OUTUBRO Web 3 - Museu do Judiciário...
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suas grandiosas e dramáticas esculturas, que ele apenas
retirava o excesso da pedra, libertando a forma que já
estava adormecida no mármore. Lapidar, a exemplo de
esculpir, é enxergar arte onde, de início, há apenas um
fragmento de rocha bruta; é, portanto, transformar. Um
projeto na Comarca de Governador Valadares aposta na
ideia de que essa transformação transcende o objeto,
atingindo em cheio, também, o sujeito que se debruça
sobre a pedra. Assim surgiu o “Lapidar-se: toda vida
é preciosa”, projeto que está mudando a vida de 12
sentenciados que cumprem pena no presídio local. Por
meio da iniciativa, lapidam-se turmalinas e vidas.
Páginas 4, 5 e 6
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Tribunal de Justiça de Minas Gerais
Presidente:
Desembargador Herbert José Almeida Carneiro
1º Vice-Presidente:
Desembargador Geraldo Augusto de Almeida
2º Vice-Presidente:
Desembargador Wagner Wilson Ferreira
3º Vice-Presidente:
Desembargador Saulo Versiani Penna
Corregedor-Geral:
Desembargador André Leite Praça
Vice Corregedora-Geral de Justiça
Desembargadora Mariângela Meyer Pires Faleiro
Ouvidor
Desembargador Moacyr Lobato
Expediente
Assessor de Comunicação Institucional:
Bruno Costa
Gerente de Imprensa:
Daniela Lima
Coordenadora de Imprensa:
Manuela Ribeiro
Editores:
Daniele Hostalácio e Lucas Loyola
Revisora:
Patrícia Limongi
Cristina Baía Marinho
Fotolito e Impressão:
Ascom TJMG:
Avenida Afonso Pena, 4.001 - 13º andar - Serra,
Belo Horizonte/MG
CEP 30.130-008
Tel.: (31) 3306-3920
E-mail: [email protected]
Ascom TJMG/Unidade Raja Gabaglia:
(31) 3299-4622
Ascom Fórum BH:
(31) 3330-2123
Tiragem:
2.100 exemplares
Portal TJMG:
www.tjmg.jus.br
EDITORIAL
Desde 3 de outubro, o PJe é padrão de movimentação processual nas Comarcas de Passos, São Sebastião do Paraíso, Alfenas e Muriaé. As equipes de suporte permanecem nessas comarcas até 28 de outubro. Em novem-bro, o sistema será implantado em Ituiutaba, Frutal, Patrocínio e Araxá.
Foi alterado o telefone do suporte interno ao PJe e dos demais serviços de informática. Os usuários das comarcas com DDDs 31, 32 e 34 já utilizam o novo número, (31) 3237-7060, que estará disponível para as demais comarcas a partir de 17 de outubro.
Haverá um período de transição. De 1º a 16 de outubro, as comarcas com DDDs 33, 35, 37 e 38 ainda podem usar o 0800-777-8564.
Para o suporte externo ao PJe, na capital e na Região Metropolitana, os usuários devem solicitar informações pelo telefone 4020-7560. No interior, o número será 0800-276-7060. Esse novo procedimento vale para a capital e a Região Metropolitana desde 3 de outubro e será adotado no interior do estado a partir de 17 de outubro.
Trabalho Solidário Remoto
De 3 a 14 de outubro, dois servidores selecionados das Comarcas de Itanhomi, Montalvânia, Natércia, Rio Vermelho e Tiros participam de capacitação para integrar o projeto-piloto Trabalho Solidário Remoto (TSR), fase II. Com a expansão, irão receber cooperação a 2ª Vara Cível de Vespasiano, a 15ª Vara Cível, a 28ª Vara Cível e a Vara de Precatórios de Belo Horizonte, a 1ª Vara Cível de Ibirité e a 4ª Vara Cível de Contagem.
Expansão 2016
02 OUTUBRO/2016
A artista plástica e joalheira Maria Lúcia Barbosa
recorre a uma metáfora para explicar a dimensão do
trabalho que realiza com 12 sentenciados que cumprem
pena na Penitenciária Francisco Floriano de Paula, lo-
calizada a cerca de 8km do Fórum de Governador Va-
ladares. A imagem é a de uma concha de ostra que, se
for atingida por um cisco, sofrer uma trinca ou qualquer
outra injúria, reage dando origem a uma pérola.
Assim, compara ela, pode ser a manifestação do ser
humano diante de uma dor, e é essa também a reação que
ela espera testemunhar junto ao grupo de sentenciados
que participam do projeto “Lapidar-se: toda vida é precio-
sa”, tema da matéria de capa desta edição. “Assim como a
ostra, eles podem transformar esse processo doloroso do
cárcere em algo tão belo como a pérola”, declara.
O instrumento de transformação, por meio do qual
se busca a ressocialização dos presos, é a lapidação.
Uma parceria entre o Governo de Minas e a iniciativa
privada está permitindo ao grupo de detentos o apren-
dizado de um novo ofício: lapidar turmalinas brutas para
que se tornem joias. A iniciativa tem o apoio do Poder
Judiciário mineiro, em seu compromisso de humanizar o
cumprimento das penas restritivas de liberdade.
O entrevistado desta edição é o desembargador
Saulo Versiani Penna, 3º vice-presidente do Tribunal
de Justiça de Minas Gerais (TJMG). O magistrado está
à frente do braço do Tribunal mineiro responsável por
disseminar a cultura da mediação e da conciliação na
sociedade, o que tem sido feito, sobretudo, por meio da
instalação de unidades do Centro Judiciário de Solução
-
cas de Minas.
Esta edição traz ainda uma matéria sobre a Rádio
TJ Minas, que entra em uma nova fase e estará dis-
ponível aos ouvintes não mais apenas na Rede TJMG
mas também na internet. Com uma programação musi-
com fontes do Tribunal mineiro e notícias nacionais e
internacionais, a rádio é mais um importante canal de
comunicação do Judiciário mineiro com seus diversos
públicos.
A Primeira Noite de um Homem, lançado em
resenha do juiz Magid Nauef Láuar sobre a comédia ro-
mântica, dirigida por Mike Nichols e estrelada por Dustin
Hoffman. Na mesma página, aprecie foto de um pôr do sol
visto das margens do lendário Rio Ganges, na Índia.
Boa leitura!
COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL
03OUTUBRO/2016
Wilson Menezes
A internet é hoje uma realidade consolidada.
As plataformas virtuais de comunicação, Facebook,
Twitter, Instagram, webradio, entre tantas, intera-
gem o tempo todo na chamada convergência de mí-
dias. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG)
tem buscado se inserir nesse ambiente cibernético
meta: a Rádio TJ Minas, antes acessada apenas
pela Rede TJMG, conectou-se à internet.
A rádio virtual já possui aplicativos nas plata-
formas Android e iOS e está na página www.radio-
tjminas.com.br. Mas vai além. A Rádio TJ Minas já
-
cebook e no Twitter para divulgação de conteúdos.
do Tribunal permanece, além da divulgação das
principais informações que repercutem no Brasil e
no mundo. A programação musical circula por vários
estilos, levando em conta o bom gosto médio, o que
Os webouvintes já participam encaminhando
mensagens diariamente. Há inúmeros pedidos de
músicas, que em grande parte são atendidos, co-
mentários sobre a programação musical e até re-
cados entre colegas de trabalho. Para consolidar a
convergência de mídias, uma nova ferramenta em
breve poderá ser utilizada pelo público: arquivos de
áudio via Whatsapp, com comentários e pedidos de
música que serão incorporados à programação.
A produção do conteúdo está sob a respon-
sabilidade da Assessoria de Comunicação Institu-
cional (Ascom) do TJMG. O assessor Bruno Costa
avalia que a tecnologia de rádio online representa
um avanço em termos de comunicação corporativa.
“É um dispositivo ágil e sustentável, pois a informa-
ção consegue ir além das nossas 296 comarcas,
sem consumo de material, sem restrições geográ-
-
cance, não temos limite quando levamos a comu-
nicação para o ambiente da web e dos aparelhos
celulares”, observa.
Ambiente de trabalho
Bruno Costa explica que a iniciativa de trazer
essa tecnologia para o TJMG foi da servidora Le-
tícia Lima, que o antecedeu na direção da Ascom.
“Participei da implantação da Rádio TJ Minas e
sempre acreditei que era uma proposta simpática,
pois, além de levar informação, propicia uma me-
lhora em nosso ambiente de trabalho. Às vezes nos
percebemos pensando na vida em termos de músi-
ca: todas as pessoas têm uma letra preferida que
remete a algo que as marcou. Se essa sensibilidade
nos ajuda a comunicar, já vale nosso investimento”,
declara.
É a mesma linha de pensamento adotada pelo
juiz auxiliar da Presidência Antônio Carlos Parreira,
para quem a Rádio TJ Minas cumpre o papel de in-
tegrar e melhorar a rotina de trabalho de magistra-
dos e servidores com informações institucionais re-
levantes e com programação musical de qualidade.
Entre as postagens na página inicial da
Rádio TJ Minas, o servidor Talles Augusto, da
Coordenação de Desenvolvimento e Manutenção
de Sistemas Administrativos (Cosad), escreveu:
“Plantão de sábado ao som da rádio TJMG... Se-
leção Show!!! Satisfação pegar um Pink Floyd pra
começar. Legendary!!!”
Música e informação em sintonia com você
Acesse www.radiotjminas.com.br
ou baixe o aplicativo e ouça a Rádio TJ Minas
em seu celular, tablet ou notebook.
Os aplicativos já estão disponíveis nas plataformas
Android IOS
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Um projeto inédito e inusitado, na Comar-
ca de Governador Valadares, tem transformado
a vida não só dos sentenciados mas de todos os
envolvidos na ressocialização deles. Iniciado em
junho deste ano, o projeto “Lapidar-se – toda vida
cumprem pena na Penitenciária Francisco Floriano
de Paula, localizada a cerca de 8km do Fórum de
Governador Valadares.
O projeto foi idealizado pelo grupo empresarial
Nevestones em parceria com a Faculdade de Direito
da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG),
por meio do programa de extensão “Execução Pe-
nal: a reinserção social do apenado como respon-
sabilidade de todos”. O Lapidar-se conta ainda com
o apoio do Conselho de Criminologia e Política Cri-
minal do Estado de Minas Gerais (CCPC-MG) e do
Instituto dos Advogados de Minas Gerais (Iamg).
Por consistir em mais uma alternativa peda-
gógica aplicada na penitenciária, na busca pela
ressocialização dos presos, o projeto contou em
seu lançamento com a presença do desembargador
Alexandre Victor de Carvalho, natural de Governa-
dor Valadares e presidente do CCPC, e do juiz auxi-
liar da Presidência Thiago Colnago, que foi o titular
do semestre passado.
A penitenciária oferece outras atividades la-
borativas e pedagógicas aos presos, mas, apesar
de atender a um grupo pequeno, o Lapidar-se é a
iniciativa que mais faz brilhar os olhos de todos os
envolvidos na recuperação dos sentenciados – do
ao sócio-proprietário da Nevestones.
O juiz Thiago Colnago autorizou o convênio
com a empresa Nevestones e a execução do projeto
nas dependências da penitenciária, tendo também
participado da seleção dos primeiros participantes.
Ele acredita que o projeto é fundamental para a res-
socialização e a reinserção do sentenciado na socie-
dade, além de permitir a remição da pena.
Para a Comarca de Governador Valadares, o
projeto apresenta ainda um importante diferencial:
forma mão de obra especializada em um ramo de
atividade econômica importante na região, que é a
mineração de pedras preciosas. O magistrado des-
tacou que entre os selecionados há quem já foi ga-
-
tiva da mineração.
Arte e vida
As turmalinas utilizadas no curso são extraídas
pela Nevestones da Mina do Cruzeiro, em Gover-
nador Valadares, a maior extração de turmalinas do
mundo, atualmente. As pedras utilizadas têm menor
valor comercial no mercado convencional, por con-
ter maior número de impurezas ou algum “defeito”
natural. Mas Douglas Neves, sócio-proprietário da
Nevestones, explica que a artista plástica e joalheira
Maria Lúcia Barbosa, convidada para ser a consul-
tora artística do projeto, aplica à matéria-prima um
novo conceito de joalheria, que explora e valoriza as
imperfeições naturais das pedras.
Joubert Oliveira
04 OUTUBRO/2016
O sentenciado Rildo Andrade, com a primeira peça que lapidou: “Dona Maria Lúcia me mostrou que a rachadura tornou-a única”
EXECUÇÃO PENAL
No primeiro contato que teve com os 12 se-
lecionados pela direção para fazer o curso de la-
pidação, Maria Lúcia levou uma concha de ostra
com uma pérola ainda em formação. Ela explicou a
eles que, quando a concha da ostra é atingida por
um cisco, sofre uma trinca ou qualquer outra injúria,
como consequência ela reage e dá origem à pérola.
“A reação àquela dor é que forma a bela pé-
rola. Assim como a ostra, eles podem transformar
esse processo doloroso do cárcere em algo tão belo
esse exemplo, inspirar os sentenciados a traçar
uma nova trajetória de vida a partir das atividades
desenvolvidas na penitenciária.
O entusiasmo com os alunos se revela quan-
do ela descreve os progressos que eles alcançaram
com a lapidação das turmalinas brutas fornecidas
pela Nevestones, em tão pouco tempo de curso.
“São mentes extremamente férteis, um terreno
pronto para plantar”, sublinha a artista, que tem
olhos verdes como as turmalinas que manipula, elo-
giando as peças que já foram criadas pelos alunos.
Para inspirá-los, ela não poupa estratégias e dedi-
cação. Traz livros de arte e lapidação, incentiva-os
a desenhar ouvindo música, a dar liberdade à criati-
vidade e a olhar para a pedra bruta e imaginar que
peça ela poderá se tornar.
Rildo Pereira Andrade é um dos sentenciados
que tem aprendido as lições de Maria Lúcia, sobre
a arte e a vida, e comemora o fato de, entre 1.300
pessoas, compor o seleto grupo “escolhido” para a
atividade, que representa menos de 1% dos presos.
-
pois que cumprir a pena.
Com os olhos marejados, Rildo elege, no con-
junto das peças já lapidadas desde o início do cur-
so, uma elaborada com um par de pedras negras.
Foi a primeira que ele lapidou. Ele conta que pensou
que a havia destruído durante o processo de lapida-
ção – a pedra partiu-se, e ele lamentou ter perdido o
trabalho. “Mas a dona Maria Lúcia me mostrou que
a rachadura tornou aquela peça única, que não ha-
veria outra no mundo como aquela”, lembrou. Com
um olhar novo sobre o objeto, ele a transformou em
um broche.
Todos falam com emoção sobre o projeto,
que mal ultrapassa três meses de atividades e pre-
vê formar a primeira turma em dezembro de 2016,
com uma exposição de trabalhos produzidos pelos
alunos. O valor arrecadado com a venda das peças
será revertido para os familiares dos presos.
Maria Lúcia Barbosa é apontada como a
revelando talentosos lapidários. Para o diretor da
penitenciária, Wander Barros de Paula, mesmo es-
tando ainda no início das atividades, o projeto já é
considerado um sucesso, principalmente pela trans-
formação que promoveu nos alunos.
Wander destaca a personalidade ímpar de
Maria Lúcia, com seu jeito poético de ver a vida e
de valorizar o ser humano. Natural de Campos do
Goytacazes, no Rio de Janeiro, onde foi criada “na
planície e no vento”, como gosta de dizer, a artista
conta que os encantos da terra moldaram seu jeito
de ser: “É o vento que me leva”.
O agente penitenciário Juracy é encarregado
de monitorar as atividades e garantir a segurança
de Maria Lúcia e de dois instrutores do curso de
lapidação, o que realiza com “discrição e carinho”,
aponta Maria Lúcia, agradecida, mirando com ter-
nura o agente. Ele é um dos que reconhece a per-
sonalidade da professora como a principal razão da
transformação já percebida nos 12 alunos e retribui:
O fundamento do projeto é incentivar o trabalho criativo dos presos, pois no mercado da lapidação há uma padronização estética das pedras. A criatividade pode dar valor artístico às peças
A artista Maria Lúcia Barbosa, que conduz os sentenciados pelos caminhos da lapidação, com lições sobre arte e vida
05OUTUBRO/2016
À matéria-prima é aplicado um novo conceito de joalheria, que explora e valoriza as imperfeições naturais das pedras; as peças são únicas
EXECUÇÃO PENAL
Foto
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“Aprendi com você, Dona Maria Lúcia. Aliás, apren-
do todo dia algo mais”.
Responsabilidade social
A ideia para a criação do curso de lapidação
na penitenciária de Governador Valadares teve seu
embrião quando o sócio-proprietário da Nevesto-
nes, Douglas Neves, foi conhecer uma penitenciária
de parceria público-privada com a proposta de rece-
ber mão de obra barata em troca de matéria-prima e
treinamento para os presos, que teriam então mais
uma atividade laborativa oferecida por aquele esta-
belecimento.
Mas, se em termos comerciais a oferta era
muito boa, incomodou o empresário o desequilíbrio
de benefícios que aquela modalidade de parceria
geraria para a empresa e para os presos. Pensando
que poderia contribuir mais para a ressocialização
daqueles que cumpriam pena na região em que
mantém a mina, ele estreitou o contato com o pro-
fessor de direito penal da UFMG Felipe Martins Pin-
to e a direção da Penitenciária Francisco Floriano
de Paula.
Como o projeto exigia os conhecimentos es-
uma personalidade sensível às questões dos pre-
sos, ele se lembrou de uma amiga da família, Maria
Lúcia Barbosa, que se formou na primeira turma da
escola mineira de joalheria. Douglas se recordou de
com responsabilidade socioambiental, quando, em
2001, ensinou a jovens em situação de vulnerabili-
dade social o ofício de artesanato em pedras brasi-
leiras na cidade de Quixeramobim, no Ceará.
O empresário espera que a iniciativa inspire
outras ações parecidas no mundo inteiro. O funda-
mento do projeto é incentivar o trabalho criativo dos
presos, pois no mercado da lapidação há uma pa-
dronização estética das pedras. A criatividade pode,
de acordo com o empresário, dar valor artístico às
peças, que poderão participar de exposições nacio-
nais e internacionais.
As peças produzidas a partir das formas la-
pidadas pelos sentenciados poderão ainda ser co-
mercializadas por meio de uma ONG, com a renda
revertida para benefício da própria comunidade pri-
sional e dos familiares dos artesãos.
Outras atividades
Os sentenciados que cumprem pena na Pe-
nitenciária Francisco Floriano de Paula, atualmente
sob a responsabilidade do juiz Michel Christian de
Freitas, da Vara de Execuções Penais de Governa-
dor Valadares, contam ainda com outras atividades
laborativas e pedagógicas, mantidas pela direção
do presídio.
O diretor da penitenciária, Wander Barros de
Paula, e a diretora de atendimento e ressocializa-
ção, Renata Araújo, informam que os 1.300 internos
participam de pelo menos uma atividade laborativa
ou educativa, com exceção dos que se encontram
em cumprimento de alguma penalidade por faltas
disciplinares.
-
lização (NEP), além do Lapidar-se, são realizadas
ministrados pela Secretaria de Educação, que
mantém uma escola pública dentro do presídio,
inclusive com curso superior, com dois alunos
matriculados na modalidade de ensino a distância
(EAD), atualmente.
Fora do NEP, há atividades laborativas diver-
cimento, cultivo de hortifrútis, criação de suínos e
uma recém-inaugurada fábrica de espetos de chur-
rasco, idealizada pelo juiz Thiago Colnago, ação
que tem gerado renda extra para a penitenciária.
Parte de tudo o que é produzido pelos presos é ven-
dida; e a renda, revertida para ações do estado vol-
tadas para defesa social e segurança pública. Já a
comida é comprada pela própria empresa que cuida
da alimentação dos presos.
Doze sentenciados participam da iniciativa; eles têm conquistado progressos surpreen-dentes na lapidação das turmalinas brutas
As turmalinas utilizadas no curso são extraídas da Mina do Cruzeiro, em Governador Valadares, a maior extração da pedra no mundo
06 OUTUBRO/2016
Entrevista - DESEMBARGADOR SAULO VERSIANI PENNA
Ren
ata
Cal
deiraConciliar é um verbo, e sua raiz se encontra no
-
-
-
-
sembargador Saulo Versiani Penna assumiu a 3ª
Vice-Presidência do Tribunal de Justiça de Minas
-
On the Roof, o desembargador graduou-se em di-
-
de Ferros, Monte Carmelo, Governador Valadares
-
nal mineiro.
O novo Código de Processo Civil incentiva a
para isso. De que maneira o Tribunal mineiro
pode aperfeiçoar essa ferramenta?
O TJMG tem totais condições de melhorar todo o
sistema e, como consequência, o acesso ao Ju-
diciário. Um exemplo é o & ' ( ) do Tribunal, que se
em dia, no Portal TJMG há um link de serviços ao
cidadão, onde se encontram diversas informações
para permitir o acesso à Justiça. Além disso, exis-
tem iniciativas como os Cejuscs, a justiça restaura-
tiva, as câmaras privadas de conciliação, o Cejusc
itinerante, os cursos de mediação e conciliação para
magistrados, entre outros. No caso da justiça res-
taurativa, por exemplo, vamos ampliá-la: o Cejusc
de Belo Horizonte terá novo local e um espaço re-
servado para isso.
Por que o senhor resolveu se candidatar à 3ª
Vice, assumindo a missão de estimular a cultura
da conciliação e da mediação no Judiciário mi-
neiro e na sociedade?
O motivo foi a vontade pessoal de ajudar o TJMG. Já
participei do Órgão Especial, fui presidente de câmara
e, como ainda não tenho tempo para me aposentar,
sinto-me na obrigação de colaborar com a instituição a
que pertenço e a qual amo. Além disso, recebi apoio e
incentivo de colegas para a minha candidatura.
Como o senhor vislumbra a 3ª Vice-Presidência em
junho de 2018, quando encerrará seu mandato?
Eu a vislumbro como um órgão melhor estrutura-
do, sobretudo para alicerçar a nova tendência da
mediação e da conciliação. O novo Código de Pro-
cesso Civil trouxe expressamente, entre as formas
e a mediação. Os métodos autocompositivos ofe-
recem maior segurança jurídica, pois as soluções
para as lides, nesses casos, são construídas pelos
interessados, e não são simplesmente fruto de uma
imposição. Eles representam a oportunidade de re-
benefício do jurisdicionado.
Para o desembargador Versiani Penna, o Tribunal mineiro conta com as condições necessárias para melhorar o acesso ao Judiciário
TJMG Informativo – Quais são os projetos da 3ª
Vice-Presidência para este biênio? Há alguma
nova iniciativa em estudo ou em vias de im-
plantação?
Além das competências já previstas em normas
regimentais, o que existe de paradigma são os
A conciliação era, tradicionalmente, informal,
mas agora o Poder Judiciário está dando res-
paldo a essa tendência. Por isso, a 3ª Vice
possui projetos para desenvolver, de maneira
formalizada, a autocomposição. Na prática, os
Cidadania (Cejuscs) são essenciais para isso,
funcionando, cada uma dessas unidades, sob a
responsabilidade de um juiz coordenador e, em
alguns casos, também de um adjunto. Existem
vários outros projetos, como a criação do Ce-
jusc especializado em temas relacionados com
o direito de família, o Cejusc itinerante, em que
a estrutura dos centros judiciários irá às peque-
nas cidades com o objetivo de ajudar o cidadão
a tirar carteira de identidade e de trabalho, por
curso de mediação para magistrados, a media-
ção digital, o ca* + , - . / * e câmaras privadas de
conciliação e a abertura de cadastro de concilia-
dores para pessoas físicas.
Danilo Bayão
07OUTUBRO/2016
Caso queira participar da coluna Clique do Leitor, envie uma foto de sua autoria, acompanhada de um texto de até dez linhas sobre a imagem, para [email protected]. Preencha o assunto com “Clique do Leitor”. As melhores fotos serão publicadas neste espaço.
Mais conhecida em hindi por Bharat, poderoso rei, que
Pouco materialismo e mais existência. Amor a todos os
animais. Trânsito cômico e caótico. Ao norte, aos pés do
Himalaia, Rishikesh: centro mundial da ioga, da medicina
ayurveda e onde os Beatles se inspiraram. Monumentos
de Krishna (Deus hindu) e do guerreiro Arjuna, símbolos
da clássica obra literária Bhagavad Gita0 tema de Raul
Seixas. No Ganges, limpo e preservado nesta região,
pode-se fazer rafting, nadar e tomar um chai. Ao pôr do sol,
às margens do rio, famílias e turistas sentam-se em um
gigante tapete vermelho, e a tradicional celebração mágica
inicia-se: túnicas e dotis coloridos, sinos, incensos, chamas
iluminando o rio, ao som meditativo de sitar, bansuri,
tabla e
agradecer ao Ganges a arte de viver. Assim é Bharat.
CULTURAA Primeira Noite de um Homem, dirigido por Mike Nichols, será exibido em outubro no Cineclube TJ,
projeto que une a exibição e o debate de obras clássicas do cinema. A sessão acontece no dia 20 de outubro,
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Remetente: Assessoria de Comunicação Institucional - TJMG | Avenida Afonso Pena, 4.001 - 13º andar - Serra - Belo Horizonte - MG - CEP 30.130-008
CLIQUE DO LEITOR
A Primeira Noite de um Homem, lan-
çado em 1967, é uma deliciosa comédia romântica,
com Dustin Hoffman no papel principal (Benjamin
The Graduate,
ou seja, o formado (ou recém-formado).
Braddock para casa e a indecisão dele sobre o pró-
sendo seduzido por Mrs. Robinson (Anne Bancroft),
amiga de seus pais. O relacionamento entre ambos
complica-se porque Benjamin acaba se apaixonando
-
com a canção The Sound of Silence (Simon &
Garfunkel), além da insuperável Mrs. Robinson,
também da dupla. Interessante notar que tal can-
, nos Estados Unidos, e contri-
buiu, sobremaneira, para que a dupla ganhasse
o Grammy de Melhor Disco do Ano. O curioso é
que tal faixa foi composta por Simon para contar
a história de Mrs. Roosevelt e não tinha nenhu-
a canção foi adaptada e se transformou no hino
sempre, associada às mulheres mais velhas que
seduzem rapazes mais novos.
um ícone do cinema; Benjamim diz: “Mrs. Robin-
son, you are trying to seduce me!” – Sra. Robin-
son, você está tentando seduzir-me! Foram feitas
inúmeras paródias com tal frase, e ela também foi
Quando o caso entre Mrs. Robinson e Ben-
jamim é descoberto, o marido dela se muda com a
família, e o jovem, perdidamente apaixonado pela
ocorrendo, então, um
* Coordenador do Cineclube TJ
Juiz Magid Nauef Láuar*
Div
ulga
ção
A película é uma comédia romântica, com Dustin Hoffman no papel principal