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8/8/2019 Ox an Gui An http://slidepdf.com/reader/full/ox-an-gui-an 1/13 África Oxaguian na mitologia yorubá é um jovem guerreiro, um Oxalá jovem, seria filho de Oxalufon, identificado no jogo do merindilogun pelo odu ejionile e representado materialmente e imaterial pelo candomblé, através do assentamento sagrado denominado igba oxaguian. Seu templo principal é em Ejigbo, estado de Ọsun, onde ostenta o título de Eléèjìgbó, ou Rei de Ejigbo. Em Lendas Africanas dos Orixás, Pierre Fatumbi Verger conta uma das lendas que Oxaguian teria nascido em Ifé, bem antes de seu pai tornar-se o rei de Ifan. Oxaguian, valente guerreiro, desejou, por sua vez, conquistar um reino. Partiu, acompanhado de seu amigo Awoledjê. Oxaguiã não tinha ainda este nome. Chegou num lugar chamado Ejigbô e aí tornou-se Elejigbô (Rei de Ejigbô). Oxaguiã tinha uma grande paixão por inhame pilado, comida que os iorubás chamam iyan. Elejigbô comia deste iyan a todo momento; comia de manhã, ao meio-dia e depois da sesta; comia no jantar e até mesmo durante a noite, se sentisse vazio seu estômago! Ele recusava qualquer outra comida, era sempre iyan que devia ser-lhe servido. Chegou ao ponto de inventar o pilão para que fosse preparado seu prato predileto! Impressionados pela sua mania, os outros orixás deram-lhe um cognome: Oxaguiã, que significa "Orixá-comedor-de-inhame-pilado", e assim passou a ser chamado. Awoledjê, seu companheiro, era babalawo , um grande advinho, que o aconselhava no que devia ou não fazer. Certa ocasião, Awoledjê aconselhou a Oxaguiã oferecer: dois ratos de tamanho médio; dois peixes, que nadassem majestosamente; duas galinhas, cujo fígado fosse bem grande; duas cabras, cujo leite fosse abundante; duas cestas de caramujos e muitos panos brancos. Disse-lhe, ainda, que se ele seguisse seus conselhos, Ejigbô, que era então um pequeno vilarejo dentro da floresta, tornar-se-ia, muito em  breve, uma cidade grande e poderosa e povoada de muitos habitantes. Depois disso Awoledjê partiu em viagem a outros lugares. Ejigbô tornou-se uma grande cidade, como previra Awoledjê. Ela era arrodeada de muralhas com fossos profundos, as portas fortificadas e guardas armados vigiavam suas entradas e saídas. Havia um grande mercado, em frente ao palácio, que atraía, de muito longe, compradores e vendedores de mercadorias e escravos. Elejigbô vivia com pompa entre suas mulheres e servidores. Músicos cantavam seus louvores. Quando falava-se dele, não se usava seu nome jamais, pois seria falta de respeito. Era a expressão Kabiyesi, isto é, Sua Majestade, que deveria ser empregada. Ao cabo de alguns anos, Awoledjê voltou. Ele desconhecia, ainda, o novo esplendor de seu amigo. Chegando diante dos guardas, na entrada do palácio, Awoledjê pediu, familiarmente, notícias do "Comedor-de-inhame-pilado". Chocados pela insolência do forasteiro, os guardas gritaram: "Que ultraje falar desta maneira de Kabiyesi! Que impertinência! Que falta de respeito!" E caíram sobre ele dando-lhe pauladas e cruelmente jogaram-no na cadeia. Awoledjê, mortificado pelos maus tratos, decidiu vingar-se, utilizando sua magia. Durante sete anos a chuva não caiu sobre Ejigbô, as mulheres não tiveram mais filhos e os cavalos do rei não tinham pasto. Elejigbô, desesperado, consultou um babalaô para

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África

Oxaguian na mitologia yorubá é um jovem guerreiro, um Oxalá  jovem, seria filho deOxalufon, identificado no jogo do merindilogun pelo odu ejionile e representadomaterialmente e imaterial pelo candomblé, através do assentamento sagradodenominado igba oxaguian. Seu templo principal é em Ejigbo, estado de Ọsun, ondeostenta o título de Eléèjìgbó, ou Rei de Ejigbo.

Em Lendas Africanas dos Orixás, Pierre Fatumbi Verger conta uma das lendas queOxaguian teria nascido em Ifé, bem antes de seu pai tornar-se o rei de Ifan. Oxaguian,valente guerreiro, desejou, por sua vez, conquistar um reino. Partiu, acompanhado deseu amigo Awoledjê. Oxaguiã não tinha ainda este nome. Chegou num lugar chamadoEjigbô e aí tornou-se Elejigbô (Rei de Ejigbô). Oxaguiã tinha uma grande paixão por inhame pilado, comida que os iorubás chamam iyan. Elejigbô comia deste iyan a todomomento; comia de manhã, ao meio-dia e depois da sesta; comia no jantar e até mesmo

durante a noite, se sentisse vazio seu estômago! Ele recusava qualquer outra comida, erasempre iyan que devia ser-lhe servido.

Chegou ao ponto de inventar o pilão para que fosse preparado seu prato predileto!Impressionados pela sua mania, os outros orixás deram-lhe um cognome: Oxaguiã, quesignifica "Orixá-comedor-de-inhame-pilado", e assim passou a ser chamado.

Awoledjê, seu companheiro, era babalawo, um grande advinho, que o aconselhava noque devia ou não fazer. Certa ocasião, Awoledjê aconselhou a Oxaguiã oferecer: doisratos de tamanho médio; dois  peixes, que nadassem majestosamente; duas galinhas,cujo fígado fosse bem grande; duas cabras, cujo leite fosse abundante; duas cestas de

caramujos e muitos panos brancos. Disse-lhe, ainda, que se ele seguisse seus conselhos,Ejigbô, que era então um pequeno vilarejo dentro da floresta, tornar-se-ia, muito em breve, uma cidade grande e poderosa e povoada de muitos habitantes.

Depois disso Awoledjê partiu em viagem a outros lugares. Ejigbô tornou-se uma grandecidade, como previra Awoledjê. Ela era arrodeada de muralhas com fossos profundos,as portas fortificadas e guardas armados vigiavam suas entradas e saídas.

Havia um grande mercado, em frente ao palácio, que atraía, de muito longe,compradores e vendedores de mercadorias e escravos. Elejigbô vivia com pompa entresuas mulheres e servidores. Músicos cantavam seus louvores. Quando falava-se dele,

não se usava seu nome jamais, pois seria falta de respeito. Era a expressão Kabiyesi,isto é, Sua Majestade, que deveria ser empregada.

Ao cabo de alguns anos, Awoledjê voltou. Ele desconhecia, ainda, o novo esplendor deseu amigo. Chegando diante dos guardas, na entrada do palácio, Awoledjê pediu,familiarmente, notícias do "Comedor-de-inhame-pilado". Chocados pela insolência doforasteiro, os guardas gritaram: "Que ultraje falar desta maneira de Kabiyesi! Queimpertinência! Que falta de respeito!" E caíram sobre ele dando-lhe pauladas ecruelmente jogaram-no na cadeia.

Awoledjê, mortificado pelos maus tratos, decidiu vingar-se, utilizando sua magia.Durante sete anos a chuva não caiu sobre Ejigbô, as mulheres não tiveram mais filhos eos cavalos do rei não tinham pasto. Elejigbô, desesperado, consultou um babalaô para

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remediar esta triste situação. "Kabiyesi, toda esta infelicidade é consequência da injusta prisão de um dos meus confrades! É preciso soltá-lo, Kabiyesi! É preciso obter o seu perdão!"

Awoledjê foi solto e, cheio de ressentimento, foi-se esconder no fundo da mata.

Elejigbô, apesar de rei tão importante, teve que ir suplicar-lhe que esquecesse os maustratos sofridos e o perdoasse.

"Muito bem! - respondeu-lhe. Eu permito que a chuva caia de novo, Oxaguiã, mas temuma condição: Cada ano, por ocasião de sua festa, será necessário que você envie muitagente à floresta, cortar trezentos feixes de varetas. Os habitantes de Ejigbô, divididosem dois campos, deverão golpear-se, uns aos outros, até que estas varetas estejam gastasou quebrem-se".

Desde então, todos os anos, no fim da seca, os habitantes de dois bairros de Ejigbô,aqueles de Ixalê Oxolô e aqueles de Okê Mapô, batem-se todo um dia, em sinal de

contrição e na esperança de verem, novamente, a chuva cair.

A lembrança deste costume conservou-se através dos tempos e permanece viva,também, na Bahia.

Por ocasião das cerimônias em louvor a Oxaguiã, as pessoas batem-se umas nas outras,com leves golpes de vareta... e recebem, em seguida, uma porção de inhame pilado,enquanto Oxaguiã vem dançar com energia, trazendo uma mão de pilão, símbolo das

 preferências gastronômicas do Orixá "Comedor-de-inhame-pilado."

[editar] BrasilOxaguian é um Oxalá jovem. Sempre de branco. Usa espada, escudo, polvarim e mãode pilão. Guerreiro, seu dia da semana é sexta-feira. Come cabra, e é o dono do inhame.

Seu lugar no Panteão dos Orixás

Oxaguian ou Oxaguiã: Divindade Yorubá, cultuado no Candomblé afro-brasileiro.

Segundo a mitologia Yorubá, o universo foi criado por Olorum. Os filhos de Olorumsão os Orixás, que receberam cada qual atribuições e responsabilidades sobre a criação

de seu Pai. O primeiro e mais velhos dos Orixás é Oxalá, a quem se credita a criação doHomem.

Oxaguian é apontado como o aspecto jovem de Oxalá, outras vezes é apontado comofilho de Oxalufã, o qual é tido como o aspecto velho de Oxalá. Oxaguian, "o moço", nasua forma "guerreira" de Oxalá, carrega uma espada, cheio de vigor e nobreza.

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Oxaguian - escultura de Carybé em madeira, em exposição no Museu Afro-Brasileiro,Salvador , Bahia, Brasil

 Na mitologia Yorubá, os Orixás associam-se a cidades ou regiões africanas, que seriamregidas ou favorecidas por seu respectivo Orixá. Seu templo principal é em Ejigbo, ondeostenta o título de Eléèjìgbó, ou Rei de Ejigbo.

Orixá do dinamismo e movimento construtivo, da cultura material. Seu domínio são aslutas diárias por sustento e trabalho e a paz. Oxaguian incentiva o trabalho e a

superação. Oxaguian é o provedor, é o guerreiro da paz. Nunca entra numa batalha para perder, sempre ganhando suas lutas e superando quaisquer obstáculos.

É sempre retratado como um guerreiro forte, astuto e conquistador, Oxaguian rege asinovações, a busca pelo aprimoramento, o inconformismo. É um Orixá relacionado como sustento do dia a dia, gostando de mesa farta. Seu sustento vem do fundo da terra ouda floresta. Ele detém todas as armas e as usa para alcançar seus objetivos, que são: dar 

 para quem tem fome e até tomar de quem tem muito e não tem fome.

Sua comida favorita é o inhame. Sendo orixá das inovações e invenções, criou para si o pilão, de tal forma que pudesse saborear seu prato favorito. Daí inclusive deriva seunome: Oxaguian significa literalmente “Orixá comedor de Inhame Pilado”.

Diz-se que enquanto Ogum fornece meios (ferramentas e armas) Oxaguian forneceinteligência e vontade para vencer. Representa o início de um movimento. Este orixátem personalidade violenta e severa.

É com Oxaguian que se encerra o ciclo das festas de Oxalá com a festa do Pilão deOxaguian (ojó odo)- o dia do pilão.

[editar] Características

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Suas armas (Ferramentas símbolos) são: espadas (sabre), Ofá (arco e flecha), Atori(Vara), Polvarim, Escudo e mão de pilão (seu maior símbolo);

Suas Cores: Branco e azul-claro;

Seu dia de devoção: Sextas-feiras;

Sua comida: é a canjica branca com oito bolas de inhame por cima;

Seu Metal: Prata e metais brancos;

Suas contas são: brancas intercaladas de azul claro;

Sua festa: Pilão de Oxaguiã (festa dos inhames novos);

Seus elementos: O Ar e a Atmosfera;

Saudação:Exêu epa bàbá!!!

[editar] Arquétipo dos filhos de Oxaguian

A liderança é uma de suas especialidades. Duas características dividem os filhos deOxaguian: Uns são amigos das intrigas, são orgulhosos, se acham os melhores , sãofaladores. Outros são voltados para a família, calmos e guardam segredos para si, mastodos são teimosos ou como eles próprios dizem determinados.

 Na verdade são duas faces de Oxaguian, numa delas estão os filhos que carregam aespada e os outros, os mais calmos carregam a mão de pilão.

Os filhos de Oxaguian são valentes, guerreiros, combativos, geniosos, intuitivos , sãoinstáveis, têm caráter romântico e são sensuais. Os filhos de Oxaguian não desprezam osexo e cultivam o amor livre.

Além destas características, são alegres, gostam profundamente da vida, são faladores e brincalhões. Ao mesmo tempo são idealistas, defensores dos injustiçados, dos fracos edos oprimidos.

Frequentemente são Orgulhosos, sedentos de feitos gloriosos.

Oxaguian é um jovem guerreiro combativo, seus filhos são habitualmente altos, esguios,eventualmente robustos, mas não são agressivos ou brutais.

Os filhos de Oxaguian são ciumentos e detestam concorrência. São criativos, generosos,inteligentes, sábios e justos. Em seu aspecto negativo porém, são também lentos,mandões, teimosos e podem ser violentos.

Itan do nascimento. Nasceu dentro de uma concha de caramujo. Não tinha mãe. E

quando nasceu, não tinha cabeça, por isso perambulava pelo mundo, sem sentido e semrumo. Um dia encontrou Ori numa estrada e este lhe deu uma cabeça feita de inhame

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 pilado. Apesar de feliz com sua nova cabeça branca, ela esquentava muito, e quandoesquentava Oxaguiã criava mais conflitos. E sofria muito. Um dia encontrou a morte (iku), que lhe ofereceu uma cabeça fria. Apesar do medo que sentia, o calor erainsuportável, e ele acabou aceitando a cabeça preta que a morte lhe deu.

Mas essa cabeça era dolorida e fria demais. Oxaguiã ficou triste, porque a morte comsua frieza estava o tempo todo com o orixá.

Então Ogum apareceu e deu sua espada para Oxaguiã, que espantou Iku. Ogum tambémtentou arrancar a cabeça preta de cima da cabeça branca, mas tanto apertou que as duasse fundiram e Oxaguiã ficou com a cabeça azul, agora equilibrada e sem problemas. A

 partir deste dia ele e Ogum andam juntos transformando o mundo. Oxaguiã depositandoo conflito de idéias e valores que mudam o mundo e Ogum fornecendo os meios para atransformação, seja a tecnologia ou a guerra.

[editar] Batalha dos AtorisItan Batalha dos Atoris. Na cidade Africana de Eleegibò até hoje por ocasião de suafesta os habitantes são divididos entre dois bairros e trocam golpes de atori (varas),relembrando o mito que diz sobre um Babalaô seu amigo que foi preso pelos guardas deEleegibò ,por que se referiu o Rei como, Oxaguian (Orixá Comedor de Inhame) tendosido encontrado no calabouço Oxagüian pediu-lhe perdão só aceito se os moradores dacidade trocasse golpes de varas durante suas festas (sob pena de não haver boa colheitacaso isto não acontecesse).

[editar] O Castelo de Ogum

Itan O Castelo de Ogum, Oxaguian, jovem filho guerreiro de Oxalá, acompanhavaOgum pela terra em suas guerras. Aproveitava de toda ocasião em que a guerra criavadestruição para reconstruir no lugar algo maior e mais próspero. Assim espalhou pelomundo prosperidade, sem descanso, obrigando todos a trabalhar e progredir. Onde via

 preguiça, inspirava movimento e crescimento. Um dia, entre uma batalha e outra,Oxaguian foi à cidade de Ogun para buscar provisões e encontrou um castelo queacabava de ser construído pelo povo do lugar em oferecimento a Ogum. Oxaguian

 perguntou ao povo: “Que vão fazer agora que terminaram de construir o castelo do seurei?” “Descansar”, eles responderam. Oxaguian retrucou: “O seu rei ainda demora a

voltar; vocês devem aproveitar deste tempo de maneira melhor. Construam um casteloainda melhor e encham de alegria o seu rei.” Sacou da espado e com um toqueempurrou a parede do castelo, que ruiu todo.” Oxaguian voltou para a guerra, e o povo

 pôs-se a construir um castelo ainda melhor.

O tempo passou e Oxaguian voltou à cidade de Ogun em busca de mais provisões.Encontrou lá um castelo ainda maior e melhor do que o que tinha derrubado.Semelhante diálogo se travou. Oxaguian perguntou ao povo: “Que vão fazer agora queterminaram o castelo do seu rei?” “Vamos descansar”, eles responderam. Oxaguianinterrogou: “Mais uma vez, o seu rei demora a voltar; vocês que aproveitem ainda destetempo de maneira melhor. Construam um castelo melhor para o seu rei.” Como tinha

feito antes, sacou da espado e com um toque derrubou o castelo.” E partiu para guerra,voltando sempre em busca de novas provisões. Tantas vezes isto aconteceu que o povo

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do lugar se transformou em um povo de grandes construtores, desenvolvendoengenharia e arquitetura soberba, reconhecida mundialmente. Oxaguian promove o

 progresso. Não gosta de ver ninguém parado.

[editar] Ogum faz instrumentos agrícolas paraOxaguian

Oxaguian, rei de Ejigbô, o Elejigbô, chamado "Orixá-Comedor-de-inhame-pilado",inventou o pilão para saborear mais facilmente seus prediletos inhames. Todo o povo doseu reino adotou a sua preferência. Todo o povo de Ejigbô comia inhame pilado. E tantoseu comia inhame em Ejigbô que já não se dava conta de plantá-lo. E assim, grandefome se abateu sobre o, povo de Oxalá.

Oxaguian foi consultar Exu, que o mandou fazer sacrifícios e procurar o ferreiro Ogum,que naquele tempo viva nas terras de Ijexá. O que podia fazer Ogum para que o povo de

Ejigbô tivesse mais inhame?, consultou Oxaguian. Ogum pediu sacrifícios e logo deu asolução. Em sua forja, Ogum fez ferramentas de ferro.

Fez a enxada e o enxadão, a foice e a pá, fez o ancinho, o rastelo, o arado. "Leve isso para o seu povo, Elejigbô, e o trabalho na plantação vai ser mais fácil. Vão colher muitos inhames, mais do que agora quando plantam com as mãos", disse Ogum. Eassim foi feito e nunca se plantou tanto inhame e nunca se colheu tanto inhame. E afome acabou.

O povo de Ejigbô, agradecido cultuou Ogum e ofereceu a ele banquetes de inhames ecachorros, caracóis, feijão-preto regado com azeite-de-dendê e cebolas. Ogum disse aOxaguian: "Na casa de seu Pai todos se vestem de branco, por isso também assim mevisto para receber as oferendas". E o povo o louvava e Ogum ficou feliz. E o povocantava: "A kaja lónì fun Ògúnja mojuba". "Hoje fazemos sacrifício de cachorros aOgum, Ogunjá, Ogum que come cachorro, nós te saudamos". Oxaguian disse a Ogum:"Meu povo nunca há de se esquecer de sua dádiva. Dê-me um laço de seu abadá azul,Ogum, para eu usar com meu axó funfun, minha roupa branca. Vamos sempre noslembrar de Ogunjá". E, do reino de Ejigbô até as terras de Ijexá, todos cantaram edançaram.

Referência Bibliográfica: VERGER, Pierre; Orixás, Deuses Iorubás na Africa e no

 Novo Mundo; 5.ª ed; Currupio, Salvador, 1997. VERGER, Pierre; Notas sobre o cultoaos orixás e voduns; Edusp, São Paulo, 1999. PRANDI, Reginaldo; Mitologia dosOrixás; Companhia das Letras, São Paulo, 2001.

Exê êêê!

Oxaguiã era o filho de Oxalufã.Ele nasceu em Ifé, bem antes de seu pai tornar-se o rei de Ifan.Oxaguiã, valente guerreiro, desejou, por sua vez, conquistar um reino.Partiu, acompanhado de seu amigo Awoledjê.Oxaguiã não tinha ainda este nome.Chegou num lugar chamado Ejigbô e aí tornou-se Elejigbô – “Rei de Ejigbô”.

Oxaguiã tinha uma paixão por inhame pilado, comida que os iorubas chamam deiyan.

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Elejigbô comia deste iyan a todo momento;Comia de manhã, ao meio-dia e depois da sesta;Comia no jantar e, até mesmo, durante a noite, se sentisse vazio seu estomago!Ele recusava qualquer outra comida, era sempre iyan que devia ser-lhe servido.Chegou ao ponto de inventar o pilão, para que fosse preparado seu prato predileto!Impressionados pela sua mania, os outros orixás deram-lhe um apelido:

Oxaguiã, que significa “Orixá-comedor-de-inhame-pilado”, e assim passou a serchamado.Awoledjê, seu companheiro, era babalaô, um grande adivinho, que o aconselhavano que devia ou não fazer.Certa ocasião, Awoledjê aconselhou Oxaguiã a oferecer:Dois ratos de tamanho médio;Dois peixes, que nadassem majestosamente;Duas galinhas, cujos fígados fosses bem grandes;Duas cabras, cujo leite fosse abundante;Duas cestas de caramujos e muitos panos brancos.Disse-lhe, ainda, que ele seguisse seus conselhos, Ejigbô, ainda era então umpequeno vilarejo dentro da floresta, tornar-se-ia, muito em breve, uma cidade

grande e poderosa e povoada de muitos habitantes.Depois disto, Awoledjê viajou para outros lugares.Ejigbô tornou-se uma grande cidade, como previra Awoledjê.Ela era cercada de muralhas com fossos profundos, as portas fortificadas e guardasarmados vigiavam suas entradas e saídas.Havia um grande mercado, em frente ao palácio, que atraía, de muito longe,compradores e vendedores de mercadorias e escravos.Elejigbô vivia com pompa entre suas mulheres e seus servidores.Músicos cantavam seus louvores.Quando falava-se dele, não se usava jamais o seu nome, pois seria falta derespeito.Era a expressão Kabiyesi, isto é, Sua Majestade, que deveria ser empregada.

Ao cabo de alguns anos, Awoledjê voltou.Ele desconhecia ainda o novo esplendor de seu amigo.Chegando diante dos guardas, na entrada do palácio, Awoledjê pediu, comfamiliaridade, notícias do “Comedor-de-inhame-pilado”.Chocados pela insolência do forasteiro, os guardas gritaram:

 “Que ultraje falar desta maneira de Kabiyesi!Que impertinência! Que falta de respeito!” E caíram sobre ele dando-lhe pauladas e cruelmente jogaram-no na cadeia.Awoledjê, mortificado pelos maus tratos, decidiu vingar-se, utilizando sua magia.Durante sete anos a chuva não caiu sobre Ejigbô, as mulheres não tiveram maisfilhos e os cavalos do rei não tinham pasto.

Elejigbô, desesperado, consultou um babalaô para remediar esta triste situação.Este respondeu-lhe: “ Kabiyesi, toda esta infelicidade é resultado da injusta prisãode um de meus confrades!É preciso soltá-lo, Kabiyesi!É preciso obter seu perdão!” Awoledjê foi solto e, cheio de ressentimento, foi-se esconder no fundo da mata.Elejigbô, apesar de rei tão importante, precisou ir suplicar-lhe que esquecesse osmaus tratos sofridos e o perdoasse.

 “Muito bem! – respondeu-lhe.Eu permito que a chuva volte a cair, Oxaguiã, mas tem uma condição:Cada ano, por ocasião da sua festa, será necessário que você envie muita gente àfloresta, cortar trezentos feixes de varetas.Os habitantes de Ejigbô, divididos em dois campos, deverão golpear-se, uns aosoutros, até que estas varetas estejam gastas ou se quebrem”.Desde então, todo os anos, no fim da seca, os habitantes de dois bairros de Ejigbô,

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aqueles de Ixalê Oxolê e aqueles de Okê Mapô, batem-se todo um dia, em sinal decontrição, e na esperança de verem, novamente, a chuva cair.A lembrança deste costume conservou-se através dos tempos e permanece vivatambém na Bahia.Por ocasião das cerimônias em louvor de Oxaguiã, as pessoas batem-se umas nasoutras, com leves golpes de vareta… e recebem, em seguida, uma porção de

inhame pilado, enquanto Oxaguiã vem dançar com energia, trazendo uma mão depilão, símbolo das preferências gastronômicas do orixá “Comedor-de-inhame-pilado.

Exê ê! Baba Exê ê!

Bibliografia:Livro: Lendas Africanas dos OrixásAutor: Pierre Fatumbi VergerIlustração: CarybéTradução: Maria Aparecida da NóbregaEditora: Corrupio

Arquétipo das pessoas regidas pelo Orixá Oxaguian

Os filhos de Oxalá (Gyian), na maioria das vezes pode ser violento e irascível.Normalmente é digno de mal caráter, vingança e desconfiança, mas pode ser deboa índole e confiável. Tem dificuldade em atuar coletivamente. Possui raros e bonsamigos, para os quais é dedicado e prestativo. Não tem uma vida sentimentalparticularmente feliz e é sempre monogâmico. Pode se entregar à bebida, masraramente bebe e come por prazer. Quase nunca é rico, mas tem uma vidafinanceira equilibrada, apesar de ter outros problemas e pouca sorte na vida.

Bibliografia:Livro: OrixásAutor: Pierre Fatumbi VergerTradução: Maria Aparecida da NóbregaEditora Corrupio

Oxaguian(novo), Oxalufan (velho)

Purificação, sabedoria, criação, tranqüilidade. Pai da clareza, senhor das decisões edas conquistas.

Dia da semana: sexta feitaCores Oxalufan: branco em geral, marfim, pérola, chumbo.Cores Oxaguian: branco e azul claroAdornos/ferramentas Oxalufan: opaxorô, cajado de prata, chumbo ou metalbranco,Adornos/ferramentas Oxaguian: espada e "mão de pilão" também em metalbranco.Saudação: epa babá-epa ô.Domínios: ar, céu (orun), rios,montanhas.Oferendas: acaçá

Introdução"O grande orixá" ocupa uma posição única e inconteste do mais importante orixá eo mais elevado dos deuses yorubás.

É o dono da argila e da criação, onde molda os seres humanos em barro. Senhor do

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silêncio, do vácuo frio e calmo, onde as palavras não podem ser ouvidas. Porapreciar muito o vinho de palma, embriagando-se freqüentemente, perdeu achance de criar a terra e tornou-se responsável pela moldagem das pessoas e ficouproibido de beber o vinho.

Teimoso, às vezes passa por cima dessas regras. Pessoas com defeitos de

nascença, provocados por ele, lhe pertencem. Ele as protege para se redimir. Mudade nome conforme a situação. Lento como um caramujo, todo de branco como seuritual exige, é conhecido como Oxalufan.

E enérgico e guerreiro, de colar branco com azul real, é Oxaguian. Em todasversões é orixalá, Obatalá, o rei do pano branco.

ArquétiposOs filhos deste orixá são pessoas calmas e dignas de confiança. São dotados degrande sabedoria, pois estão sempre buscando os significados de tudo o que ocorreao seu redor, não cansam de estudar e buscar o conhecimento.

Os filhos de Oxalufan (velho) possuem tendência a serem preguiçosos. O trabalhobraçal não os atraí, preferem buscar lugares onde possam colocar as suas idéias eprojetos em atividade. Extremamente responsáveis, são ótimos projetistas eorganizadores. Seus principais defeitos são: preguiça, teimosia e lentidão. Porserem calmos, nunca se deve abusar da paciência, pois quando acaba...

Os filhos de Oxaguian (novo) já são mais ativos, guerreiros, alegres etrabalhadores. São incanssãveis em seus ofícios e projetos, possuem tambémtendências ao estresse por se darem demais as suas funcões.

Responsáveis como ninguém. assim como oxalufan(velho) também são teimososorgulhosos e inteligentes.

São os famosos senhores do tudo ou nada. Ou dá certo ou não. Seja nos negóciosno amor e nas amizades.

OXALÁ – O Orixá dos Orixás

Oxalá, Orixalá ou Oxalufan é a primeira forma de orixá que foi criada por Olorun, no início dostempos, sendo associado ao ar, que existia antes da criação da Terra, e também à água do inícioda existência. Oxalufan está ligado à cor branca, ou incolor, sendo o primeiro na hierarquia dosfun-fun (os que vestem branco). Detém o axé da criação de todos os seres da Terra. Está ligado

à gênese do universo e foi o primeiro orixá criado por Olorun. Representa a maturidade, asabedoria e o equilíbrio. Veste-se inteiramente de branco, sendo responsável pela manutençãoda paz e da tranqüilidade entre os seres criados. Na mitologia africana, é considerado o pai detodos os orixás e de todos os seres vivos, sendo, por esse motivo, constantemente reverenciadoem festas públicas e diversos rituais. Está sempre presente nas antigas lendas, representando afigura veneranda de um pai. Sua posição é muito destacada, tendo o respeito de todos os orixás,que se curvam à sua presença. Oxalufan, com seu cajado ou opaxoro, separou a Terra e o céu,que, no início dos tempos, estavam no mesmo nível de existência. Os três pratos, que fazem

 parte do cajado, simbolizam a sua supremacia sobre os mundos dos seres humanos, dos eguns(paralelo) e dos orixás. O pássaro, que está pousado na ponta do opaxoro, é um mensageiro quefaz a ligação entre esses mundos. Com esses pratos, Oxalá carrega e distribui o alimentosagrado para todos os seres humanos e encantados. Os pingentes, que estão presos a eles,simbolizam os presentes que lhe eram ofertados nos diferentes lugares por onde passou em suascaminhadas pelo mundo. Esse orixá, assim como Nanã, é bem-vindo em todos os reinados. O

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raciocínio é a grande contribuição desse orixá para os seres humanos, diferenciando-o, assim,dos animais. Todos os orixás que vestem branco, ou fun-funs (mesmo Ogun ou Oyá), herdaramesse dom de Oxalá de uma forma mais intensa, e o transferiram para seus filhos na Terra, que,

 por esse motivo, possuirão um pensamento engendrado e a constante reflexão sobre todos osaspectos da sua existência. O alá é um outro símbolo de Oxalufan, que consiste num pano

 branco usado para protegê-lo do calor, bem como abrigar, sob sua proteção, todos os serescriados. Serve também para representar a separação entre a Terra e o céu. Muitas vezes, esseorixá é apresentado como um velho, todo curvado e retorcido precisando ser amparado por cambonas e ogans, por não poder andar. O fato de Oxalufan ser o orixá mais antigo não justificaessa postura.. Se consultarmos a mitologia africana, veremos que Oxalá empreendeu grandescaminhadas pelo mundo e, como soberano que era, não se curvava a ninguém (com rarasexceções, como foi mostrado na lenda de Oxum). As pessoas que nascem com defeitos físicos ementais, ou os adquirem antes dos nove anos, serão protegidos por Oxalá, pois houve algumerro na formação desses seres. Podemos pedir a misericórdia desse orixá nos casos acima e parasalvar pessoas com doenças graves e casos terminais. A teimosia e obstinação são a marca deOxalufan, o que lhe traz a possibilidade de grandes feitos ou muitos dessabores.

Oxaguian

Este orixá, também carrega a cor azul, além do branco. Isso deve-se ao fato de possuir umagrande ligação com o orixá Ogun. Todo iniciado na cultura desse orixá, além do seuassentamento, deve ter também um assentamento para Ogun. Oxanguian é o único orixá fun-funque guerreia, usando para isso uma espada e um escudo que recebeu de Ogun. Além doraciocínio, esse orixá usa o artifício da guerra em determinados momentos. Essa guerra nãodeve ser interpretada ao pé da letra, mas, sim, num sentido mais abrangente, como, por exemplo, na luta pela sobrevivência. Foi um grande estrategista, não entrando numa guerra semantes pensar muito bem nos prós e nos contras, a fim de não pôr em risco seus exércitos.Evitava ao máximo o confronto, tentando sempre resolver os problemas de outra maneira; mas,se os argumentos não adiantavam, entrava na guerra lutando até o final, custasse o que custasse.Para ele, era tudo ou nada. Um símbolo característico da indumentária desse orixá é o pilão,com o qual amassa o inhame, sua comida preferida. Existem algumas festividades quehomenageiam essa qualidade de orixá, dentro do ciclo das águas de Oxalá, com o nome de Pilãode Oxaguian. É o orixá da fartura, da riqueza e do raciocínio pleno. Assim como os outrosorixás fun-fun, seus elementos são a água e a terra, e seu metal é a prata. Dia da semana: sexta-feira. Cores: Oxalufan: branco e prata; Oxanguian: branco com nuanças de azul. Domínios:atmosfera, oceanos, alto das montanhas, céu.

O Arquétipo dos seus filhos

Os filhos de Oxalá são pessoas muito tranqüilas, com tendência à calma, inclusive nosmomentos mais difíceis. São amáveis e prestativos, mas nunca subservientes, pois não serebaixam a ninguém. Sabem argumentar muito bem, convencendo qualquer pessoa de suasintenções. Adoram limpeza e organização, sendo perfeccionistas em tudo que fazem, às vezes

chegando ao exagero. Exigem, com veemência, a mesma postura das pessoas que o cercam.Geralmente essas pessoas aparentam mais idade do que realmente têm, devido ao seuamadurecimento precoce. Usam o raciocínio para resolver seus problemas, sendo esse o seu

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  ponto forte, por isso, não são dados a explosões emocionais. Não gostam de mudanças, preferindo a rotina de uma vida tranqüila do que uma aventura sem garantias. São lentos emsuas decisões, pensando muito antes de agirem. Mas, quando tomam uma decisão, são

 persistentes e perseverantes. São muito reservados em seus sentimentos e raramente orgulhosos.Sendo geralmente comunicativos e carismáticos, atraem muitos admiradores e amigos, que sesentem protegidos ao seu lado. Gostam de canalizar tudo em volta de si, como um grande pai.Dificilmente, um filho de Oxalá deixa sem auxílio uma pessoa conhecida. Nessas atitudes desolidariedade, eles assumem alguns riscos, e, não raras vezes, acabam prejudicados. Confiamdemasiadamente nas pessoas, sempre vendo seu lado positivo, por isso correm um sério risco deserem enganados. Seu maior defeito é a teimosia, principalmente quando têm certeza de suasconvicções. Adoram assuntos polêmicos, expondo seus pontos de vista a quem quer que seja.Um outro aspecto negativo na personalidade dessas pessoas é fugir de determinados problemas,deixando as coisas chegarem a um limite insuportável. Todos os filhos de Oxalá apresentam um

 porte majestoso ou, no mínimo, digno. Os filhos de Oxanguian, ao contrário de Oxalufan, sãomuito nervosos, chegando ao extremo da irritação, mesmo sem ser provocados. Isso geralmenteacontece quando sua própria vida não anda bem. São inquietos e arredios. Emocionalmente, sãomuito inocentes e facilmente manipulados pelo sexo oposto. Precisam de companheiras que lhes

digam o que fazer em determinadas situações da vida. São muito dependentes e carentes,exigindo muita atenção. O semblante dos filhos de Oxanguian é muito jovem, dificilmente lherevelando a idade. Quando estão felizes, são alegres e divertidos, procurando agradar a todosque o cercam. Não são nada reservados, contando fatos de sua vida e, até mesmo, algumasintimidades, para qualquer pessoa. Os filhos de Oxanguian têm muita sorte, pois dificilmentealguém não lhes estende a mão quando estão necessitados. Geralmente, possuem muita fortunae sabem o que fazer para conquistá-la. Adoram pensar e refletir bastante, antes de se arriscaremem alguma nova experiência. São excelentes estrategistas.

O Culto ao Orixá

Orixá pouco cultuado em Umbanda, no sentido de rituais e feituras, mas presente emtodas as obrigações e feituras. Orixá que veste branco é cultuado às sextas-feiras e aosdomingos (junto com Ibêjis). Sua comida mais conhecida é o Ebô, feito com canjica eenfeitado em forma de coroa com folhas de saião e dependendo da necessidade, cobertocom algodão, mel, fios de ovos e etc. Sua bebida ritualística é a água pura. Seu animal éo caramujo. Seus domínios são o céu e o universo. Sua filiação seria Olodumarê, Deussupremo. Suas saudações são Epá Babá (Oxaguiã) ou Exeuê Babá (Oxalufam).

Oxaguian

Seu lugar no Panteão dos Orixás

Oxaguian ou Oxaguiã: Divindade Yorubá, cultuado no Candomblé afro-brasileiro.Segundo a mitologia Yorubá, o universo foi criado por Olorum. Os filhos de Olorum são os Orixás, quereceberam cada qual atribuições e responsabilidades sobre a criação de seu Pai. O primeiro e mais velhosdos Orixás é Oxalá, a quem se credita a criação do Homem.Oxaguian é apontado como o aspecto jovem de Oxalá, outras vezes é apontado como filho de Oxalufã, oqual é tido como o aspecto velho de Oxalá. Oxaguian, "o moço", na sua forma "guerreira" de Oxalá,carrega uma espada, cheio de vigor e nobreza.

 Na mitologia Yorubá, os Orixás associam-se a cidades ou regiões africanas, que seriam regidas oufavorecidas por seu respectivo Orixá. Seu templo principal é em Ejigbo, onde ostenta o título de

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Eléèjìgbó, ou Rei de Ejigbo.Orixá do dinamismo e movimento construtivo, da cultura material. Seu domínio são as lutas diárias por sustento e trabalho e a paz. Oxaguian incentiva o trabalho e a superação. Oxaguian é o provedor, é oguerreiro da paz. Nunca entra numa batalha para perder, sempre ganhando suas lutas e superandoquaisquer obstáculos.É sempre retratado como um guerreiro forte, astuto e conquistador, Oxaguian rege as inovações, a busca

 pelo aprimoramento, o inconformismo. É um Orixá relacionado com o sustento do dia a dia, gostando demesa farta. Seu sustento vem do fundo da terra ou da floresta. Ele detém todas as armas e as usa paraalcançar seus objetivos, que são: dar para quem tem fome e até tomar de quem tem muito e não tem fome.

Sua comida favorita é o inhame. Sendo orixá das inovações e invenções, criou para si o pilão, de talforma que pudesse saborear seu prato favorito. Daí inclusive deriva seu nome: Oxaguian significaliteralmente “Orixá comedor de Inhame Pilado”.

Diz-se que enquanto Ogum fornece meios (ferramentas e armas) Oxaguian fornece inteligência e vontade para vencer. Representa o início de um movimento. Este orixá tem personalidade violenta e severa.É com Oxaguian que se encerra o ciclo das festas de Oxalá com a festa do Pilão de Oxaguian (ojó odo)- odia do pilão.

CaracterísticasSuas armas (Ferramentas símbolos) são: espadas (sabre), Ofá (arco e flecha), Atori (Vara), Escudo e mãode pilão (seu maior símbolo);Suas Cores: Branco e Prata;Seu dia de devoção: Sextas-feiras;Sua comida: é o inhame pilado;Seu Metal: Prata e metais brancos;Suas contas são: brancas intercaladas de azul claro;Sua festa: Pilão do Oxála (festa dos inhames novos);Seus elementos: O Ar e a Atmosfera;Saudação: Epiê bàbá!!!

Arquétipo dos filhos de Oxaguian

A liderança é uma de suas especialidades. Duas características dividem os filhos de Oxaguian: Uns sãoamigos das intrigas, são orgulhosos, se acham os melhores , são faladores. Outros são voltados para afamília, calmos e guardam segredos para si. Na verdade são duas faces de Oxaguian, numa delas estão os filhos que carregam a espada e os outros, osmais calmos carregam a mão de pilão.

Os filhos de Oxaguian são valentes, guerreiros, combativos, geniosos, intuitivos , são instáveis, têmcaráter romântico e são sensuais. Os filhos de Oxaguian não desprezam o sexo e cultivam o amor livre.Além destas características, são alegres, gostam profundamente da vida, são faladores e brincalhões. Aomesmo tempo são idealistas, defensores dos injustiçados, dos fracos e dos oprimidos.Frequentemente são Orgulhosos, sedentos de feitos gloriosos.Oxaguian é um jovem guerreiro combativo, seus filhos são habitualmente altos, esguios, eventualmenterobustos, mas não são agressivos ou brutais.

Os filhos de Oxaguian são ciumentos e detestam concorrência. São criativos, generosos, inteligentes,sábios e justos. Em seu aspecto negativo porém, são também lentos, mandões e teimosos. Nasceu dentro de uma concha de caramujo. Não tinha mãe.E quando nasceu, não tinha cabeça, por isso perambulava pelo mundo, sem sentido e sem rumo. Um diaencontrou Ori numa estrada e este lhe deu uma cabeça feita de inhame pilado. Apesar de feliz com suanova cabeça branca, ela esquentava muito, e quando esquentava Oxaguiã criava mais conflitos. E sofriamuito. Um dia encontrou a morte (iku), que lhe ofereceu uma cabeça fria. Apesar do medo que sentia, ocalor era insuportável, e ele acabou aceitando a cabeça preta que a morte lhe deu.Mas essa cabeça era dolorida e fria demais. Oxaguiã ficou triste, porque a morte com sua frieza estava otempo todo com o orixá.Então Ogum apareceu e deu sua espada para Oxaguiã, que espantou Iku. Ogum também tentou arrancar acabeça preta de cima da cabeça de branca, mas tanto apertou que as duas se fundiram e Oxaguiã ficoucom a cabeça azul, agora equilibrada e sem problemas. A partir deste dia ele e Ogum andam juntostransformando o mundo. Oxaguiã depositando o conflito de idéias e valores que mudam o mundo e Ogumfornecendo os meios para a transformação, seja a tecnologia ou a guerra.

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Batalha dos Atoris Na cidade Africana de Eleegibò até hoje por ocasião de sua festa os habitantes são divididos entre dois bairros e trocam golpes de atori (varas), relebrando o mito que diz sobre um Babalaô seu amigo que foi preso pelos guardas de Eleegibò ,por que se referiu o Rei como, Oxaguian (Orixá Comedor de Inhame)tendo sido encontrado no calabouço Oxagüian pediu-lhe perdão só aceito se os moradores da cidade

trocasse golpes de varas durante suas festas (sob pena de não haver boa colheita caso isto nãoacontecesse) .

O Castelo de OgumOxaguian, jovem filho guerreiro de Oxalá, acompanhava Ogum pela terra em suas guerras. Aproveitavade toda ocasião em que a guerra criava destruição para reconstruir no lugar algo maior e mais próspero.Assim espalhou pelo mundo prosperidade, sem descanso, obrigando todos a trabalhar e progredir. Ondevia preguiça, inspirava movimento e crescimento. Um dia, entre uma batalha e outra, Oxaguian foi àcidade de Ogun para buscar provisões e encontrou um castelo que acabava de ser construído pelo povo dolugar em oferecimento a Ogum. Oxaguian perguntou ao povo: “Que vão fazer agora que terminaram deconstruir o castelo do seu rei?” “Descansar”, eles responderam. Oxaguian retrucou: “O seu rei aindademora a voltar; vocês devem aproveitar deste tempo de maneira melhor. Construam um castelo aindamelhor e encham de alegria o seu rei.” Sacou da espado e com um toque empurrou a parede do castelo,

que ruiu todo.” Oxaguian voltou para a guerra, e o povo pôs-se a construir um castelo ainda melhor. Otempo passou e Oxaguian voltou à cidade de Ogun em busca de mais provisões. Encontrou lá um casteloainda maior e melhor do que o que tinha derrubado. Semelhante diálogo se travaou. Oxaguian perguntouao povo: “Que vão fazer agora que terminaram o castelo do seu rei?” “Vamos descansar”, elesresponderam. Oxaguian interrogou: “Mais uma vez, o seu rei demora a voltar; vocês que aproveitemainda deste tempo de maneira melhor. Construam um castelo melhor para o seu rei.” Como tinha feitoantes, sacou da espado e com um toque derrubou o castelo.” E partiu para guerra, voltando sempre em busca de novas provisões. Tantas vezes isto aconteceu que o povo do lugar se transformou em um povode grandes construtores, desenvolvendo engenharia e arquitetura soberba, reconhecida mundialmente.Oxaguian promove o progresso. Não gosta de ver ninguém parado.

Referência Bibliográfica: VERGER, Pierre; Orixás, Deuses Iorubás na Africa e no Novo Mundo; 5.ª ed;

Currupio, Salvador, 1997. VERGER, Pierre; Notas sobre o culto aos orixás e voduns; Edusp, São Paulo,1999.