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Pagamentos por Serviços Ambientais no Corredor das Onças - Remuneração pela conservação de Puma concolor e conservação de água mediante adequação ambiental em propriedades rurais na Região Metropolitana de Campinas (RMC). Resultados parciais da análise da dieta de felinos nos fragmentos florestais selecionados da Região Metropolitana de Campinas. Claudia Zukaran Kanda* 1 Gabriela de Lima Fregonezi * Helena Alves do Prado * Mitra Katherina Ferreira * Marcelo Magioli 2 Milton Cezar Ribeiro * Márcia Rodrigues 3 Outubro de 2012 1 * Laboratório de Ecologia Espacial e Conservação (LEEC), Depto de Ecologia, IB, UNESP, Rio Claro. 2 Mestrando do Depto de Ciências Florestais, Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, USP. 3 Analista ambiental, ARIE Matão de Cosmópolis, ICMBio/MMA.

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Pagamentos por Serviços Ambientais no Corredor das Onças - Remuneração pela

conservação de Puma concolor e conservação de água mediante adequação ambiental em

propriedades rurais na Região Metropolitana de Campinas (RMC).

Resultados parciais da análise da dieta de felinos nos fragmentos florestais selecionados da Região Metropolitana de Campinas.

Claudia Zukaran Kanda*1

Gabriela de Lima Fregonezi*

Helena Alves do Prado*

Mitra Katherina Ferreira*

Marcelo Magioli2

Milton Cezar Ribeiro*

Márcia Rodrigues3

Outubro de 2012

1* Laboratório de Ecologia Espacial e Conservação (LEEC), Depto de Ecologia, IB, UNESP, Rio Claro. 2 Mestrando do Depto de Ciências Florestais, Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, USP. 3 Analista ambiental, ARIE Matão de Cosmópolis, ICMBio/MMA.

COMO CITAR ESTE RELATÓRIO:

Kanda, C.Z; Fregonezi, G. de L.; Prado, H.A. do; Ferreira, M.K.; Magioli, M.;

Ribeiro, M.C.; Rodrigues, M.G. 2012. Resultados parciais da análise da dieta de felinos

nos fragmentos florestais selecionados da Região Metropolitana de Campinas.

Relatório técnico, Campinas, Outubro de 2012.

SOBRE O PROJETO:

O projeto PSA – Corredor das Onças tem coordenação geral do Prof. Dr.

Ademar Romeiro (IE/UNICAMP) e coordenação executiva da Profa. Dra. Márcia

Gonçalves Rodrigues (ICMBio/MMA).

I. INTRODUÇÃO

A região Metropolitana de Campinas (RMC) está inserida no domínio da Mata

Atlântica. Esse bioma é considerado como uma área prioritária para conservação já

que se encontra altamente fragmentado, restando menos de 12% de sua vegetação

original e em sua maioria remanescentes com menos de 50 ha (RIBEIRO et al., 2009).

Além disso, ela é classificada como hotspot de biodiversidade (MYERS et al., 2000)

Após o acelerado processo de urbanização e expansão da agricultura nos anos

de 1970 a 2000 (BAENINGER, 2001 e MIRANDA, 2012), a RMC sofreu uma drástica

redução de sua vegetação nativa, o que levou consequentemente a um elevado grau

de fragmentação e isolamento de fragmentos florestais (CANDIDO NUNES, 2010).

Além da redução do habitat, a caça é uma das principais causas de extinções

locais em áreas fragmentadas (CULLEN JR., BODMER e VALLADARES-PÁDUA, 2001),

sendo especialmente prejudicial a espécies com ciclo de vida longo, baixas taxas de

crescimento e prole reduzida, como os mamíferos de maior porte (BODMER,

EISENBERG e REDFORD, 1997).

Embora a cobertura vegetal de Campinas esteja numa situação crítica, o

município ainda é tradicionalmente reconhecido em função das áreas verdes que

possui, constituídas tanto por remanescentes naturais de Mata Atlântica como por

parques e bosques. Portanto, essa região ainda possui grande relevância biológica por

abrigar centenas de espécies, dentre elas carnívoros (MIRANDA, 2012).

A estabilidade de comunidades animais relaciona-se a como diferentes espécies

repartem os recursos disponíveis (MACARTHUR e LEVINS 1967; GORDON, 2000).

Segundo Schoener (1974), a teoria de partição de nicho indica que populações não são

capazes de coexistir no meio por um tempo significativo, se os recursos

compartilhados forem os mesmos. Dessa forma, mamíferos carnívoros simpátricos

geralmente exibem discrepâncias em tamanho corporal ou de caracteres, capacitando-

os a explorar diferentes nichos (ARJO, PLETSCHER e REAM, 2002; DAVIES et al., 2007;

FRISCIA, VAN VALKENBURGH e BIKNEVICIUS, 2007). Além disso, a adoção de

estratégias diferentes de caça e a formação de grupos cooperativos também são

comportamentos visualizados nesse grupo de mamíferos (PIERCE, BLEICH e BOWYER,

2000).

Os carnívoros desempenham na cadeia alimentar o papel de predadores de

topo de cadeia, atuando como controladores das populações de animais de níveis

tróficos intermediários (DONATTI, GUIMARÃES JR. e GALETTI, 2009). Devido ao uso de

extensas áreas de mata contínua para manutenção de suas populações (WILSON e

WILLIS, 1975 apud CHIARELLO, 1999) e baixa densidade demográfica (BRASIL, 2003),

são mais suscetíveis ao desaparecimento, sendo substituídos por mesopredadores de

hábito generalista (LAURANCE, 1993; CROOKS e SOULÉ, 1999), com maior capacidade

de sobreviver em ambientes alterados (GEHRING e SWIHART, 2003).

Apesar da variação corporal, sua arquitetura corporal é fortemente conservada

na história evolutiva, o que pode ser considerado um reflexo de seu comportamento

alimentar (NOWAK, 2005; BARYCKA, 2007). Os dentes caninos são fortes e

pronunciados, os molares especializados e os incisivos reduzidos em tamanho, cada

um servindo a funções específicas (SUNQUIST e SUNQUIST, 2002).

No Brasil, a Ordem Carnivora está representada por 29 espécies (CHEIDA,

2006). Na área de estudo são registradas cinco espécies de felinos e duas espécie de

canídeo, sendo descritos abaixo:

Puma concolor

Conhecida popularmente como onça parda ou suçuarana, é o felídeo de maior

área de distribuição no continente americano, ocorrendo do oeste do Canadá ao

extremo sul do continente sul-americano e por todo o Brasil. Está presente em todos

os biomas brasileiros e possui adaptação a diversos tipos de ambientes e clima

(CIOCHETE, 2007). A espécie é classificada como Vulnerável no Brasil (BRASIL, 2003). A

suçuarana é a segunda maior espécie de felídeo no Brasil, com comprimento total

variando de 155,4 a 169,9 cm e peso de 22,0 a 70,0 kg. Possui hábitos solitários e

terrestres, com atividade predominantemente noturna. Em seu trabalho, Oliveira

(2002), concluiu que as suçuaranas possuem papel de predador de topo e

mesopredador, pois consumem, na maioria das vezes, mamíferos de médio porte (1-

15kg), mas muitas presas pequenas também são consumidas, como roedores, répteis e

aves (CHEIDA, 2006).

Puma yagouaroundi

O gato-mourisco apresenta massa corpórea entre 3,8 e 6,5 kg. Sua coloração é

uniforme e polimórfica e varia do marrom ao cinza-escuro e avermelhado. De ampla

distribuição geográfica, alcança desde os Estados Unidos até o norte da Argentina e é

registrado em todos os biomas brasileiros (SUNQUIST e SUNQUIST, 2002; CHEIDA et al.

2006).

Estudos a respeito de sua dieta indicam o consumo frequente de pequenos

mamíferos, em menor frequência de aves, répteis e artrópodes (KONECNY, 1989;

(SUNQUIST e SUNQUIST, 2002). A atividade do gato-mourisco foi descrita como

essencialmente diurna (CHEIDA et al., 2006).

Leopardus tigrinus

O gato-do-mato é a menor espécie do gênero, com massa corporal variando

entre 1,8 e 3,4 kg (SUNQUIST e SUNQUIST, 2002). Sua coloração varia em tonalidades

de amarelo e castanho, com rosetas ao longo do corpo (CHEIDA et al., 2006). Pode

apresentar alto teor de melanismo, tornando o corpo enegrecido (OLIVEIRA e

CASSARO, 2005).

Distribui-se desde a América Central até o norte da Argentina. No Brasil, é

registrada na Amazônia, Caatinga, Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica e Campos Sulinos

(SUNQUIST e SUNQUIST, 2002; CHEIDA et al., 2006). Existem poucos estudos a respeito

da dieta desta espécie, sendo reportada maior frequência de pequenos roedores

cricetídeos, seguido de outros pequenos mamíferos e aves (GIARETTA, 2002; WANG,

2002). Essa espécie é ativa predominantemente no período noturno, com registros

crepusculares e diurnos (EMMONS e FEER, 1997).

Leopardus pardalis

A jaguatirica é a maior espécie do gênero. Sua massa corporal varia entre 8 e 16

kg (OLIVEIRA e CASSARO, 2005). Sua pelagem possui tonalidades variadas de amarelo-

ocre, cinza-avermelhado e acinzentado, coberto por manchas enegrecidas que formam

rosetas e bandas (CHEIDA et al., 2006). Sua distribuição abrange desde o sul do Texas

nos Estados Unidos até o norte da Argentina (SUNQUIST e SUNQUIST, 2002). No Brasil

distribui-se amplamente, com exceção do Rio Grande do Sul (CHEIDA et al., 2006). Essa

espécie é predominantemente de hábito noturno (DI BITETTI, PAVIOLO e DE ANGELO,

2006), com área utilizada variando entre 3 e 50 km2 (KONECNY, 1989; DI BITETTI,

PAVIOLO e DE ANGELO, 2006). A dieta da jaguatirica baseia-se em pequenos

mamíferos, primatas, artiodáctilos, roedores e xenartros (SUNQUIST e SUNQUIST,

2002; MIRANDA et al., 2005; MORENO, KAYS e SAMÚDIA, 2006; BIANCHI e MENDES,

2007; ABREU et al. 2008), além de ser comum o registro de aves e répteis.

Leopardus wiedii

O gato-maracajá apresenta peso corporal de aproximadamente 3,3 kg. Sua

coloração pode variar do amarelo-acinzentado ao castanho, e possuem manchas com

padrão variado (OLIVEIRA e CASSARO, 2005). Além do território brasileiro, também

ocorre do México até o norte do Uruguai e Argentina (EMMONS e FEER, 1997).

Geralmente é registrado em locais relativamente preservados (FONSECA et al., 1996;

MARGARIDO e BRAGA, 2004). Possui hábito predominantemente noturno e é

extremamente adaptado à vida arbórea e é ágil no solo, sendo considerado um animal

escansorial (KONECNY, 1989; FONSECA et al., 1996). Como reflexo desses hábitos,

alimenta-se especialmente de aves e pequenos roedores arborícolas, além de outros

vertebrados terrestres (KONECNY, 1989; OLIVEIRA e CASSARO, 2005).

Cerdocyon thous

O cachorro-do-mato é um canídeo de médio porte, pesando de 5 a 7 kg

(TROVATI et al., 2001). Este geralmente possui pelagem que vai do cinza ao castanho,

sendo a região dorsal, as patas e a cauda preta (EMMONS e FEER, 1997; NOWAK,

1999). Possui ampla distribuição geográfica, sendo encontrado desde o Uruguai e

norte da Argentina até as terras baixas da Bolívia e Venezuela, ocorrendo também na

Colômbia, Guianas, Suriname e Brasil, no qual a distribuição se dá por todo território,

com exceção das planícies da Bacia Amazônica (BERTA, 1982; JUAREZ e MARINHO-

FILHO, 2002; WILSON e REEDER, 2005; CHEIDA et al., 2006). A espécie possui alto grau

de plasticidade, podendo ser encontrado em ambientes antropizados (BERTA, 1982;

JUAREZ e MARINHO-FILHO, 2002).

Este canídeo é uma espécie onívora, generalista e oportunista, cuja dieta varia

sazonalmente, podendo também se diferenciar dentro da sua área de distribuição.

Geralmente a dieta é composta por frutos, pequenos vertebrados terrestres,

invertebrados, aves, moluscos e peixes (GATTI et al., 2006; CHEIDA et al., 2006).

Chrysocyon brachyurus

O lobo-guará possui pernas longas e finas, pelos longos vermelho alaranjado e

orelha grandes (RODDEN et al., 2004). No Brasil é encontrado a partir da foz do Rio

Paranaíba até o Rio Grande do Sul (RODDEN et al., 2004). É um canídeo onívoro,

consumindo pequenos mamíferos, aves, répteis, artrópodes e vários itens vegetais

(BUENO e MOTTA-JUNIOR, 2004; CIOCHETI, 2007).

II. OBJETIVO

• Descrever a dieta de felinos na área enfocada pelo Pagamento por Serviços

Ambientais – Corredor das Onças

III. METODOLOGIA

A área de estudo compreende onze fragmentos de Mata Atlântica Semidecidual

inseridos na Região Metropolitana de Campinas (Tabela 1 e Figura 1). Porém, somente

em 8 (oito) foram registrados amostras de bolos fecais de pequenos felinos. São eles:

Pirapitingui, Mata da Meia Lua, Bom Retiro, Jaguari, International Paper, Tubarão, ARIE

Matão e ARIE Mata de Santa Genebra.

Tabela 1: Descrição dos fragmentos em estudo na Região Metropolitana de Campinas.

Fragmento Município Área (ha)

Pirapitingui (F1) Cosmópolis 44,90

Mata da Meia Lua (F2) Paulínia 204,65

Bom Retiro (F3) Artur Nogueira -

Jaguari (F4) Paulínia 45,56

International Paper (F5) Artur Nogueira 73,07

Tubarão (F6) Holambra 64,68

ARIE Matão (F7) Cosmópolis 164,25

ARIE Mata Santa Genebra (F8) Campinas 234,13

Mata Santa Genebrinha Campinas 40,65

São Bento - 59,50

Mata Quilombo - 34,41

Para a localização das fezes foram realizados transectos no entorno dos

fragmentos e observados possíveis vestígios de felinos e/ou fezes. As amostras

coletadas foram colocadas em sacos zip, sendo anotadas as respectivas coordenadas

geográficas, o nome do fragmento, a data de coleta e quem coletou. Os pontos de

coleta serão utilizados para mapeamento, a fim de desenvolver modelos de possíveis

corredores ecológicos.

Durante a coleta, as fezes foram associadas a um provável carnívoro por meio de

local de deposição, pegadas, odor, formato, tamanho e diâmetro (medido em campo

com um paquímetro de precisão de 0,01mm).

Figura 1: Mapa da Região Metropolitana de Campinas, com destaque para os fragmentos analisados.

Fonte: Google Earth.

Logo após a coleta as amostras foram colocadas em estufas em torno de 50 °C

para conservação. Antes das triagens foram medidos novamente os diâmetros das

amostras não degradadas, e dispostas durante mais duas horas na estufa, sendo

posteriormente pesadas em balança semianalítica.

Após a pesagem e medições, as amostras foram fragmentadas e deixadas de

molho em água e detergente por um dia para facilitar a lavagem e consequentemente

a triagem. Realizou a lavagem em água corrente e com o auxílio de uma peneira de

malha 1x1 mm.

O material triado foi seco em estufa em torno de 50 °C e acondicionado em sacos

plásticos zip para posterior identificação dos itens alimentares e predadores.

Coletou-se pelos de espécimes (Puma concolor, Panthera onca, Chrysocyon

brachyurus, Cerdocyon thous, Puma yagouaroundi, Leopardus pardalis, Leopardus

wiedii e Leopardus tigrinus) dos zoológicos de Americana - SP e Ilha Solteira – SP para

comparar a impressão cuticular destes com os pelos encontrados nas amostras fecais.

Algumas presas serão identificadas com a ajuda de especialistas considerando as

características de dentes para os pequenos mamíferos, escamas para répteis e

também serão identificados os ectoparasitas (carrapatos e pulgas) encontrados nas

amostras.

Para a identificação dos autores das amostras, preparou lâminas de impressão

cuticular adaptando a técnica descrita por Quadros (2002). Foram encapadas lâminas

com durex grosso de forma a não permanecerem bolhas de ar entre a lâmina e o

durex. Posteriormente, foram separados pelos-guarda do possível carnívoro durante a

triagem, que foram limpos com álcool a 70%. As lâminas foram então parcialmente

cobertas com uma camada homogênea de esmalte incolor da marca Colorama e após

um período de 15 a 20 minutos colocou os pelos sobre o esmalte e as lâminas

encapadas foram então depositadas acima da lâmina com esmalte, simulando um

“sanduiche” de lamina com esmalte, pelos e lâmina encapada com durex. Este

conjunto de lâminas foi fixo envolvendo fita crepe. O conjunto foi pressionado com

uma prensa de exsicata e deixado em descanso por um dia.

As lâminas foram separadas e os pelos retirados suavemente com a ponta dos

dedos. O contramolde marcado foi estudado em microscópio com aumento de 150

vezes.

Após as triagens, pesou em uma balança semianalítica todos os itens alimentares

encontrados.

Para caracterizar a dietas foram utilizadas três abordagens: (i) porcentagem de

fezes com o determinado item alimentar. É representada pela porcentagem de

amostras (fezes) com determinado item alimentar no total de amostras; (ii) avaliação

da biomassa. O cálculo da biomassa será realizado como o produto da massa corpórea

estimada de determinado táxon com o número mínimo de espécimes consumidos

deste táxon. Todos os indivíduos consumidos serão considerados com massa corpórea

em estágio adulto; (iii) avaliação do peso de cada item alimentar nas amostras

identificadas.

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram coletadas 496 amostras de fezes, sendo 485 encontradas nos oito

fragmentos analisados e 11 amostras em outros fragmentos. A quantidade de

amostras coletadas em cada fragmento, em ordem crescente, é: Mata Santa Genebra

(28), Jaguari (30), Tubarão (40), International Paper (43), Pirapitingui (49), Bom Retiro

(62), ARIE Matão (82) e Mata da Meia Lua (151 amostras) (Figura 2). Nos fragmentos

Pirapitingui, Jaguari e ARIE Matão coletaram-se mais amostras no mês de setembro; já

nos fragmentos da Mata da Meia Lua e Mata Santa Genebra coletou mais amostras em

fevereiro e os fragmentos Bom Retiro, International Paper e Tubarão foram em

dezembro (Figura 3). Pelos dados da Figura 4 percebemos que a quantidade de

amostras coletadas não está proporcionalmente relacionada com a quantidade de dias

de coleta.

Figura 2: Quantidade total de amostras coletadas em cada fragmento da área enfocada pelo PSA – Corredor das Onças.

0

20

40

60

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160

Quantidade de amostras coletadas em cada fragmento

Amostras

Figura 3: Quantidade de amostras coletadas por mês, em cada fragmento selecionado pelo PSA – Corredor das onças.

Figura 4: Relação da quantidade de amostras coletadas em cada fragmento por dias de coleta.

0

20

40

60

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140

Quantidade de amostras coletadas por mês em cada fragmento

Pirapitingui (F1) Mata da Meia Lua (F2) Bom Retiro (F3)

Jaguari (F4) Intern. Paper (F5) Tubarão (F6)

ARIE Matão (F7) Mata Sta Genebra (F8) Outros

020406080

100120140160180

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e

Quantidade de amostras coletadas em cada fragmento por dias de coleta

dias de coleta

amostras

Foram triados 251 bolos fecais, sendo 115 identificadas (24 amostras de

Leopardus pardalis; 28 amostras de L. wiedii; 8 amostras de L. tigrinus ; 25 amostras de

Puma yagouarundi; 5 amostras de P. concolor; 17 amostras de Cerdocyon thous e 8

amostras de Chrysocyon bracyurus).

Nas triagens foram identificados os seguintes itens alimentares: pelos, penas e

cartuchos de penas, escamas, molares, incisivos, mandíbulas, garras/unhas, falange,

grama, gravetos, insetos, ossos, sementes e cascas, indeterminados e outros. A

categoria considerada como “Outros” são materiais não frequentes em todas as

amostras como: rochas, folhas, bico, pequenos fragmentos, plásticos, linha, dentre

outros. Os plásticos foram encontrados em duas amostras, uma coletada no

fragmento Pirapitingui e outra no fragmento Tubarão, já a linha foi encontrada em

amostras coletadas no fragmento Pirapitingui (Figura 5).

Figura 5: Alguns materiais encontrados nas amostras fecais. A linha (foto à esquerda) e o plástico (a direita) foram encontradas em amostras coletadas no fragmento Pirapitingui.

Nenhum dos itens alimentares foi registrado em todos os bolos fecais, sendo

que os pelos e os ossos foram encontrados num maior número de amostras (ambos

com 96% de ocorrência). A Figura 6 apresenta os dados referentes a ocorrência de

cada item alimentar, em porcentagem, em comparação ao número total de fezes, e da

figura 7 ao 13, os itens específicos de cada espécie, de acordo com a identificação das

lâminas de pelo.

Figura 6: Porcentagem de fezes com os itens alimentares, em relação a todas as amostras

triadas.

Figura 7: Porcentagem de cada item alimentar encontrado em bolos fecais de L. pardalis, em

relação ao número total de amostras triadas.

Figura 8: Porcentagem de cada item alimentar encontrado em bolos fecais de L. wiedii, em relação ao número total de amostras triadas.

Figura 9: Porcentagem de cada item alimentar encontrado em bolos fecais de L. tigrinus, em relação ao número total de amostras triadas.

Figura 10: Porcentagem de cada item alimentar encontrado em bolos fecais de P.

yagouaroundi, em relação ao número total de amostras triadas.

Figura 11: Porcentagem de cada item alimentar encontrado em bolos fecais de P. concolor, em relação ao número total de amostras triadas.

Figura 12: Porcentagem de cada item alimentar encontrado em bolos fecais de Cerdocyon thous, em relação ao número total de amostras triadas.

Figura 13: Porcentagem de cada item alimentar encontrado em bolos fecais de Chrysocyon

brachyurus, em relação ao número total de amostras triadas.

Analisou o diâmetro de 257 amostras antes das triagens, destas apenas em 178

foram possíveis a medição do diâmetro do bolo fecal. Das amostras medidas e

identificadas, a média do diâmetro obtida para L. paradalis foi 1,36cm, L. wiedii

1,38cm, L. tigrinus 1,38cm, P. yagouaroundi 1,33cm, P. concolor 1,81cm, C. thous

1,22cm e C. brachyurus 1,91cm. De acordo com CHAME (2003), no nordeste brasileiro,

um diâmetro menor do que 2,1cm é considerado como pertencente ao bolo fecal de

um pequeno felino e, maior do que este valor é considerado como de grandes felinos.

A média dos diâmetros encontrados em nosso estudo para os pequenos felinos estão

dentro do valor proposto por Chame (2003). Porém, para os grandes felinos, este valor

não coincidiu.

As amostras que continham presença de areia provinda da contaminação na

hora da coleta não foram consideradas para comparar a média de pesos antes e após

as triagens. Desta forma, consideramos apenas 3 amostras para o gato do mato, 10

para o gato mourisco, 9 para o gato maracajá, 12 para a jaguatirica, 2 para onça parda,

9 para o cachorro do mato e 5 para o lobo-guará. Percebemos uma diferença em torno

de 3g para todas as espécies, exceto para a onça parda e para o lobo-guará.

Figura 14: Média da diferença de peso das amostras antes e após serem triadas.

Analisando o peso de cada item alimentar em relação ao peso total dos itens de

todas as amostras identificadas, percebe-se que em todas as espécies que os pelos são

responsáveis pela maior parte do peso dos itens, seguido dos ossos (Figura 15).

02468

1012141618

Pe

so (

g)

Média da diferença de peso antes e após as triagens

Figura 15: Média de pesos de cada item alimentar encontrado em todas as amostras identificadas.

Em geral, a dieta de jaguatirica é composta por pequenos mamíferos, com peso

inferior a 1 kg (BISBAL, 1986; LUDLOW e SUNQUIST, 1987, KONECNY, 1989; SUNQUIST,

SUNQUIST e DANEKE, 1989; CHINCHILLA, 1997; OLIVEIRA et al., 2010), sendo os

pequenos roedores a principal presa em todos os estudos, com exceção de KONECNY

(1989). Rocha-Mendes et al. (2010) registraram o consumo de animais de maior porte

como Quati Nasua nasua e Tapiti Sylvilagus brasiliensis. Em nossos dados apenas

encontramos o consumo de pequenos mamíferos em quase todas as amostras

(95,83%). Assim como Bisbal (1986), Emmons (1987), Konecny (1989) e Sunquist,

Sunquist e Daneke (1989), também encontramos o consumo de aves e folhas, além de

répteis, grama, insetos e sementes.

As principais presas de Leopardus tigrinus são pequenos mamíferos, aves e

repteis (WANG, 2002; OLMOS, 1993, ROCHA-MENDES et al., 2010). Porém, Rocha-

Mendes et al. (2010) também registraram presas maiores, como Nasua nasua,

Sylvilagus brasiliensis e Cuniculus paca. Olmos (1993) também reportou a ingestão de

grama e de invertebrados.

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1

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Pe

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g)

Média de pesos dos itens alimentares

L.pardalis

L. tigrunus

L. wiedii

P. yagouaroundi

A dieta do gato-maracajá é composta especialmente por mamíferos arborícolas

(KONECNY, 1989) e aves (LEYHAUSEN 1990), o que pode ser um reflexo de seus

hábitos.

De acordo com a literatura existente, a dieta do jaguarundi é composta

principalmente por pequenos roedores, sendo também citada a presença de

invertebrados (KONECNY 1989; OLMOS 1993). A ocorrência de folhas também foi

citada (BISBAL, 1986).

Ciocheti (2007) encontrou uma dieta estritamente carnívora para onça-parda e

ao contrário do nosso trabalho, encontramos itens vegetais. Martins et al (2008)

obteve na dieta de onça-pintada 80% de ocorrência de mamíferos 12% de répteis e

apenas 8% de aves. Oliveira (2002) encontrou na análise de 23 estudos que as onças

pardas consumiram mais mamíferos de médio porte (1 a 15kg).

Não foram obtidos dados finais a respeito da dieta de cada espécie, pois ainda

não realizou a identificação dos itens pelos especialistas. Portanto, em um momento

posterior, espera-se poder comparar com mais precisão os dados obtidos no trabalho

com as referências existentes.

A biomassa ingerida também será calculada após as identificações das presas.

Notou-se durante as triagens que algumas sementes pequenas e folíolos eram

comuns em quase todas as amostras. Provavelmente estes itens podem ter sido

incorporados nas fezes após a defecação pelos animais já que se encontravam

intactos.

V. CONCLUSÃO

Com o presente trabalho pretende-se diferenciar as dietas entre as espécies de

felinos que se encontram na área de estudo, com o intuito de subsidiar o

desenvolvimento de modelos de possíveis corredores ecológicos que está sendo

realizado por outros pesquisadores, no entanto, para poder concluir a descrição da

dieta dos felinos na área enfocada pelo PSA – Corredor das Onças, necessitamos das

identificações das presas enviadas para analise aos especialistas.

O objetivo final do projeto completo é auxiliar na elaboração de políticas

públicas e buscar a conservação dessas espécies em um ambiente tão perturbado que

é a Região Metropolita de Campinas.

O encontro de materiais de origem antrópica, como plásticos e linha, ingeridos

pelas espécies silvestres ressalta a importância de viabilizar medidas de conservação

nestes locais.

VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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