OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · Talvez uma sugestão seja trabalhar esta...

105
Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

Transcript of OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · Talvez uma sugestão seja trabalhar esta...

Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA

TURMA – PDE/2013

Título: Contextualização Sócio-Histórica no Ensino de Ciências- Um estudo da Biodiversidade

Autor (a) Elisangela Gomes Ferreira

Disciplina/Área Ciências

Escola de Implementação do Projeto e sua localização

Colégio Estadual do Campo Ireno Alves dos Santos, localizado no Assentamento Ireno Alves dos Santos, município de Rio Bonito do Iguaçu.

Município da Escola

Rio Bonito do Iguaçu

Núcleo Regional de Educação

Laranjeiras do Sul

Professor Orientador

Sidnei Pressinatte Junior

Instituição de Ensino Superior

UNICENTRO- Universidade Estadual do Centro-Oeste

Relação Interdisciplinar

Geografia

Resumo O trabalho trata-se de um Caderno Pedagógico, com atividades referentes ao conteúdo Biodiversidade e Educação Ambiental. Partindo do pressuposto que os conteúdos devam ser tratados de forma contextualizada, propõe-se que tais conhecimentos contribuam para a crítica às contradições sociais, políticas e econômicos presentes nas estruturas da sociedade contemporânea. O objetivo principal é trabalhar os conceitos de biodiversidade promovendo a apropriação destes conceitos, compreendendo suas inter-relações e suas relações com os sistemas sociais, econômicos, políticos e culturais, observando que o modelo atual de desenvolvimento, que levou a degradação da natureza e dos valores humanos precisa ser questionado. As propostas de atividades são a partir de textos, imagens, reportagens, dramatização de cadeia alimentar, fábula, música, literatura, vídeo, recorte de filme, quadrinhos, pegada ecológica e atividade de campo.

Palavras-chave

Biodiversidade, Educação Ambiental, Contextualização Sócio-Histórica.

Formato do Material Didático

Caderno Pedagógico

Público Alvo 7º ano do Ensino Fundamental

Apresentação

Este trabalho traz sugestões de atividades referentes à Biodiversidade e

Educação Ambiental, as quais devem ser trabalhadas de forma contextualizada

para efetiva compreensão. A educação ambiental esta presente na relação de

contexto, pois a partir dos conteúdos sistematizados, tem na escola um

potencial importante de reflexão política. Espera-se que as atividades levem ao

entendimento da relação da natureza com as atividades humanas,

principalmente as econômicas, considerando que a proposta de trabalho é

baseada na Contextualização Sócio-Histórica no estudo da Biodiversidade,

com o objetivo principal de trabalhar os conceitos de biodiversidade

promovendo a apropriação destes, compreendendo suas inter-relações e suas

relações com os sistemas sociais, econômicos, políticos e culturais. Os

conteúdos devem ser vinculados a uma análise histórica e política,

contextualizando os conhecimentos e os interesses políticos, econômicos,

sociais e os determinantes ideológicos que interferem nos saberes.

Desta perspectiva, propõe-se que tais conhecimentos contribuam para a

crítica às contradições sociais, políticas e econômicos presentes nas estruturas

da sociedade contemporânea e propicie compreender a produção científica, a

reflexão filosófica, a criação artística, nos contextos em que elas se constituem.

(PARANÁ, 2008, p.16).

A escola sendo o local de socialização de conhecimento produzido pela

humanidade deve conhecer os sujeitos que a compõe, assim:

Um sujeito é fruto de seu tempo histórico, das relações

sociais em que está inserido, mas é, também, um ser

singular, que atua no mundo a partir do modo como o

compreende e como dele lhe é possível participar. Ao

definir qual formação se quer proporcionar a esses

sujeitos, a escola contribui para determinar o tipo de

participação que lhes caberá na sociedade. (PARANÁ,

2008, p. 16).

Ao trabalhar com o conteúdo biodiversidade é indispensável fazer a

relação de contexto com a educação ambiental, considerando os aspectos

sociais, econômicos e culturais envolvidos, proporcionando aos estudantes

realizar análise de sua realidade, sua condição social e histórica.

Foram abordados os conteúdos como o conceito de biodiversidade,

dinâmica dos ecossistemas, efeito estufa, sucessão ecológica, cadeia e teia

alimentar, relações ecológicas, e a partir deles algumas relações de contexto

como as unidades de conservação, desmatamento, espécies exóticas,

aquecimento global, consumo, entre outras. Em cada capítulo do caderno,

procurou-se abordar um conteúdo e suas contextualizações.

Diagnóstico inicial

Ao iniciar o trabalho, aplicar as questões diagnósticas abertas para

levantamento dos conceitos prévios dos estudantes, as quais contêm

questionamentos referentes à biodiversidade, conceito de natureza,

sustentabilidade e trabalho. Ao final, aplicar as questões diagnósticas abertas

novamente, podendo inserir mais questões referentes aos temas, para avaliar a

efetividade da contextualização e verificar as mudanças conceituais.

Questões Diagnósticas

O1- Você conhece o termo Biodiversidade? O que significa?

02- O ser humano depende da Biodiversidade? Por quê?

03- Existe alguma relação entre a agricultura atual e a perda de biodiversidade? Como?

04- No estado do Paraná existe o bioma Mata Atlântica com um diversificado conjunto de ecossistemas. O que são ecossistemas?

05- Você compreende a necessidade entre o meio biótico e abiótico na natureza? E entre as próprias espécies de seres vivos para além da alimentação? Exemplifique.

06- Existem espécies em extinção em sua região? Isso interfere na vida dessa região?

07- Quais são os motivos que levam uma espécie a entrar em extinção?

08- Você já deve ter ouvido falar que o ser humano transforma a natureza pelo seu trabalho e ao fazer isso também se humaniza. Essa transformação deveria ser para a sobrevivência de todos, inclusive da própria natureza. Isso acontece hoje em dia? Por quê?

09- O Ser humano é parte da natureza ou é uma espécie superior e precisa dominá-la?

10- O termo sustentabilidade é muito utilizado em todos os lugares, como por empresas, governos, leis e na agricultura. Você conhece esse termo? O que significa? Ele é utilizado corretamente pelas instituições como governos e empresas? Por quê?

UNIDADE I

BIODIVERSIDADE

Objetivo

- Promover o entendimento do conceito de biodiversidade e sua amplitude de

relações, como os seres vivos, os ecossistemas e sua relação com os

problemas socioambientais;

- Perceber que nenhum ser vivo consegue viver isoladamente.

- Compreender a importância e a valorização da diversidade biológica para manutenção do equilíbrio dos ecossistemas;

Talvez uma sugestão seja trabalhar esta unidade após trabalhar alguns conteúdos como os Níveis de Organização dos Seres Vivos, Fotossíntese, Noções Gerais de Evolução (não as Teorias Evolutivas) para facilitar a compreensão.

Desenvolvimento

A perda da Biodiversidade no planeta Terra tem alguma coisa haver com

você? Ou é coisa de ecólogo?

Para iniciar a conversa com os estudantes, peça para que observem as

imagens e analisem a relação delas com a biodiversidade. Peça para que

anotem no caderno suas conclusões e comparem com os colegas através de

uma discussão. Após a discussão das imagens, anotar os conceitos e as

principais ideias dos estudantes em um cartaz. Fixar este material na sala de

aula para retomada durante o desenvolvimento dos conteúdos.

Figura 1. A- Bactérias; B- Liquens; C-Mosca Das Flores; D- Alga; E- Peroba; F- Mata Atlântica;

G- Ser Humano-Onívoro; H- Arara Azul; I- Preá; J- Deslizamento; K- Desmatamento e

Queimadas; L- Falta de Chuva e Erosão; M- Enchentes; N- Furacão; O- Agricultura; P-

Mecanização da Agricultura; Q- Reflorestamento; R- biodiversidade. (Fonte:

www.diaadiaeducacao.pr.gov.br, acesso em 15/09/2013).

Após a apresentação das imagens acima, recomenda-se ao professor

que levante alguns questionamentos como os que seguem:

Muito se fala em destruição do planeta Terra, das espécies, das

florestas, rios, aumento da temperatura terrestre, seca, doenças e muito mais.

O que será que está causando esses problemas?

Além da evolução natural do planeta, a espécie humana tem contribuído para

estes problemas? Devido à variedade de espécies e ecossistemas, parece que

o planeta é infinito e que ele dará um jeito de se regenerar. Será que é mesmo

infinito?

Pode-se trabalhar a literatura do livro didático dos estudantes, livros da biblioteca para

trabalhar o conceito de biodiversidade e usar recortes dos textos que seguem abaixo.

Segundo uma Teoria chamada Gaia (o termo grego para “deusa da

Terra”) desenvolvida por James Lovelock, a Terra é um organismo vivo, em

que os organismos em uma ação conjunta, não só se adaptam ao ambiente

físico (abiótico), mas também adaptam o ambiente conforme suas

necessidades biológicas.

A HIPÓTESE GAIA

A nova e arrojada teoria de James Lovelock pode mudar para sempre o modo como vemos a vida em nosso planeta. “nosso planeta se comporta como um gigantesco organismo vivo, no qual todas as coisas vivas interagem para manterem a estabilidade. Tanto os indivíduos como as espécies têm um determinado papel nisso tudo, mas sem o saberem, tal como os glóbulos vermelhos do nosso sangue, têm uma vida própria e sem querer trabalham concertadamente (sic) para manterem a nossa vida. William Golding, Prêmio Nobel de Literatura e vizinho de Lovelock, sugeriu que se chamasse Gaia a esta teoria, já que Gaia era o nome da deusa Terra, em grego antigo. Lovelock adotou o nome e, desde que ele o propôs, num encontro de cientistas em 1969, a Hipótese Gaia se tornou o centro de um aceso debate científico. O mundo como um sistema, no qual o mar, o céu e a vida se influenciam uns aos outros. Como afirmou Lovelock, que se formou em Medicina: «Precisamos estudar a Terra tal como os médicos fazem diagnósticos e tratam os doentes, não como se fosse uma perna ou um ouvido isolado, mas um ser vivo inteiro. Precisamos de cientistas que pensem de um modo novo, que sejam geofísicos. Texto 1. A Hipótese Gaia; (adaptado de: Revista Seleções n° 238, março de 1991, p. 25-29

Autor do artigo: Lowell Ponte. Fonte: http://www.cfh.ufsc.br/~pduarte/hipotesegaia.html,

acessado em 26/09/2013)

Uma explicação para isso, segundo Odum (2009), é que nem todos se

dão conta que os organismos influenciam no ambiente abiótico, pois a natureza

física e química dos materiais está sendo mudada e devolvendo ao ambiente,

novos compostos e fontes de energia. Para Odum (2009), muitos são os

exemplos como:

- Os organismos marinhos que determinam o conteúdo da água e do lodo;

- As plantas em uma duna de areia formam um solo diferente, um atol de corais

em que modificam o ambiente abiótico;

- Os organismos que controlam a nossa atmosfera;

- A amônia produzida pelos organismos mantém nos solos o pH favorável para

uma ampla variedade de espécies, ou o pH poderia se tornar muito baixo.

Em resumo, todos estão interligados como disse Lovelock, “O mundo

como um sistema, no qual o mar, o céu e a vida se influenciam uns aos outros”.

E a biodiversidade faz parte do todo.

Há pouco tempo os pesquisadores estão problematizando a importância

da diversidade biológica, muitas vezes tratam apenas da descrição e da

riqueza das espécies e não destacam o significado da diversidade. A palavra

biodiversidade surgiu apenas em 1986, antes chamada de diversidade

biológica. Para os cientistas, um paradoxo de vida que é a reprodução, tem um

processo infinito, porém ela ocorre no interior de um ambiente físico finito. A

biodiversidade dentro desse processo é resultado de uma evolução biológica

que só acontece dentro de uma diversidade de vida pré-existente. Apenas nas

ultimas décadas foram formuladas questões sobre a função da biodiversidade,

em 1991 se estabeleceu o DIVERSITAS, um programa Científico Internacional

sobre a Ciência da Biodiversidade. Após surgiu uma conquista importante, a

Convenção sobre a Diversidade Biológica em 1992, no Rio de Janeiro na

Conferencia Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Eco-92.

(Fonte: adaptado de Ciência da Biodiversidade: Questões e Desafios de Talal

Younés, IUBS, 2001, livro Conservação da Biodiversidade em Ecossistemas

Tropicais. p. 29-30).

Maior país da América do Sul, o Brasil foi o primeiro país a assinar a

Convenção sobre Diversidade Biológica, sendo a nação com a maior

diversidade de espécies no mundo com seis biomas terrestres e três grandes

ecossistemas marinhos, além de pelo menos 103.870 espécies animais e

43.020 espécies vegetais atualmente conhecidas no país. O Brasil tem seis

biomas terrestres (Amazônia, Mata Atlântica, Caatinga, Cerrado, Pampas e

Pantanal; três grandes ecossistemas marinhos (Large Marine Ecosystems –

LME), que incluem 8 ecorregiões marinhas; e 12 principais regiões

hidrográficas. Os biomas terrestres são subdivididos em 47 principais tipos de

vegetação de acordo com o mapa de cobertura vegetal do IBGE. Em 2004,

esse mapa indicava uma taxa de 27,75% de todo o território brasileiro como

área convertida por uso humano. (Quarto relatório nacional para a convenção

sobre diversidade biológica, MMM, 2011, p. 21)

Nestes biomas a cobertura vegetal vem sendo alterada cada vez mais.

Veja a seguir:

Amazônia

O tipo de vegetação predominante é a floresta ombrófila densa, que cobre 41,67% do bioma. A vegetação nativa não-florestal (formações pioneiras, refúgios ecológicos, campinarana arbustiva e gramíneo-lenhosa,savana parque e gramíneo-lenhosa, savana estépica parque e gramíneo-lenhosa) cobre 4,21% do bioma. Aproximadamente 12,47% da floresta ombrófila densa já foram alterados por ação humana. Desses, 2,97% encontram-se em recuperação (vegetação secundária) e 9,50% são ocupados por uso agrícola, com lavouras ou pastagens.

Pantanal

O bioma Pantanal ainda está bem preservado em comparação a 2002, mantendo 86,77% de sua cobertura vegetal nativa. A vegetação não-florestal (savana [cerrado], savana estépica [chaco], formações pioneiras e áreas de tensão ecológica ou contatos florísticos [ecótonos e encraves]) é predominante em 81,70% do bioma. Desses, 52,60% são cobertos por savana (cerrado) e 17,60% são ocupados por áreas de transição ecológica ou ecótonos. Os tipos de vegetação florestais (floresta estacional semi- -decidual e floresta estacional decidual) representam 5,07% do Pantanal. A maior parte dos 11,54% do bioma alterados por ação humana é utilizada para criação extensiva de gado em pastos plantados (10,92%); apenas 0,26% são usados para lavouras.

Cerrado O bioma Cerrado é o segundo maior bioma no Brasil, cobrindo

aproximadamente 22% do território nacional e estendendo aos países vizinhos (Paraguai e Bolívia). A vegetação nativa do Cerrado, em graus variados de conservação, ainda cobre 60,42% do bioma no Brasil. A região fitoecológica predominante é a savana arborizada, que corresponde a 20,42% do bioma, seguida pela savana parque (15,81%). A área coberta pelos diversos tipos de vegetação florestal corresponde a 36,37% do bioma, enquanto que a área de vegetação não-florestal cobre 23,68% do bioma. A área restante (38,98%) corresponde às áreas com uso humano, onde as pastagens cultivadas são a categoria predominante (26,45% do bioma), e à água.

Caatinga

A Caatinga é o único bioma brasileiro localizado inteiramente dentro do

território nacional e corresponde a aproximadamente 10% do Brasil. Esse bioma semi-árido mantém aproximadamente 62,69% de sua vegetação nativa em graus variados de conservação. A savana estépica predomina em 35,90% do bioma seguida pelas áreas de transição ecológica (18%) e encraves de fitofisionomias de Cerrado e Mata Atlântica (8,43%). .

Mata Atlântica

O bioma da Mata Atlântica é de longe o mais alterado (70,95%) dos biomas

terrestres, tendo sido historicamente o primeiro a ser intensivamente explorado e ocupado desde a chegada dos europeus em 1500. A área total coberta por vegetação nativa em 2002 foi calculada como 26,97%, dos quais 21,80% são compostos por diferentes fisionomias de floresta. As florestas ombrófilas densas (9,10%) formam o principal componente florestal do bioma, seguidas das florestas estacionais semideciduais (5,18%). O pior cenário pertence às florestas ombrófilas abertas (com palmeiras), hoje praticamente extintas (0,25% do bioma). Dentre os encraves, as savanas gramíneo- -lenhosas (Cerrado) são as fisionomias mais representativas (2,69% do bioma).

Pampa

Como segundo menor bioma do Brasil (2,10% do território nacional) o bioma Pampa abrange os campos das Missões e da metade sul do estado do Rio Grande do Sul, estendendo até o Uruguai e Argentina. Coberto principalmente por formações campestres (23,03%), o Pampa também está severamente modificado pelo uso humano (48,70%), particularmente por atividades pecuárias e plantações florestais.

Fonte: Quarto relatório nacional para a convenção sobre diversidade biológica, MMM, 2011, p.

22-23.

Em 2004 o Brasil tinha 27,75% (aproximadamente 2.356.065 km2) de

seu território alterado por uso humano (agricultura e áreas urbanas,

desmatamento e outros). De 2004 a 2006 essa porcentagem aumentou para

aproximadamente 30%, deixando cerca de 70% do território nacional ainda

coberto de vegetação original em graus variados de conservação. (trechos de

texto extraído do Quarto relatório nacional para a convenção sobre diversidade

biológica, MMM, 2011, p. 22-23).

Tabela 1. Número estimado de espécies conhecidas no Brasil e no mundo

(2006).

Organismo Brasil Mundo

Vírus 310/410 3.600

Monera (Bactérias & Archaea) 800/900 4.310

Fungos 13.090/14.510 70.600/72.000

Protoctista 7.650/10.320 76.100/81.300

Plantae 43.020/49.520 263.800/279.400

Animalia 103.870/137.080 1.279.300/1.359.400

Invertebrados 96.660/129.840 1.218.500/1.289.600

Vertebrado 7.210/7.240 60.800

Total 168.730/212.740 1.697.600/1.798.500 Adaptado de Ministério do Meio Ambiente, 2006. Avaliação do Estado do Conhecimento da

Biodiversidade Brasileira. Fonte: Quarto relatório nacional para a convenção sobre diversidade

biológica, MMM, 2011.

ATIVIDADE 01

a- Após leitura dos textos acima, escreva com suas palavras o que é

biodiversidade.

b- Muito se fala na preservação da Amazônia e acabam esquecendo dos

outros biomas. Qual bioma está sendo mais alterado, com muitas espécies já

extintas?

c- A biodiversidade está ameaçada e muitas espécies já estão na lista de

extinção. A perda de habitat é de longe a causa mais importante que leva as

espécies ao estado de ameaça de extinção. Em sua região o que causa a

perda do habitat das espécies?

d- Em sua região a biodiversidade está sendo cuidada? Como?

Perda do Habitat e a Redução da Biodiversidade

Segundo o Ministério do Meio Ambiente (2011), a perda e a degradação

de habitat são as principais causas de ameaça à biodiversidade brasileira. A

expansão agrícola e o desmatamento são fatores importantes contribuindo

para esse cenário, particularmente quando combinados com outras causas

principais da perda de biodiversidade, tais como a introdução voluntária e

involuntária e a propagação de espécies exóticas invasoras; o uso do fogo para

limpar terrenos; e a poluição e contaminação da água e do solo. O

desenvolvimento costeiro é a principal ameaça à zona costeira e marinha,

seguido da poluição e das atividades pesqueiras e de extração. Embora os

efeitos das mudanças climáticas tenham sido determinados como a causa

principal do estado de ameaça de espécies em apenas dois biomas (uma

espécie na Amazônia e 5 espécies costeiras e marinhas).

Para Ricklefs (2010), a redução do habitat causa extinção ao eliminar os

lugares adequados para a espécie viver. Por exemplo, a Mata Atlântica tem

sido reduzida a um pequeno percentual de sua extensão original, ameaçando

aves e mamíferos endêmicos como o mico-leão-dourado. O número de

espécies aumenta quando se aumenta a área, pois há diversos habitats e uma

diversidade de linhagens que evoluem. Em ilhas grandes, o que mais aumenta

a riqueza de espécies é a diversidade de habitat, sustentam populações

maiores que persistem por mais tempo devido à diversidade genética. Outro

fator é o habitat mais produtivo abriga mais espécies, como exemplo a riqueza

de aves em relação à diversidade de habitat e a altura de folhagens. A riqueza

de espécies de aranhas de teia varia com a variedade de alturas do topo da

vegetação onde prendem suas teias. Já em alagados são produtivos, mas com

poucas espécies de plantas.

A entrada de energia do sol e a água melhoram a riqueza de espécies.

Em estudos, Brad Hawkins, um ecólogo da Universidade da Califórnia e seus

colegas concluíram que a entrada de energia solar no hemisfério norte

proporciona mais riqueza de animais e no hemisfério sul a disponibilidade de

água, como temperaturas no sul são uniformes. Mais energia no ecossistema

para ser compartilhada por um número maior de espécies.

A existência de uma espécie em uma comunidade depende de sua

adaptação ao local, suas interações com competidores, consumidores e

patógenos. Se há riqueza de espécies existe uma competição mais fraca entre

elas (competição interespecífica). Se há mais recursos ecológicos, há mais

espécies. Exemplos: espécies de aves aumentam em latitudes baixas, pois

existem as frugívoras, nectívoras, insetívoras que caçam. Insetos herbívoros

tiram vantagens da variedade de vegetação nos trópicos. As plantas epífitas

aumentam nos trópicos, pois em regiões temperadas com altitudes maiores,

congelam no inverno. Em direção ao equador, nas altas latitudes, a diversidade

aumenta, podendo estar relacionada à temperatura, o ecossistema produtivo,

as diferenças de relevo, solos, variedade de habitat. Ilhas isoladas tem

empobrecimento de espécies.

Quanto mais espécies, mais diversidade de nicho ecológico, que é a

função (profissão) da espécie na comunidade. Uma forma de avaliar o nicho é

a morfologia (estudo da forma do corpo, das estruturas), como no morcego se

a asa for maior, determina como voa e captura a presa com mais eficiência.

Morcegos pequenos geralmente são insetívoros, há também os frutívoros,

nectívoros, entre outros.

Outra fonte de diversidade é a especiação, que é o aparecimento de

novas espécies pela divisão ocorrida na linhagem da evolução. Mas as

espécies também desaparecem, então deve haver um equilíbrio ente

especiação e extinção.

Os sistemas ecológicos refletem história geológica e evolutiva, junto com

as interações locais com o ambiente e uma espécie com outra. Assim o

contexto histórico e geográfico da local é importante para conhecer as

comunidades naturais, sua evolução e pesquisar soluções para a manutenção

da biodiversidade e coevolução entre seres humanos e ambiente natural.

No inicio do século XIX, a diversidade de espécies era vista como um

fenômeno histórico, um reflexo da acumulação de espécies com o passar do

tempo (Wallace, 1876; Fischer, 1960). Os ecólogos acreditavam que os habitas

tropicais persistiram desde o inicio da vida, enquanto as mudanças no clima

(particularmente durante a ultima Era Glacial) ocasionalmente destruíram a

maioria dos habitats temperados e articos, reiniciando o "relógio da

diversidade" (Ricklefs, 2003). Já no começo da década de 60 a biodiversidade

era vista como resultado de interações ecológicas, particularmente a

competição que foram resolvidas rapidamente dentro de pequenas áreas e

habitats.

Recentemente ecologistas têm começado a lidar com os processos

ecológicos ao longo de uma larga escala temporal e espacial, reconhecendo

conexões entre o habitat local e a biogeografia global e entre o momento e a

longa história de vida da terra (RICKLEFS, 2010).

"Muitos ecologistas tem preferido um ponto de vista mais equilibrado,

onde padrões de diversidade são causados por uma variedade de processos

ecológicos e evolutivos, eventos históricos, e circunstâncias geográficas. Agora

nós devemos desenvolver novos conceitos, dados, e análises que combinem

as escalas dos processos responsáveis pelo fenômeno da diversidade" (texto

adaptado de Ricklefs, 2010)

Fatores que interferem na biodiversidade

Segundo Dias (2001), os principais fatores de ação humana podem ser:

- Próximos (causas diretas): perda e fragmentação de habitats; introdução de

espécies exóticas; exploração excessiva de plantas e animais; uso de híbridos

e monocultura na agroindústria e silvicultura; contaminação de água, solo e

atmosfera; mudanças climáticas globais.

- Últimos (causas indiretas): crescimento das populações humanas; distribuição

desigual da propriedade; sistema político e econômico que não atribuem devido

valor aos recursos naturais, não apoiam causas não utilitaristas; sistemas

jurídicos e institucionais que promovem exploração não sustentável;

insuficiência de conhecimento e falha na aplicação.

Temas para monitorar, segundo Dias (2001) são muitos dentro dos fatores

citados acima. Alguns deles são:

- Perda e fragmentação de habitats: desmatamento, desertificação, queimadas,

represamento, erosão, urbanização, etc.

- Introdução de espécies exóticas, doenças e transgênico: na agricultura,

piscicultura, pecuária e urbanização.

- Exploração excessiva de plantas e animais: extrativismo, pesca, caça, corte

de madeira, lenha e carvão.

- Uso de híbridos e monocultura na agroindústria e silvicultura: monoculturas,

pastagens plantadas, reflorestamento, piscicultura, áreas verdes urbanas.

- Contaminação de água, solo e atmosfera: gases tóxicos, agrotóxicos e

fertilizantes; salinização, resíduos tóxicos e eutrofização das águas.

- Mudanças climáticas globais: Camada de Ozônio, efeito estufa, aridez e

desertificação, eventos drástico como seca e inundações.

-Ecossistemas, habitats e comunidades.

Revendo conceitos

É importante lembrar-se de alguns conceitos básicos para continuar nosso

estudo como: população, comunidade, extinção de espécies, habitat, cadeia

alimentar, meio biótico, meio abiótico. Se não lembrar, tenha uma conversa com

seu professor.

ATIVIDADE 02

a- Dos fatores que interferem na biodiversidade, quais deles estão mais

próximos do local onde você mora? Eles afetam negativamente a natureza? E

você é afetado? Como?

b- Faça a observação da biodiversidade do pátio de sua escola. Lá existem

microecossistemas. Anote a biodiversidade encontrada, escolha uma espécie

descrevendo sua alimentação, modo de vida e outras coisas que você

conseguiu observar e pesquisar.

c- No pátio da escola, observe também o meio abiótico e a relação com o meio

biótico. Descreva uma dessas observações. Monte uma cadeia alimentar a

partir da observação.

ATIVIDADE 03

Assista aos vídeos Biodiversidade - Descobrindo os corredores de

biodiversidade - Parte 01 e Parte 02. Disponível em:

http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=9080

Animação de Educação Ambiental, realizado pela Secretaria de Estado do

Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Paraná, fala sobre a biodiversidade

brasileira com destaque ao estado do Paraná.

Palavras-chave: biodiversidade, corredores ecológicos, variedade de espécies.

Duração: Parte 01- 6’38”

Duração: Parte 02 - 6”52”

Discussão dos vídeos

a- Identifique em qual bioma brasileiro está localizado o Paraná.

b- Por que a caatinga é considerada um bioma brasileiro?

c- Quais as principais ameaças a biodiversidade do Paraná apresentada no

vídeo?

d- Na animação são apresentados três ecossistemas paranaenses. Quais são

eles?Cite algumas espécies encontradas nesses ambientes.

e- Pesquise o que são Florestas Estacionais Semidecidual e sua importância

para a biodiversidade paranaense. (Sugestão: Cadernos dos Ecossistemas

Paranaenses, disponível na página da Secretaria do Meio Ambiente e

Recursos Hídricos do Paraná.

(http://www.meioambiente.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo

=47)

BIOMAS

Não aprendemos a amar a Terra lendo livros sobre isso, nem livros de

ecologia integral. A experiência própria é o que conta. Plantar e seguir o

crescimento de uma árvore ou de uma plantinha, caminhando pelas ruas da

cidade ou aventurando-se numa floresta, sentindo o cantar dos pássaros nas

manhãs ensolaradas ou não, observando como o vento move as plantas,

sentindo a areia quente de nossas praias, olhando para as estrelas numa noite

escura. Há muitas formas de encantamento e de emoção frente às maravilhas

que a natureza nos reserva. É claro, existe a poluição, a degradação ambiental,

para nos lembrar de que podemos destruir essa maravilha e para formar nossa

consciência ecológica e nos mover à ação. Acariciar uma planta, contemplar

com ternura um pôr de sol, cheirar o perfume de uma folha de pitanga, de

goiaba, de laranjeira ou de um cipreste, de um eucalipto... São múltiplas formas

de viver em relação permanente com esse planeta generoso e compartilhar a

vida com todos os que o habitam ou o compõem. A vida tem sentido, mas ele

só existe em relação. Como diz o poeta brasileiro Carlos Drummond de

Andrade: “Sou um homem dissolvido na natureza. Estou florescendo em todos

os ipês”. (GADOTTI, 2005, p.20)

ATIVIDADE 04

Na página “Os Guardiões da Biosfera” na internet encontram-se pequenos

vídeos dos biomas brasileiros em forma de desenhos animados. Os vídeos têm

episódios sobre Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal.

No episódio Mata Atlântica relata:

A Mata Atlântica é uma das matas de maior biodiversidade do planeta e

um grande bioma do Brasil, onde ocupa as costas Leste, Sudeste e Sul do

País. Ao visitarem o vovô do Alê e viajarem no tempo em uma locomotiva

movida a gases de lixo orgânico, Alê, Rafa, Isa e Bia encontram o pajé

que os batiza como os Guardiões da Biosfera. Terão de recuperar os

amuletos que protegem os biomas brasileiros, a começar pela Mata

Atlântica, tão grande que é subdividida em biomas menores, como o

Mangue, a Mata Ciliar e a Floresta das Araucárias. Na busca pelo amuleto

deverão encontrar cada um dos guardiões desses biomas.

(Disponível em: http://www.guardioesdabiosfera.com.br/ ).

A partir de cada episódio, pode-se trabalhar as características principais de

cada bioma e a importância do equilíbrio do ecossistema, relações ecológicas.

A partir dos vídeos assistidos, responda as atividades:

a) Pesquise em seu livro, na biblioteca ou na internet, o que é um bioma?

b) Quais os principais biomas brasileiros?

c) No Estado do Paraná existe qual bioma brasileiro?

d) Quais são os componentes mais conhecidos da fauna e flora da

biodiversidade de sua região geográfica? Exemplo: Na região centro sul do

Paraná está 29 municípios dentre eles Guarapuava e Palmas.

ATIVIDADE 05

Crie um quadro resumo dos biomas brasileiros, contendo localização, clima,

flora e fauna.

Referencias Bibliográficas

DIAS, Braulio F. S. ; GARAY Irene E. G. Organizadores. Conservação da

Biodiversidade em Ecossistemas Tropicais. Editora Vozes: Petrópolis,

2001. 431p.

GADOTTI, Moacir. Pedagogia da Terra e Cultura de Sustentabilidade.

Revista Lusófona de Educação, 2005, 6, 15-29. Disponível em

http://www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/rle/n6/n6a02.pdf. Acessado em 15/09/2013.

MEDEIROS, R.; YOUNG; C.E.F.; PAVESE, H. B. & Araújo, F. F. S. 2011.

Contribuição das unidades de conservação brasileiras para a economia

nacional: Sumário Executivo. Brasília: UNEP-WCMC, 44.

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Quarto relatório nacional para a

convenção sobre diversidade biológica: Brasil. Brasília: MMA, 2011. 248 p.

ODUM, Eugene P. Ecologia. Eugene P. Odum; supervisão da tradução

Ricardo Iglesias Rios; tradução Christopher J. Tribe. Reimpr. Rio de Janeiro:

Guanabara Koogan, 2009. Il.

Os Guardiões da Biosfera, disponível em:

http://www.guardioesdabiosfera.com.br/. Acessado em 10/09/2013.

PARANÁ, Seed. Superintendência da Educação. Diretrizes Curriculares

Estaduais de Ciências para a Educação Básica. Curitiba: imprensa oficial

SEED-PR, 2008.

PONTE. Lowel. A Hipótese Gaia. Revista Seleções n° 238, março de 1991, p.

25-29. UFSC. Artigo disponível em

http://www.cfh.ufsc.br/~pduarte/hipotesegaia.html, acessado em 26/09/2013.

Portal Dia a Dia Educação. Imagens. Disponível em:

www.diaadiaeducacao.pr.gov.br, acessado em 15/09/2013.

RICKLEFS, Robert E. A Economia da Natureza. Tradutor Pedro P. de lima e

Silva; revisora técnica e coordenadora da tradução Cecília Bueno. Rio de

janeiro: Guanabara Koogan, 2010. Sexta edição.

UNIDADE II

ECOSSISTEMAS

Objetivos

- Conhecer a importância dos Ecossistemas;

-Reconhecer a importância da biodiversidade para a conservação da floresta

de Araucária;

- Relacionar os conceitos espécie, população, comunidade, ecossistema,

biosfera, habitat, nicho ecológico e ecótono;

- Reconhecer a interdependência entre os seres vivos;

- Compreender o ecossistema como resultado da interação entre seres vivos e

os fatores do ambiente;

- Entender o conceito das relações ecológicas e a importância para o equilíbrio

dos ecossistemas, usando recorte de filmes comerciais;

- Perceber a importância das interações ecológicas, tanto para a saúde dos

ecossistemas como para as populações de seres vivos;

Série Cadernos dos Ecossistemas Paranaenses

Na página da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Paraná

existe uma publicação de 10 cadernos dos ecossistemas paranaenses, que

são: Restinga, Manguezais, Floresta Atlântica, Floresta com Araucária, Floresta

Estacional Semidecidual, Cerrado, Campos Naturais, Várzeas, Rios e

Alagados, Ambientes Marinhos, Subterrâneos.

Fonte:

http://www.meioambiente.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo

=47

Caderno: Floresta com Araucária

Inicialmente o texto do caderno traz a informação da Floresta de

Araucária como uma Floresta Ombrófila Mista, onde Ombrófila em grego

significa “amigo das chuvas”, um ecossistema que chove o ano todo. Mista por

que tem plantas Gimnospermas como o pinheiro do Paraná e Angiospermas,

plantas com flores. O clima somado ao relevo e altitude são responsáveis pelas

características do local. Essa floresta abriga uma rica biodiversidade com

espécies convivendo em harmonia há milhares de anos, como a araucária e o

xaxim que atravessaram a era da glaciação. A serrapilheira é a matéria

orgânica que cai das arvores e se deposita no solo, evitando erosão e

mantendo a umidade. A floresta absorve a água da chuva e abastece o lençol

freático. Originalmente ocupava 200.000 km² e estando em 49,8 % do território

do Paraná. No Paraná, Remanescentes de floresta de araucária estão no

centro sul, considerado corredor de biodiversidade Araucária. O desmatamento

aparece como o maior dano a esse ecossistema, relacionado à agricultura

convencional e pecuária. Reflorestamento com espécies exóticas, caça,

queimadas, são outros fatores.

Os seres vivos (biótico) e o ambiente não vivo (abiótico) interagem entre

si, estando interligados. O ecossistema é qualquer unidade que abranja os

organismos vivos em uma área, interagindo com o ambiente físico, onde ocorra

fluxo de energia e ciclagem de matéria (ciclo de nutrientes).

A estrutura trófica (de trophe, nutrição), do ecossistema apresenta dois

estratos:

- AUTOTRÓFICO: onde a produção primária é o processo pelo qual as plantas,

algas e algumas bactérias captam a luz solar e transformam em energia

através da fotossíntese. Ela pode ser influenciada pela quantidade de luz,

temperatura, água e nutrientes.

- HETEROTRÓFICO (alimentador de outro): predominam a decomposição de

materiais complexos, microrganismos a animais maiores.

A compreensão de como os nutrientes (cálcio, magnésio, sódio,

nitrogênio, fósforo, enxofre, entre outros) circula na natureza e como se

regeneram é importante para entender como os ecossistemas funcionam. No

ambiente terrestre, os nutrientes circulam pelo solo, biomassa vegetal (material

orgânico, como cascas, madeira, galhos, resíduos, bagaço de cana de açúcar,

etc.) e detritos (resto mortos de plantas e excretas de herbívoros), que se

perdem nos ecossistemas. A recuperação de nutrientes em ecossistemas

terrestres ocorre na formação do solo, onde as rochas sofrem intemperização,

no solo pela decomposição e através da atmosfera, onde gases são

transformados como o Nitrogênio que é assimilado pelas bactérias e retorna ao

solo. Ao crescerem no solo, as plantas assimilam os nutrientes, porem muitas

de suas partes que não são consumidos pelos herbívoros se tornam detritos,

os quais são decompostos por microrganismos, principalmente fungos e

bactérias, mas também por invertebrados como minhoca, tatuzinhos, besouros,

etc. E os solúveis com a ajuda da água voltam ao solo.

As micorrizas (associação de fungos e raiz da planta) aumentam a

assimilação da planta de nutrientes nos solos, principalmente o fósforo em

solos pobres. O clima pode afetar a regeneração de nutrientes, pois baixas

temperaturas retardam a decomposição da matéria orgânica. Os solos

oligotróficos, ou seja, solo pobre em nutrientes, por serem solos antigos, com

pouca capacidade de reter nutrientes, como o solo da Amazônia, por exemplo,

precisam da vegetação para reter nutrientes, onde suas folhas, galhos, a

serapilheira se decompõe, devolvendo nutrientes ao solo. Já os solos

eutróficos são bem nutridos, são mais jovens, pois a rocha matriz esta mais

perto da superfície e sua capacidade de retenção é maior.

Mudanças no habitat alteram os nutrientes, como nos solos tropicais

desmatados, sem vegetação, quando expostos secam e o movimento da água

para cima arrasta óxido de ferro e alumínio para a superfície, ficando o solo

parecido com um tijolo.

São quase 1.500.000 de espécies de plantas e animais descritas. Os

especialistas acham que pode chegar a 10 a 30 milhões. Embora cada espécie

se diferencie das outras, cada uma define seu espaço no ecossistema. Como

as plantas, cada uma delas tem tolerâncias diferentes aos solos, água e

defesas, diferem no crescimento, na polinização e dispersão de sementes. No

arquipélago do Havaí e Galápagos existem espécies que não ocorrem em

nenhum outro lugar, são chamadas de endêmicas. Assim, quando há

destruição de seu habitat, caça ou introdução de espécies, a extinção é

considerada global. Algumas estimativas dizem que mais de uma espécie

desaparece por dia, principalmente insetos nas florestas pluviais tropicais.

As espécies também podem ser indicadores da saúde do ambiente.

Durante as décadas de 1950 e 1960, aves predadoras como o falcão-

peregrino, águia-americana, águia-pescadora, pelicano-marrom diminuíram

muito, espécies desapareceram nos estados Unidos. As causas foram um

pesticida usado após segunda guerra mundial, o DDT. Os resíduos entraram

na cadeia alimentar aquática, resistem à degradação, tornando as cascas de

ovos finas causando a morte de embriões. Esse pesticida foi erradicado, depois

da movimentação de ambientalista.

Podemos observar que atividades humanas, antropológicas, que

colocam o homem no centro como dominador da natureza, produzindo

desenvolvimento apenas para gerar lucro e vantagens imediatas, estão

destruindo os ecossistemas, acelerando a extinção de espécies inclusive a sua.

(texto adaptado de Ricklefs, 2010).

ATIVIDADE 01

A estrutura básica de qualquer ecossistema é composta por três categorias de

organismos: os produtores, os consumidores e os decompositores, sendo que

a mínima alteração em qualquer uma dessas categorias pode trazer sérias

consequências para esse ecossistema.

Para iniciar a atividade as crianças deverão formar um grande círculo, no qual

o professor deverá ficar em seu interior e próximo à margem. Feito isso, o

professor começa a atividade perguntando às crianças o nome de uma verdura

ou legume. O aluno que disser o nome da verdura deverá segurar a ponta do

barbante. Em seguida, pergunte qual o animal gosta de consumir aquele

vegetal, peça para o aluno que responder segurar o barbante logo atrás do

primeiro. Agora pergunte: “quem se alimenta desse animal?”. O aluno que

responder a essa questão deverá ficar atrás do segundo aluno. Note que os

alunos vão formando uma cadeia alimentar, que pode ser formada de diversas

formas, como: cenoura → coelho → cobra etc.

Continue ligando as crianças à medida que forem surgindo novos

relacionamentos, e introduza novos elementos e considerações, como novos

animais, solo, água, ar, e assim por diante, até que todas as crianças estejam

interligadas - formando um ecossistema.

Depois que todos os alunos estiverem interligados, mostre que todos os

elementos que estão interagindo entre si são essenciais para o equilíbrio

daquele ecossistema e dê um motivo plausível para retirar um daqueles

elementos do conjunto, como a retirada de uma árvore. Quando uma árvore cai

ela arrasta consigo o barbante que está segurando, e qualquer um que sinta

um puxão em seu barbante foi de alguma forma afetado pela morte daquela

árvore. Todos os elementos que sentiram a queda da árvore devem também

puxar o barbante, como sinal de que foram afetados. Esse processo continua

até que todos os elementos demonstrem terem sido afetados pela derrubada

da árvore.

Depois que todos os elementos do ecossistema forem afetados, peça para que

os alunos justifiquem de que forma ele foi afetado e quais alternativas lhes

restam para a sua sobrevivência. Questione com seus alunos de que forma

podemos evitar as alterações no ambiente e como essas alterações podem

afetar os seres humanos.

(Fonte: http://educador.brasilescola.com/estrategias-ensino/trabalhando-

conceito-ecossistema.htm Paula Louredo, acessado em 22/10/2013).

ATIVIDADE 02

a- Após leitura do caderno do Ecossistema de Floresta de Araucária,

escreva as espécies citadas no texto e ligue essas espécies, como

numa cadeia alimentar, formando um ecossistema.

b- Retire uma das espécies do ecossistema que você formulou e relate

quais seriam as consequências.

c- Na floresta de araucária se forma a serapilheira. Qual é a relação da

serapilheira, o solo e a diversidade de espécies de plantas no local.

d- O clima da região somado ao relevo e altitude, é responsável pelas

características do local. Se ocorresse uma mudança drástica no clima,

como a elevação da temperatura com aquecimento global, por exemplo,

o que poderá acontecer?

e- Quais os principais problemas que causam ou causaram a destruição da

floresta de araucária?

f- Por que a floresta de araucária é considerada um ecossistema?

g- A floresta de araucária tem o Pinheiro do Paraná (Araucária angustifólia)

como característica principal. É uma árvore de grande porte, imponente,

mas muitas outras espécies existem neste ecossistema, algumas

endêmicas como a erva-mate. Essas matas com pinheiros são formadas

por diversos estratos de vegetação. Quais são outras espécies de

plantas encontradas nestas mata?

h- Em qual bioma brasileiro se encontra a mata de araucária?

i- Relate algumas medidas de preservação dos ecossistemas.

Tatu-canastra: o engenheiro do ecossistema

Tatus-canastras (Priodontes maximus) são verdadeiros "engenheiros do

ecossistema", afirmam pesquisadores que descobriram que suas tocas servem

como habitat e abrigo para outras espécies. O projeto 'Tatu-Canastra', feito no

Pantanal, durou dois anos, e foi liderado pelo Instituto de Pesquisas Ecológicas

(Ipê) e pelo Royal Zoological Society da Escócia. O estudo pretende entender

mais sobre esses animais, que gastam 75% de seu tempo no subsolo em tocas

escavadas por suas impressionantes garras. (1-Tatu-canastra do lado de fora

de sua toca. Foto: Kevin Schafer).

Figura 2.1 A- Tatu-canastra; B- Cutias saindo da toca; C- Caititu dentro da toca; D-

Tamanduás-mirins tiveram as estadias mais prolongadas na toca do tatu-canastra, e foram

observados alimentando-se de cupins e formigas enquanto estavam lá. (Fonte:

http://www.bbc.co.uk/portuguese/videos_e_fotos/2013/10/131029_tatu_canastra_an.shtml.

Acessado em 29/10/2013).

Ciclagem de Matéria

Os nutrientes podem circular na natureza, através dos seres vivos e do

ambiente não vivo. Em um ambiente terrestre, os nutrientes podem circular na

natureza pelo solo, material orgânico e detritos. Eles podem retornar ao solo

pela intemperização de rochas, decomposição de materiais através de

microrganismos e através da atmosfera, como é o caso do Nitrogênio, o gás

mais presente na atmosfera (cerca de 78%), que é transformado em sais para

o solo através das bactérias chamadas de fixadoras de nitrogênio. Essas

bactérias podem ser encontradas em raízes de leguminosas como feijão, soja,

ervilha, alfafa, etc. Quando um ser vivo morre, a matéria orgânica de seu corpo

é decomposta e os nutrientes (elementos químicos) de seu organismo voltam

ao meio ambiente. Os nutrientes do solo, são absorvidos pelas plantas, que

são devoradas pelos herbívoros e outros animais, formando assim uma teia

alimentar.

Os principais elementos químicos que sofrem o ciclo são: o do átomo de

carbono, do nitrogênio, do fósforo, do oxigênio, do hidrogênio e o da molécula

de água.

Os nutrientes podem entrar e sair do ecossistema por diferentes formas.

Mas as perturbações, como fogo, desmatamento, poluição, uso inadequado do

solo, chuva ácida, podem acelerar essa entrada ou saída.

Ciclo de Carbono

Carbono:

Onde está? Em compostos orgânicos, em nosso corpo, na atmosfera em

forma de CO2 ou na água.

Como se perde para natureza: pela respiração que libera CO2, ao servir de

alimento para outro ser, pela morte do organismo, pela decomposição,

excreção e resíduos da digestão, uso de combustíveis fósseis, uso inadequado

do solo. Ou qualquer combustão ou queima.

Como se consegue? Pela fotossíntese e os consumidores pela alimentação.

Figura 2.2. Ciclo do carbono. Fonte: http://ecologgando.blogspot.com.br/2012/12/ciclos-

biogeoquimicos-parte-i.html acessado em: 10/09/2013.

ATIVIDADE 03

a- Elabore com suas palavras, uma explicação do ciclo do carbono,

representado na imagem acima.

b- Qual é a relação do ciclo do carbono e o efeito estufa que ocorre no

planeta terra?

Efeito Estufa

O efeito estufa é um fenômeno natural e possibilita a vida humana na

Terra. Parte da energia solar que chega ao planeta é refletida diretamente de

volta ao espaço, ao atingir o topo da atmosfera terrestre - e parte é absorvida

pelos oceanos e pela superfície da Terra, promovendo o seu aquecimento. Na

Terra a presença da camada gases de efeito estufa bloqueiam parte do da

radiação solar, não permitindo retornar ao espaço. De fato, é a presença

desses gases na atmosfera o que torna a Terra habitável, pois, caso não

existissem naturalmente, a temperatura média do planeta seria muito baixa, da

ordem de 18ºC negativos. A troca de energia entre a superfície e a atmosfera

mantém as atuais condições, que proporcionam uma temperatura média global,

próxima à superfície, de 14ºC. (Fonte: http://www.mma.gov.br/clima/ciencia-da-

mudanca-do-clima/efeito-estufa-e-aquecimento-global)

Para entendê-lo, basta imaginar uma estufa de plantas, comuns em

jardins botânicos. Neste caso da estufa, o vidro que mantém a temperatura

funciona como os gases do efeito estufa. A Terra é naturalmente protegida por

uma camada de gases – formada por nitrogênio (aprox. 78%), oxigênio (aprox.

21%) vapor d’agua (1%), dióxido de carbono (aprox. 0,04%) e outros gases em

menor quantidade - que faz com que o planeta se mantenha aquecido e

habitável. Essa camada de gases funciona como uma redoma, impedindo que

boa parte da radiação solar seja refletida de volta para o espaço.

(http://www.institutocarbonobrasil.org.br/mudancas_climaticas/efeito_estufa)

Há quatro principais gases de efeito estufa (GEE), além de duas famílias de

gases, regulados pelo Protocolo de Quioto:

- O dióxido de carbono (CO2) é o mais abundante dos GEE;

- O gás metano (CH4) é produzido pela decomposição da matéria orgânica;

- O óxido nitroso (N2O) cujas emissões resultam, entre outros, do tratamento

de dejetos animais, do uso de fertilizantes, da queima de combustíveis fósseis

e de alguns processos industriais, possui um poder de aquecimento global 310

vezes maior que o CO2;

- O hexafluoreto de enxofre (SF6) é utilizado principalmente como isolante

térmico e condutor de calor;

- O hidrofluorcarbonos (HFCs), utilizados como substitutos dos

clorofluorcarbonos (CFCs) em aerossóis e refrigeradores;

- Os perfluorcarbonos (PFCs) são utilizados como gases refrigerantes,

solventes, propulsores, espuma e aerossóis.

Aquecimento Global

As mudanças do clima no passado decorreram de fenômenos naturais, a

maior parte da atual mudança do clima, particularmente nos últimos 50 anos, é

atribuída às atividades humanas. A principal evidência dessa mudança atual do

clima é o aquecimento global, que foi detectado no aumento da temperatura

média global do ar e dos oceanos, no derretimento generalizado da neve e do

gelo, e na elevação do nível do mar, não podendo mais ser negada. Caso não

se atue este aquecimento de forma significativa, espera-se observar, ainda

neste século, um acréscimo médio da temperatura global de 2ºC a 5,8°C,

segundo o 4° Relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças

Climáticas (IPCC), de 2007. (Fonte: http://www.mma.gov.br/clima/ciencia-da-

mudanca-do-clima/efeito-estufa-e-aquecimento-global)

ATIVIDADE 04

O modelo de desenvolvimento baseado no uso de energia fóssil,

principalmente petróleo é uma das fontes de liberação de gases do efeito

estufa. As mudanças provocadas pelo aquecimento global podem afetar a

biodiversidade, o equilíbrio dos ecossistemas? Como?

ATIVIDADE 05

Leia as notícias a seguir:

Notícia 1.

Participação do setor de energia em emissões de gás carbônico dobra em cinco anos 09/09/2013 - 23h28 Bruno Bocchini - Repórter da Agência Brasil São Paulo – A participação do setor de energia foi a que mais cresceu no total das emissões de gás carbônico no país de 2005 a 2010, constatou o Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC). Ao divulgar hoje (9) as estimativas sobre o perfil das emissões de gás carbônico no período, o PBMC informou que a produção de energia foi a responsável por 32% das emissões em 2010 contra 16% do total de emissões em 2005 – aumento de 16 pontos percentuais. Além do setor de energia, a agropecuária aumentou sua participação na emissão brasileira de gás carbônico: de 20% em 2005 para 35% em 2010 - aumento de 15 pontos percentuais. O quesito usos da terra e florestas diminuiu a participação no total de emissões, tendo caído de 57% em 2005 para 22% em 2010; processos industriais aumentaram de 4% para 7%; e tratamento de resíduos cresceu de 2% para 4%, todos na mesma base de comparação. Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/assunto/meio-ambiente, acessado em 12/09/2013.

Notícia 2.

12/09/2013 Desperdício de alimento é terceiro maior emissor de CO2 do mundo A comida desperdiçada no mundo responde por mais emissões de gases causadores de efeito estufa do que qualquer país, exceto China e Estados Unidos, disse a ONU em um relatório divulgado nesta quarta-feira (11). Todos os anos, cerca de um terço de todos os alimentos para consumo humano, aproximadamente de 1,3 bilhão de toneladas, é desperdiçado, juntamente com toda a energia, água e produtos químicos necessários para produzi-la e descartá-la. Quase 30% das terras agrícolas do mundo, e um volume de água equivalente à vazão anual do rio Volga, são usadas em vão. No seu relatório intitulado “A Pegada do Desperdício Alimentar”, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e a Alimentação (FAO) estima que a emissão de carbono dos alimentos desperdiçados equivale a 3,3 bilhões de toneladas de dióxido de carbono por ano. Se fosse um país, seria o terceiro maior emissor do mundo, depois da China e dos Estados Unidos, sugerindo que um uso mais eficiente dos alimentos poderia contribuir substancialmente para os esforços globais para reduzir as emissões de gases do efeito estufa e diminuir o aquecimento global. No mundo industrializado, a maior parte do lixo vem de consumidores que compram muito e jogam fora o que não comem. Nos países em desenvolvimento, a causa principal é a agricultura ineficiente e falta de instalações de armazenamento adequadas. “A redução de desperdício de alimentos não só evitaria a pressão sobre recursos naturais escassos, mas também diminuiria a necessidade de aumentar a produção de alimentos em 60 por cento, a fim de atender a demanda da população em 2050, diz a FAO”. A FAO estima o custo do desperdício de alimentos, excluindo os peixes e frutos do mar, em cerca de 750 bilhões de dólares por ano, com base em preços de produção. O desperdício de alimentos consome cerca de 250 quilômetros cúbicos de água e ocupa cerca de 1,4 bilhão de hectares- grande parte de hábitat natural transformado para tornar-se arável. CLIPPING: http://noticias.ambientebrasil.com.br/clipping/2013/09/12/98034-desperdicio-de-alimento-e-terceiro-maior-emissor-de-co2-do-mundo.html, acessado em 12/09/2013.

Com relação ao texto das notícias, responda:

a- No texto da primeira notícia, explique como o desperdício de alimentos pode

causar emissões de gases causadores de efeito estufa?

b- As notícias trazem como tema principal a emissão de gás carbônico e o

aquecimento global. Quais outros problemas que estão relacionados também

a emissão de gases do efeito estufa?

Atividade 06

Assista ao desenho animado ganhador dos Prêmios Fundação

Biodiversidade (Espanha) na categoria Documentário e Curta-metragem

(http://www.premiosfundacionbiodiversidad.es/segundaedicion/). O curta

metragem mostra que hábitos diários contribuem para as mudanças climáticas.

Duração: 5’07”

Fonte:

http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=9222

Acessado em 22/10/2013

Palavras-chave: consumismo, aquecimento global, mudanças climáticas.

a- Quais atividades mostradas no desenho animado contribuem para as

mudanças climáticas?

Sugestão de pesquisa! O aquecimento global e o tempo de floração.

O homem pertence à natureza? Ou é apenas beneficiário da Natureza?

Para o Professor

Na história da humanidade os indivíduos precisam conhecer seu

ambiente para sobrevivência e segundo Odum (2009), o início da civilização

coincidiu com o uso do fogo e outros instrumentos para modificar a natureza.

Como toda ciência humana, a ciência da ecologia teve um desenvolvimento

gradativo, as obras de Hipócrates, Aristóteles e outros filósofos gregos contem

referencias a temas ecológicos. Porém o vocábulo “Ecologia” foi proposto pelo

biólogo alemão Ernest Haeckel em 1869. Antes disso no renascimento muitos

contribuíram para esta área, mas sem usar a palavra ecologia. No séc. XVIII,

por exemplo, Anton Van Leeuwenhoek foi pioneiro nos estudos de cadeias

alimentares e regulação de populações. Para Branco (1995), A ecologia surgiu

como uma quarta dimensão do estudo da biologia. A primeira, quase intuitiva, é

a morfológica. A segunda a fisiologia, uma terceira dimensão surgiu da

necessidade intrínseca do conhecimento das origens, introduzindo o fator

tempo nas preocupações biológicas, o que ensejou os estudos relativos à

história dos organismos. A pressão exercida por esses fatores em modificação

sobre estruturas e comportamentos orgânicos, exigindo sua adequação para

que fosse possível a sobrevivência e denunciando estreita correlação

morfofisiológica e comportamental entre as espécies e o seu meio, sugeriam a

existência de uma quarta dimensão do estudo biológico, a ecologia. Humboldt

foi, possivelmente, o primeiro a desenvolver uma pesquisa metódica dessas

relações estáticas entre organismos e meio ambiente, procurando criar não só

metodologias de estudo geográficas como, também, de análise dos fatores

físicos e químicos determinantes dessas diferenças geográficas. Ernst Haeckel,

mais tarde, já familiarizado com os princípios da seleção natural como fator

evolutivo, entregou-se aos aspectos mais dinâmicos da ecologia, tendo,

inclusive, sido o autor da denominação.

O estudo dinâmico, incluindo alternativas teóricas, fluxos de massa e de

energia em um sistema como unidade morfológica e funcional, deu origem à

sinecologia, que corresponde a um ramo da Ecologia que se dedica ao estudo

das relações entre os indivíduos de várias espécies e o meio em que eles

vivem. Esse termo foi utilizado pela primeira vez botânico Carl Schroter em

1902. Para Brandão o modelo de Schrödinger para explicar o fenômeno

biológico baseia-se em relações de natureza puramente energética, explicáveis

pelas leis da física, dispensando o recurso às hipóteses vitalistas que exigiam a

intervenção de forças e agentes de natureza desconhecida, por outro lado

uniformiza excessivamente os processos ao reduzi-los a simples questão de

demandas e disponibilidades gerando fluxos energéticos sempre que existam

gradientes favoráveis, o que não é necessariamente verdadeiro. Diz ele que

pensar como propriedade fundamental do ser vivo a simples troca de matérias

ou de energia com o meio é absurdo. Não leva-se em conta especificidades

das espécies vivas, indispensáveis às ordenações específicas. Na fábula de La

Fontaine, em que a cegonha é convidada pela raposa a tomar sopa em um

prato raso e, no revide, esta é instada pela primeira a comer o alimento

colocado no fundo de uma ânfora de colo longo... Não basta a energia (sob

forma de alimento orgânico, ou mesmo de energia radiante direta) estar

disponível: é necessário que existam os equipamentos físicos e bioquímicos

habilitados a utilizar o seu potencial ordenador. E indispensável, em última

análise, a existência de uma geometria que compatibilize as estruturas físicas e

bioquímicas da espécie com as do substrato ambiente, para que essa

ordenação e essa incorporação sejam possíveis (BRANCO, 2002)

O homem pertence à natureza tanto quanto - numa imagem que me

parece apropriada - o embrião pertence ao ventre materno: originou-se dela e

canaliza todos os seus recursos para as próprias funções e desenvolvimento,

não lhe dando nada em troca. E seu dependente, mas não participa (pelo

contrário, interfere) de sua estrutura e função normais. Será um simples

embrião, se conseguir sugar a natureza, permanentemente, de forma

compatível, isto é, sem produzir desgastes significativos e irreversíveis; caso

contrário, será um câncer, o qual se extinguirá com a extinção do hospedeiro...

(Branco, Estudos avançados vol.9 nº23 São Paulo Jan./Apr. 1995).

Para Brandão (1995) a avaliação do equilíbrio de um ecossistema não

pode ser sempre feita a partir de simples estudos de demandas e

disponibilidades energéticas e materiais. É necessário, com frequência,

considerarem-se os detalhes autoecológicos presentes. Assim, não é possível,

por exemplo, estabelecer-se a viabilidade de uma espécie em determinada

área, apenas em termos potenciais. A análise dos impactos ambientais

produzidos por um empreendimento de alegada utilidade tem em vista obter o

máximo benefício, com o mínimo custo ambiental e não um benefício sem

custo, pois não existe intervenção sem trauma, ou obra sem custo.

Outra área de estudos é a Ecomorfologia. Ela procura mostrar que as

diferenças morfológicas existentes entre as espécies podem estar associadas à

ação sofrida de diferentes pressões ambientais e biológicas. A ecomorfologia

tem como idéia fundamental que as formas dos organismos e seus modos de

vida estão correlacionados, sendo que o ambiente age sobre o fenótipo através

de pressões seletivas, selecionando organismos de acordo com os recursos

disponíveis no ambiente (Norton et al. 1995). Variações morfológicas entre as

espécies refletiriam, ao menos em parte, o uso diferenciado de recursos e por

fim, ecologias diferentes, havendo um paralelo entre similaridade morfológica e

ecológica (PIANKA 2000). Acredita-se que um dado conjunto de caracteres

morfológicos indicaria um ajuste a uma dada dimensão do nicho ecológico,

possibilitando até certo ponto que previsões acerca da distribuição das

espécies pelo ambiente (WATSON; BALON 1984, BARRELLA ET AL. 1994,

BEAUMORD; PETRERE-JR. 1994) ou delimitação de grupos tróficos

(HUGUENY; POUILLY 1999, POUILLY et al. 2003) sejam feitas. Assim,

análises ecomorfológicas aparecem como ferramentas interessantes no estudo

de estrutura de comunidades. No Brasil, os primeiros estudos ecomorfológicos

datam do início dos anos 90, com um incremento em meados da década

passada, sendo frequentemente aplicados à fauna marinha e de água doce

(BALON et al. 1986, WINEMILLER et al. 1995, CLIFTON; MOTTA 1998) e

apenas um contempla peixes de reservatório (FREIRE & AGOSTINHO

2001).(Fonte: Ecomorfologia refletindo a dieta dos peixes em um reservatório

no sul do Brasil, Ivan Teixeira e Sirlei Terezinha Bennemann, disponível em

http://www.scielo.br/pdf/bn/v7n2/a07v07n2.pdf, acessado em 10/09/2013).

Como exemplo em Ecomorfologia de peixes é baseado em atributos,

alguns são:

- Comprimento relativo da cabeça: relacionado ao tamanho do alimento

consumido.

- Altura relativa do olho: olhos dorsalmente posicionados indicam peixes

bentônicos, enquanto os nectônicos são lateralmente.

- Área relativa da nadadeira caudal: movimentos em arrancadas rápidas.

- Abertura relativa da boca: alimentação baseada em presas grande.

- Posição da boca: tomada em ângulo, indicando que se alimenta na coluna da

água.

- Largura relativa da boca: indica presas grandes.

- Índice de compressão: altos índices indicam peixes lateralmente compridos e

de água lênticas.

- Comprimento relativo do pedúnculo: Pedúnculos longos indicam bons

nadadores, inclusive peixes bentônicos habitantes em ambientes de

hidrodinamismo elevado.

ATIVIDADE 07

Fábula: A raposa e a Cegonha

Figura 2.3. A raposa e a Cegonha; Fonte: Coleção superfábulas, editora BrasiLeitura, 2007

tradução Ruth Marschalek, revisão Cristina Klein, impresso na China. Fábula de La Fontaine.

A partir da leitura da Fábula “A raposa e a Cegonha” de La Fontaine, relacione

com um ecossistema natural e responda:

a- Para os personagens da fábula, só alimento estar ali disponível é suficiente?

O que faltou para que eles conseguissem comer?

b- E na natureza, os animais possuem adaptações no corpo conforme sua

alimentação? Dê um exemplo desta adaptação e em qual habitat se encontra.

(Pode-se organizar os estudantes em grupos para pesquisar adaptações

morfológicas dos grupos de seres vivos.)

c- A raposa é um animal carnívoro, já a cegonha, uma ave onívora. Na

natureza, se ocorresse uma mudança radical em seu habitat, ela se adaptariam

rapidamente em outro local? Por quê?

d- A raposa e a cegonha vivem no mesmo habitat, em harmonia. Elem comem

as mesmas coisas? Seu nicho é o mesmo? Elas vivem da mesma forma? A

biodiversidade é importante para eles? Explique.

ATIVIDADE 08

CADEIA ALIMENTAR E TEIA ALIMENTAR

Dramatização - Presa e Predador

Esta atividade é para ser realizada com um grupo de no mínimo 20 pessoas

(alunos), em ambiente que tenha espaço físico suficiente para movimentação

de todos, tal como uma quadra de futebol, ou o próprio pátio da escola.

Esta atividade consiste de uma representação de uma possível cadeia

alimentar, envolvendo 3 (três) componentes: A - plantas (produtores), B - preás

(consumidores primários) e C - jaguatiricas (consumidores secundários).

Material Necessário

• Para identificação dos componentes do grupo, ou seja, quem seria planta,

preá ou jaguatirica, seria interessante, portanto, que fosse utilizado algum

sistema de individualização, tal como fitas de cores diferentes para serem

amarradas na cabeça ou nos pulso de cada um. As fitas devem ter no mínimo

três cores, de tal forma que cada cor represente um elo da cadeia. Também é

importante que o número de fitas de cada cor deve ser superior ao número de

integrantes do jogo. Qualquer outro material pode ser utilizado, desde que seja

viável para o jogo.

• Um apito. É claro que poderá ser substituído pelo próprio assobio,

dependendo de quem comandar a atividade.

• Além das fitas, será necessária a utilização de uma tabela para acompanhar o

desenvolvimento do jogo. A tabela deve ser da seguinte forma:

Gerações Planta Preás Jaguatiricas

10ª

Procedimento

• O grupo deverá ser dividido em 3 (três), deixando-se porém o grupo das

plantas com um número ligeiramente maior dos demais, bem como também

utilizar o mesmo critério para os preás em relação as jaguatiricas. Por exemplo,

caso o grupo possua 30 pessoas, o melhor seria dividi-lo da seguinte forma: 14

plantas, 10 preás e 6 jaguatiricas.

• As plantas ficarão espalhadas pelo pátio, os preás deverão ser dispostos em

círculo ficando distantes 5 a 6 metros das jaguatiricas, que também estarão

dispostas em círculo, ou seja, os preás e as jaguatiricas deverão ser dispostos

em círculos concêntricos de forma que as jaguatiricas fiquem no círculo interno.

• O jogo terá 10 rodadas. Para iniciar uma rodada, o professor deverá apitar 1

vez e para terminá-la, 2 vezes. Regras e objetivos

1. Plantas

• As “plantas” deverão ficar espalhadas pelo pátio ou lugar escolhido na escola

para o jogo e permanecerem nos seus lugares. Quando apanhadas pelos

preás, deverão permanecer no local onde foram apanhadas até a próxima

rodada e depois ir para o grupo dos preás.

2. Preás

• Cada “preá” deve procurar apanhar uma “planta” e evitar ser capturado por

uma “jaguatirica”. A única defesa possível dos “preás” é abaixar-se. Abaixando-

se, estarão escondidos das “jaguatiricas”. Quando apanhados por uma

jaguatirica, os preás deverão permanecer no local onde foram capturados até o

término da rodada. Na rodada seguinte, estes preás passarão a ser

jaguatiricas.

3. Jaguatirica

• As jaguatiricas deverão tentar capturar um preá.

- Os preás e as jaguatiricas que não conseguirem alimento voltarão na rodada

seguinte, como plantas.

EXPLICAÇÃO: Os animais que não conseguiram alimento morreram de fome.

Seus corpos foram decompostos e deles só restaram os sais minerais que as

plantas incorporam. Por isso voltam como plantas.

- Os “preás” e as “jaguatiricas” que conseguiram alimento continuarão o sendo.

EXPLICAÇÃO: Preás e jaguatiricas que conseguem alimentos são bem

sucedidos. isto permite que se mantenham saudáveis e se reproduzam,

garantindo novos indivíduos para a geração seguinte.

- As “plantas” que foram capturadas voltam como “preás”. Os “preás”

capturados voltam como “jaguatiricas”.

EXPLICAÇÃO: Quando um ser vivo serve de alimento para outro, as

substâncias que formam seu corpo passam a fazer parte desse outro ser. Por

isso, as plantas capturadas pelos preás, voltam como preás e estes, quando

capturados, voltam como jaguatiricas.

Fonte: http://educar.sc.usp.br/ciencias/ Disponível no Portal Dia a Dia Educação em:

http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/

a- Após discussão das possíveis explicações dos alunos e da mediação do

professor, retornar a sala de aula, escrever um pequeno texto da atividade o

qual servirá de atividade avaliativa.

Teia alimentar

Figura 2.4 Teia alimentar.

Fonte: http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Ecologia/Cadeiaalimentar4.php.

Você pode notar na imagem que o jacaré pode ser consumidor secundário ao

se alimentar do tuiuiú, ou consumidor terciário ao se alimentar da ema. Assim

as cadeias alimentares se cruzam, esse conjunto forma a teia alimentar.

As plantas nunca mudam o seu papel: são sempre produtores. E todos os

produtores e consumidores, estão ligados aos decompositores, que permitem a

reciclagem da matéria orgânica no ambiente.

Os níveis tróficos são caracterizados pelos tipos de alimentos que os seres

consomem. No primeiro nível trófico estão os organismos produtores. Estes

organismos são capazes de produzir seu próprio alimento e, por isso, são

chamados de “autótrofos”. Neste grupo estão as plantas, algas e algumas

bactérias fotossintetizadoras.

Nos próximos níveis tróficos estão os organismos consumidores, ou

“heterótrofos”. Neste grupo estão os herbívoros, que se alimentam dos

vegetais, os carnívoros e os decompositores.

Os organismos decompositores ou detritívoros constituem um último nível na

cadeia alimentar. Os animais onívoros ocupam mais de um nível trófico.

As cadeias alimentares estão geralmente limitadas a 4 ou 5 níveis tróficos,

porque há perdas de energia muito significativas nas transferências entre os

diferentes níveis. Consequentemente, a quantidade de energia que chega aos

níveis mais elevados já não é suficiente para suportar ainda outro nível trófico.

A energia se perde para o ambiente geralmente em forma de calor.

Pirâmide de energia

Figura 2.5. Pirâmide de energia. Fonte: sobiologia.com.br.

A matéria circula nas cadeias alimentares, entra pelos produtores em forma de

água, sais minerais, gás carbônico passa pelos consumidores sendo

decomposta, volta para o ambiente para ser reutilizada. Apenas uma parcela

de da biomassa dos alimentos se transforma em matéria viva. Parte é usada

como energia ou eliminada pelas excretas.

Pirâmide de biomassa

Figura 2.6. Pirâmide de biomassa. Fonte: sobiologia.com.br.

Pirâmide invertida (produtor é de grande porte)

Figura 2.7. Pirâmide invertida. Fonte: sobiologia.com.br.

ATIVIDADE 09

Figura 2.8. Nível trófico. Fonte: mundoeducacao.com.

a- Nesta imagem descreva quais são os seres vivos de cada nível trófico.

b- Por que no quarto nível trófico existem poucos seres vivos?

c- Se uma substância tóxica entrar nestas cadeias alimentares no primeiro

nível trófico, ela pode interferir na no terceiro nível trófico? Por quê?

Literatura nas aulas de Ciências

O Lúdico é ferramenta metodológica que pode ser utilizada nas aulas de

Ciências. Com objetivos e finalidades bem claros, vincula o conhecimento ao

plano emocional, aproximando o aluno do conteúdo a ser aprendido.

O lúdico nas aulas de Ciências podem ser atividades como a música, a

cultura popular através das cantigas, receitas, culinárias, literatura, animação,

histórias em quadrinhos, fábulas, criação textual, peça teatral, jogos, modelos,

entre outras. É importante lembrar que pode haver erros conceituais nestes

instrumentos, então é importante o educador ficar atento e utilizar esses erros

para problematizar o conteúdo de Ciências.

“O lúdico é uma forma de interação do estudante com o mundo,

podendo utilizar-se de instrumentos que promova a imaginação a exploração, a

curiosidade e o interesse, tais como jogos, brinquedos, modelos,

exemplificações realizadas habitualmente pelo professor, entre outros. (DCE,

2008, pg. 77)‏

O ato da leitura tem importância fundamental no desenvolvimento do

intelecto, da língua e da conversação como um ser social. Por isso, a leitura

deve ter função relevante na escola como um todo e não apenas nas aulas de

Língua Portuguesa. A literatura, como qualquer artefato cultural, está inserida

na História, estando com isso articulada com os acontecimentos, os processos

e os ideários de cada época. (LINSINGEN, 2008).

ATIVIDADE 10

Livro de literatura Infanto Juvenil: “Tem um Cabelo na Minha Terra, de

Gary Larson, tradução de Heloisa Jahn, Companhia das Letrinhas”.

Objetivo

- Compreender que os seres humanos fazem parte da natureza e a natureza

faz parte dos seres humanos;

- Entender o conceito de natureza, esclarecendo que é necessário reverenciá-

la, mas também entendê-la.

- Perceber que os seres humanos estão sujeitos as mesmas leis da natureza,

integrados a teia alimentar, ao ciclo de nutrientes, de energia e as relações

ecológicas.

- Visualizar na história do livro que o equilíbrio da biodiversidade é dependente

de vários fatores.

- Elaborar uma teia alimentar com os elementos da história do livro.

A história do livro começa abaixo do chão. Quando um filhote de

minhoca encontra um cabelo em seu prato de terra, fica chateado e começa a

achar tudo horroroso em sua vida de minhoca. Seu pai resolve lhe contar uma

história de uma donzela que sai a um passeio na floresta.

Antes da leitura do livro seria importante levantar alguns

questionamentos com a turma.

O livro narra muitos fatos que acontecem na natureza. Vamos analisar alguns:

1- Ao achar o cabelo em seu jantar o “Minhoquinho”, fica furioso e diz:

“Detesto ser minhoca! Somos o ultimo escalão da cadeia alimentar!

Comida de passarinho”.

2- O pai “minhoco” resolve contar uma história a seu filho e começou:

“Era uma vez uma linda donzela, a Benedita... Numa manhã

adorável, Benedita resolve fazer um passeio em sua trilha preferida

da floresta... Daí a pouco encontrou uma família de esquilos...,

colheu bolotas numa árvore e deu a eles”. Benedita estava

alimentando esquilos cinzentos, uma espécie grande e agressiva,

introduzida na floresta. Porém os esquilos-vermelhos nativos eram

menores e tímidos.

3- Benedita por a caso olhou para baixo e viu uma fileira de formigas

cruzando uma trilha. “Ahh!” Sorriu, vendo a imensidão de ovos que

carregavam “Até as criaturas mais minúsculas cuidam bem de seus

filhotes”! O que Benedita não sabia era que aquelas eram formigas-

amazonas que escravizam outras espécies e o que estava vendo era

um pelotão voltando do ataque a suas vítimas.

4- Adiante, um laguinho, Benedita bateu palmas de felicidade ao ver um

animal cascudo avançando devagar. “Sr. Tartarugo!” pegou o réptil

do chão... Arremessou o animal em pânico para o meio do brejo.

Infelizmente, era um jabuti, primo terrestre da tartaruga.

5- Benedita chegou a um lugar cheio de árvores, Viu um par de olhos

grandes olhando para ela. “Oh, estou reconhecendo o senhor, Sr.

Corujo”! E riu. O Sr. Corujo na verdade era uma mariposa-real, um

inseto que usava manchas nas asas para imitar animais

assustadores.

6- Uma árvore grande da idade da floresta estava caída no chão. “Ah!”

Que pena! Que tragédia! Mas árvores como ela são fundamentais

para renovar a vegetação, talvez seja mais vivia que outra que não

caiu, tantos são os organismos em sua massa.

7- Por fim, “Uma cobra!”, berrou. E preso à cobra, um camundongo.

Benedita com um bastão começou a bater no réptil. Benedita retirou

o camundongo dos anéis da cobra morta. Segurou o ratinho com

uma mão e a outra enxugou a lágrima. Largou o bicho no chão e foi

para casa. Em uma adorável manhã de primavera, delirando por

causa da febre alta, tropeçou, caiu e morreu. Quando enxugou a

lágrima do olho, um vírus do pelo do camundongo invadiu seu corpo.

Com base no texto do livro responda:

a- O filhote de minhoca entendia sue papel na cadeia alimentar? Explique.

b- Benedita fez muitas coisas erradas para os seres da floresta, apesar de

amar e se encantar com ela. Cite uma delas e explique por que foi prejudicial

para o ecossistema.

c- A árvore caída no chão ajuda a manter a biodiversidade da floresta? Como?

d- Apesar de a donzela conhecer a trilha da floresta, amar a natureza, ela

entendia o funcionamento da floresta? Ela entendia as conexões da floresta?

Por quê?

Espera-se que os alunos compreendam que todos os seres vivos necessitam

uns dos outros; que os seres humanos não devem dominar a natureza, mas

entendê-la para usufruir dela com equilíbrio; E se a Benedita compreendesse a

natureza, teria aproveitado melhor seu passeio.

e- Elaboração da teia alimentar:

Relembrar o conceito de teia alimentar

Elencar coletivamente os personagens e o que fazem na história;

Separar por categorias como produtor, consumidor, decompositor.

Montar a teia alimentar.

f- Observação da serapilheira no pátio da escola, na horta, no entorno, se

possível, ou numa praça, parque, etc. A camada superficial no solo, composta

por folhas, ramos, caules, cascas, frutos e sementes que caem das árvores de

uma mata, é chamada de serapilheira. A espessura dessa camada está

relacionada ao tipo de vegetação e ao tempo de decomposição do material. Na

decomposição, interferem os seguintes fatores: umidade, temperatura,

presença de fungos e/ou bactérias, quantidade e diversidade da fauna. A

decomposição da serapilheira libera os minerais que serão novamente

incorporados ao solo, essenciais para a manutenção da mata, fechando o ciclo

natural. A esse processo é dado o nome de ciclagem dos nutrientes.

(LINSINGEN, 2008).

Os estudantes anotam o que observaram, como folhas, galhos, semente, lixo,

erosão, solo descoberto, insetos, invertebrados, mofo, cogumelo, plantas

(gramíneas, arbustos, árvores, flores).

Socializam as informações coletadas e produzem um pequeno texto sobre a

relação da serapilheira, microrganismos e biodiversidade.

Música

Objetivo

- Problematizar o conceito de planetaridade;

Para Gadotti (2008), a globalização de hoje é a globalização capitalista,

onde os globalizadores, para ele os países ricos comandam os globalizados, os

países pobres. E os efeitos são desemprego, o aprofundamento das diferenças

entre os poucos que têm muito e os muitos que têm pouco, a perda de poder e

de autonomia de muitos estados e nações. As decisões sobre o que nos

acontece no dia-a-dia parecem nos escapar, por serem tomadas muito distante

de nós, comprometendo nosso papel de sujeitos na história.

Mas ao contrário disso temos a globalização da cidadania, que usa as

mesmas bases tecnológicas, mas com lógica diferente, sendo realizada pelas

organizações da sociedade civil global. Cidadania planetária é uma expressão

adotada para expressar um conjunto de princípios, valores, atitudes e

comportamentos que demonstram uma nova percepção da Terra como uma

única comunidade. A globalização não se constitui em si mesma num

problema. Ela representa um processo de avanço sem precedentes na história

da humanidade, o problema é globalização hegemônica, na perspectiva do

capital que é competitiva, em que os interesses do mercado se sobrepõem aos

interesses humanos, em que os interesses dos povos se subordinam aos

interesses corporativos das grandes empresas transnacionais. (Gadotti, 2008

p.31)

Ao contrário, a Globalização da cidadania é cooperativa e solidária que

em outros momentos chamamos de processo de “planetarização”. Como

exemplo, a derrubada da floresta amazônica, ou de qualquer floresta do

mundo, não é apenas um fato local. É um atentado contra a cidadania

planetária. Implica compreender que a Terra é nossa casa comum: um

organismo vivo e interdependente. Manter o planeta Terra vivo é uma tarefa de

todos nós, em todos os “cômodos da casa” e em suas diferentes dimensões:

econômica, social, cultural, ambiental etc. A cidadania planetária não pode ser

apenas ambiental porque a pobreza, o analfabetismo, as guerras étnicas, a

discriminação, o preconceito, a ganância, o consumismo, o tráfico, a corrupção

destroem a nossa casa, tiram a vida do planeta.

Ela implica também a existência de uma democracia planetária.

Portanto, ao contrário do que sustentam os neoliberais, estamos muito longe

de uma efetiva cidadania planetária. Ela ainda permanece como projeto

humano. Ela precisa fazer parte do próprio projeto da humanidade como um

todo. Ela não será uma mera consequência ou um subproduto da tecnologia ou

da globalização econômica. (GADOTTI, 2008 p. 33).

E hoje para Capra (2005), as multinacionais “jogam” os trabalhadores de

um país contra o outro, explorando o racismo, sexismo e nacionalismo, ficando

difícil a união dos trabalhadores. Hoje existe a obsessão pelo crescimento

econômico e tecnológico, com ausência de limitação, para um ambiente natural

finito.

É necessário construir uma nova consciência fundamentada numa visão

ecocêntrica e sistêmica capaz de conectar o local com o global, o imediato com

o futuro, o concreto com o político. (ARL, 2007)

Ainda para Boff (1999), há um descuido e um abandono dos sonhos de

generosidade, agravados pela hegemonia do neoliberalismo como o

individualismo e a exaltação da propriedade privada que comporta. Faz-se

pouco dos ideais de liberdade e de dignidade para todos os seres humanos. A

maioria dos habitantes sente-se desenraizados culturalmente e alienados

socialmente. Sem o cuidado, o ser humano, deixa de ser humano,

desestrutura-se e perde sentido.

Música - Janela Para o Mundo

Milton Nascimento

...

“Minha vida brasileira é uma vida universal`

É o mesmo sonho, é o mesmo amor

Traduzido para tudo o que o humano for

Olhar o mundo é conhecer

Tudo o que eu já teria de saber

Estrangeiro eu não vou ser

Estrangeiro eu não vou ser

Ê,ê,ê,

Estrangeiro eu não vou ser ê,ê

...

Estrangeiro eu não vou ser

Cidadão do mundo eu sou,eu sou, eu sou”.

Milton Nascimento

ATIVIDADE 11

Faça a relação deste trecho da música “Janela para o mundo” de Milton

Nascimento, com a hipótese Gaia e a noção de planetaridade ao se referir ao

meio ambiente.

Espera-se que os alunos observem:

“Como posso sentir-me estrangeiro em qualquer território desse planeta se

pertenço a um único território, a Terra? Não há lugar estrangeiro para

terráqueos na Terra. Se sou cidadão do mundo, não podem existir para mim

fronteiras. As diferenças culturais, geográficas, raciais e outras enfraquecem

diante do meu sentimento de pertencimento à humanidade, ao planeta Terra.

(GADOTTI, 2008).

Cartoon e Quadrinhos

Série: Os Cientistas em Quadrinhos de João Garcia

(http://jaogarcia.blog.uol.com.br/).

Figura 2.9 Quadrinhos. Fonte: http://oikosms.blogspot.com.br/. Acessado em 23/09/2013

Atividade 12

a- No quadrinho acima qual é a imagem de uma vida sustentável?

b- E para você, o que é uma vida sustentável?

Figura 2.10. Quadrinhos. Fonte: http://oikosms.blogspot.com.br/. Acessado em 23/09/2013

ATIVIDADE 13

a- O que o quadrinho acima quer representar?

b- Ao jogar o lixo na água, as pessoas acham que está tudo resolvido, pois

a água o levará embora. O que tem de errado nesta forma de pensar?

c- O que pode acontecer com esse ecossistema? A biodiversidade irá

continuar igual?

d- Qual é a imagem de natureza representada nessa imagem?

Interações Ecológicas

As interações mais fundamentais na natureza são a de consumidor e

recurso por que todos os organismos não fotossintéticos devem comer, e todos

sofrem o risco de serem comidos. Outros tipos principais de interações além de

consumidor-recurso, temos a competição e o mutualismo.

Os nomes dos consumidores são:

Predador: capturam e comem para nutrição. Ex. A aranha comendo

uma mosca.

Parasita: Invadem os corpos e se alimentam de sangue, tecido,

alimento digerido, etc.

Parasitoide: invadem e consomem tecidos e matam seu hospedeiro.

Herbívoros: comem plantas ou parte das plantas,

Detritívoro: consomem material orgânico morto, como serapilheira,

fezes, carcaças, etc.

Os organismos desenvolvem táticas para evitar serem comidos. As plantas,

por exemplo, não podem fugir, assim produzem espinhos e defesas químicas

para se defender, liberando cheiros, toxinas entre outras. Algumas presas

adotam uma aparência camuflada e ficam imóveis, como igualar a cor de uma

árvore, folhas, galhos, fezes de animais, flores. Outras têm coloração de

advertência e produzem químicos nocivos, como as borboletas monarcas que

possuem gosto amargo.

A competição é qualquer uso ou defesa de um recurso (alimento, água, luz,

espaço), por um indivíduo. Se for entre a mesma espécie é intraespecífica e se

for entre espécies diferentes é interespecífica. As plantas, por exemplo, podem

competir abaixo do solo por nutrientes e água e acima do solo, pela luz. Muitas

plantas competem diretamente produzindo substâncias como enzimas, que

impedem o crescimento da outra espécie. O tamanho de uma população

depende dos recursos naturais disponíveis e de seus consumidores.

No mutualismo, ambas as espécies se beneficiam como nas flores que

disponibilizam néctar as abelhas e elas dispersam o pólen. Outros exemplos

como os liquens, relação entre algas e fungos. No intestino humano as

bactérias ajudam a digerir e absorver nutriente. As acácias hospedam e

alimentam formigas que as protegem de herbívoros. O camarão Lysmata

amboinensis remove parasitas de uma moreia. ( texto adaptado de Ricklefs,

2010).

O caso dos insetos

Um inseto fitófago é qualquer inseto que se alimenta diretamente de

algum tecido de uma planta viva. Os nectarivoria, que se alimentam de néctar,

são visitantes de flores, mas não interferem no crescimento da planta. A

maioria dos fitófagos se desenvolve na planta, as larvas permanecem na

planta. Os adultos têm hábitos diversos. Na ordem dos que fazem metamorfose

procuram sempre a mesma planta.

Esses insetos fitófagos, podem ser ectófagos, ou seja, não entram na

planta, ficam na superfície e apenas perfuram, sugam seiva e mastigam folhas

e órgãos. Os endófagos penetram na planta, como os brocadores. Exemplos:

Lepidoptera inclui as borboletas e um grupo chamado de traças em Portugal

ou mariposas no Brasil. Orthoptera são grilos, gafanhotos. Ordem Hemiptera:

os animais pertencentes a essa ordem possuem aparelho bucal picador-

sugador, Homoptera: pulgões, cigarrinhas; Heteroptera: percevejos;

Auchenorrhyncha: cigarras. Coleoptera: joaninhas, besouros, carunchos, serra-

paus. Diptera: moscas, mosquitos. Hymenoptera: vespas, abelhas, formigas.

(adaptado de Lewinsohn et al., 2001).

ATIVIDADE 14

a- No texto acima “O caso dos insetos”, qual interação existe? Por que os

insetos não matam a planta?

b- Na diminuição dos recursos em um ecossistema como a perda da

biodiversidade, a competição pode aumentar? O que pode acontecer

com as espécies e com esse ecossistema?

c- A quantidade de água no solo e de nutrientes pode interferir na

competição entre plantas? Explique.

ATIVIDADE 15

Faça um quadro resumo das principais relações interespecíficas e

intraespecíficas, contendo o nome da relação, sua definição e um exemplo na

natureza. Pesquise em seu livro ou na biblioteca escolar. Podem ser relações

interespecíficas harmônicas: simbiose ou mutualismo, protocooperação,

inquilinismo, comensalismo e Interespecíficas desarmônicas: amensalismo,

sinfilia, predatismo, herbivoria, parasitismo e relações intra e intespecíficas:

competição. Ou outras encontradas por você.

ATIVIDADE 16

Assista ao recorte dos seguintes filmes: As Aventuras de Sammy, O Rei Leão,

Horton e o Mundo dos Quem e Procurando Nemo.

Para o professor:

Em cada trecho assistido, procure levantar as informações e hipóteses

que as crianças dispõem sobre o tema, peça para que anotem as

relações ecológicas observadas e também alguns erros conceituais

percebidos. Após assistirem todos os trechos, realizar a socialização.

1-As Aventuras de Sammy - Trecho 1 (Predação)

Descrição do trecho: O trecho mostra a eclosão dos ovos de tartaruga. Os

filhotes, para chegarem à superfície, terão que escalar, uns sobre os outros, a

distância que os separa da abertura. Desprotegidos e indefesos, eles ficam a

mercê dos predadores. Os que conseguem escapar partem desesperados para

a água do mar. Neste trecho é possível discutir o ciclo reprodutivo, a desova, o

comportamento e a predação das tartarugas juvenis.

Ficha técnica: Sammy´s Adventures: The Secret Passage, Animação e

Aventura, 88min., Bélgica, 2010. Direção: Ben Stassen.

Palavras-chave: tartaruga marinha, predação, relações ecológicas. Duração:

4’05”

Fonte:

http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=11350

2- O Rei Leão 3 - Hakuna Matata - (Insetívoro)

Sinopse do filme: Nesta terceira aventura, a história do leãozinho Simba é

contada pela dupla engraçada Timão e Pumba. Os dois assumem a narração

e, além de falarem como se conheceram, eles ainda contam sua influência nos

bastidores para que Simba subisse ao trono. De maneira divertida, também são

revelados os segredos desses amigos que o filme original não contou.

Palavras-chave: insetívoro, predador, relações ecológicas. Duração 3’16”

Fonte:

http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=11350

3- O Rei Leão 1 - Trecho 2 (Ecótono)

Descrição do trecho: Neste trecho, é mostrada a transição entre uma floresta

e a savana. O professor pode utilizar o trecho para trabalhar o conceito de

Ecótono. Ecótono é a região de transição entre duas comunidades

(biocenoses), ou entre dois ecossistemas, onde há uma quantidade

considerável de espécies próprias da área e outra quantidade referente às

áreas fronteiriças. Duração 1’49”

Ficha técnica: The Lion King, 1994 (EUA), 88 min.; Animação - Direção: Roger

Allers, Rob Minkoff.

Palavras-chave: ecótono, biocenoses, região de transição, relações

ecológicas.

Fonte:

http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=11350

4- O Rei Leão 1 - Trecho 1 (Cadeia alimentar)

Descrição do trecho: Neste trecho, Mufasa explica a Simba a cadeia

alimentar na qual cada elemento cumpre um papel específico: produtores,

consumidores e decompositores. O equilíbrio do ecossistema depende da

realização de cada uma dessas etapas e a interferência em um determinado

nível trófico pode ocasionar um desequilíbrio ecológico, colocando toda a

cadeia em risco. O trecho possibilita o professor trabalhar com conceitos de

cadeia alimentar, nível trófico, transferência de energia e de nutrientes.

Ficha técnica: The Lion King, 1994 (EUA), 88 min.; Animação - Direção: Roger

Allers, Rob Minkoff.

Palavras-chave: cadeia alimentar, equilíbrio ambiental, produtores,

consumidores, decompositores. Duração 3’13”

Fonte:

http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=11350

5-Horton e o Mundo dos Quem (Camuflagem)

Descrição do trecho: O elefante Horton é um professor com muita

imaginação, sendo muito querido pelos filhotes dos animais da floresta, que se

divertem com suas histórias. Neste trecho, Horton leva os filhotes a um passeio

e mostra uma espécie curiosa de inseto, o Bicho-folha, que, para passar

despercebido pelos predadores, camufla-se como uma folha. O trecho permite

trabalhar com a camuflagem dos seres vivos.

Ficha técnica: Horton Hears a Who!, Animação, EUA, 2008, Dur. 88 min,

Jimmy Hayward, Steve Martino.

Palavras-chave: bicho-folha, inseto, camuflagem. Duraçao 2’49”

Fonte:

http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=11350

6- Procurando Nemo - Trecho 1 (Relação ecológica).

Descrição do trecho: Neste trecho, os personagens Coral e Marlin escolhem

uma anêmona como abrigo, pois são imunes aos seus tentáculos urticantes,

devido à camada de muco que os reveste. Na base das anêmonas, eles

colocam ovos, assegurando a proteção e a sobrevivência da prole. Em caso de

perigo, nada melhor, para o peixe-palhaço, do que se esconder nos tentáculos

da anêmona, temidos por muitos predadores. A associação entre o peixe-

palhaço e a anêmona é quase perfeita. Em troca de abrigo e proteção, a

anêmona se beneficia dos restos de alimentos dos peixes-palhaço, perfazendo

uma associação que beneficia a ambos. O trecho permite trabalhar com a

relação ecológica (protocooperação) existente entre o peixe-palhaço e a

anêmona.

Ficha técnica: Finding Nemo, Animação, EUA, 2003, 101 min, COR, Andrew

Stanton. Duração 2’47”

Palavras-chave: anêmona, peixe-palhaço, predador, relação ecológica,

mutualismo facultativo, protocooperação.

Fonte:

http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=11350

7- Procurando Nemo - Trecho 6 (Predação, competição)

Descrição do trecho: Neste trecho, Marlin e Dory são capturados por um

pelicano que faz deles seu café da manhã. Instintivamente, eles lutam de tal

modo que o pelicano acaba por regurgitá-los. Entretanto, ainda precisam se

livrar de dezenas de gaivotas que os disputam ferozmente. O trecho permite

exemplificar dois tipos de relações ecológicas: predação e competição

Ficha técnica: Finding Nemo, Animação, EUA, 2003, 101 min, COR, Andrew

Stanton.

Palavras-chave: Predação, competição. Duração 2’36”

Fonte:

http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=11350

.

ATIVIDADE 17

Faça uma observação de uma relação ecológica em torno de sua casa,

descreva e relate a sua turma.

Referencias Bibliográficas

ALMEIDA, Adriana M. LEWINSOHN, Thomas M. PRADO, Paulo l. K. L.

Inventários Bióticos em recursos: Insetos Fitófagos e Plantas

Hospedeiras. Unicamp, Campinas. São Paulo, 2001. P. 174.

ARL, Valdemar. Qual é a Agroecologia que Queremos? Consultor

autônomo; professor no Curso de Desenvolvimento Rural Sustentável e

Agroecologia da UnC/ Concórdia - membro fundador da Rede Ecovida de

Agroecologia.

BOFF, Leonardo. Saber cuidar: Ética do humano - compaixão pela terra -

Petrópolis, RJ: vozes, 11ª edição, 2004.

BRANCO, Samuel Murgel. Conflitos Conceituais nos Estudos Sobre Meio

Ambiente. Estudos avançados vol.9 São Paulo, 1995, disponível em:

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-

40141995000100014&script=sci_arttext. Acessado em 28/09/2013.

BRANCO, Samuel Murgel. Ecossistêmica: uma abordagem integradora dos

problemas do meio ambiente. São Paulo: Edgard Blucher, 2002, 196p.

CAPRA, Fritijo. O ponto de Mutação. São Paulo, Cultrix, 2005.

Cartum e Quadrinhos : http://jaogarcia.blog.uol.com.br/ série Os Cientistas em

Quadrinhos de João Garcia.

Coleção superfábulas. A Raposa e a Cegonha. Editora BrasiLeitura, 2007

tradução Ruth Marschalek, revisão Cristina Klein, impresso na China. Fábula

de La Fontaine.

GADOTTI, Moacir. Educar para a sustentabilidade: uma contribuição à

década da educação para o desenvolvimento sustentável / Moacir Gadotti.

— São Paulo: Editora e Livraria Instituto Paulo Freire, 2008. — (Série Unifreire;

2).

Instituto Carbono Brasil. Efeito Estufa. Disponível em

http://www.institutocarbonobrasil.org.br/mudancas_climaticas/efeito_estufa.

Acessado em 10/10/2013.

LARSON, Gary. Livro de literatura Infanto Juvenil: “Tem um Cabelo na Minha

Terra: uma história de minhoca”, de Gary Larson, tradução de Heloisa Jahn,

prefácio de Edward O. Wilson. São Paulo, Companhia das Letrinhas, 2008.

LINSINGEN, Luana V. Literatura Infantil no Ensino de Ciências:

Articulações a partir da análise de uma coleção de livros. Dissertação de

Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica

da Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2008.

Ministério do Meio Ambiente. Efeito Estufa e Aquecimento Global, disponível

em http://www.mma.gov.br/clima/ciencia-da-mudanca-do-clima/efeito-estufa-e-

aquecimento-global. Acessado em 24/10/2013.

ODUM, Eugene P. Ecologia. Eugene P. Odum; supervisão da tradução

Ricardo Iglesias Rios; tradução Christopher J. Tribe. Reimpr. Rio de Janeiro:

Guanabara Koogan, 2009. Il.

PARANÁ, Seed. Superintendência da Educação. Diretrizes Curriculares

Estaduais de Ciências para a Educação Básica. Curitiba: imprensa oficial

SEED-PR, 2008.

Portal Dia a Dia Educação. Educadores, Página de Ciências. Disponível em:

http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/. Acessado em 22/10/2013.

Portal Dia a Dia Educação. Educadores, Página de Ciências. Disponível em:

http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=9222.

Acessado em 22/10/2013

RICKLEFS, Robert E. A Economia da Natureza. Tradutor Pedro P. de lima e

Silva; revisora técnica e coordenadora da tradução Cecília Bueno. Rio de

janeiro: Guanabara Koogan, 2010. Sexta edição.

Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Paraná. Caderno dos

Ecossistemas Paranaenses. Curitiba. Disponível em:

http://www.meioambiente.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo

=47. Acessado em 20/09/2013

Teixeira, I & Bennemann, ST - Biota Neotropica, v7 (n2). Ecomorfologia

refletindo a dieta dos peixes em um reservatório no sul do Brasil. UEL,

2007. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/bn/v7n2/a07v07n2.pdf, acessado

em 10/09/2013.

Acesso on line de imagens e notícias

Notícia: CLIPPING:

http://noticias.ambientebrasil.com.br/clipping/2013/09/12/98034-

desperdicio-de-alimento-e-terceiro-maior-emissor-de-co2-do-mundo.html,

Acessado em 12/09/2013.

Notícia: http://agenciabrasil.ebc.com.br/assunto/meio-ambiente.

Acessado em 12/09/2013.

Imagem do Ciclo do Carbono:

http://ecologgando.blogspot.com.br/2012/12/ciclos-biogeoquimicos-parte-

i.html. Acessado em: 10/09/2013.

Tatu-canastra- O Engenheiro do Ecossistema, disponível em

http://www.bbc.co.uk/portuguese/videos_e_fotos/2013/10/131029_tatu_canastr

a_an.shtml. Acessado em 29/10/2013.

Ecossistema, atividade disponível em:

http://educador.brasilescola.com/estrategias-ensino/trabalhando-conceito-

ecossistema.htm Paula Louredo. Acessado em 22/10/2013.

Imagem teia alimentar:

http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Ecologia/Cadeiaalimentar4.php.

acessado em 15/10/2013

UNIDADE III

GENOMAS: VARIABILIDADE GENÉTICA COM IMPORTÂNCIA SOCIAL,

CIENTÍFICA OU ECONÔMICA.

Diversidade genética é condição fundamental para que ocorra progresso

genético.

Para Younés (2001), a diversidade genética é importante para o

funcionamento dos ecossistemas. Por exemplo, a diversidade genética afeta a

taxa de transpiração das plantas individuais, entretanto, a diversidade no

ecossistema afeta a evapo-transpiração que é controlado pela transpiração das

plantas individuais, bem como pela própria estrutura do ecossistema. O

tamanho da planta e seu crescimento afetam o os processos do ecossistema

controlando as taxas de produção. A diversidade de paisagem afeta processos

como a disponibilidade de água, assimilação de carbono, condições

econômicas e a capacidade de absorver mudanças ambientais. Os

ecossistemas incluem a qualidade de gases da atmosfera, melhoria no clima,

controle do ciclo hidrológico, proteção de zonas costeiras, gerar solos férteis,

decomposição de detritos, controle de pestes e doenças, polinização, prover

alimentos, produtos medicinais e da indústria.

Segundo Younés (2001), os microrganismos constituem um recurso

genético de grande potencial para o desenvolvimento sustentável do planeta e

para manutenção da saúde humana, de plantas e animais. Microrganismos

como algas, bactérias, fungos, protozoários, vírus, viróides são componentes

básicos na cadeia alimentar e são contribuintes principais nos ciclos

biogeoquímicos como o de carbono, nitrogênio e enxofre, fazendo a circulação

de matéria, sendo vitais em manter os ecossistemas. Por trás de uma enorme

floresta estão os microrganismos, que hoje são conhecidas cerca de 160.000

espécies. A vida no solo (alem de micorganismos, ácaros, besouros, minhocas,

insetos, vermes) e sedimentos (materiais sólidos e semi-flúidos depositados no

leito dos lagos e reservatórios; pela deposição de matéria orgânica em

decomposição ou por outro meio), desempenha papel importante no

ecossistema, pois faz o controle da transformação de nutrientes e gases,

participa na oxigenação dos solos e dinâmica da matéria orgânica.

O manejo da diversidade genética de plantas requer uma constante

interação do homem com o ambiente, que influencia a construção dos

agroecossistemas. Em áreas tropicais, os estresses abióticos e bióticos

produzem seus efeitos sobre tais práticas. Por sua vez, os métodos ditos

“modernos” de manejo da diversidade genética acabam por dilapidá-la, ao

promover a uniformidade genética e o desenvolvimento de materiais genéticos

altamente dependentes de insumos externo. Biodiversidade local importante

fonte genética de tolerância e resistência para diferentes tipos de estresse e de

adaptação aos variados ambientes e manejos locais. Dessa forma, têm um

inestimável valor para a humanidade, constituindo a base de sua soberania

alimentar. Essas variedades são altamente adaptadas aos locais onde são

conservadas e manejadas e fazem parte da autonomia familiar, constituindo

um fator preponderante para a segurança alimentar dos povos. (SILVA, 2009)

ATIVIDADE 01

a- Você já deve ter ouvido falar em banco de semente comunitário, em que

algumas comunidades fazem para resgatar e fazer a manutenção de sementes

de espécies agrícolas crioulas e florestais. Discuta com sua turma sobre a

importância para os agricultores (as) desta prática.

b- Com relação à perda da agrobiodiversidade, como a prática de bancos de

sementes nas comunidades e troca de raças ou outro produto, pode ajudar ao

ecossistema natural?

c- Faça um levantamento dos produtos ou espécies de seres vivos que se

encontram em sua propriedade, casa ou lote, como os plantados na horta,

quintal, no jardim, na roça. Observe essa biodiversidade e escreva a

dependência deles com o meio abiótico, Socialize com sua turma.

d- Organize com sua turma um dia de troca de sementes ou mudas nativas que

você possui em sua casa, Procure saber o modo de vida desta planta para

discutir com sua turma.

Temas a serem discutidos nestas atividades ou possíveis respostas dos

estudantes:

* Os recursos genéticos vegetais, bem como na promoção do resgate das

sementes crioulas como patrimônio genético.

* Valoração da biodiversidade, a multiplicação e troca de sementes e raças é

uma forma de conservar e ampliar a biodiversidade.

* Segurança alimentar.

* Fortalecimento das relações de cooperação e solidariedade, de recuperação

das sementes e do saber perdidos.

* A redução da base alimentar está levando a população a uma série de

deficiências nutricionais.

* E a dependência de algumas multinacionais que controlam o mercado de

sementes e cobram cada vez mais caros pelas mesmas.

* A biodiversidade natural (nativa) dos ecossistemas tem importantes funções

nos agroecossistemas, ou seja, essa biodiveridade é importante no equilíbrio

dinâmico, diminuindo a incidência de pragas e doenças.

Fragmentação Florestal

Por todo o mundo, populações humanas crescentes e pressões

econômicas estão levando as florestas a remanescentes isolados e alterando

habitats. Na Amazônia mudanças no uso do solo através de desmatamentos,

tem afetado a hidrologia, o ciclo global do carbono, as taxas e

evapotranspiração, a perda da biodiversidade, fogo e uma possível redução

nas chuvas na região.

O Projeto Dinâmica Bilógica de Fragmentos Florestais, do Instituto

Nacional de Pesquisas da Amazônia, em Manaus com a meta de prever efeitos

das mudanças causadas pela fragmentação florestal nos ecossistemas

tropicais, estuda fazendas e fragmentos de florestas distantes 80 km de

Manaus. A floresta nestes locais é de terra firme, com alta diversidade de

espécies arbóreas, com predomínio de Palmeiras, relevo acidentado, com

Igarapés cortando a floresta e criando vales com pequenas áreas inundadas. A

fragmentação florestal envolve redução na área original e isolamento de

manchas de florestas. A consequência inicial é perda de habitat e diminuição

de espécies. Por serem habitats heterogênios, a fragmentação resulta na perda

de habitats, espécies especialistas podem ser excluídas pela forte associação

com o habitat particular. Pequenos mamíferos e anfíbios perderam pouco de

espécies, mas borboletas perderam mais de 40% da espécie original em

fragmentos de floresta, presumidamente foram deslocadas pelos especialistas

associados a altos níveis de luz. A decomposição de matéria orgânica feita por

besouros coprófagos e decompositores ficou lenta, como também uma

diminuição de visitação de abelhas em flores. A falta de formigas soldado levou

ao desaparecimento de pássaros seguidores de formiga. A falta de porcos

selvagens em fragmentos poderia afetar a população de sapos que dependem

de poças criadas pelos porcos selvagens. Na criação de bordas na floresta, a

luz solar penetra lateralmente, diferente da floresta contínua que penetra

verticalmente, alterando o microclima da floresta, podendo causar queda de

folhas, mortalidade de plantas e exposição ao vento. Além de que a

fragmentação dificulta a movimentação de espécies na floresta. (Adaptado de

Gascon et al., 2001).

A economia ecológica propõe uma ampla valoração da natureza, a

minimização no uso de energia e materiais, preocupação com a durabilidade

dos produtos e com a capacidade de re-uso, a minimização da produção de

lixo e o reaproveitamento em sistemas fechados, além da priorização da

utilização de recursos locais no atendimento das necessidades locais.

Ana Cristina Campos-Repórter da Agência Brasil - 10/09/13 Brasília – O número de alertas sobre desmatamento e degradação da Floresta Amazônica aumentou em 35% entre agosto de 2012 e julho de 2013 na comparação com agosto de 2011 a julho de 2012. As imagens de satélites usadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), responsável pelo Sistema de Detecção de Desmatamentos em Tempo Real (Deter), mostraram que, entre agosto de 2012 e julho deste ano, as áreas possivelmente devastadas chegaram a 2.766 quilômetros quadrados ao passo que, entre agosto de 2011 e julho do ano passado, a devastação ocorreu em 2.051 quilômetros quadrados. A explicação para o aumento se deve aos meses de agosto de 2012 com 522 quilômetros quadrados de área devastada e a maio deste ano, com 465 quilômetros quadrados devastados, em decorrência da degradação, que ocorre quando há remoção parcial da floresta por uso do fogo ou por corte seletivo de árvores. Os dados do Deter incluem o corte raso, que configura o desmatamento ilegal, e ocorre quando há a retirada completa da floresta nativa em uma área, alertas de desmatamento e degradação da Floresta Amazônica aumentam 35%. http://agenciabrasil.ebc.com.br/assunto/meio-ambiente, acessado em 12/09/2013

Sucessão ecológica

Sabemos que em cada lugar da terra, seja um campo, lago ou uma

rocha a beira do mar possui muitos organismos coexistindo, seja pela

alimentação, reprodução, e outras interações. A associação de populações

interagindo formam uma comunidade. Quando um habitat é perturbado, como

uma floresta desmatada, por exemplo, a comunidade lentamente se reconstrói.

Essa sequencia de mudanças é chamada sucessão. Quando ocorrer o máximo

de desenvolvimento desta comunidade, ela atinge o clímax, ou seja está

estabilizada.

A sucessão primária é o desenvolvimento de comunidade que ocorre no

local perturbado ou recém formado. Para esses ambientes existem as espécies

pioneiras, que toleram condições difíceis, tendem a ser pequenas, facilmente

dispersadas, produzem brotos crescem rapidamente e permitem o

desenvolvimento de outras espécies, como crescimento de ervas, capim,

Artemísia, os liquens, algas, musgos, sementes pequenas que podem

permanecer dormentes no solo , larvas entre outros.

Já a sucessão secundária ocorre em locais já habitados, mas a distinção

entre as duas não é bem clara. São espécies tardias com características

opostas as pioneiras.

Exemplo hipotético de uma sucessão primária:

Substrato original: depressão em superfície rochosa, preenchida pela água da

chuva:

a b

c d

e f

g

Figura 3.1 Sucessão primária. Fonte: http://www.ib.usp.br/ecologia/sucessao_ecologica_print.htm Acessado em 21/10/2013. Estádios de uma Hidróssere (que tem lugar em corpo de água) – A sucessão em corpo de água passa por etapas em que as comunidades vegetais determinam a elevação do fundo do lago pela deposição de sedimentos, água e material orgânico, transformando lentamente um local alagado em um de condições mésicas ou de terra firme em termos de disponibilidade de ar. Neste tipo de sucessão, todos os estádios são formados por vegetais superiores. São as seguintes etapas: (1) estádio flutuante, (2) estádio ancorado, (3) estádio emergente, (4) arbusto e árvores de terra firme. É comum ver-se em uma lagoa ou açude representantes de todos os estádios, localizando-se as espécies do estádio flutuantes nas partes mais profundas. (Fonte: http://permaculturanameruoca.wordpress.com/2012/03/06/sucessao-ecologica-texto/)

Figura 3.2 Sucessão ecológica.

Fonte:http://permaculturanameruoca.wordpress.com/2012/03/06/sucessao-ecologica-texto/

Acessado em 21/10/2013.

ATIVIDADES 02

a- Por que a imagem acima representa uma sucessão ecológica?

b- Quais são organismos pioneiros?

a- Ao observar a imagem acima, de um rochedo sem nada inicialmente,

explique como os organismos pioneiros chegam a modificar o ambiente.

b- Observe algum local onde está acontecendo sucessão ecológica como

em torno de sua casa, na sua comunidade, na escola, em um campo,

mata ou outro. Anote suas observações, descrevendo o local e relate

para a turma.

c- Quanto à fragmentação da floresta Amazônica, nestes locais poderá

ocorrer sucessão ecológica? Isso irá resolver os problemas que foram

causados? Por quê?

Orientação Didática

Imagem acima do rochedo sem nada.

Estádios de uma litóssere – A terminação “sere” da palavra, significa

estádio de sucessão. Este tipo de sucessão tem sua velocidade controlada

pela taxa de formação e acumulação do solo e passa pelas seguintes etapas:

(1) liquens da crosta, (2) liquens folhosos, (3) ervas anuais e (4) arbustos e

árvores perenes. Neste caso, a formação do solo se dá não só pela

degradação da rocha sob ação do intemperismo e das raízes das plantas, que

tendem a se acelerar à medida que a biomassa vegetal aumenta, como

também pelo acúmulo de partículas de poeira do ar capturadas e retidas pela

massa vegetal e pela deposição dos restolhos. (Fonte:

http://permaculturanameruoca.wordpress.com/2012/03/06/sucessao-ecologica-

texto/).

Referências Bibliográficas

DIAS, Braulio F. S. ; GARAY Irene E. G. Organizadores. Conservação da

Biodiversidade em Ecossistemas Tropicais. Editora Vozes: Petrópolis, 2001.

431p.

GASCON, Claude. LAURENCE, William F. & Lovejoy,Thomas E.

Fragmentação Florestal e Biodiversidade na Amazônia Central.

Conservação da Biodiversidade em Ecossistemas Tropicais. Editora

Vozes: Petrópolis, 2001. pg. 112).

SILVA, Isabel Cristina Lourenço. Banco de Sementes Comunitário em

Propriedade Familiares Vinculadas ao Projeto Esperança/Coesperança.

UFSM, RS. 2009. Disponível em

http://w3.ufsm.br/gpet/engrup/vengrup/anais/5/Isabel%20Cristina_GATS.pdf.

Acessado em 30/10/2013.

Notícia de aquecimento global: http://agenciabrasil.ebc.com.br/assunto/meio-

ambiente. Acessado em 12/09/2013.

Sucessão ecológica:

http://permaculturanameruoca.wordpress.com/2012/03/06/sucessao-ecologica-

texto/ Acessado em 21/10/2013.

Sucessão ecológica:

http://www.ib.usp.br/ecologia/sucessao_ecologica_print.htm Acessado em

21/10/2013.

UNIDADE IV

ATIVIDADE AGRÍCOLA E BIODIVERSIDADE

Para Rodrigues (2001), o modelo agrícola adotado pelo Brasil e a

maioria de países ocidentais configura a raiz do problema da depauperação da

biodiversidade. Com o crescimento da demanda das exportações, é necessário

produzir mais, com qualidade e baixo preço. Isso indica mais tecnologia e

novas áreas de produção. Pode haver a expansão da fronteira agrícola,

contudo não é a principal ameaça a biodiversidade. O modelo da monocultura,

uso de agrotóxicos e extinção de sistemas tradicionais de cultivo são

apontados como principais ameaças. Os impactos na biodiversidade tem

origem nas demandas do mercado, de difícil mensuração de valores

monetários.

Quanto vale uma espécie?

Como valorar a biodiversidade?

(Adaptado de Stachetti, 2001).

Biodiversidade à venda?

Saiba por que o TEEB – A Economia dos Ecossistemas e da

Biodiversidade pode transformar natureza em mercadoria.

Atribuir um valor à natureza para que ela seja preservada Os defensores

da proposta afirmam que dar valor não necessariamente significa dar preço.

Mas, na prática, para fazer a floresta valer mais em pé que derrubada - ou

incorporar ao cálculo econômico o pagamento pelos serviços ambientais e

ecossistêmicos- é impossível evitar a questão: quanto vale o trabalho das

abelhas (polinização), das árvores (purificação do ar), dos rios, ou ainda a

beleza cênica e os valores espirituais atribuídos à natureza? Quem irá vender e

quem irá comprar? Como se estruturará este mercado de ‘ativos’ ambientais?

E o principal: quem irá ganhar com isso?

O estudo foi encomendado pelo G8+5, em 2007, com o objetivo de criar

uma metodologia para atribuir valor econômico à biodiversidade. O TEEB (The

Economics of Ecosystems and Biodiversity) propõe que a biodiversidade tenha

um preço. O valor de cada recurso natural e do serviço prestado por ele irá

variar de acordo com sua capacidade de satisfazer “as necessidades da

humanidade”, ou melhor, do próprio capital. Com isso, o estudo pretende

introduzir a biodiversidade e seus serviços entre as alternativas de ação dos

agentes do mercado financeiro diante de um cenário de escassez dos recursos

naturais. Em resumo: para operacionalizar o pagamento pelos “serviços”

ambientais, o TEEB oferece uma metodologia para conferir um valor

econômico aos componentes da biodiversidade, o que autoriza inserir as

florestas, o ar, a água, a polinização e outros “serviços” dos ecossistemas no

mercado global. Assim, eles podem ser comprados e vendidos através de

títulos de crédito de compensação de carbono e de pagamento por serviços

ambientais (PSA) nesta nova fase de acumulação do capitalismo, chamada de

“economia verde”. Dessa forma, serão através das necessidades do capital e

da cadeia de produção que serão estipulados os “valores” pelos “serviços”

prestados pela biodiversidade e ecossistemas. Se valer a pena financeiramente

pagar para manter a floresta em pé como “valor de opção” (especulação da

terra e dos recursos) a fim de fazer reserva de mercado para o

desenvolvimento futuro de medicamentos e cosméticos, o mercado favorece as

florestas.

Por onde seguir? Cumprir a lei é um dos caminhos. A legislação

ambiental brasileira é considerada uma das mais avançadas do mundo. Criada

em 1981, a Política Nacional de Meio Ambiente (Lei 6.938/81) oferece uma

série de instrumentos para o planejamento, a gestão ambiental e a fiscalização.

É preciso assegurar o cumprimento dos direitos e garantias constitucionais

previstos na legislação brasileira, que define o meio ambiente como bem

comum e indivisível. (Fonte: Biodiversidade à venda? Saiba por que o TEEB –

A Economia dos Ecossistemas e da Biodiversidade pode transformar natureza

em mercadoria, Fundação Heinrich Böll, A Terra de Direitos, 2011, disponível

em: http://br.boell.org/downloads/pdf_teeb_final_05-12.pdf, acessado

20/09/2013).

Uma aposta é a economia ecológica que propõe uma ampla valoração

da natureza minimização no uso de energia e materiais, preocupação com a

durabilidade dos produtos e com a capacidade de re-uso, a minimização da

produção de lixo e o reaproveitamento em sistemas fechados, além da

priorização da utilização de recursos locais no atendimento das necessidades

locais.

Leia o texto a seguir:

A perda de biodiversidade e o desmatamento

Cabe salientar que a aposta num modelo de monocultivos tem sido responsável pela perda de biodiversidade em todos os nossos biomas. A estratégia científico agronômica que sustenta o atual modelo de produção agropecuária, parte da premissa de que as terras devem ser “desocupadas” de sua vegetação natural antes de se iniciar o plantio dos cultivos econômicos ou a introdução das pastagens e da pecuária. Dados da ONG Conservação Internacional – Brasil (2009) dão conta de que naquela época, dos 204 milhões de hectares originais do Cerrado, 57% já estavam completamente destruídos e a área restante já se encontrava bastante alterada. Segundo este estudo, a taxa anual de desmatamento do bioma é alarmante, chegando a 1,5% ou 3 milhões de hectares por ano. (Machado, et. al, 2004). A abertura de áreas para pastagens e agricultura e principalmente o avanço da cana-de-açúcar – impulsionado pela demanda de biocombustíveis – deverão ser os vilões do Cerrado Na Amazônia Brasileira, dados divulgados em março de 2009 pelo DETER do INPE, mostravam que o desmatamento seguia sua marcha de destruição, registrando em novembro e dezembro de 2008 e janeiro de 2009, respectivamente, 355km², 177km² e 222km² de desmatamentos por corte raso ou degradação progressiva na Amazônia Legal, totalizando 754km² em três meses. (INPE, 2009). O pior é que enquanto as atenções estão voltadas para a Amazônia os demais biomas brasileiros estão sendo altamente impactados. Ao mesmo tempo, a conclusão dos levantamentos do “Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica” mostra que entre 2005 e 2008 foram desmatados ao menos 102.938 hectares de cobertura florestal nativa, ou dois terços do tamanho da cidade de São Paulo. O estudo considera o novo mapa publicado pelo IBGE de acordo com a Lei da Mata Atlântica. O total de 102.938 hectares nos 10 Estados avaliados mantém a média anual de 34.121 hectares de desflorestamento/ano, bem próximo da média anual identificada no período de 2000-2005, que foi de 34.965 hectares de desflorestamento/ ano. Os Estados mais críticos são Minas Gerais, Santa Catarina e Bahia, que perderam, nos últimos três anos, 32.728 ha, 25.953 ha e 24.148 ha, respectivamente. Somam-se, a esse total, desflorestamentos na ordem de 9.978 hectares no Estado do Paraná, 3.117 hectares no Rio Grande do Sul, 2.455 hectares em São Paulo, 2.215 no Mato Grosso do Sul, 1.039 hectares no Rio de Janeiro, 733 hectares em Goiás e 573 hectares no Espírito Santo. No Pantanal há estudos mostrando que o caminho da devastação é o mesmo. Estudo da EMBRAPA sobre “Impactos Ambientais e Socioeconômicos na Bacia do Rio Taquari – Pantanal” (Galdino, et. al. 2005) mostra que na bacia do Alto Taquari as lavouras e os pastos cultivados, que ocupavam 3,4% da área da bacia em 1977, passaram a ocupar 61,9% em 2000. O mesmo processo está ocorrendo na Caatinga e nos demais biomas. Ademais, um modelo simplificado, como o que seguimos estimulando com todas as políticas clássicas de apoio à agricultura, tende a ser mais susceptível às mudanças de clima, porque os sistemas agropecuários dominantes apresentam baixa capacidade de resiliência e alto grau de instabilidade ante a eventuais distúrbios climáticos. Prova disso têm sido as frequentes perdas de safra e a crescente incidência de pagamento de seguro agrícola nos últimos anos, o que pode ser evidenciado especialmente nas áreas de soja, milho e feijão da região sul. Ao contrário, estudo recente realizado em Santa Catarina mostrou que lavouras de milho em processo de transição agroecológica (usando pós de rocha e outras técnicas ecológicas) foram mais resistentes à seca e mais rentáveis economicamente que os cultivos convencionais. Estudos deste tipo têm sido realizados em diferentes lugares, com respostas semelhantes. (Francisco Roberto Caporal, Em defesa de um Plano Nacional de Transição Agroecológica: compromisso com as atuais e nosso legado para as futuras gerações. Francisco Roberto Caporal p.135, 136, 137.

Fonte: PARANÁ, Instituto Federal. Livro: Princípios e Perspectivas da Agroecologia. Francisco

Roberto Caporal e Edisio Oliveira de Azevedo (Orgs.). Curitiba, 2011.

ATIVIDADE 01

a- É possível haver produção agropecuária e desenvolvimento para toda a

humanidade em harmonia com a natureza?

b- Analise e comente a frase em um texto “Cabe salientar que a aposta num

modelo de monocultivos tem sido responsável pela perda de biodiversidade em

todos os nossos biomas”.

c- O desmatamento ocorre por vários motivos. Um deles é para o uso na

agricultura e pecuária. É possível desenvolver a produção protegendo a

biodiversidade?

d- O desenvolvimento agrícola pode ser considerado um vilão do maio

ambiente? Explique de que maneira isso acontece?

Se os organismos vivos, principalmente os microrganismos evoluíram

junto com o ambiente físico (abiótico), formando um controle, o que mantém

favoráveis a condição de vida na terra e o ser humano é totalmente

dependente do ambiente natural, o que será que leva a humanidade a

continuar com este mesmo modo de vida, o qual destrói o ambiente e sua

sobrevivência? Segundo Odum (2009), a humanidade modifica o ambiente

para as necessidades imediatas em curto prazo, as cidades são parasitas da

biosfera. Quanto mais avançadas tecnologicamente às cidades e maiores, mais

exigem do ambiente natural. E dependendo do ambiente, não importa a

sofisticação da tecnologia. Como exemplo em Odum (2009):

- A bacia de Cobre em Copperhill, Tennessee, EUA, é uma

demonstração de destruição sem regeneração. Os vapores de ácidos sulfúrico

da fundição de cobre exterminaram as plantas com raiz. As pilhas de ganga,

madeira verde e coque, queimavam lentamente, deixando o solo com erosão,

desmatando para obter lenha e emitindo o gás ácido. A vegetação que era de

floresta viçosa não se reestabeleceu no solo empobrecido. O reflorestamento

artificial foi feito, mas como e a que custo. Para reabilitar tal terra, quanto

custará aos pagadores de impostos e muito da destruição foi desnecessária. E

o local continua deserto e destruído pela mineração. Ainda, uma única indústria

esgota a vida em uma grande área, pouco ou nenhum lucro ficou no local, pois

foi exportado para outra área. As pessoas que vivem nesta área estão em um

ambiente doente, com empobrecimento, na dominação política e estagnação

cultural. A batalha política entre lucros e proteção ambiental continua, não só

local mas globalmente. Neste caso a Georgia que recebe ventos poluidores

requer proteção ambiental, mas Tennessee que colhe os benefícios

econômicos resistiu a mudanças. Hoje, as companhias modernizaram seu

trabalho, com chuva ácida mais diluída, porém aumentaram em número e os

problemas continuam, com conflitos para proteção ambiental e de lucros locais

e globais. Essas disputas podem levar a um comércio lucrativo de restauração

de ecossistemas.

Para Branco (2002), a economia preza para o desenvolvimento apenas

valores monetários, o desenvolvimento de um país, mundialmente são medidos

unicamente pelo crescimento de reservas monetárias. Não se considera o meio

natural, a sobrevivência do povo e sua cultura. Os grandes capitais (Indústrias,

fábricas, bancos,...) e realizadores de obras públicas tem objetivos acumular

capitais. Os órgãos ambientais tem apenas a presença nas decisões em um

país, mas sem muitos poderes para interferir nas análises de desenvolvimento

de um país, que fica a cargo do monetário e sem análises de custo ambiental.

Nesta visão a natureza está a serviço do homem, nada tem a ver com

tecnologia ou processos econômicos.

Neste sentido o trabalho é fonte apenas de riqueza monetária, a

exploração da natureza como processo ilimitado de aumento de riqueza. Os

produtos são apenas mercadorias, também recursos naturais como a água.

Mas existem valores naturais que não dependem de uso imediato e nem da

troca. Há porem fenômenos naturais que são irreversíveis.

O trabalho que produz quinquilharias desnecessárias ou armas de guerra é errado e esbanjador. O trabalho que se apoia em falsas necessidades ou apetites indesejáveis é errado e esbanjador. O trabalho que engana ou manipula, que explora ou degrada, é errado e esbanjador. O trabalho que fere o meio ambiente e torna o mundo feio é errado e esbanjador. Não há nenhum meio de redimir esse trabalho enriquecendo-o ou reestruturando-o, socializando-o ou nacionalizando-o, tornado-o “pequeno”, ou descentralizado ou democrático. (ROSZAK, apud CAPRA, 2005, p. 223).

Para Marx (1844), a econômica política produz o trabalho alienado, o

trabalhador torna-se mercadoria e ainda mais barata à medida que cria mais

bens. A desvalorização do mundo humano aumenta na razão direta do

aumento de valor do mundo dos objetos.

Portanto, o objetivo do trabalho é coletivo, como espécie, o trabalhador

deve ver seu reflexo no mundo por ele também construído. O trabalho alienado

discutido por Marx (1844) transforma a consciência que o homem tem em

alienação. Converte a vida do homem em existência individual, aliena o corpo e

a natureza. Assim, o homem alienado ao produto do trabalho, fica alienado dos

outros homens e da vida humana.

O trabalho é a fonte de toda riqueza, afirmam os economistas. Assim é,

com efeito, ao lado da natureza, encarregada de fornecer os materiais que ele

converte em riqueza. O trabalho, porém, é muitíssimo mais do que isso. É a

condição básica e fundamental de toda a vida humana. E em tal grau que, até

certo ponto, podemos afirmar que o trabalho criou o próprio homem. (ENGELS,

1876).

ATIVIDADE 02

a- Muitas pesquisas que são apoiadas por instituições e órgão públicos ou

privados na conservação da biodiversidade esperam resultados com valores

estimados ou de contribuição econômica. Existe como atribuir valor em dinheiro

para importância da conservação da biodiversidade para a vida no planeta?

Justifique.

b- Organizar grupos e pesquisar na internet, livros ou entrevistas com

profissionais que trabalham com educação ambiental nos órgãos responsáveis

pelo meio ambiente de seu município como IAP, IBAMA, Secretaria do Meio

Ambiente e outros, sobre:

-Biodiversidade local

-Desastres ambientais locais

-Causas da perda da biodiversidade local.

-Projetos locais de recuperação e preservação do meio ambiente.

Após entrevista ou pesquisa, socialize com sua turma os pontos principais

através de uma discussão e faça um pequeno texto com suas considerações

finais.

Referências Bibliográficas

BRANCO, Samuel Murgel. Ecossistêmica: uma abordagem integradora dos

problemas do meio ambiente. São Paulo: Edgard Blucher, 2002, 196p.

CAPRA, Fritijo. O ponto de Mutação. São Paulo, Cultrix, 2005.

ENGELS, Friederich. O Papel do Trabalho na Transformação do Macaco

em Homem. 1876 1ª Edição: Neue Zeit, 1896. Origem da presente transcrição:

edição soviética de 1952, de acordo com o manuscrito, em alemão. Traduzido

do espanhol.

FUNDAÇÃO HEINRICH BOLL, A TERRA DE DIREITOS. Biodiversidade à

venda? Saiba por que o TEEB – A Economia dos Ecossistemas e da

Biodiversidade pode transformar natureza em mercadoria, 2011, disponível em

: http://br.boell.org/downloads/pdf_teeb_final_05-12.pdf. Acessado em

20/09/2013.

MARX, K. Manuscritos Econômicos e Filosóficos. 1844, Transcrição:

Alexandre Moreira Oliveira, abril 2007, acesso em 16 de abril de 2013,

disponível em

http://www.marxists.org/portugues/marx/1844/manuscritos/index.htm

ODUM, Eugene P. Ecologia. Eugene P. Odum; supervisão da tradução

Ricardo Iglesias Rios; tradução Christopher J. Tribe. Reimpr. Rio de Janeiro:

Guanabara Koogan, 2009. Il.

PARANÁ, Instituto Federal. Princípios e Perspectivas da Agroecologia.

Francisco Roberto Caporal e Edisio Oliveira de Azevedo (Orgs.). Curitiba,

2011.

RODRIGUES, Geraldo Stachetti. Impacto das Atividades Agrícolas sobre a

Biodiversidade: Causas e Consequências. Conservação da

Biodiversidade em Ecossistemas Tropicais. Editora Vozes: Petrópolis, 2001,

p.128.

UNIDADE V

PEGADA ECOLÓGICA

Pegada Ecológica e Mochila Ecológica

O conceito de mochila ecológica nos ajuda a compreender que, dado o

consumo de energia e materiais necessários para a produção de um

determinado bem, este tem incorporado (embora não se veja) um “peso

ambiental”, carrega uma mochila de recursos que não estão materializados

naquilo que vemos. Isto é, o peso de um saco de soja é bem maior do que os

convencionais 60kg, porque para a sua produção são gastos materiais e

energia que dariam um peso bastante superior ao do saco de soja que vemos.

Do mesmo modo, uma colhedora automotrizou um trator carregam consigo

uma mochila ecológica que representa várias vezes o peso daquela máquina

que vemos. Como exemplifica Riechmann (2003c, p. 61), a mochila ecológica

de um automóvel é mais de 10 vezes maior que o peso real do veículo.

Do mesmo modo, a Economia Ecológica nos ensina que o atual modelo

de desenvolvimento agrícola ou industrial depende de um fluxo elevado de

energia e de materiais de fora do sistema, pois para ser mantido exige a

extração de recursos de outros territórios. Isto é, para funcionar o processo

produtivo, nos moldes atuais, se necessitam recursos que extrapolam os

espaços locais e regionais que os sistemas de produção ocupam. Vem daí o

conceito de pegada ecológica ou pisada ecológica, que indica até onde fomos

para buscar os recursos naturais necessários para subsidiar nossos sistemas

insustentáveis e os danos causados em outros ecossistemas para manter o

atual modelo. Entende-se por sistema de produção o resultado do arranjo de

todos os componentes –bióticos e abióticos, de origem local ou externa-

reunidos dentro dos limites de um estabelecimento agrícola e manejados pela

ação do ser humano, que interagem entre si, com a finalidade de permitir ou

desenvolver a produção de produtos de origem vegetal (sistema agrícola ou

agroflorestal), animal (sistema agropastoril) ou ambas (sistema

agrossilvopastoril).

Fonte: Livro Principios e perspectivas da Agroecologia, p. 59, Francisco Roberto Caporal, José

Antônio Costabeber e Gervásio Paulus. Ou acessar:

http://www.agroeco.org/socla/archivospdf/Agroecologia%20%20Novo%20Paradigma%2002052

006-ltima%20Verso1.pdf

A Pegada Ecológica de um país, de uma cidade ou de uma pessoa,

corresponde ao tamanho das áreas produtivas de terra e de mar, necessárias

para gerar produtos, bens e serviços que sustentam determinados estilos de

vida. Em outras palavras, a Pegada Ecológica é uma forma de traduzir, em

hectares (ha), a extensão de território que uma pessoa ou toda uma sociedade

“utiliza”, em média, para se sustentar.

A Pegada Ecológica brasileira é de 2,9 hectares globais por habitante,

indicando que o consumo médio de recursos ecológicos pelo brasileiro é bem

próximo da média mundial da Pegada Ecológica por habitante, equivalente a

2,7 hectares globais.

Para assegurar a existência das condições favoráveis à vida precisamos

viver de acordo com a “capacidade” do planeta, ou seja, de acordo com o que a

Terra pode fornecer e não com o que gostaríamos que ela fornecesse. Avaliar

até que ponto o nosso impacto já ultrapassou o limite é essencial, pois só

assim poderemos saber se vivemos de forma sustentável. Fonte:

http://www.wwf.org.br/.

Uso Sustentável: Analogia do balde de água

Imagine um balde sendo cheio com água a uma taxa fixa. A água no

balde é o estoque que só pode ser retirado na mesma taxa que o balde é

cheio. Essa seria uma taxa sustentável. De forma similar, a natureza é o balde

que é continuamente alimentado pelo sol: fotossíntese produz matéria

orgânica, a base para todo o capital biológico. Sustentabilidade implica na

utilização do capital natural na mesma taxa em que ele é produzido. No

entanto, comércio e tecnologia possibilitaram a exploração progressiva da

natureza além dos níveis sustentáveis. Isso faz com que futuras gerações

tenham um capital natural de menores qualidade e produtividade. (Fonte:

Wackernagel e Rees ,1996 apud Pereira, 2008, p.19)

Definições de um ecossistema “saudável” incluem:

• Homeostase;

• Ausência de doenças;

• Diversidade ou complexidade;

• Estabilidade ou resiliência;

• Vigor ou espaço para crescimento;

• Equilíbrio entre os componentes do sistema.

Déficit Ecológico: ocorre quando a pegada de uma população (um país ou

uma região) excede a capacidade biológica do espaço disponível para essa

população. O déficit ecológico nacional mede a quantidade da pegada do país

que excede a Biocapacidade.

Biocapacidade: é uma área determinada para satisfazer as necessidades de

consumo e assimilação dos resíduos dos seus habitantes; Aquilo que cada

ecossistemas é capazes de oferecer, também chamada de capacidade

biológica. Entre 1970 e 2000, houve uma redução de 40% na capacidade

biológica do planeta. Em 2001, a Pegada Ecológica mundial chegou a ser 2,5

vezes maior do que em 1961, e, enquanto nos países ricos a “pegada per

capita” saltou de 3,8 hectares por habitantes (ha/ hab) para 6,6 ha/hab, nos

pobres ela só aumentou de 1,4 ha/ hab para 1,5 ha/ hab, evidenciando a forma

diferenciada de apropriação dos recursos naturais e das riquezas pela

sociedade. Considerando o crescimento populacional, a evolução tecnológica e

o desenvolvimento econômico, até 2050 a humanidade estará consumindo

220% da capacidade biológica, mais que o dobro da capacidade da Terra.

(Relatório Planeta Vivo 2006, WWF)

Calculando o tamanho da sua Pegada Ecológica!

ATIVIDADE 01

Fonte: Cartilha Guardiões da Biosfera – episódio Cerrado:

http://www.guardioesdabiosfera.com.br/web/cerrado.html Disponível em:

http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/.

Você também pode acessar o endereço abaixo e testar sua pegada ecológica:

Quantos PLANETAS TERRA são necessários para sustentar meu estilo de

vida http://www.suapegadaecologica.com.br/

Após realizar a atividade, fazer alguns questionamentos:

a) Ao observar a tabela da pegada ecológica de alguns países, nota-se que

um cidadão nos Estados Unidos da América tem o tamanho da pegada

ecológica em 12,5 há e em contradição em Bangladesh é de 0,6. Se

todas as pessoas desejassem ter o nível de vida de um norte americano,

seria possível? E em Bangladesh a distribuição de riquezas produzidas

pela humanidade é igual?

ATIVIDADE 02

Analise em grupo os casos abaixo, responda as atividades e socialize.

Caso 1- Gelo continua escasso no Ártico

Segundo Kumi Naidoo, diretor-executivo do Greenpeace Internacional,

“o Ártico está derretendo diante dos nossos olhos. Ao invés de agirmos para

evitar uma catástrofe ambiental, o que vemos é uma corrida para ver quem

chegará primeiro às reservas de óleo no Ártico, o mesmo combustível

responsável pelo problema inicial. Isso explica porque nossos ativistas se

arriscaram para protestar pacificamente na plataforma de petróleo

Prirazlomnaya”.

O Centro Nacional de Dados sobre Neve e Gelo (NSIDC) afirma que a

extensão do gelo chegou à 5,10 milhões de quilômetros quadrados, mantendo-

se acima do recorde histórico de 2012 – de 3,41 quilômetros quadrados – mas

ainda é um dos mais baixos desde que os registros começaram a ser feitos,

reforçando a tendência de derretimento do gelo ártico.

A plataforma de petróleo que pertence à Gazprom é uma das primeiras a

chegar no Ártico para explorar óleo. “Combustíveis fósseis são uma ameaça ao

clima mundial e chegamos a um momento crítico. Nós temos que mudar a

prioridade e investir em energias renováveis rapidamente se queremos evitar

consequências desastrosas”, afirmou Kumi Naidoo. (Disponível em:

http://www.greenpeace.org/brasil/pt/. Acessado em 21/09/2013).

a) Se está acabando o petróleo nas áreas já exploradas, qual é o problema de

explorar outras áreas como o Ártico para retirada de combustíveis fósseis?

Existe outra solução?

b) Qual é a relação que existe entre combustíveis fósseis e o derretimento de

gelo no Ártico?

c) Existe biodiversidade no Ártico? Qual?

d) Se existe biodiversidade nesta região distante de nós, ela precisa ser

preservada? Por quê?

Caso 2- UFSC e ICMBio descobrem novo foco de espécies invasoras

marinhas no litoral catarinense

Publicado em 28/06/2013

Um ano após ter registrado pela primeira vez a presença da espécie

invasora coral-sol (Tubastraea coccinea) na face oeste da Ilha do Arvoredo,

pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Instituto

Chico Mendes (ICMBio) encontraram um novo foco, desta vez na parte sul da

mesma ilha. A descoberta foi feita pela pesquisadora do Laboratório de

Biodiversidade Marinha da UFSC, Bruna Folchini Gregoletto, no dia 9 de abril

de 2013. Em Santa Catarina já foi detectada a presença de seis espécies

invasoras marinhas, das nove presentes no litoral brasileiro, segundo lista

publicada em 2009. Um dos coordenadores do projeto, o professor Alberto

Lindner explica que uma espécie pode ser considerada exótica ou invasora.

“Exótica é apenas quando ela não é nativa do local, já invasora é quando a

espécie também causa prejuízo ao homem ou aos outros seres do local”. No

caso do coral-sol, já se sabe que ele causa necrose em corais nativos. Outro

prejuízo é que, com seu crescimento, ele desaloja outras espécies.

(Disponível em: http://noticias.ufsc.br/2013/06/ufsc-e-icmbio-descobrem-novo-foco-de-

especies-invasoras-marinhas-no-litoral-catarinense/. Acessado em 20/09/13.)

Caramujos africanos infestam Engenheiro Beltrão/PR

Uma espécie de molusco gigante, nocivo à saúde, começou a se proliferar em

pelo menos duas áreas da zona urbana de Engenheiro Beltrão, na região

Centro Oeste do estado – 35 quilômetros de Campo Mourão. Cada indivíduo

põe até 200 ovos e atinge a idade adulta em seis meses. O caramujo tornou-se

hospedeiro do verme Angiostrongylus Costaricensis, encontrado em intestinos

de ratos. O parasita causa dor-de-cabeça severa, rigidez de nuca,

formigamento diversos, paralisias temporárias e febre baixa. (Disponível em:

http://www.institutohorus.org.br/download/noticias/01_07_04_Caramujos_africanos_infestam_E

ngenheiro_Beltrao_PR.htm. Acessado em 23/09/13).

a- Por que espécies invasoras podem ou não se tornar um problema para a

biodiversidade?

Caso 3 - CONTROLE DE ESPÉCIES EXÓTICAS INVASORAS

O Parque Estadual de Vila Velha tem pouco mais de 3000 hectares e

representa um mosaico de formações de campos (Estepe), cerrado (Savana) e

florestas com araucária (Floresta Ombrófila Mista). Está localizado no

município de Ponta Grossa, a 80 km de Curitiba, no estado do Paraná. Um dos

maiores problemas ambientais dos poucos remanescentes de campos nativos

que restam no estado é a invasão por espécies exóticas, especialmente

árvores de Pinus elliottii e Pinus taeda. A origem dessa invasão está no

extenso plantio de árvores exóticas feito pelos departamentos de estradas de

rodagem ao longo das rodovias em décadas passadas e na falta de manejo

apropriado de plantios florestais com Pinus sp. na região.

Reconhecendo seu papel na criação dos problemas de invasão por Pinus no

Parque, a APRE - Associação Paranaense de Empresas de Reflorestamento -

ofereceu ajuda ao Instituto Ambiental do Paraná para remover as espécies

exóticas invasoras. No primeiro mês de trabalho estima-se que foram retiradas

do Parque Estadual cerca de 50 mil árvores de Pinus, acácia-negra (Acacia

mearnsii), cinamomo (Melia azedarach), alfeneiro (Ligustrum deciduum e L.

japonicum), uva-do-japão (Hovenia dulcis), acácia-mimosa (Acacia

podalyriaefolia), eucaliptos (Eucalyptus spp.) e outras.

O Parque não tem somente problemas de invasão por espécies arbóreas.

Diversas gramíneas africanas são problemas crescentes, principalmente

braquiária (Brachiaria spp.), capim-gordura (Melinis minutiflora), capim-colonião

(Panicum maximum) e capim annoni (Eragrostis plana).

Além das plantas, o Parque tem problemas com a invasão de javali (Sus

scrofa) e de lebre européia (Lepus europaeus). Esses problemas estão sob

avaliação do Instituto Ambiental do Paraná para a definição de providências.

Figura 5.1. Javali

Javali - Sus scrofa Nativo da Europa, foi introduzido ao Brasil para

criação e escapou do cativeiro. É um problema sério em diversos estados

brasileiros tanto no sentido ambiental quanto para a agricultura. O javali fuça a

terra e com isso destrói plantações e a vegetação natural.

Figura 5.2. Lebre européia.

Lebre européia - Lepus europaeus Nativa da Europa, foi introduzida na

Argentina para criação e escapou do cativeiro, expandindo-se para o norte e

entrando no Brasil. Hoje ocorre desde o Rio Grande do Sul até o estado de São

Paulo. (Disponível: http://www.institutohorus.org.br/pr_vilavelha.htm. Acessado em 20/09/13).

Os javalis são considerados pela própria UICN (União Internacional de

Conservação da Natureza) como uma das 100 espécies invasoras mais

danosas ao meio ambiente. O javali compete ferozmente por nichos com caititu

e queixadas, espécies nativas do Brasil. Existem dezenas de documentos

técnicos que apontam a extraordinária capacidade do javali de exterminar

essas e muitas outras espécies competidoras, de interferir em processos da

sucessão de regeneração de matas, de causar danos a diversos tipos de

cultivos, de depredar ninhos e destruir tocas, de contaminar nascentes difusas

em áreas de várzeas, etc. (Adaptado de Oeco 2010, acessado em 21/09/13 disponível em

http://www.oeco.org.br/maria-tereza-jorge-padua/24612-a-caca-ao-javali-e-outras-pragas)

a) Existe interferência humana nas cadeias alimentares e na biodiversidade

neste Parque? Ou os problemas aconteceram naturalmente como à

invasão das gramíneas, javalis e lebres?

b) Por que o Pinus se tornou um dos maiores problemas no Parque

Estadual de Vila Velha? Essa espécie é apenas exótica ou invasora?

c) Se o Parque tem uma área de 3000 hectáres, por que as espécies

citadas no texto se tornaram um problemas para as demais espécies?

d) Qual seria a solução encontrada pelo APRE - Associação Paranaense

de Empresas de Reflorestamento e pelo Departamento de Estradas de

Rodagem ao realizarem seus trabalhos de reflorestamento, ao invés de

plantarem Pinus?

Caso 4 - Invasão da Braquiária

O agricultor José Hildebrand sabe bem o que é ter problemas com a

braquiária. Em sua fazenda em São Carlos, São Paulo, ele planta cana-de-

açúcar e reclama que a braquiária se espalhou pela propriedade.

“Eu acredito que todo o proprietário agrícola enfrenta o problema da braquiária

quando se trata de agricultura. Ela se instala nas lavouras. Se você não tiver

um combate imediato, ela vai ocupando espaço e faz com que a planta que iria

produzir perca grande parte de sua capacidade de produção” – disse

Hildebrand. (adaptado de Globo Rural, 2005, disponível em:

http://www.institutohorus.org.br/download/noticias/01_06_05_Globo_Rural_Invasao_da_braqui

aria.htm).

São muitos os motivos que levaram a esta opção nas pastagens: são

plantas de rápido crescimento durante todo o ano elevada produção de matéria

seca (SEIFFERT, 1980) e de sementes, que suportam ambientes com pouco

nutriente e elevado impacto físico – como pisoteio –, apresentam metabolismo

C4, que confere alta eficiência fotossintética sob elevada luminosidade, e

alelopatia, que é a produção e liberação de compostos químicos que inibem o

desenvolvimento outras plantas no ambiente facilitando sua dominância. Várias

técnicas de controle podem ser empregadas - manual, físico, químico ou

biológico, que são mais eficientes quando combinadas. No entanto, pode-se

ver o controle biológico do ponto de vista do manejo da paisagem – ao se

permitir o desenvolvimento de matas e outros ambientes mais sombreados,

tem-se também certo controle da braquiária pela competição das espécies

nativas que a sombreiam, ação que é mais efetiva se conjugada ao arranquio

manual e outras ações, conforme as condições de manejo e o ambiente em

que se está atuando.

Figura 5.3 – Capim-braquiária avançado em área natural de cerrado. A competição com

espécies nativas é visível. Fonte: Daniela Campos De Filippo Bióloga. Pesquisadora no Projeto

Cipó Vivo/Parque Nacional da Serra do Cipó e professora na Escola Estadual Dona Francisca

Josina. Kátia Torres Ribeiro Bióloga, Doutora em Ecologia. Coordenadora Geral de Pesquisa,

Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.

a)Por que a braquiária pode ter se tornado um problema para a biodiversidade

e consequentemente para os ecossistemas?

CARTA DA TERRA

Objetivos

- Organizar a leitura do documento “Carta da Terra” e desenvolver um diálogo

sobre a sua contribuição para uma visão holística e integrada dos problemas

socioambientais da humanidade;

- Promover a reflexão sobre produção e consumo.

Em 1992, durante a Rio-92 houve a proposta de uma Carta da Terra

discutida mundialmente por Organizações Não Governamentais e Governos,

mas não houve consenso. Depois de muitas discussões entre 12 a 14 de

março de 2000, a Carta da Terra foi ratificada. Leonardo Boff é o representante

da América Latina na Comissão da Carta da Terra.

“A Carta da Terra parte de uma visão integradora e holística. Considera a

pobreza, a degradação ambiental, a injustiça social, os conflitos étnicos, a paz,

a democracia, a ética e a crise espiritual como problemas interdependentes

que demandam soluções includentes. Ela representa um grito de urgência face

as ameaças que pesam, sobre a biosfera e o projeto planetário humano.

Significa também um libelo em favor da esperança de um futuro comum da

Terra e Humanidade.” Leonardo Boff, Teólogo e Presidente de Honra do

CDDH.

Fonte: Ministério do Meio Ambiente, disponível em http://www.mma.gov.br/responsabilidade-

socioambiental/agenda-21/carta-da-terra.

ATIVIDADE 03

O texto Carta da Terra descreve a situação global dizendo que: “Os padrões

dominantes de produção e consumo estão causando devastação ambiental,

redução dos recursos e uma massiva extinção de espécies,”... “Os benefícios

do desenvolvimento não estão sendo divididos equitativamente e o fosso entre

ricos e pobres está aumentando. A injustiça, a pobreza, a ignorância e os

conflitos violentos têm aumentado e são causa de grande sofrimento”.

a- Estamos vivendo em uma grande contradição, de um lado temos avanços na

tecnologia e conhecimento e ao mesmo tempo aumento da pobreza. Essa

situação poderia ser evitada? Comente de que forma?

b- O que você entende por padrões dominantes de produção e consumo.

Comente.

c- As decisões políticas e econômicas se orientam por consequências

humanas e ambientais? Explique

d- Na situação Responsabilidade Universal, o texto traz: “devemos decidir

viver com um sentido de responsabilidade universal, identificando-nos com

toda a comunidade terrestre”. O que o texto quer dizer ao comentar esta frase.

Como sugestão, leia novamente todo o trecho do texto que fala da

responsabilidade universal.

e- No recote do texto dos Compromissos, o primeiro deles fala da Integridade

Ecológica e traz: “Manejar o uso de recursos renováveis como água, solo,

produtos florestais e vida marinha de forma que não excedam as taxas de

regeneração e que protejam a sanidade dos ecossistemas”.

f- Em nosso modelo atual de desenvolvimento, como na indústria, da

agricultura, consumo, é respeitado o principio da sanidade e regeneração dos

ecossistemas? Comente.

g- Em outro trecho do texto diz: “Promover a contribuição das artes e

humanidades, assim como das ciências, na educação para sustentabilidade”...

“Isto requer uma mudança na mente e no coração”.

O que você entende por sustentabilidade?

A mudança na mente e no coração exige quais outras mudanças? Ou

não há como mudar? Relate sua opinião.

h- Existe relação entre biodiversidade, ecossistema, biomas, cultura, política e

economia? Como?

i- No texto da Carta da Terra, você acrescentaria alguma coisa?

j- Relate qual(is) trecho(s) do texto da Carta da Terra mais chamou sua

atenção.

ATIVIDADE 04

Para completar a discussão da Carta da Terra assista: VÍDEO – A HISTÒRIA

DAS COISAS.

A história das coisas – consumismo. Este vídeo aborda a questão do

consumismo, apresentando os problemas sociais e ambientais criados como

consequência deste hábito.

The Story of Stuff. Documentário de animação, EUA, 20 min.; COR/.Direção:

Fábio Gavi.

Palavras-chave: consumismo, relações sociais, modernidade.

1. O documentário mostra como as pessoas são manipuladas por um sistema

econômico induzido-as ao consumo. Escreva algumas ações mostradas no

vídeo, que exemplifiquem como a produção e o consumo prejudicam o meio

ambiente. Fonte: Portal Dia a Dia Educação-

http://www.filosofia.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=11706. Acessado em

21/10/2013

Referências Bibliográficas

Medeiros, R.; Young; C.E.F.; Pavese, H. B. & Araújo, F. F. S. 2011.

Contribuição das unidades de conservação brasileiras para a economia

nacional: Sumário Executivo. Brasília: UNEP-WCMC, 44p.

Acessos On Line

Ambiente Brasil, disponível em:

http://ambientes.ambientebrasil.com.br/fauna/artigos/invasoes_biologicas,_uma

_ameaca_%C3%A0_biodiversidade.html. Acessado em 21/09/2013

Caça ao Javali. Oeco 2010. Disponível em http://www.oeco.org.br/maria-

tereza-jorge-padua/24612-a-caca-ao-javali-e-outras-pragas. Acessado em

21/09/13

CAPORAL, Francisco Roberto. COSTABEBER, José Antônio. PAULUS,

Gervásio. Principios e perspectivas da Agroecologia, p. 59. Acessar :

http://www.agroeco.org/socla/archivospdf/Agroecologia%20%20Novo%20Parad

igma%2002052006-ltima%20Verso1.pdf

Caramujos Africanos. Disponível em:

http://www.institutohorus.org.br/download/noticias/01_07_04_Caramujos_africa

nos_infestam_Engenheiro_Beltrao_PR.htm. Acessado em 23/09/13

Espécies invasoras marinhas. Disponível em:

http://noticias.ufsc.br/2013/06/ufsc-e-icmbio-descobrem-novo-foco-de-especies-

invasoras-marinhas-no-litoral-catarinense/. Acessado em 20/09/13.

Invasão da Braquiária. Globo Rural. 2005, disponível em:

http://www.institutohorus.org.br/download/noticias/01_06_05_Globo_Rural_Inva

sao_da_braquiaria.htm

Ministério do Meio Ambiente (MMA). Carta da Terra. Disponível em:

http://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental/agenda-21/carta-da-

terra 15/10/2013

Notícia: Gelo continua escasso no Ártico:

http://www.greenpeace.org/brasil/pt/)

PEREIRA, Lucas Gonçalves. Síntese dos métodos de Pegada Ecológica e

Análise Emergética para Diagnóstico da Sustentabilidade de países.

Dissertação. Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Engenharia de

Alimentos, São Paulo, Campinas. 2008. Acessado em 17/10/2013 disponível

em: http://www.unicamp.br/fea/ortega/extensao/Tese-LucasPereira.pdf

Planeta vivo, 2006. Disponível em http://www.wwf.org.br/ Acessado em

19/10/2013.

Portal Dia a Dia Educação

http://www.filosofia.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=11706

. Acessado em 21/10/2013.

Portal Dia a Dia Educação. Educadores. Página de Ciências. Pegada

Ecológica, Disponível em: http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/.

Vila Velha. Disponível em : http://www.institutohorus.org.br/pr_vilavelha.htm.

Acessado em 20/09/13.

Unidade VI

AGROECOLOGIA

Para Caporal e Costabeber (2003), a “Agroecologia é uma ciência para o

futuro sustentável”. Isto porque, ao contrário das formas compartimentadas de

ver e estudar a realidade, ou dos modos isolacionistas das ciências

convencionais, baseadas no paradigma cartesiano, a Agroecologia integra e

articula conhecimentos de diferentes ciências, assim como o saber popular,

permitindo tanto a compreensão, análise e crítica do atual modelo do

desenvolvimento e de agricultura industrial, como o desenho de novas

estratégias para o desenvolvimento rural e de estilos de agriculturas

sustentáveis, desde uma abordagem transdisciplinar e holística.

O desenho de agroecossistema mais sustentáveis está baseado nos

seguintes princípios ecológicos:

a) aumentar a reciclagem da biomassa e otimizar a disponibilidade do fluxo

balanceado de nutrientes;

b) assegurar condições de solo favoráveis para o crescimento das plantas,

particularmente através do manejo da matéria orgânica e aumentando a

atividade biótica do solo;

c) minimizar as perdas relativas aos fluxos de radiação solar, de ar e de água,

mediante o manejo do microclima, armazenamento de água e o manejo do solo

através do aumento da cobertura vegetal;

d) diversificar específica e geneticamente o agroecossistema no tempo e no

espaço; e

e) aumentar as interações biológicas e os sinergismos entre os componentes

da biodiversidade, promovendo processos e serviços ecológicos chaves.

O que não se deve entender como agricultura baseada nos princípios da

Agroecologia aquela agricultura que, simplesmente, não utiliza agrotóxicos ou

fertilizantes químicos de síntese em seu processo produtivo super-valorizam

economicamente os produtos ditos “ecológicos”, “orgânicos”, ou “limpos”, o que

não necessariamente assegura a sustentabilidade dos sistemas agrícolas

através do tempo. Neste sentido, temos hoje tanto algumas agriculturas

familiares ecologizadas, como a presença de grandes grupos transnacionais

que estão abocanhando o mercado orgânico em busca de lucro imediato, como

vêm ocorrendo com os chamados “alimentos corporgânicos”. Na realidade,

uma agricultura que trata apenas de substituir insumos químicos convencionais

por insumos alternativos ou orgânicos, não necessariamente será uma

agricultura ecológica em sentido mais amplo. É preciso ter presente que a

simples substituição de agroquímicos por adubos orgânicos mal manejados

pode não ser solução, podendo inclusive vir a ser a causa de outro tipo de

contaminação. Como bem assinala Nicolas Lampkin, “é provável que uma

simples substituição de nitrogênio, fósforo e potássio de um adubo inorgânico

por nitrogênio, fósforo e potássio de um adubo orgânico tenha o mesmo efeito

adverso sobre a qualidade das plantas, a susceptibilidade às pragas e a

contaminação ambiental. O uso inadequado dos materiais orgânicos seja por

excesso, por aplicação fora de época, ou por ambos os motivos, poderá

provocar um curto-circuito ou mesmo limitará o desenvolvimento e o

funcionamento dos ciclos naturais”

Por exemplo, a aplicação de doses importantes de adubo nitrogenado

inibe a função nitrificadora das bactérias do solo, assim como a disposição da

água e nutrientes condiciona o desenvolvimento do sistema radicular das

plantas. “Em suma, impõe-se a necessidade de estudar não apenas o balanço

do que entra e do que sai no sistema agrário, mas também o que ocorre ou

poderia ocorrer dentro e fora do mesmo, alterando a relação planta, solo,

ambiente” (RIECHMANN, 2000 apud CAPORAL, 2009).

Segundo alguns dados disponíveis (ANDA, 2007), o Brasil consumia em

2007 cerca de 10,6 milhões de toneladas de NPK, ou seja, éramos o quarto

entre os países com maior consumo mundial. Este modelo determinou uma

absurda dependência de nossa agricultura das importações de NPK, pois para

sustentar esta agricultura agroquímica o país importa 60% do Nitrogênio, 40%

do Fósforo e 90% do Potássio que utilizamos. Em seu conjunto, isso significa

uma dependência externa de 66% do NPK usado na nossa agricultura. E esta

dependência apresenta tendências de crescimento. Não obstante, há estudos

mostrando que a produtividade média de alguns cultivos já não responde às

elevadas doses de fertilizantes químicos. Em outros, assim mesmo, tem havido

decréscimo de produtividade. (CAPORAL, 2008).

A agricultura e desenvolvimento rural sustentáveis exigem um

tratamento mais equitativo a todos os atores envolvidos – especialmente

buscando-se uma melhoria crescente e equilibrada daqueles elementos ou

aspectos que expressam os avanços positivos em cada uma das seis

dimensões (econômica, social, ecológica, política, cultural e ética) da

sustentabilidade (COSTABEBER; CAPORAL, 2003).

Quanto mais diversificados e integrados forem os sistemas de cultivos e

criações mais próximos estarão da sustentabilidade ambiental desejada e

possível. Logo, um dos primeiros passos da aplicação da Agroecologia aos

sistemas produtivos deve ser a ampliação (ou manutenção) da diversificação,

da biodiversidade A partir desta compreensão se entende que sistemas

agroflorestais, sistemas agrosilvipastoris, manejos rotativos de pastagens, ou

maior sustentabilidade que os convencionais, da mesma forma, que os

policultivos, os consórcios, os cultivos em aréas ou sistemas semelhantes

também o são.

No que diz respeito à presença de pragas, por exemplo, Altieri (2002. p.

454) afirma que “os monocultivos são ambientes mais difíceis para se induzir

um eficiente sistema de controle biológico de pragas, pois carecem de recursos

adequados para o desempenho efetivo dos inimigos naturais”.

Segundo Altieri (2002, p. 452), citando várias pesquisas, os sistemas de

policultivos reduzem a presença de pragas. Isso poderia ser devido a uma

maior presença de inimigos naturais (predadores e parasitas), que pode ocorrer

por uma maior disponibilidade de néctar e pólen, pela maior cobertura do solo

(proteção a certos predadores) ou mesmo por uma maior presença de insetos

herbívoros que servem como alimentação aos inimigos naturais na época de

baixa população de pragas. Outra hipótese seria pelo fato de que em

policultivos podem haver espécies hospedeiras e não hospedeiras, o que

modificaria aspectos como a atração por estímulos químicos ou visuais.

Como é sabido, solos em boas condições biológicas, físicas e químicas,

são mais propícios para o desenvolvimento de plantas mais sadias e estas, por

sua vez, serão menos sujeitas ao ataque de pragas e doenças. Portanto, as

práticas de melhoria das condições do solo e redução da erosão são

fundamentais. Neste sentido, o uso de cobertura vegetal, de plantas

melhoradoras e fixadoras de nitrogênio, o uso de cobertura morta, de adubos

orgânicos, compostos, pós de rocha, assim como de técnicas de plantio em

nível, plantio direto, cultivo mínimo, terraceamento, cordões em contorno e

outras, adaptadas a cada agroecossistema, deverão ser úteis para os mesmos

objetivos plantas espontâneas sãoque possa vir a competir com as plantas

cultivadas,estratégias para diminuirm são o arranjo espacial dos cultivos,

densidade de plantas, época de plantio, rotações de culturas, ou uso de

policultivos,

Um dos primeiro passos na busca de convivência com as doenças das

plantas cultivadas logo após a qualidade biológica e física do solo a que já nos

referimos diz respeito à escolha de variedades de maior resistência, as quais

senão as variedades crioulas são localmente adaptadas. Observa-se também a

rotação de culturas, redução de hospedeiros alternativos, policultivos, plantas

companheiras, manejo adequado da irrigação, eliminação de restos de cultura

contaminados, entre outras. plantas mais sadias e com menos estresse

(químico, climático, etc...) serão mais resistentes a doenças e pragas Ao

contrário, condições favoráveis à presença de aminoácidos livres na seiva das

plantas, resultam em alimentos atrativos para ácaros, insetos, fungos ou vírus

(trechos extraído de Caporal, 2009).

Para Azevedo (2011) Ninguém de bom senso seria contrário a estas

medidas e programas, já que irá, em princípio, beneficiar toda a sociedade.

Contudo, há de se fazer pelo menos três considerações. A primeira diz respeito

ao reconhecimento, pela própria agricultura agroquímica exportadora, de que

explorou irresponsavelmente os recursos naturais até a exaustão; a segunda

reforça a consistência da proposta agroecológica quando defende a

abordagem sistêmica dos agroecossistemas e, a terceira, diz respeito à

injustiça social, traduzida aqui pela tentativa de transferência de

responsabilidade de empresários irresponsáveis para toda sociedade. E aí o

descaramento do modelo agroquímico exportador é ainda maior, pois privatiza

o lucro e socializa os prejuízos.

QUAL É A AGROECOLOGIA QUE QUEREMOS?

Assumem a condição da agroecologia como confluências de ciências,

mas vincula à perspectiva de transformação política da sociedade,

contrapondo-se claramente ao sistema capitalista e a dominação das grandes

corporações.

Dentro deste novo cenário, a consolidação de diversas iniciativas, a

ocupação de uma faixa significativa do mercado de alimentos, bem como a

pressão da comunidade européia e outros países importadores de produtos

orgânicos do Brasil, além da pressão do próprio mercado interno e das

certificadoras, desencadeou-se, no início dos anos 90, o processo de

discussões e elaborações pró-normalização e certificação da agricultura

orgânica no Brasil.

Muitas são as contestações, uma delas é se a questão é,

qualidade e riscos para a saúde do consumidor devem ser aplicados

também aos produtos convencionais tratados com agrotóxicos (e

especialmente sobre estes). De qualquer forma todos estão sujeitos

às demais Normas e Leis (sanitárias,código de defesa do

consumidor...);

A funcionalidade e fertilidade de um ecossistema ou

agroecossistema;

Os ecossistemas são o resultado da organização, interação e

estrutura de seus componentes físicos, químicos e biológicos, ou

seja, abióticos e bióticos. Na sua condição natural os ecossistemas

estão em permanente transformação evolutiva. O conceito de

ecossistema é definido por Odum como um sistema funcional de

relações complementares entre os organismos vivos e seu ambiente,

delimitado fronteiras definidas arbitrariamente no tempo e espaço,

que parece manter um estado estável de equilíbrio, porém as vezes

dinâmico. Um sistema bem desenvolvido, maduro, é relativamente

estável e auto sustentável, com grande resistência e resiliência às

perturbações, se adapta às mudanças e é capaz de manter a sua

produtividade, utilizando somente a energia solar.

Os sistemas são autônomos e dinâmicos, qualquer alteração vai

desencadear uma série de mudanças na sua funcionalidade. É o

conjunto de espécies que faz aquele sistema funcionarem. A isso

chama-se de funções ecológicas como o fluxo de energia, a ciclagem

de nutrientes e os mecanismo de regulação das populações,

destacando-se o equilíbrio dinâmico. Num ecossistema, e mesmo

num agroecossistema cada espécie tem uma função (biodiversidade

funcional), e esta é permanentemente ajustada principalmente pelo

equilíbrio dinâmico.

A funcionalidade dos sistemas depende fundamentalmente da

biodiversidade que se expressa de em todos os níveis de

organização biológica. A fertilidade dos sistemas depende

diretamente da funcionalidade do mesmo. A biodiversidade pode ser

definida, inicialmente, pelo número de espécies presentes em um

dado local e momento.

O esquema abaixo pretende ilustrar a biodiversidade funcional de um

ecossistema. Tudo está interligado e interagindo.

Figura 6.1: Funcionalidade, construção e ciclo da fertilidade nos ecossistemas

Fonte: A fertilidade dos sistemas e agroecologia, caderno do CEAGRO - Valdemar Arl, 2011.

A planta cresce, serve de alimento para seres humanos ou animais ou

os restos vegetais voltam direto para o solo para alimentar a micro vida (micro-

organismos), as excreções animais ou humanos voltam ao solo, onde também

alimentam a microvida. A microvida decompõe o esterco e os restos das

plantas transformando-os de forma (mineralização) que a planta de novo pode

alimentar-se deles.

A fertilidade de um sistema vai muito além da disponibilidade imediata

de alguns nutrientes. Quanto mais fotossíntese, maior o aproveitamento de

energia e maior a produção de biomassa. Quanto maior a produção de

biomassa, maior a bioestrutura, microorganismos e macro organismos, mais

ativo o equilíbrio dinâmico (atuação de inimigos naturais) e também mais ativos

os ciclos de nutrientes.

Carlos Armênio Khatounian, em seu livro A reconstrução Ecológica da

Agricultura – 2001, faz uma síntese de condições básicas fundamentais para a

sustentação e evolução de agroecossistemas:

Manter uma camada fotossintetizante ativa 100% do tempo;

Maximizar a biodiversidade;

Manter uma camada generosa de detritos sobre o solo, 100% do

tempo;

Manter uma trama radicular densa e ativa 100% do tempo;

Estas condições devem ser perseguidas ao máximo possível e o tempo

todo, pois a descontinuidade configura-se como uma perturbação no sistema e

diminui sua funcionalidade, afeta negativamente a fertilidade e pode fazê-lo

regredir.

A própria condição do ser humano, que já se posicionava relativamente

fora do ecossistema dado à influência de sua visão antropocêntrica, distancia-

se ainda mais quando descobre que pode controlar e substituir os princípios

que regulam a natureza, a tal ponto que perdem a referência da sua condição

natural de existência enquanto espécie. E na medida em que o afastamento da

existência humana da natureza se realiza, necessita-se aumentar o nível de

artificialização para poder continuar vivendo, afastando-se cada vez mais da

ciência da vida e exerce uma vida dominada pela ciência. Interrompem-se os

ciclos e segmenta-se a teia da vida, e se gasta fortunas com tecnologias e

produtos para sustentar a vida nesta nova condição.

É um exemplo clássico desta lógica da ciência pode ser verificado junto

ao modelo da revolução verde aplicado na agricultura, onde simplificando a

análise conclui-se que: os adubos altamente solúveis e agrotóxicos são

recursos que nos permitem produzir em ambientes cada vez mais degradados.

A agroecologia é um campo de conhecimento que desafia a fusão de

ciências, projeto e processo propondo uma nova inserção e relação ecológica

necessária para uma relação produtiva sustentável, e ao mesmo tempo partilha

de novas condições e relações sociais e econômicas entre os humanos, em um

novo projeto de sociedade. Trata-se de uma nova identidade biológica que

insere a espécie humana com parte na natureza (uma nova identidade como

espécie), associada a uma nova identidade sócio política.

Sobrevive melhor, aquele que melhor se relaciona com os demais nos

ecossistemas ou agroecossistemas. É a lei da colaboração e da solidariedade

entre os seres, da complementaridade e até mesmo interdependência. Esta co-

evolução exercida na interação do humano na natureza e também na interação

entre os humanos como parte da natureza que somos.

A agroecologia pode ser definida como uma interação de ciências fundamentadas na co-evolução dos seres, em interações positivas, de cooperação, complementaridade e interdependência, que restabelece a relação humana na natureza. Resulta do conhecimento tradicional e das ciências formais, naturais, humanas e empíricas aplicadas às relações produtivas, de existência e convivência na natureza. (ARL, 2007).

Para essa nova condição é fundamental o conhecimento de alguns

princípios básicos da natureza. A fertilidade de um sistema vai muito além da

disponibilidade imediata de alguns nutrientes. Quanto mais fotossíntese, maior

o aproveitamento de energia e maior a produção de biomassa. Quanto maior a

produção de biomassa, maior a bioestrutura (microrganismo e estruturação do

solo), e mais ativos os ciclos de nutrientes.

Também à medida que um ecossistema vai evoluindo, se tornando mais

maduro, aumenta a sua resistência e resiliência, ou seja, aumenta sua

capacidade de suportar adversidades e aumenta a sua capacidade de

continuidade.

Na comparação de uma monocultura de soja e uma agrofloresta é de

fácil entender essa diferença. Os sistemas agroecológicos, de forma geral, a

resistência e resiliência é maior.

A continuidade da condição de concorrência, de exaustão e tentativa de

controle da natureza poderá ameaçar a própria condição de sobrevivência da

espécie humana.

A destruição da fertilidade natural e dependência externa (insumos), a

monocultura e o fim dos cultivos para o autoconsumo, são responsáveis pela

diminuição drástica e crescente da renda na agricultura.

A “agricultura agroecológica de agrofloresta” é um sistema altamente

funcional e com incremento na fertilidade natural, com baixos custos de

produção. Sua independência, autonomia e segurança são grandes. Seu maior

custo é a mão de obra no manejo.

Fonte: trecho do texto “DA ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL

À CONSTRUÇÃO COLETIVA DO CONHECIMENTO: “um desafio estratégico para o

desenvolvimento local e sustentável”. Cooperiguaçu. de Valdemar Arl e Olivo Dambrós. No

prelo.

ATIVIDADES 01

Visita de estudo a uma propriedade Agroecológica na comunidade Oito

de Junho no município de Laranjeiras do Sul.

Objetivos

* Compreender porque os agricultores e agricultoras usam a Agroecologia;

* Pesquisar como os agricultores e agricultoras conseguem a semente;

* Pesquisar o que produzem e como comercializam;

- Entender como é feita a produção, manejo do solo, cuidado com plantas

invasoras, doenças e pragas.

- Observar a variedade da produção;

- Observar a biodiversidade local e a interação com o meio abiótico.

Os estudantes devem anotar as informações e ao retornar a escola, realizar um

texto de sistematização, socializando com a turma os pontos principais

observados.

O texto servirá de atividade avaliativa. Anexar os textos e fotos da visita no

mural da escola.

ATIVIDADE 02

Visita de estudo a uma agrofloresta localizada no Centro de

Desenvolvimento Sustentável e Capacitação em Agroecologia (CEAGRO),

em sua unidade na Vila Velha em Rio Bonito do Iguaçu.

- Antes da visita, assistir o vídeo: Manejo do Capim elefante e margaridão em

agrofloresta com 1 ano de vida. Areia Branca, Barra do Turvo-SP. Disponivel

em

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=XB7nJ4OWIww.

Acessado em 01/11/2013

- Discutir que é uma agrofloresta;

- Apresentar slides sobre agrofloresta.

Objetivo

- Compreender como é organizada uma agrofloresta;

- Observar os microecossistemas existentes e suas interrelações.

- Entender a importância da agrofloresta para o meio ambiente e para

diversidade de produção nas propriedades;

Realizar as anotações a partir dos objetivos. Ao retornar a escola, produzir um

pequeno texto sobre como funciona uma agrofloresta e suas potencialidades.

Anexar o texto e fotos da visita no mural da escola

Outra sugestão de atividade é realizar a confecção de uma maquete

Agroflorestal composta por miniaturas de árvores para se trabalhar

conceitos como estratificação e espaçamento entre plantas;

ATIVIDADE 03

Palestra

Objetivo

* Promover uma conversa entre os estudantes do Colégio e professores da

Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) sobre Agroecologia e suas

perspectivas, bem como exemplos de atividades práticas para uso diário dos

estudantes em sua propriedade.

ATIVIDADE 04

Coletânea

Produzir uma coletânea de controle biológico, com textos de

comportamentos vegetais repelentes, plantas inimigas, controle

biológico de doenças nos animais, alternativas ecológicas, entre outros;

A partir da coletânea, realizar com os estudantes algumas atividades

experimentais, no entorno da escola e na horta escolar;

Exemplos

Biofertilizante

São produtos que possuem componentes minerais misturados a matéria

orgânica.

Exemplo: Biofertilizante Bokashi

É um fertilizante orgânico que contém N, P, K, Ca, Mg e micronutrientes.

Substitui adubos minerais. São absorvidos pela raiz da planta através de

microrganismos.

Ingredientes

500 g de terra virgem

200 kg de torta oleaginosa (soja, mamona, girasol, colza)

170 kg de esterco de galinha seco

50 kg de farinha de osso

50 kg de farinha de peixe

30 kg de farelo de arroz

20 litros de fonte de amido ( farinha de trigo, milho)

1,5 kg de inoculante (shimamoto) ou fermentp de pão

Modo de preparo

a- Esparramar a terra virgem com 50 % de umidade no chão, acrescentar a

torta o esterco e as farinhas. Misturar bem com enxada ou pá e

esparramar novamente.

b- Ferver 20 litros de água, adicionar 3 kg de farinha de mandioca ou 5 kg

de batata doce cozida, 3 kg de açúcar mascavo. Misturar até formar um

mingau.

c- Esparramar o mingau sobre a terra, juntamente com o inoculante.

Misturar bem e umedecer novamente até 50 %. Amontoar e cobrir com

sacos de aniagem ou esteiras.

d- Manejar a mistura, pois pode atingir até 65º C. Se isso acontecer é

necessário repicar a pilha. Aos 7 dias está pronto, podendo ser

guardado em sacos de aniagem seco aos 12 % de umidade.

Pode-se usar imediatamente ao preparo ou armazenar. Usar 150 g por

metro linear. Ao lanço, 600 a 1000g por metro quadrado.

OBS: a terra pode ser de um barranco com baixo teor de matéria

orgânica e microrganismos. Se ela está com 50% de umidade, ao

apertar na mão a terra esboroa facilmente.

Nutrição Vegetal

O bom desenvolvimento da planta, sua maior ou menor resistência a

pragas e doenças depende da disponibilidade de nutrientes na sua germinação

e desenvolvimento. Os macronutrientes são consumidos em maior quantidade

como o Nitrogênio, que forma os aminoácidos que se ligam e formam as

proteínas, promovendo o crescimento dos órgãos da planta. Mas o seu

excesso diminui a resistência da planta.

Outros macronutrientes: Fósforo (P), Potássio (K), Cálcio (Ca), Magnésio

(Mg) e Enxofre (S). Micronutrientes: Boro (B), Molibdênio (Mo), Zinco (Zn),

Ferro (Fe), Manganês (Mn), Cobre (Cu), Cloro (Cl), Cobalto (Co).

Figura 6.2 Sintomas das plantas. Fonte: Livro “Alternativas Ecológicas para Prevenção e

Controle de Pragas e Doenças”. Ines Claudete Burg e Paulo Henrique Mayer (Orgs).

Grafit.16ªedição, 2002. Apoio Assesoar e Cooperiguaçu. pg.19.

Exemplo: Feijão

A Antracnose aparece no feijão em terras fracas em cálcio. È necessário elevar

o nível de cálcio aplicando calcário e adubação foliar. Providenciar a quebra do

vento, pois o vento retira umidade e nutrientes da planta. A faixa de plantas

protetoras além de fazer forragem e adubação, atraem pássaros e dificultam

entrada de fungos e bactérias carregadas pelo vento. A Antracnose é um fungo

que provoca manchas pardas nas folhas, se tornam quebradiças e nos frutos,

aparece pinta preta e racham.

(Fonte: Livro “Alternativas Ecológicas para Prevenção e Controle de Pragas e Doenças”. Ines

Claudete Burg e Paulo Henrique Mayer (Orgs). Grafit.16ªedição, 2002. Apoio Assesoar e

Cooperiguaçu.)

Controle Biológico

Fungo Metharhizium anisopliae (Metarril) e Beauveria bassiana (Boveril).

Nomes comerciais são Metarril e Boveril.

- Misturar o produto até dissolver em um balde com água;

- Deixar descansar até a parte sólida se assentar no fundo do balde.

- Colocar no pulverizador usando peneira;

- O sólido que ficou no fundo do balde, colocar água novamente, colocar no

pulverizador. Repetir por duas vezes até que o sólido fique bem lavado.

- Completar o pulverizador com água limpa.

Dosagem

- Para larvas, lagartas e pulgões em pastagens, frutíferas e hortaliças, colocar

3 kg de Boveril em 80 litros de água por ha.

- Carrapatos, piolhos e pulgas, diluir 20 gramas de Metarril em 20 litros de

água, usar 2 litros por animal.

Defensivos Naturais

Inseticida de sabão e óleo mineral

Controle de cochonilhas, pulgões e outros insetos.

Ingredientes:

- 200 g de sabão neutro;

- meio litro de óleo mineral

- meio litro de água

Derreter o sabão na água quente e depois misturar o óleo mineral.

Usar 200 ml da mistura em 20 litros de água e pulverizar as plantas a cada 15 dias.

Inseticida de cebola (Allium cepa) e alho (Allium sativem)

Controle de pulgões em cebola, alho, beterraba e feijão.

Ingredientes

- 3 cebolas médias

- 5 dentes de alho

- 10 litros de água

Moer ou triturar o alho e a cebola misturar a 5 litros de água, espremer, coar e misturar

no restante da água

Pulverizar nas plantas uma vez na semana.

Plantas amigas e inimigas

Veja a tabela:

Figura 6.3 Plantas amigas e inimigas Fonte: Livro “Alternativas Ecológicas para Prevenção e

Controle de Pragas e Doenças”. Ines Claudete Burg e Paulo Henrique Mayer (Orgs).

Grafit.16ªedição, 2002. Apoio Assesoar e Cooperiguaçu..

Plantas indicadoras das condições do solo

Figura 6.4 Plantas indicadoras das condições do solo. Fonte: Livro “Alternativas Ecológicas

para Prevenção e Controle de Pragas e Doenças”. Ines Claudete Burg e Paulo Henrique Mayer

(Orgs). Grafit.16ªedição, 2002. Apoio Assesoar e Cooperiguaçu.

Referencias Bibliográficas

ARL, Valdemar. Dambrós, Olivo. DA ASSISTÊNCIA TÉCNICA

E EXTENSÃO RURAL À CONSTRUÇÃO COLETIVA DO

CONHECIMENTO: “um desafio estratégico para o desenvolvimento local e

sustentável”. Cooperiguaçu. Está no prelo.

ARL, Valdemar. “Qual é a Agroecologia que Queremos?” Consultor

autônomo. Engenheiro Agrônomo, especialista em Agroecologia e

Desenvolvimento Sustentável, especialista em Administração Rural,

Maestria em Agroecologia (UNIA ES) - Doutorando em Agroecologia

(UCO ES) - professor no Curso de Desenvolvimento Rural Sustentável e

Agroecologia da UnC/ Concórdia - membro fundador da Rede Ecovida de

Agroecologia.

AZEVEDO, Edisio Oliveira. Princípios e Perspecticas da Agroecologia. Instituto

Federal do Paraná, Curitiba, 2011. P. 180.

BURG, Ines Claudete. MAYER, Paulo Henrique (Orgs.). “Alternativas

Ecológicas para Prevenção e Controle de Pragas e Doenças”. Grafit.16ªedição,

2002. Apoio Assesoar e Cooperiguaçu.

CAPORAL, Francisco Roberto. Agroecologia: uma nova ciência para apoiar a

transição a agriculturas mais sustentáveis. Brasília: 2009. 30 p.

CAPORAL, Francisco Roberto. Em defesa de um Plano Nacional de Transição

Agroecológica: compromisso com as atuais e nosso legado para as futuras

gerações– Brasília: 2008. 35 p