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OS SANTA CASA - MICRORREGIÃO JAÇANÃ / TREMEMBÉ
EU AMO, EU CUIDO: RE!CRIANDO ESPAÇOS COMUNITÁRIOS
RESPONSÁVEIS:
Dra. Maria Luísa Brenha Ribeiro, (11) 2241-3740 – [email protected]
Sr. Vagner Serafim de Deus, (11) 2241-3740 – [email protected]
Srta. Monique da Silva Santos, (11) 2241-3740 – [email protected]
São Paulo
2014
INTRODUÇÃO
Globalmente, as cidades atravessam por mudanças dinâmicas e muito diversas,
resultado de um permanente processo de urbanização, isto é, pela busca incessante de
espaço para usos urbanos: habitações, indústrias, serviços públicos, áreas de lazer,
infraestrutura e mobilidade, colocando sob crescente pressão paisagens culturais e naturais.
Uma característica importante no desenvolvimento das cidades, por vezes
negligenciado, é o cuidado com as áreas verdes. A manutenção das praças, parques e áreas
de lazer nas grandes cidades é trabalhosa. De acordo com a Prefeitura, a cidade de São Paulo
possui 37 milhões de metros quadrados de área verde, porém, somente 28% dessas áreas
recebem cuidados de jardinagem pela Prefeitura, como o corte de galhos e poda de plantas e
grama.
Soma-se a esta problemática a não conscientização da sociedade, seja pela própria
cultura difundida na não conservação de áreas verdes, seja pela ineficiência dos órgãos
públicos. Pode-se assim provocar a reflexão de que os atributos físicos do espaço em questão
são importantes, mas eles são o meio, não o fim. Se você não estiver valorizando as pessoas
na comunidade onde você está trabalhando, você não está planejando; você está apenas
reorganizando os móveis.
Explorando a importância das áreas verdes observa-se a busca incessante pela
melhoria da qualidade de vida no meio urbano. Isso significa, essencialmente, que as áreas
verdes são espaços fundamentais para atingir estes objetivos por se fazerem relevantes para o
bem-estar e as condições de saúde da população por estar diretamente vinculada à qualidade
da água que se bebe, do ar que se respira, dos alimentos que se consome e da saúde que se
obtém por meio desse conjunto. Se mostrando como elemento essencial na transformação de
nossas cidades em áreas mais agradáveis de viver.
Segundo Bjorn Lomborg, famoso crítico ambiental que vai à contramão de algumas
visões de ambientalistas renomados, é vital metrópoles como São Paulo terem praças
espalhadas pelas grandes cidades. “Em geral, você não pode ter árvores em todo lugar, mas é
importante ter parques em todo lugar, não só pelo ambiente, mas pela qualidade de vida, para
ter onde passear com as crianças. Pode ver que perto de parques, os preços dos imóveis são
maiores. Então, isso é algo a ser considerado: queremos um grande parque ou vários parques
menores? As evidências indicam que menores têm um maior uso porque o grande significa que
todo mundo deve ir lá, enquanto menores são lugares perto de sua casa e, por isso, têm maior
impacto local”, declarou em uma entrevista para o portal UOL.
Portanto, as áreas verdes exercem papel primordial nos esforços para melhorar o
desenvolvimento sustentável, já que estabelece intima ligação com as relações sociais,
ambientais e estéticas. Desta maneira, além do embelezamento dos espaços públicos em
locais agradáveis de viver, tem-se ainda a contribuição para aumentar o senso de comunidade,
identidade e de posse, estimulando o uso do espaço em local de aprendizado para a
negociação de interesses coletivos e resolução dos conflitos pelo diálogo. Mudanças estas que
contribuem muito para um novo paradigma de cidades sustentáveis por meio da
conscientização socioambiental, resultando na melhoria do meio ambiente.
Nessa perspectiva, pretendemos contribuir no processo de revitalização dos espaços
públicos, desenvolvendo projetos socioambientais diversificados que buscam melhorar a
realidade local e, que estimulem a população a exercer um novo olhar, no sentido de permitir o
uso coletivo desses espaços públicos, fomentando a acessibilidade para o exercício de melhor
convivência entre as pessoas, baseadas na cultura de paz e não violência, partindo da
identificação de áreas e terrenos degradados, pontos viciados de entulho e resíduos, praças
em abandono, dentre outros.
Assim sendo, criou-se o projeto “EU AMO, EU CUIDO: RE!Criando Espaços
Comunitários” tendo como escopo contribuir com a revitalização dos espaços públicos, em
especial as praças vizinhas das unidades básicas de saúde (UBS) gerenciadas pela
Organização Social Microrregião Jaçanã/Tremembé (MRJT), tendo como entidade maior a
Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.
OBJETIVO
Tronar as áreas verdes, em especial as praças no entorno das UBS gerenciadas pela
MRJT, espaços de convivência na comunidade mais agradáveis e de interesse social;
Promover meios de elevar o bem estar da população local, contribuindo para a
melhoria da qualidade de vida e o sentido de pertencimento;
Basear as ações nos princípios da educação para sustentabilidade, cultura de paz e
promoção de saúde;
DESENVOLVIMENTO
O desenvolvimento do projeto se baseia na construção de um trabalho local,
cooperativo e solidário, tendo como propósito criar condições de espaços e hábitos coletivos
verdes e saudáveis, garantindo aos participantes a convivência em grupo, a experimentação de
valores, conhecimentos e tecnologias a fim de compreender o uso do espaço público como um
organismo vivo, regulador de aspectos ligados ao meio ambiente, saúde e educação.
Com o desafio de introduzir a importância das áreas verdes a população local da
MRJT, em especial a vizinhança ligada às UBSs–MRJT, este projeto apresenta uma proposta
inovadora e de simples aplicação, tornando significativa à educação para sustentabilidade,
cultura de paz e promoção de saúde como pilares fundamentais na estruturação das soluções
práticas que vão de encontro às necessidades locais da comunidade e, estimulem o diálogo
entre os diversos atores (sociedade civil, poder público, empresas, entre outros) e seu
ambiente. Ações como estas passam a fazer parte do dia-a-dia do espaço transformando-se
num instrumento catalizador para criar um senso de comum-unidade.
Partindo da praça, local próprio para o dialogo entre a população, colaboradores UBS e
o ambiente, se faz necessário respeitar 05 passos na busca de consolidar o projeto:
1. As pessoas devem estar em primeiro lugar: Passo inicial e de grande importância, pois se
coloca as pessoas em primeiro plano, compreendendo que as praças são formadas pelas
pessoas que vivem nela, que morrem nela, as pessoas que a visitam, ou seja, as praças são
feitas de pessoas e é necessário aproximar este olhar sobre os espaços públicos deixando-o
de enxergar a praça somente como um local físico, estrutural e monumental, passando a
perceber que o elemento essencial são as pessoas e ao provocar esta mudança de
mentalidade criaremos locais de convivência e áreas de interesse social.
2. Deve-se pesquisar como elas usam o lugar: Este segundo passo nos serve para ouvir os
cidadãos e obter dados sobre como a praça é utilizada para que consigamos entender com
clareza como ela funciona. É preciso ouvir como as crianças, os jovens, os adultos e idosos, as
mulheres e homens usam a praça. A observação e coleta de informações são feitas
inicialmente no Conselho Gestor da UBS, junto à vizinhança da praça e na praça propriamente
dito, abordando os usuários e transeuntes.
3. Criar um plano de ação: É preciso realizar um protótipo (maquete) do que se pretende
realizar na praça e estabelecer um plano de ação coletivo, na busca de capital (social, material,
monetário) a fim de garantir excelência no próximo passo que é o passo da materialização.
Nesta fase é importante testar tecnologias em pequena escala, mapear parceiros locais dos
diferentes setores, agrupar recursos orientados pelos princípios ecológicos e criar a
programação para realizar a ação.
4. Colocar o projeto em prática: Depois dessa coleta de dados e do plano de ação criado é
hora de colocar o projeto em prática. Projeto pensado para as pessoas, feitos para melhorar a
qualidade de vida baseando-se no resultado das pesquisas. É preciso pensar em projetos que
gerem grande impacto em curto tempo, porque, iniciar uma mudança socioambiental, necessita
de uma primeira chama e é esta primeira ação que servirá de acolhimento e despertar para um
novo olhar da população sobre o local, provocando engajamento pessoal e perseverança para
buscar o próximo passo, passo importante para dar sustentabilidade ao projeto.
5. Estabelecer um senso de respeito entre as pessoas que utilizam a praça: A praça e as
pessoas precisam ser reencantada, encontrar motivos para que as pessoas vão para os
bancos da praça com satisfação, alegria. Existem praças esperançosas, com gente animada,
mas existe um mal-estar na maioria delas. Essa insatisfação deve ser aproveitada para dar um
salto. Se o mal-estar for trabalhado, ele permite um avanço. Se for aceito como uma fatalidade,
ele torna a praça um peso morto na história, que arrasta as pessoas e as impede de sonhar,
pensar e criar (texto adaptado de Moacir Gadotti ao falar sobre as escolas).
É preciso criar boas condições para que as pessoas possam caminhar e ter acesso ao
local de boa qualidade, bem como seguro e habitável pelos diferentes públicos. Por exemplo,
espaços para recreação e convivência, atividade física, descanso, leitura, educação, grupos
culturais, entre outros. Isso fará com que as pessoas não entrem em conflito, porque as
pessoas precisam do seu espaço na cidade, e necessitamos garantir que haja espaços para
todos. Espaço para ricos e pobres, jovens e idosos e homens e mulheres, e todos eles podem
coexistir, pois a praça deve permitir a coexistência de elementos/grupos diferentes e não forçar
para que todos ajam da mesma maneira. Estabelecer esse respeito mútuo é provavelmente o
passo mais difícil. Mas é o passo final, o quinto passo.
Por fim, nos baseamos na premissa de que todos os espaços e pessoas possuem alto
potencial de tornarem-se sustentáveis, porém às vezes há a necessidade de um “despertar”.
Essa seria a nossa busca: trazer elementos, discussões, ideias, propostas para esse processo
dinâmico, onde não se visa fechar tal discussão, e sim apenas iniciá-la e, quem sabe, animá-la.
Com a introdução no ambiente comunitário do conceito e da prática do cuidado com as
áreas verdes e o que ela representa, minimizamos o descarte de lixo e entulhos, reduzimos o
acumulo de resíduos nos córregos e rios, criamos jardins e arborizamos áreas, proporcionamos
um espaço de convivência agradável e vivo, preservamos a fauna e flora, conscientizamos as
pessoas das diversas idades, damos voz à comunidade e requalificamos o espaço público,
oportunizamos maiores recursos e interesses a população e outros benefícios sociais,
ambientais, culturais e econômicos.
RESULTADOS OBTIDOS
Os resultados obtidos são monitorados por meio de perguntas avaliativas e observação
da Equipe de Meio Ambiente da MRJT durante todo o processo, para assim ser reajustado e
atender o plano de ação elaborado coletivamente.
Hoje já colocamos em prática o projeto em duas (02) praças, consequentemente
beneficiando a população do entorno de duas (02) UBSs, onde podemos destacar os seguintes
resultados:
Anexos:
Retirada de Entulho na praça Pintura no muro
Fotografia e Grafite Floreiras com Arte Sustentável
Confecção Floreira com comunidade Balanços de Pneus
Brinquedos de Pneu (moto) Oficina de Minhocário com escolas
locais
Pintura em jardineiras Equipe MRJT e Colaboradores
Equipe MRJT e Colaboradores Oficina de Pintura
Confecção de Jardim Suspenso
Muro para jardim suspenso
Plantio de Árvores Nativas Oficina de Animais Sinantrópicos
Feira do Livro e Educação Ambiental
Tenda da Saúde Dança Circular e Capoeira
Mediação de Leitura Maquetes Ambientais
Jogo das Águas Ação na Praça