OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · de educação como forma de garantir o acesso...

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7 Cadernos PDE II

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7Cadernos PDE

II

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS – DPPE PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

DEUZIMERI DA LUZ FAGUNDES

PRODUÇÃO DIDÁTICO- PEDAGÓGICA

RELEITURA DOS CONTOS DE FADAS:

CHAPEUZINHO VERMELHO E SUAS VERSÕES

Orientador: Prof. Dr. Ubirajara Inácio de Araújo

CURITIBA 2014

DEUZIMERI DA LUZ FAGUNDES

RELEITURA DOS CONTOS DE FADAS:

CHAPEUZINHO VERMELHO E SUAS VERSÕES

Produção didático-pedagógica apresentada à Coordenação do Programa de Desenvolvimento Educacional-PDE, da Secretaria de Estado da Educação do Paraná, em parceria com a Universidade Federal do Paraná, como requisito para o desenvolvimento das atividades propostas para o período de 2014/2015, sob a orientação do Prof. Dr. Ubirajara Inácio de Araújo.

CURITIBA 2014

Título: Releitura dos Contos de Fadas: Chapeuzinho Vermelho e suas Versões

Autor: Deuzimeri da Luz Fagundes

Disciplina/Área: Língua Portuguesa

Escola de Implementação do Projeto e sua localização:

Colégio Estadual Princesa Isabel – Ensino Fundamental

Município da escola: Cerro Azul

Núcleo Regional de Educação: Área Metropolitana Norte

Professor Orientador: Prof. Dr. Ubirajara Inácio de Araújo

Instituição de Ensino Superior:

Universidade Federal do Paraná

Relação Interdisciplinar: Cinema (Artes), Tecnologia (Internet)

Resumo:

A unidade didática tem por finalidade formar leitores de literatura, valendo-se, para isso, de narrativas tradicionais como ponto de partida, explorando especificamente o gênero conto. Pretende-se aproximar os alunos da literatura como fruição abordada em narrativas curtas, em atividades em que os diálogos intertextuais estejam presentes. Serão trabalhados os contos tradicionais, as versões desses contos (notadamente em paródias) e a sua adaptação para outro sistema semiótico, no caso, a linguagem cinematográfica. Explora-se, ainda, o acesso de contos por meio da internet. Em nossa sociedade, o letramento literário é uma necessidade urgente e cabe à educação formal garantir aos alunos o domínio das habilidades de leitura. Dessa forma, a preocupação com a formação leitora está relacionada à concepção de educação como forma de garantir o acesso dos discentes aos bens culturais produzidos socialmente, garantindo-se o pleno exercício da cidadania.

Palavras-chave: Contos de Fadas; Leitura Literária; Intertextualidade.

Formato do Material Didático: Unidade didática

Público:

Alunos do 6.º ano do Ensino Fundamental

______________________________________________________________

presente material didático-pedagógico, na forma de Unidade

Didática, intitulado “Releitura dos Contos de Fadas:

Chapeuzinho Vermelho e suas Versões”, tem como objetivo

trabalhar com os alunos da educação básica os contos de fadas para estimular

nos alunos o hábito da leitura.

Percebemos que os alunos, quando chegam ao 6.º ano do Ensino

Fundamental, por motivos diversos, não têm interesse pela leitura. Cabe à

escola tomar um posicionamento para resgatá-los quanto ao gosto pela leitura.

Nesse sentido, o trabalho com os contos de fadas pode ser uma estratégia

produtiva, pois eles sempre estiveram presentes no imaginário de todos nós,

desde os tempos mais remotos, na nossa infância, e nos seguem até na nossa

vida adulta, pois ainda hoje gostamos de ouvi-los. E como eles são para

nossas crianças hoje? Como elas aceitam os contos que lhes são

apresentados? É por meio do conto de fadas que a criança se identifica com as

personagens, uma vez que, por meio delas, é possível tentar entender o modo

em que vivemos, e assuntos tratados nos contos fazem parte da fantasia, do

imaginário.

_______________________________________________________________

ste material tem por finalidade propor ações pedagógicas para se

trabalhar com o gênero discursivo conto de fadas, como incentivo

à leitura.

Pensando nas concepções de ensino de Língua Portuguesa, houve

várias mudanças até hoje, sempre com o objetivo de tornar o processo de

aprendizagem mais significativo e producente para o aluno. Agora, com novas

metodologias, é possível propor um trabalho que atenda melhor as demandas

de comunicação da sociedade contemporânea. De acordo com a proposta

didática das DCE de Língua Portuguesa (2008, p. 48),

O

E

É tarefa da escola possibilitar que os seus alunos participem de diferentes práticas sociais que utilizem a leitura, a escrita e a oralidade, com a finalidade de inseri-los nas diversas esferas de interação. Se a escola desconsiderar esse papel, o sujeito ficará à margem dos novos letramentos, não conseguindo se constituir no âmbito de uma sociedade letrada.

No processo ensino-aprendizagem, é fundamental estar clara a

prioridade da leitura na sala de aula. Segundo Ângela Kleiman (2008, p.7),

“O ensino de leitura é fundamental para dar solução a problemas relacionados

ao pouco aproveitamento escolar: ao fracasso na formação de leitores

podemos atribuir o fracasso geral do aluno no primeiro e segundo graus”.

A literatura infantil, em sua prática, desperta o interesse e a atenção das

crianças, desenvolvendo nelas, entre outras coisas, a imaginação, a

criatividade, a expressão de ideias e a satisfação com a leitura, também

possibilitando situações nas quais elas possam interagir em seu processo de

construção do conhecimento, oportunizando o desenvolvimento da leitura.

De acordo com as DCE (2008, p.74), “O professor precisa tomar

conhecimento da realidade sociocultural dos educandos, observando o dia a

dia da sala de aula. Informalmente, podem-se analisar os interesses e o nível

de leitura, a partir de discussões de textos, visitas à biblioteca, exposições de

livros, etc.”.

O gênero discursivo “Conto de Fadas” tem como características a sua

brevidade. Apresenta uma só trama, com poucos personagens; há um herói

que deve salvar a heroína de terríveis perigos. A origem do conto está na

transmissão oral dos fatos, no ato de contar histórias, que antecede a escrita e

nos remete a tempos longínquos. Quanto à origem do conto, Gotlib (1990, p. 6)

diz:

Embora o início do contar estória seja impossível de se localizar e permaneça como hipótese que nos leva aos tempos remotíssimos, ainda não marcados pela tradição escrita, há fases de evolução dos modos de se contarem estórias. Para alguns, os contos egípcios – Os contos mágicos – são os mais antigos: devem ter aparecido por volta de 4.000 anos antes de Cristo. Enumerar as fases da evolução do conto seria percorrer a nossa história de nossa cultura, detectando os momentos da escrita que a representam.

Considerando a evolução do conto, suas histórias maravilhosas só

podem favorecer o ensino e aprendizagem. Dentro desse quadro, observa-se

que ele promove e favorece o desenvolvimento da habilidade para a formação

do leitor. Os contos de fadas tornam-se um recurso riquíssimo, pois através

deles o educando, sem perceber, desenvolve diversas habilidades cognitivas:

ler, ouvir e interpretar narrativas, adotando posturas que lhe darão

oportunidades de adquirir novos conhecimentos. Segundo Gotlib (1990, p. 13),

... a voz do contador, seja oral ou escrita, sempre pode interferir no seu discurso. Há todo um repertório no modo de contar e nos detalhes como se conta – entonação de voz, gestos, olhares, ou mesmo algumas palavras e sugestões, que é passível de ser elaborado pelo contador, neste trabalho de conquistar e manter a atenção do seu auditório. Estes recursos criativos também podem ser utilizados na passagem do conto oral para o escrito, ou seja, no registro dos contos orais: qualquer mudança que ocorra, por pequena que seja, interfere no conjunto da narrativa.

É fundamental que a escola busque um direcionamento para resgatar o

valor da leitura e dar condição necessária para a emancipação social e

promoção da cidadania aos nossos alunos. Dando sentido à leitura, formando

leitores capazes de produzir, certamente contribuirá para o surgimento de

cidadãos capazes de atuarem na sociedade com clareza de pensamento e

discernimento crítico da realidade que vivem. A esse respeito Ziberman (2003,

p. 16), escreve que

... a sala de aula é um espaço privilegiado para o desenvolvimento do gosto pela leitura, assim como um campo importante para o intercâmbio da cultura literária, não podendo ser ignorada, muito menos desmentida sua utilidade. Por isso, o educador deve adotar uma postura criativa que estimule o desenvolvimento integral da criança.

Dos 9 aos 11 anos, os alunos alimentam a imaginação, os medos estão

aflorados no pensamento dos pequenos. Os contos de fadas dirigem a criança

para a descoberta de sua própria identidade e também sugerem as

experiências que são necessárias para desenvolver o seu caráter no decorrer

de seu desenvolvimento como cidadãos seguros. Para Silva (2005, p. 24),

... a prática de leitura é um princípio de cidadania, ou seja, o leitor cidadão, pelas diferentes práticas de leitura, pode ficar sabendo quais são suas obrigações e também pode defender os seus direitos, além de ficar aberto às conquistas de outros direitos necessários para uma sociedade justa, democrática e feliz.

Os contos de fadas funcionam como agentes emancipadores, capazes

de projetar o pequeno leitor ou ouvinte para além do universo cotidiano, criando

a vida como ainda pode ser vivida. Por isso seu caráter educativo, seu sentido

amplo é resgatado em detrimento de sua função meramente pedagógica.

Segundo Bettelheim (2004, p. 310), “Hoje em dia, como no passado, as

mentes tanto das crianças criativas quanto das medianas podem-se abrir a

uma apreciação de todas as coisas superiores da vida através dos contos de

fadas, dos quais podem passar facilmente à apreciação das maiores obras de

literatura e arte”. O poeta Louis MacNeice, por exemplo, diz que:

As verdadeiras estórias de fadas sempre significaram muito para mim como pessoa, mesmo quando eu estava numa escola pública onde admiti-lo significava desmoralizar-se. Ao contrário do que muitas pessoas dizem agora, uma estória de fadas, pelo menos da variedade folclórica clássica, é algo mais sério do que novela naturalista comum, cujos laços vão a uma profundidade pouco maior do que a de uma coluna de fofocas.

O conto transmite mensagens valiosas para o resto da vida. Estimula a

imaginação, abre caminhos para novas possibilidades de leitura, abrangendo

todo o cotidiano escolar.

Os contos podem atuar como facilitadores na aprendizagem, pois

permitem o desenvolvimento da concentração. Ao ouvir uma narrativa, a

criança identifica-se com determinado personagem, ao perceber que o drama

que a envolve é semelhante ao que ela vive. O lúdico é de fundamental

importância para o desenvolvimento físico e mental da criança, auxiliando na

construção do seu conhecimento cognitivo e afetivo.

As versões utilizadas para este projeto devem reverenciar o seu criador

Charles Perrault, a mais conhecida, que é a dos Irmãos Grimm e as dos

demais autores nacionais. Além da releitura dos contos do Chapeuzinho

Vermelho, será exibido o filme: Deu louca na Chapeuzinho, que é considerado

um meio de comunicação importante pelo fato de manter relações muito

estreitas com a história.

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Esta unidade didática está dividida em oito atividades, propostas para o

fomento da leitura literária, explorando-se, reiteradamente, a intertextualidade.

esta primeira atividade, será oferecido aos alunos um texto

informativo, retirado do site Brasil Escola, no qual se

apresentam informações sobre a origem dos contos de fadas

e das transformações que esse gênero sofreu, sobretudo em função de uma

visão moralizante relacionada à fé cristã. Depois da leitura do texto, será

realizada uma roda de discussão sobre o gênero, resgatando do conhecimento

prévio dos alunos informações sobre a estrutura e composicional dos contos de

fadas, bem como a sua circulação e importância na sociedade.

erá apresentado aos alunos o conto Chapeuzinho Vermelho,

na versão de Charles Perrault. Será feita uma discussão inicial

para se verificarem os conhecimentos prévios dos alunos sobre

o conto, bem como para garantir a retomada das características gerais dos

contos de fadas. Em seguida, será feita a interpretação do texto, explorando os

sentidos explícitos e os sentidos implícitos, bem como se questionará os alunos

em relação à mensagem que cada um absorveu da história. Na sequência,

será apresentada a versão dos Irmãos Grimm, propondo-se uma leitura

intertextual.

N

S

esta atividade, serão apresentadas versões animadas da

história de Chapeuzinho Vermelho, obtidas na Internet. O

objetivo é que os alunos analisam o estabelecimento de

sentido em diferentes sistemas semióticos, observando as diferenças e

semelhanças entre a leitura do texto escrito e a audição do texto oral. É

importante ressaltar que as especificidades da escrita e da oralidade viram

objeto de discussão em função das versões apresentadas.

esta atividade pretende, numa perspectiva intertextual,

apresentar a história de Chapeuzinho Vermelho elaborada em

forma de cordel. É importante que o aluno identifique novos

sentidos para a história, já que as intenções comunicativas são outras, em

função das condições de produção do discurso.

ontinuando o trabalho com intertextualidade, serão

apresentadas aos alunos versões do conto Chapeuzinho

Vermelho, cuja intenção é criar o efeito de humor. Após a

análise e compreensão dos textos, os alunos serão convidados a produzirem

paródias. Para essa atividade, os recursos tecnológicos, mais uma vez, serão

de grande importância para a obtenção de textos em diferentes formatos.

N

E

C

xplorar novos sentidos a partir da leitura intertextual entre as

versões tradicionais de Chapeuzinho Vermelho e a versão

Chapeuzinho Amarelo, de Chico Buarque. Discutir a noção de

medo e as formas de enfrentamento. Além de se trabalharem as versões das

histórias, é importante o trabalho com as ferramentas tecnológicas como forma

de se buscarem os textos e analisar os sentidos que assumem em função do

meio em que circulam.

erá discutido com os alunos as diferenças e semelhanças entre

os contos lidos e a versão feita da história para o cinema. É

importante explicar a eles que se trata de diferentes sistemas

de comunicação e cada um tem a sua linguagem própria, portanto cada um

produz sentido em função da especificidade de sua linguagem e do sistema.

Os alunos devem ser sensibilizados para notar que cada linguagem recorre a

estratégias diferenciadas de produção de sentido, não sendo uma melhor que a

outra, mas sim estando relacionadas a diferentes necessidades de

comunicação do ser humano.

esta última atividade, os alunos serão convidados a produzirem

textos de gêneros diversificados, mantendo diálogo intertextual

com Chapeuzinho Vermelho, conto que deflagrou toda a

produção deste material.

E

S

N

Objetivo: Apresentar e discutir com os alunos o conceito do gênero “conto de

fadas”, explorando a sua estrutura e os elementos temáticos recorrentes.

HISTÓRIA DOS CONTOS DE FADAS

Você conhece a história dos contos de fadas?

Os contos de fadas pertencem à Literatura Infantil, mas nem por isso deixam de encantar

pessoas de várias idades ao redor do mundo. Considerados clássicos da literatura mundial, os

contos de fadas têm origem em tempos remotos e nem sempre se apresentaram como os

conhecemos hoje. O aspecto fantasioso e lúdico que hoje os envolve surgiu da necessidade de

minimizar enredos controversos e polêmicos, próprios de uma época em que a civilização

ainda não havia inventado o conceito que hoje conhecemos tão bem: a infância. Chamamos

de contos de fadas porque são histórias que têm sua origem na cultura céltico-bretã, na qual

a fada, um ser fantástico, tem importância fundamental.

A primeira coletânea de contos infantis surgiu no século XVII, na França, organizada pelo

poeta e advogado Charles Perrault. As histórias recolhidas por Perrault tinham origem na

tradição oral e até então não haviam sido documentadas. Oito estórias foram

contempladas, A Bela Adormecida no Bosque; Chapeuzinho Vermelho; O Barba Azul; O Gato

de Botas; As Fadas; Cinderela ou A Gata Borralheira; Henrique do Topete e O Pequeno

Polegar. Sendo assim, a Literatura Infantil como gênero literário nasceu com Charles Perrault,

mas só seria amplamente difundida posteriormente, no século XVIII, a partir das pesquisas

linguísticas realizadas na Alemanha pelos Irmãos Grimm (Jacob e Wilhelm).

Ao realizar suas pesquisas linguísticas, que tinham por objetivo descobrir invariantes

linguísticas originárias nas narrativas orais, os Irmãos Grimm descobriram um variado acervo

de histórias maravilhosas disseminadas de geração para geração. Formaram, assim, a

coletânea que reuniu contos como A Bela Adormecida; Branca de Neve e os Sete Anões;

Chapeuzinho Vermelho; A Gata Borralheira; O Ganso de Ouro; Os Sete Corvos; Os Músicos de

Bremen; A Guardadora de Gansos; Joãozinho e Maria; O Pequeno Polegar; As Três Fiandeiras;

O Príncipe Sapo e dezenas de outros contos. Contudo, ao documentar as estórias, os Irmãos

Grimm, influenciados pelo ideário cristão que já dominava o pensamento da época, fizeram

diversas alterações no enredo de alguns contos, já que esses muitas vezes apresentavam

aspectos polêmicos com episódios de violência ou maldade, envolvendo, inclusive, crianças.

Exemplo disso é a narrativa de Chapeuzinho Vermelho. Na versão de Charles Perrault, quando

ainda não havia a preocupação em adaptar os contos recolhidos da tradição oral, não existia a

figura do Caçador (figura que surge para salvar a menina e sua avó de um possível final

trágico). Em uma versão, a menina era enganada pelo lobo que a induzia a comer a própria

ATIVIDADE 1 – Origem dos Contos de Fadas

avó cozida, além de beber seu sangue servido em uma taça de vinho. Bom, já deu para

perceber que a estória que conhecemos é bem diferente da original, não é mesmo?

O acervo da Literatura Infantil Clássica seria completado pelas histórias do dinamarquês

Hans Christian Andersen, que seguiu a estrutura defendida pelos Irmãos Grimm. As estórias

deveriam ser permeadas pelos mesmos ideais, defendendo valores morais e a fé cristã. Um

aspecto importante difere as estórias de Andersen das narrativas anteriores, pois, baseado na

fé cristã, criou elementos que falavam às crianças sobre a necessidade de compreender a vida

como um caminho tortuoso a ser percorrido com retidão e resiliência para que enfim, na

morte, o céu fosse alcançado. Os contos de Andersen são considerados os mais tristes, pois

muitos deles não apresentam um final feliz. A história A Pequena Vendedora de Fósforos é um

exemplo que ilustra bem o estilo de Andersen.

Ao analisarmos a origem dos contos de fadas, podemos perceber as profundas alterações

que o gênero sofreu ao longo do tempo, alterações feitas para diminuir o impacto negativo

das estórias originais. Claro que devemos observar que os tempos eram outros e ainda não

havia uma preocupação com aspectos lúdicos que hoje são tão importantes para a formação

dos pequenos. Hoje é sabido que temáticas consideradas violentas podem influenciar

negativamente as crianças e por isso não aceitamos a linguagem original empregada nas

primeiras versões dos contos. Mas, em uma leitura mais atenta, ainda é possível perceber

resquícios do universo assustador que habitava as estórias originais. Fica então um convite:

revisite os clássicos infantis e descubra neles traços sombrios e sinistros que comprovarão

uma origem nada romântica.

Por Luana Castro

Graduada em Letras

(Fonte: http://www.brasilescola.com/literatura/historia-dos-contos-fadas.htm. Acesso em 13/12/2014.)

I. O texto trouxe muitas informações sobre a origem dos contos, não é

mesmo? O que você achou mais curioso? Converse com seus

amigos e comparem suas opiniões.

II. Por que alguns contos são chamados de “contos de fadas”?

III. Todos os contos de fadas têm um final feliz? Na nossa cultura, você

conhece algum que tem um final triste?

IV. Para a próxima aula, pesquise sobre o conto A pequena vendedora

de fósforos.

E por falar em contos de fadas...

Agora é a vez de cada aluno relatar o conhecimento que tem sobre os

contos de fadas. Vamos relembrar os contos de fadas mais famosos?

O texto trouxe alguns desses contos. Vamos resumir a história de cada

um deles oralmente?

Cinderela;

Branca de Neve e os Sete Anões;

A Gata Borralheira;

João e Maria.

Ouvindo esses contos, explique o que eles têm em comum quanto:

à composição;

ao assunto apresentado;

à forma de apresentação da história.

Muito bem!!! Essas informações trazem, de forma geral, as

características básicas dos contos de fadas.

Agora, que tal assistir a alguns contos clássicos no YouTube?

Os Três Porquinhos:

https://www.youtube.com/watch?v=vv_MQZ85kjw

O Patinho Feio

https://www.youtube.com/watch?v=aahhT5Sw8Gk

Objetivo: Apresentar aos alunos o conto Chapeuzinho Vermelho. Fazer uma

discussão prévia para saber que conhecimentos eles têm da história.

Recuperar a estrutura composicional e temática dos contos. Fazer a

interpretação do conto apresentado. Discutir informações explícitas, implícitas e

a mensagem que cada aluno vislumbrou com a narrativa.

O conto Chapeuzinho Vermelho

Observe a imagem:

(Fonte: http://www.brasilescola.com/literatura/historia-dos-contos-fadas.htm. Acesso em 13/12/2014.)

Você reconhece a que famoso conto de fadas essa imagem nos remete?

Vamos conversar sobre essa história?

Quais são as personagens dessa história?

Onde ela ocorre?

O que acontece com as personagens?

É comum que os contos apresentem algumas diferenças, dependendo

do autor e da época. Como vimos no texto da aula anterior, alguns autores

mudaram certos aspectos das narrativas, em razão de suas convicções morais

e religiosas. No caso do conto Chapeuzinho Vermelho, há algumas diferenças

entre as versões de Charles Perrault e a dos Irmãos Grimm. Vamos ver?

ATIVIDADE 2 – Chapeuzinho Vermelho nas versões de Charles Perrault e dos Irmãos Grimm

O Chapeuzinho Vermelho (por Charles Perrault)

Era uma vez uma jovem aldeã, a mais bonita que fosse dado ver; a sua mãe era louca por ela e a avó mais ainda. Esta boa mulher mandou fazer-lhe um chapéu vermelho, que lhe ficava tão bem que em todo o lado lhe chamavam Chapeuzinho Vermelho.

Um dia a mãe, tendo cozido pão e feito bolo, disse-lhe: «Vai ver como está a tua avó, porque me disseram que está doente; leva-lhe um bolo e este potinho de manteiga».

Chapeuzinho Vermelho partiu imediatamente para a casa da avó, que

morava numa outra aldeia. Ao passar num bosque encontrou o compadre Lobo, que tinha muita vontade de comê-la, mas não se atrevia a tal por causa de alguns lenhadores que estavam na floresta. Perguntou-lhe aonde ela ia; a pobre criança, que não sabia que é perigoso deter-se para escutar um Lobo, disse-lhe:

«Vou ver a minha avó e levar-lhe um bolo com um potinho de manteiga que a minha mãe lhe manda».

«Ela mora muito longe?» perguntou o lobo. «Ó! Sim», disse Chapeuzinho Vermelho, «é para lá do moinho que vê lá mesmo

ao fundo, ao fundo, na primeira casa da aldeia». «Pois bem», disse o Lobo, «eu também quero ir vê-la; vou por este caminho e tu

vai por aquele, a ver quem chega lá primeiro». O Lobo desatou a correr com toda a força pelo caminho mais curto e a jovem foi

pelo caminho mais longo, entretendo-se a colher avelãs, a correr atrás das borboletas e a fazer ramos com as florezinhas que encontrava.

O Lobo não demorou muito a chegar a casa da avó; bate à porta: Toc, toc. «Quem está aí?» «É a sua pequena, Chapeuzinho Vermelho», disse o Lobo disfarçando a voz,

«que lhe traz um bolo e um potinho de manteiga que a minha mãe lhe manda». A boa avó, que estava de cama por se achar adoentada, gritou-lhe: «Puxa a

cavilha, que o trinco cairá». O Lobo puxou a cavilha e a porta abriu-se. Ele atirou-se à velhinha e comeu-a

em menos de nada; porque há três dias que não comia. Depois fechou a porta e foi-se deitar na cama da avó, à espera de Chapeuzinho Vermelho, que algum tempo depois veio bater à porta. Toc, toc.

«Quem está aí?» Chapeuzinho Vermelho, que ouviu a voz grossa do Lobo, primeiro teve medo,

mas pensando que a avó estivesse constipada, respondeu: «É a sua pequena,

Chapeuzinho Vermelho, que lhe traz um bolo e um potinho de manteiga que a minha mãe lhe manda».

O Lobo gritou-lhe, adoçando um pouco a voz: «Puxa a cavilha, que o trinco cairá».

Chapeuzinho Vermelho puxou a cavilha e a porta abriu-se. O Lobo, vendo-a entrar, disse-lhe enquanto se escondia sob a colcha: «Põe o bolo

e o potinho de manteiga em cima da masseira e vem sentar-te comigo». Chapeuzinho Vermelho vai sentar-se na cama, onde ficou muito espantada de

ver as formas da avó e disse-lhe: «Avó, que grandes braços tem!» «É para melhor te abraçar, minha filha.» «Avó, que grandes pernas tem!» «É para correr melhor, minha pequena.» «Avó, que grandes orelhas tem!» «É para escutar melhor, minha pequena.» «Avó, que grandes olhos tem!» «É para ver melhor, minha pequena.» «Avó, que grandes dentes tem!» «É para te comer.» E, ao dizer estas palavras, o Lobo malvado atirou-se sobre Chapeuzinho

Vermelho e comeu-a.

(Fonte: http://iscte.pt/~fgvs/CV_Perrault.pdf. Adaptado. Acesso em 13/12/2014.)

Chapeuzinho Vermelho (Pelos

Irmãos Grimm)

Era uma vez, uma menina

tão doce e meiga que todos

gostavam dela. A avó, então, a

adorava, e não sabia mais que

presente dar a criança para

agradá-la. Um dia ela

presenteou-a com um

chapeuzinho de veludo vermelho.

O chapeuzinho agradou

tanto a menina e ficou tão bem nela, que ela queria ficar com ele o

tempo todo. Por causa disso, ficou conhecida como Chapeuzinho

Vermelho.

Um dia sua Mãe lhe chamou e lhe disse:

- Chapeuzinho, leve este pedaço de bolo e essa garrafa de vinho

para sua avó. Ela está doente e fraca, e isto vai fazê-la ficar melhor.

Comporte-se no caminho, e de modo algum saia da estrada, ou você

pode cair e quebrar a garrafa de vinho e ele é muito importante para a

recuperação de sua avó.

Chapeuzinho prometeu que obedeceria a sua mãe e pegando a

cesta com o bolo e o vinho, despediu-se e partiu.

Sua avó morava no meio da floresta, distante uma hora e meia da

vila. Logo que Chapeuzinho entrou na floresta, um Lobo apareceu na

sua frente.

Como ela não o conhecia nem sabia que ele era um ser perverso,

não sentiu medo algum.

- Bom dia Chapeuzinho - saudou o Lobo.

- Bom dia, Lobo - ela respondeu.

- Aonde você vai assim tão cedinho, Chapeuzinho?

- Vou à casa da minha avó.

- E o que você está levando aí nessa cestinha?

- Minha avó está muito doente e fraca, e eu estou levando para

ela um pedaço de bolo que a mamãe fez ontem, e uma garrafa de

vinho. Isto vai deixá-la forte e saudável.

- Chapeuzinho, diga-me uma coisa, onde sua avó mora?

- A uns quinze minutos daqui. A casa dela fica debaixo de três

grandes carvalhos e é cercada por uma sebe de aveleiras. Você deve

conhecer a casa.

O Lobo pensou consigo: "Esta tenra menina é um delicioso petisco.

Se eu agir rápido posso saborear sua avó e ela como sobremesa”.

Então o Lobo disse:

- Escute Chapeuzinho, você já viu que lindas flores há nessa

floresta? Por quê você não dá uma olhada? Você não está ouvindo os

pássaros cantando? Você é muito séria, só caminha olhando para

frente. Veja quanta beleza há na floresta.

Chapeuzinho então olhou a sua volta, e viu a luz do sol brilhando

entre as árvores, e viu como o chão estava coberto com lindas e

coloridas flores, e pensou: "Se eu pegar um buquê de flores para minha

avó, ela vai ficar muito contente. E como ainda é cedo, eu não vou me

atrasar”.

E, saindo do caminho entrou na mata. E sempre que apanhava

uma flor, via outra mais bonita adiante, e ia atrás dela. Assim foi

entrando na mata cada vez mais.

Enquanto isso, o Lobo correu à casa da avó de Chapeuzinho e

bateu na porta.

- Quem está aí? - perguntou a velhinha.

- Sou eu, Chapeuzinho - falou o Lobo disfarçando a voz - Vim

trazer um pedaço de bolo e uma garrafa de vinho. Abra a porta para

mim.

- Levante a tranca, ela está aberta. Não posso me levantar, pois

estou muito fraca. - respondeu a vovó.

O Lobo entrou na casa e foi direto à cama da vovó, e a engoliu

antes que ela pudesse vê-lo. Então ele vestiu suas roupas, colocou sua

touca na cabeça, fechou as cortinas da cama, deitou-se e ficou

esperando Chapeuzinho Vermelho.

E Chapeuzinho continuava colhendo flores na mata. E só quando

não podia mais carregar nenhuma é que retornou ao caminho da casa

de sua avó.

Quando ela chegou lá, para sua surpresa, encontrou a porta

aberta.

Ela caminhou até a sala, e tudo parecia tão estranho que pensou:

"Oh, céus, por quê será que estou com tanto medo? Normalmente eu

me sinto tão bem na casa da vovó...”.

Então ela foi até a cama da avó e abriu as cortinas. A vovó estava

lá deitada com sua touca cobrindo parte do seu rosto, e, parecia muito

estranha...

- Oh, vovó, que orelhas grandes a senhora tem! - disse então

Chapeuzinho.

- É para te ouvir melhor.

- Oh, vovó, que olhos grandes a senhora tem!

- É para te ver melhor.

- Oh, vovó, que mãos enormes a senhora tem!

- São para te abraçar melhor.

- Oh, vovó, que boca grande e horrível à senhora tem!

- É para te comer melhor - e dizendo isto o Lobo saltou sobre a

indefesa menina, e a engoliu de um só bote.

Depois que encheu a barriga, ele voltou à cama, deitou, dormiu, e

começou a roncar muito alto. Um caçador que ia passando ali perto

escutou e achou estranho que uma velhinha roncasse tão alto, então ele

decidiu ir dar uma olhada.

Ele entrou na casa, e viu deitado na cama o Lobo que ele

procurava há muito tempo. E o caçador pensou: "Ele deve ter comido a

velhinha, mas talvez ela ainda possa ser salva. Não posso atirar nele”.

Então ele pegou uma tesoura e abriu a barriga do Lobo.

Quando começou a cortar, viu surgir um chapeuzinho vermelho. Ele

cortou mais, e a menina pulou para fora exclamando:

- Eu estava com muito medo! Dentro da barriga do lobo é muito

escuro!

E assim, a vovó foi salva também.

Então Chapeuzinho pegou algumas pedras grandes e pesadas e colocou

dentro da barriga do lobo.

Quando o lobo acordou tentou fugir, mas as pedras estavam tão

pesadas que ele caiu no chão e morreu.

E assim, todos ficaram muito felizes.

O caçador pegou a pele do lobo.

A vovó comeu o bolo e bebeu o vinho que Chapeuzinho havia

trazido, e Chapeuzinho disse para si mesma:

“Enquanto eu viver, nunca mais vou desobedecer minha mãe e

desviar do caminho nem andar na floresta sozinha e por minha conta”. (Fonte: http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=2056&cat=Infantil. Acesso em

13/12/2014.)

Após a leitura dos contos, discuta com seus colegas as seguintes questões.

1. Quais as personagens das histórias?

2. Nas duas histórias de Chapeuzinho Vermelho, a mãe aconselhou a

menina sobre os perigos que poderia encontrar pelo caminho? E a filha

seguiu ou não os conselhos?

3. Quem apareceu no caminho da menina?

4. Como a floresta é descrita no segundo texto?

5. O final das histórias apresentam diferenças? Quais?

6. Em qual das duas histórias Chapeuzinho recebe apoio do caçador?

7. Chapeuzinho teve um triste fim em qual dos contos?

8. Procure no dicionário as palavras destes textos que você não conhece.

9. Cite, no quadro abaixo, as características de cada personagem dos

contos.

Chapeuzinho Vermelho1

Lobo Mau2

Vovozinha3

PERRAULT Texto – 1

GRIMM Texto – 2

1 – http://www.emdestaquenacidade.com.br/chapeuzinho-vermelho-acontece-no-teatro-liceu/

2 – http://www.guiadosquadrinhos.com/personagem/lobo-mau-(lobao)-(lobo-mau)/6570

3 – http://www.recantodasletras.com.br/infantil/1719849

Objetivo: Os alunos deverão analisar o estabelecimento de sentido em

diferentes sistemas semióticos, observando as diferenças e semelhanças entre

a leitura do texto escrito e a audição do texto oral. É importante ressaltar que

as especificidades da escrita e da oralidade viram objeto de discussão em

função das versões apresentadas.

Nas aulas anteriores, vocês leram duas versões do conto Chapeuzinho

Vermelho. Uma era de Charles Perrault e outra, dos Irmãos Grimm. Na primeira

delas, Chapeuzinho e sua avó são devoradas pelo Lobo Mau. Na segunda, o

final é diferente: aparece um caçador que salva a menina e sua avó da

crueldade do Lobo, que acaba mal na história.

Nesta atividade, vamos analisar versões muito parecidas. Não se trata

agora de ler os contos, mas de ouvi-los. Essas versões foram obtidas na

internet. Vamos, então, conhece-las?

Chapeuzinho Vermelho, obtido em:

https://www.youtube.com/watch?v=bZi4tZcQYAM.

(Acesso em: 13/12/2014.)

Chapeuzinho Vermelho, obtido em:

https://www.youtube.com/watch?v=VADdBXzXSb4

(Acesso em: 13/12/2014.)

Chapeuzinho Vermelho, obtido em:

https://www.youtube.com/watch?v=ROdzJBerF3A

(Acesso em: 13/12/2014.)

Após assistir às versões da história, responda:

1. As versões têm mais semelhanças com a história de Charles

Perrault ou com a história dos Irmãos Grimm?

2. Qual foi para você a maior diferença entre ler e ver/ouvir uma

história?

ATIVIDADE 3 – Chapeuzinho Vermelho em histórias animadas na Internet

3. Qual das experiências que mais agradou você: ler ou ver/ouvir as

histórias?

4. Os contos vistos/ouvidos têm a mesma estrutura dos contos

lidos? Por que você acha que isso acontece?

5. Os contos vistos/ouvidos estão muito próximos tematicamente

dos textos lidos?

6. Na sua opinião, a visualização dos elementos da narrativa

(personagens, cenário etc.) criou algum tipo de sentido novo para

a história? Em caso afirmativo, diga qual(is).

Explorando os sentidos

Você já sabe o que é um conto e já leu e ouviu algumas versões de

Chapeuzinho Vermelho. A ideia, agora, é que você elabore um final diferente

para a história, dando um novo sentido à narrativa. Seja criativo(a).

Objetivo: Pretende-se, em uma perspectiva intertextual, apresentar a história

de Chapeuzinho Vermelho elaborada em forma de cordel. É importante que o

aluno identifique novos sentidos para a história, já que as intenções

comunicativas são outras, em função das condições de produção do discurso.

Até agora você já viu várias versões da história da Chapeuzinho

Vermelho, que circulam em diferentes meios (livro, internet). Vamos, agora,

conhecer mais uma dessas versões, elaborada em cordel. Você sabe o que é o

cordel?

Com a literatura de cordel, até os contos clássicos podem

ser rimados e transformados em poesia popular.

Muito comum no Nordeste, esse gênero da literatura

chegou ao Brasil na mala de viajantes que vinham da Europa.

As histórias eram escritas em folhetos e pregadas em um

cordão. Assim, colocadas em sequência, elas ganhavam começo,

meio e fim.

Como muitas pessoas não sabiam ler e escrever, as

palavras rimadas eram facilmente decoradas. E de boca em

boca, o cordel se espalhou pelo sertão.

(Fonte: http://blogs.estadao.com.br/estadinho/2010/05/08/poesia-em-corda/.

08/05/2010. Acesso em 13/12/2014.)

Como o próprio texto diz, as histórias escritas eram pregadas em um

cordão, dando sequência a uma história. Um tipo de varal de cordel, como no

desenho seguinte:

ATIVIDADE 4 – Chapeuzinho Vermelho em cordel

(Fonte: http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/como-surgiu-literatura-cordel-

683552.shtml. Acesso em 13/12/2014.)

Para saber mais sobre o cordel, você pode pesquisar em:

Como surgiu a literatura de cordel: http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/como-surgiu-literatura-cordel-683552.shtml

Mundo Cordel (vários cordéis): http://mundocordel.com/

Cordel: literatura popular em verso: http://www.casaruibarbosa.gov.br/cordel/

Aprenda a criar seu próprio cordel: http://educarparacrescer.abril.com.br/cordel/

Curiosidade: um breve glossário com termos utilizados nos cordéis:

Acontecido: folhetos de não-ficção em que o cordelista reporta eventos reais - fatos de âmbito local, nacional ou internacional.

Folheteiro: intérprete, sujeito que canta os cordéis nas feiras e praças com o intuito de atrair público e estimular a venda.

Peleja: também conhecida por desafio, é o duelo poético oral entre cordelistas, eventualmente reproduzido em folhetos.

Romance: cordel tradicional que narra disputas entre o bem e o mal em anedotas, contos de fadas, causos de amor e aventura.

Sextilha: consagrada entre os poetas nacionais, é a estrofe de seis versos com sete sílabas (o segundo, o quarto e o sexto versos rimam entre si).

Xilogravura: imagem que ilustra a capa dos livretos brasileiros, obtida do relevo da madeira talhada.

Vamos ler, então, ao cordel da Chapeuzinho Vermelho? Será uma leitura muito instigante e divertida.

Cordel da Chapéu

Um dia sua mãe lhe disse:

- Chapeuzinho vá deixar

Um bolo pra sua avó

Que acabei de confeitar

Mas tenha muito cuidado

Pra na mata não entrar.

A menina pega o bolo

E sai cantando feliz

A princípio ela fez tudo

De acordo como a mãe quis

Mas vendo uma borboleta

Fez algo que não condiz…

Chapeuzinho corre atrás

Da borboleta azulada

E se afasta do caminho

Da sua rota traçada.

Com pouco tempo a menina Tava na mata fechada.

Nesse momento ela viu

No meio do matagal

Um vulto muito assombroso

Era um lobo colossal

Porém Chapeuzinho achou

Ser ele um manso animal.

O lobo fingindo ser

Criatura bem mansinha

Aproximou-se dizendo:

- O que faz aqui sozinha?

Ela disse: – Vou deixar

Um bolo pra vovozinha.

O lobo ficou pensando:

- Bolo eu não vou querer

Mas você e sua avó

Vou devorar com prazer

Pois faz tempo que estou

Sem nada para comer.

- Como é que você faz

Para entrar na casa dela?

A menina diz: – É simples

Fica a chave na janela

Pois é pra quando eu ir lá

Não precisar chamar ela.

Responde o lobo dizendo:

- Vá pra junto de sua avó

Porque a casinha dela

Fica lá num cafundó

E quem vive assim distante

Não gosta de ficar só.

Depois disso o lobo pegou

Um atalho no caminho

E chegou logo na casa

Da vovó da Chapeuzinho

E entrou nela falando

Como a menina, mansinho.

A vovó acreditou

Ser da sua neta a voz

Porém quem entrou no quarto

Foi o tal lobo feroz

Que logo engoliu a velha

Com uma fome muito atroz.

Depois o lobo deitou-se

Na cama ainda quentinha.

Pois ouviu que ia chegando

A inocente netinha

Que gritava do terreiro:

- Cheguei linda vovozinha!

O lobo estava na cama

Em um lençol enrolado

Pra agradar a menina

Ficou quieto e camuflado

E foi dizendo bem alto:

- Filha estou com resfriado!

Respondeu a Chapeuzinho:

- A senhora está mudada.

As orelhas tão compridas

E a voz embaraçada

Me diga o porquê, vovó?

Pois já não entendo nada…

Minhas orelhas compridas

São para melhor te ouvir.

Venha pra perto de mim

Porque não posso sair

E devido estar doente

Se eu levantar vou cair.

A Chapeuzinho responde

Já com voz estremecida:

- Pra que essa boca tão grande

Com dentes bem guarnecida?

Me diga por caridade,

Vozinha da minha vida!

O lobo disse: – Menina

É para te devorar!

E engoliu a coitada

Com pressa e sem mastigar

Do jeito como ele fez

Com a vovó dela ao chegar.

Mas o lobo não sabia

Que um caçador valente

Andava no seu encalço

E chegou lá, felizmente

Bem no exato momento

Que ele comeu a inocente.

O caçador fere o lobo

Ali, com um tiro mortal

E com sua faca abre

A barriga do animal

E tira a avó e a menina

Inda com vida, afinal.

FIM

Converse com seus colegas e exponham como foi a leitura do texto em

cordel. Vocês gostaram? Foi tão interessante quanto as versões que

conheciam? Foi mais fácil ou mais difícil de ler do que o texto em prosa?

Agora, respondam às seguintes perguntas:

1. Antes de sair de casa, a mãe de Chapeuzinho lhe faz uma

advertência. Qual foi? A menina seguiu a orientação da mãe? Por

quê?

2. Ao encontrar o lobo, a menina achou-o “colossal”. O que significa

isso?

3. A menina acreditou que o lobo era manso. O que ele fez para que ela

não mudasse de ideia em relação a isso?

4. Que tipo de linguagem é empregada no texto: muito difícil ou mais

simples e próxima da fala das pessoas?

Explorando a estrutura de um cordel

O cordel apresentou de forma muito criativa a história de Chapeuzinho

Vermelho. Agora, em duplas ou trios, você e seus amigos vão transpor para o

cordel um conto clássico já conhecido. Veja sugestões na Atividade 1. Depois,

cada grupo lerá para a classe. É interessante que vocês usem a estrutura

tradicional do cordel, ou seja, o texto em sequência (começo, meio e fim),

pendurado em uma corda (varal), na sala ou no corredor da escola. Dessa

forma, muitas pessoas poderão ter acesso às histórias produzidas por vocês.

Objetivo: Serão apresentadas aos alunos versões do conto Chapeuzinho

Vermelho, cuja intenção é criar o efeito de humor, para que os alunos

entendam o que é uma paródia. Após a análise e compreensão dos textos, os

alunos serão convidados a produzirem paródias. Para essa atividade, os

recursos tecnológicos, mais uma vez, serão de grande importância para a

obtenção de textos em diferentes formatos.

Na atividade anterior deste Projeto, você analisou a história da

Chapeuzinho em cordel. Foi instigante, pois promoveu uma importante reflexão

sobre as possibilidades de narrar uma mesma história.

Na atividade de hoje, vamos ler uma história bastante curiosa, ainda

relacionada ao conto Chapeuzinho Vermelho. Boa leitura!!!

CHAPEUZINHO VERMELHO DE RAIVA

- Senta aqui mais perto, Chapeuzinho. Fica aqui mais pertinho da vovó, fica.

- Mas vovó, que olho vermelho… E grandão… Queque houve?

- Ah, minha netinha, estes olhos estão assim de tanto olhar para você. Aliás, está

queimada, heim?

- Guarujá, vovó. Passei o fim de semana lá. A senhora não me leva a mal, não,

mas a senhora está com um nariz tão grande, mas tão grande! Tá tão esquisito, vovó.

- Ora, Chapéu, é a poluição. Desde que começou a industrialização do bosque que

é um Deus nos acuda. Fico o dia todo respirando este ar horrível. Chegue mais perto,

minha netinha, chegue.

- Mas em compensação, antes eu levava mais de duas horas para vir de casa até

aui e agora , com a estrada asfaltada, em menos de quinze minutos chego aqui com a

minha moto.

- Pois é, minha filha. E o que tem aí nesta cesta enorme?

- Puxa, já ia me esquecendo: a mamãe mandou umas coisas para a senhora. Olha

aí: margarina, Helmmans, Danone de frutas e até uns pacotinhos de Knorr, mas é

para a senhora comer um só por dia, viu? Lembra da indigestão do carnaval?

- Se lembro, se lembro…

- Vovó, sem querer ser chata.

ATIVIDADE 5 – Diálogo entre textos: paródias da história de Chapeuzinho Vermelho

- Ora, diga.

- As orelhas. A orelha da senhora está tão grande. E ainda por cima, peluda.

Credo, vovó!

- Ah, mas a culpada é você. São estes discos malucos que você me deu. Onde se

viu fazer música deste tipo? Um horror! Você me desculpe porque foi você que me

deu, mas estas guitarras, é guitarra que diz, não é? Pois é; estas guitarras são muito

barulhentas. Não há ouvido que aguente, minha filha. Música é a do meu tempo.

Aquilo sim, eu e seu finado avô, dançando valsas… Ah, esta juventude está perdida

mesmo.

- Por falar em juventude o cabelo da senhora está um barato, hein? Todo

desfiado, pra cima, encaracolado. Que qué isso?

- Também tenho que entrar na moda, não é, minha filha? Ou você queria que eu

fosse domingo ao programa do Chacrinha de coque e com vestido preto com bolinhas

brancas?

Chapeuzinho pula para trás:

- E esta boca imensa???!!!

A avó pula da cama e coloca as mãos na cintura, brava: - Escuta aqui, queridinha: você veio aqui hoje para me criticar é?!

(Fonte: http://marioprata.net/literatura-2/literatura-infantil/chapeuzinho-vermelho-de-raiva/. Acesso em 13/12/2014.)

Essa versão de Chapeuzinho Vermelho está disponível em vídeo, no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=6ctLJESitBs

Então, o que você achou das histórias? Elas recontam, com muito bom

humor, uma história já conhecida. Quando isso acontece, dizemos que a história recontada com humor é uma paródia. Vamos entender melhor o que é uma paródia?

A paródia tem como elemento principal, na maioria das vezes, a comédia, ou

seja, a partir da estrutura de um poema, mu sica, filme, obras de arte ou qualquer

ge nero que tenha um enredo que possa ser modificado. Mante m-se o esqueleto,

isto e , caracterí sticas que remetam a produça o original, como por exemplo o ritmo

– no caso de canço es – mas modifica-se o sentido. Com cunho, em muitos casos,

co mico, provocativo e/ou retrataça o de algum tema que esteja em alta no contexto

abordado (Brasil, mundo polí tica, esporte, entre outros).

O novo contexto empregado a estrutura do que ja existia passa por um

processo de intertextualização para o leitor, ouvinte, espectador. Para

compreender a intença o da paro dia, a s vezes, e necessa rio um pre -

conhecimento do objeto inicial, por isso, em geral, opta-se por parodiar obras que

sejam conhecidas pelo pu blico a ser atingido.

Utilizada tambe m em propagandas, a paro dia e um meio de familiarizar o

produto em questa o com as pessoas alvo.

(Paródia da Bom Bril.)

(Fonte: http://www.infoescola.com/generos-literarios/parodia/. Acesso em 13/12/2014.)

Muito bem, agora que você já sabe o que é uma paródia, que tal brincar

com a linguagem e fazer também paródias. Temos duas sugestões bastante

interessantes:

Faça uma paródia do conto Chapeuzinho Vermelho, criando o

efeito de humor. Essa atividade pode ser feita em grupo. Depois

de concluir o texto, passe para os demais amigos para que leiam.

O professor pode também fazer um mural e colocar os textos lá.

Faça uma paródia de uma propaganda. Escolha com um ou dois

colegas uma propaganda bastante conhecida e reelabore-a, com

finalidade de humor. Depois, circulem o texto para que todos

conheçam as paródias.

Objetivo: Explorar novos sentidos a partir da leitura intertextual entre as

versões tradicionais de Chapeuzinho Vermelho e a versão Chapeuzinho

Amarelo, de Chico Buarque. Discutir a noção de medo e as formas de

enfrentamento.

Temos lidos vários contos a partir do já conhecido conto Chapeuzinho

Vermelho. Agora, mais uma versão: Chapeuzinho Amarelo, de Chico Buarque.

Você conhece o autor? Ele é um dos grandes nomes do cenário cultural

brasileiro, grande cantor e compositor. Leia um pouco sobre ele:

Francisco Buarque de Holanda, mais conhecido por Chico Buarque (Rio de

Janeiro, 19 de junho de 1944), é um músico, dramaturgo e escritor brasileiro. É conhecido

por ser um dos maiores nomes da música popular brasileira (MPB). Sua discografia conta

com aproximadamente oitenta discos, entre eles discos-solo, em parceria com outros

músicos e compactos.

Filho do historiador Sérgio Buarque de Holanda e de Maria Amélia Cesário Alvim,

escreveu seu primeiro conto aos 18 anos, ganhando destaque como cantor a partir de

1966, quando lançou seu primeiro álbum, Chico Buarque de Hollanda, e venceu o Festival

de Música Popular Brasileira com a música A Banda. Socialista declarado4 5 autoexilou-se

na Itália em 1969, devido à crescente repressão do regime militar do Brasil nos chamados

"anos de chumbo", tornando-se, ao retornar, em 1970, um dos artistas mais ativos na

crítica política e na luta pela democratização no país. Na carreira literária, foi vencedor de

três Prêmios Jabuti: o de melhor romance em 1992 com Estorvo e o de Livro do Ano,

tanto pelo livro Budapeste, lançado em 2004, como por Leite Derramado, em 2010.

Foi casado por 33 anos (de 1966 a 1999) com a atriz Marieta Severo, com quem teve

três filhas, Sílvia Buarque, Helena e Luísa. Chico é irmão das cantoras Miúcha, Ana de

Hollanda e Cristina. Ao contrário da crença popular, o dicionarista Aurélio Buarque de

Holanda era apenas um primo distante do pai de Chico.

Em 2 de dezembro de 2012, foi confirmado por Miguel Faria, um documentário, do

qual apresentará um show de Chico, organizado para a produção, mesclado com

depoimentos dele e de outros nomes da música nacional, além de encenações com

personagens das canções mais famosas do artista.

ATIVIDADE 6 – Chapeuzinho Vermelho e Chapeuzinho Amarelo

A história Chapeuzinho Amarelo, que você vai ler, foi retirada do livro:

(HOLLANDA, Chico Buarque. Chapeuzinho Amarelo. 13. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2003.)

Chapeuzinho Amarelo

Era a Chapeuzinho Amarelo. Amarelada de medo. Tinha medo de tudo, aquela Chapeuzinho.

Já não ria. Em festa, não aparecia. Não subia escada, nem descia. Não estava resfriada, mas tossia. Ouvia conto de fada, e estremecia. Não brincava mais de nada, nem de amarelinha.

Tinha medo de trovão. Minhoca, pra ela, era cobra. E nunca apanhava sol, porque tinha medo da sombra.

Não ia pra fora pra não se sujar. Não tomava sopa pra não ensopar. Não tomava banho pra não descolar. Não falava nada pra não engasgar. Não ficava em pé com medo de cair. Então vivia parada, deitada, mas sem dormir, com medo de pesadelo. Era a Chapeuzinho Amarelo…

E de todos os medos que tinha O medo mais que medonho era o medo do tal do LOBO. Um LOBO que nunca se via, que morava lá pra longe, do outro lado da montanha, num buraco da Alemanha, cheio de teia de aranha,

numa terra tão estranha, que vai ver que o tal do LOBO nem existia.

Mesmo assim a Chapeuzinho tinha cada vez mais medo do medo do medo do medo de um dia encontrar um LOBO. Um LOBO que não existia.

E Chapeuzinho amarelo, de tanto pensar no LOBO, de tanto sonhar com o LOBO, de tanto esperar o LOBO, um dia topou com ele que era assim: carão de LOBO, olhão de LOBO, jeitão de LOBO, e principalmente um bocão tão grande que era capaz de comer duas avós, um caçador, rei, princesa, sete panelas de arroz… e um chapéu de sobremesa.

Finalizando…

Mas o engraçado é que, assim que encontrou o LOBO, a Chapeuzinho Amarelo foi perdendo aquele medo: o medo do medo do medo do medo que tinha do LOBO. Foi ficando só com um pouco de medo daquele lobo. Depois acabou o medo e ela ficou só com o lobo.

O lobo ficou chateado de ver aquela menina olhando pra cara dele, só que sem o medo dele. Ficou mesmo envergonhado, triste, murcho e branco-azedo, porque um lobo, tirado o medo, é um arremedo de lobo. É feito um lobo sem pelo. Um lobo pelado. O lobo ficou chateado.

Ele gritou: sou um LOBO! Mas a Chapeuzinho, nada. E ele gritou: EU SOU UM LOBO!!! E a Chapeuzinho deu risada. E ele berrou: EU SOU UM LOBO!!!!!!!!!!

Chapeuzinho, já meio enjoada, com vontade de brincar de outra coisa.

Ele então gritou bem forte aquele seu nome de LOBO umas vinte e cinco vezes, que era pro medo ir voltando e a menininha saber com quem não estava falando: LO BO LO BO LO BO LO BO LO BO LO BO LO BO LO BO LO BO LO BO LO

Aí, Chapeuzinho encheu e disse: "Pára assim! Agora! Já! Do jeito que você tá!" E o lobo parado assim, do jeito que o lobo estava, já não era mais um LO-BO. Era um BO-LO. Um bolo de lobo fofo, tremendo que nem pudim, com medo de Chapeuzim. Com medo de ser comido, com vela e tudo, inteirim. Chapeuzinho não comeu aquele bolo de lobo, porque sempre preferiu de chocolate.

Aliás, ela agora come de tudo, menos sola de sapato. Não tem mais medo de chuva, nem foge de carrapato. Cai, levanta, se machuca, vai à praia, entra no mato, Trepa em árvore, rouba fruta, depois joga amarelinha, com o primo da vizinha, com a filha do jornaleiro, com a sobrinha da madrinha e o neto do sapateiro.

Mesmo quando está sozinha, inventa uma brincadeira. E transforma em companheiro cada medo que ela tinha:

O raio virou orrái; barata é tabará; a bruxa virou xabru; e o diabo é bodiá.

FIM

( Ah, outros companheiros da Chapeuzinho Amarelo: o Gãodra, a Jacoru, o Barãotu, o Pão Bichôpa… e todos os tronsmons).

(Fonte: http://www.recantodasletras.com.br/resenhasdelivros/1223432. Acesso em 13/12/2014.)

O que você achou da história? Gostou? E seus colegas tiveram que

impressão do conto? Façam uma grande roda de conversa e aproveitem para

falar sobre os sentimentos que o conto despertou em vocês.

Depois dessa conversa, assistam e ouçam essa história em dois vídeos

do YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=7PUkO082QZA

https://www.youtube.com/watch?v=Wvy560Pqz0c

A história ganha novos sentidos quando é ouvida ou vista? Você percebe

que a entonação é muito importante para os sentimentos que se pretendem

transmitir? Por isso, não se pode ler de qualquer jeito, sem nenhuma emoção.

O texto deve ser sentido para que quem nos ouve sinta as mesmas emoções

que nós.

Que tal agora reler em voz alta e com a devida entonação o texto de

Chico Buarque? O professor vai organizar a leitura e vocês poderão perceber

em que aspectos a leitura está boa e em que aspectos ela deve melhorar. Vai

ser muito divertido e, além disso, vocês vão aprimorar as habilidades da

linguagem oral.

Explorando novos sentidos

Assista agora à versão Chapeuzinho Azul, disponível no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=IsbmMm_a248.

Depois de assistir ao vídeo, você deverá elaborar, individualmente ou em

dupla, uma versão da Chapeuzinho: Branco, Verde, Roxo, Cinza etc. Lembre-

se de que, nas versões que estudamos, cada cor de Chapeuzinho está

associada a um sentido, como por exemplo o amarelo, relacionado ao medo.

Então, ao escolher a cor, não se esqueça de fazer a devida associação. Para

tanto, pode-se ter como base as seguintes questões:

1. Você imagina uma Chapeuzinho diferente?

2. Como ela seria? Qual a cor?

3. Onde ela moraria?

4. Seria uma boa menina?

5. Teria uma vovó?

6. Morreria de medo do lobo?

7. É uma Chapeuzinho da atualidade?

Bom trabalho!!!

Objetivo: Discutir com os alunos as diferenças e semelhanças entre os contos

lidos e a versão feita da história para o cinema. É importante explicar a eles

que se trata de diferentes sistemas de comunicação e cada um tem a sua

linguagem própria, portanto cada um produz sentido em função da

especificidade de sua linguagem e do sistema.

Na atividade de hoje, vamos explorar a linguagem do cinema. Antes,

porém, discuta com seus colegas as seguintes questões:

Você gosta de cinema?

Você já foi alguma vez ao cinema? Em caso afirmativo, quem o

(a) acompanhou? A que filme foi assistir?

Qual foi o sentimento que teve ao ir pela primeira vez ao cinema?

Você acha o cinema importante em uma sociedade?

O governo federal instituiu o vale-cultura. Você acha que esse

vale seria bem gasto com cinema? Por quê?

Para se escolher um bom filme, muitas vezes as pessoas recorrem a

sinopses (resumos) e críticas, veiculadas em jornais, revistas e em vários sites

especializados na internet. Vamos ler algumas sinopses do filme a ser assistido

(nos sites, há também trailers disponíveis):

A tranquilidade da vida na floresta é alterada quando um livro de receitas é roubado. Os suspeitos do crime

são Chapeuzinho Vermelho, o Lobo Mau, o Lenhador e a Vovó, mas cada um deles conta uma história

diferente sobre o ocorrido. Cabe então ao inspetor Nick Pirueta investigar o caso e descobrir a verdade.

(http://megafilmeshd.net/deu-a-louca-na-chapeuzinho/)

Policiais do mundo animal investigam um caso de distúrbio doméstico na casa de uma senhora envolvendo

uma garota, um lobo e um machado. As acusações são muitas: invasão de domicílio, distúrbio do silêncio

na vizinhança, e manuseio de um machado sem licença.

(http://www.filmesonlinegratis.net/assistir-deu-a-louca-na-chapeuzinho-dublado-online.html)

ATIVIDADE 7 – Chapeuzinho Vermelho: adaptação

cinematográfica

(http://www.filmesonlinegratis.net/assistir-deu-a-louca-na-chapeuzinho-dublado-online.html)

O filme trouxe uma nova perspectiva da história. Discuta com seus

amigos:

1. Quais são as personagens da história? Quais estão nas

versões tradicionais já vistas e quais são novidade, ou seja,

apareceram só no filme?

2. O enredo do filme é igual ao dos contos já lidos? Por quê?

3. Qual foi a grande surpresa que o filme trouxe a você?

4. O filme, embora se pareça com os vídeos a que você assistiu

em outras atividades, difere deles em que sentido?

5. Você acredita que, se tivesse assistido ao filme no cinema,

teria sido uma experiência diferente? Por quê?

6. Reconte a seus colegas a cena do filme que mais o(a)

agradou e explique rapidamente por que a escolheu.

Explorando novos sentidos

Em grupos, elaborem uma lista de filmes que são adaptações e que

valeria a pena ser visto pela classe. Discutam com a professora a viabilidade

de assistirem pelo menos mais um ou dois filmes.

Objetivo: Os alunos serão convidados a produzirem textos de gêneros

diversificados, mantendo diálogo intertextual com Chapeuzinho Vermelho,

conto que deflagrou toda a produção deste material. A ideia é de produção um

livro com os textos dos alunos.

Nesta última atividade do projeto, cada um dos alunos deverá produzir

um texto a partir do conto Chapeuzinho Vermelho. Este texto poderá ter

diferentes intenções: um novo desfecho para a história, uma paródia, um novo

tipo de Chapeuzinho.

É importante lembrar também que a perspectiva do texto pode ser outra,

ou seja, normalmente, na maioria das histórias lidas, ouvidas e assistidas, o

narrador sempre contou a história na perspectiva de Chapeuzinho Vermelho.

Mas, se ela for recontada na perspectiva do Lobo, o sentido pode ser diferente.

A mesma coisa se ela for contada na perspectiva da avó. Ou da mãe. Ou do

caçador.

Para essa atividade, você pode explorar os gêneros textuais já vistos em

sala de aula (conto, cordel, poema, vídeo) ou pode utilizar outros dos quais já

tenha domínio, como carta, história em quadrinhos, etc. Em caso de dúvida,

peça orientação à professora.

Por fim, é importante que vocês se organizem para que os textos

componham um livro, com muitas histórias instigantes e criativas, coroando

com êxito o trabalho com contos desenvolvidos este ano nas aulas de Língua

Portuguesa.

Bom trabalho!!!

ATIVIDADE 8 – Produzindo novas histórias em novos gêneros

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BETTLHEIM, Bruno. A Psicanálise Dos Contos De Fadas. Rio de Janeiro:

Paz e Terra, 2004.

BUARQUE, Chico. Chapeuzinho Amarelo. Rio de Janeiro: Editora: José Olympio, 2011.

GANCHO, Cândida Vilares. Como analisar Narrativas. São Paulo: Editora

Ática, 1991.

GERALDI, João Wanderley. O texto na sala de aula. 5. ed. São Paulo: Editora Ática, 1990.

GOTLIB, Nádia Battella. Teoria do conto. 5. ed. São Paulo: Ática, 1990.

KLEIMAN, Ângela. Oficina de leitura: teoria e prática. 12. ed. Campinas/SP: Pontes, 2008.

PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Educação Básica de Língua Portuguesa. Curitiba, Secretaria da Educação do Paraná – Departamento de

Educação Básica, 2008.

SILVA, E.T. Conferências sobre Leitura- trilogia pedagógica. 2. ed. Campinas/SP: Autores Associados, 2005.

Pesquisa digital:

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