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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

Título: O Treinamento Funcional como dinamizador do movimento na

disciplina de Educação Física no Ensino Médio

Autor: Sonia Cristina Franzo Borba

Professor Orientador: Vanildo Rodrigues Pereira

Resumo

Os hábitos da vida moderna levam ao sedentarismo. Isso acontece também

com os jovens que estudam no Ensino Médio. Este projeto propõe um

programa de Treinamento Funcional como dinamizador do movimento e da

melhora da condição física. Uma metodologia alternativa, embasada nos

princípios dos exercícios funcionais, colocando a escola como ambiente ideal

para aprendizagem de bons hábitos que podem ser levados por toda vida.

Palavras-chave: Treinamento Funcional; atividade física; Ensino Médio

1.Introdução

Espera-se que os alunos ao iniciar o Ensino Médio sejam portadores de

um rico acervo motor, pois já passaram pela principal fase de formação e

teoricamente deveriam estar prontos para movimentos mais específicos e

complexos. Mas a realidade que se pode observar no Colégio Estadual João

Theotônio Netto de Moreira Sales – PR mostra-se bem diferente. Eles chegam

imaturos comportamentalmente e com visíveis limitações motoras.

A vida moderna ociosa e os hábitos de sedentarismo cultivados desde a

infância até o atual momento da formação destes jovens que, na sua maioria,

foram pouco estimulados, não praticam atividade física ou qualquer tipo de

esporte.

Gallahue e Ozmum (2005), afirmam que o desenvolvimento motor na

faixa etária desses alunos, deveria possuir características mais avançadas do

que se observa.

Força, resistência, agilidade, equilíbrio e flexibilidade são habilidades

que compõe o complexo sistema motor humano. São elas que, elaboradas pelo

sistema nervoso, são responsáveis pela realização de movimentos básicos

como andar e subir escada até os movimentos mais complexos como

movimentos técnicos esportivos. A construção destas habilidades gera na

criança a base para um adulto que apresenta domínio sobre seu corpo. Em

contrapartida, o aluno que na sua infância não teve seu desenvolvimento motor

trabalhado de maneira ampla, fica com um déficit motor que carregará para

toda sua vida.

Além dos benefícios imediatos atribuídos a realização de esforços

físicos adequados na infância e na adolescência, evidências

apontam que as experiências positivas associadas à prática de

atividades físicas vivenciadas nessas idades se caracterizam como

importantes atributos no desenvolvimento de atitudes, habilidades e

hábitos que podem auxiliar futuramente na adoção de um estilo de

vida ativo fisicamente na idade adulta. (GUEDES; GUEDES,1997,

p.49)

Dentro da escola cabe a disciplina de Educação Física promover o

desenvolvimento motor, já que esta é a única disciplina que tem o movimento

como objeto pedagógico. Estimular e apontar experiências positivas para

desenvolver o gosto pela atividade física nos alunos do Ensino Médio pode

promover adultos fisicamente ativos. Para tanto propõe-se uma alternativa

metodológica: Treinamento Funcional.

A ideia de trabalhar com o Treinamento Funcional tem como justificativa

mostrar aos alunos do Ensino Médio, a importância que a atividade física tem

para o seu cotidiano e os benefícios que acarretará para sua saúde. Praticar

essa modalidade experimentalmente nas aulas de Educação Física de modo a

vivenciar movimentos que possivelmente, tanto atraiam quanto minimizem as

dificuldades de movimentos habilidosos. Inicialmente o Treinamento Funcional

foi utilizado para a recuperação dos movimentos funcionais de idosos e de

pacientes lesionados, porém seu sucesso fez com que fosse implantado nas

academias brasileiras como método alternativo, alcançando com eficiência os

objetivos estabelecidos por professores e alunos. Por que não utilizar o

treinamento funcional dentro da escola, já que um dos problemas encontrados

nas aulas de Educação Física é a formação deficitária das habilidades físicas?

Treinamento Funcional refere-se a um conjunto de exercícios

praticados como preparo físico ou com o fim de apurar habilidade

sem cuja execução se procura atender a função e o fim prático, ou

seja, os exercícios de treinamento funcional apresentam propósito

específico, geralmente reproduzindo ações motoras que serão

utilizadas pelo praticante em seu cotidiano. (MONTEIRO;

EVANGELISTA,2012, p.16)

Esses autores (2012, p. 16) indicam que exercícios funcionais referem-

se a movimentos que estabilizam mais de um segmento ao mesmo tempo, que

podem ser realizado em diferentes planos e que envolvem diferentes ações

musculares (excêntrica, concêntrica e isométrica).

As Diretrizes Curriculares Orientadoras da Educação Física (2008)

apresentam cinco conteúdos estruturantes: esportes, jogos e brincadeiras,

ginástica, lutas e dança. Classificou-se o Treinamento Funcional dentro do

conteúdo estruturante de Ginástica, pois entende-se que esta modalidade de

ensino deve dar condições ao aluno de reconhecer as possibilidades de seu

corpo. Com este tema da cultura corporal presente nos conteúdos

estruturantes, percebe-se que a inclusão do treinamento funcional como

componente metodológico do elemento articulador torna-se imprescindível,

pois ele entende que o corpo é compreendido em sua totalidade, ou seja, o ser

humano é o seu corpo, que sente, pensa e age (DCEs, 2008).

A aula de educação física na escola é o ambiente ideal para

proporcionar a aprendizagem de bons hábitos para repassar aos jovens

atitudes positivas e como principal meio de compreenderem o porquê da

necessidade de se aprender a cultura do corpo.

A DCE afirma ainda como Elemento Articulador, Cultura Corporal e

Saúde.

Cultura corporal e Saúde: Aspectos anátomo-fisiológicos da prática

corporal: trata-se de conhecer o funcionamento do próprio corpo,

identificar seus limites na relação entre prática corporal e

condicionamento físico, propor avaliação física e seus protocolos

(DCE, 2008, p.56).

Além da execução de exercícios funcionais torna-se importante também

a compreensão intelectual do movimento, onde e como acontece a reação do

corpo ao realizar um exercício físico. Dar-se a conhecer a anatomia humana

através de leituras, vídeos e exploração do próprio corpo.

2. Objetivos

Objetivo Geral

Investigar o efeito do Treinamento Funcional sobre a dinamização do

movimento em jovens do Ensino Médio na disciplina de Educação física.

Objetivos Específicos

para aplicar em uma turma da primeira série do Ensino Médio.

início quanto ao final do programa.

inicial e final, enunciando possíveis progressos.

situação inicial e final.

3. Metodologia

3.1. Caracterização do estudo

O estudo foi do tipo descritivo-exploratório conforme Cervo 1983, uma

vez que analisa uma intervenção educativa sem, no entanto, traçar

comparações com de grupo de controle.

3.2.População e Amostra

De seis turmas do primeiro ano do Ensino Médio do Colégio Estadual

João Theotônio Netto da cidade de Moreira Sales, foi selecionado

aleatoriamente uma das turmas com 28 alunos, sendo 16 do sexo feminino e

12 do sexo masculino.

3.3 Instrumento

O primeiro instrumento foi um questionário para coletar dados sobre as

características da turma,para avaliar o progresso físico dos participantes

utilizou-se de adaptação do Teste PROESP-BR, que consiste em:

Questionário Inicial

1. Você gosta da aula de Educação Física? ( )sim ( )não

2. Atualmente pratica atividade física fora da escola? ( )sim ( )não

3. Antes de Ensino Médio, você praticou alguma atividade física ou

esporte? ( )sim ( )não

4. Sabe quais os benefícios da atividade física para seu corpo? ( )sim

( )não. Descreve.

5. Conhece a anatomia do corpo humano? ( )sim ( )não

6. Consegue identificar os músculos em seu corpo? ( )sim ( )não

Teste de Flexibilidade (Sentar-e-alcançar)

Material: Fita métrica e fita adesiva

Orientação: Estenda uma fita métrica no solo. Na marca de 38 cm desta fita

coloque um pedaço de fita adesiva de 30 cm em perpendicular. A fita adesiva

deve fixar a fita métrica no solo. O sujeito, a ser avaliado, deve estar descalço.

Os calcanhares devem tocar a fita adesiva na marca dos 38 centímetros e

estarem separados 30 centímetros. Com os joelhos estendidos e as mãos

sobrepostas, o avaliado inclina-se lentamente e estende as mãos para frente o

mais distante possível. O avaliado deve permanecer nesta posição o tempo

necessário para a distância ser anotada. Serão realizadas duas tentativas.

Anotação: O resultado é medido em centímetros a partir da posição mais

longínqua que o aluno pode alcançar na escala com as pontas dos dedos.

Registram-se os resultados com uma casa após a vírgula. Para a avaliação

será utilizado o melhor resultado.

Teste de resistência abdominal (sit up)

Material: colchonetes e cronômetro.

Orientação: O sujeito avaliado se posiciona em decúbito dorsal com os joelhos

flexionados a 45 graus e com os braços cruzados sobre o tórax. O avaliador,

com as mãos, segura os tornozelos do estudante fixando-os ao solo. Ao sinal, o

aluno inicia os movimentos de flexão do tronco até tocar com os cotovelos nas

coxas, retornando a posição inicial (não é necessário tocar com a cabeça no

colchonete a cada execução). O aluno deverá realizar o maior número de

repetições completas em 1 minuto.

Anotação: O resultado é expresso pelo número de movimentos completos

realizados em 1 minuto.

Teste de Aptidão Cardiorrespiratória (corrida/caminhada dos 6 minutos)

Material: Local plano com marcação do perímetro da pista. Trena métrica.

Cronômetro e ficha de registro.

Orientação: Divide‐se os alunos em grupos adequados às dimensões da pista.

Informa‐se aos alunos sobre a execução do testes, dando ênfase ao fato de

que devem correr o maior tempo possível, evitando piques de velocidade

intercalados por longas caminhadas. Durante o teste, informa‐se ao aluno a

passagem do tempo 2, 4 e 5 (“Atenção: falta 1 minuto”).

Ao final do teste soará um sinal (apito) sendo que os alunos deverão

interromper a corrida, permanecendo no lugar onde estavam (no momento do

apito) até ser anotada ou sinalizada a distância percorrida.

Anotação: Os resultados serão anotados em metros com uma casa após a

vírgula.

Teste de força explosiva de membros superiores (arremesso do

medicineball)

Material: Uma trena e um medicineball de 2 kg (veja modelo artesanal de

confecção de medicineball em anexo ou utilize um saco de areia com 2 kg).

Orientação: A trena é fixada ao solo perpendicularmente à parede. O ponto

zero da trena é fixado junto à parede. O aluno senta‐se com os joelhos

estendidos, as pernas unidas e as costas completamente apoiadas à parede.

Segura a medicineball junto ao peito com os cotovelos flexionados. Ao sinal do

avaliador, o aluno deverá lançar a bola à maior distância possível, mantendo as

costas apoiadas na parede. A distância do arremesso será registrada a partir do

ponto zero até o local em que a bola tocou ao solo pela primeira vez. Serão

realizados dois arremessos, registrando‐se para fins de avaliação o melhor

resultado. Sugere‐se que a medicineball seja banhada em pó branco para

facilitar a identificação precisa do local onde tocou pela primeira vez ao solo.

Anotação: A medida será registrada em centímetros com uma casa após a

vírgula.

Teste de força explosiva de membros inferiores (salto horizontal)

Material: Uma trena e uma linha traçada no solo.

Orientação: A trena é fixada ao solo, perpendicularmente à linha de partida. A

linha de partida pode ser sinalizada com giz, com fita crepe ou ser utilizada

uma das linhas que demarcam as quadras esportivas. O ponto zero da trena

situa‐se sobre a linha de partida. O avaliado coloca‐se imediatamente atrás da

linha, com os pés paralelos, ligeiramente afastados, joelhos semiflexionados,

tronco ligeiramente projetado à frente. Ao sinal o aluno deverá saltar a maior

distância possível aterrissando com os dois pés em simultâneo. Serão

realizadas duas tentativas, será considerado para fins de avaliação o melhor

resultado.

Anotação: A distância do salto será registrada em centímetros, com uma casa

após a vírgula, a partir da linha traçada no solo até o calcanhar mais próximo

desta.

Teste de agilidade (teste do quadrado)

Material: um cronômetro, um quadrado com 4 metros de lado. Quatro garrafas

de refrigerante de 2 litros do tipo PET cheias de areia. Piso antiderrapante.

Orientação: Demarca-se no local de testes um quadrado de quatro metros de

lado. Coloca-se uma garrafa PET em cada ângulo do quadrado. Uma fita crepe

ou uma reta desenhada com giz indica a linha de partida (ver figura abaixo). O

aluno parte da posição de pé, com um pé avançado à frente imediatamente

atrás da linha de partida (num dos vértices do quadrado). Ao sinal do avaliador,

deverá deslocar‐se em velocidade máxima e tocar com uma das mãos na

garrafa situada no canto em diagonal do quadrado (atravessa o quadrado). Na

seqüência, corre para tocar à garrafa à sua esquerda e depois se desloca para

tocar a garrafa em diagonal (atravessa o quadrado em diagonal). Finalmente,

corre em direção á última garrafa, que corresponde ao ponto de partida. O

cronômetro deverá ser acionado pelo avaliador no momento em que o avaliado

tocar pela primeira vez com o pé o interior do quadrado e será travado quando

tocar com uma das mãos no quarto cone. Serão realizadas duas tentativas,

sendo registrado para fins de avaliação o menor tempo.

Anotação: A medida será registrada em segundos e centésimos de segundo

(duas casas após a vírgula).

Teste de velocidade de deslocamento (corrida de 20 metros)

Material: Um cronômetro e uma pista de 20 metros demarcada com três linhas

paralelas no solo

da seguinte forma: a primeira (linha de partida); a segunda, distante 20m da

primeira (linha de cronometragem) e a terceira linha, marcada a um metro da

segunda (linha de chegada). A terceira linha serve como referência de chegada

para o aluno na tentativa de evitar que ele inicie a desaceleração antes de

cruzar a linha de cronometragem. Duas garrafas do tipo PET de 2 litros para a

sinalização da primeira e terceira linhas.

Orientação: O estudante parte da posição de pé, com um pé avançado à frente

imediatamente atrás da primeira linha (linha de partida) e será informado que

deverá cruzar a terceira linha (de chegada) - linha Manual do Projeto Esporte

Brasil 2012 – Adroaldo Gaya, o mais rápido possível. Ao sinal do avaliador, o

aluno deverá deslocar‐se, o mais rápido possível, em direção à linha de

chegada. O avaliador deverá acionar o cronômetro no momento em que o

avaliado ao dar o primeiro passo toque o solo pela primeira vez com um dos

pés além da linha de partida. O cronômetro será travado quando o aluno ao

cruzar a segunda linha (linha de cronometragem) tocar pela primeira vez ao

solo.

Anotação: O cronometrista registrará o tempo do percurso em segundos e

centésimos de segundos (duas casas após a vírgula).

3.4. Programa de Ginástica Funcional

Tabela 1.Programa de Ginástica Funcional Número de aulas

Objetivo Recursos utilizados Procedimentos metodológicos

03

Realizar movimentos funcionais simples e individualmente

Quadra de esportes Explicação prática de como realizar pranchas, agachamentos e abdominais

03

Realizar movimentos funcionais simples em duplas

Quadra de esportes Explicação prática de como realizar agachamentos, flexões e abdominais

03

Realizar movimentos funcionais simples individualmente com auxilio de materiais

Caixa de papelão Elástico Fita adesiva Cones ou (garrafa pet 2 litros com areia)

Explicação prática de como realizar saltos, deslocamentos, puxadas e empurradas

03

Realizar movimentos funcionais simples em duplas com auxilio de materiais

Bola Corda Pneu

Explicação prática de como realizar saltos, deslocamentos, puxadas e empurradas

05 Realizar movimentos funcionais mais complexos (combos- onde são realizados mais de um movimento durante o exercício) individualmente com auxilio de materiais

Caixa de papelão Elástico Fita adesiva Cones ou (garrafa pet 2 litros com areia) Bola Corda Pneu

Explicação prática de como realizar movimentos com saltos, deslocamentos, puxadas, empurradas, agachamentos, pranchas e abdominal

05

Realizar movimentos funcionais mais complexos (combos- onde são realizados mais de um movimento durante o exercício) individualmente com auxilio de materiais

Caixa de papelão Elástico Fita adesiva Cones ou (garrafa pet 2 litros com areia) Bola Corda Pneu

Explicação prática de como realizar movimentos com saltos, deslocamentos, puxadas, empurradas, agachamentos, pranchas e abdominal

05

Realizar movimentos funcionais mais complexos (combos- onde são realizados mais de um movimento durante o exercício) individualmente com auxilio de materiais

Caixa de papelão Elástico Fita adesiva Cones ou (garrafa pet 2 litros com areia) Bola Corda Pneu

Explicação prática de como realizar movimentos com saltos, deslocamentos, puxadas, empurradas, agachamentos, pranchas e abdominal

3.5. Tratamento Estatístico

Para tratar os dados coletados foram realizados os seguintes

procedimentos estatísticos: cálculo de média, desvio padrão e Teste t Student

que de acordo com Ayres (2005, p. 117).

É um procedimento onde dois conjuntos são investigados, o segundo

constituído dos mesmos elementos do primeiro, formando pares de

unidades onde cada indivíduo contribui com dois escores, ou seja,

funciona como seu próprio controle. São, pois, amostras relacionadas,

pareadas ou dependentes, tomadas para testar as médias das

diferenças antes e depois da condição objeto de pesquisa.

4. Resultados

Os resultados do questionário inicial mostraram que 97% dos alunos

entrevistados gostam das aulas de Educação Física , sendo que 71% praticam

atualmente atividade física fora da escola como caminhada, esporte, luta e

academia. Antes do Ensino Médio, 64 afirmaram ter praticado alguma forma de

atividade física somente 64%. Também 64% dos alunos sabem quais os

benefícios da atividade física para o próprio corpo e apenas 36% afirmaram

não saber. Quanto ao conhecimento da anatomia humana, 81% dizem não ter

conhecimento sobre o tema e somente 19% afirmaram conhecer.

Tabela 2. Teste t comparativo dos resultados do pré e pós testes

Teste Pré Pós T

X Sd X Sd

Flexibilidade M 33,33 F 40,31 G 37,32

M 11,44 F 8,11 G 10,11

M 34,25 F 43,69 G 39,64

M 11,52 F 6,41 G 9,97

M 0.42 F 0.02 G 0.01

Cardio

Respiratório

M 810,00 F 727,50 G 810,00

M 166,13 F 100,10 G 166,13

M 925,00 F 847,50 G 880,71

M 150,18 F 97,67 G 126,55

M 0.02 F 0.00 G 0.02

Força Explosiva

Membros

Superiores

M 4,17 F 3,86 G 3,86

M 0,54 F 0,66 G 0,66

M 3,95 F 3,78 G 3,78

M 0,65 F 0,64 G 0,64

M 0.27 F 0.46 G 0.46

Força Explosiva

Membros

Inferiores

M 1,71 F 1,40 G 1,54

M 0,23 F 0,26 G 0,29

M 1,80 F 1,38 G 1,56

M 0,26 F 0,20 G 0,31

M 0.14 F 0.50 G 0.48

Agilidade M 7,28

F 7,99 G 7,68

M 0,73 F 0,73 G 0,80

M 7,09 F 7,61 G 7,38

M 1,05 F 0,67 G 0,87

M 0.34 F 0.03 G 0.02

Velocidade de Deslocamento

M 4,29 F 4,77 G 4,57

M 0.52 F 0,46 G 0,54

M 4,20 F 4,74 G 4,51

M 0,39 F 0,50 G 0,53

M 0.37 F 0.83 G 0.54

Observa-se nos resultados comparados, que houve avanço significativo

entre o pré e o pós teste na flexibilidade (feminino 0.02 e geral 0.01), na

resistência abdominal (masculino 0.00; feminino 0.02 e no geral 0.00), no teste

cardiorrespiratório (masculino 0.02, feminino 0.00 e geral 0.02) e no teste de

agilidade (feminino 0.03 e geral 0.02). Já na Força explosiva – membros

superiores, força explosiva – membros inferiores e velocidade de

deslocamento,nenhum avanço significativo foi registrado.

5. Discussão

Este estudo teve por objetivo investigar o efeito do Treinamento

Funcional sobre a dinamização do movimento em jovens do Ensino Médio na

disciplina de Educação física através de um Programa de Treinamento sendo

avaliado por uma adaptação do Teste PROESP-BR. Foi verificado um avanço

significativo nos testes de flexibilidade, resistência abdominal,

cardiorrespiratório e agilidade. Assim como, não apresentou resultado

significativo nos testes de força explosiva - membros superiores, força

explosiva – membros inferiores e velocidade de deslocamento.

O Treinamento Funcional torna-se um aliado imprescindível na formação

do corpo em formação, devido a sua forma de atuação. Analisando os números

percebe-se que em vários pontos avaliados, o Treinamento Funcional

demonstrou uma melhora significativa: o que torna esta pesquisa mais

significativa devido aos números obtidos com a comparação do Pré Teste com

o Pós Teste, dando uma média quantitativa e qualitativa no Teste t.

Gráfico 01 – Flexibilidade e Resistência Abdominal

0

10

20

30

40

50

Pré M Pré F Média Pré Pós M Pós F Média Pós

FLEXIBILIDADE

RESISTÊNCIA ABDOMINAL

Analisando o gráfico 01, percebe-se nitidamente que houve um

acréscimo na qualidade da flexibilidade como da resistência abdominal,

comparando o pré teste com o pós teste, porém evidenciou claramente que no

Teste t da flexibilidade, a variação não foi significante para os meninos (0,42),

portanto não obteve o resultado esperado.

Este parâmetro torna-se interessante, pois segundo Guedes e Barbanti

(1995), existe no início da puberdade, uma diferenciação entre meninos e

meninas, sendo que os meninos tendem a ter um desenvolvimento músculo-

esquelético o que pode acarretar, por assim dizer, num atrofiamento das fibras

musculares devido a sua densidade das fibras musculares, porém nas meninas

ocorre a maturação sexual primeiramente, o que pode explicar a capacidade

das meninas apresentarem um grau de flexibilidade maior devido a sua

formação ósteo-muscular ser significativamente menor nesta fase do

desenvolvimento.

Assim fica evidenciado que a flexibilidade analisada entre ambos os

sexos, revelou valores semelhantes aos desses autores, pois verificou-se que

as meninas tiveram uma melhora significante (0,02), o que se pode considerar

excelente. Porém, um ponto interessante que ficou constatado foi que a

melhora da resistência abdominal foi maior nas meninas do que nos meninos,

em contradição com a afirmação dos citados autores, pois também anotou uma

melhora de 0,02 no Teste t. e, portanto, melhor do que os meninos.

Gráfico 02 – Agilidade

6,5

7

7,5

8

Pré Teste Pós Teste

Agilidade Masculino

Agilidade feminino

Média Agilidade

A agilidade, quando comparada no gráfico 02, demonstra que houve um

decréscimo da utilização do tempo na realização do exercício constatado pelo

Teste “t”. Portanto, ao analisar os resultados, percebeu-se resultados

significativos nesta variável. Ao aplicar um programa de Treinamento Funcional

observa-se aumento da eficiência dos movimentos, como afirma Gallahue e

Ozmun(2002) ao referir que, quanto mais o adolescente aprimora a força,

velocidade de movimento, coordenação e assim por diante, pode-se esperar

observar níveis de desempenho cada vez melhores e, neste caso, propicia a

melhora da coordenação motora e da lateralidade como também a

propriocepção gerando assim desenvolvimento da agilidade.

Deve-se perceber que quando uma pessoa torna-se ativa deixando o

sedentarismo de lado ela terá, inicialmente, uma melhora na sua agilidade,

devido o corpo sair de seu estado de ócio para um estado de movimento. A

proposta do Treinamento Funcional demonstrou esta melhora mesmo após

apenas algumas aulas dedicadas para a realização destes exercícios. Foi

possível constatar que a melhora nas meninas foi de 0.03 e no geral de 0.02,

devido a própria constituição ósteo muscular de ambos.

Gráfico 03 – Cardiorrespiratório

0

200

400

600

800

1000

Pré M Pré F Média Pré Pós M Pós F Média Pós

cardio Respiratório

O gráfico 03 referente a capacidade cardiorrespiratória demonstra uma

melhora em todos os segmentos analisados, ou seja, tanto os meninos como

as meninas apresentaram resultados significativos no Teste t, fornecendo um

resultado de 0,02 para os meninos, 0,00 para as meninas e 0,02 para o geral

entre ambos. Neste caso os resultados obtidos são considerados excelentes,

mesmo se levar em consideração o pouco tempo de prática entre os testes.

Quanto ao teste cardiorrespiratório Lazzoli (1998) refere que em relação

à potência aeróbica, ocorre um aumento do consumo máximo de oxigênio

(VO2max) em termos absolutos ao longo da idade, com maior aceleração em

meninos do que em meninas o que ficou evidenciado nos testes realizados.

Verificou-se no presente estudo que houve uma melhora cardiorrespiratória de

0.00 para os meninos, de 0.02 para as meninas e de 0.00 no geral, e que deve

ser levado em consideração que mesmo não sendo uma atividade de ritmo

aeróbico constante proporcionou benefícios a capacidade do VO2 máx.

Gráfico 04 – Força Explosiva de Membro Superior e Membro Inferior

0

1

2

3

4

5

Pré teste

M

Pré Teste F Média do

Pré teste

Pós Teste

M

Pós teste F Média do

Pós Teste

Força Expl. _ Membro Superior

Força Expl. - Membro Inferior

No teste de Força Explosiva Inferior e Força Explosiva Superior, sabe-se

que o seu aumento é proporcional à quantidade de sobrecarga segundo Maior

(2008), afirma que a força relativa desenvolvida está diretamente ligada com o

número de ações musculares executadas durante o exercício. Portanto,

acredita-se não ter surtido o efeito esperado devido ao pouco tempo de

adaptação destes grupos musculares em reagir positivamente a um exercício

específico, tanto é que houve um decréscimo neste período de teste em que o

valor de t para a força explosiva de membros superiores foi de 0,27 para os

meninos, de 0,64 para as meninas totalizando um valor de 0,6. Na força

explosiva de membros inferiores para os meninos o t foi de 0,14 e para as

meninas de 0,50 sendo de 0,48 no geral.

Gráfico 05 – Velocidade de Deslocamento

3,8

4

4,2

4,4

4,6

4,8

Pré Teste M Pré Teste F Média do

Pré Teste

Pós Teste M Pós Teste F Média do

Pós Teste

Velocidade de Deslocamento

Pode-se perceber que no gráfico 05 que na variável Velocidade de

Deslocamento o resultado permaneceu inalterado, uma vez que não houve

melhora da força explosiva de membros superiores e membros inferiores, o

resultado foi de 0,37, para os meninos; de 0,83 para as meninas de 0,54 no

geral. Portanto, reforçou a hipótese de que alguns tópicos avaliados

necessitam de um tempo maior de adaptação para que os meninos e as

meninas possam sofrer alterações musculares significativas, isto se deve

principalmente a associação da força de potência que segundo Maior (2008) é

a definição da utilização da musculatura com a maior velocidade imposta pelo

sistema neuromuscular em determinado período de tempo e pela força de

resistência. Segundo Maior(2008) é a definição da capacidade neuromuscular

de produzir o maior somatório de impulsos possíveis sob condições aeróbicas

e anaeróbicas, o que em contrapartida define que para uma alteração ósteo

muscular significativa que possa influenciar a velocidade de deslocamento isso

dependerá de um período maior de adaptação.

6. Conclusão

Os resultados do presente estudo, nas diversas variáveis avaliadas

antes e após uma possível influência do Treinamento Funcional, permitem

concluir que:

Na variável flexibilidade houve uma influência significativa, pois os

resultados indicam valores de 0.02 para o feminino e 0.01 no geral.

No teste de resistência abdominal apresentou um resultado de grande

relevância indicando para o masculino 0.00 feminino 0.02 e de 0.00 no

geral .

Teste cardiorrespiratório revelou também valores significativos, sendo de

0.00 no masculino, 0.02 no feminino e 0.00 no geral.

Na variável Força Explosiva de membros superiores não houve

influência significativa apresentou resultados de 0.27 masculino,0.46 no

feminino e 0.46 no geral.

A Força Explosiva de membros inferiores também não apresentou

significância em seu resultado, de 0.14 no masculino, 0.50 no feminino e

0.48 no geral.

Teste de agilidade apresentou influência significativa, pois os resultados

indicam valores de 0.34 para o masculino, 0.03 para o feminino e 0.02

no geral.

Na variável Velocidade de Deslocamento não apresentou resultado com

grande relevância indicando valores de 0.37 masculino, 0.83 feminino e

0.54 no geral.

Assim, notou-se que o Treinamento Funcional constitui um instrumento

dinamizador do movimento em jovens do Ensino Médio e que as

variáveis analisadas apresentaram influência significativa em seus

resultados, demonstrando a importância deste estudo.

7. Referências

AYRES, Manuel et. al. BIOESTAT 4.0: Aplicações Estatística nas áreas das

Ciências Biológicas e Médicas. Pará: Ed. Mamirauá, 2005.

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