OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · como uma reunião de professores onde os mesmos...

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

PROFESSORA PDE: DORLI P. S. FABRIN

PROFESSORA ORIENTADORA: SUELI RIBEIRO COMAR

2013/2014

"A memória guardará o que valer a pena. A memória sabe de mim mais que eu; e ela não perde o que merece

ser salvo."

Eduardo Galeano

Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2013

Título: O Pedagogo Frente a Dinâmica do Conselho de Classe: apontamentos para a avaliação emancipatória na escola pública

Autor: Dorli Paula Schneider Fabrin

Disciplina/Área:

Pedagogia

Escola de Implementação do Projeto e sua localização:

C. E. Tancredo neves

Município da escola: Francisco Beltrão - PR

Núcleo Regional de Educação:

Francisco Beltrão - PR

Professor Orientador: Sueli Ribeiro Comar

Instituição de Ensino Superior:

UNIOESTE

Relação Interdisciplinar:

Resumo:

Este Projeto de Intervenção Pedagógica visa atender uma das etapas do Projeto de Desenvolvimento da Educação – PDE 2013-2014 e possibilita discutir uma estrutura diferenciada para o Conselho de Classe, a qual permita uma avaliação emancipatória na escola pública.Tal estudo justifica-se uma vez que nas escolas públicas do Paraná percebe-se que este momento de reflexão acerca da avaliação não tem cumprido sua função processual, qualitativa e diagnóstica. Para atender esta reflexão, o Caderno Pedagógico foi elaborado em 7 unidades as quais atendem professores, alunos, pais e funcionários.

Palavras-chave:

Conselho de Classe; Participativo; Democrático

Formato do Material Didático: Caderno Pedagógico

Público:

Professores, Funcionários, Pais e Alunos dos 9º anos.

APRESENTAÇÃO

Este Projeto de Intervenção Pedagógica visa atender uma das etapas do Projeto de

Desenvolvimento da Educação – PDE 2013-2014 e possibilita discutir uma estrutura

diferenciada para o Conselho de Classe, a qual permita uma avaliação emancipatória na

escola pública.

Tal estudo justifica-se uma vez que nas escolas públicas do Paraná percebe-se que

este momento de reflexão acerca da avaliação não tem cumprido sua função processual,

qualitativa e diagnóstica. É preciso conhecer as especificidades e os limites dessa luta que

ainda não está finalizada, pois a educação é histórica e se modifica a partir dos

condicionantes políticos, ideológicos e da luta dos que ainda acreditam neste setor como

forma de consciência política coletiva.

Para atender esta reflexão, o presente Caderno Pedagógico foi elaborado em 7

unidades as quais atendem professores, alunos, pais e funcionários do Colégio Estadual

Tancredo Neves.

Unidade 1 – perceber os limites e as perspectivas do conselho de classe na atualidade

e será trabalhada com os docentes do colégio em estudo.

Unidade 2 - analisar o que pensam os alunos a respeito do conselho de classe, sua

função e como este interfere no dia a dia da escola.

Unidade 3 - possibilitar aos pais iniciarem a compreensão e a analise do processo de

avaliação da escola.

Unidade 4 - possibilitar aos funcionários refletirem e analisarem o processo de

avaliação da escola.

Unidade 5 - Identificar a resistência no que se refere a compreensão do ensino e

aprendizagem do educando;

Unidade 6 - perceber em que medida os professores se utilizam da avaliação

qualitativa, diagnóstica e processual.

Unidade 7 - proporcionar um momento de reflexão de todo o coletivo envolvido no

projeto.

Espera-se como resultado deste caderno uma maior compreensão do que realmente

significa a avaliação como diagnóstica e formadora. Tem-se com meta desta intervenção que

os professores possam aprimorar seus estudos acerca do tema bem como possam resignificar

suas práticas no processo de ensino e aprendizagem. Aos pais e funcionários tem-se a

pretensão de levá-los a conhecer como se dá o processo de avaliação do colégio em estudo.

Aos alunos pretende-se torná-los conhecedores do processo de ensino e aprendizagem ao

qual estão inseridos e possibilitar-lhes na inserção neste processo que deve ser democrático.

INSTITUIÇÃO: Colégio Estadual Tancredo Neves

DISCIPLINA: Pedagogia

PÚBLICO-ALVO: Direção, Equipe Pedagógica, Professores, Pais e Educandos

HORAS-AULAS: 40 horas

TEMA: O papel do pedagogo na organização e mediação do trabalho

pedagógico – Conselho de Classe

OBJETIVO GERAL

Discutir a possibilidade de uma estrutura diferenciada para o Conselho

de Classe, a qual permita uma avaliação emancipatória na escola

pública.

OBJETIVOS ESPECIFICOS

Perceber os limites e as perspectivas do conselho de classe na

atualidade;

Identificar a resistência no que se refere a compreensão do ensino e

aprendizagem do educando;

Visualizar em que medida os professores se utilizam da avaliação

qualitativa, diagnóstica e processual;

Analisar o que pensam os alunos a respeito do conselho de classe, sua

função e como este interfere no dia a dia da escola;

Possibilitar aos pais iniciarem a compreensão e do processo de

avaliação da escola.

RECURSOS

Humanos – observação e discussão com equipe pedagógica, direção,

professores, pais e alunos.

Tecnológicos – computador com acesso a internet, projetor de imagens.

Físicos – dependências do C. E. Tancredo Neves

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Introdução

Pretende-se com esta pesquisa compreender o Conselho de Classe não apenas como

momento de julgamento e avaliação enquanto fim em si mesma, mas processo de

emancipação humana. O “erro” não será tomado como um “mal estar” do aluno frente ao

professor, mas caminho para novas propostas pedagógicas.

O erro não é simplesmente um não acerto, que deve ser lamentado, ou cujo absurdo deveria ser condenado. O erro pode ser o reflexo de uma coerência própria das condutas do raciocínio do aluno. Um erro simples pode revelar múltiplas dificuldades, cabendo ao professor “compreender os erros para criar as condições de sua superação” (HADJII (2001), apud KRAUSE, 2007, p. 75).

Pautados nesta concepção, é que podemos conceber o Conselho de Classe como um

importante órgão colegiado onde, os professores das diferentes disciplinas reúnem-se com a

Equipe Pedagógica para refletir e avaliar o desempenho pedagógico dos alunos a cada

bimestre, trimestre ou semestre de acordo com a organização de cada instituição de ensino.

Acredita-se que o Conselho de Classe seja, dentre os vários mecanismos que

possibilitam a Gestão Democrática, o mais importante, pois nele há a possibilidade de refletir

como o professor está ensinando, como o aluno aprende e o que se pode fazer para melhorar

este processo, o de ensino e o da aprendizagem.

Tomando como base a experiências vividas como Pedagoga da Rede Pública

Estadual de ensino do Estado do Paraná, podemos afirmar que, da forma como está posto

hoje, o Conselho de Classe parece não atender a sua real função. Isto porque não se avalia a

prática educativa e sim, é um momento de se discutir notas (desvinculadas da aprendizagem e

do ensino) e o comportamento dos alunos. É realizado o Conselho de Classe propriamente

dito, o Pré-Conselho e o Pós-Conselho1. Quanto à participação democrática, percebe-se que

pais e alunos não conhecem a real função e não participam do Conselho de Classe, vêem este

como uma reunião de professores onde os mesmos falam “mal” dos alunos e decidem quem

será aprovado ou reprovado, comprovando assim que este processo de avaliação não é

democrático.

Na contramão deste processo, há que se construir uma participação mais verdadeira

dos pais, tanto nos Conselhos, como na rotina da escola. Isto possibilita uma educação pública

de qualidade e uma escola com mais autonomia:

Na medida em que se conseguir a participação de todos os setores da escola - educadores, alunos, funcionários e pais - nas decisões a respeito de seus objetivos e de seu funcionamento, ter-se-ão melhores condições para pressionar os escalões superiores no sentido de dotar a escola de autonomia e de recursos (PARO 1995, p. 03).

O grande desafio hoje é aproveitar as características construtivas do Conselho de

Classe e, ter a certeza que, a verificação numérica das notas não possibilita a melhoria da

qualidade do ensino nem, efetiva a aprendizagem. Além disso, como indica a citação:

Outro aspecto importantíssimo do problema da participação da comunidade na escola e que requer medidas corajosas a respeito refere-se ao provimento de condições para que os membros das camadas exploradas participem da vida escolar. Não basta permitir formalmente que os pais de alunos participem da administração da escola; é preciso que haja condições materiais propiciadoras dessa participação ( PARO, 1995, p. 03).

Na maioria das vezes a alegação dos pais para não participarem das ações da escola

é a falta de tempo; embora isto seja sim, um fator real, vemos que é o menor pois a escolas,

sabedoras desta realidade vem diversificando os horários dos encontros para atingir ao maior

número possível de membros da comunidade em uma reunião. O fator mais preocupante com

relação a ausência da comunidade aos encontros propostos pela escola é quando percebe-se

o desinteresse em participar por não sentirem que seja importante sua presença. Ainda temos

a cultura instituída na qual a escola reclama a presença dos pais apenas para expor

reclamações dos filhos. No entanto, ela precisa se colocar como possibilidade de se discutir,

opinar e até mesmo, ouvir as angústias dos pais, em relação aos seus filhos.

1 O texto Subsídios para a Elaboração do Regimento Escolar – SEED/PR de 2010 regulariza o Pré-Conselho de

Classe, realizado pelo professor pedagogo com cada turma. O Pós-Conselho, que não aparece regularizado no texto

citado, é realizado da mesma forma com base nas observações do Pré-Conselho e do Conselho de Classe.

Tendo em vista esta constatação a escola deve utilizar-se de todas as oportunidades

de contato com a comunidade para repassar informações relevantes, com clareza nos seus

objetivos, recursos, dificuldades, além das questões pedagógicas. A discussão deve avançar

para buscar melhoria na educação em conjunto com a comunidade, ouvindo suas angústias e

suas sugestões.

O gestor deve ser o elo entre todos os segmentos da comunidade escolar não

impondo verdades, mas construindo-as em conjunto com esta comunidade, pois, como reflete

Bobbio (2000), a gestão democrática não se resume apenas num grande número de pessoas

participando, direta ou indiretamente, da tomada de decisões coletivas, mas também para que

sejam apresentadas alternativas reais e poder para decidir entre uma e outra.

Assim, uma série de ações podem ser empreendidas pela escola tais como, repensar

as práticas educativas, levantar as dificuldades do processo e discutir estratégias para superar

as dificuldades apresentadas pelo coletivo durante o Conselho de Classe. A partir dessa

conscientização, a escola poderá ser transformada em espaço de diálogo:

Se queremos uma escola transformadora, precisamos transformar a escola que temos aí. E a transformação dessa escola passa necessariamente por sua apropriação por parte das camadas trabalhadoras. É neste sentido que precisa ser transformado o sistema de autoridade e a distribuição do próprio trabalho no interior da escola (PARO, 1995, p.02).

Apoiando-se na citação de Vitor Paro, podemos afirmar que o primeiro passo na

construção da escola democrática deve ser a conscientização das relações hierárquicas dentro

da escola. Para isso faz-se necessário reorganizar a autoridade no interior da escola

entendendo duas contradições existentes nesta instituição. A primeira contradição é o Diretor

como autoridade máxima da escola, mas, agindo como um mero cumpridor da lei e da ordem

estabelecidas pelo Estado (PARO, 1995, p.02). A segunda contradição refere-se à falta de

autoridade do Diretor frente as Secretarias Estas contradições refletem o problema da

administração da escola pública que centra-se na falta de recursos e não na má administração

dos gestores, na falta de participação efetiva de todos os envolvidos com a escola.

A partir dessa breve introdução na qual não foi possível esgotar a temática, pretende-

se neste artigo a realização de uma pesquisa, de campo e bibliográfica, com vistas a repensar

esta instância colegiada e, a partir das inquietações e sugestões melhorar a atuação da mesma

na comunidade escolar.

Para que haja uma didática, a pesquisa será organizada em três momentos

relevantes. No primeiro faremos uma abordagem sobre a gestão democrática, sua

conceituação, bem como a percepção dos elementos da organização, cultura organizacional e

participação. No segundo faremos uma análise sobre o Estatuto do Conselho de Classe, seu

significado, funções e influencia na reorganização pedagógica. Por fim, apontaremos o

Conselho de Classe como uma forma de avaliação emancipatória em um momento no qual a

escola se constitui para todos, mas sua democratização só se efetivará quando permitir que os

filhos da classe trabalhadora se apropriem dos conhecimentos que construímos ao longo de

séculos.

Gestão Democrática: Algumas Considerações

Falar em gestão democrática da escola pública é primeiramente compreendê-la a

partir dos condicionantes políticos econômicos e ideológicos que lhe sustentaram nas últimas

décadas. O anúncio da “escola para todos”, descentralização podem ser pensados no contexto

da reforma do Estado brasileiro, estritamente ligados a reestruturação capitalista em momento

de crise conjuntural.

Portanto, contextualizar a gestão democrática da escola atual, exige de nós,

profissionais da educação, o entendimento do contexto da década de 1990. Momento este de

consolidação da reforma do Estado e da Educação no Brasil fundamentados nas “políticas

neoliberais” na gestão de Fernando Henrique Cardoso/Paulo Renato Souza (1995-2002):

Nesta década muitos termos ganharam novos significados com concepções e práticas

diferenciadas; as políticas sociais servem para atenuar as desigualdades sociais e nascem

das reivindicações das sociedades civis organizadas, deixando claro a inexistência de um

regime democrático no Brasil.

Para implementar políticas púbicas articuladas a um modelo de Estado neoliberal houve, principalmente a partir dos anos de 1990, uma ressignificação de palavras. Assim, os termos utilizados em projetos de sociedade que visam a transformação social foram apropriados pelos neoliberais e empregados de forma enviesada e ressignificada. Foi o que ocorreu com os termos descentralização, participação e autonomia, base do processo de gestão democrática na escola (LIMA, 2004, p.29).

Quando se fala em política pública a escola necessitou modelar-se aos níveis

empresariais, dependendo da participação da comunidade, do voluntariado, do

empreendedorismo, das políticas contributivas.

Como explicita Lima (2004) “a democracia tanto pode traduzir-se em um modelo

consultivo e instrumental como num movimento transformador” e, do modo como está posta

hoje, a escola não é democrática e sim tem servido aos interesses do Estado capitalista onde

o acesso à educação se dá por meio da oferta de vagas sem preocupar-se com a

permanência dos educandos na escola nem com a qualidade do ensino ofertado.

O processo educacional é histórico, de construção e reconstrução que só se firma

como democrático através da participação. Mas a realidade mostra um quadro bem diferente

onde os pais não estão inseridos na cultura da participação nem vêem a escola como espaço

público e democrático:

Na escola, esta modalidade de participação é cotidiana, por isso “cata-se os pais a laço”, obrigando-os a participar. Participar exige predisposição cultural, social e econômica. Participar exige disposição emocional. Exige envolvimento e...poder de decisão (LIMA, 2004, p. 37)

Da breve contextualização, colocam-se as seguintes questões: como nos posicionar

diante do discurso neoliberal e propor uma gestão contra hegemônica para a escola pública? É

possível a participação dos pais, enquanto tomada de decisões? O Conselho de Classe pode

constituir-se parte indispensável da gestão democrática?

Tomados por um desejo de estar em uma escola mais humanizadora, acreditamos, sim,

que a gestão e a organização visam dar condições ao bom funcionamento da escola e da sala

de aula, promovendo o envolvimento de todas as pessoas para garantir a aprendizagem de

todos os educandos. Para a estruturação da escola democrática

devemos levar em consideração que o conceito de gestão pode ser definido como “A atividade pela qual são mobilizados meios e procedimentos para se atingir os objetivos da organização, envolvendo, basicamente, os aspectos gerais e técnico-administrativos (LIBÂNEO, 2008, p.101).

A organização e a gestão possuem significados diferentes de acordo com a concepção

de educação, aluno e sociedade se querem construir. O conceito de participação fundamenta-

se no de autonomia, ou seja, a participação é:

O principal meio de assegurar a gestão democrática da escola, possibilitando o envolvimento de profissionais e usuários no processo de tomada de decisões e no funcionamento da organização escolar (LIBÂNEO, 2008, p.102).

Nesta forma de conduzir os trabalhos deve-se ter em mente um grupo de pessoas que

trabalham juntas, ou seja, uma equipe que não exista apenas como um grupo, mas sim como

profissionais que formem esta equipe para decidir coletivamente, para pôr em prática o que foi

decidido e cumprir sua parte no processo. A escola tem sua própria cultura que possibilita

entendê-la em sua totalidade, porém, esta cultura pode ser discutida, avaliada e replanejada

de acordo com os propósitos do coletivo da instituição. Desta forma segue aqui o último

conceito que devemos ter clareza quando falamos em autonomia, o conceito de cultura

organizacional ou cultura da escola que

diz respeito ao conjunto de fatores sociais, culturais, psicológicos que influenciam os modos de agir da organização como um todo e do comportamento das pessoas em particular (LIBÂNEO, 2008, p.106).

Elencamos, nesta construção que o diretor de escola tem um papel significativo para

que a escola seja respeitada pela comunidade, pois, autonomia, participação e democracia

não quer dizer ausência de responsabilidade e sim que o diretor deve ser um líder que tenha

visão de conjunto e que apreenda a escola em todos os seus aspectos – culturais,

pedagógicos, administrativos, financeiros.

Dessa forma, o gestor, juntamente com a sua Equipe Pedagógica precisam conhecer

a importância da coletividade e da participação. Esse diálogo leva a autonomia na busca da

qualidade da educação que deve ser refletida e discutida na construção do Projeto Político

Pedagógico da escola, pois é nele que se estabelece o papel do Conselho de Classe enquanto

parte da gestão democrática:

Representa uma forma de se enfraquecer o autoritarismo da educação, uma vez que amplia espaço para que a comunidade escolar problematize, compreenda e sistematize as questões postas pela prática pedagógica, buscando, no coletivo, no interdisciplinar, no diálogo a tão almejada qualidade da educação (VEIGA, 2007, p. 12)

A prática apontada na citação acima revela a ruptura que ainda necessita ser efetivada

na escola. O coletivo pode definir os encaminhamentos a médio e a longo prazo que se

efetivam na aprendizagem oferecida na instituição escolar. Tomando por base o documento

(SME/Fortaleza 2008) identificamos três princípios fundamentais para a construção de uma

escola pública efetivamente para todos, dos quais apontamos. O primeiro refere-se a

descentralização ou seja, decisões e ações elaboradas e executadas não de forma

hierarquizada da gestão. O segundo elenca a participação efetiva de todos os envolvidos na

escola enquanto metas traçadas a serem alcançadas tanto no administrativo quanto no

pedagógico. Por fim, o terceiro mostra a importância da transparência, onde toda tomada de

decisão ou ação implantada na escola precisa ser do conhecimento de todos.

Assim a gestão democrática é um processo de emancipação humana, norteada pelo

Projeto Político Pedagógico da escola e que leva a autonomia desta. Aqui se entende gestão

democrática escolar como:

Resultado de um processo eminentemente pedagógico e coletivo que envolve, entre outros, o conhecimento da legislação, a discussão, o engajamento, o acompanhamento ao PPP, a implantação e

consolidação de mecanismos de participação, tais como Conselho Escolar e Grêmio Estudantil (SME/FORTALEZA, 2008, p.).

Pautados no documento acima citado destacamos que quando se fala em autonomia

escolar corre-se o rico de cometer alguns erros muito comuns no cotidiano escolar:

- Acreditar que a autonomia é apenas financeira enquanto não é, a escola deve fazer

um planejamento coletivo para o investimento das verbas recebidas e prestar contas aos

órgãos superiores e a comunidade.

- Pensar que a autonomia é agir independente do sistema, pois a escola faz parte de

um sistema maior devendo assim, respeitar a hierarquia e a autoridade dos órgãos superiores.

Na contramão dos erros apontados, o gestor e toda sua equipe escolar precisam se

posicionar como pesquisadores, ou como aponta Gramsci (1996) os intelectuais orgânicos da

escola, ou seja, o que entende o todo, o movimento conjuntural. Uma vez que a sociedade não

é estática, mas é feita por homens que, também se constituem historicamente, portanto, se

modificam e modificam seu entorno.

Ainda nesta perspectiva Saviani (2003) defende uma escola de qualidade pra o filho

da classe trabalhadora, ou seja, conteúdos que propiciem ao aluno fazer uma leitura do mundo

que nos cerca “descerrar as cortinas”, reconhecer as relações de poder que ainda estão na

escola. Portanto, “o dominado só dominara o que o dominante domina se ele vir a se apropriar

dos conhecimentos construídos ao longo da história, pelas relações de trabalho”.

Por fim, gestão democrática precisa considerar todos os elementos postos acima. É

permitir à formação omnilateral, a emoção, a sensibilidade, o prazer pela vida, o respeito pelo

outro humano que partilha a vida nesse mesmo planeta. Desenvolvendo assim, a segunda

natureza a qual não nos é inata, mas construída nas relações sociais cotidianas.

O Estatuto do Conselho de Classe do Estado do Paraná: Especificidades Legais

O conselho de classe é uma instância colegiada interdisciplinar onde participam a

Equipe Pedagógica, professores e Gestores. Este difere de outras instâncias por apresentar 3

características básicas: participação direta de todos os docentes de uma mesma turma, o

professor participa de vários conselhos, estabelecendo relação e discute o processo didático

partindo da avaliação, tudo isso com base no Projeto Político Pedagógico da escola ou seja

parte dele para concretizar-se no interior da sala de aula.

Segundo o texto da SEED/PR (2010) - Subsídios para Elaboração do Regimento

Escolar, no seu Art. 24. A finalidade da reunião do Conselho de Classe, após analisar as

informações e dados apresentados, é a de intervir em tempo hábil no processo de ensino e

aprendizagem, oportunizando ao aluno formas diferenciadas de apropriar-se dos conteúdos

curriculares estabelecidos.

No texto acima citado no seu artigo 25 relata que “ ao conselho de classe cabe

verificar se os objetivos, conteúdos, procedimentos metodológicos, avaliativos e relações

estabelecidas na ação pedagógico-educativa, estão sendo cumpridos de maneira coerente

com o Projeto Político Pedagógico do estabelecimento de ensino”.

O artigo 27 do mesmo texto refere-se a constituição do Conselho de Classe que é feita

pelo(a) diretor(a) e/ou diretor(a) auxiliar, pela equipe pedagógica, por todos os docentes e os

alunos representantes que atuam numa mesma turma, por meio de:

I. Pré-Conselho de Classe com toda a turma em sala de aula, sob a coordenação do

professor pedagogo;

II. Conselho de Classe Integrado, com a participação da equipe de direção, da equipe

pedagógica, da equipe docente, da representação facultativa de alunos e pais de alunos por

turma e/ou série.

Por fim no seu artigo 31 o referido texto estabelece as atribuições do Conselho de

Classe:

I. analisar as informações sobre os conteúdos curriculares, encaminhamentos

metodológicos e práticas avaliativas que se referem ao processo de ensino e

aprendizagem;

II. propor procedimentos e formas diferenciadas de ensino e de estudos para a

melhoria do processo ensino e aprendizagem;

III. estabelecer mecanismos de recuperação de estudos, concomitantes ao processo

de aprendizagem, que atendam às reais necessidades de cada aluno, em consonância

com a Proposta Pedagógica Curricular da escola;

IV. acompanhar o processo de avaliação de cada turma, devendo debater e analisar

os dados qualitativos e quantitativos do processo ensino e aprendizagem;

V. atuar com co-responsabilidade na decisão sobre a possibilidade de avanço do aluno

para série/etapa subsequente ou retenção, após a apuração dos resultados finais,

levando-se em consideração o desenvolvimento integral do aluno;

VI. receber pedidos de revisão de resultados finais até 72 (setenta e duas) horas úteis

após sua divulgação em edital.

Conhecendo os aspectos legais é preciso o fortalecimento do conselho de classe com

base no diálogo como enriquecimento mútuo de avaliação coletiva de todo o processo

educacional. Veiga vê o conselho de classe como:

Instância coletiva de avaliação, como espaço da interdisciplinaridade é também um excelente lugar para o exercício da participação mediado pelo diálogo que visa ao envolvimento de todos no processo educativo da escola (VEIGA, 2007, p.12).

A Perspectiva de Avaliação Emancipatória a partir do Conselho de Classe

A partir destas considerações torna-se necessário e urgente uma perspectiva de

avaliação emancipatória a partir do Conselho de Classe. De acordo com Luckesi(2005) "a

escola hoje ainda não avalia a aprendizagem do educando, mas sim o examina”, para o autor

há uma diferença significativa entre os termos, onde examinar é uma atitude que opera com

desempenho final, os exames são pontuais, classificatórios, excludentes e autoritários,

enquanto que a avaliação opera com desempenhos provisórios, as avaliações são

diagnósticas, não pontuais, inclusivas e democráticas. Partindo destes conceitos e observando

a prática da avaliação nas escolas, pode-se dizer que hoje mais se examina do que se avalia,

porém, “considero que os professores desejam aprender a fazer de outra forma. E, para isto,

são necessárias duas coisas: formação e condições materiais de ensino ( LUCKESI, 2005, p.3)

Tendo como base as discussões de Luckesi (2005) sobre avaliação pode-se afirmar

que “não é o instrumento que caracteriza o ato de examinar ou o ato de avaliar, mas sim a

postura de avaliar ou examinar” . Ainda para o autor “os instrumentos de avaliação utilizados

hoje servem como instrumento de coleta de dados para a avaliação, pois descrevem o

desempenho provisório dos alunos” Luckesi (2005).

Ainda parafraseando Luckesi (2005) a avaliação tem como fim orientar e replanejar o

ensino e o professor no papel de avaliador é o responsável pelo processo, devendo levar em

conta que a avaliação deve ser formativa e voltada para o desenvolvimento dos educandos e

não para cumprir um aspecto burocrático. Está posto o desafio para a construção de uma

avaliação para emancipação. Há uma diferença entre o ato de “dar aula” e o ato de “ensinar”:

No ato de dar aula, espera-se que os participantes aprendam, no ato

de ensinar, deseja-se que eles aprendam e, por isso, investe-se na

busca desse resultado (LUCKESI, 2011, p. 22).

Ainda para o autor supracitado, o Projeto Político Pedagógico deve ser o plano que

dirige todas as atividades numa escola, sejam elas pedagógicas ou administrativas; ele unifica

e orienta as ações sendo assim, “este pode servir tanto a um projeto emancipatório como a um

projeto destrutivo do ser humano” (LUCKESI, 2011, p.25).

No cotidiano escolar muitas vezes, pensamos de forma inovadora, mas agimos de

forma tradicional acreditando que o ser humano já nasce pronto, esquecemos que ao

contrário, o ser humano é um ser em processo de formação, em movimento e que para que

ele possa aprender é necessário um estímulo e um investimento no ato de ensinar; os

conteúdos também devem ser pensados com este propósito ou seja “não são vistos por si

mesmos, mas a serviço da formação do educando”( LUCKESI, 2011, p.94).

O autor acima citado analisa que nos últimos 70 anos ocorreu uma mudança de termo

de examinar aprendizagem para o termo avaliar a aprendizagem dos alunos mas que esta

mudança ocorreu apenas a nomenclatura pois a ação continua a mesma, o que revela um

engano no entendimento e na prática. Assim:

Olhar para os atos de examinar e de avaliar na escola, tendo como

base a “busca de solução”, leva-nos mais uma vez a compreender que

se trata de atos opostos. Ambos revelam problemas; contudo, o

primeiro aprisiona-se neles e o outro subsidia ultrapassá-los

(LUCKESI,2011, p. 186).

Os exames focam-se nos problemas e acabam perdendo-se neles enquanto que a

avaliação volta-se para o futuro e assim para as soluções dos problemas diagnosticados de

modo a atingir os resultados desejados. Desta forma a avaliação é dinâmica e construtiva.

PÚBLICO-ALVO: Professores do C. E. Tancredo Neves

HORAS-AULAS: 6 horas presenciais + 3 horas não presenciais (leituras)

OBJETIVO GERAL:

Discutir a possibilidade de uma estrutura diferenciada para o Conselho de

Classe, a qual permita uma avaliação emancipatória na escola pública.

OBJETIVO ESPECIFICO:

Perceber os limites e as perspectivas do conselho de classe na atualidade;

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES:

Exposição através do data show, do Projeto de Intervenção Pedagógica, seus objetivos

e especificidades.

Para iniciar a reflexão assistiremos uma mensagem sobre a avaliação do desempenho

escolar que nos leva a refletir o quanto podemos melhorar em nossa prática a partir dos

desafios. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=yk94YrTQBIE acessado em

15/09/13 às 18:25.

Após a mensagem ouvir o que os professores pensam a respeito do Conselho de

Classe, mediar a discussão, mas deixar que discorram a vontade sobre o assunto.

Seguir o roteiro de questões abaixo para mediar a discussão.

Como acontecem os conselhos de classe em nossa escola?

Qual a participação dos pais e alunos no conselho de classe?

Qual a função do conselho de classe?

O tema avaliação tem a ver com conselho de classe? Em que aspectos?

Como está posto hoje, o conselho de classe atende a sua função?

Se não, porque?

O que fazer para que ele cumpra sua função?

Será possível usar o conselho de classe para avaliar a pedagogia da escola, em

vez de avaliar somente os alunos?

Pedir que os professores dividam-se em pequenos grupos e coloquem em uma folha

de papel um problema que eles visualizam no conselho de classe de sua escola. Em seguida

entregar os problemas descritos por um grupo para que o outro grupo encontre uma maneira

de minimizar este problema. Socializar no grande grupo as soluções encontradas.

Leitura do texto: Conselho de Classe: Reflexão da Prática Pedagógica o qual nos leva

repensar a estrutura do Conselho de Classe como espaço diagnóstico da prática educativa

com vistas a construir uma nova visão do processo de avaliação. Disponível

http://www.webartigos.com/artigos/conselho-de-classe-reflexao-da-pratica-pedagogica/62997/

acessado em 23/09/13 às 14:12.

Para encerrar o encontro assistir o vídeo: O Papel da Avaliação na Aprendizagem. O

qual faz uma breve e ampla reflexão sobre a avaliação que servirá para mediar a discussão

nos próximos encontros.

Disponível em http://www.youtube.com/watch?v=NyV47Ty3JzA acessado em 15/09/13

às 20:23

PÚBLICO-ALVO: Alunos das 5 turmas dos 9º anos diurno

HORAS-AULAS: 10 horas

OBJETIVO GERAL:

Discutir a possibilidade de uma estrutura diferenciada para o Conselho de Classe, a

qual permita uma avaliação emancipatória na escola pública.

OBJETIVO ESPECIFICO:

Analisar o que pensam os alunos a respeito do conselho de classe, sua função e como

este interfere no dia a dia da escola;

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES:

Questionar os alunos sobre o que pensam sobre conselho de classe, o que é,

qual seus objetivos, como se procede este momento. Após este questionamento solicitar que

os alunos escrevam suas ideias, angústias e observações sobre a avaliação para montarmos

um painel sobre a visão dos educandos acerca da avaliação. Assistir o recorte do filme: Entre

os muros da escola disponível em http://www.youtube.com/watch?v=DQq2Oj28OAI acessado

em 15/09/13 às 21:01. O filme do diretor Laurent Cantet conta a história de Fraçois e seus

colegas professores que preparam o novo ano letivo de uma escola da periferia parisiense.

Munidos de boas intenções, eles se apoiam para tentar manter vivo o estímulo de dar a melhor

educação a seus alunos. Na sala de aula, um microcosmo da França contemporânea, choque

entre as diferentes culturas dos jovens que por mais inspiradores e divertidos que sejam,

desanimam seus professores e os desestimulam com seus projetos de melhorias que

beneficiariam os adolescentes.

Voltar à discussão agora baseada no recorte do filme.

O que diz o Projeto Político Pedagógico e o regimento Escolar sobre Avaliação e

Conselho de Classe. Refletir sobre o que está posto no documento e o real do conselho de

classe.

Leitura do texto: Conselho de Classe: Reflexão da Prática Pedagógica o qual nos leva

repensar a estrutura do Conselho de Classe como espaço diagnóstico da prática educativa

com vistas a construir uma nova visão do processo de avaliação. Disponível

http://www.webartigos.com/artigos/conselho-de-classe-reflexao-da-pratica-pedagogica/62997/

acessado em 23/09/13 às 14:12.

Assistir ao vídeo: A avaliação ainda é um bicho-papão o qual, de forma sucinta, faz

uma reflexão sobre a função da avaliação tanto para professores quanto para alunos.

Disponível em http://www.youtube.com/watch?v=k3mjoqQiciE acessado em 17/09/13 às 00:04

Encerrar o encontro com algumas Tirinhas da Mafalda que, forma cômica retrata o dia

a dia dos educandos. Disponível em :

http://clubedamafalda.blogspot.com.br/2007_03_01_archive.html#.UjhCGou5fIU acessado em

17/09/13 às 08:53

Como finalização da discussão propor aos alunos a montagem de um teatro sobre a

avaliação, como se sentem neste momento. Poderemos encenar, por meio de um teatro um

momento de avaliação, a postura do professor e do aluno neste momento.

ETAPA 3

Conselho de Classe que espaço é

este?

Fonte:centenario.educacaoadventista.org.br

PÚBLICO-ALVO: Pais dos alunos dos 9º anos

HORAS-AULAS: 3 horas

OBJETIVO GERAL:

Discutir a possibilidade de uma estrutura diferenciada para o Conselho de Classe, a

qual permita uma avaliação emancipatória na escola pública.

OBJETIVO ESPECIFICO:

Possibilitar aos pais iniciarem a compreensão e a analise do processo de avaliação da

escola

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES:

Iniciar a reflexão sobre a importância do acompanhamento dos pais na vida dos filhos.

http://www.youtube.com/watch?v=iBAEZMp-tUM acessado em 19/09/13 as 20:16

Discutir com os pais como eles vêem a avaliação, qual o conceito sobre ela, como eles

viveram a avaliação enquanto estudantes, como eles percebem a avaliação na vida escolar de

seus filhos. Apresentar o teatro montado pelos alunos e algumas Tirinhas da Mafalda que, de

forma cômica retrata o dia a dia dos educandos. Disponível em :

http://clubedamafalda.blogspot.com.br/2007_03_01_archive.html#.UjhCGou5fIU acessado em

17/09/13 às 08:53.

Esclarecer aos pais, através de slides , a forma de avaliação da escola, sua base legal:

o Projeto Político Pedagógico e o Regimento Escolar, documentos que enfatizam a

necessidade de retomar e estruturar uma avaliação pautada na compromisso político.

Para tanto o Colégio Estadual Tancredo Neves deixa claro em seu Projeto Político

Pedagógico (2011) que:

...pretendemos uma avaliação que encontre-se permeadas pela concepção de

processo contínuo e sistemático que faz parte do processo ensino-aprendizagem

de forma a orientar o mesmo para que os educandos possam conhecer seus

erros e seus acertos, diagnosticando as dificuldades para poder planejar novas

atividades de forma a que todos alcancem os objetivos propostos.

Através de slides conceituar o conselho de classe com suas finalidades e objetivos.

http://www.youtube.com/watch?v=pea8wadt_B8

Momento para perguntas e esclarecimento de dúvidas.

Mensagem final.http://www.youtube.com/watch?v=K4KeOlRJG6A acessado em

19/09/13 as 20:25

PÚBLICO-ALVO: Funcionários

HORAS-AULAS: 3 horas

OBJETIVO GERAL:

Discutir a possibilidade de uma estrutura diferenciada para o Conselho de

Classe, a qual permita uma avaliação emancipatória na escola pública.

OBJETIVO ESPECIFICO:

Possibilitar aos funcionários refletirem e analisarem o processo de avaliação da

escola.

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES:

Mensagem inicial – A importância da participação dos funcionários para o bom

desenvolvimento de todo o processo educativo.

http://www.youtube.com/watch?v=gBRd5L2QOKI acessado em 19/09/13 as 21:09

Esclarecer aos funcionários, através dos slides abaixo, a forma de avaliação da escola,

sua base legal: o Projeto Político Pedagógico e o Regimento Escolar.

Através de slides conceituar o conselho de classe com suas finalidades e objetivos.

http://www.youtube.com/watch?v=pea8wadt_B8 acessado em 15/09/13 às 20:08.

Leitura do texto: Conselho de Classe: Reflexão da Prática Pedagógica o qual nos leva repensar

a estrutura do Conselho de Classe como espaço diagnóstico da prática educativa com vistas a

construir uma nova visão do processo de avaliação. Disponível

http://www.webartigos.com/artigos/conselho-de-classe-reflexao-da-pratica-pedagogica/62997/

acessado em 23/09/13 às 14:12.

Momento para perguntas e esclarecimento de dúvidas.

Vocês acreditam que alguns professores ainda utiliza a sua avaliação como

forma de controle da turma...

Há uma mudança comportamental nos alunos em dias de avaliação?

Mensagem final vídeo da música Bom Conselho de Chico Buarque de Holanda que

reflete sobre a importância de agi, de fazer as coisas acontecerem. Diaponível em:

http://www.youtube.com/watch?v=wkcYU699Jj0 acessado em 23/09/13 às 14:32

PÚBLICO-ALVO: Professores do C. E. Tancredo Neves

HORAS-AULAS: 6 horas presenciais + 3 horas não presenciais (leituras)

OBJETIVO GERAL:

Discutir a possibilidade de uma estrutura diferenciada para o Conselho de

Classe, a qual permita uma avaliação emancipatória na escola pública.

OBJETIVO ESPECIFICO:

Identificar a resistência no que se refere a compreensão do ensino e

aprendizagem do educando;

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES:

Reflexão inicial.

http://www.youtube.com/watch?v=-NQzQlPrQwQ acessado em 16/09/13 às 20:37

Slides (em anexo) para análise do Regimento e PPP no que se refere ao Conselho de

Classe e Avaliação.

Análise do recorte do filme: “Entre os muros da escola” disponível em:

http://www.youtube.com/watch?v=DQq2Oj28OAI acessado em 15/09/13 às 21:01. Neste

recorte podemos observar como se realiza um conselho de classe, na sua pior performance

onde o diretor Laurent Cantet conta a história de Fraçois e seus colegas professores que

preparam o novo ano letivo de uma escola da periferia parisiense. Munidos de boas intenções,

eles se apoiam para tentar manter vivo o estímulo de dar a melhor educação a seus alunos.

Na sala de aula, um microcosmo da França contemporânea, choque entre as diferentes

culturas dos jovens que por mais inspiradores e divertidos que sejam, desanimam seus

professores e os desestimulam com seus projetos de melhorias que beneficiariam os

adolescentes.

O texto: Projeto Político Pedagógico, Conselho Escolar e Conselho de Classe:

instrumentos da organização do trabalho, reflete sobre os instrumentos que organizam o

trabalho pedagógico e o conselho de classe como instrumento de participação. Disponível em:

http://www.anpae.org.br/congressos_antigos/simposio2007/176.pdf acessado em 23/09/13 às

14:36.

PÚBLICO-ALVO: Professores do C. E. Tancredo Neves

HORAS-AULAS: 8 horas presenciais + 2 horas não presenciais (leituras)

OBJETIVO GERAL:

Discutir a possibilidade de uma estrutura diferenciada para o Conselho de

Classe, a qual permita uma avaliação emancipatória na escola pública.

OBJETIVO ESPECIFICO:

Visualizar em que medida os professores se utilizam da avaliação qualitativa,

diagnóstica e processual;

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES:

Reflexão inicial: Você aprende

http://www.youtube.com/watch?v=ASX0sUAN7-A acessado em 19/09/13 as 20:21

E nós o que aprendemos no dia a dia? O que os alunos nos ensinam? O que nós

ensinamos para eles?

Vídeo: Redação de 800 palavras – Bob Esponja

http://www.youtube.com/watch?v=jPs5wa--eNc acessado em 16/09/13 às 23:11

Analisar, quantas vezes fazemos isto em sala de aula, não valorizamos o que os

alunos produzem, “deixamos pra lá” algo que colocamos como importante num primeiro

momento.

No vídeo sobre avaliação Celso Antunes discorre sobre a avaliação como um capítulo

importante do processo de ensino e aprendizagem, é a decorrência normal deste processo.

http://www.youtube.com/watch?v=U8FDY0Pn648 acessado em 16/09/13 às 23:54.

Discutir o que significa justiça e igualdade na hora de avaliar através da imagem

abaixo:

Disponível em: http://www.consciencia.net/gblog/tema/liberalismo/ acessado em 06/10/13 às

23:33.

Na sequência será realizada uma atividade partir da obra: Avaliar: repeitar primeiro,

educar depois de Jussara Hoffmann. A dinâmica se constituirá da leitura de alguns capítulos

que constituem a obra. Na oportunidade cada grupo de professor ficará responsável pela

leitura e sistematização das ideias principais para após, em plenária, expor e discutir com os

colegas os tópicos levantados. Seguem os capítulos a serem discutidos:

Capítulo 3 – Um passo pra frente, dois pra trás

Neste capítulo a autora reflete acerca do dilema para se efetivar as mudanças em

educação. Reflete ainda sobre as três etapas da mudança: resistência, ruptura da resistência e

tomada de consciência.

Capítulo 5 – Os pais na escola: participar ou decidir?

A autora questiona até que ponto os pais devem interferir nas decisões da escola pois,

segundo ela “Quem revela autonomia e competência no exercício de sua profissão alcança

credibilidade da sociedade e poder de decisão no que lhe compete” (HOFFMANN, 2013). Os

pais devem acompanhar a educação dos filhos mas isto não implica em interferir na decisões

da instituição.

Capítulo 7 – Volta às aulas: alunos ou pessoas, professor?

A discussão baseia-se na importância de se perceber o aluno como pessoa e não

como número, peso ou fardo. Para Morin (2002) “precisa-se distinguir explicação de

compreensão. Uma explicação descreve o ser humano como objeto. A compreensão exige

envolvimento, sentimento, relação humana”. O professor deve compreender seu aluno pois

este não é um objeto para ser explicado e sim um ser humano para ser compreendido.

Capítulo 8 – Tempo de admiração e não de reprovação

Neste capítulo Hoffmann destaca a importância de um bom professor para que a

aprendizagem se efetive de fato pois, ninguém aprende sozinho, é preciso conhecer bem os

alunos, conversar com eles, estar junto deles.

Capítulo 9 – Acesso ou permanência?

Aqui discute-se não o acesso a educação mas uma educação de qualidade onde

ocorra a compreensão do que o aluno não se apropriou, o que necessita maior atenção e

orientação para que este seja aprovado por ter atingido o conhecimento necessário naquele

momento.

Capítulo 10 – Enturmação

A discussão segue no sentido da especificidade de cada aluno, das diferenças

existente no ato de aprender e compreender os conteúdos.

Capítulo 11 – A escola quer alunos diferentes?

A autora reflete que é necessário valorizar as diferenças entre os alunos para promover

a diversidade do agir, do pensar, das formas de expressão, de viver e de aprender.

Capítulos 13 e 14 – Relatos de avaliação 1 e 2 :compreender e compartilhar histórias

“Os relatos de avaliação permitem a todos conhecer e refletir sobre caminhos

diferentes e singulares percorridos pelos estudantes de todas as idades” (HOFFMANN, 2013).

O que se pretende é garantir que cada educador, por meio do agir reflexivo, seja reconstrutor

das práticas avaliativas.

Capítulo 15 – Avaliação mediadora é formativa?

A discussão parte da “necessidade da tomada de consciência pelo professor de que o

ato de avaliar tem por base a interpretação do processo de construção do conhecimento”

(HOFFEMANN, 2013).

Capítulo 17 – Infância atropelada

Reflete-se neste capítulo sobre as concepções equivocadas de infância, do processo

de alfabetização e de desenvolvimento infantil.

ETAPA 7

Conselho de classe: reflexão

da prática pedagógica

A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.

Eduardo Galeano

PÚBLICO-ALVO: Professores do C. E. Tancredo Neves

HORAS-AULAS: 4 horas

OBJETIVO GERAL:

Discutir a possibilidade de uma estrutura diferenciada para o Conselho de

Classe, a qual permita uma avaliação emancipatória na escola pública.

OBJETIVO ESPECIFICO:

Proporcionar um momento de reflexão do coletivo envolvido no projeto.

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES:

Palestra Professora Mestra Sueli Ribeiro Comar e coquetel de encerramento.

AVALIACAO É COMPROMISSO SOCIAL COM A EDUCAÇÃO

Dissertar sobre o Conselho de Classe na perspectiva da avaliação emancipadora,

exige o reconhecimento de que esta dimensão do ensino, também é contributo da gestão

democrática, a qual pode possibilitar momentos de participação dos pais por meio de reuniões,

debates, esclarecimentos teóricos e práticos, definição de formas amorosas e políticas de

avaliação.

Mas esta conscientização demanda luta, tempo e dedicação de todos os envolvidos

com a educação e a escola. Temos que visualizar resultados positivos uma vez que desejamos

que a “herança” teórica e prática da nossa fala não se limita a cobrar da comunidade externa a

responsabilidade pelos fracassos da escola. Mais que isso, desejamos a construção de

espaços democráticos, de escolas abertas a novas ideias, afinal a escola é lugar de saberes e

sabores do aprender.

No que compete a concepção de homem que se quer formar com a avaliação, há que

se priorizar um homem crítico, participativo, reflexivo, compromissado, responsável, político e

atuante na sociedade. Por homem político podemos perceber o aluno que seja capaz de

reconhecer as relações de poder existentes na sociedade, mas que não se renda a elas. Para

esta construção, é preciso considerar a transmissão dos conhecimentos científicos.

Por tudo isso, avaliação precisa ser vista como uma ponte entre o meu desejo de

ensinar e o desejo de perceber a aprendizagem do aluno, porque esta não pode limitar-se a

questões de prova, mas na correlação do mundo das ciências com os fazeres do cotidiano, do

quintal e do mundo de cada um.

REFERÊNCIAS

BOBBIO, N. O Futuro da Democracia. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 2000.

HOFFMANN, Jussara. Avaliar: respeitar primeiro, educar depois. Porto Alegre, Mediação,

2013.

KRAUSE, Hélvia, T. Um possível caminho para a construção de formas de registro de

avaliação formativa. In. Revista Contrapontos. Vol. 07, nº 01, 2007.

LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola: teoria e prática. 5ª ed. Revista e

ampliada – Goiânia: MF Livros, 2008.

LIMA, Antonio Bosco de (org.). Estado, políticas educacionais e gestão compartilhada. São

Paulo, Xamã, 2004.

LUCKESI, Cipriano Carlos. Entrevista concedida ao Jornalista Paulo Camargo, São Paulo,

publicado no caderno do Colégio Uirapuru, Sorocaba, estado de São Paulo, por ocasião da

Conferência: Avaliação da Aprendizagem na Escola, Colégio Urirapuru, Sorocaba, SP, 8 de

outubro de 2005.

------------.Avaliação da aprendizagem componente do ato pedagógico.1ª edição. São Paulo:

Cortez, 2011.

PARANÁ/SEED Projeto Político Pedagógico do Colégio Estadual Tancredo Neves. Francisco

Beltrão, 2012.

PARO, Vitor Henrique. Gestão democrática da escola pública. São Paulo: Ática, 1995.

SEED/PR /Caderno Subsídio para Elaboração do Regimento Escolar. SEED/PR, 2010.

SME/Secretaria Municipal de fortaleza. Fórum Municipal dos Conselhos Escolares.

Conselhos Escolares em Movimento, Fortaleza, 2008.

CONCEIÇÃO, Marcos. V. et al . Gestão democrática da escola pública: possibilidades e

limites. In: UNIrevista,Vol. 01, nº 2:abril, 2006.

VEIGA. Ilma, P. Projeto Político-Pedagógico, Conselho Escolar E Conselho de Classe:

Instrumentos da Organização do Trabalho In: ANAIS da

anpae.org.br/congressos_artigos/simpósio/2007

SUGESTÃO DE SITES SOBRE AVALIAÇÃO

http://www.youtube.com/watch?v=8URNAtp4c-g acessado em 17/09/13 às 11:45

http://www.youtube.com/watch?v=v1mu3I6FiQs acessado em 17/09/13 às 11:45

http://www.youtube.com/watch?v=f5oxHVJuM5I acessado em 17/09/13 às 11:47

http://www.youtube.com/watch?v=vHVMf1rCnRg acessado em 17/09/13 às 11:52

http://www.youtube.com/watch?v=G5VEkMf5DRk acessado em 17/09/13 às 11:53

http://www.direcionaleducador.com.br/artigos/entrevista-jussara-hoffma acessado em 17/09/13

às 11:53

http://www.luckesi.com.br/artigosavaliacao.htm acessado em 17/09/13 às 11:53 acessado em

17/09/13 às 12:00

http://educacadoresemluta.blogspot.com.br/2009/12/vasconcellos-celso-dos-santos-

avaliacao_13.html acessado em 17/09/13 às 12:01

http://www.youtube.com/watch?v=yzmKEUJrico acessado em 16/09/13 às 23:57

http://www.youtube.com/watch?v=P5LRa8P6-Qk cessado em 17/09/13 às 00:06

Anexos

Anexo 1