OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · RESUMO O presente relato foca no diagnóstico...
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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
INVESTIGAÇÃO SOBRE O APRENDIZADO DA MATEMÁTICA NO PERÍODO DE
TRANSIÇÃO DOS ALUNOS DO 5º PARA O 6º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
Autora: Leila Terezinha Santos1
Orientadora: Joseli Almeida Camargo2
RESUMO
O presente relato foca no diagnóstico das possíveis dificuldades no processo de ensino e aprendizagem da Matemática apresentadas por grande parte dos alunos no período de transição do 5º para o 6º ano do Ensino Fundamental. Os fundamentos teóricos do estudo foram estabelecidos a partir da análise de documentos oficiais referentes à organização do Ensino Básico e à concepção de currículo nas duas etapas do Ensino Fundamental; do estudo das metodologias do ensino e aprendizagem da Matemática, com ênfase na Problematização; e, ainda, especificidades sobre a Matemática como disciplina escolar. A implementação da proposta se deu com os alunos do 6º ano do Ensino Fundamental no Colégio Estadual Professora Maria Aparecida Nisgoski, a partir do diagnóstico da realidade, por meio de pesquisa de campo onde foram levantados dados através de sondagens, questionários e entrevistas com os envolvidos no processo educativo, pais e professores das duas etapas do ensino. As reflexões suscitadas neste estudo apontam para a necessidade de aproximação entre as duas etapas do Ensino Fundamental, tendo em vista o caráter de continuidade, ressaltando o compromisso de cada uma das partes envolvidas no processo, permitindo uma melhor compreensão da realidade em questão. Enfatiza-se a necessidade de analisar o processo de ensino e aprendizagem da Matemática, a fim de que o aluno evolua continuamente em seus conhecimentos, superando os entraves no decorrer de sua vida escolar.
Palavras-chave: Transição. Ensino Fundamental. Matemática. Aprendizagem.
_____________
1Professora da Rede Estadual de Ensino – Paraná, graduada em Licenciatura em Matemática (UEPG). E-mail:
Professora da Universidade Estadual de Ponta Grossa, lotada no Departamento de Métodos e Técnicas de Ensino. E-mail: [email protected]
1 INTRODUÇÃO
Ao se considerar a Matemática juntamente com a Língua Portuguesa,
linguagens instrumentais que possibilitam o acesso ao conhecimento para as
demais áreas, o desempenho do estudante nestas disciplinas deve ser foco
constante de atenção de todos os envolvidos no processo educacional, pois o
conhecimento é imprescindível para a autonomia do sujeito.
Ao longo das últimas décadas, a aprendizagem da Matemática tem sido
alvo de atenção e fonte de preocupação por parte de pais, educadores e
organizações oficiais, frente ao relevante insucesso dos estudantes brasileiros em
relação à apropriação dos conhecimentos matemáticos.
A problemática no ensino da Matemática está evidenciada em cada nível de
ensino, visto que muitos professores argumentam que o aluno chega à segunda
etapa do Ensino Fundamental com lacunas na aprendizagem que vão se
acumulando à medida que avança em sua vida escolar. Essa percepção se estende
aos professores do Ensino Médio e, por consequência, ao Ensino Superior.
Muitas questões contribuem para esta constatação. Nesse sentido, fez-se
necessária uma reflexão a respeito da evolução na aprendizagem dos conteúdos
matemáticos pelos alunos, no momento de transição do quinto para o sexto ano do
Ensino Fundamental, sendo este um período crucial na vida do estudante em razão
das grandes mudanças que permeiam o processo de ensino e aprendizagem nesta
fase.
A mudança do 5º para o 6º ano traz para o aluno alterações significativas
nas organizações didático-pedagógicas, tais como: precisam se relacionar com
professores das diversas áreas do conhecimento, cada um com sua linguagem, sua
metodologia, sua maneira de ensinar; são conteúdos diferenciados, tarefas,
trabalhos, provas, notas, trocas de aulas, horários, novos amigos, entre outros. É um
momento de rompimento com a infância e hora de tomar consciência de suas
responsabilidades.
Alguns alunos passam tranquilamente por esse período, enquanto que para
outros é o início de um declínio acentuado em seu rendimento escolar, às vezes
superado, outras vezes não.
O “Quinto Relatório de Monitoramento das 5 Metas” (TODOS PELA
EDUCAÇÃO, 2012), divulgado pelo Ministério da Educação no segundo semestre de
2012, atualizado com os resultados da Prova Brasil 2011, aponta para uma situação
preocupante em relação ao nível de proficiência dos alunos em relação aos
conteúdos matemático.
A análise da meta 3, que monitora o desempenho dos alunos no Ensino
Fundamental e Médio nas disciplinas de Português e Matemática, revela que, em
Matemática, nos anos iniciais do Ensino Fundamental, os alunos tiveram um
desempenho favorável, visto que 36% apresentaram nível de aprendizagem
adequado à série, superando em um ponto percentual (1%) a meta parcial
estabelecida.
Entretanto, esperava-se um melhor desempenho desses alunos na
avaliação seguinte, realizada em 2007, ao final do Ensino Fundamental, o que não
ocorreu. Apenas 16,9% dos alunos alcançaram desempenho adequado, para uma
meta esperada de 25,4%. Os dados revelam um declínio nos anos finais do Ensino
Fundamental, apontando para a necessidade de se repensar esse processo de
transição do Ensino Fundamental I para o Ensino Fundamental II.
As turbulências de aprendizagem ocorridas na transição do 5º para o 6º ano
são percebidas pelos professores quando os alunos chegam ao sexto ano com
defasagem no aprendizado em relação a conteúdos matemáticos essenciais, a
saber: tabuada, operações fundamentais e a construção de número. Isso gera
desinteresse, falta de estímulo e apatia do estudante em relação à disciplina,
prejudicando sua aprendizagem ao longo de sua vida escolar.
Diante da problemática, surge uma inquietação expressa no
questionamento: por que o processo de transição do 5º para o 6º ano do Ensino
Fundamental causa em um grande número de alunos, transtornos no processo de
aprendizagem de conteúdos matemáticos?
Desta forma, este trabalho relata um estudo no qual se propôs a diagnosticar
as possíveis dificuldades na aprendizagem de conteúdos matemáticos, tendo em
vista a relação do desempenho desses alunos no 5º ano do Ensino Fundamental,
buscando o cumprimento da função prioritária da escola em relação aos conteúdos
curriculares, que enfatiza o papel social da Matemática como uma ferramenta para
formação da cidadania.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 O PERÍODO DE TRANSIÇÃO E A ORGANIZAÇÃO DO ENSINO BÁSICO
No Brasil, apesar da reformulação do ensino em 1996, por meio da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), Lei nº 9.394 e do
estabelecimento dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), a situação da
Educação continua preocupante. São muitos os problemas que a Educação no país
enfrenta, entre eles pode-se evidenciar o ensino e a aprendizagem da Matemática
nos diferentes níveis da educação, conforme demonstram o baixo desempenho dos
alunos em exames oficiais, tais como, Sistema de Avaliação do Ensino Brasileiro
(SAEB), Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e o Programa Internacional de
Avaliação (PISA).
Atualmente, alguns estudos buscam compreender a transição do aluno de
uma etapa de ensino para outra. Alertam para a fragilidade dos sistemas de ensino
que não considera a ruptura e a necessidade de articulação entre as redes de
ensino, para que os efeitos da transição não sejam um entrave no desempenho do
estudante. “(...) essa transição revela, na prática, a fragilidade da estrutura
educacional que não atende às necessidades de adaptação desses alunos à nova
série e ainda reforça a ideia de descontinuidade entre essas duas séries.” (HAUSER
2007, apud DIONIZIO, 2012).
No entanto, há avanços ao se considerar os aspectos legais da transição
quando a Resolução CNE/CEB nº 7, de 14 de dezembro de 2010 (BRASIL, 2010)
que fixam as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9
anos, que explicita em seu Artigo 29, “a necessidade de assegurar aos alunos um
percurso contínuo de aprendizagens torna imperativa a articulação de todas as
etapas da educação.”
Percebe-se a preocupação em tornar o processo de transição entre os níveis
de ensino o menos problemático possível para o aluno, garantindo qualidade de
educação e continuidade na aprendizagem e ressalta o compromisso dos sistemas
de ensino, referente ao planejamento dos alunos transferidos das redes municipais
para as estaduais; pelas escolas; pelos professores e pelos pais, a fim de
proporcionar aos estudantes oportunidades para que possam se organizar da
melhor maneira possível frente às mudanças pelas quais estão passando.
2.2 ABORDAGENS CURRICULARES – ANOS INICIAIS E ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA
O currículo educativo, numa perspectiva mais ampla, supera a mera lista de
conteúdos, objetivos e orientações metodológicas; pressupõe um caráter político,
social e cultural, comprometido com a concepção de conhecimento e suas
dimensões científicas, filosóficas e sociais.
No Brasil, as discussões sobre currículo foram retomadas a partir da
necessidade de cumprir o Artigo 210 da Constituição Federal de 1988, que
determina como dever do Estado para com a educação “fixar conteúdos mínimos
para o Ensino Fundamental, de maneira a assegurar a formação básica comum e
respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais.”
As discussões culminaram com a elaboração e distribuição dos Parâmetros
Curriculares Nacionais para a Educação Básica (PCNs) em 1997, inicialmente
somente para as quatro primeiras séries do Ensino Fundamental e posteriormente
para os demais níveis da educação básica.
Os PCNs para a área de Matemática foram pautados na relevância do papel
dessa disciplina na formação para a cidadania e sua importância para a inserção da
pessoa no mundo do trabalho e na sua potencialidade para o estabelecimento de
relações socioculturais.
Neste sentido, apontam que o conhecimento matemático deve possibilitar
“ao aluno o desenvolvimento de seu raciocínio, de sua capacidade estética e de sua
imaginação.” (BRASIL, 1997, p. 31). Portanto, a Matemática deve desempenhar seu
papel indissociável para a formação de capacidades intelectuais, estruturação do
pensamento, desenvolvimento do raciocínio lógico e dedutivo com ênfase para a
aplicação em situações cotidianas, no mundo do trabalho e na conexão com outras
áreas do conhecimento.
O professor é o mediador, consultor e organizador do processo pedagógico
e não mais aquele que apresenta o conteúdo, partindo de exemplos e definições,
portanto, os PCNs consideram as capacidades cognitivas e os conhecimentos
prévios do aluno como ponto de partida para aprendizagem e definição dos
conteúdos matemáticos.
Explicitam a ideia de continuidade que deverá ser observada na segunda
etapa do Ensino Fundamental, “o segundo ciclo tem como característica geral o
trabalho com atividades que permitam ao aluno progredir na construção de
conceitos e procedimentos matemáticos” (BRASIL, 1997, p. 85). Desta forma, o
trabalho com números naturais e racionais, operações, medidas, espaço e forma e o
tratamento da informação deverá ter continuidade, possibilitando que o aluno
aprofunde seus conhecimentos.
Se para os PCNs há uma hierarquização excessiva dos conteúdos
matemáticos que desconsidera as possibilidades de aprendizagem dos alunos, as
Diretrizes Curriculares de Matemática para a Educação Básica (DCEs/PR)
aprofundam a discussão sobre a importância do conteúdo matemático e da
Matemática como disciplina escolar. Nessa lógica, a Matemática passa a ser
organizada a partir do conteúdo, com uma abordagem metodológica centrada nos
princípios da Educação Matemática.
A Educação Matemática, segundo Oliveira e Marim (2010, p.19), “é um
campo que se preocupa com o significado que a Matemática assume por meio de
seu ensino e de sua aprendizagem, além de reflexões sobre avaliação, políticas
públicas da educação, dentre outros fatores ligados a esse processo.” Tratando-se,
portanto, de um campo do conhecimento e da pesquisa das ciências sociais e
humana.
Por meio da abordagem metodológica que leva em consideração os
fundamentos da Educação Matemática, as DCEs/PR, estabelecem o tratamento
didático como ponto de equilíbrio e de ligação da Matemática como ciência com o
campo do conhecimento e disciplina escolar.
As DCEs/PR consideram para a abordagem dos Conteúdos Estruturantes as
tendências metodológicas que compõem o campo de estudo da Educação
Matemática: Resolução de Problemas, Etnomatemática, Modelagem Matemática,
Mídias Tecnológicas, História da Matemática, Investigações Matemáticas e ainda
propõe a articulação entre as diferentes tendências, como possibilidade para
alcançar com sucesso o processo de ensinar e aprender Matemática, visto que,
nenhuma tendência se esgota em si mesma.
Portanto, faz-se necessária a análise e o estabelecimento de paralelos entre
os princípios norteadores dos PCNs e das DCEs, na perspectiva de superação do
distanciamento entre as duas fases do Ensino Fundamental evidenciadas pela
dificuldade de adaptação, que refletem no desempenho escolar e das singularidades
que marcam esta fase da vida do educando.
2.3 A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO MATEMÁTICO
De acordo com Huet e Bravo (2006) “(...) a matemática é uma criação da
mente humana, e seu ensino deve transformar-se em autênticos processos de
descobertas por parte do aluno”, nesse sentido, situações manipuláveis e concretas,
contribuem de maneira significativa nos processos de elaboração de pensamentos
matemáticos, a fim de conduzir o aluno para um nível de pensamento abstrato e
simbólico, daí a importância de se utilizar recursos de compreensão e exploração
que permitam a passagem de um estágio a outro.
No que tange à importância da aprendizagem das operações algorítmicas de
soma, subtração, multiplicação e divisão; a realização do cálculo mental; o uso
correto da calculadora; a estimativa de medidas; entre outros conteúdos, relatam
Huet e Bravo (p.21, 2006):
O ensino e a aprendizagem destes conteúdos devem ser observados com especial atenção e cuidado, considerando que o âmbito do conhecimento matemático gerou um bom número de dificuldades de aprendizagem nos alunos, apesar de não existir, em muitos casos, outro tipo de deficiência que o justifique. Nesse sentido é importante refletir que muitas dificuldades foram produzidas por um ensino inadequado e pouco funcional dos conteúdos.
Dessa forma, para se precaver fracassos e bloqueios na aprendizagem,
deve-se evitar o estudo prematuro de determinados conteúdos e partir das
experiências dos alunos, proporcionando apoio concreto que facilite o aprendizado.
Portanto, o processo de ensino e aprendizagem da Matemática exige um
planejamento fundamentado no nível de cognição dos alunos.
Em relação aos aspectos da construção dos conceitos matemáticos,
Maldaner (2011) considera relevante a visão histórica do conhecimento matemático
e a concepção epistemológica a serem levadas em conta como forma de despertar
o interesse do aluno e atribuir novos significados ao estudo da Matemática. Visto
que, a história da Matemática permite entender que o conhecimento matemático é
um saber historicamente construído pela humanidade que ajuda a romper com a
visão platônica, onde a Matemática é um conjunto de regras e definições a serem
memorizadas que do ponto de vista de Piaget (PIAGET, 1973, apud MALDANER,
2011, p.54), “a psicogênese mantém semelhança com a história.”
Maldaner (2011) defende a autonomia como condição para alcançar a
liberdade individual e da sociedade, portanto, o conhecimento é um dos pilares para
o desenvolvimento do mundo atual que supera o acúmulo de informações e de
coisas sabidas, contribuindo para a formação de atitudes produtivas e
emancipatórias. Nesse sentido, a metodologia “já não se refere somente ao repasse
de grande quantidade de “conteúdos”, mas a arte de ajudar o educando a se
capacitar para buscar soluções, enfrentar desafios e refazer conhecimentos.”
(MALDANER, 2011, p.46).
O ensino da Matemática fundamentado em metodologias do modelo
tradicional, cujos conteúdos são repassados sistematicamente na forma de regras e
definições, cabendo ao aluno repetir, copiar, decorar, seguir instruções, não são
mais condizentes com as exigências do mundo atual, pois a aprendizagem hoje é
vista como um processo constante de construção e (re) construção de
conhecimento, no qual o aluno é instigado a participar, a investigar.
Sendo assim, a abordagem didático pedagógica dos conteúdos
matemáticos, elaboradas para a sala de aula a partir da Problematização,
proporciona ao educando as condições necessárias para o aprendizado. Para
Maldaner (2011, p.89) “é um dos métodos privilegiados para envolver o aluno e
torná-lo sujeito de sua aprendizagem”, permitindo por meio da reconstrução de
conceitos matemáticos a compreensão que extrapola o domínio de técnicas e
regras, portanto, é um processo que estimula a reflexão, permitindo o
desenvolvimento da capacidade de estabelecer relações numéricas.
Ao abordar os conteúdos matemáticos levando em conta a Problematização,
é necessário ter clareza dos significados e das possibilidades de construção do
conhecimento matemático, devendo-se levar em conta as características cognitivas
dos alunos, bem como o nível de compreensão destes.
3 METOLOGIA
Na busca da compreensão dos fatores que permeiam o momento de
transição do 5º para o 6º ano, focamo-nos em acompanhar e analisar uma turma de
6º ano do Colégio Estadual Professora Maria Aparecida Nisgoski, localizada na área
central do Município de Castro-Pr, no período de fevereiro a julho de 2014. O estudo
foi desenvolvido a partir de abordagens da pesquisa-ação, que permite ao
pesquisador agir sobre a realidade, buscando não só a compreensão do ambiente
de estudo, como também direcionar as práticas pedagógicas para a melhoria da
qualidade do ensino, tratando-se, portanto, de acordo com Fiorentino e Lorenzato
(2012, p.112-113) “(...) de um processo investigativo de intervenção em que
caminham juntas prática investigativa, prática reflexiva e prática educacional.”
Ao estudar o período de transição do 5º para o 6º ano na perspectiva dos
conhecimentos matemáticos dos alunos dessa fase, partiu-se da necessidade de
conhecer todos os envolvidos no processo educativo, numa abordagem de cunho
investigativo. Por isso, as ações da intervenção pedagógica foram constituídas de
instrumentos de pesquisa, tais como, questionários e entrevistas direcionados
primeiramente para os alunos de uma turma do 6º ano que constituem o público alvo
deste estudo, aos pais, aos professores de matemática do 6º ano e aos professores
do 5º ano de uma escola municipal de onde são oriundos a maioria dos alunos da
turma escolhida para estudo.
A investigação da prática docente, crenças, concepções do ensino e
aprendizagem da matemática nesse contexto, tanto dos professores de matemática
do sexto ano, como também do quinto ano, foram levantadas a partir de entrevistas
que serviram de subsídios para melhor compreender este processo.
Para estudar as percepções dos alunos em relação aos conhecimentos
matemáticos propriamente ditos, foram elaboradas três sequências didáticas,
fundamentadas nos princípios da Problematização. Os conteúdos foram
selecionados considerando-se o início do ano letivo, sendo estes os primeiros
conteúdos do “Plano Docente”, e ainda a relevância que eles têm para a construção
das bases conceituais da matemática.
Em cada sequência didática foram consideradas as especificidades dos
conteúdos a serem trabalhados: Processos de Contagem e Sistemas de
Numeração; Números Naturais; Operações com Números Naturais, cada uma delas
partiu da sondagem dos conhecimentos prévios, o que permitiu se obter uma noção
dos conhecimentos dos alunos em relação a cada assunto.
Ao aplicar a sondagem, teve-se o cuidado de respeitar o ritmo dos alunos,
levando-os a compreensão de que não se tratava de uma prova e que não valeria
nota, servindo para nortear os trabalhos em sala de aula.
As sequências didáticas apresentaram-se como possibilidades de
intervenções, a fim de se observar as percepções dos alunos em relação a cada
conteúdo, seus avanços e suas dificuldades. As análises e as observações foram
realizadas continuamente. Como essas dificuldades e percepções são objetos de
estudo, ocorreram momentos em que houve necessidade de adaptações ou
mudanças nas atividades propostas e também complementação com outros
recursos, como exercícios e problemas do livro didático.
A ênfase nas sequências se deu a partir da construção dos conceitos e os
conteúdos foram apresentados a partir de reflexões e indagações, levando o aluno a
formar suas próprias conclusões. Com isso, pôde-se observar o grande interesse e
vivacidade dos alunos com relação às atividades propostas, à construção de
materiais e a vontade de participar das atividades.
A Sequência Didática Processos de Contagem e Sistemas de Numeração,
composta de 14 aulas, buscou aprofundar por meio da história dos números,
processos de contagem e dos sistemas de numeração dos povos da antiguidade, os
conhecimentos sobre o Sistema de Numeração Decimal e seus princípios.
A Sequência Didática Operações com Números Naturais, com o objetivo de
retomar e ampliar os conhecimentos sobre operações fundamentais com números
naturais, seus significados e aplicações na resolução de problemas, composta de 15
aulas, buscou identificar os conhecimentos prévios dos alunos a respeito das
operações fundamentais, onde as estratégias foram apoiadas no reconhecimento e
na relação das operações com cada uma de suas idéias e na resolução de
problemas, propostos a partir de situações reais. Esta sequência foi antecedida pela
Sequência Didática Números Naturais, formada por 4 aulas, cujo assunto foi
introduzido por meio de situações da realidade do educando.
Os alunos foram estimulados e incentivados a formularem suas hipóteses a
respeito do conhecimento matemático a partir dos princípios da Problematização.
4. SOBRE AS AÇÕES REALIZADAS
4.1 OS ALUNOS NO PERÍODO DE TRANSIÇÃO DO 5º PARA O 6º ANO
Em relação ao perfil dos ingressantes no 6º ano, foi identificado que são
alunos provenientes de nove escolas municipais de várias regiões da cidade, dos
bairros, da área rural e também de outros municípios, constituindo, portanto, uma
clientela diversificada.
Verificou-se que, em um primeiro momento, o 6º ano era uma turma
heterogênea no que se refere à idade, pois dos 33 alunos inicialmente matriculados,
a faixa etária variava entre 10 e 14 anos: uma turma jovem, com uma média de 10,6
anos. Entre esses alunos, 7 apresentaram distorção na idade série, visto que, em
algum momento de sua vida escolar reprovaram e 4 alunos estavam repetindo
especificamente o 6º ano. Deve-se ressaltar que a configuração da classe foi
passando por transformações ao longo do semestre, com alunos transferidos e
novos chegando.
A partir da análise das respostas dos alunos, constatou-se que em relação
aos hábitos de estudos, 16 alunos demonstraram autonomia na execução de suas
tarefas escolares, pois responderam que costumam estudar e realizar suas tarefas
sozinhos, sem ajuda e possuem o hábito de complementar seus estudos em casa,
manifestando o gosto por ler e estudar em seu tempo livre. Os demais alunos
responderam que realizavam suas tarefas com ajuda dos responsáveis ou que não
apresentavam o hábito de estudar em casa, sendo possível perceber determinada
confusão em suas respostas.
Quando investigados a respeito de seu interesse pela disciplina de
Matemática, 31 alunos responderam que gostavam de Matemática, consideravam-
na interessante, divertida e alguns relacionaram com brincadeiras, quebra-cabeça,
manifestaram o seu gosto por fazer contas e ainda que a Matemática estava entre
as disciplinas preferidas, demonstrando empolgação.
Os alunos que manifestaram suas dificuldades relacionaram-nas com a
tabuada e algoritmos. Percebeu-se uma tendência em resumir a Matemática apenas
a tabuada e a “continhas”, ou seja, tarefas escolares, não conseguindo relacionar a
Matemática à sua função social.
Visando identificar o nível de acompanhamento dos pais em relação ao
desempenho escolar dos estudantes é que se buscou o envolvimento dos
responsáveis. Convidados a participar de uma reunião, primeiramente os presentes
receberam as informações pertinentes ao momento em que os alunos estavam
vivenciando. A reunião foi pautada por ações que incentivaram a confiança mútua,
reforçando a importância da presença da família frente ao desenvolvimento dos
educandos.
A partir das respostas dos 33 pais que responderam aos questionamentos,
concluiu-se que 22 alunos do 6º ano moram com pai, mãe e irmãos, os demais
alunos apresentam outras constituições familiares, para 5 alunos os avôs são
responsáveis por sua criação.
No que diz respeito à ocupação dos pais, estes trabalham no comércio, na
indústria, na construção civil e no serviço público. Apenas 5 mães não trabalham
fora e se denominaram como “do lar”. Quanto ao nível de escolaridade dos pais e ou
responsáveis, levantou-se que 6% apresentam Nível Superior; 46% Ensino Médio;
28% de 5ª a 8ª série e 20% de 1ª a 4ª série, portanto, são pais e mães com
significativa escolaridade.
Em relação ao monitoramento dos horários que seus filhos têm para assistir
TV ou ficar no computador, apenas 1 respondeu que concede liberdade total; 2 que
os horários são completamente monitorados e os demais concedem liberdade
controlada. Apenas 1 aluno não tem acesso a TV e 9 não possuem acesso ao
computador e a internet.
Quando questionados se no último ano escolar perceberam alguma
dificuldade em relação ao desempenho escolar de seu filho, 14 responderam que
apenas às vezes em determinados assuntos ou matérias; 4 responderam que o filho
sempre apresenta dificuldade e explicitaram as dificuldades: não entende as
explicações dos professores, dificuldade em compreender alguns conteúdos;
dificuldade de leitura; cópia; troca de letras; por serem gêmeos, quando separados
caía o rendimento; não gostava da professora; falta de concentração; não consegue
copiar ou compreender as tarefas de casa; dificuldade em Matemática e Português;
muito desligado; desatento com as tarefas; pouco participativo e envergonhado.
De acordo com os resultados dos questionários, pais e responsáveis
demonstraram preocupação com a formação integral dos filhos, o que se confirma
quando a maioria admite acompanhar-lhes a evolução e o desempenho escolar,
compreendendo suas dificuldades, bem como, suas aptidões.
4.2 SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS NO TRATAMENTO DIDÁTICO NO ENSINO DA MATEMÁTICA ENTRE O 5º E O 6º ANOS DO ENSINO FUNDAMENTAL
O parecer em relação ao tratamento didático e metodológico da primeira
etapa do Ensino Fundamental foi realizado a partir de entrevistas com professores
de uma escola municipal, de onde são oriundos 15 alunos, ou seja, a maioria. As
entrevistas foram realizadas com os professores que lecionam no 5º ano, durante o
presente ano letivo. São professores, com experiência entre 5 e 10 anos de
docência. Todos com formação específica em Magistério ou Formação Docente,
sendo que um dos professores possui curso de graduação em Letras, além da
formação em Magistério.
Desta análise reflexiva, destaca-se que os professores consideram a
fragilidade de sua formação no que se refere às particularidades metodológicas para
a abordagem das diferentes disciplinas, uma vez que precisam lecionar conteúdos
específicos de várias disciplinas, considerando isso um obstáculo no
aprofundamento dos conteúdos em cada uma delas.
Essa realidade exige organização de cronograma específico que abranja
todas as disciplinas, porém, os docentes priorizam em seu planejamento diário as
disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, em virtude dos desafios da leitura,
escrita e do aprimoramento necessário ao cálculo.
As disciplinas de História, Geografia e Ciências são contempladas, em
menor carga horária e também de forma interdisciplinar, aliando com Matemática e
Língua Portuguesa, entretanto, não menos importante para o desenvolvimento do
educando.
Especificamente, em relação ao ensino e aprendizagem da Matemática,
entre os grandes desafios do Ensino da disciplina, e as dificuldades citadas, por
estes professores, destacam-se o tempo para trabalhar com a disciplina; a
necessidade de o professor saber os conteúdos de forma aprofundada e também as
metodologias do ensino dessa matéria, que exige tempo de estudo e dedicação.
Para a abordagem dos conteúdos, verificou-se que uma prática comum é os
professores utilizarem situações relacionadas ao cotidiano, como exemplo para fixar
procedimentos; discussões sobre os processos utilizados; temas que aparecem em
jornais ou revistas, relacionando-os conteúdos matemáticos. Essas são algumas das
práticas metodológicas utilizadas nas aulas de matemática, sempre buscando o
dinamismo e o envolvimento dos alunos, aliando o “método tradicional” ao lúdico. O
tratamento lúdico é destacado, frente à idade em que os alunos se encontram.
Os professores também reconhecem a importância de se memorizar regras
e fórmulas, em algumas situações, principalmente no que se refere à tabuada, tendo
em vista a importância desta na facilitação e rapidez nos cálculos, como instrumento
para a realização das operações, também como fundamento para vários conteúdos
matemáticos. Porém, consideram a compreensão do mecanismo da tabuada antes
da memorização, como prioritário.
Os professores citaram a importância que o livro didático tem como apoio
para o direcionamento dos assuntos e também consideram os recursos
tecnológicos, tais como, TV, som, laboratório de informática, jornais, revistas como
suporte para o encaminhamento dos assuntos matemáticos. Destacaram também, a
dificuldade em vencer todo o conteúdo programático, em virtude do tempo, do ritmo
da turma, dos conhecimentos prévios necessários para o avanço contínuo e a
necessidade de estar sempre retomando os fundamentos da matéria.
Nesta etapa, é possível fazer um trabalho investigativo, por meio de
conversas, atendimento individual para sanar as dificuldades. A sondagem cognitiva,
observações em sala de aula, a prática de relatórios reflexivos sobre o desempenho
de cada aluno, faz-se presente nas práticas avaliativas dos professores desta etapa,
também destacaram os “Portfólios” com os conceitos a serem avaliados.
Os resultados das avaliações, nesta etapa, não são expressos por meio de
notas e sim através de gráficos que apontam o intervalo em que o aluno se encontra
em relação ao conhecimento específico de cada disciplina, cujo referencial se
encontra nos “Descritores”, cabendo aos professores emitir pareceres.
Os professores de Matemática da segunda etapa do Ensino Fundamental,
do Colégio Nisgoski, com experiência de mais de 10 anos de docência,
consideraram que ao concluir sua formação sentiram-se parcialmente preparados
em relação ao conteúdo específico e também com relação às metodologias
específicas. Frente aos conteúdos matemáticos, destacaram que a princípio os
alunos chegam à segunda etapa, imaturos e demoram para compreender a
dinâmica de sala de aula, contudo percebe-se que eles têm conhecimento dos
conteúdos matemáticos trabalhados, porém, é necessário consolidar os conceitos.
A preocupação em vencer os conteúdos, também é fonte de ansiedade para
o professor da segunda etapa, sendo bastante comum não conseguir vencer todo o
programa e ficar sempre algum conteúdo para trás. O livro didático é um excelente
recurso para nortear o trabalho do professor, mas não é o único, apesar de nesta
etapa ser mais difícil utilizar recursos diversos, pois sempre o fator tempo é
preponderante.
Um ponto de convergência entre as opiniões dos professores das duas
etapas do ensino é que reconhecem a necessidade de se promover a interação,
para a troca de experiência e como forma de aprendizagem e conhecimento do
desenvolvimento infantil. Destacaram, também, a importância da formação inicial
para o bom desempenho dos alunos, nas demais etapas de ensino. Foram
unânimes na afirmação da formação da base como fundamento para o
desenvolvimento da autonomia para que o educando possa enfrentar os desafios
futuros.
4. 3 OS CONTEÚDOS MATEMÁTICOS
Por meio das sondagens em cada uma das sequências didáticas propostas
foi possível observar que grande parte dos alunos demonstrou ter conhecimentos
prévios dos conceitos a serem trabalhados. Contudo, os casos mais preocupantes
que apresentaram dificuldades significativas, com um nível de proficiência nas
questões propostas no intervalo de 23% a 50%, estiveram sempre em torno de 11
alunos. Cinco alunos apresentaram aproveitamento entre 50% e 60%. Os demais se
saíram muito bem, conseguindo expor suas idéias com clareza.
No decorrer das primeiras aulas, demonstraram dependência e apego aos
detalhes, fazendo perguntas bastante comuns, tais como: “Pula linha?”, “É com
caneta ou lápis?” Reforçam características infantis, necessitando sempre de
reorganização dos trabalhos para adquirirem autonomia.
A partir da análise do desempenho apresentado pelos alunos na resolução
das atividades propostas em cada sequência didática, foi possível classificar os
alunos em três níveis em relação ao conhecimento. O primeiro composto de 39,5%
dos alunos, em que as sequências didáticas serviram ao propósito de consolidar os
conceitos, pois conseguiram, no decorrer das aulas formular suas idéias e tirar suas
conclusões referentes aos Sistemas de Numeração, aos Números Naturais e às
Operações Fundamentais. Demonstrando compreender os princípios do Sistema de
Numeração Decimal, em relação aos símbolos, ao valor posicional e à importância
do zero, fazer relação e comparar os sistemas de numeração. Compreenderam o
significado das operações e apresentaram autonomia na resolução de problemas
matemáticos.
O segundo grupo, composto de 31,6%, exigia, na construção de conceitos,
maiores intervenções. Apresentaram dificuldades na compreensão dos princípios do
Sistema de Numeração Decimal, portanto, buscou-se a consolidação da
compreensão da base 10 e do valor posicional no Sistema de Numeração Decimal a
partir do ábaco, cartaz valor lugar, entre outras estratégias. Também, observaram-se
dificuldades para a realização das quatro operações, com ênfase na divisão,
tabuada e resolução de problemas matemáticos. Porém, com ajuda, conseguiram
avançar em seus conhecimentos.
Esse último grupo merece especial atenção, ao se considerar que, se não
houver intervenções adequadas, que permitam ao aluno superar suas limitações, no
futuro, perderão o interesse pela Matemática, pois suas defasagens poderão se
acumular e estes sentir-se-ão incapazes frente a esta disciplina; fato comum na
segunda etapa do Ensino Fundamental, os alunos gradativamente perderem o
interesse pela Matemática.
O terceiro grupo, com 28,9% dos alunos, apresentou maior dependência,
necessitando de intervenções mais profundas, pois suas dificuldades referiam-se
aos processos de alfabetização, na leitura, escrita, interpretação, o que prejudicava
a explanação de suas idéias e as conclusões em relação aos Sistemas de
Numeração, as Operações Fundamentais e a Resolução de Problemas
Matemáticos. Este grupo exigia mais do que intervenções em sala de aula, desta
forma foram encaminhados para a Sala de Apoio Aprendizagem (SAA). Também
houve a preocupação em ajudá-los a superar suas dificuldades no decorrer das
aulas.
A aplicação das sequências didáticas revelou a necessidade de
compreensão das dificuldades apresentadas pelos alunos frente aos conteúdos
matemáticos. Principalmente entre aqueles que não apresentam diagnóstico de
necessidades especiais, a fim de que esses discentes superem tais dificuldades o
mais rapidamente possível, para que elas não se acumulem e abram espaço para
um sentimento de incapacidade ao longo de sua vida escolar.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir da análise realizada, o panorama do período de transição revela-se
como um período crucial na jornada escolar do aluno, exigindo a articulação das
partes envolvidas no processo. Nesse sentido, Sistemas de Ensino, equipe gestora,
pais e professores devem se unir em torno de uma proposta que leve em conta o
progresso contínuo do educando, frente aos desafios do processo ensino e
aprendizagem, principalmente no que se refere à disciplina de Matemática.
O papel da família é preponderante no desenvolvimento do aluno, portanto
cabe à escola saber conduzir e definir a forma de integração e participação, para
que ele se sinta acolhido e seguro no enfrentamento dos desafios que surgirão pelo
caminho.
A análise reflexiva das abordagens curriculares, a organização dos
conteúdos, o tratamento didático e metodológico são fatores fundamentais na busca
da conciliação entre os conhecimentos sistematizados que permeiam a elaboração
de um trabalho consistente, o qual permita a complementaridade e continuidade do
processo educativo, respeitando o nível de desenvolvimento pleno do educando.
Assim, cabe aos envolvidos no processo de transição entre as etapas do Ensino
Fundamental, levar em consideração esses fatores, para que o aluno não sofra as
consequências negativas do processo de aprendizagem.
A articulação dos conteúdos do Ensino Fundamental com os demais níveis
de ensino e sua ampliação gradativa conforme as possibilidades do educando é de
suma importância para o êxito do ensino da Matemática. Nessa lógica, é de
competência do professor o domínio dos conhecimentos a serem ensinados; a
aplicação das metodologias mais adequadas; e o conhecimento sobre as
características do desenvolvimento do indivíduo, a fim de cumprir com sua principal
atividade que é ensinar, possibilitando aos estudantes a compreensão dos
conteúdos escolares e suas relações com as práticas sociais.
Com isso, observa-se no processo ensino e aprendizagem da Matemática, a
importância da análise das variáveis: aluno, professor e saber matemático. Cabe ao
professor conhecer as características, métodos, ramificações e aplicações dessa
ciência, bem como, ter conhecimento da história de vida e das vivências de
aprendizagem de seus alunos e ainda ter clareza de suas próprias concepções,
considerando o aluno protagonista na construção do conhecimento.
REFERÊNCIAS
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