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ALIMENTAÇÃO EQUILIBRADA EM PROL DA QUALIDADE DE VIDA DO ALUNO

Autora: Jussara Frank Pinto¹

Orientadora: Profª. Drª. Maria Silvia Bacila Winkeler²

Resumo O presente trabalho discute as ações pedagógicas no ensino de ciências especificamente no que diz respeito ao tema alimentação, uma vez que o que se ensina não condiz com a adesão dos alunos a uma prática saudável. É necessário que o aluno entenda ou aprenda (reaprenda) o significado e a importância de se comer bem (sem exagero), sensibilizando e adotando práticas de uma alimentação saudável, adotando novo estilo de vida, ampliando conceitos e principalmente que a prática adotada de uma alimentação equilibrada se estenda junto à família. O objetivo é investigar os significados de alimentação equilibrada a fim de desenvolver estratégias de ensino-aprendizagem para a prática alimentar equilibrada e sensibilizar os alunos e seus familiares para a mudança da cultura alimentar e, dessa forma, promover qualidade de vida e saúde dos sujeitos. A metodologia utilizada no presente trabalho apresenta uma abordagem qualitativa, direciona-se para pesquisa-ação participativa, sendo desenvolvidas atividades envolvendo as quatro fases da pesquisa-ação, por meio de discussões, pesquisas, análise e reflexões em classe, possuindo a intenção de resolver as questões do problema na prática, de forma ativa interativa e com a participação de todos os envolvidos, despertando um desejo real de mudança e possível solução do problema.

Palavras-chave: Ensino de Ciências; Alimentação Equilibrada; Prática Pedagógica; Cultura Alimentar. ____________________________ ¹ Professora da Disciplina de Ciências da Rede Estadual de Ensino do Paraná, participante do

Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) – 2013.

² Orientadora do PDE 2013, Professora da Universidade Tecnológica Federal do Paraná

(UTFPR), Curitiba-Paraná.

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APRESENTAÇÃO

O presente Artigo é o resultado de pesquisa e aprofundamento teórico-

metodológico proporcionado pelo Plano de Desenvolvimento Educacional-PDE, uma

proposta inovadora que venha articular o saber científico com o contexto histórico e

social do aluno e que proporcione um conhecimento científico contextualizado e

significativo. O Artigo apresenta resultados de uma proposta de trabalho

desenvolvida com alunos do 6º ano do Ensino Fundamental com a finalidade de

Investigar os significados de “alimentação equilibrada” a fim de desenvolver

estratégias de ensino-aprendizagem para a prática alimentar contrabalanceada e

sensibilizar os alunos e seus familiares para a mudança da cultura alimentar e,

dessa forma, promover qualidade de vida e saúde dos sujeitos.

A alimentação da população vem se alterando nos últimos anos, trocando

uma alimentação saudável por alimentos industrializados mais fáceis de preparar e

sem nutrientes que consigam suprir a demanda energética e nutricional diária.

Deixam de "gostar" de verduras, frutas e legumes, pelo simples fato de não terem o

hábito de comê-los, ou de não terem aprendido a conhecê-los (PAMPLONA, 2006).

O papel da família é de extrema importância quanto à adoção de uma alimentação

equilibrada rica em nutrientes, mas na maioria dos casos os mesmos criam o hábito,

em seus filhos, de trocarem uma alimentação saudável, por alimentos de pouca

qualidade nutricional. Observa-se, porém, que a influência da propaganda no

consumo de certos alimentos tem atingido a sociedade e o mais vulnerável aos

apelos promocionais de propaganda e publicidade que envolve a promoção de

diversos alimentos, como biscoitos, refrigerantes, fast-food e alimentos semiprontos

industrializados têm como público alvo o adolescente.

Sendo assim, é necessário que o aluno entenda ou aprenda (reaprenda) o

significado e a importância de se comer bem (sem exagero), sensibilizando e

adotando práticas de uma alimentação saudável, adotando novo estilo de vida,

ampliando conceitos e principalmente que a prática adotada de uma alimentação

equilibrada se estenda junto à família. É por isso que a educação alimentar

equilibrada é importante.

Cabe à escola como espaço onde o aluno tem acesso a informações e

oportunidades de reflexões sobre o conhecimento adquirido, atuando como um

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laboratório em permanente atividade de busca, de interrogações, assim cabe a ela

informar sobre práticas de uma alimentação equilibrada, considerada um desafio,

devido à situação econômica e do conceito cultural sobre alimentação saudável.

Diante disso, foi necessário desenvolver uma metodologia direcionada para

pesquisa-ação participativa, em que a alimentação equilibrada seja utilizada como

estratégia de intervenção para que o aluno desenvolva uma cultura alimentar diante

dos contextos contemporâneos para garantir qualidade de vida ao aluno. Isso

expressa uma característica que não pode ser desvalorizada na organização das

atividades de pesquisa nesta área e visam elevar a qualidade de vida do aluno e de

sua família. A estratégia desenvolvida mostrou-se bastante apropriada para a

produção do conhecimento em educação alimentar, sendo participativa devido à

intenção de observar criticamente a realidade a fim de melhorá-la ou buscando

soluções para o problema observado e na tentativa de que haja uma sensibilização

da adoção de uma alimentação equilibrada que se contrapõe diante dos conflitos

contemporâneos.

Diante de tais considerações, este artigo divulga um trabalho de pesquisa

realizado por meio de atividades desenvolvidas envolvendo as quatro fases da

pesquisa-ação (Fase Exploratória, Fase Principal/Planejamento, Fase de Ação e

Fase de Avaliação), por meio de discussões, pesquisas, análises e reflexões entre

os envolvidos (GIL, 2002). Justifica-se a pesquisa-ação uma vez que a situação

problema mobilizadora da pesquisa tem a gênese no cotidiano escolar,

diferenciando-se nessa singularidade da pesquisa participante. Segundo Dionne

(2007), o desenvolvimento local praticável nas comunidades consiste no

planejamento e na execução de diversas ações de ordem econômica, social,

educacional, ambiental e cultural para promover dinâmicas endógenas.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Uma alimentação equilibrada deve ser baseada em práticas alimentares que

assumam um significado social e cultural dos alimentos fundamentado em conceitos

básicos essenciais à manutenção do organismo humano. É necessário resgatar as

boas práticas em relação ao consumo de alimentos promovendo o bem-estar físico,

mental, moral e social para as pessoas possuírem boa saúde, conseguirem alcançar

os objetivos da vida e desempenharem diferentes atividades.

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Como lembra Lee (1996), os alimentos estão à disposição do homem para

garantir a sua sobrevivência, e devem ser consumidos sem exageros, isto é, em

quantidades corretas, horas certas e que tenha qualidade nutricional. Sem a prática

de uma alimentação equilibrada, é impossível a conservação de um bom estado de

saúde, pois o surgimento de várias doenças é resultado de uma alimentação

inadequada que o homem adquiriu ao longo dos anos.

Para Pamplona (2006), dependendo do tipo de alimento que o homem ingere

pode causar malefícios ou benefícios á saúde, dependendo da quantidade,

frequência e qualidade dos alimentos a saúde pode ser radicalmente afetada.

O homem evoluiu e consequentemente a alimentação ficou distante de seus

ancestrais. Com o surgimento de produtos industrializados o alimento fabricado

tornou-se mais prático e como consequência muitos aditivos químicos se fazem

necessários para tornarem-se atraentes e saborosos, além de ganharem vida maior

para serem expostos nas prateleiras dos supermercados.

Pamplona (2006) adverte que nas últimas décadas houve grandes mudanças

na alimentação quanto ao uso, gosto e hábitos alimentares. Geralmente o cardápio

escolhido tem excesso de calorias e desequilíbrio de nutrientes, salientado que o

consumo de alimentos de origem animal continua aumentando, com o incremento de

gorduras saturadas e colesterol, diminuindo a ingestão de vitaminas, certos minerais

e outras substâncias benéficas que estão incluídas nos alimentos em estado mais

natural.

Possuir uma alimentação equilibrada é sinônimo de uma vida saudável,

portanto ter bons hábitos alimentares e ser consciente sobre os riscos de doenças

causadas pela ingestão prolongada de alguns tipos de alimentos previne o

desenvolvimento de algumas doenças, como câncer, problemas cardíacos,

obesidade e outras doenças crônicas, como diabetes.

Assim, dependendo da frequência, quantidade e da qualidade dos alimentos

que consumimos a saúde pode ser extremamente afetada. De acordo, ainda, com o

Guia Alimentar para a População Brasileira do Ministério da Saúde (2005) o

consumo de alimentos está baseado na desigualdade social, exclusão social e a

pouca informação restringem a escolha de uma alimentação mais saudável e

adequada. A escolha dos alimentos é uma questão familiar e social, muitas vezes

não pela preferência e hábitos, mas pelo sistema de produção e abastecimento de

alimentos.

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Segundo Lee (1996), dados estatísticos afirmam que pelo menos 1/3 das

doenças na população possui origem na alimentação desequilibrada. Alguns países

industrializados, têm gasto exorbitância monetária na pesquisa e desenvolvimento

de um programa mais sadio de alimentação, exaltando que uma alimentação

adequada, com menos gordura e colesterol e mais fibras, pode aumentar em 6 a 8

anos a média de vida da população.

A influência da família no cardápio adotado pelos filhos possui significativa

importância, pois nos dias atuais em decorrência da mudança do estilo de vida e do

surgimento dos produtos industrializados começou a se optar por refeições rápidas,

muitas vezes “fora do lar”, em restaurantes, lanchonetes. Esta alimentação

considerada rápida e cômoda desvinculou a cultura da família sentar junto à mesa,

ocasionando mudanças de hábitos alimentares, tempo para as refeições e

consequentemente ausência de boas práticas alimentares. Os Parâmetros

Curriculares Nacionais (Brasil, 2008) orientam que a mídia através da propaganda

influi em diferentes hábitos de consumo de alimentos e medicamentos, sendo papel

da escola dar ao aluno conhecimentos para que o mesmo tenha capacidade de

agregar valore as informações recebidas e realize suas escolhas.

Segundo Carter (2003), as pessoas geralmente conseguem oferecer para sua

família alimentos básicos para suas refeições, embora forneçam calorias, eles não

são suficientes em termos de alimentos “formadores” e ”protetores”. As pessoas com

baixo poder aquisitivo possuem dificuldade em comprar carne, peixe, legumes e

frutas para consumir, mas poderão substituir por outros alimentos com os mesmos

valores nutricionais.

De acordo com a idade cronológica as necessidades alimentares se

diferenciam, Carter (2003, p.34) menciona:

Nossas necessidades alimentares mudam ao longo de nossas vidas. Nos primeiros anos de vida, são necessários muitos alimentos formadores e protetores, para formar um organismo forte e saudável. As crianças mais velhas que têm vidas ativas e laboriosas precisam de quantidades maiores de alimentos básicos para obter energia.

De acordo com Diogo (1995, p.15), disciplinar o consumo de alimentos é uma

forma de preservar o organismo que nos mantêm vivos. Manter uma alimentação

rica em nutrientes é estar bem alimentado. Uma alimentação equilibrada deve

passar por três conceitos: variabilidade, moderação e saber equilibrar a escolha dos

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alimentos consumidos. Nosso organismo necessita de sete nutrientes básicos:

carboidratos, gordura, proteína, vitaminas, minerais, fibras e água.

É importante que a escola assuma seu papel quanto a sua função social,

devendo ter um olhar permanente voltado à sociedade, fazer a ponte entre o seu

saber com a prática cotidiana do aluno, preparando-o para o exercício de cidadania,

ressaltando um ensino que crie conexão entre o que o aluno aprende nela e o que

faz fora dela. A escola assumindo a transformação faz com que a educação seja

compreendida como um ato social de mudança e avanço tecnológico pela

comunidade escolar enquanto função social. Para Gadotti (1997, p.47), sobre

autonomia da escola diz que: ”A autonomia admite a diferença, e, por isso, supõe a

parceria. Só a igualdade na diferença e a parceria são capazes de criar o novo."

Cabe, porém, á escola, não ficar indiferente ao processo de educação

alimentar para uma vida saudável, a mesma pode contemplar em seu projeto político

pedagógico, campanhas esclarecedoras da boa alimentação para serem

trabalhadas de modo interdisciplinar.

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998) existe a

necessidade de discutir no ambiente escolar, os conceitos de saúde e o que é

saudável, valorização de hábitos e estilos de vida, atitudes diante de questões

relacionadas à saúde, incluindo o tema alimentação e nutrição, com ênfase na

alimentação saudável e na promoção da saúde, reconhecendo a escola como um

espaço da formação de hábitos saudáveis e construção da cidadania de modo

contextualizado no cotidiano da experiência escolar.

Segundo Gadotti (1994, p.75), o projeto pedagógico das escolas sempre está

em construção, mostrando um novo modo de ver e fazer a escola, redefinindo a

atuação do educador, como ação integrada e interdisciplinar, repensando novas

formas de organização para as práticas pedagógicas. A Portaria Interministerial nº.

1.010 de 8 de maio de 2006, em seu artigo 2º diz que:

[...] uma alimentação saudável deve ser entendida como direito humano, compreendendo um padrão alimentar adequado, atendendo as necessidades biológicas, sociais e culturais dos indivíduos, de acordo com as fases de curso de vida e com base em práticas alimentares que assumam os significados socioculturais dos alimentos.

A escola assumindo a transformação faz com que a educação seja

compreendida como um ato social de mudança e avanço tecnológico pela

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comunidade escolar enquanto função social. O professor tem em mãos, em sua

função social, a possibilidade de conduzir o aluno a refletir sobre a importância da

prática da alimentação equilibrada, como estratégia da promoção da alimentação

saudável. Sobre a importância sobre a prática docente crítica argumenta Freire

(1996, p.22), “A prática docente crítica, implicante do pensar certo, envolve o

movimento dinâmico, dialético, entre o fazer e o pensar sobre o fazer”.

De acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica-ciência (2008),

os temas são orientados para que sejam abordados nas disciplinas de forma

contextualizada, articuladas com os objetos de estudo e sob o rigor de seus

referenciais teórico-conceituais. Para Freire (1996, p.22), ensinar: ”Ensinar não é

apenas transferir conhecimento, mas criar possibilidades para sua produção ou a

sua construção”.

É possível sensibilizar os alunos para adoção de boas práticas de uma

alimentação equilibrada, ao demonstrar a importância de uma alimentação saudável,

além de fazerem uma comparação dos alimentos que fazem parte da sua rotina

diária. É importante privilegiar os alunos com conhecimentos objetivos e práticos de

uma alimentação equilibrada, principalmente se estas forem estendidas à família.

METODOLOGIA

A metodologia utilizada no presente trabalho apresentou uma abordagem

qualitativa, direcionando-se para pesquisa-ação participativa. A alimentação

equilibrada, como estratégia de intervenção para que o aluno desenvolva uma

cultura alimentar diante dos contextos contemporâneos para garantir qualidade de

vida ao aluno. Isso expressa uma característica que não pode ser desvalorizada na

organização das atividades de pesquisa nesta área e visam elevar a qualidade de

vida do aluno e de sua família. Neste sentido é que entre outras modalidades da

investigação qualitativa, a pesquisa-ação-participativa mostra-se bastante

apropriada para a produção do conhecimento em educação alimentar, sendo

participativa devido à intenção de observar criticamente a realidade a fim de

melhorá-la ou buscando soluções para o problema observado.

Segundo Gil (2002, p.143), o planejamento da pesquisa-ação difere das

demais pesquisas não só por sua flexibilidade, mas, sobretudo envolve também a

ação dos pesquisadores e dos grupos interessados, nos diversos momentos da

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pesquisa, distanciando por essa razão dos princípios da pesquisa científica

acadêmica, privilegiando o lado conflituoso da realidade social. Assim sendo, a

metodologia da pesquisa-ação tem a intenção de resolver as questões do problema

na prática, de forma ativa e interativa, e com a participação de todos os envolvidos

com a pesquisa. Por isso, a pesquisa-ação é um desejo real de mudança.

Dentro desta mesma idéia, dividiu-se o processo de pesquisa-ação em quatro

principais etapas, com atividades desenvolvidas com os alunos que serão descritas

a seguir: fase exploratória, fase principal, fase de ação e fase de avaliação.

Fase Exploratória: Para saber um pouco mais sobre a alimentação diária

dos alunos foi realizada a divisão da turma em grupos de cinco e a tarefa atribuída

foi planejar um cardápio a ser oferecido durante um almoço em família. Cada grupo

apresentou seu cardápio mostrando quais os motivos da escolha dos alimentos

apresentados na tabela. Durante as exposições observou-se que as escolhas dos

alimentos para compor os cardápios não eram condizentes com os conceitos de

alimentação saudável.

No segundo momento desta fase foi aplicado um questionário dicotômico com

20 tópicos com o objetivo de conhecer e recolher informações com profundidade

sobre a alimentação diária dos alunos.

Fase Principal (Planejamento): No primeiro momento desta fase, foi

realizada a dinâmica da leitura do texto “Importância de uma Alimentação

Equilibrada”, o qual auxiliou os alunos a conhecerem e entenderem a importância

dos nutrientes para o bom funcionamento do organismo fazendo-se em seguida uma

reflexão através de um debate a respeito dos alimentos necessários à nossa

alimentação, bem como a importância também de variar os tipos de alimentos, já

que cada alimento tem uma combinação diferente de nutrientes. Percebe-se neste

momento que os alunos iniciaram a construção de conceitos sobre alimentação

saudável através das experiências vivenciada nas atividades anteriores.

Em um segundo momento, após a análise e reflexões do texto “Como

Alimentar-se Direito”, em seguida foi apresentado aos alunos em um quadro vários

alimentos que poderiam ser usados como sugestão da montagem de um cardápio

de um almoço a ser elaborado por grupo de cinco alunos. Em seguida os grupos

apresentaram suas reflexões para os colegas, baseadas em questões levantadas

pelo professor com a finalidade de gerar discussões entre a turma com: Que motivos

levaram o grupo a escolher os alimentos para fazer parte do cardápio? Um

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determinado alimento pode conter mais de um tipo de nutriente? Qual a principal

vantagem de possuir um cardápio balanceado? Observou-se através das

exposições dos grupos que as escolhas alimentares integravam os conceitos de

alimentação saudável.

Fase de Ação: No primeiro momento desta fase foi analisado e refletido o

texto “Cultura Alimentar” através da leitura pela turma sobre a diversidade de

alimentos consumidos por diversos países, provocando uma discussão que

ressaltou a importância histórica e cultural dos alimentos de determinadas regiões,

valorização e respeito aos costumes culturais de um determinado povo, permitindo

assim, aos alunos a reflexão sobre os novos hábitos alimentares e aprendessem

com elas que hábitos alimentares diferentes não possuem a característica de serem

melhores que os outros. Observou-se que durante as discussões, os alunos tiveram

a oportunidade de refletirem sobre seus hábitos alimentares e que despertou o

desejo de possíveis mudanças em suas atitudes para melhor quanto à adoção de

uma alimentação equilibrada, estendendo-se possivelmente, à família. Em seguida,

foi proposto aos alunos para que se organizassem em grupos para pesquisar a

alimentação e a diversidade cultural de determinados povos que contribuíram para a

alimentação dos brasileiros. Percebeu-se que com essa atividade, esclareceu-se ao

aluno de que a alimentação não é apenas uma necessidade biológica, mas um traço

cultural e principalmente, respeitar os hábitos alimentares de outras culturas. Em

seguida os grupos pesquisaram sobre um determinado povo, produziram um texto

com a coletânea de dados, expuseram oralmente para os colegas os resultados,

montaram cartazes e fizeram exposição na escola. Houve participação, motivação e

construção do conhecimento pelos grupos de alunos.

Em um segundo momento os alunos reuniram-se em grupos para refletirem e

discutirem o texto “Corpo saudável através de uma boa alimentação”. Na reflexão

foram levantadas as seguintes perguntas para os grupos: Vocês estão exagerando

no consumo de produtos industrializados? Os alimentos consumidos pela sua família

são escolhidos de acordo com o valor de nutrientes que possuem? Ao comprarem

produtos nos supermercados, vocês observam a data de validade e o estado de

conservação da embalagem? Após discussão e reflexão os grupos confeccionaram

um cartaz com dicas de uma alimentação saudável.

No terceiro momento desta fase foi proposto aos grupos de alunos a

elaboração de uma história em quadrinhos com o tema “Os cuidados com os

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alimentos para uma vida saudável”. Observou-se que por meio desta prática o aluno

se relaciona de modo diferente com o saber. É um momento de troca de

experiências e reflexões sobre diferentes percepções. Ao mesmo tempo em que há

troca de experiências ele aprende a decidir, a avaliar e fazer suas escolhas. Este

momento oportunizou os alunos de construírem individualmente e coletivamente o

conhecimento.

Em um quarto momento desta fase, foi proposto aos grupos de alunos a

criação de um teatro de fantoches e apresentação para as demais turmas da escola.

Foi importante para os alunos este momento, pois se oportunizou o momento de

ouvir e participar, ampliando o repertório, desenvolvendo a criatividade e adquirindo

novos conhecimentos. O intuito desta atividade foi alcançado, pois demonstrou que

através da forma lúdica é possível mostrar a importância de uma alimentação

equilibrada.

Fase de Avaliação: Nesta fase foi reaplicado o questionário utilizado na fase

exploratória sobre a adoção de uma alimentação equilibrada com o objetivo de

avaliar a reflexão dos alunos sobre as ações realizadas no projeto de intervenção.

Houve ainda, nesta fase um momento em que os alunos fizeram discussões e

reflexões sobre a importância de adotarem práticas alimentares que valorizem uma

alimentação equilibrada como forma de prevenção e desenvolvimento de futuras

doenças e que o conhecimento construído sobre alimentação saudável deverá ser

estendido as suas famílias.

RESULTADOS OBTIDOS

Aplicação do questionário foi realizada com 26 alunos do 6º ano A do ensino

fundamental no período da manhã, no Colégio Estadual Professora Irmã Antonia

Bortoletto Bianchini.

A coleta de dados por meio de um questionário dicotômico (20 tópicos) foi

aplicada em duas etapas, antes da aplicação do projeto (Fase Exploratória) e depois

da aplicação do Projeto de Intervenção (Fase da Avaliação), referente às escolhas

dos alimentos nutritivos e de boa qualidade, consumo de alimentos industrializados,

influência da mídia e consciência de uma alimentação equilibrada. Os comparativos

entre os resultados obtidos na aplicação e reaplicação do questionário seguem

abaixo:

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Tabela 1: Você realiza alguma atividade física?

Respostas Antes da aplicação do Projeto Depois da aplicação do Projeto

Sim 22 24

Não 04 02

Observa-se um pequeno aumento na realização de alguma atividade física

pelos alunos. Segundo Brasil, Ministério da Saúde (2006) considera-se que praticar

alguma atividade física associada a uma alimentação saudável, não só nos permite

prevenir doenças, mas alcançar uma real e efetiva qualidade de vida.

Tabela 2: Alimentação saudável é comer de tudo e sem limite de quantidade?

Respostas Antes da aplicação do Projeto Depois da aplicação do Projeto

Sim 20 08

Não 06 18

Após a aplicação do projeto de implementação a maioria dos alunos

entenderam que alimentação saudável é consumir alimentos diversificados (sem

exagero) e que contenham os nutrientes necessários para o bom funcionamento do

organismo. De acordo com Carter (2003), diferentes tipos de alimentos devem ser

consumidos juntamente com o alimento básico, para que nossas necessidades

calóricas e nutricionais sejam atendidas.

Tabela 3: Alimentos integrais fazem parte do seu cardápio?

Respostas Antes da aplicação do Projeto Depois da aplicação do Projeto

Sim 05 10

Não 21 16

Nota-se que a maioria dos alunos ainda não se sentem atraídos pelo

consumo de alimentos integrais. Brasil, Ministério da Saúde (2006), afirma que os

cereais, de preferências os integrais, as leguminosas e as frutas, legumes e

verduras, no seu conjunto, devem fornecer mais da metade (55% a 75%) do total de

energia diária da alimentação.

Tabela 4: Você tem o hábito de observar o rótulo e validade dos alimentos?

Respostas Antes da aplicação do Projeto Depois da aplicação do Projeto

Sim 15 26

Não 11 00

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Percebe-se que após a reaplicação do questionário os alunos

compreenderam a importância de se observar os rótulos e prazo de validade como

forma de prevenção de sérios prejuízos à saúde. De acordo com o Ministério da

Saúde (2006), a escolha dos alimentos mais saudáveis deve ser feita através da

leitura das informações nutricionais dos rótulos dos alimentos.

Tabela 5: As verduras fazem parte de sua refeição?

Respostas Antes da aplicação do Projeto Depois da aplicação do Projeto

Sim 22 25

Não 04 01

Deduz-se que a maioria dos alunos possui a percepção da importância de

incluir e consumir verduras em suas refeições diárias. Para Balbach (1993), o hábito

de consumir vegetal diariamente reduz o aparecimento de doenças crônicas

degenerativas.

Tabela 6: Você consome frutas todos os dias?

Respostas Antes da aplicação do Projeto Depois da aplicação do Projeto

Sim 20 23

Não 06 03

Visualiza-se que existe o hábito de consumo de frutas diariamente,

principalmente frutas de época devido ao baixo custo e da facilidade de aquisição.

Em consonância com Brasil, Ministério da Saúde (2006), as frutas são consideradas

um dos alimentos básicos na alimentação equilibrada.

Tabela 7: Toma 2 litros de água por dia?

Respostas Antes da aplicação do Projeto Depois da aplicação do Projeto

Sim 08 20

Não 18 06

Os alunos perceberam após a aplicação do projeto a importância de ingerir

dois litros de água por dia. Segundo Carter (2003), a água possui importância vital

para o ser humano mantendo o organismo saudável e com um bom funcionamento,

tornando-se indispensável para a vida humana.

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Tabela 8: Você troca uma salada de frutas por um pedaço de bolo?

Respostas Antes da aplicação do Projeto Depois da aplicação do Projeto

Sim 24 12

Não 02 14

Nota-se que houve uma redução no número de alunos que trocariam uma

salada de frutas por um pedaço de bolo. De acordo com Brasil, Ministério da Saúde

(2006), o consumo de açúcares simples não deve ultrapassar 10% da energia total

diária.

Tabela 9: Os alimentos que consome são influências da mídia?

Respostas Antes da aplicação do Projeto Depois da aplicação do Projeto

Sim 19 24

Não 07 02

Após a reaplicação do questionário os alunos demonstraram que o consumo

diário de alimentos não deve possuir interferência da mídia, mas sim, de acordo com

o seu valor nutricional. Segundo a Portaria Interministerial nº. 1010 (2009), no

ambiente escolar a oferta de alimentos não saudáveis deve ser restringida e também

proibida a publicidade desses produtos.

Tabela 10: Mastiga bem os alimentos?

Respostas Antes da aplicação do Projeto Depois da aplicação do Projeto

Sim 21 24

Não 05 02

Percebe-se que os alunos possuem o hábito de mastigar bem os alimentos

durante as refeições. Balbach (1993), afirma que é necessário escolher bem os

alimentos, comer com moderação e mastigar bem os alimentos.

Tabela 11: Tem prazer em consumir diariamente salgadinhos?

Respostas Antes da aplicação do Projeto Depois da aplicação do Projeto

Sim 23 12

Não 03 14

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Os alunos que ainda possuem prazer de consumir salgadinhos se

comprometeram a fazerem tentativas de consumo apenas uma vez por semana. Em

concordância com a Portaria Interministerial nº. 1010 (2009), salgadinhos de pacote

são considerados alimentos não saudáveis e deve ser proibida a publicidade desse

produto no ambiente escolar.

Tabela 12: Prefere refrigerante a sucos naturais?

Respostas Antes da aplicação do Projeto Depois da aplicação do Projeto

Sim 25 17

Não 01 09

Observa-se que houve um crescimento na preferência de sucos naturais em

relação aos refrigerantes após a implementação do projeto. A Portaria

Interministerial nº. 1010 (2009), menciona que refrigerantes são considerados

alimentos não saudáveis e podem ser prejudiciais à saúde, Portanto, deve-se evitar

a ingestão frequente.

Tabela 13: Considera o café da manhã uma das refeições mais importantes do seu dia?

Respostas Antes da aplicação do Projeto Depois da aplicação do Projeto

Sim 08 21

Não 18 05

Na reaplicação do questionário percebe-se que a maioria dos alunos

reconhece a importância do café da manhã como o momento em que o organismo

mais necessita de alimentos saudáveis. Segundo Brasil, Ministério da Saúde (2006),

para garantir a saúde deve-se fazer pelo menos três refeições por dia (café da

manhã, almoço e jantar), intercaladas com lanches saudáveis.

Tabela 14: Possui horário fixo para realizar as refeições?

Respostas Antes da aplicação do Projeto Depois da aplicação do Projeto

Sim 23 24

Não 03 02

Visualiza-se que a maioria dos alunos possui o hábito de realizar as refeições

em horários fixos. Em consonância com Brasil, Ministério da Saúde (2006), as

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refeições devem ser realizadas em grupo, consideradas ainda, como um momento

agradável e de socialização.

Tabela 15: Sua família consome verduras e frutas todos os dias?

Respostas Antes da aplicação do Projeto Depois da aplicação do Projeto

Sim 18 20

Não 08 06

Percebe-se que há rotina de consumir algum tipo de verduras e frutas

diariamente na família. Segundo a Portaria Interministerial nº. 1010 (2009), as frutas,

legumes e verduras são essenciais para a saúde e o Brasil possui riqueza e

variedade neste tipo de alimento.

Tabela 16: Em sua opinião sua alimentação é saudável?

Respostas Antes da aplicação do Projeto Depois da aplicação do Projeto

Sim 19 06

Não 07 16

Após a implementação do projeto a maioria considerou que a alimentação

diária, não era saudável. Segundo Brasil, Ministério da Saúde (2006), uma

alimentação saudável deve estar baseada em práticas alimentares que tenham

significado social e cultural.

Tabela 17: No preparo dos alimentos sua família evita excesso de gorduras?

Respostas Antes da aplicação do Projeto Depois da aplicação do Projeto

Sim 06 17

Não 20 09

Observou-se que houve redução de gorduras no preparo dos alimentos na

reaplicação do questionário. Carter (2003) lembra que as gorduras são necessárias

em pequenas quantidades para o organismo adulto e os alimentos devem ser

preparados de forma saudável, sem riscos com a saúde.

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Tabela 18: Gosta de consumir frituras?

Respostas Antes da aplicação do Projeto Depois da aplicação do Projeto

Sim 19 08

Não 07 18

Visualiza-se que houve redução no hábito de consumir frituras após a

implementação do projeto, percebendo-se que houve uma possível reflexão sobre

os conceitos de alimentação saudável. De acordo com Balbach (1993), deve haver

uma redução no consumo de alimentos preparados através de frituras, devido o

excesso de gorduras que podem causar danos à saúde, através do surgimento de

possíveis doenças relacionadas a uma alimentação não saudável.

Tabela 19: Prefere fazer um lanche rápido na hora do almoço?

Respostas Antes da aplicação do Projeto Depois da aplicação do Projeto

Sim 16 20

Não 10 06

Na replicação do questionário a maioria dos alunos demonstraram o

conhecimento da importância de almoçar e não fazer lanches rápidos no lugar de

uma refeição, comprometendo assim, o bom funcionamento do organismo. Segundo

Balbach (1993), para o bem da saúde, devemos reservar um tempo considerável

para o almoço e demais refeições, pois auxilia o organismo a possuir um bom

funcionamento.

Tabela 20: Costuma fazer as refeições assistindo TV?

Respostas Antes da aplicação do Projeto Depois da aplicação do Projeto

Sim 18 16

Não 08 10

Observa-se que a maioria dos alunos após a reaplicação do questionário

ainda possuem o hábito de comer assistindo TV, em vez de fazerem as refeições

com os familiares, desviando enfim, o foco que deveria ser na alimentação. Em

concordância com Brasil, Ministério da Saúde (2006) deve-se valorizar a importância

alimentar no ambiente familiar, permitindo a integração entre os membros da família,

bem como compartilhar o momento da alimentação de forma afetiva e saboreando

os alimentos, sem pressas.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A participação no PDE – Programa de Desenvolvimento Educacional foi muito

importante, pois através do aprofundamento teórico, elaboração do Projeto de

Intervenção e construção da Produção Didático-Pedagógica, buscou-se desenvolver

estratégias que mudassem a prática escolar para que houvesse uma possível

sensibilização quanto às mudanças dos hábitos alimentares dos alunos e de sua

família.

De acordo com o principal objetivo dessa pesquisa que era a construção de

conceitos sobre alimentação saudável, através da investigação dos significados de

“alimentação equilibrada” e uma possível sensibilização dos alunos e de seus

familiares quanto à adoção de hábitos alimentares em prol da qualidade de vida,

percebeu-se uma significativa construção de conceitos.

Percebeu-se que após a análise dos resultados do questionário de

reaplicação, houve uma possível sensibilização dos alunos em adotar hábitos

alimentares saudáveis e disseminação dos conceitos construídos sobre alimentação

saudável. Observou-se ainda, após a confecção de um cardápio em grupo, que as

escolhas alimentares integravam os conceitos de alimentação saudável.

Após a pesquisa alimentar de diversas culturas e a comparação com os

tempos contemporâneos, os alunos tiveram a oportunidade de refletirem sobre seus

hábitos alimentares, despertando o desejo real de possíveis mudanças. Na

elaboração de uma história em quadrinhos e apresentação de um teatro de

fantoches sobre “alimentação saudável”, entendeu-se que por meio destas práticas

o aluno se relacionou de modo diferente com os conceitos de alimentação saudável,

trocando experiências, decidindo, avaliando e fazendo suas escolhas alimentares.

De acordo com o problema observado em fazer tentativa a fim de mobilizar o

aluno a desenvolver uma cultura alimentar que se contrapõe aos apelos

contemporâneos, concluiu-se que os mesmos construíram conceitos condizentes de

uma alimentação saudável e com possibilidades de uma possível sensibilização

quanto às mudanças dos hábitos alimentares do aluno e da família.

Faz-se ainda necessário, que o Currículo Escolar seja repensado como um

todo, a fim de desenvolver estratégias de ensino-aprendizagem que contemplem

campanhas esclarecedoras da boa alimentação para serem trabalhadas de modo

interdisciplinar, mostrando enfim, ao aluno como buscar melhor qualidade de vida.

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REFERÊNCIAS

BALBACH, A. BOARIM, D. As Hortaliças na Medicina Natural. São Paulo; Ed. Missionária, 1993.

BRASIL. Diretrizes Curriculares da Educação Básica – ciências. Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Educação Básica. Paraná, 2008.

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Parâmetros Curriculares Nacionais (3º e 4º ciclos): Ciências Naturais. Brasília, 1998.

BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE: Guia Alimentar para População Brasileira promovendo a alimentação saudável. Normas e manuais técnicos: Brasília, 2006.

BRASIL. Secretaria de Educação e Secretaria da Saúde. Portaria Interministerial nº. 1010, de 8 de maio de 2009. Institui as diretrizes para a Promoção da Alimentação Saudável nas Escolas de educação infantil, fundamental e nível médio das redes pública e privada, em âmbito nacional. Brasília (DF). 8 maio 2009.

CARTER, Isabel. Alimentação Saudável. Tradução de Miriam Machado e Jean Perry Teddington; Ed. ©Tearfund, 2003.

DIOGO, Júlio. Emagreça com saúde sem fazer dieta insana. São Paulo; Ed. Nova Luz. 2006.

DIONNE, Hugues. A Pesquisa – Ação para o Desenvolvimento Local. Brasília: Liber Livro, 2007.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e terra, 1996.148p.

GADOTTI, Moacir. Escola Cidadã. São Paulo; Ed. Cortez, 1992.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

LEE, Sang. Saúde novo estilo de vida. São Paulo; Ed. Casa Publicadora Brasileira. 1996.180p.

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ROGER, Jorge Pamplona. O Poder Medicinal dos Alimentos. São Paulo; Ed. Casa Publicadora Brasileira, 2006.

THIOLLENT, M. Pesquisa-Ação nas Organizações. Ed. Atlas. São Paulo, 1997.

FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1967.