OUTROS OLHARES: PROVOCAÇÃO À ATIVIDADE CURATORIAL · colaborativa para realização do...

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OUTROS OLHARES: PROVOCAÇÃO À ATIVIDADE CURATORIAL Carlos Eduardo Sousa da Fonseca [email protected] Universidade de Brasília Julia Conde Rocha Rodrigues Carneiro Campello [email protected] Universidade de Brasília Monique Priscila de Abreu Reis [email protected] Universidade de Brasília Susy Batista Dias Araújo [email protected] Universidade de Brasília Sheila Maria Conde Rocha Campello [email protected] Universidade de Brasília Verônica Moreira Neto [email protected] Universidade de Brasília Viviani Tessele Cunha [email protected] Universidade de Brasília Resumo O projeto apresentado neste artigo objetiva construir a visão analítica da produção artística de Porto Velho, enfatizando o circuito artístico local com base em pesquisas etnográficas, na prática curatorial, em abordagens teórico-metodológicas aplicadas à arte-educação e no uso da cartografia colaborativa. Palavras-chave: Cibereducação em Arte; Prática Curatorial; Etnografia; Patrimônio Artístico e Cultural; Cartografia Colaborativa Abstract: The project presented in this paper aims to build the analytical view of the artistic production of Porto Velho, emphasizing the local art scene, based in ethnographic research, in curatorial practice, in theoretical and methodological approaches applied to art education and in the use of collaborative cartography. Keywords: Cibereducation in Art, Curatorial Practice, Ethnography, Artistic and Cultural Heritage; Collaborative Cartography

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OUTROS OLHARES: PROVOCAÇÃO À ATIVIDADE CURATORIAL Carlos Eduardo Sousa da Fonseca

[email protected] Universidade de Brasília

Julia Conde Rocha Rodrigues Carneiro Campello

[email protected] Universidade de Brasília

Monique Priscila de Abreu Reis [email protected]

Universidade de Brasília

Susy Batista Dias Araújo [email protected]

Universidade de Brasília

Sheila Maria Conde Rocha Campello [email protected]

Universidade de Brasília

Verônica Moreira Neto [email protected]

Universidade de Brasília

Viviani Tessele Cunha [email protected]

Universidade de Brasília

Resumo O projeto apresentado neste artigo objetiva construir a visão analítica da produção artística de Porto Velho, enfatizando o circuito artístico local com base em pesquisas etnográficas, na prática curatorial, em abordagens teórico-metodológicas aplicadas à arte-educação e no uso da cartografia colaborativa. Palavras-chave: Cibereducação em Arte; Prática Curatorial; Etnografia; Patrimônio Artístico e Cultural; Cartografia Colaborativa Abstract: The project presented in this paper aims to build the analytical view of the artistic production of Porto Velho, emphasizing the local art scene, based in ethnographic research, in curatorial practice, in theoretical and methodological approaches applied to art education and in the use of collaborative cartography. Keywords: Cibereducation in Art, Curatorial Practice, Ethnography, Artistic and Cultural Heritage; Collaborative Cartography

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Introdução

Uma fronteira não é o ponto onde algo termina, mas, como os gregos reconheceram, a fronteira é o ponto a

partir do qual algo começa a se fazer presente.

Martin Heidegger, 1997

Este projeto interdisciplinar1 objetiva construir a visão analítica das obras de arte, por

parte de professores/estudantes da Licenciatura em Artes Visuais do Programa Pró-

licenciatura2, vinculados ao pólo de Porto Velho, Rondônia, enfatizando o circuito

artístico local, com base na prática curatorial, em abordagens teórico-metodológicas

aplicadas à Arte-Educação, apoiado no uso da cartografia colaborativa e buscando

tornar significativos os conceitos aprendidos no curso e os apreendidos no meio

cultural local. Visa, ainda, propor sua aplicação na atuação diária dos graduandos,

nas escolas onde lecionam, proporcionando condições para a construção de suas

próprias propostas teórico-metodológicas de ensino da arte e promovendo a

valorização da produção artística e cultural em Porto Velho.

A metodologia está alicerçada em estudos referentes às teses dos seguintes

teóricos: Ana Mae Barbosa, como referência para os estudos sobre a Proposta

Triangular; Heinrich Wolfflin, no que diz respeito à análise formal das obras de arte;

Robert Ott, que propôs uma abordagem para realização de leitura de imagens; Ivone

Richter, ao tratar da interculturalidade e da estética do cotidiano; Roberto da Matta,

fundamentando a metodologia etnográfica para realização de pesquisa de campo

baseada no estranhamento do familiar; Felipe Chaimovich, mediando a Prática

Curatorial e, Suzete Venturelli no que se refere à aplicação da cartografia

colaborativa para realização do mapeamento da produção artística de Porto Velho.

Esse mapeamento será realizado tendo como suporte os mapas disponibilizados

pelo Google Maps3.

Porto Velho: o contexto de aplicação do projeto Rondônia é um dos estados brasileiros de menor movimentação no mercado de

Artes Visuais e que menos investe na cultura, como informam levantamentos

realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A cidade de

Porto Velho vive, entretanto, um momento de leve pulsão neste aspecto, como

resultado da oferta da Licenciatura em Artes Visuais do Programa Pró-Licenciatura,

iniciada em 2008, por meio de uma parceria entre a Universidade de Brasília (UnB) e

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a Universidade Federal de Rondônia (UNIR) e com patrocínio do Ministério da

Educação. Outra conseqüência desse recente interesse pela Arte/Educação pode

ser constatado pela inauguração, em 2010, de uma Licenciatura em Artes Visuais

presencial, oferecida pela UNIR. Essa movimentação no circuito artístico, ocorrida

nos dois últimos anos, ainda se mostra tímida e carente de profissionalismo na

prática expositiva. Alem disso, a embrionária formação acadêmica de profissionais

nesse contexto ainda não estabelece uma relação clara entre o conhecimento

teórico e a possibilidade de aplicação prática nas atividades artísticas locais.

Observa-se, ainda, em Porto Velho que a maioria dos professores que atuam nas

redes públicas de ensino não são graduados em Artes e aqueles que o são, não

demonstram preocupação em relacionar suas práticas pedagógicas com abordagens

teórico-metodológicas significativas na área da arte/educação. Dessa forma, torna-

se imprescindível que os professores/estudantes da Licenciatura em Artes Visuais

busquem superar dificuldades que enfrentam em relacionar os temas aprendidos no

curso, com sua prática profissional e com sua vida cotidiana.

Outro ponto a ser observado diz respeito ao papel desses professores no

estabelecimento de uma ponte entre os trabalhos artísticos produzidos e o público.

Esse problema se torna especialmente grave pelo fato desses estudantes atuarem

como professores de artes na rede pública de cinco cidades do Estado de Rondônia

(Porto Velho, São Miguel do Guaporé, Ouro Preto do Oeste, Pimenta Bueno e

Guajará-Mirim), sendo responsáveis pela formação de muitos cidadãos que integram

essas comunidades4. O prejuízo na formação desses professores, portanto, irá

afetar diretamente seus respectivos estudantes e o desenvolvimento cultural de

todos esses municípios. Daí o destaque dado ao papel fundamental do professor de

arte, alvo da nossa pesquisa. Nossa intenção é contribuir para a formação de

professores que serão responsáveis, em suas escolas, não apenas pela formação

de artistas, mas, antes de tudo, pela preparação de leitores críticos da produção

artística, que tenham o hábito de conviver com a arte no seu dia a dia e de perceber

sua relação com suas próprias vidas. Em resumo, o que pretendemos, ao propor

uma síntese entre abordagens da Arte/Educação, das Ciências Sociais/Antropologia

e das Artes Visuais é desenvolver uma abordagem metodológica de formação de

arte/educadores que sejam, também, agentes culturais em suas comunidades.

O projeto está vinculado aos módulos de Estágio Supervisionado da Licenciatura em

Artes Visuais e a um projeto de extensão, intitulado Práxis Poiética5, que objetiva

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proporcionar oportunidade de aplicação prática dos temas estudados ao longo do

curso, no contexto de atuação dos professores/estudantes. Seu desenvolvimento se

dará no decorrer do ano de 2010 e 2011 e com possibilidade de continuidade,

atendendo necessidades que possam surgir.

Os estudos e pesquisas desenvolvidos ao longo do projeto baseiam-se em ações

metodológicas propostas por meio de atividades presenciais e a distância. Estas

últimas terão como suporte o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) do Grupo

Arteduca6. Tais estudos relacionam-se com os seguintes eixos temáticos: Eixo da

Arte/Educação; Eixo da Etnografia; Eixo da Prática Curatorial e, Eixo Tecnológico.

As ações presenciais serão realizadas por meio de oficinas de introdução à prática

curatorial, de Arte/educação, de introdução à pesquisa etnográfica e de uso da

cartografia colaborativa, na qual será abordado o uso do Google Maps7. Segue a

apresentação da fundamentação teórica desses eixos temáticos.

Eixo da Arte/educação: Ao se falar sobre o ensino de arte no Brasil, deve-se citar o trabalho de Ana Mae

Barbosa, sistematizadora da Proposta Triangular, que propõe a articulação das

ações de contextualização, leitura e produção artística na prática pedagógica da

arte. Por meio dessas ações o professor poderá conduzir os estudantes a uma

análise clara de obras, e consequentemente, ao hábito de busca contínua pela arte.

A contextualização ajuda a entender o tempo, o espaço e o contexto social em que

as obras estão inseridas; a leitura ajuda o aluno a decodificar os significados

diversos agrupados em uma obra, de forma que ele perceba sua linguagem, as

diferentes formas, os tipos de construções, a influência das cores utilizadas e muitos

outros elementos nela encontrados e, o fazer artístico, vai levar o estudante a

experienciar a produção de uma obra por completo. (BARBOSA, 2005) Uma das questões abordadas na Proposta Triangular, bastante pertinente à nossa

pesquisa, diz respeito ao papel da arte na escola: o de formar conhecedores,

fruidores e decodificadores da arte, e não apenas artistas. Pensando dessa forma,

poderemos propor a formação, na escola, do público que se deseja ter em galerias e

museus. A escola representa, então, o caminho para tornar o acesso à arte possível

a uma vasta maioria da população, que poderá apreciar e usufruir da experiência

estética apresentada nos diversos espaços disponíveis.

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Neste contexto, é fundamental que o professor de arte seja um mediador no

processo de ensino-aprendizagem e que sua formação vise capacitá-lo para utilizar

abordagens teórico-metodológicas atuais de leitura, contextualização e produção

artística. Assim, para que esse professor também se configure como um agente

cultural, aliando a produção artística realizada na escola com a produção de artistas

locais, realizando um intercâmbio cultural e fomentando o circuito artístico da

comunidade, acreditamos que seja necessário, também, seu contato com outras

abordagens, propondo um estudo interdisciplinar, ou mesmo transdisciplinar, por

resultar em novo campo de atuação, envolvendo a Arte/Educação, a Antropologia e

as Artes Visuais, por meio da prática curatorial.

Sobre esse papel transdisciplinar da arte Leci Augusto (2010) afirma que [...] em função dos aspectos estéticos e comunicacionais do objeto artístico, a leitura da imagem torna-se fundamental na compreensão do objeto e enriquecimento do processo de formação cultural do aluno. Para tal, a leitura da imagem como atividade de pesquisa e experimentação prática deve pautar-se no caráter transdisciplinar da arte. Ao propor um estudo transdisciplinar para leitura da imagem, considera-se que o objeto artístico permite novas configurações e incorpora novos significados, tanto no momento da produção quanto na fruição. Neste sentido, a abordagem transdisciplinar possibilita o trabalho em interfaces com outras disciplinas, a superação de fronteiras, a migração do conceito de um campo do saber para outro, permanente questionamento sobre o objeto.

BASTOS (2005, p. 231), por sua vez, nos apresenta uma proposta que envolve uma

parceria entre arte/educadores, artistas e a comunidade. Essa proposta busca

aproximar a escola e práticas artísticas existentes na comunidade, almejando

promover mudanças pelo estudo crítico da arte local, que favoreçam “o

desenvolvimento de habilidades para interpretar, questionar e participar

conscientemente na cultura e sociedade locais”. Para tanto, ela se utiliza da filosofia

educacional de Paulo Freire que parte do princípio de que o objetivo fundamental da

prática educativa é promover a consciência crítica, marco referencial da mudança,

que envolve . Citando, também, Ana Mae Barbosa a autora afirma que o processo

educativo é essencialmente político e envolve a conscientização de nosso

pertencimento histórico e cultural, que norteia nossa reflexão crítica e nossa

participação social. É esse processo que nos interessa desenvolver neste projeto

No que diz respeito à leitura de imagens, podem ser utilizadas abordagens teórico-

metodológicas que possibilitem a análise e a compreensão da obra. Segundo

Analice Dutra Pillar (1993), é importante enfatizar que uma obra possibilita inúmeras

leituras proporcionadas não somente pela relação entre os elementos que a

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compõem, como também pelas possíveis relações entre a obra e diferentes

contextos. Tais leituras poderão ser feitas por meio de análise gestáltica,

semiológica, iconográfica, ou estética e, apesar das possibilidades de se obter

interpretações diferenciadas, essa ação de leitura não significa questionar ou julgar

sua excelência de imediato. O ideal é que isso aconteça de forma desapegada de

preconceitos. Dentre as abordagens que se aplicam à leitura de imagens, destaca-

se o método formalista proposto por Heinrich Wölfflin (1864–1945), que permite a

análise por meio de elementos básicos da sintaxe da linguagem visual. Segundo

Moreira (2009, p. 33), Wölfflin destaca que a obra de arte revela não só o

temperamento do artista, mas também o espírito de uma nação e as contingências

históricas de cada época.

Outra proposta metodológica para interpretação de obras de arte, o Image Watching,

se ocupa da elaboração de conceitos para a sistematização da crítica de arte

associada à prática criativa na arte-educação em museus. Surgida entre as décadas

de 70 e 80, foi adotado em museus de vários países, como Estados Unidos,

Canadá, Inglaterra, Alemanha e, também, no Brasil, onde ele foi apresentado por

Robert William Ott, em 1988, em um curso ministrado no Museu de Arte

Contemporânea da Universidade de São Paulo.

O sistema Image Watching é composto por um estágio preparatório – o Thought

Watching - e mais cinco categorias subseqüentes: descrevendo, analisando,

interpretando, fundamentando e revelando.

Assim como um prefácio poético está para um texto, o Thought Watching está para o

exercício da crítica como um aquecimento para elevar as possibilidades de

compreensão. Ao Thought Watching segue a primeira categoria, ‘descrevendo’, que

trata de inventariar e compartilhar o que é percebido na superfície da obra sem,

ainda, buscar significados. Nessa etapa, o educador deve mediar o processo sem

interferir na descrição dos educandos/público com explicações. Na sequencia temos

a categoria ‘analisando’, que possibilita a investigação da obra de arte, seus

detalhes de técnica, forma, elementos e composição, nesta etapa é apreciada a obra

e a virtuosidade do artista que a produziu. Na terceira categoria, ‘interpretando’,

indaga-se sobre as idéias que levaram o artista à produção da obra. Esta costuma

ser considerada a mais criativa das categorias e a mais rica em possibilidades

pedagógicas. Essa categoria permite a expressão individual do que se sente perante

a obra, participando-se assim da crítica. Na categoria seguinte, ‘fundamentando’, é

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disponibilizado conhecimento adicional para a interpretação da obra, como por

exemplo, conhecimentos históricos ou de outras formulações críticas a respeito da

obra. Culminando o sistema de crítica Image Watching, temos a categoria

‘revelando’, na qual é estimulada a revelação de todo o conhecimento adquirido

neste processo por meio da expressão artística e não do julgamento. Estas e outras

formas de leitura de imagens serão, também, abordadas nos estudos relacionados

com o Eixo da Prática Curatorial.

(b) Eixo da etnografia - o estranhamento do familiar: A etnografia, segundo Luis Makel (2009), refere-se à escrita (graphos) sobre um

povo (ethnos). Trata-se de um método que consiste na imersão do pesquisador no

contexto da sociedade e cultura estudada, assumindo-se que a interação entre

ambos e a influência mútua integram a pesquisa. Dessa forma, o trabalho

etnográfico é diferente dos modelos de pesquisa linear que começam com as

hipóteses, seguem com a coleta de dados e finalizam com a análise.

A idéia de estranhamento do familiar está relacionada com a metodologia de

pesquisa etnográfica proposta por Roberto da Matta. Ela parte do princípio que em

seus procedimentos de pesquisa de campo o antropólogo vive entre culturas

distintas, onde tudo parece estranho e exótico. Para o autor é necessário procurar

transformar o exótico em familiar, para dar um sentido lógico e coerente às práticas

encontradas em outras culturas. Num segundo momento, no retorno à própria

sociedade, o pesquisador precisa usar o mesmo procedimento num sentido inverso

e assim estranharia o que é familiar na sua própria cultura, para compreendê-la

melhor. Em nosso projeto o professor/estudante deverá tentar encontrar na própria

cultura o que há de familiar e fazer perguntas simples sobre esses temas - Como?

Porque? e, ao buscar respondê-las, poderá criar um novo um novo olhar a respeito

de suas próprias práticas sociais e culturais e perceber, assim, seu duplo papel

como produto e produtor dessas práticas.

Esse método de pesquisa se torna particularmente interessante no campo da arte,

se considerarmos que a cultura consiste em “como” as pessoas pensam sobre o que

produzem. Segundo Makl (2009), ao buscar a resposta à questão de “como” as

pessoas representam e pensam sobre o que estão fazendo, estarão formulando

questionamentos relacionados com o conceito de arte.

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Esse estranhamento consiste, portando em uma nova forma de se olhar o que nos é

familiar em nossa cultura, de modo mais afastado e isento de conceitos, valores ou

expectativas, objetivando observar as coisas em si, desveladas dos significados que

lhes são atribuídos por nós. O estranhamento do olhar possibilita uma nova

experiência estética a partir da ressignificação do ordinário.

BASTOS (2005, pp. 242 -243) também se utiliza do conceito do estranhamento do

familiar em sua proposta de arte/educação baseada na comunidade ao afirmar que [...] é possível revitalizar os elos entre escola e comunidade pelo estudo da arte local. Esse processo não é apenas significativo para os alunos e a comunidade, mas também é um passo essencial à caminhada da educação comprometida com a mudança social. Valorizar a arte produzida na comunidade é importante, pois ela carrega as sementes e as tradições da comunidade, criando e refletindo tradições e conflitos existentes e aludindo constantemente à mudança e à renovação. Portanto, é razoável acreditar que, mediados pelo estudo da arte local, alunos e professores poderão experienciar o perturbamento do familiar. Um perturbamento que, por meio da arte, tem o potencial de engendrar apreciação, crítica e transformação.

A idéia de estranhamento do olhar também está ligada à de “trocas culturais”, que

são resultados das relações estabelecidas nos encontros entre grupos culturais

diferentes. Associadas ao conceito de globalização, as trocas culturais são, entre

outros fatores, grandes responsáveis pelas mudanças ocorridas nos valores e

modos de fazer e viver de culturas locais, conjunto de expressões culturais que

mantêm forte e explícita ligação com seu contexto. A princípio, cultura local nos

remete ao sentimento telúrico, ao significado geopolítico de local. Homi BhaBha nos

alerta, entretanto, para a amplitude de sentidos de ‘local’, também relacionado aos

posicionamentos gerados pela consciência das posições dos sujeitos – de raça,

gênero, geração, orientação sexual – que habitam qualquer pretensão à identidade

no mundo moderno. Muitas vezes as trocas culturais assumem um perfil mais

coercitivo de embates culturais, outras vezes resultam em relações interculturais

interessantes. A percepção do aluno hoje, como sujeito participante desses

intercâmbios culturais, exige que educação considere a existência dessas relações.

A interculturalidade no ensino das artes possibilita a ampliação dos horizontes desse

aluno, permitindo o desenvolvimento de seu potencial criativo, diminuindo o

distanciamento entre a arte e a sua própria vida. Nesse momento, torna-se

importante a compreensão da estética do cotidiano por meio de uma ampliação do

conceito de “valor estético” trazendo para a escola um sentido mais amplo da

experiência estética, incluindo as consideradas “artes menores”, levando o aluno a

apropriar-se delas.

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Com o objetivo de conhecer melhor a maneira como nós, seres humanos, nos

manifestamos nas mais diversas formas artísticas, Ivone Richter cita Jacques

Maquet (1986) que estuda a experiência estética sob o ponto de vista do

comportamento humano, e afirma que tanto a relação do homem com a arte, como a

sua produção artística, está apoiada em três componentes: o componente humano,

componente cultural e o componente singular.

O componente humano é comum a todos, pois é inerente ao homem reagir de forma

cognitiva, afetiva e contemplativa ao ambiente no qual está inserido, trazendo a

necessidade de organização visual e de força expressiva. Esse componente, visto

de forma isolada, torna possível o entendimento que ultrapassa as barreiras

culturais, de forma que admiremos objetos de outras culturas. O componente cultural

relaciona-se a pessoas que pertencem a uma mesma sociedade, grupo, e a uma

mesma classe, pois falam a mesma linguagem e vivem de acordo com as mesmas

regras e códigos que se fazem presentes na forma como se apresentam seus estilos

estéticos. A multiplicidade de sociedades e grupos existentes resulta em uma

variedade enorme de estilos estéticos e de visões de mundo. O componente singular

trata da maneira como cada um de nós assimila essa cultura e tende a desenvolver

sua expressão singular.

A compreensão desses componentes, que traduzem a forma como o homem produz

seus artefatos e objetos estéticos, nos leva a compreender melhor as questões da

diversidade cultural, que constituem a maneira como cada sociedade se expressa

em coletividade. E a sala de aula é o ambiente propício para se discutir os diversos

tipos de contribuições culturais, de forma que o aluno possa transformar a sua

capacidade de apreciação artística, ampliando sua visão cultural a partir de novos

conceitos de arte e, por meio de uma apreensão criativa introduzir novas

perspectivas, novos olhares, diferentes daqueles tradicionalmente estudados - a

visão eurocêntrica de mundo. Avançando mais, esse debate poderemos destacar a

importância social da arte, trazendo para discussão o papel do artista como ativista

social, e levando-o a perceber suas próprias possibilidades de atuar como agente

social, por meio de seu próprio fazer artístico. Para tanto, torna-se necessário propor

um ensino da arte voltado para valorização das diferenças culturais, de forma a

possibilitar o desenvolvimento do potencial humano e criativo, apresentando

perspectivas diferentes sobre a arte e o design em outras culturas, proporcionamos

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aos alunos meios para melhor perceber sua própria cultura e cada vez mais

apropriarem-se dela.

(c) Eixo da Prática Curatorial: A prática curatorial é uma forma de mediação que tem um importante teor educativo

proporcionando condições de aplicarem seus conhecimentos teóricos na

fundamentação de critérios para a da seleção e análise das obras ou objetos

culturais locais. Para tal abordagem, entendemos que curadoria é uma atividade de

desenvolvimento teórico e prático que visa a apresentação de um conjunto coeso de

obras de arte, ou de outro bem cultural, para determinado público. Nessa função o

curador desempenha atividades como: selecionar o universo de obras que irá

apresentar; delinear a sua abordagem, ou seja, a sugestão de leitura do conjunto de

obras escolhidas (que pode ocorrer por encomenda, conforme de interesses

específicos de outrem); trabalhar as possibilidades de apresentação/montagem das

obras, buscando a melhor disposição destas no espaço expositivo, além de elaborar

o texto curatorial, que geralmente acompanha a exposição.

A curadoria também tem um compromisso com as teorias e a crítica de arte,

representadas pelo conjunto de estudos referentes à arte, que investigam,

constroem e transformam seus valores com abordagens diversas como a da história

da arte e das teorias estéticas. No âmbito da arte o valor de uma teoria é justificado

por sua relação com a prática. Menos voltada ao grande público e mais voltada aos

artistas, estudiosos e à posteridade, o interesse da teoria da arte é mais acadêmico,

científico e sua intenção se alcança ao longo tempo e não imediatamente, como

acontece com a crítica de arte. Boa parte da teoria que circula tem sido

estabelecida/comprada pelo mercado, ou é resultante de produção teórica

independente, acadêmica, não dispondo de uma fonte de financiamento para

publicação e divulgação. Tais condições tornam certas produções teóricas

tendenciosas.

A atividade do crítico de arte surgiu no século XVIII, com a necessidade da

burguesia de ostentar status por meio do consumo/obtenção de obras arte. Na

atualidade, quando nos referimos à crítica de arte estamos tratando de análises e

juízos de valor elaborados por estudiosos da arte, historicamente responsáveis pela

certificação do valor dos produtos artísticos para o conhecimento do público. A

crítica de arte se baseia em formulações teórico-filosóficas, contudo elabora seus

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comentários afetada (a crítica) pela repercussão que o contato imediato com a obra

provoca no crítico espectador.

Ao lado da teoria e a crítica de arte, e apoiando-se nelas, a atividade curatorial

exerce grande peso no circuito artístico, ou seja, no conjunto de agentes e meios

que articulam os acontecimentos no âmbito das artes visuais de determinado

contexto cultural. O circuito artístico é influenciado por fatores como os econômicos,

geográficos, políticos e cultural, fato que nos explica a discrepância entre circuitos

artísticos locais, como os de São Paulo e Rio de Janeiro, comparados aos de

Rondônia e o de outros locais fora desse eixo.

Após analisarmos a atuação e a repercussão da atividade curatorial, queremos

reforçar sua faceta educativa por meio do trabalho de mediação artística, que se

empenha na acessibilização da arte e da cultura, em sentido físico e metafísico, este

segundo se aproxima mais da atuação de aproximação na relação arte – público.

Por fim, a prática expositiva consiste em possibilitar a disponibilização da expressão

e comunicação artística ao público. Iniciou-se em apresentar objetos culturais

(gabinetes de curiosidades) e obras de arte, contudo, na contemporaneidade

consiste, também, na proposição de experiências estéticas que vão além da

contemplação, sendo experienciadas por outros sentidos e não se concentrando

apenas na visão. Como exemplo, citamos os Objetos Relacionais que Lygia Clark

elaborou na década de 1970, mostrados nas imagens abaixo.

A fruição artística como experiência, o momento da apresentação da arte como mais

uma etapa – a conclusiva do processo de criação – no caso dos happenings,

performances e instalações, transformaram cada vez mais o processo expositivo ao

pondo de artistas considerarem um velho galpão ou um espaço aberto mais

propícios que a incólume galeria. No caso deste projeto, optamos por concluir nosso

estudo e experiência curatorial com uma exposição organizada na Casa de Cultura

Ivan Marrocos8 e, também, no espaço fluido e infinito da Internet, por meio da

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construção de um mapa virtual, onde serão postadas as informações selecionadas

para o mapeamento da produção artística cultural local.

Eixo tecnológico - a cartografia colaborativa: O mapeamento cultural de Porto Velho, baseado na pesquisa etnográfica, será feito

por meio da cartografia colaborativa que une os contextos de arte e tecnologia.

Serão criados mapas pessoais no Google Maps, com a finalidade de realizar um

levantamento da produção artística local, de divulgá-la e de constituir um espaço de

colaboração e interação entre pessoas na web.

A cartografia colaborativa, segundo Rolnik, apud Venturelli (2009), surgiu

recentemente a partir de propostas coletivas de grupos artísticos ou culturas

construídas no espaço híbrido das redes, com possibilidades de interação em tempo

real, com elementos vindos de toda parte do planeta. Essa nova cultura de

mapeamento, realizada por meio dessas redes no espaço virtual, tem possibilitado o

compartilhamento de informações sobre lugares, arte e cultura, histórias,

engajamento político e social, criando significações sobre realidades distintas.

Venturelli afirma, com base em Tuters e Kazys, (2006) que “a cartografia virtual do

mundo, em mapas fixos, é como se a Terra estivesse sendo etiquetada”. Esse ato

de colocar etiquetas, geotagging, foi denominado por eles de mapeamento

anotativo. Nesses mapas, os usuários podem comentar sobre lugares, postar

imagens e vídeos que serão acessados por outras pessoas, em qualquer lugar do

mundo, possibilitando não apenas a navegação pelas informações, como também a

participação e contribuição, constituindo-se assim espaços de colaboração.

Quando falamos em cartografias colaborativas por meio das tecnologias

contemporâneas, segundo (Venturelli - 2009), temos que levar em consideração as

características específicas destas, que podem resultar em modos de execução

diferentes: existem os mapas desenhados a partir do deslocamento do indivíduo e

os mapas fixos, nos quais as informações são enviadas e apresentadas. Neste

projeto serão utilizados mapas fixos como forma de socialização de informações

sobre a arte e a cultura de Porto Velho.

A aplicação desse referencial para a proposição da metodologia Os estudos relativos ao Eixo da Arte/educação perpassam todo o processo e serão

realizados, como foi dito, por meio de atividades referentes às ações previstas na

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Proposta Triangular, com ênfase na leitura de imagens, também relacionada com a

prática curatorial, e baseadas em diferentes abordagens, visando fundamentar a

proposição de critérios a serem estabelecidos para a realização de pesquisa de

campo baseada em um levantamento etnográfico.

Na Oficina de Introdução à Pesquisa Etnográfica serão apresentadas diversas

técnicas de modo a proporcionar condições aos professores/estudantes de optarem

pelo método mais adequado a cada situação. Serão abordadas: observação

participante, entrevista com grupo focal, entrevista estruturada, entrevista aberta e

entrevista semi-estruturada. No caderno de campo o estudante/pesquisador deverá

anotar as informações que considerar importantes sobre o tema pesquisado, obtidos

durante a investigação em campo. Nele não devem constar referências teóricas,

mas apenas as observações empíricas sobre o tema. O ato de anotar durante a

investigação tem dois importantes aspectos básicos a serem considerados. O

primeiro diz respeito a uma questão prática: quando anotamos não corremos o risco

de esquecer algum aspecto importante observado. O segundo diz respeito ao

método do estranhamento do familiar, que será abordado na oficina. Muitas vezes,

num primeiro momento, pensamos em algo como próprio do objeto de pesquisa e

não percebemos o que há de nosso, de nossas próprias experiências, por trás do

que observamos. Num segundo momento, ao lermos nossas próprias observações,

podemos ser mais objetivos e perceber nossa própria ideologia, nossos conceitos e

visões no que foi observados. As anotações poderão ampliar nossas possibilidades

de análise dos dados coletados.

Ao longo da pesquisa, cada professor/estudante/pesquisador irá criar um mapa

individual utilizando o Google Maps, para o qual serão transferidos os resultados das

anotações do caderno de campo. Esses mapas serão analisados por todos os

integrantes do grupo e alimentarão debates realizados no AVA. Ao final do processo

será criado um mapa único, no qual serão registradas as principais descobertas do

grupo, ou seja, serão registradas geotags nos locais em que foram encontradas as

produções mais significativas. Será necessário, portanto, capacitar os professores

estudantes para a criação de seus mapas individuais e como proceder para inserir

tais registros nesse mapa colaborativo, disponibilizado na Internet.

O resultado dos estudos e pesquisas realizados serão apresentados à comunidade

de Porto Velho em um seminário organizado pelo grupo. A comunidade será

convidada a colaborar, a partir de então, realizando suas próprias demarcações, a

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indicação de locais em que possam ser encontradas novas produções artísticas,

ampliando, dessa forma, o mapeamento elaborado pelos pelo grupo.

O professor/estudante/pesquisador deverá desenvolver um planejamento de

atuação pedagógica, viabilizada por meio dos subsídios teóricos e metodológicos

oferecidos nas oficinas do projeto, visando a formação de novos fruidores,

produtores e decodificadores, tornando significativa a aprendizagem em arte nos

diferentes contextos escolares e realizando um intercâmbio entre a produção

artística dos alunos, dos artistas locais e da comunidade. visando . Todo este

planejamento deverá se pautar nos seguintes pontos: contexto de aplicação;

recursos disponíveis na escola; objetivos a serem alcançados; perfil dos alunos;

metodologia a ser aplicada; estratégias de atuação na mediação do conhecimento

em arte; organização de exposições na escola; cronograma de execução e

avaliação de todo este processo. Por meio da divulgação de seus planejamentos no

AVA, os professores/estudantes/pesquisadores poderão debater sobre as

possibilidades e dificuldades encontradas em seus ambientes de trabalho e pensar

em soluções para implementar um ensino efetivo da arte como área do

conhecimento.

A aplicação deste projeto será avaliada ao longo de todo o processo, com o objetivo

de analisar resultados e de propor sua continuidade. Tais avaliações deverão,

também, considerar a possibilidade de ampliação do alcance do projeto, envolvendo

os professores/estudantes matriculados na mesma Licenciatura em Artes Visuais e

vinculados aos pólos de Ceilândia e Planaltina, no Distrito Federal. Acreditamos que

poderão, também, ser buscadas novas possibilidades de oferta em cursos de

extensão, envolvendo, além de alunos de outros cursos a distância, um público

maior, formado por alunos de cursos presenciais e até mesmo da comunidade local.

Referências AUGUSTO, Leci Maria. Módulo 6 – Unidade 2. Dimensões da Imagem: Leitores e Leituras. Ambiente Virtual de Aprendizagem Arteduca 2009-2010. Disponível em: http://arteduca.unb.br/ava/file.php/95/modulo_dimensoes_da_imagem.pdf. Acesso: 22/06/2010. BARBOSA: Ana Mae. A imagem no Ensino da Arte. São Paulo: Editora Perspectiva, 2005. BASTOS, Flávia Maria Cunha. O perturbamento do familiar: uma proposta teórica para a Arte/Educação baseada na comunidade. In: BARBOSA, Ana Mae (org.). Arte/educação contemporânea: consonâncias internacionais, São Paulo: Cortez, 2005.

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BHABHA, Homi K. O local da cultura. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1998. CHAIMOVICH, Felipe. Grupo de Estudos de Curadoria do Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo: Museu de Arte Moderna, 2008. DA MATTA, Roberto. A antropologia no quadro das ciências sociais. In Relativizando: uma introdução à antropologia social. Rio de Janeiro: Rocco, 1997 FERREIRA, Glória. Crítica de Arte no Brasil – temáticas contemporâneas. Rio de Janeiro: Funarte, 2006. ( texto de Ronaldo Brito: Análise do Circuito) MAKL, Luis Ferreira. Módulo 6: O olhar antropológico sobre as artes: uma introdução ao estudo do homem e suas produções culturais. Brasília: LGE Editora Ltda, 2009. MOREIRA, Terezinha Maria Losada. Composição Visual. In: Módulo 11: Atelier de Artes Visuais 2. CAMPELLO, Sheila Maria Rocha Campello e GUIMARÃES, Leda Maria de Barros Guimarães. Brasília: LGE Editora Ltda, 2010. OTT, Robert Willian. Ensinando crítica nos museus. In: Arte-educação: leituras no subsolo. Ana Mae Barbosa (org). São Paulo: Cortez, 2008. PILLAR, Analice Dutra.et al. Pesquisa em Artes Plásticas. Porto Alegre: Editora universidade UFRGS e ANPAP, 1993. ROLNIK, Suely, Cartografia sentimental, transformações contemporâneas do desejo, São Paulo: Editora Estação Liberdade, 1989. TUTERS, M. e VARNELIS, K. Beyond Locative Media. Networked Publics apud VENTURELLI, Suzete. Cartografia colaborativa. Enciclopédia Itaú Cultural: Arte e Tecnologia . Disponível em http://www.cibercultura.org.br/tikiwiki/tiki-index.php?page=cartografia+colaborativa&highlight=cartografiascolaborativas. Acesso: 26/05/2010 VENTURELLI, Suzete. Cartografia colaborativa. Enciclopédia Itaú Cultural: Arte e Tecnologia . Disponível em http://www.cibercultura.org.br/tikiwiki/tiki-index.php?page=cartografia+colaborativa&highlight=cartografiascolaborativas. Acesso: 26/05/2010 WÖLFFLIN, H. Conceitos Fundamentais da História da Arte. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2001 1 Projeto desenvolvido como trabalho de conclusão da especialização Arteduca: Arte, Educação e Tecnologias Contemporâneas oferecida a distancia pelo Programa de Pós-graduação em Artes da Universidade de Brasília, sob coordenação do Grupo Arteduca, do Instituto de Artes. 2 O programa Pró-licenciatura, proposto pelo Ministério da Educação, visa graduar professores em exercício nas redes públicas, que não possuem a formação na área que lecionam. Por meio de parcerias com Instituições de Ensino Superior são oferecidos cursos de graduação a distância a esses professores. 3 Software livre disponibilizado por meio do provedor Google. Url: http://maps.google.com.br/.. 4 Apesar do projeto ser direcionado ao contexto de Porto Velho, as outras comunidades em que atuam alguns professores/estudantes do curso também serão beneficiados pela proposta. 5 Informações sobre o projeto Práxis Poiética poderão ser obtidas em www.arteduca.unb.br. 6 O Grupo Arteduca, criado com o objetivo de apoiar as iniciativas de criação, planejamento e oferta de cursos a distância no âmbito do Instituto de Artes da Universidade de Brasília (IdA/UnB) atuou na elaboração dos projetos das Licenciaturas em Artes Visuais, Musica e Teatro dos programas da Universidade Aberta do Brasil e do Pró-licenciatura, alem de oferecer o curso de Pós-graduação lato sensu Arteduca: Arte, Educação e Tecnologias Contemporâneas. 7 Para a realização desta última oficina contaremos com o apoio de Sidney Medeiros, integrante do Grupo Arteduca e bacharel em Ciência da Computação. 8 A Casa de Cultura Ivan Marrocos, tem dado apoio ao Pró-licenciatura, disponibilizando seu espaço expositivo para a mostra de trabalhos realizados pelos professores/estudantes ao longo dos estudos empreendidos. Trata-se de um espaço artístico/cultural vinculado à Secretaria Estadual de Cultura onde artistas locais e/ou visitantes expõem suas obras e divulgam seus trabalhos, existe uma diversidade de trabalhos de artesanato da cultura local, sempre exposto ao público, procurando divulgar a realidade artística regional.