Os Rituais Cabalísticos

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8/19/2019 Os Rituais Cabalísticos http://slidepdf.com/reader/full/os-rituais-cabalisticos 1/5 Os rituais Cabalísticos (Palestra de 15/10/1998) As próximas palestras estarão falando do cotidiano do cabalista, ou seja, o que é a vida do cabalista e quais são as interpretações que a Tradição dá a determinados fenômenos do diaadia! " uma forma de tra#er a realidade da tradição para o mundo  palpável! $as aulas, a %ente aprende a filosofia, a técnica, a usar o potencial dos nomes sa%rados, das meditações, das letras sa%radas do alfabeto &ebraico, e durante as palestras, aprenderemos como interpretar determinados fenômenos do diaadia ' lu# da Tradição, e principalmente, dos textos anti%os e sa%rados da Tradição! (e &ouver al%uma questão que ten&a acontecido durante a semana, ou em nossa vida, no mundo ou na nossa sociedade, qualquer coisa, traremos  para a palestra e a usaremos como temática para ela! (obre um assunto atual, faremos uma interpretação cabal)stica, procurando transformar num ensinamento!  Hoje falaremos sobre o cotidiano, a vida, os hábitos e os rituais principais existentes dentro da tradição! *uitos alunos não sabem quais são os rituais  básicos da tradição! Antes disso, vale a pena dissertarmos um pouco sobre o si%nificado do ritual dentro da tradição! +u já ouvi muitas pessoas falarem,  por a) a fora, +u não %osto de ritual, isso não me serve, eu quero um camin&o espiritual que não me impon&a rituais!!!- $a verdade, a vida sem ritual não é exist.ncia espiritual/ não só a tradição cabal)stica como diversas tradições nos falam sobre isso! 0 ritual é fundamental/ nós até já falamos sobre isso em palestras anteriores, mas eu volto a afirmar, o ritual é al%o fundamental para a vida! *esmo para a vida moderna, contempor1nea! 2or dois motivos3  primeiro  , porque a  função do ritual é fazê-lo lembrar , sempre! 4embrar se primeiro de sua condição de criatura, e isso é uma %rande vacina- para o e%o! A %ente sai da prepot.ncia, sempre nos submetemos a acreditar em al%o que seja maior do que nós, e isso é muito raro &oje em dia, as  pessoas de uma forma %eral, não consideram que existe al%o além de sua própria vontade3 é por isso que elas não respeitam leis, a velocidade no tr1nsito, pois não  pensam que possa existir al%o maior do que elas, nem a lei, nem o bomsenso nem 5eus! Assim, quando tra#emos o ritual para nossa vida, estamos tra#endo a  presença de al%o maior! A segunda coisa importante em relação ao ritual é que, toda vez que fazemos um ritual, estamos admitindo que existe uma linuaem sarada dentro de n!s, que existe um conjunto de s)mbolos, códi%os e ima%ens que, no diaadia, não conse%uimos acessar facilmente! (e não usarmos essa lin%ua%em, o inconsciente se sobrecarre%a e, de al%uma forma, isso será desperto de um meio até violento, ou seja, acabaremos desencadeando essa ener%ia primária dentro de nós através de uma neurose, através de viol.ncia, de crises, enfim, de diversos fenômenos caracter)sticos do mundo moderno devido ' falta de espaço dessa lin%ua%em primitiva c&amada ritual! Assim, todas ve# que c&e%amos em casa e acendemos uma vela, um incenso, fa#emos uma oração em um idioma estran&o, estamos diante de coisas que não são freq6entes, que não são comuns ao nosso diaadia3 poucas pessoas atualmente acendem velas, a não ser quando falta lu#7 8uando o fa#emos e damos a isso uma poesia, um si%nificado, um sentido espiritual, estamos nos comunicando com o inconsciente, e di#endo a ele que se manifeste, que apareça neste instante! +le aparecerá de qualquer jeito, mesmo que não o façamos! 2orém, ele 's ve#es aparecerá na forma de viol.ncia, de loucura, de al%uma forma3 não podemos abafar o inconsciente! +ssa é uma forma de l&e dar espaço! 9m terceiro %rande motivo, um princ)pio fundamental, é de criar um padrão ético para o ser humano ! O ritual é sempre uma limitação ! 2ara fa#er um ritual, temos que interromper tudo, parar, para fa#er o ritual! + &oje em dia, parar para fa#er um ritual é um sacrif)cio, pois isso é exatamente o que a sociedade nos di#, o que o mundo nos di#3 $ão pare7 $ão perca tempo com essa boba%em, com essa besteira, faça al%uma coisa que l&e d. din&eiro7 8ue l&e d. retorno, que seja produtivo!- + quando entramos em uma tradição, ela nos di#3 pare seu tempo para fa#er isso, ou seja, crie dentro de sua vida diária, comum, um tempo alternativo, espiritual, d. espaço ao nascimento de um tempo espiritual em sua exist.ncia! 0 ritual tem a finalidade de lembrar ao ser &umano a respeito da noção de :em e de *al! A %rande ferramenta contra o materialismo é exatamente a ética e a noção de moral! 0 que o materialismo racionalista nos di#; 8ue somos apenas um ser qu)mico, e todas nossas atitudes e reações se baseiam fundamentalmente em nossa qu)mica! (omos um conjunto de células, e qu)mica que  justificam todas as nossas atitudes/ qualquer reação &umana, para o racionalista, estão calcadas na qu)mica or%1nica! 0ra, mas os %ases do universo, as células, os átomos não possuem ética, não possuem moral3 então, se admitimos que o universo baseiase apenas em qu)mica, em %ases, em átomos, pensarmos sobre moral seria al%o est<pido, pois não seria al%o em &armonia com a nature#a! +ntão, o bomsenso seria se%uir pura e simplesmente os próprios impulsos, fa#er o que desse vontade na &ora que desse vontade de fa#er! 0 universo do ser &umano seria caótico!  $o entanto, já que desde sua ori%em o ser &umano pensa na ética, na concepção de uma moral, isso si%nifica que existe um espaço no universo para isso, e como %ases, átomos, moléculas não t.m isso, o <nico espaço para isso é exatamente a exist.ncia de 5eus! +ntão, a prova da exist.ncia divina é a necessidade absoluta que existe de termos condução, disciplina, direcionamento, ética e moral, porque não &á nada no universo palpável e material que ten&a isso!

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Os rituais Cabalísticos

(Palestra de 15/10/1998)

As próximas palestras estarão falando docotidiano do cabalista, ou seja, o que é a vida do

cabalista e quais são as interpretações que a Tradiçãodá a determinados fenômenos do diaadia! " umaforma de tra#er a realidade da tradição para o mundo palpável! $as aulas, a %ente aprende a filosofia, atécnica, a usar o potencial dos nomes sa%rados, dasmeditações, das letras sa%radas do alfabeto &ebraico, edurante as palestras, aprenderemos como interpretar determinados fenômenos do diaadia ' lu# da Tradição,e principalmente, dos textos anti%os e sa%rados daTradição! (e &ouver al%uma questão que ten&aacontecido durante a semana, ou em nossa vida, nomundo ou na nossa sociedade, qualquer coisa, traremos

 para a palestra e a usaremos como temática para ela!(obre um assunto atual, faremos uma interpretaçãocabal)stica, procurando transformar num ensinamento!

 Hoje falaremos sobre o cotidiano, a vida, oshábitos e os rituais principais existentes dentro datradição! *uitos alunos não sabem quais são os rituais básicos da tradição! Antes disso, vale a penadissertarmos um pouco sobre o si%nificado do ritualdentro da tradição! +u já ouvi muitas pessoas falarem, por a) a fora, +u não %osto de ritual, isso não meserve, eu quero um camin&o espiritual que não meimpon&a rituais!!!- $a verdade, a vida sem ritual não é

exist.ncia espiritual/ não só a tradição cabal)stica comodiversas tradições nos falam sobre isso! 0 ritual éfundamental/ nós até já falamos sobre isso em palestrasanteriores, mas eu volto a afirmar, o ritual é al%ofundamental para a vida! *esmo para a vida moderna,contempor1nea! 2or dois motivos3 primeiro , porque a

 função do ritual é fazê-lo lembrar , sempre! 4embrarse primeiro de sua condição de criatura, e isso é uma%rande vacina- para o e%o! A %ente sai da prepot.ncia,sempre nos submetemos a acreditar em al%o que sejamaior do que nós, e isso é muito raro &oje em dia, as pessoas de uma forma %eral, não consideram que existe

al%o além de sua própria vontade3 é por isso que elasnão respeitam leis, a velocidade no tr1nsito, pois não pensam que possa existir al%o maior do que elas, nem alei, nem o bomsenso nem 5eus! Assim, quandotra#emos o ritual para nossa vida, estamos tra#endo a presença de al%o maior!

A segunda coisa importante em relação ao ritualé que, toda vez que fazemos um ritual, estamos

admitindo que existe uma linuaem sarada dentrode n!s, que existe um conjunto de s)mbolos, códi%os eima%ens que, no diaadia, não conse%uimos acessar facilmente! (e não usarmos essa lin%ua%em, o

inconsciente se sobrecarre%a e, de al%uma forma, issoserá desperto de um meio até violento, ou seja,acabaremos desencadeando essa ener%ia primária dentro

de nós através de uma neurose, através de viol.ncia, decrises, enfim, de diversos fenômenos caracter)sticos domundo moderno devido ' falta de espaço dessalin%ua%em primitiva c&amada ritual! Assim, todas ve#que c&e%amos em casa e acendemos uma vela, umincenso, fa#emos uma oração em um idioma estran&o,estamos diante de coisas que não são freq6entes, que

não são comuns ao nosso diaadia3 poucas pessoasatualmente acendem velas, a não ser quando falta lu#78uando o fa#emos e damos a isso uma poesia, umsi%nificado, um sentido espiritual, estamos noscomunicando com o inconsciente, e di#endo a ele que semanifeste, que apareça neste instante! +le aparecerá dequalquer jeito, mesmo que não o façamos! 2orém, ele 'sve#es aparecerá na forma de viol.ncia, de loucura, deal%uma forma3 não podemos abafar o inconsciente! +ssaé uma forma de l&e dar espaço!

9m terceiro  %rande motivo, um princ)piofundamental, é de criar um padrão ético para o ser 

humano! O ritual é sempre uma limitação! 2ara fa#er um ritual, temos que interromper tudo, parar, para fa#er o ritual! + &oje em dia, parar para fa#er um ritual é umsacrif)cio, pois isso é exatamente o que a sociedade nosdi#, o que o mundo nos di#3 $ão pare7 $ão percatempo com essa boba%em, com essa besteira, façaal%uma coisa que l&e d. din&eiro7 8ue l&e d. retorno,que seja produtivo!- + quando entramos em umatradição, ela nos di#3 pare seu tempo para fa#er isso, ouseja, crie dentro de sua vida diária, comum, um tempoalternativo, espiritual, d. espaço ao nascimento de umtempo espiritual em sua exist.ncia! 0 ritual tem a

finalidade de lembrar ao ser &umano a respeito da noçãode :em e de *al! A %rande ferramenta contra omaterialismo é exatamente a ética e a noção de moral! 0que o materialismo racionalista nos di#; 8ue somosapenas um ser qu)mico, e todas nossas atitudes ereações se baseiam fundamentalmente em nossaqu)mica! (omos um conjunto de células, e qu)mica que justificam todas as nossas atitudes/ qualquer reação&umana, para o racionalista, estão calcadas na qu)micaor%1nica! 0ra, mas os %ases do universo, as células, osátomos não possuem ética, não possuem moral3 então,se admitimos que o universo baseiase apenas em

qu)mica, em %ases, em átomos, pensarmos sobre moralseria al%o est<pido, pois não seria al%o em &armoniacom a nature#a! +ntão, o bomsenso seria se%uir pura esimplesmente os próprios impulsos, fa#er o que dessevontade na &ora que desse vontade de fa#er! 0 universodo ser &umano seria caótico!

 $o entanto, já que desde sua ori%em o ser &umano pensa na ética, na concepção de uma moral,isso si%nifica que existe um espaço no universo paraisso, e como %ases, átomos, moléculas não t.m isso, o<nico espaço para isso é exatamente a exist.ncia de5eus! +ntão, a prova da exist.ncia divina é anecessidade absoluta que existe de termos condução,disciplina, direcionamento, ética e moral, porque não &ánada no universo palpável e material que ten&a isso!

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+ste não é um modelo que o ser &umano buscou nanature#a/ ele só pode ter buscado isso em al%o além danature#a palpável, e isso vem de 5eus! A %ente poderiadi#er, mas o &omem inventou isso, não é al%o sem oqual ele sobreviveria, não foi uma excentricidade! =oiuma condição sem a qual o ser &umano nãosobreviveria! Assim, se é uma condição de

sobreviv.ncia, está %ravado em nós! (e pe%armos um%rupo de seres &umanos e os deixarmos isolados emuma il&a, daqui a al%umas de#enas de anos eles estarãocriando um sistema próprio de moral e ética! >sso é al%oque está %ravado em nós e que vem de al%um lu%ar!

A Torah  nos explica de onde isso vem! +exatamente o %rande salto da &umanidade vem dessaconcepção de moral e de ética! Adam e ?&ava& @+vaforam os primeiros seres &umanos, sendo que Adamveio antes de ?&ava&! $ão tentemos entender isso do ponto de vista &istórico, o fato de realmente ter existidoum ser c&amado Adam não nos importa! +ntendamosisso do ponto de vista filosófico3 qual a idéia que aTorah  está querendo nos transmitir; " uma idéia desolidão! >ma%ine um &omem, um <nico &omem, so#in&ono meio de um universo selva%em, observando todas ascriaturas3 é solidão absoluta! $ão só uma solidão f)sica,mas de conceitos, pois ele não tem semel&antes! Assim,mesmo tendo sido colocado no universo, dentro domundo, na verdade ele estava ol&ando para o mundo3ele não se sentia parte daquilo, pois não tin&a i%uais3 ocac&orro v. outros cac&orros, as plantas tin&amcontato- com outras plantas, os peixes tin&am contatocom outros peixes, mas o &omem não tin&a contato com

absolutamente nada! +ntão, isso já nos passa a idéiadessa solidão! A primeira identificação de Adam é comessa nature#a primitiva, instintiva! Bamos esquecer um pouco do C.nesis, da ori%em do universo, e colocar issona ori%em do ser &umano, as nossas ori%ens3 quandonós nascemos! 8uando nascemos, nos sentimosabsolutamente sós! 2odemos não nos lembrar disso,mas é uma situação de total fra%ilidade! + o primeirocontato de percepção do universo não vem através dosemel&ante, mas através dos próprios impulsos, do queé selva%em em nós! + isso foi o que Adam fe# lá no"den, ele tin&a como modelo o universo selva%em!

Assim, lá estava ele, no "den, em seu universoselva%em, se%uindo seus impulsos instintivos comoabsolutamente todos os animais, quando de repente5eus, essa fi%ura que só falava com ele, c&e%a para elee di# assim3 0l&a, voc. pode fa#er tudo, menos comer dessa árvore- e colocou a árvore debaixo do nari# dele!Boc. já experimentou fa#er isso com uma criança;?oloque uma criança em uma sala e di# para ela, voc. pode fa#er tudo, menos pe%ar isso aqui-! +la vai ficar sentadin&a ol&ando justamente para o objeto proibido! +não vai sosse%ar enquanto pelo menos não tocar nele! +o que fa#emos quando &á al%o realmente peri%oso;

?olocamos lon%e do seu alcance, em um lu%ar bem alto!5eus não é bobo, +le podia ter colocado a árvore lon%edo alcance de Adam! (e +le realmente não quisesse que

Adam comesse do fruto da árvore, é o que teria feito!*as não3 +le colocou a árvore bem debaixo do nari# deAdam! 0 que pretendia fa#er nesse momento; 5ar aAdam liberdade! 0nde está o livre arb)trio; +stá naidéia do produto! $o momento em que 5eus disse >ssoaqui é proibido-, ima%ina como ficou a cabeça deAdam, Todo mundo pode fa#er o que quer, só eu que

ten&o limitações;- $o momento em que 5eus l&e disse>sto é proibido-,  le criou a li!erdade para o ser humano" pois dese#a$a com isso %ue ele escolhesse3comer ou não comer, não importa! *as, uma coisa ououtra seria escol&a! (e +le não tivesse falado nadasobre a árvore, um dia Adam passaria por ela, pe%ariaum fruto, comeria, iria embora e $A5A T+D>AA?0$T+?>50! *as, a partir do momento que 5eusdisse >sto é proibido-, se Adam passasse e pensasseA&, estou com uma vontade de comer, mas não voucomer porque é proibido-, isso é liberdade3 liberdade deescol&a! 0u então se Adam passasse e pensasse A&,

 proibido nada, vou comer assim mesmo-, isto também éliberdade! Assim, no momento em que temos limites,temos liberdade! As pessoas ima%inam a liberdade comofa#er o que desejam na &ora que desejam, mas isto não éliberdade! A liberdade é quando, no momento em quesabemos que al%o não pode ser feito, escol&emos fa#er ou não fa#er3 neste instante nasce a liberdade! + o ritualé essa idéia da cerca, do limite! " uma força @essa forçaque c&amamos de egrégora, de tradição, que di# todaEa  feira ' noite voc. acende duas velas, as velas do(&abat-! (e um dia voc. acende as velas, o fará porqueé livre para escol&er e fa#er, e o mesmo se escol&er não

acender! A%ora, se voc. não está nem a) para as velas,não &á liberdade nisso! (e não temos rituais, &ábitos,fronteiras, limites em nossa vida, não temos liberdade3somos escravos absolutos dos nossos impulsos reativos!A liberdade também é sinônimo e con&ecimento, e é por isso que a ?abala& é uma tradição de con&ecimento! $oentanto, a ?abala& divide esse con&ecimento3 ela afirmaque con&ecer já é uma %rande coisa, já é &abitar umaesfera superior! &as não podemos parar em conhecer"e sim seguir até entender e sa!er ! +ntender já é aplicar!2ara aquela pessoa que não tem a menor paci.ncia paraentender o si%nificado das velas de (&abat, ela não

 precisa fa#er um curso de ?abala&, precisa somenteacender as velas! >sso já é o suficiente3 primeiro elaacende, depois ela irá entender, e depois saber, que já éum estado mais elevado!  'iste outro mais ele$adoainda %ue é re$elar ! A árvore que até a%ora c&amamosde árvore proibida é a Frvore do ?on&ecimento do :eme do *al, do que é certo e o que é errado, o que é permitido e o que não é permitido! 2or que o cabalistacoloca rituais em sua vida; +le fa# coisas que existem&á mil&ares de anos, para lembrar de sua função nomundo, que ele não é onipotente e que existe e sempreexistirá al%o acima dele3 a famosa vacina- para o e%o!+ ele sempre estará fa#endo a opção pela escol&a, pelaliberdade! $o momento em que temos ritual em nossavida, temos liberdade de escol&a!

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+sse sentido de fa#er parte, de inte%rarse aal%uma coisa é fundamental3 é mais importante atémesmo que 5eus! >sto é um dos fatos mais interessantesda Torah3 estava lá nosso ami%o Adam, no "den, e eletin&a tudo3 as aves do céu, os peixes do mar, as ferasselva%ens, as plantas e tin&a 5eus! + de repente, 5eusvira para ele e di#3 $ão é bom que estejas só-! *as

como só; +le tin&a todo o universo e 5eus ao seu lado,e até 5eus considerava que ele estava so#in&o3 pois ter 5eus falando com voc., o universo a seus pés, ter tudo,não é absolutamente nada se voc. está só, se não ten&ao outro! +sse outro com quem compartil&ar pode ser um&omem ou uma mul&er, a e%ré%ora, a comunidade, asociedade, o pa)s, a cultura, enfim, o próximo, osemel&ante, este é um conceito muito vasto, mas éfundamental! Também o ritual tem essa finalidade, deapresentar a voc. essa possibilidade de encontrar osemel&ante, aquele que fa# exatamente o que voc. fa#,aquele que baseia sua exist.ncia em princ)pios

semel&antes aos seus princ)pios! " em se perceber fa#endo parte de um propósito maior, coletivo! A idéiado ritual também é essa3 quando um cabalista fa# umritual, ele tem a plena consci.ncia de que mil&ares deoutros cabalistas espal&ados pelo mundo estão fa#endoa mesma coisa que ele! + isso dá uma %rande se%urança, pois voc. não se sente só, isolado, perdido no universo!+, também, sua ener%ia não fica so#in&a! Ao estudar ?abala&, não devemos pensar no detal&e imediato delocali#ação, e sim que fa#emos parte de uma tradiçãoque existe &á mil&ares de anos sobre a Terra! " al%omuito maior! Assim, passamos a nos sentir mais fortes e

mais semel&antes, passamos a nos sentir ima%em esemel&ança de 5eus! $os dias de &oje, é muito valiosores%atar esse conceito, pois estamos sempre sendoempurrados a nos sentirmos menores, cada ve# maisimpotentes diante do mundo, diante das coisas! Todos osdias, nos são apresentadas possibilidades de impot.ncia,de fracasso! 2odemos trabal&ar feito loucos paracomprar aquele carro, o carro dos nossos son&os, eentão li%amos a TB e vemos que já lançaram um maismoderno!!! 4embremos do ?omplexo do comercial demar%arina-3 no comercial de mar%arina, é tudo perfeito3todos acordam bonitos e saudáveis, o cac&orro não late

de man&ã e o fil&o prepara o café da man&ã!!!0 conceito de %rande#a se modifica3 o conceito de

valor se modifica, aquilo que até então era consideradoal%o de extremo valor passa a não ser mais al%o deextremo valor! A nossa refer.ncia de valor, de prosperidade, de reali#ação pessoal se torna outra,totalmente diferente! $ão que voc. vá morrer de fome3obviamente ela será perfeitamente viável no mundomoderno, uma tradição só serve se for perfeitamenteadequada ao mundo em que se vive, se ela trouxer umaconsci.ncia, e não uma alienação, dessa realidade!2orém, essa consci.ncia da realidade terá que se

modificar a partir de uma modificação de valoresinteriores, e só conse%uimos isso através de um camin&oespiritual! Bolto a afirmar que nin%uém conse%ue isso

so#in&o! +ssa coisa de eu ten&o o meu camin&o- nãofunciona3 ou se assume um compromisso com al%o queexiste e que possa nos dar inclusive uma visão de fora,ou estaremos tapeando o e%o3 ele será um e%o reli%ioso,mas continuará a ser um e%o!

Boc. não pode ter o seu 5eus-/ isto pode ser uma decepção, mas é uma realidade3 necessitamos deal%o exterior a nós, um mestre, uma tradição, o que estáescrito, a &istória, porque se não tivermos isso, nãoteremos al%o externo para indicar um padrão deconsci.ncia errado sobre o qual podemos calcar muitascoisas em nossas vidas! *uito do que consideramosverdade, diante de uma escola, uma tradição oufilosofia, é poss)vel que nos di%am que aquilo não éverdade!

=alemos, então, sobre os rituais3 eles se dividemem diários, semanais, mensais e anuais! 9m cabalistafa# tr.s rituais diariamente3 o primeiro é feito pela

man&ã e é muito simples, pois os rituais da ?abala& sãosempre muito simples, apesar de muitos! 2ela man&ã,recomendase a leitura do (almo 2essoal-3 a Tradiçãonos di# que o (almo 2essoal é calculado somandose H' idade em que estamos, até o próximo aniversário! $esse dia, passamos ao salmo se%uinte! $ós semprelemos um salmo ' frente da nossa data de nascimento, pois ele irá conter exatamente o que precisamos cumprir nesse tempo de idade! Até completar o próximoaniversário, temos que reali#ar tudo aquilo que está nosalmo desse ano! 5uas coisas estão por trás disso3 a primeira é se conscienti#ar da fase da vida em que nos

encontramos @al%uns salmos são muito pesados, masestão relacionados a uma fase provavelmente muito pesada também! Temos %ue compreender %ue um salmo não é uma oração, é um tema, uma temáticasobre a qual devemos refletir3 ele só firma o queaconteceu ou o que está para acontecer!   umanarrati$a histrica3 pode ser de esperança, de amor, de.xtase, de %uerra, de dor, de perda, enfim, pode ter vários temas! " al%o que aconteceu em um per)odo&istórico e tem a mesma freq6.ncia ener%ética do ano pelo qual se está passando! Bale a pena refletir, nesseano de vida, sobre o tema, pois assim nos preparamos para os desafios da vida, pois os salmos são cantos decombate, de %uerra, e a exist.ncia nada mais é do queum processo de %uerra! $ão podemos fu%ir disso!

+m se%undo lu%ar, é uma forma de sempre visar al%o ' frente, pois quando fa#emos, por exemplo, IJanos e H dia, já estamos no IHo ano! Assim, na verdade já estamos vivendo os IH anos! + por que de man&ãcedo; 2orque é um bom momento para refletir sobrenossa missão, na vida, durante o ano corrente! As pessoas t.m o &ábito de, quando fa#em orações, defa#.las ' noite3 %eralmente, se voc. fe# um monte de besteiras durante o dia, voc. perdão e dorme tranq6ilo!!!

A mel&or oração é aquela que fa#emos de man&ã, pois já lembramos de man&ã, já vestimos- aquela força!+sse é o ritual da man&ã!

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@+xistem tr.s salmos de fortalecimento pessoal3 oKH, o GI e o HHL!

0 ritual a fa#er cedo pela man&ã é bem simples3ao acordar, a primeira coisa a fa#er é lavar as mãos, pois quando son&amos, nossa ener%ia se desprende docorpo, va%ando por camin&os, por planos, e se%undo aTradição, as ener%ias ne%ativas que podemos ter encontrado se depositam nas un&as! 8uando vamos aal%um lu%ar, mesmo que não pe%uemos em nada, se&ouverem ener%ias ne%ativas elas se depositarão nasmãos! Assim, a primeira coisa a fa#er ao acordar é lavar as mãos! As un&as, de uma forma %eral, são por ondecaptamos e emitimos ener%ia! Assim, lavamos esecamos as mãos, pe%amos nosso livro de salmos elemos o salmo pessoal!

0 se%undo ritual, %eralmente recomendadosomente aos alunos que estão em uma academia de?abala&, é a oração do  *nah +echoah! +ssa é uma

oração muito anti%a da ?abala&, é a mais importante daTradição, sendo um pedido de aux)lio ' e%ré%ora!Ceralmente, é feita 's HL3JJ! 0 ?ristianismo pe%ou issodo Muda)smo3 é a &ora da re$oada dos an#os" a hora em%ue os ,- an#os do cinturão da Terra" como sãochamados" circulam o planeta .s 1800! +sse é um per)odo má%ico, muito forte, e devese aproveitar! " o&orário que não é nem dia nem noite3 não é preciso ficar nessa paranóia de ol&ar para o reló%io, até mesmo porque os anti%os não tin&am reló%io! " naquele &orárioem que não é nem dia nem noite, em que a ener%iamasculina solar e a ener%ia feminina lunar estão

entrelaçadas! $o momento desse entrelace, di#emos o *nah +echoah!

0 terceiro ritual diário é o ritual antes de dormir!+ a), temos uma opção3 ou lemos o salmo da academiade ?abala& freq6entada, que é falado toda semana e quetem a ver com a ener%ia sendo passada a nós, ou lemosum cap)tulo da Tora& @2entateuco! +sses são os rituaisdiários!

0s rituais semanais  também são muitoimportantes, existindo tr.s rituais semanais3 o ha!at ,que é a celebração da passa%em de Ea  feira para osábado! $o juda)smo, &á um certo ri%or, pois existe um

&orário exato do crep<sculo para acendimento dasvelas! $a ?abala&, &á uma maior flexibilidade, pois asvelas podem ser acendidas a qualquer &ora após asHL3JJ, enquanto for noite! " um ritual muito simples3acendemos duas velas brancas, i%uais, e não podem ser reutili#adas! 0pcionalmente, podemos acender umincenso de canela @é a fra%r1ncia que puxa a e%ré%orada Tradição ?abal)stica, e diante das duas velasacesas, colocamos as mãos, e fa#emos a b.nção dasvelas ou um cap)tulo da Torah e o (almo KN, que é o(almo do ha!at ! =a#emos uma oração pessoal de

 proteção para a casa ou para a am2lia ou para os

amigos" sempre $isando uma coisa coleti$a, não pessoal! + também, opcionalmente, podemos repartir um pedaço de chal3  e distribuir entre as pessoas da

casa @fa#er a b.nção do chal3 e um cálice de vin&otinto @b.nção das uvas, sendo que o vin&o é apenas para pessoas acima de HO anos! +sse é o ritual doha!at ! 5evemos ter cuidado com os utens)lios usados, para que essa bele#a se reflita em nossa vida3 usamoscastiçais especiais, uma toal&a branca, um copoespecial, tra#endo a bele#a para o ritual, pois a bele#a,

o equil)brio das formas também é uma forma de seatin%ir o sa%rado!

0utro ritual semanal  é feito 's segundas4eiras,se c&ama om 6e$anah  @5ia da 4ua, é um dia delimpe#a ener%ética da casa! $esse dia, convém ' noite,antes de dormir @pode ser na &ora em que se c&e%ar emcasa, acender duas velas brancas e espal&ar pela casaincenso de canela! Temos duas opções3 acendemos umavareta em cada cômodo, ou acendemos tr.s varetas evamos passando em cada cômodo! 2odese fa#er umaoração pessoal de limpe#a!

0 ritual da %uinta4eira, o om 7ohar   @5ia do+splendor, é o dia escol&ido internacionalmente peloscabalistas para a leitura do  7ohar / quem não tem o

 7ohar   para ler, escol&e um cap)tulo da Torah  @alémdaquele lido antes de dormir, conectandose na idéia deque os cabalistas estarão fa#endo o mesmo pelo mundotodo!

+xistem dois rituais mensais3 o primeiro, é o primeiro dia da lua nova, c&amado osh hodesh! " o primeiro dia do m:s no calend3rio #udaico ! +sse dia édedicado ' reali#ação das ;eshi$ot , convém reunir de# pessoas para reali#ar um ritual de invocação da

e%ré%ora! 2ara isso, devese fa#er parte da academia!0 outro é o primeiro dia da lua cheia! " para um

ritual mais pessoal e um dia ótimo para fa#er meditação, rituais, confecção de talismãs, precisandocon&ecer essas coisas para poder fa#.lo!

0s rituais anuais, também muito importantes,se%uem as datas esti$as do calend3rio #udaico, comal%umas diferenças3 para o calendário judaico, a datamais importante do ano é o Pom Qipur/ para oscabalistas, é o 2essac& @2áscoa! 5epois do Pom Qipur,?&anucá, (ucot, 2urim, e que constam dos calendários

 judaicos! +ssas datas são celebrações de ciclos anuaiscom al%uns dados &istóricos mais recentes presentes3 nocaso de (ucot, não só comemora a col&eita, como o per)odo em que os &ebreus camin&aram pelo deserto!+sses dados são repensados e refletidos, para que possamos tra#er para o tempo atual uma reflexão sobreisso! As festas, no calendário judaico, raramente são deum dia @com exceção do Pom Qipur/ normalmente, elasen%lobam um per)odo! Rá coisas que se fa# no primeiroou no <ltimo dia do per)odo!

+sses são os rituais básicos e fundamentais datradição3 diários, semanais, mensais e anuais! " muito

importante reali#ar esses rituais e &ábitos, pois essa éuma forma de fortalecer a relação com e e%ré%ora, de

O

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8/19/2019 Os Rituais Cabalísticos

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Os Rituais Cabalísticos

fortalecer o elo espiritual com a tradição, e é uma formade se sentir fa#endo parte de al%uma coisa maior!

2er%untas3

"ual a relação das letras hebraicas e osn#meros$ 

+m Rebraico, não &á n<meros3 as letras representam osn<meros, em sua ordem seq6encial! +, assim como osal%arismos romanos, vamos somando para obter osn<meros!

% livre arb&trio'A maior parte da raça &umana não vive no livre arb)trio,mas naquilo que a ?abala& c&ama de comportamentoreati$o3 a maior parte das pessoas está dentro da massa,nesse mo$imento de massa" de pensar como todomundo pensa" reagir como todo mundo reage" alar como todo mundo ala, são absolutamente previs)veis!

(ó quando adquirimos esse n)vel de consci.ncia maior nos tornamos imprevis)veis, e ser imprevis)vel é ter olivre arb)trio! Rá uma passa%em muito interessante,quando Abraão rompe com o pai, que era astrólo%o, eque l&e di# que ele nunca teria um fil&o! 0s ma%os l&edisseram a mesma coisa! + Abraão sobe até o alto deuma montan&a e c&ama 5eus! Abraão já tin&a umaidade bem avançada, e sua mul&er também! 5eus entãol&e di#3 0l&e para as estrelas3 voc. sabe quantasexistem no céu;- Abraão responde3 $ão sei!- + 5eusentão l&e di# +sse será o n<mero de teus descendentesa partir de &oje-! *as como, se até biolo%icamenteisso é dif)cil-! + 5eus responde <O homem" %uando setorna rei na ace da Terra" pode até mesmo mudar a

 posição dos astros no céu=> *as são poucas as pessoasque conse%uem fa#er isso3 são poucas as pessoas que podem mudar a posição dos astros! A maioria das pessoas, se%undo a psicanálise, determinam aos cincoanos de idade como será a sua vida, e se%uem ' risca,sem conse%uir se libertar dos padrões determinados!(ão poucas as pessoas que conse%uem mudar a opiniãode 5eus! 5eus coloca os limites ' nossa frente, e cabe anós suar a camisa para empurrar esses limites! 2or exemplo, em nossa casa &á uma porta e uma janela! (eusarmos a porta, esse é o camin&o natural! 2ara a

 janela, 5eus nos impôs uma limitação3 se pularmos, podemos morrer! 0 que o &omem fe#; *udou a opiniãode 5eus3 &oje, ele pula da janela de páraquedas, deasadelta! *as para mudarmos a opinião de 5eus,temos que ter con&ecimento, perseverança ecompet.ncia! +ssas são as condições para o livrearb)trio! 0 trabal&o da tradição cabal)stica é procurar fa#er da vida do cabalista uma vida de con&ecimento, decompet.ncia, e, a partir da), uma vida de livre arb)trio3todos estão em dificuldades econômicas mas eu nãoestou! Todos estão estressados mas eu não estou!

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