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OS DESAFIOS DO USO DAS TECNOLOGIAS E AS QUEBRAS DE PARADIGMAS DA MODALIDADE EAD NO AUXILIO DA
INCLUSÃO SOCIAL
BUSSADOR, Alessandra, INOCÊNCIO, Adalberto Ferdnando
Foz do Iguaçu PR: UNIOESTE, 8 a 11 de
dezembro de 2015, ISSN 2316-266X, n.4
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OS DESAFIOS DO USO DAS TECNOLOGIAS E AS QUEBRAS DE
PARADGMAS DA MODALIDADE EAD NO AUXILIO DA INCLUSÃO
SOCIAL
BUSSADOR, Alessandra
Estudante de Especialização do Programa de Pós-Graduação UNICESUMAR
INOCÊNCIO, Adalberto Ferdnando
Professor do Programa de Pós-Graduação UNICESUMAR
RESUMO Este artigo apresenta e discute alguns desafios quanto ao uso das tecnologias utilizadas para o
desenvolvimento do ensino à distância que garantem a implantação de ambientes educacionais virtuais,
facilitando o acesso à formação acadêmica de nível superior, caracterizando a modalidade de ensino a
distância. Visa-se, para isso, apontar algumas de suas diferenças por meio de um estudo dos índices de
qualidade do ensino superior correspondentes aos resultados do ENADE-MEC. É abordada também a
quantificação do crescimento do EAD avaliando o seu impacto econômico e a inclusão social que esta
modalidade trouxe para a atual sociedade brasileira. Percebe-se que este tipo de modalidade é um
potente mecanismo na inclusão social, ressaltando principalmente sua acessibilidade. Apesar desta
flexibilidade, ainda são encontradas algumas limitações, como por exemplo, o grande número de
excluídos digitais e a necessidade de ampla difusão do ensino a distância.
.
Palavras-chave: Qualidade de Ensino. Indicadores Educacionais. Inclusão Social. Tecnologias.
ABSTRACT This article presents and discusses some challenges in the use of the technologies used for the
development of distance learning to ensure the implementation of virtual educational environments,
facilitating access to academic training at tertiary level, characterizing the type of education the distance.
The aim is to do so, point out some of their differences through a study of higher education quality
indices corresponding to the results of ENADE-MEC. It also addressed the quantification of EAD
growth evaluating its economic impact and social inclusion that this modality brought to the current
Brazilian society. It is noticed that this kind of sport is a powerful mechanism of social inclusion,
particularly emphasizing its accessibility. Despite this flexibility, they are still found some limitations,
such as the large number of digitally excluded and the need for wide dissemination of distance learning.
Key-words: Teaching quality. Education Indicators. Social inclusion. Technologies.
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INTRODUÇÃO
Em um país como o Brasil que possui dimensões continentais, o ensino à
distância (EAD) vem auxiliando no atendimento da grande demanda no ensino superior para
jovens e adultos. Segundo Silva (2000), a dificuldade ao acesso ao ensino tradicional pode ter
na modalidade EAD uma alternativa viável, pois com os avanços tecnológicos ligados a
telecomunicação e a popularização da Internet possibilitam a disseminação do ensino à
distância.
O objetivo desse trabalho é apresentar uma visão geral sobre as tecnologias mais
utilizadas atualmente para realizar o EAD com um ensino de qualidade e discutir sobre o
aumento da oferta dessa modalidade e seu impacto no crescimento econômico do país, fazendo
surgir uma nova classe social que busca na educação à distância uma forma de ascensão social.
A discussão desse tema surge para responder a questão da comparação de qualidade de
formação do alunado superior no ensino presencial e a distância, que no senso comum, tem-se a
impressão que os alunos da modalidade presencial possuem melhor qualidade de ensino, mas,
segundo Gois (2007), os resultados do ENADE dos alunos que ingressaram na modalidade
EAD, na maioria das áreas, estão se saindo melhor que os estudantes que estão cursando da
maneira tradicional. Para entender esta situação é que se propõem o presente estudo, avaliando,
para a modalidade EAD, as ferramentas tecnológicas disponíveis, os resultados obtidos com a
sua utilização e os impactos na sociedade. Contudo, não se visa, aqui, defender que nesta
modalidade de ensino encontram-se as soluções para os inúmeros problemas que atravessam e,
muitas vezes, determinam os setores educativos. Os desempenhos garantidos por esta
modalidade, é importante que seja anunciado desde o início, contemplam somente uma parcela
da população, uma vez que, para que este tenha êxito, faz-se necessário um investimento inicial
em aparatos tecnológicos que escapam à renda de um grande contingente de brasileiros.
Este artigo está assim subdividido: no primeiro capítulo introduzir-se-á o tema a ser
estudado, no segundo, terceiro e quarto capítulos serão apresentados a definição de ensino a
distância, seu contexto histórico e indicadores educacionais e sociais no Brasil. No quinto e
sexto capítulos abordar-se-ão as tecnologias utilizadas para desenvolver esta modalidade e seu
impacto social na sociedade brasileira.
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1. DEFINIÇÃO DE ENSINO A DISTÂNCIA
Chaves (1999) afirma que o ensino é uma atividade triádica que envolve: o
ensinante, o aprendente e o conteúdo. De acordo com este autor, ensino a distância é o ensino
que ocorre quando o ensinante e o aprendente (aquele que ensina) estão separados (no tempo e
no espaço). Assim, para que o ensino à distância possa ocorrer, é necessário a intervenção de
alguma tecnologia, para que possa haver a transmissão de dados, voz e imagens.
Há algumas discordâncias na utilização dos termos “educação a distancia” e
“aprendizagem a distância”, utilizado com o mesmo significado de “ensino a distância”.
Conforme CHAVES (1999, p. 2):
A educação, como a aprendizagem, é um processo que ocorre dentro do
indivíduo, e, que, portanto, só pode ser gerado pela própria pessoa (ainda que
em interação com os seus semelhantes, com a natureza, com a cultura ao seu
redor).
O termo ensino à distância (EAD) é, de acordo com Chaves (1999, p. 4), “uma forma de
utilizar a tecnologia na promoção da educação”. O autor afirma também que o termo distância
pode ser empregado em relação ao espaço e ao tempo, definindo que o ensino pode ocorrer
mesmo que o ensinante esteja separado tanto fisicamente quanto temporalmente do aprendente,
atendendo suas necessidades. A educação e a aprendizagem acontecem onde quer que esteja o
indivíduo que está se educando ou aprendendo. Exibido o conceito que orientou esta
investigação, passa-se, agora, a apresentar alguns marcos históricos julgados como mais
representativos para este estudo.
2 HISTÓRICO DO EAD E SUAS TECNOLOGIAS
Historicamente, a primeira tecnologia que permitiu o ensino à distância foi a escrita,
realizada com as cartas de Platão e as epístolas de São Paulo. Posteriormente, foi ampliada com
a tecnologia tipográfica, especialmente depois do aparecimento dos sistemas postais modernos,
onde o livro impresso tornou-se foco do ensino por correspondência. Com o surgimento do
rádio, da televisão e do computador, as possibilidades de ensino à distância foram ampliadas,
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abrindo inúmeras oportunidades de EAD, que vão desde cursos de extensão, ensino
fundamental e médio, até o ensino superior.
A convergência dessas tecnologias centralizado no computador permitiu a realização de
atividades utilizando componentes audiovisuais e textuais, todos ao mesmo tempo,
promovendo uma interação dinâmica e inovando o ensino a distância.Pode- se apresentar a
evolução do ensino a distância conforme a tabela 1:
Tabela 1: Tecnologias utilizadas para o ensino a distância
Tecnologia Época Evolução do EAD
Imprensa Século XV Relevância na difusão do ensino a distância. Sua
importância se deu principalmente pelo maior poder de
reprodução de textos em relação as cartas. Foi o
primeiro modo de ensino a distância em massa.
Rádio Anos 20 Através do rádio foi possível levar as informações
para localidades mais remotas, transmitindo assim o
som de uma sala de aula.
Televisão Anos 40 Possibilitou a transmissão de sons e imagens para o
ensino a distância. Dessa forma, foi transmitido
remotamente os componentes audiovisuais de uma sala
de aula.
Computador +
Telecomunicações
Anos 90 Foi realizado o envio de textos, imagens e sons para
qualquer lugar distante, possibilitando que as
informações ficassem disponíveis por tempo
indeterminado, fazendo assim, que o acesso a
informação fosse realizado no momento que o aluno
desejar.
Foi criado o acesso assíncrono e síncrono, criando
uma maior interatividade ao acesso as informações.
Fonte: (SILVA, 2000)
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O ensino à distância no Brasil iniciou com a criação do Instituto Rádio Monitor, em
1939 e com o Instituto Universal Brasileiro, em 1941. A partir das décadas de 50 e 60
apareceram as iniciativas profissionalizantes como o SENAC, SENAI e o SENAR. (SILVA,
2000)
Em 1970, começou o Projeto Minerva, com cursos transmitidos por rádio em cadeia
nacional. No ano de 1980, a Associação Brasileira de Tecnologia Educacional cria o programa
de aperfeiçoamento do magistério de 1º e 3º graus. A partir da década de 90 cria-se o conceito
de globalização, fazendo as transformações econômicas mundiais impulsionarem as dimensões
sociais, culturais e políticas fazendo uma grande expansão dos cursos sequenciais e o EAD.
(SOUZA; SILVA, 2014).
Para exemplificar o Desenvolvimento Histórico da EAD no Brasil, é apresentado um
resumo na tabela 2:
Tabela 2: Resumo do desenvolvimento histórico do EAD no Brasil
Desenvolvimento Histórico do EAD no Brasil
Ano Descrição
1923/1925 Rádio Sociedade do RJ
1923 Fundação Roquete Pinto – Radiodifusão
1939 Marinha e Exército – cursos por correspondência.
1941 Instituto Universal Brasileiro – cursos por correspondência, formação
profissional básica.
1950/1960 MEB – Educação de Base.
1967/1974 Projeto Saci/Inpe – teleducação via satélite, material de rádio e impresso, para
ensino fundamental e treinamento de professores.
1970 Projeto Minerva – cursos transmitidos por rádio em cadeia nacional.
1976 Senac – Sistema Nacional de Teleducação, cursos através de material
instrucional (em 1995, já havia atendido 2 milhões de alunos).
1979 Colégio Anglo-Americano (RJ) – atua em 28 países, com cursos de
correspondência para brasileiros residentes no exterior em nível de 1º e 2º
graus.
1979 UnB – cursos veiculados por jornais e revistas. Em 1989 transforma no Cead e
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lança o BrasilEAD.
1980 ABT – Associação Brasileira de Tecnologia Educacional – programa de
aperfeiçoamento do magistério de 1º e 3º graus.
1991 Fundação Roquete Pinto – programa Um Salto para o Futuro, para a formação
continuada de professores do ensino fundamental.
1993 Senai/RJ – centro de EAD desenvolve cursos de Noções Básicas em Qualidade
Total, Elaboração de Material Didático Impresso (16 mil alunos), cursos a
distância para empresas na Argentina e Venezuela.
1996 Maio – Criação da SEED/MEC – Secretaria de Educação a Distância.
1996 Dezembro – Lei 9394 (LDB) – reconhece oficialmente a EAD no Brasil.
1997 PROINFO – Programa Nacional de Informática na Educação (SEED/MEC).
1997 Escola Brasil – programa de rádio AM/OC, ensino fundamental
–FUNDESCOLA/MEC. __
e-proinfo – MEC desenvolve o ambiente de aprendizagem colaborativa online.
2000 Primeiras universidades credenciadas pelo MEC para oferecerem cursos a
Distância.
2005 Lançamento do Programa Mídia-Escola, cujas atividades se iniciam em 2006.
2006 Sistema UAB – Universidade Aberta do Brasil é oficializado.
Fonte: (SOUZA; SILVA, 2014)
Apresentados estes adventos históricos, a próxima seção tem o propósito de mostrar, no
mesmo sentido, alguns marcos na questão socioeducativa considerando a realidade brasileira.
3. INDICADORES EDUCACIONAIS E SOCIAIS DO BRASIL
O Brasil é diagnosticado como um país marcado pelas diferenças sociais, em que a
educação é apontada como o meio mais eficaz para reverter esta situação. Segundo estimativas
do IBGE para 2011, dos 190.755.799 de brasileiros, aproximadamente 8,5% estão em situação
de pobreza extrema. Este número seria menos alarmante, não fosse a constatação que a maior
parte da população (59,07%) está na região nordeste, correspondendo a 18,1% dos seus
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moradores. Na região Norte são 6,7%, no Centro-Oeste são 4%, 3,4% da região Sudeste e 2,6%
da região Sul. (SILVA, 2011)
Os dados levantados pelo INEP/MEC sobre o total de matriculas em cursos de
graduação – Presenciais e a Distância pode ser observada na tabela 3:
Tabela 3: Total de matriculas em cursos de Graduação – Presenciais e a Distância
Região Total
Sudeste 3.329.946
Nordeste 1.521.706
Sul 1.189.713
Centro Oeste 696.275
Norte 568.337
Total Geral 7.305.977
Fonte: INEP/MEC, 2013
Estes dados revelam as grandes diferenças das concentrações de alunos matriculados
nas instituições de nível superior, compiladas pelo INEP/MEC em 2013 apontando que a maior
concentração está na região Sudeste (46%), seguido da região Nordeste (21%), região Sul
(17%), Centro-Oeste (9%) e finalizando com a região Norte (7%). (INEP/MEC 2013 –
Processamento próprio)
Analisando os dados acima em comparação ao total de habitantes em cada região,
aparentemente apresenta o Nordeste em uma posição superior em relação às demais regiões.
Entretanto, esta é a segunda região mais populosa do país (46.995.094 habitantes), perdendo
somente para o Sudeste (70.190.565 habitantes), porém na região nordeste tem-se matriculado
1 aluno para cada 30,88 habitantes, enquanto na região sudeste tem-se 1 aluno para cada 21,07
habitantes, ficando a região Nordeste em último lugar no ranking de alunos matriculados em
relação ao total de habitantes, retratando uma situação preocupante.
Numericamente, a região com o melhor índice é a região Centro Oeste (um aluno para
cada 16,22 habitantes), seguido da região Sul com um aluno para cada 20,63 habitantes, em
terceiro lugar vem a região Sudeste, em quarto a região Norte e por último a região Nordeste.
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O gráfico 1 corresponde ao ranking de alunos matriculados por habitante em suas
regiões:
Gráfico 1: Ranking de alunos matriculados em relação ao total de habitantes por região no Brasil
Fonte: IBGE 1996 e INEP/MEC 2013
Exposto esses dados e índices estatísticos que dizem respeito a uma condição
macroestrutural da realidade brasileira com relação à sua realidade educativa, apresenta-se na
próxima seção algumas mudanças nesse cenário, que ocorrem devido ao advento das
tecnologias da informação.
4 TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO (TICS) UTILIZADAS NO EAD
As tecnologias de informação utilizadas no EAD possibilitaram maior agilidade,
controle e organização do processo pedagógico, tornando-o mais atrativo tanto para alunos
quanto aos professores. Os recursos mais utilizados na atual conjuntura são: ambientes virtuais
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de aprendizagem (AVA), fóruns, chats, blogs, vídeo-aulas, videoconferências e caixa de
mensagens. (ALMEIDA; JUNIOR, 2014)
1. Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA)
São plataformas online que o aluno acessa para assistir a aulas e realizar suas atividades.
Oferecem variedade de formatos de tarefas e a possibilidade de inserir conteúdos.
2. Foruns e chats
Essas ferramentas permitem a interação e o compartilhamento de informações entre os
alunos e professores. Enquanto nos chats a interação entre aluno/professor e aluno/aluno ocorre
em tempo real, nos fóruns esta participação não ocorre de forma síncrona. Esses recursos
favorecem uma aprendizagem colaborativa, incentivando a construção do conhecimento
através do debate e da troca de ideias.
3. Blogs
São páginas na internet cujo formato permite a criação e edição sem necessidade de
conhecimento em programação. São utilizados para fornecer material complementar às aulas.
4. Video-aulas
É uma das formas mais comuns de apresentação de conteúdo na modalidade a distância.
Essa é uma ferramenta que favorece o estilo de aprendizagem audiovisual da mesma forma que
a aula atua no formato presencial.
5. Videoconferência
Esta ferramenta conecta alunos e professores usando o computador e uma webcam,
através da transmissão simultânea de imagens e sons. Sua utilização favorece a interação e
comunicação entre os participantes transmitindo os dados em tempo real.
6. Caixa de mensagens (e-mails)
A caixa de mensagens é utilizada entre os alunos e professores para trocar informações e
também realizar o envio de materiais, como textos e imagens.
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Entende-se aqui, que as TICS, da maneira com que foram apresentadas, podem ser
usadas de diversas formas, auxiliando os objetivos e processos de ensino-aprendizagem.
Conhecer seus formatos e funcionalidades permite uma adequação mais ampla e satisfatória de
seus propósitos pedagógicos adaptando-se às necessidades dos estudantes do ensino a distância,
desde que associados à profissionalização pedagógica e habilidades didáticas necessárias do
profissional que os utilizará.
É verdade que, como uma limitação desta vertente, procede que relação custo-benefício
das TICS necessita por parte das instituições de ensino um grande investimento tecnológico. O
aluno que pretende utilizar desta modalidade, também necessita investir em tecnologias
básicas, como um computador pessoal e conexão com a Internet. Esta situação, em um país em
que a maioria da população não possui uma boa condição social, faz com que este ensino fique
bastante limitado (FRANCO, 1999).
Os acessos a estas tecnologias devem ser difundidos, pois uma grande parcela da
população brasileira não tem acessibilidade a essas ferramentas, não possibilitando o acesso ao
ensino a distância, configurando um processo de exclusão digital e social.
Em compensação, as TICS auxiliam o ensino a distância minimizando os custos de
deslocamento. Segundo SILVA (2000, p. 4) entre outras características, pode-se citar:
1. Interatividade: não há restrições de localização, sendo que o aluno pode acessar
sua sala de aula em qualquer horário e local;
2. Ensino independente de tempo e lugar: seu alcance é limitado pela
disponibilidade da Internet;
3. Networking: possibilita a troca de experiências, criando uma comunidade
virtual;
4. Possibilidade de determinação do ritmo de aprendizagem: o aluno torna-se ativo
sobre o ritmo de sua aprendizagem;
5. Redução de descolamentos e custos: há uma diminuição dos deslocamentos dos
alunos aos locais físicos de aula, fazendo com que também tenha economia de
tempo e custos com os estudos (transporte, alimentação e hospedagem).
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5 O ENSINO A DISTÂNCIA E A INCLUSÃO SOCIAL NO BRASIL
Usualmente, o ensino a distância é referenciado em relação à mediação tecnológica que
é proporcionado pela utilização de TICS para o desenvolvimento de ambientes virtuais de
aprendizagem, a flexibilidade de horários, o estudo construtivista e a separação física e
temporal entre o ensinante e o aprendente.
Já a definição de inclusão social é um termo mais complexo e depende do contexto em
que está inserido. No âmbito educacional, faz referência a inserção de pessoas na sociedade que
se limitam na circunstância socioeconômica, preconceitos de raça, gênero, idade, deficiência
física e instrução. (SILVA, 2011)
Nonato e Nonato (2012) afirma que a metodologia da educação à distância possui uma
importância social, com alta relevância, permitindo desta forma acessar com mais facilidade,
pois muitas pessoas, por morarem longe das instituições de ensino, não poderem frequentar
presencialmente, ou seja, diariamente a sala de aula, e com o ensino a distância se torna mais
flexível, podendo decidir seu próprio ritmo de estudo.
A população brasileira cresce rapidamente, e:
[...] o acesso à educação presencial está cada vez mais difícil, então é
necessário formação de uma nova cultura na sociedade que facilite as
exigências para a formação, pois no ensino presencial a exigência de
frequência obrigatória de 75% de aulas ministradas em países extensos
como nosso requer mais espaços físicos construídos, qualificação
profissional e desembolso de recursos financeiros pelo aluno
(NONATO; NONATO, 2012, p. 3)
No entanto essas mesmas autoras afirmam que o ensino à distância veio auxiliar e
contribuir com o progresso desta modalidade de educação, que inicia no ensino básico,
seguindo às universidades, trazendo aos profissionais a formação continuada, para que um
contingente amplo de pessoas tenha este acesso, isso só ocorre devido ao desenvolvimento
dessas novas TICS.
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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Assumiu-se como primeira consideração desta investigação que a modalidade EAD tem
potencial para se apresentar como um potente mecanismo para inclusão social em países como
o Brasil, ressaltando principalmente suas vantagens na acessibilidade e flexibilidade,
adaptando-se a disponibilidade de tempo do aluno e estimulando a construção do senso crítico a
partir de um aprendizado colaborativo. Apesar dessas características, existem alguns problemas
que devem ser apresentados para uma análise mais justa: o grande número de excluídos digitais
e a necessidade de maior difusão da educação de qualidade nesta modalidade.
A maior vantagem do ensino a distância consiste na difusão do conhecimento,
permitindo que pessoas de diversas idades, regiões brasileiras e classes sociais tenham o acesso
à capacitação profissional capaz de inseri-los no mercado de trabalho, melhorando sua
qualidade de vida.
O surgimento de novas tecnologias permitiu que o ensino a distancia fosse difundido
proporcionando o acesso a educação, auxiliando no processo de aprendizagem e assimilação
dos conteúdos, independente de sua localidade e posição social. No entanto, não basta que
exista apenas o acesso a estas tecnologias, é necessário que o acesso dessas seja amplamente
difundido.
Ainda é grande a parcela populacional brasileira que não têm acessibilidade a essas
ferramentas, não possibilitando o acesso ao ensino a distância, configurando um processo de
exclusão social e digital.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Siderly do Carmo Dahle de. JUNIOR, Alvaro M. Fernandes. Ambientes de
Aprendizagem em EAD. NEAD – Núcleo de Educação a Distância do Centro Universitário de
Maringá, Maringá, Paraná, 2014.
CHAVES, Eduardo O. C. Tecnologia na educação, ensino a distância, e aprendizagem
mediada pela tecnologia: conceituação básica. Revista de Educação, PUC-Campinas, V. 3, n.
7, p. 29-43, Novembro, 1999.
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FRANCO, M. A. Educação a distância e projeto pedagógico. Revista de Informática,
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GOIS, Antônio. Aluno a Distância vai melhor no ENADE. 2007. Disponível
em:http://www.abt-br.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=428:aluno-a-
distia-vai-melhor-no-enade&catid=30:educa-a-distia&Itemid=80. Acesso em: 05 out. 2015.
IBGE. Departamento de População e Indicadores Sociais. Divisão de Estudos e Análises da
Dinâmica Demográfica. Projeto UNFPA/BRASIL (BRA/98/P08) - Sistema Integrado de
Projeções e Estimativas Populacionais e Indicadores Sócio-demográficos. 1996. Disponível
em:
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/indicadoresminimos/tabel
a1.shtm. Acesso em: 6 out 2015.
INEP/MEC. Sinopse Estatística da Educação Superior, Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira / Ministério da Educação, 2013. Disponível em:
http://portal.inep.gov.br/superior-censosuperior-sinopse. Acesso em: 5 out 2015.
NONATO, Helena; NONATO, Ernestina. Educação à Distância: Vantagens e desvantagens.
2012 Goiás: Periódicos Instituto de Informática. Universidade Federal de Goiás. Disponível
em:
http://www.portal.inf.ufg.br/espinfedu/sites/www.inf.ufg.br.espinfedu/files/uploads/trabalhos-
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SILVA, Ana Catarina Lima. Um panorama do ensino de graduação a distância no Brasil.
2000. Disponível em: http://www.ccuec.unicamp.br/revista/infotec/artigos/anacatarina.html.
Acesso em: 05 out. 2015.
SILVA, Fabiana Santos da. EaD e Inclusão Social: Desafios e Possibilidades no Cenário
Brasileiro. II ENINED - Encontro Nacional de Informática e Educação ISSN: 2175-5876.
2011. Disponível em: <http://www.inf.unioeste.br/enined/anais/artigos_enined/A5.pdf>.
Acesso em: 10 nov. 2015.
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Maringá, Paraná, 2014.