Orquestra Sinfônica UCS - Programação 2016

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O RQUESTRA S INFÔNICA DA U NIVERSIDADE DE C AXIAS DO S UL Direção Artística: Maestro Manfredo Schmiedt Programação 2016 ORQUESTRA SINFÔNICA

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Informações sobre a temporada de espetáculos da Orquestra Sinfônica da Universidade de Caxias do Sul.

Transcript of Orquestra Sinfônica UCS - Programação 2016

  • ORQU E S T R A S I N F N I C A D A UN I V E R S I D A D E

    D E CAX I A S DO SU LDireo Artstica: Maestro Manfredo Schmiedt

    Pro g r amao 2016

    ORQUESTRASINFNICA

  • TEMPORADA OSUCS 2016

    A Universidade de Caxias do Sul uma Instituio Comunitria de Educao Superior comprometida com a difuso da arte e, sobretudo, com a valorizao de diferentes expresses da cultura e da esttica, compondo, assim, com excelncia o repertrio de sua histria.

    A Orquestra Sinfnica da UCS, expresso concreta dessa valorizao, ao longo de sua trajetria que, neste ano, completar 15 anos, tem sido um importante instrumento de propagao cultural dentro e fora da Universidade, atravs de seus espetculos temticos.

    A programao da Temporada da Orquestra Sinfnica da UCS 2016 rene vinte e oito obras de importantes artistas nacionais e internacionais, sendo vinte e quatro inditas na cidade de Caxias do Sul. Construda por muitas mos, a programao deste ano quer proporcionar o que h de mais

    belo em movimentos artsticos, como o Barroco, o Classicismo, o Romantismo, o Impressionismo e o Modernismo, com composies, respectivamente, de Messias de Hndel, Mozart, Haydn, Beethoven, Berlioz, Dvok, Rachmaninoff, Rimsky-Korsakov, Debussy, Ravel, Prokofiev, Mignone e Villa-Lobos. Ademais, a Temporada contemplar obras de compositores contemporneos, como Kosak, Stephenson e Liebermann e, tambm, obras emblemticas, com destaque para a Sinfonia Novo Mundo, de Dvok, Scheherazade, de Rimsky-Korsakov e a Sexta Sinfonia, de Beethoven.

    O concerto de abertura da Temporada OSUCS 2016 ter a participao do msico Flvio Gabriel, ex-trompetista da Orquestra Sinfnica do Estado de So Paulo e da Orquestra Sinfnica de Porto Alegre, atualmente professor do curso de Msica da Universidade Federal de Uberlndia.

    Vale ressaltar que a Temporada OSUCS 2016, contar, tambm, com a participao de renomados msicos de diferentes pases, com carreira nacional e internacional, como Emmanuele Baldini e Michel Bellavance, entre outros que abrilhantaro os espetculos comandados pelo Maestro da OSUCS, Manfredo Schmiedt. Entre as novidades da Temporada OSUCS 2016, gostaria de destacar as participaes dos maestros Jorge Salgueiro, compositor da obra intitulada Quinta da Amizade, que prope a aproximao das crianas ao mundo musical, e Helder Trefzger, atual diretor artstico e Maestro titular da Orquestra Sinfnica do Estado do Esprito Santo. Quero destacar, ainda, a parceria realizada entre a UCS e a PUCRS, visando realizao conjunta de dois concertos tanto em Caxias do Sul, como em Porto Alegre.

    Por fim, gostaria de destacar que, neste ano, se realizar a 3 Edio do Natal em Famlia na UCS, evento que abrir os festejos dos 50 anos da Universidade, com um belssimo espetculo que integrar bailarinos, solistas, coros e orquestra, marcando, assim, o encerramento da Temporada OSUCS 2016.

    Confira a programao completa da Temporada OSUCS 2016 e aproveite os espetculos!

    Prof. Dr. Evaldo Antonio KuiavaReitor da Universidade de Caxias do Sul

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  • Querido pblico!!!

    Sejam todos muito bem-vindos a nossa nova temporada de concertos.

    Estamos muito felizes em apresentar um repertrio diversificado que vai desde o perodo barroco at os dias de hoje e que ter excelentes solistas e maestros somados a nossa equipe da OSUCS.

    Espero que todos vocs usufruam dos sabores sonoros que vamos apresentar pois os mesmos foram cultivados com muita dedicao por todos aqueles que contriburam com sugestes para que ela abrangesse o mximo de gostos possveis.

    Para darmos incio a nossa Srie de concertos vamos apresentar o Episdio Sinfnico do compositor brasileiro Francisco Braga e que tem em sua primeira pgina um fragmento da poesia de Gonalves Dias que eu gostaria de compartilhar com vocs:

    S tu, Senhor, s tu no meu deserto Escutas minha voz que te suplica; S tu, nutres minha alma de esperana; S tu, oh meu Senhor, em mim derramas Torrentes de harmonia, que me abrasam.

    Qual rgo, que ressoa mavioso, Quando segura mo lhe oprime as teclas, Assim minha alma quando a ti se achega Hinos de ardente amor disfere grata: E, quando mais serena, ainda conserva Eflvios deste canto, que me guia

    No caminho da vida spero e duro. Assim por muito tempo reboando Vo no recinto do sagrado templo Sons, que o rgo soltou, que o ouvido escuta.

    Que Deus abenoe a todos ns neste novo ano de 2016!!!

    Maestro Manfredo Schmiedt

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  • 3Manfredo SchmiedtDiretor Artstico e Maestro Titular da OSUCS

    Com Mestrado em Regncia pela Universidade da Gergia (EUA) e Graduao em Regncia pela Universidade Federal de Rio Grande do Sul (UFRGS), Manfredo Schmiedt participou de cursos de regncia na Alemanha, na Holanda, na Argentina, nos Estados Unidos e no Brasil. Estudou com renomados maestros, como Eleazar de Carvalho, Roberto Duarte, Lutero Rodrigues, Ernani Aguiar, Carlos Alberto Pinto da Fonseca, Emilio de C-sar, Arlindo Teixeira, Hans van Homberg, Helmut Rilling, Jean Fournet, Eric Ericson, Mark Cedel, Melinda ONeal e Yoel Levi.

    Em virtude de seu destacado desempenho acadmico, rece-beu duas importantes condecoraes nos Estados Unidos: Pi Kappa Lambda Music Honor Society e Directors Excellence Award. Foi regente convidado no High School Workshop, promovido pela Universidade da Gergia. Obteve, em duas oportunidades, o primeiro lugar no Concurso Jovens Regen-tes, promovido pela Orquestra Sinfnica de Porto Alegre (OSPA). Recebeu o Prmio Aorianos de Msica por sua par-ticipao como maestro na pea A Histria do Soldado, de Stravinsky.

    Em sua experincia como regente de coros, destacam-se seus trabalhos com o Coro Sinfnico da OSPA, Coral 25 de Julho, de Porto Alegre, e Coro de Cmara Ars Vocalis. Foi, durante dois anos, regente-assistente da Orquestra Sinfnica da Universidade da Gergia (EUA) e, durante quatro anos, assistente do maestro Isaac Karabtchevsky, na OSPA.

    Alm de suas atividades na OSUCS e na OSPA, foi convidado para reger as seguintes orquestras: Orquestra Sinfnica do Sodre (UR), Orquestra Sinfnica Provincial de Rosrio (AR), Orquestra da Universidade de Cuyo de Mendoza (AR), Orquestra Filarmnica de Mendoza (AR), Orquestra Sinfnica da Universidade Nacional de San Juan (AR), Orquestra Petrobrs Sinfnica (RJ), Orquestra da USP (SP), Orquestra Filarmnica de So Caetano do Sul (SP), Orquestra Sinfnica Municipal de Campinas (SP), Orquestra Filarmnica do Esprito Santo (ES), Camerata Sesi Vitria (ES), Orquestra Sinfnica do Rio Grande do Norte (RN), Orquestra de Cmara da Ulbra (RS), Orquestra de Cmara do Teatro So Pedro (RS), Orquestra de Cmara SESI-Fundarte (RS), Orquestra Filarmnica de Belgrado (Srvia), Orquestra Sinfnica da Radio y Televiso (Srvia), Northern Iowa Symphony Orchestra (USA) e Albany Symphony Orchestra (USA).

    Manfredo Schmiedt nasceu em Porto Alegre. Com dez anos iniciou seus estudos musicais estudando trompete e, atualmente o Maestro Titular e Diretor Artstico da Orquestra Sinfnica da Universidade de Caxias do Sul - OSUCS e regente do Coro Sinfnico da OSPA.

  • 4Q u i n t a S i n f n i c a

    Abertura da Temporada

    10 de maro quinta-feira 20h30minUCS Teatro Caxias do Sul - RS

    Francisco Braga: Episdio Sinfnico

    Adagio

    James Stephenson: Concerto N 1 para trompete e orquestra

    Adagio Allegro giocoso ma con fiero - Allegro molto

    Allegro com brio

    Solista: Flvio Gabriel Trompete

    Intervalo

    Antonn Dvok: Sinfonia N 9 em mi menor, Op. 95 Do Novo Mundo

    Adagio Allegro molto

    Largo

    Scherzo: Molto vivace Poco sostenuto

    Allegro con fuoco

    Maestro: Manfredo Schmiedt

    MARO

  • 5Francisco Braga: Episdio Sinfnico

    Nascido na cidade do Rio de Janeiro, Antnio Francisco Braga (1868 1950), mais lembrado como o autor do Hino Bandeira, foi composi-tor, regente e professor.

    rfo, aos oito anos de idade, foi matriculado no recm-criado Asilo dos Meninos Desvalidos, em sua cidade natal. Esta entidade tinha como objetivo o desenvolvimento das artes e ofcios, por meio do curso regular de letras e cincias, dentro do qual Francisco Braga demonstrou vo-cao para a msica.

    O seu talento chamou a ateno do ento, Di-retor do Imperial Conservatrio de Msica, que autorizou a matrcula de Braga nesta instituio.

    Em pouco tempo, nos seus estudos musicais, fez progressos notrios que chamaram a aten-o de seus mestres. Estes viam Francisco Braga como um predestinado arte da msica.

    Aos dezoito anos de idade, concluiu o curso de msica e, posteriormente, tornou-se mestre da banda do Asilo. A partir desde posto assu-mido, deu os primeiros passos de compositor, escrevendo obras para banda, piano e uma Fan-tasia Abertura para Orquestra.

    No ano de 1889, em meio a todo agitao po-ltica, que ocorrera naquele ano, Francisco Braga inscreveu-se no concurso para a escolha do novo Hino da Repblica. Sua composio foi uma das quatro finalistas, mas no foi a vencedora.

    Contudo, a sua composio destacou-se, e Francisco Braga ganhou, do Governo Brasileiro, uma bolsa para dar prosseguimento, aos seus es-tudos, na Europa. Ele estabeleceu-se, na cidade de Paris, estudando com Julie Massenet, no con-servatrio daquela cidade.

    Aps esse perodo na Frana, Francisco Bra-ga, conduzido pelo desejo de aprender a escola moderna de composio de Wagner, fixou re-sidncia na cidade de Dresden, na Alemanha. Neste perodo, ele comps diversas obras, entre as quais, o poema sinfnico Marab e o Episdio Sinfnico.

    Esta obra, que ser executada pela orquestra, foi inspirada em um fragmento de O Templo, obra pertencente ao terceiro grupo de poemas do Livro Hinos do poeta Gonalves Dias.

    De acordo com as palavras de Luiz Heitor Corra de Azevedo, trata-se de uma poesia re-passada de acentos msticos, de religiosidade, que o compositor muito felizmente evocou, na orquestra, sugerindo a grave atmosfera de um templo e a plenitude do rgo quando emprega toda a riqueza de sua registrao.

    Para uma melhor compreenso desta obra orquestral, uma leitura do fragmento do poema se faz necessria: S tu, Senhor, s tu, no meu de-serto /Escutas minha voz que te suplica; /S tu nutres minha alma de esperana; /S tu, oh meu Senhor, em mim derramas /Torrentes de harmonia, que me abra-sam. /Qual rgo, que ressoa mavioso, /Quando se-gura mo lhe oprime as teclas, /Assim minha alma, quando a ti se achega, /Hinos de ardente amor disfere grata: /E, quando mais serena, ainda conserva /Efl-vios deste canto, que me guia /No caminho da vida spero e duro. /Assim por muito tempo reboando /Vo no recinto do sagrado templo /Sons, que o rgo sol-tou, que o ouvido escuta

    Maria Elisa Peretti Pasqualini, sobre a cons-truo da obra, comenta que: Braga escreve uma progresso de cinco longos acordes que se abrem em movimento contrrio entre a flauta e o contrabaixo, utilizando a orquestra como se fosse um rgo numa sequncia harmnica. Na realidade esse encadeamento uma sntese de toda a obra e j contm metade do motivo mel-dico principal, alargado nesta introduo de seis compassos.

    Logo a seguir, um violoncelo solo, acompa-nhado pela harpa e por acordes formados pelos clarinetes e fagotes, expe o tema: uma melodia simples iniciada numa escala ascendente de sol maior, que repetida por todos os violoncelos quando ganha contrapontos nas madeiras e nos demais naipes de cordas.

    A melodia volta a aparecer diversas vezes, dividida em pequenos motivos distribudos ora nos clarinetes, ora nos violinos, ora nas flautas ou nas trompas, ora nos obos ou nos fagotes.

    O violoncelo solo volta, agora reforado pe-los timbres do corne-ingls, dos fagotes e dos

  • 6clarinetes e segue com pequenas alternncias com o primeiro clarinete, at que resolve nos mesmos cinco longos acordes da introduo.

    uma obra curta, com pinceladas wagne-rianas, simples e compacta, quase miniaturista,

    como uma orao, um breve desabafo a um ve-lho conhecido, para quem no h necessidade de muitas palavras para se fazer entender.

    Texto: Mrcio Fisch de Oliveira Chefe do Naipe de Contrabaixos da OSUCS

    James Stephenson: Concerto N 1 para trompete e orquestra

    O repertrio de concertos para trompete, aps seu pice no perodo barroco, teve produo pouco numerosa se comparada a de outros ins-trumentos. somente a partir do sculo XX que o trompete volta a assumir o papel de instru-mento solista frente as mais diversas formaes.

    Essa expanso se deu, no apenas pelo desenvolvimento do instrumento, ou interesse dos compositores, mas principalmente pelas relaes de amizade entre intrpretes e compositores, bem como o apoio de maestros dispostos a explorar a, nem sempre bem-vinda, msica contempornea.

    O Concerto para Trompete de James Stephenson fruto de uma longa amizade entre o compositor e o trompetista Jeffrey Work, a quem a obra dedicada. Stephenson nasceu em 1969 na regio de Chicago. Foi trompetista da Sinfnica de Naples durante 17 anos, antes de dedicar-se totalmente a composio. A admirao pelas habilidades de Jeffrey surgiu ainda nos primeiros festivais de vero e foi aprofundada quando os dois foram colegas

    de classe no prestigioso conservatrio de New England Boston. O trabalho de Stephenson como compositor tem sido apresentado por algumas das maiores orquestras dos Estados Unidos como Sinfnica de Minnesota, Boston Pops, Cincinatti Pops entre outras.

    A obra com dois movimentos tem incio em carter misterioso e sem tonalidade definida. Um solo de fagote apresenta um motivo com apenas duas notas, f e r. Essas notas, quando solfejadas, com o acento ingls, produzem um som prximo ao nome de Jeffrey. Esse motivo repetido e desenvolvido durante toda a obra. Entretanto, segundo o compositor esse efeito muito mais visvel para quem estiver lendo a grade que o ouvinte. O Solista entra calmamente em cima de um ostinado, quase como que procurando por uma tonalidade principal e termina a abertura tentando chegar a tonalidade de Mi bemol maior, mas logo em seguida essa ideia dissolvida em algo vago novamente dando incio ao scherzo, parte principal do primeiro movimento.

    O segundo movimento foi escrito para demonstrar a virtuosidade do solista. Aqui, as habilidades de Jeffrey Work, admiradas pelo compositor, so levadas ao extremo da dificuldade tcnica do instrumento em um movimento composto para exibir os pontos fortes do trompete moderno muitas vezes pouco explorado.

    Uma feliz coincidncia rene trs trompetistas nessa apresentao, cada um deles explorando e contribuindo com esse novo repertrio a sua maneira: aluno de trompete da escola da OSPA, o maestro Manfredo Schmiedt buscou expandir suas ideias musicais atravs da regncia. James Stephenson, como j mencionado, foi trompetista antes de se tornar compositor. Como trompetista, me encanto em poder expandir o repertrio trompetstico, seja realizando estrias mundiais em obras dedicadas a mim, ou estrias nacionais como esse belssimo concerto de James Stephenson.

    Texto: Flvio Gabriel Trompete Solista

  • 7Antonn Dvok: Sinfonia N 9 em mi menor, Op. 95 Do Novo Mundo

    De todos os nacionalistas do sc. 19, Dvork talvez tenha sido o mais bem-sucedido na absoro de elementos da msica folclrica nacional num sofisticado idioma clssico.

    Iniciou seus estudos como violinista na Escola de rgo de Praga e aps, assumiu um posto na Orquestra Bomia do Teatro Provisrio. Durante esse perodo, comps num estilo gradativamente influenciado pela msica nacionalista de Smetana regente da orquestra do teatro por certo tempo.

    Premiado com um estipndio para composio do Ministrio da Educao em 1875 e 1877, fez com que o compositor Johannes Brahms, jurado em ambos os casos e impressionado com suas composies, recomendassem elas a seu editor. Realmente impressionado com a genialidade e a criatividade de Dvork, Brahms citou: Quem me dera ter uma nica das ideias brilhantes que ocorrem a Dvork a cada minuto.

    Dessa maneira, o nome Dvork tornou-se amplamente conhecido na Europa e na dcada seguinte, regeu uma srie de concertos tendo atrado grandes plateias na Inglaterra. Com a fama consolidada, em 1891 foi convidado para ser diretor do Conservatrio Nacional de Msica em Nova York onde se dedicou de corpo e alma nova funo e comps uma srie de obras que evidenciou a influncia a msica popular norte-americana, dentre elas, a Sinfonia n 9.

    Composta em 1893, a Sinfonia n 9 em mi menor, conhecida como Do Novo Mundo, foi resultado de sua impresso com as condies do novo pas e da crena que a msica popular norte-americana podia produzir uma voz musical caracteristicamente

    nacional, embora a Novo Mundo no contenha nenhuma melodia autenticamente americana.

    Executada pela primeira vez em dezembro de 1893 em um concerto da Sociedade Filarmnica de Nova York, dirigido por Anton Seidl, a Sinfonia n 9 se caracteriza por quatro movimentos unificados pelo principal tema apresentado no primeiro movimento. A obra se inicia com dois andamentos contrastante, o primeiro um Adagio que compe os primeiros com-passos de uma introduo lenta e em sequncia um vigoroso tema em arpejo ascendente e ritmo sinco-pado, tocado pelas trompas, d incio a um Allegro Molto. Esse tema funciona como elemento unificador da obra e que reaparecer em vrios momentos da sinfonia.

    O Segundo Movimento, Largo, se in icia com um Solene Coral de Metais e Madeiras graves que antecede o clebre solo de corne-ingls, cuja melodia pode ser as-sociada a uma cano negra norte-americana. O con-traste na parte central desse movimento criado por uma melodia em tonalidade menor e incio descen-dente onde a mesma acompanhada por trmulos do naipe de cordas, seguida por uma transio com ca-rter de dana alegre ensombrecida por sbitas lem-branas do primeiro movimento voltando ao Largo e finalizando o movimento com o coral da introduo.

    O Scherzo, no Terceiro Movimento, se baseia em material da pera Hiawatha, que Dvork abandou. Com seu engenhoso tema em imitao comeando no segundo tempo primoroso do gnero. Em sua melo-dia principal notvel a superposio de compassos criando um ritmo vertiginoso das danas folclricas. Ao final, ressurge o tema do primeiro movimento an-tes da concluso em tonalidade menor.

    O Quarto Movimento, Allegro con fuoco, combina temas anteriores com a msica em estilo de marcha, onde a trompas e os trompetes, aps uma breve in-troduo, apresentam o tema principal seguindo por uma transio nostlgica do segundo tema com solo de clarinete. Aps uma concluso brilhante, o desenvolvimento se inicia de forma surpreendente com trinados do naipe de madeiras e dramaticamen-te interrompida com intervenes do primeiro tema reparecendo o motivo Largo com um acompanhamen-to agitado, derivado do tema inicial; e um crescendo grandioso direciona a uma breve recapitulao dos dois temas principais. O movimento se conclui tran-quilamente embasada nos temas anteriores, trazendo de volta os temas principais do quarto e primeiro mo-vimento.

    Texto: Paulo F. Ferreira Coordenador do Naipe de Metais e 1 Trombone da OSUCS. Fonte: Guia de Msica

    Clssica, ed. 2010.

  • 8Solista: Flvio Gabriel - Trompete

    Um dos mais destacados trompetistas de sua gerao, Flvio Gabriel conquistou o 2 Prmio no Concurso Internacional de Msica Primavera de Praga em 2010. O prmio, indito na histria do trompete no Brasil, considerado um dos mais difceis no mundo.

    Membro da Orquestra Jovem das Amricas entre 2005 e 2007, participou em turns pela Amrica latina, EUA e Europa e atuou nas gravaes dos DVDs Legacy e Messa da Requiem de Verdi, este ltimo sob a direo de Plcido Domingos.

    Em 2007, atuou como principal trompetista da Orquesta Juvenil Simon Bolvar no festival Villa-Lobos na cidade de Caracas - Venezuela, sendo posteriormente, o primeiro estrangeiro convidado a integrar o Ensamble de Metales de Venezuela, tendo trabalhado sob a direo do trompetista da Filarmnica de Berlim, Thomas Clamor.

    No Brasil, foi o principal trompetista da Orquestra Sinfnica de Porto Alegre entre 2004 e 2009, e integrou o naipe de trompetes da Orquestra Sinfnica do Estado de So Paulo OSESP, entre 2009 e 2015.

    Como solista, tem se dedicado, nos ltimos anos, a estria de obras de compositores nacionais compostas especialmente para ele, alm de estrias nacionais de compositores estrangeiros.

    Flvio Gabriel iniciou seus estudos aos 11 anos de idade na Banda Lyra de Mau - SP, onde foi aluno de Bartolomeu Rosa e Carlos Binder. Posteriormente, estudou com os professores Clvis Beltrami em Campinas SP e Dr. Nalson Simes na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro UNIRIO. Atualmente cursa o doutorado em msica na Universidade Estadual Paulista UNESP e professor de trompete e percepo na Universidade Federal de Uberlndia UFU.

    Este prmio de tal importncia que o coloca entre os melhores trompetistas do mundo em sua gerao. O concurso de Praga feroz, e os melhores jovens msicos passam por l. Ele saiu do nosso meio e venceu contra aqueles que estudaram nas melhores escolas do mundo. Pelo que me consta, esta a primeira vez que um brasileiro vence um importante prmio internacional sem nunca ter sado do Brasil para estudar. Alex Klein Ex-principal obosta da Orquestra Sinfnica de Chicago

    Ele verdadeiramente um dos mais incrveis jovens trompetistas que tive o privilgio de ouvir e trabalhar durante os meus vrios anos de ensino. Charles Schlueter Ex-principal trompetista da Orquestra Sinfnica de Boston

  • 9Q u i n t a S i n f n i c a

    14 de abril quinta-feira 20h30minUCS Teatro Caxias do Sul - RS

    Wolfgang Amadeus Mozart: Abertura da pera La Clemenza di Tito, K. 621

    Allegro

    Joseph Haydn: Concerto para obo e orquestra em D Maior, Hob.VIIg:C1

    Allegro spirituoso

    Andante

    Rondo: Allegretto

    Solista: Christoph Hartmann Obo

    Intervalo

    Ludwig van Beethoven: Sinfonia N 6 em F Maior, Op. 68

    Allegro ma non troppo Despertar de sentimentos alegres diante da chegada ao campo

    Andante molto mosso Cena beira de um regato

    Allegro Dana campestre

    Allegro A tempestade

    Allegretto Hino de ao de graas dos pastores, aps a tempestade

    Maestro: Diego Schuck Biasibetti

    ABRIL

  • 10

    Wolfgang Amadeus Mozart: Abertura da pera La Clemenza di Tito, K. 621

    Wolfgang Amadeus Mozart (Salzburg, 27 de janeiro de 1756 Viena, 5 de dezembro de 1791) foi um prolfico e influente compositor austraco do perodo clssico.

    Mozart mostrou uma habilidade musical prodigiosa desde sua infncia. J competente nos instrumentos de teclado e violino, comeou a compor aos cinco anos de idade, e passou a se apresentar para a realeza europeia, maravilhando a todos com seu talento precoce. Chegando adolescncia, foi contratado como msico da corte em Salzburg, porm as limitaes da vida musical na cidade o impeliram a buscar um novo cargo em outras cortes, mas sem sucesso. Ao visitar Viena em 1781 com seu patro, desentendeu-se com ele e solicitou demisso, optando por ficar na capital, onde, ao longo do resto de sua vida, conquistou fama, porm pouca estabilidade financeira. Seus ltimos anos viram surgir algumas de suas sinfonias, concertos e peras mais conhecidos, alm de seu Requiem. As circunstncias de sua morte prematura deram origem a diversas lendas. Deixou uma esposa, Constanze, e dois filhos.

    Foi autor de mais de seiscentas obras, muitas delas referenciais na msica sinfnica, concertante, operstica, coral, pianstica e camerstica.

    Sua produo foi louvada por todos os crticos de sua poca, embora muitos a considerassem excessivamente complexa e difcil, e estendeu sua influncia sobre vrios outros compositores ao longo de todo o sculo XIX e incio do sculo XX. Hoje Mozart visto pela crtica especializada como um dos maiores compositores do ocidente, conseguiu conquistar grande prestgio mesmo entre os leigos, e sua imagem se tornou um cone popular.

    La Clemenza di Tito (A clemncia de Tito), pe-ra sria em dois atos, foi escrita em 1791, o lti-mo ano da vida de Mozart. Um ano conturbado, pois estava gravemente doente e trabalhando na pera A Flauta Mgica quando recebeu uma co-misso para compor um rquiem de um estra-nho vestido num manto cinzento que o deixou obcecado e convencido de que este estranho era um augrio de morte e que ele estava escreven-do seu prprio rquiem. Pouco depois deste en-contro, Mozart recebe um pedido para escrever uma nova pera para celebrar a coroao do imperador Leopoldo II como Rei da Bomia. A coroao ocorreria em Praga. O libreto de Me-tastasio / Mazzol elogiava a bondade e nobreza de Tito e com ele todos os monarcas. Talvez no tenha sido acidental o fato que este libreto foi escolhido para marcar a coroao do imperador Leopoldo numa poca em que a Revoluo Fran-cesa que havia iniciado em 1789 estava de-sestabilizando monarquias em todo o continente europeu.

    Em termos musicais, a abertura da pera, que foi escrita na noite anterior premire, apresenta uma atmosfera brilhante, e solene grandeza. Introduzindo ideias musicais que sero desenvolvidas ao longo da pera, tambm estabelece a relao global tonal da obra entre D maior e Mi bemol Maior. O rgio ritmo pontuado dos primeiros acordes combinado com um contraponto ao estilo de Bach no desenvolvimento, sugerem a corte formal do imperador. Esta temtica vigorosa seguida e recheada com delicados duetos de flauta e obo. Harmonias proto-romnticas, com um colorido dramtico enriquecem algumas passagens contrapontsticas no desenvolvimento. E com um final triunfante, a abertura prenuncia o inesperado desfecho misericordioso da pera.

    Texto: Anelise Kindel Obosta da OSUCS

  • 11

    Franz Joseph Haydn:Concerto para obo e orquestra em D Maior Hob.VIIg:C1

    Franz Joseph Haydn foi um compositor muito respeitado do perodo clssico. Era um mestre no somente em sua arte, mas tambm em suas atitudes. Comeou sua carreira no sistema de clientelismo tradicional do barroco tardio austraco e terminou como um livre artista dentro do Romantismo crescente do incio do sculo 19. Foi venerado como o primeiro dos trs clssicos vienenses (Haydn, Mozart, Beethoven) e considerado o pai da sinfonia clssica. Escreveu para todas as formas e formaes, desde quartetos de cordas, oratrios, concertos e sinfonias.

    O concerto para Obo e Orquestra foi composto em torno do ano de 1790 e apresentado em trs movimentos. Haydn liga as trs partes por meio de um parentesco temtico e constri no extenso Allegro spirituoso do movimento inicial, a presena do instrumento solo. Em compensao, a orquestra no sai de sua funo de acompanhamento contido e sensvel.

    No segundo movimento, Andante, Haydn faz uma ligao temtica muito sutil, em vrios momentos o tema do primeiro movimento est presente e com a mudana para outra tonalidade o efeito elegante caracterstico deste perodo fica muito evidente.

    No terceiro movimento, o compositor extrai o tema em rond estruturado a partir de um tema principal, seguindo com diferentes variaes. Nesta obra, o Obo demonstra toda a extenso de suas capacidades tcnicas e de expresso musical. O carter do instrumento um elemento comum nos concertos de Haydn cunha o carter do concerto, com a mais prxima imitao do canto humano.

    Texto: Julio Cesar Wagner Primeiro Obo da OSUCS

  • 12

    Ludwig van Beethoven: Sinfonia No. 6 em F Maior, Op. 68

    No ano de 1808 em Viena, o compositor Ludwig van Beethoven apresentou sua nova composio: a Sinfonia n 6 em F Maior opus 68 a qual foi nominada, por ele mesmo nesta ocasio como: Pastoral-Sinfonie oder Erinnerungen an das Landleben, Mehr Ausdruck der Empfindung als Mahlerei (Sinfonia Pastoral ou memrias da vida no campo, mais a expresso de sentimentos do que pintura). A estreia desta sinfonia se deu no Theater an der Wien (Viena) e foi regida por ele mesmo. Esta uma das mais conhecidas obras de Beethoven e composta por cinco momentos tocados em trs grandes partes.

    A Pastoral contm uma intencionalidade por parte do compositor no sentido de expressar sentimentos em relao a algo ntimo e significativo: a relao com a vida no campo, o amor e encantamento pela natureza. Beethoven tinha conscincia de que havia composto uma obra com um potencial descritivo maior que as demais obras j feitas por ele at ento e por este motivo, j na primeira apresentao pblica, fez questo de enfatizar que sua msica tinha mais uma inteno de ser uma expresso de sentimentos do que um desejo de descrever uma cena, fazer uma pintura, ou trazer uma imagem atravs da msica. Nos esboos daquela que viria a ser a sua 6 Sinfonia, Beethoven deixou escritas frases desconexas como: deixado

    ao ouvinte descobrir por si mesmo as situaes; e tambm: tudo pintura sonora, se for forado demais em msica instrumental, perde o valor.

    Durante quase vinte anos, ele ainda procurou manter esta postura frente a sua 6a sinfonia, porm, foram encontrados, aproximadamente, 1826 programas que j davam subttulos aos cinco movimentos da obra.

    Beethoven subdivide sua obra em cinco momentos distribudos em trs grandes partes. Assim temos uma pausa entre o primeiro e segundo movimento; entre o segundo e o terceiro movimento; e a partir da a obra tocada sem interrupes.

    Originalmente os movimentos eram: I. Allegro ma non troppo; II. Andante molto mosso; III. Allegro; IV. Allegro; V. Allegretto; Passando aps a ter os complementos: I. Erwachen heiterer Empfindungen bei der Ankunft auf dem Lande (Despertar dos sentimentos alegres com a chegada ao campo); II. Szene am Bach (Cena beira do riacho); III. Lustiges Zusammensein der Landleute (A reunio alegre dos camponeses); IV. Gewitter, Sturm (A tempestade); V. Hirtengesang Frohe und dankbare Gefhle nach dem Sturm (Canto pastoril Sentimento de alegria e agradecimento depois da tempestade).

    Mais poderia ser escrito sobre possveis sentimentos e descries das imagens que cada movimento proporciona, porm, em compreenso e respeito ao compositor, melhor permitir que cada ouvinte vivencie esta sinfonia tendo suas prprias experincias auditivas que incentivaro o aparecimento de suas imagens nutridas por sua experincia e fantasia.

    Texto: Diego Schuck Biasibetti Regente Assistente e Violoncelista da OSUCS

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    Solista: Christoph Hartmann Obo

    Natural de Landsberg am Lech (Alemanha), iniciou seus estudos musicais em uma escola de msica de sua cidade. Assim que Christoph experimentou o obo, se apaixonou. Aos 13 anos, iniciou seus estudos com este instrumento. Em seguida, entrou para o conservatrio de Augsburg onde estudou com Georg Fischer. Depois de concluir a escola, em 1984, foi estudar com Gnther Passin na escola superior de msica em Munique, onde, aps concluir seus exames finais, assumiu como docente.

    Seu trabalho como msico de orquestra iniciou em 1991 junto Filarmnica de Stuttgart, ingressando, no ano seguinte, na Filarmnica de Berlin.

    Christoph leciona desde 1993 na Academia da Orquestra Filarmnica de Berlin, solista em diversas orquestras pelo mundo e ministra cursos de pesquisa em arquivos e bibliotecas para repertrio. Seu gosto pela msica de cmara o incentivou em 1999 a fundar, juntamente com seus colegas, o Festival de Vero Landsberg, em sua cidade natal. Deste festival, nasceu o grupo Ensemble Berlin. O conceito de fazer msica de alto nvel em uma atmosfera agradvel e descontrada suficiente para que os msicos, a mais de dez anos, queiram sempre voltar.

    H alguns anos, Christoph encontrou em seus estudos e pesquisas em uma biblioteca italiana, manuscritos de um obosta virtuose: Antnio Pasculli. Christoph no s salvou do esquecimento este virtuose como tambm permitiu que sua obra pudesse novamente ser apreciada: gravou um CD intitulado Fantasia Italiana lanado e distribudo mundialmente pela EMI, que foi muito comentado pela crtica e pelo pblico. Em 2008, juntamente com o grupo Ensamble Berlin esteve em uma turn internacional com seu CD solo Bella Napoli.

    Alm da msica, Christoph tem outra paixo: o esporte. Gosta de caminhar e de andar de bicicleta. Em Berlin scio de uma loja de bicicletas, a Bikeline, e tem ainda uma marca prpria de bicicleta, que no poderia ser outro se no: PASCULLI.

    Traduo: Diego Schuck Biasibetti Regente Assistente e Violoncelista da OSUCS

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    Diego Schuck BiasibettiRegente Assistente da OSUCS

    Formado pela Hochschule fr Knste (Escola Superior de Artes Bremen Alemanha) em Violoncelo Barroco com a Prof. Viola de Hoog, em Viola da Gamba com a Prof. Hille Perl e pela UFRGS em Regncia Coral com o Prof. Dr. Joceley Bohrer, teve sua formao violoncelstica iniciada com Andr Wentz em Caxias do Sul e posteriormente com Alexandre Diel.

    Seu apreo pela Msica Antiga fez com que comeasse a freqentar diversos Masterclasses com Anatoli Krastev (Bulgria), Mime Yamahiro (Japo), Gaetano Nasillo (Itlia), Juan Manuel Quintana (Argentina/Sua), Srgio lvares (Brasil/Sua), Philippe Pierlot (Blgica) e Mariane Mller (Frana).

    Participou da gravao dos CDs do 18, 19, 20 e 21 Festival Internacional de Msica Colonial Brasileira e Msica Antiga, sob direo de Luis Otvio dos Santos. Em maro de 2009, participou da produo da pera La Didone de Francesco Cavalli tocando Viola da Gamba e Violone; e em janeiro de 2010, com o Balthasar Neumann Ensemble, da produo da pera LIncoronazione di Poppea de Claudio Monteverdi no Theater an der Wien, em Viena na ustria, tocando Violone sob a direo musical de Christoph Molds. Em 2008 a 2009, foi professor de Violoncelo e regente da Orquestra Jovem da Kreismusikschule em Diepholz Alemanha. Em 2010, foi regente assistente do Mto. Manfredo Schmiedt no Coro Sinfnico da OSPA. Foi professor de Violoncelo no I, II e III Festival Internacional SESC de Msica de Pelotas. Participou em 2011 com a orquestra alem Die Klner Akademie na Turn pela Amrica do Sul, sob direo de Michael Alexander Willens. Em 2012 dirigiu a pera Dido e Enias de Henry Purcell no projeto pera na UFRGS ganhando Prmio Aorianos de Melhor Espetculo. Foi ainda solista com a Orquestra Unisinos-Anchieta e a Orquestra Sinfnica da UCS. Em 2013 e 2014, dirigiu a pera LOrfeo de Cludio Monteverdi no projeto pera na UFRGS e em agosto de 2014 foi regente convidado no 11o Concerto Oficial da Orquestra Sinfnica de Porto Alegre - OSPA.

    Sua carreira na Europa marcada como regente do Coro Da Capo na cidade de Syke, participao em grupos como Concerto Copenhagen, Die Klner Akademie, Asfelder Vocal Ensemble, Balthasar Neumann Ensemble, Kammer Sinfonie Bremen, Bremer Barock Consort, e membro fundador de grupos como Concerto Barroco, Bremerey Consort e Darios Revenge.

    Atualmente primeiro violoncelo na Orquestra Unisinos-Anchieta e violoncelista e regente assistente do Maestro Manfredo Schmiedt na Orquestra Sinfnica da UCS.

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    Q u i n t a S i n f n i c a

    12 de maio quinta-feira 20h30minUCS Teatro Caxias do Sul - RS

    Boris Kosak: Black Forest para orquestra sinfnica

    Armando Trovajoli: Sconcerto Suite para contrabaixo e orquestra*

    Blues

    Allegretto

    Pavane

    Scherzo

    Franco Petracchi: Valse Oublie para contrabaixo e orquestra de cordas

    Calmo Allegretto

    Solista: Alexandre Ritter - Contrabaixo

    Claude Debussy/Maurice Ravel: Sarabande (Suite Pour le Piano)

    Avec une lgance grave et lente

    Alberto Ginastera: Danas do Ballet Estancia, Op. 8

    Los trabajadores agricolas Tempo giusto

    Danza del trigo - Tranquillo

    Los peones de hacienda Mosso e rvido

    Danza final (Malambo) - Allegro

    Maestro: Manfredo Schmiedt

    * Armando Trovajoli: Sconcerto - Suite per Contrabasso e orchestra (dedicato a Franco Petracchi) Editor: Casa Ricordi SRL, MilnRepresentado por Melos Ediciones Musicales S.A. Buenos Aires www.melos.com.ar

    MAIO

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    Boris Kosak: Black Forest para orquestra sinfnica

    Boris Kosak nasceu em 1970 na Bielorssia e cresceu na costa do Mar Negro na Ucrnia. Iniciou seus estudos de piano aos 6 anos, posteriormente estudando tambm violo, violino e acordeon. Na escola, desenvolveu um forte interesse pela matemtica, em particular o ramo da topologia, tendo sido inclusive premiado em diversas competies de matemtica e fsica. Aos 17 anos, dividido entra a matemtica e msica, optou por prosseguir seus estudos no campo musical.

    Estudou com Valentin Bibik no Kharkiv Institute of the Arts da Ucrnia, onde se formou com distino em composio e musicologia. Posteriormente mudou-se para Colnia (Alemanha) para estudar composio com York Hller e composio eletrnica com Ulrich Humpert no Klner Musikhochschule. Na universidade, tambm estudou filologia inglesa e francesa. Em Colnia, Boris Kosak estudou diferentes estilos, perodos, gneros e formas diversas de manifestaes artsticas. Experimentou com a pintura, realizou pequenos filmes, atuou como danarino de salsa, escreveu contos de fada e aprendeu programao de computadores. Ao mesmo tempo, descobriu o raga indiano, a msica litrgica, russa os ritmos cubanos rumba e salsa, o hip-hop e o samba. Durante esse perodo, tocou teclado em uma banda de samba, escreveu msicas para bandas de hip-hop, para o rdio e tambm produziu msica para meditao.

    Todas essas diferentes influncias resultaram em um estilo muito pessoal - distanciado das tendncias de vanguarda mais difundidas - no qual o compositor combina de forma equilibra-

    da a tradio com a modernidade, a sofisticao com o entretenimento. Entre as primeiras com-posies escritas nesse estilo que o compositor vem desenvolvendo esto o concerto para piano Il Carnevale di Colonia, o concerto para or-questra Tusch e o concerto para violino Con-certo in stile coloniale. Durante seus estudos, Boris Kosak demonstrou um especial interesse pela msica antiga, tal como a polifonia de Pe-rotin, Leonin, Du Fay e Palestrina, e pela msica barroca, cuja influncia evidente em muitas de suas composies, tanto estilisticamente quanto na escolha de gneros como o concerto, concerto grosso e a musique de table (msica para festas e celebraes).

    Renovando esses gneros, Kosak os moderni-za em miniaturas de um minuto, como em suas 25 muse-bouches para piano e suas 25 petit--fours para violino e piano, nos quais motivos musicais e culinrios so misturados, ou nos 36 momenti intimi para violoncelo e piano e nas suas 25 bagatelles essentialles para viola e piano, dedicadas s essncias e aromas. Alm de amuse-bouches e petit-fours, a culin-ria tambm faz parte do conceito programtico de King Arthurs Tablet Music, A little nosh music, Straccia-cello e Hors doeuvre dun faune (da Suite royale).

    Alguns trabalhos do compositor so inspira-das em conexes mstco-espirituais, como a su-te vocal Life cycle (com texto do compositor), o poema sinfnico Black Forest e o concerto para violoncelo BarCellona concerto. Reside e tra-balha em Colnia, na Alemanha. Sua msica tem sido executada na Europa e nos EUA, Canad, Austrlia, Brasil e na China.

    O poema sinfnico Black Forest evoca desde seus primeiros sons o universo misterioso e enigmtico da floresta dos contos de fada, repleta de espritos tanto bem quanto mal-intencionados. Este mundo mgico repleto de fantasia e imaginao logo se revela em toda sua beleza: o rudo das folhas, as quedas das cachoeiras, o canto dos pssaros e o rugido dos animais selvagens. Nas profundezas da floresta, encontra-se uma fundio abandonada, onde o fogo aceso durante a noite para que estranhas criaturas possam construir uma espada especial para um heri derrotar o drago e salvar a princesa.

    Texto: Boris Kosak - Compositor Traduo: Fernando Rauber Pianista da OSUCS

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    Armando Trovajoli: Sconcerto Suite para contrabaixo e orquestra

    Trovajoli (1917-2013) foi pianista, regente e compositor italiano. Suas razes musicais vo desde estudar piano erudito no conservatrio em Roma a tocar com vrios importantes cones do jazz como Lionel Leo Hampton, Duke Ellington e Chet Baker entre muitos outros. Alm disso ele comps msica para vrios filmes e programas de TV incorporando o estilo jazz e difundindo tal estilo em suas trilhas. Como maestro, regeu a orquestra da RAI com arranjos de Bill Russo, e Bill Holman entre outros.

    Trovajoli escreveu o Sconcerto em 2001 a pedido do famoso contrabaixista, pedagogo, compositor e regente italiano Franco Petracchi. Trovajoli brinca com o nome da obra, onde Concerto defini a estrutura formal de composio onde existem vrias regras para com o esqueleto da obra. No Sconcerto ele desconcerta (desconstri) tais conceitos e d ao solista, j no incio do primeiro movimento, um acompanhamento em pizzicato e deixa o tema principal paras os sopros. Na estrutura formal de um Concerto, nesta mesma parte o solista teria uma melodia ou um motivo importante a ser desenvolvido mais tarde durante o movimento. Inevitvel no relacionar o solo inicial de clarinete deste movimento, aqui executado por uma melodia monofnica (sem acompanhamento), com o apreo que o compositor tinha pela msica de Benny Goodman. O ttulo deste primeiro movimento, Tempo de Blues, claramente expem as razes do compositor com estilo de jazz.

    No segundo movimento, Allegretto, Petracchi nos remete as conversar e ensaios que teve com o prprio Trovajoli, onde o compositor

    comenta que este movimento deveria ser interpretado com a imagem de um cidado fazendo um passeio descompromissado pelo parque. A referncia musical aqui pode ser relacionada com a pea de George Gershwin, Um Americano em Paris de 1928, onde a ideia de um feliz e tranquilo passeio to bem retratada. Ainda neste movimento, notem que Trovajoli no perdoa o solista, e escreve em uma linguagem nada contrabaixistica, com partes de rpido e leve carter materializado em passagem de alternncia de diversas configuraes de ritmos rpidos. Talvez Trovajoli tenha se inspirado em uma escrita mais idiomtica para um instrumento como o piano, ou mesmo nos remetendo ao clarinete de Benny Goodman, instrumentos que propiciam agilidade e velocidade atrelados a leveza; sendo assim, tornando este movimento extremamente virtuosstico para o contrabaixista.

    No terceiro movimento, o compositor utiliza o gnero musical de uma dana, a Pavane. Pavane uma dana extremamente lenta, de carter processional e tpica da Renascena que supostamente era para ser danada em pares. Um exemplo mais moderno onde a Pavane usada estilizadamente dentro da msica de concerto a famosa Pavane pour une Infante Dfunte de Maurice Ravel. Neste terceiro movimento, Trovajoli permite que a lrica e obscura personalidade timbrstica do contrabaixo possa ser explorada. Petracchi novamente nos remete as conversas e ensaios que teve com o prprio Trovajoli, e nos coloca que o compositor sugere que o movimento deva ser interpretado como uma Sarabande. Este, sendo outro gnero musical muito difundido nos sculos XVII e XVIII com caractersticas sbrias e com andamento lento, nos remetendo s danas lentas dos sales franceses do perodo barroco ou mesmo s Sarabande das Suites para violoncelo solo de J. S. Bach, compositor o qual Trovajoli tinha grande venerao.

    Encerrando a obra, o IV movimento, Scherzo (Allegro), tem um carter muito cinematogrfi-co, e o estilo deve ser em tom de grande festa, como uma cena onde muitas pessoas celebram a vida e a felicidade, danando, brincando, co-mendo e bebendo. O estilo pertencente a uma Abertura Festiva de Concerto, com certeza deve ser empregado na interpretao deste movimen-to. Mais para o fim do movimento, Adagio Lentamente, onde o contrabaixo tem o tema can-

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    tbile, inevitvel a comparao e similaridade deste tema com o tema do famoso filme E.T - O Extraterrestre (1982), de Steven Spielberg. Mais uma vez, este movimento se mostra um grande desafio para o contrabaixista, tanto em termos da virtuosidade envolvida nas passagens de grande velocidade e com grandes mudanas de

    posio, bem como com a lrica empregada nas sees de extrema ternura e expressividade.

    Sem dvida uma pea onde a juno de vrios estilos musicais permite ao ouvinte desfrutar de vrios mundos em um s.

    Texto: Alexandre Ritter Contrabaixo solista

    Franco Petracchi: Valse Oublie para contrabaixo e orquestra de cordas

    Petracchi nasceu em Pistoia (1937) na Itlia, e atualmente vive em Roma. Petracchi famoso solista do contrabaixo, regente, influente pedagogo e compositor. Muitos compositores importantes homenagearam sua arte escrevendo e dedicando obras ele, incluindo a Sinfonia Concerto de Mortari (1960), Concerto de Mortari para Franco Petracchi (1966), tambm de Mortari, Duettini Elegia e Capriccio (1976), de Morricone Estdio 89, Duetti de Berio para Violoncelo e Contrabaixo, de Nino Rota o Divertimento Concertante, e de Armando Trovajoli, o Sconcerto.

    Assim como na msica de Nino Rota, Ennio Morricone e Armando Trovajoli, a Valse de Petracchi nos remete a uma narrativa musical onde cada frase tem um significado, tem um pano de fundo quase cinematogrfico, onde diferentes cenrios se desenvolvem atravs da pea.

    Petracchi nos conta que, quando tinha dezesseis anos, comps um tema que, por muitos anos, esqueceu no fundo de uma gaveta. Anos depois, por volta de 1995, ele reencontrou tal tema e resolveu mostrar para sua filha, quem se encantou e pediu para o pai desenvolv-lo em

    uma pea completa. Temos ento o entendimento do ttulo, Valsa Esquecida.

    A pea originalmente foi escrita para orquestra de cordas e posteriormente foi transcrita para violino, dedicado a Mariana Sirbu, para violoncelo dedicado a Rocco Filippini e para contrabaixo e orquestra, e tambm com uma verso para contrabaixo e piano. Existe tambm outra verso para orquestra de cordas e piano bem como para canto e orquestra. Assim, como nas quatro famosas Valses Oblies de Franz Liszt, a Valse de Petracchi dana entre caracteres muito meldico, intimista e expressivo, e como numa Reverie, nos leva a um estado de sonhos. A pea comea com uma breve introduo, onde o tema inicial exposto logo em seguida com um temperamento um pouco mais Gioccoso (brincalho), onde uma valsa estilizadamente instrumental retratada. Este mesmo tema ser utilizado tambm no final da pea, s que com um andamento muito mais tranquilo, intimista e reflexivo. O segundo tema nos transporta a uma histria onde o roteiro se desenvolve, o drama recitado se torna complexo, breves dilogos ocorrem e eventualmente se resolvem.

    A histria contada por Petracchi, muita clara me , uma breve introduo para estabelecer o clima do drama, na qual, logo em seguida, o tema principal exposto em uma valsa estilizada e mais giocosa. Na parte central, a histria se desenrola com todas as suas complexidades, e, no fim, a Valse que fora quase esquecida, retorna mais lenta, mais intimista e mais resignada, como uma lembrana quase apagada de um passado distante.

    Uma preciosidade da escrita Italiana, assim como nas trilhas de Morricone, o ouvinte ser levado pela histria e transportado para fora da realidade como num estado de sonhos.

    Texto: Alexandre Ritter Contrabaixo solista

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    Claude Debussy/Maurice Ravel: Sarabande (Suite Pour le Piano)

    Claude Debussy, nasceu em uma famlia pobre na Frana em 1862, mas seu grande talento ao piano o levou ao Conservatrio de Paris aos 11 anos. Aos 22 anos, ele ganhou o Prix de Rome, com sua composio Lenfante prodigue, que financiou quatro anos de estudos na Academia Francesa em Roma. Aps a virada do sculo, Debussy estabeleceu-se como a principal figura da msica francesa. Uma de suas caractersticas marcantes foi a grande ligao de sua msica com as artes plsticas, mais especificamente a pintura impressionista.

    O impressionismo de Debussy residiria no carter fluido e vago, de seus sutis jogos harmnicos, em que a melodia parecia dissolver-se. Mas essa fluidez era a aparncia, como depois se viu. A melodia no se dissolveu propriamente, mas libertou-se dos cnones tradicionais, das repeties e das cadncias rtmicas. Debussy no seguiu tambm as regras da harmonia clssica:

    deu uma importncia excepcional aos acordes isolados, aos timbres, s pausas, ao contraste entre os registros, trazendo uma nova concepo de construo musical, que se acentuou na sua ltima fase. Por esse motivo, foi incompreendido mas no se desagradou, pois ele mesmo props, certa vez, a criao de uma sociedade de esoterismo musical.

    Em 1894, Claude Debussy, comps a Suite Pour le piano, um conjunto de trs peas que foram finalmente publicados em 1977 sob o ttulo Imagens oublies, sendo elas: Prlude, Sarabande e Toccata.

    A segunda referida na capa como Souvenir du Louvre, Dans le mouvement dune Sarabande, cest-A-dire avec une lgance grave et lente, mme un peu vieux, portrait. No ritmo de uma Sarabanda, ou seja, com uma elegncia solene e lenta, como um velho retrato, memria do Louvre. A pea foi publicada separadamente em 1896 no peridico Le Grand Journal du Lundi, e, em seguida, pontualmente revisada, como parte de Pour le Piano em 1901, sob o ttulo Sarabande. As referncias a um velho retrato e ao Louvre so lembretes da importncia das artes visuais para ele. Debussy observou, em 1911, que amava imagens quase tanto quanto a msica.

    S temos a agradecer ao grande compositor francs Maurice Ravel pela orquestrao desta bela composio dedicada ao piano. Sarabande nos remete a uma bela pintura impressionista, cheia de cores, sem contornos ou formas definidas.

    Texto: Trcia Oliveira - Violinista

    Alberto Ginastera: Danas do Ballet Estancia, Op. 8

    O compositor argentino Alberto Ginastera considerado um dos mais importantes e originais compositores da Amrica do Sul do sculo 20. Nasceu em Buenos Aires no dia 11 de abril de 1916. Comeou a estudar piano aos sete anos e aos doze ingressou no Conservatrio Williams. Em 1935, graduou-se maestro com medalha de ouro no Conservatrio Nacional de Msica. Dedicou-se a composio, sendo sua primeira obra o bal Panamb, escrito aos vinte e um anos de idade. Com essa obra ganhou diversos prmios, dentre

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    eles o Prmio Nacional de Msica. Em 1941, por encomenda de Lincoln Kirstein, escreveu a mais conhecida de suas obras, o Bal Estncia.

    Em 1945, aps receber uma bolsa de estudos, viajou para os Estados Unidos onde frequentou as aulas do compositor Copland em Tanglewood. Depois disso, sua vida dividiu-se entre a Argentina e o exterior, sendo, s vezes, obrigado a viajar devido a mudanas polticas de seu pas. Em 1971, estabelece-se em Genebra, na Sua.

    At meados dos anos 50, sua msica foi essencialmente nacionalista, de uma forma comparvel a Bartk, Falla e Stravinsky, mas orientou-se para um expressionismo atonal, que tem laos com Berg e Penderecki. Isso tornou possvel seu desenvolvimento tardio como compositor de peras altamente densas como Don Rodrigo (1964), que tem como base composicional o dodecafonismo.

    Ginastera o representante mais importante do nacionalismo musical argentino. Sua obra abrange todos os gneros musicais. Comps trs peras, bals, cinco obras orquestrais, um concerto para harpa, dois concertos para piano, dois concertos para violoncelo, um concerto para violino, duas obras para coro, cantatas, obras para piano, voz, rgo, flauta, violo e msica de cmara. Ele tambm comps msica para teatro e trilha para onze filmes. Seu repertrio contm o total de cinquenta e cinco obras. Essa lista poderia ser maior, mas, por ser perfeccionista e meticuloso, acabou retirando algumas obras do seu catlogo. Ginastera faleceu no dia 25 de junho de 1983 na cidade de Genebra.

    Talvez uma das caractersticas mais distintivas da Amrica Latina seja sua grande variedade cultural, constituda por manifestaes das mais diversas naturezas, provocando uma riqueza inigualvel de costumes, ambientes e crenas. dessa fonte inesgotvel de inspiraes que o sedento esprito musical de Alberto Ginastera se nutriu. Suas obras so como quadros que expressam as cenas mais emblemticas da paisagem latino-americana, atravs de uma perspectiva nunca antes explorada. Sua temtica se concentra nas cenas gauchescas, nas danas caractersticas dos pampas, na cultura dos

    Andes, nos pastos dos planaltos argentinos e em muitas outras inspiraes. Sua msica visceral, intensa e expressiva, e representa a mescla das grandes formas ditas europeias, como o ballet, peras, concertos e sonatas, com elementos locais como as melodias andinas, as danas dos crioulos, os festejos gauchescos e tantas outras fontes, constituindo assim um estilo hbrido bem peculiar de sua identidade.

    A sute Danzas de Estancia, Op. 8a (1941) para orquestra foi retirada de uma obra maior de Ginastera: o bal Estancia Op. 8 do mesmo ano. Devido a um problema com a companhia de bal que iria estrear a obra, Ginastera se viu forado a apresent-la de outro modo. Portanto, escolheu quatro danas de seu bal e as agrupou em uma sute para orquestra. O bal completo s foi estreado em 1952 e, por esse motivo, a sute ficou famosa muito antes do prprio bal do qual ela foi retirada. O termo estancia pode ser traduzido e descrito como um rancho que se situa em meio ao campo, ou um abrigo humilde onde os trabalhadores rurais descansam e se renem para festejos e celebraes paisagem que muito marcou a infncia de Ginastera. Essa sute ou conjunto de danas formada por quatro partes: 1) Los trabajadores agrcolas (Os trabalhadores agrcolas); 2) Danza del trigo (Dana do trigo); 3) Los peones de hacienda (Os pees da fazenda) e 4) Danza Final (Dana Final) Malambo. Ou seja, so danas sequenciais baseadas no cotidiano rural.

    Talvez a obra mais executada dentre todas as composies de Ginastera seja o ltimo movimento dessa sute, Malambo (Dana Final). O Malambo uma dana tpica dos bailes argentinos e que exige do danarino uma grande habilidade com as movimentaes das pernas. Geralmente uma dana individual, e que retrata toda a virilidade e vigor do trabalhador rural. Esse movimento se desenvolve sobre um ritmo vigoroso e frentico feito pela orquestra, em momentos extasiantes conjugados com uma orquestrao suntuosa, digna de representar a incessante jornada de trabalhado dos pees dos pampas.Texto: Douglas Gutjahr Coordenador da Percusso

    da OSUCS

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    Solista: Alexandre Ritter Contrabaixo

    Alexandre desenvolve desde 2000, trabalho artstico, pedaggico e de pesquisa na Univer-sidade Federal do Rio Grande do Sul UFRGS (Porto Alegre/RS), e vem mantendo uma clas-se de contrabaixos produtiva desde ento. Hoje, seus alunos esto empregados em diferentes ins-tituies no Brasil. Alm disso, seus alunos esto constantemente desenvolvendo estudos de ps--graduao no Brasil e no exterior.

    Alexandre recebeu ambos os ttulos de Doutor e Bacharel em Performance pela The University of Georgia (EUA). Sua formao musical e acadmica tambm inclui um ano de mestrado em Performance de Contrabaixo na University of British Columbia (Canad).

    Ele tambm recebeu bolsas de estudo para programas como para a Academia Musicale Chiggiana em Siena/Itlia, recebendo Diploma di Mrito, para o Campus Internazionale di Musica em Sermoneta na Itlia, para o Banff Orchestral Program e para o Toronto Summer Music Academy no Canad, bem como para o North Caroline School for the Arts nos EUA. Alm disso, ele teve a oportunidade de tocar em importantes festivais e simpsios e aprender com contrabaixistas tais como, A. Guaracy Guimares, Milton R. Masciadri, Milton W. Masciadri, Kenneth Friedman, Franco Petracchi, Joel Quarrington, Edwin Barker, Gary Karr e Franois Rabbath, entre outros.

    Como pesquisador, Alexandre tem trabalha-do em colaborao com o famoso pedagogo e intrprete de contrabaixo, Francesco Petracchi, e o resultado deste projeto de pesquisa culminou com uma dissertao de doutorado em 2010, que

    agora foi publicada em sua ntegra no Online Journal of Bass Research - OJBR.

    Outros exemplos significativos de suas pesquisas e produes bibliogrficas podem ser avaliadas em dois artigos que publicou com a revista Bass World. Alm disso, Alexandre tem apresentado palestras nos EUA, Brasil e Europa, como no 2014 European Bass Congress.

    Como produtor, Alexandre tem sido o coordenador do Encontro Internacional de Contrabaixistas Milton Masciadri Romay, desde sua primeira edio em 1999 e que est agora em sua quarta edio.

    Nesses importantes Encontros, ele trouxe para o Brasil alguns dos melhores artistas e pedagogos na rea do contrabaixo acstico, com nomes como Milton W. Masciadri, Francesco Petracchi e Joel Quarrington. Alm disso, em 2005, juntamente com INMETRO, empresa de utilidade pblica no Brasil, Alexandre teve a oportunidade de ser o Produtor Executivo, Diretor Artstico e contrabaixista no projeto intitulado Die Forelle, A Truta, de F. Schubert. Neste projeto, foi gravado e produzida uma turn no Brasil, assim como foi produzido uma pgina na internet com um intuito artstico e pedaggico.

    A experincia profissional de Alexandre como um msico de orquestra inclui compromissos com instituies na Amricas do Norte e Sul, incluindo a Orquestra de Cmara ARCO, a Savannah, Charleston, Greenville, Athens e sinfnica de Augusta, nos EUA, bem como Orquestra de Cmara do Theatro So Pedro, Orquestra Sinfnica de Porto Alegre (OSPA), UNISINOS e Orquestra Sinfnica do Paran (OSINPA), no Brasil.

    Como solista, Alexandre teve a oportunidade de tocar de Giovanni Bottesini, o Concerto No. 2 bem como o Concerto de S. Koussevitzky com a Orquestra Sinfnica de Porto Alegre - OSPA. Com a Camerata Florianpolis, ele tambm tocou de Nino Rota, o Divertimento Concertante, e com a Orquestra de Cmara da Ulbra, ele fez a estreia mundial do Concertino Ars Antiqua de Marcelo Nadruz. Alm disso, Alexandre vem produzindo uma turn uma vez por ano no Brasil, com um programa de solo para contrabaixo e piano.

    Recentemente, Alexandre est desenvolvendo um projeto de msica Jazz e Msica das Amricas com o guitarrista e cantor Raul Leito.

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    Q u i n t a S i n f n i c a

    Parceria OFPUCRS OSUCS15 de junho quarta-feira Salo de Atos da PUCRS, s 20h

    16 de junho quinta-feira UCS Teatro, s 20h30min

    Orquestra Filarmnica da PUCRS e Orquestra Sinfnica da UCS

    Antnio Carlos Gomes: Sinfonia da pera Il Guarany

    Andante grandioso e marcato Andante espressivo Andante grandioso e marcato Andante maestoso

    espressivo - Allegro vivo Allegro espressivo Energico

    Sergei Rachmaninoff: Rapsdia sobre um tema de Paganini, Op. 43

    Introduo: Allegro vivace - Variao 1 - Tema: Listesso tempo - Variao 2: Listesso tempo - Variao 3: Listesso tempo - Variao 4: Pi vivo - Variao 5: Tempo precedente - Variao 6: Listesso tempo - Variao 7: Meno mosso, a tempo moderato - Variao 8: Tempo I - Variao 9: Listesso tempo - Variao 10: Listesso

    tempo

    Variao 11: Moderato - Variao 12: Tempo di minueto - Variao 13: Allegro - Variao 14: Listesso tempo - Variao 15: Pi vivo scherzando - Variao 16: Allegretto - Variao 17: Allegretto - Variao 18:

    Andante cantabile

    Variao 19: A tempo vivace - Variao 20: Un poco pi vivo - Variao 21: Un poco pi vivo - Variao 22: Marziale. Un poco pi vivo - Variao 23: Listesso tempo - Variao 24: A tempo un poco meno mosso

    Solista: Fernando Viani - piano

    Hector Berlioz: Sinfonia Fantstica (Episdio da Vida de um Artista), Op. 14

    Devaneios e Paixes - Largo; Allegro Agitato e Appassionato Assai

    Um Baile - Valse: Allegro Ma Non Troppo

    Cena Campestre - Adagio

    Marcha para o Cadafalso - Allegretto Non Troppo

    Sonho de uma Noite de Sab - Larghetto; Allegro Assai

    Maestro: Manfredo Schmiedt

    JUNHO

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    Antnio Carlos Gomes: Sinfonia da pera Il Guarany

    Antnio Carlos Gomes o maior expoente do romantismo musical no Brasil. Nascido em Cam-pinas, So Paulo, iniciou seus estudos musicais com seu pai. Aps o grande sucesso de sua pri-meira pera, A Noite do Castelo, transferiu-se para o Rio de Janeiro, caindo nas graas do im-perador Pedro II. Em 1863, embarcou para a Eu-ropa com uma bolsa de estudos concedida pelo Imperador. Estudou no Conservatrio de Milo, e foi na Itlia onde comps suas principais obras, entre elas O Guarani.

    A pera baseada no livro homnimo de Jos de Alencar. Foi, sem dvida, o primeiro sucesso de uma obra musical brasileira no exterior. Car-los Gomes comeou sua composio entre 1867 e 1868, mas ela s foi finalizada mais tarde e teve sua estreia em grande estilo, no dia 19 de maro de 1870, no Teatro Alla Scalla de Milo, na Itlia. No mesmo ano, em razo das comemoraes do aniversrio de Don Pedro II, O Guarani foi en-cenado no Rio de Janeiro, em 02 de dezembro. Em 1879, a pera rodou o mundo e foi apresen-tada em cidades como Livorno, Milo, Moscou e Pittsburgh. O grande Verdi, ao assistir a O Gua-rani, teria dito de Carlos Gomes: Questo giova-ne comincia dove finisco io! (Este jovem comea de onde eu termino!).

    A histria se passa nos arredores do Rio de Janeiro, por volta de 1560, em um momento em que os ndios Aimors e Guaranis esto em guerra. uma histria de amor impossvel, com

    muitas lutas, fugas e herosmo, em um estilo nacionalista de valorizao do homem e da ptria. Uma das personagens principais Ceclia (Ceci), filha de Don Antnio de Mariz um velho fidalgo portugus chefe de uma colnia lusitana -, que est comprometida a casar-se com Don lvaro. Mas Ceclia se apaixona pelo ndio Peri, lder da tribo Guarani que, por sua vez, tambm se apaixona por ela. Peri resolve apoiar os portugueses na luta contra os Aimors e, a partir da uma srie de aventuras se desenrolam para que Ceci e Peri possam viver o seu amor.

    A abertura da pera acabou ganhando vida prpria, sendo executada recorrentemente, no s no Brasil como no exterior. Certamente a obra musical clssica brasileira mais conhecida do nosso pblico. Quem nunca ouviu a vinheta de abertura de A Voz do Brasil? Na abertura, Carlos Gomes expe os temas que mais tarde ir desenvolver na pera. Desde o majestoso incio dos metais ao final vivo e eletrizante, passando por temas cheios de lirismo, uma obra que continua a emocionar mesmo passados 145 anos de sua estreia.

    Texto: Alexandre Diel Chefe de Naipe dos Violoncelos e Coordenador das Cordas Graves da

    OSUCS

    Cartaz da pera Il Guarany, de Carlos Gomes

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    Sergei Rachmaninoff: Rapsdia sobre um tema de Paganini para piano e orquestra, Op. 43

    Rachmaninoff comps esta obra na sua casa na Sua as margens do Lago dos Quatro Cantes e sua estreia aconteceu em Baltimore com o prprio compositor dirigido por Leopold Stokowsky. No comeo da Primeira Guerra Mundial foi exilado com a sua famlia e desde 1917, praticamente no escreveu mais at 1931 (Variaes Corelli Op. 42 para piano).

    A Rapsdia de 1934 se apoia harm-nica e melodicamente, quase anacronica-mente, na tradio do romantismo, ape-sar de ter sido escrita mais de vinte anos depois da escandalosa estreia da Consa-grao da Primavera de Stravinsky; da esttica anti-wagneriana dos Preldios de Debussy e do postulado dodecaf-nico de Schnberg; oito anos depois da apresentao do percussivo e dissonante Concerto para Piano N. 1 de Bartk; e quase contemporneo da obra Ionisa-tion de Edgard Varse, alm de ser cri-ticado por no pertencer ao movimento atonal iniciado por seu colega Skriabin.

    As vinte e quatro variaes se baseiam no conhecido tema do capricho N. 24 do virtuoso violinista do sculo XIX Niccol Paganini, tambm utilizado por diversos compositores devido ao seu carter forte e simples, o que tornou esta melodia um smbolo de introduo ao desenvolvimento da destreza instrumental. Rachmaninoff d o ttulo de Rapsdia e no variaes, talvez querendo dar unidade de conceito e acentuando o carter de variao livre. Na variao VII, incorpora um tema secundrio: o Dies irae, da missa dos mortos do sculo XIV.

    Em uma carta, Rachmaninoff declara o carter programtico de sua msica descrevendo a lenda sobre Paganini, que vendeu sua alma ao diabo para poder alcanar a perfeio na execuo do violino e assim conquistar o amor de uma mulher.

    Pode-se agrupar as variaes em trs movimentos: Introduo, Var. I (que precede o

    tema) e o tema at a variao X: Paganini e o diabo, representado pelo tema do Dies Irae.

    Var. XI at a var. XVIII: seduo da mulher e conquista do amor. Clmax na Var. XVIII com o tema invertido.

    Var. XIX at a var. XXIV: Finale e triunfo do diabo.Pouco depois do incio da Segunda

    Guerra mundial, Rachmaninoff partiu novamente para o exlio nos Estados Unidos, onde morreu, em 1943, aos 70 anos. Depois da Rapsdia comps somente duas obras: Sinfonia N. 3 Op.44 e as Danas Sinfnicas Op.45.

    Texto: Fernando Viani Piano Solista Traduo: Andr Meneghello Spalla e Coordenador

    das Cordas Agudas da OSUCS

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    Hector Berlioz: Sinfonia Fantstica, Op. 14

    Com o subttulo Episdio da vida de um artista, esta sinfonia teria sido elaborada aps o compositor ter assistido, em dezembro de 1827, a uma representao de Hamlet de Shakespeare. O que inspirou o compositor, porm, no foi a pea teatral, mas sim a atriz Harriet Smithson, por quem se apaixonou. Cerca de trs anos depois, Berlioz se utilizou desta paixo como pano de fundo para uma sinfonia programtica, sendo a primeira grande realizao deste gnero, o qual se tornaria um dos mais caractersticos do Romantismo.

    Na estreia da Sinfonia Fantstica em Paris, em 1830, o pblico recebeu um livreto que explicava o contedo de cada movimento, para que pudesse acompanhar a narrativa e seus desdobramentos. O programa conta a saga de um jovem artista apaixonado atravs de uma srie de fatos reais e imaginrios, ligados por um artifcio criado por Berlioz, conhecido como ideia fixa, um motivo musical associado com a figura da amada, que vai sendo retrabalhado obsessivamente no decorrer da sinfonia, aparecendo com as mais diversas caractersticas.

    A sinfonia se inicia no momento em que o jovem msico, consumido pelo pio, cai em sono profundo durante o qual tem sonhos que se alternam com pesadelos terrveis, nos quais a figura da amada sempre recorrente. Conforme escreveu Berlioz no programa a passagem do estado de sonho melanclico, interrompido por alguns momentos de alegria, seu retorno ternura, suas lgrimas, suas consolaes religiosas. No segundo movimento o heri est em um baile, no qual sua amada aparece em meio a uma msica agitada. O movimento seguinte uma cena campestre, onde o jovem reflete sobre sua situao, iniciando com tranquilidade, mas transformando-se at chegar a um grande desespero. Mais uma dose de pio e o deprimido artista entra em um sono acompanhado das vises mais horrveis. Em seu delrio, ele acredita ter matado a amada, sendo por isso condenado execuo. Segue-se a Marcha da Decapitao, considerada uma das peas mais macabras do repertrio sinfnico. No prximo movimento, Sab das Bruxas, o jovem msico v a si prprio em um sab, no meio de um horripilante grupo de fantasmas, feiticeiras, monstros de toda espcie, que vm para seu funeral. Agora a melodia associada com a amada aparece de forma grotesca e pardica. Ouvem-se os sinos da morte e h uma citao satrica do Dies Irae (canto associado ao Dia do Julgamento nos ritos funerrios), que se mistura com a dana da orgia selvagem e diablica.

    A Sinfonia Fantstica chocou grande parte do pblico naquele ano de 1830, pois quebrava diversos parmetros da composio sinfnica, comeando pela ideia totalmente indita de uma sinfonia autobiogrfica. Apesar disso, foi uma das mais importantes composies da primeira metade do sculo XIX e exerceu grande influncia sobre a gerao de compositores posteriores.

    Texto: Ramon Stein - Coordenador das Madeiras e Primeiro Clarinete da OSUCS

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    Solista: Fernando Viani PianoFernando Viani nasceu em Mendoza,

    Argentina, no ano de 1969 e iniciou seus estudos musicais aos 7 anos de idade. Em 1993, ingressou na Escola Superior de Msica da Universidade Nacional de Cuyo (U.N.C.), onde recebeu seu primeiro diploma com a mxima pontuao no ano de 1993, sob a direo da pianista Prof. Dora De Marinis. Durante estes anos, conquistou o Primer Prmio no Concurso de Piano da Cidade de Lincoln, o Primer Prmio no Concurso do Centro de Estudos De Piano, a Medalha de Ouro no Concurso Alberto Williams de melhor interpretao do compositor Argentino (Buenos Aires). Nos anos de 1992 e 1993, foi convidado, consecutivamente, a participar do prestigioso Festival Internacional de Msica de Cmara, Bariloche, Argentina, onde realiza concertos e trabalha com professores como Carlo Bruno, Ana Chumachenco e Oscar Lysy. Nesta importante fase de sua carreira, tambm teve a possibilidade de ser assessorado musicalmente pelo Maestro Bruno Gelber. A partir de 1993, comea um projeto intensivo de pesquisa e gravao junto a outros pianistas e cantores, resultando na gravao de 13 discos compactos com a obra completa para piano e canes dos compositores argentinos Luis Gianneo, Juan Jos Castro e Carlos Guastavino. Em 1996, foi criada a Fundao Ostinato para a difuso da msica clssica argentina e, em 1999, obtm um contrato com a empresa Naxos. Sua arte pianstica se enriquece profundamente com a ps-graduao realizada entre os anos de 1994

    e 2002 na Staatliche Hochschule fr Musik Karlsruhe (Alemanha), com as professoras Prof. Fany Solter e Dinorah Varsi, sendo, principalmente, influenciado pela grande pedagoga Prof. Sontraud Speidel. Em 2002, seus estudos culminam com o recebimento do ttulo Konzertexamen e as maiores distines. Entre 2003 e 2005, convidado regularmente pelo Quarteto Verdi para o Festival,Vielsaitig, em Fssen (Alemanha). Desde 2012, trabalha artisticamente com a professora Marisa Somma, na Itlia. Desde 1994, tem desenvolvido um intenso trabalho pedaggico gerando um numeroso grupo de pianistas, que somam mais de 200 prmios nos importantes concursos nacionais e internacionais, e culminam na fundao da Melvin Musikakademie para jovens talentosos em novembro de 2006. Em 2012, ganhou um posto no Konservatorium Berna, e desde ento, radica-se na Sua. A flexibilidade e as caractersticas multifacetadas de sua musicalidade, o levam a encarar com xito o repertrio mais variado de msica para piano solo e msica de cmara com orquestra. Pode-se citar especialmente os concertos com a BadenBadener Philharmonie, a Orquestra Sinfnica Nacional (Buenos Aires), a Orquestra Sinfnica da U.N.C., a Orquestra Sinfnica de Entre Ros, a Filarmnica de Mendoza e os numerosos recitais nos teatros e cidades dos Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra, Itlia, Frana, ustria, Sua, Dinamarca, Espanha, Noruega, Argentina, ndia, Jamaica e Canad; e as execues para a Rdio Nacional Argentina e a Rdio da Staatliche Hochschule fr Musik Karlsruhe. Em 2006, gravou a obra completa para piano e rgo de Alberto Ginastera no ano do seu 90 aniversrio para a mesma empresa, recebendo excelentes crticas em todo o mundo. Junto ao violinista Anke-Bettina Melik e ao violoncellista Andrej Melik, se consolida o Melvin Piano Trio, com quem realiza Masterclases e leva direo artstica do Festival Sternenberg para msica de cmara na Alemanha. Um dos pontos culminantes destes concertos foi o realizado com a renomada contralto Ingeborg Danz. Em 2009, compe, grava e executa em concertos a msica para os Belebte Bilder (Aquarelas animadas) da pintora argentina Gabriela Stellino, e a estreia

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    do filme com msica ao vivo no Morat Institut em Freiburg. Em 2011, se concretiza um projeto de grande envergadura: os 24 Preldios de Debussy e tambm com aquarelas animadas de Stellino, que tem uma acolhida exitosa.

    So eles, em definitivo, processos misteriosos, quando de repente, em um pas chovem novos talentos e imediatamente uma exploso criativa se faz conhecer fora dos limites daquele. Penso naqueles anos, nos que os argentinos Martha Argerich e Bruno Leonardo Gelber, o uruguaio Homero Francesch somente para citar trs nomes - fizeram furor na Europa. E agora so jovens damas como a venezuelana Gabriela Martnez o a argentina Gabriela Montero, quem se deixam escutar com suas grandes capacidades tcnicas e um talento individual para comunicar-se. A estas descobertas sul-americanas, quero adicionar o argentino Fernando Viani. Klassik Heute (09.07.2007)

    Momentos de uma fora indomvel e outros de uma doura maravilhosa. Badische Zeitung (23.07.2007)

    No s brilhou, mas ele criou. Teve, alm disso o esplendor e elegncia, doura e alma. Badischer Zeitung (09.10.2003)

    Ele domina a afortunada conexo entre a tcnica excelente e o grande poder de expresso . Lahrer Zeitung (07.10.2003)

    Triunfa com uma tcnica endemoniada. Badische Neueste Nachrichten (09.10.2002)

    Totalmente concentrado, o msico executou com corpo e alma. Seus dedos correm flexveis e incrivelmente rpido sobre as teclas . Badische Neueste Nachrichten (28.10.1996)

    Com o mpeto de um virtuoso. Pforzheimer Zeitung (17.01.1997)

    Traduo: Daniel Reuse Violinista da OSUCS

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    Violinos i:Danilo de Campos Vieira (Spalla)Daniel de Abrantes-TimmCarlos SellGabriel Ludwig

    Violinos ii:Paulo Cesar Santos BarcelosAlexandre StarostaIran Jorge da SilvaCarlos Omar Aguirre Corujo

    Violas:Delmar BreunigMiguel Pimenta Mutuberria

    Violoncelos:Neemias Silva SantosRachel Alquati

    contrabaixo:Filipe Samuel Mller

    Flauta:Vinicius Dias Prates

    Obo:Jlio Csar Wagner

    clarinete:Elimar Blazina

    Fagote:Adilson Vieira

    trompas:Leandro Nunes RodriguesSaulo Emanuel Coelho

    trompetes:Jzer dos Santos da SilvaJoo Carlos Ribeiro

    trombones:Maximiliano VillalbaLeandro Sudbrack

    tuba:Leonardo Sawtschenko Guerra

    percusso:Claudioberto Braga

    piano:Leandro Faber

    Orquestra Filarmnica da PUCRS Regncia: Maestro Marcio Buzatto

    Orquestra Filarmnica da PUCRS Foi fundada em 2004 pelo maestro Frederico Gerling Junior. Desde 2010, tem na regncia o maestro Marcio Buzatto, e faz parte do Instituto de Cultura da PUCRS, que tem a direo do prof. Flavio Kiefer. Em seu repertrio destacam-se algumas das principais peras, como: A Flauta Mgica; Rigoletto; A Viva Alegre; O Barbeiro de Sevilha; Ada; Fausto; La Traviata; La Gioconda; Carmen; La Bohme; e O Guarani, entre outras. Alm do repertrio sinfnico clssico, consta dentre suas performances, oratrios e ballets. A Orquestra possui um vasto repertrio em em seu histrico, desde o erudito, trilhas de filmes, trechos de musicais e canes, Dentre as realizaes mais significativas da Orquestra, est a srie cultural Concertos Comunitrios, parceria realizada durante 26

    anos, at o ano de 2013, com o Grupo Zaffari, levando pblico alguns os maiories espetculos e peras j vistos em Porto Alegre.

    A Orquestra Filarmnica da PUCRS atua tanto em eventos dentro da Universidade quanto em concertos destinados ao pblico em geral. Dentre as principais atividades destacam-se o Projeto Sobremesa Musical, que integra a comunidade universitria e tambm a comunidade em geral, oferecendo diversas atraes culturais, todas s quartas-feiras, com entrada franca. Em 2014, iniciaram quatro concertos denominados Concertos PUCRS, Concertos Especiais PUCRS, Concertos Internacionais PUCRS e Concertos PUCRS na Comunidade atendendo o pblico universitrio, mas entrando solidamente tambm no circuito cultural do Estado do Rio Grande do Sul, como mais trs sries sinfnicas de concertos para a comunidade.

    Foto: Bruno Todeschini

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    Q u i n t a S i n f n i c a

    14 de julho quinta-feira 20h30minUCS Teatro Caxias do Sul - RS

    Claude Debussy/Maurice Ravel: Danse (Tarantelle Styrienne)

    Allegretto

    Maurice Ravel: Concerto para piano e orquestra em Sol Maior

    Allegramente

    Adagio assai

    Presto

    Solista: Miguel Lecueder Canabarro Piano

    Camille Saint-Sans: Sinfonia em L Maior

    Poco adagio-allegro vivace

    Andantino

    Scherzo, vivace

    Finale, allegro molto-presto

    Maestro convidado: Helder Trefzger

    JULHO

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    Claude Debussy/Maurice Ravel: Danse (Tarantelle Styrienne)

    Assduo frequentador da belle poque parisiense, Achille-Claude Debussy se tornaria um dos principais articuladores da revoluo artstica no final do sculo 19. Nascido em Saint Geman en Laye, cidade prxima a Paris, no dia 22 de agosto de 1862, era o primognito do casal Victorine Josephine Sophie Manoury e Manuel Achille Debussy. Aps a falncia dos negcios de seu pai que comercializava porcelanas, mudou-se com a famlia para a capital francesa, onde iniciou seus estudos musicais aos 9 anos de idade.

    Debussy excursionou por toda a Europa. Adquiriu experincia profissional e teve a oportunidade de conhecer grandes nomes como Wagner e Liszt. Aps essa turn, voltou ao conservatrio francs com o objetivo de estudar composies e concorrer ao Grande Prmio de Msica de Roma, considerado um dos mais importantes concursos europeus da poca. A vitria veio em 1884, com a cantata O Filho Prdigo. Como prmio, recebeu a cobiada bolsa de estudos na capital italiana.

    O reconhecimento de Debussy como compositor s aconteceu em 1902, com a estria da pera Plleas et Mlisande, em Paris. No mesmo ano, escreveu sua mais famosa obra sinfnica, La Mer, que a impresso musical da imagem e do som do oceano. Em homenagem filha, comps tambm a sute Childrens corner (1906-1908), para piano.

    Os anos finais de sua vida foram em Paris, marcados pelo aparecimento de um cncer, que o levou morte no dia 25 de maro de 1918.

    Maurice Ravel A tradio a personalidade dos imbecis.

    Esta clebre frase retrata com fidelidade o perfil de Joseph-Maurice Ravel, que em seu tempo ganhou a fama de revolucionrio perigoso. Na verdade, de perigoso Ravel no tinha nada. Era apenas um msico com extrema complexidade tcnica, que conseguia criar sons orquestrais eclticos como ningum, o que evidenciava sua condio de f assumido do compositor Claude Debussy.

    Filho do engenheiro suo Pierre Joseph Ravel e da fidalga francesa Marie Delouart Ravel, Joseph-Maurice Ravel nasceu na cidade de Ciboure, nos baixos Pirineus, em 7 de maro de 1875. Comeou a receber as primeiras aulas de piano aos sete anos, junto com o irmo Edouard, trs anos mais novo. O interesse pela msica chamou a ateno dos pais que, em 1889, o matricularam no tradicional Conservatrio de Paris.

    Compunha peas que exigiam enorme empe-nho do intrprete, como o do famoso Concerto de piano para mo esquerda, especialmente cria-do para o msico Paul Wittgenstein, que perdera o brao direito durante a guerra.

    Infelizmente, fortes abalos emocionais, como a morte da me em 1917 e algumas decepes amorosas, foram minando suas foras. Mesmo assim persistia, e em 1928, a pedido da bailarina Ida Rubinstein, comps sua mais aclamada obra, Bolero.

    Os amigos mais chegados, preocupados com a sua falta de nimo, organizaram vrias viagens, inclusive at Marrocos, a fim de distra-lo. Mas um acidente de automvel, em 1932, deixaria sequelas irreversveis. Faleceu no dia 28 de dezembro do mesmo ano, no pico do inverno francs. Com ele, morria o ltimo grande mestre clssico da msica europeia.

    Tarantelle Styrienne foi escrita em 1890 aps Debussy voltar de Villa Medici, Itlia, por onde passou mais de dois anos estudando, como parte

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    das exigncias do importante prmio francs, Prix de Rome que recebeu em 1884.

    A Tarantelle styrienne uma obra hbrida, na qual Debussy joga com dois gneros de dana: a tpica tarantela italiana e a valsa vienense. Faz os apoios da msica oscilarem entre os compassos binrio composto, caracterstico da tarantela, e ternrio simples, prprio da valsa. Assim, escuta-se uma dana singular que se desloca entre a Itlia e a Styria, regio da ustria marcada pela cultura eslava.

    Em 1903 a obra foi republicada como Danse. A pea antecipa as translcidas e leves harmonias recorrentes em Debussy, e sua seo central sugere as ftes galantes do pintor Watteau, charmosas cenas banhadas na teatralidade da commedia dellarte.

    A mesma Exposition Universelle que despertou o cosmopolitismo de Debussy suscitou, em Maurice Ravel, aos 14 anos, a predileo pela orquestrao. Ravel que viria a tornar-se o maior orquestrador francs deslumbrara-se ao ouvir as obras russas regidas por Rimsky-Korsakov, compositor e orquestrador excepcional.

    Arguto e sofisticado, Ravel extrai da orquestra criativas combinaes de timbres, libertando os instrumentos de seus usos ordinrios. Em 1922, Ravel orquestra Danse, em homenagem a Debussy, como um ato de homenagem aps a morte do compositor.

    Texto: Daniel Reuse Violinista da OSUCS

    Maurice Ravel: Concerto em Sol Maior para piano e orquestra

    Entre 1929 e 1931, Ravel comps seus dois concertos para piano e orquestra: o concerto em R maior para mo esquerda e o concerto em Sol Maior.

    O concerto em Sol Maior para piano e orquestra foi composto no mesmo esprito em que Mozart e Saint-Sans escreveram seus concertos, de carcter ligeiro e brilhante como um Divertimento. Este concerto contm melodias inspiradas no Jazz, recordando as viagens do compositor aos Estados Unidos e

    estas melodias esto presentes no primeiro e no terceiro movimento.

    O primeiro movimento Allegremente, comea com uma chicotada seguida de uma orquestra pequena, mas com carter junto com arpejos do piano e pouco a pouco o solista introduz uma lenta e jazzstica melodia, provavelmente pensada para seduzir o pblico americano na sua primeira turn pelos Estados Unidos. Este movimento uma pea fluda e vivaz que nos aproxima da msica espanhola em que Ravel sempre esteve envolvido.

    O segundo movimento Adagio assai, entra no impressionismo. Possui cadncias para o solista que so consideradas entre as mais difceis do seu repertrio. O corne ingls tem o papel de solista e o piano assume um papel secundrio com fludas linhas em fusas. Este movimento lento extraordinrio, e lembra a profundidade e quietude das Gymnopedies de Satie, comeando o piano com uma valsa lenta e desconcertante pelos ritmos cruzados entre acompanhamento e melodias.

    O terceiro e ltimo movimento Presto, uma pea virtuosstica e incrivelmente rpida que emprega muitas melodias intercaladas e outras mais poderosas que fazem desta passagem uma experincia arriscada para o piano e para a orquestra. Neste momento volta a introduzir temas de jazz e inclusive mais chicotadas que reforam a unidade do primeiro movimento e

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    termina com um tremendo golpe de tmpano.Em geral, o concerto uma obra impressio-

    nista e impactante, uma das melhores de Ravel onde o piano explorado em toda sua riqueza tcnica, sonora e de efeitos.

    Com exceo do segundo movimento, a obra possui muita energia e cheia de detalhes, caractersticas do compositor, contribuindo para

    o pensamento do Jazz de Ravel. No tanto pelo aspecto da improvisao, mas sim pelos detalhes irregulares que fazem com que soe como uma big band norte americana.

    Texto: Miguel Lecueder Canabarro Piano SolistaTraduo: Andr Meneghello Spalla e

    Coordenador das Cordas Agudas da OSUCS

    Camille Saint-Sans: Sinfonia em L Maior

    Compositor, pianista e organista francs, Saint-Sans apresentou uma precocidade comparvel a de Mozart tanto como pianista quanto como compositor. Ele se apresentava para pequenas plateias desde os 5 anos de idade, mas foi com 10 que foi apresentado ao grande pblico ao executar de memria um Concerto de Mozart e outro de Beethovem na famosa Sala Pleyel em Paris. Em 1848, aos 13 anos de idade, Camille foi aceito no Conservatrio de Paris, a mais importante academia de msica da Frana. Em 1851, ganhou o prmio mximo do Conservatrio como organista e comeou seu estudo formal de composio. Foi neste perodo de estudante, com apenas 15 anos de idade, que comps a Sinfonia em L Maior.

    Nesta obra, so claras as influncias de Mo-zart, Mendelssohn e Beethoven, e ela poderia ter

    sido tranquilamente publicada como Op.1, pela sua qualidade. A sinfonia foi escrita para uma orquestra clssica padro e composta por qua-tro movimentos, seguindo uma estrutura herda-da do sculo XVIII: I Poco Adagio -Allegro Vivace, II Andantino, III Scherzo vivace, IV Finale: Allegro molto - Presto.

    O que podemos perceber ao escutar a Sinfonia em L Maior a habilidade do jovem Saint-Sans de conciliar a efuso de sentimentos do romantismo com o domnio das estruturas do perodo clssico, dando livre curso sua imaginao. A homenagem a Mozart bastante evidente no primeiro movimento, aps a introduo lenta, que funciona como uma cortina, seguido do Allegro Vivace onde aparece um motivo da Sinfonia Jpiter de Mozart. O segundo movimento, bastante influenciado pela tradio germnica, apresenta um acentuado lirismo que evidencia o interesse do compositor pelo universo da cano. Os dois movimentos que seguem, demonstram a mesma incrvel capacidade de oferecer uma sntese coerente entre os modelos alemes e o esprito francs. O Scherzo remete ao estilo de Mendelssohn aliado a um vigor rstico enquanto no Finale aparece um carter explosivo, Beethoveniano, e elegante ao mesmo tempo.

    A Sinfonia em L Maior uma perfeita ilus-trao da preocupao do jovem compositor com a perfeio formal e, alm das suas grandes qualidades musicais, contribuiu significativa-mente para a criao do estilo sinfnico francs.

    Texto: Andr Meneghello Spalla e Coordenador das Cordas Agudas da OSUCS

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    Solista: Miguel Lecueder Canabarro Piano

    Personagem ilustre da cidade de Artigas, Diretor do Conservatrio Departamental de Msica da Intendncia desta cidade, professor da ctedra de piano da Escola Universitria de Msica, Regional Norte, formado em piano pela Universidade do Uruguai, tem viajado pelo mundo em companhia da msica clssica. Contemplado pelo governo espanhol com uma bolsa de estudos, permaneceu 20 anos na Europa, realizando ps-graduao no Real Conservatrio Superior de Msica de Madrid, concluindo o curso com as mais altas distines. Paralelamente, continuou aperfeioando-se em Paris, Bruxelas e Veneza.

    Lecueder, com uma brilhante carreira inter-nacional, apresentou-se nas mais prestigiosas salas de concerto do Uruguai, Brasil, Argentina, Paraguai, Chile, Peru, Costa Rica, Espanha, It-lia, Frana, Inglaterra, Grcia, Rssia, Portugal, Repblica Tcheca, Alemanha, Blgica, Noruega, Estados Unidos. Tocou como solista ao lado de orquestras como: Orquesta Sinfnica del SO-DRE Uruguay, Orquesta de la Radio Televisin Argentina, Orquestra Sinfnica de Santa Maria (Brasil), Orquesta Sinfnica de Arequipa (Peru), Orquestra de Cordas de Viena (ustria), Or-questras em Madrid (Espanha), Orquestra Sin-fnica da Turquia, Orquestra Shinsey de Tquio.

    ganhador dos primeiros prmios nos seguintes concursos internacionais: Ibiza,

    Espanha concurso internacional de piano; Oviedo, Espanha concurso Richard Wagner; Blumenau, Brasil concurso O Piano no Romantismo; Vitria, Brasil concurso Heitor Villa-Lobos; New Jersey, EUA foi um dos dez selecionados entre duzentos pianistas de todo mundo para se apresentar na noite de gala do piano na prestigiosa sala Carnegie Hall de Nova York. Obteve distines nos concursos internacionais de Arras, Paris e Sitges (Barcelona).

    Tem sido convidado para participar todos os anos em festivais internacionais e como jurado de concursos na Europa e Amrica do Sul. No Brasil, recebeu a medalha Honra ao Mrito por suas brilhantes atuaes neste pas. Nos ltimos anos foi distinguido com o prmio Victoria, o prmio Guyaan e o Virgen de los Treinta y Tres (Padroeira do Uruguai), por ter sido eleito artista do ano.

    Realizou uma turn pela Espanha com os preldios de Debussy pela passagem dos 150 anos de nascimento do compositor, e tambm como solista com a Orquestra Sinfnica de Santa Maria por vrias cidades da fronteira Brasil Uruguai. Em 2013, viajou para Madrid e Milo como convidado para participar em Festivais Internacionais, ministrando vrias masterclasses. Em Palma de Mallorca fundou, h 4 anos, o Curso internacional de interpretao pianstica Miguel Lecueder, no qual participam pianistas de toda a Europa em busca de aperfeioamento. Este ano foi um dos dois artistas sul-americanos (e nico uruguaio) selecionado para atuar no Grande Festival Internacional de Piano em Oslo, Noruega, juntamente com mais de 50 pianistas de todo o mundo.

    Texto: Miguel Lecueder Canabarro Piano SolistaTraduo: Alexandre Diel Coordenador das Cordas

    Graves e Chefe de Naipe dos Violoncelos da UCS

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    Maestro convidado: Helder Trefzger

    Atual diretor artstico e maestro titular da Orquestra Sinfnica do Estado do Esprito Santo, o maestro HELDER TREFZGER estudou em algumas das principais universidades brasileiras, como a UFRJ, a UFMG e a UnB e teve aulas complementares com professores de renomadas instituies de ensino musical, como o Conservatrio de Moscou, a Manhattan School of Music, e a Arts Academy - Istituzione Sinfonica di Roma. Mestre em Msica (Regncia Prticas Interpretativas) e Bacharel em Msica Regncia.

    Teve como principais professores o maestro e compositor Cludio Santoro, alm dos maestros David Machado, de quem foi assistente e Roberto Duarte. Outros professores importantes na sua formao musical foram: Gerald Kegelmann, Igor Bezrodny, Francesco La Vecchia, Ivan Kojuharov, Oleh Krysa, Ernani Aguiar, Emilio de Cesar, Oiliam Lanna, A