OTIMIZAÇÃO DA EMISSÃO TERMOIÔNICA E DETERMINAÇÃO DE … · Determinação de urânio nas...
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INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES SECRETARIA DA INDÚSTRIA, COMÉRCIO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA
AUTARQUIA ASSOCIADA À UNIVERSIDADE DE SÂO PAULO
OTIMIZAÇÃO DA EMISSÃO TERMOIÔNICA E DETERMINAÇÃO DE URÂNIO AO NlVEL DE TRAÇOS EM ROCHAS PELA TÉCNICA DE ESPECTROMETRIA
DE MASSA-DILUIÇÂO ISOTÓPICA
MAURICIO HIROMITU K A K A Z U
Dissertação apresentada ao Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares
como parte dos requisitos para obtenção do grau de "Mestre -Área Reatores Nucleares de Potência e Tecnologia do Combustível Nuclear"
Orientador:
Dr. Sundaram Sankara Subba Iyer
S Ã O PAULO 1980
koò m<LüÁ ¿amiLLaAeA
AGRADECIMENTOS
Agnadeço com pno^undo n.econhecime.nto ao Vn.. Sundan.am Sankana Subba
lyex pita òua. onltntação, cotabonacão e enco na j amento que poòitbititou a
Keatização deAte tnabatho.
A~ Noemia M. P. de. UonaeA pela cotabonacão e vatlo&aò òugeAtoeA pn.ej.ta
dat> na n.edação.
A~ Helena M. SktgematAu pelo excelente. auxZtio diApen&ado na ponte, expe
nimentat.
Ao Vn.. CtÕudío RodnlgueA peto incentivo e. confiança depositado em nwm e
pela n.e\)ÍAao -inat da n.e.dação.
Ao Vn.. 3.S. StuckteAò pelaò omoòtnaA de n.ochaò gnanZticaò e peloi, dado&
¿onne.eA.do6 pana. companacão de n.eAultadoA.
A todos aqueles que me ajudanam e tncentivanam na execução deAte tnaba
tho.
Ao ínitituto de PeAquúA<u EneAgeticaò e Nuctean.eA e a PR0NUCLEAR -Vnagna
ma de Tonmação de RecuhAos Humanos pana o Seton. Nuolean., pelo ^onne
cimento do matentat e pelo suponte. linanceÁAo.
OTIMIZAÇÃO DA EMISSÃO TERMOIÔNICA E DETERMINAÇÃO DE
URÂNIO AO NÍVEL DE TRAÇOS EM ROCHAS PELA TÉCNICA DE
ESPECTROMETRIA DE MASSA-DILUIÇÃO ISOTÓPICA
R E S U M O
Apresenta-se neste trabalho um estudo detalhado da
emissão termoiônica de urânio a partir de deposição feita em
filamento simples de rênio tipo plano. A finalidade destas
investigações foi definir um método de deposição que fosse ade
quado para análises isotópicas de urânio como íons metálicos.
Isto conduziu a escolha de uma deposição envolvendo adição de
uma pequena quantidade'de suspensão coloidal de grafita sobre
a superfície de amostra de nitrato de uranila depositada no
filamento. Esta escolha foi determinada pela maior eficiên
cia de ionização para íons metálicos de urânio em comparação
a outras formas de deposição. Os parâmetros experimentais do
método foram otimizados e empregados na determinação de tra
ços de urânio em amostras de rochas usando a técnica de espec
trometria de massa-diluição isotópica.
Para análises por espectrometria de massa-diluição
isotópica foi empregado como traçador um padrão isotópico de
urânio, NBS-U970 do National Bureau of Standards,e para a cor
reção do efeito de discriminação de massa foi utilizado o pa
drão isotópico NBS-U500. O urânio foi determinado em sete
amostras de rochas graníticas provenientes da região de Wyom
ing (U.S.A.) e em duas amostras de rochas padrão da United
States Geological Survey. A precisão das análises foi de ±1%.
Os valores de urânio obtidos nas amostras de rochas
foram comparados com os resultados de análises realizadas por
outros pesquisadores. A influência da amostragem nas anãli
ses de urânio foi discutida com base nos resultados analíticos.
OPTIMIZATION OF THERMOIONIC EMISSION AND THE DETERMINATION OF TRACE QUANTITIES OF URANIUM IN ROCKS BY MASS SPECTROMETRIC ISOTOPE DILUTION . TECHNIQUE
A B S T R A C T
A detailed experimental investigation on the ther mionic emission of uranium deposited on a single flat ty_ pe rhenium filament has been carried out. The study was aimed at determining the influence of various forms of deposition on
+ +
the emission sensitivity and thermal stability of U , UO and UOj ions. Based on these investigations, a technique, involv ing an addition of a small quantity of colloidal . suspension of graphite on top of the uranyl nitrate sample deposited, was chosen because of its higher.emission sensitivity for ura nium metal ions. The experimental parameters of the technique were optimised and the technique was employed in the determi nation of trace quantities of uranium in rock samples using mass spectrometric is'btope dilution method.
For the mass spectrometric isotope dilution analysis National Bureau of Standards' uranium isotopic standard NBS-U 970 was employed as a tracer, where as the mass discrimination effect in the uranium isotope analysis was corrected using the uranium isotopic standard NBS-U500. Uranium was determin ed in each of the seven granite samples from Wyoming, USA and two USGS standard rocks. The precision of the analysis was found to be ±1%.
The uranium values obtained on the rock samples were compared with the analyses of other investigators. Influence of the sample splitting on the uranium analysis was discussed in the light of the analytical results obtained.
I N D I C E
PÁGINA
CAPITULO I
1. INTRODUÇÃO 1
CAPITULO II
1. CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE EMISSÃO TERMOIÓNICA E
DILUIÇÃO ISOTÓPICA 5
1.1. Processo de termoionização 5
1.2. Diluição isotópica por espectrometria de mas
sa 12
CAPITULO III
1. PARTE EXPERIMENTAL 19
1.1. Espectrómetro de massa TH-5 19
1.2. Estudo de emissões termoiônicas de urânio u
tilizando filamento simples tipo plano 21
1.2.1. Preparação de amostras 22
1.2.2. Deposição das amostras 23
1.2.3. Procedimento de análise 26
1.3. Procedimentos químlco-anallticos ná determi
nação de urânio em rochas por espectrometria
de massa-diluição isotópica 28
P A G I N A
1.3.1. Determinação do termo de discrimina
ção de massa 28
1.3.2. Calibração do traçador isotópico .. 28
1.3.3. Preparação da amostra 31
1.3.4. Procedimento de análise por espec
trometria de massa 42
CAPÍTULO IV
1. RESULTADOS E DISCUSSÕES 44
1.1. Resultados obtidos para a emissão termoiôni^
ca de urânio em filamento simples 44
1.2. Determinação de urânio em rochas utilizando
a técnica de espectrometria de massa - dilui
ção isotópica 62
CAPITULO V
1. CONCLUSÕES 74
APÊNDICE A 78
APÊNDICE B 81
APÊNDICE C 83
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 85
INDICE DE TABELAS
PÁGINA
TABELA 1. Valores para os padrões fornecidos pela
NBS 30
TABELA 2. Rochas fornecidas para análises 32
TABELA 3. Contagem da atividade alfa total de ura
nio nos eluídos 36
TABELA 4. Resultados obtidos para amostra de urâ
nio depositado na forma de nitrato de u
ranila 45
TABELA 5. Resultados obtidos para amostra de urâ
nio depositado na forma de fosfato de
ur anila 4 8
TABELA 6. Resultados obtidos para amostra de urâ
nio depositado na forma de nitrato de
uranila com aplicação de sílica gel .... 51
TABELA 7. Resultados obtidos para amostras de urâ
nio depositado na forma de fosfato de u
ranila com aplicação de sílica gel 54
TABELA 8. Resultados obtidos para amostra de urâ
nio depositado na forma de nitrato de u
ranila com aplicação de grafita coloidal 57
TABELA 9. Resultados obtidos para amostra de urâ
nio depositado na forma de fosfato de
uranila com aplicação de grafita coloidal 60
PAGINA
TABELA 10. Calibração da solução do traçador NBS-
U970 65
TABELA 11. Determinação de urânio nas amostras de
rochas padrão da USGS 6 7
TABELA 12. Determinação de urânio nas amostras de
rochas graníticas da região de Wyoming,
USA 67
TABELA 13. Análises comparativas de urânio em amos
tras de rochas padrão da USGS 69
TABELA 14. Analises comparativas de urânio em amos
tras graníticas da região de Wyoming,.USA 70
000000000000CO 00 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
INDICE DE FIGURAS
PAGINA
FIGURA 1. Tipos de arranjos para os filamentos .... 08
FIGURA 2. Esquema do espectrómetro de massa TH-5 .. 20
FIGURA 3. Bomba de dissolução de amostras 33
FIGURA 4. Curva de eluiçao do urânio 37
FIGURA 5. Curvas de dependencia da intensidade de ~ - » + +
emissão termoionica dos ions U02 , UO e
U + com a corrente do filamento, para depo
sição de nitrato de uranila 46
FIGURA 6. Curvas de dependencia da intensidade de
emissão termoionica dos ions UOÍ , UO + e
U com a corrente do filamento, para depo
sição de fosfato de uranila 49
FIGURA 7. Curvas de dependência da intensidade de
emissão termoionica dos ions UO2 , UO e
U + com a corrente do filamento, para depo
sição de nitrato de uranila com aplicação
de silica gel 52
FIGURA 8. Curvas de dependência da intensidade de
emissão termoionica dos ions U 0 2 , UO e
U + com a corrente do filamento, para de
posição de fosfato de uranila com aplica
ção de silica gel 55
FIGURA 9. Curvas de dependência da intensidade de
P Á G I N A
emissão termoiônica dos ions UO* , U0 + e
U + com a corrente do filamento,para depo
sição de nitrato de uranila com aplicação
de grafita coloidal 58
FIGURA 10. Curvas de dependência de intensidades de
emissão termoiônica dos íons ucf, UO + e
iT com a corrente do filamento, para depo
sição de fosfato de uranila com aplicação
de grafita coloidal 61
FIGURA 11. Comparação entre os conteúdos de urânio
em amostras de rochas obtidos neste tra
balho e obtidos por Stuckless e Ferreira.
Representa-se uma linha 1:1 para referên
cia 72
FIGURA B-l Espectro de massas do urânio para uma a
mostra genérica 82
« o o o o c o g g g g g g g g ^ ^
" " — — — — — — — — — — — • — — • - — — — — — . . . . i t
I N S T I T U T O DE P E S Q U S A S E vf R G É T I O S E N U C L E A R E S I
I. P. E. N. j
CAPÍTULO I
i
1 . INTRODUÇÃO
No ciclo do combustível nuclear, a necessidade de se de
terminar a razão isotópica e a concentração de urânio, muitas
vezes no nível de partes por milhão, com grande exatidão e
precisão, tem conduzido a realização das análises no sentido
do aproveitamento máximo do potencial analítico da técnica de
espectrometria de massa.
A quantidade e a abundância isotópica de urânio no combus
tivel nuclear durante os processos de enriquecimento, fabrica
ção e reprocessamento devem ser conhecidas com grande precisão
e exatidão para fins de controle e contabilidade de combustl
vel nuclear.
Uma técnica considerada universalmente aplicável para a
determinação de urânio e plutónio ê a diluição isotópica por
espectrometria de massa. Um dos aspectos dessa aplicabilida
de provêm do fato de que a técnica ê independente de efeitos
de interferência de diversos lons. Para amostras de combustí
veis nucleares, especialmente combustíveis irradiados, conten
do altas atividades de produtos de fissão e elementos transu
rânicos, esta técnica oferece as vantagens de requerer somen
te quantidades de microgramas de urânio ou plutónio, e não ne
cessitar separação química quantitativa. Estes dois fatores
2
conduzem a uma minimização de operações sob proteção contra
radiação e facilidades de controle remoto. Por exemplo,peque
nas alíquotas de amostras irradiadas podem ser transferidas
de celas quentes para glovz box onde o urânio e plutónio po
dem ser rapidamente separados por um procedimento que propor
ciona uma recuperação maior que 50% com um nível de desconta
minação de IO 5 a IO 6 para produtos de fissão e elementos
transurânicos.
Com os modernos equipamentos atualmente disponíveis, a pre
cisão das medidas de razões isotópicas por espectrometria de
massa pode facilmente atingir um valor de 0,1%, e as concen
trações de urânio e plutónio em amostras de combustíveis irra
diados, empregando uma técnica analítica cuidadosa antes da
medida no espectrómetro de massa pode atingir uma precisão da
ordem de 0,2% ( 2 9 ) .
Além da grande aceitação da técnica de espectrometria de
massa no campo nuclear, ela tem sido desenvolvida com igual
importância no campo da geocronologia. O decaimento radioati
vo de urânio e tório â isótopos estáveis de chumbo, tem sido
considerado um método padrão de datação de rochas e minerais.
A idade geológica de formação de depósitos de urânio for
nece informações vitais para a. sua exploração. Recentemente
Dahlkamp^10^ fez uma compilação dos principais tipos de depõsi_
tos de urânio relacionando-os com o tempo de formação. Este
estudo revelou uma característica de distribuição qualitativa
e quantitativa de depósitos em épocas geológicas distintas.Es_
ses principais depósitos foram divididos em cinco princípios
de geração baseado em dados geocronolõgicos. Além disso, a
maioria dos depósitos mostraram uma afinidade geográfica para
fontes de rochas uraníferas também formadas em épocas geolõgi_
3
cas distintas.
Este estudo mostra a importância da técnica de datação
radiométrica pelo urânio-tório-chumbo, na prospecção de ura
nio.
A determinação de urânio em quantidades de submicrogramas
ê utilizada como um recurso importante na exploração de urâ
( 7 )
nio. Segundo Cadigan e Felmlee , o melhor indicador de mi
neralização de urânio ê a presença de quantidades anômalas do
próprio urânio em rochas, ãgua e sedimentos de riachos.
Em nosso laboratório, estamos atualmente empenhados em anã
lises isotópicas de urânio, tório e chumbo para a datação de
rochas e minerais. Iniciando o programa, já foi desenvolvida (17 )
uma técnica de medidas isotópicas de chumbo em galenas . Co
mo segunda etapa, este trabalho propõe uma técnica analítica
para a determinação de urânio em rochas pelo método da espec
trometria de massa-diluição isotópica.
Tendo em vista a implantação em nosso laboratório de um
procedimento de análise isotópica de urânio com o arranjo de ( 2 6 )
filamento duplo, baseado no trabalho de Moraes ,procurou-se
uma maior flexibilidade de análise isotópica ao se propor um
método de determinação de urânio utilizando o filamento sim
pies tipo plano. Portanto este trabalho tem como principais
objetivos:
a) estudo de emissões termoiônicas de urânio com o uso
de filamento simples tipo plano;
b) desenvolvimento da técnica para a determinação de urâ
nio em rochas por espectrometria de massa-diluição iso
tópica.
As análises termoiônicas de urânio envolveram deposições
4
de amostras nos filamentos como nitrato de uranila,fosfato de
uranila e tratamento destes com sílica gel e grafita.
Para cada tipo de depósito foi observado o tipo de emis
são e a intensidade termoiônica de urânio e a corrente elêtri.
ca do filamento.
Desse estudo foi estabelecida a melhor forma de deposição
de amostras que foi empregada na determinação de traços de
urânio em sete amostras de rochas graníticas com quantidades
variáveis de urânio, no intervalo de 3 a 1400 ppm, e em duas
amostras de rochas padrão contendo cerca de 2 ppm de urânio.
00000000000000 00 cooooocococococo
5
CAPITULO II
1. CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE EMISSÃO TERMOIÔNICA E DILUIÇÃO
ISOTÓPICA.
1.1. PROCESSO DE TERMOIONIZAÇÃO
A termoionização é um processo pelo qual são produ
zidas emissões de íons a partir de uma amostra solida quando
~ ( 3 2
aquecida na superfície de um metal de alta função trabalho '
A vaporização de moléculas ou átomos neutros a partir
de uma superfície quente de metal, também ê acompanhada de
íons positivos, que são formados pela perda de um elétron pa
ra a superfície. A dependência da razão de moléculas ioniza
das para moléculas neutras com a temperatura ê dada pela teo „ , . (18,21*.1*0)
n a de Saha-Langmuir ' ' por:
— = A e x p
no
onde:
e = carga do elétron
k = constante dos gases de Boltzman
e (d) - V)
kT (D
6
temperatura absoluta da superfície
potencial de ionização da molécula
função trabalho da superfície
constante de proporcionalidade
A equação (1) mostra que quanto maior a razão n+/nQ
maior será a eficiência de ionização. 0 valor dessa razão ê
controlado pelos parâmetros ((J) - V) eT . Nota-se que deve ha
ver um compromisso entre í(j) - l/) e T para se conseguir efici
ência de ionização máxima.
No espectrómetro de massa por termoionização, o ele
mento de ionização é um filamento de metal aquecido, que pos_
sui alta função trabalho. Existem vários tipos de arranjos
para filamentos:
a) arranjo para filamento simples tipo plano - as
moléculas da amostra depositada no filamento so
frem um processo simultâneo de evaporação e ionização;
b) arranjo para filamento duplo - as moléculas da
amostra depositada em um dos filamentos sofrem
um processo inicial de evaporação e posterior ionização ao co
lidirem com um segundo filamento aquecido a uma temperatura
mais alta;
c) arranjo para filamento triplo - as moléculas da
amostra depositada em um filamento central so
frem um processo de evaporação e posterior ionização ao colí
direm com um dos filamentos laterais aquecidos a temperaturas
mais altas que o filamento evaporador;
d) arranjo para filamento simples tipo y ~ a s molê
cuias da amostra depositada no filamento sofrem
7
um processo de evaporação e ionização semelhante a um filamen
in )
to triplo .
Estes arranjos para filamentos são ilustrados na Fi
gura 1.
A escolha de cada um dos tipos de arranjos para fi.
lamentos depende do elemento que se quer analisar. Em geral,
para elementos que têm valor de potencial de ionização mais
alto do que o valor da função trabalho da superfície, são em
pregados os filamentos duplo ou triplo,que podem atingir uma
alta eficiência de ionização sem necessidade de uma alta tem
peratura para o filamento da amostra, o que não acontece com
o filamento simples. No entanto, há que se considerar algu
mas vantagens do uso do filamento simples como por exemplo,me
nor gasto de material, maior facilidade de preparação e opera
ção. (38)
Os materiais de filamento geralmente empregados
na analise isotópica por espectrometria de massa termoiônica
são: tântalo, tungsténio e rênio. Neste trabalho foi utili
zado o filamento de rênio refinado por zona. As vantagens do
seu uso são: menor contaminação de elementos alcalinos e
maior eficiência de ionização em comparação aos outros materi (26)
ais mencionados . Uma contaminação muito elevada de elemen
tos alcalinos, principalmente potássio pode ocasionar proble
mas na análise de urânio, pois a formação de polímeros K6 in
troduz interferências isobáricas em massas 234, 236 e 238,que
são devidas a combinação dos isótopos naturais do potássio,
( 3 \ ) + , ( 3 9K 5 " K ^ e ( 3 \ * \ Y , respectivamente ( 2 8' 3 2 .
Considerando o elevado potencial de ionização do urâ (39) ~ ~
nio, 6,08 el/ , em comparação com o valor da função traba ( 39 )
lho do renio, 4,96 el/ , de acordo com a equação (1) e neces
FILAMENTO SIMPLES FILAMENTO SIMPLES TIPO V TIPO PLANO
FILAMENTO DUPLO FILAMENTO TRIPLO
F 16 .1 - T I P O S DE ARRANJOS PARA OS F I L A M E N T O S
9
sário que a análise seja realizada em alta temperatura de fi
lamento para se obter uma emissão de íons U + com boa intens^L
dade. No entanto, uma alta temperatura de filamento nem sem
pre assegura uma emissão estável de íons U + e tampouco um
tempo de emissão suficiente para a realização de medidas no es
pectrômetro de massa. Com o uso de filamento duplo esse pro
blema pode ser contornado mantendo-se uma temperatura não mui.
to alta no filamento da amostra, compensando com um aumento
na temperatura do filamento de ionização. A utilização de fi
lamento simples não possibilita um controle desse tipo,portan
to torna-se necessário o desenvolvimento de técnicas adequa
das de deposição.
Um dos maiores problemas encontrados quando se pro
põe fazer uma análise isotópica de urânio empregando a têcni
ca de filamento simples refere-se a emissão termoiônica quase
que exclusiva de íons óxidos. Em geral, ê conveniente reali.
zar uma análise isotópica em íons metálicos, U + , do que em
íons óxidos, U(?2 , U0+ , a fim de evitar correções para os isó
topos de oxigênio . Os isótopos do oxigênio natural-16 0, com
cerca de 99,7%; 170 , com cerca de 0,09% e o 1 8 0 com cerca de
0,2%, - em combinação com isótopos 23"*U, 2 3 5 U e 2 3 8 U do urânio
natural formam moléculas de óxido de urânio, U0 e U0 2 que
apresentam interferências isobáricas nessas massas. Um átomo
de 2 3 5U em combinação com um átomo de 170 e um átomo de 1 8 0 , ê
isõbaro de um átomo de 2 3 8 U em combinação com dois átomos de
1 6 0, ambas formando moléculas de U0 2 com massas moleculares 270.
Um átomo de 2 3 5 U em combinação com um átomo de 1 7 0 , ê isõbaro
de um átomo de 23I*U em combinação com um átomo de 1 8 0, forman
do moléculas de UÕ com massas moleculares 252.
No trabalho de Studier et al sobre o comportamen
10
to do urânio nas fontes de termoionização foi demonstrado que
as espécies iónicas emitidas do filamento aquecido podem ser
controladas com o uso de agentes oxidantes e redutores, segun
do o seguinte esquema:
agcnteA oxidantes [pon. exemplo, oxÀgênio)
>
+ . .
agíntíò fKLdaX.oh.QJi [poh. Qxmpla, canhono)
Nesse estudo, usando vapores de benzeno como agente
redutor, eles conseguiram obter uma emissão quase que exclusi^
va de lons U + e verificaram que o grau de carbonização tinha
um efeito bem pronunciado na temperatura de emissão de ions
U . Com baixo tempo de carbonização, a emissão de ions U ocor
ria em baixas temperaturas, e com tempo de carbonização maior
a emissão ocorria em temperaturas mais altas.
( 1 2 )
No estudo de Fenner ,empregando filamento simples
de rênio tipo V , a eficiência de ionização tanto para Ions
óxidos quanto para ions metálicos de urânio foi aumentada atra
vês do tratamento da amostra em atmosfera de hidrogênio e oxi.
gênio. Fenner sugeriu que o aumento da eficiência de ioniza
ção estaria relacionado a dois fatores: primeiro, a redução
do nitrato de uranila a uma forma química em que os ions metá
licos seriam facilmente produzidos; segundo, a um aumento da
função trabalho da superfície do filamento V causado pela for
11
mação de oxido de rênio.
A fim de evitar o aumento residual de hidrocarbone (i» \
tos no espectrómetro de massa durante a analise, Baldock ' e (27) _
o grupo NBS , realizaram analise isotópica de uranio na for
ma de íons U + utilizando filamento simples y, sem a adição de
agentes redutores na amostra. Baldock sugeriu que o com
portamento de emissão termoiônica de íons com o uso de fila
mento simples V estaria relacionado a um processo de emissão
de superficie semelhante ao do filamento triplo. ( 2 \
Arden e Gale , empregando o mesmo tipo de filamen
to simples V , não obtiveram êxito na produção de íons U +. A
fim de conseguir esse objetivo, eles trataram uma amostra de
uranio depositada no filamento, com uma pequena quantidade de
suspensão coloidal de .grafita em água destilada preparada a
partir de um produto comercial denominado Aquadag. Inicialmen
te, amostras preparadas na forma de nitrato de uranila não pro
duziram emissão estável de íons U + , no entanto, ao utilizarem
amostras na forma de fosfato de uranila, conseguiram obter
emissão estável de íons U +. ( 1)
Akishin et al obtiveram bons resultados utilizan
do uma mistura de sílica gel e zircônio como catalizador para
melhorar a eficiência de ionização em análises isotópicas de
chumbo por espectrometria de massa. ( 8 )
Mais tarde Cameron et al descreveram um método
modificado de preparação de sílica gel que é atualmente utiLL
zado pela maioria dos pesquisadores. Como a preparação de sí
lica gel segundo este procedimento é trabalhosa e demorada,foi
desenvolvida com bons resultados em nosso laboratório,uma téc
nica de análise isotópica de chumbo, utilizando sílica gel pre
parada a partir de um produto comercial disponível,sílica gel
12
extrapuro - Merck 60 HR, segundo recomendação de Richards .
Baseado na premissa de que a sílica gel poderia atu
ar também como um catalisador para melhorar a eficiência de
ionização de U + , que tem em comum com o chumbo um alto poten
ciai de ionização, essa técnica foi utilizada nas observações
experimentais de emissão termoiônica de urânio.
Considerando-se os estudos feitos pelos inúmeros pes
quisadores no campo da emissão termoiônica de diversos materi
ais, procurou-se neste trabalho estudar a influência do tipo
de deposição e do efeito de agentes catalisador e redutor na
emissão termoiônica de urânio com a utilização de filamento
simples tipo plano.
1.2. DILUIÇÃO ISOTÓPICA POR ESPECTROMETRIA DE MASSA
A técnica de diluição isotópica por espectrometria
de massa baseia-se na medida da variação da composição isotô
pica de um elemento na amostra causada pela adição de um tra
çador. Esta variação medida está relacionada ã concentração
do elemento na amostra. 0 traçador empregado ê constituído
geralmente por um isótopo estável do elemento, e com composi_
ção isotópica diferente do elemento na amostra.
Basicamente as operações envolvidas são:
a) adição de uma alíquota de uma solução do traça
dor de concentração conhecida a uma alíquota da
amostra. Esta mistura deve ser realizada com base no peso pa
ra se obter medidas precisas;
b) dissolução da amostra por meios apropriados e
13
uma mistura completa da solução resultante para assegurar equi
líbrio isotópico entre o traçador e a amostra;
c) separação química do elemento;
d) medida da composição isotópica por espectrome
tria de massa e cálculo da quantidade do elemen
to na amostra.
A. técnica de diluição isotópica quando comparada a
outros métodos analíticos oferece muitas vantagens:
a) o resultado final não depende de uma separação
quantitativa do elemento em questão após a rea
lização da mistura traçador e amostra, porque a razão isotópi^
ca permanece inalterada, mesmo que haja perda de material du
rante a separação;
b) a técnica é extremamente sensível na medida de
traços de elementos. Brown et a l ^ conseguiram
determinar 5 partes por bilhão de urânio em amostra de meteo
rito;
c) as razões isotópicas do elemento a ser anali_
sado podem ser obtidas simultaneamente com a
sua concentração;
d) a técnica apresenta grande precisão e exatidão.
A precisão ê da ordem de 1% para a maioria dos
elementos que podem ser determinados ;
e) a quantidade de urânio e outros elementos neces
- - 6 - S
sarios para uma analise e da ordem de 10 a 10 g,
o que o torna um método ideal para a análise de combustíveis
nucleares irradiados, onde uma pequena quantidade de amostraê
essencial para garantir facilidade de manipulação e proteção
14
do analista contra os riscos de radiação nuclear.
Paralelamente a esses aspectos, deve-se considerar
que a técnica, em muitos casos, só é aplicável para elementos
poliisotópicos. Apenas 19 elementos são monoisotõpicos.No en
tanto, com a disponibilidade atual de traçadores radioativos
de meia vida longa, a técnica pode ser estendida a alguns des
ses elementos, com as devidas correções para o decaimento ra
dioativo.
0 traçador frequentemente empregado para a determi
nação de concentração de urânio ê o traçador altamente enri.
. - 5 í l ,, ( 22 , 29 ,38 ) .
quecido no isótopo *33U ' . Este material e produzi
do pela irradiação do 23ZTk com nêutrons e decaimentos suces
sivos por emissão de partículas beta a 2 3 3 U.
Para a determinação de urânio em amostras naturais
ê também empregado, com bons resultados, o traçador isotópico
constituído de urânio altamente enriquecido no isótopo 2 3 5 u v '
20,23)
•
Neste trabalho foi empregado o traçador isotópico en
riquecido em 2 3 5 U , principalmente pela facilidade oferecida
na sua manipulação. Este material é fornecido pela National
Bureau of Standards como um padrão isotópico denominado NBS-U
970.
O cálculo da concentração de urânio na amostra, quan
do ê utilizado traçador enriquecido em 2 3 5 U ê dado pela ex ~ (2 3)
pressão :
m. M A (23S)T
A 7 23$ R M " R A
(2)
onde:
15
, Cj - concentrações do urânio na amostra e
na solução do traçador,respectivamen
te;
, \t\j - massas das alíquotas da amostra e da
solução do traçador,respectivamente;
, Mj - pesos atômicos do urânio na amostra
e no traçador, respectivamente;
(23$)^ ,Í23S)j - porcentagens atômicas de 2 3 8U na amos
tra e no traçador, respectivamente;
, Rj , - razoes isotópicas 2 3 5 ^ ^ 2 3 3 ^ n a a m 0 g
tra, no traçador e na mistura,respec
tivamente.
A dedução desta expressão é apresentada no Apêndice
A.
Uma análise da equação (2) mostra que a precisão do
método ê governada pelos fatores Rj - ^'/(R^ " ^ ) e C p Os
erros nas pesagens da amostra e traçador são desprezíveis, en
quanto que a maior fonte de erro na determinação reside nas
medidas das razões isotópicas. Um estudo do fator de erro en
volvido na relação (R^ - R^l/lR^ - R^) decorrente da medida
de. R^ mostra que o fator de erro torna-se mínimo quando R^ =
/ 1 (W)
/ Rj R^ . Por outro lado, sao obtidas medidas precisas
de R^ quando este tem um valor próximo de um, que é estabele
eido por razão de ordem instrumental. Considerando-se que o
valor de R^ está fora de controle experimental, o único con
trole que se tem sobre a magnitude do erro é a escolha do tra
çador e das quantidades de amostra e traçador a serem mistu
radas. Segundo Goris et al para um valor de razão isotô
16
pica de urânio na mistura igual a 1000, a precisão é da ordem
de 2,12%, e para um valor igual a 0,001 ê da ordem de 4,70%,
sendo que a precisão alcança um máximo de 0,56% quando a ra
zão isotópica de urânio na mistura é igual a um.
Todas as misturas amostra-traçador, quando possível
devem ser realizadas obedecendo esse critério; isto é,com uma
quantidade ideal de traçador fixada, é calculada a quantidade
de amostra necessária para a obtenção da razão isotópica de
urânio próximo do valor um na mistura.
Como a precisão na determinação da concentração de
urânio está também associada a precisão com que se pode medir
Cj , para se obter resultados precisos, a concentração de urâ
nio na solução do traçador (calibração) deve ser determinada
pela própria técnica de espectrometria de massa-diluição iso
tópica.
A calibração do traçador ê realizada usando-se um
padrão de urânio quimicamente puro, estável e com composição
isotópica perfeitamente definida e diferente do traçador.
Neste trabalho foi utilizado o padrão de urânio na
tural fornecido pela National Bureau of Standards, NBS-U950a,
que ê normalmente utilizado neste tipo de calibração. A con
centração do urânio no traçador ê calculada através da expres
~ ( 2 3 ) s ao ' :
C = C —-T P
m? Mj 238 ) p
mT M p 238 ) T
R M " R P (3)
onde:
lj , Cp - concentrações do urânio nas soluções
do traçador e do padrão de referêri
cia, respectivamente;
17
m. T '
m. - massas das alíquotas das soluções
do traçador e do padrão de referên
cia, respectivamente;
pesos atômicos do urânio no traçador
e no padrão, respectivamente;
(238 )j , (23S)p - porcentagens atômicas d o 2 3 8 U no tra
çador e padrão, respectivamente,
Rj , Rp , R^ - razões isotópicas 2 3 5 U/ 2 3 8U no traça
dor, no padrão e na mistura, respec
tivãmente.
Um outro fator importante que deve ser levado em con
sideração na determinação de urânio, assim como de outros ele
- ~ (22 3 2 ) mentos e o efeito de discriminação de massa ' . Em espectro
metria de massa de ionização de superfície os isótopos mais
leves de um determinado elemento são evaporados e ionizados
preferencialmente em relação aos isótopos mais pesados. Assim
a razão isotópica medida não se traduz numa razão isotópica
verdadeira, portanto deve ser corrigida. A correção para o
efeito de discriminação de massa é realizada determinando-se o
termo de discriminação de massa baseado na medida da razão iso
tópica de uma amostra padrão com composição isotópica 49,696%
em 2 3 5lí e 49,711% em 2 3 8 U. Esse padrão é fornecido pela NBS
e é designado NBS-U500.
razão 2 35
PM • = R (4) R
1/
onde:
18
= 0,997 (valor tabelado para a razão 2 3 s u / 2 3 8 U
do padrão NBS-U500) ;
R = média das razões 2 3 5 U / 2 3 8 U medidas.
OOOO 00 0000 0O0O 00 ooooooooooooooco
19
CAPITULO III
1. PARTE EXPERIMENTAL
1.1. ESPECTRÓMETRO D E MASSA T H-5
P a r a a s a n á l i s e s i s o t ó p i c a s d e u r â n i o f o i e m p r e g a d o
u m e s p e c t r ó m e t r o d e m a s s a t e r m o i ô n i c o d a V a r i a n M a t m o d e l o T H -
5. 0 e s q u e m a d o e s p e c t r ó m e t r o é m o s t r a d o n a F i g u r a 2.
O s i s t e m a a n a l i s a d o r é d o t i p o m a g n é t i c o , c o m s i s t e
m a d e f o c a l i z a ç ã o s i m p l e s , t u b o e s p e c t r o m é t r i c o d e 2 1 , 4 c m d e
r a i o d e c u r v a t u r a , d e f l e x ã o i ó n i c a d e 9 0 ° , c o n s t r u í d o e s p e c i
a l m e n t e p a r a m e d i d a s p r e c i s a s d e r a z õ e s i s o t ó p i c a s .
O e s p e c t r ó m e t r o é e q u i p a d o c o m u m a f o n t e d e i o n i z a
ç ã o d e s u p e r f í c i e , q u e p o d e s e r u s a d o p a r a a r r a n j o s d e f i l a m e n
t o s i m p l e s , d u p l o e t r i p l o .
O s d e t e t o r e s d e í o n s u t i l i z a d o s f o r a m o cap fioAaday e
o s i s t e m a m u l t i p l i c a d o r d e e l é t r o n s d e 2 3 e s t á g i o s , q u e pos_
-» — i** s i b i l i t a m m e d i d a s d e c o r r e n t e i ó n i c a n u m i n t e r v a l o d e 1 0 A
—g ""17 " -13 l
a 10 A e d e 10 A a 10 A , r e s p e c t i v a m e n t e . O s d e t e t o r e s
s ã o a c o p l a d o s a u m s i s t e m a r e g i s t r a d o r [òtnÁ-p okahX. KZdOfidzfi) p e l o
q u a l ê f e i t a a m e d i d a d e a b u n d â n c i a i s o t ó p i c a a t r a v é s d a s c o r
r e n t e s i ó n i c a s r e g i s t r a d a s .
O s i s t e m a d e v a c u o a s s e g u r a u m a p r e s s ã o d e 10 8 t o r r
n a f o n t e i ó n i c a e u m a pressão., i n f e r i o r - a - 1 - 0 — t o r r n o s i s t e m a I N S T I T U T O D E P E S Q U S A S E » ' R 1 É T I C S E N U C L E A R E S I
I. P. E. N. j
21
analisador e no sistema detetor. Durante a fase inicial da
análise a pressão na fonte iônica pode atingir uma pressão de
- 7
cerca de 10 torr, devido impurezas de baixa temperatura de
evaporação.
1.2, ESTUDO DE EMISSÕES TERMOIÔNICAS DE URÂNIO UTILIZANDO
FILAMENTO SIMPLES TIPO PLANO,
Como foi mencionado no capitulo II, as emissões ter
moiônicas foram observadas com a utilização de arranjo de f_i
lamento simples, empregando como material fita de rênio refi
nada por zona.
Antes da deposição da amostra, de urânio todos os f.L
lamentos preparados foram prê-aquecidos a uma temperatura de
cerca de 1500°C durante 15 minutos, sob pressão de 10 6 torr.
Essa operação é realizada com a finalidade de obter os fila
mentos de rênio livres de quaisquer tipo de impurezas.
Foi utilizada nas observações das emissões termoiô
nicas de urânio uma amostra padrão de urânio NBS-U500.
Foi escolhido esse padrão isotópico de urânio pela
facilidade de identificação das espécies iónicas de urânio. O
2 35 2 38
fato das porcentagens atômicas de U e U serem aproxima
damente iguais, facilita a identificação do urânio pela pre
sença de dois picos de urânio de igual intensidade na região
de massa de interesse.
Esse estudo teve a finalidade de estabelecer as con
dições ótimas de análise com o filamento simples. Os parâme
tros estudados foram: a forma química de deposição, a influ
ência de substâncias ativadoras como a sílica gel e grafita
22
e a temperatura de filamento para a análise.
1 . 2 . 1 . P R E P A R A Ç Ã O D A S A M O S T R A S
a) Solução de nitrato de uranila.
Foi preparada por dissolução de óxido de
urânio, U 3 0 8 / padrão isotópico, em 2 ml de ácido nítrico con
centrado e diluída com água bidestilada a um volume de 100
ml para se obter uma concentração de cerca de 10~ 5g/ml de urâ
nio.
b) Solução de fosfato de uranila.
Foi preparada antes de cada análise pela
evaporação de cerca de 0,5 ml da solução de nitrato de urani
la preparada em a) e redissolvendo-se com cerca de 0,5 ml de
ácido fosfórico 0,84 M.
c) Suspensão coloidal de sílica gel.
Foi preparada de acordo com a recomenda
(30)
çao de Dr. J.R. Richards . Cerca de 15 g de sílica gel ex
tra puro da Merck foram trituradas em um almofariz de ágata e
transferidas para um frasco de polietileno contendo cerca de
35 ml de água bidestilada. A suspensão foi agitada 5 minutos
por dia durante uma semana e deixada em repouso por 3 dias.
Após esse período o sobrenadante foi recolhido em um frasco
de polietileno, e utilizado nas análises. A concentração de
sílica gel nessa suspensão foi estimada através da pesagem do
resíduo obtido pela evaporação de uma quantidade pesada da ~ ~ — 3
suspensão. A concentração obtida foi cerca de 6 x 10 g de
sílica gel por grama de suspensão que foi diluída para obten ~ ~ — 3 — 3 .,
çao de concentrações 3 x 10 g e 1,5 x 10 g de sílica gel por
23
grama de suspensão.
d) Suspensão de grafita coloidal.
Foi preparada a partir de um produto co
mercial denominado Aquadag , fabricado pela Acheson do Bra
sil. Esse produto é um preparado de pó de grafita pura embe
bida em água bidestilada.
A suspensão de grafita coloidal foi pre
parada misturando-se cerca de 0,5 g de Aquadag®em 50 ml de
água bidestilada e a concentração de grafita foi estimada pe
lo mesmo processo empregado para a sílica gel, obtendo-se 8 x
- 3 ~
10 g de grafita por grama de suspensão. Esta suspensão foi di
lulda a concentrações de 4 x 10 g e 2 x 10 g de grafita
por grama de suspensão.
1.2.2. DEPOSIÇÃO DAS AMOSTRAS
A deposição da amostra foi realizada pela
evaporação de uma pequena gota da solução, cerca de 0,01 ml,
utilizando-se um tubo capilar de vidro descartável, sobre a
superfície de um filamento de rênio eletricamente aquecido.
Assim, a quantidade de urânio depositada a partir de uma solu
ção 10 5 g de urânio por mililitro de solução é da ordem de
10" 7g.
a) Deposição de urânio a partir de solução
(26 )
de nitrato de uranila
Três gotas (cerca de 0,45 ml) da solução
de nitrato de uranila foram evaporadas até a secagem num bê
24
quer de teflon. Após o esfriamento, o resíduo foi redissolvido
com três gotas de ácido nítrico 0,05 M. Este procedimento foi
feito para eliminar o excesso de ácido nítrico e manter uma
acidez constante, evitando-se a formação de polímeros de ura
(32)
nio no filamento, que podem interferir na analise .Uma gota
dessa solução final tomada com o tubo capilar foi depositada
no centro do filamento preparado. A seguir o filamento foi
aquecido pela passagem de corrente elétrica de cerca de 0,2 a
0,5 A até a evaporação da solução. 0 processo de aquecimento
prosseguiu em aumentos de 0,1 A por minuto até cerca de 1,4 a
1,6 A. Esse aquecimento lento e gradual foi feito para permi
tir a formação de U03 no filamento, que é a forma química ade - (32)
quada para a analise no espectrómetro de massa .
b) Deposição de urânio a partir de solução
de fosfato de uranila.
Uma gota da solução de fosfato de urani
la tomada com o capilar foi depositada no centro do filamento
e a evaporação da solução foi feita com uma corrente de cerca
de 1,0 A. A evaporação total do excesso de ácido fosfórico
foi presenciada pela produção de fumos brancos de pentõxido de
fósforo ( p
2 0 5 ) • Para garantir uma boa aderência no filamento,
a corrente foi aumentada até cerca de 1,6 A em incrementos de
0,1 A.
c) Deposição de urânio a partir de solução
de nitrato de uranila com aplicação de
sílica gel.
A aplicação de sílica gel foi realizada
empregando cada uma das três suspensões de concentrações dife
rentes anteriormente descritas. Uma gota da suspensão coloi^
25
dal de sílica gel foi depositada no centro do filamento e eva
porada com passagem de corrente elétrica 0,2 a 0,5 A. A eva
poração da gota produz sobre a superfície do filamento uma fi
na camada branca visível de sílica gel. O urânio foi deposjl
tado sobre essa camada de sílica gel de acordo com o procedjL
mento descrito no Item a ) .
d) Deposição de urânio a partir de solução
de fosfato de uranila com aplicação de
sílica gel.
Cada suspensão de sílica gel de concentra
ção diferente foi utilizada nas deposições. A deposição foi
feita como descrita no Item c) , seguindo-se a deposição de urâ
nio, segundo o mesmo procedimento descrito no Item b ) .
e) Deposição de urânio a partir de solução
de nitrato de uranila com aplicação de
grafita coloidal.
A aplicação de grafita foi realizada em
pregando-se cada uma das três suspensões de concentrações des_
critas anteriormente. Primeiro foi feita a deposição de urâ
nio como descrita no Item a) e em seguida, depositou-se uma
gota da suspensão de grafita coloidal. A gota foi evaporada
pela passagem de corrente elétrica d e O , 2 a O , 5 A e a seguir
aumentada em incrementos de 0,1 A até cerca de 1,0 A. Assim,
uma gota da suspensão de grafita coloidal de concentração 8 x
— 3 - — 5
10 g/g resulta em um deposito de 8 x 10 g de grafita no fi
lamento, ou seja, cerca de 800 vezes a quantidade de urânio; ~ — 3
uma gota de suspensão de grafita coloidal 4 x 10 g/g resulta
em um depósito de 400 vezes a quantidade de urânio; e uma go
26
ta da suspensão de grafita coloidal 2 x 10 g/g resulta em um
depósito de 200 vezes a quantidade de urânio. A grafita depo
sitada forma sobre o depósito de urânio uma fina camada escu
ra.
f) Deposição de urânio a partir de solução
de fosfato de uranila com aplicação de
grafita coloidal.
Cada suspensão de grafita coloidal de con
centração diferente foi utilizada nas deposições. A deposição
de urânio foi feita de acordo com o item b), e sobre este de
positou-se grafita coloidal como descrita no item e).
1 . 2 . 3 . PROCEDIMENTO DE A N A L I S E
Na análise isotópica com espectrômetro de
massa empregando o arranjo de filamento simples, os recursos
de controle da ionização e evaporação da amostra são bem mais
limitados do que com o arranjo de filamento duplo ou triplo .
Quando se usa filamento simples não existem os controles de
temperatura de ionização e evaporação da amostra isoladamente
como no caso do filamento duplo e triplo. O controle da ioni^
zação e evaporação é feito somente com a elevação da tempe
ratura de um único filamento, assim, uma deposição cuidadosa
é necessária para a realização da análise.
O filamento com a amostra depositada é in
troduzido no espectrômetro e apôs a pressão na fonte iônica
ter alcançado um valor de cerca de 1 x 10 torr, é iniciada a
análise, segundo um procedimento controlado de elevação detém
peratura do filamento. A corrente elétrica do filamento é ini
27
cialmente elevada gradualmente até cerca de 1,0 A, ocasião em
que ocorre uma alta taxa de evaporação e ionização dos elemen
tos sódio e potássio presentes na amostra. Esta corrente é
mantida por cerca de 15 minutos, tempo suficiente para que ha
ja uma completa desgaseificação da amostra e redução de sódio
e potássio a níveis baixos.
Terminada esta fase, a corrente elétrica do
filamento é elevada vagarosamente, e a pressão na fonte iôni^
- — 7
ca e mantida abaixo de 5 x 10 torr, através do controle
de elevação da corrente. Durante este procedimento, um ajuste
preliminar de focalização do feixe de íons é realizado através
de íons sódio ou potássio. A seguir é ajustada a focalização
para cada uma das espécies iónicas em estudo, U0* , U0 +e U +,
realizando-se a varredura manual do campo magnético e regis_
trando-se as intensidades iónicas de emissão para cada corren
te do filamento.
Nota-se que a partir de 2,8 A,para qualquer
depósito de urânio, a emissão de íons U + ê bastante instável,
observando-se uma queda contínua e rápida da intensidade iôni_
ca com o tempo, que pode ser explicada por uma alta razão da
taxa de evaporação/taxa de ionização. A elevação da corrente
do filamento foi concluída por volta de 3,0 A.
A fim de estabelecer uma relação entre a cor
rente e a temperatura do filamento, mediu-se para cada corren
te a sua respectiva temperatura através de um pirómetro ótico,
com uma precisão de aproximadamente 10%.
28
1.3. PROCEDIMENTOS QUÍMICO-ANALÍTICOS NA DETERMINAÇÃO DE
URÂNIO EM ROCHAS POR ESPECTROMETRIA DE MASSA " D I L U I
ÇÃO ISOTÓPICA.
A aplicação da diluição isotópica por espectrometria
de massa para a determinação de traços de urânio em amostras
de rochas foi dividida em quatro etapas: determinação do ter
mo de discriminação de massa, calibração do traçador isotõp_i
co, preparação da amostra e procedimento de analise por espec
trometria de massa.
1.3.1. DETERMINAÇÃO DO TERMO DE DISC R I M I N A Ç Ã O DE
MASSA.
Para a determinação do termo de discrimina
ção de massa foi preparada uma solução de nitrato de uranila
~ ~ — s do padrão NBS-U500 com concentração de cerca de 1 x 10 g de
urânio por grama de solução. Uma gota desta solução foi depo
sitada no filamento e introduzida no espectrómetro de massa,
obtendo-se um espectro de massa para esse padrão, que foi ut_i
lizado para fornecer as razões isotópicas 2 3 5Ü/ 2 3 8Ü, através ( 3 2 )
do método da interpolação alternada
1.3.2. CALIBRAÇÃO DO TRA Ç A D O R ISOTÓPICO
A determinação de urânio por espectrometria
de massa-diluição isotópica requer o emprego de uma solução
de traçador de concentração conhecida com grande precisão.
29
Um método bastante preciso para determinar
a concentração de urânio no traçador ê a aplicação da própria
técnica de diluição isotópica. O traçador empregado foi o
urânio padrão NBS-U970 que foi calibrado com padrão químico
(urânio natural altamente purificado) NBS-U950 a . 0 peso ato
mico e a composição isotópica desses padrões são apresentados
na Tabela 1.
Para a calibração da solução do traçador fo
ram preparadas as seguintes soluções:
a) solução de traçador - foi preparada pela
dissolução de uma quantidade prê-determi
nada e pesada de óxido de urânio, U,0 o , em cerca de 2 ml de
ácido nítrico concentrado. A solução foi em seguida diluída
com água bidêstilada a uma concentração de cerca de 10 5 g de
urânio por grama de solução;
b) solução padrão de referência - foi prepa
rada pela dissolução de uma quantidade
prê-determinada e pesada de óxido de urânio, U 30e, em 2 ml de
ácido nítrico concentrado. A solução foi em seguida diluída
com ãgua bidêstilada ã concentração requerida com base no pe
-5
so. A concentração dessa solução assim obtida foi 1,3108 x 10
g de urânio por grama de solução;
c) solução mistura: traçador e padrão de re
ferência. As alíquotas das soluções do
padrão e do traçador foram retiradas das soluções estoque com
seringas de injeção, perfurando-se a tampa do frasco do polie
tileno.
Esse método foi empregado para evitar a aber
tura constante dos frascos das soluções estoque, minimizando
30
T A B E L A 1 , VALORES PARA OS PADRÕES FORNECIDOS P E L A NBS
PADRÃO PESO
ATÔMICO
PORCENTAGEM DE ABUNDÂNCIA I S O T Ó P I C A
PADRÃO PESO
ATÔMICO 2 3 * u
2 3 5^ 2 3 6 u 2 3 8 u
NBS-U500
NBS-U950a
NBS-U970
236,534
238,0289
235,045
0,5181
0,0055
1,6653
49,696
0,7203
97,663
0,0755
0,1491
49,711
99,2742
0,5229
assim evaporação das soluções. A seringa de injeção contendo
a alíquota da solução do traçador, cerca de 1,0 ml,foi pesada
e transferida para um béquer de teflon, seguindo-se a pesagem
da seringa de injeção vazia. O mesmo procedimento foi adota
to para a solução padrão, transferindo-se a alíquota da solu
ção para o mesmo béquer de teflon. A solução mistura assim ob
tida, foi agitada e evaporada até a secagem; e o resíduo foi
dissolvido com 2 ml de ácido nítrico 0,05 M e novamente a so
lução foi evaporada, para assegurar uma troca isotópica com
pleta. Finalmente o resíduo foi redissolvido com ácido nitri
co 0,05 M para deposição. Uma gota das soluções de traçador,
padrão e mistura foram depositadas sobre as superfícies dos
filamentos de rênio e o espectro de massas de urânio foi re
gistrado para cada amostra depositada e através do método da
interpolação alternada, as razões isotópicas 2 3 5 U / 2 3 8 U foram
obtidas para as soluções traçador, padrão e mistura, como é
31
mostrado em um exemplo no Apêndice B.
1.3.3. PREPARAÇÃO DA AMOSTRA
O método da diluição isotópica por espectro
metria de massa foi aplicado na determinação de urânio em se ( 3 3 )
te amostras de rochas analisadas por Stuckless e Ferreira ,
e em duas amostras de rochas padrão internacional da United
States Geological Survey. As amostras com os respectivos con
teúdos em urânio são apresentados na Tabela 2. O procedimento
de preparação da amostra foi dividido em duas etapas: dissolu
ção e separação de urânio.
1.3.3.1. Procedimento de dissolução da
amos tra.
Cerca de 2 g da solução do traça
dor foi adicionada a uma quantidade pesada da amostra, em ge
ral da ordem de 0,5 g. O material foi submetido a um proces
so de dissolução com uma mistura ácida de 0,5 ml de ácido per
clórico concentrado e 15 ml de ácido fluoridrico concentrado.
Para este procedimento de dissolução do material foi construi
da uma bomba de dissolução (Figura 3) de acordo com o desenho
fornecido por Dr. A. Choudhuri (UNESP - Rio Claro). A bomba
de dissolução ê constituída de uma cápsula de confinamento de
aço inoxidável e de um recipiente de teflon. A amostra foi
colocada dentro do recipiente de teflon, sendo inserido den
tro da cápsula de confinamento que foi fechada com uma tampa
T A B E L A 2 . R O C H A S F O R N E C I D A S P A R A A N A L I S E S
V A L O R E S R E C O M E N D A D O S P A R A U R Â N I O N A S
R O C H A S P A D R Ã O D A U S G S ( F L A N A G A N , 1 9 6 9
A M O S T R A U
(ppm)
AGV-1 (Andesita) 1,88
GSP-1 (Granodiorite) 1,96
I N T E R V A L O D E V A L O R E S D E U R Â N Í O N A S
R O C H A S G R A N Í T I C A S D A R E G I Ã O D E
W Y O M I N G , U S A , O B T I D A S P O R S T U C K L E S S
E T A L ( 3 ^ E O U T R O S P E S Q U I S A D O R E S
A M O S T R A U
(ppm)
MS-1 15,15 - 16,2
DDH-7 3,62 - 3,69
GM-1 (20,43) 12,91 - 13,08
GM-1 (50,11) 1380 - 1459
GM-1 (78,58) 25,71 - 27,32
GM-1 (87,17) 56,21 - 58,18
GM-1 (230,95) 10,9 - 12,1
34
de aço inoxidável, e o conjunto todo foi aquecido em estufa a
uma temperatura de cerca de 120°C.
Com o uso da bomba o tempo de dis
solução foi cerca de 2 horas, ao passo que uma dissolução nor
mal em sistema aberto levaria cerca de 10 horas.
Após a dissolução do material a
mistura ãcida foi aquecida em sistema aberto para eliminar o
fluoreto de silício formado e o ácido fluorídrico em excesso.
Nessa etapa a mistura foi evaporada até a secagem. A seguir,
com adições de porções sucessivas de 5 ml de água bidestilada
foram feitas novamente duas evaporações até a secagem, a fim
de assegurar a completa eliminação do tetrafluoreto de silício
e ácido fluorldrico. Para haver uma troca isotópica completa
entre o urânio do traçador e o urânio da amostra, o resíduo
foi dissolvido com 5 ml de ácido clorídrico 6 M e a solução
evaporada até a secagem. Finalmente, o resíduo foi redissol.
vido com nova porção de 5 ml de ácido clorídrico 6 M para acon
dicionã-lo para a etapa de separação do urânio dos vários cons
tituintes da rocha pela aplicação da técnica de troca iónica.
1.3.3.2. Procedimento de separação de ura
nio por troca i ó n i c a .
No desenvolvimento do método, fo
ram estudados os trabalhos de vários autores * ' ' ' sobre
a separação de urânio de outros elementos em resinas anion¿
cas. Neste trabalho, optou-se pela separação de urânio em
meio clorídrico por este oferecer a vantagem de separação de
elementos interferentes na análise, tais como tório,ferro, me
35
tais alcalinos, presentes nas rochas. Para se obter uma boa
separação de urânio foi necessário que a troca iônica fosse
realizada em duas etapas: uma primeira etapa em que foi feita
(21)
a separação de urânio de tório principalmente, e outra eta
pa em que o urânio ê separado de outros elementos, principal
mente o ferro 2 1 e metais alcalinos.
Na primeira etapa foi empregada
uma coluna de vidro de 0,9 cm de diâmetro interno por 15 cm de
comprimento, preenchida com resina Dowex 1 X-8, 200-400 mesh
na forma cloreto até uma altura de 8 cm.
O procedimento de separação adota
do foi ajustado de acordo com o resultado obtido num teste pre
liminar de retenção e eluição do urânio. Este teste foi rea
lizado para uma solução mistura de amostra e traçador, num to -6 „
tal de 10 g de urânio, em HC1 6 M. A distribuição do urânio
no eluldo foi obtida pela medida da atividade alfa total do
urânio. Foi adicionado o traçador NBS-U970 que contém cerca
de 1,6% de 231*U de meia vida relativamente baixa, com a fina
lidade de melhorar a contagem de desintegração alfa. As med^
das foram realizadas num espectrômetro alfa de fabricação Or
tec Inc.Co. modelo 576, constituído de um detetor de barreira
de superfície, câmara de vácuo, um analisador multicanal mode
lo 6240 B e um teletipo para salda de dados.
O eluldo foi recolhido em volumes
de 2 ml em tubos de ensaio e evaporado até a secagem.A seguir
o resíduo foi dissolvido com 5 gotas de água bidestilada (0,2
ml), e uma gota dessa solução foi depositada no disco de con
tagem, usando-se lâmpada de raios infra-vermelhos para a eva
poração.
A contagem alfa nos eluldos mos
36
trou que a maior parte do urânio era retirada na terceira por
ção de 2 ml, conforme indicado na Tabela 3 e Figura 4.
0 tempo de contagem em todas as
porções do eluído foi de 4000 segundos.
TABELA 3. CONTAGEM DA ATIVIDADE ALFA
TOTAL DE URÂNIO NOS ELUÍDOS.
ORDEM DE RECOLHIMENTO
DAS CONTAGEM
PORÇÕES DE 2 ml DO ELUÍDO TOTAL
19 116
29 337
39 1043
49 270
59 117
69 100
79 99
89 99
A partir desse resultado foi esta
belecido um volume de 8 ml de eluente, sem haver risco de per
da significativa de urânio.
37
38
Na segunda etapa de separação foi
empregada uma coluna de polipropileno de 4 cm de altura por
0,8 cm de diâmetro interno com plug de polietileno de porosi^
dade 70p.
A coluna foi preenchida com resiL
na Dowex 1 X-8, 200-400 mesh na forma cloreto até a altura de
3 cm.
A retenção do urânio nessa segun
da coluna foi realizada em ácido ascórbico 1% e a eluição em
ácido clorídrico 1 M.
0 teste de retenção e eluição do
urânio empregado nessa segunda etapa de separação foi o ¿pot
tOAt descrito por F e i g l ^ . Esse teste é baseado na reação
de ferrocianeto de potássio, com urânio formando um complexo
estável de coloração castanho-avermelhado. A coloração do com
plexo de urânio pode ser mascarada em presença de grande quan
tidade de ferro, que também forma composto colorido com o fer
rocianeto nos estados de valência II e III.
O teste é bastante sensível e po
de ser aplicado para detetar urânio em quantidades da ordem
- 6
de 10 g e alem disso, serve de indicador para separação de
ferro.
O eluído foi recolhido em volumes
de 1 ml em tubos de ensaio e evaporados até a secagem. O resí_
duo foi dissolvido em 2 gotas de agua bidestilada (0,1 ml) e
a solução gotejada em um papel de filtro .com uma gota da solu
ção de ferrocianeto de potássio a 2%. Para cada porção de 1
ml do eluído foi observada a coloração do papel de filtro.
Com a aplicação do teste foi po£
sível estabelecer que a maior parte do urânio era retirada na
39
2- porção de 1 ml do eluído.
A partir destes estudos prelimina
res os procedimentos de separação foram estabelecidos como é
descrito abaixo:
Procedimento de separação na pri
meira coluna:
a) fixação de lã de vidro na base
da coluna sobre o suporte devi
dro perfurado;
b) preenchimento da coluna com re
sina Dowex 1 X-8, 200-400 mesh
na forma cloreto até a altura de 8 cm;
c) lavagem da resina com 15 ml de
água bidestilada em 3 porções
d) acondicionamento da resina com
15 ml de ácido clorídrico 6 M
e) percolação dos 5 ml de solução
da amostra em ácido clorídrico
f) lavagem das paredes da coluna
com 15 ml de ácido clorídrico
6 M, aproveitando também para a lavagem das paredes do recip_i
ente da amostra;
g) eluição do urânio com 8 ml de
ácido clorídrico 1 M,desprezan
do os quatro primeiros ml de eluído e recolhendo os quatro ml
seguintes de eluído.
O eluído dessa primeira coluna foi
de 5 ml;
em 3 porções de 5 ml;
6 M pela coluna;
40
acondicionada para a fase seguinte de separação.
Para haver uma boa separação e re
tenção de urânio com o emprego de acido ascórbico, o meio de
ve estar com um valor de pH em torno de 4 a 6. Para trazer a
solução a essa condição foi necessário fazer três evaporações
da solução até a secagem com três porções de 5 ml de água bi
destilada, além de se adicionar cerca de 0,1 ml de hidróxido
de amónio 1 M.
Atingida a faixa de pH estabeleci
da foi feita a adição de 5 ml de solução de ácido ascórbico 2%,
pronto para passar na segunda coluna para separação de urânio.
Procedimento de separação na 2-
coluna:
a) preenchimento da coluna com re
sina Dowex 1 X-8, 200-400 mesh
na forma cloreto até a altura de 3 cm;
b) lavagem da resina com 5 ml de
água bidestilada;
c) acondicionamento da resina com
10 ml de solução de ácido ascõr
bico 1% tendo pH em torno de 4 a 6;
d) percolação dos 5 ml de solução
de amostra tratada com ácido
ascórbico 1%;
e) lavagem das paredes da coluna
com 5 ml de ácido ascórbico 1%,
aproveitando também para a lavagem das paredes do recipiente
da amostra;
f) eluição do urânio com 4 ml de
ácido clorídrico 1 M;
41
g) recolhimento do urânio no se
gundo ml de eluído em um tubo
de ensaio.
O eluído recolhido no tubo de en
saio foi evaporado até a secagem. Ao resíduo foi adiciona
da 1 gota de ácido nítrico concentrado (0,05 ml), sendo em se
guida aquecido em chama para destruir qualquer material orgâ
nico presente, como por exemplo ácido ascórbico.
Após a evaporação até a secagem o
resíduo foi dissolvido com três gotas de ácido nítrico 0,05 M,
e uma gota dessa solução foi evaporada no filamento e analisa
da no espectrômetro de massa conforme o procedimento descrito.
O espectro de massa foi registrado e as razões isotópicas Z3SU/
2 3 8 U da mistura foram obtidas pelo método da interpolação al
ternada.
O mesmo procedimento de dissolu
ção, separação, deposição e análise foi feito para uma amostra
de rocha genérica GM-1 (78,58), sem a adição de traçador, pa
ra a obtenção da razão isotópica 2 35(j/2 3 8y n a a m o s t r a . Não hou
ve necessidade da obtenção da razão isotópica 2 3 SU/ 2 3 8U para
cada amostra de rocha porque essas amostras coletadas da re ( 33 )
giao de Wyoming, USA, analisadas por Stuckless e Ferreira
mostraram que o urânio nas amostras têm as razões isotópicas
do urânio natural. Portanto, adotou-se a medida da razão iso
tópica de urânio de uma amostra de rocha genérica entre as ou
tras em análise, como sendo uma medida válida para todas as de
mais.
Foi feita uma analise em branco pa
ra determinar a contaminação de urânio pelos reagentes, pelos
materiais usados e pelo ar ambiente. Foi empregado o mesmo
42
procedimento utilizado nas análises das amostras de rocha, po
rêm sem amostra, só com traçador e reagentes. O valor de quan
tidade de urânio encontrado foi utilizado para a correção da
concentração de urânio nas amostras.
1 . 3 . 4 . P R O C E D I M E N T O DE A N Á L I S E POR E S P E C T R O M E T R I A
DE M A S S A .
A deposição de urânio adotada foi na forma
de nitrato de uranila com aplicação de grafita coloidal, de
acordo com o procedimento descrito na parte 1.2.2. A deposi^
ção na forma de fosfato de uranila com aplicação de grafita
coloidal foi descartada porque para o urânio das amostras de
rochas ocorria formação de um depósito bastante irregular,tal
vez em consequência de substâncias de natureza desconhecida.
0 procedimento de análise com base no estu
do feito estabeleceu o seguinte:
a) elevação gradual da corrente do filamen
to â razão de 0,1 A por minuto até 1,0 A;
b) focalização dos íons sódio ou potássio e
espera de 15 minutos para o decaimento
dessas emissões;
c) continuação da elevação da corrente â ra
zão de 0,1 A por minuto até 2,0 A;
d) focalização dos íons U + em inicio de emLs
são;
e) elevação lenta e controlada da corrente
ã razão de 0,05 A por minuto até a obten
ção de uma boa intensidade e estabilidade de emissão de íons
43
U , em geral da ordem de 10 A,
uma corrente de filamento entre
f) realização
o registro
durante cerca de 30 minutos a
2,4 a 2,7 A;
da varredura automática paira
do espectro de massa.
00 OO0000OO 03 00 00 000000OO00000000
44
CAPITULO IV
1, RESULTADOS E DISCUSSÕES
Investigou-se a emissão termoiônica de urânio com o uso
ãe filamento simples tipo plano, como um meio de estabelecer
um procedimento operacional para a realização de analises iso
tópicas. Utilizando-se um procedimento operacional otimizado
para a deposição e análise da amostra, desenvolveu-se uma téc
nica para a determinação de concentração de urânio em rochas,
que envolveram processos de dissolução, separação e purifica
ção de urânio necessários para colocá-lo na forma adequada de
análise.
1,1. RESULTADOS OBTIDOS PARA A EMISSÃO TERMOIÔNICA D E
URÂNIO EM FILAMENTO SIMPLES.
Foram realizadas seis tipos de deposição de urânio
e os resultados obtidos para cada depósito são apresentados a
seguir.
a) Depósito de urânio a partir de solução de nitra
to de uranila.
Ha Tabela 4 são apresentados a corrente do fila
mento e a correspondente temperatura, o tipo de íon e a res
45
TABELA 4. RESULTADOS OBTIDOS PARA AMOSTRA DE URÂNIO DEPOSITA
DO NA FORMA DE NITRATO DE URAN ILA .
CORRENTE DO TEMPERATURA TIPO DE INTENSIDADE
FILAMENTO DO FILAMENTO IÓNICA
(A) ( °c ) ION (A)
1,6 960 uot 3 X 1 0 ~ 1 7
UO* 1 X IO" 1 6
1,8 1050 UO + 1 X IO" 1 7 UO + 1 X IO" 1 7
1 X I O - 1 5
2,0 1090 2
ÜO + 1 X 1 0 " 1 7
2
ÜO + 1 X 1 0 " 1 7
4 X 10" 1 5
2,1 1120 „ 1 .
5 X IO" 1 5 uo + 5 X IO" 1 5
9 X 10" 1 6
2,2 1140 u o + 4 X 10" 1 6
uot 6 X I O - 1 6
2,4 1190 uo +
u +
., - 1 6
3 X 10
3 X IO" 1 7
uo* 1 X I O - 1 7
2,6 1250 u o +
u +
1 X IO" 1 7
1 X IO" 1 6
2,8 1300 u + 3 X 10" 1 6
3,0 1390 u + 8 X IO" 1 6
I
46
F I G . 5 - CURVAS DE DEPENDÊNCIA DA I N T E N S I D A D E DE EMISSÃO TERMO
IÔNICA DOS IONS UO2 * U O + E U + COM A CORRENTE DO
F I L A M E N T O / PARA DEPOSIÇÃO DE N ITRATO DE U R A N I L A .
47
pectiva intensidade de emissão termoiônica de urânio. A Figu
ra 5 mostra a dependência das intensidades iónicas de U+, Uõ+
e U0 2 com a corrente de filamento.
A partir da Figura 5, observa-se que em baixa
temperatura de filamento, ocorre uma produção preferencial
dos íons óxidos em relação aos íons metálicos de urânio,sendo
que os íons ocorrem antes dos íons U0+ • A produção des
ses íons atinge um máximo em aproximadamente 2,1 A,para em se
guida iniciar um decaimento que praticamente termina em apro
ximadamente 2,6 A. Quando a produção dos íons óxidos, U02 e
U0 +atinge um valor baixo, inicia-se a produção de íons U +, que
mesmo em temperaturas mais altas não apresenta boa intensida
de iónica para análise. Esse comportamento de emissão termo
(ti)
iónica concorda com as observações feitas por Baldock ,usan
do o mesmo tipo de depósito em filamento simples tipo v •
A explicação para a baixa corrente iónica de
íons ü e dada pela alta oxidação do urânio em presença de oxi
gênio adsorvido no filamento e/ou de oxigênio da atmosfera lo (36 )
cal da fonte ionica. Studier et al , demonstraram que uma
admissão controlada de ar no local da fonte iónica, manifesta
va-se num aumento da formação de íons óxidos de urânio. Fen
n e r ^ também observou esse mesmo resultado ao estudar a emis
são de íons urânio com admissão de hidrogênio e oxigênio no
local da fonte iónica.
b) Depósito de urânio a partir de solução de fosfa
to de uranila.
Na Tabela 5, são apresentados a corrente de fi
lamento e a correspondente temperatura, o tipo de íon e a res
pectiva intensidade de emissão termoiônica de urânio. A Figu
48
TABELA 5. RESULTADOS OBTIDOS PARA AMOSTRA DE URÂNIO DEPOSITA
DO NA FORMA DE FOSFATO DE URANILA.
CORRENTE DO
FILAMENTO
(A)
TEMPERATURA
DO FILAMENTO
(°c )
TIPO DE
ION
INTENSIDADE
IÔNICA
(A)
1,6 960 uoí - 1 7 1 x 10
1,8 1050 uot
u o +
3 x I O - 1 7
1 x IO" 1 7
2,0 1090 uoj
u o +
3 x IO* 1 6
8 x I O - 1 7
2,1 1120 uoj
u o +
- 1 5
1 x 10
4 x IO" 1 6
2,4 1190
uoj
u o +
u +
1 x IO" 1 5
2 x IO" 1 5
3 x IO" 1 7
2,6 1250
uot
uo +
u +
4 x IO" 1 7
8 x IO' 1 7
2 x IO" 1 6
2,8 1300 + u 4 x IO" 1 6
3,0 1390 +
u - 16
6 x 10
49
1,5 2,0 2,5 3,0
corrente do filamento(A)
CURVAS DE DEPENDÊNCIA DA INTENSIDADE DE EMISSÃO TERMO
IÔNICA DOS IONS UOj > U0 + E U + COM A CORRENTE DO
FILAMENTO, PARA DEPOSIÇÃO DE FOSFATO DE URANILA,
' U S T I T U I O Cí£ PEIOQ" o .0 _ N _ r . - u c N U C L E A R E S '
I !. P. E. N. 1
50
ra 6 mostra a dependência das intensidades iónicas de Ü , (J0
e ÜC?2 com a temperatura.
Na Figura 6 observou-se que o comportamento da
emissão termoiônica de urânio é praticamente semelhante â aque
le obtido na emissão termoiônica a partir de deposição na for
ma de nitrato de uranila. A emissão dos íons óxidos inicia a
uma temperatura baixa, atinge um máximo e em seguida cai a um
valor muito baixo, quando se nota o aparecimento de emissão
dos íons U +, que se apresenta com baixa intensidade decorren
te do gasto da amostra na forma de Íons óxidos.
Estes resultados mostram que a forma de deposi^
ção de urânio, tanto como nitrato òu fosfato não influi na pro
dução de íons de urânio pela ionização de superfície.
c) Depósito de urânio a partir de nitrato de urani_
la com aplicação de sílica gel.
As análises das amostras de urânio com aplica
ção das três concentrações de suspensão de sílica gel, apresen
taram resultados idênticos.
Na Tabela 6, é apresentado um resultado típico,
onde são indicados a corrente do filamento e a respectiva tem
peratura, o tipo de íon e a respectiva intensidade de emissão
termoiônica de urânio. A Figura 7 mostra a dependência das
~ + + + intensidades iónicas de U , UO e UOz com a temperatura.
Através da Figura 7 pode-se observar que o com
portamento de emissão termoiônica de urânio ê praticamente anã
logo a aquele obtido sem o tratamento com sílica gel. O resul
tado esperado era um aumento da eficiência de ionização e es
tabilização das intensidades iónicas de urânio, baseado nos
(17)
resultados obtidos em nosso laboratório para analises de
51
TABELA 6, RESULTADOS OBTIDOS PARA AMOSTRA DE URÂNIO DEPOSITA.
DO NA FORMA DE NITRATO DE URANILA COM APLICAÇÃO DE SÍLICA GEL,
CORRENTE DO
FILAMENTO
(A)
TEMPERATURA
DO FILAMENTO
<°C)
TIPO DE
ÍON
INTENSIDADE IÔNICA (A)
1,6 960 1 x I O - 1 7
1,8 1050 uot
u o +
2 x IO" 1 6
1 X 10
2,0 1090 uot
u o +
7 x IO" 1 6
4 x I O - 1 6
2,2 1140 uoz
u o +
6 x IO" 1 5
7 x IO" 1 6
2,4 1190
uot
u o +
u +
1 x 10
8 x IO" 1 6
, - 17 1 x 10
2,6 1250
uo:
Ü 0 +
u +
,„-16
1 x 10
3 x I O - 1 7
6 x I O - 1 7
2,8 1300 u + 2 x I O - 1 6
3,0 1390 ü + -, - 16
4 x 10
52
A U 0 +
1,5 2,0 2,5 3,0
corrente do filamento(A)
F I G . 7 - C U R V A S D E D E P E N D Ê N C I A D A I N T E N S I D A D E D E E M I S S Ã O T E R M O
iôNicA D O S T O N S uo;f , uo + E U + C O M A C O R R E N T E D O F I
L A M E N T O / P A R A D E P O S I Ç Ã O D E N I T R A T O D E U R A N I L A C O M A P L I
C A Ç Ã O D E S Í L I C A G E L .
53
chumbo com a utilização de sílica gel.
d) Depósito de urânio a partir de fosfato de urani
la com aplicação de sílica gel.
Nesse caso também, foram utilizadas três concen
trações de suspensão de sílica gel, citadas anteriormente, e
os resultados obtidos foram independentes da quantidade de sí
lica gel aplicada.
Na Tabela 7 é apresentado um resultado típico,
onde são indicados a corrente do filamento e a respectiva tem
peratura, o tipo de íon e a respectiva intensidade da emissão
termoiônica de urânio. A Figura 8 mostra a dependência das
.» + + + intensidades iónicas de U , UO e LiOz com a temperatura.
Através da Figura 8, pode-se observar que não
houve alteração significativa na emissão termoiônica de urâ
nio em relação a deposição na forma de fosfato de uranila,con
cluindo-se portanto que a sílica gel não apresenta efeito ca
talisador na emissão termoiônica de urânio.
e) Depósito de urânio a partir de nitrato de uran_i
la com aplicação de grafita coloidal.
Foram feitas análises com as três concentrações
de suspensão de grafita, citadas anteriormente, para estudar
a influência da quantidade de grafita na emissão termoiônica
de urânio. Para a concentração de grafita 8 x 10 g/g nao fo
ram observadas emissões termoiônicas de urânio nas temperatu
ras normalmente utilizadas na análise. Para a concentração
_ 3
de grafita 2 x 10 g/g foram observadas apenas escassas emis_
soes termoiônicas de íons U +. Para a concentração de grafita - 3
4 x 10 g/g os resultados sao apresentados na Tabela 8 e Figu
54
TABELA 7, RESULTADOS OBTIDOS PARA AMOSTRAS DE URÂNIO DEPOSI
TADO NA FORMA DE FOSFATO DE URANILA COM APLICAÇÃO
DE SÍLICA GEL.
CORRENTE DO TEMPERATURA TIPO DE INTENSIDADE
FILAMENTO DO FI LAMENTO IÔNICA
(A) (°C) ION (A)
1,6 960 uoj 1 x I O " 1 7
uot 2 x 1 0 ~ 1 7
1,8 1050 u o + 1 x I O " 1 7
uoí 3 x IO" 1 6
2,0 1090 6 x 10 u o + 6 x 10
uot 1 x I O ' 1 5
2,2 1140 4 x I O " 1 6
uot 1 x 10 2,4 1190
u o + 6 x 10
uot 7 x I O " 1 6
2,6 1250 +
uo
u +
6 x IO" 1 6
-17 6 x 10
uot 1 x I O ' 1 7
2,8 1300 u o +
u +
1 x I O " 1 7
2 x IO""16
3,0 1390 u + 4 x I O " 1 6
55
o UO*
A U 0 +
1,5 2,0 2,5 3,0
corrente do filamento(A)
FIG.8 - CURVAS DE DEPENDÊNCIA DA INTENSIDADE DE EMISSÃO TERMQ.
IÔNICA DOS IONS UOl , U 0 + E U + COM A CORRENTE DO
FILAMENTO, PARA DEPOSIÇÃO DE FOSFATO DE URANILA COM
APLICAÇÃO DE SÍLICA GEL.
56
ra 9.
Esse estudo mostra que a concentração de grafi
ta é um fator determinante para o estabelecimento de um meto
do de análise de urânio como íons metálicos, U + . Uma concen
~ — 3 ~
tração de grafita 8 x 10 g/g parece inibir a emissão de qual
quer tipo de íons de urânio, por outro lado uma concentração — 3 _
de 2 x 10 g/g parece nao produzir nenhum efeito. Uma concen
tração intermediária entre esses dois valores foi o que apre
sentou melhores resultados.
A partir da Figura 9 pode-se observar os seguin
tes aspectos quanto a emissão termoiônica de urânio:
- a emissão de íons óxidos de urânio, como no
caso da deposição a partir de nitrato de ura
nila, continua significativa em baixa temperatura;
- a intensidade máxima das emissões dos íons
oxido diminuiu de um fator de dez em relação
ao depósito de nitrato de uranila, ou seja para cerca de 10 15Am,
- a temperatura de emissão de íons metálicos,
U , foi deslocada para uma faixa de tempera
tura mais baixa em relação ao depósito de nitrato de uranila;
- a relação íon metãlico/íon óxido obtida para
uma temperatura de filamento de aproximadamen
te 1250°C foi maior que 100:1 enquanto que para depósitos
de urânio sem tratamento com grafita, essa relação para a mes
ma temperatura foi da ordem de 10:1.
57
T A B E L A 8. R E S U L T A D O S O B T I D O S PARA AMOSTRA DE U R Â N I O D E P O S I T A
DO NA FORMA DE N I T R A T O DE U R A N I L A COM A P L I C A Ç Ã O DE
G R A F I T A C O L O I D A L .
CORRENTE DO
F I L A M E N T O
( A )
T E M P E R A T U R A
DO F I L A M E N T O
(°c)
T I P O DE
ION
I N T E N S I D A D E
I Ô N I C A
( A )
1,6 960 U O * 1 x 1 0 ~ 1 7
1,8 1050 UO2
u o +
2 x I O * 1 6
2 x 1 0 ~ 1 6
2,0 1090
uo*
u o +
ü +
•
8 x 1 0 ~ 1 6
5 x 1 0 ~ 1 6
1 x I O " 1 7
2,2 1140 ÜO +
6+
7 x 1 0 ~ 1 6
6 x 1 0 ~ 1 6
3 x 1 0 ~ 1 6
2,4 1190
uo*
u o +
u +
5 x 10
4 x 1 0 ~ 1 6
7 x 1 0 ~ 1 6
2,8 1300 u o +
u +
1 x I O " 1 7
7 x 1 0 ~ 1 5
3,0 1390 u + - 15
9 x 10
58
F I G . 9 - C U R V A S D E D E P E N D Ê N C I A D A I N T E N S I D A D E D E E M I S S Ã O T E R M O
iÔNicA D O S T O N S uot , uo+ E U + C O M A C O R R E N T E D O
F I L A M E N T O , P A R A D E P O S I Ç Ã O D E N I T R A T O D E U R A N I L A C O M
A P L I C A Ç Ã O D E G R A F I T A C O L O I D A L .
59
Foi observado também que a estabilidade das in
tensidades iónicas de íons U+ a uma temperatura de analise
de cerca de 1250°C decaiu de 5% em cerca de 40 minutos, que
é bastante satisfatória para análises isotópicas de urânio, e
a emissão de íons óxido de urânio durante o tempo de análise
apresentou um decaimento de cerca de 90 - 100%.
(2 )
Arden e Gale , usando a mesma técnica conse
guiram obter uma relação íon metãlico/íon óxido de cerca de
1000:1, utilizando filamento simples tipo v t e tempera
tura de análise da ordem de 1500 - 1600oc.
Í36)
O trabalho de Studier et al mostra que a tem
peratura de emissão de íons U + depende do tempo de carboniza
ção quando se utiliza benzeno como agente redutor. Quando o
tempo de carbonização era baixo, a emissão de íons U+ era ob
servada em temperatura menor que 1300°C, enquanto que para
um tempo de carbonização mais prolongado, a emissão de íons
U + era observada em temperaturas maiores do que 1800°C. Se
gundo Studier et a l ^ , a emissão de íons U + de baixa tempera
tura seria proveniente de urânio metálico, e a emissão de
íons U+ de alta temperatura, da decomposição de carbetos de
urânio formados durante o aquecimento do filamento. A
emissão termoiônica de íons U + observada neste estudo com a
técnica de grafita coloidal parece ocorrer de acordo com o
processo de emissão de baixa temperatura proposta por Stu (36)
dier et al .
f) Depósito de urânio a partir de fosfato de urani
60
TABELA 9, RESULTADOS OBTIDOS PARA AMOSTRA DE URÂNIO DEPOSITA.
DO NA FORMA DE FOSFATO DE URANILA COM APLICAÇÃO DE
GRAFITA COLOIDAL.
CORRENTE DO TEMPERATURA TIPO DE INTENSIDADE
FILAMENTO DO FILAMENTO IÔNICA
(A) (°C) ION (A)
uo£ 5 x 10~ 1 6
1,6 960 UO +
_ 17
1 X 10
UO* 8 x 10" 1 6
1,8 1050 UO +
- 1 7
5 x 10 UO + - 1 7
5 x 10
u o * - 15
1 x 10
2,0 1090 uo + 5 x IO" 1 6
u +
- 1 7
5 x 10
uo* 8 x IO" 1 6
2,2 1140 uo +
u +
4 x 10~ 1 6
6 x IO" 1 6
uo +
2 4 x I O - 1 7
2,4 1190 uo +
u +
3 x 10~ 1 7
1 x IO" 1 5
uo* 1 x IO" 1 7
2,6 1250 u o +
u +
i , „ - 1 7
1 x 10
6 x 10~ 1 5
2,8 1300 u + 7 x IO" 1 5
3,0 1390 u + 8 x 10~ 1 5
61
F I G . 1 0 - CURVAS DE DEPENDÊNCIA DE INTENSIDADES DE EMISSÃO TER
MOIÔNICA DOS ÍONS UO2 > UO+ E U + COM A CORRENTE DO
FILAMENTO, PARA DEPOSIÇÃO DE FOSFATO DE URANILA COM
APLICAÇÃO DE GRAFITA COLOIDAL.
62
la com aplicação de grafita coloidal.
Nesse caso também, foram utilizadas três concen
trações de suspensão de grafita, anteriormente descritas. Do
mesmo modo que para deposição de nitrato de uranila com aplã^
cação de grafita coloidal, para a maior concentração, não fo
ram detetados nenhum.tipo de íons de urânio, e para a menor
concentração não foi presenciado nenhum efeito de ação da gra
~ — 3
fita. Para a concentração de grafita 4 x 10 g/g, os resulta
dos são apresentados na Tabela 9 e na Figura 10.
A. partir da Figura 10, observa-se que o compor
tamento de emissão termoiônica de urânio é semelhante ao com
portamento observado para a deposição de urânio a partir de
nitrato de uranila com aplicação de grafita coloidal.
Assim, a deposição de urânio no filamento, como
nitrato ou como fosfato de uranila, ambas com tratamento com
grafita coloidal, parece não influir no processo de formação
de íons Ü+, pois observou-se também neste caso, a emissão ter
moiônica de urânio metálico de baixa temperatura com intensi
dade e estabilidade satisfatória.
1.2. DETERMINAÇÃO DE URÂNIO EM ROCHAS UTILIZANDO A TÉCNI
CA DE ESPECTROMETRIA DE MASSA-DILUICÃO ISOTÓPICA
Como foi exposto no capitulo III, para a determinação
da concentração de urânio em amostras de rochas foram aborda
dos os seguintes aspectos'.determinação do termo de discrimina
L ção de massa, calibração do traçador NBS-U970,determinação do
« «-* 2 3 5 2 3 8
branco, determinação das razoes U/ U nas misturas amostra-
traçador e cálculos das concentrações de urânio nas amostras.
63
a) Determinação do termo de discriminação de massa,
Foram feitas várias medidas das razões isotõpi
cas 2 3 5 u / 2 3 8 U para o padrão isotópico NBS-U500, a fim de de
terminar o termo de discriminação de massa. Os valores medi^
dos para as razões isotópicas 2 3 5U/ 2 3 8U para o padrão NBS-U500
foram: 0,994; 0,993; 0,996; 1,000; 0,999 ; 0,998; 0,993; 1,000;
0,996. O valor médio obtido foi 0,996 ± 0,003. Utilizando-se
a expressão (4) (capítulo II) obteve-se o valor 0,999 ± 0,003
para o termo de discriminação de massa, que foi empregado pa
ra a correção das razões isotópicas 2 3 5U/ 2 38(J obtidas.
Esse valor próximo de 1,000, mostra que o fraci
onamento isotópico de urânio em filamento simples utilizando
a técnica desenvolvida é pequena. Isso indica que a técnica
empregada não introduz erros significativos nas medidas das
razões isotópicas de urânio para discriminação de massa.
b) Calibração do traçador.
A determinação precisa de urânio pela técnica
de espectrometria de massa-diluição isotópica requer o empre
go de uma solução de traçador de urânio, cuja concentração de
ve ser conhecida com a melhor precisão possível.
De um modo geral, as concentrações das soluções
estoques variam com o decorrer do tempo, devido a evaporação
da solução. Para evitar erros na determinação de urânio in
troduzidos por um falso valor da concentração os traçadores de
veriam ser calibrados frequentemente antes das analises. Para
evitar o inconveniente de realização de calibrações frequen
(2 7) ~ tes, o grupo NBS V tomou precauções adequadas, tanto para
guardar como para retirar aliquotas de uma solução estoque,
dessa forma conseguiu utilizá-la por um período de 1 ano sem
64
observar mudança na sua concentração. 0 método adotado neste
trabalho foi tomar algumas precauções quanto a retirada de ali
quotas e realização de calibrações mais frequentes.
0 traçador empregado foi o padrão NBS-U970 e o
padrão usado para a calibração foi o NBS-U950a.
Na tabela 10 são apresentados os valores das ra
zoes isotópicas 2 3 5^/ 2 3 8u para o traçador > para o padrão
(Rp) , e para as misturas (Rjl de fly gramas do traçador e m
gramas do padrão medidos em um intervalo de cerca de 6 meses,
e as respectivas concentrações calculadas Cj) . As concentra
ções foram calculadas empregando-se a expressão (3).
O erro envolvido nas determinações das concen
trações de urânio na solução do traçador foi calculado por
(3 ) ~ propagação de erro aplicado ã expressão (3). O desenvolvi
mento da propagação do erro e exposto no apêndice C.
Os resultados mostram que não houve variação siçj
nificativa na concentração do traçador dentro do intervalo de
6 meses em que esta solução foi utilizada. A variação no va
lor da concentração entre as duas medidas está dentro do
erro calculado, indicando que a evaporação parece não ser siçj
nificativa.
c) Prova em branco.
Foi feita uma mistura traçador e reagentes, pro
cessada com as mesmas quantidades de reagentes empregados na
dissolução e separação de urânio das amostras de rochas. A
quantidade de urânio determinada, aplicando a técnica de di
_ _ 6
luiçao isotópica foi (0,036 ± 0,003) x 10 g. Esse alto va
lor encontrado pode ser atribuído a contaminações de várias
fontes como: reagentes, resina e meio ambiente. O nivel de
TABELA
10,
CALIBRAÇÃO
DA SOLUÇÃO
DO
TRAÇADOR
NBS-U970
DATA
DE
CALIBRAÇÃO
RT
RM
CT
DATA
DE
CALIBRAÇÃO
(g)
(?)
P RT
AMOSTRA
1 AMOSTRA
2 MÉDIO
(g/gxl0"
5)
07/79
1,01471
0,98344
0,00726
±0,00006
186,7
±1,5
0,81
6
±0,005 .
0,81
6
±0,003
0,81
6
±0,004
1,03
6
±0,010
02/80
1,93916
2,31656
0,00728
±0,00007
184,9
±2,0
0,659
±0,003
0,657
±0,004
0,658
±0,004
1,03
7
±0,013
66
contaminação poderia ser abaixada processando-se as amostras
em laboratório limpo classe 100 e com a utilização de reagen
tes e resinas com alto grau de purificação, empregando por
exemplo, o processo de destilação por sub-ebulição para os ãci
dos. Essas facilidades, porém, não são disponíveis em nosso
laboratório.
d) Medidas das razões isotópicas 2 3 5 U / Z 3 8 U na mistu
ra traçador e amostra e cálculo das concentra
ções.
0 valor de R^ utilizado para o cálculo da concen
tração de urânio nas amostras de rochas foi obtida pela análi
se isotópica de uma amostra genérica GM-1 (78,58), e o valor
médio encontrado foi 0,00723 ± 0,00009.
O valor médio utilizado para R . foi 184,9 ±2,0.
O valor médio da concentração de traçador Cj ,
utilizado foi (1,036 ± 0,010) x 10~ 5g de urânio por grama de
solução.
Nas tabelas 11 e 12 são apresentados os valores
das razões isotópicas 2 3 5U/ 2 3 8U para a mistura (R..) de m T gra
mas do traçador e gramas da amostra com as respectivas con
centrações de urânio calculadas (C^) .
A amostra de rocha GM-1 (50,11) foi analisada
para dois tipos de granulação: uma grossa, correspondendo a
uma granulação maior que 100 mesh e uma fina correspondendo a
uma granulação entre 140 a 200 mesh. Essa granulação utiliza
da foi considerada satisfatória para a dissolução das amostras,
tendo sido observado um tempo de dissolução menor e mais com
pleto em relação a amostra com granulação 50 a 100 mesh. A
grande variação no valor encontrado pode ser atribuida a uma
incompleta extração do urânio das rochas para as amostras com
67
TABELA 11. DETERMINAÇÃO DE URÂNIO NAS AMOSTRAS DE ROCHAS
PADRÃO DA USGS.
m c AMOSTRA T A M °A
(g) (g) (ppm)
A G V - 1 2 ,67105 0 ,51785 2 2 , 1 2 ± 0 ,12 2 , 0 3 ± 0 ,04
G S P - 1 2 ,71461 0 ,50127 . 2 5 , 7 3 ± 0 ,10 1,78 ± 0 , 0 3
TABELA 12. DETERMINAÇÃO DE URÂNIO NAS AMOSTRAS DE ROCHAS GRA
NÍTICAS DA REGIÃO DE WYOMINGy USA.
AMOSTRA m
T (g)
m A
(g) M
C A (ppm)
MS-1 1,78660 0 ,53587 1,972 + 0 ,008 . 1 6 , 7 + 0 ,2
DDH-7 1,88259 0 ,51904 8 ,533 + 0 ,054 3 ,62 + 0 ,04
GM-1 (20 ,43) 1,70830 0 ,54284 2 ,055 ± 0 , 0 1 2 1 5 , 1 + 0 , 3
*GM-1 (50 ,11) 2 ,34005 0 ,02295 0 ,809 + 0,006 1289 + 12
GM-1 (50 ,11) 1,74972 0 ,07033 0 ,1676 + 0,0014 1581 + 30
GM-1 (78 ,58) 1,88250 0,30006 2 ,204 + 0 ,012 2 8 , 0 + 0 , 3
GM-1 (87 ,17) 1,60907 0 ,14763 1,821 + 0 ,009 5 9 , 0 + 0 ,7
GM-1 (230,95) 1,77676 0 ,54985 2 ,762 + 0,016 1 1 , 3 + 0 ,1
(*) Granulação grossa - 140 a 200 mesh.
68
tamanho de partículas maiores.
Nas Tabelas 13 e 14 são apresentados os valores
obtidos neste trabalho e os valores da literatura para as ro
chas padrões da USGS e para as rochas graníticas da região de
Wyoming, U.S.A., respectivamente.
A Tabela 13 mostra que os valores obtidos neste
trabalho estão dentro das faixas de valores obtidos por vãri.
os autores (apresentado entre parênteses), que foram compila
(13)
dos' e apresentados como media por Flanagan
Para verificar a aceitabilidade de um método
(2 5)
analítico, McFarren et a r apresentaram um critério de jul
gamento baseado no cálculo do erro total. A fórmula do erro
total proposta é dada por:
IMO total « <wu> médio absoluto * 2 [duvio padüo) x m ( 5 )
vaJLon v&idadeÁM)
Baseado no valor do erro total, o método pode
ser classificado em três categorias: excelente (erro total de
25% ou menor), aceitável (erro total de 50% ou menor)e inacei
tável (erro total maior que 50%).
Foi aplicado esse critério para as duas rochas
padrão da USGS analisadas, tomando-se como valor verdadeiro
( 1 3 )
os valores médios recomendados por Flanagan . O erro total
calculado nas análises das rochas padrão foi 12,2% para AGV-1
e GSP-1, que portanto pode classificar o método dentro deste
critério, como excelente.
A Tabela 14 mostra que há uma variação de até
14,6% em relação aos valores obtidos por Stuckless e Ferreira ( 3 3 ) -
. Os valores obtidos por outros autores também nao mos tram concordância nos resultados, indicando possivelmente um
T A B E L A 13. A N Á L I S E S COMPARATIVAS DE URÂNIO EM
AMOSTRAS DE ROCHAS PADRÃO DA U S G S .
AMOSTRA
N E S T E TRABALHO
(ppm)
USGS
( F L A N A G A N / 1 9 6 9 )
(ppm)
2,03 1,88 AGV-1
±0,04 (1,4 a 2,1)
GSP-1 1,78
±0,03
1,96
(1,7 a 2,15)
TABE
LA 14.
ANAL
ISES
CO
MPAR
ATIV
AS DE UR
ÂNIO EM AM
OSTR
AS GR
ANÍT
ICAS DA REG
IÃO
DE WYO
MING
,USA
.
AMOS
TRA
E.M.
D.I.
NEST
E TR
ABAL
HO
(ppm)
E.M.
D.I.
STUC
KLES
S E FER
REIR
A
(ppm)
E.M.
D.I.
BPI
(ppm)
D.I.
E-a
USGS
(ppm)
N.A.
US
GS
(ppm)
N.A.
CA
EC
(ppm)
MS-1
16,7
15,15
—
15,37
15,4
16,2
DDH-7
3,62
3,69
-3,62
--
GM-1(20,43)
15,1
13,08
-12,91
--
*GM-1(50,11)
1289
--
--
-GM-K50,11)
1581
1459
-1380
--
GM-1(78,58)
28,0
27,32
25,71**
26,13
26,30
--
GM-1(87,17)
GM-1(230,95)
59,0
11,3
56,21
58,18**
11,13
56,69
56,43
11,17
56,5
10,9
12,1
( *)Granulação grossa.(**) valores obtidos para lote diferente da amostra bruta.
E.M.D.I.
Espectrometria de massa-diluição isotópica.
D. I.E.a
Espectrometria alfa-diluição isotópica.
CAEC
Canadian Atomic Energy Commission - Canada
N.A.
Neutrons atrasados.
BPI
Bernard Price
Institute - Africa do Sul
71
erro de amostragem. 0 uranio nessas rochas graníticas nao es
tá distribuído uniformemente, isto é, ele está localizado em
minerais acessórios como o zircão, apatita, monazita, biotita
e magnetita, como indicaram os estudos por " -U>i>¿on tnxick" ,des
sa forma as quantidades de uranio nas amostras de rochas de
pendem das quantidades de minerais acessórios distribuidas nas
mesmas.
A Tabela 14 apresenta valores diferentes para
as amostras de rochas GM-1(78,58) e GM-1(87,17) obtidas por
(3 3) (35)
Stuckless e Ferreira . Segundo Stuckless , estas variações
nos resultados, em torno de 6 e 3% respectivamente, maiores
que a precisão analítica da técnica, cerca de 2% (2a), podem •r (35 )
ser atribuidas a um erro de amostragem. Stuckless ,comenta
ainda que as amostras enviadas foram retiradas de uma porção
original de fração grossa bruta e que dessa forma os resulta
dos das análises poderiam ser diferentes dos valores encontra
dos pelo seu grupo.
No estudo de Ingamels et a l ^ sobre o erro cau
sado pela amostragem e divisão de amostras de rochas e mine
rais na determinação de um elemento mostram que o erro pode
chegar até 100% ou mais.
A Figura 11 mostra uma comparação entre os valo
res de urânio para amostras de rochas graníticas obtidas nes (3 3)
te trabalho e no trabalho de Stuckless e Ferreira que empre
gou também a técnica de espectrometria de massa-diluição iso
tópica.
Da Figura 11 observa-se que os valores obtidos
para as amostras DDH-7, GM-1(230,95) e GM-1(78,58) são concor
dantes dentro da precisão analítica com os valores apresenta (3 3)
dos por Stuckless e Ferreira , por outro lado os valores
72
FIG.ll - COMPARAÇÃO ENTRE OS CONTEÚDOS DE URÂNIO EM AMOSTRAS DE ROCHAS OBTIDOS NESTE TRABALHO E OBTIDOS POR STU CKLESS E FERREIRA. REPRESENTA-SE UMA LINHA 1:1 PARA REFERÊNCIA.
73
obtidos para as amostras GM-1(20,43), MS-1 e GM-1(87,17)dife rem ao redor de 5 a 15%, o que faz supdr existir um erro de amostragem particularmente nestas amostras.
0000000000000000 oacooooooocooooo
74
CAPÍTULO V
1 . CONCLUSÕES
A partir dos estudos realizados relativos ã influência da
forma do deposito na emissão termoiônica dos íons de urânio
para filamento simples, tipo plano, mostrou-se que as carac-
terísticas de emissão termoiônica de íons U , UO , e U0Z para
deposições de amostras de urânio como nitrato de uranila,como
fosfato de uranila, como nitrato de uranila com aplicação de
sílica-gel, e como fosfato de uranila com aplicação de sílica
-gel, de modo geral são semelhantes. Pode-se notar emissões
abundantes de íons UO*/ U0+, em temperaturas baixas, ao redor
de 1100 a 1200°C, e a quase ausência de íons U + nesse interva
lo de temperatura. A baixa emissão de íons U+, pode ser ex
plicada pelo alto grau de oxidação do urânio em presença de
oxigênio adsorvido no filamento, o que resulta numa maior emis
são de íons U02 e UO em comparação aos íons U . A propriedade
ativadora da sílica gel, comprovada nos trabalhos de Akishin
( 1) (27) ~ -r et al , e do Grupo NBS na produção termoiônica de íons
chumbo, não pode ser aplicada a amostras de urânio,para resul
tar em uma melhora da eficiência de ionização como era espera
da. Além disso, as características da emissão termoiônica de
íons ü + , U0 +e U(?2
+para deposição de amostras de urânio como ni
trato de uranila com aplicação de grafita coloidal e como fos
fato de uranila com aplicação de grafita coloidal também são
75
semelhantes. A partir deste estudo, verificou-se que a adi
ção da grafita coloidal aumentou de um fator 100, a emissão
+ + + de U , em relação a emissão de íons U0 2 ou U0 em baixas tem
peraturas, ou seja, em torno de 1250°C. A grafita coloidal
reduz também o campo de estabilidade da emissão de íons U0 2
e UÕ . Nos dois tipos de deposição de amostra com aplicação
de grafita coloidal, o comportamento das emissões de ions
e U0 +foi análogo, isto ê, ocorrendo um aumento gradual de in
tensidade iônica com o aumento da temperatura, atingindo um
máximo e prosseguindo em declínio até ocorrer o término des
sas emissões. Essa inversão de comportamento de emissão dos
íons de urânio, pode ser atribuída ao resultado da ação redu
tora da grafita sobre os óxidos de urânio. Contrariando in
(2)
vestigaçoes feitas por Arden e Gale , pode-se observar que
a emissão termoiônica de íons U + foi bem sucedida,mesmo quan
do utilizou-se deposições de amostras de nitrato de uranila
com aplicação de grafita coloidal.
Desses resultados, pode-se concluir que:
a) é possível fazer análises isotópicas de urânio por es
pectrometria de massa com o emprego de filamento sim
_ —7 pies tipo plano, para amostras tao pequenas quanto 10 g;
b) a utilização de técnica de deposição de
urânio com aplicação de grafita, facilita na análise
isotópica de urânio por fornecer um espectro de massas como
íons U +, que ê bastante simples, comparada ao espectro de
massas como íons óxidos LiÕ^ ou LiÔ+ ;
c) a boa estabilidade e intensidade de emissão termoiôni
ca conseguidas para os íons U +, cerca de 1 hora e
10 A, respectivamente permitem obtenção de medidas isotopi_
76
cas bastante precisas.
Utilizando o método de deposição de urânio na forma de ni_
trato de uranila com aplicação de grafita coloidal, desenvol
vido neste trabalho, realizou-se a determinação precisa de pe
quenas quantidades de urânio, em inúmeras amostras de rochas,
empregando a técnica de diluição isotópica por espectrometria
de massa.
Dentre as varias etapas de aplicação da técnica de dilui
ção isotópica por espectrometria de massa na determinação de
urânio em rochas, um fator importante é a dissolução das amos
tras. Com o uso da bomba de dissolução, além de se conseguir
uma dissolução completa sem problemas de contaminação, muito
comum em sistema aberto, pode-se diminuir consideravelmente o
tempo total gasto nas analises.
Outro fator importante a ser considerado diz respeito a
granulação das amostras, que pode fornecer resultados discor
dantes, como foi observado nas análises. Para granulação da
ordem de 100 a 150 mesh ocorre provavelmente uma incompleta
extração de urânio das rochas. Observa-se que uma granulação
fina da ordem de 200 mesh foi satisfatória para a realização
das analises.
A precisão obtida para os valores de concentrações de urâ
nio foi da ordem de 1%.
Um aspecto importante a destacar ê a pequena quantidade
de amostra necessária para uma analise, ou seja, da ordem de
500 mg para amostras contendo 2 ppm de urânio. Isto se cons
titui numa vantagem para a aplicação na determinação de urâ
nio em amostras de combustível nuclear irradiado, levando em
consideração o aspecto positivo da eliminação de riscos de ra
diação para o analista.
77
A utilização de filamento simples tipo plano para a deter
minação de urânio pela técnica de diluição isotópica por es
pectrometria de massa provou ser aplicável em amostras conten
do até 2 ppm de urânio, com boa precisão, podendo futuramente
ser aplicado para a determinação de urânio em outros materi_
ais.
0000000000OO0000 oooooooooooooooo
APÊNDICE A
78
DEDUÇÃO DA FÓRMULA PARA O CÁLCULO DA CONCENTRAÇÃO
DO URÂNIO PELA TÉCNICA DE ESPECTROMETRIA DE MASSA
DILUIÇÃO ISOTÓPICA USANDO TRAÇADOR ENRIQUECIDO EM 2 3 5 U
Seja o número de ãtomos-grama de urânio na alíquota da
solução amostra, estabelecida com base em peso; seja Nj o nú
mero de átomos-grama de urânio no traçador adicionado â aque
la alíquota.
As medidas com o espectrómetro de massa permitem obter as
porcentagens de abundância isotópica de 2 3 5 U e de 2 3 8U na amos
tra, traçador e mistura (amostra e traçador). Sejam 235) A e
( Z 3 S ) A (235) T e (23S) T
exprimidas em átomos e
tópicas entre o 2 3 5 U e o
235) M e (23«
235 235 235
2 3« 2 3« A
2 3« 23 8 u
as razoes iso
na mistura, na amostra e
no traçador, respectivamente.
Para uma mistura de alíquotas de traçador e amostra, pode
mos estabelecer:
235
23$ M
M A [235) A + Nj (235) T
W (23«). + M (23«) T
A A T T
235
23«
N A (23«), 235
23« + W T (23«)
235
23« T
\ H Í Í ) A + 23«:
T
De onde:
79
h ( 2 3 S ) A 2 3 5 2 3 5
238 M 238
( 2 38 )
( 238)
N r ( 2 3 « ) r
2 3 5
2 3 5' 2 35^
2 3 5 t 4
T 2 3 « M
2 3 «
2 3 5
2 3 « M
2 3 5
2 3 «
2 3 5 '
2 3 «
M (A-l)
Sejam: e Cj as concentrações de urânio total das soluções
amostra e traçador, respectivamente (g/g) ; e n\j os pesos
das alíquotas de amostra e traçador; e M-j- as massas ato
micas do urânio total para amoötra e traçador.
Temos portanto:
— — - (A-2) W A -
C T mT (A-3)
Substituindo (A-2) e (A-3) na expressão (A-l) e resolven
do para C^ r temos:
C T m M
A T
2 3 « ;
2 3 « ;
2 3 5 ' 2 3 5 '
2 3 «
à T 2 3 «
235" Í 2 3 5 '
2 38 ^ M
2 3 «
2 3 5
¡ 2 3 «
(A-4)
•s r
2 3 5 •
. M 2 3 « »
A l
2 3 5
2 3 « J T
Para maior simplicidade as relações
foram reescritas como R^, R^ e Ry , respectivamente, portanto
a fórmula final se torna:
oooooooooooooooo oooooooooocooooo
APÊNDICE B
81
MEDIDA DAS RAZÕES ISOTÓPICAS 2 3 5 U / 2 3 8 U
PELO MÉTODO DA INTERPOLAÇÃO ALTERNADA
A varredura automática das intensidades dos lons U + é fei
ta de maneira tal a se obter um conjunto de registros gráfi
-* 2 3 5 2 3 8
cos partindo do isótopo U para o isótopo U ,repetindo-se
a varredura a partir do isótopo 2 3 8 U para o isótopo 2 3 5 U e as
sim sucessivamente. A varredura automática feita desse modo
fornece um espectro de massas do tipo apresentada na Figura
B-l. A partir desse espectro de massas, as razões 2 3 5 U / 2 3 8 U
são obtidas aplicando-se o método da interpolação alternada,
a fim de corrigir pequenas tendências de declínio ou ascensão
das intensidades iónicas.
A razão isotópica R ; entre o isótopo 2 3 5 U e o isótopo 2 3 8 U
ê obtida dividindo-se A.8. tomada na intersecção da linha
vertical que passa pelo centro do pico com a linha horizontal
que une dois picos adjacentes de mesma massa, pela altura A. C ..
Assim, as razões isotópicas são calculadas da seguinte forma:
c 2 c 3
1 2
3 5
238
238
235
li "2
"3
23
5 23
8 2
33
235
JS
L
n n
235
238
23 8
23
5 23
5 23
8
A. X
238
235
23 5
23
8 23
8 23
5 23
5
FIG, B
-l ~
ESP
ECTR
O DE
MAS
SAS
DO U
RÂNI
O PA
RA U
MA A
MOST
RA G
ENÉR
ICA
83
APÊNDICE C
DEDUÇÃO DA E X P R E S S Ã O PARA O CALCULO DA
PROPAGApÃO DO ERRO NA DETERMINAÇÃO DE
URÂNIO POR E S P E C T R O M E T R I A DE M A S S A ~ D I L U I C Ã O I S O T Ó P I C A
A. expressão empregada para o cálculo da concentração de
urânio total na amostra é dada por:
Para facilidade de tratamento matemático, esta expressão
pode ser colocada na forma simplificada:
A M T ' 2 3 * » A R A ' R M
(C-l)
onde:
m T M A ( 2 3 « )
C = < R A - R M »
84
O erro envolvido na determinação do fator A pode ser conside
rado desprezível, pois a maior fonte de erro reside na deter
minação das razões isotópicas. Portanto, aplicando-se a lei
de propagação de erro ã expressão (C-l) resulta:
3C,
88 8
3C.
3C (C-2)
onde¡
3C A
2 A
38 C
2 A 8
3C x J
C 2
"l 4 2
ac
2 . 2 2 a ( R M - R T ) + l R M " RT> °Cj
Substituindo esses valores na expressão (C-2), temos:
A2 B2
C\oz + ( R „ - R T ) 2 a 2
1 í R - R ] M T c •
B 2
Substituindo-se os fatores A , 8 e C na expressão acima obtém
-se a expressão final para o cálculo do erro na determinação
de urânio na amostra.
85
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