OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO … · 2016-08-01 · e 9º anos do...

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7 Cadernos PDE II

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7Cadernos PDE

II

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FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA

TURMA - PDE/2014

Título: Estratégias de Leitura aplicadas a diferentes áreas do conhecimento: ampliando responsabilidades para a prática de leitura.

Autor Cinthia Chiqueto Rodrigues de Andrade

Disciplina/Área (ingresso no PDE)

Língua Portuguesa

Escola de implementação

Colégio Estadual Brasílio itiberê Rua Arion Ribeiro de Campos, 885, zona 2 – Maringá-Pr

Núcleo Regional de Educação

Maringá

Professor Orientador

Professora Doutora Aparecida de Fátima Peres

Instituição de Ensino Superior

Universidade Estadual de Maringá

Relação Interdisciplinar

Todas as áreas do conhecimento

Resumo O desenvolvimento desse projeto envolvendo Estratégias de Leitura

em diferentes gêneros textuais, foi embasado no trabalho com leitura

desenvolvido por Isabel Solé. As estratégias envolvem as seguintes

etapas: seleção, antecipação, inferência e verificação. Todas essas

etapas serão desenvolvidas em gêneros textuais como, contos,

crônicas, charges, reportagens e história em quadrinhos. Todas as

estratégias serão desenvolvidas com os professores de diferentes

disciplinas a fim de que percebam a importância delas para

compreensão, interpretação e apreensão dos conteúdos científicos.

Para elaborar as atividades que conduzirão o trabalho serão

contempladas também questões sobre o contexto de produção e

recepção do texto, como: finalidade do gênero em estudo, locutor e

interlocutor, temática do texto, estrutura composicional do gênero,

marcas linguísticas-enunciativas e estilo. O trabalho será

desenvolvido durante o primeiro semestre de 2015, no Colégio

Estadual Brasílio Itiberê, em Maringá, durante oito oficinas de quatro

horas.

Palavras-chave Estratégias – Leitura- Gênero

Formato do Material Didático

Caderno Pedagógico

Público Alvo Professores das diferentes áreas do conhecimento – Ensino Fundamental e Médio

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APRESENTAÇÃO

Prezado professor, um dos grandes desafios que

enfrentamos ao ensinar nossos alunos é fazer que se interessem,

leiam, entendam e se posicionem criticamente diante do conteúdo

que lhes apresentamos.

A cada aula, percebemos que nossos objetivos estão cada

vez mais distantes de serem alcançados. Por que nossos alunos

não leem e quando leem não entendem? Por que não opinam e não

se expressam diante do que lhes ensinamos? Leriam esses alunos

apenas em nossas aulas ou fora da escola também exercem o papel

de leitores? O que você pensa sobre isso, professor?

E os professores de língua materna, o que têm feito para

formar alunos leitores? Qual será o objetivo pelo qual trabalham os

professores de Língua Portuguesa? Seria apenas desse profissional

a responsabilidade de ensinar a ler e a escrever? Apenas esses

professores trabalham com a língua materna em suas aulas?

A Prova Brasil aponta que a proficiência em leitura de nossos

alunos precisa melhorar. Que atitudes coletivas poderíamos adotar a

fim de elevarmos nossos índices nas avaliações externas e

oferecermos aos nossos alunos a possibilidade de se tornarem

leitores críticos e proficientes?

Na intenção de unirmos forças e conhecimentos,

independentemente da área de atuação de cada um, convido-os a

um estudo coletivo sobre “Estratégias de Leitura”, o qual nos

possibilitará expandir nossos conhecimentos como profissionais da

educação, no intuito de tornarmos nossos alunos leitores

competentes, capazes de compreenderem o mundo a sua volta,

interagir com ele e transformá-lo.

O trabalho e o compromisso de formar leitores não é apenas

função do professor de português, mas de todo aquele que se

propõe a ensinar algo, ampliar e construir conhecimento.

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SUMÁRIO

FICHA DE IDENTIFICAÇÃO______________________________________2

APRESENTAÇÃO______________________________________________3

OFICINA I____________________________________________________5

Exposição dos índices obtidos pelo Colégio nas últimas avaliações externas.

Comparação com os índices obtidos pelas escolas municipais para discutirmos

as possíveis causas da diminuição expressiva da média

OFICINA II_____________________________________________________19

Aula expositiva sobre Estratégias de Leitura: o que são, qual a sua importância,

quais teóricos sustentam esta prática pedagógica, quais são as estratégias,

como elas acontecem na prática, porque fazer uso das mesmas no trabalho com

o texto em sala de aula

OFICINA III_____________________________________________________27

Trabalho com o gênero textual reportagem

Aplicação das estratégias no gênero textual em estudo neste encontro. Como

fazer para que o aluno chegue à compreensão e interpretação do gênero.

OFICINA IV_____________________________________________________36

Trabalho com as Estratégias de Leitura aplicadas à crônica.

OFICINA V_____________________________________________________39

Trabalho com o gênero textual Infográfico

OFICINA VI_____________________________________________________41

Estratégias de Leitura aplicadas em charges com diferentes temáticas

OFICINA VII____________________________________________________45

Estratégias de leitura aplicadas à história em quadrinhos.

OFICINA VIII____________________________________________________47

Avaliação dos estudos realizados.

REFERÊNCIAS_________________________________________________49

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OFICINA I

Objetivo: Nesta oficina discutiremos sobre os objetivos da Prova Brasil e sua importância no contexto escolar como parâmetro para elaboração de estratégias coletivas de ensino que nos façam avançar em relação à proficiência leitora de nossos alunos.

Reflexão para iniciar o encontro: Literatura “Nicolau tinha uma ideia”, de Ruth

Rocha, Editora FTD

Sinopse: Nesta história Nicolau tinha uma ideia na cabeça e, um dia, ouviu a ideia de João. Então passou a ter duas ideias na cabeça. Depois disso, Nicolau falou com Maria, Pedro, Manuela...e passou a ter várias ideias. As ideias são representadas por desenhos e quando os homens percebem que as ideias precisam ser compartilhadas, elegem o mais sábio do grupo e fundam um local em que ele repassa essas ideias às crianças. Surge então, a escola. Ficha técnica: “Nicolau Tinha uma Ideia” Autor: Ruth Rocha Editora: FTD Edição: 15 Ano: 1995 Idioma: Português

Prova Brasil: um desafio

A Prova Brasil, que posteriormente é utilizada como subsídio para o cálculo do

Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), é aplicada em alunos do 5º

e 9º anos do Ensino Fundamental e do 3º ano do Ensino Médio de escolas públicas

urbanas e rurais que tenham pelo menos 20 alunos por série.

Criada com base nas propostas curriculares de alguns estados e municípios e nos

Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), a prova mede os conhecimentos dos

alunos nas disciplinas português e matemática.

A prova foi criada em 2005 para complementar a avaliação proposta pelo Sistema

Nacional de Avaliação da Educação Básica- Saeb, mas teve sua primeira aplicação

realizada em 2007. Desde então é realizada a cada dois anos pelo Ministério da

Educação (MEC).

No mesmo ano, a avaliação passou a ser realizada em conjunto com o SAEB

(Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica), direcionada a estudantes do

3º ano do Ensino Médio e uma tornou-se complementar a outra, fazendo com que

os estudantes não precisem mais passar por duas provas.

Fonte: www.mec.gov.br

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Analisando o Ideb do Colégio Estadual Brasílio Itiberê

IDEB OBSERVADO - 9º ano

2005 2007 2009 2011 2013

3.3 3.8 4.1 3.8 3.6

METAS PROJETADAS

2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021

3.3 3.5 3.8 4.2 4.5 4.8 5.1 5.3 Fonte: www.mec.gov.br

Em Língua Portuguesa, é avaliada a proficiência em leitura de nossos alunos.

A escala é dividida em quatro faixas de notas. Cada uma dessas faixas indica

uma proficiência. Como a “régua” é a mesma, as séries e as disciplinas têm

“cortes” diferentes. Por exemplo: enquanto um desempenho adequado em

português no 5º ano é uma nota mínima 200, para o nono ano a nota é 225. As

quatro proficiências são as seguintes:

Abaixo do básico: Os alunos têm domínio insuficiente dos conteúdos da série

em que estão.

Básico: Os estudantes têm apenas domínio mínimo dos conteúdos.

Adequado: Os alunos têm domínio pleno dos conteúdos da série em que

estão.

Avançado: Os estudantes têm domínio maior do que o exigido para a série

que cursam.

Observemos algumas das habilidades esperadas das faixas “adequado” e

“avançado”:

Português

5º ano

Proficiência em Português (Escala Saeb)

5º ANO 9º ANO

Abaixo do básico 125-150 125-200

7

Básico 150-200 200-275

Adequado 200-250 275-325

Avançado 250-325 325-350

Adequado - Os alunos podem identificar, dentre os elementos da narrativa

que contém discurso direto, o narrador observador; selecionar entre

informações explícitas e implícitas as correspondentes a um personagem;

inferir o sentido de uma expressão metafórica e o efeito de sentido de uma

onomatopeia; localizar a informação principal; inferir a finalidade do texto;

entre outros.

Avançado - Os alunos podem também localizar características do

personagem em texto poético; distinguir um fato da opinião relativa a este

fato; identificar uma definição em texto expositivo; identificar relação lógico-

discursiva marcada por locução adverbial de lugar, advérbio de tempo ou

termos comparativos em textos narrativos longos, com temática e vocabulário

complexos; entre outros.

9º ano

Adequado – Os alunos podem inferir informações implícitas em textos

poéticos subjetivos, textos argumentativos com intenção irônica, fragmento de

narrativa literária clássica, versão modernizada de fábula e histórias em

quadrinhos; identificar a tese de um texto argumentativo; identificar o conflito

gerador do enredo; reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso da

pontuação e de outras notações; entre outros.

Avançado – Os alunos demonstram neste nível habilidades de leitura que

envolvem compreensão global de texto; avaliação e estabelecimento de

relações entre textos e partes de textos mais longos e com vocabulário

complexos; inferem informações em diversos contextos; e começam a ler com

compreensão textos da literatura clássica.

Fonte: UOL Educação

As questões da Prova Brasil nos propiciam uma tomada de consciência

sobre a organização a respeito do ensino da leitura e da compreensão de

textos, além de contribuir de forma positiva para que o aluno desenvolva

capacidades que lhe darão subsídios para ler e compreender a infinidade de

textos que circulam socialmente com competência e com olhar crítico.

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As críticas à Prova Brasil existem. Há os que dizem que ela não está de

acordo com os PCNs e que atende a interesses políticos e financeiros.

Independentemente de qualquer um dos fatores citados, o que nos interessa

enquanto educadores, é que nossos alunos não correspondem

satisfatoriamente a ela. Essa deve ser nossa preocupação. Nossos

adolescentes não são capazes de compreender o que leem. Um ensino de

qualidade, no mínimo, deve formar leitores que saibam ler com competência.

Quais conteúdos são cobrados de nossos alunos com relação à leitura?

A prova de Língua Portuguesa avalia apenas habilidades de leitura, divididas

em cinco blocos de conteúdo: procedimentos de leitura; implicação do

suporte, do gênero e/ou do enunciador na compreensão do texto; relação

entre textos; coerência e coesão no processamento do texto; relações entre

recursos expressivos e efeitos de sentido e variação linguística. Conheça os

descritores da avaliação do 9º ano:

Procedimentos de Leitura

D1- Localizar informações explícitas em um texto.

D3-Inferir o sentido de uma palavra ou expressão.

D4-Identificar o tema de um texto.

D14-Distinguir um fato da opinião relativa a esse fato.

Implicações do suporte, do gênero e/ou do enunciador na

compreensão do texto

D5- Interpretar texto com o auxílio de material gráfico diverso

(propagandas, quadrinhos, foto etc.).

D12- Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros.

Relação entre textos

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D20- Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na

comparação de textos que tratam do mesmo tema em função das

condições em que ele foi produzido e daquelas em que será

recebido.

D21- Reconhecer posições distintas entre duas ou mais opiniões

relativas ao mesmo fato ou ao mesmo tema.

Coerência e coesão no processamento do texto

D2- Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando

repetições ou substituições que contribuem para a continuidade de

um texto.

D7- Identificar a tese de um texto.

D8- Estabelecer relação entre a tese e os argumentos oferecidos

para sustentá-la.

D9- Diferenciar as partes principais das secundárias em um texto.

D10- Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que

constroem a narrativa.

D11- Estabelecer relação causa/consequência entre partes e

elementos do texto.

D15- Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto,

marcadas por conjunções, advérbios etc.

Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido

D16- Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados.

D17- Reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso da

pontuação e de outras notações.

D18- Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de uma

determinada palavra ou expressão.

D19- Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de

recursos ortográficos e/ou morfossintáticos.

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Variação linguística

D13-Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o

interlocutor de um texto.

Professores, há críticas aos alunos provenientes do 5º ano do Ensino

Fundamental. Eles, como vimos acima, também são avaliados por meio da

Prova Brasil. Analisemos os índices obtidos pelas escolas municipais de

Maringá.

2005 2007 2009 2011 2013

4.4 4.9 5.8 6.0 6.5

Vamos ver, na prática, por meio da literatura infanto-juvenil “Lolo Barnabé”,

de Eva Furnari, os descritores presentes na avaliação dos alunos que

recebemos no 6º ano.

Coleção: DO AVESSO

Autor: FURNARI, EVA

Idioma: PORTUGUÊS

Editora: MODERNA EDITORA

Assunto: Literatura

Edição: 2

Ano: 2010

Sinopse

No tempo em que os homens ainda moravam em cavernas, havia um sujeito

chamado Lolo Barnabé, casado com a doce Brisa e pai do pequeno Finfo.

Eles eram felizes, mas nem tanto - moravam numa gruta fria e úmida,

sempre à mercê de animais ferozes. Não por muito tempo - Lolo, muito

habilidoso, construiu uma casa com porta e fechadura. Depois que mudaram

para lá, Brisa começou, sem saber por que, a se incomodar com as peles de

animais que usavam para se proteger do frio, então inventou as roupas.

Depois disso, Lolo criou o guarda-roupa. E assim os dois foram inventando

muitas coisas - a cama, a mesa, as cadeiras, o fogão, a água encanada, o

banheiro, os eletrodomésticos, o computador, a eletricidade, o vídeo game, o

carro, a televisão. De tanto trabalhar, mal ficavam juntos, mal cuidavam do

filho - depois de chegar em casa ficavam parados, quietos, hipnotizados

11

diante da televisão. Foi preciso que um dia faltasse luz para que Lolo, Brisa e

Finfo se lembrassem de ficar juntos, sentados em torno da fogueira. Essa

narrativa reconstrói a trajetória do homem por meio da história de uma

família.

Fonte: http://www.livrariacultura.com.br/p/lolo-barnabe-22168443

Slides da literatura

Aplicação da atividade

Explorando os Descritores da Prova Brasil

D1 – Localizar informações explícitas em um texto.

1. Segundo o texto, são qualidades de Lolo Barnabé:

a) Criativo, Obediente e Amoroso.

b) Desorganização, Entusiasmo e Maldade.

c) Inteligência, Criatividade e Entusiasmo.

d) Preguiça, Inteligência e Bondade.

2. Lolo e Brisa passaram a lua de mel:

a) Na floresta ao lado.

b) Na melhor caverna da região.

c) Nas belas praias da região.

d) Nas Montanhas da Pedra Lascada.

3. Lolo se casou com Brisa aos:

a) Quinze anos.

b) Trinta anos.

c) Vinte anos.

d) Vinte e cinco anos.

D2- Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições

ou substituições que contribuem para a continuidade de um texto.

4. No trecho “No primeiro ano de casamento, tiveram um filho, o Finfo Barnabé.

O menino era uma gracinha: alegre e brincalhão”. A palavra destacada refere-se:

a) A alegre e brincalhão.

b) A Finfo Barnabé.

c) Ao casamento.

d) Ao primeiro ano de casamento.

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5. Na frase “Foi por isso que Lolo acabou inventando o ferro de passar. Essa foi

sua pior invenção”. O vocábulo em negrito refere-se:

a) A Lolo.

b) Ao ferro de passar.

c) A sua melhor invenção.

d) A todas as invenções de Lolo.

6. “As roupas ficavam jogadas pelo chão e Brisa detestava aquilo”. O vocábulo

aquilo refere-se a:

a) Brisa

b) Chão.

c) Raiva que Brisa sentia.

d) Roupas jogadas pelo chão.

7. “Brisa não gostava mais de se vestir com peles de animais. Aquilo pinicava

sua pele delicada”. A palavra aquilo evita a repetição de:

a) Brisa.

b) Pele de animais.

c) Pele delicada.

d) Roupas.

D3. Inferir o significado de uma palavra ou expressão.

8.“Lolo, que era um sujeito, habilidoso fez um lindo sobradinho no alto do morro”.

A palavra habilidoso significa:

a) Esforçado.

b) Jeitoso.

c) Preguiçoso.

d) Trabalhador.

9. “No princípio, Lolo parecia um sujeito meio bronco”. A expressão em destaque

significa:

a) Gentil.

b) Ignorante.

c) Inteligente.

d) Mal educado.

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10. Na frase “Depois, Lolo contou uma história e Brisa contou outra. Finfo ouviu

tudo aninhado no colo da mãe“. A expressão aninhado representa que Finfo

estava:

a) Confortável.

b) Desajeitado.

c) Encolhido.

d) Mal acomodado.

D4. Inferir uma informação implícita em um texto.

11. Quando Lolo inventou a vassoura aconteceu a sua primeira briga com Brisa.

Ela não aprovou a invenção porque:

a) A vassoura ficou mal feita.

b) Brisa queria a vassoura só para ela.

c) Lolo fez mais bagunça ainda ao inventar a vassoura.

d) Seu marido havia inventado algo que as mulheres odeiam.

12. O banheiro da família ficou perfeito, pois era moderno e tinha de tudo. Finfo

não gostou apenas da pasta e da escova de dentes. O menino não gostou

porque a maioria das crianças:

a) Gosta da pasta e não da escova.

b) Não gosta de escovar os dentes.

c) Quer escovar os dentes sem pasta.

d) Quer ter duas escovas e duas pastas.

13. “Aquela caixinha luminosa tinha sido a invenção mais hipnotizante de Lolo.

Eles não sabiam, mas ela tinha o estranho poder de deixá-los meio esquecidos”.

Isso aconteceu com a família porque a televisão:

a) Não consome toda nossa atenção.

b) Nos deixa ainda mais inteligentes.

c) Nos faz pensar cada vez mais.

d) Pode nos fazer esquecer de tudo a nossa volta.

14. “Todos ficaram felizes... mas nem tanto”. Isso significa que:

a) A felicidade durava para sempre.

b) A felicidade era completa e nada faltava.

c) A felicidade não era completa e faltava sempre alguma coisa.

d) Todos ficavam felizes, menos uma pessoa.

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D5. Interpretar texto com auxílio de material gráfico diverso (propagandas,

quadrinhos, foto, etc.).

15. Observe as gravuras solicitada. Por meio delas podemos perceber:

a) A transformação e evolução da família de Lolo.

b) Que a família era mais feliz na caverna.

c) Que a família ficou mais feliz depois que se transformou.

d) Que Lolo passou a ter que usar óculos.

D6. Identificar o tema de um texto.

16. A história de Lolo Barnabé e sua família fala sobre:

a) A importância da união e do diálogo na família.

b) A importância das invenções para felicidade do homem.

c) A importância dos bens materiais para a felicidade da família.

d) O sucesso de um homem das cavernas que virou inventor.

D7. Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem

a narrativa.

17. O problema da família de Lolo começou quando:

a) A insatisfação da família não parava de crescer.

b) As invenções criadas provocou a desunião da família.

c) Brisa decidiu trabalhar fora.

d) Lolo queria ficar noite e dia na oficina.

18. Os problemas de Finfo começaram quando:

a) Os pais não queriam deixa-lo assistir televisão.

b) Queria ir à escola e os pais não deixavam.

c) Seus pais não tinham mais tempo para ele.

d) Todos começaram a sentir inveja do que ele tinha.

19. Em relação aos espaços onde a história acontece, podemos perceber que:

a) Na caverna a família brigava pela comida e vestimentas.

b) Na caverna a família era mais feliz, pois ficavam mais tempo juntos.

c) No sobrado a família conversava muito mais enquanto assistiam televisão.

d) No sobrado a família era mais feliz porque tinha tudo que precisava.

D8. Estabelecer relação causa/consequência entre partes e elementos do

texto.

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20. A família de Lolo sentiu necessidade de mudar-se para uma casa porque:

a) A caverna era fria e não oferecia segurança à família.

b) Enjoaram da caverna e queriam mudar da floresta.

c) Não gostavam dos vizinhos que moravam nas cavernas ao lado.

d) Todos moravam em casas, menos eles.

21. Brisa começou a fazer roupas com tecidos macios como o algodão e lã

porque:

a) As peles de animais eram muito quentes e pesadas.

b) As peles de animais pinicavam a pele delicada de Brisa.

c) Finfo tinha medo de vestir-se com pele de animais.

d) Lolo exigiu que Brisa costurasse para a família.

22. A família fazia as refeições em cima da cama. Lolo precisou fazer uma mesa

porque:

a) As formigas subiam na cama e picavam o menino.

b) Não cabia toda a família na cama.

c) Os lençóis, cobertores e travesseiros ficavam imundos.

d) Sentiam dores nas costas.

D9. Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros.

23. A finalidade da literatura “Lolo Barnabé” é nos oferecer:

a) Deleite e reflexão.

b) Diversão.

c) Ensinamentos.

d) Informação.

24. Se Lolo criasse um manual de instruções para seus aparelhos eletrônicos

eles serviram para nos:

a) Deleitar.

b) Divertir.

c) Ensinar.

d) Informar.

D10. Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o

interlocutor de um texto.

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25. “Todos ficaram felizes... mas nem tanto”. Quem diz isso várias vezes durante

a história é:

a) Brisa.

b) Finfo.

c) Lolo.

d) O narrador

26. “Lolo! Agora chega! Não precisa inventar mais nada, já temos coisas

demais”. Quem fez essa afirmação foi:

a) Brisa.

b) Finfo.

c) Lolo.

d) Narrador.

27. “É verdade, já temos coisas demais”. Essa afirmação foi feita por:

a) Barnabé.

b) Brisa.

c) Finfo

d) Lolo.

D11. Distinguir um fato da opinião relativa a esse fato.

28. “Fizeram o banheiro para não ter de ir no mato à noite, sozinhos”.“Lolo

dedicou-se totalmente e o resultado compensou: o banheiro ficou maravilhoso”!

A parte da frase que expressa uma opinião é:

a) Fizeram o banheiro.

b) Lolo dedicou-se totalmente.

c) Não iam mais no mato à noite sozinhos.

d) O banheiro ficou maravilhoso.

D12. Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas

por conjunções, advérbios, etc.

29. “Numa bela manhã, Brisa olhou para o pijama sujo do filho e achou que era

hora de pararem de dormir no chão”. A expressão “numa bela manhã”, nos dá a

ideia de:

a) Explicação.

b) Lugar.

c) Modo.

d) Tempo.

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30. “De repente, lembrou-se de que era seu dia de apanhar a lenha para a

fogueira do jantar”. A expressão “de repente”, nos dá ideia de:

A )Dúvida.

b) Explicação.

c) Lugar.

d) Modo.

31. ”Brisa e Lolo chegavam em casa cedo, beijavam o filho, mas depois ainda

precisavam fazer o jantar, lavar a louça, a roupa, passar pano no chão”. A

palavra destacada estabelece uma relação de

a) Alternância.

b) Conclusão.

c) Contradição.

d) Explicação.

D13. Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados.

32. “Além do mais, agora, a família Barnabé era chique, elegante. Lolo andava

de terno e gravata, Brisa usava vestido de seda, salto fino, e Finfo usava gel no

cabelo”. Esse trecho nos foi narrado com:

a) Decepção.

b) Humor.

c) Ironia.

d) Raiva.

D14. Identificar efeito de sentido de corrente do uso da pontuação e de

outras notações.

33. “Lolo sentiu preguiça de apanhar lenha. Será que não tinha um jeito mais

prático de cozinhar”? O ponto de interrogação expressa:

a) Uma ordem.

b) Um susto.

c) Uma dúvida.

d) Uma admiração.

34. “Todos ficaram felizes... mas nem tanto”. As reticências indicam:

a) Continuação de um pensamento.

b) Dúvida.

c) Incerteza.

d) Ordem.

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D15. Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na

comparação de textos que tratam do mesmo tema, em função das

condições em que foi produzida.

Fonte:

http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/tvmultimidia/imagens/2

010/historia/agosto/charge_evolucao.jpg (Acesso em 09/12/2014 às 23h34)

Fonte: www.educadores.diadia.pr.gov.br (Acesso em 09/12/14, às 23h22)

Obs.: As atividades propostas com base nos Descritores da Prova Brasil,

presentes neste material, são de autoria da Professora PDE Cinthia Chiqueto

Rodrigues de Andrade.

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OFICINA II

Objetivo: Conhecer as Estratégias de Leitura a fim de aplicá-las em sala de

aula.

Reflexão: Literatura “Arca de Ninguém”, de Mariana Caltabiano.

Sinopse:

Há muitos anos, houve uma enorme enchente na Terra. Noé construiu uma arca

para salvar os animais, mas teve muitos problemas para convencê-los a entrar

na embarcação: os cachorros perseguiam os gatos, as aves não se bicavam e

ninguém queria viajar com os porcos. Como convencer a todos que aceitar as

diferenças é a melhor alternativa para superar dificuldades e conviver em

harmonia?

Fonte: http://www.scipione.com.br/SitePages/Obra.aspx?cdObra=3161

Arca de ninguém

Parte da coleção: Dó-Ré-Mi-Fá Autor: Mariana Caltabiano Ilustrador: Patrícia Lima

Professor, vamos conhecer a literatura “Arca de Ninguém”, de Mariana

Caltabiano, Editora Scipione.

Slides com a literatura

Coletando impressões sobre a literatura

Qual seria o objetivo de lermos essa literatura?

O título da obra nos remete a alguma lembrança? Qual?

O que será que essa história irá abordar?

Observando a ilustração da capa do livro, minhas lembranças e hipóteses

se confirmam?

Por que será que a autora usou este título para sua história?

Vamos lê-la e descobrir o que essa narrativa pretende.

Conclusão: A literatura nos transmite a mensagem de que quando cada um se

fecha em seu mundo (sua disciplina), tentando resolver de forma isolada seus

problemas (ensino-aprendizagem dos alunos) tudo fica mais difícil. A partir do

momento em que todos se unem, esquecendo as diferenças, tudo fica mais fácil

e os problemas se resolvem.

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Encerrando esse momento, partimos para o estudo de um texto que nos

mostrará como nossos alunos são capazes de decodificar um texto e responder

corretamente à questões elaboradas pelo professor, apenas em nível explícito,

sem ter chegado ao entendimento, a compreensão e interpretação dele.

Agora que já lemos o texto, vamos responder questões referentes ao seu

conteúdo.

1- Quem eram os dois trafelnos?

2- Onde eporavam?

3- O que aconteceu?

4- No 2º parágrafo, a que ou a quem se refere o pronome “ele”?

5- Quem felnou?

6- Mirimi estava leruado para quê?

7- O que aconteceu no masto do fabeti?

8- Por que Gissitar rizou com Mirimi?

Refletindo:

1. Você foi capaz de responder a quantas questões?

2. Você conseguiu compreender o texto?

Fonte: textosecomunicacao.blogspot.com/2012/08/mirimi-e-

gissitar.html

Caros professores, é assim que muitos de nossos alunos respondem às

questões do livro didático ou às questões elaboradas por nós. São capazes de

responder corretamente a todas elas, mesmo sem terem entendido

absolutamente nada de seu conteúdo. Podemos classificar esses alunos como

analfabetos funcionais, ou seja, dominam o código, mas não são capazes de

Mirimi e Gissitar “Era uma vez dois trafelnos: Mirimi e Gissitar.

Os dois trafelnos eporavam longe das perlogas. Um masto, porém,

um dos trafelnos, Mirimi, felnou que ramalia rizar e aror uma perloga.

Gissitar regou muito. Ele rurbia que Mirimi não rizaria mais da

perloga...”

Fonte: textosecomunicacao.blogspot.com/2012/08/mirimi-e-gissitar.html

21

compreender e se posicionar diante do que leram. Por este motivo, a partir de

agora, conheceremos um recurso que poderá nos auxiliar na formação do leitor

proficiente que tanto almejamos, as Estratégias de Leitura.

Vale ressaltar que:

Fora da escola, não se lê só para aprender a ler, não se lê de uma única forma, não se decodifica palavra por palavra, não se responde a perguntas de verificação do entendimento preenchendo fichas exaustivas, não se faz desenho sobre o que mais gostou... Os PCN afirmam que a leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de construção do significado do texto, a partir de seus objetivos, do seu conhecimento sobre o assunto... não se trata simplesmente de extrair informações de escrita, decodificando-a, letra por letra, palavra por palavra. Trata-se de uma atividade que implica, necessariamente, compreensão. (BRASIL, 1998, p.41, p.44)

É preciso então compreender a leitura como um ato dialógico, interlocutivo, que envolve demandas sociais, históricas, políticas, econômicas, pedagógicas e ideológicas de determinado momento. Ao ler, o indivíduo busca as suas experiências, os seus conhecimentos prévios, a sua formação familiar, religiosa, cultural, enfim, as várias vozes que o constituem. (DCE, 2008 p.56)

É na interação com os pares, por meio da linguagem, que o os cidadãos se

formam, se constituem como sujeitos que têm conhecimento e vivência de

mundo e que é plenamente capaz de agir sobre ele, desde que bem preparado

pela escola.

Segundo Geraldi (1996), não existe um sujeito pronto, que utiliza a língua como

um sistema homogêneo, imutável, definitivo. O que há é um sujeito que se

constitui, constrói-se e se completa nas suas falas e nas falas dos outros, na

interação.

Bakhtin (1992, p.113) quando discute a interação, esclarece: “Na realidade, toda

palavra comporta duas faces. Ela é determinada tanto pelo fato de que precede

de alguém, como pelo fato de que se dirige para alguém. Ela constitui

justamente o produto da interação do locutor e do ouvinte. Toda palavra serve

de expressão a um em relação ao outro.”

A leitura é um processo construído por fases, que nada mais são do que

procedimentos que conduzem a compreensão do texto. A primeira seria a

decodificação, mas a leitura proficiente envolve outras estratégias, como

seleção, antecipação, inferência e verificação. Pesquisadores como Goodman

(1987) e Smith (1991), além de Isabel Solé fundamentaram essas estratégias

que são frutos de mais de quarenta anos de estudos e pesquisas. Por isso, as

mesmas são apresentadas nos PCN (BRASIL, 1997, 1998) como diretrizes para

o trabalho com a leitura, seja qual for a disciplina.

22 Vamos conhecer um pouco mais das estratégias de leitura.

Estratégias são procedimentos conscientes ou inconscientes utilizados pelo

leitor para decodificar, compreender e interpretar o texto e resolver os problemas

que encontra durante a leitura. Um procedimento, “com frequência chamado

também de regra, técnica, método, destreza ou habilidade, é um conjunto de

ações ordenadas e finalizadas, isto é, dirigidas à consecução de uma meta”

(COLL, 1987 apud SOLÉ, 1998, p.68). Nesse ponto, é necessário que façamos

distinção entre estratégias e técnicas. Menegassi (1992, p. 159) considera que

as técnicas, como um procedimento de ação ordenada,

são sempre aprendidas através da instrução ou observação. Já as

estratégias são decorrentes da aprendizagem das técnicas ou da

criação espontânea do leitor. Ou seja, após aprender certas técnicas,

o leitor cria ou adapta estratégias de leitura a partir dos conhecimentos

adquiridos com aquelas; também é capaz de criar estratégias

espontâneas que o tempo e a maturação na leitura proporcionam,

sendo um fato que ocorre tanto com o bom quanto com o mau leitor.

Para compreendermos cada estratégia, segue abaixo as peculiaridades de cada

uma, descritas por Isabel Solé:

a) Seleção

O leitor se atém somente às informações que considera relevante para

compreensão do texto. Os itens que considera irrelevantes são descartados. As

informações consideradas importantes estão relacionadas também ao objetivo

que leva o leitor a ler.

b) Antecipação

O leitor continua com a atenção voltada aos itens selecionados anteriormente e

ao seu objetivo para ler. No entanto, ele cria predições, antecipando o que está

dito por meio das informações explícitas e implícitas no texto. As antecipações

realizadas pelo leitor podem ou não ser confirmadas. Caso se confirmem, o leitor

se sente seguro e continua com sua leitura avançando no texto, com a sensação

de que está no caminho certo. Se perceber que suas hipóteses não se

confirmaram, ele precisa rever o caminho percorrido e se necessário, trocar a

estratégia. Para tanto, é preciso que demonstre competência leitora.

23 c) Inferência:

É o processo de interação entre o conhecimento de mundo do leitor com as

informações implícitas no texto. Dessa relação surge a possibilidade do leitor

criar novos significados para o texto extrapolando o que está explícito, lendo as

entrelinhas e para além das linhas. Por este motivo os conhecimentos prévios de

um leitor são tão importantes para compreensão de contextos textuais diversos.

Quanto mais se lê, mais conhecimentos prévios se adquire e mais inferências se

produz. A produção de inferências é essencial para um leitor proficiente, ou

melhor, é sinal de leitor competente, aquele que interage com o texto, atribui

significado ao que lê, questiona, produz inferências e posiciona-se diante do

texto lido.

d) Verificação:

Nessa estratégia as antecipações e as inferências se confirmam ou não. É nesta

etapa que o leitor verifica se houve sucesso com as estratégias utilizadas. A

cada confirmação, o leitor se sente mais seguro e segue em suas experiências

leitoras aplicando as estratégias. Se o sucesso não for obtido, ou seja, não se

chegar a compreensão do texto, cabe ao leitor retomar as estratégias.

As estratégias de compreensão: antes, durante e após a leitura

A Linguística Aplicada e a Psicolinguística apontam que, para se chegar ao

entendimento de um texto, o leitor utiliza estratégias que ocorrem antes, durante

e depois da leitura. Essas estratégias permitem ao leitor chegar à compreensão

do texto de maneira mais rápida e eficaz, fazendo-o ter maior domínio sobre o

conteúdo, tornando-o um leitor proficiente.

Essas estratégias podem ser utilizadas pelo leitor de forma aleatória, ou seja,

não significa que necessariamente as utilize na ordem em que seguem. O

objetivo do leitor é a compreensão do texto e, para tanto, lança mão de tais

estratégias, mas sem se preocupar em utilizá-las de forma sistematizada.

Antes da leitura

Três aspectos envolvem o trabalho com a estratégia “antes da leitura”. O

primeiro diz respeito às expectativas que o leitor tem sobre o texto. Essa

expectativa deve ser motivada pelo professor, que tem papel importantíssimo

neste processo, pois deverá aguçar o interesse do aluno para conhecer o texto.

Para tanto, poderá fazer uso de materiais diferenciados, como imagens, vídeos e

outros recursos audiovisuais. O professor é o mediador desse processo e em

suas mãos está o dever de despertar o interesse de seu alunado para a leitura.

24

Muitas vezes o material impresso que dispõe é apenas o livro didático, por isso a

importância de levar outros recursos para sala de aula.

O segundo ponto refere-se à ativação dos conhecimentos prévios que os alunos

possuem sobre o tema a ser abordado no texto. Os mesmos estão em processo

de construção de conhecimento e trazem em sua bagagem particular, sua

experiência de mundo, elementos que, somados ao que o texto traz gerarão um

novo conhecimento.

Para que este processo ocorra, Solé (1998) sugere serem necessários alguns

direcionamentos:

a) “Dar alguma explicação geral sobre o que será lido. Não se trata tanto de

explicar o conteúdo, mas de indicar sua temática aos alunos, para que possam

relacioná-la a aspectos da sua experiência prévia” (p.105).

b) “Ajudar os alunos a prestar atenção a determinados aspectos do texto que

podem ativar seu conhecimento prévio” (SOLÉ,1998, p.105).

c) “Incentivar os alunos a exporem o que já sabem sobre o tema” (SOLÉ, 1998,

p.106). A interação do leitor com o texto só acontecerá a partir do momento

em que o professor fizer a mediação. Entende-se mediação a partir da

perspectiva de Vigotsky (1998), ou seja o professor entra como

intermediário na relação texto-leitor, passando então, a ser texto-professor-

leitor.

O terceiro ponto diz respeito às possibilidades de temas que o texto irá tratar.

Observando o título, as gravuras o tipo de letra e outros tantos elementos, o

aluno é capaz de predizer algumas hipóteses sobre o texto que poderão se

confirmar ou não. Realizar uma problematização no quadro ou em um

papelógrafo ajudará ao professor e aos alunos organizarem as ideias sobre as

predições a respeito do texto. Depois, ao término do trabalho realizado, volta-se

à problematização e confirma-se ou não as hipóteses e ideias sugeridas. Este é

um trabalho de reflexão que vai deixando o leitor mais perspicaz e atento às

pistas textuais.

Durante a leitura

Seis estratégias são utilizadas pelo leitor durante o processo de leitura do texto.

Todas elas são utilizadas com um único objetivo: compreender e interpretar o

texto. São elas:

a) Formulação de previsões;

b) Formulação de perguntas;

c) Esclarecimento de dúvidas;

d) Resumo de ideias;

25

e) Avaliação do caminho percorrido e realização de novas previsões;

f) Relacionamento do conhecimento prévio com o conhecimento adquirido por

meio do texto.

Pode-se perceber que ocorre uma comunicação direta entre leitor e texto. Essas

estratégias promovem a interação entre ambos, criando uma dialogicidade.

Um momento produtivo em sala de aula é também a interação entre professor-

texto- aluno (leitor). Esses três elementos trazem conhecimentos singulares e

diferentes, dependendo da experiência leitora e conhecimento prévio sobre o

assunto por parte de cada elemento envolvido neste processo.

Depois da leitura

Não podemos considerar esta etapa como a mais importante simplesmente por

ser onde todo o processo se encerra. Vale lembrar que, para chegar a esse

processo o leitor teve que passar por inúmeras outras etapas tão importantes

quanto. Aliás, caso não tivesse passado por elas, não chegaria ao entendimento

do texto.

Vários entendimentos diferentes podem ser alcançados em um mesmo tempo

por parte dos alunos, pois cada um tem sua experiência pessoal que somada a

do autor resultará em uma compreensão. Por isso, cabe ao professor mediar

este processo para que o aluno não fuja ao propósito principal do texto e seu

tema. Pode e deve considerar as hipóteses cogitadas pelos alunos, mas deve

fazer o fechamento da ideia principal do texto.

Para tanto, é preciso que o professor chame a atenção do aluno para a estrutura

do texto, seu vocabulário, as ideias principais de cada parágrafo e vá

direcionando o trabalho a fim de eliminar hipóteses absurdas.

Atividades como sublinhar as ideias principais de cada parágrafo para depois

resumir o texto, pintar vocábulos significativos dentro do contexto de que trata o

texto, fazer um levantamento de questões para depois serem respondidas a

partir de apontamentos realizados durante o estudo do texto, são atividades que

colaboram para a efetivação da compreensão do texto em estudo.

Atividade com o texto “As Cocadas”, de Cora Coralina.

As cocadas

“Eu devia ter nesse tempo dez anos. Era menina prestimosa e trabalhadeira à moda do tempo.Tinha ajudado a fazer aquela cocada. Tinha areado o tacho de cobre e ralado o coco. Acompanhei rente à fornalha todo o serviço, desde a escumação da calda até a apuração do ponto. Vi quando foi batida e estendida na tábua, vi quando cortada em losangos...”

Autora: Cora Coralina/Ilustrador: Alê Abreu/Editora: Saraiva

26 Disponível em: http://www.portalsme.prefeitura.sp.gov.br/premioeducacaoalemdoprato/Documentos/Mat

erial%20Apoio%20EAN/As%20Cocadas%20texto%201.pdf

Professores, responderemos algumas questões aplicando estratégias de leitura.

Antes da leitura

Apresentação do título do texto, exploração de imagens, se tiver, entrega

do texto para os alunos a fim de que observem a estrutura do mesmo.

1- Com que objetivo leremos este texto de Cora Coralina?

2- Observando o título, qual assunto podemos sugerir que o texto irá tratar?

3- Você já leu algo escrito por Cora Coralina?

4- O texto parece ter personagens, tempo, espaço... Sua estrutura nos

lembra qual gênero textual?

5- Você já ouviu falar sobre este texto ou leu outro com título parecido?

Durante a leitura

1- Leitura do texto pelos alunos;

2- Leitura do texto pelo professor;

3- Oralização da leitura pelos alunos;

4- Qual é o tema abordado pelo texto de Cora Coralina?

5- Você imaginou que seria exatamente isso que ele iria tratar? Por quê?

6- O texto é um conto. (Narrativa curta, cujo tempo em que se passa é

reduzido e contém poucas personagens que existem em função de um

núcleo. Narra um episódio interessante, uma recordação viva ou um

momento particular. Cite alguns elementos do texto que o caracterizam

como tal.

Vamos relembrar os elementos da narrativa e identificá-los no texto?

Personagens;

Narrador (narrador-personagem, narrador observador);

Tempo (cronológico, psicológico);

Espaço;

Estrutura do texto narrativo: apresentação, complicação ou

desenvolvimento, clímax e desfecho.

7- Vamos pesquisar sobre a vida de Cora Coralina e verificar se há alguma

semelhança entre sua vida e o conto?

8- De que lugar, época, situação e com que finalidade nos conta sua

história?

9- A quem é dirigido este texto?

27

Depois da leitura

1- Vamos relacionar o contexto da infância de Cora Coralina com o contexto

atual. O que há de semelhante e diferente?

2- Relacione a sua infância com a da autora do conto?

3- O que você pensa sobre as atitudes das personagens?

4- O texto foi bem escrito? O que a descrição perfeita realizada por Cora

Coralina nos proporciona?

5- Afetivamente o texto lhe tocou? Por quê?

Professor, nesses momentos é preciso que você atue como mediador no

processo de construção de sentidos do texto. Se você não conduzir,

enriquecer e instigar seus alunos eles não sairão do senso comum. A

temática deste texto seria a submissão infantil, o trabalho de uma criança em

troca de moradia e alimentação e a falta de sensibilidade dos adultos diante

das crianças. Este mesmo tema pode ser encontrado em História, Geografia,

transformar-se num gráfico estatístico de Matemática, após ser realizada uma

pesquisa sobre crianças que trabalham, em Ciências onde poderia ser

explorado o motivo das cocadas terem embolorado, em Sociologia abordando

a criança dentro de vários contextos históricos, enfim cabe a cada professor

fazer uso da sua criatividade, ilustrar ou iniciar seu conteúdo por meio de um

conto, que tem por objetivo simplesmente o deleite, mas que pode nos levar a

construção de novos conhecimentos. Contudo, é preciso que o professor seja

também um leitor, que conheça literatura, que seja um pesquisador , não por

obrigação, mas por paixão e interesse em seduzir seus alunos para atingir

seus objetivos por meio de aulas dinâmicas e significativas.

OFICINA III

Objetivo: Compreender o que é tipologia e gênero textual por meio do estudo de textos variados.

Reflexão: “Os fantásticos livros voadores do Senhor Lessmore”

Disponível em: http://youtu.be/LjkdEvMM5xs

Discussão sobre o conteúdo do vídeo que retrata a importância da leitura e

daqueles que semeiam o amor por ela.

28

Gêneros textuais na escola

Para organizar o ensino de gêneros textuais de forma que os alunos dominem

mais e melhor a língua que falam, é interessante refletir um pouco sobre as

razões pelas quais os gêneros têm sido considerados excelentes ferramentas

de ensino. É simples: eles são a forma natural pela qual usamos a língua para

nos comunicar. Não é possível falar nem um “bom-dia” sem utilizar um gênero

textual. Não há comunicação sem os gêneros. Usá-los como instrumentos de

ensino na escola dá mais significação aos estudos escolares porque os

aproxima da língua que usamos naturalmente em nosso dia a dia, seja em

comunicações informais, seja em comunicações formais.

Há momentos em que as comunicações humanas são bem informais: em

conversas familiares, nos bate-papos no barzinho, nas conversas de trabalho,

nos murmúrios carinhosos dos namorados. São o que chamamos de gêneros

primários, pois não precisam ser ensinados na escola, já que são aprendidos

no uso diário.

Outros momentos de comunicação humana são mais formais, planejados. É o

caso de textos escritos para serem publicados para um grande grupo de

leitores, como os jornalísticos; os escritos pelos cientistas para divulgar suas

descobertas; ou, ainda, os literários, como os romances, os contos e as

crônicas.

Não é só na escrita, porém, que existem situações de comunicação mais

formais. Uma palestra, por exemplo, é uma situação detalhadamente

planejada de comunicação e, portanto, é mais formal. Uma aula, uma

entrevista ou um debate na televisão são planejados em detalhes e, por isso,

também são mais formais. Podemos chamar de gêneros secundários os que

exigem maior planejamento para serem usados. Precisam ser ensinados na

escola para que os alunos possam dominá-los como instrumento de

comunicação indispensável para o exercício da cidadania.

Os gêneros secundários são tão numerosos quanto os tipos de situação

humana de comunicação planejada que existem. Então, como escolher os

que devem ser ensinados na escola?

Muitos estudiosos têm se dedicado a responder a essa questão. Dois desses

especialistas, Joaquim Dolz e Bernard Schneuwly, elaboraram uma tabela

com grupos de gêneros (orais e escritos) que devem ser ensinados na escola.

Nessa tabela, os autores organizam os gêneros em agrupamentos: narrar,

expor, argumentar, instruir e relatar.

Fonte: Na Ponta do Lápis. Almanaque do Programa Escrevendo o Futuro. Ano

III. Nº 5. Abril de 2007.

29

Fonte: Na Ponta do Lápis. Almanaque do Programa Escrevendo o Futuro. Ano III. Nº

5. Abril de 2007.

Professor, além de conhecermos as Tipologias e os Gêneros textuais é de

suma importância que saibamos também o que é “Suporte de texto”.

30

O suporte é o veículo que torna possível a circulação do texto. Há suportes

que são originais e outros que apenas se caracterizam por um “falso” suporte,

ou seja, o texto veicula, mas não é naquele suporte que deveria estar. É o

caso, por exemplo do livro didático que “carrega” uma notícia, uma pesquisa,

uma reportagem , fazendo portanto, o papel apenas de didatizar o texto,

trazê-lo para a sala de aula como um pretexto para estudo e não numa

situação real de comunicação.

É imprescindível que os alunos tenham contato também com os textos em

seus suportes originais. Por isso, é importante levar para sala de aula,

independente da disciplina, uma revista, o jornal, o gibi, o livro de receitas, o

livro de literatura, a conta de água e luz, panfletos, folhetos educativos, etc.

Vamos agora ao estudo de um outro gênero textual que pode enriquecer

muito nossas aulas, são as reportagens que abordam a todo momento, sob

as mais diferentes perspectivas e ideologias conteúdos que trabalhamos

diariamente em sala de aula.

Exemplo:

Matemática: o preço abusivo da gasolina, dos alimentos, de tarifas, etc.

História: o que veicula sobre política, economia, valores, ética

(comparando os contextos de produção atual com os momentos

históricos trabalhados pelo livro didático).

Geografia: guerras (onde se localizam e quais são os países que vivem

em guerra, os que se destacam em educação), os recursos naturais e

meio ambiente, economia e produção...

Ciências: as doenças, as mutações dos vírus, as descobertas da

ciência, a contribuição do conhecimento para a saúde...

Educação Física: a cultura do corpo, saúde e estética, alimentos

saudáveis e não saudáveis...

Arte: As temáticas acima retratadas em obras de arte em contextos

diversos.

Língua estrangeira: a invasão do estrangeirismo na cultura brasileira,

os ídolos e seus comportamentos, o internetês, quando e como usá-

lo...

Obs.: Não é o objetivo desse trabalho promover a interdisciplinaridade, mas sim

que os textos reais que circulam socialmente sejam lidos e trabalhados na

escola.

Reportagem

Fonte: Revista Recreio, Edição nº 625, p.16-17, Editora Abril

31

Vamos entender primeiramente o que é uma reportagem

O objetivo da Reportagem, assim como o da notícia é proporcionar ao público leitor\expectador a interação dos fatos decorrentes da sociedade. É comum identificarmos na reportagem os mesmos elementos constituintes da notícia: Manchete, Título Auxiliar, Lide e Corpo da Reportagem. O aspecto divergente é em relação à forma como se apresenta. A Reportagem precisa ir além de uma simples notificação, fato representado pela Notícia. Ela é resultante de inúmeras relações de causa e efeito, questionamentos, comparações entre pontos de vista diferentes, dados estatísticos, investigações, comentários, levantamento de questões, discussões e argumentações. Na reportagem, o TEMA pode ser narrado de forma expositiva (o repórter se atem à apresentação simples e objetiva dos fatos), interpretativa (ocorre conexão com acontecimentos já ocorridos) e a opinitiva (há um propósito de convencer o interlocutor acerca de uma determinada opinião). Atualmente, com o desenvolvimento da tecnologia, os repórteres têm mais recursos visuais e gráficos disponíveis. Se impressa, a Reportagem deve demonstrar capacidade intelectual, criatividade, sensibilidade quanto aos fatos e uma escrita coerente, que dinamiza a leitura e a torna fluente. Atualmente, com o desenvolvimento da tecnologia, os repórteres têm mais recursos visuais e gráficos disponíveis. Fonte:http://www.portugues.com.br/redacao/a-reportagem-seus-aspectos-relevantes-html

Trabalho com os textos acima, organizados em slides.

Vamos novamente às estratégias de leitura.

Antes da leitura

Apresentação da capa da revista, suporte original de onde a reportagem foi

retirada.

1- Observar com os alunos as cores, o estilo das ilustrações, a edição, o

número e a editora que publicou o material em estudo. O ano de publicação

é importantíssimo, pois entenderemos o contexto de produção do texto, ou

seja se o tema da reportagem é atemporal ou ultrapassado para o momento

atual.

2- Com que objetivo leremos uma reportagem? O pretendo encontrar quando

leio este tipo de texto?

3- Observando o título da reportagem, podemos supor o assunto tratado pela

reportagem?

4- Professor, essa reportagem provavelmente não é adequada às crianças

com as quais trabalhamos, pois as mesmas, provavelmente, não recebam

32

mesada. Portanto, este texto está sendo analisado como exemplo deste

gênero. Se possível, podemos adequá-lo a alguma outra situação de

ensino. Chamo a atenção para que percebam que este tipo de texto

também é chamado de infográfico, pois mistura informações com imagens

que as completam.

5- Você conhece esta revista? Já leu alguma reportagem apresentada por ela?

Durante a leitura

1- Leitura silenciosa;

2- Leitura pelo professor (A leitura realizada pelo professor deve ser clara,

ter entonação e ritmo, uma vez que, o aluno toma para si o modelo de

leitura realizada pelo professor). Vale lembrar ainda, que não lemos

todos os textos da mesma maneira, ou seja, um poema, não pode ser lido

da mesma forma que um bilhete ou enunciado de uma avaliação.

3- Leitura compartilhada;

4- Qual é o tema principal da reportagem?

5- Qual é a relação da repórter com seu leitor?

6- Que recursos ela utiliza para se aproximar do leitor?

7- Observe que a reportagem pretende nos ensinar algo. Logo, tem

características também de um texto prescritivo (pretende nos ensinar um

comportamento). Em que tempo verbal estão os verbos? Observe: vá,

registre, dê, fale, tenha e conte. Você já observou verbos assim, neste

tempo verbal, em um outro tipo de texto? Qual?

8- A quem se destina este tipo de texto?

9- Quem o escreve tem conhecimento sobre o assunto?

10- O texto correspondeu às suas expectativas sobre ele?

Depois da leitura

1- Foram válidas as informações fornecidas pela reportagem?

2- Você já pratica uma das sugestões dadas pela repórter?

3- Já ouviu ou leu algum texto com a mesma temática?

4- Você achou relevante a reportagem?

Professor, liste alguns conteúdos que você poderia ilustrar com uma

reportagem como essa ou outro tema.

33

Professor, percebeu como os gêneros textuais se misturam e se

completam? Quando isso ocorre, devemos apontar aos alunos o

cruzamento de gêneros diferentes, também chamados de híbridos.

Independente deste fator, constataram como um gênero pode conversar

com o outro tendo a mesma temática? Esse é o segredo do trabalho com

os gêneros nas diferentes disciplinas. Uma charge, por exemplo, ilustra

todas as disciplinas.

5- Os gêneros textuais “Notícia e Reportagem” e os Descritores da Prova

Brasil

Vamos ler a notícia e responder as questões.

No fundo do mar, o lixo do Carnaval de Salvador

“Mergulhadores da ONG Global Garbage, que comabate o descarte de lixo nos mares, ficaram assustados com a quantidade de latas de cerveja e garrafas plásticas encontradas no fundo do mar nas imediações do Farol da Barra, em Salvador, logo após o Carnaval. “Foi difícil calcular a quantidade de lixo espalhada. Certamente, havia mais de mil latinhas e até pedaços de abadás”, conta Francisco da Fonseca Neto, colaborador da Global Garbage...”

Fonte: (O Estado de São Paulo, 25\03\2010.)

D1- Localizar informações explícitas em um texto.

1. O trabalho principal desenvolvido pela ONG Global Garbage é: (a) Combater o descarte de lixo nos mares. (b) Conscientizar os foliões que no mar não é lugar de lixo. (c) Ensinar que lugar de lixo é no mar. (d) Retirar o excesso de lixo dos mares.

2. O excesso de lixo encontrado no mar foi retirado por:

(a) Francisco da Fonseca Neto. (b) Funcionários da Prefeitura. (c) Lixeiros. (d) Mergulhadores.

D2- Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições

ou substituições que contribuem para a continuidade de um texto.

34

3. “Certamente havia mais de mil latinhas e até pedaços de abadás”. Qual das

expressões abaixo substitui no texto a frase anterior?

(a) A Global Garbage. (b) A Prefeitura de Salvador. (c) Mergulhadores da ONG. (d) O excesso de lixo.

D3. Inferir o significado de uma palavra ou expressão.

4. “A ONG planeja articular um projeto com a Prefeitura de Salvador”. A palavra

em destaque poderia ser substituída por:

(a) Descartar. (b) Elaborar. (c) Projetar. (d) Unir.

D4. Inferir uma informação implícita em um texto.

5. Diante da notícia que lemos, podemos dizer que para a ONG da Alemanha, a

população brasileira:

(a) Gosta de festa e sabe cuidar do lugar onde vive. (b) Pensa apenas em Carnaval e é mal educada. (c) Preocupa-se com o descarte do lixo. (d) Preserva o meio ambiente.

D5. Interpretar texto com auxílio de material gráfico diverso.

Observe as imagens:

Fonte: http://oikosms.blogspot.com.br/p/charges.html (Acesso em 10/12/14)

Fonte: fabianocartunista.blogspot.com.br (Acesso em 10/12/14)

6. Os cartuns acima tratam do mesmo tema. Falam sobre: (a) A péssima qualidade dos peixes para consumo. (b) A poluição das águas. (c) A preocupação do homem com a poluição. (d) A solução para o lixo está em jogá-lo nas águas. D6. Identificar o tema de um texto.

7. A notícia que acabamos de ler fala principalmente sobre:

(a) A alegria do Carnaval que contagia a todos.

35

(b) O descaso da população de Salvador com a natureza. (c) O surgimento da ONG Global Garbage. (d) O trabalho realizado pela Prefeitura de Salvador.

D8- Estabelecer relações de causa-consequência entre partes e elementos

do texto.

8. A ONG planeja articular um projeto com a Prefeitura de Salvador e com os

artistas do carnaval para:

(a) Arrecadar lixo para os catadores. (b) Conscientizar os foliões sobre o descarte correto do lixo. (c) Divulgar o Carnaval de Salvador para o mundo todo. (d) Fazer o mundo conhecer o Farol da Barra em Salvador. D9- Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros.

9. A finalidade da notícia que lemos é:

(a) Divertir. (b) Entreter. (c) Informar. (d) Instruir.

D10. Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o

interlocutor de um texto.

10. “Foi difícil calcular a quantidade de lixo espalhada. Certamente, havia mais

de mil latinhas e até pedaços de abadás”. Essa afirmação foi feita:

(a) Pelo colaborador da Global Garbage. (b) Pelo Prefeito de Salvador. (c) Pelo Presidente da ONG. (d) Pelos foliões.

D12. Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas

por conjunções, advérbios, etc.

11. “Certamente, havia mais de mil latinhas e até pedaços de abadás”. A palavra

certamente nos dá a ideia de:

(a) Afirmação. (b) Negação. (c) Intensidade. (d) Tempo.

12. “O excesso de lixo foi retirado por quatro mergulhadores”. O vocábulo

excesso nos dá a ideia de :

36

(a) Dúvida. (b) Intensidade. (c) Modo. (d) Tempo.

D15. Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na

comparação de textos que tratam do mesmo tema, em função das

condições em que foi produzida.

Observe o cartum.

Fonte: www.arionaurocartuns.com.br

13. A notícia que lemos é de 2010, ou seja, o fato ocorreu há cinco anos.

Observando o cartum abaixo, produzido em 2012, podemos afirmar que:

(a) Hoje, não temos mais problemas com o lixo em nosso país. (b) Os brasileiros aprenderam a lição. (c) Os brasileiros continuam jogando lixo no mar. (d) Os brasileiros mudaram a atitude perante o lixo.

Observações:

Não foram contemplados os Descritores 7,11,13 e 14 por não haver elementos

no texto que nos permitissem explorá-los.

Obs.: As atividades propostas com base nos Descritores da Prova Brasil,

presentes neste material, são de autoria da Professora PDE Cinthia

Chiqueto Rodrigues de Andrade.

OFICINA IV

Objetivo: Reconhecer o gênero crônica como um texto literário capaz de ilustrar de forma lúdica conteúdos diversos.

Reflexão: Curta metragem “Party Cloudy”, Disney Pixar

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=IiKb_V7iUW0

37

Pimeiramente, vamos conhecer as características do gênero textual Crônica

Crônica

A crônica é um gênero híbrido, entre o jornalístico e o literário, que circula em diferentes esferas: jornais, revistas, antologias. Nos jornais de grande circulação, ocupa espaço fixo; vem com título, nome do autor e, às vezes, com foto ou ilustração. À partir de um incidente banal da cidade, o cronista pode deixar transbordar sua subjetividade e lançar reflexões explícitas ao leitor, quando escreve uma crônica comentário; pode também criar uma ficção, ao produzir uma crônica narrativa. O escritor colhe assunto do noticiário recente, de sua vida familiar, de seu olhar para os acontecimentos corriqueiros das ruas como pretexto para criar suas crônicas, que conservam vínculo com seu tempo. O cronista assume dois papéis: detalha os costumes de época e julga, mesmo que de forma subentendida, o que vê. A forma composicional da crônica é bastante heterogênea, podendo se estruturar na forma de diálogo, narrativa, argumentação, relato, sátira, confissão, poema etc. Sua linguagem simples, direta e descontraída, como a vida diária, aparece como uma conversa fiada, uma prosa à toa. Por ser um gênero híbrido, emprega uma grande variedade de recursos linguísticos. Fonte: CAMPOS, Maria Inês; ASSUNÇÃO, Nivia. Tantas linguagens – Língua Portuguesa: literatura,

produção de textos e gramática em uso (vol II). SP: Editora Scipione, 2007. p. 343.

Para nosso estudo, trabalharemos com a crônica “Flores calibre 38”, de

Lourenço Diaféria.

Flores calibre 38

“Quinta - feira, 30 de agosto, começo da noite - Luís, operário de 17 anos, chega em casa depois do trabalho, toma banho, janta e sai a passeio com dois amigos, também menores. Quinta - feira, 30 de agosto, minutos mais tarde - Luís, operário de 17 anos de idade, está com dois amigos à porta do Colégio Jardim Maracanã, tentando ver a ex-namorada com quem brigara. Quinta - feira, 30 de agosto, 21hs - Luís, operário de 17 anos de idade, vê chegar a viatura da Radiopatrulha 027, de onde saltam dois milicianos da P.M. Quinta - feira, 30 de agosto, 21hs - Luís, operário de 17 anos de idade, é agarrado pelos cabelos, esmurrado, chutado, empurrado e algemado pelos milicianos. Luís mora nas proximidades do local e quer chamar os parentes. Luís é colocado dentro da viatura da Radio Patrulha 027...”

Fonte: Lourenço Diaféria. A morte sem colete.4 ed. São Paulo, Moderna, 1985. p 47 – 48

38

Professor, é sempre muito importante contextualizarmos o autor. Dependendo

da época em que viveu ou vive, da ideologia de vida que teve ou tem, das suas

experiências de vida, podemos perceber em seus textos traços dessas

vivências. Muitas vezes elas são pistas para compreendermos o texto. Na

verdade, estamos falando do contexto de produção de um texto, pensando no

tempo em que ele foi produzido, sua intencionalidade e no tempo em que está

sendo recebido.

A crônica de Lourenço Diaféria revela, assim como o Conto de Cora Coralina,

muito da personalidade, das crenças e da vivência do autor.

Contextualização do autor

Professor, novamente vamos pensar nos conteúdos abordados pelo livro

didático da sua disciplina e tentar relacioná-los ao tema desta crônica. O que

você poderia trabalhar tendo como pano de fundo a crônica “Flores calibre 38”?

Considerando o uso das estratégias que estamos estudando, leia os itens abaixo

e elabore questões que atendam a tais estratégias, tendo como texto base a

crônica que lemos. As questões devem proporcionar que os alunos:

Realizem antecipações de informações que poderão ser encontradas no

texto;

Façam previsões por meio das pistas que o texto nos fornece e busquem

informações em suas experiências leitoras;

Lourenço Carlos Diaféria (São Paulo SP 1933 - idem 2008). Cronista, romancista,

ensaísta e jornalista. Passa a infância no bairro operário do Brás, em São Paulo. Entre

1950 e 1955 trabalha como office-boy. Faz jornalismo na Faculdade Cásper Líbero,

por dois anos, e na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo -

ECA/USP, por apenas um semestre. Começa a trabalhar como revisor e redator na

Folha da Manhã, em 1956, e assina sua primeira crônica, Recado Urgente, em 1964,

quando é convidado a substituir um dos cronistas do jornal. Sua estreia em livro ocorre

em 1976, com Um Gato na Terra do Tamborim, seleção de seus textos. Em 1977,

após a publicação da crônica Herói. Morto. Nós, é preso, processado e tem sua coluna

censurada, pois os militares consideraram o texto ofensivo às forças armadas. Três

anos depois, é absolvido desse processo. A partir de 1980, dedica-se à literatura

infantil e juvenil, estreando com O Empinador de Estrelas.

Fonte: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa4449/lourenco-diaferia

39

Refutem ou confirmem hipóteses que tenham sido levantadas num

primeiro momento;

Leiam as entrelinhas e para além das linhas do texto, produzindo

inferências, criando uma nova rede de significados para o texto;

Verifiquem se as inferências procedem e se mantêm a temática do texto.

Vamos tentar responder às questões que seguem, uma vez que já estamos no

meio dos nossos estudos.

O que são estratégias de leitura?

Você, professor, considera viável aplicá-las em textos de suas

disciplinas, fazendo disso uma prática diária?

Na sua opinião, os livros didáticos trabalham com essas questões,

explorando ao máximo a interação texto-leitor,a produção de

inferências e criação de significados além dos que vêm estabelecidos

pelos livros?

Você se considera leitor?

Concorda que somente o professor de Língua Portuguesa, não têm

possibilidade de formar o leitor proficiente que tanto almejamos e que

é obrigação e função da escola?

Trabalhando todos em conjunto, tendo a mesma visão interacionista

da linguagem, da noção de gênero, de estratégias e da concepção dos

leitores que queremos formar, acredita ser possível alavancarmos o

IDEB de nossa escola?

Reconhece que para formar leitores é preciso ser leitor? Que é preciso

ler todo tipo de texto, não apenas os do livro didático de sua disciplina

e inclusive ler o mundo a sua volta?

OFICINA V

Objetivo: Compreender o que é um infográfico a fim de utilizá-lo como um recurso para complementar os conteúdos sistematizados.

Reflexão: Literatura “E o palhaço o que é?”, de Guto Lins, Editora FTD.

Essa literatura permite a integração de todas as áreas do conhecimento e exige

a produção de inferências e muitos conhecimentos prévios para a compreensão

do texto. O intuito é mostrar ao professor que às vezes exigimos do aluno um

entendimento que ele não é capaz de corresponder, justamente por não ter

conhecimento prévio sobre o assunto.

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Professor, vamos compreender melhor o que é um Infográfico, texto cada

vez mais utilizado em tempos, onde a linguagem visual se sobrepõe a

verbal.

Fonte: http://www.oficinadanet.com.br/post/12736-o-que-e-um-infografico

Professores, analisaremos dois infográficos que se completam. Ambos estão

relacionados às evoluções que ocorreram na vida das mulheres em função de

uma série de fatores que descobriremos ao analisar o conteúdo dos mesmos,

para tanto precisaremos produzir inferências e aplicar as estratégias de leitura.

“Bolsa de mulher em 1967... e uma Bolsa em 2010”

Fonte: Veja, junho, 2010, Edição Especial Mulher

Antes da leitura:

Por que iremos ler esses texto? (Conhecer sobre determinado assunto,

buscar informações, para manter-se atualizado, para revisar um texto

produzido, para seguir instruções, para se divertir, para estudar...)

O que os título nos sugerem?

O que você já ouviu falar sobre o conteúdo das bolsas das mulheres?

Em 1967, você já havia nascido? Se sim, quantos anos tinha?

Infográfico é a junção das palavras info (informação) e gráfico (desenho,

imagem, representação visual), ou seja, um infográfico é um desenho ou imagem

que, com o auxilio de um texto, explica ou informa sobre um assunto que não seria

muito bem compreendido somente com um texto. Os infográficos são muito

utilizados em jornais, mapas, manuais técnicos, educativos e científicos, e também

em sites.

O que é necessário para ler infográficos?

Interpretar dados informativos

É preciso boa leitura e esta requer atenção aos detalhes, às minúcias do que se lê.

No caso dos infográficos que aliam ao texto uma série de atrativos visuais é

preciso ser um leitor extremamente observador

Atenção ao título, ao tema e a fonte das informações

Atentar a esses elementos é prioritário, eles são vitais para interpretar infográficos

– e, no caso dos estudantes que devem resumi-los em proposta de análise nos

exercícios ou provas são procedimentos básicos, sem os quais não conseguirão

responder satisfatoriamente às questões.

Comparar dados, identificar prioridades e estabelecer leitura crítica

Quem faz o trajeto acima mostra que sabe interpretar dados. Muita gente faz

apenas leitura descritiva, mas esquece de analisar e mostrar as inferências

obtidas. É preciso não esquecer o tema do infográfico.

Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/blogs/na-mira-do-leitor/voce-sabe-interpretar-infograficos/

41

Podemos perceber diferença na vida das pessoas em 1967 e 2010? Por

quê?

Durante a leitura:

Leitura silenciosa (leitura das imagens e do texto)

Oralização da leitura

Para quem estes textos são dirigidos?

Qual a intenção de quem produziu os infográficos?

Qual é o tema do texto?

Em que suporte ele se encontra?

As informações transmitidas são relevantes e pertinentes?

Explicar a transformação dos itens que são guardados na bolsa, como

por exemplo o álcool em gel em 2010 e o lenço de pano em 1967.

Fazer este processo com todos os elementos.

Depois da leitura

Houve consenso entre textos e imagens?

Ficou claro o objetivo e a intenção de quem planejou os infográficos?

Suas hipóteses se confirmaram ao longo da leitura dos textos?

O que você aprendeu por meio dos infográficos?

Gostou deste gênero textual?

Professor, para nosso próximo encontro, você deverá trazer um infográfico

referente ao conteúdo de sua disciplina. Você o explicará para os colegas e

montaremos um painel. Vamos tentar mostrar que em todas as áreas do

conhecimento este gênero textual se faz presente.

É preciso ressaltar que em um infográfico todas informações são importantes.

Geralmente nos atemos às ilustrações e não lemos o texto verbal. Ao trabalhar

com os alunos é preciso estar atento a este fato.

OFICINA VI

Objetivo: Reconhecer a charge como um gênero textual que nos propicia a reflexão crítica dos fatos.

Reflexão: “Vida Maria”

Fonte: www.youtube.com/watch?v=R2pEeVqShe4

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Sinopse: O filme explora as limitações e a falta de perspectiva de “Maria José”

que é apenas mais uma Maria que deixou de lado os estudos e se dedicou a

casa, ao marido e aos filhos, vivendo em estado de autoanulação. Sua vontade

e seus sonhos não ultrapassam a cerca da casa onde vive. Esse é o destino que

essas mulheres enfrentam durante toda a sua vida, se repetindo por diversas

gerações. Mais que isso, “Vida Maria” ultrapassa os limites do sertão nordestino,

aproxima-se também das mulheres pobres urbanas, que da mesma forma que

“Maria José”, vivem a mercê do marido, cuidando da casa e dos filhos, sem

nenhuma perspectiva.

.http://www.portaleducacao.com.br/cotidiano/artigos/48818/sintese-do-filme-vida-maria-com-o-

planejamento-educacional#ixzz3LXaAl7Na

Vamos analisar as charges abaixo e depois em duplas, elaboraremos questões

referentes a elas, visando ao que está explícito e implícito, à produção de

inferências, a aplicação de conhecimentos prévios, à presença da ironia, entre

outras estratégias.

Educação

Fonte: http://jestudante.blogspot.com.br/2011/06/charges-da-educacao-brasileira.html

(Acesso em 10/12/14)

Política

Fonte: http://hsweetsecret.blogspot.com.br/2012/12/charge-politica-discurso-de-roupa-

nova.html (Acesso em 10/12/14)

Meio ambiente

Fonte: http://geografianovest.blogspot.com.br/2012/06/desmatamento-em-charges.html

(Acesso em 10/12/14)

Primeiramente definiremos o que é Charge

Charge é uma ilustração humorística que envolve a caricatura de um

ou mais personagens, feita com o objetivo de satirizar algum

acontecimento da atualidade.

As charges são muito utilizadas para fazer críticas de natureza política.

São normalmente publicadas em jornais ou revistas e conseguem

atingir um vasto público. Para interpretar o significado de uma charge, é

necessário estar a par dos acontecimentos políticos nacionais e

internacionais.

Fonte: http://www.significados.com.br/charge/

43 Preconceito

Fonte: http://blogdonico.zip.net/arch2012-04-22_2012-04-28.html (Acesso em 10/12/14)

Consumismo

Fonte: http://www.ivancabral.com/2014/05/charge-do-dia-consumismo.html

(Acesso em 10/12/14)

Professor, a leitura de charges exige atenção às imagens, conhecimento prévio

do conteúdo, produção de inferências e entendimento das figuras de linguagem

ironia e humor.

São textos que têm pretensões ideológicas e para serem entendidos precisam

ser lidos por leitores proficientes. É muito importante a mediação do professor no

trabalho com esse tipo de texto. Para que o aluno chegue à interpretação desses

textos é necessário que tenha passado por trabalhos com textos anteriores onde

tenham sido contempladas as etapas de decodificação, compreensão para então

chegar à interpretação dos mesmos. As estratégias de leitura que viemos

desenvolvendo até o momento nos propicia passar por todas essas etapas.

O entendimento das charges também depende da leitura de outros textos que

estejam na mídia. O conhecimento de mundo do aluno e a noção de

intertextualidade são fundamentais. Vamos entender o que é conhecimento de

mundo e intertextualidade.

Conhecimento de mundo: o que é?

Segundo Ingedore Koch, “conhecimento de mundo são os conhecimentos

adquiridos pela experiência do dia a dia e que são armazenados na memória

em blocos (modelos cognitivos). São eles:

Frames (conhecimento armazenado em rótulos, sem ordenação entre

eles: Carnaval, Páscoa, Natal...).

Esquemas (conhecimento armazenado em sequência temporal ou

causal): funcionamento de um aparelho, por exemplo.

Planos (conhecimento de como agir para atingir um objetivo): vencer

uma partida de xadrez.

Scripts (conhecimentos sobre modos de agir altamente estereotipados

em dada cultura): rituais religiosos; fórmulas de cortesia (“aparece lá

em casa”, não some não”); praxes jurídicas, parlamentares.

Também faz parte desse processo conhecer os esquemas textuais, como o

conhecimento acerca das tipologias e dos gêneros textuais. Exemplo: distinguir

44

uma piada de uma receita ou de um conto de fadas. Além do conhecimento

adquirido pela experiência, ainda existe o conhecimento dito científico, aprendido

nos livros e na escola.”

Fonte: KOCH, I.V.& TRAVAGLIA, L. C. A coerência textual. São Paulo: Contexto, 2001

Intertextualidade

“Intertextualidade é o recurso pelo qual recorremos ao conhecimento prévio de

outros textos. Podemos ter dois tipos de intertextualidade. São elas:

Intertextualidade de forma: repetição de expressões, enunciados ou

trechos de outros textos, ou então o estilo de determinado autor ou de

determinados tipos de discurso.

Intertextualidade de conteúdo: os textos de uma determinada época, de

uma determinada área de conhecimento, de uma mesma cultura, etc.

dialoga uns com os outros. A intertextualidade de conteúdo é comum em

matérias jornalísticas( mesmo jornal ou jornais diferentes; noticiários de

TV, rádio). Também é comum em letras de músicas, assim como a

apropriação de provérbios e ditos populares, em nossas conversas ou

textos escritos.”

Fonte: KOCH, I.V.& TRAVAGLIA, L. C. A coerência textual. São Paulo: Contexto,

2001)

Diferença entre Cartum e Charge

Cartum é um texto humorístico no qual o autor realiza a crítica social, a crítica de

costumes, focalizando uma realidade genérica e, por isso, desconhece os limites

de tempo que a critica a personagens, fatos e acontecimentos políticos impõe.

Para conseguir o humor em seus textos, muitas vezes o chargistas e o cartunista

recorrem à caricatura.

Fonte: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/943-2.pdf?PHPSESSID=2009080509434790

A charge relata um fato ocorrido em uma época definida, dentro de um

determinado contexto cultural, econômico e social específico e que depende do

conhecimento desses fatores para ser entendida. Fora desse contexto ela

provavelmente perderá sua força comunicativa, portanto é perecível. Justamente

por conta desta característica, a charge tem um papel importantíssimo como

registro histórico. Além disso são características:

São temporais e a gente só pode vender naquele momento preciso.

45

Tem mais afinidade com os temas políticos e podem ter um sentido mais

partidário, pode-se pinçar um ângulo diferente entre os partidos, entre os

políticos que estão ligados ao poder ou à oposição.

Texto atraente aos olhos do leitor, pois a imagem é de rápida leitura,

transmitido múltiplas informações de uma só vez.

O leitor de charge tem que estar bem informado acerca do tema

abordado, para que possa compreender e captar seu teor crítico. Afinal,

ali está focalizada e sintetizada uma certa realidade. E somente os que

conhecem essa realidade efetivamente entendem a charge.

Fonte: http://www.filologia.org.br/ixcnlf/5/03.htm

OFICINA VII

Objetivo: Desenvolver comportamentos leitores considerando as características de cada gênero textual.

Reflexão: Curta metragem “A ponte”- Disney Pixar

Fonte: www.youtube.com/watch?v=y_zhlpjgJ8Y

O curta metragem nos proporciona a oportunidade de refletir sobre temas como,

a amizade, a cooperação e a humildade. Demonstra que, para desenvolver um

trabalho eficiente em equipe, esses elementos são fundamentais no dia a dia do

grupo.

Conhecendo melhor o gênero textual história em quadrinhos

“Gênero do tipo narrativo, a história em quadrinhos reúne imagens com o texto escrito para contar uma história. Normalmente o texto do narrador da história é apresentado em imagens ou em textos verbais que se posicionam fora da imagem, em quadros colocados na parte superior ou inferior do quadrinho onde só aparece o texto e sem uma cor de fundo. A fala das personagens dos quadrinhos é colocada em balões. Os balões são especializados: um balão traçado com um fio simples revela uma fala da personagem, pura e simplesmente; quando o balão tem o fio traçado em pequenas curvas que se unem, sabe-se que se trata do pensamento da personagem; um balão traçado com um fio interrompido, a personagem está falando baixinho. O tamanho das letras, também, indica o tom de voz usado pela personagem e a ênfase que está dando ao que diz. Outros elementos muito utilizados nos quadrinhos são as onomatopeias. No meio do quadro vemos palavras como CRASH, ZUUM, PAFT e outras similares, que dão ao leitor mais elementos para acompanhar a narrativa. Os quadrinhos são encontrados em três portadores principais: gibis, jornais e, mais recentemente, livros. Normalmente os quadrinhos de jornais são tirinhas:

46

conjuntos de dois a cinco quadrinhos que apresentam uma narrativa curta, normalmente humorística ou de crítica política e social. Nos gibis, temos narrativas mais longas, com os quadrinhos que encontramos nos livros geralmente são coletâneas dos quadrinhos de maior sucesso que foram publicados nos jornais e nos gibis.”

Fonte: Rosana Soligo, “Sobre os gêneros textuais”. Disponível em, http www.see.ac.gov.br portal index

Para nosso estudo, analisaremos a história de Chico Bento, personagem de

Maurício de Sousa.

Desenvolvendo estratégias de leitura neste gênero textual

1- Quem é o autor desta história em quadrinhos?

2- Você já o conhecia?

3- Quem são os personagens principais de suas histórias?

4- Você conhece as características principais de cada um?

5- Fale um pouco o que você sabe sobre Chico Bento.

6- Para quem Maurício de Sousa escreve suas histórias?

7- O público adulto também pode gostar deste tipo de texto?

8- Há alguma crítica, alguma reflexão realizada em algumas histórias em

quadrinhos?

9- Que tipo de linguagem é utilizada neste gênero textual?

10- Explique a fala de Chico Bento. Ele se expressa segundo a norma culta?

Por quê?

11- Como se inicia, se desenvolve e se conclui a narrativa?

12- O que nos revela a expressão de Chico Bento no primeiro quadrinho ao

ser interrogado por sua professora?

13- As expressões da professora, do Chico e dos animais correspondem às

situações que vão se desenrolando na história?

14- Concluindo, o que nós, professores, podemos apreender desta “inocente”

narrativa, não esquecendo que, é função da escola transmitir o

conhecimento científico.

15- Seriam as histórias em quadrinhos um gênero com intuito apenas de

entretenimento?

16- Poderíamos ilustrar nossas aulas com este gênero textual?

17- Vamos pesquisar em gibis ou na internet histórias em quadrinhos que

poderiam contribuir para o ensino de conteúdos científicos.

47

OFICINA VIII

Objetivo: Avaliar todo o percurso de estudos que desenvolvemos até aqui verificando sua aplicabilidade no dia a dia em sala de aula.

Filme: “A menina que roubava livros”

Ficha técnica:

Lançamento: 31 de janeiro de 2014

Diretor: Brian Percival

Com: Geoffrey Rush, Emily Watson, Sophie Nélisse

Gênero: Drama

Duração: 131 minutos

Sinopse:

A adaptação do best-seller “A menina que roubava livros” conta a história de

Liesel Meminger (Sophie Nélisse), uma garota extraordinária e corajosa que

durante a Segunda Guerra Mundial foi viver com uma família adotiva. Entre 1939

e 1943, Liesel encontrou a morte três vezes. Encorajada por seu pai adotivo

(Geoffrey Rush), Liesel aprende a ler e em meio ao caos causado pela guerra, a

jovem encontra refúgio na literatura. Liesel partilha suas leituras com Max

Vanderburg (Bem Schnetzer), um homem judeu que vive na clandestinidade em

sua casa. Para Liesel e Max, o poder das palavras e da imaginação se torna a

única escapatória da terrível realidade que os cerca. A menina que roubava

livros é uma história sobre a capacidade de sobrevivência e resistência do

espírito humano. Liesel Meminger passa a roubar livros e descobrir neles a

esperança perdida durante a guerra.

Refletindo...

Qual a importância da leitura para minha vida pessoal e profissional?

No que o hábito pela leitura pode contribuir para a transformação social?

Nossos alunos são leitores? O que podemos enquanto corpo docente para

transformá-los em leitores proficientes?

Nossos estudos contribuíram para que a leitura, de alguma forma, seja mais

valorizada e explorada em sala de aula?

E nosso IDEB? Vamos traçar estratégias coletivas para melhorá-lo?

48

Ao término dessa oficina, o grupo de professores traçarão estratégias e ações

que desenvolveremos em 2015, ano de Prova Brasil, para melhorarmos a

proficiência leitora de nossos alunos.

49 REFERÊNCIAS

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http://www.ivancabral.com/2014/05/charge-do-dia-consumismo.html

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www.youtube.com/watch?v=y_zhlpjgJ8Y