A diminuição da reserva coronariana impede a melhora da função ...
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Autor(a): Jane da Silva Scaramal E-mail: [email protected]: PitangaEstabelecimento: Colégio Estadual Julia H. de Souza-EFMPDisciplina: Língua Portuguesa Ensino Fundamental ( ) Ensino Médio (X)Disciplina de Relação Interdisciplinar 1: HistóriaDisciplina de Relação Interdisciplinar 2: FilosofiaConteúdo Estruturante: Discurso – Oralidade, Leitura e Escrita
Conteúdo Específico: Produção textual
Ow, se ta aí?
Fonte: diaadiaeducacao.pr.gov.br
Quantas vezes você já fez isso? Entra no msn, vê um amigo on-line e pergunta:
“Ow, se ta aí?” É tudo que é preciso para começar a escrever, para um bate-papo.
Por que é tão fácil escrever na net e tão difícil escrever na escola?
Com a facilidade de comunicação advinda pela tecnologia, podemos nos
comunicar com pessoas de qualquer lugar do Brasil, do mundo. Já não existe distância,
basta que se esteja conectado, que se tenha acesso à internet para que a comunicação
se efetive.
A linguagem veiculada neste espaço é resumida, tem de ser rápida para dar
conta dos pensamentos, deve ser adequada à situação, nesse caso, o discurso
eletrônico.
A internet invadiu nossas vidas, tem conquistado mais e mais pessoas que
passam muito tempo conectadas, seja pela simples vontade de conversar, seja pela
própria vida agitada que impede os relacionamentos reais, como horários de trabalho
que não coincidem, excesso de carga horária para trazer um pouco mais de conforto
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em casa, mães que também tiveram que buscar seu espaço e colaborar com as
despesas da casa.
Dessa forma, utiliza-se o msn, chats para trocar idéias, para conviver com os
amigos, já que o computador favorece essa comunicação instantânea. No entanto,
percebe-se que principalmente os jovens, são fascinados pelo ORKUT, que é um
espaço onde o internauta se revela, se diz através do perfil, troca recados, faz-se
depoimentos, revelando o cuidado com o outro, é como um labirinto, podemos rever
amigos, encontrar pessoas que não vemos há muito tempo.
Observe o poema abaixo e veja se você concorda comigo:
Orkut
Escrever no orkutÉ espalhar sementes
Semeia-se depoimentos,Recados,
Colhe-se carinhoCarinhos quentes
Desses que aquecemO coração da gente.
Como é bom ser lembrado:Um recadoUm elogio
Carinho de filhoRever amigos distantes...
Amigos?Pedras preciosas
DiamantesCúmplices
IrmãosTenho medoDe solidão
A autora, 2007
1- E você, como definiria o orkut? Faça um texto em prosa ou um poema falando do que é o orkut para você.
Não é assim com você também? Deixa um recado pra alguém, ou depoimento e
fica ansioso para ver a resposta, se vai agradar, se o outro entra em contato? É como
um vício, antes de navegar na internet, de passar de um site ao outro, de uma
informação à outra, é preciso passar pelo orkut e ver se “colheu” alguma coisa, se tem
alguma coisa lá pra gente.
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Você já deve ter percebido que a gente se comunica com mais facilidade
oralmente, embora muitas vezes dizemos alguma coisa e a pessoa entende outra. Você
já se viu nessa situação? Já teve algum problema neste sentido?
Isso acontece porque sabemos que muitas vezes não podemos dizer tudo aquilo
que queremos, mas insinuamos. É o não dito que se faz presente nos diálogos, assim
como o silêncio que também fala. Sem falar na interpretação, cada um entende de um
jeito, de acordo com sua experiência, com o seu tempo, com sua leitura de mundo.
Assim, língua e história estão intrincados. Os enunciados e seus tipos são
correias de transmissão entre a história da sociedade e a história da linguagem.
Nenhum fenômeno novo (fonético, léxico, gramatical) pode integrar o sistema da língua
sem ter percorrido um complexo e longo caminho de experimentação e elaboração de
gêneros.
Falamos de acordo com o nosso tempo, com nossa ideologia, com o contexto,
sendo que as palavras não são nossas. Segundo Orlandi (2005, p. 32): “O dizer não é
propriedade particular. As palavras não são nossas. Elas significam pela história e pela
língua. O que é dito em outro lugar também significa nas “nossas” palavras. O sujeito
diz, pensa que sabe o que diz, mas não tem acesso ou controle sobre o modo pelo qual
os sentidos se constituem nele.”
Sobre a dificuldade na comunicação Marcuschi (2005, p. 124) afirma: “Veja-se
quanta confusão é gerada na comunicação diária quando temos que desdizer o que
dizem que dissemos”.
Se temos dificuldade para nos comunicarmos oralmente, imagine num texto
escrito. Isso acontece também com o discurso eletrônico, na internet, você já se viu
numa situação em que você estava procurando uma palavra adequada e ela não
vinha? E a maneira de escrever? Quantas críticas você já recebeu por escrever de
forma “diferente”, uma linguagem que não se entende?
Sabe-se que na internet, usa-se uma linguagem informal, adequada à situação,
no entanto, é preciso lembrar que é necessário dominar também a norma culta da
língua, não podemos sair por aí escrevendo como se escreve na internet, concorda?
Consideremos ainda que no Brasil escreve-se em português, língua da
civilização em Portugal e alguns países da África como Angola, Moçambique, Guiné-
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Bissau, São Tomé e Principe, Cabo Verde, Portugal, Timor-Leste, algumas regiões da
Ásia como Goa, Damão, Diu, Macau.
Como você já sabe, Portugal, país da Europa, tomou posse do Brasil no século
XVI, iniciando um processo de colonização e exploração da terra e das riquezas aqui
existentes. Primeiramente com a extração do pau-brasil, utilizando mão-de-obra
indígena, depois com a produção da cana-de-açúcar, já utilizando a mão de obra
escrava – negros arrastados e expropriados de sua pátria, a África; depois a mineração
e sucessivamente outras economias e formas de dominação.
Essa invasão tem reflexos também na língua, pois com a colonização
portuguesa, a imposição da língua portuguesa foi conseqüência natural desta
dominação. No entanto, você deve ter percebido que a língua que falamos é muito
diferente da forma como escrevemos, falamos o vernáculo brasileiro que não é falado
nem em Portugal, nem na África.
Segundo Perini (2005) o português e o vernáculo são línguas parecidas, mas
não são idênticas. O vernáculo se usa informalmente nas conversas diárias, peças de
teatro, na literatura quando transcreve a fala dos personagens; já o português é usado
em situações formais.
Embora haja um entendimento errôneo por parte de muitas pessoas, o vernáculo
brasileiro não é uma maneira errada de se falar, é uma das diferentes formas de se
expressar da língua.
É sabido que a comunicação lingüística é um processo bastante precário,
depende de muitos fatores que falham com muita freqüência, para desânimo de muitos
que ficam gemendo. Por que ele não me entendeu?
Observe este fragmento do texto retirado do jornal Gazeta do Povo:
Diálogo– Você acha que esta experiência, de morar juntos, vai dar certo?– Arrã.– Como se fôssemos casados?– Arrã.– Nós não vamos começar a nos desentender?– Ahn-ahn.–”Ahn-ahn” é “sim”?– “Ahn-ahn” é “não”. “Sim” é “arrã”.– Você não acha que...– Ahn...
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– O que quer dizer “ahn”?– “Ahn” quer dizer que eu estou aqui. Quer dizer que estou ouvindo. Quer dizer “Continue”.– Isso é língua de casado?–Arrã.
(L. F. Veríssimo – Gazeta do Povo, 11/11/07)
Gostou? Este texto traz marcas de oralidade “ahn”, “arrã”, “ahn-ahn”, você fala
assim também? Já se viu em uma situação em que não encontrava a palavra certa, e
você ficava emitindo grunhidos, ou usando expressões “tipo assim” e a coisa não saía?
Esse texto ilustra bem a dificuldade de comunicação, da falta de palavras certas,
no momento certo, para a pessoa certa. Como afirma Perini (2005, p.59): “Para se
entender uma frase simples, não basta saber português: é preciso ter informações
sobre o contexto em que a frase foi dita”. E para que tenhamos um repertório farto de
palavras é preciso leitura, muita leitura.
Agora vamos fazer uma atividade bem gostosa e relaxante.2)Vamos ouvir a música Lenha de Zeca Baleiro. Curta a melodia, preste atenção na letra e veja o que ela tem a ver com o que estamos falando.
Gostou? Observe os versos:
“Eu não sei dizerO que quer dizerO que vou dizerEu amo você”
“Eu não sei por queEu teimo em dizerQue amo vocêSe eu não sei dizerO que quer dizerO que vou dizer...”
a) Se o autor não sabe o que quer dizer o que está dizendo, por que ele insiste em dizer? Converse com seu amigo do lado a respeito. Você já viveu um momento assim com uma pessoa especial?
b) Quando você estava conversando com seu amigo, houve alguma falha na comunicação, você sentiu a falta da palavra certa para ser mais claro?
Agora compare os versos da música transcritos abaixo com o poema de Manuel Bandeira:
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“O que quer que eu digaVocê não vai entenderMas se eu digo: Venha!Você traz a lenhaPro meu fogo acender... “
Arte de amar Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma,A alma é que estraga o amor.Só em Deus ela pode encontrar satisfação.Não noutra alma.Só em Deus – ou fora do mundo.As almas são incomunicáveis. Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo. Porque os corpos se entendem, mas as almas não.
Manuel Bandeira
Com muita sensibilidade e eficiência o autor fala sobre a arte de amar. O que este
poema tem a ver com a música de Zeca Baleiro?
c)Você concorda com a afirmação em negrito? Justifique sua resposta, se possível,
com exemplos.
Vamos fazer esta atividade por escrito, assim você vai desenvolvendo sua
capacidade de argumentação e também melhorando sua produção escrita. Lembre-se
que no texto escrito você precisa ser claro, o texto é para o seu parceiro e ele tem de
entender o que você escreveu, coloque-se no lugar dele, leia como se fosse ele,
corrija seu texto antes de entregar ao colega.
d) Troquem os textos. Após ler o texto do colega, faça sugestões para torná-lo mais
claro e compreensível, veja se há algum erro ortográfico, de concordância, enfim,
melhorem o texto para posterior socialização com os demais colegas.
A revista VEJA de setembro de 2007, traz uma reportagem intitulada Riqueza da
Língua. É um texto muito interessante a respeito da importância do bom uso da língua
e sua influência na carreira profissional. Um estudo feito em 39 empresas revela que a
chance de ascensão profissional está diretamente ligada ao vocabulário que a pessoa
domina.
Segundo Garcia (1980) quem dispõe de palavras suficientes e adequadas à
expressão do pensamento de maneira clara, fiel e precisa, está em melhores condições
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de assimilar conceitos, de refletir, de escolher, de julgar, do que aquele cujo léxico é
insuficiente ou medíocre, dificultando a comunicação.
Sendo assim, vamos ler mais. A leitura possibilita a reflexão, a compreensão,
diverte. A melhora na comunicação, na ampliação do léxico e na produção escrita vem
por acréscimo.
Mas voltemos ao ORKUT que tanto encanta os internautas. Neste espaço vocês
escrevem para o colega, sem nenhuma formalidade e escrevem porque querem, sem
nenhuma restrição, sem nenhuma regra.
As atividades que faremos são muito parecidas com as do ORKUT. O que
sugerimos é que você esteja atento à língua, observe como as pessoas se comunicam
oralmente e por escrito e utilize o espaço na internet para aprimorar seu vocabulário,
melhorar sua capacidade de argumentação, que você se comunique de forma clara.
Leia o texto abaixo e veja com qual atividade do ORKUT ela se identifica :
Auto-retrato de Pablo Neruda
Pela parte que me cabe sou, ou acredito ser, duro de nariz, mínimo de olhos, escasso de cabelos na cabeça, crescente de abdômen, comprido de pernas, largo de solas, amarelo de pele, generoso de amores, impossível de cálculos, confuso de palavras, de mãos ternas, de lento caminhar, de coração inoxidável, apaixonado pelas estrelas, marés, maremotos e admirador de besouros, caminhante das areias, torpe de instituições, chileno perpetuamente, amigo de meus amigos, mudo para os inimigos, xereta entre os pássaros, mal-educado em casa, tímido nos salões, audaz na solidão, arrependido sem objeto, administrador horrível, navegante na conversa, discreto entre animais, afortunado nas nuvens, pesquisador de mercados, escuro nas bibliotecas, melancólico nas cordilheiras, incansável nos bosques, lentíssimo para responder, imaginário anos depois, vulgar o ano inteiro, resplandecente com meu caderno, de apetite monumental, tigre para dormir, sossegado na alegria, vigia do céu noturno, trabalhador invisível, persistente desordeiro, valente por necessidade, covarde sem pecado, sonolento por vocação, amável com as mulheres, ativo por sofrimento, poeta por maldição e doido varrido.
E então? Identificou? Fácil, não é? Pablo Neruda fez o seu Perfil. Sabia que
nos revelamos quando fazemos nosso perfil? Nossos textos revelam nossa ideologia,
nossa maneira de pensar, de ser... Mas seja sincero, sem máscaras, revele o que você
é e não o que gostariam que você fosse, não se preocupe com o olhar do outro.
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Fantasiar, querer se mostrar diferente é pura hipocrisia, a qualquer momento se
pode ser surpreendido num papel diferente do que aquele que se escolheu. Faça um
texto sem disfarces, a simplicidade de um caráter é uma grande virtude.
3) Agora é com você! Elabore seu perfil, fale de você, das suas preferências,
se quiser fale do que você não gosta também. Perfil é o texto que “retrata” você para
que todos do ORKUT vejam. Só uma observação, agora a situação é outra, estamos
na escola. Assim, produza um texto utilizando a norma culta, nada de abreviações,
use acentos, pontuação e escreva de forma clara, de fácil entendimento. Como você
já sabe, leia seu texto, corrija, troque com um colega antes de reescrever novamente.
Estes textos farão parte de um livro que publicaremos no final do ano. Capriche! Mãos
à obra.
Quando fazemos nosso perfil, estamos também revelando nossa identidade.
Segundo os estudos de Orlandi: “A identidade é um movimento na história; ao se
significar, o sujeito se significa; identidade não se aprende, mas refere, isso sim, a
posições que se constituem em processos de memória afetados pelo inconsciente e
pela ideologia”. (ORLANDI, Eni. Apud SIGNORINI, Inês, 1998, p.204)
Dessa forma, a identidade não é sempre a mesma, ela muda, se transforma.
Assim como a língua, a identidade também se constrói, é um movimento na história.
Hoje penso diferente da forma que pensava há dez anos atrás, assim como termos da
língua utilizados hoje são diferentes dos daquele tempo.
Uma outra atividade do ORKUT são os depoimentos, que são textos carregados
de sentimentos, textos oferecidos a alguém em especial. É uma atividade interessante
porque é carregada de carinho, de cuidado, tem a intenção de agradar o outro, é como
um presente.
Muitos fazem textos poéticos, revelam sentimentos. E como fazemos isso?
Pensamos em quem vai receber o texto, o que ele gostaria de ouvir, antecipamos suas
emoções. Fazemos isso pensando, pensando...filosofando.
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4) Você sabe o que é Filosofia? Já estudou sobre isso? Faça uma pesquisa sobre o
assunto. Uma sugestão, leia o livro O Mundo de Sofia de Jostein Gaarder, ele vai
ajudar você, é um livro interessante e delicioso, é o romance da história da Filosofia.
Se você leu a respeito percebeu que a Filosofia procura alcançar o significado do
homem e sua relação com o Cosmo, usando o pensamento como instrumento de
trabalho. A Filosofia nos instiga a pensar, a questionar as coisas, por que são assim e
não de outro jeito. Esse é o objetivo da filosofia, fazer pensar, não dar respostas, mas
deixar a dúvida, o anseio, a busca.
Segundo Gaarder (1995), um dos antigos filósofos gregos, Platão, acreditava
que a filosofia era fruto da capacidade do homem de se admirar com as coisas. De
encantar-se. Ele achava que a vida era tão singular, tão importante que as perguntas
filosóficas surgem espontaneamente. Para ele, não devemos passar pela vida
simplesmente, mas observar tudo o que nos cerca, tentar entender o mundo, as
pessoas e não nos “acostumarmos” com tudo. Se agirmos assim, estaremos perdendo
a capacidade de pensar, de questionar, de se admirar.
Pesquise mais sobre Filosofia, sobre os estudos de Platão e traga sua contribuição
para a sala de aula.
É possível se encantar com os amigos, se revelar a eles, sem disfarces. Uma
amizade verdadeira contribui para uma vida feliz.
Outra atividade interessante do ORKUT são os depoimentos feitos aos amigos,
faz-nos pensar, escolher as palavras, as expressões, pensar no que o outro iria gostar
de ouvir, ser sincero. Vejamos um fragmento de um texto do poeta Vinícius de Moraes:
Fonte: diaadiaeducacao.pr.gov.br
Amigos“Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.”(...)E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências...A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem.Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida.Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes
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dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar.Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos. Mas é delicioso Ffoque eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure”.
Vinícius de Moraes
Você já fez muitos depoimentos no ORKUT? Como você já sabe, os depoimentos são
carregados de emoções, de carinhos, seus depoimentos são assim? Você já ofereceu
um poema a alguém?
5-Vamos fazer uma atividade interessante.
a) Escolha uma pessoa de sua sala de aula, seu amigo favorito. Pense nesse seu
amigo, na sua relação com ele, no que ele gostaria de ouvir de você. Escreva um
texto falando desse seu amigo e da importância dele na sua vida. Vamos usar a
norma padrão..
Após escrever, leia o texto fazendo de conta que é seu amigo, veja se o texto ficou
claro, corrija, melhore, lapide seu texto. Passe a limpo, consiga uma foto de vocês
juntos, cole no seu texto e ofereça ao seu amigo como um carinho.
b) Você que recebeu o texto, agora fará um texto de agradecimento, falando da
amizade de vocês. Se quiser, pode ser em forma de poesia. É bom dizer às pessoas
que gostamos o quanto elas são especiais para nós. Revise o texto, passe a limpo,
cole uma foto de vocês dois juntos e ofereça ao seu amigo.
Foi boa a experiência de trocar os textos? Com certeza foi um momento
especial, um momento de encantar-se com coisas como amizade verdadeira,
cumplicidade. Agora, observe este recado do orkut:
Oii migaaaaaanossaaaa tbem to saudadeeecapais que foi no babado,, eu naum pude ir,, fui no HUGO PENA aki,, realizei meu sonho,, ate na mao dele peguei,, huahauhauhauhauahuahuahavenha logo pra caaa frooobjuss se cuideee,,, fika com Deussss
Fonte da imagem: “diaadiaeducacao”
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Nesse recado vemos o cuidado com a amiga, mas também fica claro que a
internauta conta um acontecimento, neste caso a ida ao show do Hugo Pena e faz isso
usando o internetês, linguagem adaptada à internet.
Na nossa vida, no orkut, no msn nós contamos fatos do dia-a-dia, coisas que nos
aconteceram. Podemos contar esses fatos com um tom de humor, um tom poético,
fazendo de um simples acontecimento, um texto interessante e gostoso de se ler.
Você deve ter percebido do que estamos falando. Se você falou crônica, acertou.
E você sabe como surgiu a crônica? Leia o texto abaixo para se informar:
Como surgiu a crônica
Há um meio certo de começar a crônica por uma trivialidade. É dizer: Que calor! Que desenfreado calor! Diz-se isto, agitando as pontas do lenço, bufando como um touro, ou simplesmente sacudindo a sobrecasaca. Resvala-se do calor aos fenômenos atmosféricos, fazem-se algumas conjeturas acerca do sol e da lua, outras sobre a febre amarela, manda-se um suspiro a Petrópolis, e la glacê est rompue (em francês, “quebrou-se o gelo”), está começada a crônica.
(...) Não posso dizer positivamente em que ano nasceu a crônica; mas há toda a probabilidade de crer que foi coetânea das primeiras duas vizinhas. Essas vizinhas, entre o jantar e a merenda, sentaram-se à porta, para debicar os sucessos do dia. Provavelmente começaram a lastimar-se do calor. Uma dizia que não pudera comer ao jantar, outra que tinha a camisa mais ensopada do que as ervas que comera. Passar das ervas às plantações do morador fronteiro, e logo às tropelias amatórias do dito morador, e ao resto, era a coisa mais fácil, natural e possível do mundo. Eis a origem da crônica.
Machado de Assis (1877) apud PRIETO, Heloisa. Do conto à crônica / Machado de Assis... (et al). São Paulo: Salamandra, 2003. – (Coleção Literatura em minha casa; v.2 Crônica e Conto)
Agora vamos fazer uma outra atividade.
6) Pesquise e traga uma crônica que você gostou e traga para a sala. Faremos um varal de crônicas.
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a) Façam grupos de 4 pessoas. Escolham uma crônica que gostaram e façam uma apresentação da mesma, pode ser uma encenação, pode ser em power point, ou ainda se caracterizar dos personagens e narrar a crônica.
b) Agora que você já leu várias crônicas, que observou as características deste gênero, imagine que você e seu amigo estão conectados, numa noite de calor, de muito calor... Você pensa numa coisa que lhe aconteceu e que seu amigo precisa saber. No orkut, você contaria de forma bem resumida, mas você vai fazer uma crônica. Faça um texto criativo, gostoso de se ler, pode conter um tom de humor se você quiser. Use toda sua criatividade, ilustre seu texto. Após escrever, troque o texto com um colega e façam a reestruturação do texto. Caprichem.
Estes textos farão parte de um livro de crônicas da turma.
Fonte: diaadiaeducacao.pr.gov.br
Como você pode observar, as atividades propostas foram similares às que vocês
fazem freqüentemente no orkut. Nosso objetivo foi justamente trabalhar a produção
textual, o uso da norma culta, já que a norma padrão é exigida em situações formais e a
escola é o espaço para sua aquisição.
Quanto à dificuldade de se expressar, à falta de palavras certas na hora certa, a
leitura poderá nos auxiliar. A leitura nos leva a um mundo imaginário, nos permite
vivenciar situações sem tê-las experimentado, assim nos permite evitar situações
constrangedoras e impensadas.
Finalmente, com relação ao orkut, sugerimos que você conviva mesmo com seus
amigos, que se comunique, mas que fique atento ao código, à situação, à linguagem
que você vai usar, no orkut é uma situação informal, mas outras situações requerem
uma linguagem mais apurada, afinal, a linguagem é como uma roupa, temos que saber
o local adequado para cada traje.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BALEIRO, Zeca. Letra da música “Lenha” Disponível em <http://www.zap-letras.com/letra/131048/> Acesso em janeiro/2008
BANDEIRA, Manuel. Arte de amar. Disponível em http://www.casadobruxo.com.br/poesia/m/arte.htm, Acesso em março/2008
GAARDER, Jostein. O mundo de Sofia : romance da história da filosofia. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
GARCIA, Othon Moacir. Comunicação m prosa moderna. Rio de Janeiro, FGV, 1980.
MARCUSCHI, Luiz Antonio. Da fala para a escrita. São Paulo: Cortez, 2005.
MORAES, Vinícius. Amigos. Disponível em http://www.npd.ufes.br/textos/texto4.htm Acesso em março/2008
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NERUDA, Pablo. Auto-retrato. Disponível em http://www.cordal.cl/nosnochile/PabloNeruda.htm Acesso em março/2008
ORLANDI, ENI P. Análise do Discurso. Princípios & Procedimentos. Campinas, Pontes, 2005.
PERINI, Mario A. Sofrendo a gramática. São Paulo: Ática, 2005.
Signorini, Inês (org.) Lingua (gem) e Identidade: elementos para uma discussão no campo aplicado. Campinas, SP: Mercado de Letras, São Paulo: FAPESP, 1998.
PRIETO, Heloisa. Do conto à crônica. Machado de Assis ... (et al). São Paulo: Salamandra, 2003. – (Coleção Literatura em minha casa; v.2 Crônica e Conto)
VERÍSSIMO, Luiz Fernando. Diálogo. Gazeta do Povo, 11/11/07
Filosofia, Religiões e Ciência (Abril de 2004) http://www.agenitaameno.slg.br/artigosresult.asp?cod=11
PARECER DE COLABORADORES: HISTÓRIA, FILOSOFIA E LÍNGUA PORTUGUESA
DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA ENSINO MÉDIOCONTEÚDO ESTRUTURANTE: DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL (ORALIDADE, LEITURA E ESCRITA)FOLHAS: “PRODUÇÃO TEXTUAL”PROFESSORA : JANE DA SILVA SCARAMAL
A presente produção pedagógica atende ao formato Folhas e proporcionará uma grande
contribuição a prática docente, na disciplina de Língua Portuguesa.
O problema proposto é mobilizador, pois faz parte da realidade e do interesse dos alunos, já
que a comunicação na atualidade utiliza fortemente a tecnologia. Quando temos contato com os
meios tecnológicos e aprendemos a operar esse recurso, nos apaixonamos e não conseguimos parar
de teclar.
O desenvolvimento ocorre tranqüilamente, desenrolando o conteúdo proposto
(Discurso:oralidade, leitura e escrita), continua mobilizando o aluno e instigando o pensar. As
atividades permeiam todo o trabalho.
Quanto ao desenvolvimento interdisciplinar com História, sugere-se ampliar a discussão,
apresentando alguns dados históricos dos primeiros contatos entre Portugal e Brasil. Indico a
inclusão do parágrafo abaixo na página 4:
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“Portugal, país da Europa, tomou posse do Brasil no século XVI, iniciando um processo de
colonização e exploração da terra e das riquezas aqui existentes. Primeiramente com a extração do
pau-brasil, utilizando mão de obra indígena, depois com a produção da cana-de-açúcar, já
utilizando a mão de obra escrava – negros arrastados e expropriados de sua pátria, a África; depois
a mineração e sucessivamente outras economias e formas de dominação”
Com relação à disciplina de Filosofia percebe-se que o assunto tratado é interessante e está
concatenado com o Folhas como um todo. Sugere-se um questionamento e pesquisa dos alunos
com referência ao filósofo grego que acreditava que a filosofia era fruto da capacidade de o homem
se admirar com as coisas.
Finalizando, com relação à Língua Portuguesa ressalte-se a originalidade e a atualidade de
sua abordagem relacionando a produção escrita em sala de aula com as práticas de linguagem
produzidas em meio ao fenômeno Orkut. Buscando produzir um espaço em que a escrita tenha uma
função social destacada e com sentido ao aluno, produtor de textos.
Em relação à área de atuação da professora, o estudo, ao enfocar a produção escrita na
Língua Portuguesa, partindo de uma atividade que os alunos gostam, poderá despertar o gosto pela
escrita, trabalhar a norma padrão e posteriormente, como é sua intenção, publicar os textos dos
alunos, que passarão de produtores à autores.
Percebe-se ainda que o Folhas proporcionará atividades de leitura, oralidade e produção
escrita como preconiza as Diretrizes Curriculares. É uma proposta inovadora de transposição de
prática de linguagem na/da interação virtual, para atividades de produção escrita em Língua
Portuguesa, em contexto escolar-formal.
Sendo assim, consideramos relevante o Folhas proposto pela professora Jane considerando
o fato de a abordagem do mesmo tirar proveito deste novo tipo de comunicação produzida no
ciberespaço que tanto encanta os jovens e ao mesmo tempo revela a preocupação com a norma
culta, com atividades de produção de escrita em sala de aula.
Pitanga, 12 de junho de 2008.
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JOSÉ AMILTON DA SILVA- 4.333.796-3
FILOSOFIA
NATÁLIA TOMEN ZESCHOTKO- 5.106.296-5
HISTÓRIA
ELIZABETE MENDES - 4.050.324-2
LÍNGUA PORTUGUESA
Observação:A foto da página 11 foi produzida pela autora. As autorizações para publicação
foram enviadas juntamente com o Folhas e o Parecer do Validador para a Coordenação do PDE
CONTRATO DE CESSÃO DE DIREITOS AUTORAIS
Pelo presente instrumento particular, de um lado Maria de Lourdes Gonçalves Sebrenski, brasileira, viúva, professora, CPF nº 900.663.329-15, Cédula de Identidade RG nº 1.336.816, residente e domiciliado à Rua Duque de Caxias, 310, na cidade de Pitanga, Estado do Paraná, denominado CEDENTE, de outro lado a Secretaria de Estado da Educação do Paraná, com sede na Avenida Água Verde, nº 2140, Vila Izabel, na cidade de Curitiba, Estado do Paraná, inscrita no CNPJ sob nº 76.416.965/0001-21, neste ato representada por seu titular MAURÍCIO REQUIÃO DE MELLO E SILVA, brasileiro, portador do CPF/MF nº XXX.XXX.XXX-XX, ou, no seu impedimento, pelo seu representante legal, doravante denominada simplesmente SEED, denominada CESSIONÁRIA, têm entre si, como justo e contratado, na melhor forma de direito, o seguinte:
Cláusula 1ª – O CEDENTE, titular dos direitos autorais da fotografia “duas vizinhas conversando”, cede à CESSIONÁRIA, o direito de edição, reprodução, impressão, publicação e distribuição para fins específicos, educativos, técnicos e culturais, nos termos da Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998 - sem que isso implique em quaisquer ônus à CESSIONÁRIA.
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Cláusula 3ª – Com relação a mídias impressas, a CESSIONÁRIA fica autorizada pelo CEDENTE a publicar em tantas edições quantas se fizerem necessárias em qualquer número de exemplares, bem como a distribuir gratuitamente essas edições.
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Cláusula 4ª - Com relação à publicação em meio digital, a CESSIONÁRIA fica autorizada pelo CEDENTE a publicar a fotografia em tantas cópias quantas se fizerem necessárias, bem como a reproduzir e distribuir gratuitamente essas cópias.
Cláusula 5ª - Com relação à publicação em meio audiovisual, a CESSIONÁRIA fica autorizada pelo CEDENTE a publicar a fotografia tantas vezes quantas se fizerem necessárias, seja em canais de rádio, televisão ou web.
Cláusula 6ª - Com relação à publicação na web, a CESSIONÁRIA fica autorizada pelo CEDENTE a publicar a fotografia tantas vezes quantas se fizerem necessárias, em arquivo para impressão, em audiovisual e em página web.
Cláusula 7ª – O presente instrumento vigorará pelo prazo de 05 (cinco) anos contados da data de sua assinatura, ficando automaticamente renovado por igual período, salvo denúncia de quaisquer das partes, até 12 (doze) meses antes do seu vencimento.
Cláusula 8ª – O CEDENTE se compromete a comunicar à CESSIONÁRIA as alterações substanciais que fizer na obra no prazo de 30 dias, ficando resguardado para a CESSIONÁRIA o direito de uso da obra original pelo prazo de 5 anos.
Cláusula 9ª – As partes poderão renunciar ao presente contrato nos casos em que as suas cláusulas não forem cumpridas, ensejando o direito de indenização pela parte prejudicada.
Cláusula 10ª – A CESSIONÁRIA garante a indicação de autoria em todas as publicações em que a(o) (ilustração / fotografia / filme / painel / pintura / obra / discurso / palestra /melodia / outros arquivos de áudio) for veiculada.
Cláusula 11ª – O CEDENTE poderá publicar a fotografia em outra(s) obra(s) e meio(s).
Cláusula 12ª – O CEDENTE declara que a fotografia em pauta é de sua exclusiva autoria com o que se responsabiliza por eventuais questionamentos judiciais ou extrajudiciais em decorrência de sua divulgação.
Cláusula 13ª – Fica eleito o foro de Curitiba, Paraná, para dirimir quaisquer dúvidas relativas ao cumprimento do presente contrato.
E por estarem em pleno acordo com o disposto neste instrumento particular a CESSIONÁRIA e o CEDENTE assinam o presente contrato.
Curitiba, 25 de março de 2008.
______________________________________CEDENTE
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