OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · em forma de pré e pós ... Química e...
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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
Gravitação Universal: Estratégias para seu estudo
Diana Maria Hoffmann1 Prof. Orientador: Daniel Gardelli2
Resumo
A gravitação universal é um dos conteúdos básicos estudados no ensino médio. Por sua complexidade, a compreensao desse assunto pelos alunos nem sempre se dá de forma satisfatória, fato que impõe questionamentos aos docentes sobre as melhores estratégias de abordar o tema. A fim de contribuir para que o ensinamento da graviação universal atinga os objetivos propostos pelos professores é que este estudo foi desenvolvido. Para tanto, uma turma de Ensino Médio, mais precisamente a 1ª série, do Colégio Estadual Luiz Augusto Morais Rego, cituado na cidade de Toledo – PR foi selecionada para que diferentes estrataégias de ensino fossem aplicadas. Dentre elas, foram propostas questões em forma de pré e pós-teste para averiguar o conhecimento prévio dos alunos e o conhecimento adquirido no decorrer das aulas. Apesar de os resultados não atingirem totalmente o que se esperava em curto prazo, este estudo contribui para que o ensino da gravitação universal possa ser desenvolvido de maneira agradável, corelacionando-o com o cotidiano dos alunos.
Palavras-chave: Ensino de Física; Gravitação Universal; Estratégias de Ensino.
1 Introdução
A gravitação universal é um tema pouco tratado em sala de aula,
especificamente no ensino médio. Por se tratar de um conteúdo de base teórica
rica e complexa, em desenvolvimento desde o século XVII.
1 Professora da disciplina de Física, pós-graduação em Ciências Física, Química e Biológicas-
Unipar- Toledo/PR, docente pela SEED 2 Professor da Universidade Estadual de Maringá - UEM
Encontra-se algumas definições para o tema, Gravitação Universal, mas
adotou-se: “é o estudo das forças de atração entre massas e dos movimentos de
corpos submetidos a essas forças” (DOCA, 2010, p. 204).
Muitos estudiosos contribuíram, para que essa teoria chegasse ao modelo
atual, inicia-se a partir dos gregos o seu estudo, de acordo com dados históricos
foram eles os fundadores da ciência modernamente chamada de Astronomia,
Ptolomeu contribuiu apresentando o modelo geocêntrico, onde a Terra seria o
centro do Universo e outros astros como Lua e Sol orbitam em torno dela. Já
Nicolau Copérnico apresentou o modelo heliocêntrico, que foi alvo de muitas
divergências, pois admitia o Sol como centro do Universo, sendo que a Igreja era
contrária a esses preceitos. Adepto a esse modelo dando continuidade aos
estudos de Copérnico, Galileu Galilei construiu lunetas astronômicas para efetuar
observações, e comprovar essas idéias. O astrônomo alemão Johannes Kepler,
conseguiu descrever de forma mais precisa os movimentos dos planetas.
Atualmente o modelo aceito para o Sistema Solar, é basicamente o modelo de
Copérnico e Kepler. Sabe-se que muitos outros estudiosos cientistas deram sua
contribuição, para chegarmos ao modelo que temos hoje, mas por motivos
diversos não são reconhecidos. E muitas descobertas ainda vão ocorrer, pois a
ciência dificilmente será considerada acabada.
Quando levado à sala de aula, o ensino-aprendizagem e a avaliação desse
conteúdo nem sempre é satisfatória, uma vez que não se trata de um conteúdo
específico, e alguns professores não tem domínio do conteúdo, outras vezes pelo
número reduzido de aulas, ou ainda por não ser incluído no planejamento anual
da disciplina. A inquietante busca dos educadores em proporcionar aos alunos a
compreensão dos conteúdos estudados, principalmente no que toca à gravitação
universal, e a sua relação com o cotidiano, foi um dos motivos que objetivou o
desenvolvimento desse estudo, juntamente com o objetivo de participar do
Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), desenvolvido pela Secretaria
de Estado da Educação do Paraná, com o objetivo proporcionar aos professores
da rede pública estadual subsídios teórico-metodológicos para o desenvolvimento
de ações educacionais sistematizadas para o redimensionamento de práticas
pedagógicas.
Com a oportunidade de participar do PDE, teve-se inicio ao
questionamento dos porquês das estratégias do estudo utilizadas em sala de aula
não serem satisfatórias ao objetivo proposto pelo conteúdo. Sendo assim, para
tornar a relação professor aluno mais gratificante e prazerosa buscaram-se
estratégias para o estudo do tema. Procurou-se desenvolver um trabalho em que
o ensino do conteúdo gravitação universal provocasse no aluno a aprendizagem,
e que esta passasse a integrar o conhecimento científico que o aluno levará
consigo como cidadão.
Para desenvolver esse estudo, propõe-se selecionar uma turma do
Ensino Médio para aplicar diferentes estratégias de ensino e averiguar como se
dá aprendizado do conteúdo gravitação universal. A turma selecionada foi a 1ª
série “A” do Ensino Médio, turno matutino, do Colégio Luiz Augusto Morais Rego,
Toledo/PR. Ações foram tomadas para que os alunos tivessem melhor
compreensão do conteúdo estruturante movimento e, mais especificamente, do
conteúdo básico gravitação universal. Essas ações incluíram seis etapas: (i)
diagnóstico do conhecimento prévio dos alunos por meio da aplicação de um pré-
teste; (ii) conhecimento dos conteúdos relacionados ao assunto no livro didático
do qual os alunos fazem uso; (iii) indicação de sites relacionados ao estudo da
gravitação universal para aprimoramento do conteúdo; (iv) visita ao Polo
Astronômico Casimiro Montenegro Filho na cidade de Foz do Iguaçu/ PR para
saber como se dá o seu funcionamento; (v) avaliação dos conhecimentos
adquiridos sobre o assunto; (vi) obtenção de dados para elaboração do artigo
exigido pelo Projeto PDE.
2 Fundamentação teórica
O ser humano constrói seu conhecimento através das experiências
do cotidiano, familiar, trabalho, escola e outros grupos sociais aos quais pertence,
e com esses conhecimentos constrói a sua visão de mundo. A escola tem grande
contribuição nessa visão de mundo, pois a ela cabe boa parte das transmissões
do conhecimento, ou seja, de experiências já realizadas que possam auxiliar no
crescimento individual. O indivíduo se beneficia em sua vida desses
conhecimentos adquiridos, para sua formação pessoal e que também será
utilizado no progresso da sociedade.
No Ensino da Física ocorrem as etapas, onde os alunos tem um
conhecimento prévio sobre determinado assunto, pois suas experiências do
cotidiano permitiram que isso acontecesse. À escola cabe o papel de organizar
esses conhecimentos, e colaborar com a sua alfabetização científica, pois o
mundo físico está intimamente relacionado ao mundo cotidiano. Cabe ao
professor estabelecer relações entre essa ciência e outros campos do
conhecimento que fazem parte do cotidiano do aluno.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) são diretrizes elaboradas
pelo Governo Federal para orientar a educação em todo o território nacional. As
disciplinas básicas são organizadas por áreas. A disciplina de física está inserida
na área de Ciências da Natureza, de forma que a proposta de ensino dessa área
propicie uma aprendizagem útil à vida e ao trabalho. De acordo com os PCNs
(1999),
A formação do aluno deve ter como alvo principal a aquisição de conhecimentos básicos, a preparação científica e a capacidade de utilizar as diferentes tecnologias relativas às áreas de atuação (PCNs, 1999, p.05).
Esse documento sugere ainda que o aluno, ao passar pela escola, seja
capaz de desenvolver competências e habilidades em todas as áreas. No ensino
da disciplina de física, a escola deve contribuir pra a formação de uma cultura
científica efetiva, permitindo que o aluno possa interpretar fatos, fenômenos e
processos naturais.
Com base na experiência de anos de magistério, observou-se que o
ensino da gravitação universal muitas vezes não tem contemplado essas
diretrizes, e tem sido prejudicado por vários motivos, como falta de conhecimento
de alguns professores; currículo com grande quantidade de conteúdos e por não
se tratar de um conhecimento específico. Muitos conceitos são repassados desde
as séries iniciais de forma equivocada para os alunos, fazendo com eles levem
consigo esses conhecimentos. No entanto, Carvalho (2010) nos chama atenção
para
[...] a necessidade de, nos dias atuais, considerar o ensino mais do que apenas o trabalho com conceitos e ideias científicas: a escola precisa também ensinar os alunos a perceber os fenômenos da natureza e a examiná-los na busca por explicações, tornando-os capazes de construir suas próprias hipóteses, elaborar suas próprias ideias, organizando-as de modo a construir o conhecimento (CARVALHO, 2010, p. 107).
De acordo com as Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná (DCE), os
conteúdos estruturantes da disciplina de Física são: movimento, termodinâmica e
eletromagnetismo. Com esse trabalho, pretende-se aprofundar o estudo do
conteúdo estruturante movimento, o conteúdo básico gravitação universal.
Na escola onde o projeto será aplicado, o livro didático utilizado é Física
Aula por Aula, de Claudio Xavier e Benigno Barreto, cujo conteúdo gravitação
universal está relacionado com os seguintes itens: aspectos históricos, teorias
geocêntrica e heliocêntrica, leis de Kepler, lei da gravitação universal e corpos em
órbitas circulares. Considera-se que alguns itens ainda devem ser incluídos, pois
se julga necessário que os mesmos sejam estudados, como: planetas do sistema
solar e seus dados, sistema Sol-Terra-Lua, formações das marés, teoria sobre
origem do Universo, grandezas astronômicas, galáxias, aglomerados e buracos
negros. Por isso, a opção de trabalhar esses conteúdos de forma diferenciada,
para que ocorra a aprendizagem significativa.
Como em outras disciplinas no ensino da Física, os alunos sempre
possuem conhecimento prévio sobre determinado assunto, pois suas
experiências do cotidiano permitem que isso aconteça. À escola cabe o papel de
organizar esses conhecimentos e colaborar com a sua alfabetização científica,
pois o mundo da ciência está intimamente relacionado ao mundo cotidiano; e ao
professor, o papel de estabelecer relações entre ciência e outros campos do
conhecimento que fazem parte do cotidiano do aluno.
Sabe-se da dificuldade de ensinar nas salas de aula nos dias atuais ,
quando tantos atrativos tecnológicos chamam atenção dos alunos, para tanto
deve-se buscar alternativas para estimular a aprendizagem. Nesse aspecto
Feynman (2004) aponta que:
“[ ]... a solução para problema da educação é perceber que o
melhor ensino só pode ser praticado quando há uma relação individual direta entre um estudante e um bom professor- uma situação em que o estudante discute as ideias, pensa sobre as coisas e fala sobre elas. Mas em nossos tempos modernos temos tantos alunos aos quais ensinar, que precisamos encontrar um substituto para o ideal (FEYNMAN, 2004, p.34).
Ao propiciar aos alunos os conhecimentos específicos do conteúdo
gravitação universal, busca-se promover uma articulação da sua visão de mundo,
auxiliando na compreensão mais ampla do universo. A partir de fatos históricos,
evolução das ideias de alguns pensadores como os gregos, Ptolomeu, Nicolau
Copérnico, Galileu Galilei, Johannes Kepler,entre outros, sobre o Sistema Solar,
movimentação dos astros, queda dos corpos, deve-se deixar claro para o aluno
que esses conhecimentos não estão acabados, que não são verdades absolutas,
buscando despertar nestes o interesse pela pesquisa.
3 Metodologia
Para realização desse trabalho várias atividades foram desenvolvidas, a
ver:
1. Pré-teste. A aplicação do pré-teste aconteceu antes de trabalhar
qualquer conteúdo relacionado ao tema e teve como objetivos verificar os
conhecimentos prévios dos alunos sobre o assunto, obter dados para trabalhar o
tema, bem como obter melhor aprendizagem. As mesmas questões foram
aplicadas após ter estudado o conteúdo gravitação universal em forma de pós-
teste.
2. Filme “Céu de Outubro”. Passou-se esse filme com o objetivo de facilitar
a aprendizagem, fazendo com que o aluno encontre uma nova maneira de pensar
e entender a história. O filme foi selecionado por trazer um pouco da história da
física, abordar a corrida espacial, lançamento de satélites e os cálculos utilizados
no lançamento. Além dos conhecimentos científicos, esse filme possibilitou
mostrar aos alunos que é possível aprender a lutar pelos próprios sonhos com
paciência e trabalho em equipe.
3. Visita ao “Polo Astronômico Casimiro Montenegro Filho”. A visita ao
“Polo Astronômico Casimiro Montenegro Filho”, na cidade de Foz do Iguaçu,
integrante do Parque Tecnológico de Itaipu (PTI), teve por objetivo conhecer seu
funcionamento, bem como fazer observações astronômicas utilizando telescópios
e despertar o interesse pelo estudo das ciências. Nessa mesma viagem foi
realizada também a visita panorâmica à Usina de Itaipu, o Parque das Aves e o
Parque Nacional do Iguaçu.
4. Visita de universitária/Vídeo. Foi enviado um convite a uma ex-aluna da
escola que atualmente é estudante de Engenharia Ambiental na Universidade
Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR, de Dois Vizinhos/PR. A aluna participa
de um grupo de astronomia amadora na referida universidade e foi convidada
para fazer uma palestra aos alunos sobre o funcionamento do grupo de
astronomia, seus objetivos, perfil dos participantes, atividades desenvolvidas,
entre outros. No entanto, devido à participação no programa Ciência sem
Fronteiras, a aluna estava residindo em Freiburg, na Alemanha. Para que essa
atividade pudesse ser aplicada parcialmente, optou-se por pedir para que ela
gravasse um vídeo falando sobre sua trajetória acadêmica e sua participação no
programa. A mesma se dispôs a fazer esta atividade e o vídeo está disponível no
endereço eletrônico:
https://www.youtube.com/results?search_query=carreira+academica+em+freiburg
.
5. Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA). Num primeiro momento, a
participação na Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA) não estava prevista no
projeto, mas juntamente com a direção e a equipe pedagógica da escola, optou-
se pela participação na mesma. Para tanto, foi efetuado o credenciamento da
escola, conforme edital; o material foi recebido; a prova aplicada; a correção feita
d e as provas enviadas para a comissão organizadora. No momento, o resultado
das provas está sendo aguardado, uma vez que seu conhecimento somente é
possível quando as provas de todo o Brasil tiverem sido avaliadas.
6. Livro Didático. Optou-se em utilizar o livro didático porque ele faz parte
do material de apoio em sala de aula, seja para agilizar a apresentação de um
conteúdo, ou para trazer recursos visuais com conhecimento científico. Seu uso
se deu com a leitura dos textos complementados, com vídeos explicativos
relacionados ao tema e respondidas às questões propostas no material didático.
7. Pesquisa On-line. Com o objetivo de estimulá-los para que obtenham
conhecimentos a partir da pesquisa, a turma foi organizada em grupos 4 pessoas
que pesquisaram sobre assuntos relacionados ao tema gravitação universal, a
ver:
- Sistema Solar
- Fases da Lua: Influência da lua sobre alguns fenômenos.
- Nascimento, vida e morte de uma estrela.
- Satélites Artificiais: como são lançados e suas aplicações;
- Agência Espacial Brasileira (AEB): histórico, programas, situação atual.
- Agência Espacial Internacional - ISS
- Observatórios astronômicos: “Observatório Casimiro Montenegro Filho”.
Os alunos foram orientados sobre como proceder para realizar uma
pesquisa na internet. Essa orientação se faz necessária, uma vez que a maioria
dos alunos tem domínio da tecnologia e não do conhecimento que podem obter
por meio do uso dessas tecnologias. Uma sugestão foi indicar a página do Portal
Dia a Dia Educação, do Estado do Paraná, www.educacao.pr.gov.br. Nesse
espaço o aluno encontra um bom número de páginas confiáveis sobre as várias
áreas da física.
8. Apresentação dos trabalhos. Após a etapa de pesquisa, passou-se
para as apresentações, nas quais foi avaliada a organização da equipe, o
conhecimento dos alunos sobre o assunto estudado, bem como a utilização de
recursos para apresentação.
9. Pós-Teste. Após a realização de todas as etapas anteriores, aplicou-se
outra vez o questionário inicial, em forma de pós-teste, para verificar os
conhecimentos obtidos e assimilados pelos alunos durante todo desenvolvimento
do trabalho. Tendo em mãos o pós-teste, foi apresentada uma comparação com
as respostas obtidas no pré-teste, obtidas informações sobre quais estratégias ou
atividades foram mais atrativas para os alunos e, consequentemente, coletados
dados para aperfeiçoar as aulas sobre o assunto.
4 Resultados e Discussões
Trabalhar em sala de aula o tema gravitação universal sempre foi
prazeroso, pois despertar a curiosidade dos alunos sobre fatos do cotidiano, ver o
fascínio de alguns ao falar de determinados assuntos, ou ainda ficar com uma
interrogação, retornar outro dia com a resposta, pode ser muito gratificante. Sobre
as atividades desenvolvidas faremos neste momento a apresentação dos
resultados.
1. Pré-teste. A primeira atividade com os alunos foi aplicação do pré-teste.
As questões foram respondidas por 40 alunos, e o mesmo questionário, na forma
de pós-teste, por 37, devido às transferências e remanejamento de turma. As
questões propostas, bem como as suas respostas serão apresentadas na forma
de gráficos para que se possam comparar as respostas antes e depois do
assunto trabalhado.
Gráfico 01
2. Filme “Céu de Outubro”. Sobre o filme, verificou-se grande interesse por
parte dos alunos, o que foi percebido quando responderam às seguintes
questões:
1) Por que o título do filme é “Céu de Outubro”?
A maioria respondeu de forma satisfatória, relacionando com o lançamento
do primeiro satélite artificial, o Sputnik.
2) Quais os conhecimentos físicos que você pode relacionar após assistir
ao filme?
Os conhecimentos físicos citados foram: tempo, distância, espaço,
trajetória, influência do ar, aceleração da gravidade, lançamento horizontal e
vertical.
3) Que mensagem do filme você pode associar a sua vida?
Um grande número de alunos descreveu que: “por mais difícil que seja
realizar um sonho, não se deve desistir nunca”, “não deixar de fazer tentativas,
ser persistente”, “correr atrás dos sonhos”, “não deixar pessoas negativas
influenciar nossa vida”.
Os resultados nem sempre são fácies de mensurar, mas os comentários
feitos pelos alunos sobre o filme no decorrer do ano, relacionando com fatos
observados, pode ser avaliado como resultado positivo.
3. Visita ao Polo Astronômico. Para aproximar a teoria estudada em sala de
aula e a prática, foi organizada uma visita ao Polo Astronômico Casimiro
Montenegro Filho, que está em funcionamento desde o ano de 2009. O polo
astronômico tem a missão de divulgar e disseminar conhecimentos e técnicas
relacionados à Astronomia e ciências afins. A visita foi dividida em quatro partes:
Planetário; Observatório, Espaço Universo; Plataforma de Observações a olho nu.
Para verificação da aprendizagem os alunos apresentaram relatório escrito,
descrevendo os espaços observados bem como os conhecimentos científicos
obtidos.
4. Visita de universitária/Vídeo. O vídeo apresentado pela universitária
despertou nos alunos muitas curiosidades sobre sua carreira acadêmica, o
programa Ciência sem Fronteiras e o grupo de Astronomia Amadora do qual ela
participava quando estava na universidade no Brasil. Torna-se gratificante
observar os alunos buscando novos desafios baseados no sucesso de outros
colegas que já passaram pela escola na qual estudam.
5. Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA). A participação na OBA, como
já foi relatada, serviu para a conscientização dos alunos na importância da
participação em um evento de nível nacional. Como a participação nesse evento
não estava proposta num primeiro momento, não foi possível fazer uma
preparação adequada para a referida prova. Pretende-se para o próximo ano
desenvolver um melhor preparo aos alunos para que haja mais interesse na
participação dessa atividade. Até o presente momento, o resultado e a premiação
não foram divulgados, mas é de extrema importância que os alunos tenham
acesso a esses resultados para isso sirva de estímulos aos que tem maior
afinidade com essa área de conhecimento e aos que ainda não se interessam,
passem a se apresentar como uma alternativa de estudo.
6. Livro Didático. A utilização do livro didático foi muito importante para o
estudo do tema proposto, pois contém a parte história, dados referentes aos
planetas e suas órbitas e várias atividades. É essencial o uso do mesmo para que
os alunos verifiquem que o conteúdo trabalhado está contido numa programação,
tanto dentro das Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná, bem como no
programa do livro didático a nível nacional. A utilização do livro ainda permitiu
agilizar o estudo do conteúdo, fazendo a leitura e compreensão dos textos e
também a resolução das atividades propostas.
7. Pesquisa On-line. A pesquisa on-line ocorreu de acordo com as
orientações repassadas aos alunos. Ressaltou-se a importância de consultar
materiais on-line em que os conhecimentos científicos já tenham sido revisados e
as informações apresentadas sejam confiáveis. Verificou-se que os alunos
seguiram essas orientações no momento das apresentações.
8. Apresentação dos trabalhos. As apresentações ocorreram para que os
itens que alunos adquiriram conhecimento pudessem ser avaliados: domínio do
conteúdo, organização da equipe, utilização de recursos e interação com os
alunos ouvintes. Como resultado, o que geralmente se verifica é que alguns
grupos ou alguns alunos apresentaram grande empenho na organização e, como
consequência, realizaram uma apresentação que conseguiu despertar o interesse
e participação dos ouvintes, enquanto outros apenas cumpriram o que era
necessário. Como forma de avaliação foi solicitado que os alunos descrevessem
sobre as apresentações dos grupos, bem como sobre os assuntos apresentados,
quais acharam mais interessantes e quais foram novidades para eles. Alguns
depoimentos foram significantes.
9. Pós-Teste. A aplicação do pós-teste aconteceu quando as etapas
anteriores foram cumpridas, ou seja, no momento em que se estimou que os
alunos tivessem conhecimento suficiente para responder as mesmas questões
contestadas no pré-teste. Esperavam-se resultados mais satisfatórios, porém,
mesmo com as estimativas não alcançadas, obtiveram-se parâmetros para
aperfeiçoar o estudo do tema gravitação universal. O gráfico com as informações
do pós-teste estão apresentadas no item 1 desta etapa, fazendo-se um quadro
comparativo com as questões do pré-teste.
Considerações Finais
Muitos resultados deste trabalho não são fáceis de mensurar, mas com a
convivência em sala de aula no decorrer dos anos torna-se possível obter
algumas conclusões sobre o trabalho realizado. Quando se observa a
participação de alguns alunos, seus comentários, suas curiosidades, as dúvidas
que levam para sala de aula depois de ver alguma notícia relacionada ao assunto,
serve de parâmetro para verificar se ocorreu aprendizagem significativa, ou não.
Sabe-se também que é praticamente impossível atingir 100% de uma turma, pois
a diversidades do grupo não permite que isso aconteça. Os resultados muitas
vezes não são imediatos, aparecem depois de muito tempo quando alguns alunos
fazem referências sobre um assunto estudado em sala de aula depois de um ou
dois anos. A retomada do assunto também pode ocorrer depois do aluno estar na
universidade e voltar à escola para falar sobre o tema. Para os docentes,isso é
muito gratificante, pois são atitudes como essa que mostram que vale a pena
procurar sempre fazer o melhor trabalho. Os dados obtidos também mostram que
alguns aspectos devem ser melhorados ou modificados para que as aulas sejam
mais atrativas.
REFERÊNCIAS
CARVALHO, Anna Maria Pessoa de. et al. Ensino de física. São Paulo: Cengage Learning, 2010. (Coleção Ideias em Ação)
DOCA, Ricardo Helou; Gualter José Biscuola; Newton Villas Boas. Física 1. 1º Ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
FEYNMAN, Richard P. Física em seis lições. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004.
PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Educação Básica de Física. Governo do Estado do Paraná. Curitiba, 2008.
SILVA, Claudio Xavier da; BARRETO FILHO, Benigno. Física aula por aula: Mecânica. 1a ed. São Paulo: FTD, 2010.