A Contribuição Do Diagnóstico de Design Para Traçar a Estratégia Da Empresa
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · exercícios de fixação, os anteriormente...
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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS, COMO TORNAR SUA RESOLUÇÃO ATRATIVA?
Autora: Sonia Regina Amorim1
Orientador: Doutor Moisés Mezza Pariona2
Resumo
Este artigo apresenta os resultados do projeto de implementação pedagógica: Problemas Matemáticos, como tornar sua resolução atrativa? Este projeto foi desenvolvido no Colégio Estadual Carmelina Ferreira Pedroso, em Arapoti. A intervenção pedagógica foi realizada com alunos do 6º ano do ensino fundamental. Os alunos que participaram do projeto de implementação foram divididos em três grupos, cada qual com oito alunos, para que o atendimento aos alunos durante as atividades pudesse ser individualizado. Foi trabalhada a metodologia da resolução de problemas matemáticos como uma ferramenta para motivar o aluno a pensar, a aprender a prestar atenção no que está lendo, assim, propiciando neles iniciativa e espírito explorador, e incitá-lo para a criatividade. Durante a implementação foram utilizados diferentes tipos de problemas, com o objetivo de incentivar os alunos que participaram do projeto a tomar gosto pela resolução de problemas matemáticos. Como professora de Matemática, há muitos anos trabalhando com alunos do 6º ano, percebo a dificuldade apresentada pelos alunos principalmente na leitura e na interpretação dos enunciados de problemas propostos durante as aulas, esta foi minha motivação para elaborar e por em prática este projeto de implementação.
Palavras-chave: Problemas matemáticos; Leitura; Resolução
1. INTRODUÇÃO
A metodologia Resolução de Problemas é algo recente, pois normalmente os
problemas são apresentados na sala de aula mais como exercícios para a fixação
de determinado conteúdo. Alguns problemas são classificados como “fechados” e
são aplicados logo após um conteúdo trabalhado, por isso não exigem muita
1 Professora – PDE UEPG 2013
2 Orientador do PDE - UEPG
interpretação ou estratégias especiais para resolvê-los, visto que a aplicação das
fórmulas ou informações vistas na aula é o ponto central deste tipo de problema.
A metodologia Resolução de Problemas se identifica com os problemas
“abertos”, ou seja, aqueles que não têm vínculo com conteúdos anteriores, e que
exigem interpretação, raciocínio e estratégias de resolução.
A resolução de problemas como método de ensino propicia ao aluno fazer
questionamentos, exercitar o raciocínio. Possibilita que o aluno pense por si próprio,
que trace novos caminhos a partir de conhecimentos anteriormente adquiridos e não
apenas reproduza conhecimentos a ele repassados como acontece nos chamados
exercícios de fixação, os anteriormente citados como problemas fechados. Nesses,
o aluno não precisa traçar estratégias para sua resolução, basta seguir o passo a
passo dado pelo professor.
Segundo os PCN's de Matemática (BRASIL, 1998), a resolução de
problemas propicia aos alunos mobilizar conhecimentos e desenvolver a capacidade
para gerenciar as informações que estão ao seu alcance.
2. METODOLOGIA
Utilizando a metodologia da resolução de problemas, o aluno tem a
oportunidade de ampliar seu conhecimento, desenvolver seu raciocínio lógico,
enfrentar novas situações e conhecer as aplicações dos conteúdos matemáticos
vistos nas salas de aula. A resolução de problemas permite ao aluno desenvolver a
comunicação, a criatividade, o senso crítico e a capacidade de administrar as
informações ao seu redor.
Para Dante (1998), um problema é qualquer situação que exija a maneira
matemática de pensar e conhecimentos específicos para solucioná-la. O autor
ressalta que um bom problema deve:
Ser desafiador para o aluno
Ser real
Ser interessante
Não consistir na aplicação evidente e direta de uma ou mais operações
aritméticas
Ter um nível adequado de dificuldade
Ter uma linguagem adequada usada na redação do problema.
É possível por meio da resolução de problemas desenvolver no aluno
iniciativa, espírito explorador, criatividade, independência, a habilidade de elaborar
um raciocínio lógico e fazer uso inteligente e eficaz dos recursos disponíveis, para
que possa propor boas soluções às questões que surgem em seu dia-a-dia, na
escola ou fora dela. (DANTE, 1991, p. 25)
Um bom problema deve ser interessante e criativo, capaz de instigar o aluno
a resolvê-lo. A partir da leitura e da interpretação do enunciado de um problema
dado, é possível ao aluno se envolver na busca por estratégias de resolução, na
persistência em encontrar uma solução, na ampliação de conceitos e ideias já
conhecidos.
O projeto de intervenção pedagógica iniciado no ano de 2013, assim como o
projeto de implementação pedagógica trabalhado nos meses iniciais de 2014, foram
construídos a partir das concepções de Dante e das etapas para resolução de
problemas de Polya.
O objetivo primeiro do meu projeto de implementação pedagógica foi tornar
o aluno do 6º ano um leitor mais atento aos enunciados dos problemas matemáticos
propostos nas aulas dessa disciplina. Para tanto, foram adotados os objetivos
listados por Dante em seu livro Didática da Resolução de Problemas da Matemática
(1991) que são:
• Fazer o aluno pensar produtivamente
• Desenvolver o raciocínio do aluno
• Ensinar o aluno a enfrentar situações novas
• Dar ao aluno a oportunidade de se envolver com as aplicações da Matemática
• Tornar as aulas de Matemática mais interessantes e desafiadoras
• Equipar o aluno com estratégias para resolver problemas
• Dar uma boa base matemática às pessoas.
O projeto de implementação é constituído de uma série de problemas dos
mais variados tipos, desde os mais diretos, que não precisam de grande esforço
para sua realização, até os problemas de lógica, que são aqueles que o aluno tem
que ler com bastante atenção, muitas vezes mais de uma vez, para conseguir
entender o que o problema está pedindo, para encontrar todas as “dicas” para
resolver o problema proposto.
Foram trabalhadas durante o projeto de implementação as principais etapas
para a resolução de problemas, descritas por Polya em seu livro A Arte de Resolver
Problemas.
São elas:
Compreender o problema
Após ler com atenção o problema proposto, o aluno deverá conseguir responder
perguntas relativas a ele, tais como:
* O que o problema está pedindo?
* Quais são os dados e as condições do problema?
* É possível estimar a resposta?
Estabelecer um plano
O aluno deverá elaborar planos ou estratégias para resolver o problema
proposto,
Executar um plano
Nesta etapa o aluno executa o plano por ele elaborado, verificando- o passo a
passo. Serão efetuados todos os cálculos indicados no plano.
Fazer o retrospecto ou verificação.
Nesta etapa, o aluno analisa a solução obtida e verifica o resultado obtido. O
retrospecto fará com que o aluno reveja todo o caminho trilhado para obter a
solução, é um excelente exercício de aprendizagem e serve para que o aluno possa
detectar e corrigir possíveis enganos.
As etapas descritas por Polya ajudam o educando a se orientar durante o
processo de resolução do problema proposto. Estas etapas não são rígidas, fixas e
infalíveis, elas são um suporte para o educando.
George Polya tornou relevantes o raciocínio e a invenção, que vieram
substituir a aceitação acrítica das teorias. Sua abordagem privilegiou os aspectos
práticos da resolução de problemas. Durante a implementação deste projeto de
intervenção pedagógica, ao apresentar um problema ao aluno iniciou-se o processo
de compreensão deste problema ao incitá-lo a responder perguntas como:
O que se pede no problema?
O que se procura no problema?
É possível esboçar graficamente o problema? Desenhar um esquema ou um
diagrama representando o problema?
A partir da leitura do problema proposto o aluno pôde elaborar vários planos
ou estratégias que levaram à resolução deste problema por diferentes caminhos:
representação gráfica do problema, representação geométrica ou algébrica ou ainda
tentativa de um rascunho. Durante esta etapa foram feitas perguntas como:
Você já resolveu um problema como este antes?
É possível colocar as informações em uma tabela e depois fazer um gráfico
ou diagrama?
É possível resolver o problema por partes?
Respondidas as perguntas feitas durante a elaboração do plano, passou-se
à execução do plano elaborado. Como cada grupo formado pelos alunos apresentou
ideias diferentes para a resolução do problema proposto, executamos todas as
estratégias pensadas. Obtivemos assim, várias maneiras de resolver um mesmo
problema.
Ao fazer o retrospecto, a verificação, os alunos tiveram a oportunidade de
rever todo o caminho percorrido para obter a solução do problema trabalhado.
3. ATIVIDADES
Durante a implementação foram trabalhadas atividades envolvendo
problemas padrão (de uma ou mais operações), problemas heurísticos, situações –
problema, problemas em tiras, problemas de quebra – cabeça, jogos matemáticos e
jogos de lógica.
Algumas das atividades trabalhadas durante a implementação do projeto
puderam inclusive ser representadas pelos alunos.
3.1 Atividade 1
Foi o caso da questão 5 apresentada na atividade 1:
* Em uma reunião de trabalho há 7 profissionais. Se, ao chegar, cada um trocar um
aperto de mão com todos os outros, quantos apertos de mão serão dados ao
todo?(problema adaptado do livro Didática da Resolução de Problemas de
Matemática –p. 18 de Luiz Roberto Dante).
Ao receber o problema alguns alunos “chutaram” a resposta. Ao serem
questionados por mim como haviam obtido tal resposta, alguns não souberam dizer
qual raciocínio havia sido utilizado. Outros representaram os profissionais por
desenhos e tentam contar os apertos de mão que cada um deles teria dado. As
respostas em ambos os casos não estavam corretas. Foi então feita a
representação do problema. Sete alunos da turma representaram os profissionais e
cada um contou a quantidade de apertos de mão que trocou com o colega,
chegando assim à resposta correta. A partir da representação, todos entenderam
como havia sido obtida a solução correta para o problema.
3.2 – Atividade 2
Na atividade 2 do projeto de implementação trabalhamos apenas com jogos
de lógica, tais como :
*Júlia, Ricardo e Teresa têm diferentes gostos pelos esportes, os livros e os jogos de
mesa. Os esportes preferidos são: basquete, beisebol e pingue-pongue. Os livros
são: mistério, ficção e poesia e os jogos de mesa são: damas, dominó e xadrez.
Utilize as pistas dadas e o raciocínio lógico para determinar o esporte, o tipo de livro
e o jogo de mesa favorito de cada personagem, e complete a tabela abaixo.
Pistas:
• Júlia gosta de jogar beisebol.
• Teresa não gosta de jogar pingue-pongue.
• Ricardo gosta de jogar xadrez.
• Júlia não gosta de livros de mistério.
• O jogo de damas é o preferido pela pessoa que gosta de jogar basquete.
• O livro de poesias é o gênero de leitura preferido pela pessoa que prefere
pingue-pongue.
ESPORTE GÊNERO DE LEITURA
JOGO DE MESA
JÚLIA
TERESA
RICARDO
A maioria dos alunos nunca havia realizado jogos como os apresentados.
Alguns estranharam o fato de o “problema” não apresentar nenhum valor numérico
ou citar alguma operação matemática, no entanto, após a explicação de como
resolvê-los, todos gostaram dos jogos. A dificuldade encontrada para a realização
dos jogos de lógica foi a de fazer com que os alunos entendessem a necessidade
de realizar mais de uma vez a leitura dos enunciados, visto que deveriam ler com
atenção para pode encontrar as “dicas” para a montagem correta das tabelas dos
jogos.
Após a resolução do jogo acima citado, foi obtida a resposta para cada
questão apresentada no jogo e a tabela ficou assim montada:
ESPORTE GÊNERO DE LEITURA
JOGO DE MESA
JÚLIA beisebol ficção dominó
TERESA basquete mistério damas
RICARDO pingue-pongue poesia xadrez
Os jogos escolhidos para serem trabalhados durante a implementação
tinham como objetivo mostrar aos alunos que os conteúdos da disciplina de
Matemática podem ser utilizados em diferentes situações, mesmo naquelas onde a
aplicação das operações matemáticas não seja necessária.
Um dos jogos propostos na atividade 4 foi o seguinte:
Luís Antônio “pesa” 80 kg e seus filhos Marcelo e Luciano “pesam” 40 kg
cada um. Eles estão na margem direita de um rio e querem atravessá-lo, porém o
bote que eles possuem tem capacidade para levar apenas 80 kg por vez. Como
farão para que todos atravessem o rio em segurança?
Foram várias as respostas encontradas pelos alunos, alguns obtiveram a
resposta correta que é:
Marcelo e Luciano atravessam o rio primeiro, Marcelo fica na margem
esquerda e Luciano volta à outra margem, onde entrega o bote ao pai que atravessa
sozinho. Chegando à margem esquerda do rio, Luís Antônio entrega o bote a
Marcelo que volta à margem direita e retorna com seu irmão.
Outra atividade que exigiu muito da habilidade dos alunos foi a representada
abaixo:
O triângulo mágico: Coloque, dentro dos círculos, números de 1 a 9, sem
repeti-los. A soma de cada lado deve se 17.
Esta
Esta atividade requereu do aluno muita atenção, pois ele não poderia
colocar os números aleatoriamente, senão não obteria a soma 17 que o problema
exigia.
Na atividade 5 foram trabalhados com os alunos problemas mais simples,
no entanto, a estratégia para fazer com que os alunos lessem com atenção foi
escrever o enunciado dos problemas fora de ordem. Logo, os alunos tinham que ler
o problema com atenção, colocar as frases que formavam o enunciado em ordem
para só então poder resolvê-lo.
Um dos problemas propostos aos alunos foi o seguinte:
Ontem Luíza leu 17 páginas.
Quantas páginas faltam para Luíza terminar de ler o livro?
Hoje ela vai ler 20 páginas.
Luíza está lendo um livro sobre fadas.
6
8
5 7
9
4
1
3 2
O livro que Luíza está lendo tem 82 páginas.
Após realizar a leitura das frases fora de ordem, os alunos as reescreveram
na ordem correta.
A ordem obtida foi:
*Luíza está lendo um livro sobre fadas. O livro que ela está lendo tem 82
páginas. Ontem Luíza leu 17 páginas. Hoje ela vai ler 20 páginas. Quantas páginas
faltam para Luíza terminar de ler o livro?
A partir da reescrita do problema, os alunos o resolveram corretamente sem
problemas.
Este tipo de problema mostrou aos alunos a importância de que seja feita
uma boa leitura de problemas propostos, que, se for feita uma leitura apressada, ele
poderá deixar passar algum dado importante para a resolução correta do problema.
As atividades 6 e 7 apresentaram aos alunos o autor Malba Tahan. Foram
retirados do livro “O homem que calculava” alguns problemas bastante interessantes
que chamaram a atenção dos alunos pela diferença entre a linguagem utilizada nos
enunciados criados pelo autor e a linguagem utilizada em seus livros didáticos
atuais.
Além dos problemas apresentados no projeto de implementação, foram lidos
e comentados outros problemas bastante interessantes deste mesmo livro, entre
eles: O problema dos 35 camelos, O epitáfio de Diofante, A lenda sobre a criação do
jogo de xadrez.
Entre os problemas trabalhados durante o projeto, um dos que mais chamou
a atenção dos alunos foi “A pesagem das pérolas”, apresentado a seguir.
* Um mercador de Benares, na Índia, dispunha de oito pérolas iguais - na
forma, no tamanho e na cor. Dessas oito pérolas, sete tinham o mesmo peso, a
oitava, entretanto, era um pouquinho mais leve que as outras. Como poderia o
mercador descobrir a pérola mais leve e indicá-la, com toda segurança, efetuando a
pesagem apenas duas vezes, ou seja, pesando apenas duas vezes as pérolas?
A solução demorou um pouco a ser obtida, pois os alunos criaram várias
estratégias para resolver esse problema. Testamos todas as estratégias criadas
pelos alunos até obter a solução correta para o problema proposto, que é a seguinte:
O mercador deveria separar 6 pérolas e colocar 3 em cada um dos pratos da
balança. Se a balança se mantivesse em equilíbrio, significava que uma das duas
pérolas que não haviam ainda sido pesadas seria a de menor peso. Bastaria então
pesar estas pérolas para identificar a mais leve. Se, no entanto um dos pratos da
balança ficasse mais pesado que o outro seria feita uma nova pesagem, agora com
as do prato mais leve. Colocando uma pérola em cada prato e outra sobre a mesa,
restava apenas observar a balança. Havendo equilíbrio, a pérola mais leve seria a
que restara sobre a mesa.
O problema “Os Quatro Quatros”, também retirado do livro “O homem que
calculava” apesar de parecer muito simples mostrou-se bastante trabalhoso. Ao ler o
enunciado do problema: * Escreva os números de 0 a 10, usando as operações
básicas da matemática e apenas quatro números quatro, os alunos comentaram
entre si que seria moleza, no entanto, ao tentar resolvê-lo perceberam que não seria
tão fácil como haviam pensado a princípio.
Depois de muita conversa entre os alunos e entre esses e a professora,
montamos no quadro a tabela abaixo, que representa as respostas obtidas.
Para obter o número:
0 = 44 – 44
1= _44_
44
2 = 4 _ + _4_
4 4
3 = 4 x 4 - 4 _
4
4 = _4 – 4 _ + 4
4
5 = _4_x_4 + 4 _
4
6 = 4 + _4 + 4_
4
7 = _4 4_ - 4
4
8 = __4 + 4_ x 4
4
9 = 4 + 4 + 4_
4
10 = 4 4 – 4 _
4
Na atividade 8 foi trabalhado o conteúdo estruturante Geometria. Dentro
deste conteúdo trabalhamos atividades envolvendo perímetro e área. O objetivo das
atividades apresentadas ao aluno era relembrar o conceito de perímetro e área,
fazendo-os representar graficamente estes dois conceitos.
Uma das atividades propostas foi a apresentada abaixo.
* O Pai de João Carlos comprou 40 metros de tela. Ele quer cercar um
terreno retangular que tenha a maior área possível para fazer uma horta. Vamos
ajudar João Carlos e seu pai a descobrir quais devem ser as dimensões do terreno?
Represente através de desenhos todas as respostas que você encontrar.
portaldoprofessor.mec.gov.br
Algumas das respostas apresentadas pelos alunos estão mostradas a seguir:
15 m
5m P = 15 + 5 + 15 + 5 A = c x l
P = 40 m A = 15 x 5
A = 75 m 2
10 m P = 10 + 10 + 10 + 10 A = l 2
P = 40 m A = 10 2
A = 100 m 2
18 m
2 m 2 m
P = 18 + 2 + 18 + 2 A = c x l
P = 40 m A = 18 x 2
A = 96 m 2
A partir da comparação das respostas obtidas pelos alunos ao final da
atividade, pôde ser mostrado a eles como, apesar de todos terem obtido o mesmo
perímetro, as medidas das áreas encontradas eram diferentes.
As atividades 9 e 10 que finalizaram o projeto de implementação, reuniu
todos os alunos que participaram deste projeto. Durante estas últimas aulas, os
alunos puderam mostrar aos colegas dos outros grupos como haviam entendido e
resolvido às atividades a eles propostas, quais as que apresentaram maior grau de
dificuldade e quais consideraram mais fáceis.
Acredito que ao final da implementação estávamos todos satisfeitos com os
resultados obtidos, senti os alunos mais motivados para aprender e realizar as
atividades propostas.
Durante a implementação do projeto, também foi trabalhado por mim o GTR
(Grupo de Trabalho em Rede). O GTR envolve vários professores de diferentes
cidades do Estado. Através do Grupo de Trabalho em Rede (GTR), foram feitos
vários questionamentos, pelos professores cursistas, que muito contribuíram para o
enriquecimento do trabalho que estava sendo realizado com os alunos que estavam
participando do projeto.
Entre os comentários feitos, várias opiniões e sugestões de professores (as)
foram acrescentadas sobre o tema aplicado. A seguir cito algumas:
“A velha forma de se pensar que leitura é coisa só da Língua Portuguesa, faz com que os alunos já tenham um pré-conceito em ler em nossas aulas e traba-lhar constantemente com esta situação é um grande desafio para os professores da disciplina de matemática, porém, quando apresentamos os vários tipos de proble-mas, mesclando-os, fazemos com que desperte no aluno um interesse maior em decifrar as situações, possibilitando-o a elaborar suas próprias estratégias chegando a um resultado final. Este tema então, visa otimizar nosso trabalho em sala de aula, e se faz de extrema importância, uma vez que nos fará rever nosso modo de traba-lho tornando nossas aula mais eficazes.”
“Ao apresentar a nossos alunos problemas bem elaborados, estamos abrin-
do espaço para que ele se desenvolva, estamos propondo a ele que se envolva em
seu próprio aprendizado, que deixe de seguir fielmente os passos do professor e
faça seu próprio caminho, que confie nas estratégias que elaborou. Um dos pontos
fundamentais na resolução das atividades propostas no projeto de implementação é
esse, tornar o aluno não apenas um” resolvedor” de problemas, mas uma pessoa
que saiba elaborar estratégias para resolver qualquer problema que lhe seja apre-
sentado, dentro ou fora da sala de aula.”
“São vários os fatores que levam um aluno a ter dificuldade em interpretar
textos ou problemas matemáticos, o principal deles é falta do hábito da leitura. Ao
ter como prioridade a construção do conhecimento pelo fazer e pensar; o papel da
reformulação e resolução de problemas é fundamental auxiliar o aluno seguin-
do algumas fases como: A compreensão do problema; Elaboração de um plano de
solução; Execução do plano; Verificação da retrospectiva; Emissão da resposta.
Assim ficará menos complexa a resolução de situações problemas propostas aos
alunos.”
“O aluno irá desenvolver sim o gosto pela resolução de problemas, a partir do
momento que aperfeiçoar sua leitura e interpretação, tornando as atividades mais
atrativas e de maior relevância para sua vida e seu contexto social.”
4. CONCLUSÃO
A metodologia da Resolução de Problemas é uma grande ferramenta de
trabalho na sala de aula, ela apresentou-se como uma âncora para contextualizar a
matemática, trazendo significado para o aluno.
Esta metodologia é acessível a todos os professores, o que a torna uma
ferramenta simples e eficiente para uma atualização da matemática. É uma
metodologia que faz com que o aluno se envolva mais com a disciplina de
matemática, que o leva a pensar, a criar estratégias para a resolução dos problemas
propostos.
Nossos alunos estão acostumados a fazer cálculos e mais cálculos, no afã de
encontrar logo a resposta para um dado problema ou outra atividade proposta.
Muitos sequer se preocupam em ler o enunciado da atividade, vão direto para os
números, se preocupando apenas com o resultado obtido, mesmo que não tenham
entendido nada do processo de resolução.
O trabalho realizado durante o projeto mostrou ser de grande importância,
uma vez que propiciou a interatividade entre os alunos. A princípio, os alunos
tentavam resolver as questões individualmente, mas aos poucos perceberam que,
ao conversar com os colegas, as dificuldades apresentadas eram mais rapidamente
sanadas.
A metodologia da Resolução de Problemas requer do professor uma posição
de mediador. Devemos estar cientes de que não podemos “ajudar” demais os
alunos, várias vezes me peguei dando dicas para os alunos, precisei me policiar
para não “entregar as respostas” aos alunos, devemos incentivá-los a tentar
entender o que o enunciado do problema está pedindo, e fazê-los entender que
conseguirão isto a partir de uma leitura bem feita do problema proposto. O aluno se
compromete mais, se envolve mais na resolução de determinada atividade, a partir
do momento que a situação proposta passa a fazer sentido para ele.
O nosso papel como professores da disciplina de Matemática é mostrar que a
matemática não é algo estático, pelo contrário, é algo com o qual nos deparamos no
nosso dia a dia. É claro que, como aponta Schoenfeld:
[…] dificilmente vamos nos defrontar com uma situação no dia a dia em que temos que resolver um problema de teoremas ou funções quadráticas, mas o que os estudantes podem e deveriam ter, como consequência de sua educação, é a habilidade para raciocinar cuidadosamente e eficientemente os recursos à sua disposição quando defrontados com problemas em suas próprias vidas. (KRULIK E REYS, 2005, p. 22)
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação e Cultura do. Parâmetros Curriculares Nacionais. Matemática. Brasília: MEC/SEF, 1998. DANTE, Luiz Roberto. Didática da resolução de problemas de matemática. São Paulo: 12ª ed. Ática, 2000. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. Diretoria de Políticas e Programas Educacionais. Coordenação Estadual do PDE. Programa de Desenvolvimento Educacional. Curitiba: SEED, 2008. POLYA, G. A arte de resolver problemas. Tradução de Heitor Lisboa de Araújo. Rio de Janeiro: Interciência, 2006. P. 12-13. SCHOENFELD, A. H. Heurísticas na sala de aula. In: KRULIK, Stephen; REYS, Robert E. (org.), A resolução de problemas na Matemática escolar. Tradução de Hygino H. Domingues e Olga Corbo. São Paulo: Saraiva, 2005, p. 13-31. TAHAN, Malba. O homem que calculava. Tradução de Breno Alencar Bianco. Rio de Janeiro: 23ª ed. Conquista, 1969.