Os relés eletromagnéticos e contatores têm funções semelhantes
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Os relés eletromagnéticos e contatores têm funções semelhantes, mas, com
características próprias, se diferem em comportamento e aplicação. Conheça mais
sobre eles e suas peculiaridades nesta radiografia.
Para falar de relés e contatores, que são os equipamentos radiografados dessa edição, é
necessário retornarmos cerca de 180 anos na história das invenções elétricas. Relés
eletromagnéticos e contatores têm origem nos estudos de eletroímãs e campos eletromagnéticos
das primeiras décadas do século XIX. São equipamentos eletromecânicos que funcionam à base da
excitação elétrica de seus componentes.
O Dicionário Brasileiro de Eletricidade classifica contator como um dispositivo mecânico de
manobra de operação não manual, que tem uma única posição de repouso e é capaz de
estabelecer, conduzir e interromper correntes em condições normais do circuito. Enquanto isso,
relé é um dispositivo elétrico que tem como objetivo produzir modificações súbitas e
predeterminadas em um ou mais circuitos elétricos de saída, quando certas condições são
satisfeitas nos circuitos de entrada que controlam os dispositivos.
Entre os anos de 1820 e 1830, o cientista norte-americano Joseph Henry estudava a ação dos
eletroímãs, dispositivos que utilizam correntes elétricas para gerar campos magnéticos, a exemplo
dos campos existentes nos ímãs naturais, quando, simultaneamente a Michael Faraday, descobriu
o fenômeno da indução eletromagnética. Faraday, entretanto, ficou com o crédito pela descoberta.
Como consequência dos estudos, a Henry foi creditada a invenção do primeiro relé
eletromagnético.
Os estudos sobre eletroímãs que confluíram na criação de relés e contatores por Henry e outros
cientistas foram continuidade das pesquisas realizadas pelo físico dinamarquês Hans Christian
Oersted, quem descobriu que eletricidade e magnetismo estavam intimamente ligados. Oersted
percebeu que correntes elétricas poderiam criar campos magnéticos, constituindo as bases do
eletromagnetismo. O funcionamento de diversos equipamentos importantes para as nossas
instalações atuais, como relés, contatores, geradores, motores, é baseado nesse fenômeno físico.
Apesar de Joseph Henry ser considerado o criador do relé eletromagnético, foi só quase 50 anos
após sua morte, em 1878, que esse dispositivo passou a ser utilizado em larga escala. O uso
comercial do relé foi iniciado pelo inventor americano Samuel Morse com a criação do telégrafo,
em 1937. O equipamento, um sistema de comunicação e transmissão de informação gráfica a
longa distância, utilizava um eletroímã para funcionar, como o desenvolvido por Joseph. “Este foi o
primeiro relé eletromecânico, que foi utilizado durante muitos anos e é largamente utilizado até
hoje”, relata o engenheiro eletricista e diretor comercial da Finder Componentes, Juarez Guerra.
A esse relé eletromagnético é dado o nome popular de “tudo ou nada”. A partir da metade do
século XX, influenciado pelo desenvolvimento tecnológico, começaram a surgir outros tipos de
relés no mercado elétrico. Na década de 1950, apareceram os relés de estado sólido, também
chamados de SSR. Diferente dos eletromecânicos, que têm contatos que se movimentam durante
a operação do relé, o que naturalmente reduz a vida útil do dispositivo pelo desgaste das peças, o
relé de estado sólido é um dispositivo eletrônico que não tem partes móveis para funcionar, utiliza
elementos da elétrica, eletrônica, ótica dos materiais semicondutores e dos componentes
elétricos.
Poucos anos depois, em 1954, o italiano Piero Giordanino criou o relé de impulso, também
conhecido como telerruptor ou relé de passo, uma variação do relé eletromecânico. Este
dispositivo, muito utilizado em instalações residenciais e comerciais, permite uma programação
variável de atuação do equipamento, feita por meio de cames – peça mecânica semelhante a uma
roda dentada –, tem até dois contatos e pode realizar diferentes sequências de acionamento, de
acordo com a programação.
Os relés são classificados quanto à tecnologia empregada na sua construção. Os eletromecânicos,
por exemplo, são chamados relés de primeira geração. Nas décadas de 1950 e 1960 foram
desenvolvidos os primeiros relés da chamada segunda geração. O engenheiro eletricista e
professor doutor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP) José Antônio Jardini
conta que foi nesse período que “os relés começaram a ser feitos com eletrônica, mas fazendo as
mesmas coisas que um eletromecânico fazia. Foi quando surgiram os relés da segunda geração”.
Esses dispositivos utilizavam eletrônica analógica como princípio de funcionamento, quando
surgiram os SSR.
Nas décadas de 1980 e 1990 surgiram os relés digitais, chamados de terceira geração, que
trabalham com microcomputadores e, por meio desses, analisam os sinais e as informações
digitais para fazer a manobra de um circuito.
O engenheiro eletricista e consultor Hilton Moreno conta que “há um avanço no uso cada vez mais
acentuado de relés eletrônicos em substituição aos eletromecânicos”. Por isso, esses dispositivos
são a principal tendência para o mercado de relés. O engenheiro eletricista Hamilton Nicoletti, do
Controle de Qualidade da Pextron, comenta que “os relés digitais hoje produzidos oferecem
grandes vantagens se comparados aos relés eletromecânicos, possibilitam coordenação do
sistema de proteção e melhor sensibilidade devido os ajustes melhores e mais precisos que essa
tecnologia proporciona”.
Os avanços tecnológicos que os relés sofreram foram sentidos também pelos contatores.
Inicialmente eletromecânicos, depois vieram os SSR e mais recentemente os eletrônicos. Os dois
produtos radiografados nessa edição têm funcionamento semelhante e estrutura parecida, mas
são equipamentos distintos. Apesar de serem originalmente dispositivos eletromecânicos, que tem
a função de comandar a manobra de circuitos, a operação dos dois é distinta.
Hilton Moreno explica que “ambos atuam no circuito em que estão instalados, abrindo e fechando
cargas. Mas, enquanto o contator atua basicamente pelo princípio eletromagnético, embora
existam contatores de estado sólido também, o relé pode atuar por eletromagnetismo, calor (relés
térmicos), luz (relés fotoelétricos), movimento (relés de presença), etc. É praticamente como se o
contator fosse um exemplo de relé eletromagnético, enquanto que existem diversos relés que
atuam por outros princípios”.
Tanto relés quanto contatores são dispositivos de manobra de cargas, construídos e certificados a
partir de normas específicas para cada um deles. Juarez Guerra, da Finder, ressalta alguns outros
pontos de diferenciação desses dois dispositivos elétricos: “basicamente um contator tem a função
de chaveamento de cargas importantes, já os relés são destinados à multiplicação de sinais”.
Relés
O relé é um dispositivo elétrico destinado a produzir modificações súbitas e predeterminadas em
um ou mais circuitos elétricos de saída, quando alcançadas determinadas condições no circuito de
entrada, que controla o dispositivo. Assim, o relé não possui a função de interromper o circuito
principal, mas sim de fazer atuar o seu sistema de manobra.
Esse equipamento, quando ligado a uma instalação, tem como função permitir o funcionamento de
outros aparelhos conectados ao mesmo ou em outro circuito elétrico que estejam ligados ao relé,
devido a uma alteração nas condições do equipamento pela passagem da corrente elétrica.
Funciona como uma chave automática comutadora que atua pela alteração de algumas variáveis
predeterminadas como temperatura, corrente elétrica, ar e campo magnético.
Os relés eletromecânicos são utilizados para controlar o fluxo de correntes e são comumente
aplicados em instalações industriais de baixa tensão. Apesar disso, Nicoletti, da Pextron, ressalta
que “existem relés para baixa, média e alta tensão e que é necessário especificar”.
Os relés podem ser encontrados em automação predial, em sistemas de geração, transmissão e
distribuição de energia elétrica, em máquinas e equipamentos em geral. Como esses
equipamentos são componentes construtivos de manobras de motores, é por meio destes que os
relés estão presentes em outros ambientes como residências, comércios e automóveis, atuando no
controle de circuitos elétricos, permitindo a ligação, o desligamento ou a alteração do circuito
dependendo de sua ligação.
Com funcionamento simples, mas de vital importância para a atuação dos equipamentos elétricos,
os relés eletromecânicos, baseados no princípio eletromagnético, são compostos, de modo geral,
por um eletroímã, em forma de bobina; uma armadura metálica, que possa ser atraída pelo campo
magnético criado pelo eletroímã; uma mola e um conjunto de contatos elétricos, que serão
abertos, fechados ou comutados, conforme a configuração de cada relé. Quando a corrente
elétrica percorre a bobina e dá origem a um campo magnético, a armadura é atraída por essa
força que altera a posição dos contatos, abrindo, fechando ou comutando, dependendo da posição
e do tipo de relé, fazendo o dispositivo atuar. Quando a corrente da bobina é interrompida, o
campo magnético se anula e os contatos, pela ação da mola, retornam à posição original.
A bobina é o principal componente do relé porque a operação do relé só acontece se o campo
magnético for gerado em torno dela, com a ação de passagem da corrente elétrica, quando o relé
é energizado. Quando o campo é formado, os contatos móveis alteram seu estado inicial, que são,
em geral, normalmente abertos ou normalmente fechados. É comum ainda que os relés
contenham invólucros protetores em volta do conjunto de componentes dos dispositivos.
Além de funcionar como um interruptor eletromecânico que faz a ligação e o desligamento de
dispositivos elétricos, um relé pode ser ligado a dois circuitos diferentes e fazer a comutação de
cargas de um para o outro. Em geral, os relés são usados para retransmissão de sinais,
especialmente os eletromecânicos, que podem ter de um a oito contatos. “Já os relés de estado
sólido não possuem contatos, conduzem a corrente em função de um sinal (tensão) na sua
entrada”, comenta Guerra.
Princípio construtivo de um relé de sobrecarga bimetálica
Tipos
Além de serem eletromagnéticos, de estado sólido ou digitais, os relés podem funcionar devido a
diferentes componentes e assumir, assim, diversos tipos construtivos, mesmo entre os formatos
mais tradicionais, no caso dos eletromecânicos. Além disso, o número de contatos pode variar
bastante. Os tipos mais comuns de relés são os eletromagnéticos, cujo sistema de funcionamento
já foi explicado.
O engenheiro e gerente de marketing de produto da Siemens, Olimpio Correa, relata que os relés
podem ser do tipo que atuam em sobrecorrente (de sobrecarga ou de curtocircuito) ou relés que
atuam diante de uma variação inadmissível de tensão. Segundo ele, “os relés de sobrecarga, por
razões construtivas, podem ser térmicos (quando atuam em função do efeito Joule sobre sensores
bimetálicos) ou eletrônicos (podendo assumir adicionalmente outras funções, como supervisão dos
termistores – componentes semicondutores – ou da corrente de fuga)”.
A exemplo dos outros tipos, os relés podem ser construídos com princípio de atuação térmica,
pneumática ou de impulso. Nesse caso, outras variáveis são responsáveis pela operação do
dispositivo. No relé térmico, como citado por Correa, ao invés de a ação do campo magnético ser a
responsável pela operação do aparelho, é a temperatura que o faz. Quando uma determinada
temperatura predefinida é atingida, o relé dispara. Essa elevação térmica pode ser provocada, por
exemplo, por uma corrente de sobrecarga ou de curto-circuito.
Nesse tipo de dispositivo, o elemento sensor da temperatura é uma lâmina bimetálica, composta
por dois ou mais metais trefilados com diferentes coeficientes de dilatação. Quando os metais são
aquecidos, eles dilatam de maneira diferente entre si, provocando uma deformação entre as
lâminas. Essa deformação faz com que o bimetal seja curvado, os contatos móveis alteram suas
posições iniciais e o relé atua.
Já no pneumático, sua operação é provocada pelo esgotamento do ar, também em um dado
período de tempo, existente no ambiente em que o relé se encontra. Para que o equipamento
opere com o escoamento do ar são utilizados temporizadores para controle ambiente.
Existem ainda os relés de impulso que são uma variação de um relé eletromagnético. Com o
mesmo funcionamento de um dispositivo eletromecânico, o de impulso não necessita que bobina
fique sempre energizada para mudar o estado de seus contatos. Para isso, o equipamento precisa
de apenas um pulso de tensão, pois não é o campo magnético que faz com que os contatos
permaneçam comutados, mas sim a catraca mecânica.
O engenheiro Juarez Guerra explica que as principais aplicações de relés de impulso, que este ano
completa 55 anos de invenção, são em instalações de uso comercial e residencial. “A aplicação de
relés de impulso em outros países em especial na Europa é muito grande. Aqui no Brasil estamos
iniciando a aplicação deste produto principalmente em sistemas de automação ou pré-automação
residencial.”
Componentes
Os relés são formados basicamente de um eletroímã, uma armadura, uma mola e um conjunto de
contatos elétricos. A composição, os materiais utilizados e a forma construtiva desses elementos
determinam a eficiência e a atuação do dispositivo. A bobina do relé, por exemplo, é enrolada com
um fio esmaltado. A espessura do fio e o número de são características de cada relé. De forma
geral, nos relés mais sensíveis, nos quais circulam correntes elétricas baixas, existem milhares de
espiras de fios esmaltados muito finos.
A armadura, por sua vez, deve ser de um material metálico que possa ser atraído pelo campo
magnético gerado pela corrente. Em geral, são utilizados materiais ferromagnéticos flexíveis. Nela,
podem ser acopladas articulações e molas para garantir mobilidade à peça. Enquanto isso, os
contatos, que variam de número e disposição de acordo com a aplicação do relé, devem ser de
materiais condutores resistentes para suportarem possíveis altas correntes. É comum a utilização
de materiais como cobre, prata e tungstênio.
“O dimensionamento correto de todos os componentes, material utilizado, como cobre,
elastômeros de qualidade, núcleo de ferro de boa qualidade, assim como material do contato (que
podem ser entre outras, de prata níquel ou prata mais oxido de cádmio) garantem uma boa
performance do relé”, explica Guerra.
Esses contatos podem ser de algumas formas diferentes, garantindo aos relés diversas
configurações, que podem ser divididos em três grupos de contatos: contato NA ou normalmente
aberto; contato NF ou normalmente fechado; e contato comum ou central, também chamado de
contato C.
Relés que têm contatos NA são aqueles em que os contatos estão abertos, ou seja, desligados,
quando a bobina não está energizada. No momento em que a corrente elétrica começa a percorrer
a bobina, os contatos se fecham e o relé começa a operar. A utilização de dispositivos com
contatos normalmente abertos é feita quando se quer ligar uma carga externa a partir da
energização da bobina.
Os normalmente fechados, ao contrário, têm seus contatos fechados, ou seja, ligados, quando o
relé está desenergizado. Quando a bobina recebe corrente elétrica, os contatos se abrem e
interrompem a circulação de corrente pela carga externa. Usa-se esse tipo de relé para desligar
uma carga externa ao fazer uma corrente percorrer a bobina do relé.
O central, ou C, é o contato comum dos relés. No momento em que o contato NA fecha, e a
circulação de corrente por ele é interrompida, é com o C que se estabelece a condução elétrica, da
mesma forma pode ser feito com o NF. Esse tipo de contato é comum aos normalmente fechados e
normalmente abertos, por isso, contato C.
Esquema construtivo de um relé eletromecâmico
Vantagens
Cada dispositivo elétrico deve ser aplicado em uma instalação dimensionada para ele, levando em
conta as características e as peculiaridades de cada circuito. Mas, em termos gerais, existem
algumas vantagens em utilizar relés ao invés de outros equipamentos elétricos com ação
semelhante. Uma dessas é que eles podem ser energizados com correntes muito pequenas,
comparada à corrente que o circuito controlado utiliza nominalmente. Dessa forma, eles são
utilizados para controlar correntes elétricas de grande intensidade usando uma pequena corrente
elétrica. Isso é importante porque em muitas aplicações o valor de corrente circulante é tão alto
que o controle com outros tipos de dispositivos elétricos ficaria. Essa característica permite que
circuitos de altas correntes sejam controlados diretamente.
Um relé permite ainda que seja acionado mais de um circuito ao mesmo tempo com um único
sinal. Entre outras características do dispositivo, pode-se destacar que os sinais de saída são
isolados e independentes dos sinais de entrada; a tensão da bobina pode ser diferente, muito
menor que a dos contatos; além de poder controlar sinais de corrente contínua por meio de tensão
alternada, assim como o inverso.
CONTATORES
Como um dispositivo mecânico de manobra, o contator pode estabelecer, conduzir e interromper
correntes elétricas em condições normais de cargas como motores, iluminação, banco de
capacitores, resistências e circuitos auxiliares, etc. Assim, a partir de um circuito de comando, ele
faz o controle de cargas em um circuito de potência.
“O contator é o dispositivo de manobra mais utilizado na indústria e nas instalações elétricas
prediais, sejam públicas ou privadas. É um dispositivo de manobra que permite, por exemplo, a
partida direta de motores assíncronos trifásicos, suportando uma corrente de partida várias vezes
maior que a designada”, conta Olimpio Correa.
Assim como os relés, estes também são chaves originalmente eletromagnéticas que, com o
processo de evolução tecnológica que a área técnica experimentou em meados do século passado,
desenvolvendo e aprimorando a eletrônica, passaram a ser fabricados também com sistema de
funcionamento eletrônico, como no caso do contator de estado sólido, por exemplo.
Os contatores são constituídos para realizarem um elevado número de manobras em corrente
nominal. Esse número, para contatores mecânicos, varia conforme o tipo de carga ligada ao
dispositivo, especialmente devido aos efeitos de arco sobre as peças de contato durante a
operação e ao desgaste dos contatos.
Visão de corte de um contador de potência
Funcionamento e componentes
Os contatores também são divididos em eletromecânicos e eletrônicos. Compostos por contatos
móveis, os eletromecânicos podem ser divididos em dois tipos principais: os contatores auxiliares
e os de potência, classificação relacionada à disposição de seus contatos no dispositivo. O primeiro
é utilizado para ligar e desligar circuitos de comando, sinalização, controle, interface com
processadores eletrônicos, etc., enquanto o de potência é usado como chave de ligação e
desligamento de motores e outras cargas elétricas.
Olimpio Correa, da Siemens, relata que “os contatos principais são a parte mais delicada do
contator e são construídos com ligas de prata especiais. Dessa forma, garante-se não somente
uma manobra efetiva, mas também uma vida útil muito elevada, evitando que os contatos se
grudem ou se destruam durante seu funcionamento normal”.
O funcionamento padrão dos contatores dá-se da seguinte forma: quando a bobina
eletromagnética é energizada, forma-se um campo magnético que se concentra na parte fixa do
dispositivo e atrai o núcleo móvel, onde estão localizados os contatos móveis, que, por
consequência, também são deslocados. O comando da bobina é feito por meio de uma botoeira
com duas posições, que tem seus elementos ligados à bobina. A velocidade de fechamento dos
contatos é uma junção da força proveniente da bobina e da força mecânica das molas de
separação que atuam em sentido contrário. As molas de compressão são também as responsáveis
pela velocidade de abertura do circuito, quando a alimentação da bobina cessa.
Os contatos principais tem como função estabelecer e interromper correntes elétricas de motores
e chavear cargas resistivas ou capacitivas. No contato são utilizadas placas de prata. Enquanto
isso, os contatos auxiliares são utilizados para comutar circuitos auxiliares de comando,
sinalização e intertravamento elétrico. Esses contatos podem ser normalmente aberto, ou NA, ou
normalmente fechado, chamado de NF, assim como nos relés.
Os componentes do contator ficam alojados no interior da carcaça que é constituída de duas
partes simétricas (tipo macho e fêmea), unidas por meio de grampos, e, normalmente, fabricadas
a partir de plásticos de engenheira. No Brasil, esses equipamentos, desde seus componentes até
sua montagem, são elaborados conforme a norma ABNT NBR IEC 60947-4-1:2008 - Dispositivo de
manobra e controle de baixa tensão - Parte 4-1: Contatores e partidas de motores - Contatores e
partidas de motores eletromecânicos.
As vantagens de utilização de contatores ficam por conta do comando à distância, do elevado
número de manobras, da grande vida útil mecânica, do pequeno espaço para montagem e da
tensão de operação de 85% a 110% da tensão nominal prevista para contator. Mas assim como
qualquer outro dispositivo elétrico, sua seleção para uma dada instalação deve levar em conta as
particularidades do circuito. Para especificar um contator, é preciso considerar a corrente nominal
do dispositivo, a tensão e a frequência da rede, a tensão e frequência de acionamento e a
quantidade de contatos auxiliares, fazendo uma previsão de que como o contator irá operar.
55 anos do relé de impulso
“Empregamos então muita energia e, naturalmente, um considerável período de estudo e projeto”,
Piero Giordanino, relatando o período anterior à invenção do relé de impulso.
O relé de impulso, também chamado de telerruptor ou relé de passo, foi criado em 1954 pelo
italiano Piero Giordanino, presidente da Finder Componentes. Neste ano, completa 55 anos de
criação. Desde o lançamento do produto, entretanto, o equipamento teve sua construção muito
alterada da original, apesar de manter o princípio de funcionamento.
Giordanino, em entrevista à revista O Setor Elétrico, contou que, nesses 55 anos, “aconteceu uma
evolução e uma mudança total no nível tecnológico. Os relés atuais Série 20, 26 e 27 são
completamente diferentes dos relés que construímos com as primeiras patentes. Surgiram muitas
melhorias ditadas no progresso da tecnologia, da exigência dos usuários, do surgimento de novas
normas e homologações”.
O relé de impulso tem o mesmo princípio de funcionamento de um relé eletromecânico, porém,
não precisa que sua bobina fique sempre energizada para mudar o estado de seus contatos. Para
que essa mudança aconteça ele utiliza apenas um pulso de tensão. Isso é possível porque não é o
campo magnético que faz com que os contatos permaneçam comutados, mas sim a catraca
mecânica do dispositivo. Além disso, permite uma programação variável de operação. Com até
dois contatos, pode operar tanto em corrente contínua quanto em alternada.
O diferencial que o relé de impulso trouxe à área de instalações elétricas na metade do século XX
foi ter um “novo tipo de circuito, com ligação comum interna (jumper), e uma mudança mecânica
dos componentes internos do relé através de uma mola”, relata Giordanino. “Este tipo de inovação
mecânica substituiu os velhos relés que possuíam o mecanismo acionado por gravidade”, conta.
Assim, “os instaladores e eletricistas também passaram a usufruir da grande vantagem de poder
instalar o relé em qualquer posição (primeiramente o funcionamento por ‘gravidade’ obrigava o
instalador a posicionar o relé verticalmente).”
Apesar do lançamento do produto na década de 1950, Piero comenta que o conceito do relé de
impulso já existia antes disso. Mas só depois de muito tempo de estudo e projeto, o protótipo
ganhou forma. Logo no ano do lançamento do relé já foram iniciados projetos para melhorar o
equipamento apresentado. Por isso, o fato de o produto final ser diferente do original é encarado
como um processo de evolução natural.
E sse tipo de relé é muito utilizado no setor civil, em instalações comerciais e residenciais, em
circuitos de iluminação. Podem ser empregados em outros campos, como em alarmes e
acionamento de bombas. Além disso, Giordanino ressalta que, como “não são produtos para uso
tipicamente industrial e então, para qualquer aplicação devem-se respeitar os dados reportados
em catálogo”
Contatores de potência são relés de comando projetados para correntes elevadas.
Contactor é um dispositivo eletromecânico que permite, a partir de um circuito de comando,
efetuar o controle de cargas num circuito de potência. Essas cargas podem ser de qualquer
tipo, desde tensões diferentes do circuito de comando, até conter multiplas fases.
Contator AC para manobra de motores.
É constituido por uma bobina que produz um campo magnético, que conjuntamente a uma
parte fixa, proporciona movimento a uma parte móvel. Essa parte móvel por sua vez, altera o
estado dos seus contactos associados. Os que estão abertos, fecha-os, os que estão fechados,
abre-os. Este contactos podem ser de dois tipos, os de potência e os auxiliares.
Os de potência, geralmente são apresentados em grupos de 3, devido ao seu emprego comum
no comando de motores do tipo trifásicos.
Índice
[esconder]
1 Vantagem do emprego de contactores
2 Tipos de contactores
o 2.1 Mini Contator
o 2.2 Contator de Estado Sólido
3 Principais fabricantes
4 Referências
[editar]Vantagem do emprego de contactores
Comando à distância
Elevado número de manobras
Grande vida útil mecânica
Pequeno espaço para montagem
Garantia de contacto imediato
Tensão de operação de 85 a 110% da tensão nominal prevista para contator
Maior numero de contatos
[editar]Tipos de contactores
Os contactores podem ser do tipo principais, que geralmente possuem 3 contatos NA
(normalmente abertos) de potência, 2 NA's auxiliares, ou seja de comando, e mais 2 NF's
(normalmente fechados) auxiliares, tambem para o comando.
também podem ser do tipo auxiliares, que possuem contatos apenas de comando, ou
seja , seus contatos suportam uma menor corrente do que os principais.
vale lembrar que os contactores em geral possuem os chamados blocos aditivos, que são
vendidos separadamente, variam de fabricante para fabricante, e tem a função de
proporcionar contatos adicionais ao contactor (alguns modelos são de acoplamento frontal,
e outros de acoplamento lateral).
[editar]Mini Contator
Pequenos contatores utilizados para chavear cargas mais baixas, porém seu tamanho não é
tão vantajoso e sua manutenção mais trabalhosa, de modo que é recomendado o uso de
um relé para as cargas até 10 amperes
[editar]Contator de Estado Sólido
Já existem no mercado contatores que utilizam o mesmo principio de estado sólido dos relés
(SSR), apresentando uma maior vida útil, menor tempo de atuação além da ausência de arco
elétrico.
[editar]Principais fabricantes
ABB (marca suíça tradicional em alta, média e baixa tensão)
Comat AG (marca suiça tradicional em baixa tensão e comandos auxiliares)
Moeller Eletric (marca alemã adquirida em 2008 pela Eaton)
Schnneider-Electric (marca francesa que detém a tradicional marca Telemecanique)
Siemens (marca alemã tradicional em comandos elétricos, eletrônica, etc.)
Steck (desde 1975 no mercado com versões normais e mini para encaixe em trilhos DIN
35mm)
WEG (marca brasileira tradicional em motores e comandos elétricos)