Organização da Educação Brasileira
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Discente: Brenda de Carvalho Miranda
Disciplina: OEB
O LEGADO EDUCACIONAL DO “LONGO SÉCULO XX” BRASILEIRO.
O texto de Demerval Saviani traz a princípio uma explanação sobre as diferentes formas
de demarcações das fases históricas, evidenciando que uma das principais questões para
a periodização da história é definir quais os critérios que devem presidi-las e se eles
devem ser internos ou externos ao objeto.
1- PARA UMA HISTORIA DA ESCOLA PUBLICA NO BRASIL
Esse capitulo informa que na tarefa de reconstruir a história da escola pública no Brasil,
umas das principais questões que se percebe é referente à periodização, e se trata de
uma exigência inerente à investigação histórica, é um dos problemas mais complexos e
controvertidos da histografia. Assim, surge a questão, Quais os critérios que devem
presidir a periodização? Esses critérios devem ser internos ou externos ao objeto
investigado?
Em relação a educação brasileira a periodização mais frequentemente usada, partia do
parâmetro político, abordando a educação no período colonial, no Império e na
República. As críticas a essa forma de periodizar levaram ao critério da determinação
econômica, considerando, os períodos agrários exportador dependente, nacional
desenvolvimentista de industrialização com base na substituição de importações e
internacionalização do mercado interno como os marcos os marcos a partir dos quis se
deveria compreender a história da educação brasileira.
Outra maneira que está em desenvolvimento é a de buscar a periodização centrada não
nos aspectos externo, mas naqueles internos ao processo educativo.
O texto diz que “se nos guiarmos pelo critério interno, poderíamos considerar como
marco inicial da história da educação brasileira a chegada dos jesuítas em 1549. Tem
início ai o primeiro, que se estende até 1759, quando os jesuítas foram expulsos por
Pombal” (SAVIANI, 2007, p.16).
O período seguinte (pedagogia pombalina: 1759-1827) corresponderia aos primeiros
ensaios para se instituir uma escola pública estatal. Pelo Alvará de 28 de junho de 1759,
determinou-se o fechamento dos colégios jesuítas, introduzindo-se as “Aulas Régias” a
serem mantidas pela Coroa, para o que foi instituído em 1772 o subsidio literário. Sobre
as ideias da reforma pombalina, essas se contrapõem-se ao predomínio das ideias
religiosas e, com base nas ideias laicas inspiradas no Iluminismo, instituem o privilégio
do Estado em matéria de instrução, surgindo a nossa versão de educação pública estatal.
O texto diz que após a proclamação da república em 1822, uma escola nacional poderia
ter decorrido da aprovação da Lei das Escolas de Primeiras Letra, de 1827, mas isso
acabou não acontecendo. O Ato Adicional de 1834 colocou as escolas primárias e
secundárias sob a responsabilidade das províncias, renunciando, assim, a um projeto de
escola pública nacional. Mas foi somente com o surgimento da República, ainda que
sob a égide dos estados federados, que a escola pública, entendida em sentido próprio,
fez-se presente na história da educação brasileira. Com efeito, é a partir daí que o poder
público assume a tarefa de organizar e manter integralmente escolas, tendo como o
objetivo a difusão do ensino a toda a população.
Assim, no âmbito dos estados foi necessário seguir em direção a um sistema orgânico
no início do regime republicano foi aquela que se deu no estado de São Paulo. Ali se
procurou preencher os requisitos básicos implicados na organização dos serviços
educacionais na forma de sistemas:
a) Organização administrativa e pedagógica do sistema como um todo, o que
implicava a criação de órgãos centrais e intermediários de formulação das
diretrizes e normas pedagógicas bem como de inspeção, controle e coordenação
das atividades educativas;
b) Construção ou aquisição de prédios específicos para funcionar como escolas;
c) Dotação e manutenção nesses prédios de toda a infraestrutura necessária para o
adequado funcionamento do ensino;
d) Instituição de um corpo de agentes, com destaque para os professores,
definindo-se as exigências de formação, os critérios de admissão e a
especificação das funções a serem desempenhadas;
e) Definição das diretrizes pedagógicas, dos componentes curriculares, das normas
disciplinares e dos mecanismos de avaliação das unidades e do sistema de ensino
em seu conjunto;
f) Organização das escolas na forma de grupos escolares, superando, por meio, a
fase das cadeiras e classes isoladas, o que implicava a dosagem e graduação dos
conteúdos distribuídos por series anuais e trabalhadas por um corpo
relativamente amplo de professores que eram responsáveis pelo ensino de uma
grande quantidade de alunos, surgindo assim, a necessidade de uma coordenação
nas unidades escolares.
Após a vitória da Revolução de 1930, foi criado o Ministério da Educação e Saúde
Pública. A educação começava a ser mais reconhecida. Em seguida houve uma série
de medidas relativas à educação.
Saviani propôs a diferença entre duas grandes etapas da periodização. A primeira
pode ser definida como “os antecedentes” e a segunda como a “história da escola
pública propriamente dita”.
1° Etapa: Os Antecedentes
Na pedagogia Jesuíta a escola pública usava de recursos públicos e o ensino era
coletivo, mas a infraestrutura, agentes pedagógicos, componentes curriculares,
normas disciplinares e mecanismos de avaliação estavam sob o controle dos jesuítas
(educação pública entendida no sentido amplo). No período das Aulas Régias,
influenciada pelas ideias iluministas a reforma pombalina tenta organizar a educação
como responsabilidade do poder público, mas deixava a cargo do próprio professor
condições materiais de infraestrutura e recursos pedagógicos. A terceira fase é
demarcada por tentativas descontinuas e intermitentes de organizar a educação como
responsabilidade do poder público e principalmente pela queda da monarquia e a
instauração da República.
2° Etapa a “história da escola pública propriamente dita”.
A segunda etapa redireciona a educação para o caminho dos princípios republicanos,
sendo dividida em 3 períodos onde o primeiro é demarcado pela implantação
progressiva e em ritmos diferenciados nos estados, influenciados pelo iluminismo,
das escolas primarias. O segundo demarca a regulamentação no âmbito nacional de
escolas superiores, secundarias e primárias, iniciando com a reforma Francisco
Campo passando pela reforma Capanema culminado coma promulgação da LDB. O
terceiro período e o segundo período dessa fase sofrem forte ressonância do período
de industrialização que o mundo estava vivendo e todas as influencias que isso
acarretava como: a sistematização do processo educacional, racionalização dos
espaços, obediência a critérios técnicos, econômicos e políticos.
A educação brasileira segue, mesmo que em tempos diametralmente diferentes, a
tendência mundial de organização econômica e social e, paradoxalmente, encontra
muitas dificuldades para aliar as mudanças adotadas a plenitude da eficiência de seu
funcionamento, para atender mesmo que dentro de ideologias controversas, a toda a
sua população.
REFERÊNCIAS
SAVIANI, Demerval et al. O legado educacional do século XX no Brasil. Campinas:
Autores Associados, 2004. 224 p.