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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDENCIA DE EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

VALDENIR LISBOA DA SILVA

JOGOS COOPERATIVOS NO ENSINO FUNDAMENTAL: UMA PROPOSTA DE INTERAÇÃO SOCIAL DE ALUNOS DO 6º E 7º ANO

MARECHAL CÂNDIDO RONDON 2014

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VALDENIR LISBOA DA SILVA

JOGOS COOPERATIVOS NO ENSINO FUNDAMENTAL: UMA PROPOSTA DE INTERAÇÃO SOCIAL DE ALUNOS DO 6º E 7º ANO

Artigo apresentado à Secretaria de Estado da Educação – SEED, superintendência de educação, como requisito do programa de desenvolvimento educacional – PDE. Professor orientador: Gustavo André Borges

MARECHAL CÂNDIDO RONDON 2014

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RESUMO

O presente trabalho é o resultado da implementação dos jogos cooperativos nas aulas de Educação Física com alunos do 6º e 7º ano do Ensino Fundamental do Colégio Estadual do Campo Carlos Gomes. Foi possível introduzir diferentes formas de jogos e brincadeiras através da ética da cooperação. As atividades apresentadas foram capazes de integrá-los em um clima de harmonia, respeito às diferenças e desigualdades, num espírito de coletividade e solidariedade, e a competição exacerbada, o sobrepujamento e o desrespeito pelo próximo foram desestimulados. Nesse sentido, foi preconizado o desenvolvimento afetivo e social da coletividade como um dos aspectos de extrema importância durante as aulas de educação física, principalmente no que se diz respeito ao processo de aprendizagem do aluno. Com isso, o relacionamento interpessoal foi prioritário para a conquista de um sucesso coletivo, o qual há a necessidade de se formar uma demanda educacional que aprenda a valorizar as atividades em grupo de modo que respeitem um ao outro. No entanto, a meta foi propiciar uma nova concepção da prática de atividades físicas vistas por um viés cooperativo que transcendam a ideologia da competitividade. Portanto, o trabalho realizado, mesmo que não tenha alcançando todos os objetivos desejados, serviu de grande valia à formação discente, a qual proporcionou um novo olhar que difere da modalidade competitiva. Palavras-chave: Jogos; Cooperação; Desenvolvimento; Importância; Competitividade

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ------------------------------------------------------------------------------- 4

1.1 OS JOGOS COOPERATIVOS --------------------------------------------------------- 5

2. METODOLOGIA ----------------------------------------------------------------------------- 7

3. RESULTADOS ------------------------------------------------------------------------------- 7

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS -------------------------------------------------------------- 10

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ------------------------------------------------------ 11

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1. INTRODUÇÃO

A cada ano que se passa a Educação Física Escolar sofre inúmeras

mudanças, as quais, muitas das vezes, propiciam um olhar diferenciado no que

tange o surgimento e a modificação de conceitos pedagógicos mais antigos. A

realidade do ensino dessa disciplina em contexto escolar está intrinsecamente

ligada à prática de esportes, vista por um viés ainda demasiadamente

competitivo. O aluno que participa das atividades competitivas só aprende a ter

um único objetivo: vencer. Segundo BARRETO (2007, p.3), o individualismo e

a competição...

...tornaram-se mais importante para o homem moderno do que valores como a cooperação, a união, a responsabilidade e a organização. A competição é um fator que dificulta o relacionamento das pessoas, gerando um clima de rivalidade e estresse.

Ou seja, é de suma importância que as aulas de Educação Física

propiciem aos alunos condições que os façam refletir a respeito da postura que

devem ter ao praticarem qualquer modalidade esportiva. Nesse sentido, os

professores deverão promover aulas onde a experiência com as práticas

esportivas devem estimular fundamentalmente o divertimento em grupo,

respeitando a todos tanto em momentos de vitórias quanto nos de derrotas.

O presente projeto de intervenção pedagógica buscou apresentar os

jogos cooperativos como conteúdo das aulas de Educação Física para alunos

do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental do Colégio Estadual do Campo Carlos

Gomes. Com este conteúdo foi possível introduzir ética da cooperação nas

diferentes formas de jogos e brincadeiras. Ou seja, as atividades apresentadas

deveriam ser capazes de integrá-los em um clima de harmonia, respeito às

diferenças e desigualdades, de forma coletividade e solidaria. As práticas

esportivas competitivas, o sobrepujamento e o desrespeito pelo próximo foram

desestimulados.

Nesse sentido, durante a implementação preconizou-se o

desenvolvimento afetivo e social dos alunos como um dos aspectos de extrema

importância, principalmente no que se diz respeito ao processo de

aprendizagem das atividades novas.

Portanto, a implementação dos jogos cooperativos preconizou unir as

qualidades extremas ou opostas dos alunos em uma mesma meta e com as

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mesmas condições de sucesso e fracasso: alunos habilidosos e desajeitados;

alunos fortes e fracos; rapazes e moças; alunos altos e baixos; alunos gordos e

magros, etc. Ou seja, o resultado dos jogos não depende daquele que possui

maior desenvoltura fisicamente ou elevada habilidade motora, mas a equipe

que conseguir realizar coletivamente as atividades propostas. Diante disso, o

objetivo desse relato foi introduzir os jogos cooperativos ao contexto das aulas

de Educação Física de alunos do 6° e 7° anos do ensino fundamental.

1.1 OS JOGOS COOPERATIVOS

Pode se dizer que jogos cooperativos são atividades divertidas, as quais

sofrem certas modificações e adaptações de regras de acordo com o perfil de

cada grupo. O seu objetivo primordial “é criar oportunidades para o

aprendizado cooperativo e a interação cooperativa prazerosa" (ORLICK, 1989,

p. 123).

Segundo Soler (2008), entende-se como jogos cooperativos um

processo educativo baseado na cooperação e na resolução pacífica de

conflitos, cujo propósito maior é unir pessoas ao redor de um objeto comum. A

meta deve ser a superação de obstáculos e desafios externos ao grupo.

O trabalho como os jogos cooperativos deve iniciar, segundo Soler

(2008), de modo progressivo, pois há grupos ou indivíduos que nunca ouviram

falar a respeito dessa forma de atividade. Nesse sentido, buscando introduzir

os jogos cooperativos gradativamente para aqueles que ainda não o

conhecem, Orlick (1989) dividiu esses jogos em diferenciadas categorias, pois,

para ele, é necessário adequar os jogos ao grupo que se propõe a jogar, sendo

eles: a) Jogos cooperativos sem perdedores (um grande time formado por

todos os participantes); b) Jogos de resultado cooperativo (permitem a

existência de duas ou mais equipes, onde o objetivo é realizar metas comuns);

c) Jogos de inversão (enfatizam a noção de interdependência por meio da

aproximação e trocas de jogadores que iniciam em times diferentes). Nessa

última, pode ser dividida em quatro tipos: rodízio; inversão do goleador;

inversão do placar; inversão total.

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Segundo Soler (2008), “o jogo é um dos conteúdos mais utilizados pela

Educação Física escolar, mas com o decorrer dos anos o seu uso vem

diminuindo até, praticamente, se extinguir”. Para o autor, o jogo tem o

fantástico poder de abrir novas portas, onde quem o joga consegue entrar em

contato com um novo mundo.

Se o objetivo é transformar uma cultura competitiva e agressiva é

necessário que se embase em princípios cooperativos, pois a solução para a

agressividade é o valor e a importância de se aprender brincando. Para Soler

(2008),

O jogo era visto como algo menor só servindo como passatempo.hoje, todas as áreas do conhecimento utilizam-se do jogo, e defendem a sua inclusão, pois já descobriram a força que o mesmo possui. O jogo, além do seu poder educativo, proporciona momentos de alegria, prazer, fantasia e descontração, e vale lembrar que sem alegria, prazer e descontração, não existe conhecimento significativo. (pág. 28-9)

Principais benefícios trabalhados pelo jogo, segundo o autor, são:

a) Possui função terapêutica;

b) Serve para desenvolver habilidade física, afetivas, sociais e

intelectuais;

c) Desenvolve a criatividade;

d) Permite uma maior socialização;

e) Abre novos canais de comunicação.

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2. METODOLOGIA Para a realização do projeto de implementação, foi necessário envolver

os alunos do 6º e 7º ano do Ensino Fundamental do Colégio Estadual do

Campo Carlos Gomes, totalizando 45 alunos. Para isso foram precisas 32

horas/aulas para cada turma, onde foram apresentadas aulas teóricas e

práticas sobre jogos e brincadeiras, sendo foi possível realizar a comparação

entre a modalidade competitiva com a cooperativa.

Antes de iniciar com as atividades, foi realizada uma entrevista com o

grupo de alunos para que eles pudessem expor seus pontos de vista acerca da

realização de práticas ligadas à esfera da educação física. Esse mecanismo foi

de suma importância já que eles não sabiam sobre o que iriam realizar durante

a implementação. Assim, eles poderiam escolher de uma listagem de

atividades e brincadeiras aquelas que conhecessem para serem usadas na

execução do projeto.

Já no que tange as atividades escolhidas para serem desenvolvidas, foi

realizada a escolha de três atividades cooperativas, as quais os alunos já as

conheciam na modalidade competitiva, sendo elas: “Volençol”, “Queimada

Maluca” e “Voleibol Divertido”. Os resultados obtidos variaram de conforme as

atividades e o gênero.

3. RESULTADOS Antes de dar início às atividades com jogos cooperativos, na primeira

aula, foi realizado uma atividade onde os alunos tiveram que pesquisar a

origem e o histórico dos jogos e brincadeiras, além de entrevistarem seus

familiares sobre o que e como eles jogavam ou brincavam na idade escolar.

Essa atividade teve por objetivo fazer com que os alunos conhecessem a parte

histórica dessas atividades, pois, assim, não as veriam mais com simples

atividades que são trabalhadas em ambientes escolares.

Após realizada a pesquisa por eles mesmos, foi marcada uma data para

que esses alunos apresentassem seus levantamentos. A atividade trouxe

resultados de extrema valia que posteriormente serviram de embasamento

para a execução das atividades cooperativas.

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Na terceira aula, após as apresentações, foi realizado um resgate dos

jogos e brincadeiras que foram utilizadas por seus familiares, onde foi acordado

que algumas dessas atividades seriam trabalhadas com eles. O resultado foi

impressionante, pois vários jogos e brincadeiras praticado pelos familiares já

há muito tempo que não têm sido desenvolvidos nas aulas de educação física,

ou até mesmo brincados pelos alunos fora da escola. Assim ressurgiram na

pesquisa brincadeiras tais como: “Passa Anel”, “Jogo das Cadeiras”, “Balança

Caixão”, “Barata”, “Duro ou Mole”, “Jogo de Betis”, entre outras.

Como é praxe, antes de iniciar uma determinada atividade cabe ao

professor instruir seus alunos para que a realizem com êxito. Para tanto, foi

apresentado o conceito de jogos e brincadeiras competitivas e os cooperativos.

Diante desses conceitos, foi possível notar que houve o entendimento por parte

dos alunos, pois além disso também foram apresentados vídeos que

mostravam as mesmas atividades que eles iriam desempenhar, mas vistas

pelo método cooperativo.

Ao iniciarem as atividades práticas, o objetivo foi desenvolvê-las

primeiramente de modo cooperativo, onde não haveria perdedor. Ou seja, o

objetivo foi desenvolver a tarefa tendo o intuito de permanecer na brincadeira e

ajudar o próximo a continuar também. O desenvolvimento das atividades, no

primeiro momento, trouxe um bom resultado, mas com o passar do tempo os

alunos foram perdendo o interesse em continuar naquele método, pois

argumentaram que do outro modo (competitivo) era mais interessante. Dessa

forma, paulatinamente foi introduzida outras formas de jogar cooperativamente.

Afirmar que a metodologia cooperativa teve uma eximia repercussão

seria uma mera presunção. Ou seja, qualquer trabalho com jogos cooperativos

não apresentará bons resultados em um curto espaço de tempo. O respeito

pelas habilidades individuais dos alunos e daquelas exigidas na coletividade

devem ser trabalhadas continuamente com os jogos cooperativos para que

melhores resultados dentro do grupo sejam alcançados no longo prazo.

No decorrer das atividades não houve desinteresse por parte dos alunos

em participar das atividades, pois, na percepção deles, o que seria realizado

era uma simples rotina de jogos e brincadeiras competitivas como já estavam

acostumados em exercer. Neste caso foi possível perceber que ambas as

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turmas (6º e 7° anos) expressaram um comportamento semelhante com

relação aos jogos cooperativos.

Com relação a implementação na turma do 6º ano, o método

cooperativo, apresentaram um efeito significativo, onde os alunos

desenvolveram as atividades com muito êxito e respeito mútuo. Apesar disso,

ainda foi possível observar que o instinto competitivo não estava sendo

totalmente suprimido, e que na atividade do “volençol” o que eles realmente

almejavam era o ato de vencer a outra equipe. Na turma do 7º ano não houve

muita diferença, apesar dos alunos terem um ano a mais que a outra turma. De

maneira geral, os resultados apresentados foram semelhantes daqueles já

descritos para os alunos dos 6° anos.

Essa experiência com as turmas dos dois anos do ensino fundamental

foi interessante por causa da cultura competitiva enraizada nas atividades das

aulas de educação física. Durante a experiência da implementação dos jogos

cooperativos, as aulas eram planejadas de forma que na primeira aula os

alunos praticam a atividade no processo cooperativo com o professor

orientando e supervisionando-os constantemente. Na segunda aula, a atividade

continuava, mas o professor mantinha um determinado distanciamento para

observar se a prática cooperativa se mantinha ou se perderia espaço para a

competitiva. Outro ponto que trouxe destaque foi a questão das relações do

gênero, pois as meninas aderiram com maior êxito as atividades cooperativas

enquanto os meninos buscavam sempre que podiam a competição. Nesse

particular foi possível observar a seriedade e a participação das meninas em

todas as fases da implementação, ou seja, da mesma forma quando o

professor mantinha-se presente ou se distanciava, deixando-as mais a vontade

para continuar jogando.

Já os meninos possuíam vontade de continuar na brincadeira do modo

que eles já as conheciam (competitivamente). Quando os questionava sobre a

mudança da cooperação para a competição no mesmo jogo, eles alegavam

que era mais fácil e divertido. Perante aos relatos de outros professores no

GTR sobre a implementação dos jogos cooperativos, eles também

argumentaram que durante esse processo já aconteceu em suas aulas

resultados semelhantes. Para muitos deles, a prática cooperativa deve ser

desenvolvida para se obter um resultado significativo no futuro, e que há a

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necessidade das series iniciais incorporarem essa modalidade no inicio da

formação discente.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir do presente estudo, podemos observar que a utilização dos

jogos cooperativos durante as aulas de Educação Física podem ser uma

interessante ferramenta a ser utilizada quando o objetivo for priorizar valores

sociais como a união e a inclusão. Outro aspecto importante foi perceber que

as atividades cooperativas além de favorecer a integração entre os alunos,

permitiu a participação daqueles que apresentavam níveis de habilidades

motoras distintas, uma vez que a meta desses jogos não é o seu resultado que

caracteriza os vencedores, mas sim a maneira pela qual aconteceu.

Os pontos que se obteve destaque condizem com a aceitação do aluno

em participar de forma ética, respeitando as explicações do professor,

participando afetivamente das atividades. Esse foi um ponto de suma

importância para o grupo, pois eles entenderam a dinâmica dos jogos durante

todos os encontros nas aulas de educação física. Mas a cultura competitiva

ainda prevalecia, sempre que tinham oportunidades eles (meninos e meninas)

revertiam o método cooperativo para o competitivo.

Afirmar que a aplicação do presente estudo trouxe apenas pontos

positivos seria uma incoerência, pois o mesmo não se obteve um resultado que

contemplasse todas as expectativas em um período tão curto de

implementação. Por outro lado foi essencial para inteirar os alunos de uma

modalidade que os ajudará a refletir sobre seus costumes e ações, pois se

houver um trabalho conjunto o resultado permanecerá igual para todos, se um

se divertir o outro também irá.

Finalmente, podemos salientar que o processo de incorporar a

metodologia cooperativa no ambiente escolar será um trabalho de longo prazo

para os docente que atuam nas aulas de Educação Física. Difícil será, mas não

impossível. O que sugerimos é que seja realizado um trabalho em conjunto

entre os demais docentes da educação física que atuam com o meio escolar,

pois, essa é uma atividade que apresentará resultados no futuro e não em

apenas poucas aulas.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARRETO, A. V. Jogos cooperativos e a cultura da cooperação. Jogos Cooperativos, 2002. ORLICK, T. Vencendo a competição. São Paulo: Círculo do Livro, 1989.

SOLER, R. Jogos cooperativos. Rio de Janeiro: Sprint, 2008.