OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · para os gregos, romanos, egípcios e nórdicos;...
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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7Cadernos PDE
II
FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO
Produção Didático-pedagógica
Título: Mitologia – possibilidades de inserção no ensino de Língua Portuguesa
Autor: Ione Cit de Miranda Garcia
Escola de Implementação do Projeto e sua localização: Instituto Estadual de Educação Dr.
Caetano Munhoz da Rocha
Localização da escola: Paranaguá
Professor orientador: Professora Me. Jacqueline Costa Sanches Vignoli
Instituição de Ensino Superior: UNESPAR – Campus Paranaguá
Resumo: Este projeto será desenvolvido com alunos de uma turma do 9o Ano, do Instituto
Estadual de Educação Dr. Caetano Munhoz da Rocha, no intuito de expandir os conhecimentos,
que os alunos já possuem, acerca da Mitologia, uma vez que, têm contato com referências
mitológicas, ainda que, não atentem para isso. São encontradas em filmes, desenhos,
quadrinhos, propagandas, jogos e afins, recorrentes fontes de entretenimento, inseridas no
cotidiano, seduzindo crianças, jovens e adultos. A partir de uma abordagem mais ampla, acerca
da Mitologia, os alunos refletirão sobre os mitos: como surgiram, com que intencionalidade,
que situações geravam mais questionamentos, que lições tiravam-se deles, qual é a essência de
um mito, que fenômenos motivaram a sua criação. Analisaremos a influência mítica ao longo
da história e sua relação com os dias atuais, dando ênfase à importância das Narrativas
Mitológicas, para a evolução de cada povo, carente de explicação, para sua incerta realidade,
considerando o passado, o presente e a perspectiva de futuro. Recorrendo à premissa, de que o
homem, não nasceu para viver só e que agrega valores, quando pensa e age visando à
coletividade, realizaremos atividades em equipes, a fim de que percebam, que nem os mitos,
teriam existido e sobrevivido, se cada um, pensasse apenas em si próprio. Este projeto, além de
pretender, formar novos leitores para esse cativante gênero literário, instigar possíveis
escritores e, difundir uma riquíssima herança cultural, guarda em si, a expectativa de
surpreender nossos alunos, conduzindo-os, a uma fascinante viagem, ao mundo encantado da
Mitologia.
Palavras-chave: Mitologia, Literatura, Fantasia, Contexto Social.
Formato do Material Didático: Unidade Didática
Público: Alunos de 9º ano do Ensino Fundamental
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Apresentação:
Esta produção Didático-Pedagógica visa ao estreitamento da relação que, de um modo
geral, os alunos já possuem, cotidianamente, com a Mitologia, mesmo que não se apercebam
disso. Referências Mitológicas fazem parte do mundo atual, é um tema bastante recorrente,
cada vez mais difuso, através de peças publicitárias, de filmes, que remetem a heróis da
mitologia, muitos, batendo recordes de bilheteria, revistas em quadrinhos e livros que
contemplam histórias de deuses, monstros, heróis e afins. Também, as Artes, como um todo,
transitam na esfera fantasiosa dos mitos. A verdade, é que a Mitologia exerce um fascínio, um
tanto quanto inexplicável, mas preponderante, que não lhe permite cair no esquecimento.
Pretende-se, com esta Produção, enveredar nossos alunos nesse mundo fantasioso, que carrega
em si, uma força, que transcende, até mesmo, à passagem do tempo, perpetuando-se e
projetando-se na Modernidade, como referência cultural, absoluta e necessária, àqueles que
reconhecem o seu valor na construção e manutenção do universo, do qual fazemos parte.
Pretendemos conscientizar nossos alunos, de que a fantasia é um valioso recurso para o
enfrentamento da realidade e que as Referências Mitológicas, possuem um potencial intrigante,
misterioso, fascinante, talvez até, encantador... que, também por isso, povoam nosso ambiente
imaginário. Não se trata apenas de histórias contadas e recontadas, ao longo do tempo, mas de
subterfúgios, considerados como verdadeiras relíquias, às quais, os habitantes dessa ilha,
reconhecida como mundo, desde a sua origem, se arraigaram, numa ardente procura, por
explicações, justificativas e principalmente, respostas. O fato é que, sem o apego à mitologia, o
futuro seria incerto, já que, sabidamente, fortaleceram a sociedade, agregando valores aos
indivíduos, numa intensa, feroz até, tentativa de sobreviver.
O mito é uma realidade cultural extremamente complexa, que pode ser abordada e
interpretada em perspectivas múltiplas e complementares... O mito conta uma história
sagrada, relata um acontecimento que teve lugar no tempo primordial, o tempo
fabuloso dos começos... o mito conta, graças aos feitos dos seres sobrenaturais, uma
realidade que passou a existir, quer seja uma realidade total, o Cosmos, quer apenas
um fragmento, uma ilha, uma espécie vegetal, um comportamento humano, é sempre,
portanto, uma narração de uma criação, descreve-se como uma coisa foi produzida,
como tudo começou a existir. (ELIADE, 1964, p.51)
Assim surgiram as narrativas mitológicas, em tempos primórdios, com o intuito de
explicar o que não se compreendia, até mesmo coisas triviais, como os fenômenos
meteorológicos e naturais, como o amanhecer e o anoitecer, a incidência de chuva, o nascer e o
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pôr do sol, as estações do ano, o nascimento, o envelhecimento, a morte, enfim, tudo o que, em
vão, se questionava. Imprimiram ordem ao caos estabelecido pela ausência de regras, de
comando, de respeito, requisitos, inquestionavelmente, indispensáveis, para a vida em
sociedade.
Além da necessária apropriação dos bens culturais representados pelos mitos, como
professoras de língua portuguesa, elegemos como conteúdo específico o gênero Narrativa
mitológica. As narrativas são práticas de discurso, relatos de fatos com foco em algum um
acontecimento, real ou imaginário, que toma a proporção de verdadeira. Elas não se constituem
isoladamente, existe todo um contexto, personagens diversos que interagem na história, num
determinado tempo e espaço.
As Narrativas Mitológicas, em particular, serviam para explicar tudo o que se
apresentava sem resposta, pois havia a necessidade de entender o novo, o inexplorado, enfim, a
origem das coisas e o Mito era o veículo que conduzia a essas justificativas, que eram aceitas
como Verdade, permitindo que a sociedade encontrasse respaldo para o seu modo de viver.
Dessa forma, as habilidades, os poderes extraordinários, dos quais alguns seres eram dotados,
eram descritos através das lendas, como sendo atributos fabulosos, às vezes até divinos, daí,
serem classificados como deuses, heróis, monstros e outras nomenclaturas míticas.
O gênero Narrativa Mitológica é considerado, à priori, oral, uma vez que existe desde os
tempos remotos, em que a escrita, sequer existia. Seu principal emissor é o povo, com ênfase
para os gregos, romanos, egípcios e nórdicos; entretanto, sob uma ótica mais abrangente,
verifica-se a presença mitológica em países diversos, incorporada às mais variadas culturas.
Sendo as Narrativas Míticas dirigidas aos povos que as criaram, esses têm como primordial
função, cumprir o seu papel discursivo e fazer com que se reproduzam, permanecendo vivas,
garantindo esse legado para gerações futuras. A esfera de comunicação desse gênero, é a
literária e seus principais suportes, hoje, são os textos impressos, os recursos audiovisuais e a
multimídia, onde circulam e se mostram cada vez mais recorrentes. Suas características
essenciais são a estética e a beleza. A relação estabelecida entre o produtor das narrativas e o
seu destinatário, quase sempre é afetiva, é o sentimento que impulsiona a criação da história.
Os temas, comumente, versam sobre sensações humanas, como o amor, o ódio, o ciúme, a
inveja, o orgulho, a beleza, a ganância, a coragem, a força, a vaidade e tantos outros atributos
próprios de seres humanos. O valor das Narrativas Mitológicas para a sociedade é imensurável,
pois, reconhecidamente, serviram como suporte aos viventes, sujeitos às pressões, ocasionadas
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pelo que era desconhecido e sem nenhuma explicação, permitiram que os povos estabelecessem
uma relação entre o mundo exterior e a realidade vivida, impregnada de mistérios, medos,
aflições e tantos outros sentimentos que os desestabilizavam. Assim, se não encontrassem
alento nos mitos, a própria existência estaria ameaçada, vítima das indagações que lhes afligia a
alma. Essa importância perdura, mesmo com o passar do tempo, imprimindo marcas na historia
da humanidade e transitando em dias atuais, como admitido reconhecimento e referência ao
patrimônio cultural.
SEQUÊNCIA DIDÁTICA: Narrativas Mitológicas
Áreas de conhecimento: Língua Portuguesa, Literatura, Artes e História.
1. OBJETIVO:
- Identificar o gênero (Narrativas mitológicas);
- Compreender o significado de Mito;
- Compreender a origem dos Mitos;
- Conhecer algumas Narrativas Mitológicas;
- Pesquisar como era a sociedade na época das Narrativas;
- identificar os elementos organizacionais e estruturais das Narrativas Mitológicas;
- Compreender a finalidade dessas Narrativas e o contexto social em que estão inseridas;
- Reconhecer o valor desse Gênero para a sociedade;
- Identificar a presença desse Gênero nos meios de circulação;
- Valorizar a riqueza cultural da Mitologia;
- Sensibilizar-se quanto à necessidade de criação dos Mitos para a sobrevivência humana;
- Identificar a presença da Mitologia no cotidiano;
- Descobrir palavras oriundas da Mitologia;
- Desenvolver habilidades de Leitura, de escrita, contextualização e interpretação;
- Promover a escrita e reescrita de Narrativas Mitológicas;
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- Produzir uma coletânea dessas Narrativas, elaborando um livro;
- Promover a interação, colaboração, relatos de experiências e trabalhos em equipe;
- Incentivar o uso dos Materiais Didáticos existentes na escola e no ambiente familiar;
2. MATERIAIS DIDÁTICOS:
O professor poderá dispor, a princípio, de:
- Livros que contemplem temas Mitológicos, principalmente Narrativas Mitológicas;
- TV multimídia;
- Pendrive;
- DVDs;
- Internet;
- Textos referentes à Mitologia de domínio público;
3. ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS:
Desenvolver a Sequência Didática, com base no Projeto de Intervenção, com o apoio do
material didático destinado à sua aplicação com alunos do 9º ano do Ensino Fundamental no
Instituto Estadual de Educação Dr. Caetano Munhoz da Rocha, na cidade de PARANAGUÁ-
PR.
Apresentação da situação inicial:
Apresentaremos, por meio de leitura, exemplares de Narrativas mitológicas, apontando,
especialmente, o importante papel dos mitos da constituição da humanidade. Nessa etapa,
discutiremos a situação de produção do gênero, ou seja, partiremos de questões como:
Por que os mitos foram criados?
Qual a influência da mitologia nos dias de hoje?
Quais são os mitos modernos?
Quais os mitos conhecidos por vocês?
Produção inicial:
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A partir da apresentação inicial do gênero, solicitaremos a realização de uma primeira
produção escrita, desse gênero, como avaliação diagnóstica, de modo a perceber o
entendimento obtido com a etapa inicial. Faremos a proposta da criação de uma narrativa
mitológica.
Módulos:
Nesta etapa, faremos atividades de reflexão sobre o gênero e também sobre o uso da
língua, de modo a proporcionar melhoria na produção textual, inicialmente efetuada. A
definição final dos módulos, só poderá ser feita, após a análise das primeiras produções dos
alunos, uma vez que as ações desenvolvidas, servirão para sanar problemas detectados nos
textos. Contudo, a priori, delimitamos como principal veio de trabalho, os mecanismo de
intertextualidade, especialmente, com textos midiáticos, para confirmar a inserção da mitologia
em nosso cotidiano. Apelaremos para a leitura de textos e a exibição de filmes e peças
publicitárias.
Acreditamos, que cabe ao professor, o papel de mediador nas atividades, promovendo a
reflexão concernente ao tema (Narrativas mitológicas), no intuito de desenvolver o espírito
crítico, como sujeito competente, na função de compreender e interpretar textos. As DCEs
afirmam que
Para o encaminhamento da prática de leitura, é relevante que o professor realize
atividades, que propiciem a reflexão e discussão, tendo em vista o gênero a ser lido:
do conteúdo temático, da finalidade, dos possíveis interlocutores, das vozes presentes
no discurso e o papel que elas representam, das ideologias apresentadas no texto, da
fonte, dos argumentos elaborados, da intertextualidade. (PARANÁ, 2008, p.74).
Frisamos a importância de propiciar aos alunos, experiências de escrita, com proposições
de recriação das histórias, lidas e assistidas, de modo individual ou em duplas, como forma de
promover o desenvolvimento da comunicação escrita dos alunos. Assim, os módulos têm, para
nós, a função de andaimes, uma vez que propiciam um crescimento orientado aos envolvidos
no processo.
Produção final:
Após as inferências feitas pelo professor, durante os módulos, os alunos farão a produção
final das narrativas. Terminada a etapa de produção dos textos, será realizada a seleção da
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coletânea, para compor o livro. Como ação derradeira, os alunos, conjuntamente, procederão às
ilustrações, partes integrantes do livro, especialmente de sua capa.
Como forma de divulgação, será promovida, no Instituto de educação, local de
implementação do projeto, uma tarde literária, em que os envolvidos no processo, procederão à
leitura de narrativas e exibirão filmes, de caráter mitológico. O evento deverá contar com a
presença dos alunos, da diretora do estabelecimento, dos professores, membros do conselho
escolar e, dentro das possibilidades, pais ou responsáveis pelos alunos.
4. CONTEÚDOS:
Gêneros Textuais:
o Narrativas Mitológicas;
o Artigo jornalístico;
o Música.
5. AVALIAÇÃO:
A avaliação será feita a partir da comparação entre os diversos estágios dos textos dos alunos
para que possamos perceber se houve progresso a partir das aulas dadas.
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UNIDADE DIDÁTICA
MITOS DE ONTEM E DE HOJE:
NARRATIVAS MITOLÓGICAS PARA
O ENSINO DE LÍNGUA
PORTUGUESA
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APRESENTAÇÃO DO PROJETO
O professor explicará aos alunos o objetivo e a meta a ser alcançada, bem como a
importância da participação e o real envolvimento dos mesmos, para a obtenção do êxito
esperado na Implementação do Projeto, elaborado com o essencial propósito de abordar as
Narrativas Mitológicas, como fonte de saber e apreensão da cultura baseada nos Mitos.
A seguir iniciará uma conversação, visando à averiguação prévia do conhecimento que a
turma detém sobre a Mitologia e a sua aplicação na atualidade.
Você já viu a imagem abaixo? Você sabe o que ela representa? Discuta com seus
colegas suas impressões sobre a imagem.
O nome da tela acima é O nascimento de Vênus, de Sandro
Botticelli. Você sabe o que a deusa Vênus representa na mitologia
greco-romana? Discuta com seus colegas com a ajuda de seu
professor.
Agora, conheceremos mais alguns deuses mitológicos:
O Nascimento de Vênus é
uma obra do pintor italiano
Sandro Botticelli. A pintura
mostra a Vênus surgindo nua
de uma concha sobre as
espumas do mar. A obra
ainda apresenta Zéfiro, o
vento do Oeste, assoprando
na direção da deusa,
acompanhado pela ninfa
Clóris. À direita de Vênus,
há uma Hora (deusas das
estações) que lhe entrega um
manto com flores bordadas.
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GENEALOGIA DOS DEUSES - O SURGIMENTO DOS DEUSES
Para os gregos, não foram os deuses que criaram o Universo, e sim o Universo que os criou.
No princípio era o Caos (fenda), que gerou Géia, ou Gêia (a Terra), que, por sua vez,
espontaneamente, gerou Pontos (o mar) e Urano (o céu).
A união entre Géia e Pontos gerou as antigas divindades marítimas, praticamente
personificadas em Nereu, o velho do mar, que podia assumir todas as formas, diluir-se e
desmanchar-se na água. Nereu é representado como um ancião de barba branca e corpo de
peixe.
Géia e Urano também se uniram, deles surgindo os Titãs (Oceano, Coeus, Crius, Hyperion,
Japetus e Crono) e as Titânidas (Tétis, Phoebe, Mnemósine, Théia, Themis e Réia). Os irmãos
uniram-se às irmãs, gerando uma série de divindades.
Por escolha de Géia, coube a Crono destronar o pai, Urano, que o fez com uma foice de ferro,
metal gerado por Géia. Crono castrou Urano, atirando ao mar a bolsa escrotal e o pênis, os
quais provocaram uma onda de espuma manchada de sangue, dando origem ao nascimento de
Afrodite.
Crono, por sua vez, foi destronado por Zeus, um dos filhos de sua união com Réia. Crono temia
ser destituído como o pai, por isso, devorava seus filhos. Mas, quando do nascimento de Zeus,
Réia enganou Crono, dando-lhe uma pedra, envolta em cueiros, e entregando, às ocultas, a
criança, aos cuidados da ninfa Adrastéia, que o alimentou de mel e do leite da cabra Amaltéia.
Zeus chegou rapidamente à idade viril e, com a ajuda de Géia, derrubou Crono, forçando-o, a
ingerir um remédio de mostarda e sal; Crono regurgitou primeiro a pedra, (Zeus), depois, os
demais filhos (Héstia, Hades, Posêidon, Hera e Deméter). Zeus e os deuses mais jovens
combateram os Titãs nas planícies da Tessália e se apossaram do Monte Olimpo, que passou a
ser a morada dos deuses. Na mitologia romana, Crono é Saturno.
O encadeamento dessa sucessão de divindades tem, como uma de suas explicações, a própria
história da Grécia, cujos habitantes primitivos, os pelasgos, sofreram as invasões dos aqueus,
eólios, jônios e dórios, tribos de origem hindu- europeia, ou ariana, que penetraram e se
fixaram na Grécia entre os séculos 20 e 12, antes de Cristo. Esses povos invasores fundiram
seus mitos e lendas, aos dos povos conquistados, daí resultando, as diversas versões em torno
da origem dos deuses, bem como, a variação dos padroeiros das cidades e regiões.
Principais deuses:
AFRODITE Deusa da beleza e do amor, nascida da espuma das ondas do mar. É a mais
bela deusa do Olimpo; foi cortejada por todos os deuses, inclusive por Zeus, a
quem, recusou. Em vingança, este, lhe deu, em casamento, para Hefesto, o
mais feio dos imortais. Ao surpreendê-la no leito, com o amante, Hefesto
prendeu-os, numa rede invisível e inquebrável, para exibir a traição aos outros
deuses do Olimpo.
APOLO Deus da luz e da beleza, filho de Zeus com Leto e irmão de Ártemis. Tinha o
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dom da predição e da cura. É o mais belo dos deuses, alto, famoso, por seus cabelos negros
encaracolados, com reflexos azulados. Conheceu inúmeros amores, mas pouquíssimos, foram
correspondidos.
ARES Deus da guerra, que se rejubila com o sangue e a carnificina. Em volta dele,
há três demônios, que lhe servem como escudeiros: Deimos (Temor), Fobos
(Terror) e Éris (Discórdia).
ÁRTEMIS Deusa do nascimento. É a réplica feminina de Apolo. Como ele, está armada
com um arco. Ártemis permaneceu eternamente virgem; passava seu tempo na
caça, percorrendo as montanhas, acompanhada de seus cães.
ATENA Deusa da guerra, nasceu nas margens do lago Tritônis, na Líbia. É engenhosa,
protege as fiandeiras, os tecelões e as bordadeiras. Inventou o carro de
combate e ensinou o homem a extrair azeite das azeitonas.
DEMETÉR Deusa da fertilidade. Teve uma filha com Zeus, Perséfone, que Hades raptou e
levou para seu reino. Inconsolada, Demetér saiu à procura da filha, vagando
pela Terra, durante nove dias e nove noites. No décimo dia, o Sol revelou-lhe, o autor do rapto.
Deméter decidiu não voltar ao Olimpo, enquanto sua filha não fosse devolvida. Zeus, então,
decidiu que ela ficaria durante um ano e seis meses, com a mãe (verão e primavera) e seis
meses, com Hades (inverno e outono).
DIONÍSIO Era um dos deuses mais populares. Conhecido em Roma como Baco, foi
caracterizado de duas maneiras: na primeira, como o deus do vinho, da
vegetação e da fertilidade e, também, padroeiro do teatro; na segunda, como o
iniciador do êxtase místico, resultante da entrega do corpo às substâncias inebriantes, com
ênfase, para as bebidas alcoólicas. Assim, era o inspirador de cultos relacionados à orgia.
Dionísio era filho de Zeus com Sêmele, uma bela mortal, a quem Dionísio prometera satisfazer
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todos os desejos. Sêmele pediu para ver Zeus, em toda a sua majestade, mas os raios luminosos,
procedentes dessa visão, carbonizaram-na. Como estava esperando Dionísio, ela e o filho em
gestação, foram para o Hades, (mundo subterrâneo) de onde Zeus, o resgatou, levando-o para o
Olimpo, costurando-o em sua coxa, da qual foi retirado ao completar a gestação. Há outra
versão, em que Dionísio, seria filho de Perséfone, deusa do mundo subterrâneo.
HADES Dominava o mundo subterrâneo. Embora seja conhecido como o deus dos
mortos, era também chamado de Pluto, o deus das riquezas contidas no
subsolo. Sombrio e sinistro, raramente visitava a Terra. Possuía um capacete,
ou elmo, que tornava qualquer um, invisível. Costuma ser representado num
carro de ouro, com a cornucópia da abundância nas mãos. Sua mulher era
Perséfone, filha de Zeus e da irmã de ambos, Deméter.
HEFESTO Deus do fogo, residia no interior dos vulcões, especialmente no Etna, onde,
em sua oficina, forja o ferro incandescente. Filho de Hera, mestre das artes da
forja e do trabalho com metais, era o ferreiro dos deuses. Criou para eles, magníficas obras: as
flechas de Apolo, a couraça de Héracles, o escudo de Aquiles e outras coisas.
HERA Deusa do casamento, simbolizava a grandeza e a soberania maternal. Casou-se
com seu irmão Zeus, e essa união tornou-se, apesar das infidelidades e disputas, o modelo do
casamento humano.
HERMES Conhecido como o mensageiro dos deuses, era filho de Zeus com a ninfa
Maia, filha de Atlas, neta dos titãs Oceano e Tétis; Zeus possuiu Maia na
calada da noite, enquanto Hera dormia e Hermes nasceu pela manhã. Foi o
deus dos pastores, viajantes por via terrestre, mercadores, pesos e medidas,
atletas e ladrões; venerado pela astúcia e sagacidade, inspirava também a literatura e a oratória.
Ainda se dedicava à música, sendo o inventor da lira e da flauta; no campo esportivo, era
considerado o criador do pedestrianismo e do pugilismo. Como mensageiro dos deuses, guiava
as almas dos mortos para o mundo subterrâneo. Também estava associado, com a transmissão
dos sonhos aos mortais. Hermes é representado por um jovem bonito, de porte atlético, com
sandálias e capacete alados, portando o caduceu, símbolo dos plenos poderes, como executor
das ordens de Zeus e do seu caráter conciliador. Em Roma, era venerado como Mercúrio.
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PERSÉFONE ou CORE (aquela que provoca a destruição).
Filha de Zeus e Deméter, tornou-se rainha dos infernos, ao desposar seu tio
Hades, que a raptara e a transportara aos infernos. Sua mãe procurou-a durante
nove dias e nove noites e, ao saber — por Hélios — o nome do raptor,
provocou a fome sobre a terra. Zeus confiou, então, a Hermes, a missão de
trazer Perséfone de volta para a mãe, desde que, durante sua estada nos
infernos, não tivesse comido o alimento dos mortos. Hades, apressou-se a dar à esposa algumas
sementes de romã, no intuito de mantê-la junto a si. Mas, teve de aceitar um compromisso,
simbolizando o ciclo das estações do ano: Perséfone ficaria, durante seis meses no inferno e os
outros seis meses, passaria na Terra, com Deméter. Perséfone foi associada ao culto e aos
mistérios de Deméter.
POSÊIDON Deus grego dos mares, Marido de Anfitrite, tinha um palácio no fundo do mar,
onde governava tudo, com um simples movimento de seu tridente.
ZEUS Principal Deus do Olimpo. Depois de salvo por sua mãe, Réia, cresceu numa
caverna em Creta, amamentado pela cabra Amaltéia. Em um ano, tornou-se o
mais forte dos deuses, destronando seu pai, Crono. Zeus tornou-se, pouco a
pouco, o deus que fazia reinar a ordem, a sabedoria e a justiça sobre o mundo.
Embora os mitos gregos, lhe atribuíssem todas as fraquezas e, particularmente, inúmeras
aventuras amorosas, Zeus era também, o salvador, que protegia as famílias, as cidades e a
própria comunidade helênica. Inúmeros santuários foram-lhe consagrados, sendo os mais
venerados, o de Dodona, no Epiro, e o de Olímpia.
Relacionar os deuses às respectivas peculiaridades:
1- Afrodite
2- Apolo
3- Ares
4- Ártemis
5- Atena
6- Demetér
7- Dionísio
8- Hades
9- Hefesto
10- Hera
11- Hermes
12- Perséfone ou Core
13- Posêidon
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14- Zeus
( ) Conhecida como aquela que provoca a destruição.
( ) Deusa da fertilidade. Mãe de Perséfone.
( ) Deus da luz e da beleza. Tinha o dom da predição e da cura.
( ) Deus grego dos mares. Tinha um palácio no fundo do mar.
( ) Deus do fogo. Residia no interior dos vulcões.
( ) Deus da guerra que se alegra com o sangue e a carnificina.
( ) Era um dos deuses mais populares, conhecido em Roma como Baco.
( ) Deusa do casamento. Simbolizava a grandeza e a soberania maternal.
( ) Deusa da beleza e do amor. Nascida da espuma das ondas do mar.
( ) Dominava o mundo subterrâneo. Era conhecido como o deus dos mortos.
( ) Mensageiro dos deuses. Guiava a alma dos mortos para o mundo subterrâneo.
( ) Deusa do nascimento. Réplica feminina de Apolo. Permaneceu eternamente virgem.
( ) Deusa da guerra. Protege as fiandeiras, os tecelões e as bordadeiras.
( ) Principal deus do Olimpo.Cresceu em uma caverna e foi amamentado pela cabra
Amaltéia.
ÁRVORE GENEALÓGICA DOS DEUSES GREGOS:
Fontes de Pesquisa:
Julien, Nadia. Minidicionário compacto de mitologia. 1.ed. São Paulo: Rideel, 2002.
Revista: Mitologia Grega, ano 1, nº 10 da Editora Artes Antigas.
http://greek.hp.vilabol.uol.com.br/arvore.htm
http://www.nomismatike.hpg.ig.com.br/Mitologia/MitoGrega.html
http://www.geocities.com/Athens/Styx/7920/
http://greek.hp.vilabol.uol.com.br/origem.htm
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PARA REFLETIR:
1. Os deuses eram seres sobrenaturais, cultuados pelos povos gregos e romanos. Contudo,
as características a eles atribuídas eram humanas. Você consegue selecionar quais as
características humanas, atribuídas aos deuses?
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
2. Questões para serem respondidas oralmente:
Você já conhecia dos deuses apresentados acima? Quais? De onde os conhecia?
Quais chamaram mais a sua atenção? Por quê?
Como você enxergava a Mitologia? O que você aprendeu até agora, mudou o seu
ponto de vista? De que forma?
Seria capaz de reconhecer as características do gênero Narrativas Mitológicas se estas
fossem dispostas com outro tipo de Narrativas? Cite algumas.
Após conhecermos um pouco mais sobre os deuses mitológicos, leremos algumas narrativas:
Colega professor:
- Permitir que os alunos se expressem e
intermediar quando necessário.
- Anotar no quadro negro possíveis intervenções
e esclarecimentos sobre dúvidas e outras
hipóteses.
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ECO E NARCISO
Eco era uma bela ninfa, amante dos bosques e dos montes, onde se dedicava à
distrações campestres. Era a favorita de Diana e acompanhava-a em suas caçadas. Tinha
um defeito, porém: falava demais e, em qualquer conversa ou discussão, queria sempre,
dizer a última palavra.
Certo dia, Juno saiu à procura do marido, de quem desconfiava, com razão, que
estivesse se divertindo entre as ninfas. Eco, com sua conversa, conseguiu entreter a deusa,
até as ninfas fugirem.
Percebendo isto, Juno condenou-a com estas palavras:
- Só conservarás o uso dessa língua, com que me iludiste ,para uma coisa de que gostas
tanto: responder. Continuarás a dizer a última palavra, mas não poderás falar, em
primeiro lugar.
A ninfa viu Narciso, um belo jovem, que perseguia a caça na montanha. Apaixonou-se
por ele e seguiu-lhe os passos. Como desejava dirigir-lhe a palavra, dizer-lhe frases gentis
e conquistar-lhe o afeto! Entretanto, isso estava fora de seu poder.Assim, esperou, com
impaciência, que ele falasse primeiro, a fim de que pudesse responder.
Certo dia, o jovem, tendo- se separado dos companheiros, gritou bem alto:
-Há alguém aqui?
- Aqui - respondeu Eco.
Narciso olhou em torno e, não vendo ninguém, gritou:
- Vem!
- Vem! - respondeu Eco.
- Por que foges de mim? - perguntou Narciso
Eco respondeu com a mesma pergunta.
- Vamos nos juntar - disse o jovem.
A donzela repetiu, com todo o ardor, as mesmas palavras e correu para junto de
Narciso, pronta a se lançar em seus braços.
Eco e Narciso
Nicolas Poussin– 1628
Museu do Louvre
Óleo sobre tela
Paris – França
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- Afasta-te! - exclamou o jovem, recuando _ Prefiro morrer a te deixar possuir-me.
- Possuir-me - disse Eco.
Mas, foi tudo em vão. Narciso fugiu e ela foi esconder sua vergonha no recesso dos
bosques. Daquele dia em diante, passou a viver nas cavernas e entre os rochedos das
montanhas. De pesar, seu corpo definhou, até que as carnes desapareceram inteiramente.
Os ossos transformaram-se em rochedos. Nada mais restou dela, além da voz. Assim, ela
continua, ainda, disposta a responder a quem quer que a chame, conservando o velho
hábito, de dizer a última palavra.
A crueldade de Narciso, nesse caso, não constituiu uma exceção. Ele desprezou todas
as ninfas, como havia desprezado, a pobre Eco. Certo dia uma donzela, que tentara em
vão, atraí-lo, implorou aos deuses que ele, algum dia soubesse o que é amar e não ser
correspondido.
A deusa da vingança (Nêmesis) ouviu aquela prece e resolveu atendê-la.
Havia uma fonte clara, cuja água parecia de prata, à qual os pastores, jamais levavam
os rebanhos, nem as cabras monteses, frequentavam, nem qualquer um dos animais da
floresta. Também não era a água, enfeada por folhas ou galhos caídos das árvores; a relva
crescia viçosa em torno dela, e os rochedos a abrigavam do sol. Ali, chegou um dia
Narciso, fatigado da caça e, sentindo muito calor e muita sede, debruçou-se para
desalterar-se. Viu a própria imagem refletida e pensou que fosse algum belo espírito das
águas, que ali vivesse. Ficou olhando com admiração para os olhos brilhantes, para os
cabelos anelados como os de Baco ou de Apolo, o rosto oval, o pescoço de marfim, os
lábios entreabertos, o aspecto saudável e animado do conjunto.
Apaixonou-se, por si mesmo. Baixou os lábios, para dar um beijo e mergulhou os
braços na água, para abraçar a bela imagem. Esta fugiu com o contato, mas voltou um
momento depois, renovando a fascinação. Narciso, não pode mais conter-se. Esqueceu
completamente, da ideia de alimentar-se e repousar, enquanto se debruçava sobre a fonte,
para contemplar a própria imagem.
- Por que, desprezas-me, belo ser? - perguntou ao suposto espírito.
- Meu rosto, não pode causar-te repugnância. As ninfas me amam e tu mesmo, não
parece olhar-me com indiferença. Quando estendo os braços, fazes o mesmo, e sorris
quando te sorrio, e respondes com acenos aos meus acenos!
Suas lágrimas caíram na água, turvando a imagem. E, ao vê-la partir, Narciso
exclamou:
- Fica, peço-te! Deixa-me, pelo menos, olhar-te, já que não posso tocar-te.
Com estas palavras e muitas outras semelhantes, atiçava a chama que o consumia. E,
assim, pouco a pouco, foi perdendo as cores, o vigor e a beleza que tanto encantaram a
ninfa Eco, que permanecia perto dele, contudo. Quando Narciso gritava: "Ai, ai", ela
respondia com as mesmas palavras: “Ai, ai”. O jovem, depauperado, morreu. E, quando
sua sombra atravessou o Estige, debruçou-se sobre o barco, para avistar-se na água.
As ninfas choraram-no, especialmente as ninfas da água. E, quando esmurravam o
peito, Eco fazia o mesmo. Prepararam uma pira funerária e teriam cremado o corpo, se o
tivessem encontrado. No seu lugar, porém, só foi encontrada uma flor roxa, rodeada de
folhas brancas, que tem como nome “Narciso” e conserva a sua memória.
A lenda: Eco e Narciso – Do livro: O livro de Ouro da Mitologia – de Thomas Bulfinch –
pg. 123-126. Versão para impressão disponível em: http://ecletico.blogspot.com/2004/04/lenda-
de-narciso.html
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LENDO O TEXTO
1. Você consegue relacionar com esta história, alguns hábitos humanos, na atualidade?
Cite:
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2. Identifique na personagem ECO uma (s) característica (s) ou (virtudes/ defeitos)
comumente encontrado (s) em pessoas.
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3. Será que a busca do corpo perfeito, a qualquer preço, não nos remete à história de
Narciso, que se adorava, fisicamente? O que você pensa sobre isso?
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4. A história nos leva a pensar em posicionamentos particulares. Narciso desprezava todas
as moças, por julgar-se superior a elas. Para ele, somente a beleza era fundamental. Será que,
às vezes, não pensamos dessa forma? Comente.
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TEXTOS EM REDE
Agora, vamos ler uma reportagem publicada na revista Capricho:
Selfie: liberdade de expressão ou mal do século?
Acesso: http://capricho.abril.com.br/vida-real/selfie-liberdade-expressao-ou-mal-seculo-
807723.shtml
Colega professor:
Sugerimos que a leitura do texto seja feita na sala de informática
da escola, uma vez que a reportagem está em um suporte virtual.
Ressaltamos a importância de levar o texto em seu suporte original
devido às características específicas do gênero.
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1. O texto que lemos é uma reportagem retirada da revista Capricho, publicação mensal
destinada ao público adolescente. Qual a relação que podemos fazer sobre o mito de
Narciso e Eco e o artigo Selfie: liberdade de expressão ou mal do século?
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2. Na reportagem lida, há a seguinte pergunta: “A tecnologia nos transformou em reféns
da necessidade que sentimos de alimentar diariamente, com pelo menos uma foto,
as redes sociais. O fato de muitos jovens ficarem famosos através do Instagram também
reforça esse comportamento. Mas até que ponto essa exposição é saudável?” Como você
a responderia?
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3. A vontade de aparecer é maior do que a preservação da autoimagem? Se sim, reflita: em
quais momentos você constata isso na sua vida?
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4. O primeiro texto que lemos trata-se de uma narrativa mitológica. Já o segundo, é um
artigo de revista. A partir da comparação entre os dois textos, responda às seguintes
questões:
Narrativa mitológica Reportagem de revista
Autor
Suporte de fixação do texto
Objetivo do autor
Leitor do texto
5. No artigo, em diversas oportunidades, temos trechos atribuídos ao “Dr. Elídio Almeida,
psicólogo e especialista em análise comportamental”. Qual o sentido de trazer um
especialista para “falar” em uma reportagem? Por que isso não ocorre na narrativa
mitológica?
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DÉDALO e ÍCARO
Dédalo (pai) e Ícaro (filho) foram condenados por Zeus e
exilados na Ilha de Creta. Foi assim: Dédalo pai, renomado
inventor e discípulo de Hermes (o deus mensageiro), realizava
seu trabalho em Atenas, até que, certo dia, começou a temer que
seu ajudante e sobrinho, Talo, lhe sobrepujasse no ofício.
Enciumado, Dédalo atirou o jovem do alto da Acrópole,
matando-o.
Por esse crime, Dédalo foi condenado ao exílio,
juntamente com seu filho Ícaro, partindo para a ilha de Creta,
reino de Minos, onde realizou muitas obras, sendo a mais
célebre, o Labirinto, onde fora confinado, o Minotauro. Os dois
ali permaneceram encarcerados e sem alternativa de fuga até
que Dédalo fabricou dois pares de asas artificiais, amarrando as
penas caídas das gaivotas que sobrevoavam o labirinto e
colando-as, a seguir, com grossa camada de cera de abelhas.
Alçaram voo juntos, deixando o cárcere para trás; Ícaro, porém,
empolgado com o fato de conseguir voar, esqueceu-se da
A queda de Ícaro, de Pietro Paulo
Rubens (1636-8)
Acrópole significa
cidade alta, construída em
um penhasco. O Parthenon
está situado na acrópole, na
cidade de Atenas, Grécia.
21
recomendação prévia do pai, ou seja, de não voar tão rente ao
sol, pois o calor derreteria a cera ao aproximar-se em demasia
do sol, nem tão rente ao mar, pois a umidade deixaria as asas
mais pesadas, levando-o a cair no mar. Inebriado pela sensação
das alturas, cada vez mais o jovem Ícaro se acercava do sol, até
que, a cera que fixava as asas, começou a se derreter e Ícaro
despencou dos céus ao mar Egeu, morrendo afogado.
LENDO O TEXTO
1. Muitas narrativas mitológicas tinham um certo tom moralizante, algo como a “moral da
história”. Após ler sobre o mito de Dédalo e Ícaro, o que você acha que a narrativa
deseja ensinar?
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2. Os textos narrativos possuem uma estrutura mais ou menos fixa. Com relação às duas
narrativas mitológicas lidas (Eco e Narciso e Dédalo e Ícaro), preencha o seguinte
quadro:
Eco e Narciso Dédalo e Ícaro
Personagens
Lugar
Tempo
Enredo
Após preencher o quadro acima, vejamos o seguinte esquema:
Estrutura narrativa1
1 ADAM, J.M. A linguística textual: introdução à análise textual dos discursos. São Paulo: Cortez, 2008.
Situalçao inicial
Nó
Ação ou avaliação
Desenlace Situação final
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3. O nó em uma narrativa pode ser entendido como um evento que retira os personagens da
estabilidade da situação inicial. Nas duas narrativas lidas, quais os nós encontrados? Como a
mudança situação é marcada linguisticamente?
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TEXTOS EM REDE
Vamos agora ler o texto O Sonho de Ícaro e a Conquista Espacial que ratifica o desejo humano
de alçar voo e conquistar o espaço. O texto refere-se, à lenda de Dédalo e Ícaro, agregando
alguns detalhes não mencionados na narrativa anteriormente lida e ainda, reporta a três
principais marcos da História Espacial: o lançamento do primeiro satélite artificial; a ida do
primeiro ser vivo ao espaço e a ida do primeiro homem ao espaço.
INTERTEXTUALIDADE
Ocorre quando, em um texto, está inserido outro texto (intertexto)
anteriormente produzido, que faz parte da memória social de uma
coletividade ou da memória discursiva dos interlocutores. Isto é, em se
tratando de intertextualidade, é necessário que o texto remeta a
outros textos ou fragmentos de textos efetivamente produzidos, com
os quais estabelece algum tipo de relação.
KOCH, I.; BENTES, A. C.; CAVALCANTE, M.M. Intertextualidade:
diálogos possíveis. São Paulo: Cortez, 2007.
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Para ter acesso ao texto:
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=39016
Após lermos o texto O Sonho de Ícaro e a Conquista Espacial, conseguimos perceber a
estratégia da intertextualidade ocorrendo. Aponte o trecho em que podemos perceber a
retomada do texto mitológico. Por que você acredita que o autor do texto fez uso desse recurso?
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Agora você ouvirá a música Sonho de Ícaro de autoria de Pisca e Cláudio Rabello e
interpretada por Byafra.
O professor acessará o link abaixo, para que os alunos possam assistir à apresentação da
música:
http://youtu.be/eg6quvqQm0g
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=39016
Você deve ter percebido que, mesmo a música se chamando “Sonho de Ícaro”, não há
referência explícita que justifique este nome. Em quais versos se constata, na letra da música,
tratar-se, realmente, da lenda de Dédalo e Ícaro? Transcreva-os.
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Na música também há intertextualidade, embora de modo diferente daquela apresentada no
texto O Sonho de Ícaro e a Conquista Espacial. Qual a diferença entre as duas formas de
construção da intertextualidade?
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TECENDO O TEXTO
Ícaro, ao desobedecer os conselhos de seu pai, morre afogado. Você conhece alguém que, após
não obedecer aos avisos dos mais velhos, passou por alguma situação difícil?
Vamos agora produzir uma narrativa em que o personagem principal tenha vivido uma
experiência como essa. Seu texto, após passar por revisões, será exposto em um mural para que
outros colegas possam vê-lo.
24
ÉROS e PSIQUÊ
Eros é o deus do amor, filho de Afrodite. Afrodite se queixava que seu filho era sempre
uma criança, e Métis, a deusa da prudência, disse que o motivo era a solidão de Eros, e ele
haveria de crescer se tivesse um irmão. Nasceu então Anteros, o deus da ordem, e Eros
começou a se desenvolver.
Psique, ou Psiquê, era uma princesa e tinha duas irmãs mais velhas, já casadas.
Embora Psique tivesse uma beleza extraordinária, que era venerada por todos, nunca havia
recebido nenhum pedido de casamento. Isso acontecia porque os humanos começaram a
venerar Psique no lugar de Afrodite, o que despertou a ira da deusa. A falta de pretendentes
era um “efeito colateral” dessa ira.
Psiquê sendo resgatada por Eros, William
Bouguereau, "L'enlèvement de Psyché"
25
Afrodite, furiosa, mandou seu filho Eros castigar Psiquê, fazendo-a se apaixonar por
algum ser baixo e monstruoso. Ao ser ferida por uma flecha, enquanto dormia, Psiquê acordou
de repente, fazendo Eros – invisível no momento – se atrapalhar com as outras flechas e ferir a
si mesmo.
Os pais de Psiquê, preocupados, consultaram o oráculo de Apolo, e obtiveram a
seguinte resposta:
- A virgem não se destina a ser esposa de um amante mortal. Seu futuro marido a
espera no alto da montanha. É um monstro a quem, nem os deuses nem os homens podem
resistir.
O rei e a rainha ficaram desolados com a predição, mas Psiquê disse que, se aquele era
mesmo seu destino, ela deveria aceitá-lo e pediu que a levassem até a montanha. Depois que
seus pais e irmãs a deixaram ali, tremendo de medo e com lágrimas nos olhos, o vento Zéfiro
levou-a para um vale florido, no topo da montanha, onde Psique se deitou e dormiu. Ao
acordar, avistou um bosque e, logo atrás, um palácio tão magnífico, que só poderia ser a
morada de algum deus. Admirada, Psiquê entrou no palácio, que era ainda mais majestoso e
rico, por dentro. Lá, uma voz, sem corpo, a avisou de que tudo aquilo, a pertencia e que,
enquanto lá vivesse, seria servida por criados invisíveis. E assim, ocorreu durante um tempo.
Psiquê ainda não vira o marido a que estava destinada, pois ele vinha para o palácio à noite e
saía antes do amanhecer, não permitindo, que ela o visse. Suas irmãs, com quem ela havia se
encontrado, depois de insistir e se queixar de solidão, a encheram de desconfianças, sobre ele.
Contaram que os habitantes do vale diziam que Pisquê estava casada com uma terrível
serpente, que a alimentava cada vez mais, para devorá-la depois. Então, impressionada, ela
pegou uma lâmpada e uma faca, determinada a matar o “monstro”, enquanto ele dormia. Mas,
ao ver que seu marido, era um deus encantador, Psiquê, deixou cair da lâmpada, uma gota de
óleo quente, no ombro do deus, que abriu os olhos e, assustado e voou pela janela. Psiquê
tentou segui-lo, mas....
Psique – Wikipedia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Psiqu%C3%AA
BULFINCH, Thomas: “O Livro de Ouro da Mitologia”
TECENDO O TEXTO
A narrativa acima tem como nó desconfiança de Psique em relação a Éros, sentimento
motivado pela inveja de suas irmãs e de Afrodite. No texto acima, ocultamos o desfecho da
narrativa, ou seja, retiramos o final. Como você terminaria o texto? O que aconteceria com
Psiquê? Éros perdoaria a desconfiança da esposa?
Agora é sua hora de ser autor! Depois de fazer a atividade, o professor pedirá para que todos os
alunos leiam seus finais para que faça uma votação do melhor desfecho da turma.
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REDE DE TEXTOS
Faremos agora a leitura do resumo do livro Otelo, o mouro de Veneza, de Shakespeare.
OTELO, O MOURO DE VENEZA
Acesso em:
http://www.sosestudante.com/resumos-o/otelo.html
Após lermos as duas narrativas, qual relação podemos estabelecer entre os textos?
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Professor,
Após fazer a votação do melhor desfecho para a
narrativa de Éros e Psiquê, apresente aos alunos o
desfecho encontrado em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Psiqu%C3%AA.
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Os 12 Trabalhos de Hércules
Alcmena era esposa de Anfitrião. Quando seu marido estava na guerra, Zeus tomou a sua forma
para fazer amor com Alcmena. Anfitrião desconfiou da infidelidade da esposa, e no fim, Zeus
esclareceu-lhe tudo. Mas, surpreendentemente, Anfitrião ficou contente e honrado com a
presença do deus em sua casa. A partir daí, o termo anfitrião passou a ter o sentido de "aquele
que recebe em casa". Daquela noite de amor nasceu o semi-deus Hércules (ou Héracles, em
grego).
O nascimento de Hércules provocou a ira de Hera, a ciumenta esposa oficial de Zeus, que
mandou duas serpentes matarem o recém-nascido fruto do adultério. Este, porém, sem grande
esforço, estrangulou as cobras, mostrando desde cedo possuir uma força descomunal. Hércules
cresceu, mas Hera continuou a persegui-lo e usou seus poderes para provocar um acesso de
loucura no herói, que acabou matando a própria esposa, Mégara, e os filhos, ateando fogo na
própria casa. Quando Hércules recuperou a razão, procurou o Oráculo de Delfos - o mais
famoso templo de consulta às divindades gregas - para buscar orientação sobre como enfrentar
a tragédia.
O Oráculo mandou-o se entregar em servidão a Euristeus, rei da cidade de Micenas, que
ordenou a realização das 12 famosas tarefas. Os 12 trabalhos foram realizados para que
Hércules se redimisse das mortes que cometeu.
Conheça as 12 tarefas colossais realizados pelo herói.
1. O LEÃO DE NEMÉIA
Um gigantesco leão aterrorizava a população da região de Neméia, assustando e matando gado
e pessoas. Como o animal se entocava em uma caverna com duas saídas, era muito difícil
aproximar-se dele. Os caçadores da região pediram ajuda ao rei Euristeu, pois o animal havia se
revelado invulnerável às suas armas. O rei enviou Hércules para aquele que seria o seu primeiro
trabalho: exterminar o leão de Neméia. O herói fechou uma das saídas da caverna, obrigando o
animal a abandoná-la pelo outro lado. Hércules, que o aguardava, desferiu-lhe um violento
golpe com sua clava e ao perceber que o animal ficara tonto, em rápida ação, montou sobre ele
e o estrangulou até a morte. Hércules decepou uma das garras do leão e com ela conseguiu
arrancar a dura pele o animal, passando a usar o seu resistente couro como uma capa protetora.
2. A HIDRA DE LERNA
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A Hidra de Lerna era uma serpente colossal que amedrontava a região de Lerna, no
Peloponeso, destruindo rebanhos e plantações. A Hidra possuia nove cabeças, sendo que a do
meio era imortal. Hércules planejou livrar-se dela degolando as suas cabeças, mas cada vez que
ele decepava uma, duas nasciam no lugar. Para levar a termo o seu trabalho, ele contou com a
ajuda de seu fiel amigo Iolaus. Para evitar o contínuo ressurgimento, Hércules as decepava e
Iolaus cauterizava com fogo o local impedindo o aparecimento das novas cabeças. Após
eliminar todas as mortais, Hércules levantou um enorme rochedo para enterrar a cabeça
imortal, quando Hera mandou um enorme caranguejo para impedí-lo, mas o herói apenas o
esmagou com um dos pés e conseguiu concluir o seu trabalho. Iolaus ateou fogo ao reduto do
monstro queimando seus restos, evitando assim que ela pudesse ressurgir. Por fim, Hércules
banhou suas flechas no sangue da Hidra para que ficassem envenenadas.
3 - JAVALI DE ERIMANTO
Um javali aterrorizava as vizinhanças do monte Erimanto. Enorme e feroz, ele matava quem
cruzasse seu caminho. A tarefa era capturá-lo vivo. Ao fatigá-lo após persegui-lo durante horas,
o animal foi cercado e dominado por Hércules. Euristeu, ao ver o animal no ombro do herói,
teve tamanho medo que foi se esconder dentro de uma ânfora de bronze.
4 - CORÇA CERINÉIA
Alcançou correndo a Corça de Cerínia, um animal lendário, com chifres de ouro e pés de
bronze. A corça, que corria com assombrosa rapidez e nunca se cansava, era Taígete, ninfa que
foi transformada no animal por Ártemis, para fugir da perseguição de Zeus. Como ela tinha
uma velocidade insuperável, Hércules a perseguiu incansavelmente durante um ano até que um
dia, exausta, a corça parou para beber água num riacho, foi quando Hércules aproveitou a
oportunidade e lançou uma flechada certeira que atingiu a corça na pata dianteira. Berrando de
alegria, finalmente aprisionou-a e estava levando-a para Euristeu quando se encontrou com
Ártemis, que estava muito zangada e ameaçou matá-lo pelo atrevimento em capturar o animal
que lhe era consagrado; mas o herói explicou que foi obrigado a fazer isso, botando toda a
culpa em Euristeu, então a deusa concordou em deixar Hércules levar o animal, com a condição
que Euristeu o libertasse logo que o tivesse visto.
5 - AVES DO ESTÍNFALE
Tratava-se de um pântano, que estava sendo assolado por aves negras que possuíam asas, garras
e bicos de ferro. O herói, primeiramente usou um címbalo (antigo instrumento de música) para
atraí-las e começou a tocá-los, e imediatamente inúmeras aves surgiram acima do pântano,
bloqueando a luz do sol, transformando o dia em noite. Então Hércules, acendeu uma tocha e
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chamou a atenção das aves, que começaram a descer violentamente contra ele, então o herói
pôde atingir várias delas com suas flechas venenosas e espantar as restantes para países
longíquos.
6 - CAVALARIÇAS DE ÁUGIAS
Áugias, rei da Élida, tinha grandes rebanhos de cavalos mas não cuidava de seus estábulos, que
acumularam uma colossal quantidade de estrume ao longo dos anos, que exalavam um cheiro
mortal. Hércules conseguiu lavá-los num só dia, usando a água de dois rios, cujo cursos
desviou com sua força.
7 - TOURO DE CRETA
Poseidon, o senhor das águas, ofereceu a Minos, rei da ilha de Creta, um belíssimo touro
branco, o qual se tornou furioso porque o rei não o ofereceu em sacrifício ao deus. O touro
devastava os campos da região e Hércules foi até lá para dominá-lo. Após controlar o touro,
Hércules não só capturou-o como, montado no animal, levou-o até Euristeu.
8 - ÉGUAS DE DIOMEDES
Desta vez Hércules deveria ir até Diomedes, filho de Ares e rei da Trácia, para domesticar seus
terríveis cavalos carnívoros que soltavam fogo pela boca. Como todo filho de Ares, Diomedes
era um homem cruel, e tinha como principal diversão, lançar qualquer estrangeiro para servir
de alimento aos seus cavalos, mas para Hércules isto nada representava. O herói seguiu em
direção a Trácia, chegando lá procurou por Diomedes, que de imediato lançou os cavalos
contra Hércules, mas ele capturou os animais e, notando que estavam famintos, serviu-lhes
Diomedes como refeição.
9 - CINTO DE HIPÓLITA
Hipólita é a rainha das amazonas - tribo de mulheres guerreiras descendentes de Ares e que
odiavam os homens. Grandes guerreiras, desde meninas elas cortam um dos seios para melhor
manejar o arco e flecha. Hipólita tinha um belo cinturão que lhe fora dado pelo seu pai Ares. O
nono trabalho de Hércules era obter esse cinturão, desejado por Admete, filha de Euristeu.
Hipólita, seduzida pelo belo e musculoso héroi lhe entrega o objeto (em outra versão, o
cinturão é obtido depois de Hércules ter raptado a irmã de Hipólita, Menalipe, pedindo o
cinturão como resgate). Mas a velha inimiga de Hércules, Hera, disfarçada como amazona,
incita as mulheres a atacar Hércules fazendo correr o boato de que este está lá para raptar a sua
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rainha. A deusa consegue cegar de raiva as mulheres e começa uma batalha feroz e sangrenta
contra os heróis. Hipólita tenta intervir, mas a ira e o tropel dos cavalos atrapalham suas ordens.
As Amazonas, então, atacam-no e o herói, para conseguir fugir com o cinto, teve de matar
todas elas.
10 - BOIS DE GERIÃO
Gerião era um gigante, com três corpos em um único par de pernas e possuía um numeroso
rebanho de bois, que eram guardados por um pastor monstruoso, Eurítion, e seu cão de duas
cabeças, Orto. Hércules facilmente matou a dupla, mas foi surpreendido por Gerião. Porém isto
não causou nenhuma espécie de temor ao herói, que após uma longa batalha, percebeu que da
cintura para baixo o gigante era exatamente como ele, e utilizando-se de um poderoso golpe,
atingiu uma das pernas do mostro e o derrubou no chão, e sem piedade esmagou todos os
corpos do gigante vencendo a batalha.
Quando Hércules trazia de volta os bois de Gerião, exausto, decidiu parar para dormir um
pouco. Naquela noite, o gigante Caco, que vivia nas cavernas dalí, rouba seis dos melhores bois
que Hércules havia pegado de Gerião. Quando Hércules despertou, procurou em vão o gado
perdido. Porém, quando estava a passar perto da caverna onde Caco estava escondido, um dos
touros mugiu ruidosamente. Hércules, seguindo o som, encontrou Caco e matou-o, recobrando
assim o gado.
11 - POMOS DE OURO
Euristeu queria as maçãs de ouro que nasciam no jardim das Hespérides. As Hespérides eram
filhas de Atlas, um dos titãs que guerreou contra os deuses e, depois de derrotado, foi
condenado por Zeus a carregar eternamente o céu nas costas. Hércules não conseguia encontrar
os frutos, e estava prestes a desistir, mas em seu caminho ele encontra ninguém mais, ninguém
menos que o titã Atlas, e então pensou que certamente ele deveria saber a localização da árvore.
Hércules então perguntou ao velho, onde estava localizada a árvore, porém o titã não quis ceder
a informação gratuitamente, então o herói se ofereceu para carregar o mundo no lugar do titã
enquanto ele fosse buscar os frutos dourados.
Depois de algumas horas carregando o mundo nas costas, Herácles sentiu como deveria ser
horrível para o titã e finalmente pôde avistar Atlas retornando com as maçãs douradas, depois
de matar o dragão que as guardava. Mas então Atlas sentiu-se incrivelmente aliviado por não
estar carregando todo aquele peso, e contou a Hércules que o deixaria lá para sempre, e o herói
concordou, para o espanto de Atlas, pediu apenas para que antes fosse cumprir sua missão com
as maçãs. Logo Atlas colocou o mundo nas costas novamente, Hércules foi embora mas nunca
mais voltou.
12 - GUARDIÃO DO HADES
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Cérbero, um cão de três cabeças e cauda em forma de serpente, guardava a entrada do Hades, o
mundo dos mortos, permitindo a entrada de todos, mas não deixando ninguém sair. Hércules
desceu ao Hades e o capturou facilmente. Após mostrar Cérbero a Euristeus, devolveu o cão
guardião ao inferno e, finalmente, tendo executado todas as tarefas com sucesso, estava liberto,
mas a sua história não acaba aí.
HÉRCULES vs ANTEU
Outra celebrada façanha de Hércules foi sua vitória sobre Anteu, filho de Gaia (a Terra),
poderoso gigante e lutador, que era invencível, enquanto estivesse em contato com a terra, sua
mãe. Anteu obrigava todos os estrangeiros que apareciam em sua terra a lutar com ele, com a
condição de que, se fossem vencidos (como sempre eram), seriam mortos. Hércules o enfrentou
e, vendo que não adiantava jogá-lo ao solo pois ele sempre se levantava com redobrado vigor,
ergueu-o no ar e o estrangulou, como um abraço mortal.
A MORTE DE HÉRCULES
Após o último trabalho, Hércules disputou com Aquelau o amor de Dejanira, filha do rei da
Etólia. Como a princesa a Hércules preferia, Aquelau, furioso, transformou-se em serpente, e
investiu contra ele; repelido, transformou-se em touro, e de novo arremeteu; mas o herói
enfrentou-o, pela segunda vez, quebrando-lhe os chifres. Aquelau então desistiu e Hércules
desposou Dejanira.
Numa certa ocasião em que viajava em companhia da esposa, os dois chegaram a um rio,
através do qual o centáuro Néssus transportava os viajantes, mediante pagamento. Hércules
atravessou a nado o rio, mas encarregou Néssus de transportar Dejanira. Encantado com sua
beleza, o centáuro tentou estuprá-la, mas Hércules escutou seus gritos e acertou uma de suas
flechas envenenadas no peito de Néssus. Entretanto, antes de morrer e disposto a se vingar,
Néssus disse a Dejanira que seu sangue era um elixir do amor e a aconselhou a guardar um
pouco caso o marido deixasse de amá-la. Quando Dejanira pensou que Hércules havia se
apaixonado por outra mulher, ela mandou-lhe um manto com gotas do sangue de Néssus. Ao
vesti-lo, o herói sentiu o veneno infiltrar-se no seu corpo, queimando sua pele; louco de dores,
ele tentou arrancar o manto, mas o tecido achava-se de tal forma aderido a sua pele que só saia
com pedaços de sua própria carne. Vendo-se perdido, o herói ateou uma fogueira e lançou-se às
chamas. Neste momento ouviu-se o rebombar do trovão. Era Zeus que arrebatava seu filho para
o Olimpo, onde ganhou a imortalidade e, na doce tranquilidade, recebeu Hebe, a deusa da
juventude, em casamento.
Publicado por Gabriel França
Categoria Contos e Lendas, Mitologia Grega
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http://monteolimpoblog.blogspot.com.br/2011/04/os-doze-trabalhos-de-hercules.html
LENDO O TEXTO
1) De que forma Hércules matou o leão de Neméia?
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2) Como ele matou a terrível serpente (A Hidra de Lerna)? Com a ajuda de quem?
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3) De que forma Hércules matou Cérbero, o cão de três cabeças e cauda de serpente?
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4) O que Hércules fez para capturar a corça de Cerinéia?
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5) Como fez, o nosso herói, para acabar com o enorme e feroz javali
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6) Como conseguiu limpar, em um único dia, as cavalariças de Áugias?
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7) De que forma Hércules acabou com as aves do Estínfale?
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8) Por que o touro branco, oferecido ao rei Minos, tornou-se tão furioso? O que fez
Hércules, após tê-lo capturado?
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9) Que destino Hércules deu a Diomedes, quando foi domesticar suas éguas? O que o
levou a fazer isso?
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10) O nono trabalho de Hércules era obter o cinto de ouro da rainha Hipólita. O que ele fez
para conseguir isso?
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11) Os bois de Gerião, como foram capturados por Hércules?
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12) Como ele conseguiu roubar os pomos de ouro que nasciam no jardim das Hespérides?
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13) Finalmente, como Hércules fez para capturar o cão Cérbero, de trê96s cabeças, guardião
dos portões do inferno?
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14) Por que foi designado que Hércules realizasse os doze trabalhos? Quem ordenou?
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15) 15. Hércules enlouqueceu, após matar sua própria família, você tem conhecimento de
alguém que tenha cometido algum crime e tenha se arrependido a esse ponto? Se sim,
relate como foi. Se não conhece, posicione-se, o que poderia levar alguém à loucura?
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16. Nosso herói foi vítima de perseguições de Hera, por ser ele fruto da traição de seu
marido. Hércules deveria ser punido pelo erro do pai? Isso acontece na atualidade?
Comente.
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17. Muitas palavras ou expressões têm a sua origem na Mitologia, nos doze trabalhos de
Hércules, encontramos algumas. Você saberia dizer o porquê das citadas abaixo?
Anfitrião:
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Carregar o mundo nas costas:
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Bicho e sete ou nove cabeças:
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Soltando fogo pela boca:
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Estava cega de raiva:
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Matar um leão por dia:
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TECENDO O TEXTO
Agora é sua vez de construir uma narrativa mitológica. Escolha um dos deuses apresentados e
produza um texto contando sua história.
Lembre-se de que é preciso ter um conflito (nó) para que o texto narrativo se desenvolva. Além
disso, por se tratar de Mitologia, elementos fantásticos devem aparecer.
Boa escrita!
Professor,
Agora os alunos produzirão seus textos. Lembre-se de que
a primeira produção é apenas uma versão do texto.
Assim, após os textos produzidos, proponha atividades de
reescrita para que os textos, em sua versão final, tenham
mais qualidade. Além disso, não se esqueça de garantir a
circulação real dos textos produzidos, como a publicação
de um pequeno livreto, exposição em mural, publicação
em blog.
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Referências Bibliográficas
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Heróis. 36.ed. Rio de Janeiro: Ediouro 2006.
JULIEN, NADIA. Minidicionário compacto de mitologia. 1. ed. São Paulo: Rideel,
2002.
Revista: Mitologia Grega, ano 1, nº 10 da Editora Artes Antigas
ADAM, J.M. A linguística textual: introdução à análise textual dos discursos. São
Paulo: Cortez, 2008.
KOCH, I.; BENTES, A. C.; CAVALCANTE, M.M. Intertextualidade: diálogos
possíveis. São Paulo: Cortez, 2007.
GERALDI, J. W. O texto na sala de aula. São Paulo; Ática, 2011. LOBATO, MONTEIRO. Os doze trabalhos de Hércules. São Paulo: Brasiliense,
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EVSLIN, BERNARD. Heróis, Deuses e Monstros da Mitologia Grega. Benvirá, 2012 GENEST, EMILE.; FÉRON, JOSÉ.; DESMURGER, MARGUERITE. As Mais Belas Lendas da Mitologia. São Paulo: Martins Fontes, 2000.