Os clássicos e a análise sociológica da educação

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1 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E EDUCAÇAÕ DISCIPLINA: SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO PROFESSORA: Dr. Denise Simões Rodrigues MARX, DURKHEIM E WEBER: os clássicos e a análise sociológica da educação Profª Drª. Denise Simões Rodrigues * 1 Karl MARX (1818-1883) Nasceu no dia 05/05/1818 em Trier (Alemanha) e morreu em 14/03/1883 na cidade de Londres (Inglaterra). Teórico do socialismo, Karl Marx estudou direito nas universidades de Bonn e Berlim (Alemanha), mas sempre demonstrou mais interesse pela história e pela filosofia. Quando tinha 24 anos, começou a trabalhar como jornalista em Colônia, assinando artigos social-democratas que provocaram uma grande irritação nas autoridades do país. Integrante de um grupo de jovens que tinham afinidade com a teoria pregada por Hegel (Georg Wilhelm Friedrich - um dos mais importantes e influentes filósofos alemães do século 19), Marx começou a ter mais familiaridade dos problemas econômicos que afetavam as nações quando trabalhava como jornalista. * Roteiro de aula expositiva. Circulação restrita.

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E EDUCAÇAÕ DISCIPLINA: SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO

PROFESSORA: Dr. Denise Simões Rodrigues

MARX, DURKHEIM E WEBER: os clássicos e a análise sociológica da

educação

Profª Drª. Denise Simões Rodrigues*

1 – Karl MARX (1818-1883)

Nasceu no dia 05/05/1818 em Trier (Alemanha) e morreu em 14/03/1883 na

cidade de Londres (Inglaterra). Teórico do socialismo, Karl Marx estudou direito

nas universidades de Bonn e Berlim (Alemanha), mas sempre demonstrou mais

interesse pela história e pela filosofia. Quando tinha 24 anos, começou a trabalhar

como jornalista em Colônia, assinando artigos social-democratas que provocaram

uma grande irritação nas autoridades do país. Integrante de um grupo de jovens

que tinham afinidade com a teoria pregada por Hegel (Georg Wilhelm Friedrich -

um dos mais importantes e influentes filósofos alemães do século 19), Marx

começou a ter mais familiaridade dos problemas econômicos que afetavam as

nações quando trabalhava como jornalista.

* Roteiro de aula expositiva. Circulação restrita.

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Obras Principais: Teses sobre Feurbach (1845); A ideologia alemã (1845-1846)

A Miséria da Filosofia (1847); O Manifesto do Partido Comunista (1848); As Lutas

de Classe na França (1850); O 18 Brumário de Luiz Bonaparte (1852);

Contribuição à Crítica da Economia Política (1859); O Capital (1867).

Frases de Marx:

“Ser radical é pegar o problema pela raiz. E a raiz, para o homem, é o próprio

homem.”

“A história da sociedade até aos nossos dias é a história da luta de classes.”

“Os homens fazem a sua própria história, mas não o fazem como querem [...]

a tradição de todas as gerações mortas oprime como um pesadelo o cérebro

dos vivos”.

Falar sobre as contribuições de Marx para a Sociologia representa um

enorme desafio não só pela relevância teórica de suas propostas como pelo fato

que elas se constituíram em fonte de controvérsias e defesas apaixonadas entre

intelectuais e militantes políticos radicais, desde que foram por ele apresentadas.

Suas ideias inspiraram a ação política revolucionária e a criteriosa discussão do

sistema capitalista. Depois de Marx não se pode mais trabalhar a História sem a

crítica de seus fundamentos sociais, políticos e econômicos que como ele

afirmava, se constituíam no suporte da desigualdade entre os homens sob o

capital.

Herdeiro do Iluminismo acreditava na razão como instrumento capaz de

conduzir a uma sociedade mais justa, livre das ilusões criadas pela ideologia da

classe dominante – a burguesia. Desmascarar o fetiche da mercadoria fazia parte

do uso da razão na explicação das fontes da exploração do trabalho e por

consequência daqueles que a sofriam intensamente – o operariado.

Demonstrar que a sociedade só tinha um caminho a seguir, o da libertação

das cadeias da exploração capitalista, faz parte também dessa tentativa de uso de

uma espécie de razão instrumental capaz colocar a nu as contradições do sistema

capitalista e expor o caminho da revolução como a única saída para a explicação

da evolução das sociedades como uma eterna luta entre as classes.

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Marx não produziu uma obra de exclusivo cunho sociológico, nem era esse o

foco de suas preocupações. Todavia, nenhum outro autor demarcou tão bem sua

época como ele, por ser ao mesmo tempo um político atuante e o cientista capaz

de uma copiosa produção cuja profundidade e originalidade são incontestáveis.

Mas, talvez nada tenha colaborado mais para a permanência de Marx no debate

intelectual do que a sua capacidade de mobilizar no ser humano aquilo que é a

sua essência, seu ponto vital – a sua capacidade de sonhar e de acreditar no

sonho e ir em busca de alcançá-lo e assim tornar concreto o que é produto da

utopia.

A concepção metodológica de marxiana é:

Materialista: o foco é a base material do objeto investigado;

Histórica: a base material é contextualizada historicamente

Dialética: analisa o objeto de estudo a partir de suas contradições internas,

de cujo conflito surgem as novas sínteses.

PRINCIPAIS CONCEITOS

Produção:

Para a teoria marxista, os processos históricos que dão origem e permitem a

existência da vida social só podem ser verdadeiramente compreendidos quando

analisados tendo em vista a forma como os homens produzem a sua

sobrevivência material.

Processo de Trabalho:

Transformação da natureza realizada pelo homem para convertê-la em objeto

útil.

Relações de Produção:

Forma histórica concreta em que se realiza o processo de trabalho.

Processo de Produção:

Processo de trabalho que se dá sob determinadas relações de produção.

Infraestrutura: é a base econômica; a estrutura econômica da sociedade.

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Superestrutura compreende:

A estrutura jurídico-política: o Estado e o Direito. Conjunto de aparatos

institucionais e normas destinados a regulamentar o funcionamento da sociedade

em sua totalidade, incluindo-se aí o exercício das funções do Estado

A estrutura ideológica propriamente dita, entendida de modo amplo como as

formas da consciência social

a) sistemas de idéias e representações sociais (ideologias em seu sentido

restrito), idéias políticas, jurídicas, morais, religiosas, estéticas e filosóficas dos

homens de uma sociedade historicamente determinada;

b) sistemas de atitudes e comportamentos: hábitos, costumes e tendências a

reagir de uma determinada maneira.

As Classes Sociais:

As classes são grandes grupos de homens que se diferenciam entre si pelo

lugar que ocupam em um sistema de produção historicamente determinado, pelas

relações em que se encontram frente aos meios de produção [...] relações que as

leis fixam e consagram), pelo papel que desempenham na organização social do

trabalho e, por conseguinte, pelo modo e a proporção em que percebem a parte

da riqueza social de que dispõem.

Classe em si

Classe para si

Luta de classes

Consciência de Classe é a expressão utilizada na tradição marxista para

designar o processo pelo qual os membros de uma classe (geralmente a

proletária), se tornam conscientes de si mesmos, isto é, de sua identidade e

destino coletivo; e o resultado desse processo. É, portanto, uma expressão

intimamente relacionada com a ideia de conflito revolucionário de classe e designa

a suposta vontade dos operários de reconhecerem seu inimigo comum – os

capitalistas –, sua miséria e sua meta comum – o triunfo do proletariado.

(DICIONÁRIO DE CIÊNCIAS SOCIAIS,1986, p. 245)

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As ideias de Marx sobre a educação não se encontram sistematizadas em

um livro específico sobre o tema, devem ser garimpadas em várias de suas

produções, escritas em conjunto com Engels. Alguns pontos são muito

importantes. Entre eles sobressai uma questão central: como eliminar a

separação entre trabalho manual e trabalho intelectual existente no modo de

produção capitalista? Para esses autores a solução estava na reformulação do

sistema de ensino vigente, cuja ineficiência e excludência eles denunciam. A

educação é por eles analisada como instrumento poderoso que favorece a

manutenção da exploração das classes subalternas da sociedade capitalista,

aprofundando o fosso que separa o proletariado da burguesia.

A educação é parte da superestrutura, que é condicionada pelas forças

materiais de produção. A classe dominante impõe suas ideias como meio de

controle. Mas a ideologia é uma falsa consciência, que impede as pessoas

dominadas de perceberem seus interesses. Na sociedade de classes as pessoas

sofrem a alienação porque seu trabalho não leva à auto-realização e à satisfação

de suas necessidades econômicas.

Para Marx teoria e prática devem estar unidas: a práxis é essencial. Portanto

deve-se pensar a educação como:

A educação é um meio de dominação no capitalismo e para servir como

condutora do comunismo deve sofrer mudanças importantes;

A educação pode ser uma força de transformação social, mas depende de

mudanças do poder político que sustenta a sociedade;

Trabalho e educação devem ser associados (educação politécnica)

A proposta marxiana de educação contempla o ensino público e gratuito para

todos os cidadãos, mas trata-se de um ensino adequado ao processo da produção

material, visando a resolução da questão central mencionada acima. Haveria a

integração do ensino intelectual associado à educação física e ao adestramento

tecnológico remunerada das crianças e jovens, haveria assim uma perfeita

correlação entre teoria e prática. Para evitar a exploração das crianças e jovens,

tal como ocorre nas sociedades capitalistas, haveria uma limitação das horas de

atividade nas fábricas, de acordo com a idade de cada um.

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As crianças e os jovens seriam divididos em grupos de idade:

9 – 12 anos: turnos de 2 horas de trabalho

13 – 15 anos: turnos de 4 horas de trabalho

16 – 17 anos: turnos de 6 horas de trabalho

Com essa proposta buscava-se obter o desenvolvimento integral (bio-psico-

social) da personalidade, produzir o SER TOTAL. Isso também envolvia a prática

das atividades de lazer, a participação política e a produção artístico-cultural.

Portanto se incentivaria uma educação ampla, de base comunitária e espírito

coletivo, que seria praticada em associações as mais diversas, tais como os

sindicatos, círculos de cultura, associação de moradores, etc... Tratava-se de uma

proposta integrada de educação socialista.

1 – Èmile DURKHEIM (1858-1917):

Nasceu em Épinal, entre a Alsácia e a Lorena (França), em 15/04/1858. Filho de

um rabino foi bastante religioso por algum tempo, até se transferir para Paris para

iniciar seus estudos universitários. Ao graduar-se tornou-se professor de Ciência

Social e Pedagogia da Universidade de Bordeaux, onde foi responsável pela

introdução dos estudos sociológicos. Em 1902 passou a dar aulas de Pedagogia e

Sociologia na Sorbonne, em Paris. Sua formação acadêmica foi aprofundada na

Alemanha, com a defesa de sua tese de doutoramento – A Divisão do Trabalho

Social (1893). Nesse período entrou em contato com as obras de Dilthey, de

Simmel, Tönnies e Wundt.

Obras principais: A Divisão do Trabalho Social (1893); As Regras do Método

Sociológico (1895); O Suicídio (1897); As Formas Elementares da Vida Religiosa

(1912); Educação e Sociologia (1922); Sociologia e Filosofia (1924)

Educação Moral (1925); O Socialismo (1928).

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É considerado por alguns como um neo-positivista, mas hoje a maioria

dos sociólogos, o considera como fundador do Funcionalismo, e principalmente,

aquele que criou a Sociologia contemporânea. Seus estudos sobre a sociedade o

levaram a tratar a educação como fato social fundamental para a obtenção da

integração social e construção da consciência coletiva. Sua posição teórica

apresenta ênfase na abordagem sociológica como prioritária ao educador.

1.1 – DURKHEIM e as relações entre a Educação e a Sociologia

O que é Educação A educação é a ação exercida pelas gerações adultas sobre aquelas que

ainda não estão maduras para a vida social. Tem por objeto suscitar e

desenvolver na criança um certo número de estados físicos, intelectuais e

morais que lhe exigem a sociedade política no seu conjunto e o meio

especial ao qual está particularmente destinada (DURKHEIM,2001,p.52)

A importância da análise sociológica da educação: a educação como fato

social.

As características do fato social tais como foram propostas por DURKHEIM

– objetividade, exterioridade, coercitividade, generalidade – permitem a

análise das condições de suporte do processo educacional a partir das

quais os valores morais são internalizados pelos indivíduos, possibilitando a

reprodução e a perpetuação das formas socialmente consideradas

adequadas pelos membros da sociedade.

“É fato social toda maneira de agir fixa ou não, suscetível de exercer sobre

o indivíduo uma coerção exterior; ou então ainda, que é geral na extensão

de uma sociedade dada, apresentando uma existência própria,

independente das manifestações individuais que possa ter”.

(DURKHEIM,1978,p.11)

Segundo ele, somente a Sociologia oferece o instrumental necessário ‘a

compreensão do caráter social da Educação, ao seu papel na formação do

ser social.

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1.2– O caráter social da educação

A socialização dos jovens

Os conceitos de Representações Sociais; Consciência Coletiva; Ser Social (é

preciso domar a natureza egoísta do homem).

Conceitos essenciais: representações sociais, consciência coletiva e

consciência social1

[...] Em virtude deste princípio, a sociedade não é simples soma de

indivíduos, e sim sistema formado pela sua associação, que representa

uma realidade específica com seus caracteres próprios. Sem dúvida, nada

se pode produzir de coletivo se consciências particulares não existirem;

mas esta condição necessária não é suficiente. É preciso ainda que as

consciências estejam associadas, combinadas de determinada maneira; é

desta combinação que resulta a vida social, e, por conseguinte, é esta

combinação que a explica. Agregando-se, penetrando-se, fundindo-se, as

almas individuais dão nascimento a um ser, psíquico se quisermos, mas

que constitui individualidade psíquica de novo gênero.

[...] Eis em que sentido e por que razões se pode e se deve falar de uma

consciência coletiva distinta das consciências individuais. Para justificar tal

distinção, não é necessário negar a primeira; a consciência coletiva é algo

de especial e deve ser designada por um termo especial, simplesmente

porque os estados que a constituem diferem especificamente daqueles que

constituem as consciências particulares. Esta especificidade provém do fato

de não serem dois tipos de consciência formados pelos mesmos elementos.

Um, com efeito, resulta da natureza do ser orgânico-psíquico tomado

isoladamente; o outro, da combinação de uma pluralidade de seres daquele

gênero. (DURKHEIM,1978,p.90)

1.3– O poder da educação: os meios de ação

Como atingir os objetivos da educação:

liberdade x autoridade e castigo x recompensa

1 DURKHEIM, E. As Regras do Método Sociológico. São Paulo: Ed. Nacional, 1978.

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Sanções positivas e sanções negativas

A educação como um processo que prepara para a vida, um processo que

pode ser definido também por outro conceito: socialização.

O papel do estado:

Servir de auxiliar e substituto das famílias, sob estritas condições e/ou

limites de ação ideológica.

A educação assegura comunhão de ideias [...] não pode ser

abandonada ao arbítrio de particulares.

O Estado deve atuar como gestor e supervisor do sistema educacional.

Max WEBER (1864-1920)

Sociólogo e economista alemão. Formado em Heidelberg, Estrasburgo, Göttingen

e Berlim, onde estudou direito, ciência econômica, história e filosofia. Exerceu as

cátedras de economia política em Freiburg e Heidelberg, mas se retirou do ensino

em 1898 depois de sofrer um colapso nervoso. Foi o maior responsável pelo

estabelecimento da Sociologia como disciplina acadêmica na Alemanha e, a partir

de 1904, editou uma importante revista de ciência social – Archiv für

Sozialwissenschaft und Sozialpolitik. Escreveu sobre uma vasta gama de

questões, tomando como temas centrais o desenvolvimento do capitalismo e a

racionalização, especialmente em obras como A Ética Protestante e o Espírito

do Capitalismo (1904), História Econômica Geral (1923), e Economia e

Sociedade (1921). Também contribuiu substancialmente para discussões

metodológicas a respeito da “interpretação” (Verstehen) e da explicação causal,

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valores e objetividade em A Metodologia das Ciências Sociais (1904).

(Dicionário do Pensamento Social do Século XX, 1996,p.820)

3.1 – Sociologia e a teoria da Ação Social

a) Conceito de Sociologia: “é uma ciência que pretende entender,

interpretando-a, a ação social para dessa maneira explicá-la causalmente

em seu desenvolvimento e efeitos”.

b) Ação Social: como ação social “deve entender-se uma conduta humana

(ato interno ou externo, omissão ou permissão) sempre que o sujeito ou os

sujeitos da ação envolvam-na em um sentido subjetivo. A “ação social”,

portanto, é uma ação onde o sentido pensado por seu sujeito ou sujeitos

está referido à conduta de outros, orientando-se por esta em seu

desenvolvimento” (WEBER,1991:3).

c) Tipologia da Ação Social

Ação racional segundo fins determinados

Ação racional segundo valores

Ação afetiva

Ação tradicional

“A ação social, como toda ação, pode ser determinada: 1) de modo

racional referente a fins: por expectativas quanto ao comportamento de

objetos do mundo exterior e de outras pessoas, utilizando essas

expectativas como “condições” ou “meios” para alcançar fins próprios,

ponderados e perseguidos racionalmente, como sucesso; 2) de modo

racional referente a valores: pela crença consciente no valor – ético,

estético, religioso ou qualquer que seja sua interpretação – absoluto e

inerente a determinado comportamento como tal, independentemente do

resultado; 3) de modo afetivo, especialmente emocional: por afetos ou

estados emocionais atuais; 4) de modo tradicional: por costume

arraigado.” (WEBER,1991,p.15)

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3.2 – As conexões entre processos e instituições sociais gerais e a especificidade

das instituições e processos próprios da educação.

Estruturas, sujeitos e processos: as mútuas influências, a natureza da

autoridade e da legitimidade existente.

SUJEITOS ESTRUTURAS SOCIAIS

(grupos, classes, etc...) (Estado, Igreja, Mercado, etc...)

3.3 – O que está consolidado pode sofrer mudanças

a) permanência x mudança: a luta pela transformação dos conteúdos das

estruturas.

3.4 – A análise weberiana da educação

A tendência à racionalização e à burocratização das estruturas sociais na

modernidade;

A importância da educação:

para o Estado: a necessidade de pessoal treinado para o exercício das

atividades administrativas;

para a empresa capitalista: a lógica do lucro e as relações de

custo/benefício;

para os indivíduos: o acesso a bens materiais, ao prestígio que as

relações de status conferem.

A educação foi radicalmente transformada a partir do avanço da racionalização

e da burocratização. E o mundo tornou-se “desencantado” para o homem. A

magia, o mistério, a vontade divina, a fatalidade do destino, os aspectos

sobrenaturais que permeavam a vida e o processo de tomada de decisões foi

substituído gradualmente pelo império da lei e da razão.

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3.5 – O desencantamento do mundo: os especialistas, os peritos e a pedagogia do

treinamento.

Diferentemente da concepção organicista de Durkheim e da concepção

materialista de Marx, a sociologia histórica de Max Weber parte da ação e

da interação dos indivíduos – na base das quais estão também conjuntos

de valores compartilhados – como constitutivas da sociedade. Quanto mais

complexas as sociedades, isto é, quanto maior a sua racionalização,

argumenta Weber, maior o número de regulamentos sociais a serem

obedecidos. Quanto mais complexa a sociedade, mais conflitiva tende a ser

a interação entre os indivíduos e grupos, uma vez que maiores serão as

“constelações de interesses” que se contrapõem e maior também a

necessidade de regulamentá-lo. (RODRIGUES, 2002,74)

REFERÊNCIAS

DICIONÁRIO DE CIÊNCIAS SOCIAIS. Rio de Janeiro: FGV, 1986.

RODRIGUES, A T. Sociologia da Educação. Rio de Janeiro: D P &A, 2002.

WEBER, M. Ensaios de Sociologia. Rio de Janeiro: Zahar, 1974.

______. Economia e Sociedade. Brasília/DF: UNB, 1991.