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OS PAPÉIS DOS HOMENS NO MERCADO DE TRABALHO E CONCILIAÇÃO TRABALHO-FAMÍLIA RESULTADOS E RECOMENDAÇÕES
SESSÃO 3
VANESSA CUNHA RITA CORREIA ICS-ULISBOA
OS PAPÉIS DOS HOMENS NUMA PERSPECTIVA DE IGUALDADE DE GÉNERO
Sumário da sessão
• Principais indicadores sobre os homens na Conciliação Trabalho-Família
Horas semanais de trabalho doméstico
Perceção da justiça na divisão conjugal do trabalho doméstico
Evolução do gozo das licenças parentais por parte do pai
Atitudes da população residente face ao gozo das licenças parentais por parte do pai
Atitudes da população residente face ao lugar do pai nos cuidados aos filhos
Horas semanais de cuidados a familiares
As perceções dos ‘pais em licença’
Os agregados domésticos dos homens
Fontes: ISSP-2002 e ISSP-2012, entrevistas, estatísticas nacionais e internacionais, legislação
• Principais indicadores sobre os homens no Mercado de Trabalho
Taxas de Emprego e Atividade
Taxas de Desemprego
Tempo de Trabalho/ Duração da Vida Ativa
Precariedade
Segregação horizontal
Segregação vertical
• Recomendações
• Contributos da Mesa
OS PAPÉIS DOS HOMENS NUMA PERSPECTIVA DE IGUALDADE DE GÉNERO
A evolução da participação dos homens no trabalho pago
OS PAPÉIS DOS HOMENS NUMA PERSPECTIVA DE IGUALDADE DE GÉNERO
Embora a presença no mercado de trabalho dos homens e das mulheres se tenha aproximado, as taxas de atividade e as taxas de emprego dos homens ao longo da
vida continuam a ser mais elevadas do que as das mulheres
68 67 66 70 69 67
64
44 46
49 53
55 56 54
64 65 62
68 65
61 56
39 43 45
50 51 49 47
19
85
19
90
19
95
20
00
20
05
20
10
20
15
Taxa de atividade (15 e mais anos)* H Taxa de atividade (15 e mais anos)* M
Taxa de emprego (15 e mais anos)* H Taxa de emprego (15 e mais anos)* M
17
56
81
86
78
24
7
45
72
79
78
22
65 e mais anos
55 - 64 anos
45 - 54 anos
35 - 44 anos
25 - 34 anos
15 - 24 anos
Mulheres Homens
TAXA DE ATIVIDADE E TAXA DE EMPREGO, POR SEXO (%)
Fonte: INE Inq. Emprego - 1985/1990/1995/2000/ 2005 /2010/ 2015
TAXA DE EMPREGO, POR SEXO E IDADE (%)
Fonte: INE Inq. Emprego - 2015
OS PAPÉIS DOS HOMENS NUMA PERSPECTIVA DE IGUALDADE DE GÉNERO
A taxa de emprego dos homens é mais elevada no grupo etário dos 24 aos 49 anos aumentando quando existem filhos/as pequenos/as o que não se verifica no caso das
mulheres
87,8
81,5
93,6
88,9
76,2 75,7 75,8
76,8
60
70
80
90
100
20
05
20
06
20
07
20
08
20
09
20
10
20
11
20
12
20
13
20
14
Total de Homens Homens com filhos pequenos (< 6 anos)
Total de Mulheres Mulheres com filhos pequenos (< 6 anos)
Fonte: Eurostat, LFS (código de dados online: lfst_hheredch); cálculos próprios.
TAXA DE EMPREGO NA POPULAÇÃO 24-49 ANOS, TOTAL VS COM FILHOS/AS MENORES DE 6 ANOS, POR SEXO (%)
Dif Homens: 7,4%
Dif Mulheres: 1,1%
OS PAPÉIS DOS HOMENS NUMA PERSPECTIVA DE IGUALDADE DE GÉNERO
O desemprego atinge mais as mulheres em geral, mas para os homens menos escolarizados as taxas são superiores às das mulheres
3
7
10
12
5
9
12
13
2000 2005 2010 2015
Homens Mulheres Total
EVOLUÇÃO DA TAXA DE DESEMPREGO, POR SEXO - 2000-2015
Fonte: INE (Inquérito ao Emprego) - Taxa de desemprego: percentagem de pessoas desempregadas dos 15 aos 74 anos em percentagem da população activa.
3
12
21
17
3
17
13
3
16
2
11 9
20
00
20
01
20
02
20
03
20
04
20
05
20
06
20
07
20
08
20
09
20
10
20
11
20
12
20
13
20
14
20
15
Total NenhumBásico Secundário e pós secundárioSuperior
EVOLUÇÃO DA TAXA DE DESEMPREGO MASCULINO, POR NÍVEL DE EDUCAÇÃO
Fonte: INE. Inquérito ao Emprego.
OS PAPÉIS DOS HOMENS NUMA PERSPECTIVA DE IGUALDADE DE GÉNERO
Os homens trabalham mais horas e dedicam mais anos da sua vida ao trabalho pago
20,6
15,6
41,9 42,4
19,6 16,2
39,6 40,3
20
00
20
01
20
02
20
03
20
04
20
05
20
06
20
07
20
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20
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20
10
20
11
20
12
20
13
20
14
20
15
Homens - Tempo parcial Homens - Tempo inteiro
Mulheres - Tempo parcial Mulheres - Tempo inteiro
39
38
,9
38
,6
38
,3
32
,2
34
,3
35
,1
35
2 0 0 0 2 0 0 5 2 0 1 0 2 0 1 4
Homens Mulheres
DURAÇÃO DA VIDA PROFISSIONAL (ANOS) , POR SEXO
2000/2005/2010/2014
FONTE: Eurostat (código de dados online: lfsi_dwl_a).
HORAS MÉDIAS DE TRABALHO SEMANAL EFETIVO NA ATIVIDADE PRINCIPAL POR SEXO E TEMPO PARCIAL/ TEMPO INTEIRO (%) –2000-2015
Fonte: Eurostat (código da base lfsa_ewhais)
OS PAPÉIS DOS HOMENS NUMA PERSPECTIVA DE IGUALDADE DE GÉNERO
Os homens têm situações profissionais menos precárias e tendem a acumular mais frequentemente uma segunda atividade remunerada, mas a disparidade nestes
indicadores tem vindo a diminuir e afeta mais os jovens (de ambos os sexos)
86,6
77,5
13,4
19,2
Contrato permanente / sem termoContrato a termo / a prazo
20
15
1
98
5
18
,8
66
,4
18
,1
61
,3
15-24 15-64
Homens Mulheres
PROPORÇÃO H / M COM 2ª
ATIVIDADE REMUNERADA (%)
26
31
34
36
38
45
74
69
66
64
62
55
19
90
19
95
20
00
20
05
20
10
20
15
Mulheres Homens 50%
FONTE: Eurostat [Código da base:lfsa_e2ged]
CONTRATOS
TEMPORÁRIOS/PERMANENTES (%)
[15-24 VS 15-64 ANOS]
HOMENS EMPREGADOS CONTRATOS SEM
TERMO/ COM TERMO( %) (+15 ANOS)
Fonte: INE, Inquérito ao Emprego; Homens empregados por conta de outrem
Fonte: Eurostat, LFS [código de dados online: lfst_hhtemchi].
Fonte: Eurostat [código de dados: lfsa_e2ged]
OS PAPÉIS DOS HOMENS NUMA PERSPECTIVA DE IGUALDADE DE GÉNERO
Os/as portugueses/as revelam atitudes positivas em relação às medidas de incentivo à igualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho
43%
65%
46%
69%
92%
96%
41%
66%
44%
66%
91%
94%
48%
51%
51%
57%
91%
92%
36%
36%
47%
46%
81%
92%
H O M E N S
M U L H E R E S
H O M E N S
M U L H E R E S
H O M E N S
M U L H E R E S
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AL
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RA
H
OM
EN
S E
M
UL
HE
RE
S
´+65 45-64 30-44 18-24
91
53
49
6
17
21
3
30
31
GARANTIR A IGUALDADE DE SALÁRIOS PARA HOMENS E
MULHERES
QUOTAS PARA MULHERES EM CARGOS DE PODER E
DECISÃO
QUOTAS PARA HOMENS EM PROFISSÕES HABITUALMENTE
ASSOCIADAS À MULHER
CONCORDO EM CONCORDO NEM DISCORDO DISCORDO
Fonte: ISSP 2012 – Módulo Família e Género em Mudança
ATITUDES DOS/AS PORTUGUESES/AS FACE ÀS MEDIDAS LEGISLATIVAS DE INCENTIVO À IGUALDADE ENTRE HOMENS E MULHERES NO MERCADO DE TRABALHO, TOTAL, POR SEXO E GRUPO ETÁRIO
OS PAPÉIS DOS HOMENS NUMA PERSPECTIVA DE IGUALDADE DE GÉNERO
Segregação horizontal do mercado de trabalho em Portugal: as mulheres fizeram mais incursões nos setores “tradicionalmente masculinos” do que os homens nos
“tradicionalmente femininos”.
14%
21%
1%
12%
13%
4%
16%
3%
Mulheres
Homens
Mulheres
Homens
Mulheres
Homens
Mulheres
Homens
Ind
úst
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Co
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ruçã
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ção
Saú
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man
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Trab
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cial
SEGMENTAÇÃO PROFISSIONAL NOS
SETORES DA INDÚSTRIA, DA CONSTRUÇÃO, DA
EDUCAÇÃO E DA SAÚDE HUMANA
POPULAÇÃO EMPREGADA, % POR
SEXO [2015]
Fonte: Eurostat, LFS (código de dados online:lfsa_egan2).
OS PAPÉIS DOS HOMENS NUMA PERSPECTIVA DE IGUALDADE DE GÉNERO
Persiste a segregação vertical: os homens encontram-se sobrerrepresentados em lugares de tomada de decisão
GLOBAL GENDER GAP REPORT
46º Portugal
1º Noruega 4º Islândia 8º Finlândia
67º Espanha
111º Itália
87º Grécia 2005
2015
83
57
94
87
98 100
100 100
Cargos Direcção Administração Pública Nível 2
Membros CA* CEO's* Membros de Conselho Bancos Nacionais
% DE LUGARES DE DECISÃO OCUPADOS POR HOMENS 2005/2015
FONTE: COMISSÃO EUROPEIA, DG JUSTIÇA. BASE DE DADOS SOBRE MULHERES EM LUGARES DE DECISÃO.
FONTE: WORLD ECONOMIC FORUM (2015)
OS PAPÉIS DOS HOMENS NUMA PERSPECTIVA DE IGUALDADE DE GÉNERO
O ganho mensal médio dos homens é superior ao das mulheres, devido sobretudo à diferença no rendimento suplementar (subsídios, prémios, horas extra)
91 92 93 92 89
88 88 87 88 89 89
80
90 90
76 78 79 80
72
81 82
70 70 70 70 68 69 70
74 71
69 68
62 65 66
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
18 - 24 anos 25 - 34 anos 35 - 44 anos 45-64 anos 65 e mais anos
186
656
818
1,003 1,112
1,209 37 38
35
29 28 26
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
0
200
400
600
800
1,000
1,200
1,400
1985 1995 2000 2005 2008 2013
Mulheres Gender Gap (-)
Homens Gender Gap (%)
FONTE: *DE TRABALHADORES/AS POR CONTA DE OUTREM A TEMPO INTEIRO, QUE AUFERIRAM REMUNERAÇÃO COMPLETA NO PERÍODO DE REFERÊNCIA (INCLUI REMUNERAÇÃO DE BASE E REMUNERAÇÃO SUPLEMENTAR) GEP/MSESS (ATÉ 2009) | GEE/ME (A PARTIR DE 2010) .
FONTE:CÁLCULOS PRÓPRIOS A PARTIR DE DADOS DO GANHO MÉDIO MENSAL POR SEXO E GRUPO ETÁRIO DO MEE / GABINETE DE ESTRATÉGIA E ESTUDOS – QUADROS DE PESSOAL. PARA O ANO DE 2010 E SEGUINTES O TOTAL PARA PORTUGAL NÃO INCLUI AS REGIÕES AUTÓNOMAS DA MADEIRA E DOS AÇORES, APENAS O CONTINENTE.
GANHO MÉDIO MENSAL* (GMM) DAS MULHERES EM % DO GMM DOS HOMENS, POR GRUPO ETÁRIO - 2007-2013
GANHO MÉDIO MENSAL (GMM) E DISPARIDADE ENTRE HOMENS E MULHERES NO GMM (EUROS) - PORTUGAL, 1985-2013
OS PAPÉIS DOS HOMENS NUMA PERSPECTIVA DE IGUALDADE DE GÉNERO
A evolução da participação dos homens, em idade ativa e a viver em casal, no trabalho doméstico
OS PAPÉIS DOS HOMENS NUMA PERSPECTIVA DE IGUALDADE DE GÉNERO
Entre 2002 e 2014, os homens aumentaram ligeiramente a sua participação no trabalho doméstico (e as mulheres diminuíram)
Fonte: ISSP-2002, ISSP-2012
7,7 4,2
7,4 7,0
10,8 10,7
7,1 8,1
21,5 23,6
30,8
26,3
20,9 19,3
27,0 24,5
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
18-29 30-44 45-64 Total (18+) 18-29 30-44 45-64 Total (18+)
2002 2014
homens mulheres
Nº médio de horas semanais de tarefas domésticas, por sexo e escalão etário – PT, 2002 e 2014 Em média, quantas horas por semana gasta a fazer tarefas domésticas?
Se tem filhos, não contar com os cuidados às crianças e as atividades de tempos livres
OS PAPÉIS DOS HOMENS NUMA PERSPECTIVA DE IGUALDADE DE GÉNERO
Em 2014, eram os homens em idade de ter filhos pequenos que mais tempo despendiam na realização de trabalho doméstico (e mais do que em 2002)
Fonte: ISSP-2002, ISSP-2012
13,8
19,4
23,4
19,3
10,1 8,6
19,9 16,4
-3,7
-10,8
-3,5 -2,8 -0,6
6,5 3,1
1,1
-3,8 -4,3 -0,6 -1,7
-15,0
-10,0
-5,0
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
18-29 30-44 45-64 Total (18+)
Disp. 2002 Disp. 2014 Evol. Disp. Evol. Homens Evol. Mulheres
Disparidade M-H, evolução da disparidade e evolução do nº médio de horas semanais de tarefas domésticas, por sexo e escalão etário – PT, 2002 e 2014
OS PAPÉIS DOS HOMENS NUMA PERSPECTIVA DE IGUALDADE DE GÉNERO
É crescente a perceção, entre homens e mulheres, da justiça na divisão conjugal do trabalho doméstico
Fonte: ISSP-2002, ISSP-2012
Perceção da justiça, por sexo e grupo etário – Portugal, 2002 e 2014 Qual das seguintes afirmações se aplica melhor à forma como são divididas as tarefas domésticas
entre si o seu cônjuge/companheiro(a)?
42%
43%
42%
2%
2%
7%
55%
50%
44%
47%
49%
46%
4%
7%
15%
51%
50%
47%
0% 20% 40% 60% 80% 100%
45 - 64 anos
30 - 44 anos
18 - 29 anos
45 - 64 anos
30 - 44 anos
18 - 29 anos
mu
lher
esh
om
ens
faço um bocado/muito mais do que seria justo
faço mais ou menos o que é justo
faço um bocado/muito menos do que seria justo
31%
34%
17%
2%
3%
12%
68%
65%
83%
46%
70%
68%
52%
27%
19%
0% 20% 40% 60% 80% 100%
45 - 64 anos
30 - 44 anos
18 - 29 anos
45 - 64 anos
30 - 44 anos
18 - 29 anos
mu
lher
esh
om
ens
faço um bocado/muito mais do que seria justo
faço mais ou menos o que é justo
faço um bocado/muito menos do que seria justo
OS PAPÉIS DOS HOMENS NUMA PERSPECTIVA DE IGUALDADE DE GÉNERO
É crescente a perceção, entre homens e mulheres, da justiça na divisão conjugal do trabalho doméstico
Fonte: ISSP-2002, ISSP-2012
Evolução em pontos percentuais da perceção da justiça na divisão conjugal das tarefas domésticas, por sexo e grupo etário – Portugal, 2002 e 2014
5
23
-28
1
21
-22
0
-1
0
-50-40-30-20-10
01020304050
faço umbocado/muito
mais do que seriajusto
faço mais oumenos o que é
justo
faço umbocado/muitomenos do que
seria justo
18-29 anos 30-44 anos 45-64 anos
-25
40
-15 -9
15
-6 -11
13
-2
-50
-40
-30
-20
-10
0
10
20
30
40
50
faço umbocado/muito maisdo que seria justo
faço mais oumenos o que é
justo
faço umbocado/muito
menos do que seriajusto
18-29 anos 30-44 anos 45-64 anos
Homens Mulheres
OS PAPÉIS DOS HOMENS NUMA PERSPECTIVA DE IGUALDADE DE GÉNERO
No entanto… Em 16 países da UE28, Portugal destaca-se por ser o país que regista a maior assimetria no nº de horas que homens e mulheres despendem em tarefas
domésticas: 16,1 horas (4 vezes superior à assimetria na Suécia)
Fonte: ISSP-2012
Nº médio de horas semanais despendidas em tarefas domésticas por homens e mulheres que vivem em casal e disparidade – 16 países da UE28, 2012/2014
8,1 10,2 9,9 11,8 10,1 8,8 8,6 11,5
8,1 10,8
14,2 14,4 17,2
6,7 7,6 9,8
24,5 25,8
24,5 25,8
22,2 20,6 19,6
22,0
17,5 19,5
22,6 22,7 24,1
11,8 12,1 14,1
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
Po
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lân
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Suéc
ia
Homens Disp. M-H Mulheres
Média 16 países: M=20,6 | H=10,5 | Disp=10,1
OS PAPÉIS DOS HOMENS NUMA PERSPECTIVA DE IGUALDADE DE GÉNERO
Valorização de uma paternidade cuidadora
OS PAPÉIS DOS HOMENS NUMA PERSPECTIVA DE IGUALDADE DE GÉNERO
… na evolução da política de licenças
Decreto-Lei n.º 91/2009, de 9 de abril: promoção da ‘paternidade cuidadora’ cimentada na igualdade de género, na harmonização das responsabilidades profissionais e familiares (conciliação equilibrada) e no bem-estar da criança O novo regime de protecção social elege como prioridades o incentivo à natalidade e a igualdade de género através do reforço dos direitos do pai e do incentivo à partilha da licença, ao mesmo tempo que promove a conciliação entre a vida profissional e familiar e melhora os cuidados às crianças na primeira infância através da atribuição de prestações pecuniárias na situação de
impedimento para o exercício de actividade profissional.
• Revogação da licença por maternidade e da licença por paternidade • ‘Licença parental inicial’ (120 dias a 100% ou 150 dias a 80%), bonificada em 1 mês em caso
de partilha (150 dias a 100% ou 180 dias a 83%). • ‘Licença parental exclusiva do pai’ (10 dias úteis obrigatórios + 10 facultativos a 100%) • ‘Licença parental exclusiva da mãe’ (6 semanas obrigatórias da ‘licença parental inicial’)
OS PAPÉIS DOS HOMENS NUMA PERSPECTIVA DE IGUALDADE DE GÉNERO
… na evolução do gozo das licenças por parte do pai
10,7
24,0
40,6
62,4
71,4
0,1 4,2
32,5
52,2
62,6
20,7
28,9
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
90,0
100,0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
dias obrigatórios dias facultativos partilha
Licença por paternidade de 5 dias no 1º mês:
Licença parental exclusiva do pai de 15 dias consecutivos: 1999-2009
Licença parental exclusiva do pai de 10 dias úteis: 2009-2015
Licença parental inicial bonificada de 150 ou 180 dias :2009-
+ 10 dias úteis: 2009-
Fonte: OFAP, 2016 - Cálculos próprios a partir de dados fornecidos pelo Instituto de Informática, I.P. da Segurança Social e pelo GEP (última atualização a 18 de março de 2016)
Utilização das licenças exclusivas do pai face ao total de nascimentos (%) Utilização da licença parental inicial bonificada face ao total de subsídios parentais iniciais concedidos (%)
Portugal, 2010-2015
OS PAPÉIS DOS HOMENS NUMA PERSPECTIVA DE IGUALDADE DE GÉNERO
… nas atitudes da população residente, sobretudo a mais jovem
62% 61% 60% 57%
18% 21% 20% 23%
20% 18% 21% 19%
Homens Mulheres Homens Mulheres
Ser obrigatório o pai ficar duassemanas de licença a seguir ao
nascimento do bebé
O pai gozar um mês de licençasozinho a tratar do bebé quando
a mãe regressa ao trabalho
Concordo Nem concordo nem discordo Discordo
Fonte: ISSP-2012
Atitudes face ao gozo das licenças parentais por parte do pai (exclusiva obrigatória e bonificada), por sexo e escalão etário – Portugal, 2014
73% 68% 61% 41%
65% 68% 61% 52%
18-29 30-44 45-64 65+
Ser obrigatório o pai ficar duas semanas…
Homens Mulheres
70% 62% 62% 41%
68% 68% 56% 44%
18-29 30-44 45-64 65+
O pai gozar um mês de licença sozinho…
OS PAPÉIS DOS HOMENS NUMA PERSPECTIVA DE IGUALDADE DE GÉNERO
… nas atitudes da população residente, sobretudo a mais jovem
Fonte: ISSP-2012
Atitudes face ao lugar do pai nos cuidados aos filhos, por sexo e escalão etário – Portugal, 2014
75% 75%
53% 60%
12% 13%
14% 18%
12% 12%
33% 23%
Homens Mulheres Homens Mulheres
A criança é prejudicada quando o painão participa nos cuidados aos filhos
O pai é tão capaz como a mãe detomar conta de um bebé com menos
de um ano
Concordo Nem concordo nem discordo Discordo
92% 79% 68% 66% 83% 79% 76% 64%
18-29 30-44 45-64 65+
A criança é prejudicada…
Homens Mulheres
66% 58% 51% 38%
72% 77% 58%
39%
18-29 30-44 45-64 65+
O pai é tão capaz como a mãe…
OS PAPÉIS DOS HOMENS NUMA PERSPECTIVA DE IGUALDADE DE GÉNERO
… nas práticas (e no sentir) dos pais
Nº médio de horas semanais de cuidados a familiares* e disparidade, por sexo e escalão etário –
Portugal, 2014
13,4
17,1
5,9
25,8
21,9 20,8
12,4
4,7
14,9
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
18-29 30-44 45-64
Homens Mulheres Disp. M-H
Entrevistas ‘Pais em licença’
Eu queria mesmo gozar e queria estar presente (…). E se mais tempo eu pudesse estar, mais tempo eu teria estado e independentemente da pressão do trabalho ou não (porque aí, aguentem-se!), porque a família é mais importante para mim.
36 anos, inspetor de serviço público de segurança,
2 meses de partilha da licença parental inicial
As pessoas acham que nós vamos para casa tomar conta de um bebé e não damos tanta importância ao trabalho, ou já não queremos trabalhar (…). Não é que eu não goste de trabalhar, ou não queira trabalhar, simplesmente naquele momento o chamamento era ‘o pai’.
31 anos, farmacêutico, 2,5 meses de partilha da licença parental inicial Fonte: ISSP-2012 *Crianças, idosos, doentes e incapacitados
OS PAPÉIS DOS HOMENS NUMA PERSPECTIVA DE IGUALDADE DE GÉNERO
Desinformação e Resistência: dificuldades que se colocam à paternidade cuidadora
Indivíduos que DISCORDAM que o gozo das licenças parentais por parte dos homens tem
efeitos positivos na manutenção do emprego do pai, por sexo e grupo etário – Portugal, 2014
Fonte: ISSP-2012
23%
15%
11%
13%
19%
23%
34%
18%
0% 10% 20% 30% 40%
65+ anos
45 - 64 anos
30 - 44 anos
18 - 29 anos
Homens Mulheres
O meu serviço nem sabia da possibilidade de eu poder gozar dois meses seguidos (…). Quando eu pedi os dois meses, os meus serviços só me queriam dar um mês e eu é que lhe expliquei por A mais B: “Não, leiam a Lei, porque a Lei diz que eu tenho direito. É partilhado, posso fazer como eu quiser” (…). As pessoas têm ideia que o pai tem um mês, mas não. E depois foi isso que lhes expliquei.
36 anos, inspetor de serviço público de segurança, 2 meses de partilha da licença parental inicial
Tive uma reação muito negativa da Segurança Social (…). Foi assim um ambiente um bocado de cortar à faca! A senhora da Segurança Social (…) disse-me que não iria ser possível, que não encontrava essa informação, que o pai não podia tirar dois meses e meio, que era obrigatório a mãe. Só podia tirar o último mês.
33 anos, programador informático, 2,5 meses de partilha da licença parental inicial
Entrevistas ‘Pais em licença’
OS PAPÉIS DOS HOMENS NUMA PERSPECTIVA DE IGUALDADE DE GÉNERO
Desinformação e Resistência: dificuldades que se colocam à paternidade cuidadora
Entrevistas ‘Pais em licença’
Ainda pensámos se a mãe faria cinco [meses] e eu um, ou a mãe quatro e eu dois. Mas o meu
trabalho não dava para dois. Um já foi o que foi… (…) Também já não existem chicotes, mas existem as tais chicotadas psicológicas. O que eu senti foi mais isso, esse jogo do psicológico. Eu, na altura
quando soube, informei logo (porque isto tenta-se informar com a maior antecedência possível) que tinha intenções de gozar um mês e que seria em Julho daquele ano. A primeira pergunta que me
fizeram era por que é que eu queria tirar um mês inteiro, se não chegava uns dias.
34 anos, gestor manutenção internet,
1 mês de partilha da licença parental inicial
Fonte: ISSP-2012
A entidade patronal acha que nós [mães e pais] já não estamos tão focados no trabalho, ou não queremos tanto trabalhar, e estamos mais a pensar nas crianças (…). Com os homens, acho que é nitidamente pior e, em Portugal, acho que não estamos minimamente preparados para este género de licenças. A questão não é a Lei. É a tal coisa… a Lei existe, mas não nos permitem usufruir dela. Por isso, na prática não serve de nada, porque existe mas, se tirarmos, somos despedidos… Tinham, lá está, ou grandes chefias a darem o exemplo, e eles próprios tirarem, ou ser mesmo obrigatório e toda a gente tem que tirar (…), toda a gente faz porque a prioridade é as crianças. Têm todos que ir para casa.
31 anos, farmacêutico, 2,5 meses de partilha da licença parental inicial
OS PAPÉIS DOS HOMENS NUMA PERSPECTIVA DE IGUALDADE DE GÉNERO
Homens e modos de residência nos Censos 2011
OS PAPÉIS DOS HOMENS NUMA PERSPECTIVA DE IGUALDADE DE GÉNERO
Os homens residem mais em agregados domésticos de casal com filhos do que as mulheres. Mas nem sempre residem com os seus filhos e sim com os das suas companheiras numa conjugalidade recomposta
População residente de 30-49 anos, por tipo de agregado doméstico (%) - Portugal, 2011
Homens Mulheres
63% 10%
12%
6% 8%
1%
C. com filhos
C. sem filhos
F. complexas
F. monoparentais
Pessoas sós
Outros agregados
61% 9%
13%
11%
5% 1%
Casais recompostos em 2011 (N)
(Taxa de Variação 2001-2011)
105 763
(+126,1)
Só com filhos não comuns 59%
Com filhos comuns e não comuns 41%
Total 100%
Filhos só da mulher 78%
Filhos só do homem 17%
Filhos da mulher e do homem 5%
Filhos não comuns (Total) 100%
Casais recompostos, segundo os filhos coresidentes – Portugal, 2011
Fonte: INE, Censos 2011; Delgado e Wall, 2014 Fonte: INE, Censos 2011; Atalaia, 2014
OS PAPÉIS DOS HOMENS NUMA PERSPECTIVA DE IGUALDADE DE GÉNERO
RECOMENDAÇÕES
Incentivo à mudança da Cultura Organizacional
• Promoção de modelos de gestão que desconstruam os estereótipos. • Incentivo à elaboração de programas de sensibilização para a
flexibilização do trabalho de homens e mulheres no sentido da melhor conciliação do trabalho pago com a vida familiar
• Introdução da noção de “locais de trabalho amigos dos pais cuidadores”
• Implementação destas medidas no setor público de forma a incentivar no privado.
• Difusão de boas práticas no público e no privado
OS PAPÉIS DOS HOMENS NUMA PERSPECTIVA DE IGUALDADE DE GÉNERO
RECOMENDAÇÕES
Incentivo à mudança da Cultura Organizacional (cont.)
• Incentivo ao acesso às mulheres a lugares de tomada de decisão, orientando práticas de recrutamento não enviesadas.
• Sensibilização das organizações para os custos das desigualdades e benefícios da paridade, nomeadamente financeiros.
• Intercâmbio europeu de boas práticas de êxito comprovado.
OS PAPÉIS DOS HOMENS NUMA PERSPECTIVA DE IGUALDADE DE GÉNERO
RECOMENDAÇÕES
Desenvolvimento de medidas de discriminação positiva que fomentem a paridade quer nos setores masculinizados, quer nos setores feminizados
• Cooperação com os empregadores - projetos sociais; bolsas de estudo; estágios
• Cooperação com os parceiros sociais – flexibilização negocial • Desenvolvimento de campanhas melhoria do estatuto das profissões
de cuidados • Incentivo à paridade na representação sindical • “Cuidados” como competência-chave de qualidade, transversal a
todas as organizações
OS PAPÉIS DOS HOMENS NUMA PERSPECTIVA DE IGUALDADE DE GÉNERO
RECOMENDAÇÕES
Combater os efeitos da crise que afetaram particularmente os homens menos qualificados e mais jovens
• Apostar em projetos sociais direcionados aos grupos de homens mais marginalizados do mercado de trabalho
OS PAPÉIS DOS HOMENS NUMA PERSPECTIVA DE IGUALDADE DE GÉNERO
RECOMENDAÇÕES
Apostar na formação e na divulgação da informação junto das entidades empregadoras e sindicatos, sensibilizando para:
• os potenciais conflitos a que os casais com crianças pequenas estão sujeitos na articulação entre a vida profissional e a vida familiar.
• o facto de a conciliação trabalho-família ser um direito constitucional que assiste também aos homens e de que o não reconhecimento é um obstáculo à parentalidade masculina e à persistência da desigualdade das mulheres no mercado de trabalho e da sua sobrecarga na vida familiar.
• a situação das famílias monoparentais com crianças pequenas – seja de mãe só, seja de pai só – para as quais a conciliação família-trabalho pode ser particularmente difícil.
OS PAPÉIS DOS HOMENS NUMA PERSPECTIVA DE IGUALDADE DE GÉNERO
RECOMENDAÇÕES
Proteção dos direitos dos pais cuidadores
• O desconhecimento, a desinformação e a hostilidade institucional face aos direitos do pai, condicionam as possibilidades de conciliação
• Desenvolvimento de políticas e regulamentos formais e legais que regulem os direitos dos homens a exercer o papel de cuidador no contexto da família
• Desenvolvimento de mecanismos de proteção de sanções quando os homens optam por reduzir o horário de trabalho ou trabalhar a tempo parcial.
• Incentivo à redução de horário de trabalho dos homens com vista à conciliação entre a vida profissional e a vida familiar;
OS PAPÉIS DOS HOMENS NUMA PERSPECTIVA DE IGUALDADE DE GÉNERO
RECOMENDAÇÕES
Envolver os homens como participantes ativos e agentes de mudança
• Informação e sensibilização às organizações não governamentais e sem fins lucrativos que têm como missão a promoção da igualdade de género.
• Incentivo de figuras públicas do sexo masculino, quer da esfera política, quer empresarial a defender publicamente o seu direito ou desejo em serem prestadores de cuidados (a filhos, parceiros doentes, pais) e a organizarem o seu tempo de trabalho em função da conciliação entre a sua vida profissional e familiar
OS PAPÉIS DOS HOMENS NUMA PERSPECTIVA DE IGUALDADE DE GÉNERO
RECOMENDAÇÕES
Promover publicidade institucional para o grande público sobre as licenças parentais
• informar sobre os direitos consagrados e a dar visibilidade social à utilização das licenças por parte dos pais
• Envolver os empregadores nestas ações, nomeadamente aqueles que tenham perspetivas recetivas e proactivas, e as empresas com modelos de gestão igualitários e ‘boas práticas’ ao nível da conciliação e da promoção do gozo dos direitos exclusivos facultativos e da partilha da licença parental inicial entre progenitores
OS PAPÉIS DOS HOMENS NUMA PERSPECTIVA DE IGUALDADE DE GÉNERO
RECOMENDAÇÕES
Colmatar a falta de informação existente sobre o efetivo gozo das licenças parentais por parte de trabalhadores e trabalhadoras da função púbica e de regimes contributivos que não se integram no regime geral da Segurança Social.
• Só há dados disponíveis dos indivíduos abrangidos pelo regime geral da Segurança Social
• Retrato incompleto da realidade, que não permite monitorizar a evolução geral do gozo das licenças e, eventualmente, o impacto diferenciado dos diversos setores de atividade nas práticas dos trabalhadores e das trabalhadoras
OS PAPÉIS DOS HOMENS NUMA PERSPECTIVA DE IGUALDADE DE GÉNERO
RECOMENDAÇÕES
• Desenvolver a política de licenças aprofundando os seus princípios fundamentais (bem-estar da criança, harmonização das responsabilidades profissionais e familiares entre progenitores e igualdade de género), eliminando ainda o entrave legal ao gozo da licença parental inicial por parte do pai
• subsiste o princípio de que a mãe é a principal destinatária da medida, ficando a possibilidade de gozo por parte do pai dependente da elegibilidade da mãe.
• aprofundar a política de licenças abolindo, eventualmente de forma progressiva e sem prejuízo dos direitos adquiridos, o hiato entre o tempo da mãe e o tempo do pai, quer em dias obrigatórios quer em dias facultativos.
• Esta política de licenças deve ser inclusiva, reconhecendo a diversidade de contextos familiares em que as crianças nascem e crescem, não descriminando os casais do mesmo sexo.
OS PAPÉIS DOS HOMENS NUMA PERSPECTIVA DE IGUALDADE DE GÉNERO
RECOMENDAÇÕES
Continuar a promover a conciliação entre a vida profissional e a vida familiar através do apoio às famílias em serviços e equipamentos e, também, através da escola a tempo inteiro para as crianças abaixo dos 12 anos.
• Aumentar a taxa de cobertura das creches da rede solidária não lucrativa tendo em vista o combate às desigualdades territoriais e sociais, nomeadamente nos distritos que registam uma reduzida taxa de cobertura da rede de creches solidárias.
• Reequacionar o funcionamento de serviços no âmbito das escolas EB, estendendo ao 2º ciclo as atividades de enriquecimento curricular (AEC), generalizando a oferta de serviços de apoio às famílias e reorganizando os horários do 2º ciclo.
OS PAPÉIS DOS HOMENS NUMA PERSPECTIVA DE IGUALDADE DE GÉNERO
RECOMENDAÇÕES
Socializar e educar precocemente para a igualdade de género e para o valor do cuidar
• A desigualdade reproduz-se e legitima-se através de estereótipos de género e um dos mais poderosos, porque legitima a desigualdade em diferentes dimensões da vida, prende-se com a conceção de que cuidar é uma atribuição das mulheres, porque está inscrita numa natureza feminina.
• A vida profissional e a escolarização passaram a estar ao alcance das mulheres, e as crianças e as jovens são hoje socializadas para o exercício desses papéis. A entrada no universo doméstico por via da paternidade cuidadora e da partilha do trabalho não-pago passou a ser uma realidade para muitos homens. No entanto, está por fazer a revolução da socialização das crianças e dos jovens do sexo masculino para o cuidar e para o trabalho doméstico.
OS PAPÉIS DOS HOMENS NUMA PERSPECTIVA DE IGUALDADE DE GÉNERO
RECOMENDAÇÕES
Promover a igualdade de género, a igualdade parental e o direito da criança a viver com os dois progenitores após o divórcio, encorajando a aplicação da residência alternada. Propor o debate público em torno do estabelecimento na lei da residência alternada enquanto regime preferencial.
• Apesar do primado do “exercício conjunto das responsabilidades parentais quanto às questões de maior importância para a criança”, continua a persistir a prática de residência materna.
• Esta prática amplifica a desigualdade de género e a desigualdade parental: • Sobre as mulheres recai uma responsabilidade parental acrescida, com um
forte impacto na sua relação com o mercado de trabalho, na conciliação, na gestão dos tempos e no bem-estar económico do agregado.
• Os homens veem condicionado o acesso aos filhos, sendo privados da proximidade relacional quotidiana, ao mesmo tempo que são desresponsabilizados “quanto aos atos da vida corrente” dos filhos na qualidade de ‘pais não-residentes’.
[email protected] [email protected] ICS-ULISBOA