OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … no mundo do trabalho daquele contexto. Justifica-se...
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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2013
Título: O TRABALHO DA MULHER NAS FÁBRICAS DURANTE A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL, NA INGLATERRA DE 1780 a 1850. Autor: Lucia Mamus BottiniDisciplina/Área: HistóriaEscola de Implementação do Projeto e sua localização:
Colégio Estadual Dr. Marins Alves de Camargo EFM – Rua Bahia, 955 – Jardim Ouro Branco
Município da escola: ParanavaíNúcleo Regional de Educação:
Paranavaí
Professor Orientador: Dr. Roberto Leme BatistaInstituição de Ensino Superior:
UNESPAR - Paranavaí
Relação Interdisciplinar: NãoResumo: O presente trabalho visa compreender a
Revolução Industrial que se desenvolveu na Inglaterra, a partir da década de 1780, com ênfase na análise do trabalho das mulheres naquele contexto. Isto porque entendemos que a história das mulheres no mundo do trabalho industrial, na maioria das vezes é abordada de forma secundária pela historiografia. Portanto, abordar essa temática contribuirá para a compreensão dos motivos que levaram o capital a utilizar o trabalho das mulheres durante a Revolução Industrial. Dessa forma os alunos terão a possibilidade de entender como se deu a incorporação da mulher no mundo do trabalho fabril. A mulher foi obrigada a encarar o trabalho fabril, pois os salários dos trabalhadores masculinos, que eram considerados chefes de família, foram profundamente achatados e não garantiam mais a subsistência familiar. Isto mudou radicalmente a vida das mulheres, já que elas passaram a executar dupla jornada de trabalho. O trabalho das mulheres, naquelas condições, desagregava completamente as famílias, as jornadas de trabalho fabril eram de doze ou treze horas, com o casal trabalhando como operários, pois o marido também trabalhava na mesma fábrica ou em outro lugar, as crianças padeciam no abandono.
Palavras-chave: Trabalho; revolução industrial; mulher; fábrica.Formato do Material Didático:
Unidade Didática
Público: Alunos do 1º Ano do Ensino Médio
APRESENTAÇÃO
Esta Unidade Didática constitui-se enquanto produção didático-metodológica do
Projeto de Intervenção Pedagógica, uma das atividades do Programa de
Desenvolvimento Educacional – PDE, da Secretaria de Estado da Educação – SEED/PR.
Este Material Didático tem por temática O Trabalho da Mulher nas Fábricas
Durante a Revolução Industrial, na Inglaterra de 1780 a 1850.
O presente Material Didático foi produzido para ser implementado no terceiro perío-
do do PDE, com alunos do 1º ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Doutor Marins Al-
ves de Camargo EFM. Visa compreender, analisar e explicar a Revolução Industrial que
se desenvolveu na Inglaterra, a partir da década de 1780, com ênfase na inserção das
mulheres no mundo do trabalho daquele contexto.
Justifica-se por ampliar os conhecimentos dos alunos sobre as questões refe-
rentes à mulher no mundo do trabalho, com foco no contexto da Revolução Industrial,
tema este que é abordado, na maioria das vezes, de forma secundária pela historiografia.
Pois, conforme salienta uma importante historiadora francesa a “[...] História, que, por
muito tempo ‘esqueceu’ as mulheres, como se, por serem destinadas à obscuridade da
reprodução, inenarrável, elas estivessem fora do tempo, ou ao menos fora do aconteci-
mento”. (PERROT, 2005, p. 9).
Abordar essa temática contribuirá para que os alunos compreendam os motivos
que levaram o capital a utilizar a força de trabalho feminina durante a Revolução Industrial
na Inglaterra. Ou seja, terão a possibilidade de aprender como se deu a incorporação da
mulher no mundo do trabalho fabril, em que os trabalhadores masculinos foram
substituídos pelo sistema de máquinas. A mulher também foi obrigada a encarar o
trabalho fabril, pois os salários dos trabalhadores masculinos, que eram considerados
chefes de família, foram profundamente achatados e não garantiam mais a subsistência
familiar. Isto mudou radicalmente a vida das mulheres, já que elas passaram a executar
dupla jornada de trabalho.
As atividades serão desenvolvidas por meio da análise de fontes históricas
(imagens, recortes de filmes, poesia) e da historiografia sobre o tema. Com isso,
pretendemos ampliar a compreensão e o entendimento dos alunos, com vista à formação
de uma atitude crítica, tomando como referência as Diretrizes Curriculares do Ensino de
História que sintetiza: “[...] Assim os alunos perceberão que a História está narrada em
diferentes fontes [...] sendo que os historiadores se utilizam destas fontes para
construírem suas narrativas históricas”. (DCE 2008, d. 68-9).
O ensino de história através de temas específicos, além de permitir a ampliação do
conhecimento histórico a ser apreendido pelos alunos, responde às preocupações dos
professores quanto à impossibilidade de ensinar toda a história da humanidade. De acor-
do com Isabel Barca “a aprendizagem histórica se dá quando professores e alunos inves-
tigam as ideias históricas”. (BARCA, 2000, Apud DCE, 2008, p. 57).
O desenvolvimento de atividades organizadas em forma de Unidade Didática possi-
bilitará o envolvimento dos alunos, para que eles construam e reconstruam conceitos,
“para que o conhecimento ganhe significado para o aluno, de forma que aquilo que lhe
parece sem sentido seja problematizado e aprendido”. (DCE 2008 p. 28).
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
PRIMEIRO PROCESSO
O TRABALHO DA MULHER NAS FÁBRICAS DURANTE A REVOLUÇÃOINDUSTRIAL, NA INGLATERRA DE 1780 a 1850
Atualmente as mulheres ocupam os mais diversos cargos ou funções na indústria.
Você sabe como e quando se deu a inserção da mulher no mundo do trabalho
fabril?
O que significou para as mulheres e seus filhos o trabalho nas fábricas?
Discuta com os colegas e registre as conclusões.
Para facilitar a discussão reflita sobre o surgimento das fábricas, a partir das
imagens apresentadas na TV multimídia e das seguintes perguntas:
Em que país “surgiu” as primeiras fábricas?
Em que século “surgiu”? Por que “surgiu” exatamente naquele país? Qual foi o
grande acontecimento histórico que marcou aquele contexto?
Quem foram os primeiros trabalhadores fabris e como viviam?
Quais eram as condições de trabalho? Quanto tempo durava uma jornada de
trabalho?
Como e onde moravam os operários e as operárias das fábricas?
Importante: Procure escrever tudo o que sabe.
SEGUNDO PROCESSO
Para iniciarmos nossos estudos sobre essa temática, vamos fazer a leitura do texto
disponível no Livro Didático Público, a partir da página 54 e também no site
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/livro_didatico/historia.pdf
DE ARTESÃOS INDEPENDENTES A TAREFEIROS ASSALARIADOS
A partir dos séculos XII e XIII, com o progresso das cidades na Europa e com o uso
do dinheiro, os artesãos tiveram a opção de abandonar a agricultura e viver de seu ofício.
O sapateiro, o padeiro, o fabricante de móveis, etc., foram para as cidades européias,
dedicando-se aos negócios, não mais para satisfazer somente às suas necessidades
como faziam antes, mas sim para atender à procura e abastecer um mercado pequeno e
em construção.
Neste momento, a produção era de caráter familiar. Nela o artesão possuía os
meios de produção (era o proprietário da oficina e das ferramentas) e trabalhava com a
família em sua própria casa, realizando todas as etapas da produção, desde o preparo da
matéria-prima até o acabamento final; ou seja, não havia divisão do trabalho ou
especialização. Em algumas situações, o artesão tinha consigo um ajudante, porém não
assalariado, que desenvolvia o mesmo trabalho pagando uma “taxa” pela utilização das
ferramentas.
Com a expansão das cidades e a mudança de grande parte da população para os
centros urbanos, aumentou o número de artesãos.
Estes, que antes dominavam todas as técnicas de fabricação de um produto,
passaram a ter mais ajudantes, os quais se tornavam aprendizes de um ofício, recebendo
um pagamento por isso (em alimentos ou dinheiro), até poder obter sua própria oficina.
Concluído o período de aprendizado, caso não tivesse condições de abrir sua
própria oficina, o aprendiz podia tornar-se jornaleiro e continuar trabalhando para o
mesmo mestre, recebendo um salário, ou tentar conseguir emprego em outra oficina.
Nos séculos XII e XIII, a produção artesanal estava sob o controle das corporações
de ofício, que eram associações econômicas que buscavam promover e proteger os
interesses de uma determinada categoria profissional. Os trabalhadores passaram a
agregar-se por especialidades nas corporações de ofício, que possuíam regulamentos
quanto à hierarquia, à formação e ao treinamento de profissionais, às horas de trabalho,
salários, preços a serem cobrados pelos próprios produtos, além de proteger os artesãos
contra a concorrência de outras cidades ou países.
Com a expansão das atividades comerciais, principalmente a partir do século XV,
devido ao alargamento do comércio tanto rumo ao Oriente quanto em direção à América,
houve a necessidade de aumentar a produção de mercadorias. Tornaram-se mais nume-
rosas as pequenas oficinas. A produção passou a ser direcionada a um mercado em cres-
cente expansão, permanecendo, porém, os lucros nas mãos dos comerciantes. Com uma
maior utilização da moeda, a ampliação das relações comerciais e o fortalecimento dos
mercados nas cidades, tornou-se mais comum a utilização da mão-de-obra assalariada.
No século XVI, com o incremento da economia mercantil, o exclusivismo das cor-
porações foi abalado. Ocorreu a ingerência dos comerciantes na distribuição de matéria-
prima, na concessão de instrumentos de trabalho e na ampliação de mercados. Eles co-
meçaram a fornecer a matéria-prima aos trabalhadores fora da jurisdição das corporações
e a controlar a comercialização do produto final. Surgia o sistema que ficou conhecido
como putting-out, no qual aparecia a figura do comerciante capitalista, isto é, o intermedi-
ário entre a produção e a comercialização. Para atender a crescente procura por merca-
dorias, tais intermediários levavam matéria-prima não apenas aos membros das corpora-
ções que, nas cidades, estavam dispostos a trabalhar para eles, mas também para os ho-
mens, mulheres e crianças das aldeias.
A matéria-prima distribuída era transformada na própria casa pelo mestre artesão e
os jornaleiros por ele empregados, tal como no sistema de corporações, mas com uma di-
ferença importante: os mestres já não eram independentes; tinham ainda a propriedade
dos instrumentos de trabalho e, embora dominassem o processo de produção, depen-
diam, para ter a matéria-prima, de um empreendedor que se interpusesse entre eles e o
consumidor. Passaram a ser simplesmente tarefeiros assalariados, sendo-lhes vetado o
acesso ao mercado, tanto para a obtenção das matérias-primas indispensáveis para a
produção como para a comercialização de seus produtos.
Ainda que o intermediário não modificasse a técnica de produção, buscou reorgani-
zá-la com o objetivo de aumentar a produtividade. Já percebia, por exemplo, as vanta-
gens da especialização, da divisão do trabalho para acelerar a produção. Não que sob o
sistema corporativo a divisão do trabalho fosse inexistente. A produção têxtil, por exemplo,
era dividida em tarefas separadas, cada uma controlada por especialistas.
Nesse caso a divisão profissional do trabalho foi substituída pela divisão técnica do
trabalho, isto é, a exclusividade profissional dominante nas oficinas de artesanato foi
substituída pela distribuição de funções nas oficinas de manufaturas modernas.
Os chamados enclosures ou cercamentos (principalmente na Inglaterra), que con-
sistiam na expulsão em massa dos arrendatários e na transformação das terras de cultivo
em pastagens para ovelhas, arrancaram grandes massas humanas de seus meios de
subsistência.
Essa situação ajuda a entender a prontidão de muitos camponeses em aceitar o
trabalho em domicílio como “tarefeiros assalariados”.
Dispondo em geral de poucas terras, a situação dos camponeses era precária. Mui-
tos tinham que complementar seus ganhos agrícolas trabalhando por salários ou envian-
do seus filhos às cidades para se empregarem nas manufaturas.
Nas cidades as corporações fechavam-se na sua posição monopolista e excluíam
os recém-chegados, o que dava margem ao surgimento de mercados ilícitos, abastecidos
por mestres e jornaleiros clandestinos, que trabalhavam ilegalmente. Na maioria das ve-
zes, sem a oportunidade de exercer autonomamente seu ofício, esses mestres e jornalei-
ros preteridos tornaram-se dependentes de quem se dispunha a lhes comprar a força de
trabalho.
Nos século XVI e XVII, tanto devido aos enclosures ou cercamentos, como devido
às numerosas e prolongadas guerras religiosas que devastaram o continente europeu,
muitas pessoas foram arrancadas de seu modo costumeiro de vida e não conseguiram
enquadrar-se na disciplina da nova condição, convertendo-se em uma multidão de esmo-
leiros, assaltantes, vagabundos. A solução encontrada pelos governos da época para
essa situação foi usar a força para induzir essa multidão a vender sua força de trabalho.
Daí ter surgido em toda a Europa Ocidental uma legislação contra a “vagabundagem”.
O lento processo de ruptura das relações feudais promoveu a separação gradativa
do trabalhador dos meios de produção, no campo e nas manufaturas. O camponês, aos
poucos expropriado, e como o artífice, transformado em trabalhador livre, viu-se obrigado
a vender sua força de trabalho para sobreviver. Enfim, o domínio burguês do trabalho per-
correu uma trajetória que se iniciou no crescimento das populações municipais no fim da
Idade Média, alimentado pela expansão dos mercados internacionais. O interior da Euro-
pa modificou-se com os resultados dessa expansão: a manufatura substitui o artesanato,
a divisão do trabalho corporativo desapareceu diante da divisão do trabalho nas oficinas
e, mais tarde, nas fábricas.
Atividades:Trabalho em grupo: discutam e respondam:
1. O que são meios de produção?
2. O que são instrumentos de produção?
3. A quem pertencia os meios e os instrumentos de produção na época que predomi-
nava o artesanato?
4. O que eram as corporações de ofício?
5. O que foram os cercamentos e qual sua relação com a Revolução Industrial na In-
glaterra?
6. Que transformações trouxeram as manufaturas? Que consequências elas tiveram
para os artesãos?
7. Justifique o título do texto: “De artesãos independentes a tarefeiros assalariados”.
Apresentem suas conclusões ao conjunto da sala.
A constituição do sistema de fábricas
No século XVIII, simultaneamente ao processo de assalariamento, surgem inova-
ções técnicas para a produção (máquinas a vapor, teares mecânicos, etc.).
O trabalho que antes era desenvolvido em pequena escala, no ambiente doméstico
e nas pequenas oficinas, passou a ser realizado em grande escala, num espaço maior
destinado especialmente a ele - a fábrica.
O dono da fábrica tornou-se também proprietário da matéria-prima e das
ferramentas para a fabricação dos produtos; o trabalhador passou a vender sua força de
trabalho e não mais o produto acabado como no trabalho artesanal. Além de se separar
dos meios de produção, no sistema fabril, o trabalhador, que antes dominava todo o
processo de elaboração de um produto, passou a ocupar um posto fixo nesse processo,
consolidando assim a divisão técnica do trabalho.
Mas o que originou realmente o sistema de fábricas? O que determinou a reunião
dos artesãos num mesmo espaço, embaixo do mesmo teto?
Para alguns pesquisadores, o início do sistema fabril e a divisão de trabalho que
nele se instaurou não se deveram somente às inovações tecnológicas. O que determinou
a reunião dos trabalhadores artesãos em um mesmo espaço foi a necessidade de contro-
lá-los em seu ritmo de trabalho e seu saber técnico.
O putting-out system, baseando-se na dispersão dos trabalhadores domésticos,
criava muitas vezes situações incertas e problemáticas. Surgiram vários conflitos, devido
ao desvio de parte da produção, a falsificação dos produtos, a utilização de matérias-pri -
mas de qualidade inferior àquelas fornecidas, ociosidade e atraso no pagamento e na en-
trega de mercadorias, etc. Na perspectiva dos mercadores capitalistas era “sabotagem”;
já do ponto de vista dos trabalhadores domésticos, essas ações, muitas vezes, significa-
vam uma forma de “resistência” à perda do próprio controle do processo de trabalho.
Na intenção de organizar e disciplinar o trabalho por meio de uma sujeição comple-
ta da figura do próprio trabalhador surgiu o sistema de fábricas. O que estava em jogo era
justamente a ampliação do controle e do poder por parte dos capitalistas sobre o conjunto
de trabalhadores que ainda conservavam para si os conhecimentos técnicos e impunham
a dinâmica do processo produtivo.
Neste sistema os trabalhadores, reunidos em galpões, passaram a serem vigiados
e controlados por meio de uma rígida disciplina que impunha horários de entrada e saída,
prazos para cumprirem tarefas, maior divisão das etapas de trabalho e severa hierarquia.
Atividades
Trabalho em grupo: discutam e respondam:1. As transformações provocadas pelas inovações tecnológicas e na forma de orga-nizar o trabalho provocaram mutações do trabalho artesanal para o trabalho manu-fatureiro. Posteriormente o trabalho na manufatura foi superado gradativamente pelo trabalho organizado na maquinaria da grande indústria. O sistema de máquinas expropriou do trabalhador o saber fazer, pois tirou deste o controle sobre os instru-mentos de trabalho, ou seja, as ferramentas. Portanto, o trabalhador, sob a Revolu-ção Industrial torna-se um mero apêndice controlador da máquina. Após leitura e reflexão, discutam o texto “a constituição do sistema de fábricas”, transcrito acima, produzam um texto sobre as transformações que estas provoca-ram na vida dos trabalhadores. Leiam o texto produzido pelo grupo para o restante da sala.
Análise de filme/documentário:Agora, que acabamos de analisar o processo da Revolução Industrial, por meio dos
textos do livro didático público do Estado do Paraná, passaremos então a outra atividade.
Desta forma, para enriquecer as nossas discussões vamos assistir um filme educativo so-
bre “A Revolução Industrial”, disponível em http://www.youtube.com/watch?v=jt-o3EBQP-
MU
Atividades:Após assistir ao filme e a análise da professora, produza um texto sobre as transforma-ções provocadas pela Revolução Industrial para a classe operária. Ou seja, Quais as características das cidades industriais? Como eram as relações entre empregadores e empregados?Ao escrever seu texto não se esqueça de considerar os textos estudados anteriormente.
TERCEIRO PROCESSO:
O trabalho da mulher na fábrica
Com o desenvolvimento das forças produtivas desenvolveu-se as máquinas e o
sistema de máquinas que implicaram numa intensificação simplificada da produção, com
isso os trabalhadores foram expropriados do saber fazer (conhecimento) e das
ferramentas, passaram a fazer parte apenas do processo produtivo. Assim ocorreu uma
simplificação do saber exigido, ou seja, com a divisão do trabalho nas indústrias, os
trabalhadores passaram a executar tarefas mais simples, realizando somente uma etapa
da produção. “[...] Assiste-se a uma desqualificação do trabalho, dispensando-se o tempo
de aprendizado, e rebaixando-se o custo médio da força de trabalho, pela incorporação
do trabalho feminino e infantil”. (ARRUDA, 1994, p. 52).
A mulher também foi obrigada a encarar o trabalho fabril, pois os salários dos tra-
balhadores masculinos, que eram considerados chefes de família, foram profundamente
achatados e não garantiam mais a subsistência familiar. Isto mudou radicalmente a vida
das mulheres, já que elas passaram a executar dupla jornada de trabalho. No âmbito do-
méstico continuaram a cumprir com as funções de reprodução e, na fábrica passaram a
desenvolver as atividades precarizadas em funções multitarefas. As mulheres, assim
como os homens operários, eram condenadas ao trabalho em razão das necessidades
impostas pela subsistência.
O processo de formação da sociedade capitalista traz em sua história, desde o seu
nascimento a necessidade de sabermos analisar criticamente a forma como se dá a pro-
dução e a reprodução dos meios de produção. Por isso é necessário saber que estas coi-
sas consistem em meios produtivos, em forças produtivas, a começar pelos próprios tra-
balhadores e seus meios de trabalho. Ou seja, “os trabalhadores têm que reproduzir-se:
ter filhos, alimentá-los, educá-los, torná-los capazes, por sua vez, de trabalhar, podendo
assim um crescimento demográfico acompanhar o das forças produtivas”. (LEFEBVRE,
1973, p. 49).
Leiam os textos abaixo:Texto 1[...] a maquinaria permite o emprego de trabalhadores sem força muscular ou com desenvolvimento físico incompleto, mas com membros mais flexíveis. Por isso a primeira preocupação do capitalista ao empregar a maquinaria, foi a de utilizar o trabalho das mulheres e das crianças. Assim, de poderoso meio de substituir trabalho e trabalhadores, a maquinaria transformou-se imediatamente em meio de aumentar o número de assalariados [...] sob o domínio direto do capital. (MARX, 1989, p. 449).
Texto 2Tanto na fiação quanto na tecelagem, a partir da introdução das máquinas, o trabalho humano consiste principalmente – já que as máquinas fazem todo o resto – na reparação dos fios que se rompem; esse trabalho não exige força física, apenas dedos ágeis. Então, não só os homens são dispensáveis, como, por outra parte, o maior desenvolvimento dos músculos e da ossatura das mãos tornam-nos menos aptos para esse trabalho que as mulheres e crianças – por isso, estão quase todos excluídos desse tipo de trabalho. (ENGELS, 2008, p. 179).
Texto 3[...] Dos 419.590 operários fabris do Império Britânico, em 1839, 192.887 (isto é, quase a metade) tinham menos de 18 anos e 242.296 eram do sexo feminino, dos quais 112.192 com menos de 18 anos. De acordo com os mesmos números, 80.695 dos operários do sexo masculino têm menos de 18 anos e 96.599 são adultos, ou seja, 23%, portanto nem um quarto do total. Nas fábricas que processam algodão, do conjunto do pessoal, 56,25% eram mulheres; nas fábricas de lã, de seda e de linho esse percentual era, respectivamente, de 69,50%, 70,50% e 70,50%. Bastam essas cifras para mostrar o deslocamento dos trabalhadores do sexo masculino; mas é suficiente entrar em qualquer fábrica para confirmá-lo. (ENGELS, 2008, p. 181).
Texto 4A exploração das mulheres casadas ( Marx)
Karl Marx apresenta o relato de um inspetor de fábrica que conta a seguinte história:“M.E... fabricante, fez-me saber que emprega exclusivamente mulheres nos seus negócios mecânicos; dá preferência às mulheres casadas, sobretudo, àquelas que têm uma família numerosa; estas são mais atentas e mais disciplináveis do que as mulheres não casadas, e, além disso, são focadas a trabalhar até a exaustão a fim de obterem os meios de subsistência necessários. É assim que as virtudes que melhor caracterizam a mulher se voltam contra ela própria. Aquilo que há de ternura e de moralidade na sua natureza transforma-se no instrumento da sua escravidão e da sua miséria”. (Ten hours Factory Bill. The speech of Lord Ashley, London, 1833, p. 20. Apud MARX, Karl: O Capital, LivroI, cap.XIII, p.346-347. Dietz, Stuttgart, 1914. (Edição alemã)
ATIVIDADESRefletindo e exercitando A partir da leitura e discussão dos textos, em duplas respondam as questões abaixo:
1. Discutam o texto “o trabalho da mulher na fábrica” e respondam que condições de vida as fábricas geraram para as mulheres? Justifiquem.
2. Para continuar a viver é preciso reproduzir-se (comer, beber, vestir, morar etc). Portanto, a alimentação, a higiene, o asseio etc. são necessárias para a reprodu-ção das forças físicas e intelectuais das pessoas. Que consequências traz para as mulheres trabalhar nas fábricas e ainda ter que garantir a reprodução no âm-bito doméstico?
3. Karl Marx discute a questão do trabalho sob a Revolução Industrial e de acordo com ele “a primeira preocupação do capitalista ao empregar a maquinaria, foi a de utilizar o trabalho das mulheres e das crianças”. Explique essa afirmativa com argumentos do texto lido.
4. No texto dois, Engels apresenta as consequências da introdução das máquinas nas fábricas. Descrevam estas consequências.
5. Durante as décadas de consolidação da Revolução Industrial ocorreu uma pro-funda transformação na forma de produzir mercadorias. Expliquem o que foi a
maquinofatura.
6. Escrevam sobre as consequências morais do trabalho das mulheres nas fábricas inglesas naquele contexto.
7. A disciplina nas fábricas mudou o cotidiano dos trabalhadores? Justifiquem a resposta.
QUARTO PROCESSO
Para aprofundar nossas reflexões, vamos assistir ao Filme Germinal. Disponível em http://www.youtube.com/watch?v=vzVSlxWyxdc ( Legendado)
Esse filme retrata as transformações econômicas e sociais ocorridas na sociedade pela organização capitalista do trabalho, num contexto de Revolução Industrial. O filme apresenta criticamente as relações de trabalho, as lutas de classe existentes na sociedade capitalista fundada na contradição capital versus trabalho. Nesse sentido, revela a exploração dos trabalhadores, inclusive mulheres, pelos patrões nas minas de carvão.
Ficha Técnica do FilmeTítulo do Filme Original: GerminalTítulo em Portugues: O GerminalEquipe Técnica: Um filme de Claude BerriDireção: Patrick BordierElenco Principal: RenaudJean CarmetJudith HenryJean-Roger Miloe “Gerard Depardieu”Produção: Bodo ScribaCenário: Claude BerriArlette LangmannImagem: Yves AngeloMusica: Jean-Luis Roques
Sugestão: Leia o livro Germinal, de Émile Zola, Companhia das Letras, 2000.
ATIVIDADE EM GRUPOS:
Após ter assistido o filme, dividam-se em grupos de quatro alunos reflitam, discutam e
registrem:
a) Quais os principais personagens do filme?
b) Qual é o tema central do filme?
c) Como o filme apresenta o problema trabalho das mulheres?
d) Como era a rotina dos trabalhadores nas minas?
e) Quais eram as condições de trabalho e a luta por direitos naquele contexto?
f) Qual a contribuição do filme para o aprofundamento da temática que estamos
estudando?
g) Qual é a cena de maior impacto no filme? Justifiquem.
h) Façam uma análise descritiva do filme.
Os trabalhos serão apresentados para os demais grupos e publicados no mural.
QUINTO PROCESSO
PESQUISA NA INTERNET
No laboratório de informática do colégio, em duplas vamos fazer uma pesquisa orientada
na internet, de imagens que mostram mulheres trabalhando na indústria fabril no período
da Revolução Industrial. Selecionem no mínimo três imagens e produzam um texto
explicativo sobre as mesmas. O resultado da pesquisa será exposto em mural para ser
socializado com os demais alunos do colégio.
SEXTO PROCESSO
De fato, a Revolução Industrial foi dramática e traumática para todos os segmentos
de trabalhadores, afinal, “[...] os operários nas fábricas, os mineiros nas minas de carvão,
os artífices nas suas oficinas e os camponeses nas terras, tinham de se ajustar a um
modo de vida inteiramente novo”. (HENDERSON, 1979, p. 122).
Os trabalhadores, desde o início do século XIX já se organizavam em muitas regi -
ões da Europa para lutar por melhores condições de trabalho, maiores salários e redução
de jornada. Entre uma série de movimentos, em 1811, surgiu o ludismo. Anos mais tarde
outro movimento que mereceu destaque foi o cartismo.
Atividade na BibliotecaPara sabermos mais sobre o ludismo e o cartismo, vamos fazer uma pesquisa ori-
entada nos livros didáticos disponíveis na biblioteca do colégio, a partir das questões
abaixo:
Qual a origem dos nomes desses movimentos?
O que reivindicavam?
O que diferenciava o ludismo do cartismo?
Quais os resultados desses movimentos? Que conquistas obtiveram?
Importante: Lembre-se de colocar as referências dos livros utilizados.
SÉTIMO PROCESSO
Vamos fazer a leitura do poema Operário em Construção de Vinícius de Moraes
disponível em http://educador.brasilescola.com/estrategias-ensino/operario-construcao-
consciencia-social.htm e assistir ao vídeo do referido poema, declamado por Taiguara,
disponível em http://www.youtube.com/watch?v=HFFet8dYcUY. Após assistir aos vídeos
faça uma análise e responda as questões propostas abaixo:
a) Qual o tema principal da poesia?
b) Você consegue relacionar a poesia com a temática que estamos estudando? Justifique
sua resposta.
c) Em sua opinião o que o autor da letra quis expressar?
d) Escolha a estrofe que mais lhe chamou a atenção e justifique.
e) Agora formaremos quatro grupos para apresentar o poema em forma de jogral.
OITAVO PROCESSO
O TRABALHO FEMININO EM OUTROS TEMPOS E ESPAÇOS
Leia com atenção o texto, para saber por que em 8 de março é comemorado o Dia Internacional da Mulher.
Oito de março: uma data e muitas históriasNa segunda metade do século XVIII, as grandes transformações ocorridas no
processo produtivo, e que resultaram na Revolução Industrial, trouxeram consigo uma
série de reivindicações até então inexistentes. Os trabalhadores passaram a exigir direitos
que antes não estavam colocados como necessidades. A absorção do trabalho feminino
pelas indústrias, como forma de baratear os salários, inseriu definitivamente a mulher no
mundo do trabalho da produção. Neste mundo, a mulher foi obrigada a conviver com
longas jornadas que chegavam até 17 horas diárias; em condições de insalubridade,
submetidas a espancamentos e ameaças sexuais constantes; além de receber salários
que chegavam a ser 60% menos que os salários dos homens.
Um exemplo típico do ambiente fabril na época era a tecelagem Tydesley, em
Manchester (Inglaterra), onde se trabalhava 14 horas diárias, a uma temperatura de 29°C,
num local úmido, com portas e janelas fechadas; na parede um cartaz afixado proibia,
entre outras coisas, “ir beber água para não perder tempo” e advertia que “ Pagará multa
quem abrir uma janela, quem se lavar durante o turno, quem assoviar, quem acender a
luz a gás cedo demais” etc.
Não tardaram a surgir na Europa e nos Estados Unidos, manifestações operárias
contrárias ao terrível cotidiano vivenciado; e os enfrentamentos com o patronato e a
polícia se tornaram cada vez mais frequentes. A redução da jornada para 8 horas diárias
passou a ser a grande bandeira dos trabalhadores industriais.
Em 1819, depois de um enfrentamento onde a polícia atirou com canhões contra
os trabalhadores, a Inglaterra aprovou uma lei que reduzia para 12 horas o trabalho das
mulheres e dos menores dos 9 aos 16 anos. Foi também a Inglaterra o primeiro país a
reconhecer, legalmente, o direito de organização dos trabalhadores. O parlamento inglês
aprovou, em 1824, o direito de livre associação e as Trade Unions* se organizarem por
todo o país. (...)
Foi no bojo das manifestações pela redução da jornada de trabalho que 129
tecelãs da Fábrica de tecidos Cotton, em Nova Iorque (Estados Unidos), cruzaram os
braços e paralisaram os trabalhos pelo direito a uma jornada de 10 horas, na primeira
greve americana conduzida unicamente por mulheres. Violentamente reprimidas pela
polícia, as operárias, acuadas, refugiaram-se nas dependências da fábrica. No dia 8 de
março de 1857, os patrões e a polícia trancaram as portas da fábrica e atearam fogo.
Asfixiadas, dentro de um local em chamas, as tecelãs morreram carbonizadas.
(Publicado por PARANÁ, SEED. A fábrica e a cidade até 1930. São Pau-lo: Atual, 1995, Projeto Correção de Fluxo, 1997).
* Trade Unions: primeiras associações dos trabalhadores ingleses, para ajuda mútua; deram origem aos atuais sindicatos, que ainda se chamam assim, em inglês.
Terminando a leitura responda as questões abaixo:
a) Compare a situação dos trabalhadores homens e mulheres, na Europa dos séculos XVIII e XIX.
Que semelhanças e diferenças você percebeu?
b) No relato sobre a tecelagem Tydesley, há uma proibição expressa a de “ir beber água para não perder tempo”. O que você sabe sobre a vivência do tempo na sociedade industrial?
c) Como as mulheres trabalhadoras da fábrica Cotton se posicionaram face às difíceis condições de trabalho a que eram submetidas?
d) Qual a sua opinião sobre o desfecho do episódio de resistência que desencadearam em 1857?
e) O trabalho da mulher foi usado como forma de baratear os salários. Numa sociedade capitalista, qual o objetivo desta medida?
f) Podemos dizer que essa situação, emprego da mão-de-obra feminina para baratear salários pertence apenas ao passado: Como você vê o trabalho da mulher no Brasil, século XXI, com relação a esse aspecto?
NONO PROCESSO
PESQUISANDO:
A mulher ao ser incorporada no mundo do trabalho fabril passou a ter dupla
jornada de trabalho. A ela cabia cuidar da prole, dos trabalhos domésticos e também do
trabalho remunerado. Ou seja, a mulher sempre teve que lidar com o problema da
reprodução. Na história da civilização ocidental, na modernidade capitalista, o trabalho do
homem foi vital para o processo de desenvolvimento. Nesse sentido, podemos afirmar
que houve uma superexploração dos trabalhadores durante a Revolução Industrial.
Conforme vimos anteriormente, os trabalhadores reagiram, resistiram e lutaram contra a
degradação, a precarização e o sofrimento no trabalho. Este foi o caso dos movimentos
ludista, cartista e da criação dos primeiros sindicatos. As lutas dos trabalhadores
resultaram em avanços e conquistas.
No caso das mulheres, podemos afirmar que também houve avanços ao longo do
tempo. Entretanto, o processo de emancipação da mulher sempre foi muito mais intenso,
as lutas tiveram que ser árduas e persistentes. Este fato persiste até hoje numa luta
contínua para superar a dualidade “trabalho do homem” vesus “trabalho da mulher”. Então
a mulher não luta apenas contra o capital, mas também contra os “valores” machistas que
imperam na sociedade e que muitas vezes estão presentes nos próprios lares.
É a partir da Revolução Industrial, em 1789, que estas reivindicações começaram a
tomar corpo com a exigência de melhores condições de trabalho, acesso à cultura e
igualdade entre os sexos. Segundo dados históricos, as operárias daquela época eram
submetidas a um sistema desumano de trabalho, com jornadas de 12 horas diárias,
espancamentos e assédios sexuais.
Atividade:Vamos dividir a turma em dois grupos e, novamente, no laboratório de informática do
colégio fazer uma pesquisa orientada na internet:
Grupo 1 – Pesquisar sobre as lutas das mulheres no contexto da Revolução Industrial.
Grupo 2 – Pesquisar sobre as lutas das mulheres em diferentes contextos históricos,
inclusive o tempo presente.
Após a realização da pesquisa, preparar uma apresentação dos resultados através da
organização de um seminário.
DÉCIMO PROCESSO
Analise a imagem abaixo e responda as questões propostas:
Imagem - Máquina de fiar de Hargreaves - fonte : Livro Didático Público de História – PR.
1) Qual o tema central da imagem?2) Qual o tipo de paisagem retratado?3) A qual contexto social se refere a fotografia?4) Qual a mensagem mais significativa que a imagem te apresenta?
CONSTRUÇÃO DA NARRATIVA
Com base nos documentos estudados, escreva uma narrativa histórica para
explicar como se deu a inserção da mulher no mundo do trabalho fabril durante a
Revolução Industrial Inglesa do século XVIII, quais as condições e as consequências da
dupla jornada de trabalho.
Procure se posicionar sobre a História do Tempo Presente, procurando estabelecer
quais são as mudanças e permanências na realidade das mulheres daquela época
quando comparada com hoje.
MOMENTO DE AVALIAR
Vamos verificar o que aprendemos sobre o conteúdo trabalhado? Para isso leia
para a turma as anotações que você fez no início do projeto e a última narrativa
produzida.
MONTAGEM DO MURAL
Agora é a hora de montar e expor o mural com os cartazes e textos produzidos
sobre a mulher no mundo do trabalho e da apresentação através de jogral da poesia
Operário em Construção, de Vinícius de Moraes.
ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS
Para que o conteúdo a ser trabalhado tenha significado e as aulas sejam
realmente um desafio para os alunos, o professor deverá investigar através de
questionamentos e apresentação de imagens (previamente selecionadas pelo professor)
na TV multimídia ou data show, as ideias históricas que os alunos já possuem sobre a
Revolução Industrial, sobre o trabalho da mulher naquele contexto e quais as expectativas
em relação ao tema. É importante que todos os alunos participem e exponham oralmente
seus conhecimentos e opiniões. Solicitar que registrem. Discutir as respostas com os
alunos e recolher a produção inicial que será utilizada posteriormente.
Para abordar a temática desta Unidade Didática utilizaremos diferentes fontes
documentais: escritas, imagéticas, filmes, poesia e outras.
Iniciaremos com leitura e discussão, utilizando o texto do Livro Didático Público de
História/ vários autores – Curitiba SEED-PR, 2007 – especialmente parte do capítulo 3
referente às “Relações de Trabalho”: A construção do trabalho assalariado, p. 54-60. Os
alunos possuem o referido material e o mesmo encontra-se disponível em
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/livro_didatico/historia.pdf
Para aprofundar as discussões sobre o tema, será exibido na TV multimídia um
vídeo sobre a Revolução Industrial na Inglaterra.
Serão entregues cópias impressas dos demais textos para que os alunos também
façam leitura e discussão.
Após, dividir a turma em duplas para que, com base no vídeo e nos textos discutam
e respondam as questões propostas.
Exibição do filme Germinal, disponível em http://www.youtube.com/watch?
v=vzVSlxWyxdc. O filme está legendado.
É indispensável que o professor assista ao filme antes de trabalhar com os alunos.
Informar aos alunos o objetivo de assisti-lo, qual o tema e a importância de estarem
atentos para que possam debatê-lo após a exibição.
O filme retrata as transformações econômicas e sociais ocorridas na sociedade
pela organização capitalista do trabalho, num contexto da Revolução Industrial na França
no século XIX. O filme apresenta criticamente as relações de trabalho, as lutas de classe
existentes na sociedade capitalista. É importante que o professor informe sobre os
aspectos gerais da produção, fazer uma breve síntese destacando os aspectos mais
importantes, o contexto histórico que o filme foi produzido.
Após a exibição do filme, dividir a turma em pequenos grupos, visto que facilitará
para que troquem ideias, reflitam, discutam e a partir das questões propostas pelo
professor elaborem um texto, pois quando usamos o filme como recurso didático a
produção de um texto é importante. As duplas apresentarão suas conclusões para os
demais alunos.
No laboratório de informática, acompanhados pela professora, os alunos buscarão
imagens na internet, que mostram mulheres exercendo atividades fabris no período da
Revolução Industrial. Após selecionarem as imagens, no mínimo três por grupo, farão um
texto explicativo sobre as mesmas. O resultado da pesquisa será exposto em mural, para
ser socializado com os demais alunos do colégio.
Acompanhar os alunos e orientar o trabalho na biblioteca do colégio sobre o
ludismo e o cartismo. Esses movimentos retrataram a revolta dos trabalhadores daquele
período.
Para diversificar os recursos utilizados no processo ensino aprendizagem, serão
trabalhadas também atividades com poesia. Os alunos receberão cópia da letra da poesia
Operário em Construção, de Vinícius de Moraes disponível em
http://educador.brasilescola.com/estrategias-ensino/operario-construcao-consciencia-
social.htm É importante que o professor inicie falando sobre o autor e o período de
composição do poema. Sob a orientação do professor os alunos deverão fazer a leitura e
após assistir ao vídeo disponível em http://www.youtube.com/watch?v=HFFet8dYcUY
para posterior análise, respondendo as questões propostas. Dividir a turma em 4 grupos
para montar o jogral que posteriormente será apresentado para a comunidade escolar.
Novamente dividir a turma em dois grupos para então pesquisarem sobre a história
de lutas das mulheres. Apresentar os resultados da pesquisa através de seminário.
Análise de imagem. Para a análise da imagem a professora deverá se orientar por
uma fundamentação sobre a análise iconográfica, para tanto indicamos o texto de
Meneses (2003).
Todas as atividades terão a coordenação da professora, para que os alunos
produzam narrativas históricas elaboradas, por meio de fontes históricas e
historiográficas.
Com base nos documentos estudados, solicitar aos alunos que escrevam uma
narrativa histórica para explicar como se deu a inserção da mulher no mundo do trabalho
fabril durante a Revolução Industrial Inglesa, quais as condições de trabalho e as
consequências da dupla jornada.
Nesse momento será retomada a produção inicial dos alunos, solicitar que façam a
leitura dos textos elaborados por eles no início da implementação do projeto e a narrativa
produzida, comparar os conhecimentos adquiridos.
Será montado um mural com todo o material produzido pelos alunos e exposto em
uma sala para apreciação de toda comunidade escolar, com o objetivo de mostrar a
importância do trabalho realizado e o resultado da aprendizagem do referido tema.
REFERÊNCIAS
ARRUDA, José Jobson de Andrade. A revolução industrial. Série Princípios. 3. ed. São Paulo: Ática, 1994.
BERRI CLAUDE, Germinal – Legendado - Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=vzVSlxWyxdc>. Acesso em: 03/11/2013.
ENGELS, Friedrich. A situação da classe trabalhadora na Inglaterra. São Paulo: Boi-tempo, 2008.
HERDERSON, William Otto. A revolução industrial: 1780-1914. Trad. Maria Ondina. Ed. bras. São Paulo: Verbo (USP), 1979.
LEFEBVRE, Henri. A reprodução das relações de produção. Porto: Publicações Escor-pião, 1973.
MANTOUX, Paul. A Revolução Industrial no século XVIII. São Paulo: Editora da UNESP/Ucitec, s/d.
MARQUES, Adhemar Martins et. al. História contemporânea através de textos. 4. ed. São Paulo: Contexto, 1994.
MARX, Karl. O capital: crítica da economia política. v. I e II. Coleção: Os Economistas. 3. ed. São Paulo: Nova Cultural, 1988.
______. O capital: crítica da economia política. Livro primeiro: O processo de produção do capital. v. I. 13. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil S.A, 1989.
MENESES, Ulpiano T. Bezerra de. Fontes visuais, cultura visual, História visual. Balanço provisório, propostas cautelares. Rev. Bras. Hist. [online]. 2003, vol.23, n.45, pp. 11-36. ISSN 1806-9347.
MORAES, Vinícius de. Letra do poema Operário em Construção. Disponível em: <http://educador.brasilescola.com/estrategias-ensino/operario-construcao-consciencia-social.htm>. Acesso em: 17/11/2013.
______, Vinícius de. Letra do poema Operário em Construção (declamado por Taiguara). Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=HFFet8dYcUY>. Acesso em: 03/11/2013.
PARANÁ. SEED (org.) História Ensino Médio. 2. ed. Curitiba: Editoração Eletrônica,
2007. Disponível em:
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______. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes curriculares da educação básica de história. Curitiba: SEED-PR, 2008.
______. SEED. A fábrica e a cidade até 1930. São Paulo: Atual, 1995, Correção de Flu-xo, 1997.
PERROT, Michelle. As mulheres ou os silêncios da história. Trad. Viviane Ribeiro. Bauru-SP: EDUSC, 2005
VÍDEO BARSA, Encyclopédia Britânica - Documentário sobre a Revolução IndustrialDisponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=jt-o3EBQPMU>. Acesso em: 07/10/13.
SUGESTÃO DE SITE PARA SELEÇÃO DE IMAGENS:
https://www.google.com.br/search?q=imagens+da+revolu%C3%A7%C3%A3o+industrial+na+inglaterra&espv=210&es_sm=93&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ei=uS2JUtLDD8XxkQeM54HwDg&ved=0CAcQ_AUoATgK&biw=1366&bih=666
SUGESTÕES DE SITES PARA A PESQUISA NA INTERNET
COSTA, Lúcia Cortes da. Gênero: Uma Questão Feminina. Disponível em: <http://www.uepg.br/nupes/genero.htm>. Acesso em: 17/11/2013
LENIN. V. I. O trabalho da Mulher na fábrica. Disponível em: <http://www.marxists.org/portugues/lenin/1899/03/trabalho.htm>. Acesso em: 01/12/21013.
PRADO, Luis Alberto. A história da luta da mulher. Disponível em: <http://www.multirio.rj.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=100:a-origem-do-dia-internacional-da-mulher&catid=33&Itemid=331>. Acesso em: 01/12/2013.