OS DOIS

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Livro “ OS DOIS “ Poesias e Contos ( completo e revisado)

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Livro de poesias e contos

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Livro “ OS DOIS “ Poesias e Contos ( completo e revisado)

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PREFÁCIO

Tinha 15 anos de idade, quando comecei a desconfiar que alguma coisa estava errada, foi como se eu tivesse descoberto um grande segredo, porém tudo era muito confuso. A partir desse momento, passei a prestar mais atenção em tudo que acontecia não só comigo, mas também com as outras pessoas, foi como se eu me dividi-se em dois, um era como um boneco, um fantoche, e o outro era quem manipulava esse boneco, e administrava cada um de seus passos. Com essa nova maneira de viver, fui descobrindo coisas incríveis, todos em minha volta, começaram a me chamar de inteligente, muitas vezes, não pelo que eu respondia, mas porque antes de falar ou fazer qualquer gesto, eu pensava na reação dos outros e muitas vezes, sem saber o que falar ou gesticular, eu ficava quieto, pois com isso diminuía em muito as chances de eu falar ou fazer coisas erradas, e foi assim que descobri, que em muitas situações, a resposta inteligente pode ser o silêncio.

Os anos foram passando, e cada vez mais eu prestando atenção em tudo que acontecia a minha volta, foi quando passei a analisar não só os atos do meu personagem, mas também as outras pessoas, tentando entender o todo, ou quem sabe chegar até uma resposta.

Mais anos se passaram e eu a cada dia procurando uma explicação, o motivo pelo qual o ser humano, aceite a fome, a miséria, sem reclamar por seus direitos. E foi analisando o sistema como um todo, não só em nível de Cidade, Estado, Pais, mais a terra como um todo, pois jamais conseguiria montar um quebra-cabeça, analisando as peças em separado, ou seja, nada acontece por acaso, toda ação gera uma reação. A lei da natureza é a lei de Deus, é perfeita, e foi através dela que cheguei uma resposta única para todas as perguntas.

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Cada um de nós tem uma maneira própria de ver o mundo, no entanto a teoria da relatividade é única, ou seja, o medo, a inveja, o ciúme a tristeza, a felicidade, o amor, o êxtase, são sentimentos que fazem parte da nossa vida, e é justamente, através desses sentimentos, que um sistema administra a vida das pessoas, fazendo com que os fracos se tornem forte, e os verdadeiramente fortes, se sintam fracos.

Agradeço a Deus, pela chance, de administrar minha vida, e passar para o próximo, tudo que aprendi, porém encontrar uma resposta, não é tudo, ninguém é feliz sozinho. Escrever esse livro foi a maneira, que encontrei de passar para outras pessoas, a minha maneira de ver as coisas, acredito muito na força do espirito santo, que existe dentro de cada um de nós, e que o paraíso, a felicidade, está aqui mesmo, basta um pouco de coragem, encarar o espelho de frente, cada um de nós é exatamente aquilo que deseja ser, basta ter coragem, e acreditar em si mesmo. Os bens materiais não são objetivos, mais sim meios, o sistema inverte essa ordem, e usa os bens materiais, como uma das suas principais ferramentas de manipulação de seres humanos, nós não podemos abrir mão da vida ela é a única razão estarmos aqui.

O AUTOR

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AGRADECIMENTOS

Todos aqueles que de maneira direta ou indireta, fazem parte de

minha vida, em especial a meus pais, e minha familia por confiarem

em mim, apesar de algumas vezes não me compreenderem mas

respeitam a minha maneira de ser. Agradeço também a todos os

pensadores, que deixaram suas mensagens, e nelas a certeza de um

futuro melhor, e muito me ajudaram a encontrar respostas para

problemas que aparentemente não tinham solução.

Muito obrigado!

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LÁGRIMAS QUE FALAM

Às vezes sou pego de surpresa

Uma lágrima sai dos meus olhos

E eu não sei o por que

Fico pensativo,

Pois, sempre que choro

É porque tive uma emoção muito forte

Seja de alegria ou de tristeza

Será que esta lágrima

Que corre no meu rosto

Não é alguém querendo se comunicar comigo

Será que existe outro dentro de mim mesmo

Será que este alguém

É quem eu procuro tanto

Será que eu estou fazendo ele sofrer

Ou será que ele se emocionou

Ao me olhar pelo espelho

Será que sou eu mesmo ?

Será ?

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MONTANHA DA MORTE

Sentado no banco da praça, olho para cima e vejo uma linda montanha, tão alta que pode ser vista por “todos”.

Ela é linda, tem uma cachoeira de águas cristalina, e o contato da água com as pedras, forma uma nuvem, os raios do sol cortam a nuvem, formando um lindo arco-íris.

Como é linda a montanha, toda vez que a vejo sinto algo diferente, é como se lá decima alguém estivesse me olhando e querendo me dizer algo.

Todos os dias fico horas e horas contemplando sua beleza e imaginando, como seria bom se eu pudesse ir até o alto da montanha, todos iriam me olhar e eu seria como um rei.

Chega de sonhar, vou em busca de meu sonho, sou jovem, tenho a vida pela frente, e no livro está escrito que a felicidade está lá no alto.

Amanhã bem cedo vou partir em busca da minha felicidade, e se Deus me ajudar conseguirei chegar até o topo da montanha.

Através do jornal, consegui meu primeiro emprego, lá estou eu, trabalhando de office-boy, andando pra lá e pra cá, arquivando um monte de papeis, no final da tarde, faço horas extras, preciso chegar ao alto da montanha.

O tempo vai passando, e a cada dia vou me aproximando mais do topo daquela linda montanha. Sinto que esta viagem me desgasta a cada dia, mas isso não importa, eu quero chegar até o alto daquela linda montanha e passo a passo vou chegar lá.

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Mais alguns anos, me encontro sufocado por uma gravata, numa mesa de gerência com um sorriso forçado, que nem sei do que estou rindo, nem o porquê, acho que meu time ganhou o campeonato.

Estou no meio da montanha, a cachoeira faz muito barulho, a nuvem formada pela água que bate nas pedras, me impede de ver o topo da linda montanha.

Mais alguns passos e me vejo novamente sufocado por uma gravata, estou sentado numa linda e confortável poltrona, em cima da mesa uma placa muito bonita, escrito Diretor.

Do outro lado da mesa, uma moça chorando, e pedindo para que eu lhe dê um aumento de salário, parece ser uma faxineira, que dificilmente chegará ao topo da montanha.

- Não, esta é a resposta!

Já não vejo mais a cachoeira, estou bem próximo do alto da montanha e sinto saudades daquele banco da praça, de lá eu podia ver toda a montanha, a cachoeira, o arco-íris, no final da tarde, o sol se punha bem atrás dela, eu era feliz e não sabia.

Puxa, que saudade, mas agora não posso mais voltar, não ha caminho de volta, faltam poucos passos.

A mesa é grande, as cadeiras são de encostos altos e confortáveis, vários homens sentados nas cadeiras de luxo, todos sufocados pela gravata, eles são diretores, e eu já sou o Presidente, minha cadeira é maior e mais confortável, porem a gravata continua a me sufocar, parece que quanto mais, eu afrouxo, mais ela aperta, me sinto enforcado.

Aqui estou, no alto da montanha como uma estátua fria, como uma pedra, olhei para cima e não vi mais nada, olhei para os lados, ninguém estava sozinho, quando olhei para baixo, uma grande decepção, pessoas andando em círculos, muitos passando fome,

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outros roubando, outros matando, outros se protegendo com medo, e numa praça alguém me olhando e sorrindo.

Um urubu pousou do meu lado, tentei espanta-lo, mas ele insistia em ficar, acho que ele estava com fome, foi então que lembrei:

“Os urubus só pousam, onde tem carniça”

Já faz tempo que não sei o que é sorrir, aquela felicidade que o livro dizia, não existe, dediquei grande parte da minha “vida”, correndo atrás do nada, um vazio, quanto mais perto do topo da montanha, mais longe da felicidade, todos nós somos diferentes uns dos outros, cada um de nós deve seguir o seu caminho, para não morrer em vida, e sentir este vazio, que só quem chega ao topo da montanha pode sentir. Gostaria de poder voltar, descer cada degrau, voltar a ser feliz, poder ver novamente o arco-íris, e quem sabe voltar à vida.

Agora sentado no banco detrás de um grande carro, na frente um motorista, me levando de nenhum lugar, para lugar nenhum, em minhas mãos um jornal que diz que eu sou feliz.

Olho para o lado e vejo uma praça, feia e suja, uma lágrima sai dos meus olhos, quando vejo a faxineira sentada no banco da praça, olhando para cima e sorrindo.

A montanha é linda, faz parte do grande e maravilhoso cenário da vida, ela é de todos. E aqueles que hoje acham que são os donos da montanha, perderam o verdadeiro sentido da vida.

A verdadeira felicidade é ir e voltar até o topo da montanha, sem sair do banco da praça.

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TEORIA DO JACARÉ

Quando criado em cativeiro, o jacaré têm tudo do bom e do melhor, comida de boa qualidade, água tratada, e em muitos casos musica ambiente, tudo para que ele coma bem, durma bem e tenha uma vida saudável.

Coitado do jacaré não sabe que apesar das mordomias sua vida é toda programada, cada passo é cientificamente planejado, para que após um certo tempo, seu dono tenha bons lucros com a venda de seu couro.

Já o jacaré do pantanal não tem nenhuma mordomia, todos os dias luta para sobreviver, no entanto se alguém quiser ter lucro com a sua pele, tem que enfrenta-lo, pois além do couro ele tem algo muito mais valioso, A VIDA.

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TEORIA DA MAÇA

A Maça

É doce como o mel

Nos alimenta

E nos mantém vivos

Todos temos direito a ela

Brancos, Negros, Amarelos, alimenta a todos

Todas as maças têm o mesmo tamanho

E a mesma vitamina

Nos perdemos a vida

Quando comemos mais de uma maça

Pois a cada maça que se come a mais

Representa uma vida a menos

As leis de Deus são perfeitas

Só a primeira é nossa por direito

As maças pedem o gosto proporcionalmente

As vidas que estamos destruindo

Não importa quantas maças você já comeu

O que importa, é que daqui pra frente

Você coma apenas a sua

Assim haverá maças para todos

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TEM COISAS QUE ATÉ UM CEGO VÊ

Mentira !

Mentira !

Mentira !

Até quando vamos continuar mentindo

Até quando vamos continuar nos enganando

Até quando vamos continuar representando

Até um cego pode ver que está tudo errado

Até um cego pode ver nossa hipocrisia

Até um cego pode ver que estamos nos matando

Não tenha medo de encarar você mesmo

Olhe no espelho, sem medo, é única chance

Tente enganar a si mesmo

Tente provar que você é melhor que alguém

Tente não ver o Espirito Santo

Encare de frente a

Verdade !

Verdade !

Verdade !

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FOGÃO DE LENHA Nele, mamãe preparava comidas gostosas, nas noites frias, ele

aquecia a casa, meus filhos assavam o milho, ele parecia mais um da

família.

Com um machado afiado, eu cortava lenhas e empilhava a seu

lado, nunca faltou lenha, nunca faltou comida naquela panela de ferro,

todos comiam e se fartavam, eramos felizes.

Nos dias quentes, ele também cozinhava, espalhava calor por toda

a casa, ficávamos do lado de fora, esperando a comida ficar pronta.

Mas o homem foi ficando mais “evoluído”, os lampiões foram

trocados por lâmpadas, era uma luz que clareava muito, porem não

tinha o brilho do fogo. Trocaram também o ferro de passar roupas, não

precisava mais de carvão, esquenta ligado a um fio na tomada.

Chegou o fogão a gás e assim foi chegando o seu fim, o carvão se

acumulava, faltava lenha ao seu lado. Até a panela de ferro dançou,

foi trocada por uma de alumínio.

O fogão a gás esquentava, as panelas brilhavam, porem não

aquecia a casa, nas noites de frio, todos sentavam ao seu lado, alguns

sorriam, porem nem todos eram felizes, alguns até reclamavam, do

cheiro da madeira queimando ou quando caía algum carvão no chão.

Até o milho passou a ser dividido, uma parte ficava sobre o Fogão de

Lenha e outra parte, ia para a panela de alumínio, sobre o fogão a

gás.

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Logo depois, veio o aquecedor elétrico, e o fim do fogão de lenha,

foi decretado.

Cada porrada, não sei por que, mais eu também sentia, tijolo por

tijolo sendo quebrado pelas crianças crescidas, que antes brincavam a

seu lado e hoje batem sem dó.

Assim terminou um Fogão de Lenha, mas não foi o único, o ferro

de carvão juntou-se a panela de ferro e viraram sucata.

Hoje o fogão já é outro, um microondas gelado. A comida parece

ração, poucos fazem regime e muitos passam fome, o microondas

cozinha pra poucos.

Lembro com saudades, daqueles dias de inverno, todos felizes ao

seu lado.

Hoje estou num asilo, rezo muito por meus filhos, mas não sei

onde eles estão. Obrigado Fogão de Lenha, além de alimentar a

minha família, você alimentou meu coração.

A comida aqui não tem gosto, no almoço e na janta eu me lembro

de você, da panela de ferro, do ferro de passar, que usava carvão, da

minha família. Mas é nas noites frias eu sofro mais, não por estar

sozinho, mas por não ter ninguém pra me aquecer, e a certeza de que

meus dias também estão contados.

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FOME

Meus olhos ficam embaçados

Meu coração se acelera

Minhas pernas parecem pesadas

Mau posso levantar os braços

Na barriga, um vazio imenso

Bebo água

A barriga parece furada

O vazio aumenta cada vez mais

Minha pele começa a perder a cor

O vazio da barriga passa para a cabeça

Só vejo uma nuvem branca

Não consigo mais me equilibrar

Então, caio

Acordo, num hospital público

Meu braço furado, com uma agulha

O soro, pingando

Minhas vistas começam a clarear

O vazio vai desaparecendo

Acaba o soro

Me mandam embora

Já estou curado

-

Mais do que soro

Eu preciso é de carinho

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PEDRO VAGABUNDO

De repente, acordo. Estou morando num barraco, tenho três filhos José de dois anos, Renato de seis anos e Paula de 11 anos, estou casado com Maria que bebe muita pinga.

Estou sentado numa cadeira toda remendada, que em breve poderá cair, na mesa tem um copo com um liquido banco ,pela metade, curioso pego o copo e sinto o cheiro da pinga, é eu também bebo pinga, mesmo sem querer bebo o resto que está no copo, num só gole.

Levanto e vou até o quintal, lá estão meus dois filhos menores, brincando, sem chinelos, sem camisa, sem calça, apenas uma cueca suja e remendada, procuro por Paula, a mãe responde, foi para escola e logo vai chegar, tá ficando louco canalha, você que a levou para escola hoje cedo.

Procuro roupas não encontro, procuro comida, só encontro restos de lanches, e meia coxinha que parece gostosa.

Quando olho em volta, vejo de um lado uma bela casa, com um lindo carro na garagem, viro para outro lado, um posto de saúde, e uma longa fila com pessoas doentes e tristes, esperando para serem atendidas.

Por que meus filhos sofrem ?

Por que minha esposa esta triste, só bebe e xinga ?

Por que minha casa é feia, e nossas roupas velhas ?

Por que não há comida, só restos de comidas daqueles que podem comer ?

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Vou dar uma volta, para ver se consigo arrumar um emprego.

Mas espere, não posso procurar emprego, com estas roupas rasgadas, descalço, barba e cabelo compridos, e sujos.

Já sei vou até a casa do lado e pedir emprestado uma camisa, um sapato, uma calça e quando eu voltar eu devolvo.

Aperto o botão da campahia, em pouco tempo alguém abre a porta, está vestida com um avental, deve ser a empregada, ela me olha, com um olhar de desprezo e antes que eu diga algo, ela grita.

- Seu vagabundo, filho da puta, vê se te enxerga, sai da frente da casa, vai trabalhar vagabundo !

Sem saber o que dizer, pedi desculpas nem sei do que, e voltei para casa, coloquei duas doses de pinga, uma para mim e outra para minha esposa.

Minha filha chega da escola, chorando,

- O que foi minha filha !

- Pai, os meus amigos riram de mim, porque repeti três vezes a merenda, eles me chamaram de gulosa, mas eu só comi duas, uma delas eu coloquei num saquinho e trouxe para os meus irmãos.

- A diretora me mandou ficar dois dias sem merenda, e nunca mais levar para casa.

Volto ao quintal e vejo um poço, tiro a tampa, desço o balde, e puxo, parece fundo, fico atento para as crianças não chegarem perto, me parece muito perigoso.

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Tomo um banho, coloco outra roupa, que apesar de velha e rasgada , vejo através de um pedaço de espelho, um homem triste, porém determinado e cheio de esperança.

Vou procurar emprego assim mesmo, descalço, com uma roupa rasgada, porém limpo e de cabelos penteados.

Começo a andar a procura de emprego, é minha única chance, assim terei dinheiro e logo minha vida vai melhorar, e os outros, não mais poderão chamar minha filha de gulosa, e eu não serei chamado de vagabundo.

Vejo homens e mulheres vestido com macacões todos da mesma cor, uns varrendo a rua e outros juntando o lixo no latão, algo está escrito nos seus macacões, mais eu não sei ler, me aproximo, tentando uma conversa, quem sabe um dia eu também possa ter um destes bonitos macacões cor de abóbora.

- Como o senhor se chama ?

- Meu nome é Pedro e o seu ?

(e agora, eu não sei meu nome)

- Moço, como o senhor se chama ? está surdo ?

- Pedro, meu nome também é Pedro, estou procurando um emprego, gostaria de trabalhar e ganhar dinheiro para sustentar minha família, sou pobre, preciso de um emprego. Gostei dos seus macacões, - Você gosta desse trabalho ? - Será que na sua empresa estão precisando de mais pessoas para trabalhar ?

- Eu trabalho na prefeitura já faz vinte e um anos, varro as ruas, como se fosse minha casa, estou velho e cansado, o que ganho, mal dá para sobreviver, mas em breve eu me aposento, ai sim estarei

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tranqüilo, não precisarei mais trabalhar e continuarei recebendo até morrer.

- Vai amanhã cedo ao DP, e pede uma vaga !

- DP o que é isso?

- É onde a gente é contratado para trabalhar, só que dificilmente tem vaga, são muitos os vagabundos que querem trabalhar.

Um garoto se aproxima, e começa a vasculhar o latão de lixo a procura de alimento, não encontra nada e vai embora.

Mas enquanto ele vasculhava, notei que havia um material brilhante no latão, a luz ofuscava meus olhos, como tinha bebido pinga, pensei, acho que ainda estou de bêbado, onde já se viu uma luz no latão de lixo.

Andei um pouco mais, e vi, outros homens parecidos comigo, roupas velhas, sujas de cal e cimento, trabalhando, subindo e descendo latas de concreto, todos pareciam muito fortes, deviam comer bem, me aproximei, e um deles gritou.

- Aqui não tem esmola, vá pedir em outro lugar.

- Mas eu não vim pedir esmola, vim pedir um emprego.

- É a mesma coisa !

Disse um outro, se aproximando, com raiva.

- Igual a você todo dia vem muitos aqui, nós trabalhamos muito, e ganhamos pouco, justamente por isso, se a gente reclama com o patrão, ele manda a gente embora, e colocam outro vagabundo para trabalhar no nosso lugar, e continuam pagando pouco, o mínimo possível.

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- Some daqui, filho da puta, é a melhor coisa que você pode fazer.

Fiquei parado, sem saber o que dizer, uma lágrima saiu dos meus olhos, sem eu saber o porque.

Dois homens fortes se aproximam, e eu pensando que iríamos conversar...

Bummm

Um soco, bem no meio da cara, caio no chão, outro me chuta nas pernas, outro me dá um chute no estômago, que embora vazio, doeu muito, sem ter como reagir, gritei.

- Parem, por favor, parem pelo amor de Deus!

Foi então que apareceu o Pedro (lixeiro da prefeitura), que me estendeu a mão e me salvou.

- Volta para casa xará, não procure emprego com estas roupas, dá um jeito e arrumar um sapato e uma roupa decente.

- Obrigado amigo, Deus lhe pague !

Saí andando, e numa breve olhada para trás, novamente aquela luz no latão de lixo, caramba estou ficando louco, acho que é a fome.

Continuei andando, quando olhei para o chão

- olha!, uma moeda.

Vou comprar comida, mas espere, tenho uma família, não posso comer sozinho.

Mas por outro lado, esta moeda não dá para comprar comida para todos, o que faço, já sei vou comprar uma dose de pinga, ela não

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alimenta, mas não sei por que me deixa mais conformado, talvez seja porque vagabundo toma pinga.

A moeda era boa, o dono do bar enche o copo até a boca, tomo um gole, e, espere, enquanto eu estou aqui bebendo, ninguém me xingou de vagabundo, nem me bateu.

Tem outro homem ali, do outro lado do balcão, bebendo também, vou ficar com este meio copo de pinga, e vou me aproximar dele, quem sabe ele possa me ouvir, e assim eu desabafo um pouco, estou me sentindo muito sozinho, preciso conversar com alguém.

- Olá amigo, tudo bem ?

- Tudo bem coisa nenhuma, estou muito doente, e não tenho dinheiro para comprar o remédio , trabalho numa grande empresa, e cometi um erro na linha de produção, me suspenderam por uma semana, estou aqui vagabundando, mas deveria estar trabalhado. - Minhas mãos só param de tremer quando bebo pinga, e naquele dia, eu não tinha bebido, minhas mãos tremeram e o serviço saiu todo errado. - Tenho que ir embora, se os patrões descobrirem meu problema, eles me despedem e eu não quero passar fome. - Tchau amigo! Qual é o seu nome ?

- Pedro, eu me chamo Pedro, e você ?.

- Meu nome é Rodnei, mas me chamam de Nei. - Até outro dia Pedro !

Tomei o resto da pinga, e quando eu ia saindo.

- Obrigado amigo, volte sempre ! Aqui você é sempre bem vindo.

Hoje não adianta continuar procurando emprego, vou voltar para casa, hoje não conseguirei nada, quem sabe amanha.

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Mas e agora, como voltar, andei muito e me perdi, a única coisa que lembro bem, é da minha família, do poço fundo, não sei nem o nome bairro onde moro, e agora. Já sei , aquela linda casa da vizinha, com um lindo carro na garagem, isto eu me lembro muito bem, vou andar até encontrá-la. O efeito da pinga logo passa, e terei fome novamente.

Comecei andar rapidamente, para chegar logo, olhava cada casa por onde passava, cada carro, e nada, a noite vem chegando, meus passos já são curtos, minhas pernas estão doendo, estou com muita fome, acho que vou parar um pouco para descansar.

Ali esta uma praça, tem outros iguais a mim, descansando. Vou até lá, sento um banco, e logo a minha frente, um casal, namorando, no outro banco, um garoto, saboreando um cachorro-quente. Ah, posso sentir o gosto, daquele pão fresquinho, a salsicha, a maionese, a mostarda, um gostoso guaraná bem gelado.

O que eu não daria para dar uma mordida.

Mas se eu me aproximar, com estas roupas, ele vai ficar com medo e quem sabe também me chamar de vagabundo.

Já está na última mordida, não adianta eu olhar para ele, ele vira a cara, e finge que não me vê, parece que ele tem medo de mim.

Mas espere, ele está comprando outro cachorro quente, será vai me oferecer, puxa, quem sabe.

Nada disso, sentou novamente no banco, continuou saboreando seu cachorro quente, e virou a cara para outro lado, acho que mesmo sem dizer nada, eu o incomodava.

Tenho fome, mas não tenho coragem de tomar da mão dele, ele é que tem que me oferecer, eu continuo esperando, ele parece que continua com medo de mim, se vira e fica de costas.

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Mas por cima do seu ombro, posso ver ele saborear o sanduíche gostoso. Porém já não com tanta vontade, parece que o sanduíche vai aos poucos perdendo o gosto para ele, até que antes do final, faltando um terço para acabar, aquela maravilha, ele vira para o lado, mais uma vez pensei que ele iria dar para mim, pois vinha em minha direção. Nada disso, do meu lado tinha um latão de lixo, antes de ele jogar o pedaço do lanche, eu o chamei.

- Garoto ! espere ! Preciso falar com você ?

Ele se assustou, jogou o pedaço do sanduíche gostoso no lixo, e saiu correndo assustado.

Logo em seguida, fui até o latão, esperei até que ninguém estivesse olhando, não sei por que, mas acho que assim como aquele garoto, tinha vergonha ou medo de me oferecer o resto do sanduíche gostoso, eu também sentia vergonha (por estar pegando do lixo) e medo (de alguém me xingar de vagabundo, filho da puta, ou mendigo).

Assim que fiquei sozinho, peguei o resto do sanduíche que apesar de pequeno, parecia grande dentro da minha boca, sentia seu gosto deste a boca, passando pela garganta, chegando ao estômago, e me dando forças para continuar vivo.

No fundo da lata, ainda tinha guaraná, era pouco, mais completava a grande festa no meu estômago.

Está escurecendo, acho que vou andar um pouco mais, quem sabe eu encontro aquela linda casa da vizinha.

Meus passos são cada vez mais curtos, estou cansado de andar e nada da casa, continuo andando, um carro de bombeiro passa fazendo muito barulho, parece que tem um incêndio, o carro de bombeiro vira a esquina, mas o barulho continua, ele deve ter parado, o incêndio deve ser logo ali, mas não vejo nenhuma fumaça.

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Vou forçar minhas pernas e tentar correr, para ver o que está acontecendo. Quando viro a esquina, lá esta o carro de bombeiro parado em frente a um barraco feio e sujo. Espere, eu estou reconhecendo a casa do lado, meu Deus ! É na minha casa.

Começo a correr, e me aproximo da casa, os homens de vermelho, vem saindo correndo, com uma criança nos braços, é meu filho Renato, havia caído no poço fundo.

- Ele está vivo ?

Pergunto ao homem de vermelho.

- Sim, parece que quebrou um braço e as duas pernas, vamos leva-lo ao hospital.

- Ele é meu filho, eu vou com vocês !

Entramos numa ambulância, o carro saiu em disparada.

Dentro da ambulância, um deles me pergunta.

- Quem é você ?

- Sou Pedro, sou o pai do garoto.

- Onde você estava, seu bêbado, deveria estar tomando conta dos seus filhos.

- Estava procurando um emprego, não sou vagabundo, apenas não tenho um emprego.

- Que procurando emprego nada, você estava era num bar bebendo pinga, posso sentir o cheiro de longe, deveria ter vergonha na cara seu vagabundo !

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Chegamos ao hospital, rapidamente abrem-se as portas, colocam meu filho numa maca, entram num corredor, e mandam-me ir preencher uma ficha.

A moça pergunta ?

- Você é o pai do garoto ?

- Sim, sou eu.

- Quantos anos seu filho tem ?

- 6 anos.

- Qual o seu nome ?

- Meu nome é Pedro

- Pedro de que ? continua o interrogatório.

- Pedro de nada, Pedro Vagabundo.

- Você tem convênio ?

- Não sei o que é isso.

- Você tem um emprego ?

- Não, estou procurando mais ainda não encontrei nenhum !

- Vá sentar naquele banco e espere, seu filho logo será atendido!

- Logo, como assim, ainda não o atenderam por quê ?

Uma Senhora vestida de branco se aproxima.

- Sentimos muito senhor, temos outros aguardando, para serem atendidos, seu filho está no corredor, em cima de uma maca.

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Vou até a maca. Colocaram soro no braço do meu filho, ele parece sentir muitas dores, seus olhos cheios de lágrimas, está com as pernas e o braço esquerdo imobilizados.

Com a mão direita ele pede que eu aproxime um pouco mais, e chorando muito de dor, me diz.

- Pai, a minha bola caiu lá no poço, pega ela, amanhã eu quero brincar com senhor.

- Claro filho, não se preocupe amanhã, eu pego ela para você, agora fique quieto, que a dor logo vai passar.

Um homem vestido de branco pega a maca, leva meu filho para ser atendido, a mulher de branco segura no meu braço, me guia até a saída do hospital.

- O senhor não pode ficar aqui, já é tarde, vá para casa, tome um banho, coloque roupas limpas e volte amanhã cedo, nós tomaremos conta de seu filho, fique tranqüilo.

Começo a andar, muito cansado, sento na beira da calçada.

Como posso voltar para casa, novamente estou perdido, a ambulância deu muitas voltas, não sei o caminho de volta.

Já é noite, está muito escuro, e frio, estou cansado, e com muita fome.

Tem um latão de lixo do outro lado da rua, vou até lá, quem sabe, alguma comida, algum pedaço de sanduíche.

Mas como conseguirei atravessar a rua, minhas pernas quase não se mexem mais, meus olhos, cheios de lágrimas, os faróis dos carros me deixam quase cego. Vou tentar, não tem outro jeito, se ficar aqui poderei morrer de fome, as pessoas passam apressadas e assustadas, todos parecem ter medo de mim.

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Com muito esforço, consigo ficar de pé, lá vou eu.

Um passo, dois passos, no terceiro, uma luz brilhando, parecia a mesma luz daquele latão do lixeiro, só que esta não está parada, está vindo em minha direção.

- Mãeeeeee...

Não podia ver mais nada, não sentia mais cansaço, até a fome passou. Meu corpo adormecido, não sentia meus braços, nem as pernas, apenas meu coração, insistindo em bater.

Espere, meus ouvidos, ainda posso escutar.

- Coitado, estava bêbado, não viu o carro. Eu não tive culpa ! Não filho, não se aproxime, ele está morrendo.

- Pai eu conheço ele, é um vagabundo, queria roubar meu sanduíche , hoje à tarde lá na praça.

- Bem feito !

De volta ao hospital.

O homem de branco, examina. O coração não bate mais.

- Tirem ele da fila, o Pedro vagabundo está morto.

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TEORIA DA MAÇA

A Maça

É doce como o mel

Nos alimenta

E nos mantém vivos

Todos temos direito a ela

Brancos, Negros, Amarelos, alimenta a todos

Todas as maças têm o mesmo tamanho

E a mesma vitamina

Nos perdemos a vida

Quando comemos mais de uma maça

Pois a cada maça que se come a mais

Representa uma vida a menos

As leis de Deus, são perfeitas

Só a primeira é nossa por direito

As maças pedem o gosto proporcionalmente

As vidas que estamos destruindo

Não importa quantas maças você já comeu

O que importa, é que daqui pra frente

Você coma apenas a sua

Assim haverá maças para todos

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MACACOS IRRACIONAIS

Os macacos trabalhadores estavam ficando inquietos, e a cada dia estava ficando mais difícil mante-los presos trabalhando, trabalhando, comendo apenas o suficiente para ter forças para trabalhar, enquanto poucos ficavam com a melhor parte da produção.

Os covardes sabem que não são tão fortes, e só conseguiram manter os outros presos, porque seus pais que eram fortes e com muita luta, os prenderam, e os filhos herdaram esse poder, mesmo sendo fracos.

A grande e única arma que eles possuem e o controle do sistema, e os outros vivem de uma grande mentira.

Porém, entre eles, existe um, que não aceita a mentira, acredita em si mesmo, sabe do ponto fraco do sistema, e está dizendo aos outros, que todos são iguais, logo todos vão descobrir a verdade, e se isso acontecer, iram se libertar.

Foi então, tramaram uma mentira maior ainda, ou seja, a maior de todas as mentiras.

Pagaram algumas bananas, para um dos seus seguidores, que, levou os soldados controlados pelo sistema, até o seu líder, o prenderam. Porém só prende-lo não bastou. Usaram o líder, como exemplo, para que nenhum outro tenha coragem de enfrentar o sistema, com esta arma tão poderosa que é a palavra. Pegaram um

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macaco grande e forte que estava preso por não querer pagar imposto e ter derrotado vários soldados do sistema, ele tinha mais popularidade entre os macacos, e apesar dos dois prisioneiros buscarem o mesmo objetivo (liberdade), um usava a força física, fácil de ser eliminado, e o outro a palavra, esta sim poderá um dia libertar a todos, desde que cada um acredite em si mesmo. Chamaram todos os macacos, para que a maioria escolhesse qual dos dois, seria libertado, e aquele que têm mais popularidade, com certeza será escolhido, e assim mataram o grande líder, diante de todos, seguindo a “vontade” da maioria dos macacos, e os então covardes do sistema, lavaram as mãos, fazendo a maioria acreditar, que eram culpados pela morte do líder.

E assim, mais uma vez os macacos trabalhadores cumpriram seu papel, ou seja, escolheram um culpado entre dois inocentes.

Com o passar do tempo, os macacos foram se acalmando, acalmando, e até hoje se julgam culpados, e passam a sua vida toda a pedir perdão por um crime que não cometeram e aceitando como normal, trabalhar como escravo, recebendo em troca, apenas o suficiente para ficar de pé, e ter força para trabalhar como camelos, carregando um fardo pesado, como se fosse um castigo daquele que nunca condenou ninguém.

Acreditaram tanto na mentira, que aos poucos, eles mesmos foram tirando as grades da prisão, porém continuam presos, não pelas grades, mas pelas armas do sistema, pelas suas próprias mentes, hoje são como fantoches, uma máquina quase perfeita, com baixo custo de manutenção.

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Várias ferramentas de manipulação foram criadas, tais como: escolas para domesticar, desde o nascimento, até estarem prontos para produzir, competições, cujo prêmio maior é uma banana em forma de troféu; salas de reparos, para fazer ajustes nas mentes dos macacos rebeldes, livros de mentira, para que eles acreditem que nasceram somente para trabalhar, trabalhar; guerras entre macacos de cor diferente, para diminuir o número de macacos em excesso. Dividiram-se em classes, e brigam entre si, para acumular bananas, morrendo afogados na própria comida.

Mas o que impressiona, é ver que, alguns dos macacos são selecionados, para formar uma grande barreira, entre a mentira e a verdade, ou seja, alguns dos macacos, se vestem diferente dos outros, matam seus próprios irmãos para defender os covardes do sistema. Suas mentes são condicionadas a acreditar no que está escrito nos livros de mentira, e que os rebeldes são os inimigos, e assim matam seus lideres e os covardes ficam protegidos pela grande mentira.

Alguns quando começam a desconfiar da verdade, e se rebelam, são presos, torturados, assassinados e alguns se matam com suas próprias mãos, preferindo a morte ao ter que viver como escravo, ou se anular em nome de uma grande mentira.

Depois de morto, sua cabeça é exposta em um lugar público, para que todos possam ver, e os poucos que insistem em procurar seus verdadeiros direitos, fiquem com medo, e continuem a trabalhar, trabalhar, produzindo muito e comendo cada vez menos.

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Assim, todos continuam trabalhando, trabalhando, cada vez mais presos pelas suas próprias cabeças, e mais longe da verdade.

Suas mentes são condicionadas a acreditar na mentira, produzem muito, porém comem pouco, até a água é engarrafada e vendida a preços absurdos, alguns passam fome, embora toneladas de bananas estraguem nas casas dos que podem comer. Quando ficam doentes, os que têm poucas bananas, quase sempre estão condenados à morte, para que outro macaco trabalhador, fique em seu lugar, o que importa é a produção, macaco não tem vida é apenas uma peça, que quando quebra, deve ser trocada.

Tudo para manter um sistema que montou uma grande mentira, para escravizar milhares de macacos e covardemente beneficiar a poucos.

Ao longo do tempo de tanto viver de mentiras, os macacos na sua maioria, perderam até o instinto animal, e morrem pelas calçadas de fome, e frio, já sem força para reagir, acreditando que nasceu para sofrer, e que após a morte, irá acordar num paraíso, cheio de bananas.

Já é tarde, estou com sono, vou dormir, amanha tenho que levantar cedo, colocar minha mascara de macaco trabalhador, vou correr atrás da minha banana, no domingo vou assistir a final do campeonato, o meu time BABACAS enfrenta o OTÁRIOS, o preço do ingresso é meia banana.

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Ano 1992 Ano 2010

EDSON APARECIDO DE BARROS nasceu em São Caetano do Sul -

SP, dia 03/02/63, é do signo de aquário, quando criança vendia,

cocada, sorvete, alho, fez carretos em feiras livres, com 14 anos foi

trabalhar de office-boy, depois passou por diversos cargos em admi

nistração de empresa, foi auto-didata e aprendeu a programar

computador, ministrou aulas de programação de computador em São

Paulo, fez segundo grau Técnico em Eletrônica, Faculdade de

Administração de Empresas (UNICID), Em 1992 mudou para Fátima

do Sul, uma pequena cidade do estado do Mato Grasso do Sul, onde

fez faculdade de Ciências Econômicas (FIFASUL) e Sistemas de

Informação (UFGD), desenvolve programas para computador para

diversas areas administrativas e atualmente com enfase em jogos

educacionais com conteúdo didático e pedagógico.

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(ÚLTIMA PÁGINA)

Não pretendo ser o dono da verdade, porém, sou um ser humano e como tal, não posso aceitar calado, que um sistema de mentiras, continue matando nossos irmãos, de fome, frio, de injustiças, protegendo os covardes e condenando inocentes, colocando ser humano contra ser humano.

“Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei”

(João 13, 34)

Se um dia tivermos que escolher entre dois irmãos, espero que assim como eu, você também seja mais um a gritar “OS DOIS”. Nosso irmão não pode ser nosso inimigo, os verdadeiros culpados, geralmente se escondem atrás de pessoas inocentes, e as usam como escudo.

“ Antes de responder a qualquer pergunta, devemos analisar os objetivos de quem está perguntando “

“ Ninguém pode ser condenado, por não aceitar passivamente um cabresto “

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Fundação BIBLIOTECA NACIONAL

Ministério da Cultura

Certificado de Registro N. 125.473

Livro: 195 Folha: 182 Data: 26/02/1997

PROIBIDO A REPRODUÇÃO, PARCIAL OU GERAL

correspondência para o autor

Rua Major Pedro, 2434 – Fátima do Sul / MS – CEP: 79700-000

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