Os benefícios da bandagem funcional como recurso ......maioria, nas bandagens rígidas e...
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Os benefícios da bandagem funcional como recurso terapêutico
nas lesões ligamentares do tornozelo
HERIVELTON GOMES GOULART
Profa. Ma. Dayana Prisicila Maia Mejia
Pós Graduação em Fisioterapia Traumato – Ortopedia - FASERRA/Biocursos,
Manaus-AM
Resumo
Esta pesquisa visa demonstrar os benefícios da Bandagem Funcional no tratamento das
lesões ligamentares do tornozelo. Trata-se de uma revisão bibliográfica, referenciada em
livros, artigos, bancos de dados como; lilacs, pubmed, google acadêmico, bireme, scielo,
dentre os períodos de 1983 a 2016, evidências que comprovem os efeitos terapêuticos da
bandagem funcional nas lesões ligamentares do tornozelo. Os ligamentos lateral do
tornozelo são as estruturas mais propensas à lesão tanto na prática esportiva quanto nas
atividades comuns. O mecanismo de lesão ocorre durante a flexão plantar e inversão,
máximo estresse no ligamento talofibular anterior, mais acometido, levando-o ao seu
rompimento, no entanto as lesões por inversão de maior gravidade geram uma carga
tensiva nos ligamentos calcaneofibular, talofibular posterior e o subtalar podendo levá-
los, também, a rupturas. A bandagem é uma intervenção de sustentação terapêutica que
ajuda suportar ou controlar a mobilidade articular com objetivos de prevenir lesões,
processo de reabilitação e durante a atividade, procedimento de baixo custo, pode
substituir o uso de órteses, é de fácil aplicação, visa fornecer apoio e proteção para os
tecidos moles, aumento de estabilidade articular, melhora do esforço muscular, melhora
do controle sensório-motor, estimulação cutânea, modulação da dor, facilitação ou
inibição da atividade muscular e promove uma otimização da coordenação e do
alinhamento articular estático e dinâmico.
Palavras-chave: Estabilizadores estáticos do tornozelo; Bandagem funcional;
Fisioterapia
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1. Introdução
O objetivo deste estudo é estabelecer uma análise crítica sobre os efeitos
terapêuticos que se deseja obter com a bandagem funcional como recurso na prevenção e
tratamento pós lesão ligamentar de tornozelo que incluem a estabilização articular,
modificação e controle postural, inibição da atividade muscular, redução da dor, aumento
da excitabilidade dos neurônios motores, propriocepção e aumento do torque articular.
As disfunções de tornozelo correspondem aproximadamente a 20% das lesões
musculoesqueléticas. Na prática esportiva há um aumento desse índice para 30%, a lesão
geralmente ocorre na posição de inversão do tornozelo.1
A fisiologia articular local é fator primordial para maior incidência das lesões por
inversão, pois esse movimento está associado ao movimento de flexão plantar, que é a
posição de maior instabilidade do tálus dentro da pinça bimaleolar.2 Entre os fatores
etiológicos desse acometimento, incluem a disfunção do suporte articular, muscular e/ou
alteração proprioceptiva durante a atividade funcional.1,3,4
A prática da atividade física que utiliza os membros inferiores tem como maior
incidência de lesão a entorse de tornozelo por inversão. A anatomia articular do tornozelo
e pé contribuem significativamente para o alto índice desse tipo de lesão, pois o maléolo
medial é mais curto do que o lateral, os ligamentos da face lateral da articulação são
separados, além de, não serem tão resistentes.7 A articulação do tornozelo forma um
sistema que deve fornecer um grau de estabilidade maior do que de flexibilidade. Sua
função é fornecer uma base estável para a posição ereta, uma alavanca rígida na fase do
impulso da marcha, absorver cargas, adaptar-se as irregularidades do solo.10
As entorses da articulação do tornozelo são as lesões que mais acometem atletas
durante as atividades físicas.17 São tipicamente classificadas em grau I, II ou III, baseado
no modelo patoanatômico, que consiste na combinação de fatores detectados durante o
exame físico.10
As bandagens funcionais são definidas como um sistema de estabilização de um
segmento corporal, por meio de uma contensão a partir de fitas adesivas colantes que são
aplicadas na pele.11 São divididas em dois tipos, bandagens funcionais rígidas ou
inelásticas e bandagens funcionais elásticas. O material normalmente empregado nas fitas
de bandagens rígidas é o esparadrapo, material hipoalergênico e impermeável,
desenvolvido com resina acrílica e algodão com adesivo a base de borracha natural.5 Já a
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bandagem elástica tem na composição de suas fitas um polímero elástico e envolvido por
fibras de algodão, que permite a evaporação do suor. Sua espessura se assemelha com a
espessura da epiderme, sendo que a fita pode ser estirada longitudinalmente em até 140%
de seu comprimento inicial.5 Têm como um dos principais objetivos o fornecimento de
apoio e proteção para os tecidos moles, sem limitar suas funções e aumento da
estabilidade articular. É um instrumento terapêutico muito utilizado pelos fisioterapeutas
no processo de reabilitação de traumas, entorses, fraturas e outras afecções, devido aos
seus benefícios observados nos protocolos de reabilitação em lesões articulares,
ligamentares, musculares, posturais dentre outras, dentro da amplitude articular normal.12
Outros objetivos da bandagem funcional incluem inibir a hiperatividade dos músculos
agonistas e antagonistas, facilitar a atividade sinergista, promover uma otimização da
coordenação e do alinhamento articular estático ou dinâmico, diminuir a irritação do
tecido neural, inibir direta e indiretamente a dor associada ao movimento.9
Especula-se que o mecanismo de ação é dependente da estimulação do sistema
tegumentar, ou seja, dos mecanorreceptores presentes na pele. Sabe-se que as bandagens
funcionais são amplamente utilizadas com o objetivo de proporcionar maior estabilidade
para articulação e consequentemente prevenir lesões.6 Os estudos com bandagens
funcionais como terapêutica nas lesões de tornozelo concentram-se em sua grande
maioria, nas bandagens rígidas e elásticas, com o propósito de verificar a propriocepção
e a resposta eletromiográfica da musculatura que cruza esta articulação.35
A bandagem funcional desperta interesse por ser um tema pouco explorado no
Brasil, e por verificar que vários profissionais da área são adeptos dessa técnica, se
especializaram neste assunto na França, onde ela é amplamente utilizada, visto que a ação
da bandagem foca nos efeitos proprioceptivos e mecânicos.26
Este estudo visa demonstrar os benefícios da Bandagem Funcional como escolha
terapêutica nas lesões ligamentares do tornozelo decorrente de uma entorse. Trata-se de
uma revisão bibliográfica, referenciada em livros, artigos, revistas cientificas, base de
dados como; lilacs, pubmed, google acadêmico, bireme, scielo, dentre os períodos de
1983 a 2016, evidências que comprovam os efeitos terapêuticos da bandagem funcional
nas lesões ligamentares do tornozelo, justifica-se pela carência de literatura científica que
tenha como abordagem a utilização da bandagem funcional como recurso terapêutico nas
lesões ligamentares do tornozelo, assim dificultando o uso dessa técnica por
fisioterapeutas.
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2. Fundamentação Teórica
A bandagem funcional é uma técnica complementar para reeducação postural do
indivíduo, onde estimula grupos musculares e inibe outros grupos a fim de favorecer um
reequilíbrio neuromuscular de seguimentos desequilibrados. Estabelece uma vantagem
de fácil aplicação, porém se faz necessário que o profissional compreenda as estruturas
anatômicas, o mecanismo de lesão e o propósito da bandagem, que pode ser a
imobilização, a restrição do movimento ou o suporte de um ligamento ou músculo.9
O uso da bandagem permite comprimir regiões anatômicas reduzindo os
exsudatos inflamatórios, redução do stress tecidual local, proteção devido ao correto
posicionamento, minimizar a extensão da lesão (agudo) e profilaxia.9
Experiências mostram que as bandagens de compressão, imobilização e
estabilização quando associadas ao tratamento fisioterapêutico, são capazes de acelerar o
processo de cura e evitar traumas ou recidivas.12
A bandagem funcional é uma técnica que tem por objetivo modificar a mecânica
dos segmentos alterados e/ou não rígidos, proporcionando repouso às estruturas
danificadas, reforçando os aspectos com alterações estruturais e/ou fisiológica,
melhorando a funcionalidade dos segmentos, recuperando assim, a função deficitária
sem anular outras mecânicas naturais vinculadas aos segmentos tratados com as
bandagens.15
São dispositivos protetores e estabilizadores dos tecidos moles, utilizados tanto
na prevenção, antes de exercícios, de treinamentos ou da prática desportiva, como nas
etapas iniciais ou avançadas do tratamento fisioterapêutico.9,10 Tem sido utilizada de
várias formas como técnicas de tratamento, mas somente nos últimos 20 anos tem sido
usada, principalmente, como uma prática da fisioterapia.27
A aplicabilidade clínica da bandagem é muita ampla e pode ser usada no
tratamento de disfunções neuro-musculoesqueléticas agudas e crônicas em todas as
regiões do corpo.27
Segundo Veronesi14 a bandagem tem efeito analgésico, estabilizador articular e
estimulação proprioceptiva. A analgesia ocorre através da estimulação das vias nervosas
dos mecanorreceptores, que são vias de maior calibre que as vias nociceptivas da dor,
5
levando a uma supressão da via dolorosa pela via proprioceptiva, chamada de efeito
comporta.
Na estabilização articular as bandagens bloqueiam as articulações assim
proporcionando uma maior estabilidade. Realiza a estimulação proprioceptiva quando a
fita adesiva é colocada longitudinalmente ao ventre muscular ocorrendo uma
estimulação das fibras musculares devido o estímulo do fuso neuromuscular, e se
colocada transversalmente ao ventre do músculo, ocorre a sua inibição devido a
estimulação do órgão tendinoso de golgi.14
Evidências científicas relatam os benefícios das bandagens funcionais na
articulação do tornozelo, sendo elas inelásticas, limitando consideravelmente os
movimentos da articulação, utilizando esparadrapo como material ou elásticos,
respeitando um princípio de ativação muscular, aplicadas em cima do músculo
específico que cruza a articulação.5,6
Segundo Santos e Silva12 o objetivo principal da bandagem funcional é fornecer
apoio e proteção para os tecidos moles, sem limitar suas funções e aumentando a
estabilidade articular.
Pode ser aplicada tanto antes (prevenção) quanto depois da ocorrência de lesões.
A prevenção ocorre pela sustentação ou apoio as áreas submetidas ao estresse excessivo,
então assim, reduz a frequência e gravidade de lesões devido ao aumento da estabilidade
articular ou pela maior estabilidade às articulações que apresentam históricos de lesões,
prevenindo recidivas.5,6,12
Segundo Santos e Silva12, quando a bandagem é feita ao redor do tornozelo, para
facilitar a retirada deve-se iniciar o corte da bandagem no topo, no lado medial da perna,
em torno do maléolo medial e assim direcionando para o hálux. O utilizado na aplicação
das fitas da bandagem é um dos fatores que vai definir a indicação da mesma. As fitas
podem ser de material não elástico, normalmente indicado para estabilizar e proteger
uma articulação, ou elásticos, indicados para propiciar suportes musculares tendíneos e
melhora do senso posicional de uma articulação.
Segundo Veronesi14 devido a ação dos receptores sensoriais, na primeira sessão,
o tempo de aplicação da bandagem funcional deve ser de 1 hora, para verificar a
aceitação do paciente quanto aos estímulos que será proporcionado e provocar uma
estimulação gradativa aos receptores. Na segunda sessão, aumenta para 2 horas sempre
6
verificando a aceitação do paciente em relação aos estímulos e ao ganho gradativo dos
estímulos propostos. Na terceira sessão aumenta para 3 horas e na quarta sessão para 4
horas e após a quarta sessão, o tempo permanece 4 horas devido a proteção da pele, pois
se permanecer com a bandagem funcional mais que 4 horas, a modificação físico-
química da pele irá alterar, assim promovendo uma desidratação, podendo provocar
queimaduras, assim favorecendo o aparecimento de feridas cutâneas.
O principal músculo envolvido no mecanismo de lesão da entorse são os fibulares,
principais eversores do pé, que ao se contraírem geram rigidez realizando a dinâmica de
proteção articular, evitando assim o movimento excessivo. O bíceps femoral por ter sua
inserção na cabeça da fíbula, sofre um reflexo de estiramento devido a inferiorização da
cabeça da fíbula durante a entorse.7 Aos músculos não é apenas atribuída a função de
locomoção do corpo, mas também a de controlarem a circulação venosa e linfática, a
temperatura corporal, etc. Assim sendo, quando os músculos não funcionam
corretamente, surgem vários tipos de sintomas.7,12
2.1 Tipos de Bandagem Funcional
As bandagens são classificadas em ataduras e esparadrapos inelásticos e elásticos
e dispositivos protetores em combinação com esparadrapos e ataduras. As ataduras e
esparadrapos inelásticos, também chamados bandagens rígidas, são utilizados para
fornecerem suporte às articulações e restringir os movimentos articulares anormais ou
excessivos. Já as ataduras e esparadrapos elásticos são utilizados em estruturas do corpo
que necessitam de grande liberdade de movimento, como em grupos musculares
dinâmicos onde permite certa contração do músculo sem restrição do fluxo sanguíneo,
em acolchoamentos protetores do corpo ou em compressões de lesões agudas
combinadas com gelo.8
Os dispositivos protetores em combinação com esparadrapos e ataduras são
utilizados para limitação do movimento, proteção de determinada área do corpo e
manutenção de talas e acolchoamentos no posicionamento correto.8
A bandagem rígida é de ampla utilização na melhora do posicionamento
articular, limitando desvios patológicos, prevenindo o quadro álgico decorrente e
provem suporte para articulações por restringirem movimentos.14
As Bandagens Funcionais elásticas assemelham-se em peso, espessura e
elasticidade à pele humana, e exercem uma espécie de ação sobre a elevação da
7
epiderme, aumentando o espaço subcutâneo, melhorando a circulação sanguínea e
linfática, proporcionando a regeneração de tecidos lesados, diminuindo a dor e
corrigindo as funções.36 Pode ser utilizada por 3-4 dias consecutivos sem perder sua
característica elástica, pois seu material é poroso, permeável ao ar e resistente a água,
não sendo necessária sua remoção durante o banho.36
2.2 Anatomia e Fisiologia do Tornozelo
Segundo Sena13, tornozelo é a articulação terminal de apoio onde apresenta
movimentos em um só plano de flexão e extensão com função bastante complexa, pois
está ligada aos movimentos das articulações subtalar e mediotársica.
A articulação do tornozelo é formada por três faces articuladas, face articular
superior do tálus denominada tróclea, que articula com a face inferior da tíbia, face
articular lateral do tálus que se articula com a face articular do maléolo fibular, face
articular medial do tálus articula-se com a face articular do maléolo tibial. Denomina-se
articulação tróclea, que significa que possui um grau de liberdade, condiciona os
movimentos do membro inferior com relação ao pé no plano sagital e é indispensável a
marcha.7
Os ossos do pé são tradicionalmente divididos em três segmentos funcionais. O
retropé ou segmento posterior inclui o tálus e o calcâneo, o médio pé ou segmento
intermediário inclui o navicular, o cubóide e os três cuneiformes e o antepé ou segmento
anterior, que é composto pelos cinco metartasais e pelas falanges.28 Ao contrário de
outras articulações, que atendem exclusivamente a demandas de mobilidade ou de
estabilidade, o pé e o tornozelo formam um complexo articular que atende a ambas as
demandas, sendo algumas vezes móvel e outras vezes estável.29
O tornozelo, ou articulação talo-crural, composto pelas articulações tibiotalar e
tibiofibular, é classificado como uma articulação sinovial em gínglimo e apresenta uma
estabilidade inerente, devido a sua arquitetura óssea e à presença dos ligamentos
colaterais, da cápsula articular e da porção distal da membrana interóssea.30
Proximalmente, a articulação é composta pela parte distal da tíbia e pelos
maléolos tibial e fibular. Essas três facetas formam uma superfície articular côncava,
que se prolonga mais distalmente do lado fibular e da borda posterior da tíbia,
distalmente a articulação é formada pelo corpo do talus com suas três facetas articulares:
8
uma faceta lateral grande, uma faceta medial pequena e uma faceta superior ou
troclear.33
A articulação tibiofibular distal é classificada como uma sindesmose entre a
faceta côncava da tíbia e a faceta convexa da fibula, sendo considerada por alguns
autores como parte da articulação do tornozelo.28
A estabilidade do tornozelo durante a fase de suporte de peso, depende de vários
fatores, tais como configuração óssea, integridade e orientação dos ligamentos e da
posição da articulação no momento do impacto.31
O máximo contato entre as superfícies articulares ocorre em flexão (posição de
máxima congruência articular), que corresponde à posição mais estável do tornozelo.33
A estabilidade látero-lateral é proporcionada pelos maléolos e seus ligamentos,
ao passo que a estabilidade no plano sagital depende exclusivamente do sistema
ligamentar. O sistema musculotendíneo adjacente desempenha um papel muito pequeno
na estabilidade articular. As principais estruturas ligamentares que proporcionam
estabilidade ao tornozelo incluem a porção distal da membrana interóssea, o ligamento
deltóide medialmente e os ligamentos talofibulares anterior e posterior e calcâneo
fibular, lateralmente.34 Os ligamentos, colateral tibial, colateral fibular e deltoide
posterior estão presentes nesta região e oferecem estabilidade articular. O ligamento
colateral tibial é frequentemente chamado de ligamento deltoide, sendo composto pelos
ligamentos; tíbio talar anterior, tíbio talar posterior, tíbio navicular e tíbio calcâneo.5 O
colateral lateral é composto pelos ligamentos; talo-fibular anterior, talo-filar posterior e
calcâneo fibular.7
O ligamento deltóide, também chamado de ligamento colateral medial (LCM), é
um ligamento extremamente forte em forma de leque. Ele origina-se nas margens do
maléolo medial e insere-se anteriormente no navicular e póstero-distalmente no tálus e
no calcâneo. É consenso na literatura que esse ligamento é adequado para proporcionar
estabilidade medial à articulação. Ele não só atua, controlando os impactos sobre o
compartimento medial, como também, impedindo movimentos em amplitudes
extremas.33
Os ligamentos laterais, que incluem os ligamentos talofibular anterior e posterior
e o ligamento calcâneo fibular, são mais fracos e mais propensos a lesões do que o
ligamento medial. Esses ligamentos ajudam a deter impactos mediais e a impedir
9
movimentos em amplitudes extremas. A capacidade desses ligamentos de controlar
movimentos como flexão ou extensão e inclinação ou rotação talar, depende da posição
da articulação do tornozelo.32
O ligamento talofibular anterior estende-se ântero-medialmente da margem
anterior do maléolo fibular ao colo do tálus, sendo responsável pela estabilidade anterior
na posição de apoio na ponta dos pés, por se encontrar tenso na posição de extensão e
relaxado em flexão, limita o deslocamento posterior da tíbia e resiste à inclinação talar
lateral.32
O ligamento talofibular posterior tem um percurso quase horizontal, estendendo-
se da porção distal da fossa maleolar lateral ao tubérculo lateral do processo posterior
do tálus. Alguns autores observaram que ele apresenta tenso apenas na posição de flexão
máxima e, portanto, limita a amplitude de flexão e o deslocamento anterior da tíbia.33
O ligamento calcâneo-fibular é um ligamento biarticular pelo fato de cruzar tanto
a articulação do tornozelo quanto a subtalar. Ele estende-se do maléolo lateral ao
tubérculo localizado na face lateral do calcâneo, encontrando-se tenso em flexão e
relaxado nas posições de extensão e inversão.33 Os movimentos de inversão e eversão
incidem abaixo dessa articulação, ou seja, abaixo do tálus, pertencendo à articulação
subtalar, o qual é composto pelo osso calcâneo e pelo tálus.9
2.3 Mecanismo de lesão e fatores de risco
Decorre de movimento brusco que ultrapassa os limites normais da mobilidade
articular. Pode ser classificado em três graus, a saber: 1° grau, caracterizado por pequena
falência das fibras colágenas dentro do ligamento; 2° grau, ocorre a ruptura parcial do
ligamento e possivelmente da cápsula articular com considerável perda da força; 3° grau,
quando resulta da ruptura completa do ligamento. Os sintomas dos agravos de 1° grau
consistem em dor de leve a moderada, pequena perda das funções e edema reduzido.
Nos de 2° grau, a dor é moderada a intensa, o edema é acentuado, há descoloração da
pele, perda temporária das funções e instabilidade articular. No 3° grau a dor é intensa,
há perda de função, edema imediato e limitação do movimento.16
Beynnon et al.24 classificam as entorses de tornozelo por inversão em três graus
de acordo com as suas características. As lesões de grau I são leves com edema e
equimose mínima e discreta perda de função, o tornozelo é estável com provas de gaveta
anterior e inclinação lateral do talo negativas. Nesses casos, há lesão parcial dos
10
ligamentos, mas não chegando a causar insuficiência. As lesões de grau II são
classificadas como moderadas com edema difuso e equimose mais ampla, o tornozelo é
instável sendo positiva para prova de gaveta anterior, sendo o grau de incapacidade
funcional mais extenso. Já o grau III desta lesão é classificado como grave, apresentando
edema e equimose mais intensos; o tornozelo se torna instável com a prova de gaveta
anterior positiva, havendo perda completa da função do tornozelo.
Hockenbury el al.25 classificam as entorses de tornozelo por inversão em grau I,
onde ocorre somente lesão do ligamento talofibular anterior. Lesões grau II onde há o
acometimento dos ligamentos talofibular anterior e calcâneo fibular; e entorses grau III
onde os ligamentos talofibular anterior, calcâneo fibular e talofibular posterior estão
envolvidos.
Geralmente o ligamento talofibular anterior (estabilizador primário do tornozelo)
é a estrutura mais acometida nas entorses por inversão. Pahor e Toppenberg23 afirmam
que fatores biomecânicos anormais como hiperlacidão ligamentar, déficit
proprioceptivo, fraqueza e/ou desequilíbrios musculares podem contribuir para que
ocorram as entorses da articulação do tornozelo.
O maléolo lateral se estende mais distalmente que o maléolo medial, formando
uma ‘’barreira anatômica’’ para o deslizamento lateral do talus; dificultando o
movimento de eversão.21
De acordo com Beynnon et al.22 a cápsula articular e os ligamentos são mais
fortes na face medial do tornozelo, devido a isso, as entorses por inversão envolvendo o
estiramento ou a ruptura dos ligamentos laterais ocorrem com maior incidência que as
entorses por eversão que envolvem os ligamentos mediais.
Conforme Collins et al.18 o compartimento lateral da articulação do tornozelo é
a estrutura do corpo com maior vulnerabilidade a sofrer entorse. Nas entorses, o
ligamento talofibular anterior é o mais frequentemente acometido, seguido pelo
ligamento calcâneo fibular e pelo ligamento talofibular posterior.18
Segundo O’Neill et al.19 as entorses de tornozelo por inversão colocam o nervo
fibular superficial sob estiramento.
Embora as articulações do tornozelo e do pé sejam discutidas separadamente,
elas atuam como grupos funcionais, não como articulações isoladas. Como a parte
terminal da cadeia cinética inferior, o tornozelo e o pé têm a capacidade de distribuir e
11
dissipar as diferentes forças (compressivas, de cisalhamento, rotacionais e de tração) que
atuam sobre o corpo por meio do contato com o solo.20
3. Metodologia
Para a realização deste trabalho, foi feito um levantamento bibliográfico no
período compreendido entre janeiro a outubro de 2016, utilizando-se uma busca da
literatura por meio de consulta nas bases de dados eletrônicos; Lilacs, Pubmed, Google
acadêmico, Bireme e Scielo. Como critério de inclusão, foi selecionado artigos
publicados de 1983 a 2016, cujo acesso foi permitido. Os artigos selecionados foram
analisados de modo a preencher os requisitos anteriores e classificados de acordo com a
necessidade pela busca do tema em relação à sua definição, etiologia, quadro clínico,
entre outros, incluindo a busca de propostas para a reabilitação fisioterapêutica nas
lesões ligamentares do tornozelo utilizando como terapêutica o uso da bandagem
funcional, que é o foco do trabalho. Os artigos que não preenchiam todos os requisitos
listados não foram incluídos.
4. Resultados e Discussão
A fisiologia articular local é fator primordial para maior incidência das lesões por
inversão, pois esse movimento está associado ao movimento de flexão plantar, que é a
posição de maior instabilidade do tálus dentro da pinça bimaleolar.2 Entre os fatores
etiológicos desse acometimento, incluem a disfunção do suporte articular, muscular e/ou
alteração proprioceptiva durante a atividade funcional.1,3,4
As entorses da articulação do tornozelo são as lesões que mais acometem atletas
durante as atividades físicas.17 Colocam o nervo fibular superficial sob estiramento.19 O
principal músculo envolvido no mecanismo de lesão são os fibulares, principais
eversores do pé, que ao se contraírem geram rigidez realizando a dinâmica de proteção
articular, evitando assim o movimento excessivo.7 A estabilidade do tornozelo durante
a fase de suporte de peso, depende de vários fatores, tais como configuração óssea,
integridade e orientação dos ligamentos e da posição da articulação no momento do
impacto.31 Os ligamentos laterais, que incluem os ligamentos talofibular anterior,
talofibular posterior e o ligamento calcâneo fibular, são mais fracos e mais propensos a
lesões do que o ligamento medial. Geralmente o ligamento talofibular anterior
12
(estabilizador primário do tornozelo) é a estrutura mais acometida nas entorses por
inversão seguido pelo ligamento calcâneo fibular e pelo ligamento talofibular
posterior.18,23
As bandagens funcionais são definidas como um sistema de estabilização de um
segmento corporal, por meio de uma contensão a partir de fitas adesivas colantes que são
aplicadas na pele.11 O mecanismo de ação é dependente da estimulação do sistema
tegumentar, ou seja, dos mecanorreceptores presentes na pele.6 Têm como um dos
principais objetivos o fornecimento de apoio e proteção para os tecidos moles, sem limitar
suas funções e aumento da estabilidade articular utilizados tanto na prevenção, antes de
exercícios, de treinamentos ou da prática desportiva, como nas etapas iniciais ou
avançadas do tratamento.5,6,8,9,10,12,14,15,26 Permite comprimir regiões anatômicas
reduzindo os exsudatos inflamatórios, redução do stress tecidual local, proteção devido
ao correto posicionamento, minimizar a extensão da lesão (agudo) e profilaxia.9
A bandagem rígida é de ampla utilização na melhora do posicionamento
articular, limitando desvios patológicos, prevenindo o quadro álgico decorrente e
provem suporte para articulações por restringirem movimentos.14 Já as elásticas
assemelham-se em peso, espessura e elasticidade à pele humana, e exercem uma espécie
de ação sobre a elevação da epiderme, aumentando o espaço subcutâneo, melhorando a
circulação sanguínea e linfática, proporcionando a regeneração de tecidos lesados,
diminuindo a dor e corrigindo as funções.36
Estudos mostram que as bandagens de compressão, imobilização e estabilização
quando associadas ao tratamento fisioterapêutico, são capazes de acelerar o processo de
cura e evitar traumas ou recidivas.12
Segundo Veronesi14 a bandagem tem efeito analgésico, estabilizador articular e
estimulação proprioceptiva.
É um instrumento terapêutico muito utilizado pelos fisioterapeutas no processo de
reabilitação de traumas, entorses, fraturas e outras afecções, devido aos seus benefícios
observados nos protocolos de reabilitação em lesões articulares, ligamentares,
musculares, posturais dentre outras, dentro da amplitude articular normal.12 Incluem inibir
a hiperatividade dos músculos agonistas e antagonistas, facilitar a atividade sinergista,
promover uma otimização da coordenação e do alinhamento articular estático ou
13
dinâmico, diminuir a irritação do tecido neural, inibir direta e indiretamente a dor
associada ao movimento.9
As bandagens são intervenções de sustentação terapêutica que ajudam suportar ou
controlar a mobilidade articular na prevenção das lesões, no tratamento e durante a
atividade, procedimento de baixo custo, pode substituir o uso de órteses, é de fácil
aplicação, fornece apoio e proteção para os tecidos moles, aumento de estabilidade
articular, melhora do esforço muscular, melhora do controle sensório-motor, estimulação
cutânea, modulação da dor, facilitação ou inibição da atividade muscular e promove uma
otimização da coordenação e do alinhamento articular estático e dinâmico. São
instrumentos terapêuticos muito utilizados pelos fisioterapeutas no processo de
reabilitação de traumas, entorses, fraturas e outras afecções, devido aos seus benefícios
observados nos protocolos de reabilitação em lesões articulares, ligamentares,
musculares, posturais dentre outras, dentro da amplitude articular normal, mostrou-se
eficaz como proposta terapêutica aplicada tanto na prevenção como pós lesão. Evidências
científicas relatam que as bandagens têm sua indicação tanto para prevenção quanto para
o tratamento das lesões ligamentares do tornozelo respeitando a fase da lesão e os
objetivos propostos. As bandagens inelásticas limitam consideravelmente os movimentos
anormais ou excessivos da articulação do tornozelo decorrente do déficit de estabilização
estática ou dinâmica pós lesão, ou bandagens elásticas respeitando o princípio da ativação
muscular aplicadas sobre os músculos chave que cruzam a articulação. O material
utilizado na aplicação das fitas da bandagem é um dos fatores que vão definir a indicação
da mesma. As fitas podem ser de material não elástico, normalmente indicado para
estabilizar e proteger uma articulação, ou elásticos, indicados para propiciar suporte
muscular tendíneo e melhora do senso posicional de uma articulação sem limitar a sua
amplitude completa.
5. Conclusão
O complexo articular do tornozelo é composto por estruturas estabilizadoras
(estáticas e dinâmicas) que são submetidas a constantes impactos ao longo do dia. A
atividade física irregular, desiquilíbrios musculares, deformidades articulares e o
14
excesso de peso são exemplos de sobrecarga impostas a esta articulação predispondo-a
a lesões.
A Bandagem Funcional mostrou-se eficaz como proposta terapêutica aplicada
tanto na prevenção como no tratamento da lesão, fornecendo apoio e proteção para os
tecidos moles, promovendo estabilidade articular com a utilização da bandagem do tipo
rígida ou inelástica pelo mecanismo de bloqueio articular, estabilização estática, ou do
tipo elástica pelo mecanismo de estimulação dos músculos estabilizadores dinâmicos.
Há a necessidade de realizar mais estudos direcionados com a temática a fim de
demonstrar os benefícios efetivos e os mecanismos fisiológicos do respectivo recurso
terapêutico nas lesões musculoesqueléticas.
6. Referências Bibliográficas
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