Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e ... · Emmanuel, em sua obra...

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PROIBIDA A VENDA Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” - Ano 10 - nº 93 - Julho/2009 Distribuição Gratuita Primeira parte Nesta edição: Cortesia Aflições Terrenas Infortúnios Ocultos O Orgulho e a Humildade Homenagem: Homero Moraes Barros Livros: Elenco de Familiares; Jesus no Lar Ações Transformadoras nos Momentos de Crise

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PROIBIDA A VENDA

Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” - Ano 10 - nº 93 - Julho/2009Distribuição Gratuita

Antônio Fredericode Castro Alves

Primeira parte

Nesta edição:CortesiaAflições TerrenasInfortúnios OcultosO Orgulho e a HumildadeHomenagem: Homero Moraes BarrosLivros: Elenco de Familiares; Jesus no LarAções Transformadoras nos Momentos de Crise

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EditorialÍN

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Publicação MensalDoutrinária-espírita

Ano 10 - nº 93 - Julho/2009Órgão divulgador do Núcleo de

Estudos Espíritas Amor e EsperançaCNPJ: 03.880.975/0001-40

CCM: 39.737Seareiro é uma publicação mensal, destinada a expandir a divulgação da Doutrina Espírita e manter o intercâmbio entre os interessados em âmbito mundial. Ninguém está autorizado a arrecadar materiais em nosso nome, a qualquer título. Conceitos emitidos nos artigos assinados refletem a opinião de seu respectivo autor. Todas as matérias podem ser reproduzidas, desde que citada a fonte.

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E-mail: [email protected] Editorial

Cladi de Oliveira SilvaEduardo Pereira

Fátima Maria GambaroniGeni Maria da SilvaIago Santos Muraro

Marcelo Russo LouresReinaldo Gimenez

Roberto de Menezes PatrícioRosangela Neves de AraújoRuth Correia Souza Soares

Silvana S.F.X. GimenezVanda NovickasWilson Adolpho

Revisão gramaticalA. M. G.

Jornalista ResponsávelEliana Baptista do Norte

Mtb 27.433Diagramação e Arte

Reinaldo GimenezSilvana S.F.X. Gimenez

Imagem da Capahttp://upload.w kimedia.org/wikipedia/commons/3/38/Alberto_Henschel_-_

Castro_Alves.jpgImpressão

Van Moorsel, Andrade & Cia LtdaRua Souza Caldas, 343 - Brás

São Paulo - SPCNPJ: 61.089.868/0001-02

Tel.: (11) 2764-5700Tiragem

12.000 exemplaresDistribuição Gratuita

editorial

Grandes Pioneiros: Antônio Frederico de Castro Alves - Primeira Parte - Pág. 3

Tema Livre: O Orgulho e a Humildade - Pág. 9; Aflições Terrenas ‑ Pág. 9

Homenagem: Homero Moraes Barros - Pág. 11

Livro em Foco: Elenco de Familiares - Pág. 12

Kardec em Estudo: Infortúnios Ocultos - Pág. 12

Contos: A Prece - Pág. 13

Atualidade: Índia ‑ Pág. 14; Ações Transformadoras nos Momentos de Crise - Pág. 15

Família: Cortesia - Pág. 16Canal Aberto: Viver em Família - Pág. 17Pegadas de Chico Xavier: Parnaso - Pág.

17Clube do Livro: Jesus no Lar - Pág. 18Cantinho do Verso e Prosa: O Verbo e

Nós - Pág. 18Calendário: Julho - Pág. 19

Emmanuel, em seu livro, também de nome Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier, nos mostra quantos desvios tomamos quando estávamos voltados à Igreja, em nossas reencarnações passadas, desde a crucificação do Mestre.

Emmanuel, naquela obra, não vem criticar o que hoje é a Igreja católica, mas, sim, mostrar o que todos fizemos com a doutrina do Cristo, quando atendíamos às nossas inclinações de ordem inferior, esquecendo a essência dos ensinamentos de Jesus.

Foram muitas reencarnações de equívocos, deturpando os ensinamentos do Cristo, que sempre estiveram conosco nos Evangelhos, porém que preferimos interpretar de acordo com os nossos interesses e tendências.

Com isso, atendemos à espiritualidade inferior que busca desacreditar o Cristianismo, tentando aprisionar as criaturas nos abismos mentais mas que, na verdade, satisfaz nossos anseios inferiores, fazendo com que nos mantenhamos na ignorância da doutrina cristã.

O mesmo vem ocorrendo, nos dias de hoje, no meio espírita, quando vemos companheiros de ideal e — mais triste ainda — dirigentes espíritas a se preocuparem excessivamente com a tal da “unificação espírita”, na ânsia do poder, esquecendo‑se da fidelidade doutrinária e da simplicidade que Jesus sempre nos convidou a exemplificar.

Não estamos, aqui, criticando companheiros, mas alertando a todos para que nos direcionemos ao que realmente é doutrina espírita.

Vemos quantos viajam às custas das instituições que representam! Mas será que o Cristo nos ensinou a viver do altar ou para o altar? Viajar, em todas as ocasiões, mesmo com a desculpa da divulgação, deve ser sempre às nossas custas e não, como vemos, a expensas das vendas de livros espíritas e de outras receitas da instituição (editoras e grupos espíritas).

Isto é ser espírita? Afinal, a instituição precisa ser auxiliada e não dilapidada! A oportunidade é nossa de seguirmos o Cristo com nosso esforço. A instituição não precisa de nós, nós é que precisamos da oportunidade de estudo e de trabalho.

Emmanuel, em sua obra supracitada, nos alerta sobre estes desvios que ele percebe que vêm ocorrendo em nosso meio, mas como somos os mesmos que, ontem, nos afastamos da doutrina do Cristo e hoje, por obra da misericórdia divina, temos a oportunidade de um entendimento maior para refazermos o que perdemos e destruímos, novamente dela nos desviamos, crentes que estamos certos, cegos pelo nosso orgulho e nosso egoísmo.

Dirigente espírita, em sua grande maioria, não estuda mais, pois “já sabe tudo”. Dirigente espírita nem mais participa de todas as tarefas do grupo a que pertence, pois é “um ser especial”.

Talvez até entendamos porque os espíritos nos falam que existem muitos espíritas nos sanatórios da Espiritualidade! É a crise de consciência que nos alcançará quando lá chegarmos e percebermos o quanto erramos em atender ao nosso lado inferior, e não ao Cristo.

Mesmo em relação às obras psicografadas por Chico Xavier — cuja missão ainda não compreendemos em toda a sua dimensão — temos visto um grande descaso nas reedições desses livros, sendo que algumas editoras simplesmente não os reeditam e outras deturpam as obras que são dos Espíritos, meramente visando o lado comercial, de olho nos lucros que financiarão viagens e mordomias àqueles que vivem do altar.

Despertemos todos nós para a Verdade do Cristo! A nossa verdade é o falso ouro que nos fascina os olhos e o coração, e é ela que nos tem impedido de seguir as pegadas do Mestre, no decorrer dos séculos e milênios.

Paulo de Tarso, em uma de suas cartas aos efésios, nos assevera: “Desperta ó tu que dormes! Levanta-te dentre os mortos e o Cristo te iluminará!”

Equipe Seareiro

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3Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança

Grandes Pioneiros

Entre montanhas e vales repletos de arbustos e flores cam‑pestres que perfumam o ar, surge nessa bucólica paisagem a fazenda Cabaceiras. Para se chegar à Casa Grande, o caminho agreste abre-se em intervalos da grama verde, onde os animais vivem e pastam livremente. Pássaros gorjeiam e voam de galho em galho, nas árvores frutíferas.

A casa é térrea com tijolos bem

assentados, com as paredes pintadas de branco. O telhado, composto em telhas vãs, mostra a divisão das varandas em três lados, onde redes, bem feitas pelas mãos das serviçais, convidam a um repouso após o almoço, aproveitando a sombra projetada pelo sol, por vezes causticante, como no verão. Era esse o procedimento dos donos da Casa Grande.

A fazenda ocupa imensa área. Por dentro, salas e muitos quartos aconchegantes, divididos pelos longos corredores. No meio da espaçosa cozinha, um fogão a lenha com chapas de ferro, para o cozimento dos alimentos colhidos na própria fazenda. Do lado de fora, pouco distante da saída para o quintal, está a “casa de banho”, como era denominada antigamente, com poucos recursos para um banho saudável; mais adiante a latrina ou sanitário, localizada próximo à senzala onde vivem os escravos. De frente à entrada da fazenda Cabaceiras, seguindo pelos arvoredos, está uma singela capela onde, aos domingos, um capelão, responsável pela paróquia da Vila Nossa Senhora da Conceição de Curralinho, vem rezar a missa para os habitantes locais, seguida pelos escravos que ficavam do lado de fora da capela.

Os proprietários dessa moradia eram o médico Antonio José Alves e sua esposa, Clélia Brasília da Silva Castro.

A fazenda Cabaceiras fora deixada, como herança, para Clélia pelo seu pai, o coronel José Antonio da Silva Castro. Era ele proprietário de muitas fazendas e de grandes extensões de terras.

Em épocas passadas, o pai de Clélia, como major, era tido como uma pessoa de difícil trato e de muita valentia. Havia participado de muitas revoltas políticas e, com isso, granjeara simpatias, o que lhe proporcionou poder, tanto econômico como político.

Do lado materno, Clélia sabia apenas que sua mãe chamava-se Ana Viegas e que era descendente de tribos de ciganos espanhóis. Contara-lhe ainda seu pai que ela havia falecido poucos dias após seu nascimento e, por isso, Clélia não tinha recordações de sua mãe. No registro de batismo, que foi realizado no mesmo dia em que a menina nasceu, a

pedido da mãe, constava ser a criança filha natural do major Silva Castro, filha ilegítima, por não haver documentos que solidificassem a união do casal perante a Igreja. Ambos eram solteiros.

O médico Antonio José era filho de um comerciante português muito pobre, mas trabalhador e honesto. Junto com a companheira, também de relacionamento ilícito, deram ao filho um bom nível educacional. Pôde tornar‑se médico pelo seu esforço e capacidade.

Da união do médico Antonio José com Clélia veio ao mundo uma criança que se chamou Antonio Frederico de Castro Alves, em 14 de março de 1847. Os escravos da fazenda Cabaceiras, assim que souberam do nascimento do menino, uniram-se para festejar o ocorrido. Com batuques e ao som dos atabaques, com os rituais afros, agradeciam a Deus a vinda de Antonio Castro Alves.

O casal mostrava muita alegria. A cantoria dos escravos dava a Clélia a tranquilidade de unir suas preces a Deus. Ela tinha a certeza de que seu filho teria algo importante para fazer no mundo. E o clima entre eles e os escravos trazia ao ambiente da fazenda muita harmonia. Ali não havia tronco para castigar os escravos. O doutor José Antonio preferia conversar e resolver qualquer questão com diálogos, para que suas ordens fossem aceitas sem qualquer antipatia entre as partes. Para o casal não havia diferenças sociais; perante Deus todos se igualavam. “O caráter de cada um está presente nos atos e não na cor da pele”, dizia Antonio José.

O menino Antonio Frederico crescia num ambiente de muita ternura. Para facilitar seu relacionamento carinhoso com a família, o pai lhe dera o apelido de Cecéu.

No decorrer do tempo, com a pacata vida da fazenda, Cecéu vê chegar em seu lar mais três irmãos.

O primeiro foi José Antonio. Depois, João, que nascera com sérios problemas de

saúde e, após algumas semanas, para tristeza de todos, morreu, deixando o menino Cecéu tão angustiado sem entender porque Deus havia buscado seu irmãozinho tão pequeno. Diante do coração amargurado de sua mãezinha, Cecéu, abraçando-a, dizia-lhe baixinho:

— Mãezinha, não chore! Joãozinho voltou para a sua verdadeira casa, que é o lar de Jesus.

Clélia ficou admirada. Como uma criança poderia usar esse preceito? Onde ele ouvira tal coisa? Mas realmente essas palavras de Cecéu trouxeram alívio a Clélia. Ela não poderia imaginar o arquivo espiritual que ele trazia, e que só iria ser revelado com o tempo.

Depois, nasceu Guilherme e Clélia dizia às mucamas que a serviam, que Deus lhe enviara Guilherme para sanar a falta de João.

Nesse ínterim, o médico Antonio José precisara transferir-se para Muritiba. Deixando a família e trabalhando muito, por não poder acompanhar os acontecimentos familiares, mudam-se todos para São Félix, situada em frente a Cachoeira, do outro lado do rio Paraguaçu. Pouco depois,

grandes pioneiros

Antônio Frederico de Castro Alves Primeira Parte

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a primeira filha do casal nasce e recebe o nome de Elisa. Cecéu vibrou intensamente com a vinda da irmãzinha.

Cecéu atingira a idade escolar. Esse momento era muito esperado, embora já estivesse se alfabetizando com o professor José Peixoto da Silva, que o levara a frequentar a escola de Antonio Frederico Loup, na cidadezinha de Cachoeira.

Sempre que Cecéu andava pelo meio da mata e atravessava o rio para chegar à escola, ele parava para admirar a Natureza. “Que divina perfeição!”, pensava.

E continuava: “Só mesmo um ser superior, chamado Deus, é que nos dá essa pureza de relacionamento entre o Céu e a Terra”. O sentimento poético já começara a vibrar naquele cérebro infantil.

Passados dois anos, o doutor Antonio José é chamado a clinicar em Salvador e a lecionar na Faculdade de Medicina. Na capital da província baiana, exatamente à rua do Rosário de João Pereira, nº 1, instalam-se num sobrado. Diziam algumas pessoas ser essa casa marcada por fatos horríveis que ali se passaram. Anos atrás, essa fora a moradia de bela jovem chamada Júlia Feital, a quem por motivos de ciúmes, seu noivo, um professor chamado João Estanislau da Silva Lisboa, matou friamente, sem que ela pudesse se defender. Ao saber desse fato, Cecéu, ao se deitar, procurava orar pela moça. Através da mediunidade, ele pôde vê‑la. Seu estado espiritual era de extrema dor. Cecéu não teve medo, ele ainda não entendia o que estava ocorrendo, mas contara ao espírito a morte de seu irmãozinho, e que ele fora recolhido no lar de Jesus. A moça ficara interessada no assunto e, pela firmeza das colocações de Cecéu, seu espírito nunca mais apareceu para ninguém. Mas Clélia, temerosa, não quis mais ficar no sobrado e mudaram-se para outra casa, à rua do Passo nº 47, no largo do Pelourinho. Nessa residência nasceram mais duas filhas do casal, Adelaide e Amélia.

O doutor Antonio José agradecia a Deus pela felicidade em ter seus familiares e por todo o bem que sentia, mas ele queria realizar mais um desejo e que acabou conquistando: abrir um consultório próprio, onde pudesse atender os carentes e, principalmente, os escravos, que morriam sem que ninguém com eles se importasse. Isso foi declarado em matéria no Jornal da Bahia, causando muita polêmica. Cecéu, embora muito jovem, aplaudiu a atitude paterna. Com a aguçada inteligência, Cecéu passou a estudar no Colégio Sebrão, com os irmãos mais velhos, isto é, José Antonio e Guilherme.

A preocupação da família voltava-se para Clélia. Todos a percebiam querendo disfarçar seu abatimento. O médico queria levá-la ao consultório para exames mais apurados, porém ela sempre se esquivava. Reclamava apenas de cansaço.

Doutor Antonio José resolveu, junto aos filhos, procurar um local mais arejado, para que Clélia pudesse voltar a respirar os ares da mata. Pensavam que talvez ela não se

sentisse bem na cidade; por isso a apatia constante com tudo. Foi, então, adquirida uma quinta na cidadezinha de Brotas, periferia da Boa Vista, ainda sertão baiano. Como a propriedade era grande, parte dela o doutor Antonio José reservou para que os quartos fossem preparados com camas hospitalares, a fim de que funcionasse ali um mini‑hospital. Essa iniciativa deu chance a que novos escravos fossem comprados para ajudarem na limpeza e outros serviços necessários à higiene.

Cecéu foi obrigado a transferir-se para o Ginásio Bahiano, dirigido pelo Dr. Abílio César Borges, que mais tarde recebeu o título de Barão de Macaúbas. Mas Cecéu, apesar de sua dedicação aos estudos, era muito estimulado à poesia. Durante os saraus ou festas, sendo convidado, Cecéu sempre declamava seus versos, tendo começado a compô-los desde os 6 anos.

Dois anos depois de estarem morando na Quinta da Boa Vista, Clélia morre por fraqueza pulmonar, doença que Antonio José tentara sanar. Mas os recursos da época eram muito precários e essa enfermidade era comum entre o

povo.O pai de Cecéu não

consegue viver só. A ausência de Clélia lhe traz profunda amargura e, no dia 24 de janeiro de 1862, contrai núpcias com a viúva Maria Ramos Guimarães. No dia seguinte, Cecéu e seu irmão José Antonio partem para Recife, onde continuariam os estudos.

A pedido da nova esposa, o casal fixa residência na propriedade de Maria Ramos Guimarães, que não quis

se desfazer de sua mansão na rua do Sodré, ainda na Bahia.Cecéu, ao se despedir de seus amigos do Ginásio

Bahiano, abraçou com carinho seu colega íntimo, Rui Barbosa que, mal sabia, iria encontrá-lo novamente em Recife.

Ao deixar sua terra natal, embarcando com o irmão num navio para Recife, Cecéu tinha os olhos marejados de lágrimas que teimavam em rolar pelas faces. Erguendo as mãos num sinal de adeus, lembrou-se de sua infância, dos folguedos infantis junto aos irmãos menores. Recordou-se de seu entusiasmo em aprender e conseguir ler as primeiras palavras. Depois, do primeiro verso que recitou, já no Ginásio Bahiano, quando o professor Abílio César Borges o fez subir ao palanque construído para as festas escolares, no pátio da escola. E ele, nervoso por declamar na frente de pais, alunos e professores, declamou o verso de sua autoria, que já demonstrava seu estilo, forte e destemido:

Qual leão encostado à dura rochaDa grande serra, onde o senhor habita,Vestido de áurea juba reluzente,O débil caçador ao longe fita.

Desse primeiro verso, seguem-se outros e eis o último:

Tal o Brasil sentado junto às margensDo verde oceano que seus pés lhe beija,E recostado sobre o alto Ande,Que além nos ares, pelo céu flameja.

Clélia Brasília da Silva Castro Antonio José Alves

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5Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança

Ginásio BahianoDr. Abílio César Borges

Os devaneios continuaram naquele jovem bonito, alto, magro e de olhos amendoados, salientando a palidez de seu rosto. Como sempre brincalhão, aproximando-se do irmão José Antonio, e colocando a mão em seu ombro, comenta:

— Vê, mano, estamos a caminho da nossa vida futura. Se nos dedicarmos a sério nos estudos, breve seremos advogados. Assim que chegarmos a Recife, vamos nos inscrever no curso preparatório para ingressarmos na Faculdade de Direito.

José Antonio era introvertido, completamente diferente de Cecéu. Ouvindo o que lhe dissera o irmão, seriamente respondeu:

— Creio que será isso que faremos à nossa chegada. Mas eu acho que você não tem cara de quem possa advogar. Você é poeta, mano, seus poemas são difíceis, parecem coisas de “gente grande”. Também você vive lendo livros que, francamente, eu não aguento. Olhando os livros que Cecéu tinha numa pasta e, abrindo-a, José Antonio leu os nomes dos autores:

— Vigny... que nome complicado... e esse Espronceda... Heine... Musset... Lamartine, Quinet... e ainda eu lembro que você recitava os versos de Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu... e tantos que nem sei. Lembro que muitas vezes eu queria dormir e você ficava tagarelando... falando alto, até que papai ficasse zangado, pensando que a gente estava brigando.

Cecéu riu por ver as recordações do irmão e acrescentou:— É verdade, meu irmão... os primeiros livros que

estão na pasta são de literatura romântica, dos escritores europeus que são clássicos. E esses poetas que você lembrou são meus preferidos e olha que você se esqueceu de Fagundes Varela...

Refletindo sobre o assunto, perguntou ao irmão:— E você?... Não lembro em momento algum de ouvi‑

lo falar sobre seus ideais. Após a nossa matrícula na faculdade ou, até antes, o que pensa em fazer?

José Antonio, cabisbaixo, perdeu‑se em seu silêncio. Alguns instantes passados, responde ao irmão, meio entristecido:

— Não sei mano... acho essa vida vazia... por vezes tenho vontade de sair caminhando, sem destino... caminhar ate exaurir minhas forças... até morrer!...

Cecéu assustou-se. Segurando o braço do irmão, falou ríspido:

— Você está louco? Como pode falar dessa maneira? Somos jovens, temos a vida toda para lutar, para termos um mundo mais feliz... Lutaremos pela liberdade de nossos sentimentos e, acima de tudo, José, lembrarmo-nos de Deus! Você já pensou que blasfêmia você disse?

— Não leve a sério... Você sabe, todos da família sempre me acharam esquisito... Você é diferente... sabe se comunicar e é simpático... mas eu... e sei que Deus me ajuda...

Cecéu, de imediato, o interrompeu:— Puxa, mano, porque só agora estou prestando atenção

em você?Cecéu, porém, não imaginava que José Antonio tinha

muitos débitos a resgatar, e que amigos espirituais o envolviam para que ele pudesse interceder a favor do irmão, que estava correndo iminente perigo pelas forças inferiores

que, espiritualmente, o influenciavam. Cecéu, embora não pertencesse a nenhum credo religioso, sabia honrar a Deus através de seus versos. E juntando suas mãos às do irmão, continuou a reanimá-lo.

Finalmente, o navio atracou, com grande alegria dos turistas que já começaram a ver Recife, numa bela paisagem da Natureza.

Cecéu e José Antonio sentiram a diferença de Salvador. As ruas eram mais planas, quase sem ladeiras. Quanto ao movimento de pessoas, parecia-lhes o mesmo. Quanto à higiene, era a mesma precariedade. Jogavam lixo pelas janelas. À noite, puderam observar que os escravos levavam utensílios com os excrementos dos senhores, recolhidos das casas e os lançavam ao mar ou em rios mais próximos. Cabriolés já estavam substituindo as cadeirinhas em que os negros transportavam os senhores, carregando-as nos ombros. Observaram que começara a aparecer um veículo coletivo, semelhante ao ônibus atual, só que puxado por quatro cavalos.

Seguiram eles para a hospedagem que lhes fora indicada por amigos de Recife. Era o convento de São Francisco. Ficaram por alguns dias, quando encontraram uma república de estudantes. Cecéu achou mais apropriado esse local, que ficava na rua do Hospício. José Antonio riu com o nome da rua, dizendo ao irmão que essa rua era propícia com seu estado. Cecéu o repreendeu, não achando graça na colocação, “de seu estado”. Instalados, logo Cecéu fez amizades com os rapazes, principalmente com Augusto Álvares Guimarães que, no futuro, seria o marido de sua irmã Adelaide.

José Antonio não conseguia sentir-se bem entre os estudantes e pediu a Cecéu que procurasse outro local para residirem. Compreendendo a timidez do irmão, encontrou uma edícula nos arrabaldes do Recife, mais precisamente junto ao rio Capibaribe. Mas José Antonio sentia-se cada vez mais calado. Por mais que se esforçasse para estudar e conviver com amigos, como fazia Cecéu, ele se fechava. Começou a beber e a fumar. Tentou escrever poesias, mas tinha vergonha de mostrá-las ao irmão. Alguns amigos que tentavam ler o que ele escrevia diziam que as poesias eram tão boas quanto as do irmão Cecéu. Porém José as escondia.

Um dia, quando Cecéu soube dos versos escritos por José Antonio, ele pediu para lê‑los. Foi tanta a insistência de Cecéu, que provocou grave crise nervosa em José Antonio, o qual abrindo as gavetas do armário, tirou todos os blocos escritos e os destruiu, rasgando-os feito um alucinado.

Cecéu apavorou-se, lembrou-se que logo, após a morte de sua mãe, o menino, inconformado, tentara suicidar-se, atirando‑se de uma janela muito alta que ficava no fundo da propriedade, num cômodo de dois andares.

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O pai dos meninos, o doutor Antonio José, percebera que o menino demonstrava desequilíbrios, mas procurava “tapar o sol com a peneira”, para não ser apontado como o médico que não curava o próprio filho.

Passada a crise, Cecéu tentou acalmá-lo e sentiu que o irmão estava alcoolizado. Levou-o a tomar um banho frio e o fez dormir.

Cecéu pouco estava preocupado com os estudos. Assim que chegou e começou a versejar, o sucesso apareceu. Alguns, quando ele se apresentava em ocasiões propícias, de imediato o reconheciam pelos poemas publicados em periódicos da Bahia. Com isso, sua fama cresceu em Recife. Como era sempre solicitado em saraus ou encontros estudantis, nos arredores da cidade, começou a fumar e a beber, tornando‑se um boêmio.

Os espíritos que obsidiavam José Antonio acharam o momento propício para afastar Cecéu, com suas conversas que atrapalhavam os planos deles de fazer de José Antonio um suicida. Os espíritos superiores temiam pelos dois encarnados. Enquanto um poderia vencer os tormentos, dedicando-se a encontrar um porto seguro em Deus, aliviando suas tensões emocionais, o outro que viera para ajudar através da arte, chamando a atenção pela maneira tão comunicativa de seus versos, estava se deixando levar pelos prazeres inúteis, complicando sua reencarnação. Restava apenas a esperança do Plano Espiritual de que tomasse consciência dos erros cometidos e que retornasse ao ideal programado para a sua reencarnação.

Enquanto isso, o quadro físico e espiritual de José Antonio piorava. Cecéu não podendo mais controlar o estado do irmão, mandou-o de volta à Bahia. O pai, o médico Dr. Alves, não quis que o filho ficasse com ele e achou melhor mandá‑lo para o Rio de Janeiro, aconselhando-o a cursar Engenharia. Lá chegando, quis frequentar a Corte, pois as amizades que tentara fazer o encaminhavam para que os distúrbios emocionais se agravassem. Os espíritos que eram seus protetores o fizeram aceitar a ideia de voltar para a Bahia. Conseguiram envolver o doutor Alves para mandá-lo para a fazenda, em Curralinho; lá, pelo menos, as tentações seriam amenizadas. Porém Antonio José não parava; os escravos ficavam a procurá‑lo, por vezes, dias e dias, pelas matas, onde ele se escondia de tudo e de todos. Por fim, numa noite, quando os serviçais conseguiram prendê‑lo em seu quarto, vendo-se isolado, Antonio José, encontrando o frasco do forte sedativo receitado pelo pai, toma-o de imediato e ingere todos os comprimidos ali contidos. No dia seguinte, quando os escravos abriram a porta do quarto para ajudá-lo na higiene matinal, acharam-no morto, jogado no chão, com olhos desmesuradamente abertos, apertando o frasco do remédio na mão direita.

A notícia caiu como uma bomba no seio familiar. Cecéu estava prestes a matricular-se para entrar na faculdade de Direito. De imediato pensou na reação do pai e dos irmãos e, sem mais espera, embarcou de retorno à Bahia. Ele sabia que perderia o ano de estudos pelas faltas, mas

o acontecimento era muito sério e ele não poderia deixar de estar ao lado da família. Para tanto, recebeu o apoio de Rui Barbosa, de quem se tornara grande amigo e confidente.

Chegando a Salvador, viu a tristeza e o abatimento estampado no rosto de todos. O doutor Antonio, seu pai, abraçando-o, confessou-lhe estar inconformado com o suicídio de Antonio José. Compreendera tarde demais que poucos ouvidos dera a ele, Cecéu, quando este lhe chamava a atenção para as atitudes estranhas que o irmão apresentava algumas vezes.

Cecéu procurou consolar o pai. Afinal, de que adiantava agora recriminar-se? Um tanto refeito, por sentir que Cecéu não o culpava, Dr. Alves contava a ele

que, para completar a desdita familiar, os negócios não iam bem. A vontade que sempre tivera em transformar a Quinta da Boa Vista num hospital modelo estava transformando as finanças, já precárias, em prejuízos de grande vulto. E prosseguiu contando ao filho que, preocupado, o escutava. Continuou dizendo que o ânimo voltara quando ficou confirmada a gravidez de sua esposa.

Nessas alturas dos acontecimentos, o moço, espantado, conseguiu abrir um desajeitado sorriso e, batendo levemente no ombro do pai, falou:

— Ainda bem que Deus permitiu que o senhor pudesse ter nesta casa mais uma criança. Lembro-me de quanto

mamãe e o senhor ficaram felizes por receber-nos. Sei que será assim com o novo rebento.

Doutor Alves agradeceu a compreensão do filho, que continuou:

— Quanto à parte financeira, papai, não sei como ajudá-lo. Tentarei escrever mais poesias, que pouco rendimento dão, mas enviarei a quantia que me for possível. Tenho fé em Deus. Ele sabe da sua intenção de ajudar os enfermos carentes; por isso, tenho certeza de que o auxílio chegará na hora certa.

Doutor Alves comoveu-se com as palavras do filho.

Após os funerais, a família viajou para a fazenda Curralinho. Cecéu lá ficou por vários meses. Visitou os amigos de infância, filhos de outros fazendeiros,

que compartilharam com a família a dor pela morte de José Antonio. Passada a tristeza, Cecéu volta a Salvador.

Como sempre fazia às noites, saía a caminhar pelas ruas de Salvador. Encontrava-se com os também candidatos a poetas, e, juntos, compunham versos dirigidos às meninas que se livravam da autoridade paterna, e ficavam, vaidosas, ouvindo os poemas românticos que lhes eram atribuídos. E foi nesse entretenimento poético que Cecéu acabou por conhecer o poeta que tanto admirava, Fagundes Varela. Sua alegria completou-se, ao abraçá-lo e dizer-lhe de sua admiração pelos seus poemas.

Fagundes, agradecido, retribui contando que já havia lido e gostado muito do estilo que Cecéu usava, para falar, em versos, suas mágoas.

Nas brincadeiras dos jovens ali reunidos, a amizade começara a se fortalecer entre Fagundes e Cecéu, e após

Fagundes Varela

Rui Barbosa

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7Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança

aquela noite passaram a se encontrar com frequência. E numa dessas noites em que os dois estavam praticamente sozinhos, Fagundes, sentindo-se oprimido, pergunta a Cecéu se ele não acharia inoportuno ouvir uma confissão. Cecéu, prontamente, responde-lhe:

— Claro, amigo, relate-me o que quiser e eu juro que não direi a ninguém o que ouvir aqui.

Rindo, Fagundes completa:— Ora, ora, quem poderá se interessar por

acontecimentos comuns? Quero apenas me desabafar. Você, creio eu, já deve ter percebido que exagero na bebida. Como todo alcoólatra, digo que é para esquecer as injustiças da vida, mas, afinal, sabemos perfeitamente que é um vício que só causa desgraças. Como vê, bem ao contrário das desculpas esfarrapadas que se dá a esse ato. Veja, você, já tenho publicado “Noturnos” e “Vozes da América”, duas obras que me deram muitas críticas favoráveis. Foi por esse tempo que conheci e apaixonei-me perdidamente por uma artista de circo, dessas que fazem os espectadores ficarem com o coração aos pulos, pelos números que desempenham no trapézio. Quis conhecê‑la e invadi seu camarim após o espetáculo, embora todos os seguranças do circo tentassem me impedir. Foi a mais bela visão que eu tivera em minha vida. Aquela silhueta esbelta, o rosto bem delineado, com um par de olhos azuis que me fitaram profundamente, tocaram as fibras do meu coração. Não resisti e, de um impulso, tomei-a em meus braços e antes que ela tentasse gritar, beijei-a com todo o clamor dos seus lábios.

Cecéu, contrito com o que ouvia, começou a versejar uma história de amor, porém, notando a tristeza do amigo a essas lembranças, pede-lhe desculpas e Fagundes continua:

— Eu estava estudando na faculdade de São Paulo, e minha família tinha um nível social que não perdoava as minhas extravagâncias. Portanto, combinamos nos casar sem que ninguém viesse interferir em nossas vidas.

Cecéu interrompeu-o:— Então, ela correspondeu à sua ardente paixão?— Sim, meu amigo, completamente. Como eu estava no

segundo ano de Direito e morava numa república, após o casamento, ao qual nenhum familiar compareceu, levei-a para morar comigo na república de estudantes. Meus pais preferiram me ignorar e fui deserdado e até hoje não tivemos mais notícias de um para com outro. Fomos felizes por pouco tempo, porque minha esposa teve uma gravidez de risco. Ela morreu, assim que meu filho nasceu, e esse filho Deus me permitiu tê‑lo apenas por três meses, vindo a falecer por fraqueza e infecções generalizadas. Com tudo isso, afundei‑me mais na bebida, mas a morte do meu filho inspirou-me a escrever o “Cântico do Calvário”.

Cecéu tinha os olhos marejados e, com a voz embargada pela emoção, pede-lhe:

— Puxa amigo... sei que tudo isso é doloroso para você, mas seria possível ouvi-lo declamar esses versos? Gostaria muito de conhecer esse tributo poético. (Eis alguns dos versos):

Ah! Morte!...A morte é o anjo luminosoDa liberdade franca, jubilosa,Quando a esperamos tristes e abatidos;Quando nos traz imácula e sublimeA chama da esperança dentro dalma,

Amando-se da vida os bens mais nobres,Se o mundo abafa em nós toda a alegria,Roubando-nos afetos e consolos,Martirizando o coração doridoNa cruz dos sofrimentos mais austeros.

E os últimos versos dizem:

Senhor! Senhor! que a minha voz se estenda,Como um canto sublime de esperança,Sobre a fronte de todos quantos sofrem.Ansiando mais luz, mais liberdadeNo orbe da expiação e da impiedade!

Com o titulo de Imortalidade, esse poema encontra-se no livro Parnaso de Além Túmulo, psicografado por Francisco Cândido Xavier, pela Editora FEB. Fagundes Varela, com essa e outras elegias, reuniu-as, com o titulo geral de “Cântico do Calvário”.

Compartilhando o sofrimento do amigo, Cecéu também abre seu coração diante dos problemas acontecidos com seu irmão José Antonio e os conflitos interiores de seu pai, pela

morte do irmão.Os dias seguem seu curso. Numa noite, após o jantar,

quando Cecéu se preparava para sair, em seus passeios noturnos, Doutor Alves o chama:

— Filho, está na hora de você retornar a seus estudos. Volte para Recife e faça seu futuro. O Direito é a melhor carreira para você. Sei que seus poemas são muito comentados, mas isso não lhe dará um bom sustento financeiro, mesmo sendo famoso. Cecéu riu e comentou:

— Papai, infelizmente já perdi o ano pelo excesso de faltas. Nenhum professor vai abonar tantas ausências. Mas fique tranquilo, já combinei com meu amigo, também poeta, Fagundes Varela e voltaremos, daqui a dois dias, para Recife.

No dia combinado, após as despedidas, o Doutor Alves pediu ao filho que tivesse cuidado com a saúde. Achava‑o muito pálido e com tosses frequentes. Cecéu, abraçando o pai, disse que se cuidaria.

Já no Recife, Cecéu matriculou-se novamente no primeiro ano. Com dificuldades financeiras, ele e Fagundes passam a morar com Rui Barbosa que os acolheu com todo carinho. Os três tinham seus ideais e confabulavam todas as noites, cada um expondo suas vontades para ver o país crescer. Rui Barbosa enaltecia a ideia da liberdade dos escravos. Falava com tanta ênfase, que contaminou os poetas, que iam mais além, pois gostariam de ver e sentir a paz mundial. Nesse intercâmbio de ideais, a Espiritualidade espargia fluidos restauradores e firmeza nos pensamentos, porque era necessário preservar a luta no caminho da liberdade entre os homens, já divulgada por Jesus, pela Lei do Amor.

Castro Alves, que deixou de ser Cecéu, passou a ser chamado pelos seus amigos, estudantes, pelos dois sobrenomes, e isso foi ótimo para ele, já que não gostava do apelido, ainda mais já não sendo mais criança.

Quanto aos estudos, Castro Alves ia empurrando-os. Não conseguia dedicar-se às leituras pesadas sobre leis; em algumas, ele discutia com Rui Barbosa, dizendo que lhe pareciam imorais, de tão absurdas que eram. Rui procurava fazê‑lo entender; mas não era realmente o que ele pretendia estudar.

Livro “Parnaso de Além-Túmulo”, Editora FEB

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Estava programada pela diretoria da Faculdade uma sessão solene, comemorando a abertura dos cursos jurídicos. Castro Alves foi convidado a declamar uma de suas composições poéticas. Aceitando, compareceu no salão de honra da Faculdade que, além da assistência dos estudantes, havia professores e doutores catedráticos em Direito. Castro Alves recitou o poema “O Século”. Ficou comovido com aplausos e foi muito cumprimentado pelos professores e literatos. No saguão, as pessoas que não puderam entrar no salão nobre, onde muitos políticos se encontravam, o parabenizaram pelo calor revolucionário que soubera colocar em sua ode. Eis partes descritivas da triste situação na qual a liberdade do povo estava sendo negada por paises como Polônia, Grécia, França, Hungria, México, onde prevalecia a opressão:

Toda noite — tem auroras,Raios — toda a escuridão.Moços, creiamos, não tardaA aurora da redenção.

... do Norte um grito,Que bate aos pés do infinitoQue vai Franklin despertar?

É o grito dos CruzadosQue brada aos moços — “De pé!”...São bocas de mil escravosQue transformaram-se em bravosAo cinzel da Abolição.

Castro Alves estava ciente, por publicações jornalísticas, que os escravos haviam-se libertado e tomado o poder no Haiti. Acompanhara a Guerra de Secessão nos Estados Unidos, e a aprovação da 13ª Emenda da Constituição que abolia a escravatura naquele país. Depois, veio Castro Alves emocionar-se, quando chegou a notícia da bala saída de um revólver, cujo dono era o revoltado racista John Wilkes Booth, contra Abraham Lincoln, em 14 de abril de 1865.

Diante de sua revolta, no qual ele imaginava o assassino do Presidente Lincoln fugindo de seu próprio ato e parecendo‑lhe ouvir a consciência gritar: assassino... assassino, compõe ele o poema “Remorso”. Mas Castro Alves não parou por aí. Sempre que a oportunidade se apresentava, ele liderava os estudantes para protestar pelas vias públicas de Recife, convocando o povo a aderir pela mudança social do mundo, com povos tão oprimidos pelos desmandos governamentais. Os estudantes, com cópias nas mãos do poema escrito por Castro Alves, declamado

na faculdade, com o titulo “O Século”, bradavam, em coro, o final do poema:

Basta... eu sei que a mocidadeÉ o Moisés no Sinai;Das mãos do Eterno recebe

As tábuas da lei! — Marchai!Quem cai na luta com glória,Tomba nos braços da História,No coração do Brasil!Moços, do topo dos Andes,Pirâmides vastas, grandes,Vos contemplam séc´los mil!Esse era o grande desejo do poeta: ver o

povo despertar. Como esse, outros poemas sociais, revolucionários mesmo, foram escritos, como: “O Navio Negreiro”, “Vozes d´África” e outro que mencionava o dom de quem vê mais “além”, “O Vidente”.

Por essa época, Castro Alves já era conhecido como republicano, socialista, libertário e um grande inimigo da escravidão, pois esta se tornava cada vez mais intolerável no Brasil,

pela degradação dos princípios morais e políticos, entre os mandantes coronéis e as instituições religiosas. Depois da alusão do poeta com “A Canção do Africano”, juntou-se ele com Rui Barbosa, Regueira Costa, Plínio de Lima, Augusto Álvares Guimarães, Joaquim Nabuco e Luís Gama para fundarem uma sociedade abolicionista no Recife.

A Espiritualidade Superior via o desabrochar da mediunidade de Castro Alves que, através da arte poética que o envolvia, embora seus impulsos por vezes violentos na forma verbalística, era de boa sintonia, num período tão difícil ao ser humano. Mas seus brados, junto aos companheiros de ideal, pela libertação dos escravos, pouco resultado deram, pois ninguém se importou com a sociedade. Ainda era muito cedo para surtirem algum efeito. A escravatura era normal no país. Estava amparada por lei e sancionada pela fé católica. Castro Alves e os fundadores da sociedade, principalmente Rui Barbosa, sabiam que o Brasil era mal visto pelos países estrangeiros. Em boa parte do continente americano, essa prática já havia sido abolida. Restavam apenas Cuba, sob o domínio espanhol e o Brasil. O povo, acostumado a ver os negros escravos, havia-se ajustado até mesmo à discriminação e ao preconceito, agente tão terrível e destruidor perante a lei de Deus, quando, por lei divina, todos os seres são iguais.

Vagarosamente, a oposição crescia e o tempo faria surgir a tão esperada libertação dos escravos, graças a esses grandes defensores da igualdade social.

Final da primeira parte.Eloisa

• Castro Alves – Alberto da Costa e Silva, Editora Companhia das Letras, 1ª ed., 2006.

• Castro Alves em São Paulo e em sua Faculdade de Direito – R. Limongi França, Editora Oliveira Mendes, 1ª ed. 1997.

• O Consolador – Francisco Cândido Xavier, pelo espírito Emmanuel, Editora FEB, 1ª ed., 1976.

• Parnaso de Além-Túmulo – Francisco Cândido Xavier / Espíritos diversos, Editora FEB, 8ª ed., 1967.

• Imagens:• http://www.projetomemoria.art.br/CastroAlves/cronologia/fazenda.html• http://www.vidaslusofonas.pt/castral3.jpg• http://www.projetomemoria.art.br/CastroAlves/cronologia/mae.html• http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/4/4c/Bar%C3%A3o_

de_Maca%C3%BAbas.jpg/200px-Bar%C3%A3o_de_Maca%C3%BAbas.jpg• http://www.projetomemoria.art.br/CastroAlves/cronologia/ginasio.html• http://4.bp.blogspot.com/_TEnjpJAmMXQ/R8iszqovuzI/AAAAAAAAAE4/

Q1tSccSik4U/s1600-h/fagundes_varela.jpg• http://www.projetomemoria.art.br/CastroAlves/cronologia/rui.html

Biblio

graf

ia

Livro “O Navio Negreiro”, Editora Global

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9Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança

“... Aos pobres Espíritos que, outrora, habitaram a Terra, Deus concedeu a missão de vir esclarecê-los. Bendito seja o Pai, pela graça que nos dá de podermos ajudá-los na evolução. Que o Santo Espírito me ilumine e me ajude a tornar minhas palavras compreensíveis e que me dê a graça de pô-las ao alcance de todos!...”

“... A humildade é uma virtude bem esquecida entre vocês. Os grandes exemplos de humildade que lhes são dados são bem pouco seguidos. E, no entanto, sem humildade poderão vocês ser caridosos com o seu próximo?...”

“... O orgulho é o terrível adversário da humildade. ...”

(Lacordaire, Constantina, 1863)Esta lição já começa com exemplo de

humildade, onde Lacordaire pede a Jesus que o ilumine e o ajude a tornar suas palavras compreensíveis.

Faz uma colocação muito séria e profunda para que reflitamos: “A humildade é uma virtude bem esquecida entre vocês.”

Qual será o motivo que faz com que a esqueçamos? Bastaria que nos olhássemos no espelho, encarando-nos, de olhos bem abertos (se o conseguirmos), e começaremos a compreender porque é tão difícil praticarmos a caridade, pois, sem humildade, a “caridade” que fazemos só serve para massagear o nosso ego. Puro engodo, pois esse tipo de caridade queima a mão de quem a recebe. A nossa mão esquerda, nossos olhos, pensamentos ficam atentos para notar se estão nos observando (Que homem bom!...); isto nada mais é que o crescimento do

nosso orgulho, fazendo-nos esquecer cada vez mais a humildade.

O orgulho é o terrível adversário da humildade!

Reflitamos, pois a morte não nos poupa e, a qualquer momento, poderá nos buscar.

Como somos todos iguais na Balança Divina, somente a caridade e a humildade têm peso na nobreza espiritual.

Que esta lição comece a despertar, em nosso interior, as mudanças dos instintos para: benevolência, paciência, tolerância. Como não são fáceis tais mudanças e dependem só de nós e de nossa boa vontade, basta darmos o primeiro passo e começarmos a ter esperança para chegarmos à fé.

Porém, como Deus é infinitamente misericordioso e temos como mestres Jesus e vários Espíritos Superiores, que estão sempre ao nosso lado, basta

rompermos um pouco o nosso orgulho e será como se abríssemos uma porta para recebermos amparo.

Obrigado Mestre, obrigado Kardec e criemos coragem para começar.

Vamos acordar?...José Roberto

Bibliografia: O Evangelho segundo o Espiritismo - Allan Kardec - Tradução Roque Jacintho - Capítulo VII “Bem–aventurados os Pobres de Espírito” - Item 11 - Editora Luz no Lar, 2ª ed., 1988.Imagem: http://lindabia.blog.uol.com.br/images/espelho.jpg

Tema Livretema livre

Haverá frase que acomode com tanto carinho e conforto o nosso orgulho, quanto a frase tão popular como “carma do passado”?

Não podemos negar a existência de compromissos do passado, uma vez que pouco evoluímos em cada reencarnação, deixando para vidas futuras acertos muitas vezes dolorosos, mas tenhamos a convicção de que tais resgates não nos são dados da forma tão vulgar quanto propagamos.

É chegada a hora de apagá‑la definitivamente de nossas vidas!

Aflições Terrenas

O Orgulho e a Humildade

Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança”DIA2ª

Domingo

LIVROS ESTUDADOSO Evangelho segundo o Espiritismo – Allan Kardec; Livro da Esperança – Emmanuel*; A Gênese – Allan Kardec; Os Mensageiros – André Luiz*O Evangelho segundo o Espiritismo – Allan Kardec; Livro da Esperança – Emmanuel*; O Livro dos Espíritos – Allan KardecSabedoria de Paulo de Tarso – Roque Jacintho & J.Manahen; Cartas e Crônicas – Irmão X*; Das Leis Morais – Roque JacinthoTerapia Espiritual; Emmanuel – Emmanuel*; Seara dos Médiuns – Emmanuel*; O Livro dos Médiuns – Allan KardecO Evangelho segundo o Espiritismo – Allan Kardec; Livro da Esperança – Emmanuel*; Os Mensageiros – André Luiz*; Vida Futura – Roque JacinthoO Evangelho segundo o Espiritismo – Allan Kardec; Livro de mensagens de Emmanuel*

*Livro psicografado por Francisco Cândido Xavier

Reuniões: 2ª, 4ª e 5ª, às 20 horas3ª e 6ª, às 15 horas

Domingo, às 10 horasEvangelização Infantil: ocorre em conjunto às reuniões

Atendimento às Gestantes: 2ª, às 15 horas

Artesanato: Sábado, das 10 às 17 horas

Tratamento Espiritual: 2ª e 4ª, às 19h453ª e 6ª, às 14h45

Rua das Turmalinas, 56 / 58Jardim Donini - Diadema - SP - Tel.: (11) 2758-6345

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A Espiritualidade Superior sempre nos pede estudo, estudo e estudo. Disciplina, disciplina e disciplina!

Como entender tanta sabedoria?!!Ao deixarmos de simplesmente ler as lições trazidas por

Jesus Cristo e passarmos a “estudá-las”, começaremos, apesar de nossas limitações, a entende‑Ias cada vez mais, e, assim, uma lição passará a complementar as outras.

Assim é, com referencia ao entendimento que temos sobre nossas aflições.

Em cada reencarnação, Deus nos concede o esquecimento das vidas passadas; logo, não estamos carregando os tão famosos “débitos do passado”.

“... Se Deus lançou um véu sobre o passado, é que isso deve ser útil.”

É sim a nossa negligência às Leis de Deus, que nos pedem a afabilidade e a doçura. Como não conseguimos domar a fera do nosso orgulho e egoísmo, lançamos fel aos nossos companheiros do lar, escola, trabalho e por onde mais passarmos. Com o verniz social, ocultamos o nosso prazer em ver o veneno surtindo efeito e quando somos percebidos e cobrados, não aceitamos e, normalmente, culpamos outras pessoas pelos nossos atos; no entanto, os outros terão a obrigação de nos aceitar como somos: imprevidentes, orgulhosos, prepotentes e ambiciosos.

Continuando a caminhada, pela má conduta constantemente aplicada, arruinamos nossa vida por desejos incontroláveis, porém justificamos como... Fomos induzidos pelos espíritos obsessores do nosso passado!!! Será?

Levamos essa conduta para o casamento, escolhendo ao nosso bel prazer nossa companhia, deixando de vivenciar seu verdadeiro caráter, personalidade e estudarmos como lidar com seu temperamento, colocando o amor como posse, casando, muita das vezes, por acomodação, ajuste de situação, beleza física e, quando não, a ficha financeira. Surgindo então as primeiras contendas, justificamos como... Aquele ser tão amado é resgate do passado!!! Será?

Exageramos em todos os gêneros: nos alimentos, drogas, desregramentos sem fim, desrespeitando o templo divino que é o nosso corpo, envenenando-o com ódios pueris, causando-lhe várias e sérias enfermidades. Quando chegam, justificâmo‑las... São dores e sofrimentos de vidas passadas!! Será?

No papel de pais, negligenciamos as instruções que devemos dar aos nossos filhos, principalmente na primeira fase da infância (até os 7 anos), com relação ao respeito a Deus e ao próximo, nos fazendo de surdos às instruções espirituais superiores. Afligimo‑nos com as más tendências que os filhos adquirem fora do lar, confortando nossa dor sob a alegação de que... Retomaram assim, para cobrar-nos falhas do passado!!! Será?

Seguimos assim a nossa jornada, construindo justificativas fúteis e infundadas, esquecendo que na materialidade não cometemos atos que nos levem à prisão; no entanto no que se refere a vida espiritual, tudo será possível, sem qualquer punição. Será?

Se a Lei de Deus é imutável, devemos primeiramente conhecê‑la, ao invés de culpá‑Lo pelos nossos erros e ócio quanto aos estudos da doutrina à qual nos integramos.

O que mais Deus deverá fazer para que aceitemos Seu amor e respeito? Enviou-nos Jesus e tantos nobres Espíritos que, através de mensagens de toda ordem, traduziram seus ensinamentos com tanta clareza. Tomaram até o cuidado de nos avisar que, para certas dúvidas que adviriam desses estudos, seus esclarecimentos ainda não estaríamos aptos a receber, mas que em época oportuna assim o fariam!

Quando verificamos que Deus, em Sua Suprema Misericórdia, nos quer vivenciando plenamente Seus ensinamentos, para que possamos chegar aos Seus braços através de Seu Amado Filho Jesus, jamais nos daria os fardos tão pesados que julgamos carregar, uma vez que conhece, e muito bem, nossas fraquezas espirituais e, com certeza, quando comentamos nossas mazelas, deverá estar pensando: “Filhos queridos, não precisam mentir tanto; estarei esperando‑os pelo tempo que for necessário, mas queria muito que fosse agora.”

Esqueçamos o passado, mesmo porque só o teremos pela avaliação de nossos atos. Lembremo-nos de vivenciar o “presente” com Cristo. (presente de Deus).

Interroguemos em nossa consciência o por quê nos distanciamos tanto do Mestre, para que possamos nos diplomar na escola da vida, o mais brevemente possível, pelos estudos de Sua Doutrina.

A disciplina? É para executar com o coração e a razão todas as instruções de Jesus e Seu Amado Pai.

“Toda moral de Jesus se resume na caridade e na humildade, ou seja, nas duas virtudes contrárias ao egoísmo e ao orgulho.”

Para exercer a caridade será imprescindível saber como fazê‑la, uma vez que, até agora, não a praticamos e sim a nossa imposição sobre o que entendemos como caridade.

“Procura apresentar‑te a Deus aprovado como obreiro que não tem de que se envergonhar.” Paulo ( II Timóteo, 2:15)

Em que tempo nos reserva esse encontro?Para o assunto, Cornélio Pires, nos confirma:

Muita gente fala em carmaA impor-nos resultados De nossos próprios delitos Em duros tempos passados.

Carma é a lei de causa e efeito De milênios a minutos, Mostrando que os nossos atos São plantas trazendo frutos.

Mas, os casos que contamos Não perdeu muita ciência... Muitas mortes prematuras São carmas da imprudência.

Jesus, fortalece cada vez mais a nossa fé!

VanoBibliografia: Fulgor no Entardecer - Francisco Cândido Xavier / Autores Diversos, Editora UEM, 1ª ed., 1991.O Evangelho segundo o Espiritismo - Allan Kardec - Tradução de Roque Jacintho, Editora Luz no Lar, 1ª ed., 1987.Pão Nosso - Francisco Cândido Xavier, pelo espírito Emmanuel, Editora FEB, 10ª ed., 1950.

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11Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança

Homenagemhomenagem

Desencarnou em 27 de março de 2009, em Botucatu, SP, o Dr. Homero Moraes Barros, aos 84 anos, deixando uma lembrança rica em incentivos, palestras e grandes trabalhos em prol da Doutrina Espírita. De espírito humilde, sensível ao sofrimento do ser humano, em todas as suas palestras deixava clara a impor-tância da caridade ver-dadeiramente sentida.

A equipe do Seareiro sempre o teve como um companheiro presente e incentivador, prestando-lhe esta singela homenagem, lembrando um pouco os trabalhos do homem de ciência e do espírita atuante que foi.

***Nasceu na cidade de São Paulo em 13 de julho de 1924,

filho de Antônio Manoel Moraes Barros e Hercilia Guimarães de Barros. Casado com a cientista social Maria Yvonne Benintendi Moraes Barros. Teve quatro filhos, uma nora, um genro e cinco netos.

Espírita, já aos dez anos de idade, desde adolescente, atuou na Doutrina e participou de grupos e instituições espíritas.

Foi representante da Unime de Botucatu e da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo (USE-SP). Ultimamente presidiu o Centro Espírita “Anésio Siqueira” (Botucatu – SP).

Por muitos anos propagou a Doutrina, proferindo palestras, ministrando cursos e escrevendo.

São de sua autoria os livros espíritas: • “O Espiritismo em Linguagem Fácil” – Casa Editora

“O Clarim”• “Ensinamentos dos Espíritos” – Casa Editora “O

Clarim”• “Aos que Ficaram...” – Editora Didier• “O Elefantinho Branco” – 1995 – Editora Didier• “Eurípedes Barsanulfo – Missionário da Mediunidade”

– Editora Didier• “Aos Deprimidos” – Editora Didier• “Grandes Temas Espíritas” – Editora Didier• “Mediunidade ‑ Relações Entre Encarnados e

Desencarnados“ – Editora Didier• “A Menina e a Borboleta“ – Editora Didier

Veterinário, formou-se pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo em 1948 (FMVZ – USP).

Foi veterinário da Prefeitura Municipal de São Paulo; Médico Veterinário das fazendas: Condomínio Fazendas Almeida Prado, Condomínio Fazendas Jangada, Zebulândia e outras da região de Araçatuba.

Foi assistente da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ – USP); Professor Catedrático contratado do Departamento de Fisiologia, da Faculdade da Farmácia e Odontologia de Araçatuba na qual, também, exerceu, a titulo precário, a função de Professor Catedrático do Departamento de Micro- Biologia; Instrutor da Cadeira de Patologia e Clinica Médica (2ª Cadeira) da FMVZ – USP; Professor Titular estável da Cadeira de Clinica Médica Veterinária; Supervisor do Curso de Medicina Veterinária e Membro da Congregação da Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu (FCMBB); Diretor da Faculdade de Medicina Veterinária e Presidente do Grupo Administrativo do Campus, de Botucatu, da Universidade Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP); Membro do Conselho Universitário e Pró-Reitor da UNESP.

Aprovado em Concurso Público de Provas e Títulos, recebeu os diplomas de Doutor em Ciência e Livre‑Docente em Semiologia.

Criou, organizou, orientou e desenvolveu núcleos de ensino e pesquisa.

Orientou pesquisas e teses de doutorado. Foi membro efetivo de comissões julgadoras: de Provas de Defesas de Teses para Doutoramento, de Concursos para Livre-Docencia; e de concursos para Professor Titular.

Publicou mais de 60 trabalhos de experimentação e pesquisa.

***Por tudo o que fez, tanto pela nossa sociedade como,

em especial, pela Doutrina Espírita, oremos para que esse companheiro possa estar em paz, sabendo que, assim que possa, estará novamente nas lides espirituais.

O Homem de BemEle encontra a sua satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços que presta, na felicidade que leva aos outros, nas lágrimas que enxuga, na consolação que dá aos aflitos. (O Evangelho Segundo o Espiritismo – capítulo XVII, item 3).

Equipe SeareiroImagem: http://www.mariadenazare.com.br/editora_didier/autores/homero.jpg

Homero Moraes Barros

Livros básicos da Doutrina Espírita. Temos os 419 livros psicografados por Chico Xavier, romances de diversos autories, revistas, jornais e DVDs espíritas. Distribuição permanente de edificantes mensagens.

Praça Presidente Castelo BrancoCentro - Diadema - SPTelefone (11) 4055-2955Horário de funcionamento: 8 às 19 horasSegunda-feira a Sábado

Banca de Livros Espíritas “Joaquim Alves (Jô)”

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“... e se tiver a fé, até ao ponto de transportar montanhas, e não tiver caridade, não sou nada...” Paulo, na sua grande sabedoria, já pensava desta forma. Assim como o Mestre Jesus, ele nos mostra a importância de ajudar ao próximo.

Em “O Evangelho Segundo o Espiritismo” há o exemplo de uma senhora distinta e, ao mesmo tempo, simples que, ao ajudar uma família necessitada, vem também nos ensinar a dar sem pensar em receber.

Através do seu amor, ela se mostra capaz de ajudar àqueles que mais precisam, sem pensar o que são e quem são: brancos, negros, amarelos, católicos, evangélicos. Para esta senhora, são filhos Deus que precisam ser ajudados, como tantas outras famílias que precisam de alguém que olhe por elas. Muitas pessoas, como esta senhora, passam

despercebidas por nós, porque pessoas assim não precisam ostentar o bem que fazem e fazem questão do anonimato.

As oportunidades de auxilio ao nosso próximo são enormes, basta‑nos olhar para o lado! Mas fazemos isso?

Não! É mais fácil continuar a viver as nossas vidas, sem nos importar com nada e com ninguém. Mas nos esquecemos do dia de amanhã e das dívidas que ainda temos que pagar... Um dia, talvez, seremos nós a precisar de ajuda. E aí, como será que agiremos, a partir deste dia? Será preciso sentir na pele a necessidade de ajuda, para entender o quanto nossos irmãos mais necessitados precisam da caridade de alguém?

Poderemos pensar que a senhora que ajuda, sem pensar em receber, talvez se encontre em posição social melhor que a nossa; por isso não pede nada em troca porque

Infortúnios OcultosKardec em Estudo

kardec em estudo

“Nas grandes calamidades públicas, a caridade se agita e você verá generosos impulsos para socorrer os desastres. Mas, ao lado desses desastres gerais, há milhares de acidentes pessoais que passam desapercebidos, como aqueles de gente que está numa cama pobre, sem se queixar . Estes são os infortúnios silenciosos e ocultos, que a verdadeira generosidade sabe descobrir, sem esperar que aqueles que sofrem venham a suplicar por amparo.”

O Evangelho Segundo o EspiritismoCapitulo XIII “Não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita” – item 4

Quando um familiar ou pessoa muito próxima ao nosso coração desencarna, passamos pelo teste da confiança em Deus.

Alguns choram a “perda” do ente querido, mas confiam no tempo, que minimiza a dor. Outros, além de chorarem, deixam extravasar um sentimento de indignação por Deus ter tirado, deles, aquele que lhes pertencia.

Para os dramas pungentes de saudade e separação, foram reunidas frases ditadas, mediunicamente, ao nosso querido Chico Xavier, por vários espíritos desencarnados, dirigidas em sua grande maioria para os familiares encarnados.

São pedidos de reflexões pelas atitudes que estão sendo tomadas, sugestões para auxiliarem o Espírito na hora da readaptação ao mundo espiritual, conselhos aos que ficaram.

“Nunca haverá separação entre os que se amam...”Todos aqueles que partem não se desvinculam dos laços

de amor que deixaram mas, pela sintonia dos pensamentos, recebem todas as vibrações emitidas pelos encarnados, sejam elas de paz, confiança e resignação ou de revolta, inconformação e apego egoístico.

“Vivam para fazer o bem. Quando os seus recursos estiverem amparando outros rapazes, podem crer, o senhor

e a mamãe, que estão ajudando a mim.”

Quando aquele a quem dedicávamos todos os nossos sacrifícios, para lhe proporcionar uma vida digna, parte para o mundo espiritual, devemos lembrar que Deus está nos sugerindo que há milhares de pessoas à nossa volta que também precisam de nós. Ao redirecionarmos o nosso carinho a estes que na vida encontram muita “aspereza”, será como a concretização de nossas orações que estamos oferecendo ao nosso querido desencarnado, que receberá todas as vibrações dos nossos atos de amor.

O livro é de rápida leitura, mas vai balsamisar o coração daqueles que passam por momentos de incerteza, frente à desencarnação de alguém querido.

Vitório

Livro em Focolivro em foco

Elenco de Familiares

Francisco Cândido XavierEspíritos Diversos

Editora FEB - 48 páginas1ª edição – 1995

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13Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança

Contoscontos

Julinha tinha dificuldades na escola. Por mais que se dedicasse às lições, não conseguia aprendê‑las. Então, chorava sobre os livros.

Na escola, sua professora dizia:— Preste atenção, Julinha! Caso

contrário, não irá aprender!— É... mas... não consigo... —

respondia Julinha.A mamãe de Julinha, sempre

amorosa, queria ajudá-la.— Filhinha, acalme-se, se os

outros são capazes, você também conseguirá!

— Eu não consigo, mamãe! E não é que eu não queira...

Mesmo se dedicando, Julinha não era capaz de aproveitar os estudos e entender as lições. Ela tinha muito medo daquela situação e várias ideias agitavam sua mente, atrapalhando todo seu esforço.

— Mamãe, os outros vão bem! Que será que eles têm que eu não tenho?!

— Ora, filha, já reencarnamos muitas vezes e aqueles que têm facilidade nos estudos, são os que já estudaram nas vidas anteriores!

Julinha, muito admirada, perguntou para sua mamãe.

— Quer dizer que alguns já sabem?— Claro, filha! É porque já estudaram

antes, com atenção e, agora, apenas recordam. Mas ninguém pode se comparar a ninguém, Julinha!

Se cada um de nós se dedicar a aprender, aprenderá algo. Portanto, faça você o seu esforço pessoal.

— É... talvez fui pouco aplicada em minhas outras vidas!

Mesmo assim, Julinha continuava bem triste; foi quando recebeu a visita da amiga Celinha.

Julinha contou-lhe a causa de sua tristeza.

— Ah! Também já passei por isso, Julinha! Parecia que nada permanecia dentro da minha cabeça!

— Mas, você é uma aluna que sabe tudo! O que você fez Celinha?

— Fiz quase nada, Julinha.E, diante do espanto da

amiga, Celinha explicou o que fizera:

— Sempre que me sinto confusa, incapaz de aprender, paro com tudo e faço uma prece.

— Uma prece... Uma oração?!

— Claro, uma oração! Aí eu converso com Jesus e peço que me ajude!

Julinha, que jamais pensara na prece para auxiliá-la nos estudos, ficou a resmungar, inconformada.

Celinha, vendo que a amiga estava espantada, resolveu dar mais informações.

— Quando faço uma prece, um bom Espírito verifica o meu pedido e, se for coerente, me auxilia, em nome de Jesus.

— E ele vem ensinar a você?!— Nada disso, minha amiga! É

necessário o nosso esforço pessoal, a nossa boa vontade para estudar! O

bom Espírito acalma minhas ideias! Sem medo de não aprender, eu estudo e aprendo!

A partir desse dia, Julinha, sempre que estava em dificuldades, fazia uma prece!

— Senhor Jesus, por favor, ajude-me!

Orando, Julinha sentiu-se calma e não mais chorou, desesperada, sobre os livros. Reajustou-se na escola e no seu lar, vivendo com mais alegria.

Julinha, além disso, fazia prece agradecendo por todas as suas conquistas.

SilvanaBibliografia: adaptação do livro A Prece e Amizades – Roque Jacintho, Editora Luz no Lar, 1ª ed., 1987.Imagem: R. Matias

A Prece

já tem. O que ela der não lhe fará falta alguma! O nosso egoísmo é sempre muito grande e, por isso, pensamos assim muitas vezes, mas sabemos que tantos são os infortunados a precisar de ajuda, e muitos deles, além do material, precisam de atenção e de uma palavra amiga que os conforte, que lhes dê ânimo para continuar a acreditar em Deus, nosso Pai, que nunca nos abandonará. A caridade moral é, muitas das vezes, o que podemos doar. E por que não doar então? Por que nos acomodamos tanto?

Porque, na maioria das vezes, queremos algo em troca e um mínimo de reconhecimento!

Infelizmente, o mundo está cheio de oportunistas. São pessoas, ainda equivocadas, que gostam de levar vantagem em tudo, querendo reconhecimento, pois gostam de divulgar a suposta ajuda a alguém carente.

Vamos nos deparar com muitos, divulgando e, às vezes, cobrando por sua ajuda, mas sabemos também que é desta forma que a nossa divida cresce ainda mais.

Por isso, guiemo-nos pelo caminho que Jesus veio nos mostrar: que a caridade é a nossa única salvação para uma vida futura. Devemos seguir o exemplo desta senhora que vem acalmar as dores de uma família, trazendo, com ela, muito mais que palavras de conforto; vem tirar a fome, o frio e, acima de tudo, dar esperança porque a esperança é a luz que brilha, através do seu amor.

EduardoBibliografia: O Evangelho segundo o Espiritismo - Allan Kardec, Tradução de Roque Jacintho, Editora Luz no Lar, 2004.

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Atualidadeatualidade

Estamos vivendo uma “febre” da moda indiana, tudo por conta do que a televisão nos transmite, principalmente pela novela atual.

São pessoas falando termos, vestindo roupas e bijuterias, tudo com influência da Índia.

Infelizmente, além desta parte externa, material, há informações que nos são passadas de forma subliminar e que poucos se preocupam em analisar.

Devemos, para isso, lembrar um pouco da história da gênese da civilização hindu.

O inicioConforme já foi escrito na edição

anterior, o povo hindu foi uma das quatro civilizações que receberam os Espíritos exilados do Sistema de Capela.

Estes Espíritos não se afinizavam mais com o seu planeta, pois persistiam em cultivar o orgulho e, por esta razão, foram transferidos para reencarnar na Terra. Embora o orgulho que os atrapalhava na evolução, eram Espíritos que já tinham conseguido um estágio evoluído em conhecimento.

Jesus, na qualidade de governador da Terra, antes de recebê‑los para reencarnarem, com sua palavra sábia e compassiva, exortou‑os à edificação da consciência para o cumprimento dos deveres de solidariedade e de amor, prometendo-lhes a sua colaboração cotidiana e a sua vinda no porvir. Para que essas promessas não se apagassem de suas memórias, Jesus enviava periodicamente os seus missionários e mensageiros.

É por essa razão, através desses missionários, que os acontecimentos do Evangelho foram previstos, milênios antes da vinda de Jesus.

E a Índia não ficou sem esse amparo.

A história evangélica era quase toda conhecida por meio dos Vedas.

***Muito embora toda a sabedoria

e o desenvolvimento científico dos capelinos que reencarnaram formando a Índia, eles traziam um grande orgulho.

Por esta razão, ao reencarnarem entre os povos primitivos que já habitavam a região, não aceitaram

confraternizar com os mesmos, estabelecendo, então, o sistema separatista de castas, como significação de uma superioridade orgulhosa e com fortes raízes em uma vaidade poderosa.

O maior absurdo neste sistema de separação, por castas, é a existência dos intocáveis (ou “dalits”). São tratados de forma desumana; ninguém de outra casta pode tocá-los; forçados a viver nas piores favelas e a realizarem os trabalhos mais degradantes. Para que os intocáveis não lutem por mudanças, usam a crença na reencarnação, dizendo que, se eles aceitarem a sua posição, poderão chegar a um grau mais alto numa próxima existência.

Vemos então que a sabedoria hindu, em sua origem, exaltando a verdade, é muito elevada, mas foi modificada pelo orgulho daqueles que queriam ver a sua vaidade exposta.

Como podemos admirar e chamar de sabedoria um sistema que exclui do contato social um ser humano! E o que se há de falar das invenções esotéricas!

Há uma grande procura por pequenas pedras, que são colocadas no meio da testa para que levem os nossos problemas e defeitos. Ou seja, não precisamos mais nos esforçar para praticar o bem, vencer as nossas más inclinações. Basta colocar uma pedra no meio da testa!

Em uma passagem da novela é oferecido um tipo de alimento, frito, a uma viúva. Ela recusa, dizendo que uma viúva não pode comer frituras. Questionada sobre o porquê desse costume, ela responde:

— É o costume e costume não se questiona, se cumpre!

Ou seja, pratica-se um sistema aonde não se explica o porquê! Ou será que ninguém sabe o porquê?

Escrevemos sobre estes aspectos, pois muitos acham que tudo o que vem dos povos antigos tem uma sabedoria oculta e que, fazendo determinados rituais, iremos nos salvar.

Isto é retroceder a milênios na evolução espiritual! Não nos

esqueçamos da recomendação:“Conhece a Verdade e ela te

libertará.”Não será com rituais seculares,

estabelecidos para que os povos primitivos possam se aproximar de uma mínima ideia de Deus, que nós iremos evoluir.

Só falta, agora, começarem a construir templos para macacos, ratos ou nos ajoelharmos diante de uma vaca!

Por que só absorvemos, dessas culturas, o que é fantasia? Por que não prestamos atenção no que elas podem nos transmitir de bom?

Os indianos respeitam muito a opinião dos idosos; não consomem álcool; respeitam muito a organização familiar.

Essas virtudes são as que deveríamos copiar!

Ao invés de nos esforçarmos para praticar a caridade e, com isso, irmos nos libertando dos vícios e instintos que carregamos, preferimos comprar uma estatueta de um deus de outra cultura, colocando nele a fantasia de que estamos protegidos ou que a fortuna chegará, por milagre, às nossas mãos.

Não nos deixemos influenciar pelo que a televisão ou outro meio de comunicação nos transmita. Procuremos estudar o Evangelho de Jesus, praticar a caridade e sempre atentos ao “orai e vigiai”.

WilsonBibliografia: A Caminho da Luz – Francisco Cândido Xavier, pelo espírito Emmanuel, Editora FEB, 17ª ed.Os Grandes Líderes – Catherine Bush, Editora Nova Cultural Ltda.Imagem: http://www.geografiaparatodos.com.br/img/mapas_tematicos/india_jun.jpg

Índia

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15Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança

Ações Transformadoras nos Momentos de Crise

A preocupação ronda inúmeras mentes, a respeito do futuro incerto da economia no planeta. Estamos, de fato, sensíveis ante uma crise que todos experimentamos, mas que nem todos sabem explicar suas complicações futuras. Esse momento deixa em evidência o quanto nossas estruturas econômicas são, em certo grau, imprevisíveis.

Ao contrário do que no início pensávamos, hoje está claro que ela não é apenas uma crise financeira: ela representa a fragilidade de todo um sistema calcado no consumo em excesso, no desperdício de recursos, no individualismo, nas ações, pouco planejadas, voltadas para o hoje, como se não houvesse gerações futuras, a caminho, ou irmãos nossos espalhados pela Terra, necessitados da nossa caridade fraternal.

No final de 2008, quando tudo parecia estar bem — diversos países no mundo experimentando crescimentos significativos, todos celebrando com otimismo o crescimento nacional — como em um passe de mágica, os meios de comunicação, as rodas de conversa, os e-mails que recebemos passaram a tratar exclusivamente de um assunto: a crise econômica mundial.

Um momento de crise, bem como qualquer momento de dificuldade, nos leva a um comportamento instintivo de preservação e, consequentemente, tomamos atitudes pouco pensadas, baseadas no medo e na insegurança.

Assim, passamos a nos contaminar com o pessimismo alheio e interiorizar a insegurança. Por mais longe que a crise possa, ou pudesse estar de nossos lares, por mais longe ou abstrato que um problema esteja de nossas vidas, a partir do momento em que o interiorizamos, ele passa a ser real.

Um paralelo interessante encontra-se em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, capítulo XVI – Não se pode servir a Deus e a Mamon, onde é abordado o assunto: Desigualdade das riquezas.

A lição do Evangelho nos diz que “tendo cada pessoa com o que viver, teríamos a extinção de todos os grandes trabalhos que concorrem para o progresso da Humanidade... já não haveria mais o estímulo necessário que impele o homem para as grandes descobertas e para os grandes empreendimentos úteis à coletividade”.

De acordo com o Evangelho, podemos entender a crise como um mecanismo útil para o próprio progresso da Humanidade. O crescimento econômico que o mundo experimentou foi posto em xeque; assim, paramos para entender o que realmente estava acontecendo: o mercado esfriou e as pessoas passaram a repensar o valor do dinheiro e o consumo desenfreado; de forma geral, começamos a nos preocupar mais com o “ser humano” e, segundo alguns

especialistas, essa preocupação deve guiar o nosso sistema pós-crise.

Se, agora, olharmos para trás e enxergarmos como enfrentamos qualquer momento de crise, chegaremos a uma conclusão: um mesmo problema é sentido de forma diferente por cada um; a forma como enfrentamos um problema depende exclusivamente de como nos posicionamos diante desse mesmo problema.

Portanto, é nessas horas que devemos ser líderes de nós mesmos, aceitar a mudança e inovar a nossa forma de pensar e agir, mobilizar o amor dentro do lar e fortificar os alicerces da família, ou seja: as dificuldades nos forçam a sair da zona de conforto, pois toda mudança nos empurra para novas oportunidades, se estivermos preparados para elas.

Todavia, sair da nossa zona de conforto não é fácil e aí entra o nosso livre-arbítrio: qual será o nosso posicionamento? Deixar que o pessimismo se instale dentro de nós ou nos erguermos diante das dificuldades?

Mudar não é fácil, mas faz parte de uma importante lei que rege o Universo: a Lei do Progresso. O medo em aceitar o novo é generalizado devido à nossa falta de fé: sentimo-nos desconfortáveis ao mudarmos de função dentro da empresa em que trabalhamos; não aceitamos as pequenas e as grandes despedidas a que estamos sujeitos durante a vida; não gostamos quando nossos planos são alterados; tudo isso por desacreditarmos que Deus, em seus propósitos, nos conhece intimamente e jamais nos submete a uma situação que não seja para o nosso aprimoramento moral.

Quando nos enclausuramos em nosso pessimismo, estejamos certos de que, por meio do magnetismo do pensamento, atrairemos irmãos infelizes que colaborarão para a manutenção dos pensamentos inferiores em nós. Contra o pessimismo, vamos seguir o que a crise nos ensinou: a pensar mais no “ser humano”!

Acreditamos que a maior ferramenta para encontrarmos oportunidades de crescimento é a caridade. Ela é a chave para o otimismo e a renovação de esperanças; ela nos permite sair da postura de vítimas para sermos auxiliares do Cristo.

Sejamos, então, previdentes e laboriosos para mantermos todas as crises longe de nossos pensamentos. Tenhamos atitudes positivas diante dos problemas, aceitando que somos responsáveis pela nossa reforma íntima. E não nos esqueçamos: manter acesa a luz do otimismo e da caridade nos coloca mais próximo do amparo espiritual.

IagoBibliografia: O Evangelho segundo o Espiritismo – Allan Kardec, tradução de Roque Jacintho, Editora Luz no Lar, 4ª. ed., 2002.Revista da ESPM - Volume 16, ano 15, edição 1 – janeiro/fevereiro 2009.

ACEITAMOS SUA COLABORAÇÃOSua doação é importante para o custeio da postagem do Seareiro

e pode ser feita em nome doNúcleo de Estudos Espíritas Amor e Esperança - CNPJ: 03.880.975/0001-40

Banco Itaú S.A. ‑ Agência 0257 ‑ C/C 46.852‑0

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Famíliafamilia

Muitas vezes, nos comentários das mensagens espíritas ou do Evangelho, ouvimos que não sabemos o verdadeiro sentido da palavra “amor”.

É‑nos lembrado que confundimos o amor com a paixão, com o sentimento de posse (meu filho, minha esposa, minha mãe,...).

Se estamos tão distantes da prática do verdadeiro amor, como poderemos iniciar o aprendizado?

No livro “Família”, nosso amigo Emmanuel dá uma diretriz para este início: a prática da cortesia como sendo a iniciação do amor puro.

Analisando a nossa vida, ou a vida da maioria dos que nos rodeiam, notamos que é raro a pessoa ser chamada a testemunhar com sacrifício público, mas a todo momento somos requisitados pela bondade, ou seja, somos chamados a praticar a afabilidade e a auxiliar aos que estão à nossa volta.

Não devemos deixar de ser educados com os que estão próximos, mas não somente com a educação social (esta, uma obrigação para todos). Falamos da educação social aliada ao respeito pelo sentimento alheio.

Cumprimentar com educação, agradecer aos que nos auxiliam em pequenas coisas, ser gentil, prestar um favor sem alarde, acrescentando a tudo isto um sorriso, uma palavra de carinho e, até, uma brincadeira bem-humorada para alegrar um momento.

Além desses pequenos gestos, falar do amparo de Jesus nas horas difíceis, lembrar as belas coisas que Deus nos proporciona, como a beleza da Natureza.

Estes são os pequenos ensaios a que Emmanuel se referiu.

E o que isso tem a ver com a família?

Respondemos: TUDO!São com pequenos gestos de cortesia que vamos

derrubando muralhas, construídas com mau humor e rancor, que nos separam dos familiares.

Pensemos que, a cada gesto gentil, estaremos retirando um tijolo da muralha.

E isto não quer dizer que devemos ser gentis somente quando os nossos familiares forem conosco.

Eles (os familiares) continuarão com as exigências: modo de ser difícil, com mau humor, mas devemos ter a consciência de que temos um enorme compromisso conosco mesmos. Este sério compromisso é o de nos modificar, através do esforço para praticar o bem.

Quantas vezes erramos e fomos perdoados?Por que não vamos compreender o erro alheio e perdoá-

lo?!!Quantas vezes fomos magoados com palavras duras?Em quantos momentos estávamos carentes de uma

palavra de carinho e ânimo e encontramos as famosas “pedradas”?

Quanto precisamos de ajuda e não encontramos?Se já passamos por isso e não gostamos, não façamos

aos outros aquilo que, sabemos, vai lhes machucar os sentimentos.

Quando esperam que você lhes atire uma pedra, você chega com a mão que afaga. Esse será o exemplo que ensina!

“Mil vezes referir-te-ás ao amor, destacando-lhe a excelência ou comentando-lhe a divindade, entretanto, para que, um dia, lhe atinjamos o santuário celeste e lhe irradiemos a luz, não nos esqueçamos de que é necessário

Cortesia

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17Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança

Canal Abertocanal aberto

Viver em Família

sustentar entre nós o culto incessante da amizade e da compreensão”.

Realmente, ainda não sabemos praticar a Lei do Amor, mas se iniciarmos pelas pequenas gentilezas, valorizando os amigos e compreendendo todos aqueles que nos rodeiam, estaremos semeando em nosso coração a colheita de um futuro de paz.

Adolpho

OBS.: Lembra-se daquele amigo que está passando por um momento difícil? Entre em contato com ele e transmita-lhe o seu carinho.

Bibliografia: Família – Francisco Cândido Xavier / Espíritos Diversos, Editora CEU, 3ª ed.Imagem: http://revelacoes.files.wordpress.com/2009/02/amigos jpg

Através da mediunidade do nosso Chico Xavier, vieram 412 livros.

Poderíamos imaginar que, depois de algum tempo, ele não mais se lembrasse do livro psicografado. Mas não foi bem assim que ocorreu.

Chico tinha muito carinho e um enorme respeito pelos livros, pois sabia a importância deles para a Doutrina Espírita.

Tanto foi que, comentando sobre o livro “Parnaso de Além-Túmulo”, que teve a sua 1ª edição em 1932, Chico disse:

“Eu sempre quis ter livros... Quando menino, colecionava revistas, gravuras, histórias dos santos da Igreja... Sempre gostei muito de ler, nunca pude comprar um livro... Admirava, nas fotos, as grandes bibliotecas... Quando os espíritos começaram a escrever por meu intermédio, eu tinha uma vontade imensa de ver as páginas de autoria deles publicadas... Comecei, então, a fazer livros artesanais: criava capa para eles, autografava e presenteava os amigos... O meu propósito era o de despertar em alguém a vocação para o livro espírita, tinha esperança de que, um dia, alguém

se interessasse pela edição das mensagens dos Espíritos Ami-gos por meu intermédio... Manuel Quintão foi um grande benfeitor do livro espírita!... Ele me abriu as portas da FEB... Certa vez, meu pai, que não podia compreender a minha vocação literária, queimou todas as minhas coleções... Chorei muito, mas Emmanuel me disse que não ficasse triste. Até hoje, passados tantos anos, sinto n’alma aquela emoção indefinível, quando tive em minhas mãos o primeiro exemplar do “Parnaso de

Além‑Túmulo”!... Muitos livros vieram depois e continuam vindo, mas a emoção do “Parnaso”, editado, foi uma das maiores alegrias da minha vida...”

WilsonBibliografia: O Evangelho de Chico Xavier - Carlos A. Baccelli, Editora Didier, 6ª ed., 2003.Imagem:http://www.geae.inf.br/pt/boletins/boletim_441_1.gif

Pegadas de Chico Xavierpegadas de chico xavier

Parnaso

É uma grande oportunidade Viver em família, Pois, na verdade,Ninguém é uma ilha!

Precisamos dessa união Para nos aperfeiçoar.Foi por essa razão Que Deus criou o lar.

Primeira escola de educação Onde amigos ou desafetos,No exercício do amor e perdão,Evoluem sob o mesmo teto,

Família, laço que une a humanidade Ao infinito amor de Deus Que, em Sua justiça e Bondade,Presenteia todos os filhos Seus.

Carlo Augusto Sobrinho - Rio de Janeiro - RJ

Receba mensalmente obras selecionadas de conformidade com os ensinamentos espíritas.

Informe-se através: E-mail: [email protected] www.espiritismoeluz.org.br (11) 2758-6345 (com Cristiane) Caixa Postal 42 - CEP 09910-970 - Diadema - SP

Clube do Livro Espírita “Joaquim Alves (Jô)”CHICO

Este espaço é reservado para respondermos às dúvidas que nos são enviadas e para publicações dos leitores. Agradecemos por todas as correspondências e e‑mails recebidos. Reservamo‑nos o direito de fazer modificações nos textos a serem publicados.

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Clube do Livroclube do livro

Os associados do Clube do Livro Espírita “Joaquim Alves (Jô)”, receberam no mês de abril de 2009 a obra mediúnica “Jesus no Lar”, pelo espírito Neio Lúcio, psicografada por Francisco Cândido Xavier.

Para ter Jesus no nosso lar, compete-nos ir ao Seu encontro e transformar o nosso reduto doméstico em verdadeiro lar, onde e como

ele for.O lar, mais que habitação, significa família, união,

aconchego.A obra nos remete aos ensinamentos feitos por Jesus

na casa de Simão Pedro, onde se realizaram os primeiros cultos do Evangelho no lar.

Quanto maior o esforço para um ambiente familiar equilibrado, calcado no amor sublime, mais resistentes às intempéries vibratórias nos encontraremos.

O Evangelho feito no lar acende uma luz e afasta as trevas.

No capítulo I, Jesus nos ensina que devemos começar a cultivar o bem dentro de nossa moradia, junto àqueles que compartilham conosco o mesmo teto, para que possamos praticar a bondade, já exercitada, com os nossos semelhantes, mundo afora. Sem a base, não há construção sólida.

Livro ótimo para ser carregado e lido onde nos encontrarmos com aquele tempinho, seja numa sala de espera ou no ônibus, elucidando‑nos questões de difícil compreensão na marcha terrena, reconfortando-nos e mantendo a higienização mental iniciada com o Evangelho feito em casa.

Emmanuel já nos demonstrou que, em um minuto, podemos fazer muitas coisas; basta querermos.

Que Jesus possa estar em nosso lar!Rosangela

Francisco Cândido Xavierpelo espírito Neio Lúcio

Editora FEB Jesus no Lar

Cantinho do Verso e Prosacantinho do verso e prosa

Quem diz que o verbo se vai,Qual o sol vazio no vento,

Não mostra o espírito atentoAo que se pensa e se diz;Mormente agora, na Terra,Em transição apressada,A frase rude na estradaInvoca a treva infeliz.

Maria Dolores

Tudo o que falamos tem um efeito sobre as pessoas que nos rodeiam.O leviano, aquele que não pensa ao falar, causa muita dor e sofrimento com as suas palavras.Devemos usar a palavra para erguer as criaturas, comentando o que é bom, belo e edificante.Deixemos no silêncio tudo aquilo que pode ferir, derrubar, magoar.Para isto, precisamos medir as nossas palavras.Na fase em que nos encontramos, muitos espíritos ficam na espreita para se associar aos imprevidentes, ou seja, ficarem

juntos dos que gostam de usar o bendito dom da fala para caluniar, agredir, machucar etc. Isto é invocar a treva infeliz!Jesus, o Mestre, utilizou‑se da palavra com tanto amor que, passados mais de dois mil anos, as Suas lições perduram.Sigamos o exemplo do Divino Amigo.

WilsonBibliografia: Perdão e Vida – Francisco Cândido Xavier / Espíritos Diversos, Editora CEU, 1ª ed., 1999.Imagem: http://seliguenalingua.files.wordpress.com/2009/05/dj03100_letras_magn.jpg

O Verbo e Nós

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19Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança

Calendário

Julhocalendario

DIA 011898 - Publicado em São Paulo o primeiro número da Revista de

Estudos Psíquicos da Sociedade de Estudos Psíquicos.DIA 02

1843 - Desencarna, em Paris, Christian Friedrich Samuel Hahnemann. Foi o criador da Homeopatia em 1789.

DIA 041948 - Desencarna, em São Paulo, José Bento Monteiro Lobato,

conhecido por Monteiro Lobato. Foi escritor muito famoso e espírita. DIA 05

1849 - Nasce em Embleton, Inglaterra, William Thomas Stead. Jornalista, escritor, publicista e grande amigo de Rui Barbosa. Sempre se empenhou em divulgar as grandes verdades que havia constatado, em seus trabalhos de pesquisa no campo da fenomenologia mediúnica. Desencarnou em 1912, no acidente do transatlântico Titanic, no Atlântico Norte.

DIA 061932 - Lançada a primeira edição do livro “Parnaso de Além-Túmulo”,

psicografado por Francisco Cândido Xavier, reunindo poetas luso-brasileiros.

DIA 071930 - Desencarna em Crowborough, Sussex, Inglaterra, o escritor

espírita Arthur Conan Doyle. Criador do personagem Sherlock Holmes e Presidente Honorário da Federação Espírita Internacional. Entre suas obras, escreveu “A História do Espiritismo”.

1855 - Nasce em São Luís, MA, Artur Nabantino Gonçalves de Azevedo, conhecido por Artur Azevedo. Foi Diretor Geral de Contabilidade do Ministério da Viação, poeta, comediógrafo, jornalista e crítico. Membro e fundador da Academia Brasileira de Letras, onde ocupou a cadeira de Martins Pena. Após o seu desencarne, através do médium Francisco Cândido Xavier, sua obra poética continuou.

DIA 081927 - Francisco Cândido Xavier participa de sua primeira reunião

espírita, tendo nessa ocasião psicografado sua primeira mensagem.DIA 09

1918 - Desencarna, na Itália, a famosa médium Eusápia Paladino. Foi a primeira médium de efeitos físicos a ser submetida a experiências pelos cientistas da época, tais como César Lombroso, Alexandre Aksakof, Charles Richet e muitos outros.

1925 - Desencarna Aristides de Souza Spínola, político e trabalhador espírita, que ocupou a presidência da Federação Espírita Brasileira.

DIA 101857 - Nasce na Inglaterra, William Egliton, conhecido médium

de efeitos físicos. Foi biografado por J. E. Farmer e estudado na Universidade de Cambridge, em 1880, sob os auspícios da Sociedade de Psicologia.

1911 - Nasce em São Paulo, Joaquim Alves, mais conhecido no meio espírita por “Jô”. Espírita sincero e esclarecido, talvez mais conhecido, por alguns, como autor de capas de livros espíritas. E, em 31/7/1985 retorna à Pátria espiritual.

DIA 121891 - Nasce em Minas Gerais, Ismael Gomes Braga. Jornalista,

professor, poliglota, escritor. Durante mais de meio século dedicou-se, com acendrado idealismo, à tarefa de propagar a Doutrina Espírita e o Esperanto.

1902 - Nasce Jésus Gonçalves. Hanseniano, internado na colônia de Pirapitingui, dirigiu um Centro Espírita naquele local.

1936 - Fundada a Federação Espírita do Estado de São Paulo.DIA 13

1884 - Nasce em São Paulo, Cornélio Pires. Foi poeta, folclorista, conferencista, cinegrafista, radialista, jornalista e contista. Dedicou‑se ao estudo de obras espíritas principalmente às de Allan Kardec, Léon Denis, Albert de Rochas e alguns livros psicografados por Francisco Cândido Xavier. Interessou-se por fenômenos de efeitos

físicos; escreveu livros espíritas e desencarnou quando escrevia “Coletânea Espírita”.

DIA 141865 - Nasce Gustav Geley. Estudioso da fenomenologia espírita

e fundador do Instituto Metapsíquico Internacional, de Paris. Fez inúmeras experiências sobre materializações, notadamente na obtenção de moldagens em gesso de mãos ectoplásmaticas. Desencarna em 1924, em virtude de um desastre de avião, quando viajava de Varsóvia a Paris.

1942 - Desencarna Manoel Philomeno Batista da Miranda, destacado divulgador espírita no estado da Bahia.

DIA 151876 - Realizada na Inglaterra uma reunião de efeitos físicos, com o

médium Henry Slade, em plena luz do dia, quando um espírito se materializou à vista de todos os presentes.

DIA 19 1966 - Instituído pelo Decreto-lei nº 5063, de 04.07.1966, assinado

pelo presidente Humberto Castelo Branco, o dia 19 de julho como sendo o “Dia da Caridade”.

DIA 201918 - Desencarna em Boston, EUA, a médium Elizabeth d’Espérance,

conhecida, entre outros fenômenos, pela materialização de plantas.DIA 21

1964 - Desencarna Porto Carreiro Neto. Foi esperantista renomado e, como médium, recebeu a obra “Ciência Divina”.

DIA 251928 - Nasce Newton Boechat, médium, orador e escritor espírita.

Escreveu, entre outros, o livro “O Espinho da Insatisfação”.DIA 26

1969 - Lançado pelo Departamento de Correios e Telégrafos, por solicitação da FEB, o selo comemorativo do 1º Centenário da Imprensa Espírita no Brasil.

1982 - No VIII Congresso Brasileiro de Jornalistas e Escritores Espíritas, foi considerado o dia 26 de julho como o “Dia da Imprensa Espírita”, em homenagem ao pioneiro Luiz Olímpio Telles de Menezes.

DIA 271958 - Desencarna Maria de Carvalho Leite, conhecida como

Maria Dolores. Dedicou-se à poesia, ao jornalismo e ao amparo das crianças de várias instituições, além de estender sua obra benemérita, abrigando, em seu próprio lar, crianças desvalidas, orientando-as e assistindo-as. Após o seu desencarne, através do médium Francisco Cândido Xavier, sua obra poética continuou, presenteando-nos com a ternura dos seus ensinamentos transbordantes de amor e fé.

DIA 281890 - Ocorre na Inglaterra a reunião de efeitos físicos, com a médium

Elizabeth d’Espérance, que materializa um lírio dourado, com 7 pés de altura, estando presentes vários cientistas, entre os quais o professor Alexandre Aksakof.

DIA 301930 - Desencarna em Londres, Inglaterra, o Dr. W. J. Crawford. Foi

pesquisador dos fenômenos mediúnicos, catedrático de Engenharia Mecânica na Queen’s University, em Belfast, conduzindo longos e meticulosos estudos sobre o ectoplasma.

1952 - Solicitado ao Parlamento da Inglaterra, pelo Marechal do Ar, Hugth Dowding, estudioso e divulgador do Espiritismo, o reconhecimento do Espiritismo como religião naquele país, o que foi aceito.

DIA 311859 - Nasce em Washington, EUA, a médium Leonora E. Pipper,

mais conhecida como Madame Pipper. Foi submetida a uma série de investigações científicas e aceitou todo gênero de vigilância, apesar dos receios e das afrontas. Desencarna em 3/7/1950.

1943 - Desencarna no Rio de Janeiro, João Pinto de Souza, um dos pioneiros de programas espíritas radiofônicos, em 1937, no Rio de Janeiro.

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Page 20: Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e ... · Emmanuel, em sua obra supracitada, nos alerta sobre estes ... Mesmo em relação às obras psicografadas por Chico

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