Os Principais Campos e Tipos de Psicopatologia (Aula II)

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Os Principais Campos e Tipos de Psicopatologia

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Os Principais Campos e Tipos de Psicopatologia

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Multiplicidade de abordagens e referenciais teóricos

Não se avança em psicopatologia negando e anulando diferenças conceituais e teóricas; evolui-se pelo esforço de esclarecimento e aprofundamento de tais diferenças, em discussão aberta, desmistificante e honesta.

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Psicopatologia Descritiva X Psicopatologia Dinâmica

• Psicopatologia Descritiva: forma das alterações psíquicas, estrutura dos sintomas, aquilo que caracteriza a vivência patológica.

• Psicopatologia Dinâmica: conteúdo da vivência, movimentos internos de afetos, desejos e temores do indivíduo, não necessariamente classificável em sintomas previamente descritos.

A boa prática em saúde mental implica a combinação das duas abordagens!

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Psicopatologia Médica X Psicopatologia Existencial

•Perspectiva Médico-Naturalista: homem = ser biológico. Adoecimento mental é sinal de mau funcionamento cerebral, disfunção do aparelho biológico.

•Perspectiva Existencial: doente = existência singular. Doença: forma trágica de ser no mundo.

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Psicopatologia Comportamental X Psicopatologia Psicanalítica

• Visão Comportamental e Perspectiva Cognitiva: sintomas resultam de comportamentos e representações cognitivas disfuncionais, aprendidas e reforçadas pela experiência sociofamiliar.

• Visão Psicanalítica: o sintoma é encarado como um arranjo entre o desejo inconsciente, normas e permissões culturais e possibilidades reais de satisfação desse desejo.

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Psicopatologia Categorial X Psicopatologia Dimensional

• Dimensão Categorial: categorias diagnósticas seriam “espécies únicas” – discerníveis e diferentes - cuja identificação precisa constituiria uma das tarefas da psicopatologia

• Perspectiva Dimensional: haveria dimensões de tal quadro, que incluiria desde formas muito graves, formas menos deteriorantes, formas com sintomas afetivos.

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Psicopatologia Biológica X Psicopatologia Sociocultural

•Psicopatologia Biológica: enfatiza os aspectos cerebrais, neuroquímicos ou neurofisiológicos das doenças e sintomas mentais.

•Perspectiva Sociocultural: visa estudar transtornos mentais como comportamentos desviantes que surgem a partir de certos fatores socioculturais.

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Psicopatologia Operacional-Pragmática X Psicopatologia Fundamental•Visão Operacional-Pragmática:

definições básicas de transtornos mentais e sintomas são formuladas e tomadas de modo arbitrário, em função de sua utilidade. Usado no DSM-IV, CID-10.

•Psicopatologia Fundamental: Visa centrar a atenção da pesquisa psicopatológica sobre os fundamentos de cada conceito psicopatológico.

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Princípios Gerais do Diagnóstico Psicopatológico

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Há duas visões sobre os valores e limites do diagnóstico psiquiátrico...

• Diagnóstico na psiquiatria não tem valor algum, pois cada pessoa é uma realidade única e inclassificável, servindo apenas para rotular pessoas diferentes (controle social).

• Apesar de ser absolutamente imprescindível considerar aspectos pessoais, sem um diagnóstico psicopatológico aprofundado não se pode nem compreender adequadamente o paciente, nem escolher o tipo de estratégia terapêutica mais adequada.

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Sendo assim, deve haver uma relação dialética permanente entre o particular, individual, e o geral, universal ( categoria diagnóstica à qual essa pessoa pertence). Diagnósticos são constructos fundamentais para o conhecimento do mundo, mas não objetos reais e concretos.

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Pode-se distinguir três grupos de fenômenos em relação à possibilidade de classificação:

•1. Aspectos e fenômenos encontrados em todos os seres humanos;

•2. Aspectos e fenômenos encontrados em algumas pessoas, mas não em todas;

•3. Aspectos e fenômenos encontrados em apenas um ser humano em particular.

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Alguns aspectos particulares que devem ser levados em conta no diagnóstico psiquiátrico:

•O diagnóstico de um transtorno psiquiátrico é quase sempre baseado preponderantemente nos dados clínicos.

•O diagnóstico psicopatológico não é, de modo geral, baseado em possíveis mecanismos etiológicos supostos pelo entrevistador.

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•De modo geral, não existem sinais ou sintomas psicopatológicos totalmente específicos de determinado transtorno mental.

•O diagnóstico psicológico é apenas possível com a observação do curso da doença.

•O diagnóstico deve ser sempre pluridimensional.

•Confiabilidade e validade do diagnóstico em psiquiatria.