Os teatros não pertencem aos seus proprietários – mas ao...

36

Transcript of Os teatros não pertencem aos seus proprietários – mas ao...

Page 1: Os teatros não pertencem aos seus proprietários – mas ao ...arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/fotos/editor2/Public... · João António Ortigão Ramos, membro do conselho de produção
Page 2: Os teatros não pertencem aos seus proprietários – mas ao ...arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/fotos/editor2/Public... · João António Ortigão Ramos, membro do conselho de produção
Page 3: Os teatros não pertencem aos seus proprietários – mas ao ...arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/fotos/editor2/Public... · João António Ortigão Ramos, membro do conselho de produção

3

Os teatros não pertencem aos seus proprietários – mas ao público.

João Ortigão Ramos, As Bodas de Ouro do São Luiz, 1945

Planta ao nível da plateia do Projecto d’um teatro, 1893Obra 14021; volume 1; processo 4794/1ªREP/PG/1893 - tomo 1; página 8Arquivo Municipal de Lisboa_ PT/AMLSB/CMLSBAH/COPA/001/10484

Page 4: Os teatros não pertencem aos seus proprietários – mas ao ...arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/fotos/editor2/Public... · João António Ortigão Ramos, membro do conselho de produção

4

Modificação ao projeto primitivo do alçado do Teatro Dona Amélia para a rua António Maria Cardoso, 1894Obra 14021; volume 1; processo 3507/1ªREP/PG/1894 - tomo 1; página 3Arquivo Municipal de Lisboa_PT/AMLSB/CMLSBAH/COPA/001/10484

Page 5: Os teatros não pertencem aos seus proprietários – mas ao ...arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/fotos/editor2/Public... · João António Ortigão Ramos, membro do conselho de produção

5

Relembrar a história do Teatro Municipal São Luiz, adiante também designado por TMSL, é não só reconhecer a sua importância no contexto artístico-cultural da cidade de Lisboa, como partilhar, com as sucessivas gerações, as memórias deste equipamento, como forma de valorizar o património herdado.

O objetivo desta publicação, pelas suas características, é divulgar documentação produzida ao longo da vida deste Teatro e que se encontra disponível no Arquivo Municipal de Lisboa, sendo um contributo para o seu estudo. Não havendo intenção em fazer a história do Teatro, apresenta-se, ainda assim, uma breve introdução biográfica que contextualiza o espólio documental tendo em conta as denominações que este equipamento cultural adquiriu ao longo da sua existência e que marcam algumas fases da sua vida, em épocas distintas.

> Do Teatro D. Amélia ao Teatro Municipal São Luiz

A 1 de julho de 1893, a Câmara Municipal de Lisboa concedia licença de construção de um teatro na rua António Maria Cardoso a Luís Ernesto Raymundo, contratado pela sociedade constituída por Guilherme da Silveira (mentor do projeto), Visconde S. Luiz de Braga, António Ramos, Celestino da Silva, Alfredo Miranda e Alfredo Waddington. A proposta

Programa da peça de teatro Os três anabatistas, no Teatro D. Amélia, [1894-1910]Arquivo Municipal de Lisboa_PT/AMLSB/CMLSBAH-TMSL/01/1286

Page 6: Os teatros não pertencem aos seus proprietários – mas ao ...arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/fotos/editor2/Public... · João António Ortigão Ramos, membro do conselho de produção

6

Programa da exibição dos filmes As cataratas de Vitoria e Polichinello, pelo animatógrafo The Wonderful, no Jardim de Inverno do Teatro D. Amélia, [1894-1910]Arquivo Municipal de Lisboa_PT/AMLSB/CMLSBAH-TMSL/01/1285

Capa de programa do Teatro D. Amélia[1894-1910]Arquivo Municipal de LisboaPT/AMLSB/CMLSBAH-TMSL/01/1288

Page 7: Os teatros não pertencem aos seus proprietários – mas ao ...arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/fotos/editor2/Public... · João António Ortigão Ramos, membro do conselho de produção

7

tinha sido desenhada originalmente pelo arquiteto francês Louis-Ernest Reynaud e, posteriormente, modificada pelo arquiteto Emílio Rossi. Consequentemente, com apresentação da opereta A filha do Tambor Mor, de Offenbach, inaugurava-se, em 22 de maio de 1894, na capital portuguesa, iluminado por bicos de gás, o Teatro D. Amélia, em homenagem à então rainha consorte.

Frente e verso do programa das peças de teatro O que morreu de amor e O salto mortal, no Teatro D. Amélia, 08-02-1899

Arquivo Municipal de Lisboa_PT/AMLSB/CMLSBAH-TMSL/01/1291

Page 8: Os teatros não pertencem aos seus proprietários – mas ao ...arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/fotos/editor2/Public... · João António Ortigão Ramos, membro do conselho de produção

8

Em 1910 deu-se a Implantação da República em Portugal. A alteração de nomes de espaços públicos para dar lugar a designações representativas daquele acontecimento foi uma das medidas do governo para afirmar o novo regime político. Consequentemente, a jovem casa de arte cénica adquiriu, em 1911, o nome de Teatro da República. E assim continuou a manter a sua atividade dentro da normalidade até à noite de 13 de setembro de 1914, quando se deu a grande adversidade da sua história causada por um incêndio que devastou o edifício quase na totalidade. A sua reconstrução, a partir do projeto desenvolvido pelo arquiteto Tertuliano Lacerda Marques, que implicou intervenções estruturais, foi conseguida por determinação e investimento do seu sócio António Ramos. Assim, em 16 de janeiro de 1916, o Teatro da República reinaugurava com a peça Os Postiços, de Eduardo Schwalbach, e com o mesmo prestigio que tivera até ali, oferecendo um espaço mais moderno e com melhores condições.

Toda a programação, considerada uma referência na história do teatro nacional, foi-se mantendo por iniciativa do sócio mais entusiasta e dedicado, o Visconde São Luiz de Braga, quem muito sofreu aquando da destruição do teatro pelo fogo. O Visconde faleceu em 13 de março de 1918 e, em sua homenagem, a nobre casa de espetáculos da capital foi batizada de Teatro São Luiz.

Programa das peças de teatro Rosas Bravas e O Espertalhão, no Teatro República, 07-04-1911

Arquivo Municipal de Lisboa_PT/AMLSB/CMLSBAH-TMSL/01/1304

Page 9: Os teatros não pertencem aos seus proprietários – mas ao ...arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/fotos/editor2/Public... · João António Ortigão Ramos, membro do conselho de produção

9

Com a introdução da sétima arte em Portugal, na década de vinte do século XX, e considerando o interesse que despertou na sociedade portuguesa, o Teatro São Luiz foi adaptado de modo a poder disponibilizar a nova e potencial oferta cultural. Assim, em março de 1928, a Câmara Municipal de Lisboa atribuiu ao engenheiro José Correia Botelho de Castelo Branco licença para construção de uma cabine cinematográfica, estreada em 7 de abril desse ano, com o filme Metropolis, realizado por Fritz Lang. Desde então, foi no São Luiz que o cinema português da época realizou muitas das suas estreias, como, por exemplo, em 1930, Maria do Mar, Lisboa, crónica anedótica e A Severa de Leitão de Barros; em 1933, A Canção de Lisboa, de Cottineli Telmo; em 1938, A canção da terra; em 1943, João Ratão de Jorge Brum do Canto; em 1947, O Leão da Estrela de Arthur Duarte; em 1959, O Primo Basílio de António Lopes Ribeiro; em 1963, Verdes anos de Paulo Rocha, entre outros.

Nesta altura, o Teatro surge designado, em alguns documentos, como Cine Teatro São Luiz e São Luiz Cine. A sua direção foi assumida, em 1934, pelo filho do sócio principal da sociedade fundadora do Teatro, João António Ortigão Ramos, membro do conselho de produção dos estúdios da Tobis Portuguesa e produtor na indústria cinematográfica. Ortigão Ramos revelou-se também um notável dinamizador da atividade desta casa, conciliando a apresentação de cinema, de teatro e de concertos por grandes orquestras e solistas nacionais e estrangeiros.

Programa da exibição do filme A Viúva Alegre, 20-04-1935Arquivo Municipal de Lisboa_PT/AMLSB/CMLSBAH-TMSL/01/1382

Page 10: Os teatros não pertencem aos seus proprietários – mas ao ...arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/fotos/editor2/Public... · João António Ortigão Ramos, membro do conselho de produção

10

No cinquentenário do São Luiz, em 1944, João Ortigão Ramos, encontrando-se há 10 anos à sua frente, promoveu uma cerimónia onde se destacou a homenagem ao Visconde São Luiz de Braga, e sobretudo, ao seu pai: “O retrato, que hoje vamos inaugurar, recordará a Lisboa que deve a António Ramos esta sala de espectáculos, de que cinquenta anos depois ainda se pode orgulhar”. Nesta cerimónia discursaram, entre outros, o dramaturgo Augusto Castro e o cineasta Leitão de Barros, fazendo evocação ao Teatro desde a sua inauguração. Os discursos apresentados, por serem considerados “preciosos subsídios para a História do Teatro Português”, deram origem a uma edição comemorativa deste cinquentenário, “As bodas de ouro do São Luiz”.

Em 6 de maio de 1971, a edilidade lisboeta escriturava a compra do Teatro São Luiz à sociedade anónima de responsabilidade limitada, A. Ramos - Sociedade Cinematográfica e Teatral, pelo valor de trinta e nove milhões de escudos (10.316.202,10€ - valor atualizado de acordo com índice de 2018). Na Revista Municipal nº 130-131, de 1971, a Câmara Municipal de Lisboa manifestava orgulho na aquisição do seu teatro municipal.

Ainda entre os meses de agosto e outubro daquele ano, o Teatro foi submetido a algumas obras de restauro e de decoração nos foyers, entradas, escadarias, corredores vestíbulos, camarins, etc., sendo reinaugurado em 25 de outubro com a designação de Teatro Municipal São Luiz. Nesta cerimónia, assinalada por um concerto da Orquestra

Capa do livro As Bodas de Ouro do São Luiz publicado em Lisboa pela Editorial Ática, em 1945

Page 11: Os teatros não pertencem aos seus proprietários – mas ao ...arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/fotos/editor2/Public... · João António Ortigão Ramos, membro do conselho de produção

11

Filarmónica de Lisboa, estiveram presentes, entre outras individualidades, o Presidente da República, Almirante Américo Thomaz, o Presidente do Conselho, Marcello Caetano e o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, engenheiro Fernando Santos e Castro, cujo discurso inaugural pode ser lido naquela revista.

Em 1994, o Teatro Municipal São Luiz marcava o seu centenário de existência. A longa importância desta casa no contributo para a dinâmica cultural dos lisboetas era reconhecida pelo então vereador da cultura da Câmara Municipal de Lisboa, João Soares, na publicação que assinalou a efeméride: Teatro Municipal S. Luiz, 1894-1994. Esta comemoração contou também com um concerto, de Olivier Messia, Quarteto para o fim dos tempos, com o pianista Pedro Burmester, o violinista Alain Moglia, o clarinetista António Saiote, o violoncelista Jed Barahal e com comentários de António Pinho Vargas.

Após um interregno para obras de reabilitação, entre 1999 e 2002, o Teatro Municipal São Luiz, reinicia a sua atividade em 30 de novembro desse ano, tendo a sua gestão passado para a Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural, E.E.M. – EGEAC, no ano seguinte, pelo despacho nº 143-P-2003, à qual se encontra ainda hoje ligado.

Programa do concerto Quarteto para o fim dos tempos, comemorativo do centenário do Teatro Municipal São Luiz, 22-05-1994

Arquivo Municipal de Lisboa_PT/AMLSB/CMLSBAH-TMSL/01/1499

Page 12: Os teatros não pertencem aos seus proprietários – mas ao ...arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/fotos/editor2/Public... · João António Ortigão Ramos, membro do conselho de produção

12

Argumento do filme Amores de Meia Noite, [1931]Arquivo Municipal de Lisboa_PT/AMLSB/CMLSBAH-TMSL/01/1379

Programa da exibição do filme O testamento do dr. Mabuse, 17-04-1934Arquivo Municipal de Lisboa_PT/AMLSB/CMLSBAH-TMSL/01/1380

Page 13: Os teatros não pertencem aos seus proprietários – mas ao ...arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/fotos/editor2/Public... · João António Ortigão Ramos, membro do conselho de produção

13

> O espólio

Quando, em 2003, se deu a transferência da gestão do Teatro Municipal São Luiz para a EGEAC, o Arquivo Municipal de Lisboa recebeu um conjunto de documentos produzidos e acumulados no âmbito da sua atividade, referentes ao período entre 1895 e 1999. Mais tarde, em 2019, foi também entregue à sua guarda um segundo conjunto relativo ao período entre 2002 e 2013.

Durante a análise do espólio, constatou-se que, embora a documentação corresponda a várias fases da vida do Teatro, a maioria diz respeito ao período após a sua compra pela Câmara Municipal de Lisboa. A documentação antecedente terá ficado na posse da família Ortigão Ramos. Calcula-se que os documentos referentes à primeira década da sua história terão sido destruídos pelo incêndio de 1914. Porém, de entre o conjunto de programas, existem alguns de espetáculos apresentados no Teatro D. Amélia e no Teatro da República, e outros de exibição de filmes no São Luiz Cine e noutras casas de espetáculos.

No primeiro conjunto de documentos encontravam-se algumas publicações sobre o Teatro Municipal São Luiz que estão disponíveis ao público na biblioteca do Arquivo.

Os documentos em suporte papel e em suporte áudio encontram-se no Arquivo Municipal de Lisboa, Bairro da Liberdade, e os documentos em suporte fotográfico estão no Arquivo Municipal de Lisboa-Fotográfico, na rua da Palma.

Programa da exibição do filme A Bela Aventura, 18-10-1932Arquivo Municipal de Lisboa_PT/AMLSB/CMLSBAH-TMSL/01/1378

Page 14: Os teatros não pertencem aos seus proprietários – mas ao ...arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/fotos/editor2/Public... · João António Ortigão Ramos, membro do conselho de produção

14

Esta documentação pode ser consultada a partir da base de dados online do Arquivo Municipal de Lisboa, em http://arquivomunicipal.cm-lisboa.pt

As características deste vasto conjunto de documentos permitiram a constituição do subfundo Teatro Municipal São Luiz – TMSL, organizado em séries documentais de acordo com os respetivos assuntos e conteúdos, na seguinte estrutura classificativa:

F CMLSBAH – Câmara Municipal de LisboaSF TMSL – Teatro Municipal São Luiz

SR 01 – Programas de espetáculosSR 02 – Receita e prestação de contasSR 03 – Processos individuaisSR 04 – Copiador de ofíciosSR 05 – InformaçõesSR 06 – Livros de pontoSR 07 – Promoção de eventosSR 08 – Relatórios de atividadesSR 09 – Recortes de imprensaSR 10 – Processos de gestão e manutenção do edifícioSR 11 – Correspondência geralSR 12 – Processos de gestão administrativa e financeira de atividadesSR 13 – Materiais de orquestraSR 14 – Livros de registoSR 15 – Gravações de concertosSR 16 – Fotografias

F - Fundo; SF – Subfundo; SR - Série;

Programa da exibição do filme Camões, 23-09-1946Arquivo Municipal de Lisboa_PT/AMLSB/CMLSBAH-TMSL/01/1383

Page 15: Os teatros não pertencem aos seus proprietários – mas ao ...arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/fotos/editor2/Public... · João António Ortigão Ramos, membro do conselho de produção

15

Nestas dezasseis séries encontram-se, entre outros, os seguintes documentos: programas de vários tipos de espetáculos e outros eventos realizados entre 1894 e 2013; documentos relativos a receita e despesa de programação e de gestão do Teatro, datados entre 1970 e 1999; processos individuais e livros de ponto dos funcionários da Câmara Municipal de Lisboa adstritos ao TMSL, entre 1978 e 2001; correspondência produzida e enviada pelo Teatro a diversos serviços da Câmara Municipal de Lisboa e a outras instituições, no período de 1970 a 1999; originais e fotocópias de documentos relativos a eventos realizados no Teatro, protocolos de espetáculos com instituições e artistas, tabelas de preços de bilhetes, entre outros, referentes ao período entre 1970 e 1999; recortes de notícias na imprensa sobre o Teatro, espetáculos, artistas e programação (calcula-se que datem entre o período de 1894 e 1999).

Também é possível consultar documentos relativos ao edifício, tais como desenhos e fotografias sobre a remodelação do salão da plateia e foyer da 1ª Ordem aquando da compra do Teatro pela Câmara Municipal de Lisboa; o estudo de aproveitamento da zona do jardim de inverno; documentos para a instalação de um posto de transformação sob a sala de música; o relatório parcial da proposta para a envolvente da Orquestra; os estudos de acústica para o Teatro Municipal São Luiz, para a sala de ensaios da Orquestra no Palácio Pimenta e para o Pavilhão dos Desportos de Lisboa; a proposta sobre viabilidade de adaptação do Pavilhão dos Desportos a sala de concertos sinfónicos. Toda esta documentação foi produzida entre 1971 e 1999.Programa da exibição do filme Kismet, 03-06-1947

Arquivo Municipal de Lisboa_PT/AMLSB/CMLSBAH-TMSL/01/1397

Page 16: Os teatros não pertencem aos seus proprietários – mas ao ...arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/fotos/editor2/Public... · João António Ortigão Ramos, membro do conselho de produção

16

Programa do espetáculo de Maurice Chevalier, 06-12-1953Arquivo Municipal de Lisboa_PT/AMLSB/CMLSBAH-TMSL/01/1390

Programa da exibição do filme Carrocel Napolitano, 05-04-1955Arquivo Municipal de Lisboa_PT/AMLSB/CMLSBAH-TMSL/01/1394

Page 17: Os teatros não pertencem aos seus proprietários – mas ao ...arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/fotos/editor2/Public... · João António Ortigão Ramos, membro do conselho de produção

17

Programa de homenagem a Estevão Amarante pelos seus 50 anos de teatro, 18-04-1950

Arquivo Municipal de Lisboa_PT/AMLSB/CMLSBAH-TMSL/01/1387

Programa do espetáculo a favor dos sinistrados da Holanda pelas inundações do Mar do Norte, 12-02-1953

Arquivo Municipal de Lisboa_PT/AMLSB/CMLSBAH-TMSL/01/1389

Page 18: Os teatros não pertencem aos seus proprietários – mas ao ...arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/fotos/editor2/Public... · João António Ortigão Ramos, membro do conselho de produção

18

Ainda inserido no espólio, destaca-se a fotocópia da partitura do “Hino à Cidade de Lisboa”, assim como as partituras das obras do maestro Joly Braga Santos, escritas ou copiadas entre 1973 e 1993; um livro de registo do Teatro Popular, Companhia Nacional de Teatro – I, com o respetivo movimento de bilhetes e de receita relativo ao período entre 1975 e 1980; livros da inscrição de sócios na Associação de Classe dos Artistas Dramáticos, datados de 1908; bobines e cassetes de áudio com gravações da série de concertos “Música em diálogo com o maestro José Atalaya”, entre janeiro e maio de 1988; um conjunto de imagens que inclui retratos de atores, postais ou fotografias de diversos espetáculos, produzidas entre a década de noventa do século XIX e a década de oitenta do século XX.

Hino da Cidade de Lisboa, 26-09-1993Arquivo Municipal de Lisboa_ PT/AMLSB/CMLSBAH-TMSL/13/001

Page 19: Os teatros não pertencem aos seus proprietários – mas ao ...arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/fotos/editor2/Public... · João António Ortigão Ramos, membro do conselho de produção

19

> A Casa

O espaço onde se desenrola a vida de qualquer instituição centenária é, sem dúvida, um elemento necessário para o conhecimento da sua história. A sua atividade, no seu lato percurso temporal, dita muitas vezes que este espaço se adapte de modo a corresponder ao progresso das sociedades. É o caso do edifício do Teatro Municipal São Luiz, cujo período de existência acompanhou a evolução não só da arte cénica mas sobretudo da arte cinematográfica. A tudo isto acrescem as obras de manutenção e, por vezes, de recuperação.

Para se conhecer todas estas intervenções é indispensável a consulta do processo de obra do edifício, constituído nos serviços camarários, que contém os documentos obrigatórios e as necessárias autorizações da edilidade para o efeito. Esta documentação, complementar ao espólio do Teatro, é composta por sete volumes, seis dos quais disponíveis ao público, e pode ser consultada no Arquivo Municipal de Lisboa, estando registada com o número 14021. Produzida entre 1893 e 2009, reúne documentos referentes à construção do edifício e à sua reconstrução após o incêndio, a adaptações e a obras de manutenção, remodelação e valorização. Através do processo de obra podemos também constatar os vários intervenientes a quem o TMSL deve estes projetos.

Desenho e pedido de licença à Câmara Municipal de Lisboa para colocação de reclame luminoso com as palavras São Luiz, 1932Obra 14021; volume 2; processo 12223/SEC/PET/1932 - tomo 1; página 1 e 3Arquivo Municipal de Lisboa_PT/AMLSB/CMLSBAH/COPA/001/10484

Page 20: Os teatros não pertencem aos seus proprietários – mas ao ...arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/fotos/editor2/Public... · João António Ortigão Ramos, membro do conselho de produção

20

Reclame do filme Uma Mulher para Dois na porta do TMSL, 1935Obra 14021; Volume 2 ; Processo 53000/SEC/PG/1935 - Tomo 1; Página 4Arquivo Municipal de Lisboa_PT/AMLSB/CMLSBAH/COPA/001/10484

Desenho das letras do reclame do filme King Kong para colocar no TMSL, 1933Obra 14021;volume 2; processo 13248/SEC/PET/1933 - tomo 1; página 2Arquivo Municipal de Lisboa_PT/AMLSB/CMLSBAH/COPA/001/10484

Assim, entre requerimentos, memórias descritivas e peças desenhadas, diversos são os documentos relevantes, não só pelas características inerentes ao tempo em que foram produzidos, mas pelo que significam como testemunho da construção e transformação do Teatro.

Page 21: Os teatros não pertencem aos seus proprietários – mas ao ...arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/fotos/editor2/Public... · João António Ortigão Ramos, membro do conselho de produção

21

Pedido de licença à Câmara Municipal de Lisboa para colocação de reclame luminoso na fachada principal do TMSL, 1935Obra 14021; Volume 2 ; Processo 53000/SEC/PG/1935 - Tomo 1; Página 5Arquivo Municipal de Lisboa_ PT/AMLSB/CMLSBAH/COPA/001/10484

Além dos interessantes desenhos referentes à sua construção e reconstrução, destacam-se ainda os que dizem respeito ao projeto de construção da cabine cinematográfica edificada na plateia, conforme se encontra desenhada na planta ao nível da plateia, de 1928, acompanhados da respetiva memória descritiva, e ainda os desenhos e memória descritiva do projeto de construção de um nova cabine de projeção, em 1946. Na sequência da introdução do cinema, verifica-se a existência de documentos com pedidos para aplicação de publicidade no exterior do edifício, sobressaindo o desenho que diz respeito ao filme King Kong, datado de 30 de dezembro de 1933.

A crescente afluência aos espetáculos do TMSL levou a que a empresa Ramos e Cª. procedesse a obras no Jardim de Inverno, em 1943, de modo a transformá-lo num recinto não só para salão de festas mas também para descongestionamento do Hall e do Foyer. Para esta intervenção foi necessário requerer autorização da Câmara, pelo que a respetiva memória descritiva e diversas peças desenhadas, intituladas “Projeto do Arranjo e Decoração do Jardim de Inverno do Cine-Teatro São Luiz”, fazem igualmente parte do processo de obra.

Page 22: Os teatros não pertencem aos seus proprietários – mas ao ...arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/fotos/editor2/Public... · João António Ortigão Ramos, membro do conselho de produção

22

Destacam-se por fim as centenas de documentos, nomeadamente peças desenhadas, datados de 2009, do “Projecto de Valorização do São Luiz Teatro Municipal e Remodelação do Palco”.

Corte CD do Projeto de Arranjo e Decoração do Jardim de Inverno do Cine Teatro São Luiz, 1943Obra 14021; volume 2 ; processo 8424/DSC/PG/1943 - tomo 1; página 20Arquivo Municipal de Lisboa_PT/AMLSB/CMLSBAH/COPA/001/10484

Page 23: Os teatros não pertencem aos seus proprietários – mas ao ...arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/fotos/editor2/Public... · João António Ortigão Ramos, membro do conselho de produção

23

> A programação

A preservação dos testemunhos que abonam a construção da memória das sociedades e identificam as suas características culturais é um indelével compromisso de cidadania, no entanto depende da educação e responsabilidade de cada indivíduo perante a sua dinâmica profissional ou pessoal.

O vasto conjunto que, no Arquivo Municipal de Lisboa constitui a série documental Programas de espetáculos é disso exemplo, pois revela a consciencialização dos responsáveis do TMSL na salvaguarda destes documentos como um legado para o futuro. Estas centenas de programas dos diversos espetáculos e outros eventos foram reunidos, na sua grande maioria, entre 1971 e 1999, embora existam, entre eles, alguns relativos ao período anterior (ver quadro que se apresenta no final deste capítulo).

Por conseguinte, através desta documentação só é possível abordar a atividade cultural do TMSL a partir da década de setenta do século XX, cuja informação revela as características dos espetáculos e outros eventos, artistas e datas.

Ainda com informação importante para complementar o conhecimento da atividade do Teatro, destaca-se a série Relatórios de Atividades, composta por documentação produzida no âmbito da sua gestão. Os relatórios de atividades dizem respeito ao período entre 1971 e 1999 e fornecem o nome e a quantidade de espetáculos e outros eventos, número respetivo de espectadores, receita e despesas. Estes documentos

Programa do concerto pela Banda de Música da Guarda Nacional Republicana, 30-03-1973

Arquivo Municipal de LisboaPT/AMLSB/CMLSBAH-TMSL/01/0019

Page 24: Os teatros não pertencem aos seus proprietários – mas ao ...arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/fotos/editor2/Public... · João António Ortigão Ramos, membro do conselho de produção

24

incluem os dados relativos às atividades realizadas na sala principal do TMSL, na Sala estúdio Mário Viegas e no Foyer da 1ª Ordem, muitas delas promovidas por outras entidades.

Estes elementos, com caráter estatístico, permitiram a elaboração do gráfico que se apresenta, onde se observa a evolução da atividade do Teatro naquelas três décadas. Na sua análise, verifica-se que os anos de 1971 e 1999 apresentam os valores mais baixos, tanto em espectadores como em espectáculos. Aos 44 espetáculos realizados no ano de 1971 assistiram 16307 pessoas e aos 105 espetáculos realizados no ano de 1999 assistiram 27633 pessoas. Todavia, relativamente a 1971, os dados correspondem ao período de 25 de outubro até ao final do ano. Naquela data deu-se a inauguração do teatro municipal com um concerto pela Orquestra Filarmónica de Lisboa. A peça de teatro “A Salvação do Mundo” fez parte da temporada de espetáculos desse ano, tendo sido apresentada ao público em 23 sessões, com uma audiência de 4290 espectadores. Ainda nesse ano, entre as outras quatro áreas de espetáculo que o TMSL proporcionou, destacam-se os 12 concertos da Orquestra Filarmónica de Lisboa, a que assistiram 9359 pessoas. Os dados de 1999 referem-se às atividades do Teatro entre janeiro e maio, onde se destacam, de entre os 105 espetáculos desse período, os 14 espetáculos de televisão Herman 99 realizados na sala principal, com uma audiência de 10570 pessoas, e ainda as 65 sessões de teatro na Sala Estúdio Mário Viegas, com uma assistência de 6857 espectadores. Eunice Muñoz numa cena da peça de teatro

A salvação do Mundo, [1971]Arquivo Municipal de Lisboa

PT/AMLSB/CMLSBAH-TMSL/16/0352

Page 25: Os teatros não pertencem aos seus proprietários – mas ao ...arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/fotos/editor2/Public... · João António Ortigão Ramos, membro do conselho de produção

25

Na observação do gráfico, constata-se também que 1974 foi o ano com maior número de espectadores (92 307 pessoas), em 247 eventos realizados, entre teatro, cinema, concertos, dança e reuniões. Os anos de 1976 e 1997 evidenciam-se pelo maior número de atividades, respetivamente 430 e 461, seguidos dos anos 1981 e 1991, com 356 e 337 atividades.

500450400350300250200150100500

1971

1072

1973

1974

1975

1976

1977

1978

1979

1980

1981

1982

1983

1984

1985

1986

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

100 00090 00080 00070 00060 00050 00040 00030 00020 00010 000

0

Número de espectadores Número de espetáculos

Espetáculos do Teatro Municipal São Luiz 1971-1999

Page 26: Os teatros não pertencem aos seus proprietários – mas ao ...arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/fotos/editor2/Public... · João António Ortigão Ramos, membro do conselho de produção

26

No relatório de atividades de 1976, verifica-se que a programação do TMSL nesse ano investiu significativamente no cinema, apresentando ao público 243 sessões, com uma assistência de cerca de 44000 espectadores na exibição dos seguintes filmes: Camões, Benilde ou a Virgem Mãe, A Canção de Lisboa, A Aldeia da Roupa Branca, O Pai Tirano, O Leão da Estrela, Brandos Costumes, O Centro do Mundo, Diário de um Leão, Os Saltimbancos, Nazaré, Vidas Sem Rumo, A Costureirinha da Sé, O Crime da Aldeia Velha, O Trigo e o Joio, Lotação Esgotada, Cântico Final, Madame de…, Lola Montes, Ciclo Marcel Hanoun.

É também interessante perceber pelos relatórios de atividades que o teatro infantil teve uma significativa expressão na programação do TMSL na década de setenta, com a apresentação de 231 sessões.

As características deste Teatro, resultantes das adaptações que lhe foram feitas ao longo do tempo, têm possibilitado uma programação versátil. Diversos espetáculos poderiam ser aqui mencionados, porém apenas referimos alguns realizados entre 1971 e 1999 por terem sido mais assíduos. É o caso dos concertos pela Orquestra Filarmónica de Lisboa e pelas Orquestras Sinfónica e Ligeira da Rádiodifusão Portuguesa, ou dos concertos de diversas bandas militares e os da autoria do maestro José Atalaya, os ciclos de cinema, os festivais de teatro amador, os espetáculos de variedades e festivais da canção transmitidos pela

Programa da comédia em três atos Sábado, domingo e segunda, apresentada pela companhia do Teatro Nacional Dona Maria II, 1973-1974Arquivo Municipal de Lisboa_PT/AMLSB/CMLSBAH-TMSL/01/0033

Page 27: Os teatros não pertencem aos seus proprietários – mas ao ...arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/fotos/editor2/Public... · João António Ortigão Ramos, membro do conselho de produção

27

televisão, os festivais de Música da Costa do Estoril, os espetáculos de ballet pela Companhia Nacional de Ballet e por companhias internacionais, entre outros.

A documentação do Teatro Municipal São Luiz possibilita uma extensa análise sobre a sua atividade nas décadas de setenta a noventa do século XX. Os dados apresentados nesta publicação são apenas um prenúncio dos estudos que dela podem advir, um convite para que o assunto possa ser futuramente aprofundado.

Programa da 9ª edição do Festival de Teatro de Amadores de Lisboa, 18-04-1989 – 25-04-1989Arquivo Municipal de Lisboa_PT/AMLSB/CMLSBAH-TMSL/01/1471

Programa do espetáculo Noite dos Travestis, 01-12-[1994]

Arquivo Municipal de LisboaPT/AMLSB/CMLSBAH-TMSL/01/1507

Page 28: Os teatros não pertencem aos seus proprietários – mas ao ...arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/fotos/editor2/Public... · João António Ortigão Ramos, membro do conselho de produção

28

Programas do TMSL entre 1898-1953DESIGNAÇÕESDO TEATRO DATA PROGRAMAD. Amélia 10-06-1895 Récita em homenagem a Gervásio Lobato D. Amélia 15-04-1898 Recital por Eleonora Dusa e da peça de teatro “A Segunda Mulher de Tanqueray” D. Amélia 22-04-1898 Recital por Eleonora Dusa e da peça de teatro “Hedda Gabler” D. Amélia 29-05-1898 Peça de teatro “Hemlet”D. Amélia 04-02-1899 Programa da récita em “Homenagem a Garret” D. Amélia 08-02-1899 Peças de teatro “O Que Morreu de Amor” e “O Salto Mortal”D. Amélia 30-11-1904 Concerto em piano pelo violinista Jan KubelikD. Amélia 19-11-1905 Farça lírica sobre motivos de Gil Vicente “Tição Negro”D. Amélia 20-02-1907 Peça de teatro “Il Mondo Della Noia” pela companhia dramática italiana de Tina di Lorenzo e Armando FalconiD. Amélia 22-03-1907 Peça de teatro “Romanticismo” pela companhia dramática italiana de Tina di Lorenzo e Armando FalconiD. Amélia 26-03-1907 Peça de teatro “Il Mondo Della Noia” pela companhia dramática italiana de Tina di Lorenzo e Armando FalconiD. Amélia 02-04-1907 Peça de teatro “La Locandièra” pela companhia dramática italiana de Tina di Lorenzo e Armando FalconiD. Amélia 01-12-1907 Concerto pela Grande Orquestra PortuguezaD. Amélia 15-12-1907 Peça de teatro “Casa em Ordem” D. Amélia 13-01-1908 Peça de teatro “Rafles, O Gatuno Amador”D. Amélia 05-05-1908 Concertopela Orquestra Filarmónica de BerlimD. Amélia 08-01-1909 Peça de teatro “Le Je Ne sais Quoi” D. Amélia 27-04-1909 Peça de teatro “Verso l’Amore” pela companhia dramática italiana de Tina di Lorenzo e Armando Falconi no teatro D. Amélia D. Amélia 07-06-1909 Espetáculo de música e dança pela Companhia Hespanhola de ZarzuelaD. Amélia [1894] - [1910] Peça de teatro “Os Três Anabatistas” D. Amélia [1894] - [1910] Peça de teatro “ As Viagens de Gulliver” no Teatro D. Amélia

Page 29: Os teatros não pertencem aos seus proprietários – mas ao ...arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/fotos/editor2/Public... · João António Ortigão Ramos, membro do conselho de produção

29

D. Amélia [1894] - [1910] Espetáculo de ópera burlesca “A Grã Duqueza de Gerolstein” D. Amélia [1894] - [1910] Exibição dos filmes “As Cataratas da Victoria” e “Polichinello” pelo animatografo “The Wonderful” no Jardim de InvernoRepública 07-04-1911 Peças de teatro “Rosas Bravas” e “O Espertalhão”República 10-04-1913 Peça de teatro “A Labareda”República [1910] - [1918] Peça de teatro “O último Senhor de S. Gião”República [1910] - [1918] Peça de teatro “Castellos no Ar”República 09-03-1914 Festa de homenagem à Associação Tipográfica Lisbonense e Artes CorrelativaRepública 16-04-1913 Peça de teatro “A Labareda”S. Luiz 06-10-1931 Exibição do filme “Salto Mortal” S. Luiz 24-01-1932 Exibição do filme “A Menina do Harmónio” S. Luiz 19-04-1932 Exibição do filme “O Rei da Graxa” S. Luiz 12-07-1932 Exibição do filme “O destino dum Cavaleiro” S. Luiz 06-09-1932 Exibição do filme “Campinos do Ribatejo” S. Luiz [post. 1918] - [ant. 1971] Programa do II Festival de Teatro Parisiense S. Luiz [post. 1931] - [ant. 1971] Argumento do filme “Amores de Meia Noite” S. Luiz 18-10-1932 Exibição do filme “A Bela Aventura” S. Luiz 20-12-1932 Exibição do filme “Estupefacientes” S. Luiz 17-04-1934 Exibição do filme “O Testamento do Dr. Mabuse” S. Luiz 17-04-1934 Concerto pelo coro dos “Cossacos do Don” e da exibição do filme “A vida É o Dia de Hoje” S. Luiz 20-04-1935 Exibição do filme “A Viúva Alegre” S. Luiz 1942 Concerto no âmbito das Missões Culturais do Secretariado da Propaganda Nacional S. Luiz 24-03-1942 Exibição do filme “Casamento Escandaloso” S. Luiz 1943 Exibição de filmes na temporada de 1943 S. Luiz 23-09-1946 Exibição do filme “Camões” S. Luiz 25-11-1947 Exibição do filme “O Leão da Estrela”

Page 30: Os teatros não pertencem aos seus proprietários – mas ao ...arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/fotos/editor2/Public... · João António Ortigão Ramos, membro do conselho de produção

30

S. Luiz [post. 1967] - [ant. 1971] Peça de teatro “O Tempo e a Ira” pelo Teatro Experimental de Cascais S. Luiz 1949-03-30 - 1949-03-31 Recitais de piano por José Iturbi S. Luiz 03-06-1947 Exibição do filme “Kismet” S. Luiz 05-07-1947 Exibição do filme “Fogo!” S. Luiz 13-09-1949 Exibição do filme “Ribatejo” S. Luiz 27-05-1952 Exibição do filme “A Garça e a Serpente” S. Luiz 09-06-1953 Programa da “Récita de Despedida e Consagração de Lucília Simões” S. Luiz 11-06-1953 Concerto sinfónico pela Orquestra Sinfónica Nacional S. Luiz 06-12-1953 Espetáculo de “Maurice Chevalier” S. Luiz 12-02-1953 Espetáculo a favor dos sinistrados da Holanda S. Luiz 09-04-1955 Exibição do filme “Carrocel Napolitano” S. Luiz 21-05-1955 Récita de beneficência a favor da secção filantrópica da Associação dos Antigos Alunos do Colégio Militar

Programa do concerto pela Orquestra Sinfónica da Rádiodifusão Portuguesa, em homenagem ao compositor Armando José Fernandes, 20-05-1989Arquivo Municipal de Lisboa_PT/AMLSB/CMLSBAH-TMSL/01/1501

Page 31: Os teatros não pertencem aos seus proprietários – mas ao ...arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/fotos/editor2/Public... · João António Ortigão Ramos, membro do conselho de produção

31

> Os Protagonistas

A informação sobre os atores, músicos e outros intervenientes que, ao longo do tempo, passaram pelo Teatro Municipal São Luiz, chega-nos sobretudo através dos programas de espetáculos e de fotografias.

Enquanto os programas foram reunidos principalmente nas últimas décadas do século XX, as fotografias, que perfazem um total de cerca de 2200 provas, abrangem um período maior, tendo sido produzidas entre a década de 90 do século XIX e a década de 80 do século XX. No seu conjunto, esta documentação é bastante elucidativa do dinamismo cultural do teatro, sobretudo a partir de 1971, data da sua aquisição pelo município.

Embora o incêndio de 1914 tenha destruído todo o edifício e uma boa parte do seu acervo, ainda existem, desta primeira fase do teatro, algumas provas fotográficas com imagens individuais de atrizes e atores que ali se apresentaram, a maior parte autografadas. Sara Bernhardt, Cecil Sorel ou as portuguesas Palmira Bastos e Rosa Damasceno são algumas das representadas.

É a partir de 1971 que a documentação espelha de forma mais consistente a programação do São Luiz. A partir da altura em que a sala foi adquirida pelo município e se consolidou o fundo documental, a coleção torna-se mais coerente abrangendo as temporadas até 1999. No caso das fotografias, as temporadas entre 1971 e 1974, estão representadas de

Retrato da atriz Cecil Sorel, [1904]Arquivo Municipal de Lisboa_PT/AMLSB/CMLSBAH-TMSL/16/000002

Page 32: Os teatros não pertencem aos seus proprietários – mas ao ...arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/fotos/editor2/Public... · João António Ortigão Ramos, membro do conselho de produção

32

forma quase completa, nomeadamente na área da música. Neste campo, aliás, as provas assumem grande relevância por estarem representados nomes destacados da música portuguesa que tiveram a sua estreia nesta sala ou nela atuaram. Helena Sá e Costa, Maria João Pires, Olga Pratz, Ana Bela Chaves e muitos outros encheram os famosos pequenos concertos de música erudita ao final da tarde, dirigidos pela batuta dos maestros Álvaro Cassuto, Tavares Belo ou Ivo Cruz.

Do estrangeiro, surgem nomes incontornáveis na programação, como é o caso de Herbert von Karajan, a Orquestra de Zagreb ou a Royal Philarmonic Orchestra de Londres.

Mas não é só a música que preenche este universo. A dança e o teatro são outras áreas contempladas. Na dança, para além de um importante conjunto que retrata, em várias épocas, a atuação da Companhia Nacional de Bailado no São Luiz, é possivel ver Anna Mascolo e a sua escola de dança ou Jorge Salavisa nas suas memoráveis atuações com o London Ballet, em 1972.

No teatro, ficou para a posteridade uma importante reportagem fotográfica de “A Salvação do Mundo”, de José Régio, com que Luís Francisco Rebello inaugurou, em 1971, a Companhia Municipal de Teatro, a quem a censura deu vida efémera. Pela objetiva de José Marques, vemos uma Eunice Muñoz magnificamente retratada. Neste período, José Marques seria o mais assíduo fotógrafo do São Luiz, deixando-nos mais de 1000 fotografias.

Mas Augusto Bobone, Silva Nogueira ou Félix Nadar são outros dos nomes que se destacam.

II Verão Internacional de Bailado no Teatro Municipal São Luiz, 01-08-1972Arquivo Municipal de Lisboa_PT/AMLSB/CMLSBAH-TMSL/16/000002

Concerto de Maria João Pires para inauguração do piano do Teatro Municipal São Luiz, [08-04-1972]Arquivo Municipal de LisboaPT/AMLSB/CMLSBAH-TMSL/16/000447

Page 33: Os teatros não pertencem aos seus proprietários – mas ao ...arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/fotos/editor2/Public... · João António Ortigão Ramos, membro do conselho de produção

33

Finalmente, não é possível deixar de referir uma magnífica série de cerca de 200 postais com imagens de atores, atrizes, cantores líricos, entre outros, portugueses e estrangeiros, cuja origem ainda se desconhece mas que representa, sem dúvida, um excelente complemento iconográfico deste espólio.

Postal não circulado com o retrato da atriz Ana Abranches, [1908-1924]

Arquivo Municipal de LisboaPT/AMLSB/CMLSBAH-TMSL/16/000081

Postal não circulado com o retrato da atriz Ana Abranches, [1908-1924]Arquivo Municipal de Lisboa_PT/AMLSB/CMLSBAH-TMSL/16/000081

Page 34: Os teatros não pertencem aos seus proprietários – mas ao ...arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/fotos/editor2/Public... · João António Ortigão Ramos, membro do conselho de produção

34

Planta ao nível do palco com alterações, Projeto de Valorização do São Luiz Teatro Municipal e Remodelação do Palco, 2009

Obra 14021; volume 7; processo 87/DMGU/EDI/2009 - tomo 7; página 485Arquivo Municipal de Lisboa_PT/AMLSB/CMLSBAH/COPA/001/10484

> Índice

Do Teatro D. Amélia ao Teatro Municipal São Luiz

O espólio

A Casa

A programação

Os protagonistas

5

13

19

23

31Inauguração do Teatro Municipal de São Luiz, 21-10-1971Arquivo Municipal de LisboaPT/AMLSB/CMLSBAH-TMSL/16/000368

Concerto da Orquestra Filarmónica de Lisboa, [1973]Arquivo Municipal de LisboaPT/AMLSB/CMLSBAH-TMSL/16/000507

Page 35: Os teatros não pertencem aos seus proprietários – mas ao ...arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/fotos/editor2/Public... · João António Ortigão Ramos, membro do conselho de produção

35

Page 36: Os teatros não pertencem aos seus proprietários – mas ao ...arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/fotos/editor2/Public... · João António Ortigão Ramos, membro do conselho de produção

Câmara Municipal de LisboaVereação da Cultura_Catarina Vaz Pinto Direção Municipal de Cultura_Manuel Veiga Departamento de Património Cultural_Jorge Ramos de CarvalhoDivisão de Arquivo Municipal_Helena NevesDireção e coordenação executiva_Helena Neves, Marta Gomes

Coordenação geral_Ana SaraivaTextos e investigação_Ana Saraiva, Mário GouveiaApoio à investigação_Fernando Matos, Manuela TavaresDesign gráfico_Marília Afonso MaranhasDigitalização_ Elsa Teixeira, Jorge Batista, Luís Ramos, Margarida Caeiro, Nelson Roque, Rui LucianoComunicação e divulgação_Pedro Cordeiro, Susana SantarenoTratamento documental_Ana Saraiva, Mário Gouveia, Rui PaixãoDepósito_Sandro Roque

Imagem da capa: Programa do concerto pela Grande Orquestra Portuguesa, no Teatro D. Amélia, 01-12-1907Arquivo Municipal de Lisboa_PT/AMLSB/CMLSBAH-TMSL/01/1298

Imagem da contra-capa: Bilhete de balcão de 2ª ordem nº 31, para espetáculo de récita, no Teatro D. Amélia, 11-11-1895Arquivo Municipal de Lisboa_PT/AMLSB/CMLSBAH-TMSL/01/1299

> Publicado no âmbito da comemoração do 125º aniversário do Teatro Municipal São Luiz