PAG 2 3 - IFB · 2018. 5. 13. · Notícias Breves da Banca Correio Electrónico Instituto Superior...

36
Evolução do Sistema Financeiro Negócio Próprio, Emprego Próprio ANO XVII • N.º 66 • Out/Dez 2005 O Microcrédito infor BANCA Revista do Instituto de Formação Bancária IFB – The Portuguese Bank Training Institute 5 anos 1980 2005 | years Commodities como Activos Financeiros

Transcript of PAG 2 3 - IFB · 2018. 5. 13. · Notícias Breves da Banca Correio Electrónico Instituto Superior...

Page 1: PAG 2 3 - IFB · 2018. 5. 13. · Notícias Breves da Banca Correio Electrónico Instituto Superior de Gestão Bancária ... Tel.: 217 916 200 • Fax: 217 972 917 • e-mail: info@ifb.pt

Evolução do SistemaFinanceiro

Negócio Próprio, Emprego Próprio

AN

OX

VII

•N

.º66

•O

ut/D

ez20

05

O Microcrédito

inforBANCARe

vist

ado

Instituto de Formação BancáriaIFB – The Portuguese Bank Training Institute

5anos1980 2005�years

Commoditiescomo Activos Financeiros

Page 2: PAG 2 3 - IFB · 2018. 5. 13. · Notícias Breves da Banca Correio Electrónico Instituto Superior de Gestão Bancária ... Tel.: 217 916 200 • Fax: 217 972 917 • e-mail: info@ifb.pt

2 inforBANCA 63 Out > Dez 2005�

P4

P9

P16

CADERNOS DEMERCADOS

>

>

>

>

P21

Actividade do SectorBancário em Portugal

O MICROCRÉDITO

O Controlo Estatísticodo Processo (SPC)

P25

>

SumárioEvolução do Sistema Financeiro

Divulgando ...

O MICROCRÉDITO

Citando...

CADERNOS DE MERCADOS

Actividade do Sector Bancário em Portugal no Ano de 2004

"When The World Zigs, Zag."

Notícias Breves da Banca

Correio Electrónico

Instituto Superior de Gestão Bancária

Formação Profissional

IV Rally Paper do IFB/ISGB

Formação em Alternância na Banca para Jovens

Dr. Miguel Pacheco

Secção

e-Learning

O Controlo Estatístico do Processo (SPC)

Conferência do Engº Jardim Gonçalves

História BreveO Microcrédito em PortugalO Microcrédito é uma Maneira de Cada Um se Ajudar a Si Próprio ...

Cinco Anos de Microcrédito em Portugal

– Modelo Formativo Desafiante

A Oportunidade e a Consistência como Factores de Construção dasMarcas

Um Falso Dilema Ético...

– Dedicação ao IFB e à Formação em África

Commodities

A Sua Aplicabilidade em Serviços Financeiros

Manuel Brandão Alves

Jorge Wemans

João Cantiga Esteves

Caetano Ferreira

Jaime Mourão-Ferreira

Ricardo Fortes da Costa

Rogério Puga Leal

4

9

8

15

16

24

21

25

31

29

32

33

33

34

34

33

Ficha Técnica – • Out > Dez 200566inforBANCA

Director: Redacção:Capa, Fotografias e Ilustrações: Design Gráfico e Paginação:Impressão e Acabamento:

Assinatura Anual

Tiragem: Depósito Legal:

Manuel Ferreira Helena FontesRui Vaz Gracinda Santos

(4 números): € 5,00. Distribuição gratuita aos empregados bancários, quandofeita para o seu local de trabalho.

13 000 exemplares 15 365/87

LISGRÁFICA – Impressão e Artes Gráficas, SA – Casal deSanta Leopoldina – QUELUZ DE BAIXO

A responsabilidade pelas opiniões expressas nos artigos publicados na , quando assinados, competeunicamente aos respectivos autores.

Inforbanca

www.ifb.ptInstituto

de Formação

BancáriaPropriedade:Sede: Av. 5 de Outubro 164, 1069-198 LisboaTel.: 217 916 200 • Fax: 217 972 917 • e-mail: [email protected]

Evolução doSistema Financeiro

Page 3: PAG 2 3 - IFB · 2018. 5. 13. · Notícias Breves da Banca Correio Electrónico Instituto Superior de Gestão Bancária ... Tel.: 217 916 200 • Fax: 217 972 917 • e-mail: info@ifb.pt

3inforBANCA 66Out > Dez 2005�

Editorial

Manuel Ferreira

1. As Nações Unidas declararam 2005 o Ano Internacional do Microcrédito. Estenúmero da procura levar aos seus leitores uma reflexão sobre umtema que, não sendo propriamente novo, tem vindo a ganhar crescente atençãonos meios económicos e políticos mundiais mais preocupados com os aspectossociais do desenvolvimento económico.

A partir da crença e do entusiasmo do Prof. Muhammad Yunus, um economistado Bangladesh, fundador no seu país do Grameen Bank – o Banco da Aldeia –,que obteve resultados extraordinários no combate à pobreza através do apoio aopequeno empreendorismo, a ideia do Microcrédito ganhou reconhecimento aosníveis mais elevados, incluindo o do próprio Banco Mundial.

Em Portugal, a Associação Nacional de Direito ao Crédito (ANDC) desenvolvehá anos, com o apoio de outras instituições e voluntários, um trabalho pioneiro emuito meritório. Alguns dos nossos bancos estão sensibilizados para o tema atéporque, como nos diz o Presidente da ANDC, “O Microcrédto pode ser umavantagem para as instituições financeiras, na medida em que lhes dá uma imagemde responsabilidade social, cria clientes potenciais......”.

2. Publicamos nesta edição algumas ideias-chave da visão do Engº JardimGonçalves, Presidente do Conselho Superior do Millennium bcp, sobre o nossosistema financeiro. Depois de uma análise estratégica da banca internacional, dassuas tendências mais recentes e do seu impacto no nosso país, propõe trêsalternativas para mitigar a vulnerabilidade da banca portuguesa a ofertas debancos estrangeiros: reforçar a consolidação doméstica através de negociaçõesamigáveis entre os nacionais, enfoque no e ou aabordagem de oportunidades de crescimento mesmo com um núcleo deaccionistas mais diversificado.

3. Chamamos a atenção dos leitores para a síntese que fazemos nesta Revista dealguns dados sobre a evolução do Sistema Bancário no ano transacto, extraídosdo da APB. Em matéria de recursos humanos, há trêstendências particularmente importantes: o número de empregados bancárioscontinua a diminuir (são hoje menos 8930 do que há cinco anos), 58% dos novosempregados têm formação superior e, terceiro aspecto, o investimento emformação profissional aumentou de novo, atingindo 24 milhões de euros.

Notamos, no entanto, que, de acordo com o relatório referido, a formaçãopresencial representou 81% das participações e o apenas cerca de10%, muito abaixo, portanto, daquilo que já se verifica na banca europeia.Embora, já em 2005, tenhamos verificado no nosso Instituto um crescimentoacentuado da utilização dos serviços da WebBanca – Formação Bancária Online,a verdade é que há ainda muito terreno a percorrer e muitas oportunidades aexplorar através de um tipo de formação sempre disponível, que chega a todose a todo o lado e que, sobretudo, é muito mais barata!

InforBANCA

players core-business go for growth

Boletim Informativo

e-learning

Page 4: PAG 2 3 - IFB · 2018. 5. 13. · Notícias Breves da Banca Correio Electrónico Instituto Superior de Gestão Bancária ... Tel.: 217 916 200 • Fax: 217 972 917 • e-mail: info@ifb.pt

Out > Dez 2005�Out > Dez 2005�4 inforBANCA 66

Evolução doSistema Financeiro

Desenvolvimento do Sistema Financeiro Português1985-1990

Abertura do sectorfinanceiro à iniciativaprivadaLançamento de instituiçõesfinanceiras especializadas

1990-1995�

Nova legislação para o sectorbancárioAbolição dos limites de crédito, taxasfixadas administrativamente eobstáculos à abertura de sucursais

1995-2000� Enfoque no

e em produtosfinanceiros inovadores

cross-

-selling

2000- ...�

Internacionalização da oferta suportadapor avanços tecnológicosDesenvolvimento de novos modelos denegócio com uma filosofia multi-produto,multi-canal, multi-segmento

1985-1990 1990-1995 1995-2000 2000- ...

Implicações Estratégicas Resultantes do Enquadramento Competitivo

Oportunidades para conquistarquota de mercadoReduzida importância dadimensão dada a regulação e oproteccionismo do mercadoDiferenciação das propostas devalorExpansão das redes dedistribuição

Menor facilidade na obtenção deganhos de quota de mercadoReforço da importância deobtenção de dimensão críticaapropriadaEnfoque no e emprodutos financeiros inovadoresComunicação agressiva daspropostas de valor

cross-selling

Menores oportunidades paraconquistar quota de mercadoImportância da dimensão críticapara obter economias de escala,ganhos de eficiência, sinergias ecomplementaridadesUso intensivo de bases dedados e telemarketing

Importância determinantede dimensão crítica e deuma sólida e rendível redede no mercadodomésticoImportância dos novoscanais de distribuiçãoremotos baseados nasnovas tecnologias deinformação

franchising

O , Presidente do Conselho Superior do Millennium BCP, fez uma apresentação, no passado dia 22 deJulho, intitulada “Tendências de Evolução do Sistema Financeiro”, ao Curso Avançado de Gestão Bancária do Instituto Superior deGestão Bancária.

Os que tiveram a oportunidade de participar na conferência puderam, numa primeira parte, ouvir falar do desenvolvimento do SistemaFinanceiro Português; nas implicações estratégicas resultantes do enquadramento competitivo; das tendências estruturais do sectorfinanceiro internacional; da consolidação do sector bancário europeu e da situação do sector bancário português na sua generalidade.Numa segunda parte, foi dada ênfase à estratégia de consolidação e desenvolvimento do Millennium BCP.

Pela pertinência das ideias transmitidas a revista partilha com os seus leitores alguns dos conteúdos ali apresentados.

Sr. Eng. Jorge Jardim Gonçalves

InforBanca

Conferência do Engº Jardim Gonçalves

Page 5: PAG 2 3 - IFB · 2018. 5. 13. · Notícias Breves da Banca Correio Electrónico Instituto Superior de Gestão Bancária ... Tel.: 217 916 200 • Fax: 217 972 917 • e-mail: info@ifb.pt

5inforBANCA 66Out > Dez 2005�

Tendências Estruturais do Sector Financeiro Internacional

Concorrênciae Estruturado Sector

Vaga de operações de M&A trans-fronteiriças iminentesConsolidação doméstica continua em alguns países, especialmente envolvendo bancos de média dimensão e deoutros segmentos bancáriosTendência de crescimento de longo prazo dos activos do sector bancárioEmpresas não financeiras concorrem como fornecedores de serviços financeiros

EnquadramentoRegulamentar

Acordo de Capital Basileia II a partir de 2007Novas regras contabilísticas (IFRS) desde o início de 2005Crescente atenção a , contabilidade, transparência, disciplina de mercado, papel dos auditores eagências de

corporate governance

rating

Internacio-nalização

Solução estratégica para bancos de países onde o nível de concentração do sector é já elevadoInteresse nos mercados de elevado potencial de crescimento, embora decrescente devido à intensidade do nível deconcorrência actual

EstruturaOrganizacional

Maior concentração emMaior eficiência na organização das actividadesAtenção a práticas de , ao papel dos auditores externos, bem como às práticas desustentabilidade social

core businesses

corporate governance

Controlo eGestão

dos Riscos

Canais deDistribuição

Portfolio deProdutos e

Serviços

Infra-estruturados MercadosFinanceiros

Melhoria das técnicas de controlo e gestão do risco, em linha com as exigências das novas normas de Basileia IIIntrodução do conceito de risco operacional e desenvolvimento de práticas e princípios que garantam a sua gestãoeficiente

Preferência dos clientes pela distribuição multi-canalCrescimento contínuo da utilização da InternetDesenvolvimento de novos canais remotos – SMS e PDA – e aperfeiçoamento dos canais existentes –

e atendimento telefónicoOptimização dos espaços de atendimento físico no sentido de maior automatização

Internet

banking

Forte inovação na oferta de produtos, permitindo a adaptação a alterações de regulamentaçãoProcura crescente por produtos estruturados, produtos/serviços de gestão de activos e cartões de crédito commúltiplas capacidadesForte diversidade de produtos disponível, incluindo produtos não financeiros, capitalizando nas redes dedistribuição física

Consolidação internacional de sistemas de ePrivatização e concentração de bolsas de valores“Internalização” de transacçõesElevada fragmentação dos negócios de e

front back office

clearing settlement

Consolidação do Sector Bancário Europeu: Evolução Recente

Os processos de consolidação trans-fronteiriça no sectorbancário europeu são ainda insignificantes, uma vez que oenfoque das operações de concentração tem sido até agorapredominantemente de âmbito doméstico

Na Europa, a banca é um dos sectores que ainda nãopassaram por uma forte reestruturação, permanecendo comoum dos mais fragmentados à escala continental

As oportunidades de consolidação doméstica estão a esgotar--se na Europa, com excepção de países como a Alemanha e aItália

O sector bancário europeu é aindafortemente influenciado por critérios de

protecção das instituições locais

Consolidação por Sector de Actividade*

14,819,9

23,423,823,824,724,829,630,3

36,3

0

20

40

Ban

ca

Out

ros

Serv

iços

Fina

ncei

ros

Reta

lho

Serv

iços

Uti

litie

s

Con

stru

ção

Indú

stri

aM

inei

ra

Segu

ros

Tran

spor

tes

Indú

stri

aTr

ansf

orm

ador

a

Fonte: McKinsey; *Percentagem de M&A trans-fronteiriços no total de operações M&A nos países daOCDE (1990-99).

Page 6: PAG 2 3 - IFB · 2018. 5. 13. · Notícias Breves da Banca Correio Electrónico Instituto Superior de Gestão Bancária ... Tel.: 217 916 200 • Fax: 217 972 917 • e-mail: info@ifb.pt

inforBANCA 66 Out > Dez 2005�6

Consolidação do Sector Bancário Europeu: Evolução Recente

Obstáculos a M&A Trans-fronteiriços na Europa

Resistência e desincentivo por parte dos agentesreguladores, que têm vindo a fomentar a visãoproteccionista de empresas campeãs nacionais

Ideia generalizada de que os M&A trans--fronteiriços não acrescentam valor, uma vez que opotencial de racionalização de custos é menor quandocomparado com operações domésticas

Preocupações ao nível do efeito de diluição devido adiferentes avaliações e existência de activos

Número limitado de potenciais alvos devido àestabilidade das estruturas accionistas e de algumarigidez de governo corporativo

non-core

M&A no Sector Bancário da UE-15

Reduzidas operações de M&A trans-fronteiriçoverificadas na Europa até hoje

Fonte: BCE; *1º Semestre de 2004.

120

100

80

60

40

20

01994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004*

Trans-fronteiriço (valor em mil milhões de euros)Doméstico (valor)Trans-fronteiriço (número de operações)Doméstico (número)

Sector Bancário Português: Análise SWOTPontos Fortes

Sector bancário moderno, desenvolvido e inovador

Sector competitivo e eficiente

Sector sólido

– ofertaalargada de produtos e serviços inovadores satisfazendo um lequediversificado de necessidades de clientes e com redes dedistribuição modernas

– grau moderado deconsolidação e sucesso dos esforços de racionalização eoptimização

– beneficiando de normas regulamentaresexigentes e de regras internas de controlo dos riscos

Pontos Fracos

Recuperação lenta da actividade económica em PortugalRisco de divergência persistente da economia portuguesa face àmédia da União EuropeiaNível de endividamento das famílias e empresas ainda elevadoCusto de superior a outros sectores europeusMenor flexibilidade no acesso a mercados de capitais quandocomparado com outros sectores europeus

funding

Oportunidades

Alargamento da União Europeia

Exportação de experiência e de

, proporcionando novosmotores de crescimento

para mercadosinternacionaisEsforço de enfoque nos negócios

know-how

core

Ameaças

Vulnerabilidade do sector

Intensificação da concorrência internacional

face a operações de M&A trans--fronteiriço na Europa

no negócio debanca de investimento e de private banking

Sector Bancário Português: Principais Desafios

Estratégia

Governo dasSociedades

Negócios

Operacional

Enfrentar a crescente concorrênciaManutenção de autonomia estratégicaEnfoque no negócio e optimização do capital

Relacionamento comHarmonização da regulamentação

stakeholders

Desenvolvimento de novos motores decrescimentoInternacionalização

� Produtividade e eficiência operativa

Page 7: PAG 2 3 - IFB · 2018. 5. 13. · Notícias Breves da Banca Correio Electrónico Instituto Superior de Gestão Bancária ... Tel.: 217 916 200 • Fax: 217 972 917 • e-mail: info@ifb.pt

7inforBANCA 66Out > Dez 2005�

Produtividade na Banca de Retalho:Portugal Face a Melhores Práticas Europeias

Mudanças na estrutura da indústria, com maior peso da bancaprivada, consolidação e presença crescente de operadoresemergentes e especializadosOptimização dos canais de distribuição e das operaçõesMelhoria da oferta de produtos e ajustamento do pricing

Gap Estrutural:�

Níveis estruturalmente mais baixos da procuraPadrões históricos das transacções (maior peso dosinstrumentos com suporte em papel)Dimensão do mercado

Produtividadeda Banca de Retalho em Portugal

Fonte: McKinsey; Produtividade do trabalho (Valor acrescentado bruto por hora de trabalho) ajustada paraeliminar diferenças estruturais (ex.: activos mais reduzidos).per capita

100

57 60

8189

1998 1999 2000 2001 2001Portugal Holanda

(o mais produtivo dossectores europeus)

Gap nãoestruturalCrescimento

anual de 16%

Sector Bancário Português: EficiênciaO sector bancário português é um dos sectores mais desenvolvidos e eficientes da Europa.

Custos Administrativos/Produto Bancário (Europa)

Número de Sucursais porMilhão de Habitantes (2003)

Fonte: Banco de PortugalNota: ( ) – número de bancos considerados para cada país.

Fonte: Banco Central Europeu

100200120022003

Ale

man

ha(3

)

Itália

(8)

Áus

tria

(2)

Fran

ça(2

)

Gré

cia

(4)

Bél

gica

(2)

Rein

oU

nido

(7)

Port

ugal

Irla

nda

(2)

Espa

nha

(6)

País

esB

aixo

s(2

)

90

80

70

60

50

40

30

20

10

0 0

100200

300

400

500 Média da UE – 15600

700

800900

1 000

Itália

Fran

ça

Din

amar

ca

Gré

cia

Finl

ândi

a

Rein

oU

nido

Irla

nda

Hol

anda

Suéc

ia

Bél

gica

Port

ugal

Espa

nha

Luxe

mbu

rgo

Ale

man

ha

Áus

tria

Sector Bancário Português: PerspectivasA vulnerabilidade do sector bancário português a operações de M&A trans-fronteiriços na Europa é actualmente elevada.

Alternativas para mitigar a vulnerabilidade dos bancos a ofertas de bancos estrangeiros

Reforçar aConsolidação Doméstica

Enfoque no core-business

Go for Growth

� Aproveitamento do potencial de consolidação doméstica ainda existente, através de negociações amigáveisentre os nacionais.players

� Eliminação do potencial de reestruturação ainda existente no sector em Portugal, pelo reforço do enfoquenos negócios e pela optimização dos recursos existentes.core

� Abordagem de oportunidades de crescimento, mesmo enfrentando o de um núcleo de accionistasmais diversificado.

trade-off

Page 8: PAG 2 3 - IFB · 2018. 5. 13. · Notícias Breves da Banca Correio Electrónico Instituto Superior de Gestão Bancária ... Tel.: 217 916 200 • Fax: 217 972 917 • e-mail: info@ifb.pt

8 inforBANCA 66 Out > Dez 2005�

Sector Bancário Português: Factores Críticos para a Manutenção deAutonomia Estratégica

AutonomiaEstratégica

Performance

Qualidade dos activos intangíveis

Dimensão

� Estabilidade da estrutura accionista– parcerias– participações cruzadas entre empresas nacionais e/ou internacionais

Sector Bancário Português: Sumário

O sector bancário é actualmente uma das indústrias mais fragmentadasda Europa, dado que o enfoque das operações de concentração tem sidoaté agora predominantemente de âmbito doméstico

Os principais obstáculos a M&A trans-fronteiriços estão a desaparecer,pelo que a intensificação da consolidação do sector bancário europeu éiminente e inevitável

Espera-se que os bancos europeus iniciem uma nova onda de M&A trans--fronteiriços na Europa, se bem que os bancos americanos disponham derecursos suficientes para financiarem aquisições de dimensão relevante

>

Em mercados cada vez mais competitivos, agressivos e turbulentos, em que a sobrevivência ésistematicamente posta à prova sob a batuta da logística sistémica, várias mudanças de

paradigma estão em marcha no sentido de transformar organizações orientadas para produtos em organizaçõesorientadas para clientes. , de , das

, equaciona os novos desafios que se colocam aos actuais sistemas logísticos e aos do futuro parase chegar a práticas esclarecidas e maximizantes dos recursos envolvidos.

Como compatibilizar em Portugal a tradição com uma economia que só poderá sobreviver em nichos de mercadosofisticados, com produtos que incorporem muita inovação e alto valor acrescentado e em que a economia de

gama e a diversificação, o , a entrega porta-a--porta e a resposta pronta são condições essenciais para a conquista de novos clientes em novos mercados?

Logística Global e Macrologística João Carlos Quaresma DiasEdições Sílabo

just-in-time

Divulgando

O sector bancário português é atractivo evulnerável, pelo que os riscos deconsolidação por entrada de umestrangeiro são bastante elevados

Reforçar a consolidação doméstica, a parda criação sustentada de valor para osaccionistas, poderá mitigar avulnerabilidade dos bancos portugueses aofertas de bancos estrangeiros

player

Num envolvimento total com o mundo,1,3 mil milhões de chineses desejam melhorar as suas vidas. , editado pelo ,

vem preencher a lacuna que existia sobre a explicação do progresso avassalador de um país, muitas vezes descritode forma limitada ou partindo de ideias feitas. Uma série de crónicas sobre as conquistas dos chineses desde o iníciodas reformas até aos nossos dias, contadas por um , proporcionam-nos uma visão realista e uma reflexãoimportante sobre valores universais que são de todos nós. é um intelectual chinês e estratega financeiro,com um profundo conhecimento sobre a China e o mundo ocidental, onde estudou e trabalhou, conseguindo “omelhor da visão de dois mundos”, ao aceitar o desafio de escrever um livro dirigido ao mundo latino.Gu pretende reflectir, neste livro, as três lições que a China oferece ao mundo:

Primeiro – são as iniciativas individuais que estão por detrás deste crescimento económico;Segundo – uma sociedade aberta ao mundo é um requisito essencial para o acesso de qualquer nação aoverdadeiro desenvolvimento;Terceiro – um crescimento sustentado implica um desenvolvimento global do país.

Assim, e ainda segundo o autor, a palavra “progresso” já não é desconhecida na China.

Made in China Centro Atlântico

Zhibin Guinsider

Page 9: PAG 2 3 - IFB · 2018. 5. 13. · Notícias Breves da Banca Correio Electrónico Instituto Superior de Gestão Bancária ... Tel.: 217 916 200 • Fax: 217 972 917 • e-mail: info@ifb.pt

9inforBANCA 66Out > Dez 2005�

O microcrédito define-se como sendo um financiamento de baixo montante, dirigido a pessoas que

não encontram resposta no mercado de trabalho e que pretendem criar o seu próprio emprego ou

pequeno negócio. Constitui um instrumento cada vez mais utilizado no combate à pobreza,

estimando-se que existam no mundo cerca de 12 mil instituições que já concederam microcréditos a

perto de 50 milhões de pessoas. A Organização das Nações Unidas (ONU) designou como o

, e foram pensadas inúmeras iniciativas, em todo o mundo, sobre

um processo que poderá ajudar à redução da pobreza e à inclusão social.

2005

Ano Internacional do Microcrédito

O MicrocréditoNegócio Próprio, Emprego Próprio

A primeira manifestação de microcrédito ocorreu no sul daAlemanha em 1846, criada pelo pastor Raiffeinsen, e foidenominada Associação do Pão. A região passou por um rigorosoinverno, que levou os fazendeiros locais a contraírem dívidas e aficarem na dependência de agiotas. O pastor cedeu-lhes farinhade trigo para que pudessem fabricar e comercializar o pão,obtendo, assim, . Com o passar do tempo, aassociação cresceu e transformou-se numa cooperativa decrédito para a população pobre.

Em 1900, um jornalista da Assembleia Legislativa de Quebeccriou as Caisses Populaires e reuniu, com a ajuda de 12 amigos, omontante inicial de 26 dólares canadianos para emprestar aosmais pobres. Actualmente, estão associados às Caisses Populairescinco milhões de pessoas, em 1 329 agências.

Nos Estados Unidos, em 1953, Walter Krump, presidente deuma metalúrgica de Chicago, criou os fundos de ajuda nosdepartamentos das fábricas, onde cada operário participantedepositava mensalmente 1 dólar, destinado a atender aosassociados necessitados. Posteriormente, os fundos de ajudaforam consolidados e transformados numa Liga de Crédito. Apósesta iniciativa, outras se sucederam, existindo actualmente aFederação das Ligas de Crédito, operando nacionalmente enoutros países.

Entre 1846 e 1976, devem ter ocorrido, provavelmente,muitas outras manifestações pontuais e isoladas comcaracterísticas de microcrédito; no entanto, o grande marco quepermitiu desenvolver, difundir e que serviu de modelo parapopularizar o microcrédito foi a experiência iniciada em 1976, noBangladesh, pelo Professor Muhammad Yunus. Ele observou queos pequenos empreendedores das aldeias próximas dauniversidade onde leccionava eram reféns dos agiotas, pagandojuros extorsivos. O professor Yunus começou, então, a emprestara essas pessoas pequenas quantias com recursos pessoais, quedepois ampliou, contraindo empréstimos. Posteriormente,obteve ajuda de bancos e instituições privadas, criando, em 1978,o Grameen Bank e o de microcrédito.

Este modelo pode ser definido como um sistema de créditodirectamente relacionado com o combate à pobreza através do

capital de investimento

modelo actual

financiamento aos microprodutores, via grupos solidários queprestam garantia mútua, dispensando a garantia tradicional dosbancos. O crédito é evolutivo, podendo iniciar-se com 10 dólares;porém, a média de empréstimo é de 100 dólares. As mulheresrepresentam 96% dos clientes do banco. A experiência doGrameen gerou a revolução do microcrédito no mundo,existindo, hoje em dia, programas similares em 60 países,incluindo alguns considerados ricos, como o Canadá, França eE s t a d o sUnidos.

Em Portugal, este conceito foi introduzido há cinco anos,através da Associação Nacional de Direito ao Crédito (ANDC),que estabeleceu uma parceria com o Instituto de Emprego eFormação Profissional e um banco privado. Desde então, aANDC aprovou 349 microcréditos, no montante global de 1,5milhões de euros. Para o efeito, basta a um proponente, semhipótese de acesso ao crédito bancário tradicional, apresentar oseu projecto à ANDC, que o analisa e decide da sua viabilidadeatravés de um dos seus agentes de microcrédito. Posteriormente,prepara a proposta de financiamento, que apresenta à banca.Cabe à ANDC a organização do processo, a cobertura do risco deincumprimento e o acompanhamento da execução do projecto.No nosso país, cada empréstimo tem um montante máximo decinco mil euros e uma taxa de juro igual à Euribor, acrescida deuma margem de 2,5 por cento (cerca de 5 por cento no total).

“O acesso ao microcrédito é o golpe de asa que devolveautonomia financeira e integração social a uma centena deportugueses excluídos por ano.” ( , 30 de Maio de2005).

“Há pessoas que têm ideias de negócio muito tímidas, épreciso fazer-lhes ver que estas têm pernas para andar”, diz MariaAdelaide Ruano, membro da direcção da ANDC. Até porque aexperiência da associação demonstra que “mesmo quandoenfrentam sérias dificuldades, as pessoas que mudaram de vidapor terem recebido um microcrédito fazem tudo paracorresponderem à confiança depositada nelas e honram os seuscompromissos.” Depositada a confiança nos candidatos, o risco é

Diário de Notícias

História Breve

O Microcrédito em Portugal

Page 10: PAG 2 3 - IFB · 2018. 5. 13. · Notícias Breves da Banca Correio Electrónico Instituto Superior de Gestão Bancária ... Tel.: 217 916 200 • Fax: 217 972 917 • e-mail: info@ifb.pt

> Microcrédito

10 inforBANCA 66 Out > Dez 2005�

>

>

O que é?

Para quem?

A parte menos visível, a parte submersa do microcrédito, émuito mais importante do que a concessão do crédito financeiro,embora não seja possível sem este. A parte submersa domicrocrédito não é um microcrédito; é, antes, um macrocréditoque é atribuído às pessoas que dele beneficiam; não tem naturezafinanceira, mas tem o sentido do muito crédito, que significaacreditar, dar confiança às capacidades que possuem muitos dosque a sociedade bem estabelecida tende a rotular comomarginais. Não está muito longe de nós o tempo em que se dizia, apropósito de uma pessoa digna, “aquele sr. é uma pessoa decrédito”, isto é, uma pessoa em quem se pode confiar, uma pessoapara quem o crédito não tem limites. Queremos que todos osbeneficiários do microcrédito sejam pessoas de crédito. Significaisto que o segredo do microcrédito, mais do que no pequenocrédito financeiro, reside na confiança ilimitada que, de formacontinuada, se vai atribuir a pessoas que dele necessitam, porquepodem, sabem e querem desenvolver um negócio, que lhespermitirá deixarem de ser dependentes, tornarem-seconstrutores do seu próprio emprego, passarem a serconsideradas pessoas dignas de respeito, tornarem-se maisfelizes, serem contribuintes líquidos para a sociedade, que atéaqui apenas dava e deles nada recebia.

São várias as condições que devem ser preenchidas para sepoder ter acesso ao microcrédito. Elas não devem, no entanto,ser entendidas como condições de elitismo, mas antes como

O microcrédito é uma maneira decada um se ajudar a si próprio...

... diz-nos ,Presidente da Associação Nacional de Direito ao Crédito.

Manuel Brandão Alves*

garantias de que pessoas em determinadas circunstâncias podemter uma outra vida. Dirige-se a pessoas que se encontram, ouestão, em risco de se poderem vir a encontrar em situação demarginalidade económica e social (exclusão), sendo a situaçãomais corrente a do desemprego; pessoas que têm vontade decriar o seu próprio emprego, por sua iniciativa; que pretendemdesenvolver um negócio para que possuem aptidões ecapacidades resultantes quer da sua aprendizagem, quer da suaexperiência profissional anterior, isto é, possuem uma “boa ideia”;pessoas que necessitam apenas de um pequeno montante decrédito financeiro para o arranque do negócio, que pode, ou não,ser complementado com financiamentos ou activos que têmoutras origens.

Um dos maiores desafios que hoje se colocam aos que podemter alguma responsabilidade no grande desafio da luta contra apobreza é o de serem capazes de eliminar a mentalidade, muitasvezes ainda dominante, do pronto-a-vestir. Teremos deconsiderar, cada vez mais, que cada pessoa é um caso e que cadacaso exige uma solução específica, um fato por medida.

Dos micronegócios financiados, cerca de 80% foram bemsucedidos.

Os que julgam que o risco é muito elevado não prestamsuficiente atenção à circunstância de que em Portugal, como aliásna maioria dos outros países da Europa dita avançada, 75% dosestabelecimentos (até 10 trabalhadores) desapareceram cincoanos após terem sido criadas. Isto quer dizer que a percentagemde sucesso é apenas de 25%, enquanto no microcrédito é de80%.

Nas sociedades mais progressivas, nos primeiros anos de vidadas empresas o insucesso é muito elevado. Tal como com acriança que, para começar a andar, tem de cair muitas vezes,também o insucesso é condição de aprendizagem. A únicacondição para que o insucesso possa ser aceite como caminho deaprendizagem é que não tenha sido fraudulento ou consequênciade falta de empenhamento. Crédito malparado não significa,necessariamente, insucesso; do mesmo modo que insucesso nãosignifica, inevitavelmente, crédito malparado.

Uma outra forma de apreciarmos o nível de actividade daANDC é olharmos o comportamento das solicitações quechegam até nós.

Não sabemos como é que esta taxa poderá evoluir no futuro,mas gostaríamos que pudesse vir a aumentar. Para que talaconteça, é necessário que possam ser criadas condições para que

> Que sucesso?

Page 11: PAG 2 3 - IFB · 2018. 5. 13. · Notícias Breves da Banca Correio Electrónico Instituto Superior de Gestão Bancária ... Tel.: 217 916 200 • Fax: 217 972 917 • e-mail: info@ifb.pt

11inforBANCA 66Out > Dez 2005�

casos que nos são sujeitos para apreciação já venham convenien-temente enquadrados pelo objecto do microcrédito.

Com pequenos passos se pode ir passando da sociedade dodesespero para a sociedade da esperança, que tem aqui o nomede sociedade empreendedora.

Protege-se mais o desemprego do que o empreendedorismoou, ainda, o desemprego quando associado ao empreendedoris-mo. Porque é que há-de ser assim?

Estamos a pugnar por que seja reconhecido o estatuto domicroempresário, em que estas situações possam ser protegidas,não para que se gaste mais dinheiro, mas porque se considera que,todas as contas feitas, a sociedade ainda fica a ganhar. Fica maisbarato promover a iniciativa do que sustentar pela subsidiaçãoaqueles que tinham condições para daí poderem sair.

Creio que, no que concerne às instituições financeiras, elas nãosão receptivas nem desconfiadas; são objectivas face às condiçõesde rendibilidade do ramo de negócio em que se encontram.

A ANDC existe também para tornar possível e visível que ocompromisso com o microcrédito pode ser uma vantagem paraas instituições financeiras, na medida em que lhes dá uma imagemde responsabilidade social, cria clientes potenciais de muito maiordimensão, abre perspectivas de inserção em mercados de outrosterritórios, possibilita a inserção num movimento internacional depromoção da microfinança, etc. Ninguém duvida de que muitomais do que há cinco anos estão hoje curiosas e disponíveis paraestudar a questão.

O microcrédito não se insere numa nova filosofia social alter-nativa. Pode ser considerado como uma ajuda aos que dela preci-sam, mas não é uma esmola: todo o crédito concedido apela àconstrução da responsabilidade de parceiros contratantes e, porisso, terá de ser reembolsado.

O que o microcrédito cria é uma janela de oportunidades paraque cada um se possa ajudar a si próprio. Àqueles que quiseremdar o passo em frente e assumir um compromisso firme, a ANDCgarante acompanhamento e apoio nas fases de lançamento,desenvolvimento e consolidação do negócio, através de técnicosespecializados, os agentes de microcrédito, que, sempre quenecessário, poderão pedir o envolvimento de apoios específicos,normalmente assegurados através de actividades de voluntariadode associados da ANDC.

Não poucas vezes temos ouvido dizer que mais importante doque o crédito concedido foi a palavra amiga que o acompanhou.

Estamos muito satisfeitos com o trabalho realizado, não parapararmos e ficarmos extasiados a olhar para trás, mas antes por-que consideramos que os resultados obtidos constituem um exce-lente incentivo para intensificarmos o nosso empenhamento.

Nos primeiros cinco anos foram criados cerca de 350 negóci-os. No ano de 2005 já foram financiados mais de 75.

>

>

>

>

>

E os que falharam?

Que resistências em Portugal?

Uma filosofia social alternativa?

Projectos acompanhados? Como? E por quem?

Que balanço de cinco anos?

>

>

A implantação no terreno exigiu a formação de técnicos e a con-cepção de procedimentos. Em nenhum dos casos nos podíamossocorrer de experiências anteriores. As universidades não forma-vam nem formam, ainda, gente com perfil adequado ao tratamentodos casos de pobreza abordados pelo microcrédito.

Depois, os últimos anos têm sido muito mais de retracção doque de expansão, pelo que foram pouco incentivadores para aque-les que queriam ter iniciativa, sobretudo quando saídos do mundoda pobreza. Os que o fizeram podem ser considerados verdadeirosheróis.

É verdade que se pensa, em geral, que, em qualquer instituição,quando há mudança de órgãos directivos se pretende sempre adivi-nhar o que é que vai acontecer de novo, nomeadamente em ter-mos de linhas estratégicas. Devo começar por dizer que não seimuito bem o que seja isso de linhas estratégicas e duvido muito deque os que delas mais falam também o saibam. Sei o que são estra-tégias para atingir objectivos (organização de meios para os atingir);se por linhas estratégicas se pretendem designar objectivos, entãoé preferível continuar a designá-los simplesmente como objectivos.

No que concerne aos grandes objectivos do microcrédito, aADNC adquiriu um património suficientemente sólido para quenão nos pareça que algo de substancial deva mudar. No entanto,cada tempo tem o seu tempo e, por isso, a nova direcção pretendesublinhar alguns aspectos de organização do microcrédito, criandocondições para que:

Se intensifique, em termos operacionais, a nossa parceriacom as instituições de solidariedade social que, no terreno,conhecem e acompanham as situações dos que mais preci-sam;Possa ser mais reconhecido pelas várias administrações públi-cas o papel que o microcrédito pode ter, não apenas na erra-dicação da pobreza, mas também na criação de condições decompetitividade e sustentabilidade da sociedade portuguesa;O voluntariado possa vir a assumir uma parte mais interven-tora e sistematizada na organização do microcrédito;A actividade da ADNC apareça, face aos nossos parceiros,como cada vez mais profissionalizada, tendo em conta osprincípios que afirma;As parcerias com as instituições financeiras se possam alargar,tanto em termos de número como em diversidade de conteú-dos.

Não descansaremos um momento para que estes objectivosinstrumentais possam ser alcançados, mas estamos conscientes deque eles são o resultado de um caminho em comum e não apenasnosso.

Adaptado de: http:/www.solidariedade.pt

Que dificuldades?

Que linhas estratégicas?

> Microcrédito

* Presidente da Direcção da Associação Nacional de Direito ao Crédito(ANDC) e professor catedrático de Economia na Universidade Técnicade Lisboa, Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG); lecciona edesenvolve a sua actividade científica na área da economia regional e urba-na. Dirige e participa em numerosos estudos de concepção e avaliação deprojectos no âmbito da economia regional e urbana, sendo também o ac-tual presidente do Centro de Investigações Regionais e Urbanas (CIRIUS).

Page 12: PAG 2 3 - IFB · 2018. 5. 13. · Notícias Breves da Banca Correio Electrónico Instituto Superior de Gestão Bancária ... Tel.: 217 916 200 • Fax: 217 972 917 • e-mail: info@ifb.pt

12 inforBANCA 66

> Microcrédito

Out > Dez 2005�

3

Cinco Anos deMicrocrédito emPortugal

1

2

Resultados

Número de microcréditos concedidos

Número de postos de trabalho criados

Valor total crédito concedido

349

420

€ 1,5milhões

O Microcrédito

Um conceito inovadorUma prática construídaUm dispositivo criado

dirigido aos excluídos do créditona base da confiança e da responsabilidadea favor da integração e da autonomiaindividualatravés da iniciativa económica

1,5%

23,8%

21,6%

21,6%

22,0%

9,5%

Quatro anos de escolaridade

Sem instrução

Seis anos de escolaridade

Nove anos de escolaridade

12º Ano

Superior ou universitário

Resultados

Homens45% Mulheres

55%

... são mulheres ...

... têm baixa taxa de escolarização ...

Os micro-empresários ...

... têm entre 26 e 46 anos ...

5,8%

22,3%30,9%

26,0%

15,0%

26 36 46 55

“Cinco anos de microcrédito em Portugal”,do , “fala-nos” de umaforma brilhante deste conceito inovador e

da construção da sua prática.

Dr. Jorge Wemans*

Page 13: PAG 2 3 - IFB · 2018. 5. 13. · Notícias Breves da Banca Correio Electrónico Instituto Superior de Gestão Bancária ... Tel.: 217 916 200 • Fax: 217 972 917 • e-mail: info@ifb.pt

13inforBANCA 66

> Microcrédito

Out > Dez 2005�

Resultados

Os micronegócios têm graus de sucesso diversos…

17%

19%

12%

29%

23%

Fecharam

Actividade residual ou secundária

Atravessam algumas dificuldades

Crescimento moderado

Acima do esperado

Resultados

… que se reflecte na amortização dos empréstimos

59,9%

24,5%

15,6%

Empréstimos activos

Empréstimos amortizados

Empréstimos compagamentosproblemas de

Resultados

… que se reflecte na amortização dos empréstimos

49,2%

37,8%

13,0%

Crédito amortizado

Crédito activo

Crédito em mora

Resultados

A Associação Nacional de Direito ao Crédito (ANDC)

Número deassociados

Fundo degarantia

Custo suportado peloIEFP por posto detrabalho criado (2003)

307

€ 2 871

€ 81 600

ConstruçãoEnvolvimento dos parceiros (I)

ANDC

Conhecimento das pessoasConhecimento do microcrédito

Potencialmicro-empresário

Instituições locais Banco IEFP

Microcrédito

Aceitar propostas ANDCRapidez na concessão de créditoReporte à ANDC

Integrar microcrédito nas políticas de empregoAcompanhar acção da ANDCDivulgar microcrédito

Resultados

... estão espalhados pelo Continente ...

Vestuário, couro e calçado

Restauração e comércio alimentar

Oficinas, reparações e limpezas

0% 5% 10% 15% 20% 25%

Artesanato e bijuteria

Cabeleireiros

Construção civil

Comércio diverso

Agricultura, pescas

Jardinagem e flores

Porto50

62

Braga1

297

91Covilhã

14Faro

1

32Setúbal

36

Lisboa129

Leiria25

Aveiro19

Viana doCastelo

Resultados

... estão espalhados pelo Continente ...

4 5

6 7

8 9

10

Page 14: PAG 2 3 - IFB · 2018. 5. 13. · Notícias Breves da Banca Correio Electrónico Instituto Superior de Gestão Bancária ... Tel.: 217 916 200 • Fax: 217 972 917 • e-mail: info@ifb.pt

14 inforBANCA 66

> Microcrédito

Out > Dez 2005�

ConstruçãoEnvolvimento dos parceiros (II)

ANDC

Conhecimento das pessoasConhecimento do microcrédito

Potencialmicro-empresário

Instituições locais Banco IEFP

Microcrédito

Aceitar propostas ANDCRapidez na concessão de créditoReporte à ANDC

Integrar microcrédito nas políticas de empregoAcompanhar acção da ANDCDivulgar microcrédito

Obstáculosao Crescimento

1. Crise económica “Como as coisas estão, é muito arriscado meter-me num negócio meu”Não podemos fazer muito…

2. Envolvimento Sociedade civil Maior apoio e atenção ao microcréditoEsta Conferência Outros promotores de microcrédito O Ano Internacional do Microcrédito

3. Eficiência da ANDC É para a melhorarmos que aqui estamos

4. Espírito empreendedor e obstáculos à iniciativa económica5. Custo de empreender a partir de situações de exclusão Ver mais de perto

ConstruçãoDivulgação e acompanhamento (0)

ANDC

Potencialmicro-empresário

Instituiçõeslocais

Banco

IEFP Microcrédito

NãoSim

Sim

Voluntário(acompanhamento)

Sim

Análise do negócio

" " da pessoaAvaliação

NãoComissão de

crédito ANDCAgente da

ANDC

11

ConstruçãoDivulgação e acompanhamento

Agente de crédito

Responsável por um território

DivulgaçãoActores locaisDinâmica económica

Micro-empresário

Instituiçõeslocais

BancoIEFP

Microcrédito

Análise do negócio" " da pessoaConfiança no sucesso do negócioAcompanhamento do negócio

Avaliação

Comissão decrédito

Associadosvoluntários

ANDCRejeição Aprovação

RejeiçãoAprovação

Coordenação de associados voluntários na divulgaçãoe acompanhamento de negócios maduros

12

13

14

Page 15: PAG 2 3 - IFB · 2018. 5. 13. · Notícias Breves da Banca Correio Electrónico Instituto Superior de Gestão Bancária ... Tel.: 217 916 200 • Fax: 217 972 917 • e-mail: info@ifb.pt

15inforBANCA 66

> Microcrédito

Out > Dez 2005�

Obstáculos ao Crescimento

Na prática

Micro--empresário

Desemprego

Pagar Segurança Socialenquanto empregado e empregador

Manter conta de IVAPagar IRS e/ou IRC colecta mínima

Receber subsídio de desemprego ou RMIReceber formação profissional gratuita

Não pagar Segurança SocialNão pagar impostos directos

Convicção

Obrigações

Expectativas

O microcrédito é necessário, é importante e tem futuro.

Aumentar eficiência e qualidade da nossa actuação.Reforçar relação com os nossos parceiros.

Surjam outros promotores do microcrédito.Grande impacto do Ano Internacional do Microcrédito.Maior envolvimento da sociedade civil.Mais investigação sobre impacto do microcrédito.Maior atenção do pensamento económico e dos decisores políticos àrealidade das micro-empresas.Reforço da Rede Europeia de Microfinanças.Criação do estatuto do micro-empresário.

Obstáculos ao Crescimento

4. Espírito empreendedor eobstáculos à iniciativa económica

cultura“Antes ser empregadoordeiro do que empresáriomanobreiro”

ensino

Forma jovens para inserçãoem empresasNão estimula criadores deempresas

apoios

Às empresas paracontrataremQuase nenhuns aos criadoresde empresas

insucessoSubsídio de desemprego eformação profissionalNenhuma atenção particular

5. Custo de empreender apartir de situações de exclusão

InactividadePoucos recursos económicos

Baixa auto-estimaRedução de laços sociais

Em teoria

Iniciativaeconómica

própriaDesemprego

Aumentar rendimento familiarNão depender de ofertas de empregoFazer o que sei e gostoSer autónomo e independenteReforço dos laços sociais

15

16

* É diplomado pela Escola Superior de Paris e possui uma carreira profissional ligada ao jornalismo.Entre 1985/89, foi sub-director do semanário ; esteve ligado à fundação do jornal ,no qual foi director adjunto entre 1990/96 e provedor do leitor entre 1997/98. Exerceu ainda asfunções de director de informação da Agência Lusa entre 1998 e 2002 e foi presidente da ANDCentre 1999 e 2004. É ainda professor da Faculdade de Ciências Humanas da UniversidadeCatólica Portuguesa e em 2001/02 foi também docente do curso de pós-graduação em JornalismoEconómico organizado pela Universidade Lusófona e pelo Observatório de Imprensa.

Expresso Público

Informação retirada e adaptada de http://www.microcredito.com.ptLisboa, 5 de Novembro 2004

Citando ...

"O aborrecimentonasceu um dia dauniformidade."

"Especialista: um homemque conhece cada vezmais sobre cada vezmenos."

"A liderança é acapacidade de conseguirque as pessoas façam oque não querem fazer egostem de o fazer."

"Nem sempre convémvirarmos a página, porvezes é preciso rasgá-la."

"Para estarmos aptos aenfrentar novospúblicos, devemos sercapazes de enfrentarcadeiras vazias."

Antoine Houdar de laMotte

W. L. Mayo

Harry Truman

Achille Chavée

Peter Brook

Page 16: PAG 2 3 - IFB · 2018. 5. 13. · Notícias Breves da Banca Correio Electrónico Instituto Superior de Gestão Bancária ... Tel.: 217 916 200 • Fax: 217 972 917 • e-mail: info@ifb.pt

16 inforBANCA 66 Out > Dez 2005�

Quando se analisam os principais produtos paraaplicação das poupanças dos cidadãos e empresas,verificamos que as ainda permanecemdesconhecidas para a grande generalidade dosinvestidores e encontramos as clássicas acções eobrigações ainda a dominar esmagadoramente acomposição das carteiras de investimento.

Sendo certo que o investimento directo pode nãoser muito funcional, devido a questões dearmazenagem e transporte, a existência dederivados sobre torna bem maisacessível o investimento em diversas e variadasmercadorias.

Apesar de já serem transaccionados futuros sobrehá mais de 150 anos em dezenas de

mercados específicos espalhados pelo globo, averdade é que ainda não se reconhece, a estasmercadorias, o seu enorme potencial enquantoveículo de investimento.

Ora, o que se constata é que, cada vez mais, assão e devem ser consideradas como uma nova “classe de activos financeiros” e, como tal, passarem a integrar

todas as carteiras de títulos, com claro benefício para os respectivos investidores, dado que estudos recentes revelam eidentificam as principais vantagens associadas ao investimento em .

commodities

commodities

commodities

commodities

commodities

José Azevedo PereiraCoordenador da Secção

João Cantiga Esteves*

Cadernos de Mercados

Commodities

Investir numa Nova Classe de Activos

Page 17: PAG 2 3 - IFB · 2018. 5. 13. · Notícias Breves da Banca Correio Electrónico Instituto Superior de Gestão Bancária ... Tel.: 217 916 200 • Fax: 217 972 917 • e-mail: info@ifb.pt

17inforBANCA 66Out > Dez 2005�

Quadro 1 – Futuros sobre Commodities

SojaMilhoTrigoCacauCafé

AçúcarArroz

Borracha

OuroPrata

PlatinaPaládio

CobreAlumínio

ZincoChumboNíquelLatão

PetróleoGás Natural

GasolinaPropanoCarvão

Electricidade

Agrícolas MetaisPreciosos

MetaisIndustriais

Energia

Quadro 2 – Principais Bolsas de Derivados de Commodities

Bolsas País Tipo

CMECBOTEURONEXT-LIFFENYMEXDALIANTOCOMNSE INDIALMEZHENGZHOU EXCHANGESHANGAIIPEOMX EXCHANGESTOKYO GRAIN EXCHANGENYBOT

EUAEUA

LondresEUAChinaJapãoÍndiaUK

ChinaChinaUK

EscandináviaJapãoEUA

Financeira/Agrícolas/Metais

Financeira/AgrícolasMetais/Energia

Financeira/Metais

CommoditiesMetaisEnergia

Financeira/AgrícolasAgrícolas

Commodities

Commodities

Commodities

Commodities

Commodities

O veículo natural para investir em são osfuturos, ou seja, produtos derivados que consistem emtransaccionar, a prazo, as diversas mercadorias. Para oefeito, existem dezenas de mercados específicos (bolsas)para negociar os grandes grupos de mercadorias:

Produtos agrícolas;Metais preciosos;Metais industriais;Produtos energéticos.

Alguns dados recentes revelam a força dos derivadossobre .

Por exemplo, em 2004, enquanto o aumento do volumede todos os derivados negociados a nível mundial foi de8,9%, as transacções dos derivados sobre metais indus-triais subiram 16,4%, tendo subido 11,9% sobre produtosenergéticos.

Por outro lado, existem cada vez mais activos a serempromovidos a este estatuto de o que, no fundo,significa que se trata de uma mercadoria que setransformou, também, num “produto financeiro/veículo deinvestimento”, para além dos seus usos tradicionais para aindústria e para o consumo.

Como ilustração, apresentam-se diversas ,repartidas pelos grupos referenciados e que são negociadasem mercados com liquidez aceitável (ver Quadro 1).

Em termos de locais para transaccionar futuros sobrec , constata-se um enorme crescimento,salientando-se ainda a existência de um número crescentede bolsas, com a abertura de mercados em novas zonas doglobo, como a China e a Índia.

commodities

commodities

commodity,

commodities

ommodities

Como Investir em ?Commodities A título de exemplo, no CBOT – Chicago Board ofTrade, o volume de derivados sobre os produtos agrícolascresceu 17% em 2004, no TGE – Tokyo Grain Exchange18% e na EURONEXT – LIFFE 21%.

Entretanto e de forma surpreendente, a chinesaDALIAN Commodity Exchange aparece já como a 8ª bolsamundial de derivados e a National Stock Exchange da Índiaé a 10ª. Aliás, a bolsa chinesa é detentora dos dois maiorescontratos agrícolas transaccionados (soja), a nível mundial.

No sector dos metais, continuam a pontificar o NYMEX– New York Metal Exchange, TOCOM – TokyoCommodity Exchange e o LME-London Metal Exchange.

Quanto à energia, o NYMEX e o IPE – InternationalPetroleum Exchange – Londres disponibilizam uma grandevariedade de produtos que integram o designado“complexo energético” num quadro de grandeconcorrência mundial, pois o NYMEX abriu recentementeuma subsidiária na Irlanda. De salientar ainda a OMX –Escandinávia que é a 19ª bolsa de derivados a nível mundial(ver Quadro 2).

Têm sido produzidos vários estudos recentes que vêmfundamentar a utilização dos futuros sobrecomo novo veículo de investimento, ilustrando asvantagens da sua integração em carteiras de outros títulos

commodities

Porquê Investir em ?Commodities

"Ora, o que se constata é que, cada vez mais, as

são e devem ser consideradas como

uma nova “classe de activos financeiros ..."

commodities

Page 18: PAG 2 3 - IFB · 2018. 5. 13. · Notícias Breves da Banca Correio Electrónico Instituto Superior de Gestão Bancária ... Tel.: 217 916 200 • Fax: 217 972 917 • e-mail: info@ifb.pt

18 inforBANCA 66 Out > Dez 2005�

financeiros.Assim, observa-se que o investimento em futuros de

proporciona:Elevada rendibilidade;Risco proporcionalmente baixo;Excelente diversificação em carteiras de acções eobrigações;Antídoto positivo face à inflação.

Um estudo recente e muito aprofundado que incidiusobre o período de 1959-2004 (Dezembro) , evidenciouque o prémio de risco anualizado médio e ponderado dosfuturos sobre neste período de 45 anos(medido através de um índice, composto por 36 futuros,representativo dos quatro grupos referenciados e cons-truído com base em informação do CRB – CommodityResearch Bureau) foi de 5,23%, que compara com 5,65%das acções (S&P500 Index) e 2,22% das obrigações(Ibbotson Corporate Bond Index).

Significa isto que as , em termos derendibilidade, se aproximaram das acções e ultrapassaram,em muito, as obrigações.

Se, adicionalmente, fizermos a análise do riscocorrespondente, medido pelo desvio-padrão das

commodities

commodities

commodities

1

rendibilidades, observamos que as acções apresentaram ovalor de 14,85%, comparado com 12,10% das

e 8,47% das obrigações.Face aos valores apresentados, podemos ainda apelar a

uma medida clássica da avaliação da , emambiente de risco-rendibilidade, o rácio de Sharpe, paraconcluir que os futuros sobre apresentam ovalor de 0,43, as acções 0,38 e as obrigações 0,26.

Significa que as e acções têm sensivelmenteas mesmas rendibilidades médias anualizadas, mas o risco(desvio-padrão) é razoavelmente superior nas acções, oque demonstra que as apresentamefectivamente características interessantes, enquantoinstrumentos de investimento (ver Quadro 3).

Por outro lado, ao fazer a análise das correlações dasrendiblilidades entre , acções e obrigaçõesnaquele período de 45 anos (e diversos sub-períodos),obtêm-se conclusões igualmente interessantes e muitorelevantes. Para todos os sub-períodos, constata-se que acorrelação dos futuros sobre é negativa, quercom as acções (S&P500), quer com as obrigações.

Esta observação confirma que asapresentam qualidades excepcionais enquantoinstrumento de diversificação para carteiras de acções eobrigações, evidência reforçada nas observaçõesrespeitantes a períodos mais longos (ver Quadro 4).

Como se sabe, os investidores, em termos derendibilidades, preocupam-se com o “poder de comprareal” dos seus investimentos; daí que a inflação, emparticular, a sua subida, está habitualmente presente notopo das suas prioridades.

Ora, sabemos que a grande maioria dos activosfinanceiros é vulnerável às subidas dos níveis de inflação, emparticular no curto e médio prazos. Significa isto, porexemplo, que as acções e obrigações têm uma correlaçãonegativa com as taxas de inflação, implicando que aquelesprodutos não proporcionem grande cobertura, em par-ticular, face às suas variações inesperadas.

Pelo contrário, observa-se que os futuros sobreapresentam uma correlação positiva com as

taxas de inflação, podendo afirmar-se que, deste ponto devista, são um melhor antídoto para a inflação.

Dado que subidas inesperadas de inflação provocamuma deterioração do poder de compra real dosinvestimentos em acções e obrigações, os futuros de

, devido à correlação positiva que apresentam,

commodities

performance

commodities

commodities

commodities

commodities

commodities

commodities

commodities

commodities

Elevada Rendibilidade e Baixo Risco

"Em termos de locais para transaccionar

futuros sobre , constata-se um

enorme crescimento, salientando-se ainda a

existência de um número crescente de bolsas,

com a abertura de mercados em novas zonas

do globo, como a China e a Índia."

commodities

Quadro 3 – Risco e Rendibilidade: Comparativo 1959-2004

Futuros sobreCommodities

Acções Obrigações

Prémio de Risco MédioMensal AnualizadoDesvio-PadrãoRácio de Sharpe

5,6514,85

0,38

2,228,470,26

5,2312,10,43

Quadro 4 – Correlação das Rendibilidades dos Futuros sobreCommodities: Comparativo 1959-2004

TrimestralAnual5 anos

– 0,06– 0,1

– 0,42

– 0,27– 0,3

– 0,25

Acções Obrigações

Commodities comoGrande Diversificador

Antídoto para a Inflação

Page 19: PAG 2 3 - IFB · 2018. 5. 13. · Notícias Breves da Banca Correio Electrónico Instituto Superior de Gestão Bancária ... Tel.: 217 916 200 • Fax: 217 972 917 • e-mail: info@ifb.pt

19inforBANCA 66Out > Dez 2005�

Investimento em

– “Os Fundamentais”Commodities

Um sinal de maturidade dos mer-cados é o surgimento de índicesrepresentativos; fornecem um refe-rencial importante para fazer o acom-panhamento dos produtos neles tran-saccionados, permitindo ainda a cons-trução de estratégias com uma visãoglobal desses mercados e não depen-dente da escolha individualizada deactivos concretos. É também o casodas . De facto, existemvários índices de , poden-do-se identificar alguns mais repre-sentativos, tais como:

CRB – Commodities ResearchBureau Index;GSCI – Goldman Sachs Commo-dities Index;RRMI – Rogers Raw MaterialsIndex;DJ-AIG – Dow Jones-AIG Com-modities Index.

O CRB Index foi criado em 1986 eintegra 17 , o GSCI Indexnasceu em 1992 e engloba 22, o RRMIsurge em 1998 com 35 e o maisrecente é o DJ-AIG Index, que come-çou em 1999, com 20 (ver Quadro 6).

commodities

commodities

commodities

No Quadro 6 pode ver-se a compo-sição de cada índice, com a repartiçãopor cada grupo de .Observa-se que o RRMI é o maisabrangente e é o que apresenta melhordesempenho na última década.

Em termos dos futuros de merca-dorias individuais, no período em análi-se (1959-2004), observamos que osprodutos energéticos apresentam, deforma generalizada, rendibilidadesmédias anualizadas francamente positi-vas. Nos metais preciosos, destaquepara o paládio e platina, nos metaisindustriais salienta-se o cobre e oníquel e nos agrícolas a soja, café e açú-car (ver Quadro 7).

Os mercados de , nosdois últimos anos (2003 e 2004), carac-terizaram-se por uma subida quasegeneralizada de preços, seja na áreados metais preciosos, industriais, nos

commodities

commodities

Quadro 5 – Correlação dos Activos com a Inflação:Comparativo 1959-2004

– 0,19– 0,19– 0,25

TrimestralAnual5 anos

Acções

0,140,290,45

– 0,22– 0,32– 0,22

ObrigaçõesFuturos sobreCommodities

Quadro 6 – Índices de Commodities

CRB GSCI RRMI DJ-AIG

CriaçãoNúmero deComposição

EnergiaMetais PreciososMetais Industrais

Agrícolas (cereais)Alimentação e FibrasProdutos Pecuários

Rendibilidade Anual média: 1994-2004Desvio-Padrão: 1994-2004Rácio de Sharpe: 1994-2004

Commodities1986

17

18%6%

18%18%28%12%2,9%8,8%0,03

199222

50%2%

10%18%10%10%

7,1%19,9%

0,30

199835

44%3%

18%21%11%

3%12,0%15,4%

0,63

199920

31%9%

20%21%10%

9%8,2%

12,9%0,45

Commodities “Picking”

"Do lado da procura, a

China e a Índia aparecem

como um dos principais

factores que condicionam a

evolução dos preços."

Os Índices deCommodities

Page 20: PAG 2 3 - IFB · 2018. 5. 13. · Notícias Breves da Banca Correio Electrónico Instituto Superior de Gestão Bancária ... Tel.: 217 916 200 • Fax: 217 972 917 • e-mail: info@ifb.pt

20 inforBANCA 66 Out > Dez 2005�

dor. Praticamente nos últimos 20anos, não houve investimentos emnovas explorações petrolíferas ou naabertura de novas unidades mineirase, em simultâneo, as instalações e equi-pamentos existentes começaram aficar progressivamente obsoletos.

Ainda do lado da oferta, observam--se também maiores dificuldades eminiciar novas explorações mineiras,por razões ambientais, com as popula-ções mais atentas às questões ecológi-cas.

Ora, partindo de níveis tão baixoshá dois/três anos atrás, continuando aprocura a apresentar-se a níveis bemelevados e com a oferta a demorar aresponder, fica a convicção de que seirá manter a forte pressão de subidanos preços da generalidade das

.com-

modities

*EPHI – CIÊNCIA FINANCEIRA –

ISEG/UTL – Docente UniversitárioISGB – Colaborador

Managing Partner

1Gorton, G. & Rouwenhorst, K.G. –(2005)

Facts and

Fantasies about Commodity Futures

produtos agrícolas ou produtos ener-géticos.

Em termos fundamentais, importarelembrar que, por detrás das tran-sacções de mercadorias, há uma liga-ção à chamada “economia real”, emparticular na sua componente indus-trial. Mas os volumes negociados nãopermitem esconder a realidade deque as foram já desco-bertas, por alguns, como veículos deinvestimento decisivo na composiçãode carteiras diversificadas e eficientes.Um rácio interessante é dado pelarelação entre as transacções de deri-vados sobre com as reali-zadas nos mercados físicos dessesprodutos e que se situa habitualmenteentre os extremos de 5 por 1 até 50por 1. No primeiro caso, temos as

ainda muito ligadas à suafunção industrial, enquanto no segun-do, temos aquelas que já são pratica-mente activos financeiros “quasepuros”. Como exemplo do primeiro,temos alguns produtos agrícolas,como a soja, enquanto o ouro tipifica osegundo caso.

Ao analisarmos os “fundamentais”das , temos que voltar àbásica lei da oferta e procura.

Do lado da procura, a China e aÍndia aparecem como um dos princi-pais factores que condicionam a evo-lução dos preços. O crescimento eco-nómico que se tem verificado nestes

commodities

commodities

commodities

commodities

países faz pura e simplesmente comque os tempos que atravessamos nãotenham qualquer paralelo com a histó-ria recente. A necessidade das princi-pais matérias-primas agrícolas, metaisindustriais e energéticas é gigantesca eacresce que a lógica de mercado setem propagado rapidamente a toda aChina, fazendo com que esses produ-tos e mercados se tornem muitoatractivos também para os investido-res.

Por outro lado, contrariamente aoque se poderia imaginar, este cresci-mento "está para ficar". Não parecesustentada a ideia de na econo-mia chinesa! A caminhada chinesa nes-tas lides de mercados e finanças é lon-ga, mas parece ser segura!

Ainda do lado da procura, tambémse detecta que os , para muitosdos recursos naturais, se encontramem níveis muito baixos, sobretudodevido a um abrandamento do merca-do que foi vivido nos últimos 20 anosdo século XX.

Quanto ao lado da oferta, observa--se uma grande estagnação no seuaumento. Em particular, na área dosmetais industriais e preciosos, como ocobre e a platina, não se assistiu a umaumento da capacidade produtivainstalada, pois os preços não seriamsuficientemente atractivos, criandodesequilíbrios quando a procura come-ça a emergir com todo o seu esplen-

crash

stocks

Quadro 7 – Rendibilidades Médias Anualizadas de Futuros Individuais de Commodities

Futuro sobreCommodity Rendibilidade Desvio-padrão Correlação

com Índice

PropanoGasolinaPetróleoNíquelCobreCafé

Gás NaturalSoja

AçúcarPlatinaPaládioCacauZincoPrata

AlumínioOuro

30,25%24,29%20,67%16,28%15,83%15,11%14,50%13,53%11,28%10,02%10,02%8,95%8,41%7,53%6,44%4,48%

49,40%34,49%33,59%36,83%27,40%39,95%51,93%31,28%44,58%28,49%36,24%31,59%22,11%31,60%24,07%19,34%

0,420,490,450,350,420,220,410,550,370,510,490,290,450,470,410,47

Notas Bibliográficas:Erb, Claude & Harvey Campbell (2005),

Duke University.Gorton, G. & Rouwenhorst, K.G. (2005), "Factsand Fantasies about Commodity Futures"(2005) –Jensen, G.R. & Mercer. J.M. & Johnson, R.R.(2002), "Tactical Asset Allocation andCommodity Futures" –

(summer)Nash, Daniel (2001), "Long-term Investing inCommodities" – ,Morgan Stanley Global Pensios Group 4.Weiser, S. (2003),

–Commodities Now.

The

Tactical and Strategic Value of Commodity Futures

National Bureau of Economic Research.

Journal of Portfolio

Management

Global Pensions Quarterly

The Strategic Case for

Commodities in Portfolio Diversification

Em conclusão, o início doséculo XXI veio trazer para aribalta toda a temática dosrecursos naturais e a sua escassez,e esta realidade significa um vastoleque de oportunidades deinvestimento no universo das

, seja na área daenergia, metais ou produtosagrícolas.

commodities

Page 21: PAG 2 3 - IFB · 2018. 5. 13. · Notícias Breves da Banca Correio Electrónico Instituto Superior de Gestão Bancária ... Tel.: 217 916 200 • Fax: 217 972 917 • e-mail: info@ifb.pt

21inforBANCA 66Out > Dez 2005�

Actividade doSector Bancário

Caracterização Geral do Sector

em Portugal no Ano de 2004A Associação Portuguesa de Bancos apresentou no seu , a exemplo dos anos anteriores, uma análiseda actividade bancária em Portugal relativa ao ano de 2004.Dessa análise, destacamos aqui alguns aspectos que consideramos mais significativos.

Boletim Informativo

Estrutura do Balanço (Actividade Global)A estrutura do balanço sectorial tem-se mantido relativamente

estável ao longo dos últimos anos, verificando-se um aumento daimportância relativa do crédito concedido a clientes em mais de 3p.p., representando agora a carteira de crédito mais de 60% doactivo total.

Para esta evolução terá contribuído a influência da crescenteimportância das operações de titularização, a representar 11,9%do activo, acima dos 10% verificados no ano anterior. Também nopassivo se registam algumas alterações na estrutura. O peso doscapitais próprios e equiparados mantém-se todavia estável, emcerca de 11% do activo líquido (Quadro 2).

O mapa das origens e aplicações de fundos construído a partirdo balanço sectorial reflecte as mesmas linhas condutoras deevolução, com os três principais vectores de aplicações de fundosa serem constituídos pelo crédito a clientes, investimento emtítulos e ainda os débitos para com instituições de crédito.

APLICAÇÕES E RECURSOS(Quadro 2)

Estrutura (%)2003 2002 � (p.p)

DisponibilidadesCréditos s/Instituições de CréditoCréditos s/Clientes (bruto)Aplicações em TítulosImobilizações e ParticipaçõesOutros Activos

Débitos p/c/Instituições de CréditoDébitos para com ClientesDébitos Representados por TítulosOutros PassivosCapitais Próprios e Equiparados

TOTAL

– 2,0– 2,7

3,31,9

– 0,50,0

– 3,72,91,3

– 0,2– 0,3

3,614,860,211,9

4,25,3

100,026,446,713,1

2,711,1

5,617,556,910,0

4,75,3

100,030,143,811,8

2,911,4

A análise desenvolvida pela APB,abrangendo um total de 48 instituições,incluindo o Sistema de Crédito AgrícolaMútuo, evidencia os aspectos maisrelevantes da evolução do sector bancárioportuguês no exercício de 2004,caracterizada pelo crescimento moderadoda actividade, por novos avanços no querespeita aos níveis de produtividade, porligeiras melhorias na solvabilidade e porum comportamento positivo dosresultados (Quadro 1).

No que respeita à actividade,identificam-se três grandes vectores deevolução:

1. O crescimento da actividade, visívelna evolução das variáveis de volume;destaca-se o aumento de 3,3% do créditoconcedido e dos débitos para comclientes, que aumentaram a um ritmo umpouco superior (4,1%);

2. A sustentação dos níveis de

produtividade e eficiência, que temcons t i tu ído uma das pr inc ipa i spreocupações da gestão no sector, com adevida estabilização do número deempregados por balcão em torno das 10pessoas e do nível de custos por activo

financeiro (CA/AF), bem como a reduçãodo indicador (CO/PB) paracerca de 55,5%;

3. Uma evolução menos favorável dosindicadores de rendibilidade, já que seassistiu a uma descida da rendibilidade dos

cost to income

CARACTERIZAÇÃO GERAL DO SECTOR EM 2004(Quadro 1)

Activo LíquidoCrédito sobre ClientesDébitos para com ClientesDébitos Representados por TítulosNº de BalcõesNº de EmpregadosResultado Bruto TotalResultados do ExercícioSolvabilidade Bruta (FP/AL)Nº de Empregados por Balcão (NP/NB)Relevância dos Custos no Produto (CO/PB)Custos Administrativos/Act. Financeiros (CA/AF)Rendibilidade dos Capitais Próprios (RL/KP)

Dezembro Variações

20032004 Absolutas Relativas(%)

310 300186 907144 852

40 5735 487

52 7554 8841 71311,26

9,655,47

1,448,73

317 724180 914139 128

37 6525 431

54 0895 1681 88511,23

10,055,97

1,419,35

– 7 4235 9935 7242 921

56– 1 334

– 283– 1720,03

– 0,40– 0,51

0,03– 0,62

– 2,33,34,17,81,0

– 2,5– 5,5– 9,1

1.DadosGerais(em milhõesde euros)

2. Indicadores(em %)

Page 22: PAG 2 3 - IFB · 2018. 5. 13. · Notícias Breves da Banca Correio Electrónico Instituto Superior de Gestão Bancária ... Tel.: 217 916 200 • Fax: 217 972 917 • e-mail: info@ifb.pt

22 inforBANCA 66 Out > Dez 2005�

ResultadosO resultado bruto de exploração do sector bancário no ano de

2004 atingiu 3 985 M.€, que representa uma redução de 1,2%relativamente ao ano anterior.

A síntese da conta de exploração sectorial traduz sobretudo oimpacto negativo do resultado da intermediação financeira que aevolução positiva dos resultados de operações financeiras, dosserviços bancários e dos custos administrativos foi incapaz deinverter. Assinala-se ainda o comportamento desfavorável dosresultados extraordinários, o qual também contribuiu para aredução do resultado líquido do exercício de 2004 em cerca de9,1% (Quadro 3).

O produto bancário de exploração apurado para 2004evidencia o esforço do peso relativo dos serviços prestados aclientes para 31,1% e o das operações de mercado para mais de12%; o que contrasta com a evolução do resultado financeiro, quepassou a representar apenas 56,7% do produto bancário(Quadro 4).

A margem financeira continua a seguir uma linha evolutivadecrescente, tendo experimentado nova redução, agora de 7 p.b.contra os 28 p.b. do exercício anterior (Quadro 5).

Cobertura Geográfica e Bancarização

Em 2004, o total de balcões da redebancária no território nacional ascendia a5 312 unidades, o que representa umacréscimo de 56 novos balcões face a2003, com uma distribuição que privilegiaa região norte do país, destacando-se osdistritos do Porto (+15), Braga (+10),Aveiro (+8) e a Região Autónoma daMadeira (+9) – Quadros 6 e 7.

O índice de concentração continua arevelar um claro predomínio dos distritosde Lisboa e Porto na distribuiçãogeográfica dos balcões (com índices deconcent ração de 24% e 16%,respectivamente).

Quanto à rede de POS e ATM, conti-nuamos a assistir ao aumento da suainstalação, a par da crescente emissão de

EVOLUÇÃO DO RESULTADO BRUTO DE EXPLORAÇÃO(Quadro 3)

3 186

2000 2001

3 593

2002

3 860

2003 2004

4 034 3 985

milhões de Euros

0500

1 0001 5002 000

2 5003 0003 5004 0004 500

Resultado Financeiro

Serviços Bancários

Resultados Operações Financeiras

EVOLUÇÃO DO PESO DAS COMPONENTES DO PRODUTO(Quadro 4)

2000 2001 2002 2003 20040,0

25,0

50,0

75,0

100,0 %

65,4

23,7

10,8

66,6

24,8

8,6

63,4

26,1

10,511,0

59,9

29,1

12,2

31,1

56,7

EVOLUÇÃO DA MARGEM FINANCEIRA(Quadro 5)

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5%

2,03 1,99 1,97

1,69 1,63

2002 2003 20042000 2001

TOTALAveiroBejaBragaBragançaCastelo BrancoCoimbraÉvoraFaroGuardaLeiriaLisboaPortalegrePortoSantarémSetúbalViana do CasteloVila RealViseuAçoresMadeira

Distritos Dez. 04 Dez. 03 Índice de Concentração (%)�%

5 312368

81313

84107214104274

96248

1 27877

845222330112112172150125

100,06,91,55,91,62,04,02,05,21,84,7

24,11,4

15,94,26,22,12,13,22,82,4

5 256360

81303

84108208106269

96245

1 27279

830223331114111169151116

5680

100

– 16

– 25036

– 215– 1– 1– 2

13

– 19

10,0 20,00,0 30,0

NÚMERO DE BALCÕES(Quadro 6)

Page 23: PAG 2 3 - IFB · 2018. 5. 13. · Notícias Breves da Banca Correio Electrónico Instituto Superior de Gestão Bancária ... Tel.: 217 916 200 • Fax: 217 972 917 • e-mail: info@ifb.pt

23inforBANCA 66Out > Dez 2005�

A população bancária conta com 52 755 elementos, dos quais51 523 ao nível da actividade doméstica (Quadro 9).

Mantém-se em 2004 a tendência registada nos anos maisrecentes, com uma nova diminuição de colaboradores (menos1 334 relativamente ao ano anterior) quer na actividade doméstica,quer externa.

Salientam-se, no entanto, algumas alterações qualitativas:

Em termos de entradas, registaram-se, em 2004, 2 816

� Melhoria nos níveis de escolaridade – crescimento signi-ficativo do número de colaboradores com nível de for-mação superior (mais de 37% do total), conjugado comredução do universo dos que têm níveis de escolaridademais baixos;Redução do número de colaboradores com funçõesadministrativas (registando-se as maiores diminuiçõesessencialmente nas áreas de apoio), a par de um aumentoconsiderável do número daqueles que se encontram adstritosa funções específicas.

Recursos Humanos

NÚMERO DE EMPREGADOS(Quadro 10)

2004Mulheres

Homens

41,6%58,4%

2003Mulheres

Homens

40,9%59,1%

NÍVEIS DE ESCOLARIDADE POR TIPO DE FUNÇÃO(Quadro 11)

FunçõesNíveis de Escolaridade/Ensino

ChefiasEspecíficasAdministrativasAuxiliares

TOTAL

12 52214 59523 453

953

51 523 (100%)

Total

5 1328 1275 644

11

18 914(37%)

Superior

5 5625 436

13 045121

24 164 (47%)

Secundário

(16%)

1 8281 0324 764

821

8 445

BásicoNº Empregados

EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE EMPREGADOSAFECTOS À ACTIVIDADE DOMÉSTICA

(Quadro 9)

60 453

56 85455 375

53 62352 866

51 523

48 000

50 000

52 000

54 000

56 000

58 000

60 000

62 000

2003 20041999 2000 2001 2002

Variações20032004 Absolutas Relat. (%)

POS

ATM

Cartões Rede Multibanco (milhares)

149 614

10 085

16 189

125 456

9 521

14 688

19,3

5,9

10,2

24 158

564

1 501

POS, ATM E CARTÕES DA REDE MULTIBANCO(Quadro 8)

Porque não esgotámos os aspectos analisados no da Associação Portuguesa de Bancos, recomendamos a sualeitura integral, já que revela de uma forma clara e completa aquilo que foi a actividade da banca portuguesa no exercício de 2004 e omodo como tem evoluído.

Boletim Informativo

EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE BALCÕES DOMÉSTICOS(Quadro 7)

4 6004 7004 8004 9005 0005 1005 2005 3005 400

5 2585 328

5 167 5 1405 256

5 312

2003 20041999 2000 2001 2002

admissões, maioritariamente de elementos do sexo masculino(52%) e de pessoas com formação superior (58%) – Quadro 10.

Igualmente importante de realçar é a manutenção do nível deconhecimentos dos colaboradores de um sector prestador deserviços cada vez mais especializados (Quadro 11).

Esta exigência tem motivado, aliás, um permanenteinvestimento em formação – 24,0 M€ –, tendo abrangido umamédia de 39% do total de colaboradores, com um total de 8 306acções de formação, das quais 2 003 realizadas em entidadesexternas às instituições (Quadro 12). Continua a serpreponderante o recurso a métodos de formação maistradicionais, com cerca de 81% das acções de formação aexigirem a frequência presencial dos colaboradores, sendo aformação via ainda relativamente incipiente (cerca de 10%de ).

Quanto aos regimes de horários, não se verificaram grandesalterações face aos anos anteriores, mantendo-se apreponderância do horário integral, que abrange cerca de 87%

online

e-learning

INVESTIMENTO EM FORMAÇÃO(Quadro 12)

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0 29,0

21,724,0

15,0

2001 2002 2003 2004

milhões de Euros

Page 24: PAG 2 3 - IFB · 2018. 5. 13. · Notícias Breves da Banca Correio Electrónico Instituto Superior de Gestão Bancária ... Tel.: 217 916 200 • Fax: 217 972 917 • e-mail: info@ifb.pt

24 inforBANCA 66 Out > Dez 2005�

Caetano Ferreira*

e-LearningModelo Formativo Desafiante

Numa conferência recentementeorganizada em Lisboa pela Accenture,foram apresentados como principaisdesafios para a área de recursos huma-nos de qualquer organização o alinha-mento com a estratégia, a redução decustos, o suporte aos grandes processosde mudança, a retenção de talentos, agestão do desempenho individual, odesenvolvimento do capital humano e ainovação e partilha de conhecimento.

Transversal a todos esses desafiosque se colocam à função RH, encontra--se a formação, que desenvolverá cadavez mais um papel fundamental comespecial incidência na inovação, na parti-lha do conhecimento e, consequente-mente, na melhoria do desempenhoindividual e colectivo. Sendo o processode aprendizagem contínua um dos maio-res desafios à mudança, a grande ques-tão é saber como criar/adoptar novasformas e modelos que facilitem e flexibi-lizem essa aprendizagem.

Neste contexto, o conceito de for-mação ganha cada vez maissignificado, tornando-se um elementocrítico e que pressiona a necessidade de

just-in-time

se encontrarem modelos de distribuiçãode conhecimento, de conteúdos forma-tivos a destinatários geograficamentedispersos e que possibilitem o acesso auma formação “personalizada”, querdizer, em que seja dada a possibilidade acada pessoa de aprender de acordo comas suas necessidades, o seu próprio rit-mo, em qualquer hora e em qualquerlugar.

O – formação a distância– enquadra-se e responde perfei-

tamente a este conjunto de premissas,devendo ser encarado e utilizado comomais um modelo de organização da for-mação, uma nova metodologia ao servi-ço da aprendizagem. Uma forma com-plementar e não alternativa, já que aadopção deste instrumento não substi-tui as aprendizagens tradicionais. Antesas complementa e reforça.

Consciente desta realidade e indo aoencontro das disposições legais em vigorsobre a necessidade de ministrar forma-ção certificada, o Conselho de Adminis-tração do Finibanco decidiu celebraruma parceria com o Instituto de Forma-ção Bancária no sentido de implementara formação .

Essa parceria está consubstanciadana utilização da plataforma WebBancado IFB e de quatro dos cursos especifi-camente formatados para formaçãosobre diversas vertentes da actividade

e-learning

online

online

bancária, em sistema de(através da Internet e pre-

sencial).Comunicados os parâmetros basila-

res à estrutura directiva dos balcões dobanco, foram seleccionados 180 empre-gados para testar de forma consolidadaeste modelo formativo; esses emprega-dos foram distribuídos por curso e pordirecção comercial de acordo com oQuadro 1.

Trata-se de um projecto-piloto queainda não está fechado e que tem vindo aser desenvolvido de uma forma equili-brada e sem repercussões negativas naactividade normal dos balcões envolvi-dos. Nesta perspectiva, a sua descriçãorevela-se simples, mas as suas implica-ções internas, em toda a sua extensão,demorarão a estar concluídas e total-mente definidas, existindo sempre anecessidade de desenvolver um acom-panhamento permanente das suas dife-rentes vertentes, no sentido de não com-prometer o seu sucesso. Este não pode-rá ser conseguido, ainda que bem supor-tado organizativa e tecnologicamente,sem que se continue a assegurar a ade-são dos empregados – os destinatáriosdesta formação. É neste campo quereside o seu principal desafio!

blended-

-learning

*FinibancoDirecção de Recursos Humanos

Formação (Porto)

Meios de PagamentoProdutos Bancários e FinanceirosCréditoDireito Bancário

Total

132813

6

60 43 59 18 180

92013

1

92425

1

210

51

3382569

CentroNorteCursos

Quadro 1

Participações por Direcção Comercial

TotalSulNorteLisboa

A Experiência do

Page 25: PAG 2 3 - IFB · 2018. 5. 13. · Notícias Breves da Banca Correio Electrónico Instituto Superior de Gestão Bancária ... Tel.: 217 916 200 • Fax: 217 972 917 • e-mail: info@ifb.pt

25inforBANCA 66Out > Dez 2005�

São permanentes, i.e., a sua presença faz-se sempresentir;Têm origem em muitas fontes, cada uma delas comum peso relativamente pouco significativo;O seu comportamento colectivo é semelhante aolongo do tempo, o que torna possível fazer previsõesrelativamente ao processo.

Contudo, por vezes, a variação num processo éexcessiva para que possa ser considerada, simplesmente,devida à presença de causas aleatórias. Imagine-se, porexemplo, que alguns clientes do crédito à habitação, queutilizavam a Internet para entrega da sua declaração de IRS,não tinham, por norma, um duplicado da mesma. Verificar--se-iam, por certo, atrasos sensíveis na preparação doprocesso, decorrentes desta situação. Dir-se-ia, então, que

O ponto de partida passa pelo reconhecimento de que aestá presente em tudo o que nos rodeia.

Considerem-se, por exemplo, os tempos de resposta apedidos de crédito à habitação. Ainda que se verifiquempedidos de natureza semelhante e condições normais defuncionamento, facilmente se constatará que o tempo deresposta ao cliente não é igual em todos os casos. Ainda quepouco significativa, haverá por certo alguma variação nostempos de resposta, que diremos atribuível à existência decausas comuns ou aleatórias.

As principais características destassão as seguintes:

variação

causas aleatórias

O Controlo Estatísticodo Processo (SPC)A Sua Aplicabilidade em Serviços Financeiros

Rogério Puga Leal*

O Controlo Estatístico do Processo (SPC –

) constitui uma referência incontornável no domínio da

Ciência da Qualidade. Trata-se de um assunto de enorme

abrangência e profundidade. No entanto, não obstante a

complexidade de que se pode revestir, assenta, no essencial,

num conjunto de ideias relativamente simples que adiante se

explicitarão.

Contudo, tratando-se de uma ferramenta de ampla

utilização em ambientes industriais, tarda em estabelecer-se de

forma consistente no domínio da prestação de serviços. Ainda

que surjam, aqui e ali, algumas utilizações bem sucedidas, há

que reconhecer que tais utilizações estão longe de representar

um procedimento habitual neste sector de actividade.

Neste artigo, procura-se trazer à colação alguma da

fundamentação associada ao controlo estatístico e discutir os

contornos da sua aplicabilidade no âmbito dos serviços, em

particular no domínio dos serviços financeiros.

Statistical Process

Control

Fundamentos doControlo Estatístico

Page 26: PAG 2 3 - IFB · 2018. 5. 13. · Notícias Breves da Banca Correio Electrónico Instituto Superior de Gestão Bancária ... Tel.: 217 916 200 • Fax: 217 972 917 • e-mail: info@ifb.pt

26 inforBANCA 66 Out > Dez 2005�

(limites de controlo) colocados acima e abaixo de uma linhacentral. A linha central representa o valor esperado dacaracterística em estudo (Figura 1), sendo que os limites decontrolo se encontram afastados desta linha central em trêsdesvios-padrão da distribuição do parâmetro amostral emcausa. A título de exemplo, tal significa que, se a caracterís-tica a estudar corresponder às médias amostrais, os limitesde controlo deverão situar-se a uma distância da linhacentral correspondente a três desvios-padrão da distribui-ção de médias amostrais ( ).

Dir-se-á que uma característica se mantém sob controloenquanto as suas representações se forem mantendodentro dos limites estabelecidos .

Faz-se a distinção entre cartas de controlo para variáveise para atributos, dependendo do tipo de características quepretendemos controlar.

Quando a característica em causa é um tempo, um peso,ou qualquer outra que possa ser medida numa escalacontínua, estaremos no domínio das cartas de controlopara variáveis. Será este o caso se estivermos interessados,por exemplo, em controlar o tempo de acesso dos clientesà do banco.

Na perspectiva simplificada que temos vindo a adoptar,tal significará que a monitorização destes tempos de acessose fará através da observação e representação gráfica deamostras periódicas dos tempos de acesso de algunsclientes. O facto de tais registos se irem mantendo dentrodos limites calculados, ainda que alguns deles sejam

1

homepage

a indisponibilidade das declarações de IRS constituía, poroposição às anteriores, uma causa especial de variação.

As principais características destas sãoas seguintes:

São devidas a poucas fontes, mas cada uma delas comum efeito significativo;Podem ser irregulares, i.e., nem sempre estarempresentes;Reaparecerão, se não forem tomadas medidas correc-tivas.

O do Controlo Estatístico é,precisamente, o de distinguir a variação que é devida acausas naturais daquela que ocorre por se terem verificadocausas especiais. Por outras palavras, o SPC recorre aosprincípios da estatística para, através da análise da evoluçãode um processo, permitir identificar a ocorrência de causasespeciais de variação, de uma forma tão precoce quantopossível, para que possam ser desencadeadas acçõescorrectivas.

Esta distinção é de capital importância. Na realidade, seinterpretarmos erradamente que existe uma variação“anormal” e nos dispusermos a actuar sobre qualquerprocesso, alterando-o, estaremos, então sim, a provocaruma causa especial de variação. Imagine-se, por exemplo,que um determinado tempo de resposta no crédito àhabitação é entendido como revelador de alguma deficiên-cia no processo quando, na realidade, se encontra dentrodo que será estatisticamente aceitável. Tornar-se-iapossível que, para fazer face a este “problema”, se desvias-sem, desnecessariamente, recursos humanos ou materiaisde outras unidades do banco que, porventura, começarão aenfrentar reais problemas na prestação do serviço.

Por outro lado, é também evidente que ignorar apresença de uma causa especial contribuirá para a suaperpetuação, com os potenciais danos daí decorrentes.

A questão que se coloca é, então, a deque permitam monitorizar qualquer

processo, avisando-nos de que determinada variação éexcessiva para que possa ser considerada aceitável. Nestedomínio, as ferramentas mais utilizadas são as denominadas

.Em termos muito simplificados, podemos dizer que uma

carta de controlo é constituída por limites simétricos

causas especiais

objectivo fundamental

conceberferramentas

Cartas de Controlo de Shewhart

Figura 1– Representação esquemática de uma carta de controlo

Limite Superior de Controlo

Linha Central

Linha Inferior de Controlo

3 x n/�

"

"

O objectivo fundamental do

Controlo Estatístico é,

precisamente, o de distinguir a

variação que é devida a causas

naturais daquela que ocorre por se

terem verificado causas especiais.

Page 27: PAG 2 3 - IFB · 2018. 5. 13. · Notícias Breves da Banca Correio Electrónico Instituto Superior de Gestão Bancária ... Tel.: 217 916 200 • Fax: 217 972 917 • e-mail: info@ifb.pt

27inforBANCA 66Out > Dez 2005�

Sendo certa a enorme divulgação do Controlo Estatísti-co em ambiente industrial, a verdade é que o SPC não temvindo a encontrar no sector dos serviços um “solo tãofértil” como aquele que permitiu o seu rápido crescimentonaquele ambiente.

Não obstante, existem autores (Woods, 1994) a defen-der que a utilização das técnicas associadas ao SPC poderáter, no sector dos serviços, resultados ainda mais benéficosdo que os registados no âmbito industrial.

Não existirá uma causa única, fundamental e decisiva,para justificar a dificuldade na transposição de técnicas econceitos. Ao invés, parece existir um conjunto alargado derazões a concorrer para este fenómeno.

Montgomery (1991) reconhece que a aplicação dastécnicas associadas ao SPC, no âmbito dos serviços, carecede algum engenho adicional face ao que é requerido pelasaplicações tradicionais no âmbito industrial. Segundo esteautor, existem duas razões fundamentais na génese destadiferença:

Não existe, muitas vezes, nos serviços um sistema demedição que permita a definição dos parâmetros aavaliar;Enquanto num ambiente industrial é geralmente visí-vel o sistema a melhorar, nos serviços, por outro lado,pode ser muito difícil a "observabilidade" do processo.

Roes & Dorr (1997) defendem que a questão é particu-larmente difícil de abordar nas circunstâncias em que oserviço fornecido é essencialmente determinado pelocontacto directo com o cliente. Por outro lado, e um poucona linha do que expressa Montgomery, referem que umadiferença fundamental reside na dificuldade de diagnósticodos processos. Este facto é potenciado pela necessidade defazer participar os clientes na determinação de prioridadesrelativamente a acções de melhoria.

Finalmente, Roes & Dorr (1997) evidenciam a necessi-dade de fazer intervir dos clientes na avaliaçãorotineira dos processos.

Será interessante notar, então, que a problemática secentra na necessária articulação entre medidas internas eexternas.

No que diz respeito às primeiras, incidentes sobrecaracterísticas de natureza operacional, a abordagem autilizar, em termos de SPC, pouco difere da que caracterizaas aplicações no âmbito industrial. Desta forma, encon-tram-se na literatura, com alguma frequência, aplicações decartas de controlo para análise destas características (e.g.,Stamatis, 1996; Rosander, 1985; Wood, 1997). Os exem-plos apresentados incidem sobre medidas tão variadas

inputs

O Controlo Estatísticoe os Serviços

díspares, constituirá uma indicação de normalidade nofuncionamento da e permitirá, desta forma, quese vá simplesmente mantendo o necessário acompanha-mento. Contudo, se começarem a ocorrer registos forados limites de controlo, tal denunciará a ocorrência dealguma situação inesperada, que deverá, desde logo, seraveriguada.

Se, no caso anterior, a característica em análise era umtempo de acesso, também é possível desenvolver idênticaabordagem no domínio da simples classificação comodefeituoso ou não defeituoso ou, ainda, se estivermosnuma situação de contagem do número de defeitos.Estaremos, nestes casos, no âmbito das cartas de controlopara atributos. Repare-se que, neste tipo de caracte-rísticas, estamos sempre perante uma classificação biná-ria, defeituoso/não defeituoso ou ausência de defeito//presença de defeito. Assim acontecerá se pretendermoscontrolar a fracção de extractos enviados para moradaincorrecta ou o número de imperfeições na emissão decheques.

No que diz respeito às cartas de controlo, Montgomery(1991) explicita aquelas que são, em sua opinião, asprincipais razões para o sucesso associado à sua utilização:

Quando bem utilizadas, permitirão reduzir os níveisde desperdício e reprocessamento, aumentando, poresta via, a produtividade, medida em termos deunidades conformes, e diminuindo os custos;A manutenção de um processo sob controlo estatísti-co é consistente com a filosofia do “fazer bem àprimeira”, constituindo, desta forma, um bommecanismo para prevenção de não conformidades;Ao permitir distinguir a variação causada por causascomuns daquela que é devida a causas especiais,contribuem para que não se efectuem ajustamentosdesnecessários nos processos;Quando analisadas por técnicos experientes, pro-porcionam valiosíssima informação em matéria dediagnóstico;Ao acompanharem a evolução e estabilidade tempo-rais de parâmetros relevantes do processo, podemproporcionar importantes indicações sobre a suacapacidade.

homepage

Medidas Internas

"A questão que se coloca é,

então, a de conceber ferramentas

que permitam monitorizar

qualquer processo ..."

Vantagens doControlo Estatístico

Page 28: PAG 2 3 - IFB · 2018. 5. 13. · Notícias Breves da Banca Correio Electrónico Instituto Superior de Gestão Bancária ... Tel.: 217 916 200 • Fax: 217 972 917 • e-mail: info@ifb.pt

28 inforBANCA 66 Out > Dez 2005�

como o tempo para atendimento de chamadas telefónicas,o número de “gralhas” por edição de determinada revistaou o tempo de indisponibilidade de terminais ATM.

Contudo, afigura-se menos transparente a utilização docontrolo estatístico no âmbito das medidas com origemdirecta no cliente (externas) e, por consequência, no âmbi-to de procedimentos que busquem a articulação de ambosos tipos de medida.

Deve referir-se, contudo, a publicação de alguns traba-lhos interessantes incidindo sobre a utilização de cartas decontrolo na análise de medidas externas, mais concreta-mente na análise de resultados de inquéritos.

Valerá a pena referir, neste contexto, o trabalho deHayes (1992), no qual o autor ilustra a utilização de diferen-tes tipos de cartas de controlo, por variáveis e atributos, namonitorização da satisfação de clientes.

Uma outra questão, com bastante interesse e pertinên-cia, é apresentada por Wood (1994) e tem a ver com aquestão da variabilidade. Segundo este autor, na generalida-de das aplicações industriais, o principal objectivo do SPC

Medidas Externas

*Professor universitárioDocente do ISGB.

BibliografiaHAYESMONTGOMERYROES DORR

ROSANDERSTAMATISWOOD

, Bob E. (1992) – , American Society for Quality Control., Douglas C., (1991) – , 2ª ed., John Wiley & Sons Inc.

, Kit C. B., , D. (1997) – "Implementing Statistical Process Control in Service Processes", , Vol. 2, Nº 3, pp.149-166.

, A. C. (1985) – , Marcel Dekker – ASQC Quality Press., D. H. (1996) – , St. Lucie Press

, Michael (1994) – "Statistical Methods for Monitoring Service Processes", , Vol. 5, Nº 4, pp. 53-68.

Measuring Customer Satisfaction: Development and use of questionnaires

Introduction to Statistical Quality Control

International Journal of Quality Science

Applications of Quality Control in the Services Industries

Total Quality Service: Principles, Practices and Implementation

International Journal of Service Industry Management

está associado à redução da variabilidade.Por outro lado, no caso dos serviços, em que se verifica

uma crescente preocupação de evidenciar o ajustamento acada cliente individual , poderá resultar muito prejudicial aimagem de uniformidade, por contradizer, no essencial, aimagem que se pretende transmitir.

Embora interessante, e com alguma pertinência, estaopinião aparenta ser um pouco e, quiçá, algolimitativa. Na realidade, no sentido que lhe vem sendo con-ferido no âmbito da Engenharia da Qualidade, o termo

, nomeadamente no contexto das, pretende evidenciar uma abordagem conducente à iden-

tificação da presença de causas especiais de variação e,quando adequado, à sua correcção.

Por outras palavras, não se pretende apenas uma moni-torização do processo, mas também identificar e actuarsobre desvios inaceitáveis. Assim, se a redução de variabili-dade pode não constituir, em si própria, um fim, há quereconhecer, por outro lado, que desvios consideráveisàquela que pode ser considerada, até, como variação dese-jável, serão provavelmente o reflexo da actuação de causasespeciais que urgirá, em todo o caso, analisar.

2

extremista

con-trolo cartas de contro-lo

1Em rigor, existem vários outros critérios de interpretação. Em todo o caso, este é o mais facilmente perceptível.2A muito mencionada .customização

Sendo certo que os fundamentos do Controlo Estatístico se apresentam como válidos em qualquer sector deactividade, há que reconhecer que a sua real aplicação se vem desenvolvendo, com esmagadora predominância, noâmbito das actividades industriais.

Contudo, parece justo admitir que, de uma maneira geral, as características dos serviços se revelam menos“convidativas” do que as associadas aos processos industriais, relativamente à aplicação do SPC. Tal não significa,porém, que se não possam retirar importantes benefícios da sua utilização no âmbito dos serviços, em particular nodomínio dos serviços financeiros.

Acredita-se que tais benefícios serão mais evidentes nas circunstâncias em que o controlo incida sobre caracterís-ticas de natureza operacional (tempos de resposta, etc.) do que naquelas em que se procura a análise e controlo demedidas externas.

O potencial benefício parece evidente, por exemplo, no controlo da variabilidade de tais características. Defacto, uma menor variabilidade conduzirá sempre a uma maior previsibilidade e, como tal, a um maior controlosobre todos os processos, com os consequentes benefícios em matéria de gestão.

Assim, sem que pareça razoável desejar um aumento exponencial da incidência do SPC em serviços financeiros,acredita-se que uma utilização criteriosa e limitada dos seus princípios poderá trazer importantes melhorias àprestação de serviços, neste domínio.�

Conclusões

Page 29: PAG 2 3 - IFB · 2018. 5. 13. · Notícias Breves da Banca Correio Electrónico Instituto Superior de Gestão Bancária ... Tel.: 217 916 200 • Fax: 217 972 917 • e-mail: info@ifb.pt

29inforBANCA 66Out > Dez 2005�

Jaime Mourão-Ferreira*

Quando em 1997 a W/Portugal pegou na Daewoo – eestamos a falar de automóveis coreanos onde o baixopreço é sem dúvida um dos pontos mais fortes –, defendeuuma estratégia de comunicação arrojada, que aparente-mente secundarizava este argumento de venda. Privilegiá-mos sobretudo fortes ideias criativas combinadas com umposicionamento qualitativo, de forma a que o preço per-cepcionado fosse à primeira vista mais alto do que o real,revelando-se sempre em última instância uma agradávelsurpresa a que seria difícil resistir. Rapidamente o Matiztornou-se líder incontestado do cada vez mais competitivosegmento A do mercado automóvel, caso único no mundo,acrescente-se, ao mesmo tempo que se transformou numproduto de moda (só destronado mais recentemente peloSmart e após quase um ano sem haver publicidade Matiz,devido aos problemas económicos que o grupo Daewoo

“WHEN THE WORLDZIGS, ZAG.”A Oportunidade e a Consistência comoFactores de Construção das Marcas.

Imagens da Campanha Matiz da Daewoo

A preferência do consumidor por

uma marca está intimamente

relacionada com o processo de

identificação verificado entre

ambos, sendo muito mais o

resultado de uma selecção

emocional e psicológica do que de

natureza racional. Se assim não

fosse, os factores de caracterização

objectivos, nomeadamente

o preço, teriam sempre clara

preponderância.

Page 30: PAG 2 3 - IFB · 2018. 5. 13. · Notícias Breves da Banca Correio Electrónico Instituto Superior de Gestão Bancária ... Tel.: 217 916 200 • Fax: 217 972 917 • e-mail: info@ifb.pt

30 inforBANCA 66 Out > Dez 2005�

começou a sentir internacionalmentee que levaram à sua desagregação).Também o Lanos registou um forteacréscimo nas vendas, tendo-se nota-bilizado a famosa campanha do

, largamente premiada no es-trangeiro, onde, de uma forma inédita,a intriga da história era apresentadasegundo a perspectiva naturalmentediversa, senão mesmo antagónica, dosprotagonistas de cada um dos filmes.Ficou assim provado mais uma vez quea publicidade original e prémios criati-vos internacionais são compatíveiscom a notoriedade das marcas e osucesso comercial dos anunciantes.

Convém por isso lembrar que osprodutos constroem-se na fábrica,mas as marcas fazem-se na mente.

A credibilidade de uma marca passacada vez mais pela criação de uma per-sonalidade “humana” à sua volta, im-buída de virtudes e imperfeições, for-ças e vulnerabilidades, não caindo nun-ca na tentação excessivamente

de se construir uma imagem defortaleza inexpugnável capaz de resis-tir a qualquer análise crítica. E é aquique entra a publicidade, a mais eficaz epoderosa ferramenta para a constru-ção de uma marca. Sendo a publicida-de sinónimo de persuasão, e note-seque persuasão não tem nada a ver comsedução, alguém acredita verdadeira-mente naquelas mensagens que osten-tam intermináveis exercícios de auto--elogio e adjectivação qualificativa,como se fosse expectável um pai dizermal de um filho em público?

A melhor definição de publicidadeque alguma vez ouvi vem de Washing-ton Olivetto, de quem tive a honra deser sócio por vários anos, o homemque revolucionou a criatividade brasi-leira elevando-a ao patamar de exce-

Genro

e da Sogra

marke-

teer

"Convém por isso lembrar que os

produtos constroem se na fábrica, mas

as marcas fazem se na mente."

-

-

lência que hoje todos lhe reconhecem.Publicidade, diz ele, “é aquilo que reti-ramos da vida, transformamos empublicidade e devolvemos de novo àvida sob essa forma”. Notável.

É a apologia da comunicação huma-na, concreta, palpável, reconhecível eidentificável nas mais diversas práticase situações do nosso quotidiano,assente em plataformas criativas coe-rentes e duradouras. São célebres assuas campanhas para o Unibanco bra-sileiro, que tiveram o seu epílogo emMarço último, após 18 anos assentesna mesma plataforma de comunica-ção, bem como para a Bombril, ondetodos os produtos da empresa sãopublicitados através do mesmo apre-sentador ao longo de 25 anos, o queconstitui um recorde mundial devida-mente registado no Guiness Book.

Diga-se, a propósito, que um factorfundamental de sucesso para um anun-ciante e para a sólida construção dasua marca passa pela relação de parce-ria duradoura com a agência de publi-cidade, ao invés de promover concur-sos a cada 2 ou 3 anos.

Um caso que nos é particularmentequerido na W/Portugal e bem ilustrati-vo da importância desta continuidadeno tempo é o da Amnistia Internacio-nal, com quem trabalhamos desde anossa fundação, em 1993. Emborarelacionada com a temática dos Direi-tos Humanos, sempre encarámos acomunicação relativa a esta entidadecomo se de uma marca comercial setratasse, conferindo a cada nova cam-panha o papel de mais um tijolo naconstrução de um edifício que nuncaestá concluído, mas que ostenta sem-pre uma arquitectura coerente e har-moniosa. Muitos dos nossos trabalhosconquistaram ao longo dos anos os

maiores troféus nos principais certa-mes mundiais de publicidade, defen-dendo causas tão distintas, mas nanossa óptica igualmente complemen-tares, como os Direitos Humanospara as Mulheres, para os Refugiados,em Timor, na Guerra do Iraque e atémesmo defendendo o seu ensino nasEscolas.

Seleccionar uma agência é poismuito mais do que escolher uma cam-panha. É estabelecer critérios de ava-liação que passam sobretudo porconhecer o seu histórico, os seus tra-balhos, o seu pensamento estratégico,a filosofia criativa, a equipa de atendi-mento, o envolvimento dos quadrosdecisores no quotidiano de trabalho,as instalações, enfim, um sem-númerode parâmetros que, conjugados, per-mitam maximizar o sucesso da selec-

Imagens da Campanha Lanos da Daewoo

Page 31: PAG 2 3 - IFB · 2018. 5. 13. · Notícias Breves da Banca Correio Electrónico Instituto Superior de Gestão Bancária ... Tel.: 217 916 200 • Fax: 217 972 917 • e-mail: info@ifb.pt

Out > Dez 2005� 31inforBANCA 66

ção numa perspectiva de longo prazo.Na década de 90, quando o Festival

de Cannes decidiu passar a atribuir umtroféu especial para anunciantes, emfunção do seu contributo para odesenvolvimento da publicidade e dosníveis de excelência criativa, o primei-ro galardoado

*Presidente eDirector Criativo da W/Portugal

só podia ser a Volkswa-gen, marca que se mantém fiel àmesma agência desde os anos 50,quando Bill Bernbach começou a tra-balhar a conta numa óptica de contra-ciclo, promovendo o conceito “ThinkSmall” para uma sociedade educada apensar em grande.

Claro que a adopção de estratégiasque contrariam ou mesmo afrontam atendência dominante no mercadoenvolve riscos que nunca são comple-tamente calculados. Mas o grande fas-cínio do universo da comunicação é amargem de subjectividade ser directa-mente proporcional à do erro ou dosucesso.

O resto é uma mistura de maior oumenor talento, ambição e adrenalina.

Felizmente os casos de sucesso vãoacontecendo, trazendo consigo oêxito comercial e a notoriedade demarca antes impensável, bem comouma lufada de ar fresco ao mercado,como sucede actualmente com acomunicação que a W/Portugal temdesenvolvido para o Montepio Geral.

A Bartle, Bogle, Hegarty, uma dasmais criativas e conceituadas agênciasde publicidade inglesas, tem por lemaprecisamente este conceito de remarcontra a maré, de avançar contra acorrente: no meio de um rebanho deovelhas brancas, umaprocura romper em sentido contrário.

A acompanhar a sua imagem-tema,aqui reproduzida, surge a legenda ins-piradora que serve de título a esteartigo.

ovelha negra

NO

TÍC

IAS

BR

EVES

DA

BA

NC

APrémios

Banco Espírito Santo de

Investimento – Prémio de

Excelência

Banif – Premiado por

/Standard & Poor's

BCP – Standard & Poor's de

“Estável” para “Positivo”

Caixa Banco de Investimento

– Premiada pela AQ Research

Santander – Melhor Banco do

Mundo pela Euromoney

Diário

Económico

O Banco Espírito Santo de

Investimento foi reconhecido

pela Euromoney, em 2005,

como “Best Equities House in

Portugal”.

Banif Euro Tesouraria foi

premiado com o 1º lugar pelo

/Standard &

Poor's para os melhores

fundos de investimento, na

categoria Tesouraria Euro,

durante três anos.

A agência internacional

Standard & Poor's Ratings

Services anunciou, no final de

Março e para 2005, a alteração

ao “ ” de “estável” para

“positivo” e confirmou as

notações de “A” e “A-2”

atribuídas às

responsabilidades de longo

prazo e de curto prazo do

Banco Comercial Português,

SA.

A área de do Caixa

Banco de Investimento foi

premiada pela AQ Research

entre os bancos de

investimento da European

Securities Network (ESN) que

operam nas praças da

Euronext, pelas estimativas

de resultados relativos aos

mercados em 2004.

A Euromoney tornou público o

seu reconhecimento do Grupo

Santander como o melhor

banco do mundo no ano de

2005.

Diário Económico

outlook

research

Page 32: PAG 2 3 - IFB · 2018. 5. 13. · Notícias Breves da Banca Correio Electrónico Instituto Superior de Gestão Bancária ... Tel.: 217 916 200 • Fax: 217 972 917 • e-mail: info@ifb.pt

32 inforBANCA 66 Out > Dez 2005�

Ricardo Fortes da Costa*

No mundo empresarial, coloca-se actualmente o seguintedilema ético:

De facto, esta enunciação parece legítima, uma vez que se colo-cam em confronto: 1) o imperativo da defesada privacidade, enquanto direito inalienável dos indivíduos; 2) oimperativo da defesa do bem comum, por via da procura da máxi-ma produtividade, evitando o uso ilegítimo e inadequado destaferramenta electrónica.

O direito à privacidade quer-se de facto inalienável, pelo queninguém deve aceder ao conteúdo de correio pessoal. Mas será acaixa de e-mail da organização uma ferramenta adequada para rece-ber e enviar correio pessoal? Não estamos a falar de uma ferramen-ta que é propriedade da organização?

Sendo o mail propriedade da entidade empregadora, duas hipó-teses se colocam: a) a mesma não autoriza o seu uso para fins parti-culares, pelo que o problema da privacidade não se coloca; b) esseuso é autorizado, mantendo-se o direito à privacidade.

No entanto, mesmo estipulando que o seu uso deverá ser estri-tamente profissional, nada garante à empresa que assim seja feito; emesmo que autorize o seu uso livre, surgirão preocupações sobre asua razoável utilização, de forma a não perturbar a produtividade.

Neste ponto, urge questionar: será legítimo quebrar a privaci-dade para averiguar usos ilegítimos? Valerá a pena proibir outro usoque não o profissional? Conseguir-se-á maior produtividade?

Diz-me a experiência que proibições “cegas” nunca funcionam.Cortar ou restringir o acesso para fins profissionais é algo que não ébem aceite pelos colaboradores, que não compreendem a razoabi-lidade da medida, uma vez que penaliza todos, independentementeda postura ética que tenham assumido face a esta questão.

até que ponto é legítimo quebrar o direito àprivacidade dos colaboradores para nos certificarmos de que o correioelectrónico está efectivamente a ser usado ao serviço da organização, enão em actividades não produtivas?

dois imperativos éticos

CorreioElectrónicoUm Falso Dilema Ético...

Sejamos práticos: este problema colocou-se há alguns anosatrás com a utilização do telefone, e nem por isso se optou por tiraro telefone às pessoas, porque cada vez mais nas organizações asferramentas de comunicação são críticas para o trabalho desenvol-vido, em que o conhecimento é “o” factor competitivo.

A política restritiva é assim factor de desmotivação e inibidorado potencial intelectual e de inovação que está residente em cadacolaborador da empresa.

Então o acesso deve ser livre e não controlado? Não, porque overdadeiro problema não reside na produtividade, mas sim na

da informação com que a empresa trabalha,ou seja, na

.A Internet trouxe-nos uma enorme vantagem, que reside na

e com que a informação circula/flui. O seu contra-ponto reside no de a informação ser

por terceiros ou ainda de poder ser , vendo oseu conteúdo adulterado ou servindo de meio de transporte eentrada para vírus informáticos.

Neste aspecto específico, o sector financeiro (e o bancário emespecial) vive esta preocupação com particular sensibilidade, umavez que o seu negócio implica, por definição, , ,

e .E é aqui que o verdadeiro dilema ético se coloca: a defesa da

privacidade dos colaboradores justifica correr o perigo de ver ainformação dos clientes ser adulterada/corrompida? Os danos aosclientes são menos graves que os danos que causaria a quebra daprivacidade dos colaboradores?

A solução para este dilema deve assentar no princípio de que oproblema ético se coloca não no acesso às ferramentas web, massim no . A chave da solução chama-seRESPONSABILIZAÇÃO.

Todos deverão ter acesso a este tipo de ferramentas de traba-lho, para, com elas, terem as condições para desenvolverem umtrabalho produtivo e útil. No entanto, sendo o acesso livre, o seuuso deve estar regulamentado de forma clara. Ao ser claro paratodos como estas ferramentas devem ser utilizadas, passa a ser daexclusiva responsabilidade de cada um dar-lhes o melhor uso.

O terceiro passo da solução consiste, pois, emos nossos actos...As tecnologias de informação já permitem um tratamento relati-

vamente sofisticado deste tema, como, por exemplo: o uso de fil-tros de conteúdo, que bloqueiam a entrada e saída de mensagenscom ficheiros suspeitos (ficheiros executáveis ou imagens, possí-veis portadores de vírus), bem como mensagens com linguageminapropriada (identificada por palavras-chave). As mensagens sãobarradas automaticamente, não havendo quebra de privacidade.Por outro lado, a nível da prevenção e protecção de dados, já hásoluções de encriptação e autenticação de mensagens, com recur-so a infraestruturas de chaves de segurança, que impedem o acessoà informação por terceiros de forma muito eficiente. Por fim, orecurso a técnicas de “engenharia social” para aceder a informaçãode forma ilegítima, através de meios de convencimento enganososjunto dos seus legítimos detentores, é algo que pode (e deve) sercombatido com medidas de divulgação, formação e prevençãojunto de todos os profissionais do sector.

Através deste conjunto de pistas, poderemos, pois, chegar àconclusão de que este dilema ético pode ser um , quemsabe se usado como justificação para não agir de forma respon-sável...

segu-rança e na integridade

defesa da privacidade dos clientes e do seu direito a serembem servidos

facilidade rapidezperigo potencial acedida ilegiti-

mamente corrompida

segurança rigor confi-dencialidade discrição

uso que as pessoas delas farão

tornar consequen-tes

falso dilema

*Docente e Especialista deRecursos Humanos no Sector Financeiro

Page 33: PAG 2 3 - IFB · 2018. 5. 13. · Notícias Breves da Banca Correio Electrónico Instituto Superior de Gestão Bancária ... Tel.: 217 916 200 • Fax: 217 972 917 • e-mail: info@ifb.pt

33inforBANCA 66Out > Dez 2005�

Na última semana de Setembro, iniciaram-se novas ediçõesdos cursos abertos nas metodologias de e de

– WebBanca.paper based

e-Learning

Em Outubro, inicia-se um projecto de formação fechado parauma instituição bancária, com a inscrição de cerca de 1050 cola-boradores nos diferentes módulos ministrados através da Web-Banca – Formação Bancária Online, com particular incidência no

Na Formação ProfissionalÁrea de Formação a Distância

Em Setembro, iniciou-se uma nova edição do Curso de Forma-ção de Formadores, possibilitando a aquisição do CAP (Certifi-cado de Aptidão Profissional) aos formandos que concluírem omesmo com aproveitamento. Esta formação tem a duração de96 horas e decorre em horário pós-laboral;Durante o mês de Setembro, decorreram 8 acções de forma-ção sobre “O Acordo Basileia II” para cerca de 180 colabora-dores de uma determinada instituição bancária com funçõesde gerência e coordenação. Estes cursos tiveram lugar emvários pontos do país;

Área de Formação Presencial

Curso de Branqueamento de Capitais e nos Módulos de MicroIn-formática.

Decorre até Dezembro do corrente ano um projecto fechadopara uma instituição bancária com cerca de 200 formandos, adecorrer na área das técnicas bancárias, que conjuga metodologiade com a formação presencial na Área Compor-tamental.

Blended Learning�

Ao longo do último quadrimestre de 2005, irão decorrer, apro-ximadamente, 20 cursos na Área Comportamental, abrangen-do cerca de 400 colaboradores de diversas instituições bancá-rias;A formação presencial contará ainda com a realização de módu-los intra-empresas destinados ao mercado natural do IFB, nasáreas de “Aconselhamento Financeiro”; “Actividade BancáriaInternacional” e “Mercados Financeiros”.�

ACONTECEU ...

VAI ACONTECER ...

INSTITU

TO

SUPE

RIOR DE GESTÃ

OB

AN

CÁRIA

>>

No âmbito das actividades curriculares das pós-graduações decorreram as seguintesconferências:

"O Sistema de Informação no Suporte Electrónico (15 de Junho)Orador: Sr. José Granado"Marketing Financeiro: Tendências" (22 de Junho)Orador: Sr. Dr. Jaime Mourão-Ferreira"Tendências de Evolução do Sistema Financeiro" (22 de Junho)Orador: Sr. Engº Jorge Jardim Gonçalves.

Conferências

A área da formação para executivosdisponibiliza neste momento 9 cursos, ealguns deles tiveram início em Setem-bro/Outubro. �

Cursos para Executivos

> LicenciaturasEm Outubro, tiveram início as licenciaturas

em Gestão Bancária e Gestão e Sistemas deInformação, que funcionarão, pela primeiravez, com novos planos curriculares. �

Estão neste momento a decorrer as candidaturas para as quatro pós-graduaçõesdo ISGB que tiveram início em Outubro – Curso Avançado de Gestão Bancária,Marketing e Gestão Comercial de Serviços Financeiros, Inovação e Sistemas deInformação no Sector Financeiro e Investimentos e Mercados Financeiros.�

> Pós-Graduações

No âmbito das comemorações do 25º Aniversário do IFB,realizou-se no passado dia 18 de Setembro o IV Rally Paper doIFB/ISGB, que contou com a participação de 16 equipas, num totalde mais de 80 participantes. A Prova do Percurso realizou-seentre Lisboa e a Aldeia Galega da Merceana, culminando numalmoço na Quinta da Azenha. O desafio proposto às equipas con-sistia em perguntas de observação e cultura geral e numa prova

IV Rally Paper doIFB/ISGB

temática sobre os 25 anos de actividade do Instituto. Um dosmomentos mais criativos foi o desfile dos chapéus de palha, imagi-nados pelas equipas, em apenas 15 minutos. Todos os concorren-tes receberam prémios, oferecidos pelas 23 instituições que gene-rosamente apoiaram este acontecimento. O prémio institucionalatribuído à equipa classificada em 1º lugar foi uma viagem a Parispara 2 pessoas.�

5anos1980 2005�years

Apoiaram este Rally Paper:Auto-Bocage, Benlei, Caixa Geral de Depósitos, Casino Estoril, Citroën – Sucursal deSacavém, Delta, Eduardo Santos, Fastio, Häagen-Dazs, Império das Plantas, JerónimoMartins, Jorge Fernandes, Madeira & Madeira, Maxinfor, Medialabor, Museu da Farmácia,Pólis, Reprojopa, Saniambiente, Seabra & Tavares, Tivoli Coimbra, Worldtravel BTI e VilaGalé Porto.

Page 34: PAG 2 3 - IFB · 2018. 5. 13. · Notícias Breves da Banca Correio Electrónico Instituto Superior de Gestão Bancária ... Tel.: 217 916 200 • Fax: 217 972 917 • e-mail: info@ifb.pt

34 inforBANCA 66 Out > Dez 2005�

No artigo da edi-ção Nº 65, "É comAgrado que Vejo aInstituição Cele-brar o Seu 25ºAniversário", pági-na 51, a fotografiado Sr. Dr. JoãoFerreira Costa estátrocado com a fo-

tografia do Sr. Dr. Tiago Leite. Aos visados eaos leitores, pedimos desculpa pelo lapso eapresentamos a fotografia correcta.�

No final do mês de Junho dei-xou de colaborar com o IFB o

Dr. Miguel Camolas Pacheco, que de-sempenhava as funções de Coordena-dor para os Projectos em África.

Nos mais de 20 anos de ligação ao

DR. MIGUEL PACHECODedicação ao IFB e à Formação em África

Instituto, o Dr. Miguel Pacheco traba-lhou em todos os países africanos delíngua portuguesa, dedicando-se, comenorme paixão e excelentes resulta-dos, ao apoio à criação de estruturaslocais de formação bancária.

Por força das funções desempe-nhadas, passou parte importante doseu tempo no terreno, trabalhandomuitas vezes em situações difíceis. Noentanto, a sua determinação, o seucarácter e a sua dedicação ao IFB per-mitiram consolidar a imagem de gran-de prestígio de que o Instituto gozanaqueles países.

O Dr. Miguel Pacheco pertenceuanteriormente aos quadros do Bancode Portugal e exerceu uma meritóriaactividade cívica – Presidente do SBSIe da UGT e Deputado à Assembleia

da República – reconhecida através dotítulo de Comendador atribuído peloPresidente da República.

Esperamos que, nesta nova fase dasua vida pessoal, possa concretizartudo aquilo que as exigências da suavida profissional não têm permitido.�

Encerramento do Ano Lectivo 2004/05

Grau de Satisfação dos Formandos com os Cursos

Conclusão de Curso – Diplomados

Reunião Anual de Formadores

O aproveitamento global da formação em sala, no âmbito dostrês Cursos da Formação para Jovens na Banca, em Lisboa e Por-to, atingiu uma taxa de sucesso de 84%.

As médias foram diferentes de Curso para Curso, variandoentre os 70 e os 75%.

Com a conclusão das Provas de Aptidão Profissional, que tive-ram o seu final com as provas orais, nos passados dias 7 e 8 deSetembro, em Lisboa e Porto, saíram diplomados 106 jovens doCurso Geral Bancário, em regime de Alternância.

Depois de muita ansiedade nas provas finais e de um percursode 3 anos, em que muitos ficaram pelo caminho, resta-nos dar--lhes os nossos parabéns.

À semelhança do que tem acontecido em anos anteriores, oInstituto de Formação Bancária promoveu em Lisboa, a 16 e 17

Formação em Alternância na Bancapara JovensDestaques

Setembro, uma Reunião Geral de Formadores, quer do pólo deLisboa, quer do pólo do Porto, que teve como objectivos a refle-xão e balanço da actividade desenvolvida no ano anterior e a pre-paração do ano lectivo de 2005/06.

Constituiu um momento simbólico de recepção e acolhimentoaos novos formandos dos três Cursos, contando com a presençada Direcção do IFB, do IEFP e com algumas palavras dos forman-dos do último ano.

Abertura dos Novos Cursos

Page 35: PAG 2 3 - IFB · 2018. 5. 13. · Notícias Breves da Banca Correio Electrónico Instituto Superior de Gestão Bancária ... Tel.: 217 916 200 • Fax: 217 972 917 • e-mail: info@ifb.pt

5anos1980 2005�years

Instituto de Formação BancáriaIFB – The Portuguese Bank Training Institute

Associação Portuguesa de Bancos

Para mais informações:

Formação Profissional

O a Escola da Banca, dirigida às necessidades específicas de todo o Sector Financeiro.Privilegiamos a utilização de diversas metodologias pedagógicas, nomeadamente o Ensino a Distância (incluindo oe o ) e Formação em Sala, na qual recorremos a métodos activos de aprendizagem (estudo de casos, ,

videogramas), sendo a competência técnica e pedagógica dos nossos formadores factor crítico de sucesso.

IFB ée-learning

b-learning role-playing

Aposteno seu

futuro

Av. 5 de Outubro, 164, 1069-198 LISBOATel.: 217 916 200 Fax: 217 977 732

Rua Fernandes Tomás, 352 – 4º, 4000-209 PORTOTelef.: 225 376 405 Fax: 225 102 205

Lisboa

Porto

[email protected]

ÁREAS/CURSOS

Crédito a Empresas e a ParticularesCrédito à HabitaçãoFinanciamento e Crédito BancárioGestão e Recuperação de Crédito

Branqueamento de CapitaisFalsificação de Meios de Pagamento – DetecçãoMeios de PagamentoOperações InternacionaisProdutos Bancários e FinanceirosO Acordo da Basileia II

Contratos e Garantias do CréditoDireito BancárioFiscalidade – O Impacto da Tributação nos Produtos FinanceirosRegime Jurídico da Letra e da LivrançaRegime Jurídico do ChequeRegistos e Notariado

Análise de Investimentos e Gestão de CarteirasCálculo Financeiro AplicadoFuturos e OpçõesMercado e Produtos FinanceirosMercado Monetário e CambialNovos Produtos Financeiros do Mercado à VistaOperações de Bolsa e a Interligação aos Mercados

AutónomosWarrants

ÁREA DE CRÉDITO

ÁREA DE OPERAÇÕES E TÉCNICAS BANCÁRIAS

ÁREA DE DIREITO

Conceitos Fundamentais de MarketingGestão do TempoTécnicas de Negociação e Venda

Comunicação na Empresa e Relacionamento InterpessoalLiderança de Equipas

Análise Económico-Financeira de EmpresasAuditoria BancáriaContabilidade BancáriaContabilidade de EmpresasIntrodução às Normas Internacionais de Contabilidade

ÁREA DE COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL

ÁREA DE CONTABILIDADE E ANÁLISE DE EMPRESAS

ÁREA DE MERCADOS FINANCEIROS

ÁREA DE MARKETING E GESTÃO DA ACTIVIDADE COMERCIAL

(P) – Porto

OUT. NOV. DEZ.

17 a 2117 a 1912 a 14

(P)(P)

24 e 25

10 a 12

17 e 1824 a 26

25

(P)

(P)

15 a 1721 a 2303 e 04

22 a 24

07 a 908

(P)(P)

13 a 15

6

07 a 1128 a 3014 a 16

07 e 08

(P)

(P)

12 a 1412 a 14

15 a 1721 a 23

(P)(P)

08 a 10

21 a 23

12 a 14

10 e 11

28 e 29

03 e 04

(P)

(P)

25 e 26

03 e 0420 e 21

24 e 25(P)

0717

09 a 1115 a 17

(P)

15 e 16 (P)12 a 14 (P)

02 e 0302 a 04

10 a 12

03 e 04

14 e 15 (P)24 e 25

16 e 1724 e 25 (P)

Page 36: PAG 2 3 - IFB · 2018. 5. 13. · Notícias Breves da Banca Correio Electrónico Instituto Superior de Gestão Bancária ... Tel.: 217 916 200 • Fax: 217 972 917 • e-mail: info@ifb.pt

ISGB – THE PORTUGUESE SCHOOL OF BANK MANAGEMENT

INSTITUTO SUPERIOR DE GESTÃO BANCÁRIA AssociaçãoPortuguesade Bancos

Informações:

Rua Fernandes Tomás, 352 – 4º, 4000-209 PORTO Tel.: 225 376 405 Fax: 225 102 205� �

Av. Barbosa du Bocage, 87, 1050-030 LISBOA Tel.: 217 916 210 Fax: 217 955 234� �

O – criado pela Associação Portuguesa deBancos/Instituto de Formação Bancária e a actuar desde 1991 – é uma Escola de Ensino Superiordirigida às necessidades específicas de todo o Sector Financeiro, em particular da Banca, utilizandoos mais modernos métodos pedagógicos, nomeadamente o Ensino a Distância (incluindo ).

Instituto Superior de Gestão Bancária

e-learning

e-mail: [email protected]

Conferências, Seminários e Workshops sobre diversos temas actuais e importantespara os Executivos do Sector Financeiro

Cursos para Executivos

Pós-Graduações�

Curso Avançado de Gestão BancáriaInvestimentos e Mercados FinanceirosMarketing e Gestão Comercial de Serviços FinanceirosInovação e Sistemas de Informação

(1 ano lectivo – 300 horas)(1 ano lectivo – 160 horas)

(1 ano lectivo – 180 horas)(1 ano lectivo – 256 horas)

www.isgb.pt

Licenciaturasn

ov

os

pro

gram

as�

Gestão BancáriaGestão e Sistemas de Informação

(9 semestres)(9 semestres)

A Disciplina de Mercado na Banca – As IAS/IFRS e o Acordo de Basileia IIAvaliação da Qualidade dos Sistemas e Tecnologias de Informação e ComunicaçãoProdutos de Capital GarantidoLiderança de Equipas para o Sucesso EmpresarialAs Normas Internacionais de ContabilidadeO Impacto das Normas Internacionais de Contabilidade – NICA Consolidação de Contas de Empresas do Sector Financeiro na Perspectiva das NICO Código do TrabalhoConcepção e Gestão de Projectos

(36 horas)(33 horas)

(18 horas)(25 horas) –

(7 horas)(21 horas) –

(24 horas)(27 horas) –

(35 horas)

[ Outubro ]

[ Outubro ]

[ Outubro ]

Candidaturasabertas