OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · 2016-06-10 · CARAMBEÍ E O PROCESSO DE ......
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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
CARAMBEÍ E O PROCESSO DE COLONIZAÇÃO HOLANDESA NO FINAL
DO SÉCULO XIX 1 Maura Regina Petruski
2 Dione Manosso Wujastyk
RESUMO: O presente trabalho enfoca o processo de colonização holandesa na cidade de Carambeí a partir do século XIX elencando os principais fatores que contribuíram para o crescimento do município e a influência cultural desses imigrantes nessa comunidade. Palavras-chave: Carambeí; colonização holandesa; imigração; memória.
INTRODUÇÃO
O presente trabalho integra o Programa de Desenvolvimento
Educacional – PDE, política pública do Estado do Paraná, o qual objetiva a
formação continuada dos professores através de uma relação dialógica entre
os professores da Rede Estadual de Ensino – Educação Básica e os
professores do Ensino Superior da Universidade Estadual de Ponta Grossa.
Esse busca relatar a aplicação do projeto de implementação
desenvolvido no município de Carambeí, no Colégio Estadual Eurico Batista
Rosas – EFM, com alunos do 9º ano do Ensino Fundamental, cujo objetivo foi
destacar aos alunos a importância da etnia holandesa na formação do
município, tendo em vista que até então muitos alunos viam os holandeses
como “metidos”, “intrusos”, “que se acham donos do lugar”. Diante de tal
identificação, percebeu-se a necessidade de transformar esse juízo de valor,
haja vista a relevância desse grupo étnico no desenvolvimento e crescimento
da cidade de Carambeí.
O tema trabalhado na unidade didática que norteou o projeto de
implementação foi “Carambeí e o processo de colonização holandesa no final
do século XIX” o qual será apresentado a seguir.
_________________________________________________________ 1 Orientadora de estudos – Prof.ª Dra. Universidade Estadual de Ponta Grossa – Pr.
2 Professora da rede estadual de ensino. Colégio Estadual Eurico Batista Rosas – Carambeí – PR
Os Holandeses em Carambeí
A compreensão do passado se faz necessário para o entendimento do
presente, pois é a partir dele que o indivíduo consegue elaborar o seu próprio
conhecimento, formulando seus próprios conceitos. De acordo com Jörn
Rusen,
[...] todos os seres humanos teriam uma necessidade antropológica de estabelecer um sentido de passado, uma orientação no tempo que permitiria ao ser humano uma localização espaço-temporal. É o que ele chama de consciência histórica que articularia o passado como experiência, dando sentido e caminhos para o presente e o futuro, a consciência histórica seria como um campo de ação orientado por este passado. É através das percepções que temos dos tempos passados que formamos nosso presente. As coisas que fazemos [...] remontam ao passado, ao mesmo tempo em que fazem parte do presente (RUSEN, 2001, APUD CAINELLI, 2005, p. 519).
Percebe-se deste modo que o passado, ou seja, as lembranças que se
têm dele são fundamentais na continuidade do percurso histórico, na formação
da história coletiva e acima de tudo social dos indivíduos em seu grupo social..
Dessa maneira, o passado só ganha sentido no momento em que se articula
com o presente observado, fazendo-se as conexões devidas entre os dois
tempos.
Também Edson Luis Teles aponta que:
[...] a memória, enquanto um modo do pensamento, torna-se ineficaz sem um quadro de referências que lhe permita reter o conhecimento. Essas referências são o acabamento que todo acontecimento vivido deve ter, suas reflexões, questionamentos e lembranças. Para que o presente possa usufruir dessa herança do passado é preciso que a memória seja articulada e retomada, com o fito de construirmos uma história e, dessa forma, fazer uso do “tesouro perdido”. Para entendermos melhor a importância da história e suas relações com a memória e o esquecimento no pensamento [...] é necessário fazer uma resenha de como esses conceitos se desenvolveram no percurso da experiência humana. (TELES, 2001, p. 3)
Entende-se através dessa citação do autor, que a memória necessita
ser permanentemente retomada para que o presente seja construído e
concebido a partir de uma perspectiva de construção histórica, inclusive história
local. A partir do conhecimento das origens de formação, de povoamento, de
colonização de um local é possível compreender toda sua dinâmica atual,
entendendo as teias que entrelaçam a história, o presente e o futuro.
Deste modo, para compreender o município de Carambeí que hoje se
vislumbra no cenário paranaense é preciso investigar suas origens e o modo
como os holandeses contribuíram para sua formação.
Localizado no estado do Paraná, na região dos Campos Gerais, as
terras que formam esse município fazia parte da rota dos tropeiros que ligava
através de picadas o Rio Grande do Sul com São Paulo (Sorocaba).
A chegada dos imigrantes holandeses nessa região está inserida no
processo imigratório realizado pelo governo brasileiro que se deu no século
XIX, pois neste período uma “massiva colonização europeia, principalmente no
Brasil meridional, onde puderam encontrar terras de dimensões e preços
generosos e um clima mais semelhante ao da Europa do que em outras
regiões brasileiras” (HOROCHOVSKI, 2010, p. 20).
Anos após sua chegada, mais especificamente em julho de 1925 foi
fundada a “Sociedade Cooperativa Hollandeza de Lacticínios”, sendo ela um
marco na história do Brasil por ser a primeira Cooperativa de produção, cujo
objetivo era vender o queijo e manteiga produzidos pelos colonos. O nome
“Cooperativa Mixta Batavo”, segundo Hendrick Kooy (1986), fazia referência à
denominação de um dos povos holandeses da antiguidade. Tais apontamentos
podem ser confirmados com o referencial apresentado por Horochovski:
Um marco essencial desse processo de consolidação de Carambeí é, sem dúvida, a fundação de uma cooperativa, em 1925, que viria a ser a Cooperativa Batavo, ou simplesmente Batavo, marca com que é reconhecida nacionalmente. O embrião desta que seria uma das maiores do país em seu gênero foi a Sociedade Cooperativa Holandesa de Laticínios, provavelmente a primeira cooperativa de produção brasileira, formada antes mesmo de o país ter uma legislação sobre o tema – esta só viria a aparecer em 1932. (HOROCHOVSKI, 2010, p. 23)
Diante da formação desta cooperativa os imigrantes comercializavam
queijo e manteiga nas cidades vizinhas e até mesmo em outros estados como
São Paulo, conforme aponta os mesmos autores:
Desde sua ocupação pelos imigrantes holandeses, [...] 1910, Carambeí tem uma economia fortemente caracterizada pela agropecuária, especialmente a produção de leite e derivados, dos quais o queijo e iogurtes são os carros-chefes (HOROCHOVSKI, 2010, p. 24).
Porém a ideia de cooperativismo supera essa mera formalização de
sociedade, assumindo um caráter muito maior e mais grandioso, abrangendo
inclusive, a vida social das pessoas.
Na vida de Carambeí, a cooperativa não atuava apenas na área econômica, mas sim, em toda parte social. Muitas vezes ela assumia as responsabilidades de uma prefeitura e outros órgãos públicos, cuidando da manutenção de linhas de telefone e energia, da conservação de estradas, da construção do clube e do campo de esportes, além das contribuições para a escola e a igreja. (KOOY, 1986, p.25)
Ainda hoje e possível perceber a unidade da colônia holandesa
em torno da cooperativa, tendo em vista que até os dias de hoje é frequente a
prática de reunir os descendentes dos primeiros imigrantes holandeses, de odo
especial cooperados da empresa Batavo para a realização de festas típicas,
gincanas, eventos gastronômicos, conforme ponta Horochovski:
[...] é possível depreender que a vida em Carambeí é plasmada tanto pela herança colonial dos imigrantes, fundamentalmente holandeses, quanto pela existência da cooperativa, a qual, direta ou indiretamente, todos estão ligados, profissional e afetivamente, quando não por laços familiares [...] além de garantir a sobrevivência material, a cooperativa exerce uma força simbólica que fortalece o sentimento de pertencimento a um grupo que compartilha uma história, uma memória, construída coletivamente e que encontra eco em diferentes formas de associação. (HOROCHOVSKI, 2010, p. 23)
A ideia de cooperativismo alavancou a economia do município e assim
sendo, no ano de 1954 os holandeses fundaram a Cooperativa Central de
Laticínios do Paraná - CCLP, responsável pela marca de laticínios Batavo,
internacionalmente conhecida e isso alavancou ainda mais a produção
pecuária e leiteira na cidade.
Vale destacar nesse cenário a importância das cooperativas,
entendidas como organizações que auxiliam o desenvolvimento econômico,
priorizando tanto a geração quanto distribuição de renda, bem como a criação
de empregos. Boesche (2010 p.13) aponta que:
No cooperativismo encontramos aspectos e essências para o seu perfeito desenvolvimento. Encontramos duas dimensões: uma „dimensão social‟ e uma „dimensão econômica‟. A dimensão social está relacionada às pessoas e a dimensão econômica à empresa em comum.
Esse modelo adotado em Carambeí gerou condições de um ambiente
próspero e formatou a linha de desenvolvimento econômico que liderou o
pensamento de emancipação de Carambeí, o qual se deu no ano de 1997,
quando foi desmembrada da cidade de Castro, passando a ter vida própria e
em constante crescimento.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Uma sociedade que pretenda ser de fato inclusiva deve promover práticas
que busquem respeitar as diferenças, sejam elas de qualquer espécie, inclusive
de etnia.
Os avanços tecnológicos, a globalização e toda modernidade observada
na sociedade implica em uma nova dinâmica social, que busque compreender as
diferenças existentes entre todos os indivíduos, cada um com sua singularidade,
unicidade, mas que integra o todo social.
Deste modo, o principal objetivo desse projeto de intervenção foi
possibilitar a compreensão dos alunos acerca do processo imigratório da etnia
holandesa para Carambeí, destacando a importância desse grupo para o
desenvolvimento da cidade, erradicando formas preconceituosas de compreensão
de sua presença em Carambeí, pois muitos alunos veem os holandeses como
pessoas prepotentes, arrogantes sem, no entanto, conhecer a história de lutas
travadas por eles, primando pela pluralidade cultural, entendida como
oportunidade de enriquecimento da história e da sociedade.
Isso foi comprovado quando, em uma das atividades realizadas
(Técnica da Tempestade Cerebral), a professora escreveu no quadro a palavra
“Carambeí”, e posteriormente a palavra “holandeses”, devendo os alunos
elencarem ideias alusivas às palavras. Nenhuma ideia referente ao processo
histórico de Carambeí foi mencionado, saindo apenas ideias relacionadas
àquilo que é visível aos olhos de todos, como por exemplo: ricos, casas
bonitas, carrões, donos de tudo, sobrenome de algumas famílias e menção a
alguns cargos de diretoria nas grandes indústrias locais (Cooperativa Batavo).
Ainda, alguns alunos colocaram que os holandeses eram “metidos”. Observa-
se neste posicionamento do alunos a necessidade de superar esses estigmas
construídos.
Diante da importância desse tema a implementação do projeto envolveu
não apenas os alunos do 9º ano, mas alunos e professores de todo colégio.
Todas as atividades realizadas nesse projeto buscaram promover não
apenas a apropriação do conhecimento mas, sobretudo, momentos diversos de
reflexão, onde o aluno pudesse compreender como se deu o processo imigratório
dos holandeses em Carambeí, as causas e consequências do mesmo.
O material em sua íntegra buscou uma retomada da história local,
revendo conceitos, retomando fatos, no intuito de desconstruir estereótipos
existentes.
Foram utilizadas nesse trabalho inúmeras imagens, textos e visitas à
locais que contam a história da formação de Carambeí a partir dos tropeiros e
dos primeiros imigrantes holandeses. Através da visita à Pousada Sinhara foi
possível aos alunos compreender de forma mais precisa a dinâmica do Ciclo
do Tropeirismo e a importância do mesmo. Também a partir da visita ao
Parque Histórico d Carambeí permitiu uma melhor compreensão do período em
que os holandeses imigraram para o Brasil, pois o espaço propõe-se à
valorização da memória sobre a importância da presença dos holandeses na
formação local e no desenvolvimento da agroindústria através da prática de
cooperativismo.
A cada atividade realizada, em grupos ou com o coletivo da sala de aula,
havia um momento de reflexão e posicionamento dos alunos de modo que fosse
possível observar a reformulação do seu entendimento acerca do tema, bem
como seu posicionamento diante da etnia holandesa.
A abordagem do tema alusivo ao cooperativismo permitiu o
entendimento da importância das cooperativas como um todo para o
crescimento local.
A partir dessa compreensão os alunos fizeram colocações de uma
experiência muito presente em suas vidas, pois muitos dos seus pais trabalham
na Cooperativa de Reciclagem formada em Carambeí, a qual surgiu com o
intuito de auxiliar as pessoas menos favorecidas, sendo que hoje gera muitos
empregos, auxiliando no sustento de muitas famílias, principalmente desta
comunidade.
Todos os materiais utilizados buscaram resgatar o passado a partir do
entendimento histórico do presente.
Todo o empenho dos alunos para a confecção de materiais diversos para
a exposição final realizada no fim dos encontros, intitulada A Colonização de
Carambeí – contribuição holandesa. buscou mostrar a releitura dos alunos sobre
o processo imigratório dos holandeses em Carambeí, pois os mesmos se
esforçaram para contentar o público de modo geral, principalmente os
descendentes da etnia holandesa.
De acordo com a aplicação do projeto foi possível constatar que os
imigrantes holandeses têm procurado manter sua cultura e os alunos
perceberam que isso advém de um processo de muita luta, e que, preservar a
história é algo importante para a compreensão da história local, e deste modo,
mesmo estando no Brasil, os holandeses preservam sua identidade,
resgatando de modo permanente suas origens.
Isso é facilmente observado em vários segmentos: gastronomia,
arquitetura, eventos sociais, etc. Carambeí é conhecido como “um pedacinho
da Europa no Paraná” pela população carambeiense, sendo a frase slogn de
campanhas de turismo da antiga administração municipal, recebendo tal
denominação pelos traços de diferentes etnias existentes na cidade,
principalmente a etnia holandesa, além do seu clima de inverno, parecido com
o clima europeu.
Desde os Parâmetros Curriculares Nacionais já se discute essa
questão, e as Diretrizes Curriculares reforçam essa perspectiva de estudo local
para o ensino de história no espaço escolar de Ensino Fundamental e Médio.
Neste sentido, percebe-se nessa perspectiva a existência de vários
sujeitos históricos e não apenas os grandes vultos advindos da historiografia
tradicional, destacando-se aí apenas a elite dominante. A história, pois, passa a
ser um espaço de todos, dominantes e dominados, constituindo o enredo
social. Além do mais, o trabalho com a história local torna a aprendizagem mais
significativa por destacar indivíduos que foram excluídos das narrativas
históricas presentes nos livros didáticos, pessoas “comuns” que, muitas vezes,
não percebem em suas ações o fazer histórico.
Deste modo, quando o professor aborda conteúdos temáticos numa
perspectiva de abordagem das histórias locais, desenvolve uma prática
pedagógica que busca compreender a dinâmica histórica e social das regiões
ou dos lugares onde os alunos vivem, inseridos nas histórias de outras regiões
ou cidades.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A realização da implementação foi uma oportunidade única de
compreender a importância de se resgatar a história de um povo para entender
a dinâmica social em que ele se encontra inserido.
Pôde-se perceber que os laços identitários fortalecem um povo e deste
modo, também a cidade onde o mesmo se encontra inserido.
O resgate da memória, da identidade de uma comunidade é
importantíssimo para que se possa compreender o passado e o presente,
projetando o futuro.
O que se percebe na atualidade é que, diante de todo avanço
tecnológico e de toda modernização as pessoas têm deixado de lado o
passado, desconhecendo-o ou não atribuindo a ele a devida importância.
É neste sentido que muitos segmentos que contribuíram para a
formação de Carambeí ficaram relegados ao esquecimento, como é o caso dos
tropeiros e dos imigrantes holandeses.
Porém, com a realização desse projeto, foi possível reavivar as ações
destes grupos, atribuindo a eles o real valor pela sua participação na história
local. Esse resgate é algo fundamental, pois permite que se tenha uma nova
visão acerca da dinâmica social existente.
Neste sentido, é possível afirmar que o conhecimento da história local
potencializa uma profunda reflexão sobre as ações dos indivíduos, suas lutas,
culturas, laços políticos, sociais e relações econômicas que expressaram ou
não a influência de uma historicidade regional, nacional ou mundial.
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