Padrões abertos - aplicabilidade em Objetos de Aprendizagem

8/8/2019 Padres abertos - aplicabilidade em Objetos de Aprendizagem

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Padres abertos: aplicabilidade em Objetos de

Aprendizagem (OAs)Carla Cristina Lui Dias1, Avanilde Kemczinski1, Srgio Vincius de S Lucena1,

Jhnatan Ferlin1, Marcelo da Silva Hounsell1

1Departamento de Cincia da Computao Universidade do Estado de Santa Catarina(UDESC), Campus Universitrio Prof. Avelino Marcante s/n - Bairro Bom Retiro

CEP 89223-100 Joinville SC Brasil

{avanilde,marcelo}@joinville.udesc.br,{carlaudesc,

sergioviniciuss,jhonatan.ferlin}@gmail.com

Abstract. This article aims to raise and discuss the emergence of learning

objects (LOs), as well as standards for specifying, sharing and reuse of LOs. A(LO) is defined as any digital entity, which can be used, reused or referenced

during technology supported learning. Grounds are presented, as well as

reflections on the educational and technological challenges in the design and

production of content in the form of reusable objects. The study, analysis and

selection of open standards for specifying, sharing and reuse of LOs are

essential to provide subsidies for a reflection on the roads that follow the

efforts around the LOs at the intersection of IT and Education.

Resumo. Este artigo tem por objetivo levantar e discutir o surgimento de

Objetos de Aprendizagem (OA), bem como os padres para a especificao,

compartilhamento e reuso de OAs. Um (OA) definido como qualquer

entidade digital, que pode ser usada, reusada ou referenciada durante o

aprendizado apoiado pela tecnologia. So apresentados fundamentos, como

tambm reflexes quanto aos desafios pedaggicos e tcnicos na concepo e

produo de contedo reusvel na forma de objetos. O estudo, anlise e

seleo dos padres abertos para a especificao, compartilhamento e reuso

de OAs so fundamentais no sentido de fornecer subsdios para uma reflexo

sobre os caminhos que seguem os esforos em torno dos OAs na interseco

da Informtica e Educao.

1. IntroduoCom a criao da internet e os avanos tecnolgicos da informtica, os materiaisdidticos utilizados no processo de ensino-aprendizagem passaram a contar comrecursos multimdia que propiciam maior interatividade, permitindo que o aprendizadose torne cada vez mais eficaz. Entretanto, o desenvolvimento de tais materiais exigeinvestimentos em recursos humanos, softwares e hardwares (Febre, Tarouco eTamussiunas, 2003).

Os Objetos de Aprendizagem (OAs) so considerados como qualquer tipo derecurso, digital ou no, que possui o intuito de auxiliar o processo de ensino-aprendizagem, podendo ser reutilizado em diferentes contextos (IEEE/LTSC, 2004).

A reutilizao consiste em uma forma eficiente de readaptar o contedo dos OAspara diferentes tipos de contextos e usurios. Para prover a reutilizao de um OA emdiferentes locais possvel contar com o auxlio dos padres abertos (PAs).


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Os PAs representam uma forma de organizar os dados do OA para fornecercomunicao entre diferentes ambientes computacionais, bem como o seu acesso eusabilidade, alm de garantir sua interoperabilidade. Na literatura so encontrados

diversos tipos de PA. Assim, o PA a ser utilizado para especificar um OA determinando pelo local onde o mesmo ser disponibilizado.

Os OAs podem ser disponibilizados em diferentes locais, tais como:Repositrios de Objetos de Aprendizagem (ROAs) e Ambientes de E-learning (AEs). OROA consiste em um local, onde so armazenados os OAs e/ou seus metadados. Pormeio deste possvel incluir, localizar e obter os OAs para que os mesmos possam serreutilizados em diferentes contextos (Souza, 2005).

J os AEs compreendem um sistema computacional disponibilizado na internet,o qual mediado por tecnologias de informao, comunicao e gesto (Almeida,2003). Alm de permitir a incluso de OAs, o AE promove a integrao e comunicao

dos objetos com o ambiente. Mesmo possuindo caractersticas e funcionalidadesdiferentes, tanto o ROA quanto o AE possuem o intuito de auxiliar o processo deensino-aprendizagem.

Atravs dos OAs, ROAs e AEs, possvel contar com a reutilizao decontedos de aprendizagem que abrangem recursos multimdias e experimentos que,reaproveitados em artefatos digitais, podem melhorar a forma de entrega de umcontedo educacional. Frente a isto, este artigo apresenta o levantamento dos conceitos,caractersticas dos OAs e PAs e realiza uma anlise para identificar a relao existenteentre os padres abertos e o uso dos objetos de aprendizagem em diferentes ambientescomputacionais.

Assim, a seo 2 apresenta os conceitos e caractersticas referentes aos Objetos

de Aprendizagem. A seo 3 explora os padres abertos e apresenta uma anlisecomparativa entre os mesmos e a relao com o uso de OAs. A seo 4 traa asconsideraes finais e por fim a seo 5 apresenta as referncias.

2. Objetos de Aprendizagem (OA)O conceito de OA visa estabelecer formalismos para o desenvolvimento de contedosdidticos digitais que sejam acessveis em qualquer ambiente virtual de ensino-aprendizagem e aplicveis em diferentes contextos (Silva, 2008). Os objetos deaprendizagem so ferramentas ou recursos digitais os quais podem ser utilizados ereutilizados no suporte ao aprendizado. Tais recursos podem compreender vdeos,imagens, hipertextos, apresentaes em slides, ou seja, qualquer artefato digital quepossa ser usado, reutilizado e referenciado durante a aprendizagem.

Na literatura, h diversos autores que apresentam uma definio para o termoOA. No quadro 1 so descritas algumas definies.

Quadro 1: Definies de OADefinio

Qualquer entidade digital ou no digital, que possa ser usada, reusada e referenciada com tecnologiano suporte ao aprendizado (IEEE, 2001).Qualquer recurso digital que possa ser reutilizado no suporte ao ensino (Wiley, 2000).Um pedao digital de material de aprendizagem que leva a uma identificao clara de tpico ouresultados de aprendizagem e tem potencial para ser reutilizado em diferentes contextos (Marson,Weller e Pegler, 2003).

Menor experincia de estrutura autnoma que contm um objetivo, uma atividade de aprendizagem euma avaliao (Lallier, 1997 apud Silva, 2004).


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um granular, reusvel pedao de informao que mdia (Silva, 2004).

Como pode ser observado no quadro 1, apesar de no haver um conceitouniversal para o termo OA, as definies esto fundamentadas na idia de ser uma

poro reutilizvel de contedo instrumental. Para este artigo entende-se o conceito deOA como qualquer entidade digital, que possa ser usada ou reutilizada durante aaprendizagem baseada em tecnologia da informao Wiley (2000). Assim, para que umcontedo seja considerado como um OA necessrio que o mesmo seja digital e possuaum contedo que propicie aprendizagem em diferentes contextos.

A partir de estudos realizados sobre o conceito de OAs, percebeu-se que osmesmos podem ser classificados como OAssimples e complexos. Os OAs simples soconsiderados como arquivos nicos, tais como: arquivo texto, imagem, animao, ouseja, qualquer arquivo que no sofre granularidade. J os OAs complexos socompostos por uma srie de arquivos que pode estar includos em uma pasta ou mesmo

em um arquivo compactado, com o qual possvel trabalhar sua granularidade, tornandoforte o conceito de reusabilidade.Alm de um propsito geral, para que um contedo digital seja considerado um

OA, o mesmo deve apresentar caractersticas que os identificam como tal (Santanch,2007). Segundo Ferlin (2009) as caractersticas dos OAs podem ser divididas em duasreas: pedaggicas e tcnicas.

As caractersticas pedaggicas esto relacionadas com a concepo de objetosque facilitem o trabalho de professores e aprendizes, visando a aquisio doconhecimento (Menezes et al, 2006). O quadro 2 destaca algumas das caractersticaspedaggicas de acordo com os respectivos autores.

Quadro 2: Caractersticas PedaggicasCaracterstica Conceito AutorInteratividade Sistema oferece suporte s concretizaes e aes mentais. Assis e Abar (2006)Autonomia Recursos de aprendizagem que proporcionem a autonomia,

incentivando a iniciativa e tomada de deciso.Ramos e Santos(2006).

Cooperao Os usurios trocam idias e trabalham coletivamente sobre oconceito apresentado.

Ramos e Santos(2006)

Cognio Refere-se s sobrecargas cognitivas colocadas na memria doaprendiz durante a instruo.

Febre et al (2003)

Afeto Est relacionado com sentimentos e motivaes do alunocom sua aprendizagem e colegas.

Ramos e Santos(2006).

J as caractersticas tcnicas referem-se, por exemplo, as dimenses de

padronizao, classificao, armazenamento, recuperao, transmisso e reutilizaodos OAs (Silva, 2004). Na literatura so encontradas diversas caractersticas, o quadro 3explana algumas destas caractersticas tcnicas.

Quadro 3: Caractersticas TcnicasCaracterstica Conceito Autor

Acessibilidade Um OA de um local remoto pode ser utilizado em muitosoutros locais.

Febre et al (2003)

Agregao Recursos podem ser agrupados em conjuntos maiores decontedos, incluindo estruturas tradicionais de cursos.

Silva (2004)

Autonomia Verifica se o objeto pode ser apresentado individualmente. Silva (2004)Classificao Permite a catalogao dos objetos auxiliando na identificao

dos mesmos, facilitando o trabalho dos mecanismos de busca.Quinton (2007)

Digital No computador trabalhado digitalmente. Santanch (2007)Durabilidade Continuar usando recursos educacionais quando a base Febre et al (2003)


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tecnolgica muda, sem reprojeto ou recodificao.Interoperabilidade Implica em utilizar os OAs em diferentes locais, independente

de ferramentas ou plataformas.Quinton (2007)

Reusabilidade A reusabilidade varia de acordo com a granularidade do OA. Quinton (2007)

Para que um contedo seja identificado como um OA, o mesmo deve abordarcaractersticas pedaggicas e tcnicas para atender a definio de ser qualquer poro decontedo que possa ser reutilizada durante o processo ensino-aprendizagem.

3 Padres Abertos (PAs)Os PAs representam uma forma de organizar os dados de um OA para provercomunicao entre diferentes ambientes computacionais, bem como o seu acesso eusabilidade, alm de garantir sua interoperabilidade. Os PAs so divididos de acordocom suas funcionalidades: metadados; empacotamento; interface e comunicao; eintegrao. A seguir explana-se alguns PAs de OA encontrados na literatura de acordo

com suas funcionalidades.

3.1Padres de MetadadosSegundo Souza, Vendrusculo e Melo (2000), os metadados significam dados sobredado, ou seja, descrevem informaes sobre o contedo de um dado ou OA. SegundoHasegawa e Aires (2007), os padres de metadados so utilizados na identificao derecursos, auxiliando na filtragem de uma busca e na recuperao de um registro ou OA.

3.1.1 LOM -Learning Object MetadataO padro LOM, desenvolvido pelaLearning Technology Standards Committee (LTSC)possui o intuito de descrever e classificar os OAs, para que os mesmos possam ser

encontrados em ferramentas e utilizados em diferentes contextos, consistindo em umpadro para metadados (IEEE, 2001). Os OAs descritos pelo padro LOM possuem umconjunto de nove categorias, s quais caracterizam o objeto. O quadro 4 explana cadauma das categorias (Brito, 2006).

Quadro 4: Descrio de Categorias do Padro LOMCategoria Decrio

Geral (General) Agrupa informaes gerais que descrevem os OAs como um todo.

Ciclo de vida (Lifecycle)Rene as caractersticas relacionadas com a histria e o estado atual doobjeto de aprendizagem e como estas tm afetado o objeto durante a suaevoluo.

Meta-Metadado (Meta-

Metadata)

Prov informaes sobre a instncia de metadados.

Tcnico (Technical) Agrupa as caractersticas e os requisitos tcnicos do OA.

Educacional (Educational)Rene as caractersticas educacionais e pedaggicas do objeto deaprendizagem.

Direitos (Rights)Descreve as propriedades intelectuais e condies de uso para o objeto deaprendizagem.

Relaes (Relation)Agrupa caractersticas que definem o relacionamento entre o objeto deaprendizagem e demais OAs relacionados.

Anotao (Annotation)Prov os comentrios sobre o uso educacional do objeto de aprendizagem,alm de prover informaes de quando e por quem os comentrios foramcriados.

Classificao(Classification)

Descreve o OA em relao a um sistema de classificao em particular.

Fonte: Adaptado de (Brito, 2006).


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Cada uma das categorias tm informaes que descrevem caractersticasrelevantes identificao do recurso, estas informaes possuem valores que tornameficientes a recuperao do recurso desejado.

3.1.2 DC -Dublin Core:O Dublin Core (DC), desenvolvido pela DCMI ( Dublin Core Metadata Initiative)consiste em um dos padres para representao de metadados. O Padro DCoferece umconjunto de quinze elementos que so explanados no quadro 5.

Quadro 5: Descrio de Categorias do Padro Dublin CoreCategoria Decrio

Ttulo (Title) Descreve o ttulo dado ao recurso.Criador (Criator) Prov informaes sobre quem desenvolveu o contedo do recurso.Assunto (Subject) Prov informaes sobre o assunto do contedo do recurso.Descrio (Description) Prov descries sobre contedo do recurso.Publicador (Publisher) Rene informaes sobre a instituio que est difundindo o recurso.Colaborador (Rights) Entidade que realizou contribuies ao contedo do recurso.Data (Date) Data associada a um evento do ciclo de vida do recurso.Tipo (Type) Prov informaes sobre a natureza ou gnero do recurso.Formato (Format) Prov informao fsica ou digital do recurso.Identificador (Identifier) Identificao no ambgua do recurso em um determinado contexto.Fonte (Source) Informaes que referenciam outro recurso, o qual deu origem a este.Idioma(Language) Relata os idiomas que o contedo do recurso pode ser visualizado.Relao (Relation) Informa quais arquivos esto relacionados com o recurso em questo.Cobertura (Coverage) Prov informaes que descrevem a extenso ou escopo do recurso.Direitos Autorais(Rights)

Prov informaes sobre os direitos de uso do recurso

Fonte: Adaptado de (Brito, 2006).

O padroDCpossui foco em duas caractersticas: simplicidade e extensibilidade. Asimplicidade propicia uma semntica compreensvel dos elementos e extensibilidade,flexveis adio de novos elementos inerentes aos padres e descries mais ricas.

O DC e o LOM exemplificam dois dos diversos padres existentes para especificaros metadados de um OA. Estes padres so utilizados em ROAs, para catalogar os OAse auxiliar no processo de busca dos mesmos. Maiores informaes sobre uma anlisecomparativa entre os padres de metadados para OA podem ser vista em Ferlin (2009).

3.2Padro de EmpacotamentoSegundo Dutra e Tarouco (2006), o empacotamento de um contedo consiste no

processo de agregao de mltiplos artefatos digitais pertencentes a um objeto, de umadeterminada unidade de aprendizagem, em um nico local, gerando um arquivocompactado, denominado de pacote. O padro de empacotamento compacta em umnico arquivo o contedo de objetos complexos, ou seja, de um OA formado por umconjunto de dois ou mais arquivos.

3.2.1 CP - Content PackageO CP, desenvolvido peloIMS Global Learning Consortium, consiste em um padro querealiza o armazenamento dos mltiplos artefatos digitais de um OA em um nicoarquivo, preservando sua organizao. Este padro possui uma estrutura capaz derepresentar, empacotar e distribuir os OAs que descrita na figura 1 (COSTA et al,

2008).


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Figura 1: Arquitetura de um pacote referente ao padro Content Packege.Fonte: (Costa et al., 2008).

O pacote gerado por meio da utilizao do padro IMS CP indicado na figuracomo External Package e compreende um arquivo compactado em formato ZIP. Dentrodeste, h um arquivo denominado manifesto (manifest) subdividido em quatro partes(Costa et. al., 2008). O quadro 6 descreve esta diviso.

Quadro 6: Manifesto do Padro IMS PCSubdivises manifesto Descrio

Metadado Descreve os dados do objeto conforme o padro LOM.Organizao Associa ao contedo um ndice de tpicos e sub-tpicos formando uma

estrutura hierrquica organizacional.Recursos Contm a relao de dependncia entre os artefatos digitais que esto

armazenados no ZIP.Sub-manifesto Este item opcional, caso possua pacotes dentro de pacotes.

No arquivo ZIP so armazenados todos os artefatos pertencentes ao objeto.Assim, com este padro possvel transportar para diferentes locais um objeto que composto por diversos arquivos.

3.3Padro de Interface e ComunicaoSegundo Moura (2005), os OAs podem ser utilizados em diferentes contextos, paraexplicar ou exemplificar um contedo, auxiliando no processo de ensino-aprendizagem.Atualmente com os avanos da internet e das ferramentas de comunicao, os contedoseducacionais tm sido disponibilizados em AEs (Ambientes E-learning), sistemas degerenciamento de aprendizagem, tambm conhecidos como ambientes virtuais deaprendizagem.

Os AEs interagem com o OA, coordenando a sua execuo conforme anavegao do aluno pelo contedo do objeto. No entanto, para que o OA desenvolvidopossa se comunicar com o AE, e integr-lo a interface do AE, necessrio utilizar opadro de interface e comunicao.

3.3.1 AICC - Aviation Industry CBT (Computer-Based Training) CommitteeO padro AICC permite aos usurios reutilizar material de treinamento, buscarresultados de cursos, certificaes e transmitir novamente os dados para o AE.

As normas AICC encontram-se estabelecidas em dois segmentos, segundoGirardi, (2004): a) Course Server Communication - estabelece a forma como soarmazenados os resultados dos aprendizes e fornece ao servidor de e-Learning as


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configuraes estabelecidas pelo autor com relao ao contedo e b) Course StructureDefinition - especifica como o servidor de e-Learning deve disponibilizar o contedo docurso para os aprendizes.

As normas AICC foram bem aceitas e outras organizaes passaram adesenvolver parmetros para objetos de contedos baseados na web. A Advanced

Distributed Learning (ADL, 2008) ao invs de entrar na competio de padronizao,buscou integrar diferentes tipos de padres j desenvolvidos pelo AICC, IEEE e IMS elanou um modelo denominado de Sharable Content Object Reference Model(SCORM).

3.4 Padro de Integrao:Segundo Tarouco e Dutra (2006), integrao significa unificar interesses comunsfazendo com que os esforos individuais caminhem na mesma direo. O padro deintegrao unifica em um modelo de referncia diferentes tipos de padres, tais comopadres de metadados, empacotamento, interface e comunicao, desenvolvidos poroutras organizaes.

3.4.1 Sharable Content Object Reference Model(SCORM)O SCORM foi desenvolvido pela ADL com o intuito de propiciar a integrao entrediferentes padres. O padro SCORM faz a integrao entre: metadados, com umaextenso e adaptao doIEEELOM; empacotamento, com uma extenso e adaptao doIMS CP; e comunicao, com uma extenso e adaptao do AICC (Costa, Dourado,Pereira, Santanch, 2008).

A figura 2 ilustra a organizao do SCORM como um conjunto deespecificaes de outras organizaes contidas ou referenciadas no modelo.

Figura 2: Arquitetura SCORM. Fonte: Dutra e Tarouco (2006).

Para a verso atual, SCORM 2004, a ADL publicou as especificaes em quatrolivros: Viso Geral (The SCORM Overview), Modelo de Agregao de Contedo (TheSCORM Content Aggregation Model), Ambiente de Execuo (The SCORM Runtime

Environment) e Sequenciamento e Navegao (The SCORM Sequencing & Navigation).

O SCORM se preocupa basicamente com o contedo, em como o mesmo organizado e sequenciado, em como ser apresentado e como identificar as aes do

aluno referente sua interao com o contedo (DUTRA e TAROUCO, 2006).


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Realizando uma anlise entre os padres de OAs, pode-se perceber que noexiste um padro universal para especificar um OA. possvel encontrar diferentestipos de padres, h padres para definir: metadados, empacotamento, interface e

integrao.Cada tipo de padro possui sua particularidade que o permite ser aplicado para

determinada finalidade. Assim, o padro a ser utilizado, ser determinando pelo localonde o OA ser disponibilizado. O quadro 7 exemplifica uma comparao entre ospadres, destacando o tipo e onde o mesmo pode ser aplicado.

Quadro 7: Comparao entre tipos de padres.Padro Tipo Aplicao Exemplo

AE ADAPTWEB.LOM MetadadosROA CESTA, INTERRED,

MERLOT.DC Metadados ROA ICPSR.

AICC Interface e Comunicao AE MOODLE, WEBAULA.CP Empacotamento AE MOODLE.

AE MOODLE, SAKAI, WEBCT,AULANET, CLAROLINE.

SCORM Integrao

ROA SOPHIA.

Com base na definio e comparao entre os diferentes tipos de padres, nadefinio de OAs e suas caractersticas, a seo 4 explana algumas discusses emrelao aos OAs, PAs e familiaridade do usurio com sistemas computacionais.

4 Discusses e Consideraes FinaisPara compreender como os padres abertos so aplicados aos OAs foi realizado um

estudo de caso com o MOODLE e os ROAs INTERRED e CESTA. O MOODLE foiescolhido como AE, pois o mesmo apresenta cdigo aberto e compatibilidade com ospadres AICC, CP e SCORM.

No entanto, a escolha de qual repositrio utilizar foi mais difcil, pois a maioriados ROAs nacionais pesquisados neste trabalho so fechados. Normalmente so de usode um grupo especfico ou instituio que os criaram. Alm disso, a maioria dos ROAsabertos no armazenarem os arquivos do OA, mas apenas os metadados do mesmo, talcomo sua url para visualizao do OA, atribuindo ao autor responsabilidade degarantir a disponibilidade do AO e a execuo do seu download.

Assim, para este estudo de caso, foi escolhido o INTERRED, que compreende

um ROA fechado para um consrcio de 67 universidades, sendo que o mesmo permiteacesso para realizar consultas e aquisies de alguns OAs a usurios visitantes. J oCESTA foi escolhido, pois o mesmo consiste em um ROA desenvolvido pela UFRGS(Universidade Federal do Rio Grande do Sul) para uso da instituio, que propicia ocadastro de qualquer usurio que deseja compartilhar OAs. Deste modo, atravs doCESTA foi possvel analisar o processo de incluso de um OA em um ROA que noarmazena os arquivos do OA.

No estudo de caso foi analisada a complexidade de desenvolvimento e reuso deOAs, utilizando PAs, para o usurio final. Com o estudo realizado, percebeu-se que oprocesso de desenvolvimento de um OA, no to simples. Para gerar um OA e garantirsuas caractersticas, o ideal contar com uma equipe que envolva: contedista, tcnico

e avaliador.


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O contedista pode ser um professor, ou equipe multidisciplinar, responsvelpor desenvolver o contedo de aprendizagem do objeto para garantir as caractersticaspedaggicas que o OA deve apresentar. O tcnico compreende uma pessoa, ou equipe,

que possui conhecimento tcnico na rea de informtica para transformar o contedo deaprendizagem em um ou mais artefatos digitais, que podem ser apresentados emdiferentes tipos de mdias, garantindo as caractersticas tcnicas do OA. Por fim, oavaliador, que possui a funo de analisar o objeto desenvolvido para verificar se omesmo possui as caractersticas tcnicas e pedaggicas explanadas na seo 2.

No entanto, nem sempre possvel contar com recursos e uma equipemultidisciplinar, na qual cada integrante capacitado para desempenhar um dos trspapis para desenvolver um OA. Nestes casos, como duas das caractersticas tcnicas deum OA consistem na reusabilidade e na interoperabilidade do mesmo, existem autoresque desenvolvem OAs e os disponibilizam em ROAs, para que os mesmos possam ser

reutilizados por diversos autores em diferentes locais e contextos.O procedimento para inserir o OA em um ROA consiste em preencher osmetadados do OA e realizar o uploaddos arquivos para ROA como o INTERRED, quearmazenam os arquivos do OA e so indicados para usurios com pouca familiaridadeem informtica. Para ROAs como o CESTA que armazenam apenas metadados dosOAs, os procedimentos consistem em preencher os metadados, informando em um dosatributos a url do local onde pode est disponibilizado o OA. Este tipo de repositrio mais indicado usurios com familiaridade em informtica.

Nos ROAs, podem ser encontrados objetos simples e complexos. Quanto aos OAssimples, os mesmos podem ser reutilizados e inseridos em um AE por meio do sistemade autoria, obedecendo ao processo especfico do ambiente. J para OAs complexos,

necessrio realizar um processo de tratamento do OA, pois como consistem em umconjunto de arquivos, preciso compact-los em um nico arquivo, compatvel com umpadro disponvel no AE que permitir inseri-los no sistema.

Existem ferramentas, como oReload Editor, que admitem transformar um OA, ouseja, a ferramenta possui funcionalidades que permitem ao usurio escolher o tipo depadro que o mesmo deseja transformar o OA criado, entre os padres: metadados,empacotamento e integrao (OLIVEIRA et al, 2006). Atravs do Reload Editorpossvel reunir um ou mais artefatos digitais e gerar um objeto no padro desejado. Aferramenta tambm permite que o usurio realize modificaes em um objeto complexodesenvolvido por outro autor, ao incluir e/ou remover artefatos digitais, ou ento, alterar

a estrutura organizacional do objeto. Assim, com o auxlio da ferramenta Reload Editor possvel transformar um OA ao padro desejado e inseri-lo em qualquer AE que sejacompatvel com os padres de empacotamento e integrao.

Contudo, o processo para desenvolver um OA atravs de padres abertos oureutilizar um OA e disponibiliz-lo em sistemas computacionais, ainda no algo trivialpara usurios com pouca familiaridade com a computao e informtica. Osprocedimentos de desenvolvimento no garantem que o OA possa ser usado ereutilizado em qualquer local, para isto preciso utilizar padres e ferramentas quedemandam conhecimento e experincia do usurio no uso dos OAs.

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