OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · relação dialógica entre autor e leitor e...

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

PARANÁ

GOVERNO DO ESTADO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

NRE: Cornélio Procópio Município: Itambaracá

Nome: Luzinete Pereira da Silva

Email: [email protected], [email protected]

Escola: Colégio Estadual Marcílio Dias

Fone: 35431371

Disciplina: Língua Portuguesa/ Literatura

Série: 6º Ano

Conteúdo Estruturante: O discurso como prática social

Conteúdo Específico: O mundo imaginário do cordel

Orientador: Miguel Heitor Braga Vieira

Caracterização do material didático: Unidade didática

Relação interdisciplinar: Geografia, História e Artes

Sinopse: A literatura de cordel tem servido de inspiração a muitos autores. Ariano Suassuna, poeta, romancista e dramaturgo, em o Auto da Compadecida baseia-se nas histórias populares do Nordeste, tanto na forma como no tratamento aproxima-se dos autos de Gil Vicente e do teatro do século XVII. Seu personagem João Grilo lembra o “arlequim”, figura lendária da literatura popular nordestina, herói de dois romances com o título: As proezas de João Grilo. Nesta relação de interdiscursividade é possível fazer diálogos entre uma peça teatral e um romance de cordel. É primordial reconhecer grandes escritores, que com grande esforço divulgaram esta literatura para várias regiões do Brasil. Alicerçado no Método Recepcional, criado por Glória Bordini e Vera Teixeira de Aguiar, que considera o leitor não mais como um elemento passivo ou receptivo, mas como coautor, numa relação dialógica entre autor e leitor e fundindo-se os horizontes que a obra traz com os horizontes do leitor, perpetuando a tríade autor-obra-leitor.

Palavras-chave: Literatura de cordel; interdiscursividade; Método Recepcional

APRESENTAÇÃO

Cordel versus homem nordestino, sem dúvida a literatura de cordel

emanou da região do nordeste para as outras regiões do país, os portugueses o

trouxeram em sua bagagem e aqui ele encontrou ambiente para expandir e

transformar-se, adaptando-se a cultura do povo, tornando-se um elemento

predominante das festas tradicionais, especialmente as de caráter religioso,

destacando poetas e cantadores.

Com o advento da imprensa, os folhetos de cordéis adquiriram formato de

livreto com imagens na capa, as chamadas xilogravuras: gravuras feitas

manualmente em matrizes talhadas na madeira, técnica esta ensinada pelos

missionários portugueses aos indígenas. Muitas destes cordéis e xilogravuras são

produzidas pelos próprios poetas, tendo sobrevivido às grandes mudanças, até

chegar aos nossos dias.

Compreendendo o texto literário como um ato de recepção, Jauss (1994),

partindo da necessidade de unir a história e a estética, dá ao leitor o status de

elemento principal da Estética da Recepção, aquele que atribui sentido ao texto a

partir de suas experiências de vida. Seu horizonte de expectativas (conhecimento

prévio) vai sendo acrescido a cada nova leitura, quanto maior o desafio de

compreender a obra, maior será seu valor emancipatório.

Com a abordagem no Método Recepcional, criado por Glória Bordini e Vera

Teixeira de Aguiar, fundamentado na Estética da Recepção, enfatiza-se o

relativismo de interpretações, o ponto de vista do leitor a partir de fatores sociais,

intelectuais, ideológicos, linguísticos, literários e também afetivos.

O presente projeto será articulado obedecendo às etapas:

1-Determinação do horizonte de expectativas;

2-Atendimento do horizonte de expectativas;

3-Ruptura do horizonte de expectativas;

4-Questionamento do horizonte de expectativas;

5-Ampliação do horizonte de expectativas.

Ao final das etapas o aluno terá uma leitura mais exigente que a da fase

inicial, tanto em termos estéticos e ideológicos, fundamentando-se num

movimento espiral, procurando novas leituras necessárias para que o aluno leia

textos de forma significativa, posto que a literatura de cordel seja uma forma de

cultura popular que nunca se deterioriza, devido ao fato de ser escrita em forma

poética e ser escrita para ser declamada.

Este gênero possibilita o desenvolvimento de todas as práticas discursivas:

leitura, oralidade e escrita; e reflexões linguísticas decorrentes de sua

composição. Sua promoção dentro do ambiente escolar visa transportar o aluno

para o imaginário do cordel, levando-o a respeitar a cultura popular, que emana

das camadas mais pobres do sertão, que sofre com as intempéries do clima,

apresentam características peculiares, que dizem respeito a conceitos morais,

religiosos do homem nordestino.

Cultura esta que é transmitida oralmente desde o período medieval, de

geração em geração em forma de histórias, causos, lendas, mitos, provérbios tão

comum em qualquer sociedade, retratando a realidade, cultura e crendices

presentes no seu cotidiano.

O presente trabalho propõe a valorização da literatura de cordel e

reconhecimento da cultura popular dentro do contexto escolar, mais

especificamente no 6° Ano, pelos alunos do Ensino Fundamental do período

vespertino do Colégio Estadual Marcílio Dias.

MATERIAL DIDÁTICO

Partindo de um debate sobre o que seria CULTURA POPULAR, que textos

podem ser considerados provenientes do ambiente popular, conhecidos e

transmitidos de geração em geração, na maioria das vezes, oralmente?

Distribuir vários textos: quadrinhas, parlendas, contos, fábulas, provérbios,

poemas, causos, etc., aos alunos distribuídos em grupos de quatro ou cinco

elementos e pedir a cada grupo que leia o texto e comentem se é um texto erudito

ou popular.

Questionamentos feitos pelo professor:

Quais destes textos poderiam ser considerados literatura popular? Por

quê?

Em nosso país estes textos podem ser reconhecidos por outras pessoas de

outras regiões? Por quê?

Assista a um recorte do filme: “O Auto da Compadecida” e conheça um

pouco desse universo da cultura popular.

https://www.youtube.com/watch?v=ZS6EqOhiBOc

Produção da autora

Auto da Compadecida

Gênero: Comédia/drama

Duração: 104 minutos

Origem Brasil, Ano 2000

Direção: Guel Arraes

O enredo deste filme se passa no sertão do nordeste, seus personagens

principais são João Grilo, um sertanejo mentiroso e Chicó, o maior covarde da

região. Como são muito pobres sobrevivem de pequenos negócios e saques pelo

sertão. Tem muita comédia e drama, além de mostrar aspectos culturais e

religiosos próprios do nordeste brasileiro.

João Grilo é um malandro que vive de golpes e Chicó seu fiel

companheiro. Juntos vivem várias aventuras. O que você pensa desta amizade?

Este filme foi baseado no livro Auto da Compadecida de Ariano Suassuna,

que é uma peça teatral que retoma elementos do teatro popular, como nos autos

medievais e da literatura de cordel, valoriza as pessoas humildes e satiriza os

poderosos e os religiosos.

O que seriam Autos? E literatura de cordel?

A primeira peripécia narrada no filme é o enterro do cachorro, pode ser

encontrada no cordel "O cavalo que defecava dinheiro", de Leandro Gomes de

Barros:

[...]

João Grilo: Eu não lhe disse que a fraqueza da mulher do patrão era bicho e dinheiro?

Chicó: Disse.

João Grilo: Pois vou vender a ela, para tomar o lugar do cachorro, um gato maravilhoso, de descome

dinheiro.

Chicó: Descome, João?

João Grilo: Sim, descome, Chicó. Come, ao contrário.

Chicó: Está doido, João! Não existe essa qualidade de gato.

João Grilo: Muito mais fácil de existir é pirarucu que pesca gente e você mesmo já foi pescado por um.

Chicó: É mesmo, João, do jeito que as coisas vão eu não me admiro mais de nada.

João Grilo: Para uma pessoa cuja fraqueza é dinheiro e bicho, não vejo nada melhor do que um bicho que

descome dinheiro. [...]

Ariano Suassuna. Auto da Compadecida. 34. ed., Rio de Janeiro: Agir, 2004, p. 88-90.

Nesse trecho é descrita a cena em que João Grilo pretende enganar a

mulher de um padeiro, que estava triste devido à morte de sua cachorra,

vendendo a ela um gato que, segundo ele, que “descome” dinheiro.

Quais as características da linguagem utilizada por Ariano Suassuna você

pode perceber nesse trecho?

João Grilo: um personagem popular

O personagem João Grilo, ao contrário do que se imagina, não foi criado por Ariano Suassuna. Esse personagem surgiu primeiramente no século XIX, em contos populares

portuguportugueses, como uma figura pouco corajosa e sem muita astúcia. No Brasil, esse personagem surgiu na literatura de cordel e passou a fazer parte de

várias histórias do imaginário popular. As características de João Grilo sofreram alterações para se adaptar à cultura popular

nordestina. Assim, adquiriu inteligência e habilidade para sobreviver. Uma característica que persistiu em João Grilo é que tanto em Portugal quanto no Brasil ele é um anti-herói, pois comete erros e algumas vezes apresentam desvios de caráter.

Fonte de pesquisa: Francisco Topa. A História de João Grilo. Do conto popular português ao cordel brasileiro.

Revista Faculdade de Letras Línguas e Literaturas. Porto, XII, 1995, p.245-274. Extraído do site: http://uploads/ficheiros/2709. pdf.

Leitura do cordel: O cavalo que defecava dinheiro de Leandro Gomes de

Barros.

O que mais lhe chamou a atenção neste poema de cordel?

Você identificou alguma semelhança entre a peça teatral e o cordel “O

cavalo que defecava dinheiro”? Qual?

E qual a principal diferença entre eles?

É comum os personagens dos poemas de cordel aparecerem

estereotipados, com características típicas de uma região. Como você enquadra

os personagens desse cordel?

Agora você vai pesquisar estes dois autores: Ariano Suassuna e Leandro

Gomes de Barros

Após a pesquisa o que se pode concluir sobre estes dois autores?

Vamos nos transportar para a região nordestina, pensarmos em seu

contexto histórico, social, econômico, sua colonização, seus colonizadores.

Podemos encontrar uma cultura popular diferente da nossa?

Vídeo: O que é literatura de cordel? – César Obeid http://www.youtube.com/watch?v=80eX1e0NVzw&list=TLmVzreKl_NzC3pPzAB0mtHDlfF_hmd0w2

Acessando a internet, procurem no site da Academia Brasileira de

Literatura de Cordel (ABLC), leiam as biografias de alguns cordelistas e

elaborem um texto com as principais informações sobre o autor e sua produção:

Silviano Pirauá de Lima

José Pacheco da Rocha

José Camelo de Melo Resende

João Melchíades da Silva

Leandro Gomes de Barros

Manoel D’Almeida Filho

Luiz de Lira

Rodolfo Coelho Cavalcante

Patativa do Assaré

Esta pesquisa deverá ser feita em grupo, apresentada para a classe,

digitada e exposta em um painel.

O que esses cordelistas têm em comum?

O que suas obras retratam?

Quais são os temas abordados pela maioria dos cordelistas?

Trabalhando a oralidade - leitura de cordéis diversos pelos alunos, como

se estivessem em uma feira.

O que é xilogravura?

http://www.teatrodecordel.com.br/xilogravura.htm

Releitura da obra: Pavão Misterioso de J.Borges

Produção da autora

Xilogravuras improvisadas Usando bandejas de isopor, corte as abas, deixando só o fundo, para ficar

mais fácil e não quebrar. Com o lápis, desenhar, formando sulcos, depois com um

rolinho e tinta guache, passar sobre o desenho e em seguida, imprimi-lo em um

papel.

Depois que você e seus colegas confeccionarem sua xilogravura, a

fotografaremos e salvaremos numa pasta de documentos.

Segue um link com tutorial sobre xilogravura http://comunidade.bemsimples.com/tempo-

livre/w/tempo-livre/Como-fazer-uma-xilogravura.aspx

A ARTE DE VERSEJAR

Agora vamos fazer uma leitura divertida que mexe com a imaginação e

desperta a curiosidade, ela usa o que se conhece por recurso mnemônico. Não é

uma palavra esquisita, refere-se à memória e era muito usado antigamente.

Leiam e completem os espaços com as palavras adequadas.

Vou mandar as adivinhas

Para o povo desse espaço

Quero que vocês respondam

Sem cometer embaraço

É uma peça inteira

Mas tem nome de........................?

Essa resposta eu faço

Com a rima que passeia

E respondo a adivinha

Pro povo da minha aldeia

Se é uma peça inteira

Vai no pé e é uma .......................?

Fonte: OBEID, 2008, p. 32

Observem que essas estrofes trabalham com a rima. Na poesia a rima não

é obrigatória, mas desde a antiguidade foi usada como recurso didático para

memorizar o saber e muito utilizado pelos autores de literatura de cordel.

Veja esta estrofe de César Obeid extraída do livro: Minhas rimas de cordel.

Para rimar um cordel

No verso dou cafuné

Hoje o tema é muito rico

Falo do que o cordel é

De cultura popular

Deus me mande muita fé

Fonte: OBEID, 2008, p. 10

Procurem nos poemas de cordel e indiquem os versos com rimas;

Escrevam pelo menos duas estrofes no caderno e sublinhem as palavras

que rimam. Observem se são substantivos, verbos ou adjetivos.

Procurem no site http://espacodocordel.blogspot.com.br/2012/05/cordel-

brincandode-advinhar.html. “As advinhas” de José Acaci e tentem descobrir o que

cada estrofe está pedindo como resposta.

Aproveitando a ocasião do texto “Brincando de adivinha”, observem que,

de acordo com a métrica, esse poema apresenta versos de sete sílabas poéticas.

A palavra métrica vem de metro e é a medida da quantidade de sílabas que há

em um verso. Os versos podem ter variadas quantidades de sílabas que são

chamadas de sílabas poéticas e podem ser feitas com algumas diferenças das

sílabas gramaticais, mas geralmente seguem a mesma separação das sílabas

gramaticais.

Observem essa estrofe de José Acaci:

A/pe/sar/ de /ser/ pe/que/no

E/le é/ mui/to/ co/me/dor/

Co/me/, po/rém/, não/ en/gor/da,

Pois/ tra/ba/lha/ com/ vi/gor/

E o/ no/me/ da/ ca/sa/ de/le

É o/ no/me/ do/ mo/ra/dor./

Fonte: ACACI, 2010, p.12.

As sílabas poéticas são contadas até a última sílaba tônica do verso, como

se observa no segundo, quarto e sexto versos, de modo que, se a última sílaba

for átona não pode ser contada no rol de sílabas do verso, como ocorre no

primeiro, terceiro e quinto versos dessa estrofe.

Leiam a estrofe do autor Antônio Ribeiro da Conceição, Bule-Bule,

extraído da obra Literatura de Cordel:

O mestre Nozinho Bento

Também chamado Bentinho

Foi mestre do mestre Bimba

Mostrou o reto caminho

Aprender com um bom mestre

É melhor do que sozinho.

Fonte: CONCEIÇÃO, 2010. p.112

Essa estrofe é uma sextilha, pois apresenta seis versos. E cada verso

dessa estrofe tem o mesmo número de sílabas poéticas. Vocês vão fazer a

divisão das sílabas poéticas do primeiro, segundo e terceiro versos.

O mestre Nozinho Bento

Também chamado Bentinho

Foi mestre do mestre Bimba

O REPENTE

É a arte de fazer versos cantando ao som da viola ou da rabeca. O

desafiante provoca com uma estrofe e dita o ritmo da peleja. Uma dessas pelejas

muito comentada é a peleja do Cego Aderaldo com Zé Pretinho.

A autoria de muitos dos folhetos do final do século XIX e do início do XX

são duvidosas, já que quando um comprador o adquiria, colocava seu nome no

lugar do autor. A peleja do Cego Aderaldo com Zé Pretinho é tido como autor

Firmino Teixeira do Amaral, cujo nome aparece na edição de 1923.

Leitura do cordel: A peleja do Cego Aderaldo com Zé Pretinho

Na internet também podemos encontrar esta peleja.

http://www.youtube.com/watch?v=q1WNK3tbd1s

O que você achou desse tipo de texto?

Qual é o motivo da peleja?

O que esse texto lhe provoca?

Quais são as características desse gênero?

As personagens do desafio contam muitas vantagens. Em algumas

situações isso pode dar às pessoas um ar de prepotência, impedindo-as de ouvir

as opiniões dos outros. Por que é importante ouvirmos as opiniões das outras

pessoas?

A embolada segue o mesmo estilo do repente, a diferença entre um e outro

estilo está no instrumento musical, a embolada usa só o pandeiro.

http://www.youtube.com/watch?v=pPlHMPcJziw

http://www.youtube.com/watch?v=_VBv7xzkuSY

Que reações a audição desta cantoria provoca nas pessoas que assistem as apresentações dos repentistas?

Quais são os temas usados pelos repentistas? Como são abordados?

O que você pensa sobre toda essa cultura popular produzida pelos nordestinos e que se espalha pelo Brasil?

O cordel Pavão Misterioso é de autoria de José de Melo Resende, nascido

em Guarabira, Paraíba. O romance do Pavão Misterioso e As grandes aventuras

de Armando e Rosa conhecidos por Côco Verde e Melancia, Entre o amor e a

espada, História de Joãozinho e Mariquinha são suas histórias mais conhecidas.

Narra a história de dois irmãos, João Batista e Evangelista, muito bem

situados economicamente e que vivem juntos na Turquia, até que um deles

resolve conhecer terras distantes. Este passa por vários países e chega à Grécia.

Lá, ouve falar da história de um conde que tem uma filha belíssima, Creusa, mas

a esconde de todos. João Batista fica fascinado pela história e permanece ali, até

que a moça cumpra o ritual de aparecer uma vez por ano em público, vindo ao

balcão da janela do sobrado onde mora. Este fato para ele seria algo realmente

diferente para contar ao seu irmão, quando regressasse. Quando ocorreu sua

aparição, a viu e comprou um retrato dela, feita por algum fotógrafo. Voltando a

Turquia deu-a seu irmão, que...

Após a leitura do cordel: Romance do Pavão Misterioso de João

Melquíades Ferreira da Silva

Você sabe onde fica a Turquia e a Grécia? Vamos procurar estas regiões

no mapa e aprender um pouco mais sobre elas.

Fonte: www.deceptology.com

Quem nasce no Brasil é brasileiro, você sabe qual é o adjetivo pátrio de

quem nasce na Turquia e na Grécia?

O que você acha que vai acontecer no final da história?

Este cordel faz lembrá-lo de alguma história que já leu ou ouviu?

Este texto é um romance de cordel, possui 32 páginas e uma estrutura

cíclica, vamos identificá-las:

1. uma situação inicial de equilíbrio:

2. a degradação da situação:

3. a constatação do desequilíbrio:

4. a tentativa de resgate do equilíbrio da situação inicial:

5. a volta do equilíbrio inicial:

Música: Pavão Mysteriozo – compositor Ednardo http://www.youtube.com/watch?v=p5rsMmgivAQ

Audição da canção:

Pavão Mysteriozo

Pavão misterioso, pássaro formoso, tudo é mistério

nesse teu voar Ah, se eu corresse assim, tantos céus assim Muita história eu tinha pra contar (...)

Fonte:

http://www.vagalume.com.br/elba-ramalho/pavao-misterioso.html

Os textos podem conversar entre si, mesmo sendo de gêneros diferentes.

Que sentimentos a música produz em você?

Conte com suas palavras essa história de amor.

Grupos de leitura:

Com quatro ou cinco alunos e um cordel para ler.

Após a leitura, contar para os demais a história lida. Neste momento é importante chamar a atenção dos ouvintes.

Ao final, os grupos devem comentar qual cordel que mais gostou, por quê?

Que tema está presente no cordel lido?

Como são os finais das histórias?

Qual cordelista chama mais a atenção? Por quê?

O que as histórias trazem de semelhanças e diferenças?

Vamos elencar os personagens principais, suas características físicas e

psicológicas para fazermos um desenho e um texto descritivo.

SESSÃO VÍDEO:

Vamos assistir alguns cordéis?

O cangaceiro (baseado nos cordéis que falam de Lampião)

http://www.youtube.com/watch?v=PXa3eYOh96I

José Francisco Borges: A moça que dançou depois de morta:

http://www.youtube.com/watch?v=9FA0Yupp_9A

José Francisco Borges: O casamento do Curió:

http://www.youtube.com/watch?v=HJG1d4Zotag

Patativa do Assaré: Cabra da peste

http://www.youtube.com/watch?v=6m_7eKhClKQ

Todo lugarejo tem lá suas histórias para contar. Aqui, não é diferente, fatos

engraçados, estranhos, absurdos, inusitados, misturados à realidade ou frutos da

imaginação.

Vamos transportá-los para este universo tão alegre do cordel?

Em grupos, elaborar-se-á um cordel, cada um irá ajudar. Quem gostar de

rimar fará as rimas, quem gostar de desenhar, as xilogravuras, quem gosta de

declamar, irá declamar.

Que tal fazermos um varal com os cordéis?

ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS

Caro colega:

A produção deste material tem por objetivo valorizar a literatura de cordel,

levando os alunos a conhecê-la, estudá-la, divulgá-la e aproveitar-se de todo o

seu potencial para as práticas de leitura, oralidade e escrita. Eventualmente todos

da escola tomarão conhecimento das atividades que será realizada pela turma

que desenvolverá cada uma de suas etapas. Inicialmente partiremos do

questionamento sobre Cultura Popular, deste debate será anotadas as

impressões, opiniões dos alunos sem que haja intervenções pelo professor.

O filme Auto da Compadecida servirá para o reconhecimento do ambiente,

dos personagens da narrativa que fazem parte de histórias populares, que será

apresentada em seguida com o cordel: O cavalo que defecava dinheiro,

trabalhando assim a interdiscursividade presente na obra de Suassuna.

Em seguida será apresentado um vídeo sobre: O que é literatura de cordel,

através da fala do autor: Cesar Obeid, para que seja evidenciada durante as

atividades relacionadas a alguns escritores de cordel, as produções de

xilogravura ,como se faz essa arte rimada e metrificada, que pode ser contada,

lida e cantada.

Privilegiou-se o romance de cordel: Pavão Misterioso e em seguida abre-se

um leque de leitura de outros cordéis com temas diferentes e principalmente por

autores, que se distinguem por suas produções individuais.

E, finalmente levar o aluno a usar suas habilidades e talentos para a

produção e apresentação dos trabalhos realizados.

O importante é fazer com que os alunos conheçam a literatura de cordel e

busquem novas leituras para que possam adentrar e reconhecer este fazer

poético, tão diferenciado, presente no Brasil.

Como o Método Recepcional se faz em um movimento espiral, que sempre

recomeça com uma nova leitura, sugira aos alunos a leitura da Obra: Cante Lá

que Eu Canto Cá de Patativa do Assaré.

REFERÊNCIAS

ACACI, José. Brincando de Advinhar. Disponível em

http://espacodocordel.blogsot.com.br/2012/05/cordl-brincando-de-advinhar.html.

Acesso em 08 de set. 2013.

Autores de cordel/seleção de textos e estudo crítico por Marlyse Meyer. São

Paulo: Abril Educação, 1980. (Literatura Comentada)

CONCEIÇÃO, Antônio Ribeiro. Literatura de cordel, bule-bule. Fortaleza:

Tupynanquim, 2010.

OBEIDE, César. Minhas rimas de cordel. São Paulo: Moderna, 2005.

O AUTO DA COMPADECIDA. Produção e Direção: Guel Arraes. Roteiro: Guel

Arraes e Adriana Falcão. Criação Original: Ariano Suassuna. Gênero:

Comédia/drama. Trilha Sonora: Sá Grama. Estúdio: Lereby Produções. 2000. Cor.

DVD (104 min.).

https://www.youtube.com/watch?v=ZS6EqOhiBOc

http://pt.wikipedia.org/wiki/O_Auto_da_Compadecida_(filme)

Acesso em 13 de set. 2013

RESENDE, Jose Camelo. O pavão misterioso – cordel. São Paulo: Luzeiro, 2010.

SILVA, João Melquíades Ferreira da, 1869-1933. Feira de versos: poesia de

cordel/João Melquíades F. da Silva, Leandro Gomes de Barros, Patativa do

Assaré; seleção e organização de textos Cláudio Henrique Salles de Andrade e

Nilson Joaquim da Silva; ilustrações J. Borges, 2. Ed. – São Paulo: Ática, 2007.

SOUSA, José Ednardo Soares Costa. Pavão Mysteriozo. Intérprete: Ednardo. In: EDNARDO. O Romance do Pavão Mysteriozo. Sony Music, p1974. 1CD. Faixa12.

SUASSUNA, Ariano, 1927- Auto da Compadecida. 14. ed.,Rio de Janeiro: Agir,

2004.

http://aprenderbrincando.no.sapo.pt/localizacao.htm

Acesso em 11 de Nov.de 2013.

BORGES, J., Xilogravura: Pavão Misterioso.

http://divirta-

se.correioweb.com.br/materias.htm?materia=14554&secao=Programe-

se&data=20120517

Acesso em 14 de Nov. de 2013.

Htt://www.deceptology.com/2010/04/upside-down-world-map-shows-north-is-

up.html

Acesso em 14 de Nov. 2013.