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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

CADERNO PEDAGÓGICO

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VERA LUCIA DA SILVA FRANÇA

CADERNO PEDAGÓGICO

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Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2013Título: LEITURA NA ESCOLA: PROMOTORA DA CIDADANIA, CRIATIVIDADE E TRANSFORMAÇÃO

Autor: Vera Luci da Silva França

Disciplina/Área: Língua Portuguesa

Escola de Implementação do Projetoe sua localização:

Colégio Estadual “Olindamir Merlin Claudino – EF e M.

Município da escola: Fazenda Rio Grande

Núcleo Regional de Educação: Área Metropolitana Sul

Professor Orientador: Prof. Dra. Naira Nascimento

Instituição de Ensino Superior: Universidade Tecnológica Federal doParaná -

A produção Didático Pedagógica aqui propostoa é voltada para o ensino eaprendizado da leitura. Ocaderno foi elaborado a partir de um recortetemático, tendo a Escola como objeto de reflexão pelos alunos. O objetivoé levá-los a lançar um olhar diferenciado para a Escola, no sentido deconhecê-la e valorizá-la enquanto espaço de conhecimento e interaçãosocial. Para isso foram selecionados materiais de apoio que abordam ocotidiano escolar: Leitura de seis Contos: O Birolho (Pedro bandeira),“Aprimeira lição” (Carlos Heitor Cony); “Dilúvio na escola” (Anna Flora); “A vozda consciência e outras vozes” (Moacyr Scliar); “Conto de escola” (Machadode Assis); “Villa -Lobos, Getúlio e a Independência em festa” (Sylvia Orthof);um documentário: “Pro dia nascer feliz” (filme, João Jardim); quatro filmes:“Ela dança, eu danço” (Anne Fletcher); “Escritores da Liberdade” (RichardLaGravenese ); “Conta comigo” (Rob Reiner); “Meu mestre, minha vida”(John G. Avildsen): quatro músicas: “Depende de nós” (Ivan Lins); Coração deEstudante; Canção da América ((Milton Nascimento); “Linhas Tortas”(Gabriel, o pensador); poemas de Cecília Meireles, Carlos Drummond deAndrade e Vinícius de Moraes e Casemiro de Abrei; crônicas, notícia, artigo eliteratura de cordel. As atividades abordam temas como bulling, violência,desinteresse pelos estudos e depredações do patrimônio escolar. Espera-se que, ao final da aplicação do projeto, os alunos reproduzam osconhecimentos adquiridos através de atitudes mais humanizadoras etransformadoras. Palavras-chave: Leitura, Escola, Cidadania.

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SUMÁRIO

1-PRESENTAÇÃO......................................................................................... 5

1.1 ENCAMINHAMENTO METODOLÓGOCO............................................... 6

2-INTRODUÇÃO.............................................................................................10

2.1 LETRAMENTO LITERÁRIO......................................................................12

3-UNIDADE 1 - Escola e Educação..............................................................17

4-UNIDADE 2 – Escola e Primeiras Letras..................................................20

5-UNIDADE 3 – Escola e Aprendizado da Leitura......................................25

6-UNIDADE 4 - Conhecimentos que a Escola pode produzir....................27

7-UNIDADE 5 - Relações Interpessoais na Escola – Parte 1.....................30

8-UNIDADE 6 – Relações Interpessoais na Escola – Parte 2.....................34

9-UNIDADE 7- A Escola que queremos----------------------------------------------39

CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................42

REFERÊNCIAS …..........................................................................................43

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1-APRESENTAÇÃO

O Caderno Pedagógico aqui produzido é resultado das propostas do Programa de

Desenvolvimento Educacional PDE, programa de formação continuada para professores

da Rede Pública Estadual do Paraná e tem como objetivo principal sistematizar e

organizar o trabalho pedagógico na escola, já proposto no Projeto de Intervenção

Pedagógica. Constitui na possibilidade metodológica interventora no processo

educacional dos alunos do Colégio Estadual Olindamir Merlin Claudino, situado no

Município de Fazenda Rio Grande.

Tal intervenção tem como instrumento o ensino e a aprendizagem da leitura, pois

o Brasil ainda é tido como um país onde se lê muito pouco. O objetivo norteador desse

Projeto Pedagógico vai além de propor a leitura como instrumento de conhecimento,

fruição e transformação do mundo. É despertar nos alunos o gosto pela leitura de obras

literárias mais complexas, levando-o a interagir com o mundo ficcional, e a produzir seu

próprio conhecimento.

O Projeto foi elaborado a partir de um Eixo Temático, tendo em foco a própria

Escola, uma vez que é espaço cultural de cidadania e conhecimento. Há a urgente

necessidade de se promover momentos de reflexão sobre essa Instituição, na busca de

caminhos para uma escola que faça diferença na sociedade atual e futura.

O Caderno Pedagógico adota Gêneros Textuais variados para que esse processo

de reflexão possa ser efetivado, como contos, crônicas, filmes, músicas, poemas e

documentário, todos abordando a temática Escola e suas complexidades, como função,

ideologia, métodos e formas. A metodologia aqui utilizada é partir de leituras mais simples

às mais complexas. Inicia-se com crônicas e culminando na leitura da Literatura

denominada Canônica.

1.1 ENCAMINHAMENTO METODOLÓGOCO

Este Caderno Pedagógico está dividido em sete unidades, cada uma delas

proporcionando aos alunos várias possibilidades de leitura, atividades para reflexão e

interpretação, assim como sugestão de produção escrita.

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UNIDADE 1: ESCOLA E A EDUCAÇÃO

Como introdução à aplicação do projeto, serão abordados alguns conceitos sobre

o que vem a ser Escola.

Materiais de apoio:

• Documentário: “Pro dia nascer feliz” (João Jardin)

• Filme: Dança comigo

UNIDADE 2: ESCOLA E PRIMEIRAS LETRAS

Os alunos poderão, através das leituras apresentadas, pensar no seu papel

enquanto estudante.

Material de apoio:

• Conto “A Primeira Lição” – Carlos Heitor Cony

• Conto “Meus oito anos” – Edy Lima

• Poema: “Meus oito anos” - Casemiro de Abreu.

• Crônica: Boletim Escolar - (Edilson Rodrigues Silva)

UNIDADE 3: ESCOLA E APRENDIZAGEM - LEITURA

O objetivo dessa unidade é levar o aluno a compreender que a leitura é a mola

propulsora para seu aprendizado e compreensão do mundo. Eles poderão estabelecer

relações de intertextualidade entre os textos lidos.

Materiais de apoio:

• Crônica: “Ler devia ser proibido” – Guiomar de Grammon

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• Crônica: Fobias (Fragmento) - Luis Fernando Veríssimo

• Conto: “Getúlio, Villa-Lobos e a independência em festa” – Syilvia Orthof

UNIDADE 4: CONHECIMENTOS QUE A ESCOLA PODE PRODUZIR

A Escola é uma das maiores ferramentas na produção de conhecimento. O

objetivo é que os alunos a utilizem para desenvolver seu potencial e criatividade.

Materiais de apoio:

• Conto: “Dilúvio na Escola” - Anna Flora

• Poema: “ O principiante”. Cecília Meireles

• Filme: Escritores da Liberdade

• Música: Linhas tortas”. Gabriel, o Pensaor”

UNIDADE 5: RELAÇÕES INTERPESSOAIS NA ESCOLA - AMIZADE

A Escola é um lugar de interação, pois comporta centenas de pessoas num

espaço comum. Os relacionamentos são imprescindíveis, portanto espera-se que nessa

unidade os alunos percebam que podem criar laços de amizade que perdurarão por muito

tempo.

Materiais de apoio:

• conto “A voz da consciência e outras vozes” – Moacyr Scliar

• Conto: “O Birolho” – Pedro Bandeira

• Poema: “Soneto do amigo” – Vinícius de Moraes.

• Música – “Canção da América” – Milton Nascimento

• Filme: “Conta comigo”. dirigido por Rob Reiner

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UNIDADE 6: RELAÇÕES SOCIAIS NA ESCOLA – VIOLÊNCIA

Se na unidade anterior a amizade foi posta em foco, há a necessidade de se

pensar, na unidade atual, num dos grandes males que têm prejudicado os alunos de

várias escolas. Os textos e materiais de apoio aqui apresentados revelarão os vários

conflitos, dramas e superações existentes no espaço escolar.

Materiais de apoio:

• “Conto: Conto de Escola” – Machado de Assis

• Texto informativo: Notícias de jornal: “O massacre do Realengo”

• Filme: “Meu mestre, minha vida”. Direção: John G. Avildsen

UNIDADE 7: A ESCOLA QUE QUEREMOS : CAMINHO PARA MUDANÇA: EDUCAÇÃO

Após o desenvolvimento dos temas abordados nas unidades anteriores, é de se

esperar que os alunos possam pensar num ideal de Escola, compreendendo seu papel de

sujeito histórico, pronto a exercer sua cidadania.

Materiais de apoio:

• Poema: “Para Sara, Raquel, Lia e para todas as Crianças”

Carlos Drummond de Andrade

• Poesia de cordel: “Uma Escola Feliz” -Antonio Nunes Santana

• Poema: “Tecendo a manhã”- João Cabral de melo Neto.

• Música: “Depende de nós”- Ivan Lins

Grata.

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2-INTRODUÇÃO

“Ao ler estou abrindo uma porta entre o meu mundo e o mundo do outro”

(Rildo Cosso)

O presente Caderno Pedagógico tem, no seu fundamento, o intuito de promover

uma relação dialógica entre texto e aluno.

Trabalhar a prática da leitura em sala de aula, no sentido de incentivar os alunos

a se tornarem leitores críticos, numa sociedade tão articulada de tecnologias, se constitui

num desafio. As informações chegam por vias das mais variadas, seja por uma placa de

trânsito, num bate papo na internet, nas conversas num ponto de ônibus, nos outdoors,

nas vitrines de loja; por mais numerosas que sejam essas vias de informações e de

comunicação, cabe à escola promover conhecimento que vá além do visual, do percebido

superficialmente pelos olhares que não se prendem. A escola é a alavancadora do saber

sistematizado, que se diga transformador, que pense uma sociedade mais igualitária e

humana.

A escola é um espaço de leitura, o primeiro acontecimento dentro de uma escola.

A criança, ao adentrar a porta da sala de aula, recebe um livro, com gravuras coloridas,

também com palavras. Nesse momento inicia-se a sistematização da leitura, e todos

esses caracteres se somam à leitura que aluno traz de suas vivências. Paulo Freire afirma

que “a leitura do mundo precede a leitura da palavra e a leitura desta implica na

continuidade daquela” (FREIRE, 1994. p. 20). Ele segue dizendo que a leitura menos

crítica da realidade (a trazida de fora) deve, a partir da sistematizada, produzir uma leitura

mais crítica.. As DCEs (Diretrizes Curriculares da Educação Básica) colocam que “é tarefa

da escola possibilitar que seus alunos participem de diferentes práticas sociais que

utilizem a leitura, a escrita e a oralidade, com a finalidade de inseri-los nas diversas

esferas de interação. Se a escola desconsiderar esse papel, o sujeito ficará à margem

dos novos letramentos, não conseguindo se constituir no âmbito de uma sociedade

letrada” (DCEs, p. 48). Partindo-se da possibilidade de que alunos cheguem à escola já

com certa bagagem de conhecimento, ela fará o necessário para que eles caminhem em

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direção às leituras mais complexas, que exigirão dele uma resposta crítica, um olhar mais

apurado.

As DCEs pontuam que “Ler é familiarizar-se com diferentes textos produzidos em

deferentes esferas sociais” (2008, p. 71). Defrontar o aluno com diferentes textos o

conduzirá a formular seu próprio discurso. Essa multiplicidade de textos levará o aluno a

perceber as relações de intertextualidade, pois

[...] (as artes visuais, a música, o cinema, a fotografia, a

semiologia gráfica, o vídeo, a televisão, o rádio, a publicidade, os

quadrinhos, as charges, a multimídia e todas as formas infográficas ou

qualquer outro meio linguageiro criado pelo homem), percebendo seu

chão comum (são todas práticas sociais, discursivas) e suas

especificidades (seus diferentes suportes tecnológicos, seus

diferentes modos de composição e de geração de significados)

(FARACO, 2002, p.101).

Partindo-se do pressuposto de que leitura de diversos tipos de texto produz no

aluno uma maior compreensão do mundo que o rodeia, o professor poderá iniciar tal

processo com gêneros textuais mais simples, como crônicas e textos jornalísticos, e, à

medida que os educandos forem se apropriando desses conhecimentos, conduzi-los a

leituras mais complexas. Essa complexidade de letramento é o encontro com a Literatura.

Em sala de aula, o processo de ensino e aprendizagem da leitura se dará a partir

da interação com determinados gêneros textuais. Bakhin denomina de Gêneros

Discursivos, “(…) qualquer enunciado considerado isoladamente é, claro, individual, mas

cada esfera da utilização da língua elabora seus tipos estáveis de enunciados” (2000,

p.279). Ele ainda classifica os gêneros discursivos em primários e secundários. Os

primários seriam os tipos de discurso elaborados no cotidiano, e os secundários os que

adotam uma maior complexidade de discursos, como textos científicos, romances, teatro,

entre outros (BAKHTIN, 2000). O material a ser trabalhado em sala de aula deverá

contemplar essas duas instâncias. Não há como dissociar o discurso do aluno do discurso

dos textos, sob pena de inferiorizar um em detrimento ao outro. É imprescindível, no

entanto que se parta do cotidiano para o elaborado. O texto oral, escrito, visual é a

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ferramenta capaz de produzir o conhecimento sistematizado.

Levar o aluno a compreender o texto, ter uma atitude crítica diante dele, a

dialogar com ele, a permitir que o texto o leve a repensar o seu mundo, suas escolhas e

ações culmina no chamado “reflexo do reflexo”, como afirma Bakhtin. Todo texto dialógico

tem um sujeito, um autor.(falante ou quem escreve) “O texto como reflexo subjetivo do

mundo objetivo, o texto como expressão da consciência que reflete algo. Quando o texto

se torna do nosso conhecimento podemos falar de reflexo do reflexo”. (1999, P 318).

.

2.1 LETRAMENTO LITERÁRIO

Rido Cosson, em seu livro Letramento Literário, conceitua Letramento Literário

como “(...) inserção de uma concepção maior de uso da escrita (...)” Ele toma posse do

conceito que Magda Becker Soares, em Letramento: um tema de três gêneros (1998),

que diz que Letramento é o fenômeno que “dá visibilidade a um fenômeno que os altos

índices de analfabetismo não nos deixa perceber. Ou seja, o letramento literário

proporciona uma concepção mais profunda do homem, do mundo e da sociedade.

Cosson defende que “devemos compreender que o letramento literário é uma

prática social, e como tal, responsabilidade da escola” (COSSON, 2012, p. 23). Se a

Escola não cumpre esse princípio, o aluno não se entenderá como sujeito social, que, têm

direitos e deveres.

Para ele, é “inconcebível aceitar que uma simples atividade de leitura seja

considerada a atividade de leitura literária”. Para esse autor, a escola é o lugar apropriado

para que o letramento literário se efetue, pois é ali que todo saber é sistematizado. A

ineficiência desse ensino deve-se aos métodos utilizados pelas escolas: o aluno não tem

contato com a obra literária completa, resumindo-se a fragmentos; a leitura literária é vista

somente como fruição, e sendo assim, qualquer leitura serve; literatura sem objetivo ou

como cronologia literária, ou ainda, como bem descreve o autor, “domínio de informação

sobre literatura” (COSSON, 2012. P.22).

Com base na teoria de Letramento Literário, a leitura literária não serve somente

para fruição, não é uma leitura solitária e os livros não falam por si mesmos ao leitor.

Nessa perspectiva o autor diz que “a leitura é um lócus de conhecimento e, para que

funcione como tal, convém ser explorada de maneira correta” (COSSON, 2012, p. 26, 27).

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A análise literária, quando bem elaborada pelo professor, com objetivos

específicos, que não se prenda às fichas de informações sobre o texto, terá como

resultado uma maior compreensão do sentido do texto literário pelo aluno, levando-o a

descobrir a beleza e a “força humanizadora da literatura” (p.29).

Formar alunos em leitores maduros é apontar para além simples diferença entre

os textos, mas como “busca da discrepância entre o conhecido e o desconhecido, o

simples e o complexo” (p. 35, 36).

O autor teoriza a leitura em três grandes grupos, isso seguindo o estudo feito por

Vilson J. Leffa, em Perspectivas no estudo da leitura: texto, leitor e interação social. O

primeiro, o texto, o objetivo da leitura é decodificação, é o conhecimento das letras e

palavras e o que elas querem dizer. Seria o primeiro passo para uma leitura efetiva,

porém, se aí estacionar, o aluno se constituirá somente num leitor mecânico: sabe o que

está lendo, mas não se apropria do sentido profundo da leitura que o fará interagir com o

texto e, assim, com o mundo. O segundo momento, o aluno deverá atribuir sentido ao que

está lendo. O leitor elabora hipóteses e estabelece relações entre seus conhecimentos

prévios e o conteúdo da leitura. Ir além da decodificação da escrita e das hipóteses

levantadas sobre o texto é o caminho para uma leitura eficiente em que há interação entre

autor e leitor.

Cosson, ao estudar tais teorias, diz que esses três pontos devem ser pensados

de modo linear, a qual ele designa de antecipação, decifração e interpretação. A

antecipação é o primeiro contato com o texto, quando o leitor perceberá a estética da

escrita, o título, a quantidade de páginas, todas elas voltadas para chamar a atenção à

leitura. A decifração se dará à medida que o aluno tem um maior contato com as leituras.

Quanto maior for esse contato, mais fácil e fluentemente será a decifração da leitura.

O terceiro momento é o da interpretação, que leva o leitor a estabelecer ligações

entre o que está escrito e a seu conhecimento de mundo. O autor coloca que:

“Por meio da interpretação, o leitor negocia o sentido do texto, em um

diálogo que envolve autor, leitor e comunidade. A interpretação depende,

assim, do que escreveu o autor, do que leu o leitor e das convenções que

regulam a leitura de uma determinada sociedade. Interpretar é dialogar com

o texto tendo como limite o contexto”.(Cosson, p. 41).

A análise literária, quando bem elaborada pelo professor, com objetivos

específicos, que não se prenda às fichas de informações sobre o texto, terá como

resultado uma maior compreensão do sentido do texto literário pelo aluno, levando-o a

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descobrir a beleza e a “força humanizadora da literatura” (COSSON, 2012. P.29).

Para uma leitura literária eficaz há de se pensar que texto levar aos alunos: deixá-

los escolher por conta própria? Textos com fins educacionais? Prestígio social dos

escritores? Segundo a faixa etária ou série escolar ou os professores escolherão aqueles

a que estão habituados e que foram indicados por seus preceptores quando na idade

escolar?

Os professores, os interessados em formar alunos leitores, deverão ver na

literatura um “sistema composto por vários sistemas” (COSSON, 2012. P. 32). Não há

como valorizar somente os Cânones, por sua força de tradição, nem somente os tidos

como atuais, pois a caracterização vai além do espaço e do tempo cronológico. Há aquela

literatura que foi escrita em séculos passados, mas que são sempre atuais por suas

abordagens de conhecimento do homem e do mundo. Há outras que, cronologicamente,

são contemporâneas e utilizam uma linguagem mais fácil para a leitura dos alunos. Pode-

se ainda pensar numa seleção plural com diversidade de texto, autores, obras e gêneros,

como bem concebe Cosson: “(…) a diversidade é fundamental quando se compreende

que o leitor não nasce feito (...)” (COSSON, 2012. P. 35). Formar alunos em leitores

maduros é apontar para além da simples diferença entre os textos, mas como “busca da

discrepância entre o conhecido e o desconhecido, o simples e o complexo” (p. 35, 36).

Como encaminhamento metodológico, Rildo Cosson aponta quatro passos

básicos para que o letramento literário aconteça na escola:

A motivação: quando os alunos estabelecem uma relação estreita com o texto

através de uma pergunta que lhes seja pertinente, ou com uma metodologia considerada

atrativa.

A introdução é aqui colocada como a “apresentação do leitor com a obra” (p. 57).

Cabe ao professor apresentar o autor, porém sem permitir que esse momento seja

extenso e monótono. Apresentar a obra é o passo seguinte dessa introdução. O professor

chamará a atenção do aluno para a parte visual do livro e explicará o porquê da escolha

desse ou daquele título ou autor.

A leitura, o próximo passo a ser dado, deve ser negociada com os alunos, pois

textos mais extensos exigem leitura além da sala de aula. Em alguns momentos, a leitura

poderá ser feita em sala de aula, quando serão apontados trechos mais complexos e que

chamem a atenção do aluno.

A interpretação é o momento em que o aluno faz uma reflexão sobre a obra lida e

a expões aos colegas, que se constituem nas outras vozes dessa interpretação.

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O estudo aqui elaborado não se estanca nessas possibilidades. Esse é só o

início, o ponta pé que leva a atividade de leitura para mares literários mais profundos e

complexos. Cabe constantemente ressaltar que formar alunos leitores maduros requer

conhecimentos teóricos, leituras abrangentes, objetivos claros sobre escolhas literárias e

disciplina na sistematização da leitura. Alargar a visão de mundo do aluno, assim como a

do professor, a ponto de ele agir como transformador da sociedade é a prática mais

importante que uma escola pode realizar na sociedade.

A metodologia a ser utilizada neste Caderno Pedagógico será fundamentada no

livro Letramento Literário, de Rildo Cosson. Para cada texto indicado, pretende-se utilizar

estratégias especiais para despertar no aluno o gosto pela leitura literária.

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3-UNIDADE 1

ESCOLA E A EDUCAÇÃO

Nesta primeira unidade, os alunos serão levados a refletir sobre a Escola, sua

função social, seus deveres e as relações sociais que acontecem no seu interior. A

abordagem poderá ser feita a partir dos seguintes questionamentos:

O que é ESCOLA? Qual sua função? Que oportunidades ela oferece aos que a

frequentam?

1ª aula: a professora PDE se apresenta aos alunos, explica o que é PDE, expõe

os objetivos e detalha como o Projeto será realizado.

Atividade: Um olhar para dentro – Como é a minha Escola?

Estratégia: Os alunos serão convidados a realizar um passeio pela Escola, para perceber

o cotidiano escolar: trabalho dos funcionários, aulas extraclasse, entre outros. No retorno

à sala de aula, eles poderão fazer comentários.

2ª aula: Nesse momento, levantar os questionamentos: “O que é Escola, qual sua

função e que oportunidades ela oferece ao que a frequentam. As respostas serão

anotadas no quadro de giz e os alunos poderão opinar sobre as questões levantadas. A

professora PDE apresentará, de forma sucinta, o que diz a Lei sobre Educação no Brasil.

Utilizará a TV Pen-drive para essa apresentação assim como a letra da música “ A Escola

é uma mansão sagrada, templo sublime que amor exprime “ - Autor desconhecido

(música ensinada nas Escolas paranaenses nos anos 60).

• “Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.

Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO II

Dos Princípios e Fins da Educação Nacional

Atividade: Os alunos, divididos em equipe de até seis pessoas farão uma pesquisa sobre

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dados estatísticos da Educação no Brasil. Os tópicos serão: Educação Infantil; Ensino

Fundamental, séries iniciais; Ensino Fundamental, séries finais; Ensino Médio e

Universitário. O resultado poderá ser apresentado em gráfico. A socialização desse

conhecimento será realizada tão logo os trabalhos fiquem prontos.

3ª e 4ª aulas: Documentário: Pro dia nascer feliz – João Jardin

Documentário é um tipo de narrativa com imagens e texto. Suas características são:

aprofundamento no assunto abordado; compromisso com a verdade do que está sendo

documentado; opinativo, ou seja, deixa transparecer a opinião do produtor; muitas vezes

é educativo.

Atividade oral: A turma poderá expor suas impressões e opiniões.

Atividade escrita: Os alunos deverão registrar em seus cadernos as diferenças e

contradições percebidas no documentário.

5 ª e 6ª aulas: Filme: “Ela dança, eu danço”.

Esse filme narra a história de alguns adolescentes que depredam uma Escola de Arte.

“Ela dança, eu danço” um filme da categoria drama musical, lançado em 2006, e dirigido

por Anne Fletcher, conta a história de um rapaz, Tyler Gage ( Channing Tatum) dançarino

de hip-hop e seus amigos, Mac Carter (Damaine Radicliff) e Skinny Carter (De”Shawn

Washington).

Tyler é branco, filho adotivo de um casal cujo pai é alcólatra e a mãe trabalha

para sustentar a família. Eles moram em um bairro, habitado quase que totalmente por

negro pobres. Os três amigos já triham o caminho da delinquência, com furtos de carros e

tráfico de drogas. Em certa noite, ao serem expulsos de uma festa pelo fato de Skinny ser

de menor, eles perambulam pelas ruas até encontrar o qure parecia uma Escola.

Quebrando a janela, os três entram e destroem o teatro da Escola de Arte. Skinner e Mac

conseguem fugir, porém Tyler é preso e obrigado a prestar serviços comunitários. O local

da pena alternativa se dá, exatamente, na mesma escola deprredada por eles.

Tyler, um exímio dançarino, acaba por se oferecer para substituir um dançarino

lesionado, o que o aproxima de Nora Clark (Jenna Dewan), a dançarina principal do

grupo. A experiências vividas nessa Escola levam Tyler a buscar uma mudança de

atritude. O resultado? Romance e morte, porém com um final surpreendente..

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Atividade: Discussão e resenha crítica sobre o filme. Aspectos que poderão ser

examinados: desnível sociais, pobreza, adoção e ausência da figura paterna nos lares.

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4-UNIDADE 2

ESCOLA E PRIMEIRAS LETRAS

Os alunos, nessa unidade, se confrontarão com situações do cotidiano escolar. O

objetivo é que eles, através da leitura e atividades, se sintam integrados às várias

situações apresentadas nos materiais ofertados.

Encaminhamento metodológico:

1ª aula: Apresentar o livro “Literatura em minha casa” – Conto de Escola e

explicar que a maioria dos contos a serem estudados estão contidos nesse livro.

Conceito de Conto: narrativa geralmente feccional que pode ou não retratar a

realidade. Suas características são:

1 - enredo: são os fatos acontecidos na narrativa que leva o leitor a criar expectativa

sobre o conto;

2 - presença de um narrador : alguém ficcional que pode narrar os acontecimentos a

partir da observação, está fora da história ou sendo um dos personagens, participando

ativamente da trama. * Não confundir narrador com o autor do conto.

3 – Personagens envolvidas na história. Podem ser pessoas, animais, seres imaginários e

animmais.

4 - Espaço. A narrativa se desenrola num determinado espaço.

5 – Tempo na narrativa: é a resposta para quando os fatos narrados aconteceram. O

tempo pode ser cronológico e pscicológico.

Leitura do conto “A Primeira Lição” – Carlos Heitor Cony – (A professora falará um

pouco sobre os autores, à medida que os textos forem acontecendo, assim como

vocabulário)

Carlos Heitor Cony relembra seu primeiro dia de aula, como se sentiu e o que aprendeu.

2ª aula: Atividades:

1 - comentário oral sobre o conto. Os alunos poderão expor algum fato de quando

começaram a estudar.

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2 – Escrever em seu caderno, deve Identificar os elementos da narrativa.

3ª aula - Leitura do conto “Meus oito anos” – Edy Lima – Neste conto, a autora

faz uma reflexão por comparação entre sua vida de menina e o poema de Casimiro de

Abreu, “Meus oito anos”. O conto faz perceber que as lembranças da infância podem ser

boas e tristes.

# Comentar o texto, enfatizando pontos importantes que tenham impactado sua vida.

4ª aula: Leitura do poema de Casemiro de Abreu “Meus oito anos”. A leitura

poderá ser feita por vários alunos. A professora iniciará a leitura para que eles percebam a

entonação que pode ser usada na leitura de poemas.

Poesia: narrativa em versos usada pelos poetas para expressarem as percepções do

mundo. Caracteíeticas:

1 – Distribuição na página: A poesia ocupa as linhas só parcialmente;

2 – Sua leitura exige entonação expressiva para que a essência do poema seja captado.

3 – São elaboradas em versos, podendo serdivididas em estrofes ou serem versos livres.

4 – Rimas: palavras cujo som e grafia iguais

5 – rítmo: musicalidade presente nos versos;

Meus oito anos

(Casemiro de Abreu)

Oh ! que saudades que eu tenhoDa aurora da minha vida,Da minha infância querida

Que os anos não trazem mais !Que amor, que sonhos, que flores,

Naquelas tardes fagueirasÀ sombra das bananeiras,

Debaixo dos laranjais !

Como são belos os diasDo despontar da existência !- Respira a alma inocência

Como perfumes a flor;O mar é – lago sereno,

O céu – um manto azulado,O mundo – um sonho dourado,

A vida – um hino d’amor !

Que auroras, que sol, que vida,Que noites de melodiaNaquela doce alegria,

Naquele ingênuo folgar !O céu bordado d’estrelas,A terra de aromas cheia,

As ondas beijando a areiaE a lua beijando o mar !

Oh ! dias de minha infância !Oh ! meu céu de primavera !

Que doce a vida não eraNessa risonha manhã !

Em vez de mágoas de agora,Eu tinha nessas delícias

De minha mãe as caríciasE beijos de minha irmã !

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Oh ! dias de minha infância !Oh ! meu céu de primavera !

Que doce a vida não eraNessa risonha manhã !

Em vez de mágoas de agora,Eu tinha nessas delícias

De minha mãe as caríciasE beijos de minha irmã !

Livre filho das montanhas,Eu ia bem satisfeito,

De camisa aberta ao peito,- Pés descalços, braços nus -

Correndo pelas campinasÀ roda das cachoeiras,Atrás das asas ligeirasDas borboletas azuis !

Naqueles tempos ditososIa colher as pitangas,

Trepava a tirar as mangas,Brincava à beira do mar;Rezava às Ave-Marias,

Achava o céu sempre lindo,Adormecia sorrindo,

E despertava a cantar !

Oh ! que saudades que eu tenhoDa aurora da minha vida

Da minha infância queridaQue os anos não trazem mais !

- Que amor, que sonhos, que flores,Naquelas tardes fagueirasÀ sombra das bananeiras,

Debaixo dos laranjais !“As Primaveras”, publicado em 1859.

Um pouco do poeta

Casemiro de Abreu, poeta, filho de pai português e mãe brasileira, bem cedo

demonstrou interesse pela literatura. Seu pai, um rico comerciante e também bastante

austero, não se agrada em saber seu filho envolvido com literatura e o envia a Portugal

para estudar. O exílio não impediu que Casemiro deixasse de escrever. Seus versos

denotam nostalgia, saudades e tristeza. Seu olhar é, constantemente voltado ao passado,

que é uma das características do Romantismo brasileiro.

Estudo:

1 - Contextualizar o poeta Casemiro de Abreu. Os alunos já serão confrontados com uma

breve explicação sobre o Romantismo brasileiro.

2 - Conceito de intertextualidade: Conversa entre textos.

O poema Meus oito anos, de Caemiro de Abreu foi escrito com versos em

redondilha maior, ou seja, sete sílabas poéticas. Denominamos síliabas poéticas aos

versos contados até a última sílaba tônica. Não devemos, portanto, confundir com sílabas

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gramaticais. Ex: Oh,/ que/ sau/da/des/ que eu/ te/nho [...]

Atividade: Os alunos farão a contagem das sílibas poéticas no poema.

Produção escrita para ser entregue na próxima aula: Crie seu próprio texto

contrapondo e/ou concordando com o poema de Casemiro de Abreu, “Meus oito anos”.

5ª e 6ª aulas: Crônica: Boletim Escolar - (Edilson Rodrigues Silva)

Boletim Escolar é uma crônica que narra as artimanhas de uma adolescente para

falar aos seus pais sobre as baixas notas no seu boletim. Ela, de forma muito pitoresca,

tenta fazer com que seus pais entendam que existem coisa piores no mundo. A resposta

do seu pai foi, no mínimo, intrigante. Leia a crônica acessando o site

http://recantodacronica.blogspot.com.br/2010/08/o-boletim-escolar-cronicas-engracadas- e.html

Atividade de leitura: Os alunos deverão identificar no texto, se há situações de

discriminação e quais são elas.

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5-UNIDADE 3

ESCOLA E APRENDIZAGEM - LEITURA

“A felicidade não se aprende nos livros mas pode brotar deles”.

(Eduardo Gianetti da Fonseca)

1ªaula - Texto para reflexão: Ler devia ser proibido – Guiomar de Grammon

“A pensar fundo na questão, eu diria que ler devia ser proibido. Afinal de contas, ler faz

muito mal às pessoas; acorda os homens para realidades impossíveis, tornando-os

incapazes de suportar o mundo insosso e ordinário em que vivem. [...]”

Este fragmento de artigo faz uma crítica sobre a necessidade de as pessoas

lerem. Os alunos usarão a sala de informática para lerem o artigo completo. Ao

retornarmos à sala, eles opinarão sobre o texto.

2ª aula - Crônica: Fobias (Fragmento) - Luis Fernando Veríssimo

Crônica: narrativa de um fato vivido pelo autor, gerlmente corriqueiro mas que, nas mãos

do escritor se transformam em fatos dignos de serem registrados.

geralmente é pitoresco e engraçado e utiliza-se de um tom de informalidade, apesar de

muitas das crônicas serem pulicados em jornais.

“[...] Não sei como se chamaria o medo de não ter o que ler. [...]”

A crônica de Luis Fernando Veríssimo, Fobias, apresentada nesta unidade, está

contida eu seu livro Comédias para se ler na escola. Ele faz algumas considerações sobre

as várias formas de fobias, como aracnofobias (medo de aranhas), claustrofobias (medo

de lugares fechados), entre outros.Ele não sabe, no entanto, como denominar alguém que

não consegue ficar sem ler, que é exatamente o caso dele.

Luis Fernando Veríssimo nascido em Porto Alegre, em 26 de setembro de 1936,

é filho do também escritor Érico Veríssimo e escreve crônicas humorísticas, tanto em

livros como em jornais.

A professora falará sobre a importância da leitura para o desenvolvimento

educacional do aluno.

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3ª e 4ª aulas - Leitura do Conto: Getúlio, Villa-Lobos e a independência em festa

– Syilvia Orthof

Esse conto, muito engraçado, relata a experiência da autora num episódio

acontecido na sua Escola. Os alunos ensaiaram no Coral da Escola para uma

apresentação ao então Presidente Getúlio Vargas. Foram regidos por nem mais, nem

menos, Villa-Lobos, músico e compositor, que participou ativamente no Modernismo

Brasileiro.

Atividades: Os alunos deverão fazer uma relação dos livros que já leram, assim como dos

livros que eles têm em casa. Nesse mesmo trabalho, eles explicarão: por que gosto/não

gosto de ler.

5ª aula: Música: Coração de estudante - Milton Nascimento

[…]

Coração de estudante

Há que se cuidar da vida

Há que se cuidar do mundo

Tomar conta da amizade

Alegria e muito sonho

[…]

Os alunos poderão usar o laboratório de informática para ouvirem a música na

íntegra, acessando www.youtube.com/watch?v=xwYchA3M0Dg

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6- UNIDADE 4

CONHECIMENTOS QUE A ESCOLA PODE PRODUZIR

A Escola, como espaço de conhecimento, poderá despertar nos alunos o gosto

pelo saber, levando-o à produção de seu próprio conhecimento.

1ª e 2ª aulas - Conto: Dilúvio na Escola - Anna Flora

Neste conto, os personagens participam de uma aula sobre o livro de poemas de

Vinícius de Moraes, Arca de Noé.

Estratégia de leitura: leitura e comentários.

Vamos escrever uma peça de teatro? Esse trabalho será realizado em equipe. O

enredo será voltado para o tema Escola.

3ª aula - Poema:” O principiante” Cecília Meireles

Sua mão mal se movimenta,

custa a escorregar pela mesa,

caracol no jardim da ciência,

desenrolando letra a letra

a obscura linha do seu nome.

[...]

Mas na terra o pálido aluno

devagar escreve o seu nome

custa a escorregar pela mesa.

Sobre a poeta: Cecília Benevides de Carvalho Meireles nasceu a 7 de novembro

de 1901, no Rio de Janeiro. Não conheceu o pai, falecido três meses antes de seu

nascimento. Com a mãe teve pouco contado, pois ficou órfâ aos três anos de idade. Foi

criada pela avó e as experiências com as situações trágicas da vida aparecem em suas

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produções. Uma das características de Cecília Meireles é musicalidade presente em seus

poemas. Publicou seu primeiro livro em 1919, "Espectros". Sua publicação “Viagem”

rendeu-lhe um prêmio pela Academia Brasileira de Letras.

Estratégia de leitura: O professor falará sobre a poetiza Cecília Meireles e citará

outras obras. A poesia será lida pelos alunos, com entonação de declamação

possibilitando a percepção da musicalidade existente no poema.

4ª e 5ª aulas - Filme: Escritores da Liberdade

“Escritores da Liberdade” é uma história de preconceitos, pobreza e violências. Os

adolescente se vêem sem perspectiva de futuro, até que uma professora resulveu investir

neles. Com ações simples, mas humanas, ela consegue conquistar a confiança dos

alunos e assim ajudá-los a serem “alunos escritores”.

Estratégia de ações. Após assistir ao filme, os alunos farão um levantamento das

cenas que mais chamaram a atenção. A capacidade humana de superação pela escrita

será a ênfase desse filme.

6ª aula - Música – Linhas tortas – Gabriel o Pensador

“Alguns às vezes me tiram o sono, mas não me tiram o sonho

Por isso eu amo e declamo, por isso eu canto e componho”

[…]

Música é uma forma de poesia. É musicalizada, tem rimas, e distribuída na

página de forma diferenciada do conto.

Essa música fala da paixão que o poeta/cantor tem pela escrita e produção

artística.

Atividades: Se houver um grupo que toque um instrumento, a turma será convidada a

cantar a música.

Estratégia: os alunos serão convidados a escrever um conto, um poema, música ou

crônica. Será realizado um varal para que os trabalhos sejam expostos.

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7 UNIDADE 5

RELAÇÕES INTERPESSOAIS NA ESCOLA

Amizade

Nesta unidade, o aluno perceberá que o ambiente escolar, muitas vezes, forma

amizades para toda a vida, assim como ensina o valor de uma amizade verdadeira.

“Cada pessoa que passa em nossa vida, passa sozinha, é porque cada pessoa é

única e nenhuma substitui a outra! Cada pessoa que passa em nossa vida passa sozinha

e não nos deixa só porque deixa um pouco de si e leva um pouquinho de nós. Essa é a

mais bela responsabilidade da vida e a prova de que as pessoas não se encontram por

acaso”.(Charles Chaplin)

1ª aula: Abordagem:

• Perguntar aos alunos o que é amizade. As palavras-chave serão escritas na lousa.

• Criar dois espaços na lousa para que os alunos relacionem ações que amigos podem

e não podem ter.

2ª aula: Leitura e comentários sobre o conto “A voz da consciência e outras

vozes” – Moacyr Scliar

Neste episódio, um aluno novo gosta de criar confusão. Ele é arrogante, age com

superioridade para com eus colegas e gosta de “dar um jeitinho” para se sair bem das

situações. Os colegas, para defenderem uma amiga que foi enganada e magoada pelo

rapazentão, lhe dão uma lição que vai acompanhá-lo pelo resto de sua vida.

3ª aula: Atividade: No desenrolar da narrativa, “Edmundo”, um dos personagens

do conto, “não chegou a concluir o ano letivo”. Em poucas palavras levante hipóteses

sobre o que aconteceu ao Edmundo para que ele se tornasse em um aluno brilhante.

Você poderá se valer de sua criatividade na criação dessas situações. Esse texto deve

ser redigido, socializado entre os colegas e entregue para avaliação.

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4ª aula: Poesia – Soneto: Composição poética de catorze versos,

dispostos em dois quartetos e dois tercetos. É uma das mais perfeitas formas

de poesia no gênero lírico. E das mais difíceis também, uma vez que nos

catorze versos se enquadra toda uma sentença poética, todo o enredo de uma

pequena história vivida ou imaginada pelo autor.

http://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/98583

Soneto do amigo

(Vinmícius de Moraes)

“Enfim, depois de tanto erro passado

Tantas retaliações, tanto perigo

Eis que ressurge noutro o velho amigo

Nunca perdido, sempre reencontrado.

[...]

Um bicho igual a mim, simples e humano

Sabendo se mover e comover

E a disfarçar com o meu próprio engano. [...]

O amigo: [...]

Vinicius de Moraes, MORAES, V. de. Antologia Poética. Rio de Janeiro.1960 www.youtube.com/watch?v=Yl9moTzObYs

Estratégia de leitura: O poema pode ser ouvido no youtube. Na sequência, o professor

fará revisão sobre a estrutura do poema, como ritmo, rimas e figuras de linguagem.

Atividade: os alunos que souberem um poema de cor, terão oportunidade para declamar.

6ª e 7 aulas: Conto: O Birolho – Pedro Bandeira

Este conto narra a amizade entre dois alunos em uma escola. Eles resolvem,

colar na prova de Geografia, quando um deles é pego pela professora.

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Estratégia de leitura: O conto será entregue ao aluno sem a parte final, o

desfecho. Os alunos deverão criar um final e compartilhar com os colegas.

Posteriormente, os alunos receberão o final do conto para as devidas comparações e

considerações.considerações.

A professora fara questionamentos sobre alguns pontos do texto. Os alunos

responderão oralmente.

Os alunos farão uma descrição dos personagens desse conto.

7ª aula - Música – CANÇÃO DA AMÉRICA – Milton Nascimento (cantor e

compositor)

Amigo é coisa pra se guardarDebaixo de sete chaves,

Dentro do coração,assim falava a canção que na América ouvi,

[...]Amigo é coisa para se guardar

No lado esquerdo do peito,mesmo que o tempo e a distância, digam não,

mesmo esquecendo a canção.

Link: http://www.vagalume.com.br/milton-nascimento/cancao-da-america.html#ixzz2lKYB9mS3 “

Atividade: os alunos serão desafiados a apresentar a musica para alunos de outras salas

de aula.

8ª e 9ª aulas: Filme: Conta comigo - dirigido por Rob Reiner

Estratégia: Em sala de aula, os alunos assistirão fragmentos do filme Conta Comigo. É

um trailer de nove minutos e certamente despertará neles o desejo de assistir ao filme

todo, o que eles poderão fazer em suas casas.

“Conta Comigo” é um filme sobre a amizade e a complexidade da vida de adolescentes.

A história contada por Gordie Lachance começa no verão de 1959 na pequena

cidade do Oregon, Castle Rock. Ele relembra sua vida de menino, seus amigos de

infortúnio, cujos pais são bêbados e violentos, classificados como de família “ruim”. Certa

vez eles recebem uma proposta: ver um corpo. Eles não exitam e saem em busca dessa

esperiência.

O trailler pode ser acessado no endereço

http://www.youtube.com/watch?v=zex05ZZAxyA

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10ª aula: Atividades:

• Fazer comentários sobre o filme.

• Quem são meus amigos, na escola e fora dela. O que gosto neles.

• Os alunos serão questionados sobre a importância da familia no desenvolvimento do

caráter da criança.

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8-UNIDADE 6

RELAÇÕES SOCIAIS NA ESCOLA

Violência

1ª e 2ª aulas: Leitura do Conto: A Escola – Machado de Assis

Esse conto memorialista narra o primeiro contato de um menino, Pilar, com a

corrupção e a delação.

Sobre o autor: Machado de Assis foi um dos maiores escritores brasileiros. Ele

pertenceu ao movimento literário Realismo, e de forma mordaz retratou as contradições

da sociedade carioca do final do século XIX.

Conto de Escola

A escola era na Rua do Costa, um sobradinho de grade de pau. O ano era de 1840. Naquele dia - uma

segunda-feira, do mês de maio - deixei-me estar alguns instantes na Rua da Princesa a ver onde iria

brincar amanhã. Hesitava entre o morro de S. Diogo e o Campo de Sant�Ana, que não era então esse

parque atual, construção de gentleman, mas um espaço rústico, mais ou menos infinito, alastrado de

lavadeiras, capim e burros soltos. Morro ou campo? Tal era o problema. De repente disse comigo que

o melhor era a escola. E guiei para a escola. Aqui vai a razão.

[...]

3ª aula: Estratégia: Levantar questionamentos sobre o conto: o que acharam, se

gostaram, o que levou o aluno a entregar seus colegas.

Na tabela abaixo, os alunos deverão descrever como é a Escola mostrada nesse

conto e a escola de hoje, posicionamento do professor, dos colegas, dos pais.

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CARACTERÍSITCAS DA ESCOLA PERC NO CONTO “CONTO DE ESCOLA”DE MACHADO DE ASSIS

Escola Professor Alunos Pais

ESCOLA DE HOJEEscola Professor Alunos Pais

Em seguida, retomarão o Conto “O Birolho”, estudado na unidade anterior.

Oralmente, os alunos estabelecerão relações entre o final do conto “O Birolho”, o final do

conto “Conto de Escola”.

4ª e 5ª aulas: Proposta para debate: Será lançada uma questão: O que deveria

acontecer com os garotos que entregaram seus colegas.: As respostas serão escritas na

lousa.

Estratégia: A turma preparará um espaço vazio na sala de aula. No chão, bem no centro

desse espaço, será colocado um cartaz com a primeira resposta. Num dos lados, outro

cartaz com a palavra “Concordo”. No extremo oposto haverá um terceiro cartaz com as

palavras “não concordo”. Junto às carteiras, será colocada uma folha de sulfite com as

palavras “não pensei a respeito”. Ao ser lançada a questão, todos os alunos devem se

posicionar, concordando, não concordando ou “não pensei a respeito. Quando todos

estiverem posicionados, eles terão alguns minutos para conversar com seus colegas a fim

de organizar os argumentos. Para iniciar o debate: um dos alunos do lado do “concordo”

iniciará o debate defendendo essa posição. Os argumentos devem ser consistentes, pois

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eles tentarão convencer os colegas que “não pensaram a respeito” a se posicionarem ao

seu lado. Para cada argumento, haverá uma réplica dos alunos do “não concordo”. Os

alunos serão orientados a não interferirem enquanto o colega estiver expondo sua

opinião; ele deverá iniciar a sua réplica da seguinte forma: “entendo sua opinião, porém

penso que...”. Cada réplica deverá ser iniciado dessa forma. Isso levará os alunos a

respeitarem os seus colegas, mesmo que eles não concordem com suas opiniões.

Esse procedimento poderá ser realizado com três ou quatro respostas das que

foram escritas na lousa. A mediação ficará por conta da professora, que os orientará na

utilização de mecanismos linguísticos (conjunções). Ao final do debate, os alunos que

“não pensaram a respeito” deverão se posicionar ao lado do grupo que melhor

argumentou. À medida que o debate for acontecendo, a professora fará algumas

intervenções no sentido de apontar as contradições existentes nos argumentos. Também

ela deverá estar atenta para que os ânimos não fiquem exaltados, pois o que está sendo

questionado é a violência e a não-violência. Será um ótimo momento para que se perceba

qual aluno tem mais facilidade para se expressar e de argumentar.

6 e 7ª aulas: Texto informativo: Notícias de jornal: “O massacre do Realengo”

07/04/2011 13h06- Atualizado em 07/04/2011 16h50

Atirador entra em escola em Realengo, mata alunos e se suicida

Segundo hospital, 11 estudantes morreram na Zona Oeste do Rio.

Atirador tinha 23 anos e foi aluno da escola.

Um homem de 23 anos entrou em uma escola municipal na Zona Oeste do Rio na manhã desta

quinta-feira (7), atirou contra alunos em salas de aula lotadas, foi atingido por um policial e se

suicidou. O crime foi por volta das 8h30.

Segundo o diretor do hospital para onde as vítimas foram levadas, 11 crianças morreram (10

meninas e 1 menino) e 13 ficaram feridas (10 meninas e 3 meninos). As crianças têm idades entre

12 e 14 anos.

Segundo autoridades, o nome do atirador é Wellington Menezes de Oliveira e ele é ex-aluno da

Escola Municipal Tasso da Silveira, no bairro de Realengo, onde foi o ataque. Seu corpo foi

retirado por volta das 12h20, segundo os bombeiros. De acordo com polícia, Wellington não tinha

antecedentes criminais.

[...]

O sargento Márcio Alves, da Polícia Militar, fazia uma blitz perto da escola e diz foi

chamado por um aluno baleado. "Seguimos para a escola. Eu cheguei, já estavam

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ocorrendo os tiros, e, no segundo andar, eu encontrei o meliante saindo de uma sala. Ele

apontou a arma em minha direção, foi baleado, caiu na escada e, em seguida, cometeu

suicídio", disse o policial (veja abaixo a declaração, em reportagem do Jornal Hoje).[...]

http://g1.globo.com/Tragedia-em-Realengo/noticia/2011/04/atirador-entra-em-escola-em- realengo-

mata-alunos-e-se-suicida.html

Pensando o texto informativo. Notícia, texto que relata um acontecimento. Para que uma

notícia seja de qualidade deve conter as seguintes características:

Confiável: Os dados apresentados devem ser concretos;

Texto claro: uma notícia não pode ser ambigua, dar mais de uma possibilidade de

compreensão> Tem que levar o leitor a entender um assunto, pois que foi noticiado;

Não deve conter a opinião de quem escreve. Tem que haver um distanciamento entre

fatos e produtor do texto;

Não deve conter mais que um assunto.

Atividades:

1 - O texto lido acima corresponde às características apontadas?

2 - Como os alunos já tinham conhecimento desse acontecimento, a atividade a ser

solicitada é: produza um texto de até vinte linha sobre algumas formas de violência que

acontecem na sociedade atual. Eles poderão optar por violência contra a mulher, contra

os negros, pobres, crianças, idosos.

Filme: “Meu mestre, minha vida” Direção: John G. Avildsen

O filme de Jonh G. Avildsen conta a história de uma escola tomada pela violência,

tráfico de drogas e baixo índice de aproveitamento escolar. Um professor será convidado

para ser diretor dessa escola e tentar melhorar o aprendizado dos alunos, pois eles farão

uma prova na qual deverão provar que a escola está dando conta de ensiná-los. De forma

radical e pouco ortodoxa, esse diretor abala toda a estrutura da escola, desde o porteiro

até a coordenação de ensino.

Estratégia: Os alunos assistirão ao treiller do filme no laboratório de informática. O filme

completo poderá ser visto em suas casas. Eles deverão fazer um resumo do filme,

apontando as principais ações acontecidas na escola para que os alunos conseguissem

aprender.

Atividade em equipe de até seis alunos: eles ilustrarão a escola do filme antes e do

depois da ação do diretor.

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UNIDADE 7

A ESCOLA QUE QUEREMOS

Educação: o verdadeiro caminho para a mudança.

Leitura do poema de Carlos drummond de Andrade

“Para Sara, Raquel, Lia e para todas as Crianças”Carlos Drummond de Andrade

Eu queria uma escola que cultivassea curiosidade de aprenderque é em vocês natural.

Eu queria uma escola que educasseseu corpo e seus movimentos:que possibilitasse seu crescimentofísico e sadio. Normal

[...]

Mas que ensinasse primeiro pelaobservação, pela descoberta,pela experimentação.

Eu queria uma escola que lhesensinasse a usarem bem a nossa língua,a pensarem e a se expressaremcom clareza.Eu queria uma escola que lhesensinassem a pensar, a raciocinar,a procurar soluções.

Eu queria uma escola que desde cedousasse materiais concretos para que vocês pudessem ir formandocorretamente os conceitos matemáticos, os conceitos de números, as operações… pedrinhas… só porcariinhas!… fazendo vocês aprenderem brincando…

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[…]

Eu também queria uma escolaque ensinasse a conviver, acooperar,a respeitar, a esperar, a saber viverem comunidade, em união.

Que vocês aprendessema transformar e criar.

Que lhes desse múltiplos meios devocês expressarem cadasentimento,cada drama, cada emoção.

[...]

Fonte: http://www.bancodeescola.com/andrade.htm

Poesia de cordel: “Uma Escola Feliz” -Antonio Nunes Santana

É o sonho de toda nação

Temos que priorizar

Uma boa educação.

[...]”

*Trabalhar com conceito de Literatura de Cordel. São historias contadas em forma de

poesia com rimas e rimo pois em muitos casos ela é cantada.

Estratégia de leitura: Ler outros poemas de cordel.

Leitura do poema “Tecendo a manhã”, João Cabral de Melo neto

Para identificar: João cabral de Melo Neto é um poeta concretista. O quem a ser isso?

Período da Literatura Brasileira, no qual os poetas primavam por uma poiesia engajada,

com linguagem mais objetiva, muitas vezes dando forma aos poemas.

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Tecendo a manhã

Um galo sozinho não tece uma manhã:

ele precisará sempre de outros galos.

De um que apanhe esse grito que elee o lance a outro; de um outro galoque apanhe o grito de um galo antee o lance a outro; e de outros galo

que com muitos outros galos se cruzemos fios de sol de seus gritos de galo,

para que a manhã, desde uma teia tênue,se vá tecendo, entre todos os galos.

[...]

Atividades: Trabalhar as diversas interpretações do poema, relacionando-a com a

sociedade, com a escola, com a familia ou entre amigos.

Os alunos ilustrarão esse poema.

Para finalizar, os alunos cantarão a música “Depende de nós” de Ivan Lins.

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9-CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao elaborar este Caderno Pedagógico, iniciei as persuisas de forms transquila. À

medida que os temas foram surgindo, houve também uma necessidade de se expandir as

possibilidades de leituras. Espera-se que as atividades propostras sejam apropriadas

para alunos do Ensino Fundamental e que colaborem para um maior contato com vários

gêneros textuais.

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