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Os desafios da sociedade de informação Carlos Frazão 2012146190 Coimbra, 2012

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Os desafios da sociedade de informação

Carlos Frazão

2012146190

Coimbra, 2012

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra

Os desafios da sociedade de informação

Disciplina: Fontes de Informação Sociológica

Docente: Professor Doutor Paulo Peixoto

Ano Lectivo: 2012/2013

Imagem da capa: Imformation age: Sym – city 4, www.deviantart.com

http://browse.deviantart.com/?offset=192#/d39u666

Carlos Frazão

2012146190

Coimbra, 2012

Índice

1. Introdução………………………………………………………...…1

2. Desenvolvimento……………………………………………….2

2.1 Estado das Artes……………………………………………….2

2.1.1 Sociedade de Informação………………………………….3

2.1.2 Redes Sociais………………………………………….5

2.1.3 O papel das Redes Sociais na Sociedade de Informação….8

2.2 Descrição Detalhada da Pesquisa……………………………….9

3. Ficha de Leitura……………………………………………………10

4. Avaliação da Página da Internet……………………………………18

5. Conclusão………………………………………………………….20

6. Referências Bibliográficas…………………………………………22

Anexo 1

Página da Internet avaliada

Anexo 2

Texto de Suporte da Ficha de Leitura

1

1. Introdução

O trabalho que se segue foi realizado no âmbito da disciplina de

Fontes de Informação Sociológica, da Licenciatura em Sociologia, da

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC).

Este é o trabalho que conclui o regime de avaliação contínua da

disciplina, e que tem como tema “Os desafios da sociedade de informação”.

Quero começar por referir que de entre os temas disponibilizados

pelo professor não tive grandes dificuldades para escolher este, pois era a

meu ver o mais interessante. Talvez por ser actual, pois é evidente que

vivemos a Era da Informação, e por ter a ver com modernidade e

desenvolvimento tecnológico, na medida em que a sociedade de

informação em que vivemos é o resultado disso mesmo, modernidade e

tecnologia, temas que aprecio.

As dificuldades que senti prendem-se com o facto de este ser um

tema bastante abrangente e, de certa forma, complexo, daí algumas dúvidas

sobre como abordá-lo. Decidi, portanto, começar por tentar definir e

explicar o que é a sociedade de informação, depois fiz o mesmo para as

redes sociais, e no fim, com objectivo de relacionar os dois pontos, mostrar

qual é o papel das redes sociais na sociedade de informação.

Posto isto, temos no subtema, “Sociedade de Informação”, uma

tentativa de definição do conceito a partir das primeiras referências ao

mesmo, neste ponto falo ainda da “informação” como bem precioso, e na

modernidade e desenvolvimento tecnológico como catalisadores das

alterações que a sociedade sofreu devido ao novo estatuto da “informação”.

No segundo subtema “Redes Sociais”, tenho mais uma vez uma

tentativa de definição do conceito, depois falo das redes sociais on-line, o

que são, quais as mais populares e em que é que consistem.

2

Finalmente o terceiro subtema, que relaciona os dois anteriores, “O

papel das redes sociais na Sociedade de Informação”.

2. Desenvolvimento

2.1 Estado das Artes

“A revisão da literatura ou Estado das artes procura

reunir, analisar e discutir as informações publicadas sobre o

tema até ao momento que o trabalho é elaborado. O seu

propósito é fundamentar teoricamente o objecto de investigação

com bases sólidas, e não arbitrariamente. É o "pano de fundo"

do problema de pesquisa. Compreende uma minuciosa busca na

literatura, seleccionando-se e sintetizando-se ideias, estudos e

pesquisas que se relacionem com problema investigado.

As ideias contidas nos estudos devem ser inter-

relacionadas e confrontadas, principalmente se forem

contraditórias.

A organização da revisão da literatura deve ser feita de

forma lógica em função das variáveis ou dos pontos mais

relevantes do problema investigado, sem se procurar forçar a

uma organização cronológica.” (Peixoto 2011)

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2.1.1 Sociedade de Informação

“Um dos primeiros autores a referir o conceito de

Sociedade da Informação (SI) foi o economista Fritz Machlup,

no seu livro publicado em 1962, The Production and

Distribution of Knowledge in the United States. No entanto, o

desenvolvimento do conceito deve-se a Peter Drucker que, em

1966, no bestseller The Age of Discontinuity, fala pela primeira

vez numa sociedade pós industrial em que o poder da economia

– que, segundo o autor, teria evoluído da agricultura para a

indústria e desta para os serviços - estava agora assente num

novo bem precioso: a informação.” (Crawford apud Coutinho e

Lisbôa 2011)

Por aqui podemos ver que o conceito não é tão recente como muitos

podem pensar. Na minha perspectiva, o conceito aparece quando a

sociedade se apercebe de que a informação é algo precioso, e se começa a

preocupar verdadeiramente com a transmissão de informação e da maneira

como esta é transmitida.

O conceito, sociedade de informação, surge ao mesmo tempo que o

de globalização, no fim do séc. XX.

Este é um conceito, como muitos outros, que surge com a

modernidade e o avanço tecnológico, o que muita discussão gera na

sociedade contemporânea.

O problema é que a sociedade não é um elemento estático, e com

estes avanços sofre alterações, aliás, nos dias de hoje, a meu ver, não será

de todo descabido atribuir às novas tecnologias a responsabilidade de todas

estas mudanças.

Com isto, notamos que a questão se baseia no facto de a informação

ter ganho o estatuto de bem precioso na sociedade, pois estamos perante

4

um novo modelo de sociedade, uma sociedade que se baseia num modo de

desenvolvimento social e econômico onde a informação tem o papel

principal, pois é um meio de criar conhecimento, gerar riqueza e ainda

melhorar a qualidade de vida dos cidadãos.

Isto só é possível porque a informação está ao alcance de qualquer

um, disponível a todos os membros da sociedade fazendo parte do seu

quotidiano através das novas tecnologias, que servem para as

comunicações pessoais, trabalho e lazer.

É a esta sociedade que damos o nome de sociedade de informação,

uma sociedade que se encontra em processo de formação e expansão.

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2.1.2 Redes Sociais

O conceito de rede social é outro conceito muito popular nos dias

que correm. Já não nos cingimos à ideia de um grupo de pessoas que entre

elas interagem, pois mais uma vez a modernidade e o avanço da tecnologia

acrescentaram novos valores ao conceito.

A primeira noção de redes sociais surge com um matemático

chamado Ëuler que desenvolveu a Teoria dos Grafos, “Um grafo é uma

representação de um conjunto de nós conectados por arestas, formando

uma rede.” (Recuero 2004). A partir daqui a comparação é óbvia, como um

matemático estudava a estrutura formada por grafos, construção e

propriedades de cada grafo e ainda como se agrupavam, o sociólogo parte

do mesmo princípio mas neste caso, ao invés de grafos temos pessoas, que

também se agrupam em estruturas, e que também têm propriedades.

Hoje em dia, quando falamos em rede social pensamos logo no

Facebook ou Twitter, e são essas as redes socias que vou tratar agora.

Estas são as redes sociais on-line, as que invadiram o Mundo, hoje é

rara a pessoa que não tem conta numa rede social. As diferentes redes

sociais oferecem diferentes tipos de serviços, temos as de relacionamento,

profissionais, comunitárias e ainda políticas, de entre muitas outras, para

mim o que me interessa são as de relacionamento.

A mais popular rede social on-line de relacionamento é sem dúvida o

Facebook no seguinte mapa é bem evidente este facto:

(Oxyweb 2011)

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Mas existem outras que também são muito populares, como é o caso

do Twitter ou MySpace.

O Facebook resulta da interacção social através da Internet, é este o

meio que permite que as pessoas estejam conectadas. Para isso cada pessoa

só tem de aceder ao site e criar um perfil, que lhe permite conectar-se com

o “Mundo”, e basicamente é isto, um conjunto enorme de perfis de pessoas

espalhadas por todo o Mundo. O perfil serve essencialmente para

mostrarem quem são, colocam os seus dados pessoais, gostos, hobbies e, o

mais importante, as suas fotos. Mas não só de perfis de pessoas o Facebook

é feito, empresas e marcas também podem ter páginas, que lhes serve como

meio de divulgação e publicidade.

A partir daqui é “fazer amigos”, parece estranho mas é a realidade, as

relações de amizades estão agora assentes em perfis on-line, perfis esses

que até onde sabemos poderão ser manipulados, e daqui já tiramos duas

ideias negativas relativamente às redes sociais. Sim, porque, apesar de isto

ser óptimo, na medida em que torna o planeta numa aldeia global, também

existem muitos malefícios associados a este fenómeno.

Na minha opinião, a parte boa deste fenómeno é que estamos à

distância de um clique para qualquer ponto do Mundo. Podemos fazer

“amizade” com pessoas de todas as nacionalidades, e assim existe hoje um

grande fluxo de partilha de ideias e experiências entre diferentes culturas.

Além das interacções com pessoas que não conhecemos pessoalmente, mas

que fazem parte da nossa rede social on-line, também podemos interagir

com os nossos verdadeiros amigos e familiares, e se estes estiverem longe

estes sites de redes sociais permitem-nos manter contacto com eles, e talvez

esta será a grande vantagem, pelo menos no meu ponto de vista.

A parte má disto tudo prende-se com a questão da privacidade, isto é,

toda a informação disponível no perfil está sujeita a roubo e manipulação,

pois alguém poderá pegar nesses dados e fazer-se passar por alguém que

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não é, preferências, costumes, gostos e as fotos que pomos no perfil estão

expostas a todo o tipo de pessoas, pessoas que não conhecemos realmente e

por isso não sabemos do que são capazes.

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2.1.3 O papel das Redes Sociais

na Sociedade de Informação

“As redes sociais representam na sociedade

contemporânea a interatividade entre os indivíduos. As novas

tecnologias de informação e comunicação possibilitam facilitar

o envio e o recebimento de informação. Assim, a virtualidade

está fazendo parte do cotidiano dos indivíduos. Deste modo, o

indivíduo quando se conecta com outros indivíduos cria elos que

pode ser constituído pelo meio de comunicação.” (Carpes 2011)

Nos tempos que correm está a ser criada uma nova dimensão de

interacção, o ciberespaço, este é um espaço onde não é necessária a

presença física das pessoas para estabelecerem relações.

A Internet é o principal suporte deste espaço, apesar de existirem

outros, e o meio utilizado pelos indivíduos para se relacionarem no

ciberespaço são os sites de redes sociais.

Posto isto, torna-se evidente o papel das redes sociais na sociedade

de informação. São elas que permitem a interacção entre indivíduos e

difundem a informação no ciberespaço, isto é na Internet, modernidades e

tecnologias que surgem com o passar do tempo e atribuem à sociedade

contemporânea o nome de sociedade de informação.

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2.2. Descrição detalhada da pesquisa

O meu método de estudo baseou-se na Internet, e apesar de ter obtido

muita informação boa, de trabalhos académicos, artigos, estudos e até

livros, também encontrei muito “ruído”, o que é normal quando se pesquisa

na Internet.

Além do google.com e do scholar.google.com, usei sites de bases

bibliográficas como o jstor.org, b-on.pt e o scielo.org.

Vi ainda o filme “A Rede Social” (2010), filme que ainda não tinha

visto, apesar da sua popularidade, e devido a este trabalho finalmente o vi,

talvez não poderemos considerar isto como pesquisa, mas o filme ajudou-

me a perceber, não só como o facebook foi criado, mas mais importante

para este trabalho, o porquê de nos dias de hoje ser possível o fenómeno

das redes sociais.

Li também o livro “Pequena história da desinformação – do cavalo

de Tróia à Internet” do autor Vladimir Volkoff, que é o mesmo livro dos

capítulos que li para a ficha de leitura, pois achei que era um livro

interessante e oportuno para o meu trabalho e que apesar, de

concretamente, só ter usado aqueles dois capítulos para a ficha de leitura, o

livro ajudou-me a perceber o valor da informação e o seu estatuto de bem

precioso.

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3. Ficha de Leitura

Título da Obra: Pequena história da desinformação – do cavalo de Tróia à

Internet

Título dos capítulos lidos: O que não é desinformação; A boca à orelha

Autor: Vladimir Volkoff

Local onde se encontra: Biblioteca da FEUC

Data: Outubro de 2000

Edição: 1ª edição

Editora e Local de Edição: Editorial Notícias, Lisboa

Cota: 316.7 VOL

Nº de páginas: 19-46

Assunto: Desinformação

Palavras-chave: desinformação; informação; propaganda; publicidade;

intoxicação; manipulação.

Data de Leitura: Outubro de 2012

Área ciêntifica: Sociologia

Sub-área ciêntifica: Sociologia da informação

Observações: Vladimir Volkoff (nascido a 7 de Novembro de 1932 em

Paris, faleceu em 14 de Setembro de 2005 em Bourdeilles) foi um escritor

francês de descendência russa. Licenciado em Literatura Clássica pela

Sorbonne em Paris, é um escritor que domina o tema aqui tratado, uma vez

que publicou outras obras sobre o mesmo, por exemplo “La

désinformation: Arme de guerre”.

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Resumo

Nos capítulos que li o autor fala-nos sobre a desinformação. No

primeiro, intitulado O que não é desinformação, o autor dá-nos exemplos

do que não é desinformação, explicando os vários tipos, são eles a

propaganda, a publicidade e a intoxicação. No segundo capítulo, A boca à

orelha, o autor fala-nos da troca de mensagens e como isso leva à

desinformação, utilizando o mito do cavalo de Tróia como exemplo, o

general chinês Sun Tzu com o seu livro A Arte da Guerra, o esquino e

ainda as tentações da Igreja.

Estrutura

No primeiro capítulo que li O que não é desinformação, segundo

capítulo da obra, o autor começa por nos esclarecer de que “Um facto não é

uma informação.” (Volkoff 2000), e daí começa por nos explicar o que é

uma informação e o que é que a mesma implica. Segundo o autor, a

informação implica a existência de três variáveis. No entanto, estas não

terão de ser necessariamente fiéis, são elas: o informador, o canal de

comunicação e o informado. Apresentada, explicada e exemplificada cada

uma das variáveis, o autor ainda acrescenta que “a informação nunca tem

100% de verdade.”, “a objectividade não só não existe em matéria de

informação, como qualquer pretensão à objectividade deve ser encarada

como suspeita.”, “é natural que cada testemunha tenha a sua própria

impressão sobre o acontecimento a que assistiu.” (Volkoff 2000), posto

isto, o autor ainda acrescenta que a informação só será objectiva se tiver

carácter científico.

De seguida o autor apresenta uma noção de informação, começando

por descredibilizar esta “Sabe-se que a informação é, por natureza, uma

mercadoria adulterada.” (Volkoff 2000). Nesta apresentação de noção de

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informação o autor ainda faz referências à origem da palavra

desinformação.

Finalmente chegam os exemplos de o que não é desinformação. São

três exemplos: a propaganda, a publicidade e a intoxicação.

Na propaganda o autor diz que “Uma característica principal da

propaganda é fingir que procura convencer a nossa inteligência, mas na

realidade atinge a eficácia máxima quando se dirige às nossas faculdades

mais irracionais.” (Volkoff 2000), e conclui com “(…) a propaganda

mesmo falaciosa, não é desinformação.” (Volkoff 2000).

Na publicidade verificamos algumas semelhanças com a propaganda,

pois transmite-se a um público, tão vasto quanto possível, uma mensagem

cuja veracidade não é o elemento essencial pois o objectivo não é informar

mas sim influenciar, a diferença está em que a publicidade se limita a, por

exemplo, “elogiar” um produto, e jamais a fazer alusões indelicadas a

produtos concorrentes, o que na política poderá acontecer por intermédio

da propaganda, e é esta a principal diferença entre as duas. Mais uma vez o

autor conclui afirmando que a publicidade não é desinformação, apesar de

muitas vezes ser falaciosa.

Por último temos a intoxicação. “A intoxicação visa o adversário.

Consiste em fornecer-lhe informações erradas que o levarão a más decisões

para si, mas boas para nós.” (Volkoff 2000). Conclui novamente que

intoxicação, embora falaciosa, não é desinformação.

No fim do capítulo o autor responde à questão “Então o que é a

desinformação?”. Para responder à pergunta o autor pressupõe três

elementos ao conceito de desinformação são eles: “uma manipulação da

opinião pública, senão seria intoxicação;”, “processos ocultos, senão seria

propaganda;” e “fins políticos, internos ou externos, senão seria

publicidade.” (Volkoff 2000).

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Concluindo este capítulo “A desinformação é uma manipulação da

opinião pública para fins políticos através de informação trabalhada por

processos ocultos.” (Volkoff 2000)

No segundo capítulo que li, A boca à orelha, terceiro capítulo da

obra, o autor começa por falar da troca de mensagens e de como os homens

compreenderam que era possível tirar vantagem da transmissão de

informações erradas.

O primeiro exemplo que dá é o do cavalo de Tróia. Ao autor não

interessa saber se Tróia realmente existiu, ou qualquer outro facto histórico

mais ou menos comprovado, o que realmente interessa ao autor é o próprio

síndroma do cavalo Tróia.

A fonte que o autor segue para nos contar a história do cavalo de

Tróia é Virgílio. “Após dez anos de cerco, os gregos continuavam sem

tomar Tróia pela força. Decidiram então recorrer ao que, numa primeira

análise, não era mais do que uma manha de guerra: fingem voltar a

embarcar e escondem-se numa angra nas proximidades da cidade. Ao

partirem, abandonam um gigantesco cavalo de madeira (…) E nem a mais

pequena explicação.” (Volkoff 2000). Aqui o autor considera que a

ausência de explicação é importante, pois os troianos estando satisfeitos

com o levantamento do cerco, visitavam o campo dos gregos e havia os que

apoiavam e os que eram contra levar o cavalo para dentro da cidade, devido

à desinformação, pois os gregos, apesar de terem deixado aquela prenda,

eram seus inimigos.

Mas os troianos acabaram mesmo por levar o cavalo para dentro da

cidade, pois não foram suficientemente observadores, e aqui o autor

consideram a observação importante, e considera mesmo que a observação

é um meio de defesa contra a desinformação.

O autor ainda refere Sinone que foi o agente influenciador na decisão

por parte dos troianos em levar ou não o cavalo para dentro da cidade.

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Outro elemento importante, considera o autor, é o da sorte, ou seja

qualquer acontecimento era justificado como intervenção da Deusa Pallas,

(Deusa adorada tanto pelos gregos como pelos troianos) pois era a ela que

era destinada a oferta, “Laocontee os filhos foram estrangulados por

serpentes, o que foi logo entendido como um castigo para o sacrilégio que

cometera ao lançar o dardo contra o cavalo consagrado a Pallas.” (Volkoff

2000).

A partir daqui os acontecimentos são previsíveis como refere o autor,

com os troianos “mergulhados no vinho e no sono” os gregos saem do

cavalo abrem as portas da cidade ao restante exército e dão início ao saque.

O autor diz que a história do cavalo de Tróia é um bom exemplo de

desinformação, uma vez que contém quase todos os elementos das técnicas

que irá tratar ao longo deste capítulo.

O capítulo segue-se com o exemplo do general chinês Sun Tzu e o

seu livro A Arte da Guerra, não na íntegra mas pelo menos um quarto da

obra, pois é onde o general mostra o que considera ser a arte suprema da

guerra, que é vencer o inimigo sem combate.

E para vencer uma guerra sem combate utiliza-se a desinformação.

Sun Tzu considerava que a verdadeira vitória estava em conquistar o que

era do inimigo sem o destruir, isto é, conquistar cidades intactas e até

mesmo Estados intactos. O general chinês era realmente um mestre na arte

da guerra mas do mesmo livro conseguimos retirar princípios que não são

necessariamente militares e que se encaixam na perfeição na noção

moderna de desinformação.

De seguida o autor explica através de exemplos mais recentes, aquilo

que seriam algumas das manobras de desinformação que Sun Tzu refere na

sua obra, e a conclusão a que chega é que Sun Tzu era o verdadeiro profeta

da desinformação e compreendia perfeitamente como funcionava todo o

processo “Aliás, Sun Tzu, verdadeiro profeta da desinformação,

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compreendeu perfeitamente que a criação de uma situação inteiramente

favorável não depende do desinformador. (…) O desinformador deve

«apanhar o comboio em andamento» e desviá-lo em seu proveito, deve

explorar os conflitos já existentes e agravá-los, deve desenvolver

monstruosamente as tendências já presentes, o que significa ter bem

preparado o trabalho e estudado as lições: em termos empresarias, é como

fazer um aprofundado estudo de mercado.” (Volkoff 2000).

O autor passa de seguida ao exemplo de Esquino, um exemplo de

agitador pago para exercer as suas funções de maneira a favorecer um

Chefe de Estado, neste caso Filipe II.

Filipe II da Macedónia apareceu na história primeiro que Sun Tzu

mas ambos partilhavam uma mesma opinião, a de que todas as cidades são

conquistáveis. Filipe II durante toda a sua vida foi dividido entre paz e

guerra mas o autor foca-se na batalha de Cherone, onde após a mesma

Filipe II atinge os seus objectivos através de manipulação da opinião, e é

aqui que entra Esquino.

Esquino, por ter muitas qualidades de oratória, era usado por Filipe II

como um instrumento da sua política, pois era o meio que Filipe II tinha

para usar a desinformação a seu favor. O autor conclui dizendo “Em

resumo, Esquino surge como caixa de ressonância ideal.” (Volkoff 2000).

Por último, o autor fala das tentações da Igreja.

Começa por referir “(…) para um ateu, todo o imenso esforço de

propagação das diversas religiões que se sucederam sobre a Terra seja

comparável a uma obra de desinformação.” (Volkoff 2000) e relembra os

critérios da desinformação: opinião pública, fins políticos e processos

ocultos.

De seguida afirma que é inegável o facto de um missionário se dirigir

à opinião pública e exemplifica “(…) São Paulo, ao declarar aos atenienses

que viera pregar o «deus desconhecido» (…) pode ser justamente

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considerado um manipulador da opinião.” (Volkoff 2000); quanto aos fins

políticos, o autor considera que apesar de neste caso estarmos a falar de

religião, estarão sempre implícitos nas preocupações de um missionário;

finalmente, os processos ocultos, o autor refere alguns exemplos adoptados

por sacerdotes e padres. O autor esclarece que apesar de, na perspectiva de

um ateu, isto tudo parecer uma fraude à escala mundial, não o é, pois o

pregador não se disfarça para afectar a opinião pública, antes pelo

contrário, utiliza uniforme próprio e as suas intenções são genuínas. O

autor não considera o pregador um desinformador, pois falta-lhe a máscara.

Existe, contudo, dois casos que o autor considera particulares dentro

desta temática da Igreja: a Igreja cristã, na época da sua expansão e as

várias igrejas originárias das cismas e heresias. No primeiro, o autor

considera que o aproveitamento de circunstâncias e exploração de reflexos

já adquiridos por parte da Igreja cristã com fim, precisamente, de se

expandir, confundem-se com as técnicas de desinformação. No segundo

caso, as igrejas recorreram, através de relações entre elas, à calúnia para

convencer os fiéis de que não existia alternativa de crença se não aquela

adoptada pelo meio onde nasceu.

No entanto, o autor ainda considera que mesmo estes dois casos não

são propriamente desinformação, pois segundo ele, as intenções são

demasiado evidentes, mas conclui que ainda assim, as igrejas estiveram

submetidas a muita manipulação.

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No fim da leitura dos dois capítulos ficamos com uma noção clara do

que é a desinformação, pois através de uma explicação de conceitos, que

apesar de semelhantes não são desinformação, o autor consegue esclarecer

bem o conceito, e ainda como pode ser utilizada a desinformação e em que

contextos. Com uma linguagem acessível, o autor consegue transmitir a

mensagem e não deixa espaço para dúvidas, pois utiliza sempre exemplos

reais e interessantes para esclarecer as ideias que quer transmitir.

Acrescento que achei extremamente interessante os dois capítulos

que li, e faço intenções de ler o livro na íntegra, pois é um tema que me

cativa.

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4. Avaliação da Página da Internet

Página da Internet avaliada: www.europa.eu

O nome da página escolhida, para proceder a uma avaliação no

contexto deste trabalho, é “EUROPA – EU website”.

Este é o sítio da Internet oficial da União Europeia, é um sítio onde

podemos consultar as informações básicas sobre o funcionamento da UE,

bem como as últimas notícias e eventos da UE, e ainda obter links dos

sítios Web das instituições e agências oficiais da UE. É portanto um bom

ponto de partida para quem está à procura de informação sobre a UE.

Este sítio destina-se ao público em geral, é portanto um sítio em que

o público-alvo é vasto, a estrutura e linguagem é clara e simples

exactamente para que se torne acessível a toda a gente. Está disponível em

várias línguas, vinte e três para ser mais exacto, pois sendo o sítio oficial da

União Europeia tem de ser acessível a todos os vinte e sete estados

membros.

O autor do sítio é uma instituição, a União Europeia, sendo possível

contacta-los por telefone ou e-mail, através do sítio. O endereço URL é

intuitivo e curto. Quanto à estrutura e navegação, temos possibilidade de

aceder ao mapa do sítio, bem como utilizar um motor de busca interno o

que torna a navegação mais fácil e eficaz, com ligações pertinentes e

activas. Não tem publicidade, portanto não prejudica a consulta.

Na minha opinião, o sítio está bem estruturado, não é complexo, é

por isso user friendly. Disponibiliza boa informação, pertinente e útil, de

forma clara e objectiva, para além disso, a informação disponibilizada é

credível e a sua redacção correcta.

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Quanto ao aspecto do sítio, é simples, não é o sítio mais atractivo que

alguma vez consultei, mas também não é repulsivo. É fácil de ler o

conteúdo, sem esforço visual.

Quando avaliado pelo “Validador eXaminator da UMIC – Agência

para a Sociedade do Conhecimento, IP” (WCAG 1.0), no sítio

www.acessibilidade.gov.pt, o sítio avaliado passa a bateria de testes do

eXaminator para a prioridade 1 (conformidade "a"), (Índice web@X (0-

10): 9.2), passou em doze dos catorze testes aplicados, chumbando em dois

dos testes de prioridade 2, foram eles, “Validação do código (X)HTML”, e

“Utilização de CSS”.

Globalmente considero o europa.eu um sítio bom, de fácil acesso e

utilização, e com conteúdo de qualidade, este sítio foi por mim escolhido

por ter sido um dos sítios por onde passei a quando da minha pesquisa

(http://europa.eu/legislation_summaries/information_society/index_pt.htm)

, devo dizer que apesar de não ter sido um sítio fulcral para a realização do

meu trabalho, serviu-me como ponto de partida para o acesso a várias

informações sobre a sociedade de informação, nomeadamente no que diz

respeito ao contexto europeu. Além disto, escolhi este sítio por ser o grande

portal de informação acerca da União Europeia, achei pertinente uma vez

que este trabalho diz respeito à sociedade de informação.

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5. Conclusão

Este foi um trabalho cuja realização me permitiu aprofundar os meus

conhecimentos sobre o tema em questão.

Ao longo do trabalho cheguei à conclusão que os conceitos que

abordei são muito mais complexos do que aparentavam e que, apesar de

estarem muito relacionados com a modernidade, não são assim tão

recentes.

Aprendi o que era a sociedade de informação, como esta surgiu e

porque é que surgiu. Sobre as redes sociais, fiquei a conhecer algumas que

não conhecia, como funcionavam e em que é que consistiam, apesar de ter

confirmado que a maior e mais popular é o facebook. Depois quis

relacionar as duas na medida em que queria perceber qual era o papel das

redes sociais na sociedade de informação e a conclusão foi que estes são

conceitos, de certa forma, interdependentes, as redes socias servem de

ferramenta à sociedade de informação, para difundir a informação, e é esta

difusão intensa de informação que faz da nossa sociedade uma sociedade

de informação.

Quanto às dificuldades que senti, a principal foi na selecção da

informação obtida, penso que de toda a informação que recolhi houve

muito boa informação que não utilizei, isto porque abordavam outras

questões ou outras perspectivas, pois este é um tema muito vasto. Apesar

disto penso que segui um bom caminho, de forma sucinta e objectiva. A

verdade é que aprendi bastante mesmo com a informação que não usei no

trabalho.

No final das contas, penso que o balanço é positivo, além de ter

aprofundado o meu conhecimento acerca do tema, aprendi muito do

método para a realização de trabalhos académicos, como e onde pesquisar,

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seleccionar e aproveitar a informação obtida, estruturação do trabalho, e o

mais importante no contexto desta cadeira, citar e referenciar.

Penso que estes são conhecimentos e competências que me serão

muito uteis ao longo do meu percurso académico.

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6. Referências Bibliográficas

Carpes, Gyance. “AS REDES: EVOLUÇÃO, TIPOS E PAPEL NA SOCIEDADE

CONTEMPORÂNEA.” Revista ACB, 2011: 199-216.

Coutinho, Clara, e Eliana Lisbôa. “SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO, DO CONHECIMENTO

E DA APRENDIZAGEM: DESAFIOS PARA EDUCAÇÃO NO SÉCULO XXI.”

Revista de Educação, 2011: 5-22.

Oxyweb. “Map of most popular Social Networks Around The World.” Oxyweb.co.uk. 10 de

2011. http://oxyweb.co.uk/blog/socialnetworkmapoftheworld.php (acedido em 23 de 11

de 2012).

Peixoto, Paulo. ESTADO DAS ARTES. 2011. http://www4.fe.uc.pt/fontes/estado_das_artes.htm

(acedido em 23 de 11 de 2012).

Recuero, Raquel da Cunha. “TEORIA DAS REDES E REDES SOCIAS NA INTERNET.”

PORTCOM - Intercom. 08 de 06 de 2004.

http://www.portcom.intercom.org.br/pdfs/121985795651418859729998795470196200

751.pdf (acedido em 23 de 11 de 2012).

Volkoff, Vladimir. “A boca à orelha.” In Pequena história de desinformação: do cavalo de

Tróia à Internet, de Vladimir Volkoff, 33-43. Lisboa: Editorial Noticias, 2000.

Volkoff, Vladimir. “O que não é desinformação.” In Pequena história da desinformação: do

cavalo de Tróia à Internet, de Vladimir Volkoff, 19-31. Lisboa: Editorial Noticias,

2000.

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Anexo 1

Página da Internet avaliada

Página da Internet avaliada: www.europa.eu

Anexo 2

Texto de Suporte da Ficha de Leitura

Volkoff, Vladimir. “O que não é desinformação; A boca à orelha.” In Pequena história da

desinformação – do cavalo de Tróia à Internet, de Vladimir Volkoff, 19-46. Lisboa:

Editorial Notícias, 2000.