTA MARIA DO PARAacute 480

MOJU 12185 BAGRE 420

BARCARENA 12000 ANAPU 390

TUCURUIacute 11500 IGARAPEacute-ACcedilU 300

SANTA ISABEL DO PARAacute 6200 MARACANAtilde 275

PORTEL 4800 ALTAMIRA 240

CURRALINHO 3000 CAPITAtildeO POCcedilO 187

GURUPAacute 2812 PACAJAacute 180

SANTO ANTOcircNIO DO TAUAacute 2500 PRAINHA 156IRITUIA 2340 S FRANCISCO DO PARA 120

BREU BRANCO 1800 NOVO PROGRESSO 100

CACHOEIRA DO ARARI 1540 VISEU 60

BREVES 1500 MEDICILAcircNDIA 50

S SEBASTIAtildeO DA BVISTA 1500 FARO 28

MUANAacute 1332 AUGUSTO CORREA 24

O arranjo produtivo de polpa de frutas paraense eacute heterogecircneo em tamanho com

predominacircncia de microempresas em tecnologia de modo que apenas oito empresaspossuem tecnologia de pasteurizaccedilatildeo na diversificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo de produto a

maioria das empresas processa apenas accedilaiacute e ainda no grau de inserccedilatildeo nos mercados

local nacional e internacional (Santana et al 2006)

O principal produto industrial eacute a polpa de accedilaiacute pasteurizada eou congelada Em

menor escala existem os blends que eacute o accedilaiacute misturado com guaranaacute banana morango

e etc accedilaiacute em poacute geleacuteia licor vinho neacutectar suco bombons sorvetes cafeacute etc

(Santana et al 2006)

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224 Dificuldades das agroinduacutestrias

Silva em seu trabalho O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das

agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute 2004 fez um levantamento das

dificuldades que as empresas enfrentam Os entrevistados principalmente das empresas

que soacute produzem a polpa de accedilaiacute afirmam que caso dispusessem de cacircmaras de

congelamento e armazenamento e pasteurizadores natildeo haveria necessidade de sair do

Estado do Paraacute no periacuteodo da entressafra (coincidente com o veratildeo do Sudeste e Sul do

Brasil e com o periacuteodo de feacuterias e carnaval quando haacute elevaccedilatildeo da demanda de polpa de

accedilaiacute) pois teriam produtos em estoque originando mais receitas empregos e tributos

em acircmbito estadual ainda seriam mais competitivas pois ldquovecircem o accedilaiacute do Paraacute como

imbatiacutevel no mercadordquo

Os entrevistados por Silva 2004 citaram tambeacutem suas necessidades de

qualificaccedilatildeo de matildeo-de-obra nas aacutereas de produccedilatildeo manipulaccedilatildeo de alimentos e

administrativa Outra dificuldade enfrentada pelas empresas de polpa de frutas do

Estado do Paraacute eacute a falta de uma interaccedilatildeo mais permanente com o sistema de creacutedito

pois do total de empresas entrevistadas 769 natildeo obtiveram creacutedito de curto prazo

(capital de giro) nos uacuteltimos cinco anos e 50 tambeacutem natildeo obtiveram creacutedito ou

financiamento de longo prazo (projeto incentivado creacutedito para investimento como a

compra de equipamentos e outros) ou seja natildeo acessaram recursos por um periacuteodo

maior do que trecircs anos

Andrade et al 2008 afirmam que os gargalos da produccedilatildeo de polpa de accedilaiacute estatildeo

relacionados ao desempenho na aacuterea da gestatildeo principalmente para a melhoria das

habilidades de negociaccedilatildeo e teacutecnicas de venda pois o processo de comercializaccedilatildeo

nestes municiacutepios ainda eacute bastante complexo sendo considerado como um dos

principais entraves junto agrave falta de recursos dos produtores Destacam-se tambeacutem as

dificuldades de infra-estrutura no transporte que inviabilizam em muito o intuito de seatingir um bom planejamento da produccedilatildeo

Limal et al 2008 tambeacutem ressalta problemas logiacutesticos poreacutem relacionados ao

do produtor de accedilaiacute para as induacutestrias Para os autores a logiacutestica eacute bastante deficitaacuteria

uma vez que a venda do produto depende em grande escala das embarcaccedilotildees que

fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos do frete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores

Tais fatores encarecem o custo do produto que recai sobre o consumidor

Segundo informaccedilotildees obtidas em pesquisa de campo o transporte fluvial eacuterealizado pelas embarcaccedilotildees dos proacuteprios ribeirinhos ndash aqueles que tiverem condiccedilotildees

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23 Logiacutestica

De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de

planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de

mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde

o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias

dos clientes (CSCMP2010)

A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do

transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto

procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)

Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees

praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de

entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se

concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da

rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees

possiacuteveis (Bowersox et al (2001)

Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes

questotildees

bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao

cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por

exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta

definiccedilatildeo

bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais

baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o

nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de

atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas

instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de

centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado

tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e

programaccedilatildeo de transportadores

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Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o

serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo

possiacutevel

Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por

uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a

montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal

de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto

passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele

condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a

partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais

estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos

Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer

deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela

movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para

suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da

produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o

mercado consumidor

A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs

aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a

distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas

referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais

e produtos (Costa 2002)

Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais

devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de

suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em

termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da

qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda

determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos

e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas

e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)

Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor

nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede

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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades

de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de

mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)

Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias

em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades

tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de

veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees

Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de

facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de

facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)

Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda

estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem

nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto

neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de

hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo

possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo

puramente extrativista

232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional

O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees

geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios

entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de

transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de

transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)

De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades

envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos

de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo

Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos

por quais facilidades para minimizar o custo total

Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa

Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote

e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura

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Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al

(2008) eacute utilizado no estudo

O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de

lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na

Figura 4

Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)

No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam

para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou

armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados

Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com

pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que

manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas

Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que

o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao

cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais

adequados

A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que

as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste

trabalho de conclusatildeo de curso

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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de

facilidades

O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de

diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes

espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui

manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e

estoque de produtos

Notaccedilotildees utilizadas no modelo

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW

LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k

isin LP

P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P

LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento

LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta

LP c e LP o satildeo definidos analogamente

Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada

capacidade do armazeacutem j no tempo t

capacidade da planta k no tempo t

Tem-se ainda

demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t

Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso

definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das

facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque

Para isin LW

o e isin T

custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T

Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo e fechamento

Para isin LW c

custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento

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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP

custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no

periacuteodo t

custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t

custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo

t+1

custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i

Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)

Para isin LW o e isin T

= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c

= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento

= 0 caso contraacuterio

eacute definido analogamente

Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j

no periacuteodo t

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k

no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i

periacuteodo t

estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t

Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda

≔ 1 991270 isin LW o

991270 isin

LW c

Funccedilatildeo Objetivo

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Min =

isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)

Sujeito a

+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)

isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)

leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)

+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)

le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)

isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)

isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)

0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)

isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)

A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que

os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e

que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de

produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1

(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de

produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave

parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t

enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute

existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo

As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de

plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o

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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver

pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento

A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e

(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo

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PampE

A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca

investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da

Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo

MEP e ITP

O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)

possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37

ou 38 induacutestrias

Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos

mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que

apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada

O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90

estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo

(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o

fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos

Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega

ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros

ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da

bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria

A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador

individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra

clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a

Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a

Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO

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40

ITS e ITT

Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento

bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola

Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo

incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para

fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que

comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)

que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)

produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute

Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual

proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada

Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos

de bebida agrave base de accedilaiacute

No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com

qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no

Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos

32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo

matemaacutetico

Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com

pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute

para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos

simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por

exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados

histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da

demanda

a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas

Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi

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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute

cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo

porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m

um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para

as cidades

Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se

como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a

Tabela 5

Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS

AacuteREA (ha)

DESTINADA A COLHEITA COLHIDA

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500

BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000

BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064

CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320

IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840

MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000

MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148

TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600

TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150

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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000

UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998

AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600

ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200

ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500

MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000

OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185

UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000

OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000

UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000

Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem

devido a falhas nas coletas dos dados

Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute

ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o

periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A

divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas

cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado

amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a

safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo

Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do

Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute

2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas

20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais

de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute

aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano

A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que

acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos

Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou

R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos

satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial

consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa

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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da

Tabela 7

Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007

Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007

Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de

accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os

coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando

tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a

produccedilatildeo inicia desde o 1o ano

Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146

Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848

Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788

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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico

plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute

existente

De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de

custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois

hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende

para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo

numa estimativa de seus gastos de transporte

Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo

utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa

Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela

9

Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167

Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109

c) Demanda dos Beneficiadores

Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade

maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente

pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da

capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de

chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena

de perda dos frutos

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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte

Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos

frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de

confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O

transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h

tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na

tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios

chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que

entregam para as empresas beneficiadoras locais

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio

transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista

ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a

12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200

Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$

050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo

compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma

de R$100 a $150 ao preccedilo

e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme

Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido

ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o

transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de

pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem

considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de

heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os

custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa

margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o

investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano

(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas

propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio

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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre

quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para

efeitos de expansatildeo

f) Manejo de accedilaizais nativos

O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo

uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia

Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano

o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute

positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute

maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de

produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo

g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores

De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a

localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados

individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em

uma tabela como a Tabela 10 abaixo

Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo

h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos

Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e

8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de

produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser

considerados os mesmos para cada tipo de produto

i) Demanda

O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores

para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas

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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009

AnoToneladas

Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo

2001 11784300 852700 39500

2002 13055900 1123100 113651

2003 16361500 2259700 273000

2004 17710200 2963600 504100

2005 20473000 4709800 565700

2006 24493100 5837900 668100

2007 24717300 6516200 923500

2008 27100000 7300000 1173500

2009 29800000 8020000 1250780

A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12

Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3

A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10

j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa

em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer

(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel

tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo

do cliente

O trajeto varia entre 80 e 240 km

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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores

Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas

Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas

Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo

desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o

Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das

maiores exportadoras a empresa DaFruta

33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute

Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia

representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)

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50

Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute

Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores

beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em

cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme

Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras

uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo

apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)

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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo

do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees

Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo

Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea

1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t

2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado

Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme

3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo

t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de

implantaccedilatildeo

4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe

5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele

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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes

6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo

que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia

7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a

capacidade de processamento

8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo

9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no

periacuteodo atual

10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida

O modelo matemaacutetico

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB

LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por

k isin LP

LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio

do planejamento

LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista

LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme

indexados por l isin LT

LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo

LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme

P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por

p isin P

Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm

capacidade limitada

Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea

capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em

quilogramas de fruto por hectare

aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP

Para

isin LP o e

isin T

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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo

custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare

Para isin LP c

custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare

O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque

consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita

custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo

t

Dados referentes aos cultivos em terra firme

capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado

em quilogramas de fruto por hectare

Para isin LT c

aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de

planejamento

Para isin LT o

nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme

no spot l

qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares

e qe =5 Tem-se que

Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20

hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para

evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear

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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j

Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)

Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no

periacuteodo t em kg

quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no

periacuteodo t em kg

produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg

accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg

accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t

accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t

produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t

estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t

Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas

Para isin LPo

= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo

= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io

Variaacuteveis auxiliares

= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no

periacuteodo t

A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma

dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

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Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico daProduccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008

MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)

MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)

2008 2008

TOTAL GERAL581290

IGARAPEacute-MIRI 153000 TAILAcircNDIA 1253

ABAETETUBA 131250 ITUPIRANGA 1200

CAMETAacute 40544 NOVA ESP DO PIRIAacute 1200

ACARAacute 39600 BAIAtildeO 1000

LIMOEIRO DO AJURU 35040 NOVO REPARTIMENTO 1000

BUJARU 30955 PORTO DE MOZ 1000

TOMEacute ACcedilU 24000 ALMEIRIM 720

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 21384 CASTANHAL 634

PONTA DE PEDRAS 14991 VIGIA 500

OEIRAS DO PARAacute 14000 SANTA MARIA DO PARAacute 480

MOJU 12185 BAGRE 420

BARCARENA 12000 ANAPU 390

TUCURUIacute 11500 IGARAPEacute-ACcedilU 300

SANTA ISABEL DO PARAacute 6200 MARACANAtilde 275

PORTEL 4800 ALTAMIRA 240

CURRALINHO 3000 CAPITAtildeO POCcedilO 187

GURUPAacute 2812 PACAJAacute 180

SANTO ANTOcircNIO DO TAUAacute 2500 PRAINHA 156IRITUIA 2340 S FRANCISCO DO PARA 120

BREU BRANCO 1800 NOVO PROGRESSO 100

CACHOEIRA DO ARARI 1540 VISEU 60

BREVES 1500 MEDICILAcircNDIA 50

S SEBASTIAtildeO DA BVISTA 1500 FARO 28

MUANAacute 1332 AUGUSTO CORREA 24

O arranjo produtivo de polpa de frutas paraense eacute heterogecircneo em tamanho com

predominacircncia de microempresas em tecnologia de modo que apenas oito empresaspossuem tecnologia de pasteurizaccedilatildeo na diversificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo de produto a

maioria das empresas processa apenas accedilaiacute e ainda no grau de inserccedilatildeo nos mercados

local nacional e internacional (Santana et al 2006)

O principal produto industrial eacute a polpa de accedilaiacute pasteurizada eou congelada Em

menor escala existem os blends que eacute o accedilaiacute misturado com guaranaacute banana morango

e etc accedilaiacute em poacute geleacuteia licor vinho neacutectar suco bombons sorvetes cafeacute etc

(Santana et al 2006)

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27

224 Dificuldades das agroinduacutestrias

Silva em seu trabalho O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das

agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute 2004 fez um levantamento das

dificuldades que as empresas enfrentam Os entrevistados principalmente das empresas

que soacute produzem a polpa de accedilaiacute afirmam que caso dispusessem de cacircmaras de

congelamento e armazenamento e pasteurizadores natildeo haveria necessidade de sair do

Estado do Paraacute no periacuteodo da entressafra (coincidente com o veratildeo do Sudeste e Sul do

Brasil e com o periacuteodo de feacuterias e carnaval quando haacute elevaccedilatildeo da demanda de polpa de

accedilaiacute) pois teriam produtos em estoque originando mais receitas empregos e tributos

em acircmbito estadual ainda seriam mais competitivas pois ldquovecircem o accedilaiacute do Paraacute como

imbatiacutevel no mercadordquo

Os entrevistados por Silva 2004 citaram tambeacutem suas necessidades de

qualificaccedilatildeo de matildeo-de-obra nas aacutereas de produccedilatildeo manipulaccedilatildeo de alimentos e

administrativa Outra dificuldade enfrentada pelas empresas de polpa de frutas do

Estado do Paraacute eacute a falta de uma interaccedilatildeo mais permanente com o sistema de creacutedito

pois do total de empresas entrevistadas 769 natildeo obtiveram creacutedito de curto prazo

(capital de giro) nos uacuteltimos cinco anos e 50 tambeacutem natildeo obtiveram creacutedito ou

financiamento de longo prazo (projeto incentivado creacutedito para investimento como a

compra de equipamentos e outros) ou seja natildeo acessaram recursos por um periacuteodo

maior do que trecircs anos

Andrade et al 2008 afirmam que os gargalos da produccedilatildeo de polpa de accedilaiacute estatildeo

relacionados ao desempenho na aacuterea da gestatildeo principalmente para a melhoria das

habilidades de negociaccedilatildeo e teacutecnicas de venda pois o processo de comercializaccedilatildeo

nestes municiacutepios ainda eacute bastante complexo sendo considerado como um dos

principais entraves junto agrave falta de recursos dos produtores Destacam-se tambeacutem as

dificuldades de infra-estrutura no transporte que inviabilizam em muito o intuito de seatingir um bom planejamento da produccedilatildeo

Limal et al 2008 tambeacutem ressalta problemas logiacutesticos poreacutem relacionados ao

do produtor de accedilaiacute para as induacutestrias Para os autores a logiacutestica eacute bastante deficitaacuteria

uma vez que a venda do produto depende em grande escala das embarcaccedilotildees que

fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos do frete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores

Tais fatores encarecem o custo do produto que recai sobre o consumidor

Segundo informaccedilotildees obtidas em pesquisa de campo o transporte fluvial eacuterealizado pelas embarcaccedilotildees dos proacuteprios ribeirinhos ndash aqueles que tiverem condiccedilotildees

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23 Logiacutestica

De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de

planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de

mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde

o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias

dos clientes (CSCMP2010)

A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do

transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto

procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)

Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees

praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de

entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se

concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da

rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees

possiacuteveis (Bowersox et al (2001)

Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes

questotildees

bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao

cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por

exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta

definiccedilatildeo

bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais

baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o

nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de

atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas

instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de

centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado

tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e

programaccedilatildeo de transportadores

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Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o

serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo

possiacutevel

Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por

uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a

montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal

de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto

passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele

condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a

partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais

estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos

Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer

deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela

movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para

suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da

produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o

mercado consumidor

A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs

aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a

distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas

referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais

e produtos (Costa 2002)

Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais

devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de

suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em

termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da

qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda

determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos

e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas

e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)

Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor

nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede

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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades

de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de

mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)

Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias

em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades

tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de

veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees

Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de

facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de

facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)

Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda

estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem

nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto

neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de

hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo

possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo

puramente extrativista

232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional

O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees

geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios

entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de

transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de

transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)

De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades

envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos

de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo

Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos

por quais facilidades para minimizar o custo total

Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa

Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote

e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura

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Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al

(2008) eacute utilizado no estudo

O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de

lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na

Figura 4

Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)

No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam

para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou

armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados

Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com

pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que

manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas

Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que

o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao

cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais

adequados

A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que

as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste

trabalho de conclusatildeo de curso

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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de

facilidades

O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de

diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes

espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui

manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e

estoque de produtos

Notaccedilotildees utilizadas no modelo

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW

LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k

isin LP

P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P

LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento

LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta

LP c e LP o satildeo definidos analogamente

Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada

capacidade do armazeacutem j no tempo t

capacidade da planta k no tempo t

Tem-se ainda

demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t

Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso

definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das

facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque

Para isin LW

o e isin T

custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T

Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo e fechamento

Para isin LW c

custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento

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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP

custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no

periacuteodo t

custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t

custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo

t+1

custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i

Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)

Para isin LW o e isin T

= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c

= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento

= 0 caso contraacuterio

eacute definido analogamente

Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j

no periacuteodo t

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k

no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i

periacuteodo t

estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t

Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda

≔ 1 991270 isin LW o

991270 isin

LW c

Funccedilatildeo Objetivo

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Min =

isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)

Sujeito a

+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)

isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)

leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)

+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)

le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)

isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)

isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)

0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)

isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)

A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que

os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e

que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de

produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1

(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de

produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave

parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t

enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute

existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo

As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de

plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o

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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver

pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento

A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e

(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo

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PampE

A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca

investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da

Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo

MEP e ITP

O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)

possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37

ou 38 induacutestrias

Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos

mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que

apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada

O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90

estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo

(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o

fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos

Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega

ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros

ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da

bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria

A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador

individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra

clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a

Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a

Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO

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ITS e ITT

Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento

bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola

Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo

incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para

fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que

comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)

que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)

produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute

Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual

proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada

Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos

de bebida agrave base de accedilaiacute

No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com

qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no

Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos

32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo

matemaacutetico

Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com

pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute

para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos

simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por

exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados

histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da

demanda

a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas

Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi

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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute

cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo

porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m

um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para

as cidades

Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se

como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a

Tabela 5

Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS

AacuteREA (ha)

DESTINADA A COLHEITA COLHIDA

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500

BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000

BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064

CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320

IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840

MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000

MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148

TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600

TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150

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42

Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000

UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998

AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600

ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200

ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500

MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000

OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185

UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000

OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000

UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000

Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem

devido a falhas nas coletas dos dados

Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute

ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o

periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A

divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas

cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado

amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a

safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo

Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do

Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute

2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas

20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais

de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute

aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano

A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que

acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos

Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou

R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos

satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial

consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa

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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da

Tabela 7

Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007

Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007

Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de

accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os

coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando

tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a

produccedilatildeo inicia desde o 1o ano

Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146

Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848

Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788

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45

Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico

plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute

existente

De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de

custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois

hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende

para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo

numa estimativa de seus gastos de transporte

Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo

utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa

Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela

9

Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167

Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109

c) Demanda dos Beneficiadores

Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade

maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente

pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da

capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de

chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena

de perda dos frutos

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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte

Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos

frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de

confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O

transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h

tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na

tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios

chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que

entregam para as empresas beneficiadoras locais

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio

transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista

ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a

12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200

Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$

050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo

compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma

de R$100 a $150 ao preccedilo

e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme

Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido

ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o

transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de

pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem

considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de

heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os

custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa

margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o

investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano

(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas

propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio

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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre

quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para

efeitos de expansatildeo

f) Manejo de accedilaizais nativos

O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo

uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia

Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano

o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute

positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute

maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de

produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo

g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores

De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a

localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados

individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em

uma tabela como a Tabela 10 abaixo

Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo

h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos

Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e

8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de

produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser

considerados os mesmos para cada tipo de produto

i) Demanda

O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores

para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas

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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009

AnoToneladas

Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo

2001 11784300 852700 39500

2002 13055900 1123100 113651

2003 16361500 2259700 273000

2004 17710200 2963600 504100

2005 20473000 4709800 565700

2006 24493100 5837900 668100

2007 24717300 6516200 923500

2008 27100000 7300000 1173500

2009 29800000 8020000 1250780

A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12

Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3

A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10

j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa

em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer

(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel

tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo

do cliente

O trajeto varia entre 80 e 240 km

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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores

Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas

Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas

Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo

desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o

Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das

maiores exportadoras a empresa DaFruta

33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute

Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia

representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)

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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute

Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores

beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em

cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme

Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras

uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo

apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)

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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo

do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees

Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo

Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea

1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t

2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado

Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme

3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo

t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de

implantaccedilatildeo

4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe

5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele

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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes

6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo

que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia

7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a

capacidade de processamento

8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo

9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no

periacuteodo atual

10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida

O modelo matemaacutetico

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB

LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por

k isin LP

LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio

do planejamento

LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista

LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme

indexados por l isin LT

LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo

LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme

P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por

p isin P

Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm

capacidade limitada

Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea

capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em

quilogramas de fruto por hectare

aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP

Para

isin LP o e

isin T

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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo

custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare

Para isin LP c

custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare

O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque

consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita

custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo

t

Dados referentes aos cultivos em terra firme

capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado

em quilogramas de fruto por hectare

Para isin LT c

aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de

planejamento

Para isin LT o

nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme

no spot l

qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares

e qe =5 Tem-se que

Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20

hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para

evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear

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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j

Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)

Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no

periacuteodo t em kg

quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no

periacuteodo t em kg

produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg

accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg

accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t

accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t

produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t

estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t

Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas

Para isin LPo

= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo

= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io

Variaacuteveis auxiliares

= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no

periacuteodo t

A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma

dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

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27

224 Dificuldades das agroinduacutestrias

Silva em seu trabalho O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das

agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute 2004 fez um levantamento das

dificuldades que as empresas enfrentam Os entrevistados principalmente das empresas

que soacute produzem a polpa de accedilaiacute afirmam que caso dispusessem de cacircmaras de

congelamento e armazenamento e pasteurizadores natildeo haveria necessidade de sair do

Estado do Paraacute no periacuteodo da entressafra (coincidente com o veratildeo do Sudeste e Sul do

Brasil e com o periacuteodo de feacuterias e carnaval quando haacute elevaccedilatildeo da demanda de polpa de

accedilaiacute) pois teriam produtos em estoque originando mais receitas empregos e tributos

em acircmbito estadual ainda seriam mais competitivas pois ldquovecircem o accedilaiacute do Paraacute como

imbatiacutevel no mercadordquo

Os entrevistados por Silva 2004 citaram tambeacutem suas necessidades de

qualificaccedilatildeo de matildeo-de-obra nas aacutereas de produccedilatildeo manipulaccedilatildeo de alimentos e

administrativa Outra dificuldade enfrentada pelas empresas de polpa de frutas do

Estado do Paraacute eacute a falta de uma interaccedilatildeo mais permanente com o sistema de creacutedito

pois do total de empresas entrevistadas 769 natildeo obtiveram creacutedito de curto prazo

(capital de giro) nos uacuteltimos cinco anos e 50 tambeacutem natildeo obtiveram creacutedito ou

financiamento de longo prazo (projeto incentivado creacutedito para investimento como a

compra de equipamentos e outros) ou seja natildeo acessaram recursos por um periacuteodo

maior do que trecircs anos

Andrade et al 2008 afirmam que os gargalos da produccedilatildeo de polpa de accedilaiacute estatildeo

relacionados ao desempenho na aacuterea da gestatildeo principalmente para a melhoria das

habilidades de negociaccedilatildeo e teacutecnicas de venda pois o processo de comercializaccedilatildeo

nestes municiacutepios ainda eacute bastante complexo sendo considerado como um dos

principais entraves junto agrave falta de recursos dos produtores Destacam-se tambeacutem as

dificuldades de infra-estrutura no transporte que inviabilizam em muito o intuito de seatingir um bom planejamento da produccedilatildeo

Limal et al 2008 tambeacutem ressalta problemas logiacutesticos poreacutem relacionados ao

do produtor de accedilaiacute para as induacutestrias Para os autores a logiacutestica eacute bastante deficitaacuteria

uma vez que a venda do produto depende em grande escala das embarcaccedilotildees que

fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos do frete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores

Tais fatores encarecem o custo do produto que recai sobre o consumidor

Segundo informaccedilotildees obtidas em pesquisa de campo o transporte fluvial eacuterealizado pelas embarcaccedilotildees dos proacuteprios ribeirinhos ndash aqueles que tiverem condiccedilotildees

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23 Logiacutestica

De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de

planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de

mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde

o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias

dos clientes (CSCMP2010)

A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do

transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto

procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)

Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees

praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de

entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se

concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da

rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees

possiacuteveis (Bowersox et al (2001)

Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes

questotildees

bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao

cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por

exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta

definiccedilatildeo

bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais

baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o

nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de

atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas

instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de

centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado

tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e

programaccedilatildeo de transportadores

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30

Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o

serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo

possiacutevel

Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por

uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a

montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal

de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto

passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele

condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a

partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais

estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos

Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer

deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela

movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para

suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da

produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o

mercado consumidor

A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs

aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a

distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas

referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais

e produtos (Costa 2002)

Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais

devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de

suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em

termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da

qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda

determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos

e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas

e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)

Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor

nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede

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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades

de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de

mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)

Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias

em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades

tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de

veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees

Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de

facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de

facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)

Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda

estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem

nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto

neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de

hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo

possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo

puramente extrativista

232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional

O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees

geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios

entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de

transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de

transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)

De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades

envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos

de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo

Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos

por quais facilidades para minimizar o custo total

Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa

Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote

e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura

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Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al

(2008) eacute utilizado no estudo

O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de

lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na

Figura 4

Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)

No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam

para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou

armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados

Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com

pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que

manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas

Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que

o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao

cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais

adequados

A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que

as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste

trabalho de conclusatildeo de curso

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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de

facilidades

O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de

diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes

espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui

manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e

estoque de produtos

Notaccedilotildees utilizadas no modelo

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW

LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k

isin LP

P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P

LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento

LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta

LP c e LP o satildeo definidos analogamente

Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada

capacidade do armazeacutem j no tempo t

capacidade da planta k no tempo t

Tem-se ainda

demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t

Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso

definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das

facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque

Para isin LW

o e isin T

custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T

Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo e fechamento

Para isin LW c

custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento

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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP

custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no

periacuteodo t

custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t

custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo

t+1

custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i

Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)

Para isin LW o e isin T

= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c

= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento

= 0 caso contraacuterio

eacute definido analogamente

Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j

no periacuteodo t

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k

no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i

periacuteodo t

estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t

Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda

≔ 1 991270 isin LW o

991270 isin

LW c

Funccedilatildeo Objetivo

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Min =

isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)

Sujeito a

+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)

isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)

leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)

+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)

le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)

isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)

isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)

0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)

isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)

A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que

os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e

que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de

produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1

(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de

produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave

parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t

enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute

existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo

As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de

plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o

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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver

pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento

A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e

(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo

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PampE

A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca

investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da

Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo

MEP e ITP

O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)

possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37

ou 38 induacutestrias

Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos

mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que

apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada

O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90

estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo

(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o

fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos

Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega

ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros

ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da

bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria

A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador

individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra

clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a

Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a

Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO

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ITS e ITT

Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento

bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola

Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo

incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para

fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que

comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)

que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)

produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute

Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual

proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada

Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos

de bebida agrave base de accedilaiacute

No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com

qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no

Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos

32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo

matemaacutetico

Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com

pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute

para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos

simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por

exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados

histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da

demanda

a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas

Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi

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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute

cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo

porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m

um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para

as cidades

Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se

como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a

Tabela 5

Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS

AacuteREA (ha)

DESTINADA A COLHEITA COLHIDA

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500

BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000

BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064

CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320

IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840

MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000

MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148

TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600

TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150

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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000

UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998

AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600

ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200

ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500

MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000

OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185

UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000

OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000

UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000

Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem

devido a falhas nas coletas dos dados

Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute

ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o

periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A

divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas

cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado

amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a

safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo

Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do

Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute

2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas

20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais

de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute

aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano

A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que

acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos

Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou

R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos

satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial

consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa

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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da

Tabela 7

Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007

Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007

Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de

accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os

coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando

tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a

produccedilatildeo inicia desde o 1o ano

Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146

Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848

Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788

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45

Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico

plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute

existente

De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de

custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois

hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende

para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo

numa estimativa de seus gastos de transporte

Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo

utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa

Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela

9

Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167

Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109

c) Demanda dos Beneficiadores

Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade

maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente

pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da

capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de

chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena

de perda dos frutos

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46

d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte

Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos

frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de

confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O

transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h

tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na

tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios

chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que

entregam para as empresas beneficiadoras locais

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio

transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista

ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a

12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200

Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$

050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo

compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma

de R$100 a $150 ao preccedilo

e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme

Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido

ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o

transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de

pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem

considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de

heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os

custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa

margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o

investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano

(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas

propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio

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47

Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre

quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para

efeitos de expansatildeo

f) Manejo de accedilaizais nativos

O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo

uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia

Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano

o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute

positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute

maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de

produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo

g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores

De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a

localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados

individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em

uma tabela como a Tabela 10 abaixo

Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo

h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos

Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e

8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de

produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser

considerados os mesmos para cada tipo de produto

i) Demanda

O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores

para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas

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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009

AnoToneladas

Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo

2001 11784300 852700 39500

2002 13055900 1123100 113651

2003 16361500 2259700 273000

2004 17710200 2963600 504100

2005 20473000 4709800 565700

2006 24493100 5837900 668100

2007 24717300 6516200 923500

2008 27100000 7300000 1173500

2009 29800000 8020000 1250780

A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12

Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3

A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10

j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa

em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer

(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel

tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo

do cliente

O trajeto varia entre 80 e 240 km

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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores

Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas

Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas

Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo

desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o

Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das

maiores exportadoras a empresa DaFruta

33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute

Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia

representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)

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50

Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute

Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores

beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em

cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme

Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras

uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo

apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)

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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo

do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees

Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo

Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea

1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t

2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado

Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme

3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo

t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de

implantaccedilatildeo

4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe

5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele

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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes

6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo

que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia

7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a

capacidade de processamento

8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo

9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no

periacuteodo atual

10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida

O modelo matemaacutetico

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB

LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por

k isin LP

LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio

do planejamento

LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista

LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme

indexados por l isin LT

LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo

LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme

P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por

p isin P

Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm

capacidade limitada

Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea

capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em

quilogramas de fruto por hectare

aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP

Para

isin LP o e

isin T

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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo

custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare

Para isin LP c

custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare

O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque

consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita

custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo

t

Dados referentes aos cultivos em terra firme

capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado

em quilogramas de fruto por hectare

Para isin LT c

aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de

planejamento

Para isin LT o

nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme

no spot l

qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares

e qe =5 Tem-se que

Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20

hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para

evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear

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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j

Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)

Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no

periacuteodo t em kg

quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no

periacuteodo t em kg

produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg

accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg

accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t

accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t

produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t

estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t

Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas

Para isin LPo

= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo

= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io

Variaacuteveis auxiliares

= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no

periacuteodo t

A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma

dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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60

Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

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23 Logiacutestica

De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de

planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de

mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde

o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias

dos clientes (CSCMP2010)

A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do

transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto

procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)

Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees

praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de

entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se

concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da

rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees

possiacuteveis (Bowersox et al (2001)

Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes

questotildees

bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao

cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por

exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta

definiccedilatildeo

bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais

baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o

nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de

atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas

instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de

centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado

tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e

programaccedilatildeo de transportadores

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Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o

serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo

possiacutevel

Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por

uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a

montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal

de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto

passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele

condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a

partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais

estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos

Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer

deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela

movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para

suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da

produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o

mercado consumidor

A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs

aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a

distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas

referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais

e produtos (Costa 2002)

Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais

devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de

suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em

termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da

qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda

determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos

e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas

e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)

Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor

nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede

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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades

de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de

mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)

Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias

em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades

tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de

veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees

Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de

facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de

facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)

Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda

estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem

nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto

neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de

hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo

possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo

puramente extrativista

232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional

O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees

geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios

entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de

transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de

transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)

De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades

envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos

de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo

Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos

por quais facilidades para minimizar o custo total

Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa

Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote

e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura

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Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al

(2008) eacute utilizado no estudo

O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de

lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na

Figura 4

Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)

No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam

para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou

armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados

Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com

pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que

manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas

Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que

o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao

cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais

adequados

A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que

as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste

trabalho de conclusatildeo de curso

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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de

facilidades

O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de

diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes

espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui

manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e

estoque de produtos

Notaccedilotildees utilizadas no modelo

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW

LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k

isin LP

P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P

LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento

LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta

LP c e LP o satildeo definidos analogamente

Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada

capacidade do armazeacutem j no tempo t

capacidade da planta k no tempo t

Tem-se ainda

demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t

Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso

definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das

facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque

Para isin LW

o e isin T

custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T

Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo e fechamento

Para isin LW c

custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento

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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP

custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no

periacuteodo t

custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t

custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo

t+1

custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i

Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)

Para isin LW o e isin T

= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c

= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento

= 0 caso contraacuterio

eacute definido analogamente

Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j

no periacuteodo t

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k

no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i

periacuteodo t

estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t

Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda

≔ 1 991270 isin LW o

991270 isin

LW c

Funccedilatildeo Objetivo

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Min =

isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)

Sujeito a

+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)

isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)

leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)

+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)

le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)

isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)

isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)

0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)

isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)

A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que

os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e

que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de

produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1

(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de

produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave

parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t

enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute

existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo

As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de

plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o

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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver

pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento

A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e

(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo

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PampE

A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca

investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da

Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo

MEP e ITP

O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)

possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37

ou 38 induacutestrias

Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos

mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que

apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada

O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90

estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo

(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o

fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos

Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega

ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros

ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da

bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria

A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador

individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra

clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a

Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a

Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO

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40

ITS e ITT

Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento

bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola

Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo

incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para

fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que

comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)

que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)

produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute

Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual

proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada

Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos

de bebida agrave base de accedilaiacute

No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com

qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no

Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos

32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo

matemaacutetico

Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com

pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute

para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos

simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por

exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados

histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da

demanda

a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas

Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi

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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute

cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo

porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m

um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para

as cidades

Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se

como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a

Tabela 5

Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS

AacuteREA (ha)

DESTINADA A COLHEITA COLHIDA

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500

BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000

BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064

CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320

IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840

MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000

MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148

TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600

TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150

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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000

UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998

AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600

ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200

ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500

MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000

OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185

UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000

OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000

UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000

Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem

devido a falhas nas coletas dos dados

Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute

ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o

periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A

divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas

cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado

amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a

safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo

Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do

Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute

2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas

20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais

de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute

aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano

A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que

acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos

Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou

R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos

satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial

consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa

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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da

Tabela 7

Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007

Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007

Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de

accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os

coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando

tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a

produccedilatildeo inicia desde o 1o ano

Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146

Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848

Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788

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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico

plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute

existente

De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de

custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois

hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende

para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo

numa estimativa de seus gastos de transporte

Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo

utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa

Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela

9

Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167

Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109

c) Demanda dos Beneficiadores

Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade

maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente

pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da

capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de

chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena

de perda dos frutos

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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte

Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos

frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de

confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O

transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h

tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na

tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios

chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que

entregam para as empresas beneficiadoras locais

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio

transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista

ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a

12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200

Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$

050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo

compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma

de R$100 a $150 ao preccedilo

e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme

Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido

ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o

transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de

pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem

considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de

heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os

custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa

margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o

investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano

(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas

propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio

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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre

quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para

efeitos de expansatildeo

f) Manejo de accedilaizais nativos

O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo

uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia

Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano

o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute

positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute

maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de

produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo

g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores

De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a

localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados

individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em

uma tabela como a Tabela 10 abaixo

Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo

h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos

Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e

8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de

produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser

considerados os mesmos para cada tipo de produto

i) Demanda

O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores

para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas

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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009

AnoToneladas

Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo

2001 11784300 852700 39500

2002 13055900 1123100 113651

2003 16361500 2259700 273000

2004 17710200 2963600 504100

2005 20473000 4709800 565700

2006 24493100 5837900 668100

2007 24717300 6516200 923500

2008 27100000 7300000 1173500

2009 29800000 8020000 1250780

A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12

Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3

A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10

j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa

em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer

(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel

tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo

do cliente

O trajeto varia entre 80 e 240 km

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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores

Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas

Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas

Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo

desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o

Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das

maiores exportadoras a empresa DaFruta

33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute

Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia

representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)

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50

Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute

Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores

beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em

cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme

Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras

uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo

apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)

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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo

do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees

Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo

Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea

1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t

2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado

Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme

3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo

t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de

implantaccedilatildeo

4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe

5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele

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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes

6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo

que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia

7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a

capacidade de processamento

8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo

9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no

periacuteodo atual

10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida

O modelo matemaacutetico

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB

LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por

k isin LP

LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio

do planejamento

LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista

LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme

indexados por l isin LT

LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo

LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme

P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por

p isin P

Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm

capacidade limitada

Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea

capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em

quilogramas de fruto por hectare

aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP

Para

isin LP o e

isin T

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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo

custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare

Para isin LP c

custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare

O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque

consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita

custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo

t

Dados referentes aos cultivos em terra firme

capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado

em quilogramas de fruto por hectare

Para isin LT c

aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de

planejamento

Para isin LT o

nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme

no spot l

qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares

e qe =5 Tem-se que

Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20

hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para

evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear

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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j

Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)

Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no

periacuteodo t em kg

quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no

periacuteodo t em kg

produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg

accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg

accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t

accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t

produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t

estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t

Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas

Para isin LPo

= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo

= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io

Variaacuteveis auxiliares

= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no

periacuteodo t

A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma

dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

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29

23 Logiacutestica

De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de

planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de

mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde

o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias

dos clientes (CSCMP2010)

A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do

transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto

procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)

Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees

praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de

entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se

concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da

rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees

possiacuteveis (Bowersox et al (2001)

Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes

questotildees

bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao

cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por

exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta

definiccedilatildeo

bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais

baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o

nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de

atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas

instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de

centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees

bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado

tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e

programaccedilatildeo de transportadores

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30

Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o

serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo

possiacutevel

Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por

uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a

montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal

de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto

passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele

condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a

partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais

estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos

Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer

deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela

movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para

suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da

produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o

mercado consumidor

A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs

aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a

distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas

referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais

e produtos (Costa 2002)

Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais

devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de

suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em

termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da

qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda

determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos

e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas

e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)

Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor

nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede

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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades

de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de

mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)

Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias

em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades

tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de

veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees

Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de

facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de

facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)

Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda

estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem

nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto

neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de

hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo

possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo

puramente extrativista

232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional

O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees

geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios

entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de

transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de

transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)

De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades

envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos

de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo

Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos

por quais facilidades para minimizar o custo total

Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa

Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote

e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura

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33

Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al

(2008) eacute utilizado no estudo

O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de

lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na

Figura 4

Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)

No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam

para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou

armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados

Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com

pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que

manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas

Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que

o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao

cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais

adequados

A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que

as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste

trabalho de conclusatildeo de curso

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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de

facilidades

O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de

diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes

espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui

manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e

estoque de produtos

Notaccedilotildees utilizadas no modelo

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW

LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k

isin LP

P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P

LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento

LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta

LP c e LP o satildeo definidos analogamente

Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada

capacidade do armazeacutem j no tempo t

capacidade da planta k no tempo t

Tem-se ainda

demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t

Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso

definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das

facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque

Para isin LW

o e isin T

custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T

Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo e fechamento

Para isin LW c

custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento

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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP

custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no

periacuteodo t

custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t

custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo

t+1

custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i

Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)

Para isin LW o e isin T

= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c

= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento

= 0 caso contraacuterio

eacute definido analogamente

Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j

no periacuteodo t

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k

no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i

periacuteodo t

estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t

Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda

≔ 1 991270 isin LW o

991270 isin

LW c

Funccedilatildeo Objetivo

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Min =

isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)

Sujeito a

+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)

isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)

leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)

+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)

le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)

isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)

isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)

0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)

isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)

A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que

os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e

que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de

produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1

(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de

produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave

parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t

enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute

existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo

As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de

plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o

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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver

pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento

A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e

(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo

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PampE

A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca

investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da

Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo

MEP e ITP

O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)

possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37

ou 38 induacutestrias

Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos

mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que

apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada

O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90

estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo

(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o

fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos

Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega

ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros

ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da

bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria

A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador

individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra

clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a

Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a

Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO

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ITS e ITT

Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento

bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola

Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo

incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para

fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que

comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)

que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)

produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute

Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual

proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada

Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos

de bebida agrave base de accedilaiacute

No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com

qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no

Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos

32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo

matemaacutetico

Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com

pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute

para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos

simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por

exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados

histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da

demanda

a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas

Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi

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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute

cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo

porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m

um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para

as cidades

Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se

como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a

Tabela 5

Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS

AacuteREA (ha)

DESTINADA A COLHEITA COLHIDA

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500

BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000

BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064

CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320

IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840

MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000

MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148

TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600

TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150

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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000

UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998

AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600

ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200

ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500

MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000

OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185

UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000

OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000

UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000

Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem

devido a falhas nas coletas dos dados

Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute

ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o

periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A

divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas

cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado

amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a

safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo

Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do

Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute

2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas

20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais

de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute

aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano

A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que

acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos

Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou

R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos

satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial

consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa

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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da

Tabela 7

Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007

Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007

Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de

accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os

coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando

tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a

produccedilatildeo inicia desde o 1o ano

Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146

Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848

Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788

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45

Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico

plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute

existente

De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de

custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois

hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende

para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo

numa estimativa de seus gastos de transporte

Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo

utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa

Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela

9

Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167

Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109

c) Demanda dos Beneficiadores

Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade

maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente

pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da

capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de

chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena

de perda dos frutos

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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte

Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos

frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de

confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O

transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h

tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na

tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios

chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que

entregam para as empresas beneficiadoras locais

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio

transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista

ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a

12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200

Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$

050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo

compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma

de R$100 a $150 ao preccedilo

e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme

Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido

ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o

transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de

pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem

considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de

heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os

custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa

margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o

investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano

(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas

propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio

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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre

quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para

efeitos de expansatildeo

f) Manejo de accedilaizais nativos

O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo

uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia

Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano

o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute

positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute

maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de

produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo

g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores

De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a

localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados

individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em

uma tabela como a Tabela 10 abaixo

Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo

h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos

Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e

8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de

produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser

considerados os mesmos para cada tipo de produto

i) Demanda

O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores

para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas

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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009

AnoToneladas

Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo

2001 11784300 852700 39500

2002 13055900 1123100 113651

2003 16361500 2259700 273000

2004 17710200 2963600 504100

2005 20473000 4709800 565700

2006 24493100 5837900 668100

2007 24717300 6516200 923500

2008 27100000 7300000 1173500

2009 29800000 8020000 1250780

A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12

Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3

A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10

j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa

em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer

(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel

tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo

do cliente

O trajeto varia entre 80 e 240 km

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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores

Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas

Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas

Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo

desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o

Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das

maiores exportadoras a empresa DaFruta

33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute

Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia

representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)

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50

Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute

Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores

beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em

cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme

Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras

uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo

apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)

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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo

do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees

Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo

Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea

1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t

2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado

Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme

3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo

t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de

implantaccedilatildeo

4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe

5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele

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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes

6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo

que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia

7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a

capacidade de processamento

8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo

9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no

periacuteodo atual

10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida

O modelo matemaacutetico

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB

LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por

k isin LP

LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio

do planejamento

LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista

LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme

indexados por l isin LT

LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo

LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme

P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por

p isin P

Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm

capacidade limitada

Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea

capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em

quilogramas de fruto por hectare

aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP

Para

isin LP o e

isin T

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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo

custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare

Para isin LP c

custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare

O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque

consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita

custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo

t

Dados referentes aos cultivos em terra firme

capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado

em quilogramas de fruto por hectare

Para isin LT c

aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de

planejamento

Para isin LT o

nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme

no spot l

qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares

e qe =5 Tem-se que

Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20

hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para

evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear

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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j

Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)

Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no

periacuteodo t em kg

quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no

periacuteodo t em kg

produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg

accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg

accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t

accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t

produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t

estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t

Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas

Para isin LPo

= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo

= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io

Variaacuteveis auxiliares

= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no

periacuteodo t

A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma

dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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59

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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60

Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

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30

Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o

serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo

possiacutevel

Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por

uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a

montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal

de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto

passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele

condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a

partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais

estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos

Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer

deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela

movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para

suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da

produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o

mercado consumidor

A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs

aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a

distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas

referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais

e produtos (Costa 2002)

Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais

devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de

suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em

termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da

qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda

determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos

e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas

e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)

Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor

nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede

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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades

de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de

mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)

Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias

em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades

tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de

veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees

Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de

facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de

facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)

Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda

estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem

nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto

neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de

hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo

possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo

puramente extrativista

232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional

O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees

geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios

entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de

transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de

transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)

De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades

envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos

de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo

Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos

por quais facilidades para minimizar o custo total

Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa

Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote

e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura

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33

Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al

(2008) eacute utilizado no estudo

O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de

lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na

Figura 4

Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)

No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam

para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou

armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados

Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com

pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que

manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas

Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que

o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao

cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais

adequados

A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que

as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste

trabalho de conclusatildeo de curso

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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de

facilidades

O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de

diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes

espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui

manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e

estoque de produtos

Notaccedilotildees utilizadas no modelo

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW

LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k

isin LP

P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P

LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento

LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta

LP c e LP o satildeo definidos analogamente

Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada

capacidade do armazeacutem j no tempo t

capacidade da planta k no tempo t

Tem-se ainda

demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t

Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso

definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das

facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque

Para isin LW

o e isin T

custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T

Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo e fechamento

Para isin LW c

custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento

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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP

custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no

periacuteodo t

custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t

custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo

t+1

custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i

Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)

Para isin LW o e isin T

= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c

= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento

= 0 caso contraacuterio

eacute definido analogamente

Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j

no periacuteodo t

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k

no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i

periacuteodo t

estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t

Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda

≔ 1 991270 isin LW o

991270 isin

LW c

Funccedilatildeo Objetivo

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Min =

isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)

Sujeito a

+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)

isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)

leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)

+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)

le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)

isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)

isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)

0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)

isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)

A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que

os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e

que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de

produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1

(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de

produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave

parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t

enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute

existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo

As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de

plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o

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37

caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver

pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento

A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e

(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo

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PampE

A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca

investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da

Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo

MEP e ITP

O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)

possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37

ou 38 induacutestrias

Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos

mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que

apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada

O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90

estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo

(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o

fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos

Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega

ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros

ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da

bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria

A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador

individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra

clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a

Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a

Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO

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40

ITS e ITT

Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento

bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola

Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo

incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para

fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que

comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)

que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)

produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute

Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual

proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada

Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos

de bebida agrave base de accedilaiacute

No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com

qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no

Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos

32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo

matemaacutetico

Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com

pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute

para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos

simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por

exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados

histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da

demanda

a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas

Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi

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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute

cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo

porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m

um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para

as cidades

Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se

como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a

Tabela 5

Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS

AacuteREA (ha)

DESTINADA A COLHEITA COLHIDA

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500

BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000

BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064

CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320

IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840

MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000

MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148

TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600

TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150

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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000

UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998

AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600

ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200

ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500

MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000

OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185

UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000

OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000

UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000

Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem

devido a falhas nas coletas dos dados

Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute

ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o

periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A

divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas

cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado

amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a

safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo

Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do

Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute

2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas

20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais

de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute

aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano

A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que

acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos

Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou

R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos

satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial

consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa

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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da

Tabela 7

Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007

Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007

Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de

accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os

coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando

tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a

produccedilatildeo inicia desde o 1o ano

Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146

Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848

Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788

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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico

plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute

existente

De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de

custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois

hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende

para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo

numa estimativa de seus gastos de transporte

Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo

utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa

Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela

9

Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167

Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109

c) Demanda dos Beneficiadores

Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade

maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente

pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da

capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de

chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena

de perda dos frutos

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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte

Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos

frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de

confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O

transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h

tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na

tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios

chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que

entregam para as empresas beneficiadoras locais

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio

transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista

ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a

12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200

Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$

050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo

compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma

de R$100 a $150 ao preccedilo

e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme

Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido

ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o

transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de

pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem

considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de

heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os

custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa

margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o

investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano

(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas

propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio

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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre

quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para

efeitos de expansatildeo

f) Manejo de accedilaizais nativos

O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo

uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia

Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano

o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute

positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute

maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de

produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo

g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores

De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a

localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados

individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em

uma tabela como a Tabela 10 abaixo

Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo

h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos

Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e

8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de

produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser

considerados os mesmos para cada tipo de produto

i) Demanda

O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores

para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas

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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009

AnoToneladas

Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo

2001 11784300 852700 39500

2002 13055900 1123100 113651

2003 16361500 2259700 273000

2004 17710200 2963600 504100

2005 20473000 4709800 565700

2006 24493100 5837900 668100

2007 24717300 6516200 923500

2008 27100000 7300000 1173500

2009 29800000 8020000 1250780

A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12

Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3

A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10

j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa

em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer

(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel

tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo

do cliente

O trajeto varia entre 80 e 240 km

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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores

Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas

Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas

Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo

desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o

Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das

maiores exportadoras a empresa DaFruta

33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute

Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia

representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)

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50

Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute

Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores

beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em

cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme

Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras

uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo

apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)

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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo

do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees

Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo

Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea

1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t

2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado

Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme

3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo

t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de

implantaccedilatildeo

4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe

5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele

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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes

6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo

que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia

7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a

capacidade de processamento

8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo

9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no

periacuteodo atual

10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida

O modelo matemaacutetico

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB

LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por

k isin LP

LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio

do planejamento

LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista

LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme

indexados por l isin LT

LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo

LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme

P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por

p isin P

Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm

capacidade limitada

Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea

capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em

quilogramas de fruto por hectare

aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP

Para

isin LP o e

isin T

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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo

custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare

Para isin LP c

custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare

O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque

consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita

custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo

t

Dados referentes aos cultivos em terra firme

capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado

em quilogramas de fruto por hectare

Para isin LT c

aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de

planejamento

Para isin LT o

nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme

no spot l

qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares

e qe =5 Tem-se que

Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20

hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para

evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear

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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j

Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)

Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no

periacuteodo t em kg

quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no

periacuteodo t em kg

produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg

accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg

accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t

accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t

produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t

estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t

Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas

Para isin LPo

= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo

= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io

Variaacuteveis auxiliares

= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no

periacuteodo t

A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma

dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

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32

exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades

de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de

mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)

Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias

em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades

tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de

veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees

Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de

facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de

facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)

Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda

estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem

nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto

neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de

hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo

possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo

puramente extrativista

232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional

O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees

geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios

entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de

transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de

transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)

De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades

envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos

de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo

Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos

por quais facilidades para minimizar o custo total

Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa

Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote

e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura

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33

Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al

(2008) eacute utilizado no estudo

O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de

lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na

Figura 4

Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)

No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam

para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou

armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados

Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com

pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que

manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas

Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que

o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao

cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais

adequados

A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que

as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste

trabalho de conclusatildeo de curso

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34

24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de

facilidades

O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de

diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes

espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui

manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e

estoque de produtos

Notaccedilotildees utilizadas no modelo

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW

LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k

isin LP

P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P

LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento

LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta

LP c e LP o satildeo definidos analogamente

Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada

capacidade do armazeacutem j no tempo t

capacidade da planta k no tempo t

Tem-se ainda

demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t

Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso

definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das

facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque

Para isin LW

o e isin T

custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T

Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo e fechamento

Para isin LW c

custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento

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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP

custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no

periacuteodo t

custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t

custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo

t+1

custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i

Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)

Para isin LW o e isin T

= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c

= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento

= 0 caso contraacuterio

eacute definido analogamente

Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j

no periacuteodo t

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k

no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i

periacuteodo t

estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t

Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda

≔ 1 991270 isin LW o

991270 isin

LW c

Funccedilatildeo Objetivo

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36

Min =

isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)

Sujeito a

+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)

isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)

leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)

+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)

le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)

isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)

isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)

0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)

isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)

A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que

os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e

que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de

produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1

(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de

produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave

parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t

enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute

existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo

As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de

plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o

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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver

pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento

A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e

(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo

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PampE

A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca

investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da

Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo

MEP e ITP

O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)

possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37

ou 38 induacutestrias

Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos

mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que

apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada

O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90

estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo

(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o

fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos

Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega

ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros

ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da

bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria

A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador

individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra

clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a

Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a

Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO

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ITS e ITT

Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento

bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola

Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo

incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para

fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que

comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)

que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)

produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute

Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual

proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada

Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos

de bebida agrave base de accedilaiacute

No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com

qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no

Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos

32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo

matemaacutetico

Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com

pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute

para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos

simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por

exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados

histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da

demanda

a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas

Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi

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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute

cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo

porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m

um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para

as cidades

Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se

como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a

Tabela 5

Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS

AacuteREA (ha)

DESTINADA A COLHEITA COLHIDA

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500

BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000

BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064

CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320

IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840

MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000

MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148

TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600

TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150

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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000

UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998

AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600

ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200

ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500

MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000

OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185

UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000

OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000

UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000

Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem

devido a falhas nas coletas dos dados

Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute

ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o

periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A

divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas

cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado

amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a

safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo

Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do

Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute

2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas

20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais

de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute

aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano

A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que

acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos

Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou

R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos

satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial

consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa

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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da

Tabela 7

Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007

Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007

Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de

accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os

coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando

tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a

produccedilatildeo inicia desde o 1o ano

Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146

Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848

Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788

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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico

plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute

existente

De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de

custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois

hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende

para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo

numa estimativa de seus gastos de transporte

Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo

utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa

Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela

9

Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167

Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109

c) Demanda dos Beneficiadores

Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade

maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente

pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da

capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de

chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena

de perda dos frutos

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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte

Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos

frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de

confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O

transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h

tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na

tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios

chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que

entregam para as empresas beneficiadoras locais

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio

transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista

ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a

12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200

Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$

050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo

compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma

de R$100 a $150 ao preccedilo

e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme

Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido

ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o

transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de

pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem

considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de

heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os

custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa

margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o

investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano

(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas

propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio

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47

Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre

quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para

efeitos de expansatildeo

f) Manejo de accedilaizais nativos

O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo

uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia

Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano

o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute

positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute

maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de

produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo

g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores

De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a

localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados

individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em

uma tabela como a Tabela 10 abaixo

Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo

h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos

Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e

8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de

produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser

considerados os mesmos para cada tipo de produto

i) Demanda

O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores

para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas

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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009

AnoToneladas

Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo

2001 11784300 852700 39500

2002 13055900 1123100 113651

2003 16361500 2259700 273000

2004 17710200 2963600 504100

2005 20473000 4709800 565700

2006 24493100 5837900 668100

2007 24717300 6516200 923500

2008 27100000 7300000 1173500

2009 29800000 8020000 1250780

A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12

Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3

A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10

j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa

em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer

(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel

tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo

do cliente

O trajeto varia entre 80 e 240 km

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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores

Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas

Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas

Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo

desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o

Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das

maiores exportadoras a empresa DaFruta

33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute

Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia

representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)

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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute

Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores

beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em

cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme

Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras

uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo

apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)

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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo

do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees

Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo

Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea

1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t

2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado

Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme

3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo

t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de

implantaccedilatildeo

4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe

5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele

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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes

6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo

que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia

7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a

capacidade de processamento

8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo

9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no

periacuteodo atual

10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida

O modelo matemaacutetico

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB

LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por

k isin LP

LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio

do planejamento

LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista

LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme

indexados por l isin LT

LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo

LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme

P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por

p isin P

Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm

capacidade limitada

Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea

capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em

quilogramas de fruto por hectare

aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP

Para

isin LP o e

isin T

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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo

custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare

Para isin LP c

custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare

O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque

consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita

custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo

t

Dados referentes aos cultivos em terra firme

capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado

em quilogramas de fruto por hectare

Para isin LT c

aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de

planejamento

Para isin LT o

nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme

no spot l

qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares

e qe =5 Tem-se que

Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20

hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para

evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear

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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j

Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)

Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no

periacuteodo t em kg

quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no

periacuteodo t em kg

produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg

accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg

accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t

accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t

produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t

estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t

Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas

Para isin LPo

= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo

= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io

Variaacuteveis auxiliares

= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no

periacuteodo t

A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma

dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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61

Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

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Page 32: Pagliarussi Marina Sanches

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32

exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades

de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de

mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)

Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias

em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades

tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de

veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees

Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de

facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de

facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)

Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda

estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem

nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto

neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de

hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo

possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo

puramente extrativista

232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional

O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees

geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios

entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de

transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de

transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)

De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades

envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos

de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo

Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos

por quais facilidades para minimizar o custo total

Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa

Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote

e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura

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33

Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al

(2008) eacute utilizado no estudo

O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de

lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na

Figura 4

Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)

No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam

para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou

armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados

Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com

pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que

manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas

Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que

o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao

cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais

adequados

A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que

as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste

trabalho de conclusatildeo de curso

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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de

facilidades

O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de

diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes

espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui

manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e

estoque de produtos

Notaccedilotildees utilizadas no modelo

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW

LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k

isin LP

P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P

LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento

LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta

LP c e LP o satildeo definidos analogamente

Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada

capacidade do armazeacutem j no tempo t

capacidade da planta k no tempo t

Tem-se ainda

demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t

Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso

definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das

facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque

Para isin LW

o e isin T

custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T

Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo e fechamento

Para isin LW c

custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento

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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP

custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no

periacuteodo t

custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t

custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo

t+1

custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i

Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)

Para isin LW o e isin T

= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c

= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento

= 0 caso contraacuterio

eacute definido analogamente

Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j

no periacuteodo t

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k

no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i

periacuteodo t

estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t

Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda

≔ 1 991270 isin LW o

991270 isin

LW c

Funccedilatildeo Objetivo

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Min =

isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)

Sujeito a

+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)

isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)

leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)

+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)

le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)

isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)

isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)

0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)

isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)

A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que

os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e

que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de

produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1

(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de

produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave

parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t

enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute

existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo

As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de

plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o

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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver

pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento

A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e

(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo

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PampE

A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca

investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da

Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo

MEP e ITP

O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)

possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37

ou 38 induacutestrias

Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos

mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que

apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada

O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90

estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo

(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o

fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos

Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega

ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros

ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da

bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria

A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador

individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra

clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a

Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a

Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO

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ITS e ITT

Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento

bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola

Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo

incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para

fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que

comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)

que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)

produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute

Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual

proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada

Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos

de bebida agrave base de accedilaiacute

No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com

qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no

Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos

32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo

matemaacutetico

Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com

pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute

para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos

simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por

exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados

histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da

demanda

a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas

Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi

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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute

cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo

porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m

um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para

as cidades

Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se

como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a

Tabela 5

Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS

AacuteREA (ha)

DESTINADA A COLHEITA COLHIDA

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500

BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000

BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064

CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320

IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840

MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000

MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148

TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600

TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150

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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000

UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998

AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600

ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200

ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500

MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000

OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185

UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000

OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000

UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000

Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem

devido a falhas nas coletas dos dados

Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute

ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o

periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A

divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas

cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado

amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a

safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo

Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do

Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute

2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas

20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais

de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute

aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano

A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que

acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos

Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou

R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos

satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial

consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa

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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da

Tabela 7

Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007

Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007

Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de

accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os

coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando

tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a

produccedilatildeo inicia desde o 1o ano

Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146

Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848

Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788

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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico

plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute

existente

De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de

custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois

hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende

para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo

numa estimativa de seus gastos de transporte

Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo

utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa

Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela

9

Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167

Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109

c) Demanda dos Beneficiadores

Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade

maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente

pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da

capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de

chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena

de perda dos frutos

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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte

Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos

frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de

confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O

transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h

tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na

tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios

chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que

entregam para as empresas beneficiadoras locais

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio

transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista

ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a

12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200

Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$

050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo

compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma

de R$100 a $150 ao preccedilo

e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme

Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido

ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o

transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de

pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem

considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de

heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os

custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa

margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o

investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano

(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas

propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio

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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre

quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para

efeitos de expansatildeo

f) Manejo de accedilaizais nativos

O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo

uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia

Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano

o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute

positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute

maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de

produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo

g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores

De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a

localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados

individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em

uma tabela como a Tabela 10 abaixo

Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo

h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos

Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e

8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de

produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser

considerados os mesmos para cada tipo de produto

i) Demanda

O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores

para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas

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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009

AnoToneladas

Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo

2001 11784300 852700 39500

2002 13055900 1123100 113651

2003 16361500 2259700 273000

2004 17710200 2963600 504100

2005 20473000 4709800 565700

2006 24493100 5837900 668100

2007 24717300 6516200 923500

2008 27100000 7300000 1173500

2009 29800000 8020000 1250780

A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12

Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3

A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10

j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa

em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer

(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel

tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo

do cliente

O trajeto varia entre 80 e 240 km

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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores

Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas

Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas

Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo

desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o

Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das

maiores exportadoras a empresa DaFruta

33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute

Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia

representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)

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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute

Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores

beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em

cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme

Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras

uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo

apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)

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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo

do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees

Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo

Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea

1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t

2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado

Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme

3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo

t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de

implantaccedilatildeo

4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe

5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele

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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes

6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo

que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia

7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a

capacidade de processamento

8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo

9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no

periacuteodo atual

10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida

O modelo matemaacutetico

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB

LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por

k isin LP

LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio

do planejamento

LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista

LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme

indexados por l isin LT

LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo

LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme

P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por

p isin P

Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm

capacidade limitada

Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea

capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em

quilogramas de fruto por hectare

aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP

Para

isin LP o e

isin T

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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo

custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare

Para isin LP c

custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare

O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque

consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita

custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo

t

Dados referentes aos cultivos em terra firme

capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado

em quilogramas de fruto por hectare

Para isin LT c

aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de

planejamento

Para isin LT o

nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme

no spot l

qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares

e qe =5 Tem-se que

Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20

hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para

evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear

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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j

Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)

Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no

periacuteodo t em kg

quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no

periacuteodo t em kg

produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg

accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg

accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t

accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t

produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t

estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t

Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas

Para isin LPo

= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo

= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io

Variaacuteveis auxiliares

= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no

periacuteodo t

A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma

dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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57

localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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58

leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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59

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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60

Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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61

Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

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33

Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al

(2008) eacute utilizado no estudo

O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de

lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na

Figura 4

Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)

No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam

para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou

armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados

Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com

pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que

manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas

Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que

o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao

cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais

adequados

A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que

as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste

trabalho de conclusatildeo de curso

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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de

facilidades

O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de

diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes

espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui

manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e

estoque de produtos

Notaccedilotildees utilizadas no modelo

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW

LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k

isin LP

P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P

LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento

LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta

LP c e LP o satildeo definidos analogamente

Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada

capacidade do armazeacutem j no tempo t

capacidade da planta k no tempo t

Tem-se ainda

demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t

Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso

definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das

facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque

Para isin LW

o e isin T

custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T

Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo e fechamento

Para isin LW c

custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento

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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP

custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no

periacuteodo t

custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t

custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo

t+1

custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i

Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)

Para isin LW o e isin T

= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c

= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento

= 0 caso contraacuterio

eacute definido analogamente

Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j

no periacuteodo t

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k

no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i

periacuteodo t

estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t

Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda

≔ 1 991270 isin LW o

991270 isin

LW c

Funccedilatildeo Objetivo

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Min =

isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)

Sujeito a

+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)

isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)

leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)

+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)

le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)

isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)

isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)

0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)

isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)

A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que

os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e

que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de

produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1

(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de

produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave

parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t

enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute

existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo

As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de

plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o

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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver

pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento

A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e

(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo

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39

PampE

A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca

investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da

Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo

MEP e ITP

O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)

possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37

ou 38 induacutestrias

Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos

mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que

apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada

O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90

estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo

(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o

fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos

Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega

ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros

ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da

bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria

A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador

individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra

clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a

Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a

Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO

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40

ITS e ITT

Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento

bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola

Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo

incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para

fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que

comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)

que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)

produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute

Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual

proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada

Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos

de bebida agrave base de accedilaiacute

No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com

qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no

Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos

32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo

matemaacutetico

Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com

pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute

para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos

simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por

exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados

histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da

demanda

a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas

Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi

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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute

cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo

porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m

um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para

as cidades

Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se

como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a

Tabela 5

Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS

AacuteREA (ha)

DESTINADA A COLHEITA COLHIDA

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500

BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000

BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064

CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320

IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840

MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000

MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148

TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600

TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150

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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000

UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998

AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600

ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200

ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500

MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000

OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185

UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000

OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000

UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000

Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem

devido a falhas nas coletas dos dados

Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute

ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o

periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A

divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas

cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado

amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a

safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo

Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do

Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute

2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas

20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais

de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute

aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano

A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que

acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos

Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou

R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos

satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial

consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa

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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da

Tabela 7

Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007

Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007

Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de

accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os

coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando

tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a

produccedilatildeo inicia desde o 1o ano

Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146

Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848

Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788

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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico

plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute

existente

De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de

custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois

hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende

para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo

numa estimativa de seus gastos de transporte

Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo

utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa

Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela

9

Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167

Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109

c) Demanda dos Beneficiadores

Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade

maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente

pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da

capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de

chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena

de perda dos frutos

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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte

Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos

frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de

confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O

transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h

tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na

tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios

chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que

entregam para as empresas beneficiadoras locais

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio

transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista

ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a

12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200

Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$

050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo

compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma

de R$100 a $150 ao preccedilo

e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme

Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido

ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o

transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de

pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem

considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de

heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os

custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa

margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o

investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano

(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas

propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio

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47

Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre

quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para

efeitos de expansatildeo

f) Manejo de accedilaizais nativos

O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo

uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia

Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano

o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute

positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute

maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de

produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo

g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores

De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a

localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados

individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em

uma tabela como a Tabela 10 abaixo

Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo

h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos

Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e

8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de

produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser

considerados os mesmos para cada tipo de produto

i) Demanda

O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores

para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas

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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009

AnoToneladas

Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo

2001 11784300 852700 39500

2002 13055900 1123100 113651

2003 16361500 2259700 273000

2004 17710200 2963600 504100

2005 20473000 4709800 565700

2006 24493100 5837900 668100

2007 24717300 6516200 923500

2008 27100000 7300000 1173500

2009 29800000 8020000 1250780

A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12

Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3

A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10

j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa

em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer

(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel

tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo

do cliente

O trajeto varia entre 80 e 240 km

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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores

Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas

Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas

Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo

desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o

Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das

maiores exportadoras a empresa DaFruta

33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute

Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia

representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)

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50

Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute

Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores

beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em

cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme

Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras

uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo

apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)

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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo

do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees

Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo

Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea

1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t

2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado

Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme

3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo

t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de

implantaccedilatildeo

4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe

5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele

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52

Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes

6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo

que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia

7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a

capacidade de processamento

8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo

9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no

periacuteodo atual

10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida

O modelo matemaacutetico

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB

LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por

k isin LP

LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio

do planejamento

LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista

LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme

indexados por l isin LT

LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo

LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme

P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por

p isin P

Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm

capacidade limitada

Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea

capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em

quilogramas de fruto por hectare

aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP

Para

isin LP o e

isin T

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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo

custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare

Para isin LP c

custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare

O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque

consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita

custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo

t

Dados referentes aos cultivos em terra firme

capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado

em quilogramas de fruto por hectare

Para isin LT c

aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de

planejamento

Para isin LT o

nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme

no spot l

qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares

e qe =5 Tem-se que

Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20

hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para

evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear

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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j

Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)

Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no

periacuteodo t em kg

quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no

periacuteodo t em kg

produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg

accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg

accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t

accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t

produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t

estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t

Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas

Para isin LPo

= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo

= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io

Variaacuteveis auxiliares

= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no

periacuteodo t

A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma

dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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59

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

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34

24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de

facilidades

O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de

diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes

espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui

manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e

estoque de produtos

Notaccedilotildees utilizadas no modelo

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW

LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k

isin LP

P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P

LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento

LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta

LP c e LP o satildeo definidos analogamente

Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada

capacidade do armazeacutem j no tempo t

capacidade da planta k no tempo t

Tem-se ainda

demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t

Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso

definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das

facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque

Para isin LW

o e isin T

custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T

Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos

de manutenccedilatildeo e fechamento

Para isin LW c

custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento

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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP

custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no

periacuteodo t

custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t

custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo

t+1

custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i

Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)

Para isin LW o e isin T

= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c

= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento

= 0 caso contraacuterio

eacute definido analogamente

Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j

no periacuteodo t

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k

no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i

periacuteodo t

estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t

Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda

≔ 1 991270 isin LW o

991270 isin

LW c

Funccedilatildeo Objetivo

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Min =

isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)

Sujeito a

+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)

isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)

leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)

+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)

le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)

isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)

isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)

0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)

isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)

A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que

os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e

que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de

produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1

(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de

produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave

parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t

enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute

existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo

As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de

plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o

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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver

pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento

A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e

(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo

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PampE

A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca

investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da

Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo

MEP e ITP

O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)

possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37

ou 38 induacutestrias

Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos

mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que

apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada

O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90

estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo

(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o

fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos

Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega

ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros

ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da

bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria

A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador

individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra

clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a

Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a

Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO

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ITS e ITT

Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento

bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola

Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo

incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para

fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que

comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)

que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)

produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute

Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual

proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada

Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos

de bebida agrave base de accedilaiacute

No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com

qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no

Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos

32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo

matemaacutetico

Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com

pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute

para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos

simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por

exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados

histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da

demanda

a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas

Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi

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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute

cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo

porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m

um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para

as cidades

Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se

como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a

Tabela 5

Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS

AacuteREA (ha)

DESTINADA A COLHEITA COLHIDA

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500

BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000

BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064

CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320

IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840

MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000

MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148

TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600

TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150

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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000

UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998

AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600

ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200

ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500

MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000

OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185

UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000

OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000

UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000

Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem

devido a falhas nas coletas dos dados

Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute

ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o

periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A

divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas

cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado

amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a

safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo

Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do

Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute

2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas

20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais

de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute

aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano

A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que

acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos

Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou

R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos

satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial

consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa

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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da

Tabela 7

Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007

Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007

Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de

accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os

coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando

tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a

produccedilatildeo inicia desde o 1o ano

Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146

Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848

Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788

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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico

plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute

existente

De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de

custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois

hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende

para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo

numa estimativa de seus gastos de transporte

Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo

utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa

Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela

9

Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167

Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109

c) Demanda dos Beneficiadores

Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade

maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente

pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da

capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de

chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena

de perda dos frutos

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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte

Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos

frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de

confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O

transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h

tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na

tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios

chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que

entregam para as empresas beneficiadoras locais

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio

transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista

ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a

12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200

Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$

050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo

compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma

de R$100 a $150 ao preccedilo

e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme

Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido

ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o

transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de

pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem

considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de

heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os

custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa

margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o

investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano

(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas

propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio

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47

Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre

quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para

efeitos de expansatildeo

f) Manejo de accedilaizais nativos

O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo

uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia

Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano

o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute

positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute

maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de

produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo

g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores

De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a

localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados

individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em

uma tabela como a Tabela 10 abaixo

Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo

h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos

Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e

8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de

produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser

considerados os mesmos para cada tipo de produto

i) Demanda

O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores

para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas

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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009

AnoToneladas

Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo

2001 11784300 852700 39500

2002 13055900 1123100 113651

2003 16361500 2259700 273000

2004 17710200 2963600 504100

2005 20473000 4709800 565700

2006 24493100 5837900 668100

2007 24717300 6516200 923500

2008 27100000 7300000 1173500

2009 29800000 8020000 1250780

A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12

Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3

A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10

j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa

em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer

(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel

tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo

do cliente

O trajeto varia entre 80 e 240 km

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49

k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores

Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas

Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas

Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo

desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o

Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das

maiores exportadoras a empresa DaFruta

33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute

Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia

representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)

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50

Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute

Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores

beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em

cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme

Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras

uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo

apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)

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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo

do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees

Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo

Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea

1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t

2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado

Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme

3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo

t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de

implantaccedilatildeo

4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe

5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele

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52

Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes

6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo

que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia

7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a

capacidade de processamento

8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo

9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no

periacuteodo atual

10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida

O modelo matemaacutetico

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB

LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por

k isin LP

LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio

do planejamento

LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista

LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme

indexados por l isin LT

LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo

LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme

P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por

p isin P

Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm

capacidade limitada

Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea

capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em

quilogramas de fruto por hectare

aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP

Para

isin LP o e

isin T

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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo

custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare

Para isin LP c

custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare

O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque

consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita

custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo

t

Dados referentes aos cultivos em terra firme

capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado

em quilogramas de fruto por hectare

Para isin LT c

aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de

planejamento

Para isin LT o

nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme

no spot l

qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares

e qe =5 Tem-se que

Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20

hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para

evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear

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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j

Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)

Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no

periacuteodo t em kg

quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no

periacuteodo t em kg

produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg

accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg

accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t

accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t

produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t

estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t

Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas

Para isin LPo

= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo

= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io

Variaacuteveis auxiliares

= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no

periacuteodo t

A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma

dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

5 Bibliografia

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CEARA+FATURA+ALTO+COM+EXPORTACAO+DO+ACAI+PARAENSE

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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP

custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no

periacuteodo t

custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t

custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo

t+1

custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i

Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)

Para isin LW o e isin T

= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t

= 0 caso contraacuterio

Para isin LW c

= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento

= 0 caso contraacuterio

eacute definido analogamente

Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j

no periacuteodo t

fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k

no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i

periacuteodo t

estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t

Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda

≔ 1 991270 isin LW o

991270 isin

LW c

Funccedilatildeo Objetivo

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Min =

isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)

Sujeito a

+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)

isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)

leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)

+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)

le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)

isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)

isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)

0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)

isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)

A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que

os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e

que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de

produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1

(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de

produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave

parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t

enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute

existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo

As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de

plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o

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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver

pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento

A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e

(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo

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PampE

A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca

investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da

Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo

MEP e ITP

O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)

possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37

ou 38 induacutestrias

Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos

mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que

apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada

O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90

estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo

(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o

fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos

Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega

ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros

ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da

bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria

A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador

individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra

clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a

Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a

Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO

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ITS e ITT

Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento

bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola

Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo

incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para

fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que

comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)

que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)

produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute

Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual

proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada

Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos

de bebida agrave base de accedilaiacute

No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com

qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no

Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos

32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo

matemaacutetico

Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com

pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute

para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos

simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por

exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados

histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da

demanda

a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas

Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi

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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute

cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo

porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m

um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para

as cidades

Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se

como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a

Tabela 5

Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS

AacuteREA (ha)

DESTINADA A COLHEITA COLHIDA

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500

BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000

BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064

CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320

IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840

MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000

MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148

TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600

TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150

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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000

UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998

AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600

ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200

ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500

MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000

OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185

UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000

OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000

UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000

Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem

devido a falhas nas coletas dos dados

Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute

ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o

periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A

divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas

cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado

amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a

safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo

Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do

Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute

2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas

20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais

de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute

aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano

A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que

acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos

Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou

R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos

satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial

consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa

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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da

Tabela 7

Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007

Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007

Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de

accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os

coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando

tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a

produccedilatildeo inicia desde o 1o ano

Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146

Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848

Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788

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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico

plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute

existente

De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de

custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois

hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende

para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo

numa estimativa de seus gastos de transporte

Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo

utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa

Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela

9

Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167

Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109

c) Demanda dos Beneficiadores

Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade

maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente

pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da

capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de

chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena

de perda dos frutos

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46

d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte

Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos

frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de

confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O

transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h

tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na

tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios

chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que

entregam para as empresas beneficiadoras locais

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio

transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista

ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a

12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200

Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$

050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo

compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma

de R$100 a $150 ao preccedilo

e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme

Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido

ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o

transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de

pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem

considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de

heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os

custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa

margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o

investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano

(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas

propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio

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47

Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre

quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para

efeitos de expansatildeo

f) Manejo de accedilaizais nativos

O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo

uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia

Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano

o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute

positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute

maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de

produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo

g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores

De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a

localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados

individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em

uma tabela como a Tabela 10 abaixo

Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo

h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos

Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e

8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de

produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser

considerados os mesmos para cada tipo de produto

i) Demanda

O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores

para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas

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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009

AnoToneladas

Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo

2001 11784300 852700 39500

2002 13055900 1123100 113651

2003 16361500 2259700 273000

2004 17710200 2963600 504100

2005 20473000 4709800 565700

2006 24493100 5837900 668100

2007 24717300 6516200 923500

2008 27100000 7300000 1173500

2009 29800000 8020000 1250780

A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12

Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3

A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10

j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa

em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer

(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel

tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo

do cliente

O trajeto varia entre 80 e 240 km

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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores

Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas

Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas

Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo

desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o

Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das

maiores exportadoras a empresa DaFruta

33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute

Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia

representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)

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50

Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute

Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores

beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em

cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme

Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras

uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo

apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)

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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo

do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees

Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo

Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea

1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t

2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado

Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme

3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo

t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de

implantaccedilatildeo

4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe

5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele

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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes

6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo

que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia

7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a

capacidade de processamento

8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo

9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no

periacuteodo atual

10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida

O modelo matemaacutetico

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB

LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por

k isin LP

LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio

do planejamento

LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista

LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme

indexados por l isin LT

LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo

LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme

P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por

p isin P

Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm

capacidade limitada

Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea

capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em

quilogramas de fruto por hectare

aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP

Para

isin LP o e

isin T

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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo

custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare

Para isin LP c

custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare

O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque

consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita

custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo

t

Dados referentes aos cultivos em terra firme

capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado

em quilogramas de fruto por hectare

Para isin LT c

aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de

planejamento

Para isin LT o

nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme

no spot l

qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares

e qe =5 Tem-se que

Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20

hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para

evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear

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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j

Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)

Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no

periacuteodo t em kg

quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no

periacuteodo t em kg

produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg

accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg

accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t

accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t

produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t

estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t

Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas

Para isin LPo

= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo

= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io

Variaacuteveis auxiliares

= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no

periacuteodo t

A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma

dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

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Min =

isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)

Sujeito a

+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)

isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)

leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)

+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)

le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)

isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)

isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)

isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)

0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)

isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)

A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que

os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e

que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de

produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1

(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de

produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave

parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t

enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute

existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo

As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de

plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o

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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver

pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento

A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e

(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo

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PampE

A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca

investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da

Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo

MEP e ITP

O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)

possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37

ou 38 induacutestrias

Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos

mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que

apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada

O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90

estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo

(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o

fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos

Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega

ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros

ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da

bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria

A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador

individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra

clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a

Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a

Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO

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ITS e ITT

Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento

bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola

Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo

incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para

fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que

comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)

que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)

produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute

Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual

proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada

Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos

de bebida agrave base de accedilaiacute

No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com

qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no

Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos

32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo

matemaacutetico

Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com

pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute

para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos

simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por

exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados

histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da

demanda

a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas

Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi

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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute

cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo

porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m

um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para

as cidades

Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se

como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a

Tabela 5

Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS

AacuteREA (ha)

DESTINADA A COLHEITA COLHIDA

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500

BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000

BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064

CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320

IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840

MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000

MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148

TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600

TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150

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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000

UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998

AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600

ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200

ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500

MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000

OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185

UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000

OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000

UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000

Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem

devido a falhas nas coletas dos dados

Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute

ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o

periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A

divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas

cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado

amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a

safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo

Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do

Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute

2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas

20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais

de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute

aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano

A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que

acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos

Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou

R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos

satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial

consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa

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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da

Tabela 7

Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007

Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007

Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de

accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os

coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando

tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a

produccedilatildeo inicia desde o 1o ano

Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146

Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848

Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788

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45

Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico

plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute

existente

De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de

custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois

hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende

para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo

numa estimativa de seus gastos de transporte

Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo

utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa

Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela

9

Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167

Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109

c) Demanda dos Beneficiadores

Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade

maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente

pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da

capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de

chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena

de perda dos frutos

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46

d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte

Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos

frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de

confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O

transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h

tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na

tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios

chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que

entregam para as empresas beneficiadoras locais

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio

transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista

ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a

12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200

Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$

050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo

compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma

de R$100 a $150 ao preccedilo

e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme

Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido

ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o

transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de

pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem

considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de

heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os

custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa

margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o

investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano

(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas

propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio

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47

Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre

quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para

efeitos de expansatildeo

f) Manejo de accedilaizais nativos

O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo

uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia

Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano

o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute

positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute

maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de

produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo

g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores

De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a

localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados

individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em

uma tabela como a Tabela 10 abaixo

Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo

h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos

Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e

8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de

produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser

considerados os mesmos para cada tipo de produto

i) Demanda

O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores

para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas

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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009

AnoToneladas

Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo

2001 11784300 852700 39500

2002 13055900 1123100 113651

2003 16361500 2259700 273000

2004 17710200 2963600 504100

2005 20473000 4709800 565700

2006 24493100 5837900 668100

2007 24717300 6516200 923500

2008 27100000 7300000 1173500

2009 29800000 8020000 1250780

A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12

Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3

A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10

j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa

em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer

(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel

tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo

do cliente

O trajeto varia entre 80 e 240 km

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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores

Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas

Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas

Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo

desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o

Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das

maiores exportadoras a empresa DaFruta

33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute

Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia

representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)

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50

Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute

Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores

beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em

cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme

Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras

uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo

apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)

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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo

do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees

Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo

Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea

1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t

2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado

Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme

3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo

t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de

implantaccedilatildeo

4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe

5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele

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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes

6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo

que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia

7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a

capacidade de processamento

8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo

9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no

periacuteodo atual

10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida

O modelo matemaacutetico

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB

LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por

k isin LP

LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio

do planejamento

LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista

LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme

indexados por l isin LT

LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo

LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme

P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por

p isin P

Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm

capacidade limitada

Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea

capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em

quilogramas de fruto por hectare

aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP

Para

isin LP o e

isin T

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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo

custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare

Para isin LP c

custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare

O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque

consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita

custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo

t

Dados referentes aos cultivos em terra firme

capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado

em quilogramas de fruto por hectare

Para isin LT c

aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de

planejamento

Para isin LT o

nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme

no spot l

qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares

e qe =5 Tem-se que

Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20

hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para

evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear

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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j

Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)

Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no

periacuteodo t em kg

quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no

periacuteodo t em kg

produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg

accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg

accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t

accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t

produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t

estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t

Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas

Para isin LPo

= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo

= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io

Variaacuteveis auxiliares

= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no

periacuteodo t

A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma

dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

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Page 37: Pagliarussi Marina Sanches

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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver

pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento

A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e

(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo

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PampE

A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca

investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da

Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo

MEP e ITP

O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)

possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37

ou 38 induacutestrias

Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos

mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que

apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada

O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90

estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo

(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o

fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos

Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega

ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros

ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da

bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria

A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador

individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra

clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a

Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a

Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO

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ITS e ITT

Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento

bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola

Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo

incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para

fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que

comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)

que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)

produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute

Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual

proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada

Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos

de bebida agrave base de accedilaiacute

No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com

qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no

Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos

32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo

matemaacutetico

Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com

pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute

para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos

simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por

exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados

histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da

demanda

a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas

Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi

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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute

cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo

porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m

um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para

as cidades

Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se

como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a

Tabela 5

Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS

AacuteREA (ha)

DESTINADA A COLHEITA COLHIDA

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500

BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000

BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064

CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320

IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840

MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000

MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148

TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600

TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150

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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000

UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998

AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600

ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200

ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500

MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000

OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185

UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000

OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000

UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000

Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem

devido a falhas nas coletas dos dados

Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute

ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o

periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A

divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas

cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado

amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a

safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo

Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do

Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute

2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas

20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais

de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute

aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano

A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que

acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos

Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou

R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos

satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial

consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa

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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da

Tabela 7

Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007

Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007

Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de

accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os

coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando

tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a

produccedilatildeo inicia desde o 1o ano

Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146

Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848

Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788

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45

Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico

plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute

existente

De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de

custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois

hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende

para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo

numa estimativa de seus gastos de transporte

Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo

utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa

Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela

9

Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167

Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109

c) Demanda dos Beneficiadores

Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade

maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente

pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da

capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de

chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena

de perda dos frutos

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46

d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte

Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos

frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de

confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O

transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h

tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na

tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios

chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que

entregam para as empresas beneficiadoras locais

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio

transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista

ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a

12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200

Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$

050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo

compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma

de R$100 a $150 ao preccedilo

e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme

Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido

ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o

transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de

pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem

considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de

heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os

custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa

margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o

investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano

(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas

propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio

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47

Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre

quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para

efeitos de expansatildeo

f) Manejo de accedilaizais nativos

O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo

uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia

Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano

o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute

positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute

maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de

produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo

g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores

De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a

localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados

individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em

uma tabela como a Tabela 10 abaixo

Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo

h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos

Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e

8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de

produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser

considerados os mesmos para cada tipo de produto

i) Demanda

O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores

para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas

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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009

AnoToneladas

Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo

2001 11784300 852700 39500

2002 13055900 1123100 113651

2003 16361500 2259700 273000

2004 17710200 2963600 504100

2005 20473000 4709800 565700

2006 24493100 5837900 668100

2007 24717300 6516200 923500

2008 27100000 7300000 1173500

2009 29800000 8020000 1250780

A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12

Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3

A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10

j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa

em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer

(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel

tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo

do cliente

O trajeto varia entre 80 e 240 km

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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores

Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas

Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas

Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo

desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o

Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das

maiores exportadoras a empresa DaFruta

33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute

Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia

representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)

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50

Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute

Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores

beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em

cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme

Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras

uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo

apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)

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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo

do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees

Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo

Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea

1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t

2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado

Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme

3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo

t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de

implantaccedilatildeo

4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe

5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele

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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes

6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo

que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia

7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a

capacidade de processamento

8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo

9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no

periacuteodo atual

10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida

O modelo matemaacutetico

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB

LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por

k isin LP

LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio

do planejamento

LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista

LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme

indexados por l isin LT

LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo

LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme

P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por

p isin P

Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm

capacidade limitada

Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea

capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em

quilogramas de fruto por hectare

aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP

Para

isin LP o e

isin T

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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo

custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare

Para isin LP c

custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare

O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque

consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita

custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo

t

Dados referentes aos cultivos em terra firme

capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado

em quilogramas de fruto por hectare

Para isin LT c

aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de

planejamento

Para isin LT o

nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme

no spot l

qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares

e qe =5 Tem-se que

Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20

hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para

evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear

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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j

Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)

Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no

periacuteodo t em kg

quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no

periacuteodo t em kg

produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg

accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg

accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t

accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t

produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t

estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t

Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas

Para isin LPo

= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo

= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io

Variaacuteveis auxiliares

= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no

periacuteodo t

A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma

dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

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PampE

A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca

investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da

Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo

MEP e ITP

O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)

possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37

ou 38 induacutestrias

Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos

mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que

apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada

O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90

estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo

(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o

fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos

Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega

ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros

ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da

bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria

A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador

individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra

clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a

Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a

Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO

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ITS e ITT

Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento

bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola

Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo

incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para

fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que

comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)

que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)

produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute

Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual

proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada

Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos

de bebida agrave base de accedilaiacute

No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com

qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no

Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos

32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo

matemaacutetico

Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com

pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute

para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos

simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por

exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados

histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da

demanda

a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas

Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi

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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute

cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo

porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m

um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para

as cidades

Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se

como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a

Tabela 5

Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS

AacuteREA (ha)

DESTINADA A COLHEITA COLHIDA

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500

BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000

BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064

CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320

IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840

MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000

MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148

TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600

TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150

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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000

UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998

AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600

ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200

ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500

MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000

OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185

UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000

OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000

UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000

Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem

devido a falhas nas coletas dos dados

Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute

ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o

periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A

divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas

cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado

amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a

safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo

Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do

Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute

2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas

20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais

de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute

aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano

A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que

acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos

Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou

R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos

satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial

consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa

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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da

Tabela 7

Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007

Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007

Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de

accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os

coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando

tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a

produccedilatildeo inicia desde o 1o ano

Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146

Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848

Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788

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45

Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico

plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute

existente

De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de

custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois

hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende

para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo

numa estimativa de seus gastos de transporte

Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo

utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa

Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela

9

Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167

Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109

c) Demanda dos Beneficiadores

Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade

maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente

pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da

capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de

chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena

de perda dos frutos

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46

d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte

Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos

frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de

confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O

transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h

tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na

tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios

chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que

entregam para as empresas beneficiadoras locais

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio

transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista

ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a

12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200

Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$

050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo

compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma

de R$100 a $150 ao preccedilo

e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme

Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido

ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o

transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de

pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem

considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de

heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os

custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa

margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o

investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano

(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas

propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio

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47

Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre

quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para

efeitos de expansatildeo

f) Manejo de accedilaizais nativos

O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo

uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia

Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano

o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute

positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute

maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de

produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo

g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores

De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a

localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados

individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em

uma tabela como a Tabela 10 abaixo

Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo

h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos

Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e

8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de

produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser

considerados os mesmos para cada tipo de produto

i) Demanda

O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores

para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas

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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009

AnoToneladas

Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo

2001 11784300 852700 39500

2002 13055900 1123100 113651

2003 16361500 2259700 273000

2004 17710200 2963600 504100

2005 20473000 4709800 565700

2006 24493100 5837900 668100

2007 24717300 6516200 923500

2008 27100000 7300000 1173500

2009 29800000 8020000 1250780

A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12

Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3

A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10

j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa

em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer

(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel

tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo

do cliente

O trajeto varia entre 80 e 240 km

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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores

Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas

Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas

Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo

desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o

Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das

maiores exportadoras a empresa DaFruta

33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute

Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia

representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)

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50

Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute

Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores

beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em

cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme

Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras

uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo

apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)

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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo

do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees

Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo

Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea

1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t

2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado

Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme

3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo

t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de

implantaccedilatildeo

4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe

5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele

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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes

6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo

que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia

7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a

capacidade de processamento

8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo

9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no

periacuteodo atual

10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida

O modelo matemaacutetico

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB

LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por

k isin LP

LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio

do planejamento

LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista

LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme

indexados por l isin LT

LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo

LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme

P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por

p isin P

Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm

capacidade limitada

Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea

capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em

quilogramas de fruto por hectare

aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP

Para

isin LP o e

isin T

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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo

custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare

Para isin LP c

custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare

O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque

consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita

custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo

t

Dados referentes aos cultivos em terra firme

capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado

em quilogramas de fruto por hectare

Para isin LT c

aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de

planejamento

Para isin LT o

nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme

no spot l

qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares

e qe =5 Tem-se que

Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20

hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para

evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear

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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j

Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)

Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no

periacuteodo t em kg

quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no

periacuteodo t em kg

produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg

accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg

accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t

accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t

produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t

estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t

Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas

Para isin LPo

= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo

= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io

Variaacuteveis auxiliares

= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no

periacuteodo t

A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma

dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

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PampE

A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca

investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da

Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo

MEP e ITP

O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)

possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37

ou 38 induacutestrias

Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos

mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que

apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada

O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90

estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo

(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o

fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos

Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega

ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros

ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da

bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria

A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador

individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra

clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a

Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a

Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO

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ITS e ITT

Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento

bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola

Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo

incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para

fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que

comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)

que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)

produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute

Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual

proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada

Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos

de bebida agrave base de accedilaiacute

No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com

qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no

Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos

32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo

matemaacutetico

Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com

pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute

para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos

simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por

exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados

histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da

demanda

a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas

Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi

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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute

cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo

porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m

um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para

as cidades

Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se

como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a

Tabela 5

Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS

AacuteREA (ha)

DESTINADA A COLHEITA COLHIDA

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500

BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000

BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064

CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320

IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840

MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000

MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148

TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600

TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150

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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000

UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998

AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600

ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200

ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500

MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000

OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185

UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000

OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000

UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000

Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem

devido a falhas nas coletas dos dados

Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute

ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o

periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A

divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas

cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado

amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a

safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo

Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do

Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute

2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas

20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais

de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute

aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano

A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que

acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos

Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou

R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos

satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial

consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa

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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da

Tabela 7

Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007

Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007

Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de

accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os

coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando

tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a

produccedilatildeo inicia desde o 1o ano

Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146

Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848

Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788

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45

Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico

plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute

existente

De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de

custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois

hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende

para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo

numa estimativa de seus gastos de transporte

Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo

utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa

Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela

9

Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167

Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109

c) Demanda dos Beneficiadores

Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade

maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente

pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da

capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de

chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena

de perda dos frutos

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46

d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte

Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos

frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de

confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O

transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h

tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na

tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios

chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que

entregam para as empresas beneficiadoras locais

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio

transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista

ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a

12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200

Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$

050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo

compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma

de R$100 a $150 ao preccedilo

e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme

Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido

ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o

transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de

pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem

considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de

heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os

custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa

margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o

investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano

(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas

propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio

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47

Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre

quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para

efeitos de expansatildeo

f) Manejo de accedilaizais nativos

O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo

uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia

Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano

o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute

positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute

maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de

produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo

g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores

De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a

localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados

individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em

uma tabela como a Tabela 10 abaixo

Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo

h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos

Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e

8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de

produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser

considerados os mesmos para cada tipo de produto

i) Demanda

O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores

para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas

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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009

AnoToneladas

Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo

2001 11784300 852700 39500

2002 13055900 1123100 113651

2003 16361500 2259700 273000

2004 17710200 2963600 504100

2005 20473000 4709800 565700

2006 24493100 5837900 668100

2007 24717300 6516200 923500

2008 27100000 7300000 1173500

2009 29800000 8020000 1250780

A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12

Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3

A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10

j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa

em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer

(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel

tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo

do cliente

O trajeto varia entre 80 e 240 km

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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores

Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas

Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas

Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo

desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o

Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das

maiores exportadoras a empresa DaFruta

33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute

Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia

representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)

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50

Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute

Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores

beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em

cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme

Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras

uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo

apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)

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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo

do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees

Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo

Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea

1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t

2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado

Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme

3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo

t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de

implantaccedilatildeo

4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe

5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele

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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes

6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo

que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia

7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a

capacidade de processamento

8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo

9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no

periacuteodo atual

10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida

O modelo matemaacutetico

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB

LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por

k isin LP

LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio

do planejamento

LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista

LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme

indexados por l isin LT

LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo

LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme

P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por

p isin P

Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm

capacidade limitada

Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea

capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em

quilogramas de fruto por hectare

aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP

Para

isin LP o e

isin T

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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo

custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare

Para isin LP c

custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare

O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque

consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita

custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo

t

Dados referentes aos cultivos em terra firme

capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado

em quilogramas de fruto por hectare

Para isin LT c

aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de

planejamento

Para isin LT o

nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme

no spot l

qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares

e qe =5 Tem-se que

Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20

hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para

evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear

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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j

Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)

Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no

periacuteodo t em kg

quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no

periacuteodo t em kg

produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg

accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg

accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t

accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t

produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t

estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t

Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas

Para isin LPo

= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo

= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io

Variaacuteveis auxiliares

= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no

periacuteodo t

A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma

dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

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ITS e ITT

Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento

bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola

Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo

incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para

fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que

comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)

que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)

produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute

Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual

proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada

Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos

de bebida agrave base de accedilaiacute

No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com

qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no

Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos

32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo

matemaacutetico

Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com

pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute

para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos

simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por

exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados

histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da

demanda

a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas

Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi

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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute

cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo

porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m

um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para

as cidades

Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se

como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a

Tabela 5

Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS

AacuteREA (ha)

DESTINADA A COLHEITA COLHIDA

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500

BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000

BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064

CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320

IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840

MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000

MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148

TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600

TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150

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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000

UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998

AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600

ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200

ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500

MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000

OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185

UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000

OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000

UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000

Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem

devido a falhas nas coletas dos dados

Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute

ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o

periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A

divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas

cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado

amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a

safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo

Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do

Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute

2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas

20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais

de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute

aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano

A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que

acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos

Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou

R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos

satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial

consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa

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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da

Tabela 7

Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007

Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007

Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de

accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os

coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando

tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a

produccedilatildeo inicia desde o 1o ano

Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146

Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848

Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788

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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico

plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute

existente

De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de

custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois

hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende

para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo

numa estimativa de seus gastos de transporte

Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo

utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa

Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela

9

Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167

Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109

c) Demanda dos Beneficiadores

Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade

maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente

pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da

capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de

chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena

de perda dos frutos

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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte

Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos

frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de

confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O

transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h

tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na

tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios

chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que

entregam para as empresas beneficiadoras locais

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio

transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista

ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a

12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200

Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$

050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo

compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma

de R$100 a $150 ao preccedilo

e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme

Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido

ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o

transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de

pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem

considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de

heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os

custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa

margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o

investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano

(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas

propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio

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47

Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre

quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para

efeitos de expansatildeo

f) Manejo de accedilaizais nativos

O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo

uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia

Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano

o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute

positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute

maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de

produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo

g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores

De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a

localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados

individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em

uma tabela como a Tabela 10 abaixo

Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo

h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos

Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e

8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de

produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser

considerados os mesmos para cada tipo de produto

i) Demanda

O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores

para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas

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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009

AnoToneladas

Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo

2001 11784300 852700 39500

2002 13055900 1123100 113651

2003 16361500 2259700 273000

2004 17710200 2963600 504100

2005 20473000 4709800 565700

2006 24493100 5837900 668100

2007 24717300 6516200 923500

2008 27100000 7300000 1173500

2009 29800000 8020000 1250780

A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12

Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3

A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10

j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa

em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer

(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel

tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo

do cliente

O trajeto varia entre 80 e 240 km

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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores

Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas

Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas

Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo

desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o

Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das

maiores exportadoras a empresa DaFruta

33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute

Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia

representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)

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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute

Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores

beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em

cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme

Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras

uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo

apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)

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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo

do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees

Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo

Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea

1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t

2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado

Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme

3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo

t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de

implantaccedilatildeo

4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe

5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele

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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes

6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo

que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia

7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a

capacidade de processamento

8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo

9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no

periacuteodo atual

10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida

O modelo matemaacutetico

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB

LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por

k isin LP

LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio

do planejamento

LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista

LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme

indexados por l isin LT

LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo

LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme

P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por

p isin P

Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm

capacidade limitada

Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea

capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em

quilogramas de fruto por hectare

aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP

Para

isin LP o e

isin T

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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo

custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare

Para isin LP c

custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare

O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque

consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita

custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo

t

Dados referentes aos cultivos em terra firme

capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado

em quilogramas de fruto por hectare

Para isin LT c

aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de

planejamento

Para isin LT o

nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme

no spot l

qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares

e qe =5 Tem-se que

Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20

hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para

evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear

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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j

Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)

Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no

periacuteodo t em kg

quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no

periacuteodo t em kg

produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg

accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg

accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t

accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t

produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t

estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t

Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas

Para isin LPo

= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo

= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io

Variaacuteveis auxiliares

= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no

periacuteodo t

A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma

dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute

cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo

porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m

um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para

as cidades

Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se

como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a

Tabela 5

Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS

AacuteREA (ha)

DESTINADA A COLHEITA COLHIDA

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500

BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000

BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064

CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240

CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320

IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840

MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000

MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148

TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600

TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150

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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000

UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998

AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600

ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200

ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500

MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000

OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185

UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000

OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000

UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000

Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem

devido a falhas nas coletas dos dados

Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute

ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o

periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A

divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas

cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado

amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a

safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo

Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do

Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute

2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas

20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais

de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute

aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano

A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que

acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos

Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou

R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos

satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial

consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa

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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da

Tabela 7

Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007

Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007

Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de

accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os

coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando

tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a

produccedilatildeo inicia desde o 1o ano

Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146

Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848

Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788

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45

Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico

plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute

existente

De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de

custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois

hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende

para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo

numa estimativa de seus gastos de transporte

Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo

utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa

Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela

9

Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167

Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109

c) Demanda dos Beneficiadores

Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade

maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente

pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da

capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de

chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena

de perda dos frutos

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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte

Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos

frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de

confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O

transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h

tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na

tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios

chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que

entregam para as empresas beneficiadoras locais

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio

transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista

ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a

12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200

Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$

050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo

compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma

de R$100 a $150 ao preccedilo

e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme

Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido

ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o

transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de

pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem

considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de

heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os

custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa

margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o

investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano

(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas

propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio

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47

Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre

quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para

efeitos de expansatildeo

f) Manejo de accedilaizais nativos

O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo

uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia

Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano

o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute

positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute

maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de

produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo

g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores

De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a

localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados

individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em

uma tabela como a Tabela 10 abaixo

Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo

h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos

Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e

8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de

produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser

considerados os mesmos para cada tipo de produto

i) Demanda

O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores

para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas

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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009

AnoToneladas

Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo

2001 11784300 852700 39500

2002 13055900 1123100 113651

2003 16361500 2259700 273000

2004 17710200 2963600 504100

2005 20473000 4709800 565700

2006 24493100 5837900 668100

2007 24717300 6516200 923500

2008 27100000 7300000 1173500

2009 29800000 8020000 1250780

A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12

Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3

A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10

j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa

em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer

(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel

tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo

do cliente

O trajeto varia entre 80 e 240 km

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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores

Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas

Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas

Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo

desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o

Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das

maiores exportadoras a empresa DaFruta

33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute

Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia

representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)

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50

Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute

Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores

beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em

cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme

Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras

uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo

apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)

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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo

do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees

Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo

Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea

1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t

2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado

Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme

3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo

t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de

implantaccedilatildeo

4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe

5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele

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52

Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes

6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo

que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia

7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a

capacidade de processamento

8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo

9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no

periacuteodo atual

10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida

O modelo matemaacutetico

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB

LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por

k isin LP

LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio

do planejamento

LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista

LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme

indexados por l isin LT

LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo

LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme

P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por

p isin P

Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm

capacidade limitada

Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea

capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em

quilogramas de fruto por hectare

aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP

Para

isin LP o e

isin T

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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo

custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare

Para isin LP c

custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare

O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque

consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita

custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo

t

Dados referentes aos cultivos em terra firme

capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado

em quilogramas de fruto por hectare

Para isin LT c

aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de

planejamento

Para isin LT o

nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme

no spot l

qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares

e qe =5 Tem-se que

Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20

hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para

evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear

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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j

Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)

Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no

periacuteodo t em kg

quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no

periacuteodo t em kg

produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg

accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg

accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t

accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t

produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t

estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t

Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas

Para isin LPo

= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo

= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io

Variaacuteveis auxiliares

= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no

periacuteodo t

A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma

dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

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Multi-Produto Capacitada XL Simpoacutesio Brasileiro de Pesquisa Operacional

Joatildeo Pessoa Anais XL Simpoacutesio Brasileiro de Pesquisa Operacional 2008

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65

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PAIVA R P O Modelagem do planejamento agregado da produccedilatildeo em usinas

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Centro de Ciecircncias Exatas e Tecnologia Programa de Poacutes graduaccedilatildeo em

Engenharia de Produccedilatildeo UFSCAR 2009

PESSOA J D C Pesquisa de campo 2007 Pesquisador vinculado agrave

EMBRAPA Satildeo Carlos

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Londrina Universidade Estadual de Maringaacute 2003

SAGRI Secretaria do Estado da Agricultura Seminaacuterio Setorizado do Accedilaiacute

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orioundos de adoccedilatildeo tecnoloacutegica na cultura de accedilaiacute no estado do Paraacute

Amazocircnia Ci amp Desenv v 2 n 3 2006

SILVA M C N Competitividades das Agroinduacutestrias de polpa de frutas das

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Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade da Amazocircnia 2006

SILVA M N A O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das

agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

Economia Rural) Centro de Ciecircncias Agraacuterias Universidade Federal do Cearaacute

2004

SOARES L C C COSTA F A Os limites do agroextrativismo no Baixo

Tocantins 2005

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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST

MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000

UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998

AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600

ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200

ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500

MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000

OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185

UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000

OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000

UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000

Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem

devido a falhas nas coletas dos dados

Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute

ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o

periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A

divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas

cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado

amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a

safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo

Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do

Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute

2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas

20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais

de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute

aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano

A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que

acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos

Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou

R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos

satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial

consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa

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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da

Tabela 7

Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007

Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007

Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de

accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os

coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando

tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a

produccedilatildeo inicia desde o 1o ano

Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146

Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848

Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788

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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico

plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute

existente

De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de

custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois

hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende

para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo

numa estimativa de seus gastos de transporte

Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo

utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa

Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela

9

Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167

Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109

c) Demanda dos Beneficiadores

Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade

maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente

pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da

capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de

chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena

de perda dos frutos

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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte

Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos

frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de

confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O

transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h

tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na

tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios

chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que

entregam para as empresas beneficiadoras locais

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio

transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista

ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a

12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200

Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$

050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo

compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma

de R$100 a $150 ao preccedilo

e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme

Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido

ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o

transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de

pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem

considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de

heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os

custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa

margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o

investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano

(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas

propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio

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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre

quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para

efeitos de expansatildeo

f) Manejo de accedilaizais nativos

O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo

uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia

Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano

o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute

positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute

maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de

produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo

g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores

De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a

localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados

individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em

uma tabela como a Tabela 10 abaixo

Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo

h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos

Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e

8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de

produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser

considerados os mesmos para cada tipo de produto

i) Demanda

O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores

para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas

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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009

AnoToneladas

Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo

2001 11784300 852700 39500

2002 13055900 1123100 113651

2003 16361500 2259700 273000

2004 17710200 2963600 504100

2005 20473000 4709800 565700

2006 24493100 5837900 668100

2007 24717300 6516200 923500

2008 27100000 7300000 1173500

2009 29800000 8020000 1250780

A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12

Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3

A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10

j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa

em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer

(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel

tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo

do cliente

O trajeto varia entre 80 e 240 km

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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores

Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas

Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas

Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo

desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o

Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das

maiores exportadoras a empresa DaFruta

33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute

Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia

representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)

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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute

Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores

beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em

cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme

Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras

uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo

apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)

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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo

do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees

Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo

Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea

1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t

2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado

Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme

3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo

t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de

implantaccedilatildeo

4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe

5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele

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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes

6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo

que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia

7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a

capacidade de processamento

8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo

9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no

periacuteodo atual

10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida

O modelo matemaacutetico

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB

LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por

k isin LP

LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio

do planejamento

LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista

LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme

indexados por l isin LT

LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo

LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme

P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por

p isin P

Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm

capacidade limitada

Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea

capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em

quilogramas de fruto por hectare

aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP

Para

isin LP o e

isin T

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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo

custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare

Para isin LP c

custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare

O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque

consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita

custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo

t

Dados referentes aos cultivos em terra firme

capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado

em quilogramas de fruto por hectare

Para isin LT c

aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de

planejamento

Para isin LT o

nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme

no spot l

qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares

e qe =5 Tem-se que

Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20

hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para

evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear

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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j

Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)

Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no

periacuteodo t em kg

quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no

periacuteodo t em kg

produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg

accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg

accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t

accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t

produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t

estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t

Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas

Para isin LPo

= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo

= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io

Variaacuteveis auxiliares

= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no

periacuteodo t

A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma

dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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61

Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

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44

Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da

Tabela 7

Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007

Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007

Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de

accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os

coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando

tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a

produccedilatildeo inicia desde o 1o ano

Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146

Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848

Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788

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45

Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico

plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute

existente

De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de

custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois

hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende

para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo

numa estimativa de seus gastos de transporte

Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo

utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa

Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela

9

Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167

Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109

c) Demanda dos Beneficiadores

Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade

maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente

pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da

capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de

chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena

de perda dos frutos

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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte

Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos

frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de

confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O

transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h

tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na

tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios

chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que

entregam para as empresas beneficiadoras locais

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio

transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista

ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a

12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200

Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$

050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo

compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma

de R$100 a $150 ao preccedilo

e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme

Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido

ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o

transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de

pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem

considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de

heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os

custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa

margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o

investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano

(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas

propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio

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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre

quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para

efeitos de expansatildeo

f) Manejo de accedilaizais nativos

O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo

uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia

Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano

o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute

positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute

maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de

produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo

g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores

De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a

localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados

individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em

uma tabela como a Tabela 10 abaixo

Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo

h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos

Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e

8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de

produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser

considerados os mesmos para cada tipo de produto

i) Demanda

O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores

para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas

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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009

AnoToneladas

Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo

2001 11784300 852700 39500

2002 13055900 1123100 113651

2003 16361500 2259700 273000

2004 17710200 2963600 504100

2005 20473000 4709800 565700

2006 24493100 5837900 668100

2007 24717300 6516200 923500

2008 27100000 7300000 1173500

2009 29800000 8020000 1250780

A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12

Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3

A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10

j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa

em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer

(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel

tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo

do cliente

O trajeto varia entre 80 e 240 km

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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores

Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas

Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas

Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo

desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o

Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das

maiores exportadoras a empresa DaFruta

33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute

Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia

representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)

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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute

Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores

beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em

cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme

Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras

uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo

apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)

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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo

do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees

Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo

Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea

1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t

2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado

Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme

3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo

t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de

implantaccedilatildeo

4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe

5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele

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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes

6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo

que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia

7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a

capacidade de processamento

8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo

9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no

periacuteodo atual

10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida

O modelo matemaacutetico

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB

LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por

k isin LP

LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio

do planejamento

LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista

LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme

indexados por l isin LT

LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo

LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme

P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por

p isin P

Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm

capacidade limitada

Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea

capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em

quilogramas de fruto por hectare

aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP

Para

isin LP o e

isin T

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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo

custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare

Para isin LP c

custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare

O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque

consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita

custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo

t

Dados referentes aos cultivos em terra firme

capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado

em quilogramas de fruto por hectare

Para isin LT c

aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de

planejamento

Para isin LT o

nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme

no spot l

qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares

e qe =5 Tem-se que

Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20

hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para

evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear

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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j

Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)

Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no

periacuteodo t em kg

quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no

periacuteodo t em kg

produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg

accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg

accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t

accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t

produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t

estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t

Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas

Para isin LPo

= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo

= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io

Variaacuteveis auxiliares

= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no

periacuteodo t

A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma

dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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61

Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

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44

Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da

Tabela 7

Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007

Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007

Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de

accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os

coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando

tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a

produccedilatildeo inicia desde o 1o ano

Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146

Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848

Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788

Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788

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45

Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico

plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute

existente

De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de

custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois

hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende

para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo

numa estimativa de seus gastos de transporte

Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo

utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa

Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela

9

Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167

Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109

c) Demanda dos Beneficiadores

Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade

maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente

pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da

capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de

chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena

de perda dos frutos

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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte

Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos

frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de

confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O

transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h

tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na

tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios

chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que

entregam para as empresas beneficiadoras locais

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio

transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista

ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a

12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200

Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$

050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo

compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma

de R$100 a $150 ao preccedilo

e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme

Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido

ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o

transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de

pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem

considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de

heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os

custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa

margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o

investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano

(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas

propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio

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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre

quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para

efeitos de expansatildeo

f) Manejo de accedilaizais nativos

O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo

uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia

Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano

o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute

positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute

maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de

produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo

g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores

De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a

localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados

individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em

uma tabela como a Tabela 10 abaixo

Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo

h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos

Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e

8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de

produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser

considerados os mesmos para cada tipo de produto

i) Demanda

O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores

para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas

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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009

AnoToneladas

Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo

2001 11784300 852700 39500

2002 13055900 1123100 113651

2003 16361500 2259700 273000

2004 17710200 2963600 504100

2005 20473000 4709800 565700

2006 24493100 5837900 668100

2007 24717300 6516200 923500

2008 27100000 7300000 1173500

2009 29800000 8020000 1250780

A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12

Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3

A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10

j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa

em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer

(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel

tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo

do cliente

O trajeto varia entre 80 e 240 km

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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores

Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas

Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas

Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo

desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o

Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das

maiores exportadoras a empresa DaFruta

33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute

Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia

representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)

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50

Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute

Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores

beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em

cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme

Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras

uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo

apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)

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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo

do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees

Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo

Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea

1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t

2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado

Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme

3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo

t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de

implantaccedilatildeo

4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe

5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele

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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes

6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo

que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia

7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a

capacidade de processamento

8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo

9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no

periacuteodo atual

10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida

O modelo matemaacutetico

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB

LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por

k isin LP

LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio

do planejamento

LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista

LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme

indexados por l isin LT

LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo

LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme

P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por

p isin P

Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm

capacidade limitada

Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea

capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em

quilogramas de fruto por hectare

aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP

Para

isin LP o e

isin T

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53

custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo

custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare

Para isin LP c

custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare

O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque

consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita

custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo

t

Dados referentes aos cultivos em terra firme

capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado

em quilogramas de fruto por hectare

Para isin LT c

aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de

planejamento

Para isin LT o

nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme

no spot l

qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares

e qe =5 Tem-se que

Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20

hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para

evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear

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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j

Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)

Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no

periacuteodo t em kg

quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no

periacuteodo t em kg

produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg

accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg

accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t

accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t

produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t

estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t

Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas

Para isin LPo

= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo

= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io

Variaacuteveis auxiliares

= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no

periacuteodo t

A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma

dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

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45

Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico

plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute

existente

De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de

custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois

hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende

para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo

numa estimativa de seus gastos de transporte

Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo

utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa

Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela

9

Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)

PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)

Preccedilo(R$)

Valor daProduccedilatildeo

CustoTotal

BenefiacutecioLiacutequido Custorasa

Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167

Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109

c) Demanda dos Beneficiadores

Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade

maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente

pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da

capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de

chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena

de perda dos frutos

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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte

Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos

frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de

confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O

transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h

tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na

tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios

chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que

entregam para as empresas beneficiadoras locais

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio

transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista

ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a

12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200

Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$

050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo

compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma

de R$100 a $150 ao preccedilo

e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme

Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido

ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o

transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de

pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem

considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de

heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os

custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa

margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o

investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano

(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas

propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio

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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre

quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para

efeitos de expansatildeo

f) Manejo de accedilaizais nativos

O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo

uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia

Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano

o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute

positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute

maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de

produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo

g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores

De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a

localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados

individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em

uma tabela como a Tabela 10 abaixo

Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo

h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos

Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e

8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de

produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser

considerados os mesmos para cada tipo de produto

i) Demanda

O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores

para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas

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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009

AnoToneladas

Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo

2001 11784300 852700 39500

2002 13055900 1123100 113651

2003 16361500 2259700 273000

2004 17710200 2963600 504100

2005 20473000 4709800 565700

2006 24493100 5837900 668100

2007 24717300 6516200 923500

2008 27100000 7300000 1173500

2009 29800000 8020000 1250780

A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12

Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3

A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10

j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa

em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer

(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel

tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo

do cliente

O trajeto varia entre 80 e 240 km

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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores

Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas

Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas

Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo

desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o

Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das

maiores exportadoras a empresa DaFruta

33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute

Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia

representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)

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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute

Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores

beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em

cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme

Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras

uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo

apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)

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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo

do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees

Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo

Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea

1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t

2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado

Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme

3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo

t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de

implantaccedilatildeo

4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe

5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele

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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes

6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo

que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia

7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a

capacidade de processamento

8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo

9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no

periacuteodo atual

10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida

O modelo matemaacutetico

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB

LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por

k isin LP

LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio

do planejamento

LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista

LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme

indexados por l isin LT

LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo

LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme

P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por

p isin P

Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm

capacidade limitada

Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea

capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em

quilogramas de fruto por hectare

aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP

Para

isin LP o e

isin T

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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo

custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare

Para isin LP c

custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare

O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque

consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita

custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo

t

Dados referentes aos cultivos em terra firme

capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado

em quilogramas de fruto por hectare

Para isin LT c

aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de

planejamento

Para isin LT o

nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme

no spot l

qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares

e qe =5 Tem-se que

Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20

hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para

evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear

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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j

Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)

Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no

periacuteodo t em kg

quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no

periacuteodo t em kg

produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg

accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg

accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t

accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t

produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t

estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t

Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas

Para isin LPo

= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo

= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io

Variaacuteveis auxiliares

= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no

periacuteodo t

A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma

dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte

Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos

frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de

confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O

transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h

tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na

tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios

chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que

entregam para as empresas beneficiadoras locais

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio

transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista

ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a

12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200

Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$

050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo

compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma

de R$100 a $150 ao preccedilo

e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme

Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido

ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o

transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de

pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem

considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de

heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os

custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa

margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o

investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano

(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)

De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas

propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio

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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre

quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para

efeitos de expansatildeo

f) Manejo de accedilaizais nativos

O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo

uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia

Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano

o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute

positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute

maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de

produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo

g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores

De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a

localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados

individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em

uma tabela como a Tabela 10 abaixo

Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo

h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos

Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e

8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de

produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser

considerados os mesmos para cada tipo de produto

i) Demanda

O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores

para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas

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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009

AnoToneladas

Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo

2001 11784300 852700 39500

2002 13055900 1123100 113651

2003 16361500 2259700 273000

2004 17710200 2963600 504100

2005 20473000 4709800 565700

2006 24493100 5837900 668100

2007 24717300 6516200 923500

2008 27100000 7300000 1173500

2009 29800000 8020000 1250780

A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12

Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3

A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10

j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa

em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer

(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel

tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo

do cliente

O trajeto varia entre 80 e 240 km

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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores

Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas

Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas

Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo

desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o

Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das

maiores exportadoras a empresa DaFruta

33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute

Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia

representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)

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50

Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute

Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores

beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em

cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme

Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras

uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo

apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)

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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo

do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees

Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo

Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea

1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t

2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado

Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme

3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo

t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de

implantaccedilatildeo

4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe

5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele

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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes

6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo

que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia

7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a

capacidade de processamento

8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo

9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no

periacuteodo atual

10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida

O modelo matemaacutetico

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB

LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por

k isin LP

LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio

do planejamento

LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista

LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme

indexados por l isin LT

LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo

LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme

P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por

p isin P

Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm

capacidade limitada

Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea

capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em

quilogramas de fruto por hectare

aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP

Para

isin LP o e

isin T

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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo

custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare

Para isin LP c

custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare

O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque

consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita

custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo

t

Dados referentes aos cultivos em terra firme

capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado

em quilogramas de fruto por hectare

Para isin LT c

aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de

planejamento

Para isin LT o

nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme

no spot l

qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares

e qe =5 Tem-se que

Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20

hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para

evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear

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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j

Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)

Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no

periacuteodo t em kg

quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no

periacuteodo t em kg

produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg

accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg

accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t

accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t

produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t

estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t

Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas

Para isin LPo

= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo

= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io

Variaacuteveis auxiliares

= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no

periacuteodo t

A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma

dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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59

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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60

Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre

quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para

efeitos de expansatildeo

f) Manejo de accedilaizais nativos

O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo

uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia

Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano

o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute

positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute

maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de

produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo

g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores

De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a

localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados

individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em

uma tabela como a Tabela 10 abaixo

Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo

h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos

Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e

8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de

produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser

considerados os mesmos para cada tipo de produto

i) Demanda

O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores

para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas

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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009

AnoToneladas

Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo

2001 11784300 852700 39500

2002 13055900 1123100 113651

2003 16361500 2259700 273000

2004 17710200 2963600 504100

2005 20473000 4709800 565700

2006 24493100 5837900 668100

2007 24717300 6516200 923500

2008 27100000 7300000 1173500

2009 29800000 8020000 1250780

A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12

Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3

A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10

j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa

em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer

(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel

tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo

do cliente

O trajeto varia entre 80 e 240 km

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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores

Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas

Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas

Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo

desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o

Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das

maiores exportadoras a empresa DaFruta

33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute

Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia

representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)

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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute

Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores

beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em

cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme

Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras

uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo

apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)

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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo

do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees

Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo

Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea

1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t

2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado

Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme

3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo

t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de

implantaccedilatildeo

4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe

5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele

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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes

6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo

que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia

7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a

capacidade de processamento

8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo

9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no

periacuteodo atual

10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida

O modelo matemaacutetico

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB

LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por

k isin LP

LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio

do planejamento

LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista

LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme

indexados por l isin LT

LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo

LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme

P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por

p isin P

Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm

capacidade limitada

Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea

capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em

quilogramas de fruto por hectare

aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP

Para

isin LP o e

isin T

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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo

custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare

Para isin LP c

custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare

O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque

consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita

custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo

t

Dados referentes aos cultivos em terra firme

capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado

em quilogramas de fruto por hectare

Para isin LT c

aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de

planejamento

Para isin LT o

nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme

no spot l

qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares

e qe =5 Tem-se que

Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20

hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para

evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear

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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j

Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)

Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no

periacuteodo t em kg

quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no

periacuteodo t em kg

produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg

accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg

accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t

accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t

produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t

estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t

Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas

Para isin LPo

= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo

= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io

Variaacuteveis auxiliares

= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no

periacuteodo t

A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma

dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009

AnoToneladas

Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo

2001 11784300 852700 39500

2002 13055900 1123100 113651

2003 16361500 2259700 273000

2004 17710200 2963600 504100

2005 20473000 4709800 565700

2006 24493100 5837900 668100

2007 24717300 6516200 923500

2008 27100000 7300000 1173500

2009 29800000 8020000 1250780

A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12

Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3

A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute

Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10

j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa

em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer

(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel

tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo

do cliente

O trajeto varia entre 80 e 240 km

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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores

Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas

Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas

Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo

desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o

Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das

maiores exportadoras a empresa DaFruta

33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute

Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia

representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)

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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute

Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores

beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em

cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme

Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras

uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo

apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)

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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo

do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees

Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo

Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea

1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t

2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado

Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme

3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo

t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de

implantaccedilatildeo

4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe

5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele

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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes

6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo

que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia

7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a

capacidade de processamento

8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo

9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no

periacuteodo atual

10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida

O modelo matemaacutetico

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB

LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por

k isin LP

LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio

do planejamento

LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista

LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme

indexados por l isin LT

LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo

LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme

P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por

p isin P

Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm

capacidade limitada

Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea

capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em

quilogramas de fruto por hectare

aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP

Para

isin LP o e

isin T

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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo

custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare

Para isin LP c

custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare

O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque

consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita

custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo

t

Dados referentes aos cultivos em terra firme

capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado

em quilogramas de fruto por hectare

Para isin LT c

aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de

planejamento

Para isin LT o

nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme

no spot l

qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares

e qe =5 Tem-se que

Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20

hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para

evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear

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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j

Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)

Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no

periacuteodo t em kg

quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no

periacuteodo t em kg

produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg

accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg

accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t

accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t

produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t

estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t

Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas

Para isin LPo

= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo

= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io

Variaacuteveis auxiliares

= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no

periacuteodo t

A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma

dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores

Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas

Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas

Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo

desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o

Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das

maiores exportadoras a empresa DaFruta

33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute

Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia

representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)

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50

Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute

Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores

beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em

cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme

Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras

uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo

apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)

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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo

do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees

Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo

Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea

1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t

2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado

Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme

3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo

t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de

implantaccedilatildeo

4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe

5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele

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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes

6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo

que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia

7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a

capacidade de processamento

8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo

9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no

periacuteodo atual

10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida

O modelo matemaacutetico

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB

LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por

k isin LP

LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio

do planejamento

LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista

LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme

indexados por l isin LT

LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo

LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme

P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por

p isin P

Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm

capacidade limitada

Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea

capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em

quilogramas de fruto por hectare

aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP

Para

isin LP o e

isin T

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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo

custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare

Para isin LP c

custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare

O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque

consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita

custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo

t

Dados referentes aos cultivos em terra firme

capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado

em quilogramas de fruto por hectare

Para isin LT c

aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de

planejamento

Para isin LT o

nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme

no spot l

qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares

e qe =5 Tem-se que

Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20

hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para

evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear

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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j

Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)

Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no

periacuteodo t em kg

quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no

periacuteodo t em kg

produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg

accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg

accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t

accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t

produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t

estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t

Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas

Para isin LPo

= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo

= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io

Variaacuteveis auxiliares

= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no

periacuteodo t

A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma

dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute

Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores

beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em

cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme

Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras

uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo

apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)

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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo

do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees

Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo

Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea

1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t

2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado

Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme

3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo

t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de

implantaccedilatildeo

4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe

5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele

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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes

6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo

que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia

7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a

capacidade de processamento

8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo

9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no

periacuteodo atual

10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida

O modelo matemaacutetico

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB

LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por

k isin LP

LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio

do planejamento

LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista

LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme

indexados por l isin LT

LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo

LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme

P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por

p isin P

Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm

capacidade limitada

Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea

capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em

quilogramas de fruto por hectare

aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP

Para

isin LP o e

isin T

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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo

custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare

Para isin LP c

custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare

O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque

consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita

custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo

t

Dados referentes aos cultivos em terra firme

capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado

em quilogramas de fruto por hectare

Para isin LT c

aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de

planejamento

Para isin LT o

nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme

no spot l

qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares

e qe =5 Tem-se que

Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20

hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para

evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear

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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j

Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)

Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no

periacuteodo t em kg

quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no

periacuteodo t em kg

produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg

accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg

accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t

accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t

produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t

estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t

Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas

Para isin LPo

= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo

= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io

Variaacuteveis auxiliares

= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no

periacuteodo t

A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma

dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo

do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees

Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo

Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea

1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t

2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado

Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme

3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo

t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de

implantaccedilatildeo

4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe

5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele

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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes

6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo

que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia

7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a

capacidade de processamento

8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo

9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no

periacuteodo atual

10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida

O modelo matemaacutetico

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB

LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por

k isin LP

LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio

do planejamento

LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista

LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme

indexados por l isin LT

LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo

LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme

P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por

p isin P

Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm

capacidade limitada

Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea

capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em

quilogramas de fruto por hectare

aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP

Para

isin LP o e

isin T

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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo

custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare

Para isin LP c

custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare

O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque

consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita

custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo

t

Dados referentes aos cultivos em terra firme

capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado

em quilogramas de fruto por hectare

Para isin LT c

aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de

planejamento

Para isin LT o

nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme

no spot l

qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares

e qe =5 Tem-se que

Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20

hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para

evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear

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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j

Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)

Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no

periacuteodo t em kg

quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no

periacuteodo t em kg

produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg

accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg

accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t

accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t

produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t

estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t

Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas

Para isin LPo

= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo

= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io

Variaacuteveis auxiliares

= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no

periacuteodo t

A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma

dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes

6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo

que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia

7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a

capacidade de processamento

8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo

9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no

periacuteodo atual

10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida

O modelo matemaacutetico

LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC

LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB

LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por

k isin LP

LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio

do planejamento

LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista

LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme

indexados por l isin LT

LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo

LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme

P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por

p isin P

Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm

capacidade limitada

Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea

capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em

quilogramas de fruto por hectare

aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP

Para

isin LP o e

isin T

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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo

custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare

Para isin LP c

custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare

O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque

consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita

custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo

t

Dados referentes aos cultivos em terra firme

capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado

em quilogramas de fruto por hectare

Para isin LT c

aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de

planejamento

Para isin LT o

nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme

no spot l

qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares

e qe =5 Tem-se que

Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20

hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para

evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear

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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j

Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)

Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no

periacuteodo t em kg

quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no

periacuteodo t em kg

produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg

accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg

accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t

accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t

produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t

estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t

Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas

Para isin LPo

= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo

= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io

Variaacuteveis auxiliares

= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no

periacuteodo t

A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma

dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

5 Bibliografia

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2009

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Universidade do Vale do Paraiacuteba 2008

MARTEL A VIEIRA D R Anaacutelise e Projetos de redes Logiacutestica 2008

MARTINEZ L Planejamento de Longo Prazo de uma Rede de Distribuiccedilatildeo

Multi-Produto Capacitada XL Simpoacutesio Brasileiro de Pesquisa Operacional

Joatildeo Pessoa Anais XL Simpoacutesio Brasileiro de Pesquisa Operacional 2008

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cooperadas do setor sucroenergeacutetico utilizando programaccedilatildeo matemaacutetica e

otimizaccedilatildeo robusta Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo)

Centro de Ciecircncias Exatas e Tecnologia Programa de Poacutes graduaccedilatildeo em

Engenharia de Produccedilatildeo UFSCAR 2009

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Londrina Universidade Estadual de Maringaacute 2003

SAGRI Secretaria do Estado da Agricultura Seminaacuterio Setorizado do Accedilaiacute

discute problemas na produccedilatildeo Disponiacutevel emhttpwwwsagripagovbrq=node184

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orioundos de adoccedilatildeo tecnoloacutegica na cultura de accedilaiacute no estado do Paraacute

Amazocircnia Ci amp Desenv v 2 n 3 2006

SILVA M C N Competitividades das Agroinduacutestrias de polpa de frutas das

mesorregiotildees Metropolitana de Beleacutem e Nordeste Paraense (1996 a 2003)

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade da Amazocircnia 2006

SILVA M N A O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das

agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

Economia Rural) Centro de Ciecircncias Agraacuterias Universidade Federal do Cearaacute

2004

SOARES L C C COSTA F A Os limites do agroextrativismo no Baixo

Tocantins 2005

Page 53: Pagliarussi Marina Sanches

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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo

custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare

Para isin LP c

custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare

O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque

consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita

custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo

t

Dados referentes aos cultivos em terra firme

capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado

em quilogramas de fruto por hectare

Para isin LT c

aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de

planejamento

Para isin LT o

nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme

no spot l

qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares

e qe =5 Tem-se que

Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20

hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para

evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear

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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j

Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)

Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no

periacuteodo t em kg

quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no

periacuteodo t em kg

produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg

accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg

accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t

accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t

produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t

estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t

Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas

Para isin LPo

= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo

= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io

Variaacuteveis auxiliares

= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no

periacuteodo t

A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma

dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

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Joatildeo Pessoa Anais XL Simpoacutesio Brasileiro de Pesquisa Operacional 2008

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PAIVA R P O Modelagem do planejamento agregado da produccedilatildeo em usinas

cooperadas do setor sucroenergeacutetico utilizando programaccedilatildeo matemaacutetica e

otimizaccedilatildeo robusta Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo)

Centro de Ciecircncias Exatas e Tecnologia Programa de Poacutes graduaccedilatildeo em

Engenharia de Produccedilatildeo UFSCAR 2009

PESSOA J D C Pesquisa de campo 2007 Pesquisador vinculado agrave

EMBRAPA Satildeo Carlos

ROSA L A B Comercializaccedilatildeo na Agroinduacutestria de pequeno porte a

experiecircncia de agricultores agroindustriais familiares do municiacutepio de Londrina

ndash PR Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Gestatildeo de Negoacutecios) Universidade Estadual de

Londrina Universidade Estadual de Maringaacute 2003

SAGRI Secretaria do Estado da Agricultura Seminaacuterio Setorizado do Accedilaiacute

discute problemas na produccedilatildeo Disponiacutevel emhttpwwwsagripagovbrq=node184

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competitividade das empresas de polpas de frutas no Estado do Paraacute 1995 a

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mesorregiotildees Metropolitana de Beleacutem e Nordeste Paraense (1996 a 2003)

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade da Amazocircnia 2006

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SOARES L C C COSTA F A Os limites do agroextrativismo no Baixo

Tocantins 2005

Page 54: Pagliarussi Marina Sanches

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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j

Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)

Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no

periacuteodo t em kg

quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no

periacuteodo t em kg

produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg

accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg

accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t

accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t

produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t

estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t

Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas

Para isin LPo

= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo

= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io

Variaacuteveis auxiliares

= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no

periacuteodo t

A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma

dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

5 Bibliografia

AGEcircNCIA SEBRAE Brasil eacute o terceiro maior produtor de frutas do mundo

2009

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Tocantins 2005

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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j

Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)

Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no

periacuteodo t em kg

quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no

periacuteodo t em kg

produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg

accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg

accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t

accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t

produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t

estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t

Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas

Para isin LPo

= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo

= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io

Variaacuteveis auxiliares

= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no

periacuteodo t

A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma

dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do

beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do

custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas

As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva

do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma

da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de

aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo

t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja

o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento

le + forall isin LP forall isin T (15)

As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)

garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)

le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem

que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t

(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

5 Bibliografia

AGEcircNCIA SEBRAE Brasil eacute o terceiro maior produtor de frutas do mundo

2009

Disponiacutevel em

httpwwwcanalruralcombrcanalruraljspdefaultjspuf=1amplocal

=1ampaction=noticiasampid=2535814ampsection=noticias

Acesso em 032010

ALEXANDRE D CUNHA R L HUBINGER M D Conservaccedilatildeo do accedilaiacute

pela tecnologia de obstaacuteculos Rev Ciecircnc Tecnol Aliment Campinas 24(1)

114-119 2004

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BOWERSOX D J Closs D J Cooper M B Gestatildeo Logiacutestica da Cadeia de

Suprimentos Bookman 4ordf ediccedilatildeo 2002

COSTA E J S C Avaliaccedilatildeo do Desempenho Logiacutestico de Cadeias Produtivas

Agroindustriais um Modelo com Base no Tempo de Ciclo Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Engenharia de Transportes) Centro de Tecnologia Universidade

Federal do Cearaacute 2002

CSM em httpcscmporgDefaultasp Acesso em jun 2010

Diaacuterio do Paraacute Cearaacute fatura alto com exportaccedilatildeo do accedilaiacute paraense 2010

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lt

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HOMMA A K O NOGUEIRA O L MENEZES A J E A CARVALHO

J E U NICOLI C M L MATOS G B Accedilaiacute novos desafios e tendecircncias

AMAZOcircNIA Ciecircncia amp Desenvolvimento v 1 n 2 2006

LIMAL M A V MAIA L F T ALVES S GOMES DA SILVA J L O

potencial econocircmico do accedilaiacute na mesorregiatildeo do Marajoacute X Encontro Latino

Americano de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica e VI Encontro Latino de Poacutes Graduaccedilatildeo

Universidade do Vale do Paraiacuteba 2008

MARTEL A VIEIRA D R Anaacutelise e Projetos de redes Logiacutestica 2008

MARTINEZ L Planejamento de Longo Prazo de uma Rede de Distribuiccedilatildeo

Multi-Produto Capacitada XL Simpoacutesio Brasileiro de Pesquisa Operacional

Joatildeo Pessoa Anais XL Simpoacutesio Brasileiro de Pesquisa Operacional 2008

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caroccedilos de accedilaiacute para geraccedilatildeo de energia Biomassa amp Energia 3 2005

PAIVA R P O Modelagem do planejamento agregado da produccedilatildeo em usinas

cooperadas do setor sucroenergeacutetico utilizando programaccedilatildeo matemaacutetica e

otimizaccedilatildeo robusta Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo)

Centro de Ciecircncias Exatas e Tecnologia Programa de Poacutes graduaccedilatildeo em

Engenharia de Produccedilatildeo UFSCAR 2009

PESSOA J D C Pesquisa de campo 2007 Pesquisador vinculado agrave

EMBRAPA Satildeo Carlos

ROSA L A B Comercializaccedilatildeo na Agroinduacutestria de pequeno porte a

experiecircncia de agricultores agroindustriais familiares do municiacutepio de Londrina

ndash PR Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Gestatildeo de Negoacutecios) Universidade Estadual de

Londrina Universidade Estadual de Maringaacute 2003

SAGRI Secretaria do Estado da Agricultura Seminaacuterio Setorizado do Accedilaiacute

discute problemas na produccedilatildeo Disponiacutevel emhttpwwwsagripagovbrq=node184

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SANTANA A C CARVALHO D F MENDES FA T Organizaccedilatildeo e

competitividade das empresas de polpas de frutas no Estado do Paraacute 1995 a

2004 Unama 2006

SILVA I M SANTANA A C REIS M S Anaacutelise dos retornos sociais

orioundos de adoccedilatildeo tecnoloacutegica na cultura de accedilaiacute no estado do Paraacute

Amazocircnia Ci amp Desenv v 2 n 3 2006

SILVA M C N Competitividades das Agroinduacutestrias de polpa de frutas das

mesorregiotildees Metropolitana de Beleacutem e Nordeste Paraense (1996 a 2003)

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade da Amazocircnia 2006

SILVA M N A O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das

agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

Economia Rural) Centro de Ciecircncias Agraacuterias Universidade Federal do Cearaacute

2004

SOARES L C C COSTA F A Os limites do agroextrativismo no Baixo

Tocantins 2005

Page 57: Pagliarussi Marina Sanches

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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano

de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4

le forall isinLTc

forall isinT

(18) le forall isin LTo (19)

As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)

garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou

seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel

As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel

auxiliar

ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em

alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees

(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de

hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o

cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l

isin = 0 forall isin LTc (20)

=

forall isinLTo

forall isinT (21)

= forall isin LTo forall isin T (22)

le forall isin LTo (23)

As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea

de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia

para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento

+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa

p produzida

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo

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leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

5 Bibliografia

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pela tecnologia de obstaacuteculos Rev Ciecircnc Tecnol Aliment Campinas 24(1)

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PESSOA J D C Pesquisa de campo 2007 Pesquisador vinculado agrave

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SANTANA A C CARVALHO D F MENDES FA T Organizaccedilatildeo e

competitividade das empresas de polpas de frutas no Estado do Paraacute 1995 a

2004 Unama 2006

SILVA I M SANTANA A C REIS M S Anaacutelise dos retornos sociais

orioundos de adoccedilatildeo tecnoloacutegica na cultura de accedilaiacute no estado do Paraacute

Amazocircnia Ci amp Desenv v 2 n 3 2006

SILVA M C N Competitividades das Agroinduacutestrias de polpa de frutas das

mesorregiotildees Metropolitana de Beleacutem e Nordeste Paraense (1996 a 2003)

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade da Amazocircnia 2006

SILVA M N A O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das

agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

Economia Rural) Centro de Ciecircncias Agraacuterias Universidade Federal do Cearaacute

2004

SOARES L C C COSTA F A Os limites do agroextrativismo no Baixo

Tocantins 2005

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leisin forall isin LB forall isin T (26)

As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que

seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em

t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

Dessa forma o modelo resultante eacute

Min isinisin + isin +isin isinisin +

isinisinisin + +isinisinisin isin

+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +

isin isinisinisin (14)

Sujeito a

le + forall isin LP forall isin T (15)

isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)

le forall isin LTc forall isin T (18)

le forall isin LTo (19)

isin = 0 forall isin LTc (20)

= forall isin LTo forall isin T (21)

=

forall isinLTo

forall isinT (22)

le forall isin LTo (23)

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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

5 Bibliografia

AGEcircNCIA SEBRAE Brasil eacute o terceiro maior produtor de frutas do mundo

2009

Disponiacutevel em

httpwwwcanalruralcombrcanalruraljspdefaultjspuf=1amplocal

=1ampaction=noticiasampid=2535814ampsection=noticias

Acesso em 032010

ALEXANDRE D CUNHA R L HUBINGER M D Conservaccedilatildeo do accedilaiacute

pela tecnologia de obstaacuteculos Rev Ciecircnc Tecnol Aliment Campinas 24(1)

114-119 2004

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BOWERSOX D J Closs D J Cooper M B Gestatildeo Logiacutestica da Cadeia de

Suprimentos Bookman 4ordf ediccedilatildeo 2002

COSTA E J S C Avaliaccedilatildeo do Desempenho Logiacutestico de Cadeias Produtivas

Agroindustriais um Modelo com Base no Tempo de Ciclo Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Engenharia de Transportes) Centro de Tecnologia Universidade

Federal do Cearaacute 2002

CSM em httpcscmporgDefaultasp Acesso em jun 2010

Diaacuterio do Paraacute Cearaacute fatura alto com exportaccedilatildeo do accedilaiacute paraense 2010

Disponiacutevel em httpwwwdiariodoparacombrN-108657-

CEARA+FATURA+ALTO+COM+EXPORTACAO+DO+ACAI+PARAENSE

html

EMBRAPA Manejo de Accedilaizais Nativos para Produccedilatildeo de Frutos

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acaizais-nativos-para-producao-de-frutos Acesso em Set 2010

EMBRAPA AMAZONIA ORIENTAL Sistemas de Produccedilatildeo 04 versatildeo

eletrocircnica 2005

Disponiacutevel em

httpsistemasdeproducaocnptiaembrapabrFontesHTMLAcaiSistemaProduc

aoAcaiindexhtm

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HINOJOSA Y KALCSIS J NICKEL S PUERTO J VELTEN S

Dynamic supply chain design with inventory Computers amp Operations Research

35 2008

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64

HOMMA A K O O desenvolvimento da agroinduacutestria no Estado do Paraacute

2002

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httpwwwdesenvolvimentogovbrarquivosecexstiindbrasopodesafiossaber

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HOMMA A K O Mercado e comercializaccedilatildeo 2006 Disponiacutevel em

lt

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HOMMA A K O NOGUEIRA O L MENEZES A J E A CARVALHO

J E U NICOLI C M L MATOS G B Accedilaiacute novos desafios e tendecircncias

AMAZOcircNIA Ciecircncia amp Desenvolvimento v 1 n 2 2006

LIMAL M A V MAIA L F T ALVES S GOMES DA SILVA J L O

potencial econocircmico do accedilaiacute na mesorregiatildeo do Marajoacute X Encontro Latino

Americano de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica e VI Encontro Latino de Poacutes Graduaccedilatildeo

Universidade do Vale do Paraiacuteba 2008

MARTEL A VIEIRA D R Anaacutelise e Projetos de redes Logiacutestica 2008

MARTINEZ L Planejamento de Longo Prazo de uma Rede de Distribuiccedilatildeo

Multi-Produto Capacitada XL Simpoacutesio Brasileiro de Pesquisa Operacional

Joatildeo Pessoa Anais XL Simpoacutesio Brasileiro de Pesquisa Operacional 2008

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65

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problems European Journal of Operational Research 129 2001

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MENDES E Demanda pode tornar accedilaiacute raro e caro no Paraacute 2003

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lthttpnegociosamazoniaorgbrfuseaction=noticiaImprimirampid=58851gt

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PADILHA J S ELARRAT S A RENDEIRO G Avaliaccedilatildeo do potencial dos

caroccedilos de accedilaiacute para geraccedilatildeo de energia Biomassa amp Energia 3 2005

PAIVA R P O Modelagem do planejamento agregado da produccedilatildeo em usinas

cooperadas do setor sucroenergeacutetico utilizando programaccedilatildeo matemaacutetica e

otimizaccedilatildeo robusta Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo)

Centro de Ciecircncias Exatas e Tecnologia Programa de Poacutes graduaccedilatildeo em

Engenharia de Produccedilatildeo UFSCAR 2009

PESSOA J D C Pesquisa de campo 2007 Pesquisador vinculado agrave

EMBRAPA Satildeo Carlos

ROSA L A B Comercializaccedilatildeo na Agroinduacutestria de pequeno porte a

experiecircncia de agricultores agroindustriais familiares do municiacutepio de Londrina

ndash PR Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Gestatildeo de Negoacutecios) Universidade Estadual de

Londrina Universidade Estadual de Maringaacute 2003

SAGRI Secretaria do Estado da Agricultura Seminaacuterio Setorizado do Accedilaiacute

discute problemas na produccedilatildeo Disponiacutevel emhttpwwwsagripagovbrq=node184

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SANTANA A C CARVALHO D F MENDES FA T Organizaccedilatildeo e

competitividade das empresas de polpas de frutas no Estado do Paraacute 1995 a

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orioundos de adoccedilatildeo tecnoloacutegica na cultura de accedilaiacute no estado do Paraacute

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agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

Economia Rural) Centro de Ciecircncias Agraacuterias Universidade Federal do Cearaacute

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Tocantins 2005

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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)

+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)

leisin forall isin LB forall isin T (26)

isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)

=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)

isin 01 forall isin LW forall isin T (29)

ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC

forall isin T (30)

4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de

gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo

usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel

operacional

No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as

variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando

as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que

considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos

de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o

sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com

consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)

Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no

longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns

detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo

de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de

fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de

accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem

durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques

sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa

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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

5 Bibliografia

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ALEXANDRE D CUNHA R L HUBINGER M D Conservaccedilatildeo do accedilaiacute

pela tecnologia de obstaacuteculos Rev Ciecircnc Tecnol Aliment Campinas 24(1)

114-119 2004

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BOWERSOX D J Closs D J Cooper M B Gestatildeo Logiacutestica da Cadeia de

Suprimentos Bookman 4ordf ediccedilatildeo 2002

COSTA E J S C Avaliaccedilatildeo do Desempenho Logiacutestico de Cadeias Produtivas

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(Mestrado em Engenharia de Transportes) Centro de Tecnologia Universidade

Federal do Cearaacute 2002

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Diaacuterio do Paraacute Cearaacute fatura alto com exportaccedilatildeo do accedilaiacute paraense 2010

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Dynamic supply chain design with inventory Computers amp Operations Research

35 2008

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HOMMA A K O O desenvolvimento da agroinduacutestria no Estado do Paraacute

2002

Disponiacutevel em lt

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alfredohommapdfgt

Acesso em Jun 2010

HOMMA A K O Mercado e comercializaccedilatildeo 2006 Disponiacutevel em

lt

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AMAZOcircNIA Ciecircncia amp Desenvolvimento v 1 n 2 2006

LIMAL M A V MAIA L F T ALVES S GOMES DA SILVA J L O

potencial econocircmico do accedilaiacute na mesorregiatildeo do Marajoacute X Encontro Latino

Americano de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica e VI Encontro Latino de Poacutes Graduaccedilatildeo

Universidade do Vale do Paraiacuteba 2008

MARTEL A VIEIRA D R Anaacutelise e Projetos de redes Logiacutestica 2008

MARTINEZ L Planejamento de Longo Prazo de uma Rede de Distribuiccedilatildeo

Multi-Produto Capacitada XL Simpoacutesio Brasileiro de Pesquisa Operacional

Joatildeo Pessoa Anais XL Simpoacutesio Brasileiro de Pesquisa Operacional 2008

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MELO MT NICKEL S SALDANHA-DA-GAMA F Facility Location

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PADILHA J S ELARRAT S A RENDEIRO G Avaliaccedilatildeo do potencial dos

caroccedilos de accedilaiacute para geraccedilatildeo de energia Biomassa amp Energia 3 2005

PAIVA R P O Modelagem do planejamento agregado da produccedilatildeo em usinas

cooperadas do setor sucroenergeacutetico utilizando programaccedilatildeo matemaacutetica e

otimizaccedilatildeo robusta Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo)

Centro de Ciecircncias Exatas e Tecnologia Programa de Poacutes graduaccedilatildeo em

Engenharia de Produccedilatildeo UFSCAR 2009

PESSOA J D C Pesquisa de campo 2007 Pesquisador vinculado agrave

EMBRAPA Satildeo Carlos

ROSA L A B Comercializaccedilatildeo na Agroinduacutestria de pequeno porte a

experiecircncia de agricultores agroindustriais familiares do municiacutepio de Londrina

ndash PR Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Gestatildeo de Negoacutecios) Universidade Estadual de

Londrina Universidade Estadual de Maringaacute 2003

SAGRI Secretaria do Estado da Agricultura Seminaacuterio Setorizado do Accedilaiacute

discute problemas na produccedilatildeo Disponiacutevel emhttpwwwsagripagovbrq=node184

7232019 Pagliarussi Marina Sanches

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Acesso em jun 2010

SANTANA A C CARVALHO D F MENDES FA T Organizaccedilatildeo e

competitividade das empresas de polpas de frutas no Estado do Paraacute 1995 a

2004 Unama 2006

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orioundos de adoccedilatildeo tecnoloacutegica na cultura de accedilaiacute no estado do Paraacute

Amazocircnia Ci amp Desenv v 2 n 3 2006

SILVA M C N Competitividades das Agroinduacutestrias de polpa de frutas das

mesorregiotildees Metropolitana de Beleacutem e Nordeste Paraense (1996 a 2003)

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade da Amazocircnia 2006

SILVA M N A O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das

agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

Economia Rural) Centro de Ciecircncias Agraacuterias Universidade Federal do Cearaacute

2004

SOARES L C C COSTA F A Os limites do agroextrativismo no Baixo

Tocantins 2005

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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o

modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas

com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar

novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado

em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo

proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica

Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de

implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo

mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos

ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo

Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque

homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a

motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa

ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias

em horizonte de meacutedio e longo prazo

Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas

de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em

decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse

Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou

aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se

envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se

envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)

Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria

importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em

sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido

desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo

manejado

Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste

trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja

possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte

da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado

pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a

formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um

meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das

soluccedilotildees

5 Bibliografia

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cooperadas do setor sucroenergeacutetico utilizando programaccedilatildeo matemaacutetica e

otimizaccedilatildeo robusta Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo)

Centro de Ciecircncias Exatas e Tecnologia Programa de Poacutes graduaccedilatildeo em

Engenharia de Produccedilatildeo UFSCAR 2009

PESSOA J D C Pesquisa de campo 2007 Pesquisador vinculado agrave

EMBRAPA Satildeo Carlos

ROSA L A B Comercializaccedilatildeo na Agroinduacutestria de pequeno porte a

experiecircncia de agricultores agroindustriais familiares do municiacutepio de Londrina

ndash PR Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Gestatildeo de Negoacutecios) Universidade Estadual de

Londrina Universidade Estadual de Maringaacute 2003

SAGRI Secretaria do Estado da Agricultura Seminaacuterio Setorizado do Accedilaiacute

discute problemas na produccedilatildeo Disponiacutevel emhttpwwwsagripagovbrq=node184

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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo

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ndash PR Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Gestatildeo de Negoacutecios) Universidade Estadual de

Londrina Universidade Estadual de Maringaacute 2003

SAGRI Secretaria do Estado da Agricultura Seminaacuterio Setorizado do Accedilaiacute

discute problemas na produccedilatildeo Disponiacutevel emhttpwwwsagripagovbrq=node184

7232019 Pagliarussi Marina Sanches

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Acesso em jun 2010

SANTANA A C CARVALHO D F MENDES FA T Organizaccedilatildeo e

competitividade das empresas de polpas de frutas no Estado do Paraacute 1995 a

2004 Unama 2006

SILVA I M SANTANA A C REIS M S Anaacutelise dos retornos sociais

orioundos de adoccedilatildeo tecnoloacutegica na cultura de accedilaiacute no estado do Paraacute

Amazocircnia Ci amp Desenv v 2 n 3 2006

SILVA M C N Competitividades das Agroinduacutestrias de polpa de frutas das

mesorregiotildees Metropolitana de Beleacutem e Nordeste Paraense (1996 a 2003)

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade da Amazocircnia 2006

SILVA M N A O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das

agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

Economia Rural) Centro de Ciecircncias Agraacuterias Universidade Federal do Cearaacute

2004

SOARES L C C COSTA F A Os limites do agroextrativismo no Baixo

Tocantins 2005

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HOMMA A K O O desenvolvimento da agroinduacutestria no Estado do Paraacute

2002

Disponiacutevel em lt

httpwwwdesenvolvimentogovbrarquivosecexstiindbrasopodesafiossaber

alfredohommapdfgt

Acesso em Jun 2010

HOMMA A K O Mercado e comercializaccedilatildeo 2006 Disponiacutevel em

lt

httpsistemasdeproducaocnptiaembrapabrFontesHTMLAcaiSistemaProduc

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HOMMA A K O NOGUEIRA O L MENEZES A J E A CARVALHO

J E U NICOLI C M L MATOS G B Accedilaiacute novos desafios e tendecircncias

AMAZOcircNIA Ciecircncia amp Desenvolvimento v 1 n 2 2006

LIMAL M A V MAIA L F T ALVES S GOMES DA SILVA J L O

potencial econocircmico do accedilaiacute na mesorregiatildeo do Marajoacute X Encontro Latino

Americano de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica e VI Encontro Latino de Poacutes Graduaccedilatildeo

Universidade do Vale do Paraiacuteba 2008

MARTEL A VIEIRA D R Anaacutelise e Projetos de redes Logiacutestica 2008

MARTINEZ L Planejamento de Longo Prazo de uma Rede de Distribuiccedilatildeo

Multi-Produto Capacitada XL Simpoacutesio Brasileiro de Pesquisa Operacional

Joatildeo Pessoa Anais XL Simpoacutesio Brasileiro de Pesquisa Operacional 2008

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MELKOTE S DASKIN M S Capacitated facility locationnetwork design

problems European Journal of Operational Research 129 2001

MELO MT NICKEL S SALDANHA-DA-GAMA F Facility Location

Models a Review European Journal of Operational Research 196 2009

MENDES E Demanda pode tornar accedilaiacute raro e caro no Paraacute 2003

Disponiacutevel em

lthttpnegociosamazoniaorgbrfuseaction=noticiaImprimirampid=58851gt

Acesso em jun 2010

PADILHA J S ELARRAT S A RENDEIRO G Avaliaccedilatildeo do potencial dos

caroccedilos de accedilaiacute para geraccedilatildeo de energia Biomassa amp Energia 3 2005

PAIVA R P O Modelagem do planejamento agregado da produccedilatildeo em usinas

cooperadas do setor sucroenergeacutetico utilizando programaccedilatildeo matemaacutetica e

otimizaccedilatildeo robusta Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo)

Centro de Ciecircncias Exatas e Tecnologia Programa de Poacutes graduaccedilatildeo em

Engenharia de Produccedilatildeo UFSCAR 2009

PESSOA J D C Pesquisa de campo 2007 Pesquisador vinculado agrave

EMBRAPA Satildeo Carlos

ROSA L A B Comercializaccedilatildeo na Agroinduacutestria de pequeno porte a

experiecircncia de agricultores agroindustriais familiares do municiacutepio de Londrina

ndash PR Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Gestatildeo de Negoacutecios) Universidade Estadual de

Londrina Universidade Estadual de Maringaacute 2003

SAGRI Secretaria do Estado da Agricultura Seminaacuterio Setorizado do Accedilaiacute

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mesorregiotildees Metropolitana de Beleacutem e Nordeste Paraense (1996 a 2003)

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade da Amazocircnia 2006

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agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

Economia Rural) Centro de Ciecircncias Agraacuterias Universidade Federal do Cearaacute

2004

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Tocantins 2005

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MELKOTE S DASKIN M S Capacitated facility locationnetwork design

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caroccedilos de accedilaiacute para geraccedilatildeo de energia Biomassa amp Energia 3 2005

PAIVA R P O Modelagem do planejamento agregado da produccedilatildeo em usinas

cooperadas do setor sucroenergeacutetico utilizando programaccedilatildeo matemaacutetica e

otimizaccedilatildeo robusta Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo)

Centro de Ciecircncias Exatas e Tecnologia Programa de Poacutes graduaccedilatildeo em

Engenharia de Produccedilatildeo UFSCAR 2009

PESSOA J D C Pesquisa de campo 2007 Pesquisador vinculado agrave

EMBRAPA Satildeo Carlos

ROSA L A B Comercializaccedilatildeo na Agroinduacutestria de pequeno porte a

experiecircncia de agricultores agroindustriais familiares do municiacutepio de Londrina

ndash PR Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Gestatildeo de Negoacutecios) Universidade Estadual de

Londrina Universidade Estadual de Maringaacute 2003

SAGRI Secretaria do Estado da Agricultura Seminaacuterio Setorizado do Accedilaiacute

discute problemas na produccedilatildeo Disponiacutevel emhttpwwwsagripagovbrq=node184

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SANTANA A C CARVALHO D F MENDES FA T Organizaccedilatildeo e

competitividade das empresas de polpas de frutas no Estado do Paraacute 1995 a

2004 Unama 2006

SILVA I M SANTANA A C REIS M S Anaacutelise dos retornos sociais

orioundos de adoccedilatildeo tecnoloacutegica na cultura de accedilaiacute no estado do Paraacute

Amazocircnia Ci amp Desenv v 2 n 3 2006

SILVA M C N Competitividades das Agroinduacutestrias de polpa de frutas das

mesorregiotildees Metropolitana de Beleacutem e Nordeste Paraense (1996 a 2003)

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade da Amazocircnia 2006

SILVA M N A O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das

agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

Economia Rural) Centro de Ciecircncias Agraacuterias Universidade Federal do Cearaacute

2004

SOARES L C C COSTA F A Os limites do agroextrativismo no Baixo

Tocantins 2005

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SANTANA A C CARVALHO D F MENDES FA T Organizaccedilatildeo e

competitividade das empresas de polpas de frutas no Estado do Paraacute 1995 a

2004 Unama 2006

SILVA I M SANTANA A C REIS M S Anaacutelise dos retornos sociais

orioundos de adoccedilatildeo tecnoloacutegica na cultura de accedilaiacute no estado do Paraacute

Amazocircnia Ci amp Desenv v 2 n 3 2006

SILVA M C N Competitividades das Agroinduacutestrias de polpa de frutas das

mesorregiotildees Metropolitana de Beleacutem e Nordeste Paraense (1996 a 2003)

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade da Amazocircnia 2006

SILVA M N A O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das

agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute Dissertaccedilatildeo (Mestrado em

Economia Rural) Centro de Ciecircncias Agraacuterias Universidade Federal do Cearaacute

2004

SOARES L C C COSTA F A Os limites do agroextrativismo no Baixo

Tocantins 2005