OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · Adaptação Curricular de Pequeno Porte para o...

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

Adaptação Curricular de Pequeno Porte para o Ensino de Ciências

para alunos do 9º ano do Ensino Fundamental Anos Finais.

Eliana Maria da Silva Guilhen Vieira 1

Marcelo de Carvalho2

Resumo:

O presente estudo relata as atividades realizadas durante o ano de 2014 referente a implementação pedagógica proposta no Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE). O objetivo foi desenvolver atividades diversificadas que pudessem contribuir para uma melhor compreensão e assimilação dos conteúdos “Músculos e Ossos”. Considerando a grande dificuldade que alguns alunos apresentam, principalmente os alunos que possuem dificuldades na aprendizagem e necessitam de auxílio constante. O projeto de intervenção pedagógica foi implementado no 9º ano do Ensino Fundamental, no período vespertino no Colégio Estadual Nilo Cairo, onde estão inseridos cinco alunos com dificuldades na aprendizagem comprovados por meio de laudo médico. Este artigo relata a experiência da aplicação de um material didático – pedagógico, contendo textos e atividades diversificadas que tem por finalidade despertar a criatividade e interesse dos alunos de forma lúdica. Na análise dos resultados ficou evidente que a utilização de um conjunto de estratégias planejadas desperta o interesse dos estudantes pelo conhecimento científico, levando-os a uma aprendizagem significativa.

Palavras Chave: Aprendizagem significativa. Atividades lúdicas. Dificuldades na aprendizagem.

Introdução

O projeto de intervenção pedagógica Adaptação Curricular de Pequeno

Porte Para o Ensino de Ciências para Alunos do 9º ano do Ensino Fundamental

Anos Finais, foi desenvolvido no Colégio Estadual Nilo Cairo, Ensino Fundamental,

Médio e Normal, numa turma do 9º ano do Ensino Fundamental, período matutino, o

qual conta com 38 alunos.

A ideia foi desenvolvida para auxiliar os alunos com dificuldades na

aprendizagem, e poder oferecer acessibilidade ao conteúdo pedagógico “Músculos e

Ossos” a todos os alunos.

A expressão dificuldades de aprendizagem é usada para referir condições

sócios-biológicas que afetam as capacidades de aprendizagem de indivíduos, em

termos de aquisição, construção e desenvolvimento das funções cognitivas, e

1 Professor Especialista Secretaria de Estado da Educação - SEED. ([email protected])

2 Professor Doutor Universidade Estadual de Londrina – UEL. ([email protected])

abrange transtornos tão diferentes como incapacidade de percepção, dano cerebral

e outros. Um indivíduo com dificuldades de aprendizagem não apresenta

necessariamente baixo ou alto QI: significa apenas que ele está trabalhando abaixo

da sua capacidade devido a algum fator (HAMMILL, 1990; KAVALE, FORNESS,

2000).

Neste sentido faz-se necessário rever o planejamento para adequar as

necessidades de cada aluno com dificuldades na aprendizagem e assim oferecer

acessibilidade ao conteúdo pedagógico a todos. “Adequar e propor recursos

adaptados e procedimentos diferenciados para cada necessidade significa

“envolvimento” com o fazer „‟(Manzini, 2007), neste sentido é necessária uma

adequação que venha favorecer os alunos e diminuir as diferenças dentro de uma

sala de aula.

Faz-se necessário uma adequação que venha a beneficiar os alunos

favorecendo-os e diminuindo as diferenças dentro da sala de aula. “Adequar e

propor recursos adaptados e procedimento diferenciado para cada necessidade

significa “envolvimento” com o fazer” (MANZINI, 2007 pág. 48).

Vale argumentar que nunca o tema inclusão esteve tão presente no dia-a-dia

da educação devido à sua necessidade urgente. Cada vez mais percebe-se que as

diferenças não só devem ser aceitas, mas também acolhidas como subsídio para

construção do cenário escolar onde a inclusão deve ser plena.

Pozo (2003) esclarece que uma das finalidades do sistema educacional é

proporcionar aos futuros cidadãos capacidades de aprender, para que sejam

aprendizes mais flexíveis, eficazes e autônomos e de acordo com as Diretrizes

Curriculares Básicas (2008), a Escola deve incentivar a prática pedagógica

fundamentada em diferentes metodologias, valorizando concepções de ensino, de

aprendizagem e de avaliação que permitam aos professores e estudantes

conscientizarem-se da necessidade de uma transformação emancipadora.

Desta maneira as atividades adaptadas caracterizam-se como importantes

ferramentas didáticas de auxílio aos processos de ensino e aprendizagem, que

contribuem como forças motivadoras para que o aluno construa um conhecimento

significativo, e o professor possa usar como ferramenta o lúdico.

O lúdico tornou-se objeto de interesse de pesquisadores em decorrência da

sua importância para a criança e da afirmação de que é uma prática que auxilia o

desenvolvimento infantil, contribuindo para superar as dificuldades de

aprendizagem, concentração, atenção, raciocínio e promovendo a construção ou

potencialização de conhecimentos. Para Silva (2006):

O lúdico deve permear a prática escolar, fluindo e manifestando-se na

criatividade. Portanto, é necessário que os adultos, pais e educadores

tenham convicção e levem a sério a importância do brincar, pois a criança em

idade pré-escolar começa a experimentar necessidades, em que os desejos

não realizáveis podem ser realizados por meio do brinquedo, como um

mundo imaginário, no qual a criança cria e imagina, e ao imaginar ela brinca,

pois o brinquedo proporciona a mediação entre o real e o imaginário.

MANJÒN et al (in BAUTISTA, 1997 p.61) trazem uma definição bem clara:

“Adaptações Curriculares são, antes de tudo, um procedimento de ajuste paulatino

da resposta educativa que poderá desembocar, ou não, conforme o caso, num

programa individual”. Neste sentido entende-se que qualquer modificação, por

menor que seja, é considerada uma adaptação curricular, pois pode perceber que

uma a mesma pode ter vários níveis de amplitude para favorecer as necessidades

educativas dos alunos.

Segundo Lirani et al (2010) existem dois tipos de Adaptações Curriculares, as

de Grande Porte e as de Pequeno Porte.

As Adaptações Curriculares de Grande Porte compreendem ações que são

da competência das instâncias políticas - administrativas superiores, já que exigem

modificações que envolvem ações de natureza política, administrativa, financeira

entre outras.

As Adaptações Curriculares de Pequeno Porte são modificações promovidas

no currículo pelo professor, de maneira a permitir e propiciar a participação efetiva

dos estudantes que apresentam necessidades especiais no processo de ensino e

aprendizagem, na escola regular, junto aos seus colegas de turma. São ações que

cabem ao professor programar em sua sala de aula, buscando favorecer a

aprendizagem de seus alunos.

Segundo as Diretrizes Curriculares da Educação Especial para a Construção

de Currículos Inclusivos.

[...] o desafio da participação e aprendizagem, com qualidade, dos alunos

com necessidades especiais, seja em escolas regulares ou em escolas

especiais, exige da escola a prática da flexibilização curricular que se

concretiza na análise da adequação de objetivos propostos, na adoção de

metodologias alternativas de ensino, no uso de recursos humanos, técnicos

e materiais específicos, no redimensionamento do tempo e espaço escolar,

entre outros aspectos, para que esses alunos exerçam o direito de aprender

em igualdade de oportunidades e condições (DCE, Educação Especial,

2006 p.66).

Entende-se que o conhecimento sistematizado pela educação escolar deve

oportunizar aos alunos idênticas possibilidades e direitos, ainda que apresentem

diferenças sociais, culturais e pessoais, efetivando-se a igualdade de oportunidades,

sobretudo em condições semelhantes.

A flexibilidade é outro fator que contribui para remoção das barreiras de

aprendizagem. Traduz-se pela capacidade do professor de modificar planos e

atividades à medida que as reações dos alunos vão oferecendo novas pistas

(CARVALHO, 2011).

A educação inclusiva, entendida sob a dimensão curricular, significa que o

aluno com necessidades especiais deve fazer parte da sala de aula regular, sendo

esta proposta diferente das práticas tradicionais da Educação “Especial” que ao

enfatizar o déficit do aluno priorizava a construção de um currículo empobrecido

desvinculado muitas vezes da idade cronológica do aluno com planejamento e

sistema de avaliação indefinido.

Nesse sentido deve-se priorizar um currículo que leve em conta a diversidade

e antes de tudo flexível e passível de adaptações sem perda de conteúdo, pautando-

se em uma ressignificação do processo de aprendizagem.

Neste contexto busca-se adotar medidas para garantir práticas necessárias

para a participação de todos os alunos com dificuldades de aprendizagem nos

diferentes espaços sociais, bem como o acesso ao conhecimento.

Vale ressaltar que as chamadas dificuldades de aprendizagens surgem na

maioria das vezes por situações sociais, ou seja, o meio em que convive, a família é

um canal para essa melhoria, pois o professor que é um especialista da área de

ensinar pode realizar algumas interferências, porém o chamado educador poderá

ser qualquer cidadão, pois educar todos tem essa capacidade, e professor é uma

profissão.

Neste sentido a proposta pedagógica desenvolvida proporcionou opções de

atividades que contribuíram para uma flexibilização curricular de pequeno porte.

Para Carvalho (2004) a flexibilização curricular pode configurar poucas ou

variadas modificações no fazer pedagógico, para remover barreiras que impedem a

aprendizagem e a participação dos alunos que apresentam dificuldades em seu

processo de escolarização.

Sendo assim, a construção de sistemas educacionais inclusivos busca o

efetivo direito de todos à educação, e requer novas formas de se elaborar e

organizar o trabalho do professor em sala de aula.

Segundo as DCE para Educação Especial (2006) para a Construção de

Currículos Inclusivos o que se quer demonstrar é que nenhuma intervenção será de

fato efetiva se for pensada a priori, descontextualizada da realidade do aluno

concreto, mobilizando ações colaborativas entre os diferentes segmentos do sistema

educacional.

Nesta perspectiva, quando não se adota uma proposta de ensino flexível e

coerente com a diversidade dos alunos, a inclusão escolar se resume à mera

inserção de alunos com necessidades educacionais especiais nas salas de aula

(CARVALHO, 2008).

As pequenas modificações promovidas no currículo pelo professor devem

favorecer e permitir a participação dos alunos que apresentam dificuldades na

aprendizagem e estão inseridos na escola regular. Essas pequenas modificações

devem ser implementadas em várias áreas e a qualquer momento durante o ano

letivo, proporcionando acesso a todos os alunos, não apenas no conteúdo ensinado,

mas também no processo de avaliação e no momento da elaboração do

planejamento escolar, pois o mesmo deve considerar a diversidade. Adaptações

Curriculares são ajustes realizados no currículo para que ele se torne apropriado ao

acolhimento das diversidades do alunado (GLAT, 2012).

Segundo Gouveia (2009) os princípios da Adaptação Curricular devem

priorizar os seguintes itens: O que o aluno deve aprender; como e quando aprender;

que formas de organização de ensino são mais eficientes e como e quando avaliar.

Desenvolvimento do Projeto:

APRESENTAÇÃO DO PROJETO: No mês de fevereiro de 2014, o projeto foi

apresentado à Direção Escolar, Equipe Pedagógica e aos alunos do 9º ano do

Ensino Fundamental Anos Finais. Foram trabalhadas diversas atividades que

pudessem contribuir para que houvesse uma melhor compreensão do conteúdo

estruturante “Músculos e Ossos”. Durante o período de aplicação foram trabalhadas

atividades que foram elaboradas para todos os alunos da sala de aula, não somente

para os cinco alunos que apresentavam dificuldades de aprendizagem comprovadas

por meio de laudo médico.

O projeto teve início com a apresentação do texto “Músculos e Ossos”. Nessa

atividade foi realizada leitura do texto. Cada aluno pôde ler um pequeno trecho e

logo após participaram de forma efetiva com comentários e perguntas coerentes ao

assunto em pauta. Foram abordadas questões referentes a lesões causadas por

práticas exageradas ou erradas de exercícios físicos, desgastes dos ossos, dores

lombares, má postura, sedentarismo e suas consequências para a vida;

osteoporose, artrose, fraturas, luxações e por fim medidas preventivas que

favoreçam a saúde, tais como: hábitos saudáveis diários, boa alimentação e

atividades físicas regulares.

Pudemos perceber que houve certa timidez durante a leitura por parte de

alguns alunos. Devido a esse fato foi solicitado que cada aluno lesse uma linha e o

próximo continuasse a leitura, isso resultou em uma participação maior da turma. O

objetivo dessa atividade foi repassar informações sobre o assunto de forma clara,

para que os alunos tivessem uma boa compreensão e pudessem se inteirar mais

sobre o conteúdo e assim criar um ambiente onde todos pudessem expor suas

dúvidas, sem constrangimentos. Nesse sentido foi considerado positivo o resultado

obtido nos questionamentos, bem como o acompanhamento da turma. Durante o

desenvolvimento da atividade, foram feitos questionamentos e discussões

constantes. A atividade teve duração de quarenta e cinco minutos, ou seja, uma

aula.

A) Recorte e Monte o Esqueleto. Nessa atividade foram distribuídos materiais

como: tesoura sem ponta, cola e Xérox do modelo do esqueleto humano para que

cada aluno recortasse o mais detalhado possível o desenho e montasse o

esqueleto, seguindo o modelo exposto no quadro em forma de um cartaz. Logo

após, escreveram o nome dos ossos no esqueleto para que pudessem ter uma

assimilação melhor da disposição dos ossos no corpo humano, noção do tamanho,

formato, posicionamento e o nome dado a cada osso. Foram necessárias duas

aulas para que essa atividade pudesse ser concluída, porém o resultado não foi o

esperado: dos 38 alunos da sala somente 21 entregaram a atividade concluída. Os

21 trabalhos entregues foram corrigidos, observando se a colagem estava correta

com a posição dos ossos no corpo humano e se os nomes haviam sido escritos nos

lugares corretos. Após isso, foram fixados na sala de aula com o nome do aluno que

realizou. Vale ressaltar que os cinco alunos com dificuldades de aprendizagem na

turma entregaram o trabalho no tempo determinado de noventa minutos. Pôde-se

notar na realização dessa atividade que os alunos em geral estavam preocupados

com a avaliação de outra disciplina, pois coincidiu com a semana de provas no

Colégio, o que de certa forma influenciou nos resultados, diminuindo a atenção dos

mesmos durante seu desenvolvimento. Isso demonstra que a aprendizagem envolve

muitos fatores, como o estado emocional do aluno, suas preocupações e até mesmo

problemas de saúde.

B) Encontre e Circule no Diagrama as Palavras. Na realização dessa

atividade observou-se que devido ao grau de facilidade, os alunos tiveram maior

participação e o tempo previsto foi excessivo. Realizaram-na com muito capricho,

pintaram as palavras encontradas e o desenho. Cada um realizou sua tarefa

individualmente. Desse modo foi possível perceber que atividades de fácil

compreensão são bem aceitas pelo grupo e contribuem para uma internalização de

conteúdos e que a ludicidade é primordial para que haja uma melhora na

concentração e na atenção dos alunos, o que refletiu no alto índice de acertos das

palavras e possibilitou que os alunos sentissem mais confiança na sua

potencialidade, expressando-se oralmente sem pudor de cometer erros e serem

criticados pelos demais colegas publicamente. Isso nos dá uma visão clara sobre a

importância de atividades lúdicas para uma aprendizagem significativa. O tempo de

duração foi de quarenta e cinco minutos. Durante esse período foi feita a correção

das palavras oralmente em sala, para que todos pudessem verificar seus acertos e

se necessário fazer as devidas correções.

C) Atividade quatro, foi proposto que pesquisassem, recortassem e colassem

os nomes dos principais ossos do esqueleto humano. Para isso foi distribuído uma

xérox para cada um com o nome de alguns ossos para que eles recortassem e

colassem os nomes na coluna esquerda da folha. Foi lido, explicado e dado

exemplos pelo professor de como deveriam proceder para a realização dessa

atividade. Com isso foi possível facilitar a compreensão dos nomes de alguns ossos

do esqueleto humano, melhorar a concentração e a atenção, de uma forma bem

descontraída. O tempo de duração foi de quarenta e cinco minutos, onde todos os

alunos realizaram e entregaram a atividade concluída. Feito isso, a atividade foi

recolhida pelo professor e corrigida observando se a colagem obedecia a disposição

correta dos ossos, conforme orientação anterior dada em sala de aula. Pôde-se

observar que os alunos se divertiram muito e realizaram com bastante empenho.

Recortaram, colaram, pintaram e entregaram dentro do prazo estipulado, sem que

fosse necessária a intervenção do professor na realização da mesma.

D) Caixinha de Ossos. A caixa foi passada pela sala de aula e cada aluno

retirou uma ficha, depois de ler o nome dos ossos da ficha, os alunos procuraram

seus pares, isto é, aquele que tirou a ficha com o nome do mesmo osso.

O objetivo era melhorar a compreensão do sistema esquelético, localizar

alguns ossos do corpo humano de uma forma lúdica e assim obter um resultado que

pudesse favorecer a aprendizagem e melhorar a socialização dos alunos que

apresentam dificuldades na aprendizagem, pois os grupos foram formados por

sorteio, impedindo a discriminação e exclusão dos mesmos. Para essa atividade, o

tempo previsto de quarenta e cinco minutos foi suficiente. O professor pôde avaliar

por meio da observação se houve motivação por parte dos alunos em sala, pela

participação e integração com os colegas, compreensão do funcionamento da

atividade, desempenho em identificar a posição correta dos ossos, sua forma de se

expressar perante os demais colegas e sua interação durante a apresentação.

E) Atividade seis, foi apresentado um filme sobre o funcionamento dos ossos

e músculos humanos da Superinteressante Coleção. Para a realização dessa

atividade foi usado a tv pen drive. O filme teve duração de vinte e cinco minutos, o

qual abordou a performance de um atleta de canoagem e mostrou o funcionamento

do corpo humano durante os treinos, frisando o desenvolvimento muscular e ósseo.

O principal objetivo foi mostrar o funcionamento do nosso corpo, principais

articulações, cuidados com a postura (coluna) importância de atividades físicas

frequentes para o desenvolvimento e o fortalecimento muscular e ósseo, medidas

preventivas para evitar doenças como osteoporose, lordose, esclerose. Foi solicitado

durante o filme que cada aluno fizesse anotações, e que trouxessem na aula

seguinte um resumo, relatando as partes que mais chamaram sua atenção e que

julgaram importantes, conforme sua compreensão.

Os relatórios foram recolhidos e lidos pelo professor, que pôde notar uma

grande dificuldade de redação por parte dos alunos, pois os relatórios foram

sucintos, o que demonstra que nem todos os alunos que chegam à segunda fase do

ensino fundamental são capazes de ler, interpretar e realizar todas as atividades

propostas com desenvoltura.

Um dos alunos que apresenta dificuldades na aprendizagem se destacou na

redação, citando partes importantes, isso demonstra ter havido uma boa

compreensão, anotações pertinentes ao assunto e boa expressão na escrita,

condizente com o que foi solicitado pelo professor. Os demais 37 alunos entregaram

o relatório e foram avaliados, considerando os critérios de escrita coerente, clareza

das ideias e objetividade no assunto.

Ao término de todas as atividades realizado pelos alunos, as mesmas foram

corrigidos e devolvidos à eles, para que pudessem rever seus acertos e erros e

assim usar o material para estudarem para a avaliação de Ciências, que seria

aplicada pela professora regente da turma durante a semana de prova.

Todos esses aspectos devem ser considerados para que haja uma

aprendizagem significativa.

Aprendizagem significativa é um processo por meio do qual um novo conceito

relaciona-se, de maneira substantiva (não-literal) e não-arbitrária, a um aspecto

relevante da estrutura de conhecimento do estudante (DCE Ciências, 2008)

Conclusão:

O desenvolvimento da unidade didática possibilitou um ensino mais

motivador, tanto para os alunos quanto para o professor.

As aulas apresentaram-se mais dinâmicas, onde a participação foi uma

constante. O entendimento da função muscular, bem como do ósseo, presente no

corpo humano foi obtido, refletindo-se no desempenho e no envolvimento

participativo dos alunos, conforme colocado. Ressalta-se que no processo de

construção do conhecimento, há vários fatores intervenientes como: fatores

emocionais, físicos, e nesse sentido, a educação lúdica motiva e amplia de maneira

significativa as possibilidades pedagógicas utilizadas, estimulando a curiosidade, o

pensamento e a autoconfiança.

As atividades pedagógicas foram bem produtivas e as discussões realizadas

com os alunos sobre os cuidados necessários com nossos ossos e músculos e as

consequências que podem surgir devido a uma má alimentação, sedentarismo ou

práticas de exercícios físicos errados, podendo causar prejuízos a nossa saúde

física foram válidas. Os alunos demonstraram interesse pelo tema e já terem

conhecimento prévio sobre a importância dos cuidados que devemos ter, alguns

citaram já praticarem exercícios físicos constantemente, fora as aulas de educação

física no colégio, outros disseram não praticar, mas que sabem dessa necessidade e

tem vontade de realizar algum tipo de exercício físico frequentemente. Essa

consciência e o fato de já praticarem atividades físicas facilitou muito o

desenvolvimento do projeto.

Considero positiva a escolha do tema acima citado, apresentado aos alunos

devido a sua importância na vida dos jovens.

Os alunos já tinham recebido algumas informações da professora regente da

sala, o que contribuiu para despertar o interesse em receber maiores informações.

As atividades desenvolvidas foram de fácil compreensão e realização, o que

motivou uma participação efetiva de todos os alunos, principalmente os cinco alunos

de inclusão constantes na sala, pois os mesmos se mostraram dispostos a participar

de todas as atividades e realizaram-nas com grande empenho, demonstrando assim

que é possível com uma adaptação curricular de pequeno porte bem planejada obter

um resultado satisfatório e uma aprendizagem significativa de todos os alunos, sem

que esses se sintam discriminados e desestimulados a dar continuidade aos seus

estudos, por se sentirem incapazes de acompanhar o nível dos outros alunos que

não apresentam dificuldades na aprendizagem.

Isso pode ser observado pelo fato de ter havido um envolvimento, interesse e

comprometimento por parte dos alunos com o tema, fazendo com que a

aprendizagem se tornasse mais significada, facilitando a compreensão e retenção

do conhecimento adquirido.

Outro fator importante foi o uso do lúdico nas atividades desenvolvidas, pois

auxiliou na compreensão e socialização, gerou uma grande satisfação e participação

por parte de todos os alunos envolvidos e despertou o interesse pelas atividades.

Esse é o principal objetivo de uma prática pedagógica diversificada que busca na

ludicidade seus fundamentos para que as aulas e os conteúdos se tornem

interessantes e motivadores, onde os alunos aprendam de uma forma desafiadora e

instigante, buscando divertir e ensinar ao mesmo tempo.

A implementação da Unidade Didática na referida escola contribui para

entender que é possível proporcionar uma adaptação curricular de pequeno porte,

seguindo as teorias educacionais e ver essa prática inserida na realidade escolar,

complementando o currículo, auxiliando na integração dos alunos que apresentam

ou não algum tipo de dificuldade na aprendizagem.

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