OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dos seres vivos, no livro de gêneses...
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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
TAXIONOMIA VEGETAL: contribuições ao ensino de Botânica para a
Educação Básica, Séries finais.
Moacir Gregolin1
Carlos Eduardo Bittencourt Stange2
RESUMO
Trata-se de uma pesquisa por combinação quali-quantitativa em estudo de caso do tipo pesquisa-ação com 25 alunos do 7º ano de Educação Básica, no Colégio Estadual São João Bosco E.F.M., em Pato Branco Pr. sobre o tema Biodiversidade, tomando por base os conceitos fundamentantes de sistemática. O ensino de taxonomia tem por objetivo despertar no aluno o interesse em compreender a lógica da escrita técnica nas áreas das Ciências Biológicas, dentre as quais a botânica e, no presente caso, a tipologia morfologia de folhas. Nesta linha de aplicação pedagógica, a implementação teve início com a aplicação de um pré-teste com objetivo de verificar o nível de conhecimento prévio. Passo seguinte foi o de orientar aos alunos a investigação literária, levando-os a conhecer o “letramento” taxonômico referente ao caso em estudos e, objeto central, os diversos tipos de folhas da flora brasileira já identificada. Passo seguinte realizado deu-se por meio da técnica dos botões com a finalidade de desenvolve as habilidades necessárias de um observador criterioso ao analisar as diferentes características que ao coletar o material é de fundamental importância. Dentre os resultados, pode-se observar que a interação entre os estudantes foi ocorrendo espontaneamente onde todos compartilhavam aquilo que tinham compreendido Ao final da implementação foi aplicado o pós-teste para verificar o movimento de assimilação conceitual e, por conseguinte, a eficácia da metodologia. Os resultados foram satisfatórios.
PALAVRAS CHAVES: Ensino de Botânica, Taxonomia, morfologia vegetal.
1- INTRODUÇÃO
Conforme as Diretrizes Curriculares para a Educação Básica do Paraná
(DCES, 2008), o objetivo essencial para o ensino de Ciências é o conhecimento
científico que resulta da investigação da natureza do ponto de vista científico.
Entende-se por natureza o conjunto de elementos integradores que
constituem o universo em toda sua complexidade. Pertencente a este universo, o
1 Moacir Gregolin, Graduado em Ciências Biológicas, Centro de Ensino Superior de Erexim, Pós-Graduado
em Espaço, Sociedade e Meio Ambiente (IBPEX). Professor do quadro próprio do Estado do Paraná na Disciplina de Ciências. 2Carlos Eduardo Bittencour Stange, Mestre em Educação (UNICAMP/UNICENTRO). Professor do
Departamento Pedagógico de Ciências Biológicas da UNICENTRO, Campus Universitário CEDETEG. Orientador PDE.
ser humano, instigante por sua natureza, racionalmente, busca compreender os
fenômenos naturais, resultantes das relações entre os elementos fundamentais
da compreensão humana como o tempo, o espaço, a matéria, o movimento, a
força, a energia e a vida. E, dentre as razões sobre a vida na terra,
Podemos dizer que graças aos vegetais o planeta terra é habitado, pois ele nos dá o oxigênio imprescindível à nossa sobrevivência, são usados na alimentação, na indústria de móveis, têxtil, farmacêutica, etc.; (ROSIQUE, 1976, p.3).
Diante dessa realidade que nos envolve diariamente, o estudo sobre a
biodiversidade vem sendo ampliado em seu espaço curricular dentro das salas de
aula, levando aos alunos um “despertar”, no sentido de adquirir conhecimentos e
consciência com relação à preservação da vida. Ao mesmo tempo, é também
necessário compreender que após tanta destruição em razão do natural
egocentrismo do homem e, ato contínuo, o consequente descaso do poder
público, dentre outros pontos, no incentivo à pesquisa leva-nos a um ponto crucial
em que se faz necessário acelerarmos os incentivos ao conhecimento das
riquezas ambientais que ainda existem, buscando a preservação do meio
ambiente que ainda nos resta e despertando o interesse de novas gerações na
área da investigação cientifica.
Dentro dessa visão, a taxonomia, e neste trabalho, a taxonomia vegetal é
uma área que nos proporciona um amplo espaço para a pesquisa, pois temos, a
despeito de toda ciência já desenvolvida, mais de 70% da flora para analisar e
descrever suas características e benefícios para a humanidade.
Ao desenvolver os conceitos fundamentais de taxonomia aplicada à
botânica, buscou-se explicitar ao aluno, para além da terminologia técnica
pertinente a biologia, o seu papel e responsabilidade para com o ambiente, sendo
o homem, até então, o único ser racional com noções de espaço, de tempo e de
memória.
2- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Aprender é uma das coisas mais bonitas, mais gostosa da vida. Acontece em qualquer tempo, em qualquer idade, em qualquer lugar. Ajudar as pessoas a descobrir este prazer, a “degustar” o
sabor desta iguaria é ascender as mais altas esferas da atuação humana. (Antunes, 2003, p.175)
Desde os primórdios da Natureza, considerando a Terra em sua unidade
de vida, de matéria e de energia, o ecossistema vem se transformando por ações
físico-químicas e biológicas. Não alheio a estas transformações, o homem,
racionalista e sócio histórico por natureza, há milhares de anos vem acumulando
conhecimento e dominando técnicas de controle dos meios bióticos e abióticos.
A relação existente entre os elementos que constitui a natureza é uma
relação de interindependência sustentável, onde, neste encadeamento em teia,
nada acontece isoladamente, ou seja, sem integração. Todos os elementos
físicos e químicos interferem diretamente nos seres vivos, levando-os a,
ponderando o acaso e aleatoriedade (Mayr, 1998), em equilíbrio, tanto
adaptarem-se às condições ambientais ao mesmo em que transformam e
adaptam o meio às suas condições de sobrevivência, buscando desenvolver
novas técnicas de controle através do conhecimento adquirido ao longo do tempo.
No entanto:
O método científico que levou a dominação cada vez mais eficaz da natureza passou assim oferecer tanto os conceitos puros, como os instrumentos para a dominação cada vez mais eficaz do homem pelo próprio homem através da dominação da natureza [...]. Hoje a dominação se perpetua e se estende não apenas através da tecnologia, mas enquanto tecnologia, e esta garante a formidável legitimação do poder político em expansão que absorve todas as esferas da cultura (HABERMAS, 1998, p.305).
Diante disso, a história e a filosofia das ciências mostram que a
sistematização do conhecimento científico evoluiu pela observação da
regularidade percebida na natureza, o que permitiu sua apropriação por meio da
compreensão dos fenômenos que nela ocorrem. Tal conhecimento passou a
proporcionar ao ser humano uma cultura científica provocando uma revolução
socioeconômica, ética e política.
A ciência é uma atividade humana complexa, histórica e coletivamente
construída, que influencia e sofre influência de questões sociais, tecnológicas,
culturais, éticas e políticas (KNELLER, 1980).
A ciência não revela a verdade, mas procura construir modelos explicativos
para facilitar a compreensão dos fenômenos e da complexidade dos organismos.
Ela nasce da necessidade de explicar os fatos observados de forma
sistematizada procurando atender as necessidades do homem no decorrer da sua
história.
Dependendo de como se concebe o mundo, o homem e o conhecimento
será a concepção de ciência. No decorrer da história, a ciências esteve sempre
presente para produzir ou transformar o conhecimento científico.
A escola tem a função social de garantir os acessos a todos os saberes
científicos produzidos pela humanidade. Para Andery 1988 “A ciência é uma das
formas do conhecimento produzido pelo homem no decorrer de sua história.
Portanto a ciência também é determinada pelas necessidades materiais do
homem em cada momento histórico, ao mesmo tempo em que nela interfere”. Ao
mesmo tempo eleva o nível de pensamento dos estudantes, permite-lhes o
conhecimento da realidade, sendo indispensável que não apenas conheçam e
saibam interpretar o mundo em que vivem, mas que possam se apropriar do
conhecimento e atuar como agentes transformadores
Como diz Paulo Freire: “... Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar
as possibilidades para a sua produção ou a sua construção. Quem ensina
aprende ao ensinar e quem aprende ensina a aprender”. (FREIRE; 1996, p. 26).
Com o objetivo de desenvolver no aluno uma educação significativa e
crítica onde ele possa aprofundar seus estudos a partir do conhecimento prévio
que traz como bagagem adquirida no seu convívio social, sugere-se aos
educadores uma proposta em que eles possam usar suas habilidades de
observação e registro, de todas as atividades coletivas e individuais, despertando
nos alunos o senso crítico e investigativo. Para que estas habilidades possam ser
incorporadas é necessário aprenderem a observar os mínimos detalhes que
diferencia uma espécie de outra. Esta habilidade desenvolverá uma postura de
análise permanente do meio em que vive levando a desenvolver um senso crítico
em todas as áreas do conhecimento.
O novo conhecimento e o conhecimento prévio. Nesse processo, que é não-literal e não-arbitrário, o novo conhecimento adquire significados para o aprendiz e o conhecimento prévio fica mais rico, mais diferenciado, mais elaborado em termos de significados, e adquire mais estabilidade. (Moreira e Masini, 1982, 2006; Moreira, 1999, 2000, 2006; Masini e Moreira, 2008; Valadares e Moreira, 2009. p. 4).
A aprendizagem significativa caracteriza-se, por premissa, pela interação
cognitiva. O conhecimento prévio, nesta interação de conhecimentos é,
isoladamente, a variável que mais influencia a aprendizagem uma vez que só
aprendemos e assimilamos conhecimentos a partir daquilo que já conhecemos.
David Ausubel já nos chamava atenção para isso em 1963. Na aprendizagem
significativa, o aprendiz não é um receptor passivo. Ativo em seu pensamento o
aluno, nesta teoria educacional, faz uso dos significados que já internalizou, de
maneira substantiva e não arbitrária, para poder captar os novos significados e
dos materiais educativos. Nesse processo, ao mesmo tempo em que está
progressivamente diferenciando sua estrutura cognitiva, está também fazendo a
reconciliação integradora de modo a identificar semelhanças e diferenças e
reorganizar seu conhecimento. Estes conceitos, de semelhança e de diferença
são essenciais para a compreensão do raciocínio em Sistemática e a
compreensão da Taxonomia.
Sabemos igualmente que a aprendizagem significativa é progressiva, os
significados vão sendo captados e internalizados progressivamente e nesse
processo a linguagem e a interação pessoal são muito importantes. (Moreira,
Caballero y Rodriguez Palmero, 2004,p.28).
A partir desta explicitação em termos de teoria educativa e, agora se
dirigindo ao objeto deste trabalho, qual seja, o ensino de Botânica, a Taxonomia
nos afirma que existem registros com descrições minuciosas de plantas, tão
antigas quanto à humanidade. São, tais registros, informações que foram sendo
acumuladas através das gerações, e este conhecimento é construído a partir de
um conhecimento prévio. De acordo com
Apesar da preponderância atual das disciplinas fisiológicas, na pesquisa e na teoria, a sistemática continua muito importante para a Biologia. Ela assegura as bases para o trabalho das outras disciplinas.(WEBERLING,FOCKO e SCHWNTES,HANS OTTO.Taxonomia Vegetal,1986.p.1,2)
Existem idéias bastante erradas, sobre as finalidades e métodos de trabalho
da sistemática biológica. Acredita-se que a sua atividade se reduz à mera
descrição e diferenciação das espécies. Na realidade, trata-se de muito mais, ou
seja, de estabelecer uma imagem completa da grande diversidade de
organismos. Compreender ao mesmo tempo as relações formais entre eles e o
conhecimento das leis biológicas gerais. Isto só é possível se dispusermos do
maior número de dados sobre a forma, tipo de vida, distribuição, variabilidade e
todas as demais características destes seres vivos. Para isto, deverão
estabelecer-se, primeiro uma caracterização e delimitação clara dos organismos
“iguais” ou “não iguais”. Depois organizar estas formas num sistema claro através
da fitografia e da taxonomia, de caráter analítico-descritivo; e a sistemática, em
sentido estrito de orientação sintético-comparativa.
Através da fitografia estabelece-se uma descrição completa de todas as
unidades sistemáticas (táxons) que, a qualquer momento, permita reconhecer o
espécime representante descrito e diferenciá-lo de outros, às vezes muito
semelhantes. A taxonomia, por sua vez, a partir da fitografia, determina a
delimitação entre os grupos de organismos, não só de espécies, mas também
entre grupos de nível superior ou inferior. Sabemos que desde os primórdios da
humanidade o homem sempre se preocupou em conhecer a diversidade biológica
dos seres vivos, no livro de gêneses encontra-se referencia a origem das
espécies, com a preocupação de dar nomes aos animais e plantas
A Sistemática Vegetal desempenha um papel de importância capital em
favor de ciências que lidam com as plantas; determinando os nomes com que são
conhecidas internacionalmente milhares de espécies vegetais, estudando sua
distribuição, indicando suas propriedades, acertando as relações existentes entre
os grupos taxonômicos e outros pontos de interesse, sua influencia manifesta-se
em todos os domínios da Botânica. Pode-se afirmar, que sem uma acurada e
segura identificação das espécies, a Fitogeografia não poderia conduzir trabalhos
relativos à origem e interdependência das floras, do mesmo modo sucedendo
com a Ecologia, nos estudos de relacionamento das plantas com o meio. Do
mesmo modo, os farmacologistas, nos seus estudos sobre a presença nas
plantas de substâncias com propriedades medicinais, não podem negligenciar
quanto à identificação fidedigna das espécies. Enfim, todos aqueles que direta ou
indiretamente, têm suas atividades relacionadas com o estudo das plantas,
recorrem ao taxonomista para obter determinações corretas.
No conceito antigo, Sistemática era uma ciência que se restringia ao
estudo de fragmentos de plantas, devidamente etiquetados e conservados em um
herbário, baseando-se no estudo morfológico desses espécimes. A sistemática
moderna, tanto estuda o comportamento da planta na natureza, como se
fundamenta na morfologia e na estrutura dos vegetais, seus caracteres genéticos,
sua ecologia, distribuição geográfica, estudo dos seus antepassados, etc., para
compreender e estabelecer as verdadeiras afinidades e graus de parentesco
existentes entre os diversos grupos de plantas. Baseia-se na hipótese de que
existem relações genéticas entre as plantas e que os vegetais atuais descendem
de outros existentes ou já extintos, através de sucessivas gerações, encontrando-
se elas, hoje em dia, mais aperfeiçoadas.
TAXONOMIA OU SISTEMÁTICA VEGETAL é a parte da Botânica que tem por
finalidade agrupar as plantas dentro de um sistema, levando em consideração
suas características morfológicas e externas, suas relações genéticas e suas
afinidades.
IDENTIFICAÇÃO é a determinação de qualquer material botânico, como idêntico
ou semelhante a outro já conhecido. Pode ser feita com o auxilio da literatura ou
pela comparação com outro de identidade conhecida e em qualquer hierarquia
(família, gênero, espécie, subespécie, etc.). Tratando-se de material novo para a
Sistemática, por conseguinte ainda não designado cientificamente, deve receber
denominação própria e ser objeto de descrição, publicação em órgão
especializado, observando-se o que preceitua o Código Internacional de
Nomenclatura Botânica.
Classificação é a ordenação das plantas em categorias hierárquicas, segundo as
afinidades naturais ou graus de parentesco e de acordo com um sistema de
classificação. Cada espécie é classificada como membro de um gênero, cada
gênero pertence a uma família, as famílias estão subordinadas a uma ordem,
cada ordem a uma classe, cada classe a uma divisão.
Nomenclatura está relacionada com o emprego correto dos nomes das plantas e
compreende um conjunto de princípios, regras e recomendações aprovados em
congressos internacionais de Botânica e publicados num texto oficial. A Botânica
necessita de um sistema preciso e simples de nomenclatura para ser usado pelos
botânicos em todos os países, que lide por um lado com os termos que denotam
nível dos grupos ou unidades taxonômicas e por outro com os nomes científicos
que são aplicados aos grupos taxonômicos individuais de plantas.
A taxonomia vegetal visa identificar todas as espécies de plantas e arranjá-
las em esquemas de classificação demonstrando as verdadeiras relações entre
as mesmas, isso só é possível graça aos estudos realizados por Joaquim Jong
(1587-1657), a onde se preocupou, sobretudo com os aspectos terminológicos.
Deve-se a sua autoria a definição correta de termos como nós e entrenós, lamina
e pecíolo foliar, folha simples e compostas, folhas pinadas e digitadas, estames,
carpelos e inflorescência.
Veja todas as definições necessárias para podermos identificar uma folha.
Conforme: Agarez, fernando vieira. Botânica, taxonomia morfologia e reprodução
dos angiospermae: chave para determinação das famílias. 2. ed. – Rio de janeiro:
Âmbito Cultural, 1994.
3. Metodologia:
Este estudo tem por objetivo despertar o interesse dos alunos e provocar
junto aos educadores pequenas mudanças na maneira de ver nossos educando,
onde possam valorizar o conhecimento prévio que o aluno traz como bagagem e
a partir deste alicerce cultural que ele traz da família, da escola e da sociedade
possa perceber que o seu conhecimento possui raiz e valor social e cultural
sentindo-se, deste modo, inserido na sala de aula com sua autoestima elevada e
estimulado a ter uma participação mais efetiva na busca do conhecimento, não
somente em ciências, mas em todas as área .
Esta forma de abordagem de ensino fez com que os alunos percebessem
significado nos seus estudos, tornando-se participativo e disposto a construir seu
próprio conhecimento, pois consegue perceber com clareza a onde ele pode
chegar se canalizar sua potencialidade na busca de novos saberes, tornando-se
um cidadão crítico e participativo, ao contrário do aluno que espera receber uma
educação mecanizada de respostas prontas sem preocupar-se com o mundo que
o cerca.
Como ponto de referência entre o conhecimento prévio e o conhecimento
adquirido, a título de avaliação diagnóstica sobre a compreensão dos alunos
nestes dois momentos, objetivando compreender se houve ou não assimilação de
conceitos, foi aplicado o pré-teste e pós-teste e para analisar os resultados foi
utilizado o instrumento de avaliação de atividades de pré e de pós teste elaborado
por STANGE (2014), conforme tabelas a seguir (Tab. 1 – Demonstrativo de
Escala Atitudinal por questão; Tab 2. – Compreensão semântica Conceitual e de
Perfil)
Tabela 1. Demonstrativo de Escala Atitudinal por questão
Para a interpretação semântica e correspondente conversão conceitual, em
termos de conceito por aluno, por questão e, de perfil por questão por turma, foi
utilizada a seguinte tabela (STANGE, 2014)
Tabela 2. – Compreensão semântica Conceitual e de Perfil
Valor Conceito Perfil
5 Totalmente Satisfatório Ótimo/Muito Bom
4 Satisfatório Bom
3 Regular Satisfatório
2 Insatisfatório Precário
1 Totalmente Insatisfatório Muito Precário
Nesta abordagem de conteúdos, a conscientização sobre os seres vivos
vegetais é fundamental ao aluno na percepção não antropocêntrica sobre o meio
em que vive. Para tanto, este estudo está direcionado aos tipos de folhas: folha é
Questão Estrutura de Resposta Escala atitudinal Pré-Teste Pós-Teste
nn°
TTexto
Objetivos Resposta Ideal
Conceitos Necessários
nn° alunos
%
nn° alunos
%
5 - Apresenta todos os conceitos, conhece o conteúdo
4 - Apresenta a maioria dos conceitos, demonstra conhecer o conteúdo.
3 - Apresenta poucos conceitos, mas ainda assim demonstrar ter conhecimento sobre o conteúdo.
2 - Apresenta poucos conceitos, demonstra ter poucas noções sobre o conteúdo.
1 - Não apresenta nenhum dos conceitos necessários, não possui noções mínimas sobre o conteúdo.
uma expressão laminar, responsável pela fotossíntese e transpiração, processos
bio-físico-químicos essenciais a manutenção na vida na Terra, podendo, inclusive,
também, em alguns casos realizar sudação que é um importante processo
fisiológico interferente no ciclo biogeoquímico da água. A folha, em sua
constituição estrutural morfológica, quando completa é composta por limbo,
pecíolo e bainha as variantes estruturais, em sentido geral que daí decorrem são:
pecioladas, quando possuem limbo e pecíolo; invaginantes, quando são
desprovidas do pecíolo. E, ainda em termos estruturais morfológicos, podemos
encontrar dois tipos de folhas: as simples, àquelas com limbo inteiro; e, as
composta, àquelas com limbos particionados. Por fim, mas também em sentido
taxonômico geral, algumas podem, também, apresentar adaptações como meio
de defesa e sustentação.
Baseando-se em observações diretas e com uso de microscópios
estereoscópicos, os alunos, em senso comparativo a base em literatura,
verificaram os tipos de folhas já catalogadas na flora brasileira. Na sequência, foi
desenvolvida a técnica dos botões em conformidade a STANGE; dos SANTOS e
dos SANTOS (2009) proporcionando aos alunos a oportunidade de perceber as
mais variadas características que podem existir, preparando-os para a pesquisa
de campo podendo relacionar o conhecimento adquirido às folhas que serão
coletadas.
Após essas atividades organizadoras prévias (Moreira,...) foi realizada
visita orientada a campo, onde os alunos foram orientados a coletar o maior
numero possível de distintos exemplares de folhas O material coletado,
previamente limpo, foi para o laboratório onde os alunos separaram, catalogaram
e arquivaram em ambiente adequado de conservação de fácil manuseio para
estudos futuros.
Após estes estudos de identificação organográfica, foi confeccionado um
material de apoio didático com 27 exemplares de folhas com suas respectivas
descrições catalográficas e, como conservação de mostra de exemplares para
escola, foi confeccionado um “mini” herbário com aproveitamento de garrafas pets
e folhas de isopor, contendo em seu interior a folha coletada e a respectiva ficha
catalográfica.
4. Discussões e resultados
Com base no instrumento de análise foi possível perceber com clareza os
resultados do pré-teste e pós-teste, mostrando com nitidez os avanços obtidos e
os pontos que nos remete para uma reavaliação dos métodos aplicados.
A seguir estão explicitados, questão a questão por meio das respectivas
representações gráficas, os resultados e discussões decorrentes.
Os alunos, por meio da pergunta 1 do teste forma solicitados a identificar
as partes de uma folha. O objetivo desta pergunta era o de perceber o que eles
conheciam sobre a estrutura de uma folha completa.
Embora seja esta uma questão simples, ao aplicar o pré-teste constatou-
se que 44% dos alunos não apresentavam nenhum conceito necessário, não
possuíam noções mínimas sobre o conteúdo, 55% apresentavam poucos
conceitos e demonstravam ter poucas noções sobre o conteúdo e 1%
apresentava poucos conceitos, mas ainda assim, demonstrava ter conhecimento
sobre o conteúdo. Após o desenvolvimento do conteúdo e a aplicação do pós-
teste houve uma aprendizagem significativa, demonstrando que o método foi
eficiente onde 100% dos alunos atingiram o objetivo, apresentando todos os
conceitos e demonstrando conhecer o conteúdo. O gráfico (Gráfico 1 – Identifique
as partes de uma folha) a seguir demonstra esta intepretação.
Com base na intepretação semântica a partir da tabela 2, o movimento
conceitual realizado, pelos alunos nesta questão foi significativo, saindo do
conceito de “Totalmente Insatisfatório” para “Totalmente Satisfatório,
demonstrando um Perfil inicial de “Muito Precário” e, após o tratamento
metodológico, um Perfil compreendido como “Ótimo/Muito Bom”.
A segunda pergunta do teste: “Quanto a forma do limbo, dê o nome das
folhas:”, buscou observar em pré teste se estes alunos teriam conhecimento
sobre o que é Limbo de uma Folha e, além, se conheciam a classificação básica a
partir de seu formato. O gráfico a seguir (Gráfico 2 – Quanto a forma do Limbo,
dê o nome das folhas), demonstra os percentuais atingidos pelos alunos em
relação ao pré e ao pós teste.
Observa-se que 80% dos alunos não apresentavam nenhum dos conceitos
necessários, não possui noções mínimas sobre o conteúdo e, que 20% doa
alunos apresentavam poucos conceitos, demonstra ter poucas noções sobre o
conteúdo.
As folhas são órgãos vegetativos presentes nas plantas e em sua grande
maioria de cor verde, com as mais variadas formas e desempenham um papel
importante para o meio ambiente que é a realização da fotossíntese e as trocas
gasosas com meio, dando condições de vida para todos os demais tipos de vida
existente. Estes processos físico-químicos estão relacionados diretamente com a
área e forma do Limbo, não significando, este ou aquele formato ser mais ou
menos eficiente em termos de velocidade de fotossíntese, mas sim, trata-se de
fator interferente.
Após o tratamento planejando para o desenvolvimento dos conteúdos com
todos os procedimentos necessários, quais foram, compreensão dos tipos de
folhas em razão da forma do limbo a partir de glossários e outras obras de
Taxonomia, obtiveram-se os seguintes resultados: 16% dos alunos apresentaram
todos os conceitos, demonstrando conhecer os conteúdos, 24% apresentaram a
maioria dos conceitos, demonstrando conhecer o conteúdo, 24% apresentaram
poucos conceitos, mas ainda assim demonstra ter conhecimento sobre o
conteúdo e 36% apresentam poucos conceitos, demonstrando ter pouca noção
sobre o conteúdo.
Diante desses resultados contatou-se que se faz necessário um reforço
maior no item quanto à forma do limbo. Haja vista tratar-se de conceitos que
envolvem a noção de geometria em relação ao conceito de plano e, de simetria
em relação aos lados da folha a partir da sua nervura central. Denota-se, a partir
desta integrabilidade situações problema de compreensão em relação a noção
espacial.
O conceito aqui demonstrado pela turma Com base na intepretação
semântica a partir da tabela 2, de “Totalmente Insatisfatório/Insatisfatório”, com
Perfil “Muito Precário/Precário”, demonstrou avanços em direção ao conceito de
“Satisfatório”, com um Perfil “Satisfatório para Bom”.
A terceira questão: “Qual a substância que determina a cor verde das
folhas?” tem por objetivo verificar a correlação da cor da folha e as substâncias
que estão inseridas na sua composição e sua importância na captura da energia
solar como meio de produção de alimento não só para a planta e sim para todos
os seres vivos que dependem diretamente ou indiretamente de reserva de energia
em meio orgânico. As folhas são órgãos que apresentam células especializadas
capazes de conduzir a seiva, captar a energia solar, realizar a fotossíntese
transformando energia eletromagnética em energia química, purificando o ar e
devolvendo para a atmosfera oxigênio e vapor d’água, substâncias indispensáveis
para para a manutenção e preservação da vida.
O gráfico a seguir (Gráfico 3 – Qual a substância que determina a cor
verde das folhas?) ilustra o desenvolvimento de compreensão sobre o tema.
Obteve-se no pré-teste relacionado a este item um percentual
correspondente a 40% dos alunos, não apresentam nenhum dos conceitos
necessários, não possuem noções mínimas sobre o conteúdo, 8% apresentaram
poucos conceitos, demonstram ter poucas noções sobre o conteúdo, 4%
apresentaram a maioria dos conceitos, demonstrando conhecer o conteúdo e
48% apresentaram todos os conceitos, conhecem o conteúdo. Através dessa
análise percebeu-se que mais de 52% dos alunos já apresentavam algum
conhecimento em relação a esse conteúdo.
Após o tratamento metodológico planejado e a aplicação dos
conteúdos, obteve-se um aproveitamento de 100%, a onde os alunos
apresentaram todos os conceitos, demonstrando conhecer o conteúdo.
Em acordo a tabela 2 – Compreensão semântica Conceitual e de Perfil, o
Conceito demonstrado em pré-teste posicionava-se para “Insatisfatório para
Regular” e, após tratamento o pós-teste demonstra uma posição conceitual de
“Totalmente Satisfatório”. Demonstrava-se um primeiro Perfil em “Precário para
Satisfatório” em pré-teste e, um segundo Perfil em “ Ótimo/ Muito Bom”.
A quarte questão: “A clorofila das folhas permite desenvolver que tipo de
função?” Este tema tem por objetivo verificar a importância da clorofila na
realização da fotossíntese, processo físico-químico responsável pela
transformação de energia eletromagnética em energia química, fonte produtora de
energia, em primeiro plano para os organismos vegetais e, sequencia à estruturas
de cadeias e teias alimentares, para todos os seres vivos. É importante destacar
que a clorofila é formada por um grupo de pigmentos fotossintéticos encontrados
na organela celular denominada cloroplasto, cuja absorção e reflexão de ondas
eletromagnéticas, possibilita ao olho humano perceber a cor verde. E,
consequente a este processo, os vegetais, por meio dos processos da própria
fotossíntese e da evapotranspiração, devolvem ao meio ambiente vapor de água
e oxigênio.
O gráfico a seguir demonstra os posicionamentos dos alunos em pré e pós
teste (Gráfico 4 – A clorofila das folhas permite desenvolver que tipo de função?)
A partir do pré-teste verificou-se que 48% dos alunos não apresentam
nenhum dos conceitos necessários, não possuem noções mínimas sobre o
conteúdo, 48%, apresenta poucos conceitos, demonstram ter poucas noções
sobre o conteúdo e 4% apresentam poucos conceitos, mas ainda assim
demonstram ter conhecimento sobre o conteúdo. Após o tratamento metodológico
planejado e o desenvolvimento do contudo previsto para este tema, constatou-se
como resultados do pós-teste 76% dos alunos apresentam todos os conceitos e,
portanto, demonstraram conhecer o conteúdo, 12% apresentaram poucos
conceitos, mas ainda assim demonstraram ter conhecimento sobre o conteúdo e
12% apresentaram poucos conceitos, demonstrando, portanto, ter poucas noções
sobre o conteúdo. Destaca-se aqui que 12% dos alunos demonstraram
dificuldade de aprendizagem em relação a este tema dada a complexidade de
relacionabilidade conceitual com a Química, envolvendo os conceitos de
substâncias e de reações químicas e, com a Física, envolvendo os conceitos de
eletromagnetismo e de reflexão.
Em conformidade a interpretação a partir da tabela 2, os alunos
demonstraram em pré teste um conceito de “Insatisfatório para Totalmente
Insatisfatório” com um Perfil “Precário para Muito Precário”, e, em pós teste,
demonstraram um movimento de assimilação e compreensão conceitual de
“Satisfatório para Totalmente Satisfatório”, com um Perfil “Bom para Muito Bom”.
Todavia, os percentuais em 12% para o conceito “Regular” e, também em 12%
para o conceito “Insatisfatório” deixaram claro que ainda há dificuldades de
compreensão conceitual, como acima já citado, fato relevante que indica a
necessidade de maior aprofundamento destes conceitos e sua integrabilidade
com a Física e com a Química.
A questão de número cinco: “Cite o nome de uma folha modificada”, tem
por objetivo despertar no aluno o interesse em saber por que algumas espécies
de plantas desenvolveram essas adaptações com um meio que os vegetais
encontraram para poder se desenvolver em ambientes desfavoráveis à sua
sobrevivência. O gráfico (Gráf. 5 – Cite o nome de uma folha modificada) a seguir
demonstra os posicionamentos de pré e de pós teste.
Em pré teste, 100% dos alunos não apresentavam nem um dos conceitos
necessários e não possuíam noções mínimas sobre o conteúdo. Após o
tratamento metodológico e o desenvolvimento da matéria os alunos
demonstraram uma assimilação significativa, onde 32% dos alunos apresentaram
todos os conceitos, demonstrando conhecer o assunto estudado, 56% dos alunos
assimilaram a maioria dos conceitos, demonstrando conhecer o conteúdo, 8%
apresentaram poucos conceitos, demonstrando ter poucas noções sobre o
conteúdo e 4% não apresentaram nenhum dos conceitos necessários, não
apresentaram noções mínimas sobre o conteúdo.
Em pré teste, portanto, os alunos apresentaram um conceito de
“Totalmente Insatisfatório”, com um correspondente Perfil de “Muito Precário” e,
em pós teste, apresentaram um conceito de “Satisfatório para Totalmente
Satisfatório”, com um Perfil correspondente em “Bom para Muito Bom”.
Destaca-se, todavia, um percentual em 12% com conceito de
Insatisfatório”, denotando necessidade de reforço neste tema, localizando a
dificuldade em termos de relacionabilidade da adaptação demonstrada em
relação ao meio em que sobrevive o vegetal.
A sexta pergunta: “Classifique cada folha abaixo de acordo com o tipo de
bordo”, tem por objetivo levar o aluno a observar a existência de diferentes
formações presentes nas margens ou bordo de uma folha, região esta que
delimita o limbo.
Foi possível observar folhas que não apresentavam recorte na margem
sendo denominada de folha inteira, também foi observado variados tipos de
recortes nesta região lateral delimitante do limbo, dentre outros tipos como:
ondulada, Cerrada, duplo Cerrada, dentada, crenada, lobada e partida.
O gráfico (Gráfico 6 – Classifique cada folha abaixo quanto ao tipo de
bordo) a seguir ilustra o movimento de assimilação conceitual em termos de
percentuais entre pré e pós teste,
A partir do pré teste constatou-se que os alunos traziam algum
conhecimento, onde 16% apresentaram poucos conceitos, mas ainda assim
demonstraram ter conhecimento sobre o conteúdo, 32% apresentaram poucos
conceitos e demonstraram ter poucas noções sobre o conteúdo e 52%, não
apresentaram nenhum dos conceitos necessários e não possuem noções
mínimas sobre o conteúdo.
Após o tratamento metodológico sobre o desenvolvimento dos conteúdos
conforme previsto no planejamento foi aplicado o pós-teste obtendo um
percentual em 56% de alunos que apresentaram todos os conceitos,
demonstrando conhecer o conteúdo, 20%, apresentaram a maioria dos conceitos,
demonstrando conhecer o conteúdo, 20%, presentearam poucos conceitos, mas
ainda assim demonstram ter conhecimento sobre o conteúdo e 4%, não
apresentam nenhum dos conceitos necessários, portanto, demonstrando não ter
assimilado mínimas noções sobre o conteúdo.
Em pré-teste, apresentaram um conceito de “Regular para Totalmente
Insatisfatório”, com um Perfil em “Precário para Muito Precário”. Em pós teste
passaram a apresentar um conceito “Regular para Totalmente Satisfatório”, com
um Perfil “Satisfatório para Bom”.
Recomenda-se, porém, uma maior ênfase neste conteúdo, pois 24% dos
alunos enquadram-se em um conceito “Regular para Totalmente Insatisfatório”.
Denotou-se aqui, por parte destes alunos uma relativa dificuldade em realizar
observações diretas com base em manuais e glossários específicos, somando-se
a dificuldades em relação a habilidades de utilização do microscópio
estereoscópico.
A sétima questão: “em que lado da folha podemos encontrar os
estômatos?”, tem por objetivo explicitar aos alunos o modo físico-químico que a
folha realiza a absorção de gás carbônico, a consequente eliminação de oxigênio
e a transpiração/evapotranspiração, bem como o complexo celular e tecidual
relacionado a estes processos.
O gráfico (Gráfico 7 – em que lado da folha podemos encontrar os
estômatos?) abaixo ilustra os posicionamentos entre pré e pós teste dos alunos
nesta questão,
A partir do pré teste, 60% dos alunos não apresentaram nenhum dos
conceitos necessários, portanto demonstraram não possuir noções mínimas sobre
o conteúdo, 24% apresentaram poucos conceitos e demonstram ter poucas
noções sobre o conteúdo, 8% apresentaram poucos conceitos, mas ainda assim
demonstraram ter conhecimento sobre o conteúdo e 8% apresentaram a maioria
dos conceitos, demonstrando conhecer o conteúdo. Após o tratamento
metodológico e o estudo do conteúdo, obteve-se no pós teste 60% dos alunos
apresentando, então, todos os conceitos, demonstrando conhecer o assunto, 12%
apresentaram a maioria dos conceitos, demonstrando conhecer a matéria, 4%
apresentaram poucos conceitos, mas ainda assim demonstrar ter conhecimento
sobre o conteúdo, 12% apresentaram poucos conceitos, demonstrado ter poucas
noções sobre o conteúdo e 12% não apresentaram nenhum dos conceitos
necessários e, portanto não noções mínimas sobre o conteúdo.
O conceito em pré teste configurava-se “Insatisfatório para Totalmente
Insatisfatório” e, em pós teste, em “Regular para Satisfatório”.
As dificuldades de compreensão aqui localizadas referem-se a
compreensão espacial da organização morfológica tecidual da folha em relação a
continuidade dos processos físico-químicos de fotossíntese, de respiração e de
evapotranspiração.
O percentual em pós teste de alunos em conceito “Regular”(4%),
“Insatisfatório”(12%) e “Totalmente Insatisfatório”(12%) demonstram necessidade
de maior aprofundamento na integrabilidade conceitual entre taxonomia vegetal
em relação a características morfológicas e compreensão de unidades de medida
e de geometria espacial bem como dificuldades de compreender os processos
celulares como constituintes de organização tecidual cuja finalidade dá-se pelo
conjunto das células que o compõem.
A questão de número oito: “Qual a principal diferença entre a célula animal
e vegetal?”, tem por objetivo explicitar ao aluno a importância da organela
cloroplasto ou, em casos específicos, outras estruturas intracelulares com
semelhante fisiologia.
Outras organelas e estruturas celulares também forma relacionadas mo
estudo sobre este tema, todavia, o foco central dirige-se aos processos físico-
químicos de fotossíntese, respiração e evapotranspiração. A integrabilidade com
a ecologia dá-se por meio dos conceitos de organismos autótrofos, produtores em
uma relação de teia e de cadeia alimentar.
O gráfico (Gráfico 8 – Qual a principal diferença entre a célula animal e
vegetal?) ilustra os percentuais observados a partir do pré e do pós teste,
A partir do pré teste, 96% dos alunos não apresentaram nenhum dos
conceitos necessários, demonstrando não possuírem noções mínimas sobre o
conteúdo e, 4%, apresentaram poucos conceitos, demonstrando ter poucas
noções sobre o conteúdo. Após o tratamento metodológico e desenvolvimento do
conteúdo conforme previsto no planejamento, obteve-se, em um percentual em
56% do total de alunos demonstrando compreender todos os conceitos e,
portanto, conhecer o conteúdo, 4%, apresentaram a maioria dos conceitos e
demonstraram conhecer o conteúdo, 16%, apresentaram poucos conceitos, mas
ainda assim demonstraram ter conhecimento sobre o conteúdo, 4%,
apresentaram poucos conceitos e demonstraram ter poucas noções sobre o
conteúdo e, por fim, 20%, não apresentam nenhum dos conceitos necessários e,
por conseguinte, ainda demonstrando não possuir noções mínimas sobre o
conteúdo.
Em pré teste, os alunos demonstraram um conceito “Totalmente
Insatisfatório”, com um correspondente Perfil “Muito Precário”, em pós teste
avançaram na compreensão do conteúdo, demonstrando um conceito “Regular”
com movimento em direção ao “Satisfatório”, em correspondente Perfil
“Satisfatório”.
Importante observar que nesta questão os alunos apresentaram maior
dificuldade de assimilação, apresentando desde falhas conceituais até
dificuldades no entendimento da dimensão celular, em razão de lacunas quanto a
unidades de medida e, além, apresentaram dificuldades em compreender a
complexidade estrutural e fisiológica que constitui a célula, por conseguinte, ainda
em maior dificuldade compreender as diferenças entre células animais e vegetais.
Fato este demonstrado pelo percentual em pós teste com conceito “Totalmente
Insatisfatório”(20%), e, 20% conceito “Regular”.
A nona e última questão do teste: “Qual a importância dos vegetais para o
meio ambiente?” tem por objetivo explicitar o papel de produtores, base de uma
cadeia/teia alimentar. Estruturante nesta razão conceitual, a explicitação dos
processos físico-químicos de fotossíntese, de respiração e de evapotranspiração.
Um dos principais conceitos em termos de integrabilidade conceitual aqui
relacionados refere-se ao conceito de Energia e de Transformação de Energia.
Por expansão a este tema, foi também trabalhado o papel do homem em
seu meio, a relacionabilidade com os demais seres vivos e, condição
fundamentante a vida, os vegetais como seres vivos produtores de alimentos com
reserva de energia química, base para qualquer cadeia alimentar.
O gráfico (Gráfico 9 – Qual a importância dos vegetais para o meio
ambiente?) a seguir ilustra a condição de assimilação conceitual entre pré e pós
teste,
Em pré teste, 44% dos alunos, não apresentaram nenhum dos conceitos
necessários, portanto demonstrando não possuir noções mínimas sobre o
conteúdo, 28%, apresentaram poucos conceitos, demonstrando ter poucas
noções sobre o conteúdo, 20% apresentaram poucos conceitos, mas ainda assim
demonstraram ter conhecimento sobre o conteúdo, 4 % apresentaram a maioria
dos conceitos, demonstrando conhecer o conteúdo e, 4%, apresentaram todos os
conceitos, demonstrando conhecer o conteúdo.
Após o tratamento metodológico e o desenvolvimento do conteúdo
conforme, em pós teste, uma parcela significativa de 20% não apresentou
nenhum dos conceitos necessários, portanto sem assimilar as noções mínimas
sobre o conteúdo, 36 %, apresentaram todos os conceitos e demonstraram
conhece o conteúdo, 28% apresentaram a maioria dos conceitos e demonstraram
conhecer o conteúdo, 16% apresentaram poucos conceitos, mas ainda
demonstraram ter conhecimento sobre o conteúdo e, 20% não apresentaram
nenhum dos conceitos necessários, não possuindo, portanto as noções mínimas
sobre o conteúdo.
Em pré teste os alunos demonstraram um conceito “Regular para
Totalmente Insatisfatório”, com um correspondente Perfil em “Precário”. Em pós
teste, demonstraram um conceito “Regular para Totalmente Satisfatório”, com um
correspondente Perfil “Bom”.
A dificuldade de compreensão conceitual aqui localizada centra-se na
integrabilidade entre os conceitos da Botânica e respectiva Taxonomia em relação
a Ecologia e as relações sociais ai estudadas. Depreende-se aqui ainda uma
posição de egocentrismo do homem em relação ao seu meio.
5 – Considerações Finais
A intervenção didática organizada para um período correspondente a 64
horas aula foi dinamizada por intensas atividades de discussão conceitual
integradas a atividades de atividades de ordem prática, tanto em ambientes
especiais (laboratório de ciências da Escola) quanto em atividades de Campo,
com visitas orientadas para fins de coletas de materiais relacionados ao
tratamento metodológico proposto para o desenvolvimento do conteúdo em foco.
Paralelamente as atividades planejadas e desenvolvidas com os alunos, no
Programa PDE ocorrem as atividades referentes aos Grupos de Trabalho - GTR,
onde por meio de plataforma eletrônica, os demais colegas professores da rede
estadual de ensino realizam contribuições metodológicas e de conteúdos
essenciais ao desenvolvimento desta proposta de intervenção didática
Alguns pontos específicos devem ser relacionados a título de
considerações finais, haja vista tratar-se de trabalho de intervenção didática cujo
foco refere-se à proposta metodológica diferenciada sobre o conteúdo de
Botânica em ciências para alunos de Educação Básica.
Em primeiro plano, mas não obstante ao tratamento metodológico
proposto, não se pode deixar de frisar a crítica a um sistema conteúdista,
fragmentado cuja metodologia de ensino não ocorre por integrabilidade
conceitual, fato que torna distante o discurso da interdisciplinaridade.
Em segundo plano, porém em corroboração ao acima citado, alguns
percentuais encontrados em pós teste demonstram esta fragmentação, haja vista
terem os alunos apresentado as maiores dificuldades de compreensão conceitual
quando se fez necessário integrar conceitos de geometria, de simetria e, em
razão dos processos físico-químicos de fotossíntese, respiração e
evapotranspiração, as noções mínimas sobre matéria e energia.
Por fim, os resultados obtidos com os alunos, em sentido geral, foram
satisfatórios, percebeu-se uma aprendizagem crescente onde, foi possível
aproveitar tendo por ponto de partida o conhecimento, conseguiu-se, em termos
cognitivos um ambiente propício a, de modo continuo, assimilar novos conceitos
apropriando-se do conhecimento cientifico e, além, em termos de integrabilidade
conceitual, pode-se despertar o censo crítico e observador direcionados a visão
voltada para a importância da preservação do meio ambiente e a compreensão
não antropocêntrica do homem em relação a natureza.
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