OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · não do Grêmio Estudantil. O material...
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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7Cadernos PDE
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Produção Didático-pedagógica – Turma 2014
Título: Protagonismo Juvenil no Ensino Médio e Gestão Democrática da Escola Pública: possibilidades e implicações para a prática escolar
Autor: Maria Juscélia Sabai Müller
Disciplina/Área: Gestão Escolar
Escola de Implementação do Projeto e sua localização:
Colégio Estadual do Campo Professor Estanislau Wrublewski. Ensino Fundamental e Médio.
Município da escola: Cruz Machado
Núcleo Regional de Educação: União da Vitória
Professora Orientadora: Nájela Tavares Ujiie
Instituição de Ensino Superior: Universidade Estadual do Paraná -UNESPAR – Campus de União da Vitória
Relação Interdisciplinar:
Resumo:
Este caderno pedagógico é parte das atividades do PDE - 2014 (Programa de Desenvolvimento Educacional). Constitui-se no material didático pedagógico a ser utilizado na realização de oficinas durante a implementação do projeto de intervenção pedagógica a ser aplicada no Colégio Estadual do Campo Professor Estanislau Wrublewski, com professores e alunos do Ensino Médio, integrantes ou não do Grêmio Estudantil. O material apresenta possibilidades metodológicas para o fortalecimento do Protagonismo Juvenil na prática pedagógica e gestora escolar, para tanto, está organizado em três unidades. A expectativa é que este material se torne um significativo instrumento de reflexão teórica, de articulação e de material de apoio para a efetivação de ações para o fortalecimento do Protagonismo Juvenil, no colégio supracitado bem como junto ao Grupo de Trabalho em Rede - GTR, estendendo-se aos demais colégios da rede pública de educação do Paraná.
Palavras-chave: Protagonismo Juvenil; Ensino Médio; Gestão Democrática; Prática Pedagógica.
Formato do Material Didático: Caderno Pedagógico
Público: Professores e Estudantes do Ensino Médio, integrantes ou não do Grêmio Estudantil.
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UNIÃO DA VITÓRIA - 2014
CADERNO PEDAGÓGICO
PROTAGONISMO JUVENIL NO ENSINO MÉDIO E
GESTÃO DEMOCRÁTICA DA ESCOLA PÚBLICA:
implicações e possibilidades metodológicas para a
prática escolar
MARIA JUSCÉLIA SABAI MÜLLER
Orientadora: Profa. Ms. Nájela Tavares
Ujiie – UNESPAR/UV
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO.............................................................................................
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UNIDADE I- CONCEPÇÕES E FUNDAMENTOS TEÓRICO-LEGAIS DO PROTAGONISMO JUVENIL E SUAS IMPLICAÇÕES
ENQUANTO PRÁTICA ESCOLAR........................................................
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1.1 Protagonismo Juvenil: questões históricas e legais .........................
1.2 Protagonismo Juvenil: o conceito .................................................... .
1.3 O protagonismo juvenil enquanto prática pedagógica e educativa escolar.....................................................................................
1.4 O protagonismo juvenil enquanto prática gestora escolar................
1.4.1 As instâncias colegiadas como possibilidade de protagonismo juvenil .....................................................................................................
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UNIDADE II- FORMAÇÃO DE PROFESSORES E GESTORES: POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS DE FORTALECIMENTO DO PROTAGONISMO JUVENIL PARA A PRÁTICA ESCOLAR............
2.1 Protagonismo Juvenil: sugestões didático-metodológicas para a prática escolar............................................................................ 2.2 O papel do gestor escolar na articulação de espaços e tempos escolares de protagonismo juvenil para além da Sala de Aula..................................................................... Oficina 1- Apresentação do projeto de intervenção pedagógica na escola.....................................................................................................
Oficina 2- O protagonismo juvenil como educação para a participação e a cidadania: sugestões didático metodológicas.............
Oficina 3- Gestão escolar: uma discussão espaços e tempos escolares para o protagonismo juvenil..................................................
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UNIDADE III- FORMAÇÃO DE ESTUDANTES SOU JOVEM, SOU PROTAGONISTA? PARTICIPAÇÃO ESTUDANTIL NO COTIDIANO ESCOLAR........................................... Etapa 1- Divulgação do projeto de intervenção pedagógica com alunos...................................................................................................... Etapa 2- Oficina 1- Protagonismo juvenil : uma aproximação com o tema.............................................................................................. Etapa 3- Oficina 2- Espaços e tempos escolares e o protagonismo dos jovens estudantes......................................................
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Etapa 4- Oficina 3- A escola que temos, a escola que queremos: de problemas a soluções.........................................................................
Etapa 5- Assembleia com o Coletivo Escolar Protagonismo Juvenil na Escola: é possível?.........................................
REFERÊNCIAS .................................................................................................
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A elaboração deste Caderno Pedagógico parte da verificação de que, no
Colégio Estadual do Campo Professor Estanislau Wrublewski, do Município de
Cruz Machado, os jovens estudantes do Ensino Médio, cheios de vitalidade,
sonhos, expectativas, ideias e até tempo disponível, dificilmente se integram ou
são integrados ativamente as questões da escola ou da comunidade, via
compromisso social e político.
Dentro do ambiente escolar, na maioria das vezes atuam como
espectadores, não demonstrando e nem defendendo seus interesses. Participam
somente quando são requisitados e ainda sim de forma tímida. A falta do
sentimento de pertencimento e também de atitude, assim como a existência de
poucas lideranças ativas e criativas é um fator observado no processo educativo
com vistas à necessidade de intervenção político-pedagógica.
Mesmo dispondo de mecanismos democráticos para a participação
estudantil, dentre estes, o Grêmio Estudantil e o Conselho Escolar, assim como
em muitas escolas, suas ações ainda apresentam-se muito limitadas e
dependentes das orientações e decisões de professores ou mesmo da direção do
estabelecimento. Também são poucos os estudantes que se dispõe
voluntariamente a exercer liderança nestas instâncias colegiadas, assim como em
outras situações do cotidiano escolar. No entanto, ainda que com limitações estes
mecanismos constituem-se como importantes elementos de expressão da
democracia e possibilidade de participação juvenil dentro do ambiente escolar.
Além de que, suas atividades representam para muitos destes educandos os
primeiros passos da vida política na sociedade, contribuindo para a sua formação
cidadã e o seu enriquecimento pessoal, educacional e social.
É neste contexto que surge a necessidade de implementação de uma
Proposta Educacional, no Ensino Médio, voltada ao Protagonismo Juvenil.
Por isso, a articulação de uma proposta educativa voltada ao Protagonismo
Juvenil é considerada hoje essencial para a formação pessoal, social e política de
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ovens, seu desenvolvimento pode orientar, informar e estimular a criatividade, o
envolvimento e a participação ativa, além de ser capaz de possibilitar a formação
de lideranças, com sentido de pertencimento a escola e a comunidade, enquanto
sujeitos de vez e de voz.
Desta maneira, o presente Caderno Pedagógico pretende subsidiar
instrumentos para refletir sobre como o Protagonismo Juvenil vem sendo
estimulado na prática pedagógica e gestora escolar, bem como a importância de
articulação de espaços e tempos escolares para o seu desenvolvimento; sugerir
instrumentos metodológicos para orientar e estimular o seu fortalecimento, no
Colégio supracitado; propor ações para orientar, informar e estimular nos jovens
estudantes do ensino médio a criação, proposição e organização de ações
protagonistas que permitam a participação estudantil efetiva nas questões do
cotidiano escolar, tornando a escola, em sua essência educativa, um espaço cada
vez mais democrático.
Neste sentido, o presente material contempla intervenções, através da
proposição de oficinas formativas e interventivas, associando teoria e prática
no que tange o objeto de estudo destacado, as quais, durante a
implementação, serão desenvolvidas em contraturno escolar, tendo por
público-alvo professores e estudantes do Ensino Médio, integrantes ou não
do Grêmio Estudantil, apresentadas em três unidades:
Unidade I – CONCEPÇÕES E FUNDAMENTOS TEÓRICO-LEGAIS
DO PROTAGONISMO JUVENIL E SUAS IMPLICAÇÕES ENQUANTO
PRÁTICA ESCOLAR;
Unidade II- FORMAÇÃO DE PROFESSORES E GESTORES:
POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS DE FORTALECIMENTO DO
PROTAGONISMO JUVENIL NA PRÁTICA PEDAGÓGICA E
GESTORA ESCOLAR.
Unidade III – FORMAÇÃO DE ESTUDANTES:
SOU JOVEM, SOU PROTAGONISTA?: PARTICIPAÇÃO
ESTUDANTIL NO COTIDIANO ESCOLAR, UM PROJETO DE
PROTAGONISMO PARA A FORMAÇÃO DE LIDERANÇAS ATIVAS
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E PARTICIPATIVAS ENTRE OS JOVENS ESTUDANTES DO
ENSINO MÉDIO, INTEGRANTES OU NÃO DO GRÊMIO
ESTUDANTIL.
A implementação deste material, ocorrerá no primeiro semestre de 2015,
com o acompanhamento da professora orientadora da IES e paralelamente a
realização do GTR, o qual possibilitará a reflexão desta produção com outros
professores da rede, participantes deste grupo, bem como a viabilidade de sua
aplicação e contribuição à prática educativa das demais instituições de ensino da
rede pública do Estado do Paraná.
Cabe destacar, que é a implementação deste material e a reflexão da sua
viabilidade, que instrumentalizará a construção do artigo final do PDE, enquanto
proposta educacional para o Ensino Médio, com vistas à formação de seres
humanos cada vez mais ativos e participativos, com sentido de pertencimento as
questões da escola e consequentemente da comunidade.
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Unidade I –
CONCEPÇÕES E FUNDAMENTOS TEÓRICO-LEGAIS
DO PROTAGONISMO JUVENIL E SUAS
IMPLICAÇÕES ENQUANTO PRÁTICA ESCOLAR
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1.1 Protagonismo Juvenil: questões históricas e legais
Discutir uma proposta de protagonismo juvenil na prática escolar requer uma
análise histórica da participação dos estudantes nos processos políticos,
pedagógicos e de gestão escolar. Segundo Ferretti, Zibas e Tartuce (2004, p.412) “o
discurso da participação ativa dos alunos em sua aprendizagem data, no Brasil, dos
anos 20 e 30 do século passado quando o pensamento de Dewey foi adotado por
diversos teóricos da educação”. Iniciou-se, assim, um processo de reconhecimento
da importância e necessidade de uma educação para o aperfeiçoamento das
relações sociais e a resolução de situações do cotidiano, abrindo reflexões sobre a
importância da participação estudantil e a criação de canais institucionais para esta
participação ativa.
É ainda na década de 1930 e já com perspectiva social e política, que surge
o movimento estudantil organizado através da criação da União Nacional dos
Estudantes (UNE) e, num movimento mais marcante, nos anos de 1940, com a
fundação da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES).
Já os registros de participação dos estudantes na Gestão Escolar decorrem
da década de 1960. Em nível nacional, nesta década, o movimento estudantil é
enfraquecido pelo governo Militar que em 1968, através da aprovação do Ato
Institucional nº 5 desarticula os canais institucionais de representação da sociedade
civil organizada. Somente na década de 1980 com a reorganização dos movimentos
sociais é que o movimento estudantil se reestrutura tendo importante papel no
cenário político nacional.
Nesta mesma década, a promulgação da Constituição Federal Brasileira de
1988 estabelece no seu Art. 205 que “A educação, direito de todos e dever do
Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade
e, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho” e ainda dispõem no Art. 206, inciso IV,
entre os princípios do ensino a ser ministrado “a gestão democrática da escola
pública, na forma da lei” (BRASIL, 2012, p.121). Estes princípios legitimam e
valorizam práticas escolares voltadas ao desenvolvimento de ações que possibilitem
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aos jovens o exercício da cidadania e a prática efetiva da democracia participativa
dentro das unidades educativas, para transpô-los, a sociedade.
Dentro do espaço escolar, a participação e atuação estudantil passam por
uma valorização e fortalecimento na década de 1990, quando meios legais
reconhecem a necessidade de articulação de um trabalho educativo transformador,
pautado no diálogo, na reflexão e na interação entre escola e comunidade. Neste
sentido, afirma Ferretti, Zibas e Tartuce (2004, p. 412) que:
Entre estes documentos, a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional - LDB - 9394/96, no Art. 35 incisos II, III e IV fortalece a função
social da escola no que tange a uma prática escolar voltada ao protagonismo juvenil
quando estabelece:
A definição das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio –
DCNEM, estabelecem o Protagonismo juvenil como eixo orientador do trabalho
Embora o conceito de participação de jovens (e dos pais) na vida da escola não seja novo, na década de 90 foram emitidos diferentes documentos oficiais tanto em nível federal, quanto nos estados que explicitaram e valorizaram essa participação, argumentando que é por meio dela que cada unidade escolar democratiza sua gestão e cumpre efetivamente sua função, tornando-se um espaço pedagógico atraente e desafiador para os jovens, de modo a favorecer seu progresso intelectual, social e afetivo, e, ainda, um espaço democrático, confiável e culturalmente rico para pais e para a comunidade, com vistas a um intercâmbio fecundo entre a escola e o seu entorno.
Art. 35. O ensino médio, etapa final da educação básica, com duração mínima de três anos, terá como finalidades: I - a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos; II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores; III - o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico; IV - a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina. (BRASIL, 2014, p.24)
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pedagógico na formação estudantil reafirmando a necessidade desta prática
conforme especifica o Art.16, incisos IX e XXI deste documento:
A partir destes documentos, compreende-se que a relevância da construção
de uma proposta pedagógica e de Gestão Escolar, que garanta aos estudantes
uma formação voltada ao exercício da cidadania, com ações que permitam a
vivência de um processo pedagógico democrático que promova a emancipação
dos sujeitos envolvidos.
Ao refletir sobre as implicações do modo de vida contemporâneo para a
juventude, quanto construção do seu projeto de vida (valores, atitudes, novas
formas de ser, viver e consumir) e a permanente necessidade de atualização,
Ferretti, Zibas e Tartuce (2004, p. 413), atribui ao Protagonismo Juvenil, “a via
promissora para dar conta tanto de uma urgência social quanto das angústias
pessoais dos adolescentes e jovens”.
Souza (2008, p. 56), ao analisar os documentos internacionais que
caracterizam as atuais políticas de juventude afirma que: “A participação juvenil é
elemento chave da política recomendada em todos os documentos internacionais
aqui analisados produzidos no período de 1985-2005, e que pretende a integração
da juventude pobre”. Afirma ainda, que estes definem o jovem como objeto de
“duplo enfoque”, sendo ele, “agente” e “beneficiário” do processo de mudança,
“enfim, um jovem protagonista” (ibidem, p.58).
Estas análises nos permitem verificar que o Protagonismo Juvenil configura-
se como uma das possibilidades educativas que a escola poderá desenvolver para
cumprir os objetivos, finalidades e princípios educativos de formação humana neste
século XXI.
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Art. 16. O Projeto Político Pedagógico das unidades escolares que ofertam o Ensino Médio deve considerar: [...] IX- Capacidade de aprender permanente, desenvolvendo a autonomia dos estudantes; [...] XXI- participação social e protagonismo dos estudantes, como agentes de transformação de suas unidades de ensino e de suas comunidades; (BRASIL, 2012, p. 6-7).
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1.2. Protagonismo Juvenil : o conceito
Em uma análise do protagonismo na literatura especializada, internacional e
nacional, Ferreti, Zibas e Tartuce (2004, p. 413) remetem o conceito a uma
hibridade de outros conceitos como “participação”, “responsabilidade social”,
“identidade”, “autonomia” “resiliência” e “cidadania” e a uma diversidade de
interpretações onde num mesmo contexto, um autor usa o termo “protagonismo”
enquanto que outro usa “participação” e em outras situações ainda, ambos os
termos são usados como sinônimos. Nesta análise apresentam o conceito sob a
noção que partilham diferentes autores:
No Brasil, um dos poucos autores a tratar da relação protagonismo juvenil e
educação formal foi o pedagogo Antonio Carlos Gomes da Costa, responsável
pelas principais pesquisas e produções/construções teóricas relativas a proposta
de protagonismo juvenil quanto política pública e educacional aos jovens no Brasil.
Ferreti, Zibas e Tartuce (2004, p. 414) destacam que “o autor partilha da mesma
postura que os outros autores citados”, situado o aluno no centro do processo
educativo e atribuindo a ele, por um processo de mediação pedagógica, a condição
de protagonista desse processo. Assim,
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(Costa, 2001; Barrientos, Lascano, 2000; Konterlinik, 2003) vinculam o protagonismo à formação para a cidadania. Ezcámez e Gil (2003) discutem a questão da responsabilidade em uma abordagem que permite a aproximação do conceito de protagonismo tal como usado pelos outros autores antes citados. Por sua vez, Novaes (2000), em artigo que relata e analisa uma experiência de ação social organizada de jovens, não usa o termo “protagonismo”, e sim, “participação social”, ou “intervenção social”, ou “ação solidária”, relacionando essas expressões à “socialização para a cidadania”. Assim, parece que a “ação cidadã” e/ou a “preparação para tal tipo de ação” constituem o cimento semântico que une as diferentes expressões que diversos estudiosos usam para nomear e discutir o envolvimento de jovens em seu contexto escolar, social e/ou político.
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Quanto a origem etimológica do termo, Costa (2001, p. 20) destaca que “a
palavra “protagonismo” vem da junção de duas palavras gregas: Protos, que
significa o primeiro, o principal. Agon, que significa luta. Agoniste significa lutador.
Protagonista, portanto designava o lutador principal de um torneio”. Segundo ele a
palavra foi inicialmente incorporada pelo teatro e pela literatura para designar o ator
ou personagem principal. Neste sentido Ferretti, Zibas e Tartuce (2004, p. 413-414)
esclarecem que a restrição de alguns autores no uso ao termo Protagonismo
juvenil decorre desta origem que direciona uma interpretação de “protagonismo
singular” pois, “[...] protagnistés significava o ator principal do teatro grego, ou
aquele que ocupava o lugar principal em um acontecimento”. E, por defenderem
“uma abordagem mais democrática” optam por usar o termo “participação”.
Mais recentemente, o termo foi incorporado pela sociologia e pela política
para dar identidade aos agentes principais de movimentos, os “atores sociais”.
Na educação, a expressão configurou o termo Protagonismo Juvenil e
constituiu um dos eixos fundamentais da reforma curricular para o Ensino Médio,
realizada a partir da década de 1990. De acordo com Costa (2001, p. 18- 21)
passou a ser usado pelos educadores para identificar “os processos, movimentos e
dinamismos sociais e educativos em que os jovens, ajudados ou não por seus
educadores, assumem o papel principal”. Para ele, “a expressão protagonismo
juvenil” vem a identificar o jovem como “solução e não problema”. Afirma assim
que, sustentado no “Paradigma do Desenvolvimento Humano” constitui-se de um
“método pedagógico”. Este tem como foco a criação de espaços e tempos
escolares que propiciem aos jovens estudantes a participação ativa, no
enfrentamento a situações reais na escola, na comunidade e da vida social,
otimizando suas potencialidades e permitindo “o seu crescimento constante como
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utiliza o termo protagonismo para designar “a participação de adolescentes no enfrentamento de situações reais na escola, na comunidade e na vida social mais ampla” (grifo nosso), concebendo-o como um método de trabalho cooperativo fundamentado na pedagogia ativa „cujo foco é a criação de espaços e condições que propiciem ao adolescente empreender ele próprio a construção de seu ser em termos pessoais e sociais‟
14
pessoa, como cidadão e como trabalhador”. Ao referir-se a importância do
protagonismo juvenil destaca ainda que:
Em suas obras sobre Protagonismo, Costa, ao dirigir-se aos estudantes do
Ensino Médio, refere-se a eles, hora como adolescentes, hora como jovens,
mantendo a expressão Protagonismo Juvenil e assim esclarece que para definir o
conceito de utiliza-se do enfoque das Nações Unidas que define juventude pela
idade do indivíduo.
Nesta perspectiva a expressão Protagonismo Juvenil é passível de aplicação
aos estudantes do Ensino Médio visto estarem na faixa etária definida pelas
Nações Unidas como juventude e por reconhece-los como sujeitos de um papel
central nos esforços por mudanças sociais.
1.3 O protagonismo juvenil enquanto prática pedagógica e
educativa escolar
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A importância estratégica do protagonismo vem do fato de ele contribuir de forma inegavelmente relevante para a formação de pessoas, cidadãos, trabalhadores de tipo novo, ou seja, dentro da visão ético política contida no Paradigma do Desenvolvimento Humano. Esses jovens tem uma possibilidade muito grande de, a médio e longo prazo, tornarem-se líderes de processos de mudança em seus respectivos âmbitos de atuação, contribuindo para que nosso país possa romper com as velhas culturas impeditivas de emancipação econômica, da promoção social e da libertação cultural de grande parte do nosso povo, que, neste início de um novo milênio, se encontra ainda imerso numa realidade marcada pela
pobreza, ignorância e brutalidade. (COSTA, 2001, p. 102)
Segundo esse critério cronológico, jovem é a pessoa que está na faixa etária compreendida entre 15 e 24 anos. Essa definição, útil do ponto de vista demográfico, é complicada do ponto de vista jurídico, pois compreende pessoas que estão na menoridade e na maioridade, portanto
detentoras de status legais inteiramente distintos. (COSTA, 2006, p. 67)
15
Segundo Souza (2008, p.103), no Brasil, o uso pioneiro do enunciado
Protagonismo Juvenil ocorreu na Fundação Odebrecht, onde provavelmente tenha
sido utilizado também pela primeira vez em uma publicação científica no artigo
“Protagonismo Juvenil: projetos estimulam adolescentes a atuarem como agentes
de ações voltadas para a comunidade” publicado “num do fascículo, datado de
março/abril de 1996, no periódico Odebrecht Informa.”
A partir daí o enunciado vai ganhando corpo e se consolidando enquanto
prática educativa, com a ideia de possibilitar ao jovem a atuação social. Para isto,
afirma Souza (2008, p. 106) que um dos seus elementos principais é “a ênfase à
atividade como estratégia pedagógica” destacando que para a Fundação
Odebrecht/Unicef “o protagonismo do aluno‟ ocorreria mediante sua „participação
ativa‟, retirando-o da posição de „beneficiário passivo do sistema de ensino” .
A identidade do discurso do Protagonismo Juvenil enquanto proposta
educacional para os jovens, no Brasil, ocorre a partir do trabalho de sistematização
e construção teórica de um discurso de políticas para juventude, já consolidado em
nível internacional e nacional, realizado pelo Pedagogo Antônio Carlos Gomes da
Costa para a Fundação Odebrecht. O marco deste trabalho é a publicação, em
abril do ano de 2000, do livro: Protagonismo juvenil: adolescência, educação e
participação democrática, o qual apresenta “as bases que orientam toda sua linha
de ação”. (SOUZA, 2008, p.108).
Souza (2008, p 117- ) afirma ainda que mesmo sem ter se firmado quanto
“aglutinador e identificador de um discurso” e sem estar presente quanto
“expressão completa”, nas Diretrizes Curriculares para o Ensino Médio
estabelecidas em 1998, o pesquisador Lopes Jr., no ano de 2000, “defende a
possibilidade de protagonismo juvenil na escola de nível médio”. Uma escola com
educação pautada no “diálogo”, na “argumentação” na “escuta” e na “contra-
argumentação”. Uma escola com possibilidade para que os jovens tornem-se
sujeitos ativos de suas vidas e de suas comunidade. Costa (2006, p.177) destaca
que:
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A partir dos Parâmetros Curriculares Nacionais (2000), o protagonismo
passa a firmar-se quanto proposta pedagógica para o Ensino Médio, propõe a
contextualização ativa dos conteúdos e a “constituição de competências e
habilidades que permitam ao educando o protagonismo diante a situações novas,
problemas ou questões da vida pessoal, social, política econômica e cultural”.
(SOUZA, 2008, p. 119). Além deste, o Relatório de Delors (2003) para a Unesco da
Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI, tem servido de base
para as políticas educacionais e orienta que:
Relatório de Delors:
O Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para
o Século XXI (DELORS, et al., 2003), constitui-se de um documento publicado em
1996, que se tornou referência na área da educação. No Relatório de Delors como
ficou conhecido, a educação é considerada o caminho para o desenvolvimento
especialmente diante do que tem sido denominada a “era do conhecimento” ou a
“sociedade da informação”. (SOUZA, 2008, p.52)
O documento: Educação um Tesouro a Descobrir: Relatório para a UNESCO
da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI está disponível e
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A educação deve consistir no desenvolvimento do suposto „potencial‟ do educando e na aprendizagem de habilidades e competências, em contraposição a um suposto ensino, considerado defasado e nomeado „tradicional‟ baseado na memorização de conteúdos e no acúmulo de informações. (SOUZA, 2000, p.118)
A escola, primeira etapa do ingresso dos seres humanos na vida pública, é o ponto de partida necessário e fundamental para o envolvimento dos adolescentes com questões que aparentemente -apenas aparentemente, reitero – não lhes dizem respeito.
17
pode ser consultado no sítio: http://ftp.infoeuropa.eurocid.pt/database/000046001-
000047000/000046258.pdf. (Acesso em 05/11/2014).
Neste sentido, a proposta educacional voltada ao Protagonismo juvenil
passa a firmar-se quanto método pedagógico para o Ensino Médio, visto estar
voltada a preparação do jovem estudante para uma vida social mais autônoma e
participativa. Um contexto educativo que lhes permita desenvolver responsabilidade
social, solidariedade, agilidade, criatividade, soluções inovadoras, habilidades estas
necessárias tanto à vida pessoal quanto social. Costa (2001, p.18), ao apresentar
a pedagogia do Protagonismo Juvenil define que:
E cuja metodologia está pautada no
Borba in Park, Fernandes e Carnicel (orgs) (2007, p.241) orienta ainda que
o protagonismo como conceito e prática trás consigo a necessidade da
reorientação do olhar e da ação educativa. Apresenta a democracia como o único
caminho para a autonomia e esta como “objetivo fim das ações”. Destaca ainda
que é preciso “sair do plano das ideias, do papel, e passar para o plano da
vivência, do acontecimento, pois a aprendizagem ocorre justamente na
experimentação, no fazer.” Desta forma reforça a necessidade de tirar o aluno da
condição de agente passivo tornando-o agente ativo do sistema de ensino.
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trata-se de um método pedagógico que se baseia num conjunto de práticas e vivências que tem como foco a criação de espaços e condições que propiciem ao adolescente empreender ele próprio a construção de seu ser em termos pessoais e sociais
trabalho cooperativo, no qual os adolescentes assessorados por seus educadores, vão atuar na construção e implementação de soluções para problemas reais com os quais se deparam no dia a dia de suas escolas, de suas comunidades ou da sociedade de que são parte. (COSTA, p.19)
18
Neste “modelo pedagógico” o papel do educador, passa por um processo de
transformação, saindo da função de transmissor do conhecimento, para a função
de mediador/orientador do processo de aprendizagem e este com finalidade
previamente definida. Neste sentido, Ferreti, Zibas e Tartuce (2004, p.414) ao
analisarem o protagonismo na literatura e na reforma do ensino médio orientam
que o trabalho pedagógico, neste método,
Souza (2008, p.159) destaca que segundo o Relatório de Delors (2003) “O
trabalho do professor não consiste simplesmente em transmitir informações ou
conhecimentos, mas em apresenta-los sob a forma de problemas a resolver,
situando-os num contexto...”, orienta que “à educação cabe, não a transmissão de
conhecimentos, mas a oferta de oportunidades para que ele próprio desenvolva
„competências e aptidões‟ necessárias aos intermináveis processos de
aprendizagem e de adaptação” possibilitando o desenvolvimento de uma
autonomia que será levada para toda a vida. Costa (2001, p. 117) destaca que
“quando existe um compromisso do educador com a participação efetiva do jovem,
o terreno está preparado para o exercício de ações protagonistas”.
Neste sentido Freire (2005, p. 45), refletindo a função social da escola,
destaca que é pela conscientização que se deve provocar a crítica, a reflexão e a
ação e, para que se alcance este objetivo:
atribui ao professor basicamente as funções de orientador, mais do que divulgador de conteúdos disciplinares, e situa o aluno, no centro do processo educativo, deslocando o eixo desse processo para a aprendizagem, de modo a minimizar, assim, a dimensão do ensino. Nesse sentido atribui ao aluno a condição de protagonista desse processo e, por essa razão, considera-o como fonte de iniciativa (ação), liberdade (opção) e compromisso (responsabilidade).
[...] é preciso que a educação esteja - em seu conteúdo, em seus programas e em seus métodos - adaptada ao fim que se persegue: permitir ao homem chegar a ser sujeito, construir-se como pessoa, transformar o mundo, estabelecer com os outros homens relações de reciprocidade, fazer a cultura e a história
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No processo de desenvolvimento do protagonismo como método para que a
escola cumpra a sua função social, Costa (2001), apresenta aos educadores um
quadro com as etapas/ estágios de desenvolvimento dos jovens em ações
protagonistas e as formas de relação educador-educando, que pode ser utilizado
para a avaliação dos níveis de protagonismo alcançados na prática educativa:
A RELAÇÃO ENTRE EDUCADORES E JOVENS
ETAPAS DEPENDÊNCIA COLABORAÇÃO AUTONOMIA
1- A iniciativa da ação Iniciativa unilateral dos educadores
Os educadores e os jovens discutem se devem ou não assumir uma iniciativa
A iniciativa da ação parte dos próprios jovens
2- O planejamento da ação
Os educadores planejam sem a participação dos jovens
Os educadores e os jovens planejam juntos a ação
Os jovens planejam o que vai ser feito
3- A execução da ação
Os educadores executam e os jovens recebem a ação
Os educadores e os jovens executam juntos a ação planejada
Os jovens executam o que foi planejado
4- A avalição da ação Os educadores avaliam os jovens
Os educadores e os jovens o que e como avaliar a ação realizada
Os próprios jovens avaliam a ação realizada
5- A apropriação da ação
Os resultados da ação são inteiramente apropriados pelos educadores
Os educadores e os jovens compartilham os resultados da ação desenvolvida
Os jovens se apropriam dos resultados
*O principal padrão de relacionamento na adolescência é a colaboração.
**A autonomia não elimina o papel do educador como facilitador.
Fonte: Costa (2001, p.126)
Costa (2001, p.116) enfatiza ainda, que o protagonismo juvenil, exige do
educador um “compromisso ético” para com os estudantes e uma “vontade política
clara”, “um envolvimento com a causa da dignidade do adolescente”, assumindo
uma postura de incentivo a participação juvenil e assim contribuindo com o seu
trabalho “para a construção de uma sociedade que respeite os direitos de cidadania
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e aumente progressivamente os níveis de participação democrática de sua
população”.
Nesta perspectiva, de protagonismo juvenil, a escola tanto para Costa (2006)
quanto para Souza (2008) tem o papel de oportunizar aos jovens, o
desenvolvimento das “quatro aprendizagens fundamentais”, ou seja, dos “quatro
pilares do conhecimento” que sustentam a proposta do protagonismo juvenil e em
torno dos quais a educação para o Século XXI, proposta no Relatório de Delors,
deve estar estruturada: Aprender a conhecer; Aprender a fazer; Aprender a viver
juntos; Aprender a ser. Isto implica em oferecer dentro da escola oportunidades
educativas que enfatizem a participação ativa do aluno e lhe possibilitem
desenvolver-se quanto cidadão ativo e participativo, na escola e consequentemente
na sociedade.
Os quatro pilares do conhecimento:
Aprender a ser – Prepara-se para agir com autonomia, solidariedade e
responsabilidade. Descobrir-se, reconhecendo suas forças e seus limites e buscando superá-
los. Desenvolver a autoestima, o autoconceito, gerando autoconfiança e autodeterminação.
Construir um projeto de vida que leve em conta o bem-estar pessoal e da comunidade.
Aprender a conviver – Ter a capacidade de comunicar-se, interagir, não agredir,
decidir em grupo, cuidar de si, do outro e do lugar em que se vive, valorizar o saber social.
Compreender o outro e a interdependência entre todos os seres humanos. Participar e
Cooperar. Valorizar as diferenças, gerir conflitos e manter a paz.
Aprender a fazer – Aprender a praticar os conhecimentos adquiridos. Habilitar-se
a ingressar no mundo do trabalho moderno e competitivo, tendo como foco a formação
técnica e profissional, o comportamento social, a aptidão para o trabalho em equipe e a
capacidade de tomar iniciativa.
Aprender a aprender – Dominar a leitura, a escrita, a expressão oral, o cálculo e a
solução de problemas. Despertar a curiosidade intelectual, o sentido crítico, a compreensão
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do real e a capacidade de discernir. Construir as bases que permitirão ao indivíduo
continuar aprendendo ao longo da vida.
Extraído do livro Protagonismo Juvenil: adolescência, educação e participação democrática, de autoria do
Profº Antonio Carlos Gomes da Costa, página 49. Publicado pela Fundação Odebrecht em 2001.
1.4 O protagonismo juvenil enquanto prática gestora escolar
No que tange ao protagonismo juvenil quanto prática gestora, Costa (2007,
p. 10) afirma no documento: Protagonismo Juvenil: o que é e como praticá-lo, que o
“cerne” do protagonismo é a participação ativa, e que esta “[...] só se torna genuína
quando se desenvolve num ambiente democrático. A participação sem democracia
é manipulação e, em vez de contribuir para o desenvolvimento pessoal e social do
jovem, pode prejudicar a sua formação”. Legalmente a gestão democrática está
assegurada pela Constituição de 1988, conforme dispõe o “Art. 206. O ensino será
ministrado com base nos seguintes princípios: [...] VI- gestão democrática do
ensino público, na forma da lei;” (BRASIL, 2012, p. 121).
Neste sentido é importante destacar que a escola é um espaço privilegiado
para a democratização da sociedade, para o exercício da cidadania participativa e
comprometida com a transformação social e para a construção de projetos de vida.
Constitui-se, desta forma, para muitos jovens, o primeiro se não o único espaço de
vivência dessa prática. Neste sentido Costa (2006, p. 141-142) destaca que:
Educar para a democracia, vem sendo o desafio da escola no cumprimento
da sua dimensão social. Diante a uma sociedade considerada democrática com
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A democracia, elaboração coletiva e permanente, deve começar na família, mas é, sobretudo na escola que o seu exercício se torna uma exigência inarredável dos novos tempos. As relações entre educadores e educandos e destes com seu entorno sócio-comunitário são fundamentais para a incorporação das virtudes democráticas ao modo de ser dos nossos adolescentes em sua busca de identidade e de projeto de vida.
22
inúmeros problemas de ordem social, política, econômica que vem se agravando
com o decorrer do tempo, o fortalecimento da participação ativa dos cidadãos
agindo coletivamente na busca de soluções torna-se o viés mais urgente e
necessário. Paro (2007, p.18) nos faz pensar sobre a função social da escola
quando afirma “[...] sem dúvida nenhuma, hoje a principal falha da escola com
relação a sua dimensão social parece ser sua omissão na função de educar para a
democracia.” O autor reafirma a necessidade da interpelação entre educação para
a cidadania e vivência democrática quando questiona que:
Pensando ainda a função social da escola, o Educador Paulo Freire contribui
destacando que a sua função primordial é formar pessoas, constituí-las de valores,
atitudes e conhecimentos capacitando-os para o exercício da cidadania crítica,
ética e participativa. Uma educação que liberte que permita a formação de sujeitos
políticos que saibam questionar e participar com engajamento da sua realidade
social. Nesta perspectiva, Freire (2004, p. 98), afirma que:
Para Costa (2006, p. 139):
[...] não deixa de ser paradoxal que a escola pública lugar supostamente privilegiado do diálogo e do desenvolvimento crítico das consciências ainda resista tão fortemente a proporcionar, no ensino fundamental, uma formação democrática que, ao proporcionar valores e conhecimentos, capacite e encoraje seus alunos a exercer de maneira ativa sua cidadania na construção de uma sociedade melhor. (PARO, 2007, p.19)
A função da educação é auxiliar os homens na produção de sua própria realidade material e de sua consciência sobre ela. A formação para o trabalho, a qualificação para o mercado, embora seja uma função importante, não pode se constituir em única, nem mesmo em principal, função da educação: como experiência especificamente humana, a educação é uma forma de intervenção no mundo.
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A gestão democrática precisa constituir-se desde o interior da sala de aula,
no processo e pela ação educativa onde o educador, exerce um papel
importantíssimos que segundo Costa (2006, p. 38), “já não pode mais se reduzir a
transmissão de conhecimentos, habilidades e destrezas” e se referindo ao
Educador Paulo Freire afirma que torna-se necessário entender a pedagogia como
a teoria que direciona a ação educativa. Destaca ainda que é preciso indagar-se
sobre que tipo de homem e de sociedade pretendemos construir com o nosso
trabalho. Desta forma orienta que os jovens estudantes, para desenvolverem
ativismo responsável, precisam de “diretividade” numa perspectiva democrática,
uma forma de direcionamento que possa estimular níveis crescentes de
“autoconfiança”, “autodeterminação” e “autonomia”.
No entanto, o trabalho dentro de sala de aula, não é suficiente para
desenvolver o protagonismo juvenil, é necessário que sejam criados espaços e
tempos escolares que permitam aos jovens exercitar suas potencialidades. Costa
(2007, p.6) propõe que:
Esta necessidade de articulação de espaços distintos da sala de aula, na
viabilização do protagonismo juvenil é apresentada por Zibas, Ferreti e Tartuce
(2006, p.56) em um estudo de caso realizado em cinco escolas de dois estados
brasileiros, como associação à formulação de projetos,
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O propósito do Protagonismo Juvenil, enquanto educação para a participação democrática, é criar condições para que o educando possa exercitar, de forma criativa e crítica, essas faculdades na construção gradativa de sua autonomia. Autonomia essa que ele será chamado a exercitar de forma plena no mundo adulto.
Para criar os espaços necessários a eclosão das práticas e vivências capazes de permitir aos jovens exercitarem-se como fonte de iniciativa, liberdade e compromisso são necessários recursos pedagógicos de natureza distinta da aula. São necessários acontecimentos em que o jovem possa desempenhar um papel protagônico.
24
Em muitos casos as escolas tem a possibilidade de adesão a projetos
enviados por órgãos oficiais (federal e/ou estadual) tendo maior ou menor liberdade
para escolha das atividades a serem ofertadas aos estudantes. Também, existe a
possibilidade de implementação de projetos que surgem da iniciativa de
professores, para complementação, em atividade extraclasse, de temas abordados
em sala de aula. Outras atividades e propostas, que não fazem parte da rotina de
sala de aula, mas que podem ser planejadas e desenvolvidas durante o ano letivo
(teatro, competições esportivas, gincanas e/ou festivais culturais, cursinhos de
preparação para a universidade...) são importantes espaços que a escola pode
oferecer, e nos quais o protagonismo juvenil pode ser exercido permitindo a
atuação dos estudantes. (ZIBAS, FERRETI E TARTUCE, 2006)
1.4.1 As instâncias colegiadas como possibilidade de
protagonismo juvenil
As escolas, em sua organização formal democrática, na maioria, possuem
canais institucionais para a participação dos estudantes, como o Grêmio Estudantil
e o Conselho Escolar. No entanto, sabe-se que, como afirma Zibas, Ferreti e
Tartuce (2006, p.56) “esses espaços legalmente constituídos não comportam,
muitas vezes, a expressão do interesse de todos os alunos, uma vez que inseridos
na organização formal da escola, estão mais sujeitos a pressão da hierarquia
institucional.” Entre as razões do fracasso da participação efetiva destas instâncias
colegiadas na gestão escolar, Martelli in Meneses (2004, p.230) atribui a
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Tal associação direta e simplificadora não deixa de ter uma certa racionalidade, uma vez que a ênfase oficial na pedagogia ativa no ensino médio tem, entre outros, o seguinte pressuposto: a abertura do espaço pedagógico para as iniciativas e participação de jovens, por meio de uma pedagogia ativa (e portanto de „projetos‟) é um recurso importante para o desenvolvimento do protagonismo.
25
responsabilidade, a falta de um trabalho educativo que permita o desenvolvimento
de “personalidades democráticas” que atuem concretamente e conscientemente
em suas funções.
Cabe ao gestor escolar, neste processo, conforme Pinheiro in Veiga (1998,
p.79-80) organizar a dinâmica escolar, propor e promover alternativas, dinamizando
os espaços e tempos escolares para a efetivação de uma prática democrática de
gestão onde o planejamento participativo possa garantir a representação das
aspirações coletivas. Espaços e tempos estes, também e principalmente
constituídos através das instâncias colegiadas. Neste caso, em que aborda-se o
fortalecimento do protagonismo juvenil, o Conselho Escolar e o Grêmio Estudantil
apresentam-se como espaços fecundos a democratização da prática gestora e a
viabilização da participação juvenil.
O Conselho Escolar
A implantação do Conselho Escolar dentro das instituições de ensino,
iniciou-se no Brasil, segundo Paraná (2009, p.6), a partir da “ inclusão do inciso VI,
do Artigo 206, da Constituição Federal de 1988, que garante a organização
democrática do Ensino Público” e passou a integrar-se efetivamente quanto
instância colegiada necessária à gestão democrática da escola pública a partir da
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), Lei n. 9.394/96, que
estabelece os princípios e fins da educação nacional.
No Estado do Paraná, sua legalidade quanto canal institucional ocorre pela
sua constituição através do princípio da representatividade e pela formalização
aprovação e registro do Estatuto do Conselho Escolar. De acordo Paraná (2009,
p.9):
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Zibas, Ferreti e Tartuce (2006, p.75-76) afirmam que o “Conselho escolar é o
principal canal previsto na LDB para a expressão dos interesses dos alunos”
garantindo a democratização da gestão escolar. No entanto, mesmo estando
legalmente constituído, seu funcionamento apresenta-se precário, e “sua função
deliberativa” acaba por transformar-se em “ratificação de decisões” anteriormente
“tomadas pelo grupo gestor”. Em suas pesquisas apontam ainda que a atuação
dos alunos nesta instância colegiada ou é apenas formal ou inexistente e que isso
se dá por diversos fatores entre eles o constrangimento de participação, o fato de
não compreender seu funcionamento e a intimidação diante das discussões e dos
rituais da reunião. Por estes fatores, afirma que este cenário, que poderia
constituir-se num fértil espaço de expressão do protagonismo do aluno, nos moldes
em que ocorre seu funcionamento, acaba por se tornar inútil.
Martelli in Meneses (2004, p.230) ao abordar a participação dos estudantes
membros do Conselho Escolar, cita a falta de preparo para a participação, como o
um dos fatores que tem impedido o êxito da representação estudantil. Neste
sentido, Souza (2008, p.59-60) ao analisar o desenvolvimento do capital social do
jovem atribui a educação, o papel de desenvolver no jovem habilidades para que
ele consiga aproveitar as oportunidades que lhe são disponibilizadas. Usa o termo
“empoderamento” para caracterizar a assimilação das “ferramentas” necessárias ao
desenvolvimento da capacidade de expressar pontos de vista, defender interesses,
negociar, posicionar-se criticamente, de forma mais “igualitária e democrática”, seja
nestes espaços escolares constituídos, seja em outros, presentes na sociedade.
Art. 2º - O Conselho Escolar é um órgão colegiado, representativo da Comunidade Escolar, de natureza deliberativa, consultiva, avaliativa e fiscalizadora, sobre a organização e realização do trabalho pedagógico e administrativo da instituição escolar em conformidade com as políticas e diretrizes educacionais da Secretaria de Estado da Educação observando a Constituição Federal e Estadual, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, o Estatuto da Criança e do Adolescente, o Projeto Político-Pedagógico e o Regimento Escolar, para o cumprimento da função social e específica da escola.
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O Grêmio Estudantil
No Brasil, a regulamentação da organização dos estudantes em entidades
representativas e seu funcionamento ocorrem, pela Lei Federal n. 7.398 de 04 de
novembro de 1985, a qual lhes assegura o direito de organização representativa
autônoma, em toda e qualquer escola do país conforme especifica o Art.1º desta
lei,
O Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, regulamentado na Lei Nº
8.069, de 13 de julho de 1990, no Capítulo IV, também assegura aos estudantes o
direito de organizarem-se de forma representativa conforme especifica o Artº 53,
inciso IV desta lei:
No Estado do Paraná, a legitimação dos Grêmios estudantis ocorre através
da aprovação e publicação da Lei Estadual n. 11.057 de 17 de janeiro de 1995, a
qual assegura a livre organização de Grêmios estudantis em todos os
estabelecimentos da rede pública e privada deste estado conforme especifica o Art.
1º desta lei “É assegurada nos Estabelecimentos de Ensino de 1º e 2º graus,
- Aos estudantes dos estabelecimentos de ensino de ensino de 1º e 2º graus fica assegurada a organização de Estudantes como entidades autônomas representativas dos interesses dos estudantes secundaristas com finalidades educativas, culturais, civis, esportivas e sociais.
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se lhes: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - direito de ser respeitado por seus educadores; III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores; IV - direito de organização e participação em entidades estudantis; V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência.
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públicos ou privados no Estado do Paraná, a livre organização de Grêmios
Estudantis, para representar os interesses e expressar os pleitos dos alunos”.
Segundo Zibas, Ferreti e Tartuce (2006, p.76-77), mesmo tendo uma história
de décadas, foi, “a partir da reforma do ensino médio, entretanto, que sua
instalação e funcionamento revestiram-se de nova importância, em vista da ênfase
da legislação sobre o protagonismo do aluno em todas as esferas da vida escolar”.
Destacam que este importante instrumento de participação estudantil, que durante
a década de 60, em nível nacional, teve uma participação política de muita
atividade e luta, ainda encontra-se fragilizado pela condição histórica de opressão
sofrida durante o regime ditatorial, do Brasil.
Dentro das instituições escolares de nível médio, essa fragilidade e a
potencialização para a atuação autônoma dos estudantes, através dos Grêmios
ainda encontram resistência de organização e atuação quanto canal institucional e
de gestão escolar democrática. Diante a forma de condução da gestão
democrática, em muitos casos, atuando mais pelo controle do que pelo diálogo,
têm suas ações manipuladas e até reprimidas. Zibas, Ferreti e Tartuce ( 2008,
p.78-79) apontam que:
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Com a democratização e a desmobilização dos movimentos sociais, inclusive com o enfraquecimento da organização nacional dos estudantes, o papel dessas entidades estudantis perdeu importância e hoje reconhece-se em geral que tem uma atuação frágil e descoordenada, apesar da atual ênfase na participação efetiva dos jovens e vida da escola e da comunidade.
Essa dificuldade manifestada por professores e gestores de aceitar uma relação democrática com as organizações estudantis parece apoiar-se em diversos fatores: a cultura escolar tradicional, que supõe a submissão dos alunos à hierarquia; a insegurança profissional dos docentes, que não estão preparados para questionamentos de sua atuação; o desconhecimento da cultura juvenil e portanto, o preconceito quanto a possibilidade responsável dos jovens.
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Ainda que em situação de fragilidade as atividades dos Grêmios Estudantis
são para muitos dos estudantes a primeira oportunidade de participação política,
social e cultural. Sua atividade contribui consideravelmente na formação e no
enriquecimento educacional dos jovens e quanto espaço de poder pode tornar-se
um meio atuante do protagonismo juvenil tanto no interior da escola quanto fora
dela.
Neste sentido, possibilitar dentro do espaço escolar, a vivência da
democracia, da participação, do diálogo nos espaços e tempos escolares
constituídos pela representatividade, é estar contribuindo para o desenvolvimento
de uma proposta de educação pautada no fortalecimento do Protagonismo Juvenil.
É estar educando para a cidadania ativa e participativa. E, esta prática só se torna
concreta quando é assumida por todo o coletivo escolar, equipe diretiva,
professores, alunos e instâncias colegiadas.
Consulte informações sobre a organização, atuação e fortalecimento do Conselho
Escolar nas páginas sugeridas:
http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=6
25.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12384:conselhos-escolares-
apresentacao&catid=316:conselhos-escolares&Itemid=655
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12619&Itemid=661
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Grêmio Estudantil:
Conselho Escolar:
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Busque informações para a organização, instituição, cadastro e potencialização do
Grêmio Estudantil em sua escola navegando nas páginas sugeridas:
http://www.alunos.diaadia.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=144
http://upespr.webnode.pt/gremiosestudantis/
http://www.ubes.org.br/servicos/construa-seu-gremio/
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Unidade II –
POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS DE
FORTALECIMENTO DO PROTAGONISMO JUVENIL
PARA A PRÁTICA ESCOLAR.
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Voltando-se a formação de docentes e gestores, esta unidade discutirá
algumas possibilidades metodológicas e estratégias de gestão que podem ser
incorporadas á prática escolar tendo como objetivo o fortalecimento do
protagonismo juvenil com vistas à formação para a cidadania ativa e participativa.
Isto só se torna possível através da vivência, em nossas escolas, de um processo
educativo cada vez mais democrático na totalidade das ações educativas
escolares.
Tendo como ponto de partida o trabalho docente dentro da sala de aula,
serão apresentadas algumas estratégias metodológicas que possibilitem um
processo democrático de construção do conhecimento. Processo este, pautado no
diálogo, na participação ativa e criativa, de todos os envolvidos, estudantes e
professores, permitindo uma aprendizagem significativa e relevante dos saberes
escolares. Estratégias que busquem a formação de uma consciência reflexiva onde
o estudante seja chamado a protagonizar a parte de responsabilidade que lhe
cabe, dentro deste processo.
No que tange, a gestão escolar serão abordas possibilidades de articulação
e ou otimização de espaços e tempos escolares para a participação e atuação
estudantil. Esta abordagem será feita em duas frentes: uma voltada a busca de
mecanismos de gestão escolar democrática para a participação efetiva dos
estudantes e a outra na possibilidade de abertura de espaços para atividades
extraclasse onde os alunos sejam protagonistas tanto na organização quanto na
atuação.
Algumas destas estratégias e proposições serão utilizadas nas oficinas,
destinadas a formação de professores e gestores, as quais estão apresentadas
como parte desta unidade. Nestas oficinas também estarão descritas outra
dinâmicas que não estão especificadas no texto.
2.1 Protagonismo Juvenil: sugestões didático-metodológicas para
a prática escolar
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Não se trata aqui, de negar a função primordial da educação escolar que é
a formação cultural do estudante a partir dos conhecimentos historicamente
acumulados, mas sim de reconhecer a importância do papel do educador quanto
mediador deste processo em que a intencionalidade educativa assume papel
fundamental. Pensar em estratégias para o fortalecimento do protagonismo juvenil
em sala de aula, independente de qual seja a disciplina, não perpassa somente a
proposição e a escolha dos conteúdos, mas também a seleção e a aplicação de
estratégias didático-metodológicas que despertem motivação, interesse e
participação dos estudantes. A escola precisa constituir-se em sua prática, desde
o interior da sala de aula, quanto espaço de vivência da democracia, da
participação, do diálogo e para tanto, utilizar-se das mais variadas estratégias,
tanto no interior da sala de aula quanto nos demais espaços escolares.
O campo de estratégias de ensino para uma prática de fortalecimento do
protagonismo juvenil é bastante amplo, assim, serão apresentadas algumas
sugestões em que prevalece a troca de saberes e experiências entre educadores
e educandos:
1. Aula expositiva dialogada
O professor realiza a exposição e o encaminhamento do conteúdo
articulando a participação ativa dos estudantes, permitindo e estimulando
questionamentos, observações, intervenções e esclarecimentos de dúvidas, num
permanente diálogo com o aluno. É importante que toda a participação dos
estudantes seja respeitada, considerada e analisada. Esta estratégia pode ser
usada para introduzir um conteúdo novo, para realizar uma síntese final ou para
abordar determinadas informações e conhecimentos. Haidt (2002, p.155) destaca
que “a aula expositiva, quando dialogada, favorece a participação dos alunos e
estimula sua atividade reflexiva”.
2. Tempestade Cerebral (brainstorming)
Pode ser usada como ponto de partida ou chegada (síntese) de um
conteúdo, ou ainda na coleta de sugestões para solução de problemas. Nesta
estratégia, o professor propõe aos estudantes que individualmente falem palavras
relacionadas ao tema e se necessário depois pede que expliquem formando uma
“teia relacional”. Através dela é possível desenvolver a mobilização individual, a
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criatividade e a imaginação bem como ampliar os conhecimentos sobre os
assuntos estudados já que permite o “surgimento de novas ideias e soluções”.
3. Atividades de Grupo
Todas as técnicas de atividades de grupo são importantes estratégias
no desenvolvimento do conhecimento, mas também proporcionam práticas de
convívio social. Nos grupos o estudante, pela necessidade de diálogo, troca de
ideias, informações e experiências, pela necessidade de organização e
cooperação em busca de um fim comum desenvolve-se quanto um ser social,
mas também é neste contexto de grupo que surgem as primeiras experiências de
liderança.
Entre as técnicas de trabalho de grupo mais utilizadas para fins
educacionais, Haidt (2002) e Anastasiou e Alves (2004) sugerem:
discussão em pequenos grupos;
grupos de cochicho;
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simpósio;
painel;
seminário;
GO/GV (este será especificado, visto a previsão do seu uso na
aplicação de uma das oficinas)
GO/GV-Grupo de observação e de verbalização
É uma estratégia de trabalho em grupo que consiste na divisão da
turma em dois grupos. Usada na construção do conhecimento, exige uma
preparação prévia com pesquisa, busca de informações bibliográficas ou digitais
relativas ao tema em questão. Após, dividida a turma, forma-se um círculo ao
centro com os integrantes de um grupo que serão o Grupo de Verbalização e ao
redor deste, outro com o grupo que será o Grupo de Observação. O grupo GV
apresenta, discute, expõe o tema e o GO observa, faz anotações relativas às
colocações. Após para realização do fechamento, invertem-se as funções dos
grupos e o grupo que passa a verbalização realiza as colocações que não foram
feiras, complementa, discute. Esta estratégia possibilita o desenvolvimento de:
levantamento de hipóteses, análise, comparação, organização de dados e
informações, crítica, oralidade, argumentação.
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4. Debates
É um rico instrumento na construção coletiva do conhecimento através
da argumentação e posicionamento em relação a um determinado tema,
permitindo também o desenvolvimento de lideranças. Exige pesquisa e
preparação antecipada, além de uma capacidade de raciocínio rápido e articulado.
Recomenda-se que o processo de construção das supostas argumentações,
durante a pesquisa, sejam acompanhadas e orientadas pelo professor, podendo
até utilizar-se de um roteiro inicial. No debate, o professor deve exercer o papel de
mediador estando atento para que as contribuições dos alunos não “destoem” do
tema discutido ou não fiquem na superficialidade.
5. Solução de Problemas ou Ensino com Pesquisa
Busca mobilizar os estudantes no enfrentamento a uma problemática
estabelecida buscando informações, criando estratégias, argumentações,
elaborando hipóteses e tomando decisões na proposição de soluções, além de
comparar soluções em situações similares. O método deve seguir cinco fases
básicas: 1. Definição do problema; 2. Coleta e sistematização de dados
necessários a solução do problema; 3. Proposição de alternativas (hipótese) para
solução; 4. Escolha de uma alternativa (hipótese) e 5.Verificar se a alternativa
escolhida resolve o problema. Esta estratégia permite aos estudantes, a partir da
sala de aula, desenvolver a capacidade de enfrentamento a situações problema
de sua realidade, através de reflexão, da pesquisa, da proposição crítica e criativa
de soluções.
6. Estudo do Meio
Parte do estudo de uma situação real identificada na realidade em que
o aluno está inserido, trabalhando-a de forma interdisciplinar, contextualizada com
os elementos teóricos que possibilitam a análise do meio, tentando compreendê-lo
sob diversas situações, numa realidade dinâmica preparando-os para lidarem com
flexibilidade diante a novos elementos observado. O estudo pode ser socializado o
que amplia o conhecimento do coletivo.
7. Estudo de caso
Recurso usado para conduzir a aprendizagem em uma situação real ,
do contexto de vivência do aluno ou de uma temática de estudo que precisa ser
investigada. Quanto mais desafiadora, maior será o envolvimento dos estudantes
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na busca de solução para o caso. Nesta estratégia o professor entrega o caso aos
grupos podendo ser o mesmo a vários grupos ou um para cada grupo e dialoga
com eles as primeiras suposições. O professor apresenta um roteiro de estudo e
os materiais selecionados. A técnica pode seguir os seguintes passos:
1.Descrição do caso com as principais categorias a serem analisadas; 2.
Prescrição do caso- onde os estudantes farão as proposições de mudanças na
situação estudada; 3.Argumentação- justificativa dos estudantes para as
proposições analisadas/estudadas a partir dos elementos teóricos sugeridos e
outros pesquisados por eles. Esta estratégia possibilita o desenvolvimento da
argumentação escrita e dos conhecimentos relacionados, a coerência de
prescrição e a ampliação de pontos de vista.
8. Lista de discussão por meios informatizados
Estratégia que implica na criação de grupos em rede (podendo ser
uma determinada turma), mediado pelo professor, para aprofundamento de estudo
de uma determinada temática por meio eletrônico. Neste, o grupo pode trabalhar
com perguntas e respostas completas, elaboração de glossário, compartilhamento
e análise de vídeos, imagens, quadrinhos, textos, cabendo ao professor um
acompanhamento do processo. Para a participação é fundamental a mobilização e
motivação do grupo e condições concretas de operacionalização. Seu
desenvolvimento propicia ao estudante o desenvolvimento da pesquisa autônoma,
da argumentação e exposição escrita de ideias, análises, reflexões.
9. Juri Simulado
Cria-se a simulação de um júri (podendo utilizar-se da dramaturgia)
com a apresentação de argumentos de defesa e acusação, em que um problema,
um fato histórico, social, político seja levado a julgamento. A estratégia exige a
organização do processo, estabelecendo os papéis que serão desempenhados:
Juíz, Escrivão, Promotoria, Defesa, Conselho de sentença e Plenário. É
importante, sistematizar as atribuições de cada qual e orientar os trabalhos com
clareza, acompanhando e direcionando a preparação. Esta atividade possibilita
aos estudantes o desenvolvimento da capacidade de pesquisa, de argumentação,
de julgamento, de defesa de ideias e envolvimento.
10. Dramatizações
Estratégia que consiste na representação teatral de um fato e ou
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fenômeno aproximando-o da realidade vivida e assim permitindo que o aluno
compreenda com maior facilidade o objeto de estudo. Por depender da atividade e
atuação estudantil, além de ser uma técnica socializadora, permite também o
desenvolvimento cognitivo e afetivo, a criatividade, a desinibição, a liberdade de
expressão, além de motivar o estudante estimulando seu interesse educativo.
Para aplicá-la, o professor deve orientar com clareza seus objetivos e a situação a
ser dramatizada, transmitindo as informações/conhecimentos sobre a temática,
bem como os possíveis recursos/ elementos necessários estimulando a
criatividade, expressão de ideias e sentimentos dos alunos. É importante que ao
final, o professor conduza o fechamento da atividade dialogando sobre ela com os
estudantes.
11. Oficina ou laboratório de wrokshop
Caracteriza-se pelo fazer pedagógico. Esta estratégia é usada para
construção e reconstrução do conhecimento utilizando-se das mais variadas
atividades podendo, para o seu fim, estar aliada a outras estratégias. Como afirma
Anastasius e Alves (2004, p.96):
É lugar de pensar, descobrir, reinventar, criar e recriar, favorecido pela forma horizontal na qual a relação humana se dá. Pode-se lançar mão de músicas, textos, observações diretas, vídeos, pesquisa de campo, experiências práticas, enfim, vivenciar ideias, sentimentos, experiências num movimento de reconstrução individual e coletiva.
Por estas possibilidades, a oficina torna-se um instrumento
democratizador, tanto da prática pedagógica em sala de aula, quanto da
construção da prática educativa no coletivo escolar. Possibilita pelo
aprofundamento teórico, pela variedade de instrumentos a serem utilizados, pelos
momentos de discussão e proposição coletiva, de tomada e retomada de decisões
de planejamento e replanejamento uma articulação mais democrática e dinâmica
do processo de construção do conhecimento em vista dos objetivos visados.
Referências:
ANASTASIOU, Lea das Graças Camargo; ALVES, Leonir Pessate (Orgs). Processos de Ensinagem na Universidade: Pressupostos para as estratégias de trabalho em aula. 3 ed. Santa Catarina: UNIVILLE, 2004.
HAIDT, Regina Célia Cazaux. Curso de Didática Geral. Série Educação. Editora
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Ática. 7ª Edição. SP, 2002.
2.2 O papel do gestor escolar na articulação de espaços e tempos
escolares de protagonismo juvenil para além da Sala de Aula.
Quais os caminhos possíveis para transformar a instituição escolar em
espaço de protagonismo juvenil?
Para responder a este questionamento é preciso compreender a escola a
partir do seu posicionamento político, das ações que permeiam as suas tomadas
de decisão, verificar se vivemos a democracia ou se a temos como princípio
educativo.
Não é suficiente que a educação escolar apresente a democracia quanto
forma de governo é preciso que ela seja em sua essência educativa um espaço
onde todos possam aprender juntos como se conquista essa condição. É preciso
que o estudante vivencie dentro do espaço escolar experiências que o levem a
participação, ao diálogo, a tomada de decisão ao enfrentamento de dificuldades,
de resistências e a de solução de problemas. Neste sentido, a abertura de
espaços e tempos escolares para que o estudante se exercite quanto protagonista
dessas experiências é um terreno fértil a politização e a conquista cada vez maior
de sua cidadania.
Nesta proposta de fortalecimento de ações educativas para o exercício
estudantil de ações protagonistas, cabe ao gestor escolar, conforme Veiga e
Resende (1998, p.79-80) organizar a dinâmica escolar, propor e promover
alternativas, dinamizando os espaços e tempos escolares para a efetivação de
uma prática democrática de gestão onde o planejamento participativo possa
garantir a representação das aspirações coletivas.
Isto pode ser feito através de instituições legais, mecanismos de gestão
escolar democrática as chamadas instâncias colegiadas, fazendo destes
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verdadeiros espaços de exercício da democracia. Através da adesão a propostas
federais que possibilitam o desenvolvimento de projetos interdisciplinares como o
Programa Ensino Médio Inovador, de formação esportiva como o Atleta na Escola,
de questão ambiental como a Agenda 21 Escolar e a Com Vida, ou Estaduais
como os programas de complementação curricular que abrem inúmeras
possibilidades de escolha ao coletivo escolar. Ainda, através de ações artística,
culturais, esportivas previstas no plano de ação da escola e no calendário escolar.
Também, pela organização de conferências, assembleias, seminários, debates
constituindo-os de forma democrática, pelo diálogo com o coletivo escolar.
A articulação destes espaços e tempos escolares viabilizando o
protagonismo juvenil, contribui tanto para democratizar a prática gestora quanto
para incrementar o cumprimento do papel social da escola pública.
Referências:
PINHEIRO, Maria Eveline. A Ação Coletiva como Referencial para a Organização do Trabalho Pedagógico. In: VEIGA, Ilma Passos Alencastro; RESENDE, Lúcia Maria Gonçalves de (orgs.). Escola: Espaço do projeto político-pedagógico. 11. ed. Campinas, SP: Papirus, 1998.
ZIBAS, Dagmar M. L.; FERRETI Celso J.; TARTUCE, Gisela Lobo B. P.. Micropolítica escolar e estratégias para o desenvolvimento do protagonismo juvenil. Caderno de Pesquisa v.36, n127, p.55-85, jan./abr. 2006. Disponivel em: http://www.scielo.br/pdf/cp/v36n127/a0436127.pdf. Acesso em 20 de março de 2014.
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Formação de Educadores e Gestores
1ª Oficina
Apresentação do
Projeto de Intervenção
Duração: 4 horas
“Educar o adolescente em instância de liberdade é abrí-lo para sí mesmo, conduzindo-o à autodescoberta e provocando sua autodeterminação. Mas, para que sua liberdade seja fonte de felicidade, será preciso que sua educação o conduza a abrir-se para os outros.”
Paul Eugéne Charbonneau
Programa da oficina: 1_ Recepção e Boas Vindas 10’
2_ Dinâmica: Qual é a sua bandeira? 20’
3_ Apresentação do Projeto de Intervenção Pedagógica – PDE 30’
4_ Vídeo: Exibição de parte do documentário La Educación Prohibida (A Educação Proibida)
45’
5_ Encaminhamentos 10’
6_ Leitura e apontamentos em grupos do texto: O protagonismo juvenil enquanto prática pedagógica e educativa escolar
30’
7_ Organização e preparação de argumentações para o debate 40’
8_ Realização do Debate 40’
9_ Considerações Finais (Feedback) 10’
10_ Avaliação 10’
11_ Extras 5’
Quadro de Apoio
Objetivos Material
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• Apresentar a equipe de educadores e a equipe diretiva o Projeto de Intervenção Pedagógica –PDE
• Apresentar o conceito, as bases legais e teóricas do Protagonismo Juvenil na Educação Formal
• Promover a discussão sobre as implicações de uma proposta pedagógica de fortalecimento do Protagonismo Juvenil no Ensino Médio.
• Cartõezinhos coloridos com pensamentos, frases de educadores relacionados ao tema da oficina
• Data Show e/ou TV Multimídia
• Bandeirinhas coloridas*
• Canetas hidrocor ou canetões
• Mural ou lousa, previamente preparada com o título: Ensino Médio: Qual é a minha bandeira (intencionalidade) educativa?
• Cópias do texto: O protagonismo juvenil enquanto prática pedagógica educativa escolar*
• Roteiro de análise do vídeo e do texto*
*(Providenciar um/uma para cada participante)
Roteiro de Aplicação da Oficina:
1_ Iniciar as atividades de boas vindas, distribuindo cartõezinhos coloridos com frases, pensamentos de educadores relacionados à temática da oficina (o número de frases deve ser igual ao número de grupos de estudo que se pretende formar a partir do grande grupo, também pode-se grampear um Bombom em cada cartão). Juntamente, poderá ser entregue uma Bandeirinha colorida para cada participante. Com o grupo reunido, dar as boas vindas e apresentar o cronograma das atividades. 2_Pedir que cada participante, pegue a bandeirinha que recebeu, e nela escreva qual é a sua bandeira/ intencionalidade educativa para os jovens estudantes do Ensino Médio. Após cada um se levanta e apresenta ao grupo, a sua bandeira fixando-a no mural previamente preparado. 3_Realizar a apresentação do Projeto de Intervenção pedagógica: Protagonismo Juvenil no Ensino Médio e Gestão Democrática da Escola Pública: implicações e possibilidades para a prática escolar, articulando sempre que possível, as bandeiras levantadas pelo grupo. 4_Apresentar partes do documentário: A Educação Proibida, selecionando algumas das experiências relatadas com uma breve abordagem de apresentação. 5_ Encaminhamentos: Distribuir a cada participante, o texto O protagonismo juvenil enquanto prática pedagógica educativa escolar. Orientar que se organizem em grupos conforme as frases/pensamentos que receberam na acolhida (frases iguais, grupos iguais).
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6_ Com os grupos formados, solicitar que realização a leitura do texto e destaquem os principais pontos relacionando-os com o documentário. 7_ Ainda nos grupos, solicitar que organizem argumentações para a realização do debate tomando como base os materiais estudados (vídeo e texto) e as reflexões realizadas a partir da seguinte questão norteadora:
Juventude e Educação para o Século XXI, por que protagonismo? Quais seriam as implicações de uma proposta pautada no fortalecimento do protagonismo juvenil na formação dos estudantes do ensino médio? (Destacar pontos positivos e negativos)
8_Reunir o grande grupo para realização do debate, podendo organizar a sala dispondo as carteiras de forma que um grupo fique de frente ao outro, cada grupo com duas fileiras, à frente os debatedores e na fileira de trás os ouvintes, o coordenador passa a ser o mediador do debate e este deve estar atento para que o foco se mantenha nos objetivos propostos através das questões norteadoras. 9_ Concluído o debate, o coordenador da oficina deve realizar o feedback ou seja os comentários finais retomando os objetivos propostos. 10_ Avaliação: No grande grupo, propor que cada um diga uma palavra ou frase que tenha lhe marcado o encontro. 11_ São minutos destinados e livres para que os participantes tirem suas dúvidas ou troquem considerações com os colegas.
Documentário: A educação proibida
Duração: 02:25:14
Sinopse
Através de 45 experiências educativas fora dos padrões tradicionais, que foram analisadas em 90 entrevistas com pessoas de oito países diferentes, o documentário A Educação Proibida se propõe a questionar as lógicas da escolarização moderna e a forma de entender a educação. Além de apresentar vias alternativas para como crianças e adolescentes estão sendo educados, o filme demonstra as falhas do modelo de educação vigente, que produz cidadãos doutrinados pelo sistema e que proíbe qualquer ato que não esteja conforme a
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norma estabelecida por ele.
Outras informações: Ano de produção: 2012 Público-alvo: Público em geral País de origem: Brasil Versão do áudio: Áudio original Produtora: Maria Farinha filmes Fonte: Tv Escola Disponível em: http://tvescola.mec.gov.br/tve/video;jsessionid=358DB0A67C3326CBB27A649B71377E15?idItem=7342 Acesso em 20 de novembro de 2014. Onde encontrar o documentário? https://www.youtube.com/watch?v=OTEvM_j1k4M
Texto: O protagonismo juvenil enquanto prática pedagógica e educativa escolar
Onde encontrar? Na Unidade I deste caderno.
2ª Oficina
O Protagonismo Juvenil como
educação para a participação e a cidadania: sugestões
metodológicas para a prática escolar
Duração: 4 horas
“É preciso diminuir a distância entre o que se diz e o que se faz, até que
num dado momento a tua fala seja a tua prática.” Paulo Freire
Programa da oficina: 1_ Recepção e retomada da oficina 1 15’
2_ Apresentação do programa da oficina 10’
3_ Reflexão a partir do texto: Gente que incomoda (Luciana Ribeiro Pinheiro)
Dinâmica: Duplas de cochicho
20’
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4_ Socialização 25’
5_ Vídeo: Protagonismo Juvenil 30’
6_ Estudo dos texto: 1- O adolescente como ator protagonista (Antônio Carlos Gomes da
Costa) 2- Os professores em busca de novas perspectivas. (Jacques Delors)
60’
7_ Conhecendo e pensando a aplicação de algumas estratégias didáticas metodológicas para o fortalecimento do protagonismo na prática escolar em sala de aula.
40’
8_ Socialização das produções 30’
9_ Conclusões (Feedback) 10’
Quadro de Apoio
Objetivos Material
• Refletir a importância da educação escolar na formação humana para a cidadania ativa e participativa
• Discutir o papel do educador na proposta de protagonismo juvenil
• Conhecer estratégias para o fortalecimento do protagonismo juvenil a partir da sala de aula.
• Apresentar possibilidades de aplicação de algumas destas estratégias nas diversas disciplinas da matriz curricular do Ensino Médio.
• Data Show e/ou TV Multimídia
• Ideias centrais da Oficina 1
• Texto: Gente que incomoda*
• Vídeo: Protagonismo Juvenil.
• Textos:
1- O adolescente como ator protagonista (Antônio Carlos Gomes da Costa)
2- Os professores em busca de novas perspectivas. (Jacques Delors)
• Roteiro de questões norteadoras para análise e discussão do vídeo e dos textos.*
*(Providenciar um/uma para cada participante)
Roteiro de Aplicação da Oficina:
1_ Dar as boas vindas ao grupo, enfatizando a importância do coletivo (gestores e professores) nos trabalhos/reflexões a cerca da importância do fortalecimento de ações voltadas ao protagonismo/ a formação humana dos estudantes. Retomar os principais pontos da oficina anterior tomando como referência as colocações realizadas na assembleia de socialização. 2_Apresentar o programa e os encaminhamentos dos trabalhos propostos para a oficina.
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3_ Realizar a entrega do texto: Gente que Incomoda. Fazer sua leitura e propor a reflexão através da Estratégia: Duplas de Cochicho. Solicitar que destaquem uma frase ou um parágrafo do texto que mais lhes chamou a atenção e realizem a reflexão. 4_Propor a socialização das reflexões no grande grupo, lembrando que as análises, escolhas e reflexões das duplas, constituem opiniões que podem ser distintas de grupo para grupo. Esclarecer que as opiniões sofrendo interferências das leituras individuais em relação a temática, mas que todas as opiniões devem ser respeitadas. Não haverá interrupções e debate durante as colocações, ficando este reservado as construções individuais na análise das diferentes reflexões. A socialização poderá ser conduzida dando sequência aos grupos que selecionarem a mesma parte do texto, que quando esgotada, abre espaço a outras escolhas e assim sucessivamente. 5_Apresentação do Vídeo: Protagonismo Juvenil, o qual aborda uma discussão acerca de possibilidades de práticas de protagonismo, servindo de alicerce para a introdução referente a prática educativa de protagonismo. 6_Distribuir os textos:
O adolescente como ator protagonista (Antônio Carlos Gomes da Costa)
Os professores em busca de novas perspectivas. (Jacques Delors)
Dividir os participantes em grupos, por áreas do conhecimento: Grupo 1- Linguagem e suas tecnologias (Língua Portuguesa, Artes e LEM); Grupo 2- Ciências Sociais (História, Geografia, Sociologia, Filosofia), Grupo 3- Ciências Exatas (matemática, física, química, „biologia‟). Solicitar que realizem a leitura dos textos e a reflexão a partir da seguinte questão norteadora:
Discuta o papel do professor diante a uma proposta de educação para o séc XXI, voltada a formação do ser humano, reflexivo, argumentativo, crítico, autônomo, participativo, sujeito de vez e de voz, consciente, com responsabilidades, sendo consequente em suas ações, ou seja, um sujeito para o exercício da cidadania, dentro do espaço escolar e na sociedade. 7_ Orientar os grupos para que consultando o texto introdutório desta unidade: Protagonismo Juvenil: sugestões didático metodológicas para a prática escolar e também as Diretrizes Curriculares de suas disciplinas, organizem um plano de aula utilizando-se de uma ou mais estratégias que possibilitem o desenvolvimento do conteúdo. Deverão ser organizados pelo menos 2 planos por grupo contemplando disciplinas diferentes. Ou, numa proposta mais ousada, propor um plano a partir de temática interdisciplinar. 8_ Reunir o grande grupo para a socialização de seus planos de aula.
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9_ Para o fechamento da oficina, realizar o feedback retomando pontos relevantes das discussões realizadas numa perspectiva motivadora ao grupo. Pode ser usado o seguinte pensamento de Santos (1996): “A utopia é a exploração de novas possibilidades e vontades humanas, por via da oposição da imaginação à necessidade do que existe, só porque existe, em nome de algo radicalmente melhor que a humanidade tem direito de desejar e porque merece a pena lutar.”
Texto 01: GENTE QUE INCOMODA!
Luciana Ribeiro Pinheiro1
TEM GENTE QUE INCOMODA MUITO! EU GOSTO DE ALERTAR SOBRE ISSO:
TEM GENTE QUE INCOMODA MUITO!
Será que a sociedade está preparada para gente que incomoda?
GENTE QUE INCOMODA tem o hábito de não sair da nossa cabeça. Fica ali,
martelando o nosso juízo, cutucando feridas ocultas, instigando as nossas
verdades antes tão absolutas e tão enraizadas em nosso saber “eterno” e
“supremo”. GENTE QUE INCOMODA faz pensar, e pensar muitas vezes dói. Dói
por desconstruir o que parecia tão sólido, o que parecia tão certo, revelando todo
o dinamismo e toda a fragilidade das (re)significações humanas.
Será que a sociedade está preparada para gente que incomoda?
GENTE QUE INCOMODA tem a estranha mania de querer virar as coisas ao
avesso desnudando o que era para ficar encoberto. Faz vir à tona o que está
escamoteado no faz de conta de políticas públicas. Revela quanto os interesses e
direitos dos cidadãos são ignorados. GENTE QUE INCOMODA não aceita
medidas paliativas que forjam o descaso e a falta de compromisso das
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autoridades. Rasgam o véu que encobre a tirania, a arbitrariedade, a falsa
democracia, e tudo isso, em nome de uma tal “justiça social”... “direitos iguais”...
“bem-estar comum”.
Será que a sociedade está preparada para essa gente que acredita na justiça, que
acredita na lealdade, que pensa numa educação de qualidade como a principal
forma de HUMANIZAÇÃO DA ESPÉCIE HUMANA? Será que a sociedade está
preparada para gente que opta por não se corromper, por não prostituir a sua
inteligência e nem a sua dignidade?
Será que está preparada para gente que não se torna conivente com injustiça e
iniquidade?
Será que a sociedade está preparada para gente que incomoda?
Essa GENTE QUE INCOMODA não aceita a opressão, não aceita atos que violam
a integridade humana, e nem aceita a intolerância com a diversidade. Essa
GENTE chora a dor do outro. Sensibiliza-se com as causas dos outros. Coloca-se
em lugar do próximo.
Despreza atos tiranos. Não aceita a maldade justificada pela lei da sobrevivência,
“tão necessária no capitalismo selvagem”. Essa GENTE não aceita violência
física, verbal, cultural, ou mesmo violência simbólica hipocritamente disfarçados
em atos ou discursos vazios. Ah! Que GENTE louca! Não aceita que se minimize
o direito de ser , de estar, e de atuar dos cidadãos.
Essa GENTE QUE INCOMODA não se senta à mesa com “os ditadores do saber”.
Não é complacente com os pseudo-intelectuais que se julgam donos da verdade e
detentores do conhecimento e subjulgam o potencial alheio. Essa GENTE é
estranha. Despreza aqueles que menosprezam a cultura e os saberes de um
povo. Revela o caráter arbitrário dos que se transfiguram de democratas contudo,
despóticamente, transformam a vida de pessoas num teatro de marionetes.
Essa GENTE não aceita que os “senhores da verdade” atropelem culturas
diferentes desrespeitando o jeito de ser, de estar, de gostar, de viver do outro.
Tudo isso em nome das “Santas Gêmeas”. É! As santas gemêas andam sempre
juntas e atuam em parceria. São elas: “Santa Sabedoria Suprema” e Santa
inclusão de Qualquer jeito”.
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A “Santa Sabedoria Suprema” carrega o cajado da felicidade de todas as pessoas
“desfavorecidas”. Ela é capaz de determinar o que é melhor e o que é pior para
cada povo, para cada grupo, para cada pessoa. É tão suprema em sua sabedoria
que nem se dá ao trabalho de conhecer essas pessoas, os seus gostos, as suas
verdades, os seus sonhos, as suas crenças. Ou, simplesmente, o que querem da
vida. Os “senhores da verdade” a invocam e ela os ajuda impondo o conceito de
felicidade.
Quanto a “Santa Inclusão de Qualquer Jeito” é a dona da chave que abre as
portas de um mundo colorido e feliz. Essa chave possibilita que as pessoas sejam
libertas do “mundo da ignorância”, do “mundo platônico das sombras”, do “ mundo
das limitações” e adentrem no mundo sócio-cultural projetado e construído pelos
“senhores da verdade”.
Tem GENTE QUE INCOMODA MUITO. Não aceita essas Santas Gêmeas como
suas padroeiras. Ah! Que GENTE estranha.
Será que a sociedade está preparada para essa gente que incomoda?
Essa GENTE QUE INCOMODA certamente não passou pela escola. Caso tenha
passado, foi péssimo aluno. Por isso, incomoda tanto. Não aprendeu a lição da
subserviência. Não entendeu a regra da obediência plena e sem
questionamentos. Não entendeu que a submissão incondicional é um ato
relevante numa sociedade hierarquicamente bem organizada e bem definida. Não
foi capaz de compreender que umas pessoas nascem para mandar e outras para
cumprir ordens. Não foi capaz de entender que a “cultura do silêncio” deve
prevalecer.
Essa GENTE que incomoda tanto não aprendeu na escola que a grande maioria
da população deve se limitar a cumprir ordens sem refletir, sem analisar, sem ter a
autoria de suas percepções de mundo, sem questionar.
QUESTIONAR... essa parece ser a palavra-força dessa GENTE QUE
INCOMODA. Questionamentos levam o indivíduo a pensar sobre os
acontecimentos, a refletir criticamente, a vislumbrar condições melhores. E, na
verdade, o que a sociedade precisa é de muita GENTE INCOMODA. O problema,
então, não está nessa GENTE QUE INCOMODA, está nas nossas escolas que
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colaboram pouco para que mais gente possa incomodar.
Transformemos então as escolas! Façamos de nossas salas de aula espaços de
GENTE QUE INCOMODA. Gente crítica que visa encontrar novas maneiras de
ver e viver o mundo. Gente que questiona as “verdades absolutas”. Gente que não
aceita imposições. Gente que argumenta, que reflete sobre seus atos, que se
avalia. Gente que critica e se auto-critica e busca solução. Gente que analisa o
erro transformando-o em novas possibilidades de superação. GENTE
simplesmente POLITIZADA.
1 Pedagoga, psicopedagoga e neuropsicóloga, mestre em Educação (UFPR), doutoranda em educação (UFPR). E‐mail: [email protected]
Esse texto foi produzido para a abertura da palestra na CONAE (1ª Conferência Nacional de Educação) – encontro municipal -, proferida pela autora. A palestra “Construindo o Sistema Nacional Articulado de Educação: Plano Nacional de Educação, suas Diretrizes e Estratégias de Ação”, teve como objetivo “incomodar” os participantes a refletirem sobre a educação transcendendo as necessidades materiais de uma escola. A proposta da autora foi pensar a educação como um sistema que deve ter como reflexão-ação primordial os princípios básicos de humanização como a ética, o respeito, a responsabilidade social, e a consciência crítico-política. A autora defendeu a idéia de se pensar soluções para os problemas que hoje emergem nos diferentes contextos educacionais a partir da responsabilidade de todos, afinal, a educação deve ser feita por todos e para todos.
Texto 2
O Adolescente como ator protagonista
Antonio Carlos Gomes da Costa
Onde encontrar?
COSTA, Antonio Carlos Gomes da. O Adolescente como ator protagonista. Disponível em: http://protagonismojuvenil.blogspot.com.br/2007/06/o-adolescente-como-protagonista.html. Acesso: 05 de dezembro de 2014
Texto 3
Os professores em busca de novas perspectivas.
Jacques Delors
Onde encontrar?
DELORS, Jacques. Educação: um tesouro a descobrir. Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI. São Paulo: Cortez, 1998. P.152-166.
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Formação de Professores e Gestores
3ª Oficina
Gestão escolar: Uma discussão sobre os espaços e tempos escolares para o Protagonismo Juvenil
Duração: 4 horas
“Protagonismo é abrir um espaço efetivo de participação cidadã para o jovem dentro da escola.”
(Francis Wilker)
Programa da oficina: 1_
Acolhida com a dinâmica de grupo: O desafio é
20’
2_ Exibição de parte do programa: Nós da Educação: Gestão escolar e as várias facetas do espaço escolar - Vitor Henrique Paro
30’
3_ Leitura do texto:
O protagonismo juvenil enquanto prática gestora escolar.
30’
4_ Socialização das reflexões no grande grupo 30’
5_ Aproximação com o cotidiano escolar: Para além da sala de aula : espaços e tempos de participação juvenil que temos
30’
6_ Propondo a criação e ou otimização dos espaços e tempos escolares de atuação juvenil
30’
7_ Assembleia de apresentação e seleção das propostas para o plano de ação da escola.
45’
8_ Avaliação da Oficina e do Curso 15’
9_ Considerações finais (feedback) dialogadas da oficina e do curso
20’
Quadro de Apoio
Objetivos Material
• Compreender o conceito de Gestão democrática escolar.
• Discutir o papel da gestão escolar democrática no fortalecimento do protagonismo juvenil.
• Identificar os espaços e tempos escolares, institucionais ou não, de atuação estudantil.
• Propor ao Plano da escola, ações para a otimização e ou criação de
• Data Show e/ou TV Multimídia
• Gravação do programa Nós da Educação: Gestão escolar e as várias facetas do espaço escolar - Vitor Henrique Paro
• Cópias do texto: O protagonismo juvenil enquanto prática gestora escolar.*
• Roteiro de discussão para aproximação do tema com o cotidiano escolar, e para proposição de ações de fortalecimento
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espaços para o fortalecimento do protagonismo juvenil para além da sala de aula.
do protagonismo juvenil para além da sala de aula.*
*(Providenciar um/uma para cada participante)
Roteiro de Aplicação da Oficina:
1_ Dar as boas vindas ao grupo e iniciar o encontro com a seguinte dinâmica: O desafio é.
a) Pedir aos participantes que se coloquem em círculo, no centro da sala e se deem as mãos.
b) Proponha que sem soltar as mãos, virem de costas para o centro do círculo. c) Pedir que discutam e encontrem a solução. d) Depois que conseguirem dialogue com o grupo o que a dinâmica representa
se transpormos a solução do desafio para a escola. Conduza a compreensão observando que :
Todos precisaram colaborar para resolver o desafio, assim também é na escola, ninguém consegue atingir o objetivo maior da educação sozinho.
Sempre há um líder que conduz, que orienta, que articula, mas a solução vem de um trabalho coletivo, pautado no diálogo e na ação de todos. Um mesmo objetivo, uma mesma direção.
OBS: Tomar a dinâmica como ponto de introdução ao tema da oficina, apresentar o cronograma.
2_Apresentar partes dos vídeos do Programa Nós da Educação: Gestão escolar e as várias facetas do espaço escolar - Vitor Henrique Paro, que permitir, através da uma análise teórica a cerca do papel da gestão escolar, discutir os vários aspectos do seu papel na condução do processo educativo escolar.
3_ Organizar os participantes da oficina em grupos, podendo seguir o critério de numeração dos participantes de 01 a 05, ou conforme o número de participantes, de modo que os grupos fiquem com no máximo 05 participantes. O coordenador deverá ficar atento, no momento de constituição dos grupos, para que se possível os integrantes da equipe diretiva (diretores e pedagogos) sejam distribuídos um em cada grupo. Buscando com este critério maior equidade nas discussões. Entregar a eles o texto: O protagonismo juvenil enquanto prática gestora escolar (parte da unidade I deste caderno) propondo a leitura do mesmo. Nortear as reflexões a partir das questões:
a) Que fatores devem ser considerados na efetivação de práticas de gestão escolar que permitam a escola constituir-se num verdadeiro espaço de vivência da democracia?
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b) Que limitações são encontradas no dia a dia das instituições escolares em geral, e que vem impossibilitando o exercício da democracia em sua concretude, nos âmbitos de atuação:
Dos diretores (as) e diretores (as)-auxiliares;
Dos pedagogos(as);
Dos docentes;
Dos discentes;
Das Instâncias colegiadas (Conselho escolar, APMF, Grêmio Estudantil)
c) Tomando por referência as “várias facetas do espaço escolar” apresentadas no vídeo, pelo Profº Vitor Paro e as possibilidades de articulação da Gestão escolar com vistas ao Protagonismo Juvenil, de que forma a Gestão Escolar pode atuar na implementação de espaços e tempos de exercício do protagonismo aos jovens estudantes do Ensino Médio?
4_Reunir o grande grupo para a socialização das reflexões realizadas nos pequenos grupos. Neste momento cada participante, que foi escolhido como orador do seu grupo, um após o outro, de forma voluntária realiza as colocações. Ao final, se o coordenador observar a necessidade de retomar algum ponto, deve fazê-lo. OBS: Neste momento deve ficar claro o conceito de gestão escolar democrática e o papel do gestor escolar no fortalecimento do protagonismo juvenil. 5_e 6_Propor a aproximação dos materiais estudados à reflexão da realidade escolar levando-os a identificar os espaços de protagonismo juvenil que temos para além da sala de aula e a proposição de ações (pedagógicas e financeiras) para sua otimização e ou criação de novos espaços escolares que permitam ao jovem a potencialização de ações no exercício de sua cidadania. Para este momento sugerimos que a composição anterior dos grupos seja mantida e que os trabalhos sejam norteados pelo seguinte roteiro:
ATIVIDADE:
Protagonismo Juvenil: Aproximando a realidade escolar e propondo ações para o fortalecimento do Protagonismo Juvenil
No quadro abaixo: A) Identifique no quadro abaixo, os espaços e tempos escolares para além da
sala de aula, constituídos na escola quanto ambientes de ações de protagonismo Juvenil, dentro das classificações estabelecidas.
B) Para cada ambiente identificado, descreva as ações protagonistas
realizadas pelos estudantes.
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C) Pensando a possibilidade de otimização destes espaços e tempos escolares, proponha ações (pedagógicas e ou administrativas) que poderiam se incorporadas fortalecendo o Protagonismo Juvenil.
D) Proponha para a prática escolar, a criação de um novo espaço e tempo para a atuação juvenil, descrevendo as ações norteadoras da proposta.
Espaços e
Tempos escolares de
Protagonismo Juvenil para além
da sala de aula
Identificação
Ações protagonistas
realizadas
Otimização
(o que pode ser melhorado com
vistas ao protagonismo
Juvenil)
Instâncias colegiadas
Propostas de
Complementação Curricular
Projetos PRO EMI
Atividades: artísticas, culturais e esportivas planejadas.
Outras atividades
Sugestões de nova
atividades/espaço escolar para a
atuação juvenil.
7_Assembléia de socialização das reflexões realizadas nos grupos em relação aos espaços e tempos de protagonismo já constituídos no colégio, das sugestões para otimização dos mesmos e das proposições de novas atividades que permitam uma abertura ainda maior à ações de protagonismo juvenil. Esta apresentação
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pode ser realizada na forma de complementação de reflexões. Socializando na forma de blocos (uma parte do quadro por vez). Ex. O 1º grupo socializa as atividades do bloco Instâncias colegiadas e os demais complementam; O 2º grupo socializa as atividades do bloco Propostas de complementação curricular e os demais complementam e assim sucessivamente. Ficando somente os dois últimos blocos para socialização individual de cada grupo. Escolha pela assembleia, das ações de fortalecimento do Protagonismo Juvenil, que serão inseridas no plano de ação da escola para serem implementadas em 2015. 8_ Avaliação: Solicitar aos participantes que avaliem o curso escrevendo algumas frases sobre a relevância das discussões e proposições realizadas com vistas a proposta de fortalecimento do protagonismo juvenil que teve como problemática centralizadora a necessidade observada na escola de formação de lideranças, de alunos ativos e participativos, sujeitos de vez e de voz. 9_Apresentação das considerações finais da oficina e da implementação desta unidade, de forma dialogada, destacando a relevância desta proposta de formação humana para o exercício da cidadania através de ações de fortalecimento do protagonismo juvenil e da importância do trabalho articulado entre Direção, Equipe Pedagógica e Professores na busca de intencionalidades educativas comuns. Aqui pode-se fazer um paralelo com o resultado da dinâmica Qual é a minha bandeira? Realizada na 1ª Oficina.
Para finalizar agradecer a participação do grupo e propor a criação de um Blog do Colégio no qual possam ser socializadas ações de fortalecimento do protagonismo juvenil realizadas por professores, gestores e alunos.
Video: Programa Nós da Educação: Gestão escolar e as várias facetas do espaço escolar - Vitor Henrique Paro.
Parte1
http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=12678
Parte2
http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=12677
Parte3
http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?v
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Texto: O protagonismo juvenil enquanto prática gestora escolar
Onde encontrar? Na Unidade I deste Caderno.
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Unidade III – FORMAÇÃO DE ESTUDANTES
SOU JOVEM, SOU PROTAGONISTA?
PARTICIPAÇÃO ESTUDANTIL NO COTIDIANO
ESCOLAR
UM PROJETO DE PROTAGONISMO PARA A FORMAÇÃO DE
LIDERANÇAS ATIVAS E PARTICIPATIVAS ENTRE OS JOVENS
ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO, INTEGRANTES OU NÃO
DO GRÊMIO ESTUDANTIL
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Os estudantes do Ensino Médio sabem do seu direito a participação
democrática na escola? Conhecem os mecanismos de participação e atuação bem
como sua importância? Sabem que por meio destes espaços podem realizar
proposições e influir nas decisões de sua instituição de ensino? A escola lhes
oferece, momentos formativos para que compreendam o seu papel de
representação política e atuação cidadã? E espaços articulados para a efetiva
participação dos estudantes nas questões do cotidiano escolar, com possibilidade
de expressão de suas ansiedades?
Estudos, Documentos e Leis já citados neste caderno, demostram a
emergência de ações que atendam as necessidades educativas para séc.XXI.
Necessidades pensadas e planejadas para os jovens da chamada sociedade da
informação, com mudanças constantes e aceleradas nos modos de vida exigindo
uma reconstrução permanente do conhecimento. Para tanto é preciso que a
educação escolar informe, desenvolva a criticidade, fundamental na compreensão
e atuação neste mundo, mas também permita em seus processos a preparação
para a cidadania, desenvolvendo sua personalidade, autonomia, politização para,
mais tarde, quando adulto, conforme afirma Costa (2001, p.19) “viver e trabalhar
nesta sociedade cada vez mais complexa, competitiva e exigente”.
São jovens com expressões e expectativas diversas que podem e precisam
ser inseridos nos processos de construção e reconstrução dos seus espaços
participando de forma ativa, criativa e crítica. Atuando, opinando e propondo
alternativas sobre as questões de sua realidade escolar, comunitária ou social.
Perceber estes jovem estudante do ensino médio não como problema, mas
como parte de solução é o principal foco do protagonismo juvenil, indicado como
um dos eixos principais das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio.
A Escola é o espaço das primeiras experiências políticas, democráticas, de
atuação social, portanto de exercício de cidadania para a formação humana destes
jovens. E quanto espaço educativo e de formação humana, precisa em suas ações
educativas oportunizar a estes jovens estudantes, através da criação de
mecanismos de participação efetiva e de formação, possibilidades de atuação e de
expressão no espaço escolar.
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Sou Jovem, Sou Protagonista?:
participação estudantil no cotidiano escolar
Neste trabalho de fortalecimento do protagonismo juvenil no ensino médio,
enquanto educação para o exercício da cidadania ativa e participativa a
implementação desta unidade, propõe a criação do Projeto:
Um projeto de Protagonismo para a formação de lideranças ativas e
participativas entre os Jovens estudantes do Ensino Médio, integrantes ou não do
Grêmio Estudantil.
Estrutura:
1ª Etapa- Divulgação e formação do grupo de protagonistas com representantes de
todas as turmas do Ensino Médio.
2ª Etapa- Oficina 1: Protagonismo juvenil uma aproximação com o tema.
3ª Etapa- Oficina 2: Espaços e tempos escolares e o protagonismo dos jovens
estudantes
4ª Etapa- Oficina 3: A escola que temos e a escola que queremos: de problemas a
soluções.
5ª Etapa- Assembleia com o coletivo escolar: Protagonismo Juvenil na escolar: é
possível?
Para aplicação do projeto à representações de todas as turmas do Ensino
Médio busca fortalecer entre estes estudantes o engajamento às questões
escolares, o surgimento de lideranças estudantis na proposição, articulação e
criação de ações protagonistas no espaço escolar bem como a mobilização dos
demais estudantes a participação e atuação nestes espaços.
A implementação desta unidade de formação para os estudantes, constui-se
num importante instrumento do fortalecimento do protagonismo juvenil no âmbito
escolar em consonância às Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio.
As atividades propostas nas etapas de implementação podem ser adaptadas,
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levando em consideração as diferentes realidades, as especificidades do público
alvo, bem como do espaço e tempo escolar disponível.
Formação de Estudantes
DIVULGAÇÃO DO PROJETO DE INTERVENÇÃO
1ª Etapa PEDAGÓGICA COM ALUNOS
Duração: 30’ por turma
Quantidade de turmas: 08 Total: 4 horas
“Tudo o que acontece no mundo, seja no meu país, na minha cidade ou no meu bairro, acontece comigo. Então, eu preciso participar das decisões que interferem na minha vida.” Herbert de Souza” (Betinho)
Programa da divulgação: 1_ Reflexão sobre o desafio observado em relação ao protagonismo dos
estudantes no espaço escolar e o projeto PDE.
05’
2_ Dinâmica do Liquidificador Mental ou explosão de ideias, aproximando as ideias dos estudantes à proposta do projeto de intervenção.
05’
3_ Divulgação do projeto de implementação com alunos 15’
4_ Sensibilização para a participação 05’
Quadro de Apoio
Objetivos Material
• Divulgar junto às turmas de Ensino Médio a proposta de Fortalecimento do Protagonismo Juvenil no espaço escolar, apresentando em cada uma
• TV multimídia ou Datashow;
• Lousa e giz com cores variadas;
• Folder com a apresentação do Projeto
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das turmas, o Projeto de implementação com alunos.
• Buscar pela divulgação do projeto, alunos voluntários para participação das oficina, no contra turno escolar.
que será ofertado aos Estudantes do Ensino Médio.
Roteiro de Aplicação da Oficina:
1_ Visitar cada uma das turmas do ensino médio apresentando-lhes o Projeto de intervenção com alunos. Iniciar explicando em linhas bem gerais a participação no PDE- Programa de Desenvolvimento da educação e o desafio (problema) para o qual foi construído este projeto e este material didático que será implementado. OBS: É importante que todos os estudantes do Ensino Médio tenham conhecimento desta proposta visto que a expectativa é que as atividades implementadas tenham reflexo direto e indireto sobre todo o coletivo. 2_ Para aproximá-los da proposta, realizar a partir do desafio/problema proposto a dinâmica do Liquidificador Mental ou da Explosão de Ideias solicitando que exponham com palavras ou frases curtas que ações/atividades poderiam estimular o envolvimento e a participação ativa dos estudantes no espaço escolar. Anotar ao quadro de forma bagunçada e com variação de tamanhos de letras e cores, as ideias que forem sugeridas. 3_ Distribuir o folder do projeto a ser implementado com alunos, instrumentalizando-os com sentido de compromisso diante da proposta e a partir deste, e das ideias propostas na dinâmica (que neste momento representam as ansiedades dos estudantes) realizar a apresentação. 4_ Realizar a sensibilização para a participação enfocando que a proposta busca fortalecer e articular a participação dos estudantes quanto sujeitos ativos e participativos no espaço escolar instrumentalizando alguns de seus representantes para a articulação das ações com os demais alunos e as instâncias colegiadas. Informar que serão disponibilizadas 2 a 3 vagas por turma e 5 para o Grêmio Estudantil, e que em caso de mais interessados será realizado sorteio. Deixar claro que a implementação ocorrerá no contra turno escolar em 4 encontros de 4 horas cada.
Formação de Estudantes
2ª Etapa Oficina 1
Protagonismo Juvenil:
Uma aproximação com o tema
Duração: 4 horas
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Programa da oficina: 1_ Recepção e Boas Vindas 10’
2_ Dinâmica de integração: Pegou, apresentou 30’
3_ Apresentação dialogada do Projeto de Intervenção Pedagógica – PDE 45’
4_ Aproximação com a realidade 40’
5_ Música: Cálice (Chico Buarque de Olanda) 20’
6- Pesquisa sobre a história do movimento estudantil no Brasil 45’
7_ Texto: O Analfabeto Político 15’
8_ Vídeo: Tipos de Liderança 20’
9_ Considerações Finais (Feedback) 10’
10_ Avaliação 05’
Quadro de Apoio
Objetivos Material • Realizar a integração do grupo de trabalho.
• Compreender o conceito de Protagonismo Juvenil enquanto educação para a participação ativa.
• Aproximar o tema da realidade escolar refletindo a escola quanto espaço de vivência da cidadania pela participação e atuação estudantil, e pela gestão escolar democrática.
• Conhecer a história do movimento estudantil e da origem dos grêmios escolares.
• Debater a escola quanto espaço de pertencimento democrático de exercício da cidadania ativa e participativa dos jovens estudantes do ensino Médio.
• Data Show e/ou TV Multimídia
• Balões coloridos com mensagens relacionadas ao tema do projeto.
• Cópias da música: Cálice*
• Cópias texto: O analfabeto Político*
•Vídeo: Tipos de Liderança.
*(Providenciar um/uma para cada participante)
Roteiro de Aplicação da Oficina:
1_Acolher os estudantes em um ambiente previamente preparado com as cadeiras organizadas em semicírculo. Escrever na lousa ou em um cartaz bem visível o nome do projeto.
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2_ Realização da integração da turma pela apresentação dos participantes através da Dinâmica: Pegou, apresentou.
a) Distribuir para cada participante uma ficha e um balão vazio. b) Orientar que escrevam na ficha: o nome, série, turma e o que os levou a
opção pela participação no curso. c) Pedir que enrolem o pedaço de papel e o coloquem dentro do balão,
encham-no de ar e o amarrem. d) Quando todos estiverem com as etapas concluídas, solicitar que se dirijam
ao centro da sala. Com um fundo musical, orientar que comecem a bater os balões aleatoriamente.
e) Quando a música parar, cada participante deve pegar o balão que estiver mais próximo e se dirigir ao seu lugar no semicírculo.
f) Orientar que um dos alunos (manifestação voluntária) se dirija a frente do semicírculo, estoure o seu balão e chame o colega que irá apresentar, conforme a ficha que encontrar.
g) O participante que foi apresentado fará o mesmo e assim sequencialmente. h) Se a sequência for quebrada, de continuidade com outro estudante.
3_Realizar a apresentação do Projeto de implementação dialogando com os estudantes de forma que identifiquem:
a) A importância do protagonismo juvenil como possibilidade de vivência da cidadania participativa, atuante e democrática dentro do espaço escolar. Via promissora para a formação humana, espaço onde o estudante pode exercitar-se na construção de sua autonomia e identidade política e social para o mundo adulto.
b) A necessidade de pensar, repensar e propor alternativas no espaço escolar, para o fortalecimento do protagonismo juvenil.
c) A mobilização dos estudantes para a participação ativa, quanto sujeitos de vez e voz, engajados nas questões da escola e da comunidade.
4_ Realizar a aproximação do tema a realidade escolar orientando os estudantes para que em grupos de Cochicho (2 a 3 estudantes) realizem a reflexão tomando como referência a proposta de Protagonismo Juvenil e a realidade observada apresentado, realizando anotações para socialização no grande grupo. Para esta etapa sugere-se algumas questões norteadoras:
a) Vocês se sentem parte integrante da escola, quanto sujeitos ativos e participativos do processo educacional, dentro e fora de sala de aula. Expliquem exemplificando.
b) É possível, identificar dentro da dinâmica escolar, espaços e tempos de protagonismo juvenil? Relacionem todos os que conseguirem lembrar.
c) Dos espaços de protagonismo que vocês lembraram identifiquem os que possibilitam a efetiva participação dos estudantes quanto sujeitos protagonistas. Justifiquem como chegaram a esta conclusão.
OBS: Nesta atividade estabelecer o tempo de 20‟ para as reflexões e anotações e 20‟ para a socialização a qual poderá ser realizada através da dinâmica de complementação seguindo a sequência das questões norteadoras.
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5_ Entregar a letra da Música Calice de Chico Buarque de Olanda, ouvi-la acompanhando a letra e refleti-la na perspectiva do movimento estudantil e a repressão, durante a Ditadura Militar no Brasil. 6_ Em, duplas, consultar o material digital sugerido sobre A História do Movimento Estudantil no Brasil e outros a serem buscados, orientando-os a dialogarem sobre:
o engajamento dos estudantes quanto agentes políticos de mudanças;
a repressão ao movimento estudantil Após a pesquisa socializar as reflexões. OBS: Para este momento de pesquisa reservar o laboratório de Informática) 7_Orientar o estudo do texto: O analfabeto político abordando que a participação política em qualquer escala, seja na escola, na comunidade, em associações ou agremiações é um ato de cidadania. Pedir que alguns comentem suas percepções em relação ao texto.
8_Apresentar o vídeo: Tipos de Liderança estimulando o debate sobre a necessidade dos estudantes compreenderem o seu papel quanto protagonistas, quanto representantes de suas turmas, líderes nas ações . De perceberem a escola quanto espaço de pertencimento democrático de exercício da cidadania ativa e participativa, espaço de conflitos, de diálogo, de possibilidades, de experimentação para a formação da identidade política e social. 9_Realizar um feedback retomando os objetivos da oficina e as principais reflexões realizadas durante o desenvolvimento. Para este momento é importante que o coordenador tenha realizado algumas anotações durante as discussões e socializações dos alunos destacando pontos relevantes. Agradecer os participantes, e convidá-los para o próximo encontro informando a data do próximo encontro. 10_ Avaliação vai sendo construída e reconstruída no decorrer da oficina sendo o parâmetro para o prosseguimento ou a retomada das atividades. No entanto neste momento ela será usada para verificação junto aos jovens das expectativas que foram criadas por eles e do trabalho realizado, para se necessário realizar adequações metodológicas para o próximo encontro.
Música para, ouvir, ler e discutir
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Cálice
Chico Buarque
Pai, afasta de mim esse cálice Pai, afasta de mim esse cálice Pai, afasta de mim esse cálice De vinho tinto de sangue
Pai, afasta de mim esse cálice Pai, afasta de mim esse cálice Pai, afasta de mim esse cálice De vinho tinto de sangue
Como beber dessa bebida amarga Tragar a dor, engolir a labuta Mesmo calada a boca, resta o peito Silêncio na cidade não se escuta De que me vale ser filho da santa Melhor seria ser filho da outra Outra realidade menos morta Tanta mentira, tanta força bruta
Pai, afasta de mim esse cálice Pai, afasta de mim esse cálice Pai, afasta de mim esse cálice De vinho tinto de sangue
Como é difícil acordar calado Se na calada da noite eu me dano Quero lançar um grito desumano Que é uma maneira de ser escutado Esse silêncio todo me atordoa Atordoado eu permaneço atento Na arquibancada pra a qualquer momento Ver emergir o monstro da lagoa
Pai, afasta de mim esse cálice Pai, afasta de mim esse cálice Pai, afasta de mim esse cálice De vinho tinto de sangue
De muito gorda a porca já não anda De muito usada a faca já não corta Como é difícil, pai, abrir a porta Essa palavra presa na garganta Esse pileque homérico no mundo De que adianta ter boa vontade
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Mesmo calado o peito, resta a cuca Dos bêbados do centro da cidade
Pai, afasta de mim esse cálice Pai, afasta de mim esse cálice Pai, afasta de mim esse cálice De vinho tinto de sangue
Talvez o mundo não seja pequeno Nem seja a vida um fato consumado Quero inventar o meu próprio pecado Quero morrer do meu próprio veneno Quero perder de vez tua cabeça Minha cabeça perder teu juízo Quero cheirar fumaça de óleo diesel Me embriagar até que alguém me esqueça
Disponível em: http://analisedeletras.com.br/chico-buarque/calice/ Acesso em 22 de novembro de 2014
Informações sobre: História do Movimento Estudantil disponível
em: http://www.ahistoria.com.br/movimento-estudantil/ acesso em 22 de novembro de 2014
Texto para discussão: O analfabeto Político Bertold Brecht
O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos
acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida,
o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que
odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política,
nasce a prostituta, o menor abandonado, o assaltante e o pior de todos os bandidos,
que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.
Vídeo para motivação: Tipos de Liderança
CALDEIRA, Fernando. Vídeo: Tipos de Liderança. Publicado em 6 de mar de
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2014. 17:41 minutos. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ZhPxWNrZspM Acesso: 25 de novembro de 2014. Outro vídeo sugerido: Estilos de Liderança WISE. Vídeo: Estilos de Liderança. Publicado em 2 de setembro de 2010. 4:04 minutos. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Ds5HD74uzlQ. Acesso: 25 de novembro de 2014.
Formação de Estudantes
3ª Etapa Oficina 2
Espaços e Tempos Escolares e
o Protagonismo dos jovens estudantes.
Duração: 4 horas
Programa da oficina: 1_ Acolhimento e retomada dos pontos principais da 1ªoficina 10’
2_ Leitura e reflexão do texto: Gente que incomoda 20’
3_ Vídeo: Liderança e Motivação 20’
4_ Estudo de Textos: 1.3 O protagonismo juvenil enquanto prática gestora escolar 1.4 As instâncias colegiadas como possibilidade de protagonismo juvenil
30’
5_ Pesquisa para realização de Seminário: Espaços e tempos de Protagonismo Juvenil no espaço escolar.
80’
6_ Realização do Seminário 60,
7_ Considerações Finais (Feedback) 10’
8_ Avaliação 10’
Quadro de Apoio
Objetivos Material
• Motivar os estudantes para assumirem a Liderança diante a mobilização de suas turmas em ações protagonistas dentro do espaço
• Data Show e/ou TV Multimídia
• Vídeo: Liderança e Motivação.
• Cópias do texto: Gente que
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escolar.
• Identificar dentro da instituição de ensino, os espaços/tempos/ações que oferecem possibilidades ao desenvolvimento do protagonismo juvenil. • Desenvolver e encaminhar a pesquisa teórica e de campo, como meio de identificação e comparação da realidade escolar observada/identificada, com vistas a novas/diferentes possibilidades de intervenção nos espaços e tempos escolares de protagonismo juvenil.
incomoda*
• Textos:
1.3 O protagonismo juvenil enquanto prática gestora escolar* 1.4 As instâncias colegiadas como possibilidade de protagonismo juvenil (da Unidade I deste caderno)*
• Sítios e ou materiais digitais sobre Grêmio Estudantil e Conselho Escolar
• PPP- Projeto Político Pedagógico e Calendário
•Agendamento prévio de horário para realização de entrevista, junto à direção, equipe pedagógica, integrantes do conselho escolar, do grêmio estudantil, professores, funcionários, alunos (presentes no colégio no dia da oficina)
*(Providenciar um/uma para cada participante)
Roteiro de Aplicação da Oficina:
1_Acolher os participantes com as carteiras/cadeiras organizada em semicírculo, dando as boas vindas, apresentando o programa da oficina e retomando os pontos relevantes abordados e discutidos na oficina anterior de forma dialogada.
2_Realizar a leitura do texto Gente que Incomoda, orientando que cada parágrafo seja lido por um aluno. Ao final pedir que em Duplas de Cochicho destaquem a parte do texto que lhes chamou mais a atenção e externalizem que sentimento este texto lhes despertou. Para este momento definir o tempo de 5 minutos. Após realizar a socialização com a técnica de complementação, tomando por referência a parte do texto escolhida. Neste caso uma dupla inicia a socialização e a outra que tenha escolhido a mesma parte do texto complementa e assim sequencialmente.
3_ Apresentação do Vídeo: Liderança e motivação. Através de trechos dos filmes: Rocky VI, A Procura da Felicidade e Fomos Heróis, o vídeo apresenta algumas das características necessárias a um bom líder.
4_ Orientar a organização dos participantes em 6 grupos com número igual de integrantes para a leitura dos textos, e solicitar que destaquem a partir do texto as possibilidades apontadas para o desenvolvimento/fortalecimento do Protagonismo Juvenil dentro do espaço escolar.
5_ Para a atividade de realização do Seminário, etapa pesquisa, lembrar de agendar o uso do laboratório de informática. No caso de colégios onde a conexão é lenta, sugere-se que o coordenador disponibilize materiais numa pasta
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compartilhada, dando agilidade à atividade e evitando, que em caso de queda de conexão, ocorra a impossibilidade de sua realização.
Passos de realização:
a) Solicitar que os participantes se organizem em 6 grupos, com o mesmo número de integrantes. (Podendo ser seguida a mesma organização da atividade anterior.
b) Distribuir os temas e juntamente ao tema a questão para aproximação do tema à realidade escolar:
Grupo 1- Grêmio Estudantil: o que é e como organizá-lo
Questão: No seu colégio existe Grêmio estudantil? Se existe, a sua formação e eleição ocorre conforme as orientações consultadas?
Grupo 2- Função e atividades do Grêmio Estudantil
Questão: Quais são as funções e atividades que o grêmio do seu colégio realiza? Elas se aproximam do que sugere a pesquisa realizada?
Grupo 3- Conselho Escolar: O que é e como organizá-lo
Questão: No seu colégio existe Conselho Escolar? Se existe, a sua formação e eleição ocorre conforme as orientações consultadas? (Se não souber procure o diretor da escola e pergunte-lhe)
Grupo 4 – Função e atividades do Conselho Escolar
Questão: Quais são as funções e atividades que o Conselho escolar do seu colégio realiza? Elas se aproximam do que sugere a pesquisa realizada?
Grupo 5 – Espaços e tempos artístico-culturais de protagonismo estudantil.
Questões:
a)Identifique os espaços e tempos artístico-culturais de protagonismo estudantil existentes em seu colégio, aqueles decorrentes de programas ou projetos estaduais ou federais, aqueles organizados/criados pelo coletivo escolar.
b) Constate seu funcionamento (período e objetivos)
c) Verifique o calendário escolar 2015 e identifique quais estão previstos para efetivação e quando.
Grupo 6- Espaços e Tempos esportivos de atuação estudantil.
Questões:
a) Identifique os espaços e tempos esportivos de protagonismo estudantil existentes em seu colégio, aqueles decorrentes de programas ou projetos estaduais ou federais, aqueles organizados/criados pelo coletivo escolar.
b) Constate seu funcionamento (período e objetivos)
c) Verifique o calendário escolar 2015 e identifique quais estão previstos para efetivação e quando.
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OBS:
Na Pesquisa Bibliográfica
Orientar que realizem a pesquisa do seu tema, no laboratório de informática consultando os sites sugeridos no quadro Para saber mais; páginas do colégio (site, facebook, blog);o estatuto da Instância Colegiada que o grupo pesquisa (neste caso trata-se do estatuto da instância que representa seu colégio); o Projeto Político Pedagógico do Colégio organizem anotações para socializar no Seminário.
Na Pesquisa de Campo:
Para que respondam a questão de aproximação ao cotidiano escolar entregue juntamente com o tema orientá-los a realizarem entrevista juntamente à integrantes da gestão escolar, equipe pedagógica, instâncias colegiadas, docentes ou discentes envolvidos em atividades de protagonismo dentro do espaço escolar.
Sugestão: Dependendo do número de integrantes pode ser realizada por eles uma subdivisão dentro do grupo. Enquanto alguns realizam a pesquisa bibliográfica, outros podem a realizar a pesquisa de campo.
6_ Realização do Seminário. Nesta etapa, retorna-se a sala de aula e procede-se a realização do seminário seguindo a ordem dos grupos. Destina-se 10 minutos para cada grupo.
7_ No tempo reservado às considerações finais destacar que mesmo diante das fragilidades que possam ser enfrentadas no funcionamento destas instâncias colegiadas e de gestão escolar democrática, no interior dos estabelecimentos de ensino, inclusive no nosso é fundamental compreender que estes são espaços indispensáveis à atuação juvenil e portanto espaços “férteis” ao protagonismo. Cabe aos estudantes pelo conhecimento de suas funções, direitos e deveres nestes espaços, fortalecer a participação quanto sujeitos de vez e voz, atuando efetivamente nas questões do cotidiano escolar.
8_Avaliação: solicitar que cada participante destaque uma palavra, um conceito, ou uma frase relativa as abordagens da oficina.
Texto: Gente que incomoda
Onde encontrar? Unidade II deste caderno p. 46-49.
Vídeo para motivação: Liderança e Motivação
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PINHEIRO, Felipe. Vídeo: Liderança e Motivação. Universidade Gama Filho. Publicado dia 15 de novembro de 2013. 7:54 minutos. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=vjM9gwwzyNg Acesso: 22 de novembro de 2014
Sítios e ou materiais digitais sobre: Grêmio Estudantil e Conselho Escolar
Ver sugestões no quadro: Para saber mais p.29-30 deste caderno.
PPP- Projeto Político Pedagógico e Calendário Escolar do Colégio
Ver no site do seu colégio através do link: http://www.consultaescolas.pr.gov.br/consultaescolas/ ou solicitar junto a equipe diretiva da sua instituição de ensino.
Textos: 1. O protagonismo juvenil enquanto prática gestora escolar 2. As instâncias colegiadas como possibilidade de protagonismo
juvenil
Onde encontrar? Na Unidade I deste caderno
Formação de Estudantes
4ª Etapa Oficina 3
A escola que temos e a escola que queremos: de problemas a soluções.
Duração: 4 horas
Programa da oficina: 1_ Acolhimento e retomada dos pontos principais da 2ªoficina 10’
2_ Vídeo: O Grêmio Estudantil e o protagonismo juvenil - RPCTV (Globo) 20’
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3_ Dinâmica: Megafone. 30’
4_ Vídeo: Ouse fazer 10’
5_ Atividade: Nossos gritos, nossas escolhas, nossas lutas. 30’
6_ Atividade: De problemas a soluções: elaborando projetos de protagonismo juvenil em defesa dos nossos gritos.
120’
7_ Considerações Finais (Feedback) 10’
8_ Avaliação 10’
Quadro de Apoio
Objetivos Material • Exercitar a capacidade de expressão ativa dos estudantes em relação a problemáticas observadas por eles no espaço/cotidiano escolar. • Possibilitar a eles, pelo exercício democrático, a capacidade de opção/escolha de prioridades, entre os problemas identificados. • Criar propostas/projetos/ações para o fortalecimento do protagonismo juvenil entre os estudantes do ensino médio, permitindo ao participante da oficina, reconhecer-se quanto sujeito ativo, participativo capaz de articular alternativas para intervir na realidade escolar observada. • Permitir que o estudante, não só identifique problemas, mas crie/encaminhe e participe do encaminhamento de soluções.
• Data Show e/ou TV Multimídia
• Vídeo: O Grêmio Estudantil e o
protagonismo juvenil - RPCTV (Globo)
• Mural com o título: Qual é o seu Grito?
• Um megafone
• Cartolinas coloridas cortadas ao meio*
• Papel sulfite
• Vídeo: Ouse fazer
*(Providenciar um/uma para cada participante)
Roteiro de Aplicação da Oficina:
1_ Acolher os participantes retomando de forma dialogada os pontos relevantes da oficina anterior. É importante retomar rapidamente os espaços e tempos escolares de protagonismo juvenil identificados, suas potencialidades e fragilidades identificadas através das pesquisas e socializadas no seminário.
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2_ Apresentar o Vídeo: O Grêmio Estudantil e o protagonismo juvenil - RPCTV
(Globo), para que os estudantes identifiquem ações de protagonismo propostas por
estudantes dentro de suas escolas, de forma que, pela ilustração eles se percebam
quanto agentes capazes de produzir/conduzir/articular transformações dentro de
seus espaços escolares.
3_ Percebendo o Olhar estudantil. Dinâmica: Megafone. Para a realização desta atividade, providenciar um megafone, uma câmera fotográfica, cartolinas coloridas, canetas hidrocor e um mural previamente preparado com o Título: Meu Grito é:
Passos da dinâmica:
a) Propor aos alunos que pensem em algo que lhes incomoda, que lhes causa insatisfação, um problema observado na escola, na sala de aula, no processo educativo ou em algo que, quanto estudantes deste colégio, vislumbram para ele, definindo assim um grito.
b) Enquanto os estudantes vão pensando, apresentar-lhes o Megafone e propor que seja tirada uma foto de cada participante da oficina, simulando o uso do megafone.
c) Enquanto se procede a impressão das fotos (podendo ser foto em preto e branco impressa em sulfite), distribuir meia cartolina colorida para cada estudante e disponibilizar canetas hidrocor. Orientar que, usando a cartolina no sentido paisagem e deixando espaço para colar a foto, escrevam com letras bem visíveis o seu grito, usando a criatividade no formato.
d) Com as fotos em mãos concluir a composição.
e) Realizar a socialização dos gritos, apresentando-os aos colegas e fixando-os no mural.
f) Fazer o fechamento refletindo a importância destes gritos que demonstram as insatisfações ou os desejos que precisam de atenção/encaminhamento/solução mais emergencial dentro do espaço escolar. E que a soma de suas forças, de suas ideias e proposições no coletivo escolar é o caminho mais viável na busca de soluções.
4_ Apresentar o vídeo: Ouse fazer, utilizando-se dele para motivar os estudantes a vislumbrarem novas perspectivas, novos horizontes, novas lutas, encorajando-os a posicionarem-se em busca de alternativas direcionando desta forma a motivação para a realização da próxima atividade.
5_ Propor a atividade: Nossos gritos, nossas escolhas, nossas lutas, orientando-os:
a) a organizarem-se em grupos conforme afinidades em número igual de participantes em cada grupo.
b) No grupo cada integrante deve retomar o seu grito e o coletivo deverá organizá-los em ordem de prioridade. Escolhendo assim, uma prioridade a defender.
OBS: O coordenador deve verificar a 1ª prioridade de cada grupo e caso sejam definidas prioridades iguais em mais que um grupo, no momento da definição dos gritos para proposição de soluções, pedir que o grupo trabalhe com a 2ª
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prioridade e assim sequencialmente, de modo que cada grupo defina um grito diferente para a próxima atividade.
c) Escolhida a prioridade o grupo deverá elaborar propostas de alternativas ou vias de soluções para a situação.
d) Discutir as alternativas de forma crítica lembrando que a atenção deve estar voltada aos argumentos e não às pessoas.
e) Tomar a decisão eliminando as alternativas menos viáveis até que o grupo por unanimidade ou decisão majoritária defina a alternativa de solução a ser proposta .
6_ Atividade: De problemas a soluções: elaborando projetos de protagonismo juvenil em defesa dos nossos gritos.
Com o grito/problema definido no grupo, orienta-se a organização dos projetos e para conduzir este trabalho, sugere-se a orientação proposta por Antônio Carlos Gomes da Costa no livro Protagonismo Juvenil: um guia para o educador.
Para facilitar, o trabalho o projeto pode ser desenvolvido passo a passo, com todos os grupos simultaneamente. Para isso explicasse o passo e destina-se um tempo para que o grupo organize sua produção e assim sequencialmente.
(Passo a passo disponível no Material da Oficina)
Ao final, destina-se um tempo para que o grupo decida com criatividade, uma forma de apresentação do projeto a ser realizada ao Coletivo escolar representado, na última oficina. Para este momento sugerir que utilizem dramatização como apresentação em forma de Programa de TV, rádio... Decide-se também a ordem de apresentação. Ainda realiza-se a escolha de dois representantes para a Mesa redonda
7_ Realizar as considerações finais dialogando sobre as produções da oficina.
8_ Avaliação: Ocorre durante todo o processo acompanhando o desenvolvimento dos objetivos propostos. Mas neste momento, em específico é propor que os participantes voluntariamente falem sobre o papel deles nas questões do cotidiano escolar, oque pensavam antes da oficina e o pensam agora.
Vídeo: O Grêmio Estudantil e o protagonismo juvenil - RPCTV
(Globo)
Publicado em 23 de abril de 2013. Duração: 3:16 minutos. Descrição: A importância do Grêmio Estudantil na formação dos alunos do Colégio Marista Santa Maria foi tema de reportagem da RPCTV (Globo). A matéria entrevistou alunos do Colégio e o coordenador psicopedagógico, Sandro Coelho,
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e foi veiculada no programa PR TV - 1ª edição do dia 22 de abril de 2013. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=x5dTC9usKhI Acesso em 25 de novembro de 2014.
Passo a Passo da Elaboração de Projetos
Para elaboração do projeto, o grupo deve responder inicialmente os seguintes questionamentos:
O que pretende fazer
Quando e o tempo que será necessário para sua realização
Onde a atividade será desenvolvida
Quem serão os responsáveis por cada etapa do trabalho a ser realizado
Como as atividades serão organizadas
Quais serão os recursos físicos, materiais, financeiros e humanos necessários para o desenvolvimento das ações previstas?
Respondidos esses questionamentos os grupos poderão elaborar seus projetos, conforme o roteiro que segue:
Apresentação- Inicia-se com a capa, que deve ter o título do projeto, nome da entidade, local e data. Na primeira página deve constar o nome dos responsáveis pelo projeto e suas funções.
Objetivos- enunciação clara e concisa do que se pretende ou espera alcançar. Devem estar relacionados com o que está colocado nos problemas ou necessidades.
Justificativa- é a descrição do problema que motivou a elaboração deste projeto.
Atividades previstas- Descrição das ações que o grupo definiu e dos meios que serão utilizados bem como os responsáveis pela execução de cada atividade planejada.
Recursos- Elencar todos os recursos físicos, materiais, financeiros (dinheiro) e pessoas necessárias para viabilizar as ações previstas.
Cronograma- Deve estabelecer para cada atividade o tempo previsto para realização e a ou as datas sugeridas.
Avaliação- pode ocorrer em três momentos:
1. Avaliação diagnóstica (antes da execução) - é o momento em que se faz a coleta de dados e informações com a finalidade de identificar a situação-problema e as condições existentes para o seu enfrentamento.
2. Avaliação formativa (durante a execução) – é o acompanhamento do desenvolvimento das ações, a detecção de falhas e a sua correção no curso do processo de execução.
3. Avaliação somativa (após a execução) – verifica se o projeto atingiu ou
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não os objetivos propostos, detecta a relevância das ações desenvolvidas, detectando os pontos positivos e negativos, produzindo elementos para estabelecer um juízo de valor acerca do trabalho realizado.
Adaptado do livro Protagonismo Juvenil: adolescência, educação e participação democrática de autoria dos Profs. Antonio Carlos Gomes da Costa e Maria Adenil Vieira, p.117 a 120.2ª ed. – São Paulo: FTD; Salvador, BA: Fundação Odebrecht, 2006.
Vídeo: Ouse fazer
FERREIRA, Aécio. Ouse Fazer. 2008. 03:38 minutos. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=lZlOysgMnFw Acesso em: 25 de novembro de 2014.
Integração das propostas entre estudantes/docentes/gestores/instâncias colegiadas
5ª Etapa Assembleia com o coletivo escolar
Protagonismo Juvenil na
escola: é possível?
Duração: 4 horas Programa da oficina: 1_ Acolhimento a todos os participantes. 10’
2_ Retomada dos pontos principais do projeto e das oficinas 1, 2 e 3 através de Vídeo organizado com imagens do desenvolvimento das oficinas.
20’
3_ Socialização dos projetos 120’
4_ Encaminhamentos para a mesa redonda 05’
5_ Mesa redonda: Diálogo Direção, Equipe Pedagógica, Representantes de instâncias colegiadas, NRE, um aluno representando cada projeto elaborado.
65’
6_ Considerações Finais (Feedback)/ Avaliação 20’
Quadro de Apoio
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• Socializar os projetos elaborados junto ao coletivo escolar, permitindo assim a expressão dos jovens protagonistas nas questões do cotidiano escolar, observadas por eles. • Estabelecer um diálogo entre os diversos setores escolares para contribuições às propostas dos estudantes, análise e discussão no coletivo escolar representado, das possibilidades de implementação dos projetos apresentados. • Demostrar que é possível criar dentro do espaço escolar canais de diálogo, e participação estudantil efetiva nas questões do cotidiano escolar tornando a escola um espaço, em sua essência educativa, cada vez mais democrática.
•Convites para os representantes do Conselho Escolar, Grêmio Estudantil, Direção, Equipe Pedagógica e Professores
• Espaço decorado, destacando o título do projeto de implementação e deste evento.
• Data Show.
• Serviço de Som
• Cadeiras dispostas em semicírculo (número correspondente ao total de participantes da mesa redonda)e uma mesinha ao centro)
•Cópias dos projetos a todos os integrantes da mesa redonda.
Roteiro de Aplicação da Oficina:
OBS: Para que haja tempo às preparações necessárias a esta oficina sugere-se que esta, seja realizada com um intervalo de tempo de 14 ou até 21 dias em relação à ultima.
1_ Para o acolhimento, verificar com pelo menos 15 dias de antecedência, se entre os alunos do Ensino Médio, temos alguém com o dom da música. Conversar e encaminhar a apresentação interpretada da música... para a abertura do evento. Se não houver é possível convidar alguns alunos para realizarem uma coreografia dramatizada da música, ou ainda unir as duas ideias. Dar as boas vindas a todos e nominar os participantes da mesa redonda que depois, discutirá a viabilidade de desenvolvimento dos projetos.
2_Apresentar o vídeo com as imagens da realização das oficinas e uma breve colocação do projeto de implementação, seus passos e a importância deste momento em que os estudantes estarão socializando suas percepções em relação à questões escolares junto ao coletivo escolar: Conselho Escolar, Grêmio Estudantil, Direção, Equipe Pedagógica, Professores e alunos participantes das oficinas.
3_ Para a assembleia de socialização dos projetos:
Organização:
Convidar os estudantes a organizarem previamente o espaço, orientando-os a:
a) Decorarem o ambiente colocando em destaque o título do projeto e desta oficina.
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b) Levar o mural organizado na Oficina 3 e destacar os gritos que foram priorizados nas proposições (elaborações dos projetos) dos estudantes.
c) Deixar reservadas, as cadeiras e a mesinha que serão usados para realização da Mesa Redonda e um grupo responsável por arrumar o ambiente após a apresentação dos projetos.
d) Dispor cadeiras para o número total de participantes desta oficina.
OBS: Para a equipe de organização, buscar estudantes do ensino médio que não estejam participando das oficinas.
Socialização:
Na apresentação deste momento da oficina, Informa que esta etapa será realizada seguindo a ordem de apresentação definida na Oficina 03 e as estratégias de dramatização escolhidas pelos grupos. Cada grupo terá um tempo de 20‟ para apresentar seu projeto.
Apresenta os encaminhamentos que deram origem aos projetos elaborados e inicia-se apresentando o 1º grupo nominando os componentes, suas respectivas turmas de origem e o Projeto que será apresentado na sequencia e assim sucessivamente.
4_ Encaminhamentos para a Mesa Redonda: Enquanto o grupo de organização arruma o ambiente para a realização da Mesa Redonda o Coordenador realiza a apresentação desta atividade. Destaca a importância do diálogo, da vivência democrática dentro do espaço escolar e a possibilidade de participação ativa dos estudantes nas questões do cotidiano escolar. Apresenta o Protagonismo Juvenil como meio de formação humana para o exercício da cidadania. Uma cidadania com vistas ao desenvolvimento da responsabilidade e do pertencimento, identificando problemas/desafios e se propondo a discutir e buscar soluções coletivas.
5_ Com o ambiente organizado o coordenador inicia os trabalhos da Mesa redonda:
a) Compõe a mesa nominando os participantes;
b) Orienta os trabalhos direcionando que, em suas colocações, realizem contribuições em relação às propostas dos estudantes discutindo a viabilidade em integrá-las ao plano de ação da escola, além de possibilidades de fortalecimento do protagonismo juvenil nas instâncias a que representam.
Nesta atividade supõe-se que o número de participantes não ultrapasse a seis, assim deve-se estabelecer um tempo máximo de 10 minutos para cada participante.
6_ Considerações Finais: Destinar 2 minutos a cada componente para que realize sua avaliação em relação a atividade e a oficina e reservar 8 minutos para que o Coordenador realize a sua avaliação em relação aos trabalhos, os agradecimentos e finalize os trabalhos.
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REFERÊNCIAS
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Implic
ações e
possib
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