Opióides e Antagonistas

129
Opióides e Antagonistas Controlam a dor Inibem os reflexos fisiológicos ao estímulo doloroso

description

Opióides e Antagonistas

Transcript of Opióides e Antagonistas

Page 1: Opióides e Antagonistas

Opióides e Antagonistas

Controlam a dorInibem os reflexos fisiológicos ao

estímulo doloroso

Page 2: Opióides e Antagonistas

Opióides e Antagonistas• extrato de papoula:– composto opióide mais antigo utilizado em

medicina – Inicialmente foi empregado para controlar

diarréias– entretanto suas propriedades analgésicas logo

foram observadas

Page 3: Opióides e Antagonistas

Opióides e Antagonistas• Nomenclatura deste grupo de fármacos tem se alterado no

decorrer dos anos

• Inicialmente designados como narcóticos (incluía não só as substâncias derivadas da morfina, mas também outras que produziam sonolência)

• Passou-se então a designar os derivados naturais de opiáceos e os derivados sintéticos de opióides

• A tendência atual é designar todo o grupo, de forma genérica, como agentes opióides

Page 4: Opióides e Antagonistas

Opióides e Antagonistas

• A racionalização no uso de opióides derivou do conhecimento dos receptores, e portanto esclarecimento de seu principal mecanismo de ação

Page 5: Opióides e Antagonistas

RECEPTORES E PEPTÍDEOS OPIÓIDES ENDÓGENOS

• O receptor é um conceito fundamental em farmacologia moderna

• Trata-se de uma macromolécula específica no tecido alvo (uma proteína que se liga à droga, resultando desta ligação sua atividade biológica)

Page 6: Opióides e Antagonistas

RECEPTORES E PEPTÍDEOS OPIÓIDES ENDÓGENOS

• A macromolécula é um local de reconhecimento para a droga e um intermediário entre sua presença na biofase e o evento bioquímico ou biofísico, que corresponde a sua ação biológica

• Quando uma droga desencadeia esta reação é chamada de agonista

• Se a interação não desencadeia nenhum efeito, mas impede o acesso de qualquer agonista, a substância é chamada de antagonista

Page 7: Opióides e Antagonistas

RECEPTORES E PEPTÍDEOS OPIÓIDES ENDÓGENOS

• O antagonista é um composto suficientemente semelhante em sua estrutura ao agonista para conseguir combinação com o sítio reconhecedor, mas sem capacidade para conseguir a mudança conformacional que produz o efeito biológico

Page 8: Opióides e Antagonistas

RECEPTORES E PEPTÍDEOS OPIÓIDES ENDÓGENOS

• A estimulação contínua de um receptor por um agonista resulta em um estado de dessensibilização (também conhecido como refratariedade).

• Neste estado o efeito obtido por exposição subseqüente da mesma concentração de droga é menor. Diversos mecanismos podem ser responsáveis por este fenômeno, tais como, alteração do receptor, sua destruição, relocalização na célula

Page 9: Opióides e Antagonistas

RECEPTORES E PEPTÍDEOS OPIÓIDES ENDÓGENOS

• De forma inversa, um estado de hiperreatividade, supersensibilidade do receptor ao agonista é freqüentemente observado após redução da estimulação crônica (administração prolongada de antagonista, por exemplo)

Page 10: Opióides e Antagonistas

RECEPTORES E PEPTÍDEOS OPIÓIDES ENDÓGENOS

• A identificação de receptores opióides na década de 70 foi também acompanhada da identificação de substâncias endógenas que se ligavam a eles

• Estas substâncias são peptídeos, divididos em 3

famílias cada uma originada de um gene distinto.

Page 11: Opióides e Antagonistas

RECEPTORES E PEPTÍDEOS OPIÓIDES ENDÓGENOS

• Pro-opiomelanocortina que dá origem ao hormônio melanocítico estimulante, ACTH e ß-endorfina.

• Segundo grupo de peptídeos opióides deriva do precursor pro-encefalina, que dá origem a metionina encefalina (met-encefalina) e à leucina encefalina (leu-encefalina).

• Terceiro precursor é a pro-dinorfina que origina as dinorfinas (com cadeias de aminoácidos de diferentes comprimentos)

Page 12: Opióides e Antagonistas

RECEPTORES E PEPTÍDEOS OPIÓIDES ENDÓGENOS

• Os ligantes endógenos dos receptores opióides não são só diferentes em suas origens genéticas, mas aparecem em células e áreas diversas do sistema nervoso central.

Page 13: Opióides e Antagonistas

RECEPTORES E PEPTÍDEOS OPIÓIDES ENDÓGENOS

• ß-endorfina : esta presente na hipófise anterior, lobo intermediário, em núcleos do hipotálamo basal e medial e células do núcleo do trato solitário (centro simpático primário para os arcos reflexos dos baro e quimiorreceptores).

• Encefalinas :encontradas no sistema nervoso central e na periferia, como medula adrenal, no trato gastrintestinal (especialmente no plexo mientérico), medula espinhal , diversas regiões supraespinhais do sistema nervoso central, em particular corpos celulares do globo pálido, núcleos supra-ópticos e paraventriculares do hipotálamo, amígdala e neocórtex. Por sua ampla distribuição supõe-se um grande número de funções para as encefalinas, mas suas projeções estão ainda incompletamente mapeadas.

• Dinorfinas : identificadas no intestino, hipotálamo, hipófise posterior, tronco encefálico e medula espinhal

Page 14: Opióides e Antagonistas

RECEPTORES E PEPTÍDEOS OPIÓIDES ENDÓGENOS

• Antes que estes agonistas endógenos fossem completamente identificados, sugeria-se a existência de diferentes classes de receptores. Muitos receptores foram propostos. Entretanto, a maioria dos autores da área trabalha com 3 bem estabelecidos: mu dividido em 2 subclasses mu1 e mu2, delta e kapa

• os receptores epsilon e sigma não parecem ter papel relevante no mecanismo de analgesia

Page 15: Opióides e Antagonistas

RECEPTORES E PEPTÍDEOS OPIÓIDES ENDÓGENOS

• As ligações com o receptor mu são feitas pela ß-endorfina, met-encefalina e dinorfina A1-13; o receptor delta liga-se com ß-endorfina, leu-encefalina e dinorfina A1-8; o receptor kappa é o alvo principal de ligação das dinorfinas.

Page 16: Opióides e Antagonistas

RECEPTORES E PEPTÍDEOS OPIÓIDES ENDÓGENOS

• A analgesia dos opióides é mediada por uma interação complexa entre os receptores mu, delta e kappa. Em relação a ação supra-espinhal os receptores mu parecem ter a influência mais importante, enquanto que os receptores delta e kappa estão envolvidos com a analgesia espinhal

Page 17: Opióides e Antagonistas

RECEPTORES E PEPTÍDEOS OPIÓIDES ENDÓGENOS

Page 18: Opióides e Antagonistas

DISTRIBUIÇÃO DOS RECEPTORES NOSISTEMA NERVOSO CENTRAL

• Os receptores mu estão amplamente distribuídos em todo o encéfalo, e sua função relaciona-se com a integração motora-sensorial e percepção dolorosa.

• Os receptores delta são mais limitados em sua distribuição e encontram-se nas áreas relacionadas à olfação, neocórtex, caudado-putamen, núcleo acumbens e amígdala. Parecem ter papel na integração motora, olfação e função cognitiva.

• Os receptores kappa são observados nos núcleo caudado-putamen, acumbens, amígdala, hipotálamo, neurohipófise, eminência média e núcleo do trato solitário. Suas prováveis funções relacionam-se com balanço hídrico, ingesta alimentar, percepção dolorosa e atividade neuroendócrina

Page 19: Opióides e Antagonistas

MECANISMO DE AÇÃO DOS OPIÓIDES

• Os opióides ligam-se aos receptores, tanto no sistema nervoso central como em outros tecidos. Somente a forma levo-rotatória possue atividade agonista.A existência da forma ionizada é necessária para a interação com o ligante aniônico do receptor.

• A ligação de um opióide endógeno ou exógeno com o receptor promove a inibição do segundo mensageiro, altera o transporte do cálcio na membrana celular e atua pré-sinapticamente impedindo a liberação de neurotransmissor.

Page 20: Opióides e Antagonistas

OPIÓIDES

OPIÓIDES NATURAIS: ALCALÓIDES DERIVADOS DO ÓPIO

DERIVADOS FENANTRÊNICOS: MORFINA E CODEINA

OPIÓIDES SEMI-SINTÉTICOS:

METILMORFINA E DIACETILMORFINA ( HEROÍNA )

OPIÓIDES SINTÉTICOS

DERIVADOS DA FENILPIRIDINA ( N. FENANTRÊNICO ) FENTANIL, ALFENTANIL, SUFENTANIL E REMIFENTANIL

CLASSIFICAÇÃO

Page 21: Opióides e Antagonistas

CLASSIFICAÇÃO DOS OPIÓIDES

Page 22: Opióides e Antagonistas

FARMACOLOGIA DOS OPIÓIDES

• O índice terapêutico (DL50/DE50) é a relação entre a dose de uma droga que produz efeitos letais em 50% dos animais testados e a dose que produz os efeitos desejados em 50% dos animais. Os opióides possuem, em geral, uma ampla margem de segurança (índice terapêutico) quando testados em modelos animais.

Page 23: Opióides e Antagonistas

FARMACOLOGIA DOS OPIÓIDES

Page 24: Opióides e Antagonistas

FARMACOLOGIA DOS OPIÓIDES

• Para que um fármaco produza seu efeito, necessita atravessar membranas e alcançar o receptor

• A velocidade e extensão com as quais um fármaco penetra através de membranas são determinadas por: peso molecular, solubilidade lipídica, ligação a proteínas plasmáticas e grau de ionização

Page 25: Opióides e Antagonistas

FARMACOLOGIA DOS OPIÓIDES

• Uma molécula pequena tende a passar mais rapidamente através das membranas celulares

• A maior solubilidade lipídica permite ao fármaco passar pelo conteúdo lipídico das membranas biológicas, inclusive a barreira hemato-encefálica, com maior facilidade

• A ligação às proteínas plasmáticas e membranas das hemácias deixa menos fármaco livre para penetrar e alcançar os receptores

Page 26: Opióides e Antagonistas

FARMACOLOGIA DOS OPIÓIDES

• A ionização de um fármaco diminui sua habilidade de atravessar membranas;

• Moléculas carregadas serão repelidas por cargas iguais nas membranas ou atraídas por cargas oposta

• Em ambos os casos a efetividade de atravessá-las e ligar-se ao receptor diminui

Page 27: Opióides e Antagonistas

FARMACOLOGIA DOS OPIÓIDES

• Os opióides têm, de forma geral, um pequeno tamanho molecular

Page 28: Opióides e Antagonistas

FARMACOLOGIA DOS OPIÓIDES

• Solubilidade lipídica (coeficiente octanol/água) é de 1,4 para a morfina, 813 para o fentanil, 145 para o alfentanil e 1778 para o sufentanil. A morfina possui a menor lipossolubilidade o que resulta numa lenta penetração através das membranas; isto faz com que chegue ao sistema nervoso central lentamente, exibindo um início de ação mais demorado.

• O sufentanil, fentanil e em menor grau o alfentanil possuem uma alta lipossolubilidade e portanto um rápido início de ação após injeção venosa

Page 29: Opióides e Antagonistas

FARMACOLOGIA DOS OPIÓIDES• A porcentagem de ligação protéica (incluindo albumina e a1-

glicoproteína ácida), em pH 7,4, é de 30 para a morfina, 84 para o fentanil, 92 para o alfentanil e 93 para o sufentanil.

• Fentanil, alfentanil e sufentanil ligam-se principalmente a a1- glicoproteína ácida, enquanto que a morfina liga-se, principalmente, à albumina

• Os opióides mais recentes possuem um alto grau de ligação protéica, conseqüentemente uma menor quantidade do fármaco está disponível na forma livre, estado no qual há a penetração no sistema nervoso central e produção do efeito

• A alta taxa de ligação protéica também contribui para um menor volume de distribuição e limita a quantidade de droga livre disponível para eliminação pelos sistemas hepático e renal, o que reduz a taxa de depuração

Page 30: Opióides e Antagonistas

FARMACOLOGIA DOS OPIÓIDES

• A porcentagem de fármaco não ionizado (em pH 7,4) é de 23 para a morfina, 10 para o fentanil, 20 para o sufentanil e 90 para o alfentanil.

• O pequeno grau de ionização do alfentanil contribui para sua mobilização através das membranas e explica, parcialmente, seu rápido início de ação.

Page 31: Opióides e Antagonistas

FARMACOLOGIA DOS OPIÓIDES

• A solubilidade lipídica também desempenha um papel na eliminação de uma substância. Um fármaco com alto grau de lipossolubilidade será facilmente estocado em tecidos que contenham lipídeos, sendo liberado lentamente destes tecidos para o plasma, resultando numa baixa velocidade de eliminação.

• Fármacos com altos graus de lipossolubilidade terão meia-vida de eliminação maiores do que aqueles com menor lipossolubilidade. A menor lipossolubilidade do alfentanil contribui para sua meia-vida menor

Page 32: Opióides e Antagonistas

FARMACOLOGIA DOS OPIÓIDES

Page 33: Opióides e Antagonistas

FARMACOLOGIA DOS OPIÓIDES

• Os opióides agonistas apresentam ações farmacodinâmicas semelhantes, que incluem analgesia, sedação, sonolência, inconsciência, supressão da resposta vegetativa e endócrina ao estresse

Page 34: Opióides e Antagonistas

FARMACOLOGIA DOS OPIÓIDES

• Algumas variáveis interferem com o comportamento farmacocinético e farmacodinâmico dos opióides: a idade do paciente, função hepática, obesidade, função renal, consumo de drogas com atividade no sistema nervoso central (por exemplo álcool e tranqüilizantes)

Page 35: Opióides e Antagonistas

FARMACOLOGIA DOS OPIÓIDES

• A meia-vida de eliminação dos opióides está aumentada nos pacientes idosos, provavelmente em decorrência do aumento no volume de distribuição e diminuição da depuração plasmática.

• O fentanil não mostrou alteração em relação ao volume de distribuição, quando foram comparados pacientes idosos e adultos jovens; portanto prolongamento de sua meia-vida de eliminação nos idosos, deve ser decorrente da diminuição da depuração

Page 36: Opióides e Antagonistas

FARMACOLOGIA DOS OPIÓIDES

• Aumento da meia-vida de eliminação e diminuição da depuração também é observado com o uso de alguns opióides (fentanil, sufentanil) em recém-nascidos, quando comparados com crianças maiores. Esta modificação farmacocinéticas pode ser decorrente de redução enzimática ou de fluxo sanguíneo hepático no período neonatal

Page 37: Opióides e Antagonistas

Morfina

• Opióide natural derivado do fenantreno

• Droga utilizada como medida central para comparação entre opióides.

Page 38: Opióides e Antagonistas

Morfina

• Dose:• Intramuscular (IM): 0,1-0,2 mg/kg, com pico de ação em 30-

60 minutos e duração de 3-4 horas • Endovenosa (EV): titular pequenas doses em bolus de 1-

2mg, com dose total de 0,1-0,2mg/kg, com pico de ação rápido, visto que o maior determinante da latência da droga é sua baixa lipossolubilidade e lenta passagem pela barreira hematoencefálica.

• Intratecal: 1% da dose EV (1 -2 microgramas/kg)• Epidural : 10% da dose EV (10-20 microgramas/kg)• Outras vias: oral, subcutânea (SC) e retal.

Page 39: Opióides e Antagonistas

Morfina

• Farmacocinética:• Extensamente metabolizada pela mucosa intestinal e fígado

em morfina-3-glucuronídeo (M3G, 70%), morfina-6-glucuronídeo (M6G, 10%) e em sulfatos conjugados. O metabólito M6G é 10 a 20 vezes mais potente que a morfina e possui excreção renal, assim a insuficiência renal pode determinar o acúmulo de M6G e aumento da sensibilidade à morfina.

• Os neonatos são mais sensíveis à morfina, pois apresentam capacidade de conjugação hepática reduzida.

• Os idosos alcançam maiores picos plasmáticos de morfina por apresentarem menor volume de distribuição

Page 40: Opióides e Antagonistas

Morfina

• Efeitos:• A morfina é um potente analgésico com boa ação sedativa

e ansiolítica, efeitos mediados pelos receptores MOP. Outros possíveis efeitos são euforia, disforia e alucinações, além de depressão respiratória e supressão do reflexo da tosse. Apesar dos mínimos efeitos cardiovasculares, a morfina pode levar à bradicardia e hipotensão. Náuseas e vômitos são efeitos colaterais comuns, bem como miose. A liberação de histamina pela morfina pode causar rash, prurido e broncoespasmo em pacientes suscetíveis. Pode causar tolerância e dependência.

Page 41: Opióides e Antagonistas

Papaveretum

• Composto que contém uma mistura de sais de hidrocloretos de alcalóides opióides: hidrocloreto de morfina, hidrocloreto de codeína e hidrocloreto de papaverina.

• Até 1993, a noscapina fazia parte da composição do papaveretum, sendo retirada após a comprovação de seus efeitos teratogênicos em animais

Page 42: Opióides e Antagonistas

Papaveretum

• Dose:• Utilizado para tratamento da dor moderada a

intensa e como medicação sedativa pré-anestésica, pode ser administrado via subcutânea, intramuscular e endovenosa

• A dose de 15,4mg de papaveretum equivale a 10mg de morfina.

Page 43: Opióides e Antagonistas

Papaveretum

• Efeitos:• Comparado à morfina, confere maior grau de

sedação e menos efeitos colaterais gastrointestinais. Doses mais elevadas estão associadas à cefaléia transitória intensa, sendo esse efeito provavelmente relacionado à papaverina. A maioria dos anestesiologistas acredita que gastos com essa medicação não são justificáveis, pois a morfina seria o único elemento em concentração efetiva.

Page 44: Opióides e Antagonistas

Codeína

• Opióide natural• Um dos principais alcalóides derivados do

ópio.• Possui baixa afinidade com receptores

opióides

Page 45: Opióides e Antagonistas

Codeína

• Dose:• Pode ser administrada via oral ou IM. • Dose terapêutica em adultos é de 30-60mg com

intervalos de 6 horas, independente da via de administração. Doses variáveis de codeína (8- 30mg) podem ser adicionadas a compostos contendo antiinflamatórios não hormonais para o tratamento de dor leve à moderada.

• Pode ser utilizada também em medicações antitussígenas e antidiarréicas.

Page 46: Opióides e Antagonistas

Codeína

• Farmacocinética:• A biodisponibilidade oral da codeína é de 50%. • Aproximadamente 10% é metabolizada em morfina,

o restante em compostos conjugados inativos. • Essa metabolização em morfina é realizada por uma

isoforma do citocromo P450 que possui polimorfismo, por isso aproximadamente 10% da população não metaboliza adequadamente a codeína em morfina, resultando em tratamento ineficaz da dor

Page 47: Opióides e Antagonistas

Codeína

• Efeitos:• Pode causar discreta euforia, desorientação e

ansiedade, mas possui baixo potencial como droga de abuso.

• Causa menos sedação e menos depressão respiratória que a morfina

• A constipação é um efeito colateral comum.

Page 48: Opióides e Antagonistas

Diamorfina

• Opióide semi-sintético, sendo um análogo diacetilado da morfina com potência de 1,5 a 2 vezes a potência da mesma.

• É uma pró-droga, convertida pelas esterases hepáticas, plasmáticas e do SNC em compostos ativos, a acetilmorfina e a morfina

Page 49: Opióides e Antagonistas

Diamorfina

• Dose:• Pode ser administrada através das mesmas vias que a

morfina, com dose reduzida pela metade• Possui maior lipossolubilidade, por isso apresenta menor

risco de depressão respiratória tardia quando administrada no espaço epidural ou subaracnóideo

• Pode ser diluída em uma solução de menor volume que a dose equivalente de morfina para ser administrada IM ou SC, fator relevante em pacientes com doenças terminais que exigem altas doses de opióide para alívio da dor.

Page 50: Opióides e Antagonistas

Diamorfina

• Farmacocinética:• 200 vezes mais lipossolúvel que a morfina,

apresentando maior potência e mais rápido início de ação, pois atravessa mais rapidamente a barreira hematoencefálica e no SNC é convertida em morfina. Como há intenso metabolismo de primeira passagem, possui baixa biodisponibilidade.

Page 51: Opióides e Antagonistas

Diamorfina

• Efeitos:• Compartilha dos mesmos efeitos opióides da

morfina, porém com maior tendência à euforia e dependência.

• Apresenta menor incidência de náuseas e vômitos que a morfina.

Page 52: Opióides e Antagonistas

Petidina

• Derivado sintético da fenilpiperidina, desenvolvido inicialmente como agente antimuscarínico.

Page 53: Opióides e Antagonistas

Petidina

• Dose:• Disponível via oral em comprimidos de 50mg

ou através de ampolas em diferentes concentrações (10 a 50mg/mL)

• Para a dor aguda, pode ser administrada via oral (50 a 150mg), SC (50 a 100mg), IM (50 a 100mg) e EV (25 a 100mg) com intervalo de 4 horas entre as doses.

Page 54: Opióides e Antagonistas

Petidina

• Farmacocinética:• 30 vezes mais lipossolúvel que a morfina, com

biodisponibilidade oral de 50%. Ela sofre hidrólise hepática resultando em norpetidina e ácido petidínico, compostos excretados na urina que podem se acumular em caso de insuficiência renal. Em maiores concentrações, a norpetidina pode ocasionar alucinações e convulsões. O ácido petidínico é inativo.

• Utilizada para analgesia de parto, porém ultrapassa facilmente a barreira placentária e pode ser encontrada em altos níveis na circulação fetal.

Page 55: Opióides e Antagonistas

Petidina• Efeitos:• A petidina causa taquicardia, xerostomia e discreta miose. • Em idosos e pacientes hipovolêmicos, pode causar hipotensão

importante• Menor incidência de espasmo do trato biliar em relação à morfina• Há contra indicação absoluta ao uso da petidina em pacientes que

utilizam os inibidores da monoamino oxidase (IMAO), pois a associação pode desencadear graves efeitos colaterais como hipotensão ou hipertensão, hiperpirexia, convulsão e coma. O mecanismo da interação entre esses medicamentos ainda não foi esclarecido, porém pode estar relacionado à redução do metabolismo da petidina pelos IMAO e consequente efeito da petidina no turnover da 5-hidroxitriptamina no cérebro.

Page 56: Opióides e Antagonistas

Fentanil

• Derivado sintético da fenilpiperidina que é 100 vezes mais potente que a morfina

Page 57: Opióides e Antagonistas

Fentanil• Dose:• Disponível em soluções incolores de 50 microgramas (mcg)/mL,

em ampolas de 2 e 10mL. Administrado em doses baixas (1-2mcg/kg) para o tratamento de dor associada à cirurgia de pequeno porte, possui rápido início de ação, curta duração (30minutos) e discreto efeito sedativo. Doses mais altas são utilizadas para inibir a resposta simpática a estímulos como a laringoscopia e intubação traqueal. Pode ser utilizado para amplificar os efeitos dos anestésicos locais na analgesia subaracnóide e epidural em doses de 10 a 25mcg e 25 a 100 mcg, respectivamente.

• Disponível como adesivos transdérmicos para uso na dor crônica e como pirulito para uso pediátrico como pré-medicação.

Page 58: Opióides e Antagonistas

Fentanil

• Farmacocinética:• 500 vezes mais lipossolúvel que a morfina, por isso apresenta

rápida e extensa distribuição sistêmica. Em baixas doses, a concentração no plasma e no SNC cai rapidamente para níveis abaixo do nível efetivo na fase de redistribuição. Todavia, após a infusão contínua prolongada ou administração de altas doses seu tempo de ação aumenta significativamente. Nesses casos, ao final da fase de redistribuição os níveis plasmáticos ainda são elevados. O tempo de recuperação depende então da lenta eliminação sistêmica do fentanil (3,5 horas de meia vida). O fentanil sofre metabolização hepática em um composto inativo, o norfentanil, excretado por dias na urina

Page 59: Opióides e Antagonistas

Fentanil

• Efeitos:• Muitas propriedades do fentanil são similares

às da morfina. • Produz depressão respiratória de intensidade

dose-dependente. • Altas doses pode causar profunda sedação,

inconsciência e rigidez muscular, que pode afetar a ventilação

Page 60: Opióides e Antagonistas

Alfentanil

• Derivado sintético da fenilpiperidina que é estruturalmente similar ao fentanil, porém com 10 a 20% de sua potência

Page 61: Opióides e Antagonistas

Alfentanil

• Dose:• Está disponível como solução incolor em

concentrações de 500mcg/mL ou 5mg/mL. Pode ser administrado em bolus ou infusão contínua. Bolus de 10mcg/kg são úteis para analgesia de curta duração e atenuação da resposta cardiovascular à intubação. Infusões contínuas (0,5 a 2mcg/kg/min) são utilizadas nas unidades de tratamento intensivo para sedar os pacientes sob ventilação mecânica.

Page 62: Opióides e Antagonistas

Alfentanil• Farmacocinética:• Embora apresente lipossolubilidade muito mais baixa do que o

fentanil, mais alfentanil está presente sob a forma não-ionizada no plasma comparada com o fentanil (89% versus 9%). Consequentemente, seu início e ação é mais rápido. Da mesma forma, por causa de sua baixa lipossolubilidade, menos alfentanil se distribui para músculo e gordura. Assim, seu volume de distribuição é relativamente pequeno e maior proporção de uma dose administrada permanece no compartimento intravascular de onde pode ser eliminada através de metabolismo hepático. Assim, embora o alfentanil apresente menor taxa de depuração hepática, por possuir baixo volume de distribuição, sua vida-média de eliminação é relativamente curta.

Page 63: Opióides e Antagonistas

Alfentanil

• Efeitos:• A maior parte dos efeitos é similar aos do

fentanil, porém com início mais rápido e duração mais curta

Page 64: Opióides e Antagonistas

Remifentanil

• Fenilpiperidina sintética derivada do fentanil, com potência similar, porém duração ultracurta.

• Dose:• Disponível como pó branco cristalino, em frascos

contendo 1,2 a 5mg de hidrocloreto de remifentanil.

• A taxa de infusão utilizada para manutenção da analgesia em pacientes sob ventilação mecânica pode variar de 0,05 a 2mcg/kg/min

Page 65: Opióides e Antagonistas

Remifentanil

• Farmacocinética:• Rapidamente degradado por esterases

plasmáticas e teciduais, o que determina uma curta meia vida de eliminação (3-10 minutos). Diferente dos demais opióides, o remifentanil não apresenta alterações farmacocinéticas relacionadas à meia vida contexto sensitiva. A meia vida, o clearence e a distribuição do remifentanil não dependem da duração e doses de infusão

Page 66: Opióides e Antagonistas

Remifentanil

• Efeitos:• Determinadas propriedades, como a curta latência e tempo

de ação, a metabolização plasmática e tecidual e a ausência de acúmulo sistêmico da droga, fazem do remifentanil uma droga com ampla aplicabilidade em anestesiologia.

• Infusões em altas doses exigem maior cautela pela possibilidade de efeitos colaterais, como bradicardia, hipotensão, apnéia e rigidez muscular

• Como não há efeito analgésico residual, o planejamento da analgesia pós-operatória deve ser idealizado e iniciado antes do fim da infusão de remifentanil.

Page 67: Opióides e Antagonistas

Tramadol

• Fenilpiperidina análoga da codeína classificado como agonista fraco dos receptores opióides

• Inibe a recaptação neuronal de norepinefrina, inibe as vias descendentes nociceptivas e potencializa a liberação de serotonina

Page 68: Opióides e Antagonistas

Tramadol

• Dose:• As doses via oral e parenteral são similares,

50-100mg a cada 4 horas.

Page 69: Opióides e Antagonistas

Tramadol

• Farmacocinética:• Apresenta alta biodisponibilidade oral (70%) que

pode ser aumentada (até 100%) pelo uso contínuo e redução do efeito de primeira passagem. Apresenta ligação protéica de 20%, volume de distribuição de 4L/kg e meia vida de eliminação de 4-6 horas.

• Metabolizado pelo fígado através da demetilação em diversos metabólitos, desses apenas o O-desmetiltramadol possui ação analgésica

Page 70: Opióides e Antagonistas

Tramadol

• Efeitos:• A gravidade da depressão respiratória e

cardiovascular após o uso de tramadol é muito reduzida quando comparada a de doses equipotentes de morfina.

• A constipação é menos frequente. • Compartilha os mesmos efeitos colaterais que os

demais opióides (tontura, náuseas e vômitos) e deve ser contraindicado em pacientes em uso de IMAO ou história de epilepsia.

Page 71: Opióides e Antagonistas

Metadona

• Opióide com alto potencial analgésico, boa absorção e biodisponibilidade oral (75%)

• Utilizado principalmente como substituto de opióides, como a diamorfina (heroína), nos casos de abuso, pois sua alta latência e duração prolongada reduzem a incidência dos sintomas de abstinência.

• Pode causar dependência.

Page 72: Opióides e Antagonistas

ANTAGONISTAS OPIÓIDES

• O naloxone e seus derivados de ação prolongada, como o naltrexone, ocupam os receptores opióides sem exercer sobre eles qualquer atividade intrínseca. Doses moderadas administradas na ausência de opióides não produzem efeitos, porém altas doses podem desencadear efeitos colaterais pelo antagonismo de opióides endógenos (endorfinas).

Page 73: Opióides e Antagonistas

Naloxone• Antagonista opióide puro • Droga de escolha no tratamento da depressão respiratória induzida por

opióides. A dose total usual é de 200-400mcg endovenoso, fracionado até obtenção do efeito desejado. Menores doses (0,5 a 1mcg/kg) podem ser utilizadas gradualmente para reverter efeitos colaterais dos opióides como prurido após a injeção intratecal ou epidural, sem alterar o nível de analgesia.

• A duração do antagonismo efetivo é de 30 minutos, por isso quando utilizado para reverter os efeitos de agonistas de ação prolongada, novos bolus ou infusão contínua devem ser administrados para manutenção do nível plasmático do antagonista.

• Em pacientes dependentes de opióides, faz-se necessária cautela ao administrar o naloxone pela possibilidade de desencadear estado de abstinência aguda com hipertensão, edema pulmonar, arritmias cardíacas.

• Efeitos antianalgésicos podem ser observados em pacientes que recebem naloxone sem estarem em uso de opióides.

Page 74: Opióides e Antagonistas

Naltrexone

• O naltrexone apresenta mecanismo de ação similar, porém com algumas vantagens farmacocinéticas comparado ao naloxone. O naltrexone apresenta meia vida prolongada, próxima a 24 horas se administrado via oral. Foi utilizado para tratamento de dependência de opióides e compulsão alimentar em pacientes com obesidade mórbida.

Page 75: Opióides e Antagonistas
Page 76: Opióides e Antagonistas
Page 77: Opióides e Antagonistas
Page 78: Opióides e Antagonistas
Page 79: Opióides e Antagonistas
Page 80: Opióides e Antagonistas
Page 81: Opióides e Antagonistas

DEFINIÇÕES

• Ópio: mistura alcalóide extraída da planta papoula – Papaver Somniferum

• Opióide: qualquer composto natural, semi-sintético ou sintético que se ligue especificamente aos receptores opióides e possua propriedades similares às dos opióides endógenos.

• Opiáceo: qualquer opióide natural derivado do ópio (ex. morfina).

• Narcótico: do grego “torpor”. Termo utilizado como sinônimo de opióides, porém pode referir-se a diversas outras drogas de abuso que não pertencem à classe opióide.

Page 82: Opióides e Antagonistas

MECANISMO DE AÇÃO

• Os opióides atuam a nível celular ligando-se aos receptores opióides presentes em todo sistema nervoso central (SNC), especialmente no núcleo do trato solitário, área cinzenta periaquedutal, córtex cerebral, tálamo e substância gelatinosa da medula espinhal.

• Receptores opióides podem também estar presentes em terminações nervosas aferentes periféricas e em diversos outros órgãos

Page 83: Opióides e Antagonistas

MECANISMO DE AÇÃO

• A eficácia de opióides administrados diretamente ao compartimento central é evidente, porém em caso de administração periférica em situações de pós-trauma ou estado inflamatório sua eficácia não é tão confiável.

• Os receptores opióides são ligados às proteínas G inibitórias. A ativação dessa proteína desencadeia uma cascata de eventos: fechamento de canais de cálcio voltagem dependentes, redução na produção de monofosfato de adenosina cíclico (AMPs) e estímulo ao efluxo de potássio resultando em hiperpolarização celular. Assim, o efeito final é a redução da excitabilidade neuronal, resultando em redução da neurotransmissão de impulsos nociceptivos.

Page 84: Opióides e Antagonistas

MECANISMO DE AÇÃO

• Agonistas opióides puros (morfina, diamorfina, petidina, fentanil) apresentam alta afinidade com os receptores opióides e elevada atividade intrínseca a nível celular

• Agonistas parciais (buprenorfina, pentazocina) ao ligarem-se aos receptores opióides produzem efeito submáximo quando comparados aos agonistas puros.

• Antagonistas opióides (naloxone, naltrexone) possuem afinidade com os receptores, porém nenhuma atividade intrínseca.

Page 85: Opióides e Antagonistas

RECEPTORES OPIÓIDE

• Desde sua identificação, diversas denominações foram utilizadas para os receptores opióides. A nomenclatura atual, aprovada pela “União Internacional de Farmacologia”, para a identificação dos receptores opióide é a seguinte:• MOP (receptor peptídico opióide um) • KOP (receptor peptídico opióide kappa) • DOP (receptor peptídico opióide delta) • NOP (receptor peptídico FQ de nociceptinas orfanina)

• O receptor sigma não preenche todos os critérios para ser considerado um receptor opióide, por isso atualmente não pertence a essa classe. Existem diversos subtipos de receptores opióides, sendo dois MOP, três KOP e dois DOP.

Page 86: Opióides e Antagonistas

Opióides• Opióides naturais são encontrados em plantas (morfina) ou

produzidos pelo corpo humano (opióides endógenos), onde são amplamente distribuídos por todo SNC. Esses opióides endógenos são peptídeos que apresentam diferentes potências e afinidades com cada grupo de receptores opióides. Suas ações incluem a modulação da dor e controle do sistema cardiovascular, principalmente em situações críticas. Embora a compreensão de sua farmacologia seja importante, os opióides endógenos não possuem destaque clínico. Opióides sintéticos e semi-sintéticos são amplamente utilizados na prática clínica, especialmente pela sua ação analgésica. Os peptídeos opióides endógenos e drogas derivadas de opióides mais utilizadas e sua afinidade com os diferentes tipos de receptores opióides são mostradas na tabela 1.

Page 87: Opióides e Antagonistas
Page 88: Opióides e Antagonistas

AÇÕES FARMACOLÓGICAS DOS AGONISTAS OPIÓIDES

• Sistema nervoso central• Analgesia: eficazes para alívio de dores leves,

contínuas e sem localização específica proveniente de órgãos internos, como intestinos. Menos eficaz para dores superficiais tipo pontada. As dores neuropáticas podem ser resistentes, porém os pacientes referem discreta redução na intensidade e melhora em relação ao desconforto gerado pela dor.

Page 89: Opióides e Antagonistas

• Sedação: dificuldade de concentração e sonolência são efeitos comuns. O alívio da dor pode ocasionar o sono. Opióides não atuam como hipnóticos

• Euforia e disforia: morfina e os demais opióides geram uma sensação de bem estar (euforia). Caso não haja dor, a morfina pode causar agitação e inquietação (disforia).

Page 90: Opióides e Antagonistas

• Alucinações: principalmente após o uso de opióides agonistas KOP, porém agonistas MOP, como a morfina, também podem desencadear alucinações

• Tolerância e dependência: tolerância é a redução do efeito gerado por uma mesma dose da droga, quando repetidas doses são administradas. O mecanismo ainda não foi totalmente esclarecido, porém é provável que o processo de down regulation de receptores opióides ou que a redução da produção de opióides endógenos estejam envolvidos. A dependência ocorre quando após o uso prolongado de opióides a droga é suspensa abruptamente desencadeando diversos sinais físicos e psicológicos, como a agitação, irritabilidade, salivação excessiva, lacrimejamento, sudorese, cãibras, vômitos e diarréia.

Page 91: Opióides e Antagonistas

Sistema cardiovascular

• Discreta bradicardia pela redução do tônus simpático e efeito direto sobre o nó sinoatrial.

• Vasodilatação periférica causada pela liberação de histamina e redução do tônus simpático que pode levar à hipotensão, principalmente em caso de hipovolemia associada.

Page 92: Opióides e Antagonistas

Sistema respiratório

• Depressão respiratória mediada pelos receptores MOP localizados no centro respiratório do tronco cerebral. Ocorre a diminuição na freqüência respiratória e a dessensibilização dos quimiorreceptores centrais às alterações de pressão parcial de dióxido de carbono. Os quimiorreceptores periféricos mantém sua sensibilidade à hipoxemia, porém com a administração de oxigênio suplementar pode haver piora do quadro ventilatório. O uso de opióides associados a drogas depressoras do SNC, como benzodiazepínicos e halogenados, pode agravar a depressão respiratória.

Page 93: Opióides e Antagonistas

Sistema respiratório

• Supressão do reflexo da tosse. Morfina e diamorfina são utilizadas no tratamento da dispnéia paroxística noturna por causarem sedação, reduzirem a pré-carga e reduzirem o drive respiratório anormal. A codeína suprime a tosse tanto quanto a morfina, porém possui menor potência analgésica.

Page 94: Opióides e Antagonistas

Sistema gastrointestinal

• A ativação de receptores opióides localizados na zona quimiorreceptora de gatilho do vômito pode desencadear náuseas e vômitos

• Aumento do tônus da musculatura lisa e redução da motilidade, resultando em retardo na absorção,aumento da pressão no sistema biliar (espasmo do esfíncter de Oddi) e constipação.

Page 95: Opióides e Antagonistas

Sistema endócrino

• Inibição da secreção de ACTH, prolactina e hormônios gonadotróficos.

• Aumento na secreção de ADH.

Page 96: Opióides e Antagonistas

Efeitos oftalmológicos

• A estimulação do núcleo do nervo oculomotor mediada pelos receptores MOP e KOP leva à miose.

Page 97: Opióides e Antagonistas

Prurido

• Alguns opióides desencadeiam a liberação de histamina pelos mastócitos resultando em urticária, prurido, broncoespasmo e hipotensão. O prurido, que se manifesta principalmente em face, nariz e dorso, é um sintoma mediado pelo SNC e sua incidência aumenta quando opióides são administrados via intratecal. Pode-se reverter esse sintoma com a administração de antagonistas dos opióides, como o naloxone.

Page 98: Opióides e Antagonistas

Rigidez muscular

• Altas doses de opióide podem ocasionar rigidez muscular generalizada, especialmente na musculatura da parede torácica o que pode interferir na ventilação.

Page 99: Opióides e Antagonistas

Imunidade

• Depressão do sistema imunológico após uso prolongado de opióides

Page 100: Opióides e Antagonistas

Efeitos na gestação e neonatos

• Todos os opióides atravessam a barreira placentária e, se usados durante o parto, podem causar depressão respiratória no neonato.

• O uso crônico pela gestante pode resultar em dependência física fetal, com síndrome de abstinência grave no pós-parto imediato

• Até o momento não foram descritos efeitos teratogênicos

Page 101: Opióides e Antagonistas

FARMACOCINÉTICA DOS AGONISTAS OPIÓIDES

• Os opióides possuem diferentes propriedades farmacocinéticas e farmacodinâmicas, portanto a utilização dessas drogas deve ser individualizada.

Page 102: Opióides e Antagonistas
Page 103: Opióides e Antagonistas
Page 104: Opióides e Antagonistas
Page 105: Opióides e Antagonistas
Page 106: Opióides e Antagonistas
Page 107: Opióides e Antagonistas

OPIÓIDES

USO CLÍNICO

Potentes analgésicosInibem os reflexos fisiológicos aos estímulos dolorosos

INDICAÇÕES

Anestesia geralBloqueios espinhais

Bloqueios periféricosAnalgesia pós-operatóriaTratamento da dor aguda

Tratamento da dor crônica

VIAS DE ADMINISTRAÇÃO

IVIntratecal, Epidural

Oral, SL, RetalTransdérmica, SC

NasalIM

Page 108: Opióides e Antagonistas

RECEPTORES OPIÓIDES

μ1 – analgesia supra-espinhal e miose

μ2 - analgesia espinhal, depressão respiratória, bradicardia, sedação, alterações GI, euforia (ocasionalmente), dependência.

κ - analgesia espinhal, miose, sedação.

δ - modulação da atividade dos receptores opióides.

MECANISMO DE AÇÃO DOS OPIÓIDES

“Os opióides ligam-se a receptores específicos localizados ao longo do SNC e outros tecidos”.

Page 109: Opióides e Antagonistas

SISTEMA OPIÓIDE ENDÓGENO

RECEPTORES + OPIÓIDES ENDÓGENOS

μ (mu)k (kappa)δ (delta)ς (sigma)ε (epsilon)

EndorfinasEncefalinasDinorfinas

Page 110: Opióides e Antagonistas

CLASSIFICAÇÃO DOS OPIÓIDES

Agonistas puros Morfina, petidina (meperidina), fentanil, alfentanil, sufentanil, metadona, cloridrato de tramadol e remifentanil

Agonista-antagonistas Nalbufina e nalorfina

Agonistas parciais Buprenorfina

Antagonistas Naloxona, naltrexona

Page 111: Opióides e Antagonistas

FARMACODINÂMICA DOS OPIÓIDES

ANALGESIA POTENTE

SNC Analgesia, depressão respiratória, sedação, náuseas e vômitos, dependência química.

AR Diminuem a FR e o volume-minutoDiminuem a resposta ao CO2

Rigidez torácicaMorfina e petidina: broncoespasmo

ACV Pequena ou nenhuma depressão direta sobre o miocárdio. Estabilidade hemodinâmica, mas diminuem a atividade simpática, causando bradicardia e venodilatação

Page 112: Opióides e Antagonistas

FARMACODINÂMICA DOS OPIÓIDES

AGI Aumenta o tônus da musculatura lisa GI e contração do esfíncter de Oddi – aumenta pressão do trato biliar, diminui motilidade GI, prolonga o esvaziamento gástrico. Constipação intestinal. Náuseas e vômitos

AGU Aumenta o tônus do esfíncter vesical – Retenção urinária

OUTROS EFEITOS

Bloqueiam a secreção de catecolaminas e cortisol, diminuindo a resposta ao estresse cirúrgicoRigidez da musculatura esquelética, principalmente abdominal e torácica

Page 113: Opióides e Antagonistas

OPIÓIDES UTILIZADOS EM ANESTESIA

OPIÓIDE POTÊNCIA

Petidina (Meperidina)

0,1

Morfina 1

Alfentanil 10-20

Remifentanil 50-100

Fentanil 100

Sufentanil 500-1000

Page 114: Opióides e Antagonistas

MORFINA

Protótipo dos agonistas opióidesMetabolização hepáticaLibera histamina – Hipotensão arterial

Page 115: Opióides e Antagonistas

PETIDINA (MEPERIDINA)

Agonista sintéticoUm décimo da potência da morfinaRápida metabolização hepática – normeperidinaAção anestésica localApresenta semelhança estrutural com a atropina – atividade cronotrópica positivaLibera histamina – vasodilatação arteriolar transitória, venodilatação mais prolongada e hipotensão arterialUso clínico: analgesia no pré e pós-operatório, atenuação de tremores. Não deve ser utilizado cronicamente, pelo risco de dependência

Page 116: Opióides e Antagonistas

FENTANIL

Potente agonista opióideElevada lipossolubilidade e grande VDRápido início de ação e duração mais prolongada, quando administrado por via IV

Page 117: Opióides e Antagonistas

ALFENTANIL

Rápido início e curta duração de açãoSem efeito cumulativoPode ser usado em infusão contínua ou doses intermitentesMetabolização hepática

SUFENTANIL

Mais potente agonista opióide disponível clinicamenteEfeitos clínicos semelhantes ao fentanil e alfentanil

Page 118: Opióides e Antagonistas

REMIFENTANIL

Rapidamente metabolizado no sangue e tecidos por esterases inespecíficasEliminação rápidaIdeal para infusão contínuaSem efeito residual

Page 119: Opióides e Antagonistas
Page 120: Opióides e Antagonistas
Page 121: Opióides e Antagonistas
Page 122: Opióides e Antagonistas
Page 123: Opióides e Antagonistas
Page 124: Opióides e Antagonistas
Page 125: Opióides e Antagonistas
Page 126: Opióides e Antagonistas
Page 127: Opióides e Antagonistas
Page 128: Opióides e Antagonistas
Page 129: Opióides e Antagonistas

CLASSIFICAÇÃO DOS OPIÓIDES

• Existem diversas classificações para os opióides• Tradicional: baseada na potência analgésica. O

grupo mais potente é composto por agonistas opióides puros, enquanto o grupo intermediário é composto por agonistas parciais.

• Origem da droga: quanto à etiologia natural ou sintética

• Funcional: quanto à ação no receptor opióide.