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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

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AQUIFERO KARST: FRAGILIDADE E IMPORTÂNCIA PARA O MUNICIPIO DE

ALMIRANTE TAMANDARÉ

José Maria Von Kruger1

Adilar Antonio Cigolini2

Resumo

Este artigo é o resultado do projeto aplicado no Colégio Estadual Professora Angela Sandri Teixeira. Ele apresenta as reflexões sobre o espaço vivido pelo aluno reconhecendo os seus recursos naturais e os impactos causados pelo ser humano. Analisamos a falta de água na escala global e regional e priorizando a importância do Aquifero Karst, a principal fonte de recursos hídricos para o abastecimento do município de Almirante Tamandaré.

Palavras-chave: Aquifero Karst; Sustentabilidade; Educação Ambiental

1. INTRODUÇÃO

Este artigo é o resultado do Projeto de Desenvolvimento Educacional PDE

2013 e 2014 realizado no Colégio Estadual Professora Angela Sandri Teixeira no

município de Almirante Tamandaré com a turma do 3º ano do Ensino Médio. A

temática abordada foi sobre o uso do Aquifero karst para o abastecimento

municipal. Ela envolve a questão ambiental, econômica, social e histórica do

município. Traz o desafio para a Geografia de trabalhar o tema de forma

interdisciplinar envolvendo o planejamento das ações com as disciplinas de

Química, Matemática e Língua Portuguesa. As novas Diretrizes Curriculares

Nacionais para o Ensino Médio (BRASIL, 2012), apontam para a centralidade dos

jovens estudantes como sujeitos do processo educativo. Para isso foi lançado o

pacto do Ensino Médio com o objetivo de encontrar soluções para o desinteresse

demonstrado pelos jovens, onde colocam a escola como distante dos seus

interesses, sendo somente uma obrigação. Como possível solução foi apontada a

1 Professor a Rede Estadual de Ensino, aluno do Programa de Desenvolvimento Educacional PDE. Licenciado

em Geografia. 2 Professor Doutor em Geografia Política do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Paraná

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necessidade de trabalhar com temas de maneira articulada entre as várias

disciplinas da matriz curricular.

O projeto de Implementação buscou no tema água aliar o pedagógico e a

práxis. Para Andrade (2012)

“O professor dentro de sua disciplina ao fazer a leitura das questões socioambientais. Deve buscar a realidade vivenciada com um fazer pedagógico mediado por práxis, o qual dever ter clareza de definição e resultados dentro da série/ano, buscando alternativas para a problemática em conjunto com escola”.

As atividades propostas no projeto buscam compreender as questões

ambientais e os impactos que a sociedade produz através da utilização

inadequada dos recursos hídricos, podendo causar um grande problema social.

Segundo a ONU se nada for feito para mudar o padrão de consumo, dois terços

da população global poderão sofrer com escassez de água doce até 2025.

Mostramos que essa realidade não esta longe da nossa realidade, pois segundo o

Fórum das Águas em 2011, evento organizado pela Prefeitura Municipal de

Almirante Tamandaré em parceria com a SANEPAR foi apresentados dados

relativos ao consumo de água pela população do município e mostradas

projeções de aumento da população e o aumento do consumo. Essas projeções

mostravam que entre 2025 a 2035 o município de Almirante Tamandaré passará

a sofrer problemas de abastecimento de água potável para a população do

município.

A participação da escola na formação de um pensar crítico sobre a

preservação do Aquifero karst é defendido por Domakoski (2009)

A implantação e manutenção de ambientes de acesso ao público, em muito ajudaria para a formação de opinião da população, como por exemplo, trabalhos educativos escolares de rede pública e particular de ensino, nas bibliotecas, a criação do museu da água com conteúdo do Aqüífero Karst, buscando um maior comprometimento da população em muito ajudaria.

Para atingir os objetivos utilizaremos aulas expositivas, vídeos, coleta de

dados em sites, jornais, revistas, palestras, leitura e produção de textos que

levem ao conhecimento e reflexão do aluno sobre o tema.

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2. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

2.1 O que é o karst?

O Karst é a designação utilizada para terrenos sobre formações calcárias

com a incidência de dolinas, rios subterrâneos e cavernas, fruto da dissolução das

rochas. O termo tem origem servo-croata foi utilizado inicialmente para designar a

morfologia das formações calcárias encontradas no norte Adriático, na península

de Istria, noroeste da Iugoslávia, ao final do século XIX. (LISBOA, 1997)

Atualmente o termo é utilizado para designar “[...] as áreas calcárias ou

dolomíticas que possuem uma topografia característica, oriunda da dissolução de

tais rochas”.(CHRISTOFOLETTI, 1980, p 153).

Segundo Oliveira, 1997, o relevo do karst tem como principal característica

uma drenagem vertical e predominantemente vertical e subterrânea, seguindo

fendas, condutos, cavernas, com quase ausência de cursos de água superficiais.

A circulação da água ocorre mediante circulação interna, por meio de

pontos de absorção, como fissuras, dolinas etc, onde as águas superficiais

desaparecem. Em pontos diferentes, próximos ou não, as águas ressurgem na

superfície, através de fontes ou surgências. (CHRISTOFOLETTI, 1980) citado por

(ARAUJO 2002)

Para Gasparin (2009, p. 22):

O caminho subterrâneo pelo qual a água vai percolar se efetua por meio de poços e galerias, de maneira que os condutos subterrâneos sempre seguem os pontos de fraqueza da massa rochosa e tendem a se integrar em canais bem desenvolvidos. O retorno das águas à superfície em zonas cársticas é um fenômeno comum, fato que explica a ocorrências de mananciais de tamanhos e volumes diferenciados.

No Brasil há grandes províncias de rochas carbonáticas. Elas representam

de 5% a 7% da área nacional. Os principais exemplos são: o Grupo Bambuí com

mais 350.00 km², nos estados da Bahia, Goiás e Minas Gerais, do Grupo

Corumbá no Mato Grosso do Sul, do Grupo Araras no Mato Grosso e o Grupo

Açungui na região Sudeste.

No estado do Paraná o Aquifero Carste representa 2,87% do território com

potencial hidrogeológico de 8,9 L/s/km² (SUDERHSA, 2007). Ele abrange os

municípios da região norte de Curitiba conforme mostra a figura 01 abaixo

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FIGURA 01 – OCORRÊNCIAS DO AQUIFERO CARSTE NO PARANÁ

FONTE: Suderhsa ( 2007)

Os estudos iniciais sobre o relevo carstico se detinham a sua morfologia.

Somente mais tarde com avanços de pesquisas sobre fenômenos relacionados

aos acidentes geológicos deu-se início ao estudo da hidrogeologia carstica.

A perfuração do primeiro poço profundo em Almirante Tamandaré para a

exploração do Carste ocorreu em 1972, na sede do município.

A exploração da água subterrânea de forma mais intensa a partir da

década de 1990 foi resultado do crescimento populacional da RMC que obrigou a

criação de áreas de preservação dos mananciais existentes.

Ocorre que a lei municipal é anterior as restrições impostas ao uso do solo

e como consequência áreas de fundo de vale são habitadas justamente as mais

frágeis e responsáveis pela recarga do sistema. Outro fator é a possível

contaminação pelo esgoto doméstico e lixo contaminando os depósitos

subterrâneos.

A área de abrangência do karst em Almirante Tamandaré é de

aproximadamente 147,78 km2 o que corresponde a 77,44% do município. Para

controlar a ocupação das áreas sobre o Aquifero Karst enquadrar o município

dentro da legislação ambiental o município aprovou a lei complementar 2/ 2006

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que define o zoneamento municipal e o Uso e Ocupação do Solo em Almirante

Tamandaré. No capítulo III (Art. 7º) define as áreas urbanas e rurais do município

em zonas ou setores de ocupação distinta seguindo critérios de usos.

[...] e ocupações distintas, segundo os critérios de uso predominantes e de aglutinação e de usos afins e separação de usos conflitantes, objetivando a ordenação do território e o desenvolvimento urbano, segundo critérios urbanísticos e ambientais desejáveis estabelecidos pelo Plano Diretor Municipal.

O artigo 8º trata do zoneamento do município em seis zonas:

I - Zonas em áreas sem influência do aquífero Karst,

II - Zonas em áreas com influência do Aquifero Karst,

III - Zonas Especiais de Parques, Setores Especiais,

IV - Zonas Rurais e Área de Proteção Ambiental do Passaúna.

Na seção II são referidas as áreas com influência do Aquifero Karst e em

seu artigo 10 compreende as áreas urbanas situadas na Macrozona de Controle

Ambiental (MCA) e suas classificações em Zonas residenciais, zonas de

comércio, zonas de chácaras e as devidas limitações impostas ao uso. Contudo a

Zona Central voltada para a Avenida Emilio Johnson continuará com os usos

consolidados para a habitação e para o comércio.

2.2 Caracterização do município de Almirante Tamandaré

O município de Almirante Tamandaré possui uma área territorial:

276,105km2, tendo uma altitude média 950,00 metros, latitude: 25° 18' 00'' Sul e

longitude: 49° 18' 00'' W-GR. A população:103.204 habitantes (Censo 2010) e o

PIB: 138, 38 milhões. Clima Subtropical Úmido Mesotérmico, verões frescos

(temperatura média inferior a 22° C), invernos com ocorrências de geadas

severas e frequentes (temperatura média inferior a 18° C), não apresentando

estação seca.

O desenvolvimento histórico de Almirante Tamandaré esta ligado a

descoberta do ouro no distrito de Campo Magro no ano de 1680. Com o

esgotamento das jazidas o município passou a ser ocupado por colonos em

busca de terras férteis para o plantio. Esses colonos foram responsáveis pelo

aparecimento das localidades de Tranqueira, Boicininga e Antonio Prado,

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Lamenha Grande, Lamenha Pequena e São Miguel frutos da colonização de

alemães, italianos e poloneses.

No ano de 1947, Almirante Tamandaré foi desmembrada do município de

Colombo, com o nome de Timoneira. No ano de 1956 volta a receber o seu antigo

nome de Almirante Tamandaré.

O município teve a sua área reduzida com o desmembramento do Distrito

de Campo Magro, sendo este elevado a categoria de município no ano de 1995.

A Rodovia dos Minérios é o principal acesso ao município. Ela atravessa o

município no sentido norte e sul, ligando as cidades de Rio Banco do Sul ao norte

e Curitiba ao sul. Além da Rodovia dos Minérios a PR 418 (Contorno Norte) é

importante para o escoamento da produção do município.

Apesar das restrições ambientais impostas pelo Aquifero Karst o município

apresenta diversas indústrias de exploração mineral ao longo da PR 092. A

localidade de Tranqueira possui diversas empresas de extração e beneficiamento

de minerais e é também definida como uma importante fonte de abastecimento

futuro (ARAUJO, 2002).

As atividades extrativas podem contribuir para a ocorrência de processos

indutores de acidentes geológicos como subsidências ou colapsos, podendo

trazer riscos e prejuízos ambientais e econômicos.

Albrecht (1996) afirma que as atividades de construção civil, implantação

de pedreiras, vibrações, implantações de aterros sanitários são causadores de

problemas ambientais oriundos da ocupação de áreas cársticas.

Segundo a (COMEC 2002), a atividade mineradora representa uma

atividade de considerável impacto ambiental, seja pela extração de minérios em

áreas de captação do Karst, com deslocamentos de solo e subsolo, seja pela

quantidade de resíduos industriais.

Outro risco que ocorre é a exploração do aquífero em área urbanizada

como o centro de Almirante Tamandaré e em Tranqueira é o rebaixamento do

nível da água que já provocou afundamentos carsticos compostos de subsidência

e colapsos de solo, que surgem a partir do esvaziamento das cavidades

existentes.

Desde 1993, quando a Mineropar começou a cadastrar os acidentes

geológicos na RMC, ocorreram 20 colapsos na área do Karst. O maior colapso

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ocorreu na região de Tranqueira, em Almirante Tamandaré. Ele possui um

diâmetro de 70 m e 30 m de profundidade. O colapso pode ter ocorrido devido à

retirada de água através de poços artesianos. As figuras abaixo mostram as

dimensões do colapso.

FIGURA 02 FIGURA 03

Colapso em Tranqueira FONTE: GASPARIN 2009

O município esta diante de um dilema, pois precisa garantir o

abastecimento da população para as gerações futuras. Segundo os estudos

realizados pela Sanepar entre 2025 á 2035 o modelo atual atingira o máximo de

sua capacidade de extração de água.

Uma solução apontada pela Sanepar será a utilização da água do rio

Barigui para o abastecimento da região, mas para a utilização desse rio será

necessário à conclusão da rede de esgoto que foi programada para estar em

operação em dezembro de 2011. No entanto até junho de 2013 a obra não foi

concluída.

Infelizmente boa parte dos esgotos do município vão parar no rio Barigui,

pois como afirma (ARAÚJO 2005, p. 104):

Assim, em regiões onde há problemas de desigualdade e exclusão social, a questão social associada à sustentabilidade requer a implantação de políticas pública que atendam a necessidades básicas, como educação, saúde e habitação, em condições dignas.

O crescimento da população de Almirante de maneira desordenada

passando de 15.299 em 1970 para uma população de 103.204 habitantes em

2010. A proximidade de Curitiba, lotes baratos, transporte coletivo e a exploração

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mineral ao longo da Rodovia dos Minérios até a localidade de Tranqueira. A falta

de uma legislação de parcelamento do solo e legislação ambiental até a década

de 1990, favoreceu a ocupação de áreas de fragilidade do karst.

Segundo (ARAÚJO 2005, p 20) “[...] na década de 1990 o município

recebeu um grande número de pessoas que passaram a ocupar áreas

irregularmente, provocando um agravamento das questões sociais e ambientais”.

A falta de conhecimento sobre a área do Carste é observada ao instalar um

terminal de ônibus sobre a planície carstica no centro do município ao lado do

parque das dolinas.

Outro fator é que apenas 4,32% dos domicílios do município possui ligação

à rede geral de esgotos. O restante é distribuído em depositado em fossa

rudimentar 49,48%, fossa séptica 35,98%, valas 4,07%, diretamente nos rios

3,49%. (COMEC 2002, p 17-6/10)

3. O DESENVOLVIMENTO E RESULTADO DO PROJETO

O projeto foi apresentado no dia 06 de fevereiro de 2014 à direção do

colégio, equipe pedagógica, professores e aos funcionários.

3.1 ANÁLISE DA PERPECTIVA DOS ALUNOS

3.1.1 Reconhecimento do espaço em que o aluno vive

O projeto parte do conhecimento empírico do educando sobre o aquífero

Carste, coletados a partir de um questionário. Para a realização desta atividade, a

turma do 3º A ano recebeu um questionário onde foram propostas três questões

que estão listados no quadro a seguir:

QUADRO 01

1) O QUE VOCÊ CONHECE SOBRE O AQUIFERO KARST?

2) QUAL A IMPORTÂNCIA DO AQUIFERO KARST PARA O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE

TAMANDARÉ?

3) O AQUIFERO KARST ESTA RESTRITO APENAS AO MUNICIPIO DE ALMIRANTE

TAMANDARÉ?

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Após responder as questões, os alunos entregaram uma folha com as

respostas a seguir sobre a questão 01.

“É um reservatório de água que esta sob Almirante Tamandaré.”

“É muito importante para o município de Almirante Tamandaré.”

“É um aquífero que fica na Região Metropolitana de Curitiba.”

“É um lençol de água.”

Para a questão 02 as respostas foram as seguintes:

“É a principal fonte de abastecimento do município.”

“É importante, pois, há muitas firmas de cal, ou seja, é de importância

econômica na região.”

Percebemos pelas respostas que os alunos conhecem o que é o aquífero

Karst e a maioria dos alunos conhecem sua importância para o município, há

exceção foram as duas respostas envolvendo a exploração de calcário.

Com relação à questão 03 as respostas foram as seguintes:

“Ele é responsável pelo abastecimento e 25% da população mundial.”

“Ele se estende por outros municípios.”

“Esta restrito a Almirante Tamandaré.”

“Acredito que não, ele deve cobrir outros municípios.”

Para sanar algumas dúvidas e para conhecermos a formação de um

aquífero e em especial sobre o Karst, apresentamos vídeos retirados do You

Tube conforme mostra o quadro abaixo.

QUADRO 02

http://www.youtube.com/watch?v=c24uuC2mZWM AQUIFERO CARSTE

http://www.youtube.com/watch?v=uk3QuW_koJ8 PLANETA ÁGUA

http://www.youtube.com/watch?v=M8Obx_d5oA4 FORMAÇÃO DE UM AQUIFERO

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Após assistirem os vídeos, ainda em grupo, os alunos acrescentaram

corrigiram as suas afirmações sobre o Aquifero e aprofundar conhecimentos

teóricos sobre o processo de formação do Aquifero Carste. Mostramos as várias

classificações de aquífero, relacionadas ao tipo de rocha mostrado em sua

formação. Essas imagens foram mostradas utilizando o projetor multimídia, a tv

pen drive e a apostila elaborada pela Sanepar.

Com o auxílio de mapas e reportagens, localizamos áreas de ocorrência do

Carste na RMC no município de Almirante Tamandaré e as limitações em termos

construtivos e de instalação industrial no município devido à lei de zoneamento

devido à fragilidade do solo e riscos de contaminação do lençol freático.

Com o mapa do município de Almirante Tamandaré localizamos a região

onde esta situada o Colégio Angela Sandri e os educandos perceberam que ele

esta localizado dentro da área direta do Carste. Na sequência das aulas, foi

mostrada a situação dos reservatórios de subterrâneos e rios do município e o

surgimento de dolinas e colapsos que ocorreram devido à exploração do Carste.

Apresentamos dados da Sanepar e Suderhsa sobre o estado do Paraná.

Segundo essas informações o Aquifero Carste representa 2,87% do território do

estado com potencial hidrogeológico de 8,9 L/s/km² (SUDERHSA, 2007). Ele

abrange os municípios da região norte de Curitiba e mostra o mapa e a área de

influência do Carste no município de Almirante Tamandaré na figura e 04 a seguir:

FIGURA 04

Figura 04 Área de Influência do Aquífero Karst, Município de Almirante Tamandaré. FONTE: Prefeitura Municipal de Almirante Tamandaré (2006) apud DOMAKOSKI, A. ; REZENDE, D. A. 2009

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Além da utilização de mapas em várias escalas para localizar as áreas de

ocorrência do Carste, utilizamos textos de apoio e imagens.

Utilizando a apostila da Sanepar e fotos, mostramos os locais que sofreram

com o aparecimento de dolina e colapsos que ocorreram pelo uso da agua

subterrânea em nosso município.

Apresentamos fotos da situação do rio Barigui em nosso município com

áreas em que o esgoto doméstico e resíduos industriais, os quais vão parar no

leito do rio.

Como a escassez e água é um problema real a conservação dos

mananciais é vital para que a população de nossa cidade.

Ao final da aula propomos uma visita às áreas de nascentes do rio Barigui

e seguimos partes do leito nos bairros de Areias e Tranqueira. Nesta aula de

campo os alunos observaram que o rio Barigui precisa de uma política que

priorize a sua conservação. Explicamos sobre a utilização de fossas sépticas para

as residências e a conclusão da rede de esgotos que reduziria em muito a

contaminação.

3.1.2. A situação do rio Barigui e do aquífero karst e as ações municipais

para a preservação.

Ao visitar as nascentes do rio Barigui, no bairro de Areias e seguir o leito

em direção ao bairro e Tranqueira e as áreas onde ele recebe o esgoto

doméstico, os alunos conheceram o relevo e o leito do rio Barigui e os problemas

relacionados à falta de saneamento básico do município. No trajeto os alunos

questionaram sobre a legislação do município, com relação à preservação

sustentabilidade do meio ambiente.

Com relação ao desenvolvimento e a sustentabilidade (ARAUJO, 2005, p.

104), afirma que:

Assim, para se atingir os ideais de sustentabilidade urbana devem ser conjugados os interesses sociais e ambientais, baseados em políticas integradas, além de se considerar que, diante da multiplicidade de agentes envolvidos, não poderão ser deixadas de lado questões sociais, como a saúde, o emprego e a moradia.

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Para a realização da atividade de campo, utilizamos como material, uma

maquina fotográfica, e um GPS, para marcar pontos de coordenadas das

nascentes e alguns pontos do curso para traçar um mapa do rio nesses bairros,

pois não encontramos este material acessível nas pesquisas.

Os alunos observaram pontos mata ciliar, tipo de construção que estão

próximos ao rio, a linearização do leito do rio o que acelera o processo de

assoreamento e áreas que recebem esgoto sem tratamento das residências.

Figura 05 FIGURA 06

Nascente do rio Barigui. Autor: José Maria Von Kruger

FIGURA 07 FIGURA 08

Vala com esgoto lançado no rio autor: José Maria Von Kruger

Outra atividade realizada para conhecermos as ações realizadas pelo

município de Almirante Tamandaré, com relação ao Karst, foi a realização de

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uma palestra com a ex-Coordenadora de Educação Ambiental na gestão 2005 á

2012, Elizabeth do Rocio Godke.

Ela explicou sobre a Lei de Zoneamento Municipal e os desafios frente ao

crescimento demográfico do município e a necessidade de preservar os recursos

hídricos do município. Ao relatar situações vivenciadas sobre a falta de

conscientização da população com relação a grande quantidade de lixo jogados

no rio e as residências construídas em fundos de vale sujeitas a enchentes e

onde o esgoto é lançado diretamente no rio ou em valas.

Os alunos realizaram perguntas sobre os problemas de abastecimento

atuais e futuros do município. Que ações foram concretizadas, e o que pode ser

feito para sanar a falta de abastecimento para a próxima década.

A palestrante informou que a prefeitura para conscientizar a população

realizou palestras nas escolas, implantando a agenda 21 escolar, realizou o

recolhimento do óleo de cozinha nas escolas municipais para evitar a

contaminação do aquífero, a realização de cursos de capacitação para os

professores sobre o tema, o replantio de arvores no leito do rio e a retirada do lixo

do leito do rio. Para sanar os problemas de enchentes, realizou a obra de

dragagem do rio Barigui para evitar enchentes como ocorreram em janeiro de

2010, onde a região de Tranqueira, Bonfim e o Centro que ficaram

completamente alagadas.

Segundo (ARAUJO 2005, p 20) “O crescimento urbano e o

desenvolvimento econômico também geram alterações no meio físico, e um dos

recursos mais impactados é a água, a qual deve ser protegida visando à

manutenção da integridade global do ecossistema”.

Segundo a palestrante outro problema que precisa ser resolvido no

município é a retirada da população de áreas de risco, onde o esgoto é lançado

diretamente no rio ou em valas poluindo o rio.

3.1.3. Atividade Interdisciplinar

Na disciplina de Química, os alunos pesquisaram e trouxeram para a sala

de aula a descrição dos rótulos de várias marcas de água mineral espalhadas por

diferentes regiões e compararam os diferentes teores de minerais presentes em

cada marca. Depois da comparação a professora de Química explicou sobre o

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processo de dissolução dos minerais, que fazem parte da água mineral.

Aproveitando a pergunta realizada sobre o comercial de uma determinada marca

que possui o menor índice de sódio entre as águas minerais, a professora

explicou sobre a influência do sódio no organismo do ser humano. Foi tratado

sobre o processo de tratamento utilizado pela Sanepar em Almirante Tamandaré

onde é retirada a água através de poços artesianos e o processo utilizado em

Curitiba onde a água é captada de rios.

A aula de Química despertou a curiosidade com relação ao processo de

captação da água mineral. Então realizamos uma visita com alguns alunos do 3º

ano, onde visitaram a fonte e todo o processo que envolve desde a fonte até a

comercialização e as análises realizadas no laboratório da Água Mineral Timbu

localizado nas proximidades do Colégio Angela Sandri Teixeira.

Na disciplina de Matemática, os alunos aprenderam a calcular a vazão dos

tanques e torneiras, pois o cálculo da vazão dos poços artesianos é bastante

complexo, pois depende de variáveis.

A disciplina de Língua Portuguesa foi responsável pela elaboração dos

textos conclusivos sobre o Projeto. Neste texto os alunos refletiram sobre as

ações que podem ser tomadas como cidadãos para a preservação do meio

ambiente.

3.1.4. Visita à estação de tratamento

Nesta visita os alunos conheceram o processo de captação dos poços

artesianos de Tranqueira e da Sede do Município com o número de poços

existentes, qual o potencial de cada poço e quantos estão sendo utilizados para o

abastecimento do município atualmente.

Na sede do município figuras 09 e 10, os alunos conheceram as limitações

da exploração nos poços da estação de tratamento que ficam ao lado do Colégio

Ambrósio Bini. No início da exploração dos poços da estação sede que ficam ao

lado do Colégio teve como consequência rachaduras e interdição do mesmo.

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FIGURA 09 FIGURA 10

Estação de Tratamento de Almirante Tamandaré com os poços 17 e 20 e ao fundo o Colégio Estadual Ambrósio Bini Autor: José Maria Von Kruger

Nesta visita os alunos entenderam que a exploração dos recursos naturais

de forma racional como hoje, garante o abastecimento, pois com o sistema de

monitoramento e controle de vazão da Sanepar, o Colégio Ambrósio Bini, não

corre mais o risco de cair e atualmente passa por reformas e voltará a funcionar.

Na estação de Tranqueira foto 11, os alunos perceberam que mesmo ela

sendo pequena comparada com a estação sede, ela é responsável pela maior

quantidade de água que abastece o município, pois dois poços abastecem a

região de Tranqueira, Areias, Campo Grande, Venda Velha e Morro Azul. O

restante é transferido para a estação sede onde vai abastecer as demais

localidades do município.

Figura 11

Foto 11 – estação de tratamento de Tranqueira com os poços 01 e 05

Fonte: José Maria Von Kruger

Mas com o crescimento da população de Almirante Tamandaré será

necessário encontrar outras fontes de recursos hídricos. Uma alternativa

encontrada pela Sanepar para minimizar os problemas atuais com relação ao uso

do karst no centro de Almirante Tamandaré e para constituir numa reserva para o

abastecimento futuro, esta construindo uma represa para tratamento da água do

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rio Barigui. A expectativa da Sanepar que a disponibilidade de água com esta

obra aumente dos atuais 155l/s para aproximadamente 300l/s.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

As atividades propostas foram importantes para o aprofundamento do

conhecimento sobre o Karst. Quando apresentamos para os alunos a estrutura, á

área de abrangência em nosso município perceberam o quanto é importante a

realização por parte das autoridades de leis e obras que garantam a conservação

dos recursos hídricos.

Com relação a mudanças de atitudes com relação à redução de consumo

em nossas residências, percebemos que para uma parte da turma a necessidade

de economizar será um grande desafio, pois o individualismo é uma marca em

nossa população. Mas conversando com os alunos percebemos que na área rural

de nosso município existe a preocupação com o uso consciente da água para a

produção agrícola.

Na visita realizada a estação de tratamento da Sanepar, conheceram o

sistema de monitoramento dos poços artesianos da região. Este sistema

demonstrou que os problemas ocorridos no passado foram minimizados. Mas o

crescimento vegetativo da população coloca um desafio para as autoridades

municipais para encontrar solução que garanta o abastecimento sem

comprometer a estrutura do Karst.

O planejamento da cidade é primordial para minimizar os efeitos do

crescimento populacional. Ajustar as áreas para a exploração dos recursos

naturais e a relocação da população se faz necessário. A construção de uma

barragem no rio Barigui para a utilização em Almirante Tamandaré é uma medida

alternativa para substituir a exploração dos poços artesianos instalados na sede

do município. Conciliar o crescimento econômico e populacional à preservação

do Aquifero Karst será o grande desafio para Almirante Tamandaré.

Finalizando, apresentei o projeto no segundo semestre de 2014 para os

alunos do 1º B do Ensino Médio e percebi que o assunto despertou maior

interesse do que os alunos do 3º A turma que desenvolvi o projeto. Analisando a

participação maior dos alunos do 1º B em relação ao tema como prováveis

causas, a novidade do assunto tratado em sala, as experiências relatados por

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alunos que trabalham na agricultura e na qual os pais usam técnicas para a

irrigação e a produção hidropônica que reduzem o desperdício. Outro relato foi

sobre a captação da água das chuvas através de calhas e armazenados para o

uso para lavar as calçadas, pois nas áreas rurais é necessário a utilização de

poço artesiano para o abastecimento das propriedades rurais que não dispõe da

água fornecida pela Sanepar. Outra provável causa foi a diferença de faixa etária

entre as turmas. Para o próximo ano letivo vou desenvolver o projeto com os

alunos do primeiro ano do Ensino Médio para poder avaliar melhor a faixa etária

onde ele deve ser implantado.

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