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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7 Cadernos PDE II

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7Cadernos PDE

II

Título: Ferreira Gullar: o poeta das indagações

Autor: Helena Dirce Sartori

Disciplina/Área:

Língua Portuguesa

Escola de Implementação do Projeto e sua localização:

Col. Est. Prof. Flávio Warken- Vila C- Foz do Iguaçu

Município da escola: Foz do Iguaçu

Núcleo Regional de Educação: Foz do Iguaçu

Professor Orientador: Prof.Drª. Martha Ribeiro Parahyba

Instituição de Ensino Superior: Unioeste

Relação Interdisciplinar:

Arte (pintura, música, vídeos)

Resumo:

O projeto de intervenção pedagógica com a temática sobre a poesia social de Ferreira Gullar trabalhará com os alunos do 3º ano do Ensino Médio, no Col. Est. Prof. Flávio Warken, com o objetivo de interpretar a poesia social desse poeta maranhense. José Ribamar Ferreira nasceu no dia 10 de setembro de 1930, na cidade de São Luís, capital do Maranhão. Em sua trajetória poética em 1975 publica a obra Dentro da noite veloz, nessa obra trará temas sociais, como o desemprego, fome, miséria e morte. A implementação será feita a partir das poesias gullarianas através das leituras, interpretações e produções poéticas dos alunos. Para a relevância do projeto, fazem-se necessárias algumas indagações: As poesias de Ferreira Gullar podem contribuir para melhores resultados ao que se refere à leitura e compreensão de poemas? Como Ferreira Gullar problematiza a realidade em sua poesia? O exame de tais indagações tem com suporte as reflexões de Ferreira Gullar (2008) e ocorrerá a partir da intervenção do professor como mediador, disponibilizando materiais impressos e o uso das TICs (Tecnologias de Informação e Comunicação) para pesquisa, para que os alunos possam

interrogar refletir e agir. A leitura poética pode contribuir para a emancipação do sujeito, possibilitando a oportunidade de aprofundamento e com isso ampliar seu conhecimento histórico e vocabular. Nessa perspectiva espera-se que as poesias de Gullar venham servir para instigar, desafiar e atrair o aluno para a prática da leitura poética.

Palavras-chave:

Leitura, poesia social, Ferreira Gullar,

produção e escrita.

Formato do Material Didático: Unidade Didática

Público:

Alunos do 3º ano do Ensino Médio

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA – PROFESSORA PDE – TURMA 2014

PROFESSORA PDE: Helena Dirce Sartori

PROFESSORA ORIENTADORA: Dra. Martha Ribeiro Parahyba

LÍNGUA PORTUGUESA

FOZ DO IGUAÇU – PR

2014

Ferreira Gullar: o poeta das indagações

Produção didático-pedagógica apresentada à Secretaria de Estado

da Educação – SEED, Departamento de Políticas e Programas

Educacionais, para cumprir as exigências do Programa de

Desenvolvimento Educacional – PDE, segundo período do Plano

Integrado de Formação Continuada, sob a orientação da professora

Dra. Martha Ribeiro Parahyba.

FOZ DO IGUAÇU – PR

2014

APRESENTAÇÃO DA UNIDADE DIDÁTICA

Esta Unidade Didática consiste em trabalhar oito poemas sociais do poeta

maranhense Ferreira Gullar, são eles (Meu povo meu poema, Agosto de 1964, O

açúcar, Não há vagas, Poema Brasileiro, Dois e Dois são quatro, Dois poemas

Chilenos, Exílio presentes na obra Dentro da noite veloz, publicada em 1975,

período do regime militar no Brasil (1964-1985). O poeta Ferreira Gullar teve sua

trajetória de exílio em Moscou, Santiago, Lima e Buenos Aires. Este trabalho tem

como objetivo proporcionar ao aluno a leitura e o estudo poético de cunho social;

aguçar a sensibilidade e instigar para a percepção da realidade, fazendo assim uma

interação do objeto de estudo e a vida. Através das atividades propostas espera-se

que o aluno enriqueça cultural e historicamente, lapidando a capacidade crítico-

reflexivo, e desse modo torne mais densas as suas argumentações.

Para direcionar metodologicamente esta proposta será empregada a leitura

conceitual poética contida na obra O arco e a lira de Octávio Paz, que define a

poesia e o poema na sua construção. Segundo Paz (2014) “O poema não é uma

forma literária, mas o ponto de encontro entre a poesia e o homem. Poema é um

organismo verbal que contém, suscita ou emite poesia”.

Ainda para Paz “Cada poema é único, irredutível e inigualável”. O objetivo

aqui é apresentar que cada poema é único e, portanto deve ser lido e estudado pelo

aluno como tal, Segundo as DCEs:

É preciso salientar a importância em diferenciar o texto poético dos demais textos devido as suas particularidades, como o seu valor estético, a sua temática, os sentimentos revelados, as suas figuras de linguagem e as suas intenções.(DCEs,Paraná, 2008.p.300).

Nesse sentido o professor precisa atuar como mediador, instigar o aluno para

que ele reflita e argumente a sua interpretação com autonomia.

Ao ler a obra Indagações de hoje de Ferreira Gullar nos permite suscitar a respeito

da história e cultura do Brasil possibilitando fazer uma reflexão sobre as

contribuições deste inquieto poeta, que tanto já contribuiu com a nossa literatura e

continua em um processo de atualização de seus temas. A partir dessas leituras foi

estabelecido que as aulas fossem desenvolvidas a partir dos poemas selecionados

de Ferreira Gullar para agregar possibilidades de interpretação e argumentação

serão inseridas músicas, obras de arte, fotografia, filmes e um poema de Carlos D.

de Andrade, permitindo que a intertextualidade esteja presente neste trabalho.

Assim observa-se a necessidade do professor ao trabalhar o texto poético estar

atento as suas particularidades, nessa perspectiva o professor segundo as DCEs

(2008) “antes de apresentar o poema aos alunos ele deverá estudar o poema,

apreciar, interpretar e fruir o poema”. Assim o texto poético quando apresentado aos

alunos será privilegiado para garantir a reflexão e levá-lo ao mergulho em sua

densidade e singularidade.

A Unidade será desenvolvida através da leitura e interpretação e produção

poética de cada aluno engajado no projeto que implementado em uma turma de 3º

ano do Ensino Médio, as aulas estarão dispostas numa carga horária de 32(trinta e

duas ) horas, subdivididas em 7 ( sete) unidades. Unidade 01- Meu povo meu

poema; Unidade 02-Agosto de 1964, Unidade 03-O açúcar; Unidade 04- Não há

vagas, Unidade 05- Poema Brasileiro, Unidade- 06 Dois e Dois são quatro, Unidade-

07 Dois poemas Chilenos e Exílio.

Embora uma citação longa, considero importante destacar o texto “Poesia e

Poema”, em O Arco e a Lira, de Otávio Paz, no site...

A poesia é conhecimento, salvação, poder, abandono. Operação capaz de transformar o mundo, a atividade poética é revolucionária por natureza; exercício espiritual, é um método de libertação interior. A poesia revela este mundo; cria outro. Pão dos eleitos; alimento maldito. Isola; une. Convite à viagem; regresso à terra natal. Inspiração, respiração, exercício muscular. Súplica ao vazio, diálogo com a ausência, é alimentada pelo tédio, pela angústia e pelo desespero. Oração, litania, epifania, presença. Exorcismo, conjuro, magia. Sublimação, compensação, condensação do inconsciente. Expressão histórica de raças, nações, classes. Nega a história, em seu seio resolvem-se todos os conflitos objetivos e o homem adquire, afinal consciência de ser algo mais que passagem. Experiência, sentimento, emoção, intuição, pensamento não-dirigido. Filha do acaso; fruto do cálculo. Arte de falar em forma superior; linguagem primitiva. Obediência às regras; criação de outras. Imitação dos antigos, cópia do real, cópia de uma cópia da Idéia. Loucura, êxtase, logos. Regresso à infância, coito, nostalgia do paraíso, do inferno, do limbo. Jogo, trabalho, atividade ascética. Confissão. Experiência inata. Visão, música, símbolo. Analogia: o poema é um caracol onde ressoa a música do mundo, e métricas e rimas são apenas correspondências, ecos, da harmonia universal. Ensinamento, moral, exemplo, revelação, dança, diálogo, monólogo. Voz do povo, língua dos escolhidos, palavra do solitário. Pura e impura, sagrada e maldita, popular e minoritária, coletiva e pessoal, nua e vestida, falada, pintada, escrita, ostenta todas as faces, embora exista quem afirme que não tem nenhuma: o poema é uma máscara que oculta o vazio, bela prova da supérflua grandeza de toda obra humana!

Como não reconhecer em cada uma dessas fórmulas o poeta que as justifica e que, ao encarná-las, lhes dá vida? Expressões do algo vivido e padecido, não temos outro remédio senão aderirmos a elas - condenados a abandonar a primeira pela segunda e esta pela seguinte. Sua própria autenticidade mostra que a experiência que justifica cada um desses

conceitos os transcende. Será preciso, portanto, interrogar os testemunhos diretos da experiência poética. A unidade da poesia só pode ser apreendida através do trato desnudo com o poema. Perguntando ao poema pelo ser da poesia, não confundimos arbitrariamente poesia e poema? Já Aristóteles dizia que "nada há de comum, exceto a métrica, entre Homero o Empédocles; e por isso com justiça se chama de poeta o primeiro e de filósofo o segundo". E assim é: nem todo poema - ou, para sermos exatos, nem toda obra construída sob as leis da métrica - contém poesia. No entanto, essas obras métricas são verdadeiros poemas ou artefatos artísticos, didáticos ou retóricos? Um soneto não é um poema mas uma forma literária, exceto quando esse mecanismo retórico - estrofes, metros e rimas - foi tocado pela poesia. Há máquinas de rimar, mas não de poetizar. Por outro lado, há poesia sem poemas; paisagens, pessoas e fatos podem ser poéticos: são poesia sem ser poemas. Pois bem, quando a poesia acontece como uma condensação do acaso ou é uma cristalização de poderes e circunstâncias alheios à vontade criadora do poeta, estamos diante do poético. Quando - passivo ou ativo, acordado ou sonâmbulo - o poeta é o fio condutor e transformador da corrente poética, estamos na presença de algo radicalmente distinto: uma obra. Um poema é uma obra. A poesia se polariza, se congrega e se isola num produto humano: quadro, canção, tragédia. O poético é poesia em estado amorfo; o poema é criação, poesia que se ergue. Só no poema a poesia se recolhe e se revela plenamente. É lícito perguntar ao poema pelo ser da poesia, se deixamos de concebê-lo como uma forma capaz de se encher com qualquer conteúdo. O poema não é uma forma literária, mas o lugar do encontro entre a poesia e o homem. O poema é um organismo verbal que contém, suscita ou omite poesia. Forma e substância são a mesma coisa [...]

[...] O poeta encanta a linguagem por meio do ritmo. Uma imagem suscita outra. Assim, a função predominante do ritmo distingue o poema de todas as outras formas literárias. O poema é um conjunto de frases, uma ordem verbal baseada no ritmo. [...]

Disponível: http://www.ufrgs.br/proin/versao_2/paz/index23.html. Acesso em 21 ago.2014

OBJETIVO GERAL

Estimular o pensamento crítico dos alunos através das leituras e

interpretações poéticas de Ferreira Gullar de modo a propiciar condições para

compreensão do período histórico que envolve a poética.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

. Apresentar as características e a estrutura presentes nas poesias gullarianas;

. Identificar as características sociais presentes nos poemas de Ferreira Gullar

( liberdade de expressão, desemprego, fome, a má distribuição de renda);

. Propiciar condições para que o aluno perceba,o ritmo a métrica,os versos e

estrofes que constituem o poema;

. Pesquisar fatos históricos referentes ao período que elaborou as poesias referente

à obra Dentro da Noite Veloz;

. Comparar os fatos sociais da poesia de Ferreira Gullar dos anos setenta com as

produzidas por ele na atualidade;

. Elaborar poemas de modo a desenvolver argumentação escrita similares da poesia

de Ferreira Gullar.

JUSTIFICATIVA

O presente projeto de intervenção pedagógica consiste em promover leituras

de poesias de Ferreira Gullar referentes ao contexto social que a obra Dentro da

noite veloz foi escrita, possibilitando assim aos alunos fazerem uma ponte com o

passado e o presente. Em busca de auxiliar no processo que contribua para a

formação de leitores de modo a despertar o gosto e a apreciação da leitura poética

gullariana, objetivando o desenvolvimento do sentimento, do pensamento crítico,

procurando levar o aluno a sua emancipação social. Ajudando-o na transformação

de si e da realidade na qual está inserido. Segundo Lajolo:

Por isso a leitura é importante, no currículo escolar: o cidadão, para exercer plenamente sua cidadania precisa apossar-se da linguagem literária, alfabetizando-se nela, tornar-se seu usuário competente, mesmo que nunca vá escrever um livro: mas porque precisa ler muitos. (Lajolo 2001, p.106).

Ao ler as palavras da autora, evidencia-se a importância da leitura poética em

âmbito escolar e as várias possibilidades de transformação que esta possibilita.

Acredita-se que a leitura mais coerente, com uma visão mais ampla de mundo,

oferecendo a oportunidade de aprofundar e ampliar seu conhecimento histórico e

vocabular. Nessa perspectiva espera-se que as poesias de Gullar venham servir

para instigar, desafiar e atrair os alunos para a prática da leitura poética.

ESTRATÉGIAS DE AÇÃO

O trabalho realiza-se por meio das estratégias:

. Divulgação do projeto para a direção e corpo docente, convidando-os a

participarem dele, desde o seu lançamento;

. Lançamento do projeto aos alunos do 3º ano do Ensino Médio, momento em que a

professora PDE utilizando-se de meios multimídias apresentará o poema de Ferreira

Gullar “Meu povo, meu poema”, com o intuito de que a poesia faça eco no íntimo

dos alunos e possibilite o despertar de sentimentos e reflexões;

. Explicação dos conceitos: poema e poesia, verso, estrofe, rima e a linguagem

figurada própria da poesia;

.Debate entre os alunos envolvidos a cerca de conceitos; possíveis interpretações

dos poemas; dificuldades de compreensão de vocabulário e figuras de linguagem;

.Elaboração de caderno contendo os poemas a serem trabalhados nesta Unidade

Didática;

. Uso do laboratório de informática para pesquisar sobre biografia de Ferreira Gullar,

e contexto histórico no momento em que elaborou a obra “Dentro de uma noite

veloz”;

. Produção individual de poemas com temática social tendo como referência as

poesias de Gullar;

. Elaboração um mural para a exposição dos poemas dos alunos.

AVALIAÇÃO

A avaliação será aplicada de forma contínua, processual enfatizando a

constatação qualitativa, em que a participação dos alunos em debates, em

pesquisas, em trabalhos em grupos ou individual, terá relevância para que os

mesmos possam perceber o seu progresso no decorrer do trabalho.

UNIDADE 01 –“Meu povo, meu poema” Leitura e interpretação de poemas de Ferreira Gullar

https://www.google.com.br/search?q=imagens+ferreira+gullar&client=firefox-

a&hs=znj&rls=org.mozilla:pt-BR:official&channel=fflb&biw=1366&bih Acesso em 11 ago de

2014.

https://www.google.com.br/search?q=imagem+livro+ferreira+gullar&client=firefox-

a&rls=org.mozilla:pt-

BR:official&channel=fflb&biw=1366&bih=634&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ei=0oJyV

K_CDYSmgwTevoHIBA&ved=0CBwQsAQ Acesso em 11 ago de 2014.

Professor (a):

Ao iniciar esta unidade didática, é conveniente que o aluno tenha

conhecimento do que é um poema. Mostre a eles as definições e a estrutura do

poema e trabalhe a definição de conotação uma vez que o poema esta impregnado

da linguagem conotativa. Mostre ao aluno a beleza de cada poema e como é

singular. Segundo Paz:

Cada poema é um objeto único, criado por uma “técnica poética” que morre no momento exato da criação. A chamada “técnica” não é transmissível porque não é composta de receitas, e sim de invenções que só servem a seu criador. ( Paz, 2014, p.25)

É importante salientar que a linguagem poética é caracterizada pela

subjetividade (expressão de emoções e sentimentos), pela polissemia (múltiplos

significados) e pelo uso de recursos sonoros, como o ritmo e rima. Pode ser usada

em textos em versos (poema). As palavras nos poemas podem ser empregadas no

sentido literal ou figuradas.

Trabalhar conceitos de poema, poesia, estrofe, verso, ritmo e rima.

http://www.coladaweb.com/literatura/poema-e-poesia. Acesso em 21 ago.2014

Poema, poesia, estrofe, verso, ritmo e rima.

Poesia: é, na realidade, a qualidade presente em certos artefatos culturais, capaz

de despertar o sentimento do belo e provocar o encantamento estético. Dessa

forma, a poesia pode estar em um conto, na cena de um filme, ou de uma

telenovela; nas artes plásticas, como a pintura, a escultura; ou, como reconhecia

Bandeira, nas ruas. Dizia o poeta: "Dois automóveis colidem, ou uma senhora

desmaia, ou um homem é assassinado... Paira no ar certo tumulto emocional,

criando uma atmosfera de poesia. Pois bem, o poeta suscita a mesma coisa, só

que mediante apenas uma colisão de palavras".

Poema: é o texto composto em versos (linhas breves) e estrofes, numa oposição

ao texto composto em prosa (linhas longas), isto é, composto em orações, períodos

e parágrafos. Sendo assim, é evidente que nem todo poema obrigatoriamente é ou

contém poesia. Assim como a boa prosa de ficção só é boa porque está carregada

de poesia.

Verso: cada linha de um poema.

Estrofe: conjunto de versos.

Rima é a coincidência de sons entre palavras, especialmente no final dos versos.

Ritmo: é a musicalidade existente no poema, a repetição de sons.

Explicar o sentido literal ( denotativo) e sentido figurado ( conotativo).

Denotação

A denotação tem como finalidade informar o receptor da mensagem de forma clara e

objetiva, assumindo assim um caráter prático e utilitário. É utilizada em textos

informativos, como jornais, regulamentos, manuais de instrução, bulas de

medicamentos, textos científicos, entre outros.

Ex: Ferreira Gullar é pseudônimo de José Ribamar Ribeiro

Conotação

Uma palavra é usada no sentido conotativo quando apresenta diferentes

significados, sujeitos a diferentes interpretações, dependendo do contexto frásico em

que aparece. É utilizada principalmente numa linguagem poética e na literatura, mas

também ocorre em conversas cotidianas, em letras de música, em anúncios

publicitários, entre outros.

Ex: Meu povo meu poema crescem juntos como cresce no fruto a árvore nova ,

No povo meu poema esta maduro como o sol na garganta do futuro.

http://www.normaculta.com.br/conotacao-e-denotacao. Acesso em 21 ago.2014

Eu-lírico: é o sujeito que fala no interior do poema, frequentemente confundido com

o próprio poeta.

Professor (a):

A ideia é apresentar aos alunos os poemas de Ferreira Gullar com o intuito de

sensibilizá-los e levá-los a reflexão, uma vez que será trabalhada a poesia social,

aquela que o escritor é influenciado pelo contexto social, pelos problemas que

envolvem a sociedade.

Ferreira Gullar é um dos poetas mais relevantes da literatura brasileira. As

suas obras ficaram marcadas principalmente pelas questões políticas e sociais. O

posicionamento político, inclusive, fez com que Gullar fosse exilado durante o regime

militar brasileiro. Antes disso, revolucionou a poesia com o neoconcretismo, teve a

ajuda de Hélio Oiticica e Lígia Clark para isso.

Um dos escritos mais importantes do autor, “Poema sujo” foi criado durante o

exílio na Argentina. O poema foi gravado e trazido clandestinamente para o Brasil. O

também poeta Vinícius de Moraes realizou reuniões privadas para apresentar a obra

aos que resistiam ao regime ditatorial.

O marxismo e a arte

O primeiro contato com as idéias de Marx fez com que o poeta se sentisse

envolvido. Segundo Gullar:

A sensação, que os outro a filósofos me davam, de que havia alguma coisa escamoteada em sua argumentação, não senti no pensamento de Marx. Era tudo claro e concreto. Era um pensamento que nascia da própria realidade. E eu lia tudo aquilo não como um filósofo ou político mas como um poeta e sentia que aquela abordagem da realidade me fecundava e enriquecia o meu modo de sentir e compreende o mundo. (Gullar, 1999, p.161)

A partir de leituras em Marx, Gullar passa a ter uma nova visão de mundo e

da realidade, essas leituras contribuíram para a produção poética, principalmente no

que respeito à poesia engajada.

Para ir além...

É interessante ao falar da poesia gullariana, falar de sua luta sobre a

linguagem, ao dar novas possibilidades aos vocábulos, de serem únicos, sendo

propícios a cada poema constituído. Nas palavras de Gullar (1989) É como se a

linguagem não existisse antes do poema: a leitura do poema seria a invenção da

própria linguagem, que nasceria com ele, nova, sem passado. Para chegar a

essência é preciso ousadia, assim deve ser o poeta ao tecer o seu poema. Segundo

Gullar:

Se diz e se repete que a linguagem poética é intraduzível em qualquer outra linguagem, mas frequentemente se tornam versos por aforismos e se montam sobre eles verdadeiras teorias.O poeta navega em águas turvas, se alimenta de ambigüidades e contradições; mastiga-as e cospe flores ou chamas.(Gullar, 1989, p.40).

Assim o poeta é inimigo e amigo das palavras, utiliza-as de acordo com seus

anseios, colocando cada palavra em seu devido lugar.

“Meu povo, meu poema” - Ferreira Gullar

Meu povo e meu poema crescem juntos como cresce no fruto a árvore nova No povo meu poema vai nascendo como no canavial nasce verde o açúcar ............................................................

GULLAR, Ferreira. Toda poesia / Dentro da noite veloz. Rio de Janeiro: José Olympio, 2000, p. 155.

Análise do poema:

O eu-lírico inicia o poema com o pronome possessivo adjetivo meu,sugerindo

fazer parte desse povo e nesse contexto o povo é revelado pelo poema do mesmo

modo que o poema é meio de reflexão do povo.O poema se constitui de metáforas

com o objetivo de dar beleza ao poema e de aplicar a subjetividade, de instigar o

leitor a reflexões.

Da preposição por contração no, o poeta aplica essa preposição no sentido

de depositar no povo expectativas de que este no decorrer do tempo vá se

emancipando, vá adquirindo consciência política e ao dizer que o poema nasce no

fruto = povo, esta dizendo que o poema nasce dentro, do interior do povo da cultura,

do conhecimento, angustias e expectativas. Segundo Paz

O poema nos revela o que somos e nos convida a ser o que somos. O poeta, por sua vez, atua de baixo para cima: da linguagem de sua comunidade à do poema. Em seguida a obra volta às suas fontes e se torna objeto de comunhão. A relação entre poeta e seu povo é orgânica e espontânea. (Paz, 2014 p.19).

Ao ler as palavras de Paz percebemos o envolvimento do poeta com o seu

povo e a importância do povo em participar do poema, pois é no poema que o povo

encontra espaço para dar sua voz.

Atividade Individual- leitura do texto

Compreensão do poema- “Meu povo, meu poema”

1) Todo poema vale-se de uma temática/ assunto. Conhecendo mais sobre o poeta

Ferreira Gullar, qual é a temática podemos identificar no poema? Justifique com um

ou mais versos:

2) Ao considerar o poema de Ferreira Gullar, quem cresce no fruto?Quem nasce

verde?Quem esta maduro? Por que o eu - lírico usou essas expressões?

3) Através do poema o poeta pretende afirmar que é do povo que germina o

conteúdo do poema? Por quê?

4) Considerando a quarta estrofe, podemos afirmar que o poeta diz que o povo se

reflete no poema ou é o poema que se reflete no povo? Explique:

5) Na última estrofe, o poeta devolve o seu poema ao povo. Com que objetivo?

6) Reescreva os versos que mais gostou e explique o porquê:

UNIDADE 02 - “Agosto de 1964”

Para ir além...

Para falar de poesia engajada, faz-se necessário falar da luta de Gullar em

dar voz social em seus poemas, colocando a representação política, cultural de

forma coerente e comprometida, exercendo uma postura ética e autêntica diante da

realidade brasileira.Segundo Gullar

Essa luta contra a alienção cultural e a dependência se defronta com enormes dificulades, que vão desde as da natureza cultural, instrumental e econômica até o exercício oficial da censura, cuja função básica é impedir que a cultura expresse a realidade do país. (Gullar, 1989, p.62)

Nessas palavras percebe-se o quão foi difícil o período de ditadura militar no

Brasil em relação às artes, porém é bom lembrar que foi o período em que as artes

mais estiveram vibrantes, não se mantendo omissa.

Professor (a):

Apresentar aos alunos entrevista com o poeta Ferreira Gullar.

Comentar sobre o poeta e sua contribuição na literatura brasileira. Falar sobre

o período conflituoso da Ditadura Militar e o que esse momento histórico representou

na vida e obra de Ferreira Gullar.

Falar aos alunos sobre Rimbaud.

Jean-Nicolas Arthur Rimbaud (Charleville, 20 de outubro de 1854 - Marselha, 10

de novembro de 1891) foi um poeta francês 1 . Produziu suas obras mais famosas

quando ainda era adolescente sendo descrito por Paul James, à época, como "um

jovem Shakespeare". Aos 20 anos já havia escrito 20 livros de poesia. Como parte

do movimento decadente, Rimbaud influenciou a literatura, a música e a arte

modernas. Era conhecido por sua fama de libertino e por uma alma inquieta,

viajando de forma intensiva por três continentes antes de morrer de câncer aos 37

anos de idade.

Disponível :http://pt.wikipedia.org/wiki/Arthur_Rimbaud Acesso em:11 de ago. de 2014

Características da Poesia Concreta

O texto passa a ser visual e trata de temáticas do Cotidiano, o espaço em

branco da folha e a forma do poema são pensados com atenção e criatividade pelos

escritores. Os artistas incorporam recursos que abrem múltiplas possibilidades

de construção e leitura, como ritmo, a abolição do verso, jogos com significados e

fonemas das palavras, ideogramas e trocadilhos.

Pode-se dizer que o Concretismo Poético influenciou muito na linguagem da

Propaganda, Diagramação, Paginação e Titulação de Jornais, Revistas e Livros,

além de musicas populares de Caetano Veloso e Gilberto Gil.

Entre os Autores mais conhecidos e influentes desse movimento estão

Ferreira Gullar, autor de Luta Corporal e Poema Sujo; Mario Chamie, autor de

Lavra-Lavra (1962) e Cassiano Ricardo; ha também Alvaro de Sá, Paulo Leminski,

Chacal, Ana Cristina Cesar, Augusto de Campos, Haroldo de Campos

e Décio Pignatari

Veja agora exemplos de Poemas Concretos:

Poema 01. Poema 02.

Augusto de Campos, 1962.

http://not1.xpg.uol.com.br/poesia-concreta-caracteristicas-poemas-e-autores-concretismo/ Acesso em 27 ago.2014

“Agosto 1964” - Ferreira Gullar

Entre lojas de flores e de sapatos, bares, mercados, butiques, viajo num ônibus Estrada de Ferro-Leblon. Volto do trabalho, a noite em meio, fatigado de mentiras.

...................................................................

GULLAR, Ferreira. Toda poesia / Dentro da noite veloz. Rio de Janeiro: José Olympio, 2000, p.170.

Análise do poema:

O sujeito lírico presente no poema se materializa, por meio de uma identidade

sentimental e uma identidade social. O poema é escrito em primeira pessoa do

singular (Volto do trabalho) como se estivesse narrando um fato nas primeiras

estrofes no decorrer do poema percebe-se que o poeta passa a usar os verbos na

primeira pessoa do plural, neste momento é como se ele incluísse o povo na luta

contra a opressão social e política. No último verso da terceira estrofe temos a

palavra artefato que conota tanto um produto de um trabalho manual, operário,

quanto um objeto artísticos ambos produzidos pelo trabalho humano.

Com o objetivo de nos apresentar o quanto é importante o trabalho, seja ele

braçal ou intelectual, ambos necessários para o desenvolvimento da sociedade.

Para, além disso, o poeta continua a ideia, inserindo os versos “um poema/ uma

bandeira” sugerindo uma relação implícita (um poema (é) uma bandeira), o poema

seria uma maneira de conscientização e de luta política. Segundo Paz:

O poeta não escapa à história, mesmo quando nega ou ignora. Suas experiências mais secretas ou pessoais se transformam em palavras sociais, históricas. O poema, ser de palavras, vai além das palavras, e a história não esgota o sentido do poema: porém o poema não teria sentido sequer existência sem a história [...] (Paz,2014,p.195-191)

Disponível: http://www.academia.edu/6686864/A_experi%C3%AAncia_pol%C3%ADtica_do_sens%C3%ADvel_em_Cesariny_e_Gullar - Acesso em 12 de Nov. de 2014.

Atividade individual – leitura do texto

Compreensão do poema - “Agosto de 1964”

1) Afim de auxiliar na compreensão do poema, liste todas as palavras que não

conhece o significado, para isso o somente o sinônimo que melhor condiz ao

contexto do poema.Use o dicionário impresso ou a sala de informática para realizar

a atividade.

2) A palavra viajo aparece em um verso sozinha, qual seria o objetivo do poeta ao

escrever desse modo?

3) É possível através do poema visualizarmos sensações emitidas pelo poeta?Quais

são elas? Comente:

4) Para o poeta o poema é uma bandeira? Como o poeta constrói a sua bandeira?

5) Pesquise o significado da palavra artefato e explique com que sentido o poeta a

usou em seu poema:

6) A partir da leitura da primeira estrofe é possível encontrarmos elementos que nos

remeterá ao assunto do poema? Por quê?

7) É possível verificar no poema, informações que remetem ao um período histórico

no Brasil. Que fato histórico ocorreu naquele momento? Comprove a sua resposta

com dois fragmentos do poema.

8) Explique os três primeiros versos da terceira estrofe:

9) Ao lermos a terceira estrofe é possível percebermos quais os elementos

necessários para se construir uma bandeira? Como o poema contribui para essa

construção?

Para que os alunos melhor entendam o período apresentar a música “Cálice” de

Chico Buarque no multimídia com imagens. Pedir para os alunos relacionarem os

elementos contidos na música que remetem ao poema.

Disponível: https://www.youtube.com/watch?v=13SqV1lQ-TQ Acesso em 30 ago.2014

Disponível: http://analisedeletras.com.br/chico-buarque/calice/ Acesso em 30 ago.2014

Atividade em Grupo – Leitura e Interpretação.

Formar cinco grupos e sortear uma estrofe da música para que cada grupo

explique os implícitos presentes nos versos da estrofe sorteada e apresentar para a

turma.

Implícito: Que se apresenta de modo obscuro; que está ou permanece

subentendido; que não se pode expressar formalmente; não declarado; obscuro,

oculto, tácito.

http://www.dicio.com.br/implicito/. (Acesso em 30 ago.2014)

“Cálice” - Chico Buarque

(refrão) Pai, afasta de mim esse cálice Pai, afasta de mim esse cálice Pai, afasta de mim esse cálice De vinho tinto de sangue

Como beber dessa bebida amarga Tragar a dor, engolir a labuta Mesmo calada a boca, resta o peito Silêncio na cidade não se escuta De que me vale ser filho da santa Melhor seria ser filho da outra Outra realidade menos morta Tanta mentira, tanta força bruta

..................................................

Disponível: http://analisedeletras.com.br/chico-buarque/calice/ Acesso em 30 ago.2014

Assistir ao vídeo da música com os alunos.

Disponível: https://www.youtube.com/watch?v=13SqV1lQ-TQ Acesso em 30 ago.2014

Instigando o debate

A repressão permanece ainda hoje em nossa sociedade? Como?

Como a juventude de hoje lida com isso?

Filme

Leve o filme: O que é isso companheiro? Para trabalhar com os alunos para que

os mesmos entendam o que foi o período de ditadura militar no Brasil.

Assistir ao filme: “O que é isso companheiro”?

Disponível: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/ Acesso em 30 ago.2014

(Sugestão: O professor se desejar, poderá trabalhar o poema maio de 1964)

UNIDADE 03- “O açúcar”

Para ir além...

Nesta Unidade há preocupação do poeta em relatar através de seu poema a

preocupação com o trabalho intelectual e o trabalho manual, em mostrar-nos o

desenvolvimento desses na sociedade moderna e a divisão de classes que esses

trabalhos ocasionam. Segundo Gullar:

Ao contrário de antes, quando tudo pertencia a todos, inclusive o conhecimento, agora os quase tudo possuem também o conhecimento- porque a classe que tem o domínio econômico da sociedade põe a maioria para trabalhar para ela, e dispõe de ócio para dedicar-se a reflexão e ao aprofundamento do conhecimento.( Gullar, 1989, p.145).

Essa reflexão é elaborada a partir das leituras em Marx, em que Gullar diz

organizar melhor seus conhecimentos de sociedade, cultura e arte.

Figura de palavra

Sinestesia- consiste na mistura de sensações e impressões percebidas por diferentes

órgãos de sentido humano. É uma espécie de metáfora.

Ex:

Vejo-o puro

e afável ao paladar

como beijo de moça,

água na pele,

flor que se dissolve na boca.

“O açúcar” - Ferreira Gullar

O branco açúcar que adoçará meu café

nesta manhã de Ipanema

não foi produzido por mim

nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.

Vejo-o puro

e afável ao paladar

como beijo de moça,

água na pele,

flor que se dissolve na boca.

Mas este açúcar

não foi feito por mim.

........................................................................

GULLAR, Ferreira. Toda poesia / Dentro da noite veloz. Rio de Janeiro: José Olympio, 2000, p.165.

Análise do poema:

O poema açúcar é constituído por vocabulário que sugere saboreá-lo como se

estivéssemos degustando o açúcar citado no poema. Com se estivéssemos

tomando um café e pensando nos fatos da vida. O eu- lírico faz uma reflexão sobre

o processo do açúcar até chegar ao açucareiro perfazendo o processo passivo que

o eu- lírico se encontra até o ativo que é o de quem produz o açúcar. Permitindo ao

leitor o questionamento do trabalho humano, sobre a sua importância que não existe

uma função maior, ou melhor. São todos trabalhadores desde quem plantam ao que

elabora o poema, todos precisam dar a contribuição para a sociedade.

O poema ainda é capaz de oferecer sensações como as provenientes do

açúcar ao ser saboreado. O poeta leva o leitor a fazer o percurso que o açúcar para

chegar até a sua mesa em Ipanema, os lugares distantes e vida difícil. Segundo Paz

Ao mesmo tempo, um poema que não lutasse contra a natureza das palavras, obrigando-as a ir além de si mesmas e dos seus significados relativos, um poema que não tentasse fazê-las dizer o indizível não passaria de simples manipulação verbal. ( Paz, 2014,p.191)

Assim é Gullar em seus poemas dizendo o indizível aquilo que muitas vezes

gostaríamos de gritar, porém nos falta coragem.

Disponível: http://www.ciencialit.letras.ufrj.br/garrafa/garrafa31/adonisnobrega_contextualizando.pdf

Acesso em: 05 de Nov.2014

Atividade em grupo - Expressão oral

O poema nos dá pistas de como é a vida de quem produz o açúcar

consumido por nós? Quais são elas?

Atividade individual – leitura do texto

Compreensão do poema- “O açúcar”

1) Quem é o eu - lírico e de que trata o poema?

2) A partir da leitura do poema é possível perceber a figura de palavra sinestesia

presente no poema.Retire do poema os versos que apresentam sinestesia e

explique a que sensações procuram abordar?

3) Ao escrever a poesia “Açúcar”, Ferreira Gullar lançou mão da antítese, uma figura

de linguagem que aparece neste texto.

Transcreva os versos em que esta figura de linguagem se apresenta.

Que sentido emerge a partir da utilização desta figura na poesia?

4) O eu poético é um homem que vive no espaço urbano, porém demonstra

preocupação com o homem que vive no espaço rural. Como nos é apresentada essa

preocupação no poema?

5) É possível perceber o distanciamento espacial entre o homem do campo e o

homem da cidade no poema? Considerando a voz poética está em Ipanema ( litoral

do Rio de Janeiro) e o usineiro está em Pernambuco.Qual é a finalidade do poema?

6) O poeta afirma que os canaviais não nascem por acaso. O que ele quis dizer com

essa afirmação? Comente:

7) De acordo com o poema como são as condições de trabalho dos cortadores de

cana no Brasil?

8) O poeta através de seu poema tenta nos mostrar como o trabalho de cada um é

importante na sociedade. Como ele faz isso em seu poema incluindo o seu próprio

trabalho? Argumente:

9) O produto do trabalho- o açúcar- é apresentado como algo branco que é doce e

puro,agradável como um beijo de moça, como uma flor que dissolve na boca.Que

imagens o poeta apresenta em oposição à doçura do açúcar? A quem elas se

referem?

10) Pesquise sobre o modo de produção de açúcar na colonização e o modo de

produção hoje. O que mudou?Teve alguma melhora nas condições de trabalho dos

cortadores de cana? Quais?

http://www.cp2.g12.br/concurso/docentes/publico/2006/prova_atual/Discursiva_1SEG.pdf acesso em 24/09/14

Atividade:

Para entendermos melhor a vida dos cortadores de cana para a produção do

açúcar. Assistir ao filme “Migrantes” de Beto Novaes.

Cândido Portinari foi um dos pintores brasileiros mais famosos. Este grande artista

nasceu na cidade de Brodowski ( interior do estado de São Paulo), em 29 de

dezembro de 1903. Destacou-se também nas áreas de poesia e política.

Características principais de suas obras:

- Retratou questões sociais do Brasil;

- Utilizou alguns elementos artísticos da arte moderna europeia;

- Suas obras de arte refletem influências do surrealismo, cubismo e da arte dos

muralistas mexicanos;

- Arte figurativa, valorizando as tradições da pintura.

Disponível: http://www.suapesquisa.com/biografias/portinari.htm Acesso em 10/out./2014.

Imagens que explicam

O objetivo ao apresentar a obra Os Retirantes é mais uma possibilidade de

mostrar aos alunos a vida difícil de quem se propõe a trabalhar nas lavouras de cana

de açúcar.

Obra: Os Retirantes é uma das obras mais famosas de Portinari feita a Óleo

sobre tela 190 x 180 cm produzido em 1944.

Cândido Portinari conseguiu retratar em suas obras o dia a dia do brasileiro

comum, procurando denunciar os problemas sociais do nosso país (intenção não

muito diferente dos demais quadros). No quadro Os Retirantes, Portinari expõe o

sofrimento dos migrantes, representados por pessoas muito magras e com

expressões que transmitem sentimentos de fome, miséria e tristeza.

Os retirantes fugiram dos problemas provocados pela seca, pela desnutrição e

pelos altos índices de mortalidade infantil no Nordeste. Assim sendo, contribuíram

para essa migração a desigualdade social, no Nordeste.

Figura 1 - www.google.com.br/search?q=obras+de+arte+sobre+mortalidade+infantil

Os poemas desta produção didática relacionam-se a imagens que explicam,

apóiam e acrescentam informações aos poemas que acompanha.

Compreensão da obra: “Os Retirantes”

1)Que imagem sobressai no quadro? O que ela simboliza?

2) O que você nota de surpreendente na imagem? Comente:

UNIDADE 04- “Poema Brasileiro”

Para ir além...

Aqui o poeta demonstra preocupação em apresentar para o Brasil uma

mazela social, que é a mortalidade infantil e que encontra em seu poema meio para

conscientizar as pessoas que não é um problema regional, mas de toda a

sociedade.Nas palavras de Gullar:

É nessa relação com o processo social, com o problema da fome, da reforma agrária, do imperialismo, do favelado, que minha linguagem foi se constituindo (. Gullar, 1989, P.132).

Para Gullar a visão que aplica em fazer poemas é esta de homem histórico,

de vida histórica, a poesia deve nascer do cotidiano, do chão da vida, da realidade

que cerca sua gente. Por acreditar que o governo deve fazer a sua parte, porém não

vai resolver o problema por se tratar de um problema que é todos, todos devem

estar envolvidos, é assim que se produz cultura brasileira.

“Poema Brasileiro” – Ferreira Gullar No Piauí de cada 100 crianças que nascem 78 morrem antes de completar 8 anos de idade No Piauí de cada 100 crianças que nascem 78 morrem antes de completar 8 anos de idade .............................................................................

GULLAR, Ferreira. Toda poesia / Dentro da noite veloz. Rio de Janeiro: José Olympio, 2000, p.159.

Análise do poema:

Este poema é iniciado pela preposição No por contração que tem a função

de indicar lugar, assim o uso intencional do autor ao usar a preposição para situar o

local onde as crianças acabam por morrerem antes de completar oito anos de idade.

O poema ao ser lido é apresentado como se fosse uma notícia de um fato

corriqueiro e tal fato se consolida na última estrofe quando o eu - poético faz uso da

repetição. Segundo Paz:

O poema se oferece como um círculo ou uma esfera: algo que se fecha sobre si mesmo, universo autossuficiente cujo final é também um princípio que volta se repete e se recria.E essa constante repetição-recriação não passa de ritmo,maré que vai e vem sobe e desce.( Paz ,2014, p.75)

Atividade individual – leitura do texto

Compreensão do poema – “Poema Brasileiro”

1)Que informação objetiva aparece no poema?Qual o objetivo do autor ao usá-la?

Comente.

2)Justifique a repetição enfática antes de completar 8 anos de idade”, na última

estrofe do poema de Ferreira Gullar e sua ligação com o título “Poema Brasileiro”.

3)É um texto sobre o mundo que você conhece?O que você sabe sobre o assunto

abordado no poema?

Sugestão: Apresentar o poema de Carlos Drummond de Andrade (“Infância”), para fazer

uma contraposição sobre as diferentes realidades retratadas no poema de Ferreira

Gullar e Carlos D. de Andrade.

“Infância” - Carlos Drummond de Andrade Meu pai montava a cavalo, ia para o campo. Minha mãe ficava sentada cosendo. Meu irmão pequeno dormia. Eu sozinho menino entre mangueiras lia a história de Robinson Crusoé, comprida história que não acaba mais. ...

Professor (a):

Apresentar aos alunos a obra “Criança Morta” de Portinari, para que os alunos

através da imagem faça uma reflexão sobre o “ Poema Brasileiro”.

Obra: O quadro Criança Morta é uma pintura à óleo sobre tela, 176 x 190 cm

realizado em 1944. Portinari aparentemente expressa com sua maneira forte e

chocante, os dramas do povo brasileiro. O que ocasionou forte reflexão naquela

época, porque a sociedade de 1944 não estava preparada para o realismo dos

pincéis do pintor. A Obra faz parte da série sobre os retirantes nordestinos tem sua

carga dramática potencializada pela composição do quadro - um agrupamento

humano do qual se projeta a criança morta.

http://artesvisuais53.blogspot.com.br/2013/04/algumas-obras-importantes.html http://artefontedeconhecimento.blogspot.com.br/2010/08/crianca-morta-candido-portinari.html Acesso em 12 de Nov.de 2014

Figura 2/ www.google.com.br/search?q=obras+de+arte+sobre+mortalidade+infantil

Atividade de compreensão - Individual (“Criança Morta”)

1) Na pintura de Candido Portinari, percebemos que quase todos a volta estão

chorando. O pai que segura o filho nos braços esta curvado, para irmos mais além o

que representa esta postura do pai diante do fato?

2) O que você vê na imagem figura 2(dois) em função do tema que Portinari preferiu

as cores aplicadas?

3) Quais as cores que mais chamam sua atenção? Por quê?

4) Quais elementos não aparecem por inteiro? Como você imagina que eles sejam?

5) Você percebe detalhes nos elementos. Qual deles, ou quais, lhe chama a

atenção?

6) Se alguém que não pudesse ver a imagem lhe pedisse para contar o que ela

mostra. Como você diria isso de forma resumida?

7) Qual sua opinião sobre a imagem?

Figura3 / Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos 2014 – Todos os Direitos Reservados 2009 Autor: Francisco Chagas Porto Título:O Destino Trágico das Crianças Veículo: Jornal do Commercio-Recife/PE

Disponível: http://www.premiovladimirherzog.org.br/arquivo/o%20destino%20tragico%20das%20criancas_2010_6_1_18_18_22.jpg www.google.com.br/search?q=obras+de+arte+sobre+mortalidade+infantil

Atividade individual – leitura do texto

Compreensão da fotografia

1) Ao observar a imagem qual é o contexto que esta inserida? Como podemos

afirmar que existem nela elementos da poesia Poema Brasileiro? Aponte-os e

comente-os:

2) A desigualdade social existente no Brasil é registrada através de fotografias,

como podemos observar. Informe as possíveis características físicas e psicológicas

da mulher que está a porta.

3) A sombra que projeta as quatro crianças, possivelmente representam, que

lembrança para a mulher? Para melhor argumentar a sua resposta, desenvolva-a

considerando o Poema Brasileiro.

4) O que vê de implícito nesta imagem ainda referente a mulher? Você consegue vê-

la como se estive tendo uma lembrança das sombras das crianças? Por quê?

5) Na sua opinião por que o fotografo usou apenas as sombras das crianças?

6)A imagem das crianças em fila, organizadas com as mãos para traz sugere o quê?

Comente:

7)A imagem faz uma menção ao poema? Como?Relacione os últimos versos do

poema para explicar.

UNIDADE 05- “Não há vagas”

Para ir além... É possível verificar como o poeta aborda os problemas sociais com uma

linguagem de fácil entendimento e ao mesmo tempo profundos, procura apresentar

em seus poemas, uma sociedade a mercê da elite, em viver com pouco, tanto

economicamente quanto culturalmente, a classe trabalhadora compete o trabalho de

produção de riqueza em beneficio da elite, como diz Gullar:

O trabalho é fonte da cultura e o povo, como totalidade, é o criador da cultura, como é o gerador da riqueza social- e tanto a riqueza quanto a cultura estão na sociedade de classes, desigualmente distribuídas. (Gullar, 1989, p.146)

O poeta nos convida a observar que existe uma literatura de elite e uma literatura

popular, salientado que é preciso analisar a literatura que apresentada seja ela de

elite ou popular, avaliar o seu conteúdo esta comprometido com sociedade e se

serve para a politização dos leitores.

“NÃO HÁ VAGAS” – Ferreira Gullar O preço do feijão não cabe no poema. O preço do arroz não cabe no poema. Não cabem no poema o gás a luz o telefone a sonegação do leite da carne do açúcar do pão .................................. GULLAR, Ferreira. Toda poesia / Dentro da noite veloz. Rio de Janeiro: José Olympio, 2000, p.162.

Análise do poema:

O ritmo do poema é pausado, talvez com o propósito do leitor ao efetuar a

leitura ele ir refletindo sobre cada verso, para isso usa um vocabulário de fácil

entendimento.O eu - lírico nos oferece a oportunidade de ler o poema como se fosse

um discurso, porém não com eloqüência.

Ainda evoca a arte para uma luta revolucionária, convida aos poetas para

abrirem seus poemas em favor do povo, do homem que esmerilha o seu dia de aço

e carvão, em favor do funcionário público com sua vida fechada em arquivos. Tem

por objetivo trabalhar a vida limitada pela questão salarial e também intelectual. E

para concluir nos desafia a refletir será mesmo que o poema “não fede, nem

cheira”? Para Paz (2014) “o poema sempre dá ao leitor novas possibilidades de leitura de

construir significados a partir de suas experiências”. É nessa perspectiva que Gullar instiga o

leitor para novas construções de significados, para que a partir de suas leituras ele

possa refletir e agir de modo mais consciente diante dos fatos.

Atividade individual - leitura do texto

Compreensão do poema- “Não há vagas”

1) O poema tem como título “Não há vagas” em que contexto essa expressão é

utilizada?

2) Nos três últimos versos que tipo de linguagem o autor imita com o tom eloqüente

do poema? “O poema senhores não fede nem cheira.”

3) No poema (“Não há vagas”) é possível verificarmos uma das características do

Movimento Modernista Brasileiro, qual é essa característica?

4) O poema consegue se fazer ouvir? Comente:

5) Explique a última estrofe do poema:

6) Que juízo crítico o eu - lírico faz do leitor?

Professor (a):

Para que o aluno possa ampliar seus conhecimentos sobre as questões

sociais brasileiras será trabalhada a música comida dos Titãs, para que ele reflita

diante das diferentes linguagens o mesmo problema.

“Comida” - Titãs

Bebida é água! Comida é pasto! Você tem sede de quê?

Você tem fome de quê?

A gente não quer só comida A gente quer comida Diversão e arte A gente não quer só comida A gente quer saída.

.............................................

Antunes, A. Fromer,M.;Brito,S. Comida

Interprete: Titãs. In Acústico Mtv.São Paulo:WEA,1997.

Atividade Individual- leitura do texto

Compreensão da música- “Comida”

1) A gente não quer só comida

A gente comida, diversão e arte [...]

Qual o objetivo dos autores ao repetirem diversas vezes a mesma construção no

início de vários versos?

2)Por que os autores deixam claro que só comida não é suficiente? Justifique.

3)A palavra sede pode apresentar dois significados: ter sede( necessidade

biológica) e sede de desejo. Os dois significados aparecem no texto? Justifique.

4) Explique o verso: “ A gente quer inteiro e não pela metade”, após explicar,

relacione o verso ao poema, “Não há vaga”.

5) Sobre o que a música fala? É um assunto atual?O assunto abordado na música

afeta a vida das pessoas da sociedade brasileira? Qual classe? Por quê?

6) A partir da leitura da música como deveria ser composta a cesta básica de todos

nós brasileiros? Comente:

7) Ao comparar a poesia de Ferreira Gullar e a música dos Titãs percebe-se que

Gullar é um poeta que aborda temas sociais atuais.Retire fragmentos da música e

os compare com fragmentos do poema Não há vagas de Gullar. Comente:

Disponível: www.trabalhosfeitos.com/topicos/resenha-da-musica-comida-titãs. Acesso em 02/1002014

Atividade avaliativa:

Elaborar um ou mais poemas que apresentem temática social, anexe a ele(s)

uma imagem, se utilizar imagem da internet ou livros não se esquecer de referenciar.

Conclusão:

Buscou-se nesta Unidade Didática, desenvolver a leitura poética, a fim de

levar o aluno a reflexão- crítica propiciando condições para agir diante da realidade.

Realidade que está em constantes mudanças em razão dos meios

circundantes e é assim que se dá a leitura, pois não é apenas decodificar as

palavras é preciso ler o mundo à volta, com diz Freire, (2005) A compreensão do

texto a ser alcançada por sua leitura crítica implica a percepção das relações entre o

texto e o contexto.

Desse modo esta Unidade procurou instigar o aluno a conhecer os poemas

trabalhados com profundidade e relacioná-los com outras linguagens como a

música, filme, quadros e poemas. O projeto pretende que o aluno no decorrer do

processo vá fazendo autoavaliações para que perceba como amadureceu durante o

trabalho e quais foram as contribuições que o projeto imprimiu neste aluno. Ele

poderá fazer autoavaliações através de relato escrito e oral.

Referências:

FERREIRA, Gullar. Indagações de Hoje. José Olympio Editora. 1989.

FERREIRA, Gullar. Toda Poesia. José Olympio Editora. 2004.

Freire, Paulo. A importância do ato de ler. Editora Cortez. 46º edição. São Paulo, 2005.

Giacomozzi,Gilio;Valério,Valdete,Fenga,Claudia,Reda-Estudos de Gramática-São Paulo: FTD,1999

LAJOLO, Marisa. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. Ed. Ática. 2001.

Paraná, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do Paraná. Curitiba/SEED, 2006.

Paz,Octavio. O arco e a lira.Editora: Cosac Naify.2ª edição,2012.

Projeto Araribá: português: ensino fundamental/ obra coletiva concebida, desenvolvida e produzida pela Editora Moderna: editora executiva Áurea R. Kanashiro-3ªed-São Paulo,2010.

Sites:

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