Os Anéis do Diabo
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OS ANÉIS DO DIABO
NARRADOR: Era uma vez um soldado que ficou sem trabalho no fim da guerra.
SOLDADO: Soldado sem guerra não presta para nada.
NARRADOR: Estava o soldado a passear quando apareceu um mercador que o levou para casa como criado.
MERCADOR: Lavarás, passarás e o pão cozerás, mas para o minha filha não olharás.
NARRADOR: Chegaram a casa do mercador, e a filha do mercador foi quem lhes abriu a porta, nesse momento ele ficou logo apaixonado por ela.
Durante sete anos o soldado lavou, passou e o pão cozeu e ainda estava cada vez mais apaixonado pela filha do mercador. Um dia perguntou:
SOLDADO: Senhor, durante sete anos tratei da tua casa, da tua roupa e da tua comida, sem nunca me pagares. A única paga que desejo é casar com a tua filha.
NARRADOR: Ficou tão furioso que os seus gritos chamaram toda a aldeia. Todos ficaram pasmados com tamanha fúria.
MERCADOR: Para teres a minha filha só se fosses ao Inferno e de lá voltasses com os três anéis que o diabo tem no corpo!
SOLDADO: Ao Inferno irei, e de lá com os anéis voltarei!
NARRADO: O soldado apanhou de imediato o autocarro. Parou na primeira estação de serviço e disse:
SOLDADO: Ando à procura do inferno
Quem me diz onde é o braseiro?
Se de lá quiserem novas
Eu serei o mensageiro.
NARRADOR: Um ministro respondeu-lhe:
1º MINISTRO: Para o inferno seguirás a A25, mas não te esqueças de pagar portagem.
Por favor pergunta ao diabo que é feito do telemóvel que eu perdi.
NARRADOR: Parou na segunda estação de serviço e disse:
SOLDADO: Ando à procura do inferno
Quem me diz onde é o braseiro?
Se de lá quiserem novas
Eu serei o mensageiro.
NARRADOR: Outro ministro respondeu-lhe:
2º MINISTRO: Para o Inferno, seguirás a Estrada Nacional nº1 para evitar pagar as SCUT.
E pergunta ao diabo que é feito do meu filho que foi dar a volta ao mundo e não voltou.
NARRADOR: Parou o soldado na terceira estação de serviço e disse:
SOLDADO: Ando à procura do inferno
Quem me diz onde é o braseiro?
Se de lá quiserem novas
Eu serei o mensageiro.
NARRADOR: Outro ministro respondeu-lhe:
3º MINISTRO: Para o Inferno seguirás a estrada que está cheia de buracos.
E, por favor, pergunta ao diabo o que tem a minha filha que está sempre a refilar.
NARRADOR: Chegou ele ao fim da estrada e encontrou um velho de barbas brancas a beira do mar que lhe disse:
VELHO: Do lado de lá do mar o Diabo tem a sua casa, não poderás regressar sem olhar o Diabo nos olhos.
SOLDADO: O Diabo enfrentarei
Os anéis roubarei
As respostas saberei
E aqui voltarei!
NARRADOR: E enquanto dizia isto um Jet Pack poisou a seus pés.
VELHO: Monta o Jet Pack ele tem GPS e te levará ao Inferno.
NARRADOR: Do outro lado do mar o calor era insuportável. Encontrou um forno velho e escondeu-se lá a descansar. Soou a última badalada da meia-noite quando uma velha o encontrou.
MÃE DO DIABO: Eu sou a mãe do Diabo. Se o meu filho te encontrasse matava-te. Dá-me uma boa razão para não te matar.
NARRADOR: O soldado contou-lhe tudo e as palavras foram tão certas que a Mãe do Diabo se encheu de compaixão.
MÃE DO DIABO: Vou ajudar-te, mas terás de ficar em minha casa e não poderás dizer uma palavra por muito que o meu filho te assuste quando o olhares de frente.
NARRADOR: O Diabo voltou para casa ao nascer do sol.
DIABO: Estou cansado, deixa-me dormir.
NARRADOR: E estendeu-se no colo da mãe.
No seu esconderijo, o soldado teve tanto medo do Diabo quando o olhou de frente e por pouco não gritou por socorro, mas lembrou-se das palavras da velha e ficou quieto.
Com cuidado a velha tirou o anel que o diabo tinha na mão direita.
DIABO: Ai!!!
MÃE DO DIABO: Desculpa, adormeci e a minha cabeça tombou sobre o teu corpo, estava a sonhar com aquele rei que perdeu um telemóvel.
DIABO: Foi um ladrão horrível, que compre outro o mais rápido possível.
NARRADOR: Passado algum tempo tirou o anel da mãe esquerda.
DIABO: Ai!!!
MÃE DO DIABO: Desculpa, adormeci outra vez, agora estava a sonhar com aquele rei que nunca mais viu o filho
DIABO: Bela rapariga o prendeu por lá, não o esperem, não voltará.
NARRADOR: Mais algum tempo depois, a velha tirou o anel que ele tinha na língua.
DIABO: Ai!!!
MÃE DO DIABO: Desculpa, adormeci outra vez, desta vez, estava a sonhar com aquele rei que não sabe porque é que a filha está sempre a refilar.
DIABO: É uma adolescente a crescer não dê valor, irá desaparecer
NARRADOR: No dia seguinte, depois de o Diabo partir, o soldado saiu do esconderijo, guardou bem os três anéis, agradeceu à velha e voltou para casa no mesmo Jet Pack.
Na viagem de volta passou pelos três reis que lhe indicaram o caminho, todos agradeceram e perguntaram:
TRÊS REIS: Que recompensa queres?
SOLDADO: Que cada um me dê o seu poder por um dia.
TRÊS REIS: O nosso poder por um dia terás.
NARRADOR: No primeiro dia, ordenou que todos na sua aldeia tivessem trabalho. No segundo dia, ordenou que todos casassem com quem quisessem. No terceiro dia, ordenou que trouxessem o mercador à sua presença.
SOLDADO: Durante sete anos tratei da tua casa, da tua roupa e da tua comida, sem descanso. Quando pedi a mão da tua filha mandaste-me ao Inferno em busca de três anéis. Ao Inferno fui e voltei. Toma os anéis, estamos quites.
NARRADOR: Quando tinha os anéis na mão, o mercador deu uma gargalhada.
MERCADOR: Nem por todo o ouro do Inferno e do Céu eu te darei a mão da minha filha!!!
NARRADOR: Nesse momento ouviu-se um estrondo e no lugar do mercador ficou uma nuvem de fumo que voou pelo mar. Depois disso o soldado casou com a filha do mercador e passaram a lua-de-mel em casa do primo, que era mercador em Veneza.
7º E
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