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1 Os benefícios da bandagem funcional como recurso terapêutico nas lesões ligamentares do tornozelo HERIVELTON GOMES GOULART [email protected] Profa. Ma. Dayana Prisicila Maia Mejia Pós Graduação em Fisioterapia Traumato Ortopedia - FASERRA/Biocursos, Manaus-AM Resumo Esta pesquisa visa demonstrar os benefícios da Bandagem Funcional no tratamento das lesões ligamentares do tornozelo. Trata-se de uma revisão bibliográfica, referenciada em livros, artigos, bancos de dados como; lilacs, pubmed, google acadêmico, bireme, scielo, dentre os períodos de 1983 a 2016, evidências que comprovem os efeitos terapêuticos da bandagem funcional nas lesões ligamentares do tornozelo. Os ligamentos lateral do tornozelo são as estruturas mais propensas à lesão tanto na prática esportiva quanto nas atividades comuns. O mecanismo de lesão ocorre durante a flexão plantar e inversão, máximo estresse no ligamento talofibular anterior, mais acometido, levando-o ao seu rompimento, no entanto as lesões por inversão de maior gravidade geram uma carga tensiva nos ligamentos calcaneofibular, talofibular posterior e o subtalar podendo levá- los, também, a rupturas. A bandagem é uma intervenção de sustentação terapêutica que ajuda suportar ou controlar a mobilidade articular com objetivos de prevenir lesões, processo de reabilitação e durante a atividade, procedimento de baixo custo, pode substituir o uso de órteses, é de fácil aplicação, visa fornecer apoio e proteção para os tecidos moles, aumento de estabilidade articular, melhora do esforço muscular, melhora do controle sensório-motor, estimulação cutânea, modulação da dor, facilitação ou inibição da atividade muscular e promove uma otimização da coordenação e do alinhamento articular estático e dinâmico. Palavras-chave: Estabilizadores estáticos do tornozelo; Bandagem funcional; Fisioterapia

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Os benefícios da bandagem funcional como recurso terapêutico

nas lesões ligamentares do tornozelo

HERIVELTON GOMES GOULART

[email protected]

Profa. Ma. Dayana Prisicila Maia Mejia

Pós Graduação em Fisioterapia Traumato – Ortopedia - FASERRA/Biocursos,

Manaus-AM

Resumo

Esta pesquisa visa demonstrar os benefícios da Bandagem Funcional no tratamento das

lesões ligamentares do tornozelo. Trata-se de uma revisão bibliográfica, referenciada em

livros, artigos, bancos de dados como; lilacs, pubmed, google acadêmico, bireme, scielo,

dentre os períodos de 1983 a 2016, evidências que comprovem os efeitos terapêuticos da

bandagem funcional nas lesões ligamentares do tornozelo. Os ligamentos lateral do

tornozelo são as estruturas mais propensas à lesão tanto na prática esportiva quanto nas

atividades comuns. O mecanismo de lesão ocorre durante a flexão plantar e inversão,

máximo estresse no ligamento talofibular anterior, mais acometido, levando-o ao seu

rompimento, no entanto as lesões por inversão de maior gravidade geram uma carga

tensiva nos ligamentos calcaneofibular, talofibular posterior e o subtalar podendo levá-

los, também, a rupturas. A bandagem é uma intervenção de sustentação terapêutica que

ajuda suportar ou controlar a mobilidade articular com objetivos de prevenir lesões,

processo de reabilitação e durante a atividade, procedimento de baixo custo, pode

substituir o uso de órteses, é de fácil aplicação, visa fornecer apoio e proteção para os

tecidos moles, aumento de estabilidade articular, melhora do esforço muscular, melhora

do controle sensório-motor, estimulação cutânea, modulação da dor, facilitação ou

inibição da atividade muscular e promove uma otimização da coordenação e do

alinhamento articular estático e dinâmico.

Palavras-chave: Estabilizadores estáticos do tornozelo; Bandagem funcional;

Fisioterapia

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1. Introdução

O objetivo deste estudo é estabelecer uma análise crítica sobre os efeitos

terapêuticos que se deseja obter com a bandagem funcional como recurso na prevenção e

tratamento pós lesão ligamentar de tornozelo que incluem a estabilização articular,

modificação e controle postural, inibição da atividade muscular, redução da dor, aumento

da excitabilidade dos neurônios motores, propriocepção e aumento do torque articular.

As disfunções de tornozelo correspondem aproximadamente a 20% das lesões

musculoesqueléticas. Na prática esportiva há um aumento desse índice para 30%, a lesão

geralmente ocorre na posição de inversão do tornozelo.1

A fisiologia articular local é fator primordial para maior incidência das lesões por

inversão, pois esse movimento está associado ao movimento de flexão plantar, que é a

posição de maior instabilidade do tálus dentro da pinça bimaleolar.2 Entre os fatores

etiológicos desse acometimento, incluem a disfunção do suporte articular, muscular e/ou

alteração proprioceptiva durante a atividade funcional.1,3,4

A prática da atividade física que utiliza os membros inferiores tem como maior

incidência de lesão a entorse de tornozelo por inversão. A anatomia articular do tornozelo

e pé contribuem significativamente para o alto índice desse tipo de lesão, pois o maléolo

medial é mais curto do que o lateral, os ligamentos da face lateral da articulação são

separados, além de, não serem tão resistentes.7 A articulação do tornozelo forma um

sistema que deve fornecer um grau de estabilidade maior do que de flexibilidade. Sua

função é fornecer uma base estável para a posição ereta, uma alavanca rígida na fase do

impulso da marcha, absorver cargas, adaptar-se as irregularidades do solo.10

As entorses da articulação do tornozelo são as lesões que mais acometem atletas

durante as atividades físicas.17 São tipicamente classificadas em grau I, II ou III, baseado

no modelo patoanatômico, que consiste na combinação de fatores detectados durante o

exame físico.10

As bandagens funcionais são definidas como um sistema de estabilização de um

segmento corporal, por meio de uma contensão a partir de fitas adesivas colantes que são

aplicadas na pele.11 São divididas em dois tipos, bandagens funcionais rígidas ou

inelásticas e bandagens funcionais elásticas. O material normalmente empregado nas fitas

de bandagens rígidas é o esparadrapo, material hipoalergênico e impermeável,

desenvolvido com resina acrílica e algodão com adesivo a base de borracha natural.5 Já a

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bandagem elástica tem na composição de suas fitas um polímero elástico e envolvido por

fibras de algodão, que permite a evaporação do suor. Sua espessura se assemelha com a

espessura da epiderme, sendo que a fita pode ser estirada longitudinalmente em até 140%

de seu comprimento inicial.5 Têm como um dos principais objetivos o fornecimento de

apoio e proteção para os tecidos moles, sem limitar suas funções e aumento da

estabilidade articular. É um instrumento terapêutico muito utilizado pelos fisioterapeutas

no processo de reabilitação de traumas, entorses, fraturas e outras afecções, devido aos

seus benefícios observados nos protocolos de reabilitação em lesões articulares,

ligamentares, musculares, posturais dentre outras, dentro da amplitude articular normal.12

Outros objetivos da bandagem funcional incluem inibir a hiperatividade dos músculos

agonistas e antagonistas, facilitar a atividade sinergista, promover uma otimização da

coordenação e do alinhamento articular estático ou dinâmico, diminuir a irritação do

tecido neural, inibir direta e indiretamente a dor associada ao movimento.9

Especula-se que o mecanismo de ação é dependente da estimulação do sistema

tegumentar, ou seja, dos mecanorreceptores presentes na pele. Sabe-se que as bandagens

funcionais são amplamente utilizadas com o objetivo de proporcionar maior estabilidade

para articulação e consequentemente prevenir lesões.6 Os estudos com bandagens

funcionais como terapêutica nas lesões de tornozelo concentram-se em sua grande

maioria, nas bandagens rígidas e elásticas, com o propósito de verificar a propriocepção

e a resposta eletromiográfica da musculatura que cruza esta articulação.35

A bandagem funcional desperta interesse por ser um tema pouco explorado no

Brasil, e por verificar que vários profissionais da área são adeptos dessa técnica, se

especializaram neste assunto na França, onde ela é amplamente utilizada, visto que a ação

da bandagem foca nos efeitos proprioceptivos e mecânicos.26

Este estudo visa demonstrar os benefícios da Bandagem Funcional como escolha

terapêutica nas lesões ligamentares do tornozelo decorrente de uma entorse. Trata-se de

uma revisão bibliográfica, referenciada em livros, artigos, revistas cientificas, base de

dados como; lilacs, pubmed, google acadêmico, bireme, scielo, dentre os períodos de

1983 a 2016, evidências que comprovam os efeitos terapêuticos da bandagem funcional

nas lesões ligamentares do tornozelo, justifica-se pela carência de literatura científica que

tenha como abordagem a utilização da bandagem funcional como recurso terapêutico nas

lesões ligamentares do tornozelo, assim dificultando o uso dessa técnica por

fisioterapeutas.

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2. Fundamentação Teórica

A bandagem funcional é uma técnica complementar para reeducação postural do

indivíduo, onde estimula grupos musculares e inibe outros grupos a fim de favorecer um

reequilíbrio neuromuscular de seguimentos desequilibrados. Estabelece uma vantagem

de fácil aplicação, porém se faz necessário que o profissional compreenda as estruturas

anatômicas, o mecanismo de lesão e o propósito da bandagem, que pode ser a

imobilização, a restrição do movimento ou o suporte de um ligamento ou músculo.9

O uso da bandagem permite comprimir regiões anatômicas reduzindo os

exsudatos inflamatórios, redução do stress tecidual local, proteção devido ao correto

posicionamento, minimizar a extensão da lesão (agudo) e profilaxia.9

Experiências mostram que as bandagens de compressão, imobilização e

estabilização quando associadas ao tratamento fisioterapêutico, são capazes de acelerar o

processo de cura e evitar traumas ou recidivas.12

A bandagem funcional é uma técnica que tem por objetivo modificar a mecânica

dos segmentos alterados e/ou não rígidos, proporcionando repouso às estruturas

danificadas, reforçando os aspectos com alterações estruturais e/ou fisiológica,

melhorando a funcionalidade dos segmentos, recuperando assim, a função deficitária

sem anular outras mecânicas naturais vinculadas aos segmentos tratados com as

bandagens.15

São dispositivos protetores e estabilizadores dos tecidos moles, utilizados tanto

na prevenção, antes de exercícios, de treinamentos ou da prática desportiva, como nas

etapas iniciais ou avançadas do tratamento fisioterapêutico.9,10 Tem sido utilizada de

várias formas como técnicas de tratamento, mas somente nos últimos 20 anos tem sido

usada, principalmente, como uma prática da fisioterapia.27

A aplicabilidade clínica da bandagem é muita ampla e pode ser usada no

tratamento de disfunções neuro-musculoesqueléticas agudas e crônicas em todas as

regiões do corpo.27

Segundo Veronesi14 a bandagem tem efeito analgésico, estabilizador articular e

estimulação proprioceptiva. A analgesia ocorre através da estimulação das vias nervosas

dos mecanorreceptores, que são vias de maior calibre que as vias nociceptivas da dor,

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levando a uma supressão da via dolorosa pela via proprioceptiva, chamada de efeito

comporta.

Na estabilização articular as bandagens bloqueiam as articulações assim

proporcionando uma maior estabilidade. Realiza a estimulação proprioceptiva quando a

fita adesiva é colocada longitudinalmente ao ventre muscular ocorrendo uma

estimulação das fibras musculares devido o estímulo do fuso neuromuscular, e se

colocada transversalmente ao ventre do músculo, ocorre a sua inibição devido a

estimulação do órgão tendinoso de golgi.14

Evidências científicas relatam os benefícios das bandagens funcionais na

articulação do tornozelo, sendo elas inelásticas, limitando consideravelmente os

movimentos da articulação, utilizando esparadrapo como material ou elásticos,

respeitando um princípio de ativação muscular, aplicadas em cima do músculo

específico que cruza a articulação.5,6

Segundo Santos e Silva12 o objetivo principal da bandagem funcional é fornecer

apoio e proteção para os tecidos moles, sem limitar suas funções e aumentando a

estabilidade articular.

Pode ser aplicada tanto antes (prevenção) quanto depois da ocorrência de lesões.

A prevenção ocorre pela sustentação ou apoio as áreas submetidas ao estresse excessivo,

então assim, reduz a frequência e gravidade de lesões devido ao aumento da estabilidade

articular ou pela maior estabilidade às articulações que apresentam históricos de lesões,

prevenindo recidivas.5,6,12

Segundo Santos e Silva12, quando a bandagem é feita ao redor do tornozelo, para

facilitar a retirada deve-se iniciar o corte da bandagem no topo, no lado medial da perna,

em torno do maléolo medial e assim direcionando para o hálux. O utilizado na aplicação

das fitas da bandagem é um dos fatores que vai definir a indicação da mesma. As fitas

podem ser de material não elástico, normalmente indicado para estabilizar e proteger

uma articulação, ou elásticos, indicados para propiciar suportes musculares tendíneos e

melhora do senso posicional de uma articulação.

Segundo Veronesi14 devido a ação dos receptores sensoriais, na primeira sessão,

o tempo de aplicação da bandagem funcional deve ser de 1 hora, para verificar a

aceitação do paciente quanto aos estímulos que será proporcionado e provocar uma

estimulação gradativa aos receptores. Na segunda sessão, aumenta para 2 horas sempre

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verificando a aceitação do paciente em relação aos estímulos e ao ganho gradativo dos

estímulos propostos. Na terceira sessão aumenta para 3 horas e na quarta sessão para 4

horas e após a quarta sessão, o tempo permanece 4 horas devido a proteção da pele, pois

se permanecer com a bandagem funcional mais que 4 horas, a modificação físico-

química da pele irá alterar, assim promovendo uma desidratação, podendo provocar

queimaduras, assim favorecendo o aparecimento de feridas cutâneas.

O principal músculo envolvido no mecanismo de lesão da entorse são os fibulares,

principais eversores do pé, que ao se contraírem geram rigidez realizando a dinâmica de

proteção articular, evitando assim o movimento excessivo. O bíceps femoral por ter sua

inserção na cabeça da fíbula, sofre um reflexo de estiramento devido a inferiorização da

cabeça da fíbula durante a entorse.7 Aos músculos não é apenas atribuída a função de

locomoção do corpo, mas também a de controlarem a circulação venosa e linfática, a

temperatura corporal, etc. Assim sendo, quando os músculos não funcionam

corretamente, surgem vários tipos de sintomas.7,12

2.1 Tipos de Bandagem Funcional

As bandagens são classificadas em ataduras e esparadrapos inelásticos e elásticos

e dispositivos protetores em combinação com esparadrapos e ataduras. As ataduras e

esparadrapos inelásticos, também chamados bandagens rígidas, são utilizados para

fornecerem suporte às articulações e restringir os movimentos articulares anormais ou

excessivos. Já as ataduras e esparadrapos elásticos são utilizados em estruturas do corpo

que necessitam de grande liberdade de movimento, como em grupos musculares

dinâmicos onde permite certa contração do músculo sem restrição do fluxo sanguíneo,

em acolchoamentos protetores do corpo ou em compressões de lesões agudas

combinadas com gelo.8

Os dispositivos protetores em combinação com esparadrapos e ataduras são

utilizados para limitação do movimento, proteção de determinada área do corpo e

manutenção de talas e acolchoamentos no posicionamento correto.8

A bandagem rígida é de ampla utilização na melhora do posicionamento

articular, limitando desvios patológicos, prevenindo o quadro álgico decorrente e

provem suporte para articulações por restringirem movimentos.14

As Bandagens Funcionais elásticas assemelham-se em peso, espessura e

elasticidade à pele humana, e exercem uma espécie de ação sobre a elevação da

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epiderme, aumentando o espaço subcutâneo, melhorando a circulação sanguínea e

linfática, proporcionando a regeneração de tecidos lesados, diminuindo a dor e

corrigindo as funções.36 Pode ser utilizada por 3-4 dias consecutivos sem perder sua

característica elástica, pois seu material é poroso, permeável ao ar e resistente a água,

não sendo necessária sua remoção durante o banho.36

2.2 Anatomia e Fisiologia do Tornozelo

Segundo Sena13, tornozelo é a articulação terminal de apoio onde apresenta

movimentos em um só plano de flexão e extensão com função bastante complexa, pois

está ligada aos movimentos das articulações subtalar e mediotársica.

A articulação do tornozelo é formada por três faces articuladas, face articular

superior do tálus denominada tróclea, que articula com a face inferior da tíbia, face

articular lateral do tálus que se articula com a face articular do maléolo fibular, face

articular medial do tálus articula-se com a face articular do maléolo tibial. Denomina-se

articulação tróclea, que significa que possui um grau de liberdade, condiciona os

movimentos do membro inferior com relação ao pé no plano sagital e é indispensável a

marcha.7

Os ossos do pé são tradicionalmente divididos em três segmentos funcionais. O

retropé ou segmento posterior inclui o tálus e o calcâneo, o médio pé ou segmento

intermediário inclui o navicular, o cubóide e os três cuneiformes e o antepé ou segmento

anterior, que é composto pelos cinco metartasais e pelas falanges.28 Ao contrário de

outras articulações, que atendem exclusivamente a demandas de mobilidade ou de

estabilidade, o pé e o tornozelo formam um complexo articular que atende a ambas as

demandas, sendo algumas vezes móvel e outras vezes estável.29

O tornozelo, ou articulação talo-crural, composto pelas articulações tibiotalar e

tibiofibular, é classificado como uma articulação sinovial em gínglimo e apresenta uma

estabilidade inerente, devido a sua arquitetura óssea e à presença dos ligamentos

colaterais, da cápsula articular e da porção distal da membrana interóssea.30

Proximalmente, a articulação é composta pela parte distal da tíbia e pelos

maléolos tibial e fibular. Essas três facetas formam uma superfície articular côncava,

que se prolonga mais distalmente do lado fibular e da borda posterior da tíbia,

distalmente a articulação é formada pelo corpo do talus com suas três facetas articulares:

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uma faceta lateral grande, uma faceta medial pequena e uma faceta superior ou

troclear.33

A articulação tibiofibular distal é classificada como uma sindesmose entre a

faceta côncava da tíbia e a faceta convexa da fibula, sendo considerada por alguns

autores como parte da articulação do tornozelo.28

A estabilidade do tornozelo durante a fase de suporte de peso, depende de vários

fatores, tais como configuração óssea, integridade e orientação dos ligamentos e da

posição da articulação no momento do impacto.31

O máximo contato entre as superfícies articulares ocorre em flexão (posição de

máxima congruência articular), que corresponde à posição mais estável do tornozelo.33

A estabilidade látero-lateral é proporcionada pelos maléolos e seus ligamentos,

ao passo que a estabilidade no plano sagital depende exclusivamente do sistema

ligamentar. O sistema musculotendíneo adjacente desempenha um papel muito pequeno

na estabilidade articular. As principais estruturas ligamentares que proporcionam

estabilidade ao tornozelo incluem a porção distal da membrana interóssea, o ligamento

deltóide medialmente e os ligamentos talofibulares anterior e posterior e calcâneo

fibular, lateralmente.34 Os ligamentos, colateral tibial, colateral fibular e deltoide

posterior estão presentes nesta região e oferecem estabilidade articular. O ligamento

colateral tibial é frequentemente chamado de ligamento deltoide, sendo composto pelos

ligamentos; tíbio talar anterior, tíbio talar posterior, tíbio navicular e tíbio calcâneo.5 O

colateral lateral é composto pelos ligamentos; talo-fibular anterior, talo-filar posterior e

calcâneo fibular.7

O ligamento deltóide, também chamado de ligamento colateral medial (LCM), é

um ligamento extremamente forte em forma de leque. Ele origina-se nas margens do

maléolo medial e insere-se anteriormente no navicular e póstero-distalmente no tálus e

no calcâneo. É consenso na literatura que esse ligamento é adequado para proporcionar

estabilidade medial à articulação. Ele não só atua, controlando os impactos sobre o

compartimento medial, como também, impedindo movimentos em amplitudes

extremas.33

Os ligamentos laterais, que incluem os ligamentos talofibular anterior e posterior

e o ligamento calcâneo fibular, são mais fracos e mais propensos a lesões do que o

ligamento medial. Esses ligamentos ajudam a deter impactos mediais e a impedir

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movimentos em amplitudes extremas. A capacidade desses ligamentos de controlar

movimentos como flexão ou extensão e inclinação ou rotação talar, depende da posição

da articulação do tornozelo.32

O ligamento talofibular anterior estende-se ântero-medialmente da margem

anterior do maléolo fibular ao colo do tálus, sendo responsável pela estabilidade anterior

na posição de apoio na ponta dos pés, por se encontrar tenso na posição de extensão e

relaxado em flexão, limita o deslocamento posterior da tíbia e resiste à inclinação talar

lateral.32

O ligamento talofibular posterior tem um percurso quase horizontal, estendendo-

se da porção distal da fossa maleolar lateral ao tubérculo lateral do processo posterior

do tálus. Alguns autores observaram que ele apresenta tenso apenas na posição de flexão

máxima e, portanto, limita a amplitude de flexão e o deslocamento anterior da tíbia.33

O ligamento calcâneo-fibular é um ligamento biarticular pelo fato de cruzar tanto

a articulação do tornozelo quanto a subtalar. Ele estende-se do maléolo lateral ao

tubérculo localizado na face lateral do calcâneo, encontrando-se tenso em flexão e

relaxado nas posições de extensão e inversão.33 Os movimentos de inversão e eversão

incidem abaixo dessa articulação, ou seja, abaixo do tálus, pertencendo à articulação

subtalar, o qual é composto pelo osso calcâneo e pelo tálus.9

2.3 Mecanismo de lesão e fatores de risco

Decorre de movimento brusco que ultrapassa os limites normais da mobilidade

articular. Pode ser classificado em três graus, a saber: 1° grau, caracterizado por pequena

falência das fibras colágenas dentro do ligamento; 2° grau, ocorre a ruptura parcial do

ligamento e possivelmente da cápsula articular com considerável perda da força; 3° grau,

quando resulta da ruptura completa do ligamento. Os sintomas dos agravos de 1° grau

consistem em dor de leve a moderada, pequena perda das funções e edema reduzido.

Nos de 2° grau, a dor é moderada a intensa, o edema é acentuado, há descoloração da

pele, perda temporária das funções e instabilidade articular. No 3° grau a dor é intensa,

há perda de função, edema imediato e limitação do movimento.16

Beynnon et al.24 classificam as entorses de tornozelo por inversão em três graus

de acordo com as suas características. As lesões de grau I são leves com edema e

equimose mínima e discreta perda de função, o tornozelo é estável com provas de gaveta

anterior e inclinação lateral do talo negativas. Nesses casos, há lesão parcial dos

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ligamentos, mas não chegando a causar insuficiência. As lesões de grau II são

classificadas como moderadas com edema difuso e equimose mais ampla, o tornozelo é

instável sendo positiva para prova de gaveta anterior, sendo o grau de incapacidade

funcional mais extenso. Já o grau III desta lesão é classificado como grave, apresentando

edema e equimose mais intensos; o tornozelo se torna instável com a prova de gaveta

anterior positiva, havendo perda completa da função do tornozelo.

Hockenbury el al.25 classificam as entorses de tornozelo por inversão em grau I,

onde ocorre somente lesão do ligamento talofibular anterior. Lesões grau II onde há o

acometimento dos ligamentos talofibular anterior e calcâneo fibular; e entorses grau III

onde os ligamentos talofibular anterior, calcâneo fibular e talofibular posterior estão

envolvidos.

Geralmente o ligamento talofibular anterior (estabilizador primário do tornozelo)

é a estrutura mais acometida nas entorses por inversão. Pahor e Toppenberg23 afirmam

que fatores biomecânicos anormais como hiperlacidão ligamentar, déficit

proprioceptivo, fraqueza e/ou desequilíbrios musculares podem contribuir para que

ocorram as entorses da articulação do tornozelo.

O maléolo lateral se estende mais distalmente que o maléolo medial, formando

uma ‘’barreira anatômica’’ para o deslizamento lateral do talus; dificultando o

movimento de eversão.21

De acordo com Beynnon et al.22 a cápsula articular e os ligamentos são mais

fortes na face medial do tornozelo, devido a isso, as entorses por inversão envolvendo o

estiramento ou a ruptura dos ligamentos laterais ocorrem com maior incidência que as

entorses por eversão que envolvem os ligamentos mediais.

Conforme Collins et al.18 o compartimento lateral da articulação do tornozelo é

a estrutura do corpo com maior vulnerabilidade a sofrer entorse. Nas entorses, o

ligamento talofibular anterior é o mais frequentemente acometido, seguido pelo

ligamento calcâneo fibular e pelo ligamento talofibular posterior.18

Segundo O’Neill et al.19 as entorses de tornozelo por inversão colocam o nervo

fibular superficial sob estiramento.

Embora as articulações do tornozelo e do pé sejam discutidas separadamente,

elas atuam como grupos funcionais, não como articulações isoladas. Como a parte

terminal da cadeia cinética inferior, o tornozelo e o pé têm a capacidade de distribuir e

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dissipar as diferentes forças (compressivas, de cisalhamento, rotacionais e de tração) que

atuam sobre o corpo por meio do contato com o solo.20

3. Metodologia

Para a realização deste trabalho, foi feito um levantamento bibliográfico no

período compreendido entre janeiro a outubro de 2016, utilizando-se uma busca da

literatura por meio de consulta nas bases de dados eletrônicos; Lilacs, Pubmed, Google

acadêmico, Bireme e Scielo. Como critério de inclusão, foi selecionado artigos

publicados de 1983 a 2016, cujo acesso foi permitido. Os artigos selecionados foram

analisados de modo a preencher os requisitos anteriores e classificados de acordo com a

necessidade pela busca do tema em relação à sua definição, etiologia, quadro clínico,

entre outros, incluindo a busca de propostas para a reabilitação fisioterapêutica nas

lesões ligamentares do tornozelo utilizando como terapêutica o uso da bandagem

funcional, que é o foco do trabalho. Os artigos que não preenchiam todos os requisitos

listados não foram incluídos.

4. Resultados e Discussão

A fisiologia articular local é fator primordial para maior incidência das lesões por

inversão, pois esse movimento está associado ao movimento de flexão plantar, que é a

posição de maior instabilidade do tálus dentro da pinça bimaleolar.2 Entre os fatores

etiológicos desse acometimento, incluem a disfunção do suporte articular, muscular e/ou

alteração proprioceptiva durante a atividade funcional.1,3,4

As entorses da articulação do tornozelo são as lesões que mais acometem atletas

durante as atividades físicas.17 Colocam o nervo fibular superficial sob estiramento.19 O

principal músculo envolvido no mecanismo de lesão são os fibulares, principais

eversores do pé, que ao se contraírem geram rigidez realizando a dinâmica de proteção

articular, evitando assim o movimento excessivo.7 A estabilidade do tornozelo durante

a fase de suporte de peso, depende de vários fatores, tais como configuração óssea,

integridade e orientação dos ligamentos e da posição da articulação no momento do

impacto.31 Os ligamentos laterais, que incluem os ligamentos talofibular anterior,

talofibular posterior e o ligamento calcâneo fibular, são mais fracos e mais propensos a

lesões do que o ligamento medial. Geralmente o ligamento talofibular anterior

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(estabilizador primário do tornozelo) é a estrutura mais acometida nas entorses por

inversão seguido pelo ligamento calcâneo fibular e pelo ligamento talofibular

posterior.18,23

As bandagens funcionais são definidas como um sistema de estabilização de um

segmento corporal, por meio de uma contensão a partir de fitas adesivas colantes que são

aplicadas na pele.11 O mecanismo de ação é dependente da estimulação do sistema

tegumentar, ou seja, dos mecanorreceptores presentes na pele.6 Têm como um dos

principais objetivos o fornecimento de apoio e proteção para os tecidos moles, sem limitar

suas funções e aumento da estabilidade articular utilizados tanto na prevenção, antes de

exercícios, de treinamentos ou da prática desportiva, como nas etapas iniciais ou

avançadas do tratamento.5,6,8,9,10,12,14,15,26 Permite comprimir regiões anatômicas

reduzindo os exsudatos inflamatórios, redução do stress tecidual local, proteção devido

ao correto posicionamento, minimizar a extensão da lesão (agudo) e profilaxia.9

A bandagem rígida é de ampla utilização na melhora do posicionamento

articular, limitando desvios patológicos, prevenindo o quadro álgico decorrente e

provem suporte para articulações por restringirem movimentos.14 Já as elásticas

assemelham-se em peso, espessura e elasticidade à pele humana, e exercem uma espécie

de ação sobre a elevação da epiderme, aumentando o espaço subcutâneo, melhorando a

circulação sanguínea e linfática, proporcionando a regeneração de tecidos lesados,

diminuindo a dor e corrigindo as funções.36

Estudos mostram que as bandagens de compressão, imobilização e estabilização

quando associadas ao tratamento fisioterapêutico, são capazes de acelerar o processo de

cura e evitar traumas ou recidivas.12

Segundo Veronesi14 a bandagem tem efeito analgésico, estabilizador articular e

estimulação proprioceptiva.

É um instrumento terapêutico muito utilizado pelos fisioterapeutas no processo de

reabilitação de traumas, entorses, fraturas e outras afecções, devido aos seus benefícios

observados nos protocolos de reabilitação em lesões articulares, ligamentares,

musculares, posturais dentre outras, dentro da amplitude articular normal.12 Incluem inibir

a hiperatividade dos músculos agonistas e antagonistas, facilitar a atividade sinergista,

promover uma otimização da coordenação e do alinhamento articular estático ou

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13

dinâmico, diminuir a irritação do tecido neural, inibir direta e indiretamente a dor

associada ao movimento.9

As bandagens são intervenções de sustentação terapêutica que ajudam suportar ou

controlar a mobilidade articular na prevenção das lesões, no tratamento e durante a

atividade, procedimento de baixo custo, pode substituir o uso de órteses, é de fácil

aplicação, fornece apoio e proteção para os tecidos moles, aumento de estabilidade

articular, melhora do esforço muscular, melhora do controle sensório-motor, estimulação

cutânea, modulação da dor, facilitação ou inibição da atividade muscular e promove uma

otimização da coordenação e do alinhamento articular estático e dinâmico. São

instrumentos terapêuticos muito utilizados pelos fisioterapeutas no processo de

reabilitação de traumas, entorses, fraturas e outras afecções, devido aos seus benefícios

observados nos protocolos de reabilitação em lesões articulares, ligamentares,

musculares, posturais dentre outras, dentro da amplitude articular normal, mostrou-se

eficaz como proposta terapêutica aplicada tanto na prevenção como pós lesão. Evidências

científicas relatam que as bandagens têm sua indicação tanto para prevenção quanto para

o tratamento das lesões ligamentares do tornozelo respeitando a fase da lesão e os

objetivos propostos. As bandagens inelásticas limitam consideravelmente os movimentos

anormais ou excessivos da articulação do tornozelo decorrente do déficit de estabilização

estática ou dinâmica pós lesão, ou bandagens elásticas respeitando o princípio da ativação

muscular aplicadas sobre os músculos chave que cruzam a articulação. O material

utilizado na aplicação das fitas da bandagem é um dos fatores que vão definir a indicação

da mesma. As fitas podem ser de material não elástico, normalmente indicado para

estabilizar e proteger uma articulação, ou elásticos, indicados para propiciar suporte

muscular tendíneo e melhora do senso posicional de uma articulação sem limitar a sua

amplitude completa.

5. Conclusão

O complexo articular do tornozelo é composto por estruturas estabilizadoras

(estáticas e dinâmicas) que são submetidas a constantes impactos ao longo do dia. A

atividade física irregular, desiquilíbrios musculares, deformidades articulares e o

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14

excesso de peso são exemplos de sobrecarga impostas a esta articulação predispondo-a

a lesões.

A Bandagem Funcional mostrou-se eficaz como proposta terapêutica aplicada

tanto na prevenção como no tratamento da lesão, fornecendo apoio e proteção para os

tecidos moles, promovendo estabilidade articular com a utilização da bandagem do tipo

rígida ou inelástica pelo mecanismo de bloqueio articular, estabilização estática, ou do

tipo elástica pelo mecanismo de estimulação dos músculos estabilizadores dinâmicos.

Há a necessidade de realizar mais estudos direcionados com a temática a fim de

demonstrar os benefícios efetivos e os mecanismos fisiológicos do respectivo recurso

terapêutico nas lesões musculoesqueléticas.

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