OS MAIAS
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OS MAIAS
Texto narrativo (cinco categorias são tempo, espaço, personagens, acção e narrador).
Está centrado na terceira pessoa gramatical, o seu objectivo é representar uma realidade,
contando o narrador o desenrolar de uma acção sustentada por personagens que se movem
num determinado espaço e tempo. A história (eventos narrados) é diferente do discurso
(expressão dos eventos pelo narrador), mas são interdependentes. O texto narrativo divide-
se em introdução, desenvolvimento e conclusão.
A narrativa pode ser de acção (centra-se no acontecimento), de espaço (destaca o meio
histórico-social) ou de personagem (destaca o comportamento e retrato psicológico de uma
personagem).
O romance é um género narrativo em prosa, sendo uma acção extensa e complicada por
acções secundarias, havendo liberdade total no tempo e espaço, nº ilimitado de personagens e
havendo narração, descrição, diálogo e até monólogo. “Os Maias” é um romance de espaço,
havendo uma análise do espaço social, criticando a sociedade de uma época.
A acção pode ser fechada (conhece-se o desenlace) ou aberta (não há desfecho). As
sequências narrativas podem ser articuladas através do encadeamento (ordenação
cronológica) (ex: amores entre Carlos e Maria Eduarda), encaixe (uma ou mais histórias
introduzidas no interior da que estava a ser narrada) (ex: a narração a Carlos da vida passada
de Maria Eduarda) e da alternância (narração alternada de diferentes histórias) (ex: acção
principal interrompida para a crónica dos costumes).
“Os Maias” divide-se em 18 capítulos, sendo os três primeiros uma analepse, os 14
seguintes contam a história de Carlos durante os 14 meses que esteve em Lisboa e o último
narra a visita de Carlos após um exílio de 10 anos.
A acção central é a relação amorosa entre Carlos e Maria Eduarda, sendo os momentosmais dinâmicos (avanço na acção) aqueles em que Carlos vê Maria Eduarda, conhece-a,
declara-se a ela, consome-se o incesto, este revela-se e eles se separam.
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A acção secundária é a relação amorosa infeliz entre Pedro da Maia e Maria Monforte
(sendo uma acção fechada pois no final Maria foge com Tancredo). Os núcleos de avanço da
acção são quando Pedro vê Maria, namora com ela, casa-se com ela, ela foge e ele suicida-se.
Outras acções secundárias são os antecedentes familiares de Carlos, as suas relações
amorosas e superficiais, as relações adúlteras entre Ega e Raquel Cohen, a história deEusébiozinho e a sequência da Corneta do Diabo.
Existe ainda a crónica de costumes (crítica social), que é uma catálise pois são
momentos estáticos em que as personagens e os tipos sociais se exibem, como o jantar no
Hotel Central, as corridas no hipódromo, o jantar em casa dos Gouvarinho e os passeios pela
baixa lisboeta.
A obra divide-se em dois planos: intriga (tragédia) e crítica dos costumes (comédia). A
intriga central tem características de tragédia pois há o tema do incesto (não há solução para
o conflito) e a acção do destino (nome de Carlos Eduardo (último descendente de uma família),
aparecimento casual de Guimarães e afirmação de Ega sobre o casal “ambos insensivelmente,
irresistivelmente, fatalmente, estão marchando um para o outro”. Os presságios são a lenda
que Vilaça conta a Afonso para o persuadir de habitar o Ramalhete; o envolvimento vermelho
na 1ª vez que Afonso vê Maria Monforte que prenuncia a morte trágica de Pedro; o aviso de
Ega a Carlos que há-de acabar como o pai; a afirmação da ministra de Baviera, após a vitória
de Carlos nas corridas, de sorte ao jogo, azar no amor; as parecenças de Maria Eduarda com
Afonso e de Carlos com a mãe de Maria Eduarda e a referência a uma paixão trágica quando
se dá a descrição do quarto em que se consumou o incesto. A peripécia é a revelação que
Guimarães faz (Carlos e Maria Eduarda irmãos), o reconhecimento é quando Carlos e Maria
Eduarda o descobrem (clímax) e a catástrofe é a morte de Afonso e separação de Carlos e
Maria Eduarda.
O espaço físico é real podendo ser geográfico (uma cidade), interior ou exterior.
O narrador, quanto à presença, pode ser participante, dividindo-se em autodiegético
(personagem principal) e homodiegético (personagem secundária) ou não participante
(heterodiegético). Quanto à ciência, pode ser omnisciente (sabe tudo), interna (ponto de vista
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de uma personagem) ou externa (factos observáveis). A posição pode ser objectiva ou
subjectiva.
CAPITULO I
Apresentação do Ramalhete (aspecto exterior austero, cascata seca, estátua dadeusa do amor enegrecida (pela fuga de Maria de Monforte).
Vilaça tenta que Afonso não vá para lá pois era preciso recuperar a casa
(dinheiro), lenda trágica e por esta não ter quintal/jardim. Afonso afirma que
deve habitar terrenos seus, pode gastar o dinheiro e que, abrindo umas janelas,
sai a assombração.
Restauração da casa – muito luxo (escritório de Afonso semelhante a Afonso). Carlos é um dândi, quer ser perfeito na sua elegância e o Afonso sacrificou-se a
vir viver em Lisboa por ele.
Vida de Afonso da Maia
História de Pedro da Maia e Maria Monforte até ao casamento (Afonso contra o
casamento e não vai).
CAPITULO II
Pedro e Maria vão para Itália, depois para Paris e regressam a Lisboa.
Afonso vai para Santa Olávia para evitar encontros com o filho.
O casal recebe Tancredo e Maria adia a reconciliação com Afonso.
Maria foge com Tancredo e a filha Maria e deixa Pedro sozinho com o filho
Carlos Eduardo.
Pedro vai ter com o pai e, já em casa dele, suicida-se.
CAPITULO III
Quando Vilaça vai a Santa Olávia vê Afonso remoçado por causa do neto.
Educação de Carlos “à inglesa” enquanto que os portugueses (como
Eusébiozinho) tinham uma educação com base na cartilha (religião).
Vilaça descobre por Alencar e conta a Afonso que a sua neta morrera.
Vilaça morre, o filho torna-se procurador da casa dos Maias.
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Carlos entra em Medicina na Universidade de Coimbra.
CAPITULO IV
Carlos vive uma vida boémia enquanto estuda em Coimbra e conhece João da
Ega, que está a estudar Direito. No fim do curso, Carlos faz uma viagem pela Europa, vive várias relações
amorosas e compra o material necessário para começar a exercer a sua
profissão.
Chega a Lisboa, instala-se no Ramalhete com o avô e cria um consultório (o
tempo que passa lá é perdido pois não aparecem doentes) e um laboratório de
investigação. Reencontra-se com João da Ega.
CAPITULO V
1º êxito clinico de Carlos.
Ega está numa relação adúltera com a mulher do banqueiro Cohen.
Ega propõe a Carlos que conheça os Gouvarinho (a condessa interessada em
Carlos) e isso acontece em S. Carlos.
CAPITULO VI
Carlos conhece a Vila Balzac (onde Ega vive).
Carlos conhece Craft e Ega organiza um jantar no Hotel Central para que eles
se conheçam melhor pois acha-os parecidos por terem educação e
temperamento britânico, serem de um classe superior e serem diletantes
(divertem-se sem levar nada a sério e cultivam as artes e letras).
Ega converte o jantar para eles se conhecerem num jantar de homenagem ao
banqueiro Cohen.
Carlos vê Maria Eduarda quando está a entrar no Hotel Central.
Carlos conhece Dâmaso (represente os vícios e defeitos da sociedade
lisboeta, é novo rico, desonesto e vil), Alencar (poeta, representa o ultra-
romantismo na obra) e Cohen.
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Durante o jantar fala-se de literatura (Ega a favor do Naturalismo; Carlos,
Alencar e Craft contra), de finanças e política (os políticos só sabem cobrar
impostos e fazer empréstimos) e da revolução (invasão espanhola não obrigava
a perda total de independência).
CAPITULO VII
Dâmaso e Craft começam a frequentar o Ramalhete. Craft é simpático e
Dâmaso é metediço.
Ega vem pedir dinheiro a Carlos e falar-lhe do baile de máscaras em casa dos
Cohen a que quer que ele vá.
Carlos vai ao aterro na esperança de ver Maria Eduarda. A condessa de Gouvarinho leva o filho ao consultório de Carlos com uma falsa
doença só para o ver.
Dâmaso vai para Sintra com os Castro Gomes.
Carlos vai também a Sintra (para tentar ver Maria Eduarda (faz parte dos
Castro Gomes) e leva Cruges.
CAPITULO VIII
Quando vai a Sintra, Carlos encontra Eusebiozinho com Palma e duas
espanholas, Eusebiozinho ofende uma espanhola e a sua companheira obriga-o
a ir-lhe pedir desculpa.
Cruges deleita-se com a paisagem de Sintra e encontram Alencar que os
acompanha a Seteais e os informa de quem é o Palma.
Descobre que os Castro Gomes já tinham abandonado Sintra.
Regressa a Lisboa com os dois companheiros.
CAPITULO IX
Dâmaso chama Carlos para ir assistir a filha dos Castro Gomes (Rosicler) que
simpatiza com ele.
Dâmaso conta-lhe dos planos de aventura com a Castro Gomes quando o
marido se ausentasse para o Brasil.
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No Baile de Máscaras, o Cohen insulta Ega pois tinha descoberto a sua relação
com a sua mulher, Ega quer desafia-lo para um duelo mas Craft e Carlos
convencem-no a não o fazer.
No dia seguinte, sabem que os Cohen fizeram as pazes e iam para Inglaterra,
mas que o Cohen tinha batido à mulher. Ega vai para Celorico depois de se desenvencilhar das dívidas que tinha.
Começa a frequentar a casa dos Gouvarinho e beija a Condessa.
CAPITULO X
Ao fim de três semanas de relação com a Gouvarinho, Carlos já está
enjoado. Era suposto Dâmaso apresentar os Castro Gomes a Carlos, mas falha.
Carlos vai às corridas no hipódromo, Gouvarinho propõe-lhe que passe uma
noite com ela em Santarém e Carlos acaba por aceitar. Ganha uma fortuna
numa aposta.
Nas corridas há 3 desordens causadas pela demora na entrada das
carruagens, pela discordância quanto à decisão do juíz Mendonça
relativamente ao cavalo vencedor e devido a uma agressão de D. Pedro
Vargas a um criado do bufete.
Descobre que Castro Gomes foi para o Brasil e que a mulher ficou em
Lisboa, num andar arrendado da casa do Cruges.
Quando chega ao Ramalhete, encontra um bilhete da Castro Gomes a
pedir-lhe que vá a sua casa para ver uma pessoa da família que estava
doente.
CAPITULO XI
Carlos conhece Maria Eduarda (a Castro Gomes).
Quem está doente é Miss Sara, que está uma bronquite que exigirá
descanso.
1ª conversa entre Carlos e Maria Eduarda.
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Dâmaso vai para Penafiel (morte de um familiar) e a condessa de
Gouvarinho está no Porto (pai com uma apoplexia), pelo que Carlos pode
estar com Maria Eduarda.
Um dia, encontram-se Maria Eduarda, Carlos e aparece Dâmaso em casa
de Maria Eduarda.
CAPITULO XII
Ega volta para Lisboa e fica no Ramalhete.
Carlos está com a Gouvarinho, mas o encontro é frio.
Ega descobre do “romance com a brasileira” que Dâmaso lhe contara,
mas distorcido. Jantar dos Gouvarinho (a condessa refere a brasileira, Carlos consegue
despistar as suas suspeitas mas tem de passar uma manhã com ela).
Carlos está com Maria Eduarda, Dâmaso aparece mas ela recusa-se a
recebê-lo.
Maria comenta que quer uma casa com jardim, Carlos concebe a ideia de
comprar a casa de Craft e de lhe alugar a casa por um ano e diz-lhe.
Depois, acaba por lhe confessar o seu amor por ela.
Carlos trata do negócio e informa Rosa (=Rosicler) e Maria Eduarda.
Nessa noite, conta a Ega tudo sobre o seu romance.
CAPITULO XIII
Dâmaso espalha que Carlos está em romance com a brasileira que
apenas o preferia por causa de ele ser rico (descobre por Ega e
Alencar).
Carlos ameaça Dâmaso, que passava com o Gouvarinho e o Cohen, de lhe
arrancar as orelhas se continuar a difamá-lo.
Carlos e Maria Eduarda visitam a casa dos Olivais.
Aniversário de Afonso da Maia.
Carruagem chega para falar com Carlos, é a condessa de Gouvarinho e
terminam a relação (ela ameaça-o).
CAPITULO XIV
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Afonso vai para Santa Olávia, Maria Eduarda para os Olivais e Ega para
Sintra.
Carlos passa as tardes na Toca (casa dos Olivais) com Maria Eduarda,
depois, começa a passar também as noites e, por fim, aluga uma casa
nos Olivais. Carlos leva Maria Eduarda a conhecer o Ramalhete e ela conhece Ega
que chegava de Sintra.
Carlos vai a Santa Olávia (avô desgostoso por ele ainda não o ter
visitado).
Quando chega a Lisboa, o Castro Gomes visita Carlos para dizer-lhe que
tinha recebido uma carta que lhe revelava o seu envolvimento com a suamulher e apenas lhe queria dizer que não era seu marido, a Rosa não era
sua filha e que para a ter limitava-se a dar-lhe o nome e pagar-lhe
(Carlos humilhado, desabafa com Ega, quer enviar a Maria Eduarda um
cheque e umas linhas de despedida)
Decide ir ele aos Olivais, encontra a criada Mélanie que lhe conta que já
lá estivera Castro Gomes e que Maria Eduarda ficou muito
transtornada e que já há meses que não gastava o dinheiro de Castro
Gomes.
Carlos recrimina Maria, as suas lágrimas e explicações acabam por o
convencer que não é uma mulher vulgar e ele pede-a em casamento.
CAPITULO XV
Maria conta a Carlos toda a sua história e acentua que era a primeira
vez que realmente amava.
Carlos conta tudo a Ega, diz-lhe que só lhe custa o desgosto que
causará ao avô e Ega sugere-lhe que adie o casamento para depois da
morte de Afonso.
Amigos de Carlos vão à Toca (primeiro só Ega).
Dâmaso escreve um artigo para a Corneta do Diabo (com a ajuda de
Eusebiozinho) a difamar Carlos e Maria mas Ega, felizmente, consegue
suspender a tiragem e manda um exemplar a Carlos.
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Ega e Cruges vão desafiar Dâmaso, a pedido de Carlos, e ou ele se trava
num duelo ou assina uma carta a declarar-se um infame. Dâmaso assina
a carta redigida pelo Ega em que se assume como um bêbedo.
A carta é publicada em A Tarde.
Afonso regressa de Santa Olávia.CAPITULO XVI
Maria está agora na Rua de São Francisco.
Carlos e Ega vão ao Sarau da Trindade, onde actuam Cruges e Alencar.
Ega conhece o Sr. Guimarães, tio do Dâmaso, que lhe pede que diga que
não o considera um bêbedo.
Carlos segue Eusebiozinho depois de ele sair do sarau e dá-lhe umatareia pela sua intervenção no artigo para a Corneta do Diabo.
Carlos e Ega voltam para casa separados e Ega encontra Guimarães que
lhe entrega um cofre da mãe de Carlos e lhe pede que o entregue a
Carlos ou à irmã, Maria Eduarda (REVELAÇÃO).
Ega decide que irá contar tudo a Vilaça para resolver o problema.
CAPITULO XVII
Ega conta tudo a Vilaça que via tudo pelo lado prático das coisas
(dinheiro, partilha da herança).
Contam a Carlos a verdade.
Carlos conta ao avô que aparecera a sua neta, que estranhamente fica
abalado, acabando por revelar a Ega que sabe que Carlos estava
envolvido com a irmã.
Carlos vai ter com Maria Eduarda para lhe contar tudo, mas acabam por
se envolver.
Carlos continua a passar as noites com a irmã e Ega diz que partirá pois
não pode assistir ao incesto mas Carlos demove-o.
Carlos começa a sentir alguma repugnância física pela irmã.
Uma noite, ao vir de estar com ela, encontra o avô. Afonso morre no dia
seguinte.
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Carlos pede a Ega que conte a Maria do sucedido e parte para Santa
Olávia.
Ega conta parte da verdade a Maria Eduarda e pede-lhe que vá para
Paris dando-lhe algum dinheiro e a carta onde se revela o resto da
verdade.
CAPITULO XVIII
Carlos e Ega vão fazer uma viagem à volta do Mundo.
Ega volta a Lisboa e Carlos fica a viver em Paris.
Ao fim de 10 anos, Carlos volta e Ega conta-lhe que Maria Eduarda ia
casar com um francês. Concordam que falharam na vida mas que nada os fará apressar o passo.
Ao irem na rua, atrasados para o jantar, começam a correr para
apanhar o “americano”.
SIMBOLISMOS
Afonso – nobre, “varão esforçado das idades heróicas”
Pedro – inspirado, conscientemente ou não, nos desastres amorosos em Portugal (Pedro
e Inês).
Carlos – último Stuart.
Ramalhete – designação e emblema associado à importância da terra no passado da
família; a gravidade clerical associada à influência da Igreja na época; as obras de
restauro associadas a uma nova oportunidade pela modernização da casa (subjacente a
do país) abrindo portas para uma nova etapa (Geração de 70) e a última imagem,
abandonado e triste, associado ao espírito vencido das personagens e do país.
Quintal do Ramalhete – cascata, que quando Afonso morre, apenas se ouve o seu choro
e que simboliza a eterna melancolia do tempo que passa, sentimentos que leva e da
marca implacável que deixa no homem e nas coisas e a estátua de Vénus, que marca o
princípio e fim da tragédia, pois enegrece com a fuga de Maria Monforte, renova-se e
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resplandece com o aparecimento de Maria Eduarda e no fim acaba coberta de
ferrugem verde.
A Toca – o nome, associado à habitação de alguns animais, que se associa ao carácter
animalesco do relacionamento entre Carlos e Maria Eduarda (prazer acima da razão) e
os aposentos de Maria Eduarda simbolizam a tragédia da relação, a profanação das leiscristãs e humanas, a sensualidade pagã e excessiva onde não há respeito pelos outros.
o Armário do Salão Nobre – peça superior representa a fé dos Maias, imagens dos
santos simbolizam a religião, guerreiros simbolizam o duro esforço das armas e
Faunos são Carlos e Maria Eduarda, indiferentes à fé, inconscientes da
ascendência e indiferentes a valores espirituais (não fazem nada senão viver
pelos sentidos). CORES
o Vermelho – amor e tragédia (sangue) – desencadeia a sensualidade (Marias) e
provoca a morte (Pedro, Afonso e Carlos (psicológica))
o Amarelo – ouro de essência divina, Outono (velhice).
o Vermelho e negro – vida e morte, divino e humano, aparência e realidade, força e
fraqueza.
Estátua de Camões – Portugal expansionista, nostalgia de um passado glorioso.
Chiado – os mesmos vadios e sujeitos melancólicos – Portugal regenerado que provoca
decadência e frustração (tudo na mesma).